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FUNDADO EM 1914 ANO 98 - N.º 4916 FUNDADOR: José Ferreira Lacerda DIRECTOR: Rui Ribeiro PREÇO: 0,80 euros (IVA incluído) SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIA TEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102 E-MAIL: [email protected] WEB: www.omensageiro.com.pt 28 JUNHO 2012 DESTAQUE PARA UM HUMANISMO RENOVADO A FORÇA DO DESPORTO CULTURA Propinas em atraso| P. 4 Estudantes do IPL em dificuldades “Ano do Morcego”| P. 5 Morcegos visitados no Castelo de Leiria Arquivo/Jorge Casais E de repente a Europa pára para ver e acompanhar o que 22 jogadores fazem dentro das quatro linhas durante 90 minutos. É o futebol a fazer rolar a vida mais depressa do que deveria e por vezes a fazer esquecer problemas e situações que deveriam ser permanente preocupação. No início do Campeonato da Europa de Futebol Bento XVI saudou a realização desejando que a iniciativa promova o “respeito pelo outro” e ajude a superar lógicas individualistas. “O desporto de equipa, como é o caso do futebol, é uma escola importante para educar ao sentido de respeito pelo outro, incluindo o adversário”. Em pleno Campeonato Europeu de Futebol, O Mensageiro fala do desporto e da fé e incentiva os seus leitores a uma visão cristã desta realidade que nos entusiasma por estes dias. SOCIEDADE BA 5 de Monte Real| P. 6 Abertura à aviação civil Municipais de Leiria| P. 7 Reforço de 12 novos bombeiros ECLESIAL “Paz social”| P. 9 Secretário de Estado esteve com D. António Pastoral Juvenil| P. 11 Igreja tem de ser fonte de notícias e de valores

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Abertura à aviação civil FUNDADO EM 1914 BA 5 de Monte Real| P. 6 Propinas em atraso| P. 4 Municipais de Leiria| P. 7 Pastoral Juvenil| P. 11 “Ano do Morcego”| P. 5 DESTAQUE CULTURA SOCIEDADE “Paz social”| P. 9 ANO 98 - N.º 4916 FUNDADOR: José Ferreira Lacerda DIRECTOR: Rui Ribeiro ECLESIAL PREÇO: 0,80 euros (IVA incluído) SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIA TEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102 E-MAIL: [email protected] WEB: www.omensageiro.com.pt

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FUNDADO EM 1914

ANO 98 - N.º 4916

FUNDADOR: José Ferreira LacerdaDIRECTOR: Rui RibeiroPREÇO: 0,80 euros (IVA incluído)SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIATEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102E-MAIL: [email protected]: www.omensageiro.com.pt

28 JUNHO 2012

DESTAQUE

PARA UM HUMANISMO RENOVADO

A FORÇA DO DESPORTO

CULTURA

Propinas em atraso| P. 4

Estudantes do IPL em dificuldades

“Ano do Morcego”| P. 5

Morcegos visitadosno Castelo de Leiria

Arqu

ivo/Jo

rge C

asais

E de repente a Europa pára para ver e acompanhar o que 22 jogadores fazem dentro das quatro linhas durante 90 minutos. É o futebol a fazer rolar a vida mais depressa do que deveria e por vezes a fazer esquecer problemas e situações que deveriam ser permanente preocupação. No início do Campeonato da Europa de Futebol Bento XVI saudou a realização desejando que a iniciativa promova o “respeito pelo outro” e ajude a superar

lógicas individualistas. “O desporto de equipa, como é o caso do futebol, é uma escola importante para educar ao sentido de respeito pelo outro, incluindo o adversário”.Em pleno Campeonato Europeu de Futebol, O Mensageiro fala do desporto e da fé e incentiva os seus leitores a uma visão cristã desta realidade que nos entusiasma por estes dias.

SOCIEDADE

BA 5 de Monte Real| P. 6

Abertura à aviação civil

Municipais de Leiria| P. 7

Reforço de 12 novos bombeiros

ECLESIAL

“Paz social”| P. 9

Secretário de Estado esteve com D. António

Pastoral Juvenil| P. 11

Igreja tem de serfonte de notícias e de valores

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DESTAQUE2 O Mensageiro28.Junho.2012

EDITORIAL

Rui [email protected]

EDITORIAL

Fé e futebol

Pela capacidade de movimentar

tanta gente, pela capacidade de

desenvolver valores, pela força da

estratégia subjacente e até pela mentira que esconde, por

tudo isso o futebol interessa à Igreja

A rotina do cíclico movimento da terra e do passar do tempo é interrompida regu-larmente por acontecimentos que passam até para além do imaginário. São factos que movimentam milhares de pessoas e em alguns casos trazem suspensos milhões de habitantes do planeta pela proporção mun-dial que assumem. Acredite-se ou não a maioria desses acontecimentos que adqui-rem escala tão elevada estão ligados ao des-porto. E dentro deste ganha especial relevo o futebol. Está ainda por descobrir a origem de uma tão forte capacidade para mobili-zar e interessar as pessoas. Que magia se esconde na bola que é chutada dentro das quatro linhas e que faz com que milhões de pessoas acompanhem todos os seus mo-vimentos? Que artimanhas se entrelaçam na estratégia daquele jogo que parece tão fácil e simples e ao mesmo tempo alarga a sua atracção de tal forma que ninguém

pareça ficar-lhe indiferente? Chegamos ao ponto em que consideramos “anormal” não gostar de fute-bol.

Pela capaci-dade de movi-mentar tanta gente, pela capacidade de desenvolver va-

lores, pela força da estratégia subjacente e até pela mentira que esconde, por tudo isso o futebol interessa à Igreja. O relvado torna-se um verdadeiro campo de acção evangelizadora e o estádio transforma-se numa verdadeira catedral capaz de abar-car a maior liturgia celebrada. O potencial unificador e aglutinador, alheado à força explosiva de sentimentos contraditórios, não podem de forma alguma passar indife-rentes à missão da Igreja no mundo.

O mundo novo, almejado pela Igreja e objecto da Evangelização, passa obri-gatoriamente pelos estádios de futebol; passa mesmo pelas linhas do relvado, do balneário, para só terminar nas ruas da cidade. Por isso não pudemos, por um lado, estranhar que a Igreja fale e se pre-ocupe com esta realidade; como também não pudemos, por outro, estranhar que a Igreja fale deste assunto e o aborde.

Em pleno Campeonato Europeu de Fu-tebol, O Mensageiro fala do desporto e da fé e incentiva os seus leitores a uma visão cristã desta realidade que nos entusiasma por estes dias.

E de repente a Europa pára para ver e acompanhar o que 22 jogadores fazem dentro das quatro linhas durante 90 mi-nutos. É o futebol a fazer rolar a vida mais depressa do que deveria e por vezes a fazer es-quecer problemas e situações que deveriam ser permanente preocupação.

A cada jogo antecede um emaranhado de informação e de motivação que faz viver uma realidade que não é a verdadeira. Depois vem o jogo e as ruas ficam desertas, en-chendo-se os locais públicos e as casas. Juntam-se os amigos, conversa-se sobre tudo e nada se diz, porque ninguém leva a sério a opinião de quem quer que seja. Terminado o jogo se-guem-se dias de discussão de tácticas e de opiniões mais ou menos fundadas. Um simples jogo, ocupa a mente, gasta as energias e o dinheiro dos bol-sos por mais de uma semana.

A Igreja, presente no mun-do, quer estar presente e quer acompanhar este fenómeno que caracteriza a sociedade e ao mesmo tempo parece querer transforma-se numa religião que veio para ficar e até destronar outras que per-tencem ao passado. Medo? Confiança? O que dizer e como

olhar esta realidade?No início do Campeonato

da Europa de Futebol Bento XVI saudou a realização dese-jando que a iniciativa promova o “respeito pelo outro” e ajude a superar lógicas individualis-tas. “O desporto de equipa, como é o caso do futebol, é uma escola importante para educar ao sentido de respei-to pelo outro, incluindo o adversário”, assinala o Papa numa mensagem enviada ao presidente da Conferência Episcopal Polaca, D. Józef Michalik.

O documento destaca a capacidade do desporto de incutir “espírito de sacrifício pessoal em vista do bem de todo o grupo” e de valorizar “as capacidades de cada elemento que forma a equipa”.

Para Bento XVI, o futebol pode “superar a lógica do individualismo e do egoísmo que muitas vezes caracterizam as relações humanas, para dar espaço à lógica da fraternidade e do amor, a única que pode permitir, a todos os níveis, a promoção do verdadeiro bem comum”.

O Papa refere que os campeonatos europeus são um evento desportivo que envolve toda a sociedade e

aos quais a Igreja “não pode permanecer indiferente”, em particular no que respeita às “necessidades espirituais dos que neles tomam parte”.

A mensagem papal cita o falecido beato polaco João Pau-lo II (1920-2005), para quem “as potencialidades do fenó-meno desportivo tornam-no um significativo instrumento para o desenvolvimento global da pessoa e um factor mais útil do que nunca para a constru-ção de uma sociedade mais à medida do homem”. Em Outubro de 2000, no jubileu dos desportistas, dizia João Paulo II: “O desporto não é um fim, mas um meio; pode tornar-se veículo de civilização e de genuíno entretenimento, estimulando a pessoa a dar o melhor de si e a evitar o que pode ser perigoso ou de gra-ve prejuízo para si ou para o próximo”.

Bento XVI deixa votos de que o Euro 2012 seja vivido como “expressão das mais nobres virtudes e acções hu-manas, no espírito de paz e de alegria sincera”.

Uma linha de pensamento que já expressara em Abril ao receber em audiência um gru-po de instrutores de esqui ita-lianos. Na ocasião o Papa disse

que a prática de um desporto “contribui para estimular algumas capacidades, como por exemplo a constância em perseguir os objectivos, o res-peito das regras, a tenacidade para enfrentar e superar as dificuldades”.“Praticado com paixão e sentido ético, o desporto torna-se uma escola para aprender e aprofundar os valores humanos e cristãos. O desporto ensina a harmonizar dimensões importantes da pessoa humana, favorecen-do o seu desenvolvimento integral”. Para Bento XVI, a actividade desportiva ajuda a compreender que “o corpo não pode ser considerado um objecto”. “O equilíbrio entre a dimensão física e espiritual leva a não idolatrar o corpo, mas sim a respeitá-lo, não fazendo dele um instrumento a potenciar a todo o custo, porventura utilizando mesmo meios ilícitos”.

Entretanto, e aproveitando a realização do Campeonato Europeu de Futebol o Vaticano apresentou nestes dias o novo departamento ‘Desporto e Cultura’, procurando oferecer um “humanismo renovado” e aproximar a Igreja do fenóme-no desportivo.

A estrutura insere-se no

Para um humanismo renovado

A força do desporto

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3O Mensageiro28.Junho.2012ro.2011 DESTAQUE

O Mensageiro

Estatuto Editorial

1. O Mensageiro é proprie-dade do Seminário Diocesano de Leiria.

2. O Mensageiro assume-se como um semanário re-gional, que abrange a área do distrito de Leiria e está atento a todas as dimensões da vida humana, privilegiando tudo o que se relacione com o desen-volvimento da região nos seus mais diversos aspectos.

3. O Mensageiro assume-se como um meio de comu-nicação social ao serviço da cultura e das tradições, bem como dos legítimos costumes enraizados na alma do povo.

4. O Mensageiro dá lugar de destaque à história local, particularmente à história de cada freguesia, das comunida-des humanas específicas, das associações, bem como da ci-dade, da diocese e do distrito de Leiria.

5. O Mensageiro é um meio de comunicação social independente e não se vincu-la a nenhuma opção político-partidária.

6. O Mensageiro assume-se como um jornal informativo, que privilegia tudo o que sirva para o desenvolvimento hu-mano numa perspectiva cons-trutiva e tudo o que incentive a uma atitude optimista face à vida. Assume-se também como veículo de informação de carácter eclesial geral, mas prevalentemente da que se re-laciona com a vida da diocese de Leiria-Fátima

7. O Mensageiro assume-se como um jornal formativo, que dá lugar à opinião, fazen-do uma abordagem orientada pela moral e doutrina católica, sem prejuízo pelo pluralismo político, ideológico e religio-so.

8. O Mensageiro, de acor-do com a índole da entidade proprietária, declara-se como um jornal fiel ao Magistério da Igreja Católica.

9. O Mensageiro assume o compromisso de “respeitar os princípios deontológicos da Imprensa e a ética profis-sional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comer-ciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou detur-pando a informação”.

Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), cujo presidente de-fendeu a necessidade de uma ca-tarse contra as degenerações”, no desporto, “a fim de voltar a ser um fenómeno cultural significativo”.

O cardeal Gianfranco Ravasi destacou que o departamento se insere no trabalho de outros organismos da Santa Sé que pro-curam unir a Igreja ao mundo desportivo.

O objectivo é “definir novas linhas de abordagem cultural do fenómeno desportivo, desti-nadas a identificar no desporto o ‘lugar’ privilegiado do diálogo entre a Igreja, a cultura e o mundo juvenil, e um novo areópago de encontro entre crentes e não-crentes, no espírito do ‘átrio dos gentios’”.

Os responsáveis do Conselho Pontifício da Cultura (CPC) consi-deram que, do ponto de vista da Igreja Católica, “o mundo do des-porto exige um olhar atento que procure identificar as dinâmicas e os valores dos quais é portador, antes de o condenar como um fenómeno degenerado”.

“Antes de falar ao mundo do desporto, é necessário ouvi-lo e procurar entendê-lo. Por isso, o departamento não procurará apenas falar ao mundo do des-porto, mas também transmitir à Igreja o eco das grandes aspirações culturais deste mundo, aprofun-dando as suas expectativas con-temporâneas e explorando novos caminhos de diálogo cultural com

os seus protagonistas”.A nova estrutura procura “pro-

mover o encontro entre a men-sagem salvífica do Evangelho e o mundo do desporto para que este se abra cada vez mais à fé cristã, criadora de cultura”.

A cultura não se evangeliza a partir de fora, mas a partir do seu cerne, do interior de cada fenóme-no cultural.

No ano passado a Santa Sé apresentou o livro “Desporto no Vaticano”, uma obra que retrata a visão da Igreja Católica sobre um fenómeno que tem ganho cada vez mais influência na vida e na formação de muitas pessoas. Em declarações à Rádio Vaticano, o padre Kevin Lixey recordou en-

tão “os muitos desafios” que hoje são colocados diante de um atleta profissional: “Levam-no a sair da sua terra ainda muito jovem, pos-sivelmente para longe da família, por uma hipótese de sucesso, com muita fama e dinheiro à mistura, e depois ele tem que crescer e ultrapassar muitas dificuldades para o que muito contribui o trabalho em equipa.

