4002 6004 - frotacia.com.br · Além de prejudicar o esquema operacional das empresas, ......

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Com as soluções específicas para o gerenciamento de frotas da Sascar, você tem à disposição monitoramento completo e comportamental da sua frota, permitindo a padronização da condução dos veículos para prevenir o risco de acidentes, redução de custos excessivos com combustível e assim prolongar a vida útil da sua frota e maximizar os lucros da sua empresa.

Há 12 anos no mercado, a Sascar é apaixonada pela inovação, por isso está entre as líderes nacionais em telemetria, gestão de risco e logística para sua frota.

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4002 6004 (GRANDES CENTROS)

FROTA&Cia - Março 2012 - 3

DIRETORIADiretoresJosé Augusto Ferraz Solange Sebrian

REDAÇÃODiretor de Redação e Jornalista ResponsávelJosé Augusto Ferraz – (MTB 12.035)[email protected]ônia [email protected] Eduardo [email protected] Aurélio (texto)[email protected] Moscardi (fotos)ARTEEditorFábio Bortoloto (MTB 31.295)[email protected]

COMERCIALDiretoraSolange [email protected] de contasFred [email protected]. [email protected]

CIRCULAÇÃOGerenteJosé Carlos da [email protected]

ADMINISTRAÇÃOGerenteEdna [email protected]

Assinaturas e Alterações de Dados CadastraisServiço de Atendimento ao AssinanteFone/Fax (0**11) 3871-1313E-mail: [email protected] ANUAL - R$ 132,00 (12 edições)Preço do Exemplar Avulso: R$ 11,00REDAÇÃO, PUBLICIDADE,CIRCULAÇÃO E ADMINISTRAÇÃORua Ministro Godói, 507 (Água Branca)05015-000 – São Paulo – SP – BrasilFone/Fax (0**11) 3871-1313Home page: www.frotacia.com.brFROTA&Cia é uma publicação mensal da Editora Frota Ltda,de circulação nacional e controlada, enviada a empresários eexe cutivos em cargos de direção, de empresas de transportesde cargas e passageiros. Circula também junto a embarcado-res de cargas, compradores de serviços de transportes, frotis-tas em geral e fornecedores de produtos e serviços de trans-portes. Direitos autorais reservados. É proibida a reproduçãototal ou parcial de textos e ilustrações integrantes da ediçãoimpressa ou virtual, sem a prévia autorização dos editores. Ma-térias editoriais pagas não são aceitas e textos editoriais nãotem qualquer vinculação com material publicitário. Conceitosexpressos em artigos assinados e opiniões de entrevistadosnão são necessariamente os mesmos de FROTA&Cia.

Editoração eletrônica - Editora FrotaTratamento de imagens e Arquivos digitais - FênixImpressão - Vox EditoraLaboratório fotográfico - PH ColorTiragem - 15.000 exemplaresCirculação - Março 2012Filiada ao Instituto Verificador de Circulação Dispensada de emissão de documentos fiscais conforme Regi-me Especial Processo SF-04-908092/2002

Foto de capa: Montagem sobre fotos: Divulgação

Uma dupla comemoração

FROTA SERVIÇOS

✆ Fone/Fax: 11 3871-1313Internetwww.frotacia.com.brE-mail: [email protected]

Linha diretaAssinaturas/Alteração de CadastroJosé Carlos da Silva - [email protected]

Redação/Sugestões de PautaSônia Crespo - [email protected]

Publicidade/Reprintes de matériasSolange Sebrian - [email protected]

Diretoria/ReclamaçõesJosé Augusto Ferraz- Diretor de Redaçã[email protected]

EDITORIAL

O crescimento da economia brasileira em 2011, da ordemde 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

produziu reflexos mais que positivos na atividade do transpor-te rodoviário, seja de cargas ou de passageiros. A maioria dossegmentos pesquisados para compor essa edição especial deFROTA&Cia – Panorama do Transporte Rodoviário2011/2012 mostra evolução, tanto em volumes quanto em re-ceitas. Para alegria de milhares de empresários e milhões detrabalhadores, envolvidos direta ou indiretamente com a ati-vidade do transporte de pessoas e mercadorias em nosso país.

A constatação merece uma dupla comemoração. Primeiro,por contrastar com a dura realidade vivenciada por inúmeras outras nações do mundo todo,que se debatem para fugir dos tentáculos da crise financeira atual, que sufoca boa parte daseconomias, em especial a européia. Segundo, porque permanecem estáveis os fundamentosque projetam uma expansão ainda maior da economia brasileira nos próximos anos. Para2012, a taxa de crescimento do PIB deve fechar em 4,5%, nas contas do ministro da Fazenda,Guido Mantega. Em que pese o corte de R$ 55 bilhões nas despesas, anunciado pelo gover-no em fevereiro.

É claro que nem tudo são flores, quando se depara com uma outra constatação decorrentedesse esforço jornalístico da Redação de FROTA&Cia. Aliado ao aumento do faturamento edo movimento dos negócios, não faltaram reclamações associadas à crescente evolução doscustos operacionais do transporte. Em especial, a elevação dos gastos com manutenção, porcausa das más condições das ruas e estradas brasileiras. Depois, as restrições impostas pelosgovernos municipais ao trânsito de veículos de cargas, notadamente nos grandes centrosurbanos. Além da elevação dos preços dos caminhões, como resultado do aumento daprocura e a incorporação de novas tecnologias voltadas para o controle de emissões.

Contudo, mais preocupante de tudo é a falta de motoristas profissionais que assola omercado de transportes. Além de prejudicar o esquema operacional das empresas, ao deixarinoperante parte da frota de veículos, o problema provoca uma forte pressão nos custos, porobrigar as transportadoras a reajustar salários e benefícios. Em complemento, ainda sãoobrigadas a investir fortemente na formação profissional de aspirantes ao cargo, para suprirsuas lacunas na área de recursos humanos.

São questões que merecem uma séria reflexão. E, mais do que isso, exigem ações firmes epontuais da parte de todos os envolvidos – seja governo ou iniciativa privada - que colaboremcada vez mais para o fortalecimento da atividade. Só assim, o transporte rodoviário poderácorresponder aos anseios da nova economia brasileira. E de todos que acreditam no setor.

José Augusto FerrazDiretor de Redação

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revista

4 - FROTA&Cia - Março 2012

SUMÁRIO

Edição nº 153 - Março - 2012

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Seções

Editorial

06Transporte On-line

46Panorama

35pag.

Atrelado aos fluxos de consumo e da produção nacional, otransporte rodoviário de cargas conseguiu um bom desempenho em 2011, ano em que as operações de varejo cresceram 6,7%

Abertura

09

Enquanto a movimentação de combustíveis cresceu, a evolução dotransporte de componentes químicos e derivados não acompanhoua expansão de 9,68% no consumo doméstico e industrial

Transporte de produtos químicos e combustíveis

20

Atendendo a segmentos da economia onde atuam grandes indústrias e fornecedores, o transporte acompanhou a pujança dealguns setores e fechou 2011 com crescimento entre 3% e 16%

Transporte de carga fracionada

14

Mesmo com a frota de caminhões ampliada entre 5% e 6%, entidades consideram que 2011 foi um ano neutro em termos decrescimento, com aumento pífio da safra de grãos entre 1% e 1,5%

Transporte agrícola

17

Para garantir atendimento às permanentes demandas da indústriaautomobilística e crescer com elas, transportadoras de autopeçasinvestiram em ativos e renovação de frota ao longo de 2011

Transporte automotivos

22

Beneficiado pela alta procura de componentes de informática e pela volta da isenção de IPI para a linha branca de eletrodomésticos,setor de eletroeletrônicos viveu ano de magnetismo comercial

Transporte de eletroeletrônicos

26

Um dos segmentos de mercado que mais vem crescendo nos últimos anos, o comércio eletrônico fechou 2011 com chave de ouro, que repercutiu positivamente no faturamento das transportadoras

Transporte de e-commerce

28

Apesar do recorde histórico de produção de 35,2 milhões detoneladas de aço, o segmento viveu um ano de obstáculos comerciaisque reverberou negativamente nas operações de transporte

Transporte siderúrgico

30

Transportadoras e operadores logísticos apontam crescimento nas operações pelas novas estratégias de distribuição e pelo crescimento das compras no varejo, que impulsionaram a produção

Transporte de calçados

31

Mantendo a tradicional alta do segmento, as vendas domésticas desses produtos tiveram incremento de 9,7%,o que garantiu ao transportador da área um resultado positivo no período

Transporte de produtos farmacêuticos e cosméticos

34

Com o comércio exterior em alta em 2011 e movimentação de mais de 5 milhões de TEU’s, a carga conteinerizada conseguiu levantar os ânimos dos empresários que operam nesse segmento

Transporte de contêineres

32

6 - FROTA&Cia - Março 2012

TRANSPORTE ON LINE

A concessionária Triângulo do Sol, que ad-ministra 442 quilômetros de rodovias pau-listas, entre elas a Washington Luís (SP310), atingiu o volume de 762 mil atendi-mentos registrados desde o início da con-cessão, em 1998. Só em 2011, foram cer-ca de 55 mil prestações de serviço, que in-cluem atendimentos médico, de guincho einspeções de tráfego. A SP 310 foi a commais ocorrências, com cerca de 72% dototal registrado no ano passado.

Marca histórica

■ Para elevar a receita

A Tailtec apresenta ao mercado a

última versão da Plataforma Ele-

vatória de Carga Veicular, modelo

DH- LKG 500. O equipamento po-

de ser utilizado na distribuição

de cilindros de gases, como GLP.

Com capacidade de carga de 500

kg, a plataforma é instalada a

partir de caminhões leves, com

carroçarias metálicas para gases

ou furgões. Características que

permitem a distribuição dentro

dos grandes centros urbanos. A

nova mesa chega agora com 1100

mm de largura e 925 mm de com-

primento, e seu funcionamento é

eletro-hidráulico.

Produtora sobre rodasO Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) adquiriu dois Volvo VM, um 6x2 de260cv e um 4x2 de 210cv, que foram literalmente transformados em unidades móveis decaptação e transmissão de imagens em alta definição (HD). O VM 260 ganhou até nome:foi batizado de HDView, a primeira unidade móvel da região sul equipada com a tecnolo-gia. Ele possui 17 câmeras, sendo uma robótica telecomandada. Já o VM 210 foi adapta-do para ser veículo de apoio com grupo gerador de energia próprio e baú para transpor-te dos equipamentos.

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O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que vai fi-nanciar até 80% dos investimentos nos aeroportos concedidos de São Paulo (Campinas eGuarulhos) e Brasília. Luciano Coutinho, presidente do órgão, confirmou o índice após arealização dos leilões de concessão, em fevereiro. A participação do BNDES pode ocorrerpelo apoio corporativo (diretamente às empresas) ou sob a forma de Project Finance, via So-ciedade de Propósito Específico (SPE).