Na linha do pensamento da Igreja, importa referir o programa “escolhas”, que envolve o Spor-ting e o Benfica e cujo objectivo é mostrar como o desporto-rei pode funcionar como baluarte contra a pobreza e exclusão social. Joga-dores e clubes de futebol devem procurar corresponder, em termos

cívicos e sociais, ao entusiasmo com que milhões de portugueses os acompanham, como acontece com a actual campanha da seleção nacional no Euro 2012. Seria “uma irresponsabilidade” se aqueles que são hoje considerados como “ídolos” e têm todos “os olhos postos em si” não deixassem pelo menos “um testemunho e um exemplo” aos mais novos. Para além de trabalhar talento e potencial físico, a missão do clube passa também por ajudar os mais novos a se integrarem num pata-mar de exigência completamente diferente.

Rui Ribeiro

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CULTURA4 O Mensageiro28.Junho.2012

CINEMASTeatro Miguel Franco (Leiria)• ESTE É O MEU LUGAR | Comédia Dramática | de Paolo Sorrentino | c/ JSean

Penn, Frances McDormand, Judo Hirsch | 4 de Julho, 18h30 e 21h30Cine-Teatro (Monte real)• HAPPY FEET 2 | Animação | de George Miller | 6 de Julho, 21h30

EXPOSIÇÕESTeatro José Lúcio da Silva - Leiria•”Teatro de Aguarelas” - de Artur Franco (~29/06)m|i|mo -Museu da Imagem em Movimento - Leiria•”Oficina do Olhar” - exposição permanenteMoinho de Papel - Leiria•”Sacas de retalhos” (~30/06)Banco de Portugal - Leiria•”Ponto, Linha e IEJ” - colectânea dos alunos do IEJuncal (~7/07)Biblioteca José Saramago - Leiria•”O Mundo de Fantasia” - pintura de Tânia Bailão Lopes (~6/07)Galeria Quattro - Leiria•”A comunidade incofessável” - pintura de Ronaldo Grossman(~30/06)Salão Social - Marrazes•”Artistas de Marrazes” - aniversário do Museu Escolar (~28/06)Auditório do Rancho Folclórico - Freixial•”O Museu Etnográfico do Freixial visto pelas crianças” (~23/08)Agromuseu Municipal Dona Julinha - Ortigosa•”Pérolas ambientais do concelho de Leiria” - OIKOS (~30/06)Museu Joaquim Correia - Marinha Grande•”Olhares dentro e fora de portas” - fotografias (~30/06)Biblioteca Municipal - Marinha Grande•”Atlas Municipal” (~21/06)Biblioteca Municipal - Ourém•”Os meus olhares” - pintura de Isabel Gil Maia (2/07~31/07)Galeria Municipal - Ourém•”A olho nu” - fotografia de Hélder farinha e Cláudia Loureiro (~1/07)•”7” (sete pecados capitais) - pintura de Jason Brutt (8~29/07)Paços do Concelho - Ourém•”A cor do contraste” - Joel Santos (30/06~20/07)

Solar dos Ataídes vence prémio Korrodi“Uma obra notável que se destaca das restantes”

O grande vencedor do “Prémio Korrodi” foi o pro-jecto de recuperação do Solar dos Ataídes, situado no Largo Cândido dos Reis (Terreiro).

Trata-se de um prémio instituído pela Junta de fre-guesia de Leiria com o objectivo de estimular a recupera-ção, reabilitação e revitalização do património edificado antigo, na melhoria das condições de habitabilidade. Ao mesmo tempo pretende-se revelar e homenagear os Arquitectos Ernesto e Camilo Korrodi “pelo grande contributo dado à cidade” revela, em comunicado, a Junta de freguesia de Leiria.

A atribuição do prémio a este projecto justifica-se por “se tratar de uma obra notável que se destaca das restan-tes, não só pela atitude integrada da reabilitação, con-siderando o edifício como um todo, mas também pela qualidade da intervenção, pelo conhecimento que revela da história do edifício, e pelo rigor da execução.

Destaca-se ainda pela integração de um corpo novo, correspondente a uma ampliação, que veio a substituir algumas construções anexas ao edifício principal, bem como o tratamento de todo o logradouro, o que contribui para um conjunto arquitectónico harmónios, onde as intervenções contemporâneas fazem realçar as preexis-tências, sem se imporem” adianta a Junta de freguesia no mesmo comunicado.

“Por Estes Lugares Adentro – Encontro de um Escultor e quatro fotógra-fos” é o tema da exposição que será inaugurada no próximo dia 6 de Julho, pelas 19h30, no m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento de Leiria.

Uma mostra que ficará patente ao público até dia 30 de Agosto e que apresen-

ta um conjunto de imagens do escultor José Aurélio e dos fotógrafos António Guerra, David Clifford, José Afonso Furtado e José Paulo Ferro.

No estilo peculiar de cada um, os trabalhos expostos traduzem a cria-tividade e visão destes artistas que têm carreiras experientes e maduras, tra-

duzidas em opções e estilos próprios que convidam à contemplação de lugares ou coisas comuns.

Uma exposição para visitar de segunda a sexta-feira das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h30. Ao sábado a mostra pode ser visitada entre as 14h00 e as 17h30. O preço de entrada é de 2,10 euros.

Para dia 14 de Julho, pelas 11h00 e, no âmbito desta exposição, terá lugar um workshop intitulado “Antes da Praia, por estes lugares adentro”, destinado ao público em geral e, em especial, aos apreciadores de fotografia.

Exposição de escultura e imagem

Escultor José Aurélio mostra imagens no m|i|mo

De 28 de Junho a 8 de Julho as guitarras vão estar em destaque no Orfeão de Leiria devido à realização do V Festival Internacional de Guitarra de Leiria.

Um festival que vai reunir dezenas de músicos para estágios, master clas-ses, concursos e concertos que vão acontecer no audi-tório José Neto no OL CA.

O V Estágio de Orquestra e de Ensembles de Guitarra

decorrerá nos dias 28 e 29 de Junho, sob a direcção de Ilda Coelho, José Mesquita Lopes e Sónia Leitão. O V Concurso Nacional de Guitarra decorre a 30 de Junho e 1 de Julho, sendo que, entre os dias 2 a 4 de Julho, terá lugar o Curso de Formação de professores de Guitarra, ministrado por Stefan Lofvenius, que também participará na IX Master Class de Guitarra

de 4 a 8 de Julho. O concerto de 29 de

Junho será integrado no V Encontro de Ensembles de Guitarra e no V Estágio de Orquestra e de Ensembles de Guitarra, e decorrerá pelas 18h00; já no dia 3 de Julho, André Ferreira, André Tempera, Ricardo Pe-reira, e os laureados do VIII Concurso Internacional de Guitarra, serão os protago-nistas do concerto, que tem

início às 21h30; Guilherme Vicens, guitarrista reconhe-cido internacionalmente e presidente do júri do IX Concurso Internacional de Guitarra, estará em destaque no espectáculo de dia 6 de Julho, pelas 21h30; o Concerto Final de Alunos da IX master Class de Guitarra e o IX Concurso Internacional de Guitarra têm lugar no dia 7, pelas 20h30.

Festival Internacional de Guitarra de Leiria

Orfeão coloca guitarras em festa

A direcção do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), em comunicado, reage à vigília realizada pelos estudantes universitários na Quarta-feira, dia 20 de Junho, dando conta que “está solidária com os estudantes, daí que tenha autorizado a inicia-tiva, reconhecendo que as condições económicas das famílias portuguesas estão a degradar-se, com efeitos a vários níveis, entre os quais as dificuldades em continu-arem a apoiar a formação dos seus filhos”.

No mesmo documento esclarece que “o Conselho Geral deliberou por unani-midade baixar as propinas dos mestrados, nalguns

casos até 25%. Quanto às propinas de licenciatura, manter-se-à o montante actual”. Adiantando que “A questão do valor das multas de propinas é uma falsa questão. Para além de, em grande parte dos casos, e quando são situ-ações justificadas, não se estar a cobrar quaisquer multas, os alunos só en-tram em incumprimento se não procurarem uma solução atempadamente, recorrendo ao pagamento faseado, sem quaisquer custos, ou, em casos mais graves, ao Fundo de Apoio Social ao Estudante”. Acres-centando a direcção do IPL que “Em caso de atraso do pagamento, todos os

estudantes poderão pedir que não lhes seja cobrada a multa, bastando para isso apresentar o seu caso aos Serviços Académicos, sendo que este tem sido o procedimento para todos os casos que nos chegam”.

Na vigília os estudantes também protestavam con-tra os preços praticados nas cantinas por considerarem serem muito elevados. No mesmo comunicado a direcção do IPL esclarece que “os Serviços de Acção Social do IP Leiria têm estado atentos, e mantido as condições acessíveis e justas para todos”. “Os preçários dos bares são inferiores aos preços de mercado, não eram actua-

lizados desde 2008 apesar de aumentos sucessivos de bens alimentares e IVA, e os preços da água, café e fruta não sofreram actualização. Além disso, foram criados vários menus sociais, com muito sucesso, aliás, com preços que vão dos 90 cên-timos a � 1,70, exactamen-te com a preocupação de todos poderem ter acesso a alimentação. Isto, claro, para além das cantinas.” informa a direcção.

Os dados actualizados a 15 de Junho revelam que os Serviços Académicos do IP Leiria identificaram 713 estudantes em situação de incumprimento, cor-respondentes a 7,5% dos estudantes.

Estudantes com propinas em atraso

IPL baixa propina de mestrados e mantém valor para licenciatura

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5O Mensageiro28.Ju+nho.2012 CULTURA

DRMÚSICA | TEATRO | EVENTOSTeatro José Lúcio da Silva - Leiria• 30.º Festival de Música em Leiria (30/06)Mi|mo - Museu da Imagem em Movimento - Leiria• Teatro de sombras e oficinas criativas (3ªs~6ªs)• Construção de câmaras obscuras - oficina (28/06, 10h00)• Dia de S. Pedro- desenhos com luz (28/06, 10h00)Moinho de Papel - Leiria•“Viagem à Fábrica do papel (3ªs~6ªs, 10h00 e 14h30)Sala Jaime Salazar Sampaio - Leiria•”E se não houver castelo?” - teatro (29/06, 22h00)Auditório José Neto - Leiria• Concerto Final de Ano Lectivo (28/06, 21h30)Museu da Comunidade Concelhia - Batalha• Visitas guiadas (1ºs domingos do mês, 11h30)Campo da Sociedade Recreativa Relvense - Batalha• IX Edição do Torneio de Futsal “Municipio da Batalha” (~7/07)Biblioteca Municipal - Marinha Grande•”O Urso e a Formiga” - hora do conto (2ªs~6ªs, 10h00 e 14h30)Arquivo Municipal - Marinha Grande•”Memórias” - apontamento documental (~30/06)Pinhal do Rei - S. Pedro de Moel• VI Festival de Artes para a Infância (~1/07)Museu Municipal - Ourém• Artes performativas - oficina (30/06, 15h00~16h00)•”A Moura Oureana” - oficina pedagógica (~30/06)•”A Moura oureana” - oficina pedagógica (1~30/07)• Noite do faz de conta” - actividades para crianças (3 e 4/07, 19h30)•”A Rota do Peregrino de Fátima” - discussão do projecto (4/07, 21h30)•”Artes perfomativas” - oficina (7, 14 e 21/07, 15h00~16h00)Biblioteca Municipal - Ourém• Fora da Estante - mostra das obras de Alves Redol (~30/06)•”(Con) Tributos - apresentação do livro de Eduardo Biscaia (30/6, 17h)• Fora da estante - Dia Mundial dos Avós (2/07~31/07)•”Histórias com animais” - hora do conto (5/07 e 12/07, 10h30)

A 4ª edição do Ciclo Roque Beat terminou a 14 de Junho, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria com as actuações de Paus e “You Can’t Win” Charlie Brown

Os primeiros a subir ao palco foram “You Can’t Win Charlie Brown” para apre-sentar “Chromatic”, o seu álbum de estreia. Durante a sua actuação a banda mos-trou todas as influências que Chromatic recebeu, desde os ritmos dançáveis com “Over the sun, Under the water”, até à grandiosi-dade épica de “An ending”. Pelo meio viajam entre a

doçura pop de “A while can be a long time”, o registo quase tribal de “In the end we start again”, o ambiente misterioso de “Glimpse” e a energia contagiante de “I’ve

been lost”.A segunda parte ficou

a cargo da banda “PAUS”, um dos mais estimulantes projectos de inspiração indie dos últimos anos. No

palco do Teatro José Lúcio da Silva utilizaram o seu ex-libris, a célebre bateria siamesa e interpretaram os oito temas que compõem o disco de estreia baptizado com o mesmo nome da banda.

O público que com-punha uma plateia quase cheia pode assistir a uma mistura explosiva entre o rock clássico e a pista de dança, num espectáculo que terminou com uma sessão de autógrafos no foyer, onde os fãs pude-ram conversar com as duas bandas.

Encerramento do Ciclo Roque Beat

Paus e Charlie Brown actuam no Teatro José Lúcio da Silva

“Vamos à praia com instrumentos reciclados” é o desafio lançado pelo pro-jecto Zero//Cinco – Apren-der pelo Música do Orfeão de Leiria e que decorrerá no dia 30 de Junho, no Orfeão.

Trata-se de um workshop dedicado aos mais pequenos e aos seus pais.

Entre as 10h00 e as

10h45 as actividades se-rão dedicadas às crianças dos três aos cinco anos, enquanto das 11h00 às 11h45 serão protagonistas os mais pequeninos, dos zero aos 35 anos.

O projecto Zero//Cinco conta com a coordenação de Sandra Perpétuo, pro-fessora do OL CA, e com o conceito e actividades renovados, que prometem

continuar a deliciar os mais pequenos e os seus familia-res. Henrique Pinto, presi-dente do Orfeão de Leiria, refere que «a evolução dos estudos e do conhecimen-to que vamos tendo sobre a aprendizagem musical leva-nos a querer explorar mais e melhor os nossos projectos», daí que «resol-vemos apostar este ano num conceito renovado

para o Zero//Cinco, com a coordenação de uma das pessoas com mais experiên-cia nesta área, a professora Sandra Perpétuo».

As inscrições para o workshop “Vamos à praia com instrumentos reci-clados” podem ser feitas directamente no Orfeão de Leiria.

Uma iniciativa do Orfeão de Leiria

Projecto Zero//Cinco

Crianças ocupam tempos livres com música Emolândia traz as artes ao Verão

O Orfeão de Leiria Conservatório de Artes realizará mais uma edição da Emolândia de 2 a 13 de Julho com o objectivo de ocupar os tempos livres das crianças dos seis aos 12 anos de idade.

A EmoLândia apresenta um conjunto de actividades ligadas à dança e à música visando a divulgação das va-lências artísticas do Orfeão de Leiria e ainda promover, junto dos mais jovens, o gosto pelas artes.

Os jovens participantes terão a oportunidade de construir materiais e produtos artísticos e culturais, que serão depois apresentados ao público no último dia da Emolândia.

Pinhal das Artes em S. Pedro de Moel Mundo da música vai às árvores

O Pinhal das Artes já “invadiu” o lugar das Árvores, em S. Pedro de Moel, concelho da Marinha Grande. Esta quinta-feira, dia 28 de Junho é o último dia de actividades dedicadas exclusivamente para as crianças das creches e jardins-de-infância. A partir de amanhã, sexta-feira, dia 29 de Junho e até domingo, dia 1 de Julho, o Pinhal das Artes abre-se a toda a família.

A Tenda Grande, a Tenda da Luz/Tenda EDP, Tendi-nhas e a Tenda Piquenique são algumas das atracções deste VI Festival das Artes para Infância.

Na sexta-feira as actividades na Tenda Grande têm início pelas 15h00 e há muito para fazer. Na Tenda da Luz é possível assistir ao espectáculo Farfalle – Bor-boletas, um espectáculo, para ver a partir das 15h30, dedicado às meninas e meninos bailarinos e pintores.

Os morcegos que habi-tam no Castelo de Leiria estiveram em destaque, na última Sexta-feira, dia 22 de Junho, durante a acção de sensibilização organizada pela Junta de Freguesia de Leiria e pela Vertigem – Associação para Promoção do Património. A acção de sensibilização, observação e identificação dos morcegos que decorreu, no sábado à noite, terminou com uma palestra proferida por Du-arte Mendes.

Uma iniciativa que

surge integrada nas co-memorações de “O Ano do Morcego” que é uma campanha lançada pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente e pelo Acordo para a Con-servação das populações Europeias de morcegos. O EUROBATS, visa promover a conservação, investigação e educação sobre as quase 1200 espécies de morcegos que existem no mundo, cerca de metade do qual se encontra ameaçada de extinção.

Em 2012 comemora-se “O Ano do Morcego”Vertigem dá a conhecer morcegos do Castelo de Leiria

Até 6 de JulhoPrograma OTL aceita inscrições para ocupação dos jovens

Até dia 6 de Julho estão a decorrer as ins-crições para o Programa de Ocupação de Tempos Livres do Instituto Portu-guês da Juventude.

O programa OTL visa criar condições para a ocu-pação dos tempos de lazer dos jovens residentes em Portugal, integrados no sistema de ensino ou de formação profissional, através da integração e participação em projectos de relevante interesse para a comunidade. Estes

projectos abrangem as mais diversas áreas como: ambiente, protecção civil, apoio a idosos ou crianças, cultura, património, com-bate à exclusão social, saúde, desporto, ciência, tecnologia e envelheci-mento activo e solidarie-dade entre gerações.

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CULTURA/SOCIEDADE6 O Mensageiro28.Junho.2012

Férias de Verão Espaços culturais de Leiria abrem portas às crianças

Durante os meses de Julho e Agosto o Agromuseu Municipal Dona Julinha, em Ortigosa, a Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, o Castelo, o m|i|mo – museu da imagem em movimento e o Moinho do Papel abrirão as portas para receber as crianças do concelho de Leiria com idades compreendidas entre os três e os dez anos.

Com esta iniciativa os Serviços Educativos preten-dem proporcionar, aos mais novos, a possibilidade de aprenderem enquanto se divertem.

“Pequenos Hortelãos” é o tema da oficina que de-correrá no Agromuseu Dona Julinha visando ensinar aos mais pequenos algumas actividades práticas sobre horticultura tradicional, enquanto que na oficina “Poupar a Terra”, as crianças serão sensibilizadas para a promoção de boas práticas ambientais, reutilizando diversos resíduos domésticos recicláveis. Na activida-de “Ora agora jogas tu” os mais pequenos aprenderão diversos jogos de ar livre com especial relevo para os jogos tradicionais.

Na Biblioteca Municipal haverá o espaço “Dedos que contam histórias” onde se propõe às crianças que a partir de uma história participem numa oficina de construção de dedoches.

No Castelo de Leiria as crianças poderão viajar no tempo ao participar na actividade “Contos animados – lendas da cidade”. A princesa Zara irá recebe-los e guiá-los contando lendas e histórias da cidade e do castelo. Dando assim vida à história que fala de Zara, a Moura encantada da cidade de Leiria.

No Mimo haverá oficinas de construção de lanternas de decoração e de flipbooks (livros animados). E no Moinho do papel os mais pequenos aprenderão como nasceu e como se faz papel.

Grupos que participaram nas viagens da InatelSeniores convivem em Aljubarrota

Vai realizar-se no próximo sábado 30 de Junho aquele que será o 1º convívio para todos os seniores que já tiveram a oportunidade de participar nas viagens do turismo sénior organizadas pela fundação Inatel.

O local escolhido foi o salão das festas de Aljubar-rota junto ao campo de futebol. A hora da concentração está marcada para as 12h00 dando-se início ao almoço pelas 12h30.

Associação Mãos Unidas P. DamiãoII Encontro Regional de Leiria

No próximo fim-de-semana, na Barreira, realiza-se o II Encontro Regional de Leiria da Associação Mãos Uni-das P. Damião. Este ano para além da sessão solene, que decorrerá no salão nobre da Junta de freguesia, haverá ainda o 1º almoço "simplesmente solidário", que apre-sentará uma variedade tripartida de momentos: - Bar Solidário Mãos Unidas, com deliciosos bolos e produtos regionais de Leiria; Tendinha Solidária Mãos Unidas, com diversos produtos Mãos Unidas como: pens/usb’s, rádios, kits de emergência, caixas de comprimidos, peluches, caixas de lápis, canetas, livros, terços, porta-chaves, vídeos, dvd’s e a actuação de artistas de Leiria e do Grupo Lúmen Gentium, de Lisboa. O programa deste dia começa às 10h00 com o encontro nacional dos núcleos regionais; às 12h00, será celebrada a Eu-caristia e às 13h00 o almoço "simplesmente solidário".O encerramento será com o fundador da Associação Mãos Unidas P. Damião, Mário Nogueira.

A componente am-biental é a novidade do 15º Festival da Sardinha que vai decorrer na Praia do Pedrógão, concelho de Leiria de 28 de Junho a 1 de Julho.

O objectivo é sensibili-zar os turistas que visitam, esta praia, que é a única estância balnear do conce-lho leiriense e por isso tem que ser preservada, assim como, todas as outras exis-tentes a nível nacional.

Como forma de sensi-bilização serão realizados, diariamente, entre as 19h00 e as 22h00, diversos workshops com elevado destaque para a utilização de materiais reutilizáveis.

O Festival da Sardinha começa no dia 28 de Junho, pelas 18h30, altura em que

está prevista a cerimónia de abertura que contará com a presença de Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria e da vereadora do Ambiente e Desenvolvi-mento Económico, Isabel Gonçalves. Neste dia será içada a Bandeira Azul; de

praia Acessível e de praia de Qualidade de Ouro.

Aliado à componente ambiental o festival não esquece a componente gastronómica, artesanal e de animação cultural.

No dia de abertura também será assinado

o Protocolo com a Asso-ciação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Leiria que vão assegurar a segurança e vigilância desta praia durante a época bal-near que terminará a 15 de Setembro.

No dia de abertura o Festival da Sardinha per-manecerá de portas abertas até às 24h00. No Domingo estará aberto das 19h00 às 24h00 e no dia 30 de Junho e 1 de Julho das 12h00 às 24h0. A 15ª edição do Fes-tival da Sardinha resulta de uma parceria entre a câmara de Leiria, a Asso-ciação Cultural, Desportiva e Promotora da Praia do Pedrógão, da Comissão de Festas da Praia do Pedró-gão e os restaurantes Praia Nova e Quebra Mar.

De 28 de Junho a 1 de Julho

Pedrógão acolhe Festival da Sardinha

A Câmara Municipal de Leiria está empenhada na abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil. Nesse sentido, o presidente tem encetado alguns con-tactos e os estudos desta viabilidade estão feitos. Entretanto na passada segunda-feira chegaram notícias mais animadoras para o projecto. A comuni-dade portuguesa sedeada em Newark, EUA, garantiu o empenho na procura de investidores luso-ameri-canos ou americanos. O projecto inclui, para além da abertura ao tráfego civil, a construção de um resort com campo de golfe na Praia do Pedrógão.

Raul Castro pediu a colaboração de Vítor San-tos, empresário natural da Freguesia das Colmeias, em Leiria, radicado nos EUA há 36 anos, de Fausto Simões, advogado natural de Cal-das da Rainha e radicado nos EUA há 46 anos, e de Modia Butler, chefe de gabinete do Presidente da

Câmara de Newark, para pôr em marcha estes dois projectos, estratégicos para o desenvolvimento do con-celho e, no caso do aeropor-to, de toda a região centro. “Vamos tentar encontrar empresários com dispo-nibilidade para investir. Vamos tentar vender este projecto”, assegurou Vítor Santos, que o encara como uma “boa” oportunidade de negócio, já que não existe mais nenhum aeroporto no centro do País. Referiu ainda como benefícios para Leiria a dinamização da eco-

nomia local e a criação de emprego.

Vítor Santos manifes-tou-se optimista em relação à receptividade de poten-ciais interessados luso-ame-ricanos e americanos, tanto na concepção e exploração de um terminal para avia-ção civil em Monte Real como na construção de um resort com um campo de golf na Praia do Pedrógão. “Estou convencido que são óptimas oportunidades.” O empresário da construção civil acredita que, até ao final do ano, poderá haver

novidades em relação a esta matéria.

No caso da construção de um terminal para voos civis na Base Aérea de Monte Real, Raul Castro garantiu que o Governo não se opõe desde que seja um investidor privado a assegurar o montante de 17 milhões de euros neces-sários para concretizar esse projecto. Da parte da Força Aérea Portuguesa, também acredita que haverá “luz verde”.

Base Aérea de Monte Real

Aumentam possibilidades de abertura à aviação civil

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7O Mensageiro28.Junho.2012 SOCIEDADE

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Nos próximos dias 6 e 7 de Julho a Casa da Cultura de Mira de Aire, no conce-lho de Porto de Mós será o palco para a realização de um Seminário subor-dinado ao tema “Porto de Mós 2012 – Turismo, Or-denamento do Território, Biodiversidade e Energia no contexto das Alterações Climáticas”.

Um seminário que contará com a presença da Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas na sessão de abertura. Organizado pela Comissão Nacional da UNESCO, em parceria, com a Cruz Vermelha Portugue-sa, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da Câmara Municipal de Porto de Mós tem por ob-jectivo criar um espaço de debate para se pôr em prá-tica uma estratégia regional integrada de adaptação

e mitigação às alterações climáticas, procurando dar um contributo válido e efec-tivo no sentido de garantir a estabilidade e o bem-estar das pessoas, dos bens e das empresas em Portugal.

Nestes dois dias serão debatidos exemplos de boas práticas, quer a nível regional, quer a nível nacio-nal e ainda focados aspec-tos relevantes para o sector do Turismo, Ordenamento do Território, Biodiversi-dade, Agricultura, Saúde e Energia.

O Seminário Porto de Mós 2012 surge no âmbito da Década das Nações Uni-das da Educação para o De-senvolvimento Sustentável (2005-2014) e da Década da Biodiversidade (2011-2020). Enquadra-se igualmente na Estratégia 2020 “Salvar Vi-das. Mudar Mentalidades” adoptada pela Federação Internacional das Socieda-des da Cruz Vermelha e do

Crescente Vermelho, que exprime a determinação colectiva de ultrapassar os enormes desafios com

que a humanidade está confrontada nos próximos 10 anos.

Em Porto de Mós

Seminário debate estabilidade e bem-estar das pessoas em Portugal

O corpo dos Bombeiros Municipais de Leiria (BML) foi reforçado com mais 12 novos elementos.

Depois de seis meses de formação teórica e seis de formação prática, os novos bombeiros assumiram o Compromisso de Honra na cerimónia que decorreu, no passado sábado, dia 23 de Junho, no Jardim de Santo Agostinho, junto ao quartel dos bombeiros.

Raul Castro, presidente da Câmara municipal de Leiria deixou claro que “Apesar da conjuntura, es-tamos a tentar fazer todos os esforços para garantir mais segurança às pessoas e bens.” O autarca também pediu aos 12 bombeiros estagiários para honrarem o nome da corporação.

Artur Figueiredo, Co-

mandante dos BML, enal-teceu o sentido de respon-sabilidade, de colaboração e o espírito de missão e de bem servir que os novos elementos demonstraram.

Os Bombeiros Munici-pais de Leiria passam a ter um efectivo de 61 homens, mas o comandante lembrou que face à actual organiza-ção do serviço “em cinco piquetes seria desejável ter um efectivo com cerca

de 70 bombeiros”. “Contu-do, conscientes da situação difícil que atravessamos, te-remos de realizar nos próxi-mos anos uma gestão eficaz dos recursos humanos, dos quatro Corpos de Bombei-ros, com o sentido de conti-nuarmos a cumprir a nossa nobre missão”, acrescentou o Comandante dos BML.

José Manuel Moura, Comandante Operacional Distrital, felicitou os BML

por terem conseguido formar e preparar novos bombeiros recorrendo aos recursos internos, contribuindo, assim, para diminuir custos. “Este reforço de mais 20% do quadro de pessoal dá-nos a todos – concelho e distrito – melhores condições para podermos cumprir melhor a nossa função.”

Durante a cerimónia foram ainda galardoados 13 bombeiros com a Medalha de Assiduidade Grau Ouro 20 e 15 anos, e Grau Prata 10 anos, como “reconhe-cimento da sua presença regular, aliada ao bom comportamento demons-trado no desempenho das suas funções”.

Efectivo dos bombeiros é composto por 61 homens

Bombeiros Municipais de Leiria reforçados com 12 elementos

Qualidade da água é boa Quercus atribui galardão de Ouro à Praia do Pedrógão

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza atribuiu o galarão de “Praia com Qualidade de Ouro 2012” à Praia do Pedrógão, no concelho de Leiria. Uma distinção atribuída anualmente e que tem que ver com a qualidade da água das praias portuguesas. Contudo para receber esta classificação a praia necessita de ter a avaliação de “boa” qualidade da água, nas três últimas épocas balneares. Algo que se verificou com a Praia do Pedrógão.