Financiamento gordo

Em fevereiro a DPaschoal completou exatos 30 anos da atuação no mer-cado de recapagem. A festa não é só pela data, mas também pela expec-tativa da empresa de crescer 15% na atividade em 2012. Atualmente, há11 fábricas do grupo em seis estados brasileiros que oferecem o serviço,além de 17 Truck Centeres, especializados no atendimento ao mercado deveículos comerciais.

30 anos de recapagem

Entregas públicasA Cofipe, concessionária da marca Iveco em São Paulo, está pro-gramando a entrega neste ano de lotes vendidos para frotas de ór-gãos públicos. Para a Companhia de Saneamento Básico do Estadode São Paulo (Sabesp) serão 260 veículos, dentre os modelos Daily,Eurocargo e Stralis. Já ao Corpo de Bombeiros serão 11 veículos Eu-roCargo 170E24 adaptados com auto bomba. Outros 28 modelosDaily seguirão à Penitenciária do Estado de São Paulo.

Futura mão-de-obraDe acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) a chamada nova clas-se média, com renda familiar entre R$ 1,2 mil e R$ 5,3 mil, será res-ponsável pelo fornecimento de trabalho mais qualificado para o de-senvolvimento industrial brasileiro nos próximos anos. De acordo coma FGV, os jovens da classe média que alimentam a expansão de quase77% no número de pessoas, que declararam “frequentar” ou “ter fre-quentado”, entre 2004 e 2010, cursos de educação profissional.

Maior coberturaA UPS Brasil aumentou a cobertura deseus serviços expressos domésticos, deoito centros para 12, em todo o Brasil,ampliando a disponibilidade de seus serviços para 110 cidades nas principaisáreas urbanas. Dessa maneira, a transportadora permitirá aos clientes reduzir o tempo em trânsito e custos totais de transporte para seus envios.

Mais transmissõesA General Motors confirmou a construção

de uma segunda unidade em Joinville(SC), para a produção de transmissões,

como início de atividades em 2014. Para tanto, a empresa irá investir

R$ 710 milhões, que deve ser aplicado a partir de 2013. A fábrica

terá capacidade para produção de 150 mil transmissões ao ano.

Oportunidade logísticaO setor de shopping centers faturou, em 2011, R$ 108 bi-lhões, resultado 18,6% superior ao registrado em 2010. De

olho nessa tendência,a TGestiona, que focao transporte de merca-dorias para o setor,realizou cerca de 1752mil entregas por mêsem mais de cem shop-pings no país. A esti-mativa é que sejaminaugurados 43 em-

preendimentos em 2012, o que deve gerar uma receita adi-cional de 12% no setor.

Novo comandoA Randon teve um saldo positivo e atingiudois recordes no fechamento de 2011. A re-ceita bruta total consolidada foi de R$ 6,4 bi-lhões, número recorde que representa cresci-mento de 14,1% sobre os R$ 5,6 bilhões ge-rados em 2010. As exportações referentes a2011 responderam pelo acúmulo de US$ 294milhões, número 22,5% superior a receita doexercício anterior, de US$ 240 milhões.

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SuspendidoO Inmetro (Instituto Nacional deMetrologia, Qualidade e Tecno-logia) informa que suspendeutemporariamente a exigência demedição da eficiência de frena-

gem nos veículos que realizam otransporte rodoviário de produ-tos perigosos, de acordo com asexigências do Regulamento Téc-nico da Qualidade, RTQ5. A sus-

pensão se dará até o órgão en-contrar nova metodologia, maisadequada aos testes, e publicara regra por meio de portaria.

FROTA&Cia - Março 2012 - 11

Acompanhando a boa performance do varejo e o crescimento de diversos setores da economia em 2011, o transporte rodoviário de cargas retoma o fôlego e consegue bons resultados em 2011

Por Sônia Crespo

Otransporte rodoviário de car-gas é responsável por maisde 60% do volume de merca-

dorias movimentadas no Brasil. Dire-tamente atrelado ao fluxo de consumoa à economia do país, o setor conse-guiu um bom desempenho em 2011,ano em que a economia nacional en-cheu os pulmões e soprou em direçãoao varejo, que registrou um aumentode 6,7% nas operações em relação aoano anterior, segundo dados do IBGE.Esse índice repercutiu positivamenteem segmentos de transporte como car-ga fracionada, eletroeletrônicos, e-commerce, calçados e farmacêuticos,entre outros. Ao mesmo tempo, a co-

lheita da safra e a produ-ção siderúrgica tambémalcançaram níveis satisfa-tórios, impulsionando sig-nificativamente o volumede cargas rodoviárias. Jáalguns setores de trans-porte, como o têxtil, vi-venciaram o efeito devas-tador da concorrência deprodutos importados (ver box). Masesse crescimento generalizado, embo-ra alentador, descortina também enor-mes desafios para os empresários dotransporte, como a crescente falta demão-de-obra qualificada, o descom-passo no reajuste de fretes frente aos

elevados custos de manutenção e a fal-ta de infra-estrutura viária para absor-ver, com qualidade, o aumento dessasdemandas.

Depois dos turbulentos anos de2008 e 2009, a paulatina recuperaçãoda atividade pode ser percebida atra-

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panorama setorial

Categorias variação percentual(2010/2011)

Combustíveis e lubrificantes 1.6

Hiper, supermercados, prod. Alimentícios, bebidas e fumo 4

Tecidos, vestuário e calçados 3.6

Móveis e eletrodomésticos 16.6

Artigos farmacêuticos, ortopédicos, medicamentos e perfumaria 9.7

Equip. e materiais para escritório, informática e comunicação 19.6

Livros, jornais, revistas e papelaria 5.9

Outros artigos de uso pessoal e doméstico 4

Veículos e motos, partes e peças 6.1

Material de construção 9.1

Indicador geral 6.7Fonte: IBGE

INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA EM 2011

12 - FROTA&Cia - Março 2012

panorama setorial

vés de cinco indicadores fundamen-tais, conforme um estudo divulgadopelo Instituto de Logística e SupplyChain – Ilos em 2011. O primeiro de-les reporta ao volume de caminhõesvendidos no país: segundo a Anfa-vea, em 2011, o segmento teve expan-são de 9% nos licenciamentos, saltan-do das 154,9 mil unidades em 2010para 168,8 mil veículos.

Outro importante indicador seconcentra nos emplacamentos de ca-minhões realizados ao longo do ano.De acordo com a Fenabrave, 2011 re-gistrou 172,6 mil emplacamentos,9,69% a mais que o volume de 157,4mil de 2010. O aumento nas vendasde óleo diesel também aponta parauma estabilização operacional do seg-mento. Segundo dados divulgadospela ANP (Agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustí-veis), no início deste ano, o consumode óleo diesel registrou aumento de5,2% - saiu de 49,2 bilhões de litros,em 2010 para 51,7 bilhões de litros noano passado. Mesmo o consumo debiodiesel cresceu 5,3%, atingindo 2,5bilhões de litros. O estudo elaboradopelo Ilos identifica ainda o indicadorde fluxo de caminhões nas estradasbrasileiras, que foi 6,8% superior noano de 2011 (segundo o ÍndiceABCR), em relação a 2010, como ou-

A avalanche de artigos im-portados de vestuário quedesabou sobre o comérciobrasileiro em 2011 afetouboa parte das transportado-ras do segmento de têxteis,como a Picilli Transportes,que presenciou uma retra-ção de quase 20% nas ope-

rações de transporte dessesartigos. “Há uma crise nosetor devido à crescente im-portação de tecidos e rou-pas prontas”, interpretaAgnaldo Picilli, diretor datransportadora, que hámais de 65 anos se dedica àdistribuição na Grande São

Paulo. A queda na deman-da repercutiu diretamenteno faturamento, que regis-trou cifra 15% inferior à de2010. Embora a empresaplaneje habitualmente a di-versificação e a expansão desuas ações, vive um momen-to de impasse: “sempre te-

mos novos projetos emmente, porém é o mercadotêxtil que define nossasações”, justifica. Picilli dizque a compra de veículosnem chegou a ser cogitadaem 2011: “ficamos com al-guns caminhões parados noperíodo”, lamenta.

Têxtil: retração

Em artigo publicado na revista Harvard Bu-

siness Review Brasil, no final do ano passado,

o diretor do Ilos João Guilherme Araújo (foto)

comentou que desde meados da década de

2000 e mais fortemente após a recuperação

da crise de 2008, o Brasil vive o que pode ser

chamado de revitalização do setor de trans-

porte rodoviário de cargas. “Houve um gran-

de aumento da procura, em velocidade maior

do que a possibilidade de crescimento na

oferta do serviço. O desequilíbrio entre de-

manda e oferta de transportes, por sua vez, impulsiona um novo ciclo de de-

senvolvimento do segmento. Além do crescimento do PIB, fatores como ex-

pansão da fronteira agrícola, mercados consumidores mais exigentes e dis-

tantes dos grandes centros urbanos, a interiorização da atividade econômi-

ca e as fortes restrições de capacidade dos outros modais de transporte co-

locaram ainda mais peso e pressão no lado da demanda no setor rodoviá-

rio”, analisa o executivo.

Araújo diz que um caminhão deve ser tratado como um avião, onde

qualquer minuto de capacidade ociosa é irrecuperável .O consultor acredi-

ta que uma grande iniciativa adotada para buscar maior eficiência na ca-

deia de distribuição seja a prática de transporte colaborativo. “Sempre que

o mercado se vê enfrentando restrições de oferta de transporte, os embar-

cadores se tornam sócios dos prestadores de serviço na busca por eficiência

operacional, e isso traz uma maior facilidade na busca de compartilha-

mento de capacidade de transporte para circuitos de carga de diferentes

empresas”, analisa.

Transporte colaborativo: economia e eficiência

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tro fator revelador do fortalecimentoda atividade de transporte rodoviáriode cargas no país. O último indicadoré a produção de caminhões atingindoos patamares da capacidade instalada– uma realidade nacional.

VAREJO FORTE – Esses resultadosdemonstram que o transporte rodo-viário de cargas acompanhou as ex-pansões da indústria e do comérciobrasileiros em 2011. O varejo, porexemplo, registrou crescimento no vo-lume de vendas de 6,7% no acumula-do do ano e impulsionou significati-vamente a atividade. Segmentos comoMóveis e Eletrodomésticos funciona-ram como uma espécie de locomotivacomercial: com aumento de 16,6% emrelação ao ano anterior. Com isso, asatividades exerceram o maior impacto(45,6%) da taxa anual de crescimentodo varejo, segundo dados do IBGE. Osegmento de Hipermercados, Super-mercados, Produtos Alimentícios, Be-bidas e Fumo registrou expansão novolume de vendas de 4,0%, resultadoque o levou a responder por 27,3% dataxa anual do varejo de 2011.