A Quercus faz um balanço e perspectiva da quali-dade das águas balneares em Portugal, com base na in-formação pública oficial, disponibilizada pelo Instituto da Água através do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).

A nível nacional, receberam esta classificação 290 zonas balneares. Em 2012, existem em Portugal 526 zonas balneares, mais 11 que em 2011.

Um seminário a realizar a 5 de Julho NERLEI debate oportunidades do mercado mexicano

“Oportunidades de Negócio no México” é o tema do seminário que a NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria vai realizar no próximo dia 5 de Julho, pelas 14h30, na sua sede em Leiria.

Um seminário que visa dar a conhecer aos empre-sários informação detalhada sobre a abordagem a este mercado e ainda preparar uma missão empresarial que já está agendada para o período entre 16 e 21 de Setembro.

Uma sessão que contará com as intervenções de um especialista da aicep Portugal Global; de uma em-presa portuguesa com experiência neste mercado; de uma consultora conhecedora do país; da câmara de Comércio e Indústria Luso-mexicana e ainda de uma empresa mexicana interessada em comprar produtos portugueses.

Um seminário que surge integrado no projecto Choose Portugal 2012 que a NERLEI está a dinamizar no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME – projectos conjuntos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).

ESTG realiza Academia de Verão Alunos do secundário assumem papel de universitários

Os alunos do ensino secundário que estão a fre-quentar o 11º e 12º ano vão ter a oportunidade de ex-perimentar por alguns dias o que é ser um estudante do “ensino superior”.

Isto porque a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) vai realizar de 2 a 13 de Julho a “Academia de Verão”.

O programa está definido e promete muitas acti-vidades cientificas, apresentação de miniprojectos, visitas de estudo, seminários e workshops, entre ou-tros eventos organizados e acompanhados por alunos e professores da ESTG.

Luís Távora, director da ESTG considera que desta forma os alunos – que já se encontram em fase de decisão quanto ao percurso universitário – podem co-nhecer “o potencial trabalho que poderão desenvolver connosco”. Os estudantes que quiserem participar nesta “Academia de Verão” podem escolher as actividades em que querem participar.

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LUZ ENTRE OS HOMENS

http://padrejorgeguarda.cancaonova.pt

Pe Jorge GuardaVigário Geral da Diocese

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ECLESIAL8 O Mensageiro28.Junho.2012

Família há oito séculos

Pedras Vivas – Elvira Maria de VoetNasceu na Bélgica, no

dia 1 de Setembro de 1912. O seu pai, José‚ De Voet, morreu vítima da Primeira Grande Guerra, deixando-a, juntamente com um irmão-zito, como preciosa herança a sua esposa, Maria Rollier, “mulher forte”, verdadeira mãe e mestra, que, com o seu exemplo e a integrida-de de um carácter cristão e bem formado, marcou profundamente a vida da pequena Elvira. Após a sua formação escolar, exerceu o magistério nas escolas públicas de sua terra natal nunca esquecendo os prin-cípios e os valores cristãos fazendo parte da Obra de Santo António, dedicada a obras de assistência e à oração diária e perseveran-te pelos sacerdotes.

Tocada pelo olhar profundo e irresistível de Cristo, que desde toda a eternidade a escolheu, não resistiu ao convite: Vem e segue-Me. Assim,

no tempo mais belo da sua juventude, quando tudo lhe oferecia um futuro promis-sor deixou o lar, a mãe, o único irmão, de quem era amicíssima, a profissão, as viagens pela Europa que tanto a fascinavam, para seguir o ideal de Santa Cla-ra de Assis, consagrando-se totalmente a Deus como Clarissa, no Mosteiro de Belém, na cidade de Gand, Bélgica.

Maria Josefa, nome novo que recebeu na to-mada do santo Hábito, as-sumiu radicalmente a sua nova vida, vivendo intensa-mente os votos de pobreza, obediência, castidade e clausura e, de modo muito particular, o voto de vítima pela santificação dos sacer-dotes. Sempre disponível para aceitar a vontade de Deus, amando-O de todo o coração, serviu-O com todo o seu ser, nas diversas tare-fas exercidas no Mosteiro, ocupando-se dos trabalhos

simples e humildes. De saúde muito frágil, a qual se agravou com as condições difíceis da Segunda Guerra, não impediu a sua contínua doação às Irmãs e a toda a Igreja, principalmente a sua intensa e contínua oração pelos Sacerdotes.

Mas o Senhor prova aqueles que ama e a Irmã Maria Josefa faz parte desse número com os quais Jesus pode contar. Em 1953, o Senhor escolheu-a para integrar como abadessa, o grupo das quatro Irmãs com destino ao Brasil para fun-darem um Mosteiro no Rio Grande do Sul. Mais uma vez, a Madre Maria Josefa não hesitou, agora para sempre, em lançar-se nos braços de Deus num total abandono à sua vontade. Despede-se da família, da pátria, da sua Comunida-de, da terra natal. Chegou a Porto Alegre a 18 de Julho, para dar início ao Mosteiro das Irmãs Clarissas de São

Damião. Como grão de trigo

que morre consumindo-se lentamente, em Janeiro de 1954, gravemente enferma, foi-lhe dado apenas um mês de vida. Aceitou generosa e alegremente esta previsão médica procurando viver intensamente os desígnios de Deus, e, por intercessão de Nossas Senhora, os trin-ta dias multiplicarm-se por 23 anos.

Abadessa da sua Comu-nidade a ela se dedicou de alma e coração, servindo com verdadeiro amor de mãe as suas Irmãs. Com a mais profunda e sincera alegria aceitou a doença e as limitações físicas, tor-nando-se fiel companheira do seu Mestre na subida ao Calvário; como Cireneu que ajuda e conforta, para todos tinha palavras de estímulo, de fé e de esperança. Ver-dadeira contemplativa, facilmente se elevava para Deus através da natureza.

Amou profundamente a terra que a acolheu como missionária, adoptando os usos e costumes locais, aprendendo e aperfeiçoan-do-se na língua portuguesa que falava e escrevia fluen-temente. Acometida nos dois últimos anos por uma dolorosa e grave enfermi-dade que a consumiu con-tínua e lentamente, nunca deixou apagar dos seus lábios a chama da alegria. Simples, confiante, sempre pronta a servir, a acolher, a escutar. Finalmente aceitou submeter-se a uma cirurgia de risco. Já na maca que a conduziria à sala de ope-rações, disse: Vou como Maria foi para Belém, sem saber o que me acontecerá, mas Deus sabe! Foi a sua despedida, as suas últimas palavras. Não mais acordou para esta vida. E, tranquila-mente, num abandono to-tal a Deus e a toda a Igreja como Maria foi para Belém! ... Oferecendo-se como ví-

tima pelos sacerdotes! ... A 7 de Janeiro de 1977, voou do Mosteiro de São Damião, em Porto Alegre, para a grande Comunidade das Irmãs Clarissas do Reino dos Céus onde, com Santa Clara, e tantas outras pre-ciosas pedras vivas, brilha por toda a eternidade.

Senhor atrai para ti, minha alma em flor... como lírio, no lago, se volta para o azul do infinito, dirige o meu rosto para a luz... que meus olhos estejam fixos, no teu divino olhar! … E, então, ainda que mergulha-da na dor amarga da alma e dos sentidos, acima da dor, na suavidade do amor, can-tará o coração em flor (Ma-dre Maria Josefa).

Irmãs Clarissas de Monte Real

esus Cristo atrai os ho-mens também através da beleza e da teologia.

Sobre as obras de arte, o Concílio Vaticano II defen-de que podem ser admiti-das nos templos católicas todas aquelas que, mesmo

“as novas formas artísti-cas”, “levantam o espírito para Deus” (GS 62). E, na sua mensagem aos artis-tas, reconhece que estes, ao longo dos séculos, têm “ajudado a Igreja a traduzir a sua divina mensagem na linguagem das formas e das figuras, a tornar perceptível o mundo invisível”.

Um testemunho do poder da arte como “meio muito válido de aproxi-mação ao horizonte da fé, onde a existência humana encontra a sua plena inter-pretação” (João Paulo II, Carta aos artistas, n. 6), en-contramo-lo na experiência Ilyas Khan, um milionário muçulmano que se con-verteu à fé católica através de leituras de teologia e a contemplação da “Pietá” de Miguel Ângelo, na basílica de S. Pedro, em Roma. Hoje, vive a sua fé na sua ativi-dade quotidiana, colabora com instituições caritati-vas e apoia a manutenção de património artístico.

Ilyas Khan nasceu em

Inglaterra, filho de pai mu-çulmano emigrante paquis-tanês. A sua avó, irlandesa, era católica. Com ela passou os seus primeiros quatro anos, frequentando um jardim de infância católico. Dos 4 aos 17 anos, recebeu a formação muçulmana completa: foi à mesquita, aprendeu o Alcorão e fez a peregrinação a Meca e a Me-dina. Nunca sentiu o desejo de abandonar o islão.

Aos 18 anos, todavia, foi viver para uma residên-cia universitária católica, em Londres. Aí começou, pouco a pouco, a sentir “atração por Jesus Cristo”. “Eu era um adulto jovem que se fazia perguntas e buscava razões”, recorda. Procurando na biblioteca da residência, descobriu e começou a ler os Padres da Igreja: primeiro, Orígenes, do século III, e, depois, San-to Agostinho. Leu também um teólogo moderno, Hans Urs Von Balthasar, no qual encontrou um autêntico guia na sua viajem espiri-

tual. Entretanto, aprendeu também a fazer oração à maneira cristã.

Poderia ter-se converti-do logo aos 20 anos, mas as circunstâncias, o desejo de não desagradar aos pais e os perigos de um tal passo detiveram-no. Manteve-se então como uma espécie de “católico oculto” durante uns 15 anos. Nos seus 24 ou 25 anos, já estava lançado com sucesso no mundo fi-nanceiro. Deslocava-se fre-quentemente a Hong Kong e a outras regiões asiáticas para fazer negócios. Ali participava regularmente na missa numa paróquia católica.

Aos 35 anos, chegou o momento de dar o salto da conversão. Ele mesmo narra essa experiência: “Estava ali a passar junto à Pietá, em S. Pedro, no Vati-cano, e senti-me atraído por uma combinação de várias coisas. E pensei: ‘Este é Deus. Realmente, este é Deus’. Recordemos que uma das coisas que o islão

tradicional vê como here-sia é igualar Jesus, homem mortal, com Deus. Este é o obstáculo mais impor-tante com que se tem que enfrentar um convertido muçulmano, intelectual e emocionalmente. Porém, nesse momento, perante a Pietá, dei-me conta, atra-vés da pura emoção, que a verdade da nossa religião é simples e direta. Recordo esse momento com exati-dão, e ainda me comove até às lágrimas: não havia qualquer dúvida na minha mente. Era tão claro! Julgo que me seria impossível articular esse sentimento com simples palavras. Se houve um antes e um de-pois (na conversão), esse foi o momento”.

Foi então que ingressou plenamente na Igreja Cató-lica. Ele já era bastante conhecido no mundo des-portivo, pois financiava um clube de futebol inglês e foi seu presidente entre 2009 e 2012. Sendo conhecido na imprensa desportiva como

o “filantropo muçulmano convertido ao catolicismo”, começou a receber ameaças de violência e comentários cheios de ódio. A esta nova situação reage dizendo: “Comporto-me com o que espero seja uma dignidade simples e nego-me a dei-xar que a minha vida seja dominada pelo medo ou precauções indevidas”.

Considera o islão e o cristianismo como “pri-mos afastados”. Conhece bem as grandes diferenças entre uma e outra religião: “Eu celebro o facto de que Jesus Cristo é amor. Esta é uma afirmação simples. E é a afirmação que o define”. É este amor cristão que o move como presidente de uma instituição caritativa que ajuda pessoas portado-ras de deficiência. Sabendo, por experiência própria, que a arte e a beleza podem conduzir a Deus financia a aquisição e manutenção do património artístico cristão.

Arte e teologia atraem para Cristo

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9O Mensageiro28.Junho.2012 DIOCESE

Sábado19h00 – Sé19h30 – Franciscanos

Domingo08h30 – Espírito Santo09h00 – Franciscanos09h45 – Paulo VI10h00 - S. Francisco10h30 – Franciscanos10h00 – S. Romão 11h00 – S. Agostinho11h00 – Hospital11h30 – Cruz da Areia11h30 – Seminário e Sé18h30 – Sé19h30 – Franciscanos21h30 – Sª Encarnação

MISSAS DOMINICAIS

Fotos

: DR

Breves“Entrem na vossa casa no Santuário de Fátima”Casa do Jovem reabre portas

Durante os próximos dois meses os jovens que peregrinam ou visitam Fátima deparam-se com este convite: entrem na vossa casa no Santuário de Fátima, a Casa Jovem!

Este projecto pastoral reabre as suas portas no fim-de-semana de 30 de Junho/1 de Julho, na Colunata Sul. Funciona aos fins-de-semana, até final de Agosto.

Todos os jovens são chamados a entrar na Casa, onde podem estar um momento ocupados em actividades tão diversas como a reflexão, a leitura, o visionamento de um filme ou a audição de música. É também um local propício à oração, uma vez que a Casa tem capela própria.

O principal propósito desta acção é dar a conhecer, ou a aprofundar, a Mensagem de Fátima, por isso, os vários materiais disponi-bilizados são dessa ordem.

Os jovens são recebidos por um grupo de acolhedores que colabora de forma voluntária com o Santuário de Fátima neste projecto. Os vários grupos de acolhedores pertencem às seguintes instituições: Aliança de Santa Maria, Movimento da Mensagem de Fátima – sector juvenil, Oblatas de Maria Virgem de Fátima, Padres Carmelitas Descalços, Secre-tariado Diocesano da Pastoral Juvenil / Mov. Convívios Fraternos, Servos e Servas do Coração Imaculado de Maria.

Em 2011 passaram pela Casa Jovem 3 521 pessoas, nomeadamente 1 363 jovens, 1 750 adultos e 408 crianças. O horário da Casa Jovem é o seguinte: sábados e domingos, das 9h00 às 12h30 e das 14h30 às 19h00.

LeopolDina Simões

Serviço Diocesano da Pastoral JuvenilOrganiza Acajovem

O Serviço de Pastoral Juvenil da diocese de Leiria-Fátima vai realizar um acampamento para jovens, entre os dias 2 e 5 de Agosto de 2012. Este é o primeiro ano em que o SDPJ de Leiria-Fátima inclui no seu programa um acam-pamento de verão para jovens. O Acajovem pre-tende “alargar as ofertas destinadas aos grupos de jovens da Diocese e proporcionar aos seus participantes três dias em que a fé, a formação, o contacto com a natureza e o divertimento andem de mãos dadas”.

A decorrer nos dias 2 a 5 de Agosto de 2012, com chegada na quinta-feira às 16h00 e saída no domingo às 17h00, o acampamento destina-se a jovens entre os 16 e os 23 anos de idade, excepto os animadores.

Com um preço de 22 euros por pessoa, in-clui espaço para campismo, refeições, seguro e materiais alusivos à actividade. As inscrições deverão feitas por grupo/paróquia, até ao dia 30 de Junho.

Mais informações poderão ser consultadas no sítio do SDPJ de Leiria-Fátima.

GIC da Diocese de Leiria-Fátima

Tradicionalmente nos meses de Verão com a chegada dos imi-grantes, intensificam-se as fes-tividades religiosas na Diocese. Para além de proporcionarem momento de encontro e con-vivo, elas são essencialmente homenagem dos crentes aos seus Santos Padroeiros. Na im-possibilidade de reproduzirmos o programa de cada uma das fes-tas de que vamos tendo conhe-cimento, deixamos as datas das que chegaram até nós:

Dias 23 de Junho a 1 de Julho, em Porto de Mós, Festa

em honra de S. Pedro; dias 30 de Junho e 1 de Julho, na Cruz da Areia, Festa em honra da Rainha Santa Isabel; dias 7, 8 e 9 de Julho, nas Fontes, Cortes, Festa em honra de Nossa Senho-ra de Lurdes e no Sobral, Festa em honra de Nossa Senhora da Agonia; dias 28, 29 e 30 de Ju-lho, na Reixida, Cortes, Festa em honra de Santa Marta; dias 28 e 29 de Julho, no Telheiro, Festa em honra da Imaculada Con-ceição; dias 6, 7 e 8 de Agosto, na Barreira, Festa em honra do Santíssimo Salvador.

Meses de Junho, Julho e AgostoFestas Religiosas na Diocese

É já um lugar-comum dizer que vivemos na sociedade da informação. E o facto é que as novas plataformas digitais estão a ganhar espaço prepon-derante nas estratégias de comunicação entre pessoas, empresas e instituições. A Igreja, como já referia o Papa João Paulo II e muito tem su-blinhado o Papa Bento XVI, não pode estar ausente desse universo e deve aproveitar todas as oportunidades e potencialidades que as novas tecnologias oferecem para a difusão da mensagem. No

nosso caso, da Boa Mensa-gem, que Cristo nos mandou que anunciássemos.

É com este espírito que a diocese de Leiria-Fátima acaba de criar um perfil oficial nas redes sociais do Facebook e do Twitter. Esta é uma das ini-ciativas que o novo Gabinete de Informação e Comunicação está a promover para ajudar a que mais pessoas possam ter acesso às informações dio-cesanas. Espera-se, também, que sejam espaços de partilha e comunhão, permitindo uma maior interacção entre os dio-

cesanos e outras pessoas com as estruturas e serviços desta Igreja particular.

Como é natural em quem começa, o uso destas ferra-mentas está ainda em fase de teste e espera-se que vá

melhorando com a nossa ex-periência e com a colaboração dos próprios visitantes. Para tal, estamos recetivos aos comentários, sugestões, crí-ticas e ajudas que queriam partilhar connosco.

Para já, fica o convite a uma visita: agradecemos o vosso “gosto” na nossa pági-na facebook.com/DioceseDe-LeiriaFatima e também que nos “sigam” em twitter.com/GicLeiriaFatima.

GIC da Diocese de Leiria-Fátima

Diocese de Leiria-Fátima nas redes sociais

“Comunicar e cumprir a missão eclesial”

D. António Marto recebeu em audiência, na passada sexta-feira, o Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Marco António Costa. O assunto principal foi a actual política de solidariedade, com partilha de preocupações e projectos que fomentem a “paz social” neste momento difícil para Portugal.

No encontro esteve tam-bém presente a Dra. Maria do Céu Mendes, directora do Centro Distrital da Segurança Social de Leiria.

O Dr. Marco António Cos-ta apresentou ao prelado as principais linhas da política social vigente e alguns dos projectos que o seu ministério tem em curso ou em fase de preparação, como é o caso do recente programa “Impulso

Jovem” e da perspectiva de um acordo com a banca para a implementação de um plano de “rendas sociais”.

Afirmando a sua preocu-pação com o actual estado da economia e as repercussões que tem nas famílias e pes-soas mais desfavorecidas, o governante reconheceu “a

importância que tem o traba-lho desenvolvido pelas IPSS e outras instituições da Igreja”, um papel que considerou “fundamental para a paz so-cial” que tem sido garantida.

D. António Marto infor-mou o Secretário de Estado sobre o trabalho concreto que está a ser desenvolvido

na diocese de Leiria-Fátima, onde existem cerca de meia centena de instituições de ac-ção social da Igreja, e apelou à atenção do Governo para algumas questões concretas que os responsáveis desses serviços diocesanos lhe têm feito chegar. Partilhando o mesmo interesse na “paz social” que contribua para “uma superação mais rápida e sustentada do momento difícil que atravessamos”, o prelado reiterou o empenho da Igreja, concretamente, desta Diocese, em continuar a “fazer tudo para ajudar quem mais precisa” e, nessa linha, a colaborar com as acções governativas que visem tal objectivo”.

GIC da Diocese de Leiria-Fátima

“Paz social” no centro de conversa

D. António recebeu Secretário de Estado

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ECLESIAL10 O Mensageiro28.Junho.2012

O MENSAGEIRO leia, assine, divulgue, anuncie!

Leituras | XIII Domingo do Tempo Comum (1/07/2012)

Antífona de Entrada: Cf. Salmo 46, 2 Louvai o Senhor, povos de toda a terra, aclamai a Deus com brados de alegria.

Leitura I: Sab 1, 13-15; 2, 23-24

Salmo Responsorial: Salmo 29 (30), 2.4.5-6.11.12a.13b (R. 2a); Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me sal-vaste. Repete-se.

Leitura II: Cor 8, 7.9.13-15

Aclamação ao Evangelho: Refrão: Aleluia. Repete-se. Je-sus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Refrão.

Evangelho: Mc 5, 21-24.35b-43Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de

barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-Se à beira-mar. Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Entretanto, vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da si-nagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: «Talita Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: Levanta-te». Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.

Palavra da salvação.

Cânticos | XIV Domingo do Tempo Comum (8/07/2012)

INÍCIO Fiz de ti - Lau 403Eu cuidarei das minhas ovelhas - Lau 359

SALMO RESPONSORIAL Os nossos olhos estão voltados para o Senhor - Lau 633

APRESENTAÇÃO DOS DONS Da minha alma brotou belo poema - Lau 257Pobres e fracos que somos - Lau 663

COMUNHÃO Que bom é o pão - Lau 700É Cristo quem nos convida - Lau 305

PÓS-COMUNHÃO Tudo posso - Lau 830Senhor Tu és a luz - Lau 779

FINAL Fica entre nós Senhor - Lau 401Confiarei no meu Deus - Lau 236

AO SABORDA PALAVRA

13º Domingo do Tempo Comum1 de Julho de 2012

Agarrados à vida

Pe. Francisco [email protected]

U

Janela sobre a Missão

SOS na horta da missão

ma das características de cada ser vivo é o

agarrar-se à vida de uma forma extrema É o valor fundamental: reparemos na força e tenacidade das plantas que brotam no meio de um campo de lava ou nas rochas de um mon-te, ou nas árvores que nas dunas das praias curvadas pela força dos ventos continuam a crescer e a

estender-se.A vida é o valor funda-

mental, e apesar de todas as dificuldades ninguém, no seu perfeito juízo, facil-mente abdica dela. Por isso Aquiles respondia a Ulisses: «Não me embelezes a mor-te ò Odisseu! Preferia servir na terra de outro homem, como assalariado, do que reinar sobre os defuntos.»

Numa perspectiva cristã a vida não se limita à di-mensão espácio-temporal terrena porque a graça de Deus é fonte de um nas-cimento constante, como é mostrado no evangelho deste domingo, no qual uma mulher é curada das suas hemorragias e a filha de Jairo é ressuscitada.

Jesus é fonte inesgo-tável de vida, e mesmo tocando a borda do man-do de Jesus a mulher fica curada porque a sua fé é grande. Havia muita gente que estava à volta e tocava Jesus, mas apenas a mulher foi curada. Isso é um alerta para nós, para que não nos contentemos em estar jun-to de Jesus, mas que temos de o tocar com fé, ou seja de aderir verdadeiramente

à sua força, de deixar que a sua vitalidade nos puri-fique pela Palavra e pela Eucaristia.

Como é dito na primeira leitura é o pecado que pro-voca a morte: «Experimen-tam a morte aqueles que pertencem ao demónio». Quem alimenta o ódio, quem se vinga das ofensas, quem leva uma vida imoral, mesmo que goze de óptima saúde, destrói a melhor par-te de si. Quem guia a sua vida por critérios egoístas vai-se fechando, vai crian-do uma carapaça que o vai isolando do mundo, essa carapaça vai-se tornando cada vez mais espessa até chegar ao coração. É esse o sentido da imagem do coração petrificado que é apresentado na Bíblia.

A segunda leitura realça a necessidade da abertura aos outros e da generosida-de, seguindo o exemplo de Cristo, que era rico e que se fez pobre para nos enrique-cer com a sua graça. Paulo apela à partilha de bens que é uma prova da autenticida-de da fé, porque é uma ma-nifestação do amor gratuito que constitui a perfeição da

vida cristã: «Nas circunstân-cias presentes, aliviai com a vossa abundância a sua indigência.» Porque a vida, como realidade dinâmica, desaparece se é encerrada, se é congelada (mais uma imagem clássica para carac-terizar o mal: um coração de gelo).

O poder vivificante de Jesus não se detém diante dos maiores inimigos do ho-mem: o pecado e a morte. Quando há um encontro de Deus com uma pessoas que arruinou a sua vida pelo pe-cado, pela depravação, que deixou que o seu coração se tornasse num pedaço de ro-cha ou de gelo, a fé, como manifestação de confiança no amor misericordioso e vivificante de Jesus, faz brotar uma pequenina se-mente cujas raízes alimen-tadas pela Graça acabam por tornar esse coração num campo fértil de onde brotam frutos de generosi-dade que contribuem para que a criação seja cada vez mais imagem perfeita do seu criador e assim possa alcançar a comunhão e a vida absoluta.

Cá estamos de novo para mais algumas notícias da nossa missão.

Temos uma horta junto ao rio (de que não me lem-bro agora o nome), na Don-ga, sede da nossa missão.

Já foram feitas várias tentativas de a por a pro-duzir, mas não tem sido fácil devido à distância a que se encontra do Sumbe e à dificuldade em encontrar pessoas disponíveis para cuidar dela. Por isso, após várias tentativas, pouco te-mos conseguido colher.

Em Maio fizemos uma nova aposta a colocação de várias sementes no terreno: cebola, cenoura, tomate, abóbora, batata, pepino, nabo, girassol, feijão, courgette, melancia, repolho, couve, alface, gin-dungo e girassol. No início ainda havia água no rio. O processo de rega era o mais

básico: ir com baldes buscar a água, subir dois patama-res de terreno e regar com o regador. Algo trabalhoso, mas o desejo de ver a hor-ta a produzir tem sido tal que não nos poupámos a tal esforço. Mas devido ao ano extremamente seco que temos estado a viver em Angola, rapidamente foram secando as lagoas de água parada deste rio. Percebemos que se não agíssemos rapidamente a horta secaria.

Então, resolvemos, numa semana em que éra-mos para estar no Sumbe, subir de novo ao Gungo, mas apenas uma parte da equipa.

No dia 5 de Junho de manhã carregámos dois tanques de mil litros, um dentro, outro no tejadilho do jipe e lá partimos rumo à Donga, o Jorge, a Teresa

e eu. Chegámos já perto do fim da tarde desse dia mas ainda deu tempo para iniciarmos a abertura de uma nova picada, que no fim vimos que tem cerca de 500 metros, que per-mitisse o acesso do jipe à horta (antes, pelo caminho anterior, tínhamos que ir um bocado a pé).

Com a ajuda de um roçador a gasolina e de algumas pessoas que nos foram ajudar cortámos o capim, arrancámos cepos e morros de salalé, tapámos buracos, retirámos pedras e no fim lá estava a nossa horta.

Colocámos os dois tan-ques em cima de pedras e depois, com um terceiro tanque, fomos ao rio, jun-to a uma ponte antiga de cimento, e aí, com uma motobomba enchemos o tanque que estava dentro

do jipe e levámos aos ou-tros dois, tendo repetido o processo mais duas vezes.

Depois do almoço re-gressámos ao Sumbe. Pelo caminho ainda carregámos dez sacos de carvão, bem grandes e pesados. Chegá-mos a casa já de noite um bocado cansados daquela missão relâmpago, mas bem satisfeitos pelo êxito daquela acção. Ao jantar partilhámos com o resto da equipa algumas peripécias daquela viagem.

Agora, todas as sema-nas enchemos os tanques e a nossa horta vai ficando cada vez mais bonita, ten-do já começado a fase dos transplantes.

Um abraço para todos e… estamos juntos.

Padre Vítor Mira

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11O Mensageiro28.Junho.2012 PORTUGAL

BrevesTribunais EclesiásticosNecessidade de formar mais pessoas em Direito Canónico

Os membros dos Tribunais Eclesiásticos da Província de Braga estiveram reunidos em Vila Real, e conside-ram que é necessário “formar mais pessoas em Direito Canónico”.

Neste encontro, sublinhou-se que se torna “cada vez mais necessário que os bispos das respectivas dioceses criem as condições necessárias para que, quem opera neste âmbito, o possa fazer sem estar sobrecarregado com outros encargos pastorais, pois corre-se o risco de a justiça eclesiástica se tornar demasiado morosa”.

Na iniciativa, com a presença de vigários judiciais, juízes eclesiásticos e notários que trabalham no âmbito da administração da justiça na Igreja, o cónego Joaquim Assunção Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Canonistas, abordou o tema ‘A ideologia de género e as suas consequências no Direito Canónico’.

Os vigários judiciais e os juízes trocaram também impressões e experiências sobre assuntos relativos ao funcionamento dos Tribunais Eclesiásticos: “Contributo e honorários dos advogados que operam no foro canóni-co; como valorizar o contributo dos párocos no âmbito dos processos matrimoniais; alguns aspectos processu-ais relativos aos processos de nulidade matrimonial e a função do perito nesses processos”.