A atividade de Artigos Farmacêu-ticos, Médicos, Ortopédicos e de Per-fumaria registrou crescimento de9,7% em relação ao ano anterior, re-presentando a terceira maior contri-buição à taxa anual do comércio va-rejista, impactando beneficamente otransporte de cargas do setor. O quar-to maior impacto positivo no resulta-do do varejo em 2011 foi a atividadede Equipamentos e Materiais paraEscritório, Informática e Comunica-ção, que conseguiu acréscimo no vo-lume de vendas de 19,6% sobre o anode 2010. O item Outros Artigos deUso Pessoal e Doméstico (segmentoscomo lojas de departamento, ótica,joalheira, artigos esportivos e brin-quedos) respondeu pelo quintomaior impacto no resultado anual do

comércio varejista. Na sexta posiçãovem o segmento de Tecidos, Vestuá-rio e Calçados, com uma variação de3,6% em relação ao ano anterior, se-guido pela atividade de Combustí-veis e Lubrificantes (sétimo lugar),que registrou variação acumulada de1,6%, pelo segmento de Livros, Jor-nais, Revistas e Papelaria (oitava po-sição) com variação de 5,9%. O IBGEtambém considerou significativas asvariações dos segmentos de Veículos,Motos, Partes e Peças, que apresenta-ram resultados 6,1% superiores aosde 2010, e o segmento de Material deConstrução, que obteve variação de

9,1% no volume de vendas no acu-mulado do ano.

PODER DO CENTRO-OESTE – Nomapa nacional, o impulso varejista des-ponta com força na região Centro-Oes-te: as maiores taxas mensais de desem-penho no volume de vendas ocorreramem Tocantins (26,9%); Roraima (13,7%);Mato Grosso (11,2%); Paraná (10,3%) ena Paraíba (10,0%). Em termos de im-pacto no resultado global do setor, osdestaques foram São Paulo (4,7%); Pa-raná (10,3%); Minas Gerais (4,8%); RioGrande do Sul (4,7%); Santa Catarina(4,2%) e Mato Grosso (11,2%).

O comércio varejista na região metropolitana de São Paulo – o maior po-

lo comercial da América da América do Sul, encerrou 2011 com uma taxa de

crescimento acumulado de 3,1% em relação ao ano passado, segundo rela-

tório divulgado em fevereiro pela Fecomercio, e movimentou as transpor-

tadoras dedicadas ao segmento de e-commerce e de carga fracionada. O

destaque se concentrou no segmento de Comércio Eletrônico, que obteve

um resultado excepcio-

nal, com alta de 17%

comparativamente ao

ano anterior. O setor de

eletroeletrônicos também

se sobressaiu, fechando

2011 com a segunda

maior taxa de crescimen-

to real de vendas na re-

gião – 9,3% sobre o acu-

mulado em 2010. As me-

didas de desoneração fis-

cal tomadas pelo governo

(isenção de IPI para a li-

nha branca) no final

do ano contribuíram

diretamente nesses

resultados.

O boom paulistano

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Comércio eletrônico na capitalregistrou alta de 17% em 2011

carga fracionada

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Setor conseguiu bomdesempenho operacional

ao longo do ano passado, de 3% a 16% superior

em relação a 2010

Amovimentação de carga fra-cionada pode ser consideradao melhor termômetro do mer-

cado de transporte rodoviário de car-gas. É a modalidade que atende inú-meros segmentos de mercado, de ma-neira eficiente e produtiva e, por issomesmo, tem de acompanhar o ritmo decrescimento – e suas exigências – nasgrandes cidades, assim como encolhere adaptar-se em tempos de recesso eco-nômico. Não sem motivo, é também a

mais suscetível às dificuldades quepossam frear o transporte rodoviáriode cargas – como a falta de mão de obraqualificada e o rodízio urbano, entreoutros contratempos. Reunindo gran-des transportadores brasileiros, o setorconseguiu bom desempenho operacio-nal ao longo do ano passado, que va-riou entre 3% e 16% superior em rela-ção a 2010, segundo os empresários en-trevistados nesta edição.

A transportadora Braspress, que

realiza 1 milhão e 400 mil entregas pormês em todo o Brasil e está no merca-do há mais de 20 anos, registrou au-mento de 16,4% em tonelagem de car-gas nas operações de 2011. Para pre-servar a qualidade e a pontualidadenas entregas mediante o considerávelaumento de tonelagem, o presidenteda empresa, Urubatan Helou, investiuna ampliação da frota: “Dentro de nos-so plano anual, ampliamos e renova-mos nossa frota de caminhões reali-zando investimentos de R$ 25 milhõesem 2011 com a aquisição de 191 unida-des”, comenta. “Naturalmente nós fa-zemos todo ano a renovação de 20%da nossa frota. No ano passado, parti-cularmente, antecipamos as comprasde 2012 exatamente para que nos pu-déssemos aguardar o lançamento da

Tempo é dinheiroSegmento de cargas fracionadas cresce na mesma medida em quese desenvolvem as cidades brasileiras e suas exigências de transporte

Por Sônia Crespo

linha Euro V e, a partir daí, verificarcomo é que ficaria a questão da distri-buição de combustíveis para abasteceresses veículos ao longo de 2012”, deta-lha. A frota atual da Braspress operacom 1,2 mil caminhões próprios e mais500 agregados, em todo o território na-cional, onde a empresa tem 103 filiais.

O executivo avalia que a maior osci-lação econômica vivenciada ao longode 2011 concentrou-se apenas no últi-mo trimestre do ano: “Quando a criseda Europa acabou contaminando psi-cologicamente um pouco a economiabrasileira, deixamos de ter a alta sazo-nalidade naturalmente, que ocorre aofinal de cada ano com o abastecimentode natal”, diz. As vendas de natal de2011 foram muito tímidas, comenta odirigente, mas não chegaram a compro-meter os resultados financeiros da com-panhia:o faturamento da empresa em2011 foi de R$ 793 milhões, 16.8 % deaumento relação à cifra de 2010.

No ritmo do segmento, Helou éadepto a inovações técnicas que agili-zam as operações em suas filiais, tais

como o sistema “sorter” (vejabox). Sempre dinâmico, diz quetem projetos definidos para ex-pandir a atividade em 2012:“Temos grandes planos de ex-pansão de operações da nossaárea de transporte e distribui-ção, assim como também nasnossas operações logísticas. Sónão podemos revelar, para nãocontribuir para o insucesso des-sas nossas iniciativas”, justifica.

AJUSTES PARA CRESCER – Fortenas entregas de cargas e encomendaspara o Centro-Oeste e Norte do país,na elaboração de projetos logísticos enas operações de distribuição urbana,a Mira Transportes conseguiu expan-dir em 4% o volume de carga fraciona-da movimentado em 2011, em compa-ração a 2010, saltando de 318,1 mil to-neladas para 326,4 mil toneladas. Ro-berta Ottati, gerente de Marketing daempresa, aponta um faturamento deR$ 187 milhões ao longo de 2011. “Em2012, estamos trabalhando com uma

previsão de crescimento de 15% em re-lação a 2011”, antecipa a executiva, co-mentando que para isso, a empresa es-tá realizando grandes ajustes internospara otimização de processos e custos.“No momento”, prossegue, “estamostrabalhando para fortalecer nossa pre-sença no Centro-Oeste, intensificandonossa atuação no agronegócio e emoutros segmentos, além de aumentarnossa inteligência logística por meiode projetos para clientes especiais”, re-vela. Com frota de 450 caminhões pró-prios – 10 novos cavalos mecânicos

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Urubatan Helou, da Braspress: operações de 2011 tiveram aumento de 16,4% em tonelagem de cargas

A alta rotatividade de

volumes exigiu que o seg-

mento de cargas fracio-

nadas trouxesse do exte-

rior algumas tecnologias

inovadoras como a estru-

tura de sorter – o labirin-

to de esteiras controladas

por sistemas eletrônicos

que seleciona e classifica,

em alta velocidade, volu-

mes de acordo com tipo,

peso e destino. A Bras-

press instalou o primeiro

equipamento deste tipo

na filial São Paulo, em

2004, com mais de 2 qui-

lômetros de esteiras. Hoje

o sorter paulista opera

140 volumes por minuto

em 11 linhas de entrada

(abastecimento), 36 li-

nhas de saída, uma de re-

jeição e outra de recircu-

lação, gerando um movi-

mento médio de 8.400

volumes/hora. Em 2009

foi a vez da filial do Rio

de Janeiro, que recebeu

estrutura com 4,7 quilô-

metros de esteiras e capa-

cidade para 8.400 volu-

mes por hora. No final do

ano passado, a transpor-

tadora iniciou o processo

de implantação de com-

pact sorters – uma versão

simplificada do sistema,

mas tão produtiva quan-

to a original , nas suas fi-

liais e selecionou Centro

de Apoio Operacional em

Tamboré, na Grande São

Paulo, para instalar a pri-

meira versão.

Aposta na tecnologia

Sorter da Braspress em SãoPaulo: 2 quilômetros de esteiras

16 - FROTA&Cia - Março 2012

carga fracionada

Scania modelo G420 LA 6x2 foram ad-quiridos em 2011 – e 210 agregados, aMira atende clientes em todo o paísatravés de 20 filiais.

Roberta Ottati observa que asmaiores barreiras operacionais do se-tor em 2011 resumem-se em dois tópi-cos, a dificuldade de contratação demotoristas qualificados e roubo de car-gas. “A primeira fez com que nossaempresa tivesse que trabalhar para re-ter os talentos e criar formas de buscarnovos profissionais no setor, aumen-tando os custos de RH. O roubo decargas, antigo problema da atividade,faz crescer o prejuízo das transporta-doras em 2011, obrigando as empresasa investir em segurança e gerencia-mento de risco. Além disso, o fracocrescimento da economia em algunssegmentos não ajudou a demanda pe-lo transporte”, resume a executiva.

RENOVAÇÃO PERMANENTE – ATransportadora Translovato, que tem17 filiais e atende às regiões Sul e Su-deste do país, também confirma cresci-mento nas operações com cargas fracio-nadas ao longo de 2011, ainda que nãodivulgue os índices de expansão no pe-ríodo. Néri Carlos Lovato, diretor Pre-sidente da Translovato, relata que noperíodo analisado foram expedidos 3

milhões de despachos, aproximada-mente 30 milhões de volumes e 325 miltoneladas. Segundo o executivo, “al-guns custos foram um pouco altos noano passado, como a manutenção destaatividade, no entanto necessários parao desenvolvimento do setor”.

Com a pujança da carga fracionada,a transportadora quer aperfeiçoar oatendimento ao cliente: “A Translovatopretende dar continuidade ao trabalhoque vêm desenvolvendo ao longo dosanos, ou seja, dar prosseguimento aosinvestimentos em todas as áreas asquais visam apoiar as tomadas de deci-sões estratégicas e agregar novos servi-ços aos clientes”, resume. Néri Lovatodiz que a empresa, atualmente comfrota de 1 mil caminhões próprios eagregados, reconhece a dinamicidadeexigida nos processos do segmento fra-cionado e por isso tem como alguns deseus objetivos continuar a investir em

suas principaisferramentas detra balho, ou se-ja, na renova-ção e ampliaçãoda frota paraassim asseguraragilidade, segu-rança e eficiên-cia na movi-mentação decargas. “ Tam-bém é de inte-resse da Trans-lovato propor-cionar uma am-

pla e moderna infraestrutura com tec-nologia de ponta, a fim de qualificarainda mais as operações. Além demanter os investimentos em treina-mentos de seus profissionais”, detalha.

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL –De acordo com Murilo Ricardo Alves,gerente Comercial da RTE Rodonaves,a transportadora registrou em 2011 umcrescimento de 9,7% no volume de car-ga seca fracionada e evolução de 22,3%no faturamento em relação a 2010, ain-

da que tenha experimentado um “acha-tamento do valor praticado por frete”.Por uma questão estratégica, o executi-vo antecipou a compra de caminhõesEuro III: “Queríamos garantir a dispo-nibilidade de caminhões no transportede carga até normalização de entregaspor parte das fábricas”, revela.

A RTE Rodonaves tem hoje frotade 635 caminhões próprios e 131agregados para atender as demandasdas regiões Sul Sudeste e Centro-Oeste. Os planos de diversificar ouexpandir as operações de transporteem 2012, diz Murilo Alves, se concen-tram em investimentos em novoscentros de transferência de cargas ealta tecnologia na operação – sem re-velar mais detalhes.

Roberta Ottati, da Mira: trabalho

focado na retenção de novos talentos

profissionais

Murilo Alves:compra de

caminhões EuroIII, por razões

estratégicas

Néri Carlos Lovato, da Translovato: Custosde manutenção altos, porém necessários

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FROTA&Cia - Março 2012 - 17

Segundo a Companhia Nacionalde Abastecimento (Conab), a sa-fra 2010/2011 foi a melhor já co-

lhida com 163 milhões de toneladas. Aprodução foi boa em todos os estadosbrasileiros. A Bahia e o Paraná tiverama melhor produtividade na soja (3,3mil kg por hectare). O Rio Grande doSul alcançou a maior produção de mi-lho da história, apesar de todo o sofri-mento com a estiagem. O trigo teveprodução significativa – 5,8 milhõesde toneladas. No Paraná, algumas la-vouras de milho alcançaram a produ-tividade de 12 mil kg por hectare.

Na opinião de Carlos Bestétti, ge-rente de Levantamento e Avaliação deSafras da Conab, a maior dificuldadedo ano passado foi a comercializaçãodo arroz e do trigo, cujos preços fica-

ram abaixo do mínimo. Deacordo com a Associação

Brasileira do Agronegó-cio (ABAG), a safra2010/2011 registrou

transporte agrícola

O recorde na safra, segundo a Conab, não trouxe substanciais aumentos de faturamento para a maioria das transportadoras.Para piorar, a entidade faz projeção pessimista para a safra2011/2012, especialmente para as culturas da soja e o do arroz

Por Carlos Eduargo Biagini

Colheita de incertezas

Conab projeta safra 2011/2012 com queda de

volume da ordem de 3,5%

uma colheita recorde com preços favo-ráveis. “Uma combinação difícil deacontecer”, explica o presidente CaioCarvalho.

Nas estatísticas da União da Indús-tria de Cana-de-Açúcar (Unica), o vo-lume do insumo processado pela Re-gião Centro-Sul desde o início da safra2011/2012 até a primeira quinzena defevereiro de 2012 somou 494,2 milhõesde toneladas, queda de 11,2% ante asafra 2010/2011. A produção acumula-da de açúcar caiu 6,5%.

Bestétti, da Conab, avisa que as ex-pectativas para a safra 2011/12 apon-tam para um volume 3,5% menor, ou5,7 mil toneladas a menos do que nasafra anterior, apesar de um pequenoaumento na área cultivada. Nos grãos,deverá haver redução na produção dasoja de 6 milhões de toneladas e de 2,4milhões de toneladas de arroz. “Per-das compensadas em parte pelo au-mento de 6% na produção de milhocom 60 milhões de toneladas”, diz ogerente. “De forma geral, não há pre-visibilidade de grandes quedas”, com-pleta Carvalho.

PREJUÍZO PROFUNDO - Claudio

A safra 2011/ 2012, recupera um pou-co o humor de Adamucho. “Poderácrescer uns 10%”, prevê. Porém, com aquebra da produção no Rio Grande doSul, várias empresas “subiram e vão su-

bir seus caminhões”para o Mato Grosso.“A região de atuaçãodo G10 sofreu umaforte concorrência”,revela.

Mas, o que maistem preocupado Ada -mucho é a expansãodo modal ferroviá-rio no Estado. O go-

18 - FROTA&Cia - Março 2012

Vilmar Rui, presidente da Cootravale (Coo perativa dos Transportadores

do Vale), de Itajaí (SC), informa que em 2011, as transportadoras afiliadas

transportaram 25% de toneladas a mais. “Tivemos um faturamento bruto

de R$ 160 milhões, uma evolução de 26% sobre 2010”, revela. Para dar

conta, a cooperativa ampliou em 19% sua frota, que possui 300 veículos

próprios e mais 75 agregados. Sobre 2012, Vilmar Rui prevê um crescimen-

to de 35% de faturamento sobre 2011.

Paulo César Simioni, vice-presidente da Coopercarga (Cooperativa de

Transporte de Cargas do Estado de Santa Catarina), de Concórdia, reclama

do valor do frete. “Uma recente pesquisa divulgada pela NTC afirma que

os fretes rodoviários estão com 11,9% de defasagem. É uma realidade que

afeta diretamente nossas operações”. Numa reflexão sobre o balanço de

2011, Simioni afirma que encontrou dificuldades com a falta de mão-de-

obra e as condições de infraestrutura logística do país.

No ano passado, o faturamento total da

empresa chegou a R$ 428 milhões, alta de

32% em comparação a 2010. A Coopercarga

também investiu na frota com a aquisição de

150 cavalos-mecânicos, 70% para ampliação

e 30% destinados à renovação da frota.

Alta catarinense

Div

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ção

Adamucho, diretor da Câmara Técni-ca do Transporte Rodoviário do Agro-negócio (CTAgro) e presidente doGrupo G10, de Maringá (MT), consi-dera que 2011 foi um ano neutro parao setor de trans-porte agrícola.“O aumento dasafra de grãos foide 1% a 1,5%.Um resultado pí-fio. Por outro la-do, o acréscimoda frota foi de5% a 6%. Totald e s c o m p a s s o .Para piorar opreço do frete foio mesmo de2010”, diz o es-pecialista.

Paulo Simioni, daCoopercarga: frete11,9% defasado

Carlos Bestétti, da Conab: milho devecompensar as quebras da soja e do arroz

transporte agrícola

FROTA&Cia - Março 2012 - 19

verno está criando uma malha que li-gará os terminais de Itiquira, Alto Ara-guaia, Rondonópolis e Alto Taquari aoporto de Santos. Tudo deverá estarpronto até o final deste ano. A admi-nistração será da América Latina Lo-gística (ALL). “Serão quase 300km amenos de escoamento de grãos por ro-dovias e quase 1.200 bitrens deixarãode conseguir trabalho. Um prejuízoanual para o setor de R$ 360 milhões”,calcula.

Segundo ele, para piorar a situaçãodos transportadores do Mato Grosso,as resoluções 210 e 211 do Contran queexigem o bitrem com tração 6x4, tra-zem uma perda de 1,6% da tara, o quevai impactar em uma queda de 15% a20% no resultado operacional final, emcada unidade.

Para não depender apenas dotransporte da safra de grãos, o G10vem expandindo seus negócios desde2005. Entre os novos nichos explora-dos, estão a transferência de tanquesde etanol, biodiesel e óleo vegetal etransbordo de cana, no fora-de-estra-da. Em 2011, o grupo começou notransporte de caçamba de açúcar agranel e outros produtos.

Em 2011, a empresa aumentou tan-to a frota quanto o faturamento em17%. Para 2012, a expectativa é subirmais 10% no faturamento. “Optamospela antecipação de compra e adquiri-mos mais 130 caminhões Euro III, queserão responsáveis por este aumentode receita ”, revela Adamucho.

INVESTIMENTOS E ESPERANÇAS -Marcio Luiz Barbosa, diretor comer-cial da Transoeste (MT), não reclamada safra 2010/2011 de milho e soja da

região matogrossense, apesar da pro-dução ter atingido cerca de 26 mi-lhões de toneladas e ter ficado em nú-meros semelhantes à safra 2009/2010.“Nessas duas últimas safras transpor-tamos aproximadamente 1,5 milhãode toneladas, em cada ano”, diz. Mas,ele torce o nariz quando lembra da al-ta dos custos.

“O faturamento bruto também foisemelhante nos dois anos, porém tive-mos um aumento de gastos de 8%, va-lor que reduziu de nosso resultadooperacional, pois não conseguimos re-passar nas tarifas de frete”, resigna-se.

As expectativas de Barbosa para asafra 2011/2012 de grãos são melho-res. Ele concorda com Adamucho deque no Mato Grosso, deverá haver umaumento de 10%. De olho nessa proje-ção, o diretor comprou 100 novos bi-trens e renovou 50 conjuntos, num in-vestimento total de R$ 35 milhões.“Devido ao aumento da frota, estamoscom expectativa de faturamento maiore deveremos transportar cerca de 1,7milhões de toneladas neste ano”. Coma aquisição, a Transoeste chegou auma frota de 500 caminhões e a idademédia caiu para exemplares 1,9 anos.

Contudo, uma das principais pe-dras no sapato de Barbosa e da regiãocontinua sendo a falta de mão-de-obra qualificada. “Atualmente, esta-mos com um déficit de 8%. Faltam 40motoristas para nossa necessidade”.Para compensar o problema, a empre-sa investe a 8 anos em treinamento equalificação numa parceria com a As-sociação de Transportadores de Car-gas de MT (ATC). “Já formamos econtratamos cerca de 300 motoristasneste período”.

Para Adamucho esse problemavem se agravando na região. “Na G10,durante o ano inteiro ficam abertas noRH de 30 a 100 vagas de motoristas. Sóem Maringá e região estimo que fal-tem 2 mil motoristas”.

Caio Carvalho, da ABAG: “não há previsibilidade de grandes quedas na safra 2011/2012

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Adamucho: “expansão do modal rodoviáriovai causar prejuízo de R$ 360 milhões no MT”

20 - FROTA&Cia - Março 2012

transporte de produtos químicos e combustíveis

Por Sônia Crespo

Mesmo com a alta de 9,68%no consumo doméstico deprodutos químicos e deri-

vados entre janeiro e dezembro de2011, em relação a 2010, o transportedestes materiais não acompanhouexatamente a mesma evolução per-centual e a explicação se concentra naforte concorrência imposta ao setorpelas importações. Segundo a Asso-ciação Brasileira da Indústria Quími-ca – Abiquim, a demanda por produ-tos químicos teve uma elasticidadede quase três vezes o PIB em 2011.Fontes da entidade, cujos associadosrepresentam 85% da produção nacio-nal de componentes químicos e seusderivados, avaliam que todo o incre-mento da demanda interna do anopassado foi suprido por acréscimosna parcela de importação, cujo volu-me subiu 24,83%, na mesma compa-ração. O crescimento das compras noexterior deve-se, especialmente, àperda de competitividade da indús-tria química nacional.