Simultaneamente, também os notários dos Tribu-nais Eclesiásticos presentes mantiveram uma reunião onde abordaram alguns assuntos de interesse comum, nomeadamente os relativos às custas judiciais, à co-municação entre os vários tribunais e à partilha de experiências.

Livros da PAULUS EditoraPublicações também em e-book

A PAULUS Editora está a entrar no mercado e-book com livros bíblicos para crianças. A partir de agora, pode-rá encontrar algumas das obras de referência da editora no formato e-book, uma área que te vindo a conquistar leitores em todo o mundo.

Com esta aposta, a PAULUS torna-se na primeira editora católica em Portugal a editar neste formato.

Para Darlei Zanon, director editorial, esta aposta significa “a resposta concreta às mudanças recentes no mundo da edição e comercialização de livros, mas sobretudo uma aposta nas novas gerações, procurando promover a leitura e a educação cristã entre os mais pequenos, que estão mais integrados com as novas tecnologias”.

Esta entrada no mercado digital é feita com uma aposta nos livros infanto-juvenis, uma vez que as crian-ças são por excelência fervorosas adeptas do digital, deixando-se conquistar pela forma atractiva como os conteúdos lhes são apresentados. A PAULUS procura desta forma fazer chegar os seus livros e a sua mensa-gem aos mais novos num formato moderno e apelativo. Sem renunciar aos valores e à mensagem cristã que move a editora, a mudança do meio pretende fazer chegar mais longe os conteúdos.

A primeira obra disponível em formato e-book é “A Bíblia Contada ás Crianças”, um projecto com coordena-ção de Gianfranco Ravasi. Esta obra tem a particularida-de de poder ser adquirida na sua totalidade ou em duas partes. Antigo e Novo Testamento, respectivamente.

Os Bispos de Portugal e Espanha com responsabili-dades na área da comuni-cação social estiveram reu-nidos de 25 a 27 de Junho em Fátima, para reflectirem sobre a missão dos media enquanto “portas da fé”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (onde se inclui a coorde-nação do sector dos media) disse que o encontro tem por objectivo “a troca de experiências entre países não só próximos mas com problemáticas semelhan-tes, neste campo”.

“Os meios de comuni-cação social, ligados ou não à Igreja, enquanto portas de comunicação, têm uma importância fundamental nos nossos dias, em todas as temáticas, e obviamente não podemos descurar a relação com os media nem negligenciar o seu potencial enquanto portas de trans-

missão da fé”, salientou D. Pio Alves.

O tema do encontro, que decorreu na Casa de Nossa Senhora das Dores, no Santuário de Fátima, vai ao encontro do desafio que a Santa Sé lançou a todos os católicos na apresentação do Ano da Fé, a assinalar a partir de Outubro.

Na mensagem onde sugere orientações pasto-rais para este ano, a Con-gregação para a Doutrina da Fé sublinhou a importância de “todos os membros da Igreja” serem “testemunhas

credíveis e alegres” de Jesus Cristo “ressuscitado no mundo de hoje”.

O presidente da Comis-são Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comuni-cações Sociais reconhece que a missão dos media está hoje muito influen-ciada por uma realidade que privilegia a “caça da manchete que possa dar mais ouvintes ou vender mais jornais”.

“Sabemos que não é fácil passar para o exterior uma mensagem diferente, mas vamos em primeiro lu-

gar procurar que os meios afitos à Igreja possam estar mais sensíveis para a quali-dade dos conteúdos e para a necessidade de transmitir o que é fundamental, neste caso a fé”, apontou.

O Encontro contou com os membros das comissões episcopais de Portugal e Espanha, além de respon-sáveis pelos secretariados que a integram, sendo o tema apresentado pelo anterior director do Secre-tariado das Comunicações Sociais de Espanha, padre José Maria Gil Tamayo, e pelo jornalista da SIC Joa-quim Franco.

O “Ano da Fé”, que se vai realizar entre Outubro deste ano e Novembro de 2013, foi proposto por Ben-to XVI como forma de assi-nalar o 50.º aniversário do Concílio Vaticano II (1962-1965) e relançar o anúncio do Evangelho no meio da sociedade contemporânea.

Encontro ibérico em Fátima

O contributo dos meios de comunicação na sua missão enquanto “portas da fé”

O director do Secretaria-do Nacional das Comunica-ções da Igreja afirmou aos participantes do Conselho Nacional de Pastoral Juvenil que a Igreja “tem de ser fon-te de notícias e de valores e agência de sentido”.

No encontro, que decor-reu em Fátima, o cónego João Aguiar sublinhou que o tempo novo da comuni-cação, “onde todos querem tudo, uma nova cultura me-diática”, o futuro da Igreja, “que passa pelos jovens, é criar conteúdos”, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

No Conselho Nacional de Pastoral Juvenil (CNPJ) - tem como tema «Pastoral Juvenil: evangelizar é a Missão» - o padre Eduardo Novo, director do Departa-mento Nacional de Pastoral Juvenil (DNPJ) adianta que

este espaço de reflexão é um “fórum privilegiado de debate”

Ainda no contexto da comunicação social, o cónego João Aguiar refere que o modelo de comuni-cador é “o jornalista Jesus, o perfeito comunicador, que estudou circunstâncias, am-bientes, falou na linguagem dos ouvintes e procurou a comunhão”.

No final deixou o de-safio a todos os agentes de pastoral juvenil: “estão conscientes para partir, dar a boa nova e fazer comunicação segundo o modelo?”.

D. Ilídio Leandro, bis-po de Viseu e responsável desta área da pastoral, fa-lou sobre o ano da fé que se avizinha e dos 50 anos do Concílio Vaticano II e da importância que teve

na pastoral juvenil. O prelado referiu que

é preciso “dizer aos jovens que são escolhidos e são enviados a serem apósto-los e formadores de outros jovens”. “A pastoral juvenil pode ser um laboratório de participação”, referiu, su-blinhando que são agentes que têm de acreditar e parti-cipar nas várias actividades da sociedade.

O padre Eduardo Novo, juntamente com um dos responsáveis da Paulus Editora, Irmão Darlei, apre-sentaram o “plano” «Youtra-vel», um livro de formação com base no Youcat que vai ser apresentado em todas as dioceses.

A ideia é, durante um dia, o DNPJ e a Paulus mostrarem aos agentes da pastoral juvenil a nova pu-blicação bem como darem a

conhecer as realidades das dioceses da pastoral juve-nil, para que juntos DNPJ e restantes colaboradores melhorarem todas as suas funções junto dos jovens.

Outro dos temas fala-dos foi o próximo Festival Nacional da Canção que se vai realizar no próximo dia 1 de Dezembro, em Fátima, no Centro Paulo VI. Os presentes ficaram a par do regulamento, que brevemente vai estar disponível.

O XIV Fórum ecuméni-co jovem a realizar no pró-ximo dia 10 de Novembro, no Porto, no Colégio dos Órfãos, vai ter como tema: “Valoriza a juventude que há em ti!” (1 Tim. 4,12).

Conselho Nacional da Pastoral Juvenil esteve reunido em Fátima

Igreja tem de ser fonte de valores

DR

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ECLESIAL12 O Mensageiro28.Junho.2012

MUNDOConferência da ONU “Rio+20”Organizações católicas apontam falhas

A CIDSE, aliança católica internacional de agências de desenvolvimento, apontou “falhas” ao texto de con-clusões que está a ser discutido na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Rio de Janeiro, Brasil.

“Se o texto permanecer como está, esta conferência será um fracasso histórico. As pessoas mais pobres e vulneráveis vão ser os primeiros a pagar”, refere o se-cretário-geral da CIDSE, Bernd Nilles, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

As organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte - nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal – lamen-tam a “falta de vontade “dos líderes políticos e dizem que “o futuro para todos os seres humanos e para o planeta se apresente sombrio”.

Antonio Manganella da CCFD-Terre Solidaire (or-ganização francesa, membro da CIDSE) afirma que “o texto dá prioridade aos mercados e ao crescimento, e apresenta como remédio para todos os males, a in-clusão do sector privado na governação e cooperação internacional”.

Não há menção a medidas de regulação para com-bater as alterações climáticas, apenas incentivos para o investimento privado na agricultura”, refere Anika Schroeder da Misereor (organização alemã, membro da CIDSE). Para CIDSE, os desafios sociais, ambientais e económicos do desenvolvimento “exigem um único quadro de desenvolvimento integrado após 2015”, meta final para os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.

Antes do início da “Rio+20”, mais de 50 líderes da Igreja Católica e da sociedade civil de todos os continen-tes publicaram uma declaração conjunta, na qual apelam aos líderes mundiais para que trabalhem em prol de um mundo efectivamente sustentável e justo.

Espiritanos inauguram 22.ª assembleia mundial “Sede fervorosos no Espírito”

A congregação católica dos Espiritanos inaugurou no passado domingo a sua 20.ª assembleia mundial de responsáveis com a recriação da chegada, no século XIX, dos primeiros missionários cristãos à cidade tanzaniana de Bagamoyo, onde decorre o encontro.

O Capítulo Geral, que contou com a participação do responsável máximo da congregação em Portugal, padre Tony Neves, iniciou-se com a aproximação de um barco à vela, de onde saiu um grupo de pessoas dirigido pelo bispo de Zanzibar, D. Augustine Shao.

Depois de atravessar alguns metros de mar a vau, o prelado pisou a areia da praia, pousou a Bíblia que trazia na mão e pegou numa candeia acesa, que levou em pro-cissão, juntamente com os participantes no encontro, até junto da cruz memorial que assinala a chegada dos primeiros Espiritanos, relata o padre Tony Neves no site da congregação.

Os 115 participantes de várias partes do mundo estão reunidos até 22 de Julho, sob o lema “Sede fervoro-sos no Espírito”, para avaliar a actuação da congregação, eleger o novo superior geral e o seu conselho, além de lançar os objectivos para os próximos oito anos.

PORTUGAL

Do Bilhete de Identida-de faz parte a impressão di-gital que, correntemente, é o elemento que melhor define a individualidade de uma pessoa. Um novo indivíduo tem uma identi-dade diferente de todos os outros que já existem.

Por analogia, a UASP – União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses, a dar os primeiros passos do seu ideário, no panorama nacional em que a sua acção se move, começa a definir a sua identidade, a pôr a sua “impressão digital” no movimento que esperamos crescente da sua acção.

Poderão perguntar-se: mas que lugar tem uma entidade, feita de outras entidades já estruturadas, e que lugar lhe cabe, com diferenciação suficiente, que se não confunda com o que já existe?

A UASP não nasceu do nada. Nasceu de ideias muito concretas, de in-

vestigação, de motivos e de motivação. Nasceu da emergência de uma necessidade, após se ter tomado verdadeiramente consciência da dimensão, do impacto, da acção, do contributo que os seminá-rios deram à civilização e à sociedade contemporânea no Ocidente e, concreta-mente, em Portugal. No

último século, em Portugal, contámos mais de 100.000 antigos alunos nos Semi-nários, que pulverizaram e influenciaram toda a cultura e a vida social do País. Existem Associações de antigos alunos, formais ou informais, em quase todos os Seminários Por-tugueses, movidas pelas amizades nas idades que

mais profundamente mar-cam a vida e o crescimento das pessoas, e pela marca de cultura humanista, de princípios e de afectos às casas que, quiçá, foram o grande “trampolim” para uma vida diferenciada.

Mas faltava um verda-deiro elo de ligação entre estas estruturas individu-alizadas, que exiba a força conjunta deste grande fenómeno nacional, que as coloque em diálogo e interacção, que lhes facili-te sinergias e, sobretudo, que as una num ambiente de contributo generalizado à Sociedade Portuguesa e à Igreja.

Para aprofundar este tema fundamental, vai realizar-se em Lamego nos dias 22 e 23 de Setembro próximo, uma jornada de reflexão e aprofundamento sobre a identidade e acção desta organização.

Pelo SecretariadoLuís Matias

Jornada de reflexão e aprofundamento em Lamego

A “impressão digital” UASP

Numa entrevista ao programa ECCLESIA, D. Virgílio Antunes reconhe-ce que a crise de vocações sacerdotais e religiosas “é acentuada em todas as dioceses”, muito por culpa da ausência de uma “cultura de fé” no meio da sociedade.

Tratar o problema, aponta o prelado, implica antes de mais uma presen-ça contínua da Igreja junto das famílias, que são “um ponto fulcral do trabalho da formação da fé, uma vez que não há vocação sem uma fé assumida”.

Por outro lado, é preciso ajudar os pais a educarem “crianças, adolescentes

e jovens” para uma vida baseada “na cultura do dom, da generosidade, da atenção aos outros, sem a qual também não há voca-ção específica na Igreja”, acrescenta.

D. Virgílio Antunes, que assumiu há cerca de um ano a presidência da CEVM, em paralelo com a missão de bispo na Dioce-se de Coimbra, está deter-minado a transformar as vocações num tema social recorrente, quebrando a rotina instalada no sector.

Uma das principais prio-ridades da CEVM, segundo o bispo conimbricense, irá continuar a passar pelo “in-vestimento na Semana das

Vocações”, privilegiando sobretudo “a apresentação de conteúdos de uma forma nova e inovadora”.

“A Comissão deve ao menos manter bem viva esta consciência de que a Igreja precisa de uma cul-tura vocacional, em todas as suas áreas e dimensões, porque se estiver muito di-vidida ou sectorizada, não existirão vocações concre-tas”, sublinha.

Outra das metas será o apoio ao diaconado perma-nente, que para D. Virgílio Antunes está a ser “um instrumento muito válido de renovação das comuni-dades cristãs, de anúncio da Palavra, de exercício da

caridade, de acompanha-mento na catequese e na área da administração da própria Igreja”.

O antigo formador e rei-tor do Seminário de Leiria fala ainda sobre a importân-cia de aproveitar o Ano da Fé, que o Papa Bento XVI irá inaugurar em Outubro, para ajudar os presbíteros a aprofundarem melhor a na-tureza do seu compromisso com Deus. Nesse sentido, a CEVM está a preparar para o início de Setembro um “simpósio do clero”, em Fá-tima, que terá como título “Padre, Homem de fé, do Mistério ao Ministério”.

Pastoral Vocacional

Comissão Episcopal quer fomentar «cultura de fé»

DR

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13O Mensageiro28.Junho.2012 OPINIÃO

ESBOÇOS - 1II

Joaquim SantosJornalista

A imprensa regional/localde Leiria e o seu futuro...

Diz-se muitas vezes que a Família é uma coisa do passado.

Fala-se da Instituição Família como se fosse uma coisa retrógrada e que não faz parte do vocabulário dos homens e mulheres do século XXI.