Sem conseguir fazer frente aos im-portados, a indústria local vem per-dendo competitividade de forma ace-lerada. De janeiro a dezembro de 2011,em relação ao mesmo período do anoanterior, houve recuo nos índices deprodução e de vendas internas: a pro-dução caiu 3,83% e as vendas acusa-ram decréscimo de 4%. De acordo como levantamento realizado pelo Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística– IBGE, a atividade de Combustíveis eLubrificantes representou apenas a sé-tima maior contribuição à taxa globalde crescimento das operações de vare-jo em 2011, com variação acumuladade 1,6% em 2011.

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Importações freiam expaSegmento cresce timidamente frente à retração na produção nacional e à intensa competitividade de produtos importados. Já os transportadores de combustíveis tiveram um ano favorável

Combustíveis: alta nas vendas

impulsiona segmento

OTIMISMO – “Para nós 2011, foi umano relativamente bom, com expansãooperacional na ordem de 6%”, resumePaulo Ricardo Ossani, diretor da em-presa gaúcha Transportes Cavalinho,que completará 30 anos de atividadesem 2012 e tem em seu currículo osmaiores fabricantes e fornecedores deprodutos químicos e petroquímicos erefrigerantes do país. Para o empresá-rio, o crescimento só não se revelou su-perior frente às dificuldades que o se-tor de transportes encontrou, ao longodo ano passado, nos repasses de au-mentos. O faturamento da companhiacresceu 9,11% em 2011, chegando aosR$ 146,9 milhões.

Ossani comenta que a renovaçãoanual de parte da frota passou a inte-grar cláusulas contratuais de prestaçãode serviços: “ A medida faz parte dapolítica de renovação da empresa, queexige que os caminhões com mais deoito anos de uso sejam substituídos”,explica o dirigente. Para este ano, porenquanto, Ossani prefere adotar umapostura cautelar quanto a novos inves-timentos: “Estamos apenas acompa-

FROTA&Cia - Março 2012 - 21

nhando a demanda e o crescimentoeconômico do país”, resume.

Para a categoria de transporte deprodutos químicos e perigosos, a con-corrência de outros modais, como fer-roviário e a cabotagem, é muito maisacirrada e nitidamente percebida peloexecutivo da Cavalinho. “Neste nichode transporte, o crescimento da parti-cipação de outros modais é muitomaior que o rodoviário, pelas distân-cias a serem percorridas”, relata cons-tata Ossani, que administra uma frotade 738 caminhões, todos próprios, quese revezam em quatro filiais brasileiraspara atender as regiões Sul – onde estáa matriz, Sudeste, Centro-Oeste e Nor-deste, além do Mercosul.

AMPLIAÇÃO GARANTIDA – Espe-cializada no transporte de alimentos,autopeças, produtos de higiene e bele-za e forte no ramo de transporte petro-químico, a Rápido 900 percebeu, emparalelo à demanda aquecida, umaacirradíssima concorrência ao longode 2011, que trouxe no contrapeso adisputa de preços de fretes e a alta decustos de manutenção por conta dascondições das rodovias. Tradicional noramo de movimentação de produtosperigosos pela adoção de soluções cus-tomizadas de acordo com as necessi-

Ossani, da Cavalinho: cautela para 2012

André Ferreira, da Rápido 900: ano frutífero

dades do cliente e pela expertise logís-tica, a companhia conseguiu um bomdesempenho no período, transportan-do 1,3 milhão de toneladas, frente ao 1milhão de toneladas de 2010.

André Ferreira, diretor da transpor-tadora, diz que o faturamento teve umcrescimento em torno de 15%, se com-parados os dois períodos. O executivoadianta que a transportadora, que tem610 caminhões próprios e 400 agrega-dos, continuará crescendo em 2012: “Es-tamos trabalhando no início da constru-ção das instalações de nossa nova sedena cidade de Guarulhos, em SP. Tam-bém devemos ampliar a frota e investirem tecnologia e terminais”, revela, pa-ra reforçar a atual estrutura de 20 filiaisno pais, que atendem as regiões Cen-tro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul.

A alta no consumo nacional de combustíveis em 2011 foi um estímulo

para os transportadores do segmento. De acordo com o Sindicom – Sindi-

cato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrifi-

cantes, em 2011, o volume de vendas chegou a 87,4 bilhões de litros, um

crescimento de 4,6% em relação a 2010, quando foram comercializados

84,6 bilhões de litros. O produto mais vendido pelas associadas durante o

ano passado foi o diesel, com 43 bilhões de litros, seguido da gasolina com

26,3 bilhões de litros e do etanol hidratado, com 6,4 bilhões de litros. A

gasolina foi o combustível que apresentou maior crescimento durante

esse ano, 19% em relação a 2010.

De tanque cheio

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Aaposta na aquisição antecipa-da de veículos comerciais, emconsequência da nova legisla-

ção de emissões de poluentes, Procon-ve P7, a alta concorrência entre as mon-tatoras, o grande estímulo e aposta naaquisição de novos veículos com moto-rização Euro V gerou um recorde naprodução nacional de veículos, segun-do dados da Anfavea. Segundo a enti-dade, foram produzidos 3,4 milhões deveículos em 2011, um pequeno acrésci-mo de 0,7% se comparado ao ano de2010. Fluindo junto a esta corrente, oSindipeças, que reúne a indústria decomponentes para veículos, estima(dados oficiais ainda não foram divul-gados) um faturamento de 90,08 bi-lhões para o ano que se passou, uma al-ta de 4,3% se comparado aos númerosde 2010.

Para a transportadora MRT Trans-porte, que além de transportar produ-tos automotivos presta serviços logísti-cos nos segmentos de vestuário, cos-méticos, farmacêuticos e de tecnologia,o ano de 2011 teve saldo positivo. Emtodo o período, a empresa realizou 950mil entregas nos diversos segmentos efaturou R$ 100 milhões, número 17%acima do registrado em 2010. O setorautomotivo respondeu por 10% de to-do o faturamento da empresa. “Tive-mos crescimento neste setor, devido aoreconhecimento do mercado em rela-ção à qualidade do serviço prestado eo aumento da demanda, correspon-dente ao grande crescimento do mer-cado automotivo”, afirmou Odair Ber-nardi, gerente nacional de vendas.

A empresa, que opera nas regiõesSul e Sudeste, possui 20 centros de dis-tribuição, 229 veículos próprios e 250agregados. Durante o ano, alguns veí-culos em transferência foram renova-dos, mas não houve a opção entre ca-minhões com motorização Euro V, queserão exigidos por lei a partir de pri-meiro de abril. Entre suas dificuldades

22 - FROTA&Cia - Março 2012

transporte de autopeças

A todo vaporTransportadoras de componentes automotivos lucraram com a movimentação de 2011 e projetam repetir a dose de bonsresultados em 2012 com investimentos em ativos e pessoal

Por Bruno Aurélio

Mercado de autopeças:setor faturou 4,3% a mais em 2011

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FROTA&Cia - Março 2012 - 23

dos foram muito bons, em todos ossegmentos que atua. Além disso, a Ce-va frisou que aproximadamente 60%de seu lucro gerado em 2011 foi prove-niente do setor automotivo. Em rela-ção a 2010, a empresa transportou umatonelagem 15% maior em 2011.

SUSTENTABILIDADE - Neste perío-do, a frota (própria e terceirizada) foiampliada em 80 unidades, para aten-der novas operações com frota dedica-da. Para 2012, por conta da nova legis-lação que estabelece que todos os no-vos caminhões produzidos atendamao padrão P-7, parte da frota começaráa ser renovada conforme prevê no nos-so plano de sustentabilidade para aCeva Ground iniciado em 2009.

Com 57 veículos próprios e 961agregados, a companhia não anteci-pou a compra de caminhões Euro III,uma vez que acredita que os novos ca-minhões com motorização Euro V tra-rão uma melhoria substancial na qua-lidade do ar e serão mais eficientes doponto de vista energético, gastandomenos combustível e gerando maisenergia. “Até 2015, 90% de nossa frotaserá dedicada no padrão P-7, segundonossa meta de plano de sustentabilida-de”, revelou a Ceva Logistics.

nhões próprios e cerca de 1460 veículosagregados, investiu R$ 13,3 milhões naaquisição de 125 veículos, entre leves,pesados e semirreboques. “Pretende-mos investir em veículos com motori-zação Euro V em 2012”, afirma Lauro.“Para 2-2012, projetamos um cresci-mento de 15% em nosso faturamentopara 2012”, relata Megale. O executivoainda enfatiza que continuará investin-do em estrutura de armazéns, frota, ca-pacitação pessoal e tecnologia de infor-mação. Além disso, pretende dar umfoco especial para a divisão de trans-porte aéreo e logística, que apresentamum grande potencial de crescimento,para o transporte de cargas.

Outra empresa que vivenciou umbom momento em 2011 é a Ceva Lo-gistics, que atua nos setores de autope-

ças, tecnologia, indústria de ba-se e maquinários,energia e varejo &bens de consumo. Acompanhia revelouque ainda não possuios números fechadosde 2011, porém ante-cipa que os resulta-

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Ceva: 60%dos lucrosprovenientes do setor

automotivo

no ano passado, a MTR teve dificulda-des em contratar, preparar e reter mão-de-obra.

Como estratégia para 2012, a em-presa procura oferecer serviços logísti-cos, soluções customizadas e persona-lizadas. “Estamos projetando, para osegmento automotivo, um crescimen-to lucrativo de 15%”, planeja

O mesmo resultado positivo con-templou a Atlas Translog, transporta-dora que atua nos segmentos de ele-troeletrônico, informática, farmacêuti-ca, confecções, autopeças e outros.Com o lucro de R$ 548 milhões em2011, A empresa aumentou em 17%seu faturamento, contra R$ 470 mi-lhões arrecadados em 2010.

DIFICULDADES - Seguindo a cor-rente do setor, a empresa movimentou900 mil toneladas de produtos, equi-valente a 2,2 milhões de entregas, en-tre os segmentos em que atua, no anode 2011, o que representa um cresci-mento de 12,5% se comparado aomesmo período de 2010, quandotransportou 800 mil toneladas. “Nãonos deparamos com dificuldades aolongo de 2011, ao contrário, tivemosum ano muito bom em termos de re-sultados, com um crescimento de 17%de nosso faturamento”, explica LauroFelipe Megale, diretor de marketingda Atlas Translog.

A companhia, que possui 385 cami-

Bernardi, da MTR: segmento automotivo representa 10% das operações

CHEGOU SHELLEVOLUXDIESELECONOMIAE DESEMPENHORODAM JUNTOS

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Oano de 2011 emanou bommagnetismo comercial dosetor de eletroeletrônicos,

que foi beneficiado pela alta procurade componentes de informática e pelavolta da isenção de IPI para a linhabranca de eletrodomésticos. O reflexodisso nas operações de transporte decargas resultou bastante positivo. Deacordo com a Associação Brasileira daIndústria Elétrica e Eletrônica – ABI-NEE o faturamento do setor em 2011cresceu pouco mais que 8% na compa-ração com 2010, totalizando R$ 134 bi-lhões. Mesmo com o indicador expres-

PREÇOS DEFASADOS – Daniel deOliveira, diretor Comercial da trans-portadora ALN Integração e Logística,especializada em entregas de eletrôni-cos e cargas fracionadas em geral, dizque a maior dificuldade econômica en-frentada ao longo de 2011 foi alinharpreços praticados aos custos operacio-nais: “Com o crescimento da demandade mercado tivemos que criar alternati-vas para preservar nossa estratégia ou-sada de entrega, mantendo-nos compe-titivos nesse segmento”, destaca, sa-lientando a importância dos prazos eda alta qualidade exigida no manuseioe na entrega desses produtos. A ALNteve um crescimento expressivo no úl-timo ano, saindo do montante de 144,2mil volumes transportados em 2010para 380,4 mil em 2011. A empresa fe-chou com receita bruta anual de R$ 7,1milhões. “Em relação ao ano anterior,tivemos o crescimento de 121%”, apon-ta o diretor. Com matriz em Curitiba(PR), A ALN iniciou suas atividadesem 1999 e hoje atende as regiões Sul eSudeste do país.

Daniel explica que o crescimentooperacional de 2011 exigiu uma amplia-ção na estrutura geral da empresa. “Em2010 a ALN passou a integrar a holdingde empresas do grupo Atual Card doBrasil, companhia que efetuou investi-mentos na estrutura física (novos arma-zéns) e expansão do quadro de colabo-radores”, detalha. O executivo acreditano fortalecimento permanente do trans-porte rodoviário de cargas. “Na minha

26 - FROTA&Cia - Março 2012

transportes sensíveis

Nas ondas da TVImpulsionado pelas demandas crescentes do setor de informática as isenções fiscais de IPI para alguns produtos, o transporte de componentes eletroeletrônicos conseguiu virar 2011 com sucesso

Por Sônia Crespo

Aumento nas vendas reforça operações de transporte

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sivo, o presidente da entidade, Hum-berto Barbato, salientou que este índi-ce “frustrou as expectativas iniciais,que previam um crescimento de13%”. Esse desapontamento está dire-tamente ligado à invasão de itens ele-trônicos importados, que prejudicama produção nacional. O setor fechousua balança comercial, no período emanálise, com um déficit de mais deUS$ 32 bilhões – com crescimento de18% em relação ao ano passado: asimportações atingiram US$ 40 bilhõese as exportações não ultrapassaram osUS$ 8 bilhões.

FROTA&Cia - Março 2012 - 27

visão, o meio possui uma dinâmica di-ferente dos outros modais, haja visto arelação custo/benefício para o cliente eas várias opções de prestadores de ser-viço deste modal”, avalia.

CAOS URBANO – As restrições decirculação em grandes centros urbanosé um dos maiores dificultadores nasoperações do segmento, explica Gusta-vo Paiva, diretor da Meridional Car-gas, relatando que entregas de difícilacesso comprometem o percurso. Masnem entraves desse gênero nublaramos resultados da empresa em 2011: atransportadora registrou expansão de22% no volume de carga fracionadamovimentada – onde os eletrônicostêm participação significativa.A Meridional opera atualmente com

frota de 150 caminhões e tem nove fi-liais no país para dar suporte ao aten-dimento nas regiões Sul e Sudeste doBrasil. “As demandas exigiram que re-novássemos 30% de nossa frota, quehoje circula com idade média de 2anos”, regozija-se o dirigente.

Para Terezinha Bento, responsávelpelo departamento comercial daOverfast Transportes e Logística, quetambém registrou evolução nas opera-ções de eletroeletrônicos em 2011 –embora não divulgue os índices decrescimento, a falta de motoristas pro-fissionais no mercado começa a preo-cupar o setor. Condutor capacitado é

imprescindível para esta modalidadede entregas, explica a executiva. AOverfast opera com 17 veículos paraefetuar entregas no estado de SãoPaulo.

INCERTEZAS – Com um olho voltadopara os acontecimentos externos e ou-tro nas condições internas do país, asempresas do setor eletroeletrônico pre-vêem um cenário de incertezas para opróximo ano. Seus representantes de-fendem a necessidade de ações do go-verno para solucionar as barreiras àcompetitividade e impedir a continui-dade do processo de desindustrializa-ção. Segundo dados da ABINEE, em2012, o setor deverá crescer 13%, atin-gindo um faturamento de R$ 152 bi-lhões. Já a balança comercial deverácontinuar com déficit crescente – 17%acima de 2011.

Para o presidente da ABINEE, asmedidas anunciadas no início de de-zembro de 2011 pelo Ministro da Fa-zenda, Guido Mantega, para estimu-lar a economia do país diante da criseinternacional, são insuficientes parafortalecer o segmento e atingem so-mente bens de consumo, especialmen-te, os produtos de linha branca. “Ogoverno parece que não se sensibili-zou com os números apresentados pe-la entidade, que demonstram os da-nos que a indústria de BK (bens de ca-pital) e de infraestrutura de telecomu-

nicações vêm sofrendo face à

concorrência desleal dos fabricantesasiáticos", alerta Barbato.

FLUXO INTENSO – Mesmo com flu-xos de carga cada vez mais intensos,Daniel Oliveira, da ALN, diz que para2012 a transportadora priorizará in-vestimentos em planos operacionaismais estratégicos: Queremos manter aestrutura física da empresa sem mui-tos investimentos, todavia, otimizar asrotas nas quais desenvolvemos otransporte rodoviário, dando ênfasetambém para a carga de retorno e, comisso, melhorarmos a rentabilidade daslinhas”, resume.

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Mais componentes

Com o crescimento da comer-

cialização de produtos pessoais

como tablets e smartphones,

além dos produtos eletrônicos do-

mésticos, principalmente TVs digi-

tais e paineis LCD aplicados em

produtos da linha branca, o ano

de 2012 traz enormes oportuni-

dades para a indústria de compo-

nentes no Brasil. É preciso consi-

derar, também, o mercado de

computadores, que continua for-

te, e o mercado automotivo, que

cada vez mais incorpora produtos

eletrônicos. “O mercado interno

brasileiro, portanto, será um bom

atrativo às empresas em diversos

segmentos, como o de alta tecno-

logia, com a demanda de sofisti-

cados componentes semiconduto-

res, memórias, controladores, sto-

rage, smartcards, aplicações em

RFID, entre outros produtos”, an-

tecipa o diretor de Componentes

da ABNEE, Rogério Nunes.

Meridional:demanda exigiu renovação

de 30% da frota

28 - FROTA&Cia - Março 2012

cargas expressas

Setor de e-commerce está em franca ascensão. Há 10 anos faturava R$ 549 milhões e hoje está quase na casa de R$ 20 bilhões. Com isso, as transportadoras precisam se adequar na mesma velocidade de uma compra online

Por Carlos Eduardo Biagini

Ocomércio eletrônico (e-com-merce) é um dos segmentosde mercado que mais cresce

nos últimos anos. Essa prodigiosa piz-za tem sido servida como banquete pa-ra as transportadoras que atuam na en-trega de cargas expressas ou couriers eque também atuam no modal rodoviá-rio e aéreo. Até o fechamento desta edi-ção, a e-bit, empresa especializada eminformações do e-commerce, não haviadivulgado o balanço de 2011, mas a en-tidade esperava um faturamento de R$18,7 bilhões das 4.700 lojas convenia-das que participam de sua pesquisa. Seesse número for atingido, representaráalta de 26% em relação a 2010, quandoo setor faturou R$ 14,8 bilhões.

Para se ter ideia da pujança do co-mércio eletrônico, em 2001, o fatura-mento foi de R$ 549 milhões. Apenasdois anos depois, a cifra atingiu a ca-sa do bilhão. Em 2006, o volume che-gou a R$ 4,4 bilhões. Só o volume deR$ 8,4 bilhões registrado no primeirosemestre de 2011, superou o ano intei-ro de 2008.

Ponto positivo, também, para osinvestimentos das transportadoras

que reduziram a taxa de atrasos de17% em 2010 para 13% em 2011.

Em 2012, o segmento começou“pegando fogo”. Em janeiro, foi fatu-rado R$ 1,05 bilhão, valor 32% maiordo que o alcançado no mesmo perío-do em 2011. A e-bit tem uma expecta-tiva de que o setor como um todocresça 25% em 2012.

EXPANSÃO DE NEGÓCIOS - Deolho nesses números, o Grupo Tegma(SP), tradicional transportadora de“veículos zero Km”, abocanhou a tam-bém paulista Direct Express, em 2011, enão se arrepende. De acordo com Gen-naro Oddone, diretor presidente daTegma, durante os nove primeiros me-ses de 2011, balanço divulgado até o fe-chamento desta edição, a empresa re-gistrou um crescimento de 28,8% ante ofaturamento do mesmo período de2010. “Em 2011, foram entregues 12 mi-lhões de pacotes, um aumento de 35%em relação a 2010. De um modo geral, oano de 2011 foi bom, refletindo a me-lhora dos indicadores econômicos e aelevada confiança do consumidor”,afirma.

Quanto maisráp do, melhor

Para comprovar ainda mais como omercado está aquecido, Oddone infor-ma que foram comprados 115 equipa-mentos próprios para a distribuição deencomendas expressas em regiões comelevada densidade demográfica. Poroutro lado, o executivo não fez com-pras antecipadas de modelos Euro III,para aproveitar os preços menores doque os produtos Euro V.

Para 2012, os planos da Tegma con-tinuam positivos. Em janeiro, a empre-sa adquiriu outra companhia do setor, aLTD Transportes, especializada na dis-

Gennaro Oddone, da Tegma: ano bom

tribuição B2C, que traz à empresa umanova experiência no setor e a oportuni-dade de expandir a atuação no merca-do de logística fracionada. “Queremosexpandir a nossa atuação em segmen-tos de alto valor agregado, como o e-commerce, por meio da oferta de solu-ções logísticas integradas, que abran-gem operações de armazenagem, ges-tão de estoque e distribuição”, conclui.

GRANDE EXPECTATIVA - Na opi-nião de Ronan Hudson, diretor Co-mercial da JadLog, o mercado promis-sor de 2011 não provocou dificuldadeseconômicas ao longo do ano para aempresa. O segmento de e-commercerepresentou 19% do faturamento daempresa. “No total, a JadLog faturouR$ 264 milhões em 2011, valor 28,4%maior do que o resultado de 2010, quefoi de R$ 205,3 milhões. Estamos vi-venciando altas de faturamento, já queem 2010 crescemos 39% em compara-ção a 2009”, afirma.

FROTA&Cia - Março 2012 - 29

O balanço da quantidade de cargatransportada também aumentou. Em2011, a JadLog transferiu 6,16 milhõesde toneladas; em 2010 foram 4,63 mi-lhões de t. Para dar conta da demanda,a empresa adquiriu 10 caminhõesMercedes-Benz. Foram compras den-tro do previsto e não antecipação paraaproveitar os preços Euro III.