Outros, ainda, e nos dias de hoje, procuram modificar e alterar aquilo que foi, du-rante séculos, a definição de «Família». Para estes úl-timos, existe uma «Família tradicional» e a «Família». Do nosso ponto de vista,

este é um erro a ser cons-tantemente cometido pela Comunicação Social e pe-las mais variadas pessoas. A Família é, e como disse recentemente o Papa, fun-dada apenas e só na união entre homem e mulher. A Família nem é tradicional, nem moderna. É o que é: a união de um homem com uma mulher que devem estar abertos ao surgimento de novas vidas. O resto (as «famílias modernas») são caricaturas da verdadeira Família. E nada mais.

Assim, e se analisarmos com atenção este assunto, verificamos que a Família não é uma coisa do passa-do; pelo contrário, é a única Instituição que garante um futuro a todas as gerações. Além disso, fora de qual-quer consideração moralis-ta ou alarmista, a Família contribui de modo muito eficaz para a felicidade das pessoas. A Família faz mais e muito melhor do que o Es-

tado ou os modernos «resol-vedores» de todos os proble-mas e que se encontram um pouco por todo o lado. Na actual situação, alguns di-zem que a Família tem sido a maior vítima da crise. Não partilhamos dessa visão. Do nosso ponto de vista, é incorrecto falar da «Família vítima da crise económica». Contudo, é bem verdade que a crise económica e a crise da Família têm uma «matriz comum» que reside nos ma-les antropológicos do nosso tempo: o individualismo, o relativismo, o utilitarismo e o consumismo.

Esta crise, em alternati-va, tem trazido alguns bens à Família: reforça a unidade das pessoas e permite uma relação de proximidade com os seus entes. Pode até dizer-se que a crise está a ser um mal que traz, em si mesma, um bem maior, pois está a permitir o reforço do chama-do «espírito de Família», o reforço dos laços de caridade

e apoio mútuos. E leva o Ho-mem a olhar para o essencial e deixar o acessório. Mais: a Família fundada pela união conjugal entre um homem e uma mulher, além de todos os acontecimentos culturais que a caracterizam, continua a ser o principal caminho para a geração e o cresci-mento da pessoa.

A Família é o lugar onde a criança aprende a falar, dá os primeiros passos, enco-rajados pela mãe e pelo pai, e olha para o futuro como promessa. É sempre graças à Família que cada um cresce nas relações sociais e labo-rais. Em particular, o sabo-rear a confiança recíproca, indispensável para a convi-vência entre os homens.

A partir do modelo da Família, e de acordo com a investigação de Donati, é-nos revelado que a descons-trução da definição de Fa-mília que alguns procuram fazer (com a indiferença da maioria silenciosa de todo

o Mundo, e não apenas dos portugueses) não melhora – mas só piora a condição existencial dos indivíduos, destinados, desta forma, a tornar-se sujeitos passivos, ao invés de actores da socie-dade, capaz de gerar capital humano e social.

Este mesmo estudo ci-tado mostra que a pretensa modificação do conceito de Família visa minar os este-reótipos, como aquele em que no interior da Família, o jovem seja educado para uma indiferença, para o re-lativismo e para a irrespon-sabiliade total em relação à sociedade e aos deveres cívicos. A realidade, expli-cou Donati, é que a Família não é responsável por esta indiferença social e pela crescente crise, mas sim é vítima, enquanto que só o Estado e o mercado têm tido nos últimos anos um papel negativo.

A Família, aliás, é sem-pre um «jogo de soma posi-

tiva», diz Donati, porque ao mesmo tempo que gerando muitos filhos diminui os recursos económicos dis-poníveis, por outro lado há uma relação inversa entre a «riqueza económica e a riqueza relacional».

De tudo o que escreve-mos, e sabendo que alguns podem não concordar (em-bora todos têm a obrigação de respeitar!), perguntamos se a Família é ainda um exce-lente recurso para a pessoa e para a sociedade ou, pelo contrário, é um resquício do passado que impede a eman-cipação dos indivíduos e o advento de uma sociedade mais livre, solidária e feliz? Vale a pena pensar nisto!

*Professor e Investigador de História

N. B. – Por decisão pes-soal, o autor do texto não escreve segundo as nor-mas do chamado Acordo Ortográfico.

OPINIÃOJosé Carvalho*

Família: problema ou solução para o futuro da humanidade?

DR

A cidade de Leiria, no que respeita a edições jornalísticas em formato de papel, conta com um jornal diário (Diário de Leiria), quatro publicações semanais (O Mensageiro, A Voz do Domingo, Região de Leiria e Jornal de Leiria) e de uma revista mensal especia-lizada em economia, socie-dade e política (Invest). Para além destas publicações, existem outros jornais, na maioria de carácter mensal, com sede nas freguesias do concelho, que servem sobre-tudo as populações locais da sua área de actuação.

Com o novo paradigma comunicacional, com as novas tecnologias na agen-da, ainda tão pouco usadas pela maioria dos leitores, muito menos vende para seu próprio sustento e tor-nar projectos locais viáveis (até mesmo a nível nacional é difícil afirmarem-se neste âmbito), que futuro para a imprensa regional/local de Leiria? Na verdade, embo-ra reconheça que as novas gerações não são consumi-doras de jornais de papel, será pertinente saber se o são na forma electrónica? E se o são, o que consultam? Com que critérios o fazem, quais os filtros ou canais que utilizam para saberem com rigor que a informação que consultam é fidedigna?

Algum do jornalismo leiriense já foi alvo de mutações profundas, adap-tando-se aos novos modelos civilizacionais, aos tempos. Mas importa reflectir sobre este novo mundo da comu-nicação. Se fundasse um projecto de comunicação social para servir o concelho ou o distrito, jamais o faria se fosse exclusivamente digital. Não vende, tam-bém não é consultado por uma franja considerável de leitores. Mas, admitindo que não quero dinamizar jornais para tão expressivas

áreas concelhia ou distrital, como jornalista e director de um jornal local, também um curioso do jornalismo regional/local, entendo que a maioria dos periódi-cos leirienses não servem muitas vezes os interesses de uma região, devendo ser este factor como prioritá-rio. Muito mais que passar para a web há que produzir conteúdos que sirvam a região. Vejo tantas festas populares, imensas ini-ciativas de colectividades, inúmeros lançamentos de livros e outras realizações culturais, acontecimentos desportivos, entre outros casos de iniciativas locais, que pura e simplesmente não aparecem nas páginas do jornalismo leiriense. Até se poderia colocar a questão, se a informação desses acontecimentos chega às redacções dos periódicos, mas foram imensas as situ-ações que soube que os seus promotores tiveram esse cuidado mas simplesmente foram ignorados. Então, a imprensa de Leiria serve o quê e a quem? Não tirando o seu mérito ou não queren-do generalizar, porque julgo existirem bons jornalistas e edições que cumprem o seu dever, é oportuno perguntar o que fazem a esta informa-ção que entra automatica-

mente no caixote do lixo? Se ainda não vivemos no contexto electrónico (não conheço jornais em Leiria a viverem exclusivamente da net), creio que estes jornais vão ter de se aproximar ainda mais das populações e das suas iniciativas locais, preterindo a predominância política ou económica das suas páginas.

Há pouco tempo vi um documentário sobre a comu-nicação social de referência no mundo, aquela que é editada para grandes audi-ências, nomeadamente o Ti-mes e o Washington Post. O programa queria sugerir que mesmo sabendo que aque-les jornais são de carácter nacional/mundial estavam a perder leitores porque privilegiavam imensos acontecimentos distantes dos seus leitores, como por exemplo a cobertura da guerra do Iraque. E exempli-ficaram, questionando qual o interesse que esse conflito teria para os americanos que habitam nos seus 50 Esta-dos, com enviados especiais que fazem povoar páginas e

páginas com a cobertura da guerra? Não haveria mais in-teresse os assuntos locais?

Entretanto, as redacções também estão cada vez mais vazias. Ou melhor, até se povoam de estagiários, os aproveitados para exercer jornalismo barato e sem memória profissional. Esta é outra parte da actual realidade do jornalismo, também com contornos na nossa cidade. Saem das escolas superiores com o curso de jornalismo e co-municação, vão estagiar… para depois receberem um qualquer ordenado mínimo noutro sector de actividade. Conheço em Leiria bons jornalistas que trabalham como empregados de balcão no comércio local, outros já emigraram porque esta cida-de, este Portugal, não lhes dá pão para comer, muito menos o gosto de exercerem esta profissão que considero nobre.

O futuro da imprensa de Leiria passa por ter de apostar em editar/publicar noutros formatos, mas nunca deixando o típico papel. Mas, mais urgente do que tudo isso, consiste em refundar os conteúdos, aqueles que as populações das freguesias ou dos con-celhos mais distantes tanto reivindicam. Se o jornal

não os noticia porque o vão comprar? Parece-me que em Leiria e noutros pontos do País existe uma preocupação quase cega de rumar e seguir para as novas tecnologias, descorando um ponto essencial nas publi-cações: fazer jornalismo de qualidade, assente nos ver-dadeiros interesses do seu público. Que importa fazer um brilharete e ter página na web, usar o iphone e o iphed, se o que se publica é tantas vezes de pouca qua-lidade ou então não é lido pelos leitores? Já agora, dos imensos registos que se pu-blicam nas novas platafor-mas, onde e como estarão daqui a 100-200 anos? Quem lhes terá acesso? Os velhos livros das bibliotecas públi-cas ou dos escaparates dos meus avós, já me serviram para imensos trabalhos de investigação. As futuras ge-rações, se tiverem apenas estas novas tecnologias à sua disposição, aquelas que mudam e ficam obsoletas num ápice, daqui a um ou dois séculos, poderão con-sultá-las de forma rápida e acessível, como hoje o faze-mos com os livros ou jornais antigos? Novas tecnologias, sim, mas em simultâneo com as publicações tradi-cionais.

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Fundador José Ferreira Lacerda Director Rui Ribeiro (TE416) Redacção Luís Miguel Ferraz (CP5023), Joaquim Santos (CP7731), Ana Vala (CP8867). Paginação O Mensageiro Colaboradores Ambrósio Ferreira, Américo Oliveira, André Batista (Pe.), Ângela Duarte, Carlos Alberto Vieira, Carlos Cabecinhas (Pe.), Cláudia Mirra, José Casimiro Antunes, Francisco Pereira (Pe.), D. João Alves, João Filipe Matias (CO798), Joaquim J. Ruivo, Jorge Guarda (Pe.), José António C. Santos, Júlia Moniz, Maria de Fátima Sismeiro, Orlando Fernandes, Paulo Adriano Santos, Pedro Jerónimo (CO1060), Pedro Miguel Viva (Pe.), Saúl António Gomes, Sérgio Carvalho, Verónica Ferreirinho, Vítor Mira (Pe.). Administração / Publicidade André Antunes Batista (Pe.). Propriedade/Sede (Editor) Seminário Diocesano de Leiria - Largo Padre Carvalho - 2414-011 LEIRIA - Reitor: Armindo Janeiro (Pe.) Contribuinte 500 845 719 Contactos Tel.: 244 821 100/1 - Fax: 244 821 102 - Email: [email protected] - Web: www.omensageiro.com.pt Impressão e Expedição Empresa do Diário do Minho, Lda - Tel: 253 303 170 - Fax: 253 303 171 Depósito Legal 2906831/09

Registo no ICS N.º 100494Semanário - Sai à 5ª FeiraTiragem média - 3.000 Preço avulso - 0,80 euros

Tabela de Assinaturas para 2012 Destino Normal BenfeitorNacional 20 euros 40 eurosEuropa 30 euros 60 eurosResto do Mundo 40 euros

FARMÁCIAS DE SERVIÇOAvenida (28), Baptista (29), Central (30), Godinho Tomáz (1), Higiene (2), Antunes (3), Lis (4) e Oliveira (5).

TELEFONES ÚTEISBombeiros Municipais - 244 832 122 | Bomb. Vol. Leiria (Ger.) - 244 882 015 | Bomb. Vol. Leiria (Urg.) - 244 881 120 | Bomb. Volunt. Batalha - 244 765 411 | Bomb. Volunt. P. Mós - 244 491 115 | Bomb. Volunt. Juncal

- 244 470 115 | Bomb. Volunt Ourém - 249 540 500 | Bomb. V. M.te Redondo - 244 685 800 | Bomb. Volunt. Ortigosa - 244 613 700 | Bomb. Volunt. Maceira - 244 777 100 | Bomb. Vol. Marinha - 244 575 112 | Bom. Volunt. Vieira - 244 699 080 | Bom. Voltun. Pombal - 236 212 122 | Brigada de Trânsito - 244 832 473 | Câmara M. de Leiria - 244 839 500 | Câmara Eclesiástica - 244 832 539 | CENEL (Avarias) - 800 246 246 | C. Saúde A. Sampaio - 244 817 820 | C. Saúde Gorjão Henriques - 244 816 400 | C. P. (Est. de Leiria) - 244 882 027 | Cruz Vermelha - Leiria - 244 823 725 | Farmácia Avenida - 244 833 168 | Farmácia Baptista

- 244 832 320 | Farmácia Central - 244 817 980 | Farmácia Coelho - 244 832 432 | Farmácia Higiene - 244 833 140 | Farmácia Lino - 244 832 465 | Farmácia Oliveira - 244 822 757 | Farmácia Sanches - 244 892 500 | Governo Civil - 244 830 900 | Guarda N. Republicana - 244 824 300 | Hospital de S.to André - 244 817 000 | Hospital S. Francisco - 244 819 300 | Polícia Judiciária - 244 815 202 | Polícia S. Pública - 244 859 859 | Polidiagnóstico - 244 828 455 | Rádio Táxis - 244 815 900 | Rádio Alerta - 244 882 247 | Rodoviária do Tejo - 244 811 507 | Teatro JLS (Cinema) - 244 823 600

OPINIÃO/DIOCESE14 O Mensageiro28.Junho.2012

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No ano pastoral que agora finda, a Diocese de Leiria-Fátima, através do seu Departamento do Pa-trimónio Cultural quis dar especial atenção ao mundo da cultura.

Sabendo que muitas das nossas igrejas e outros locais de culto guardam as marcas, por nós desconhecidas, das sínteses entre a fé e a vida, traduzidas em obras de arte pelo criatividade e engenho de muitos artistas anóni-mos que deram e dão con-texto às nossas celebrações, o Departamento organizou oito visitas guiadas a algum do património edificado da Diocese com maior valor artístico. A participação su-perou as melhores especta-tivas tendo algumas visitas ultrapassado a centena de participantes.