Hudson mantém a perspectiva po-

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Direct Express entregou 12 milhões de pacotes em 2011, alta de 35%

em relação a 2010

Ronan Hudson, da Jadlog: expectativa de expandir o faturamento em 22% este ano

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sitiva para o exercício de 2012. “Espe-ramos elevar em 22% o faturamento.Além de incrementar em mais ou me-nos a mesma proporção o volume decargas transportadas”, planeja. A JadLogatualmente possui 6 filiais e 480 fran-quias e espera alcançar as 500 unida-des franqueadas até dezembro de 2012.

INADIMPLÊNCIA - Sediada emGuarulhos (SP), a Kenya S/A Trans-porte e Logística seguiu a mesmaonda e registrou crescimento em2011. Tanto no desempenho opera-cional quanto no faturamento, a em-presa teve um acréscimo de 3% emcomparação a 2010. No ano passado,a receita chegou a R$ 137 milhões.“Mesmo com o resultado favorável,sofremos em 2011 com a inadim-plência”, revela Franco Tegon, presi-dente da Kenya.

A empresa ampliou a frota em mais30 unidades, com caminhões semirre-boques leves, médios e pesados. Como lote, diferentemente das concorren-tes Total e JadLog, a companhia fezantecipação de compra de modelosEuro III. “Antecipamos por questõescomerciais acertadas com o fabrican-te”, resume Tegon. Para 2012, a expec-tativa é ainda maior. “Pretendemoscrescer em pelo menos 15%”, antecipao presidente da Kenya.

tribuição B2C, que traz à empresa umanova experiência no setor e a oportuni-dade de expandir a atuação no merca-do de logística fracionada. “Queremosexpandir a nossa atuação em segmen-tos de alto valor agregado, como o e-commerce, por meio da oferta de solu-ções logísticas integradas, que abran-gem operações de armazenagem, ges-tão de estoque e distribuição”, conclui.

GRANDE EXPECTATIVA - Na opi-nião de Ronan Hudson, diretor Co-mercial da JadLog, o mercado promis-sor de 2011 não provocou dificuldadeseconômicas ao longo do ano para aempresa. O segmento de e-commercerepresentou 19% do faturamento daempresa. “No total, a JadLog faturouR$ 264 milhões em 2011, valor 28,4%maior do que o resultado de 2010, quefoi de R$ 205,3 milhões. Estamos vi-venciando altas de faturamento, já queem 2010 crescemos 39% em compara-ção a 2009”, afirma.

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O balanço da quantidade de cargatransportada também aumentou. Em2011, a JadLog transferiu 6,16 milhõesde toneladas; em 2010 foram 4,63 mi-lhões de t. Para dar conta da demanda,a empresa adquiriu 10 caminhõesMercedes-Benz. Foram compras den-tro do previsto e não antecipação paraaproveitar os preços Euro III.

Hudson mantém a perspectiva po-

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Direct Express entregou 12 milhões de pacotes em 2011, alta de 35%

em relação a 2010

Ronan Hudson, da Jadlog: expectativa de expandir o faturamento em 22% este ano

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sitiva para o exercício de 2012. “Espe-ramos elevar em 22% o faturamento.Além de incrementar em mais ou me-nos a mesma proporção o volume decargas transportadas”, planeja. A JadLogatualmente possui 6 filiais e 480 fran-quias e espera alcançar as 500 unida-des franqueadas até dezembro de 2012.

INADIMPLÊNCIA - Sediada emGuarulhos (SP), a Kenya S/A Trans-porte e Logística seguiu a mesmaonda e registrou crescimento em2011. Tanto no desempenho opera-cional quanto no faturamento, a em-presa teve um acréscimo de 3% emcomparação a 2010. No ano passado,a receita chegou a R$ 137 milhões.“Mesmo com o resultado favorável,sofremos em 2011 com a inadim-plência”, revela Franco Tegon, presi-dente da Kenya.

A empresa ampliou a frota em mais30 unidades, com caminhões semirre-boques leves, médios e pesados. Como lote, diferentemente das concorren-tes Total e JadLog, a companhia fezantecipação de compra de modelosEuro III. “Antecipamos por questõescomerciais acertadas com o fabrican-te”, resume Tegon. Para 2012, a expec-tativa é ainda maior. “Pretendemoscrescer em pelo menos 15%”, antecipao presidente da Kenya.

Oano de 2011 foi consideradodifícil para a indústria do açobrasileira, mesmo tendo sido

registrado o recorde de produção, com35,2 milhões de toneladas de aço bru-to. De acordo com o Instituto Aço Bra-sil, o país viveu o aprofundamento dadesindustrialização provocada peloaumento das importações diretas e in-

diretas de aço.Houve quedade 35,9% nasimportações.O consumo

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Marco Polo de Mello (no destaque):

produção de aço será de 26,7 milhões

de t, em 2012

30 - FROTA&Cia - Março 2012

transporte siderúrgico

Por Carlos Eduardo Biagini

Tempos difíceisApesar do recorde de produção histórico de 35,2 milhões detoneladas de aço bruto, o setor viveu um ano de obstáculos. Houve quedas nas importações e no consumo aparente

aparente foi de 25 milhões de tonela-das, uma retração de 4,2% em relaçãoa 2010. Por outro lado, as vendas inter-nas cresceram 3,4%, com registro de21,4 milhões de toneladas. As exporta-ções brasileiras de produtos de aço noperíodo foram de 10,8 milhões de to-neladas, alta de 20,7%.

“Com relação às dificuldades do se-tor, no ano passado, podemos ressaltara perda da competitividade, com des-taque para a elevada carga e a acumu-latividade do sistema tributário. A ex-cessiva apreciação do real acaba por

evidenciar essa realidade”, afirmaMarco Polo de Mello Lopes, presidentedo instituto. Nem tudo está perdido.Lopes prevê que em 2012, o consumoaparente de produtos siderúrgicos che-gue a 26,7 milhões de toneladas, au-mento de 6,9% em comparação a 2011.

EQUAÇÃO DO PERDE E GANHA -A Inicial Transportes, de Sorocaba(SP), transportou menos quantidadede carga no segmento em 2011, mas fa-turou mais no final das contas, no ba-lanço geral de suas operações. A em-presa transferiu 84 mil toneladas decargas ao longo de 2011. Já em 2010, ovolume chegou a 108 mil toneladas.No comparativo dos exercícios sãoquase 25 mil toneladas de carga a me-nos. “O volume transportado acabavariando pela diversidade de mate-riais transportados”, explica o gerentePaulo Melchior. Com a cifra de R$ 28milhões de faturamento, a empresaelevou em 160% sua receita bruta comrelação a 2010. “Fazendo um balançodo ano passado, nossas maiores difi-culdades continuam sendo os custosoperacionais como valores de pedá-gios, diesel e impostos”, completa.Apesar dos obstáculos, a empresa am-pliou a frota com 31 equipamentos.

Sem divulgar números, EdsonMantoani, presidente da Dallogis Lo-gística (SP), informa que, em 2011, re-gistrou um considerável aumento decarga transportada. Mas, por outro la-do, houve um fracionamento maiordas mercadorias, devido à circulaçãode veículos pequenos dentro da Gran-de SP, por conta das restrições.

“Diante desse cenário, somos obri-gados a utilizar mais veículos para amesma tonelagem, o que agride nossarentabilidade. A atual tarifa não aten-de a necessidade orçamentária paramanter os níveis de qualidade e mer-cadológicos das entregas aos destina-tários”, afirma.

FROTA&Cia - Março 2012 - 31

transporte de calçados

companhia registrou aumento de16,4% em tonelagem de cargas nasoperações de 2011.

EXPANSÃO REGIONAL – A VitóriaProvedora Logística, com sede emPorto Alegre (RS), outra transportado-ra que se destaca pelas operações no

segmento, fechou o ano de 2010 comfaturamento de R$ 35 milhões, umacréscimo de 24,8% em relação a 2010,quando faturou R$ 26 milhões. “So-mos uma empresa que atua há 13 anosno mercado brasileiro. Nosso cresci-mento é em virtude do bom trabalhorealizado e o reconhecimento de nos-sos clientes, tanto os novos quanto osantigos”, explica João Jorge Couto daSilva, diretor geral.

Antes atuante apenas noRio Grande do Sul e região me-tropolitana, a empresa modifi-cou sua estratégia e há cerca detrês anos ampliou sua atuaçãoao Centro Oeste e Norte doBrasil. Só em 2011, a VitóriaProvedora Logística transpor-tou aproximadamente 240 mi-lhões de pares. “Para 2012, pre-tendemos aumentar em 30%esse número. Para isso a em-presa investiu R$ 5 milhões narenovação de frota e esta abrin-do novas frentes de captação”,relata João Silva. O executivonão adquiriu até o momento ca-minhões com motorização EuroV, uma vez que não acreditaque o território nacional dispõede combustível do Diesel S-50suficiente para o abastecimentoda nova frota. “Além disso, pa-ra cada 10 caminhões que ad-quiro, ganho um, se comparadoao valor dos veículos Euro V”,finaliza o executivo.

Ao contrário da maneira co-mo evoluiu o mercado decalçados no ano retrasado,

em 2011 o setor produtivo freou seudesempenho, retraindo assim as ope-rações de transporte. Segundo levan-tamento do IBGE (Instituto Brasileirode Geografia e Estatística), a produ-ção de calçados sofreu umaqueda de 11% no período,ainda que tenha vivenciadoum incremento de 3,6% nasvendas dos produtos. Deacordo com dados da Abical-çados (Associação Brasileiradas Indústrias de Calçados),foram produzidos 814 mi-lhões de pares ao longo doano passado. A retração fa-bril afetou de maneira maisacentuada as exportações dosetor, que decresceram 21%em volume ao longo do anopassado. Para as transporta-doras que atuam no setor, noentanto, o ano foi bastantesatisfatório.

“Este segmento é bastantepulverizado, existem inúme-ras empresas que operam nosetor”, explica Urubatan He-lou, presidente da Braspress.Cerca de 8% das operações datransportadora, diz o executi-vo, são focadas no produto. A

Pés no chãoPulverizada, a operação de transporte de calçados teve incrementooperacional em 2011, impulsionado pelo consumo. Esse ano, a metaé estudar novas frentes de atuação, para elevar a produtividade

Por Bruno Aurélio

Setor tem um 2011 satisfatório

e boas perspectivascomerciais para 2012

Couto da Silva,da Vitória:crescimento de24,8% nofaturamento

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32 - FROTA&Cia - Março 2012

transporte de contêineres

Comércio exterior intenso garante crescimento entre 12% e 20%nas operações de transporte rodoviário de carga conteinerizada

Por Sônia Crespo

Com o comércio exterior em al-ta a carga conteinerizada con-seguiu, em 2011, levantar os

ânimos dos empresários que operamnesse segmento. Mesmo sem volumesoficiais de crescimento na movimenta-

ção – nem a Associação Brasileira dosTerminais de Contêineres de Uso Pú-blico Abratec) com tampouco a Câma-ra Brasileira de Contêineres (CBC) fe-charam seus balanços de 2011, a esti-mativa de expansão do setor oscila en-

Alta rotatividadetre 8% e 10% e deverá ultrapassar, comfolga, a marca de 5 milhões de contêi-neres no período. Em 2010, a movi-mentação nacional de contêineres acu-mulou 4,8 milhões de unidades.

A empresa Santos Brasil, por exem-plo – empresa responsável por cercade 20% das operações brasileiras decontêineres, em 2011 movimentou nostrês terminais que administra (TeconSantos/SP, Tecon Imbituba/SC e Te-con Vila do Conde/PA) 1,52 milhão deTEUs (contêiner de 20 pés), volume6,7% superior sobre o resultado de

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No ano passado asoperações com contêineres no paísultrapassaram a marca de 5 milhões de TEUs

2010. Para 2012, a previsão da compa-nhia é superar a marca de 1, 63 milhãode TEUs.

LOGÍSTICA ÁGIL – Para Fábio Zan-zini Cury, diretor de operações datransportadora Hipercom Terminais –Contêineres, o volume de TEUs movi-mentados pela frota de caminhões daempresa em 2011 aumentou 10% emrelação ao ano anterior. “Nosso fatura-mento cresceu 4%, chegando aos R$ 50milhões”, adianta. O executivo lamen-ta apenas que, com a alta demanda pe-lo transporte, o valor de remuneraçãodo frete ficou abaixo do desejável.

Com 66 caminhões próprios e 100agregados, a Hipercom coordena to-das as etapas da cadeia logística dotransporte de contêineres, através deestrutura própria. “Oferecemos umaoperação logística ágil, eficiente e inte-grada”, especifica Cury. A área de açãoda empresa, que tem quatro filiais, seconcentra basicamente em portos daregião Sudeste do país.

Cury comenta que para 2012 a em-presa reserva um investimento de R$20 milhões para a compra de cavalosmecânicos e semirreboques – ainda adefinir –, além da ampliação das insta-lações dos terminais da empresa.

OPERAÇÕES DEDICADAS – NaBrasilmaxi, que há 23 anos é especiali-zada no transporte, distribuição e lota-ção de cofres de cargas para os seg-mentos automotivo, alimentício, quí-mico, de eletrodomésticos e eletro ele -trônico, houve um crescimento de 12%no volume de viagens ao longo de2011. Segundo informações divulga-das pela empresa, a retração das via-

FROTA&Cia - Março 2012 - 33

gens de contêineres via cabotagemsurpreendeu, uma vez que a expectati-va era de que o transporte marítimopela costa crescesse vigorosamente em2011. Ainda assim, o faturamento daBrasilmaxi superou em 4% a cifra de2010, chegando a R$ 79,1 milhões.

As operações dedicadas da empre-sa, umas das especialidades desenvol-vidas ao longo de mais de duas déca-das no segmento, exigiram a comprade 23 trucks e 8 conjuntos de cava-lo/carreta baú ainda em 2011, am-pliando a frota para 166 caminhõespróprios, além dos 132 agregados.

Para os dirigentes da companhia,que dispõe de terminal rodoferroviá-rio de contêineres, o transporte rodo-viário de cargas, por enquanto, não es-tá perdendo negócios para outros mo-dais, como a própria cabotagem e o

transporte ferroviário. Para 2012, os pla-

nos da Brasimaxi

são crescer 15% no faturamento com aampliação de participação no merca-do de transporte de contêineres deimportação e exportação, cujas opera-ções estão atualmente concentradasna região Sudeste do País ( RJ, SP eES), com entregas programadas paratodo o país.

CARGA VALIOSA – Um desempe-nho operacional superior em 21% euma receita bruta de R$ 23,4 milhões –16% maior que em 2010, foram regis-trados pela paranaense BBC Trans-portes, também especialista em trans-porte de contêineres, ao longo do anopassado. Para atender a esse cresci-mento, a empresa teve de ampliar afrota de veículos, comprando nove ca-valos mecânicos, 12 semirreboquesporta-contêineres e 19 semirreboquesbaú, totalizando atualmente 128 cami-nhões. Pelo alto valor agregado e peloacondicionamento invisível, as cargasconteinerizadas acabam chamado aatenção dos inimigos do alheio e paraFelix Odair Budel, Sócio Administra-dor da BBC Transportes, o roubo decargas neste segmento começa a preo-cupar o setor. Para este ano, a BBC pre-tende expandir as atuais áreas para ar-mazenagem e movimentação de car-gas conteinerizadas, concentradas nassuas quatro filiais – Paraná, Santa Ca-tarina, São Paulo e Bahia.

No acumulado janeiro-de zem bro de 2011, as

exportações brasileiras apresentaram valor recor-

de de US$ 256 bilhões, um crescimento de 26,8%

sobre igual período de 2010. As importações so-

maram recorde de US$ 226 bilhões, com aumento

de 24,5% sobre o mesmo período anterior. O su-

perá vit comer cial no acumulado do ano totalizou US$ 29,790 bilhões, valor

47,8% superior ao registrado em 2010 (US$ 20,155 bilhões).

Balança comercial favorável

Exportações batemrecorde em 2011

FROTA&Cia - Março 2012 - 33

transporte farmacêutico

de Produtos Farmacêuticos do Estadode São Paulo, por exemplo – que repre-senta as empresas do maior mercadodo país, avalia que o setor farmacêuticobrasileiro comer cializou 2,3 milhões deuni dades, que resultou em um fatura-mento de R$ 43 bilhões em 2011, cifra20% superior aos RS 36,2 bilhões regis-trados em 2010. Foram comercializados2,3 bilhões de caixas de medicamentos,ou 13% a mais que as 2 bilhões de uni-dades comercializadas em 2010. A ven-da de remédios genéricos teve uma boarepresentatividade ao longo do ano de

2011, totalizando vendas de R$ 8,8 bi-lhões, ou 41,4% a mais que os R$ 6,2 bi-lhões comercializados em 2010. No pe-ríodo, a venda de caixas de medica-mentos genéricos saltou de R$ 438,7milhões em 2010 para R$ 583,2 milhõesno ano passado.

CRISE MUNDIAL - As operações detransporte para o setor comprovam osnúmeros de crescimento nas vendas, co-mo as registradas pela transportadoraAtiva Logística, que tem atuação ex-pressiva no segmento. O diretor New-ton Tosim relata que a empresa regis-trou uma redução de 5% na tonelagemmovimentada em 2010, porém um au-mento de 9% no peso médio por conhe-cimento. “Faturamos R$ 105 milhõesem 2011, com crescimento de 12% emrelação a 2010”, adianta. Tosim observaque, face a crise mundial, o planejamen-to de expansão para 2011 ficou um pou-co distorcido. “A expectativa era de queacontecesse um crescimento superior, oque não se concretizou”, revela. A AtivaLogística opera com frota de 500 veícu-los – 45% próprios, em todo o país, comênfase nas regiões Sul e Sudeste.

Tosim diz que as expectativas daempresa para este ano estão mais defi-nidas. “Estamos com planejamento deampliar nossas operações para o estadode Goiás, onde devem ser criadas trêsnovas filiais para atender a demandada região, adianta”.

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Mantendo a tradicional altado segmento, a comerciali-zação doméstica de artigos

Farmacêuticos e Cosméticos teve umincremento de 9,7% ao longo de 2011,de acordo com a pesquisa do IBGE, oque garantiu ao transportador da áreaum resultado positivo no período.

A produção de remédios não possuientidade específica que avalie a evolu-ção do setor no país, mas alguns indi-cadores específicos demonstram o cres-cimento no consumo desses artigos. OSindusfarma – Sindicato da Indústria

Na dose certaAumento significativo no consumo de produtos farmacêuticosem 2011, principalmente de medicamentos genéricos, produzemefeitos positivos nas operações de transporte para o setor

Por Sônia Crespo

Vendas de genéricossaltaram de R$ 438,7milhões em 2010 paraR$ 583,2 milhões noano passado

Tosim, da Ativa:ofensiva em

Goiás

FROTA&Cia - Março 201234 -

46 - FROTA&Cia - Março 2012

PANORAMA

ImpostômetroO Brasil chegou à marca de

R$ 200 bilhões de tributos pa-gos, em fevereiro. O registrofoi feito pelo Impostômetroda ACSP (Associação Comer-cial de São Paulo).

Bolso cheioO programa ProCopa Turis-

mo, do Banco Nacional do De-senvolvimento Econômico e So-cial (BNDES), vigente até de-zembro deste ano, iniciou 2012com R$ 633 milhões em carteira.

Simea 2012A Associação Brasileira de

Engenharia Automotiva (AEA)abre até o próximo dia 14 deabril, as inscrições para a entre-ga de artigos técnicos para o

Nova filialA transportadora TNT inau gurou um novo terminal em Sal-

vador, na BR 324. A filial possui 12.000 m2 de área útil com ter-minal de 3.300 m2 que pode operar 36 veículos pesados e levessimultaneamente.

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No†ícias do mundo do transporte atualizadas em tempo real

Bernardo Fedalto assumiu a diretoriacomercial da Volvo Caminhões para oBrasil. O executivo, que era gerente devendas da linha FH, acumulará as funçõesaté a contratação de um novo profissio-nal e responderá diretamente a RogerAlm, presidente da organização para a América Latina.

José Eduardo Ramos Gonçalves é o novo diretor executi-vo da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes deMotocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares,no lugar de Moacyr Alberto Paes, agora assessor da presi-dência da entidade.

A Guerra Implementos Rodoviáriospossui novo diretor comercial. Trata-sede Jefferson Gomes Cunha, com expe-riência de onze anos na Busscar Ônibus esete na multinacional de combustível Te-xaco. Ele vai reportar-se diretamente aoCEO Walter Rauen. Cunha tem larga ex-periência em negociações nacionais e in-ternacionais, com vivência em outrospaíses como Venezuela, Colômbia, Áfri -ca, Inglaterra e Alemanha.

Luiz Mesquita de Arruda Camargo é o novo CEO da fa-bricante de implementos Noma do Brasil. Mestre em enge-nharia metalúrgica, formado pela Escola Politécnica da USPe com especialização em administração de empresas e MBAem marketing pela Fundação Getúlio Vargas, o executivode 52 anos possui experiência no setor de aços especiais eautopeças, com passagens pela Aços Villares e pela meta-lúrgica Zen SA.

Fernando Fontes Garcia assumiu a vice-presidência de Re-cursos Humanos da Mercedes-Benz do Brasil. O executivoatua há mais de 25 anos na área de RH em diversos segmen-tos da indústria, inclusive o setor automobilístico.

Vai e vem

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XX Simpósio Internacional deEngenharia Automotiva (SIMEA2012). A divulgação da aprova-ção dos artigos acontece no dia6 de agosto. Mais informaçõespelo fone (11) 5908-404.Menos gás

O lucro da Petrobras caiu5,3% em 2011. Este é o piorresultado desde o primeiro tri-mestre de 2007.

Miniatura presidencialDurante visita à tradicional

Festa Nacional da Uva, em Ca-xias do Sul, em fevereiro, apresidente Dilma Roussef ga-nhou uma réplica do ônibusbiarticulado Mega BRT, daNeobus, considerado o maiorônibus do mundo.