Os percursos foram denominados: As três ca-tedrais de Leiria (Pena, S. Pedro e Sé), Por terras do Lis (Souto da Carpalhosa, Regueira de Pontes e Mi-lagres), Do Românico ao barroco (Aljubarrota e Jun-

ca), Por terras da Colegiada (Olival e Ourém), Rota da pedra lavrada (Batalha, Brancas e Reguengo do Fetal), Por terras do Lena (Alvados e Porto de Mós) e Por terras da Senhora do Rosário (Institutos Religio-sos e Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima). Foi ainda organizada uma última visita ao Santuário de N. Sra. da Encarnação, na cidade de Leiria.

Neste encontro foi feita a avaliação de todo o programa de visitas que foi do agrado de todos os participantes, tendo sido sugerido dar continuidade a este projeto.

Assim, o Departamen-to do Património Cultural está a organizar um novo programa de visitas para o próximo ano pastoral, a iniciar, em Outubro e cujo calendário e locais, serão oportunamente divulga-dos.

Pelo Departamento do Património Cultural,

M. Filomena Martins

Fé e Arte, um diálogo de séculos!

Visitas ao património religioso

Educação com ritmosA InterMEDIAR foi até à aldeia

beirã da Cabreira, no concelho de Al-meida, distrito da Guarda e visitou a ASTA. Uma Associação que vale a pena conhecer pela visão, missão, politicas, estratégias e valores que defende na área da protecção e pro-moção de boas práticas ao nível da deficiência mental/intelectual.

O modo de estar, de ser, de fazer e de se inter-relacionar entre cola-boradores, companheiros e comuni-dade local potencia em cada pessoa que vive a ASTA o percorrer de um caminho de desenvolvimento inte-gral em contexto familiar.

Falámos com dois dos fundado-res da ASTA, a Dra. Maria José e o Sr. Presidente da Junta de Fregue-sia da Cabreira, Luís Fonseca. Na origem da criação da ASTA esteve a necessidade sentida de dar uma resposta digna e humana, a partir da autonomia pessoal, a familiares com deficiência mental/intelectual.

“Sou competente, sou útil, sou EU”

A formação e as bases humanas e espirituais que estes fundadores foram adquirindo ao longo destes anos permitiu-lhes compreender a importância de uma educação que potencia o melhor de cada compa-nheiro, valorizando o seu trabalho e competências, sem esquecer o

valor da arte, da música, da espi-ritualidade, a partir do ritmo, das rotinas, do afecto e de uma educação com princípios e regras assentes na verdade, autenticidade, privacidade, integridade, solidariedade, respeito e cidadania.

Impressionou-nos o facto de os companheiros viverem em núcle-os familiares dispersos por casas na aldeia, sob orientação de um colaborador. Nas suas casas aper-cebemo-nos da vivência de partilha e da preocupação em colaborar e interagir com os seus vizinhos. Disso foi exemplo a pronta dispo-nibilidade do companheiro Paulo em auxiliar o Sr. Joaquim a sachar as suas batatas.

A ASTA ao promover o melhor de cada companheiro e a sua auto-nomia transforma-se em ponto de

partida mais do que de chegada. O companheiro Paulo, um dos nossos anfitriões, depois de vários anos na ASTA, confidenciou-nos que ia ini-ciar uma nova etapa formativa, fora da Cabreira, mas sempre no coração da ASTA.

Afinal o que vimos na ASTA e na Cabreira? Vimos ENTREGA, uma entrega genuína, o que nos levou a pensar que a crise não passa pela Cabreira porque a resposta à crise está neste ambiente solidário de en-treajuda e colaboração, de sentido de beleza espiritual e atenção aos pormenores do OUTRO. Num am-biente familiar EDUCA-SE e VIVE-SE com ritmos.

Pela InterMEDIAR,Ângela Lopes

Filipa CaetanoFilomena Carvalho

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15O Mensageiro28.Junho.2012 DESPORTO

Divulgação

CICLISMO – A prova rainha está de regresso, depois de em 2010 uma das etapas do contra-relógio individual ter ligado a Praia do Pedrógão à cidade de Leiria. Dois anos volvidos, o cenário repete-se. Um total de 32,6 quiló-metros a serem percorridos a 25 de Agosto, naquela que será a penúltima etapa (9.ª) da 74ª edição da Volta a Por-tugal em bicicleta.

A Volta a Portugal co-meça, este ano, um pouco mais tarde que o habitual, para permitir a participação dos atletas nacionais que

vão representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Londres.

Joaquim Gomes, di-rector da prova, destaca a importância do contra-re-lógio na penúltima etapa, pois assim “garantimos um alto nível desportivo e conservamos a expectativa em relação ao vencedor até quase ao final”. O antigo ciclista português destaca ainda os “locais míticos como a subida à Sra. da Graça (Mondim de Basto), e à Torre (Seia)”.

O tiro de partida será

dado a 15 de Agosto, em Castelo Branco, com o prólogo (2,2 Km). Seguem-se as ligações Termas de Monfortinho-Oliveira do Hospital (200,8), Oliveira do Bairro-Trofa (190,7), Vila Nova de Cerveira-Fafe (176,1), Viana do Castelo-Mondim de Basto (151,9), Armamar-Oliveira de Aze-méis (176,6), Aveiro-Viseu (184,1), Gouveia-Sabugal (185,5), Guarda-Seia (154,9), o contra-relógio em Leiria e a derradeira etapa Sintra-Lisboa (149,5).

Vidigalenses somam 22 pódios

Volta a Portugal

Leiria recebe contra-relógioVencedor em 2010, David Blanco apoiado em Várzeas (Souto da Carpalhosa)

Arqu

ivoDR

/JV

ATLETISMO – “Duas vitó-rias colectivas, 20 títulos individuais, um recorde distrital e vários atletas conseguiram os mínimos de participação para os Campeonatos Nacionais de Juvenis e Juniores.” A informação surge no website do clube leiriense (juventudevidigalense.pt) e refere-se às prestações dos seus atletas no campeonato distrital de absolutos (23 e 24 de Junho, Pombal).

O principal destaque individual foi João Moniz, o atleta que coleccionou mais títulos, curiosamente todos na mesma distância: 400 metros. Planos ou livres, com barreiras e em estafeta (4x400), o jovem atleta do clube leiriense não deu grandes hipóteses à concorrência. Já no sector feminino, Verónika Zhuko-va foi a atleta da Juventude Vidigalense que amealhou mais vitórias, concretamen-

te nos 100 e nos 200 metros planos.

Colectivamente os atle-tas masculinos (270 pontos) superaram respectivamente os seus colegas da A.D.C.R. Arneirense (79,5), das Cal-das da Rainha, e do A.C. Vermoil (64), de Pombal, enquanto que em femini-nos a Juventude Vidigalen-se (177) foi melhor que o A.C. Vermoil (97) e o C.A. Marinha Grande (81).

COC “bronzeado”ORIENTAÇÃO – Um pódio colectivo e 22 individuais, foi o saldo do Clube de Orientação do Centro (COC), no “I Alentejo Orienteering Trophy” (24 e 25 de Junho, Pavia, Mora).

Laura Tenreiro (D10), João Bernardino (H16) e Isabel Monteiro (D50) estiveram em particular destaque, ao vencerem nos respectivos escalões, na prova de distância média. No degrau imediatamente a seguir, 2.º lugar, ficaram Edgar Domingues (H21B), Cristiana Cunha (D21B), Albano João (H50) e Manuel Domingues (H55). Ao

último do pódio, isto é, no 3.º lugar, subiram Inês Domingues (D18), Ricardo Oliveira (H35), Anabela Vieito (D40), Palmira João ficou (D50) e Rui Antunes (H55).

Houve ainda lugar a uma etapa de “sprint”, a contar para o circuito nacional urbano, onde se destacaram Liana Baptista (D12), Ricardo Oliveira (H35) e Mário Santos (H50), que subiram ao lugar mais alto do pódio. Seguiram-se-lhes João Bernardino (H16), Paulo Franco (elite), Rui Tenreiro (H45), todos no 2.º lugar, e Ricardo Tenreiro (H14), Patrícia Casalinho (elite), Frederico Costa (H21A) e Cátia Marques (D21), no 3.º lugar.

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28JUNHO2012ÚLTIMA O primeiro dos bens, depois da saúde, é a paz interior.François La Rochefoucauld, Duque e moralista francês (1613-1680)

Na passada segunda-feira, dia 25 de Junho, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, esteve de visita ao Hospital de Santo André (HSA), uni-dade do Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP). A visita foi acompanhada pelos representantes das estruturas do centro e de Leiria da Ordem dos Mé-dicos, nomeadamente por Fernando Gomes, presiden-te do Conselho Regional do Centro, e Ana Barros, presi-dente do Conselho Distrital de Leiria. José Manuel Silva mostrou, na visita que efec-tuou aos serviços, a sua pre-ocupação no que respeita à concentração de hospitais e serviços, que resultará certamente na redução de camas de internamento. «A OCDE recomenda 4,8 camas por mil habitantes, e nós em Portugal temos 3,3 camas por mil habitantes, sendo que a Alemanha tem oito», refere, acrescentando que «reduzindo serviços, estaremos a piorar signi-ficativamente a situação». Salientou que é funda-mental que a capacidade de recuperar estruturalmente o hospital, «que aconteceu no HSA graças à sua capaci-dade de investimento, seja acompanhada da disponibi-lização de recursos huma-nos capazes de responder às necessidades dos uten-tes». «Os doentes existem e vão continuar a existir, por isso é necessário que as medidas governamentais vão no sentido de dotar as instituições de Saúde de profissionais, principal-mente aquelas que mais sofrem com as crescentes assimetrias», explicou. Re-ferindo-se às dificuldades em contratar médicos e enfermeiros, o bastonário exemplificou com os pedi-dos que o Centro Hospitalar Leiria-Pombal apresentou já à Tutela para a contratação de médicos, em regime de contrato individual de trabalho, e que continuam sem qualquer resposta.

No decorrer da visita o bastonário salientou que o hospital de S. Ande é um

exemplo de como, «com esforço e dedicação dos profissionais, se pode fazer mais», ainda que, admitiu, «continue a atravessar grandes dificuldades, que causam grandes prejuízos à instituição, nomeadamente com a falta de recursos hu-manos». Assim salientou a importância em «apostar na qualidade dos serviços prestados», tendo referido que esse caminho está visí-vel em Leiria.

Helder Roque, presi-dente do Conselho de Ad-ministração (CA) do CHLP, congratulou-se com esta vi-sita e afirmou que «embora tenha sido uma visita curta, mostrámos o nosso hospi-tal, como se trabalha e que condições temos. O Senhor Bastonário teve a oportu-nidade de ver um hospital estruturalmente moderno, ao serviço dos seus utentes, acolhedor e humanizado, e pode assim perceber como temos uma equipa unida e empenhada, e que somos um hospital sustentado, com uma gestão rigorosa e partilhada».

Serviço de Cardiologia em destaque

Entretanto, nos dias 6 e 7 de Julho realiza-se no hospital o segundo en-contro internacional 2nd

Challenges in Cardiology que reúne especialistas de vários países para debater o que de melhor se faz em cardiologia e os novos avan-ços e soluções na área, e para partilhar experiências e conhecimentos. Este en-contro leva a que o Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP) se assuma como uma referência nesta espe-cialidade a nível nacional. Para além disso destaca-se a plataforma wwww.challengesincardiologycom, uma nova plataforma de formação, de médicos para médicos, única no país, que

pretende ser um espaço de partilha para proporcionar cada vez mais e melhores serviços aos utentes.

João Morais, diretor do Serviço de Cardiologia do CHLP, membro da Socieda-de Europeia de Cardiologia e chairman do Encontro, explica que «o Serviço de Cardiologia do CHLP assu-me-se como um serviço de excelência, de referência a nível nacional e internacio-nal, quer ao nível dos resul-tados assistenciais, quer pelo trabalho desenvolvido pelos seus profissionais na investigação e promoção do estudo e desenvolvimento

da Cardiologia».«A ideia de criar o

Challenges in Cardiology, enquanto encontro e, agora, como plataforma educacional, partiu pre-cisamente desta ambição dos profissionais do Servi-ço, que pretendiam ter uma plataforma de partilha, de referência, que permita dar a conhecer o que de melhor se faz nesta área, assim como lançar novos desafios e encontrar novas soluções que nos permitam servir da melhor forma o doente», afirma o diretor do Serviço de Cardiologia.

«O Encontro que deu origem a este portal será agora apenas uma das peças, fundamental, neste projeto, que servirá de plataforma de partilha, de médicos para médicos, com tutoriais, artigos cien-tíficos, com entrevistas em vídeo, etc., sempre numa perspetiva pedagógica e de fácil consulta, que seja um suporte incontornável para profissionais em Portugal e no estrangeiro», refere João Morais, sublinhando que «a capacidade de crescimento desta plataforma depende-rá, em grande medida, das sinergias que conseguirmos juntar, dos contributos dos profissionais de todo o mundo, e também dos

apoios que forem surgin-do».

A segunda edição do Challenges in Cardiology reunirá cerca de duas centenas de especialistas nacionais e internacionais para dois dias dedicados ao coração, com 16 confe-rências, 10 das quais pro-feridas por especialistas estrangeiros. «Todas as lições, assim chamamos a cada um dos painéis, precisamente porque se trata de formação, serão debatidas por especialistas portugueses, e consegui-rão abranger profissionais que lidem diariamente com a Cardiologia, quer sejam especialistas alta-mente diferenciados em determinadas áreas desta especialidade, quer sejam médicos de família, clíni-cos de Medicina Geral e de outras áreas da Medicina», explica João Morais.

O Serviço de Cardio-logia do CHLP conta com áreas de internamento (15 camas de enfermaria e cinco camas de cuida-dos intensivos cardíacos), exames complementares de diagnóstico, consultas externas, e uma Unidade de Hemodinâmica e In-tervenção Cardiovascular (inaugurada em maio de 2010). Ao nível dos recur-sos humanos, o Serviço de Cardiologia do CHLP dispõe de seis médicos, mais nove médicos em colaboração externa, 27 enfermeiros, 12 auxiliares de ação médica, nove técnicos de Cardiopneumologia, e um técnico administrativo. Cumprindo, e mesmo ul-trapassando, todas as me-tas definidas inicialmente, a Unidade de Hemodinâ-mica e Intervenção Cardio-vascular realizou em 2011 1.429 cateterismos, 404 angioplastias e implantou 213 pacemakers. Ainda em 2011, o serviço internou 1.390 doentes, realizou 27.080 eletrocardiogramas, e 5.213 consultas externas em Cardiologia Geral, Insuficiência Cardíaca Avançada, e de Follow-up de Pacemaker.

Bastonário da Ordem dos Médicos em Leiria

Hospital de Santo André elogiadoDR

DR