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Fator Melquisedeque Página 1
Ev. Sebastião Liberato
INTRODUÇÃO
“Ele fez de uma só pessoa toda nação da raça humana para habitar sobre toda face da terra, e ele
determinou os tempos designados para estas nações e os limites da sua habitação. Elas devem buscar a Deus,
se talvez, tateando, o possam encontrar, apesar de ele não estar longe de cada um de nós. ‘Pois nele nós
vivemos, e nos movemos, e existimos’. Assim como até mesmo alguns dos seus próprios poetas disseram:
‘Somos sua descendência’.” Atos. 17.26-28.
“No passado, Deus permitiu que todas as nações seguissem seus próprios caminhos. E, no entanto, ele
não deixou a si próprio sem testemunho. Deus concedeu benefícios dando a vocês chuvas do céu e estações
frutíferas. Ele encheu o coração de vocês de alimento e contentamento.” Atos 14.16,17.
Através do Sermão de Paulo no Areópago em Atenas (At 17.22-31) podem-se analisar alguns
fatores interessantes que darão inicio ao discurso presente neste estudo. Para isso devemos analisar
que Paulo, antes de iniciar sua preleção, anda pela cidade e examina os magníficos templos, os
altares e os ídolos presentes naquela sociedade e percebe a idolatria presente naquela sociedade
que possuía um deus para cada situação. Os principais são Zeus, Poseidon, Afrodite, Atenas, Apolo,
Hermes, Ares etc. Entretanto Paulo percebe um altar vazio, onde somente se encontrava escrito
“agnostos theos”, ou seja, “deus desconhecido”. É a partir dessa passagem que o missionário Don
Richardson desenvolve um profundo e valioso estudo sobre o testemunho de Deus presente em
todas as nações.
I. POVOS DO DEUS REMOTO
1. Os atenienses
No século seis antes de Cristo, a cidade de Atenas sofreu uma grande praga (essa
praga não pode ser confundida com a que ocorreu em 430 a.C.) que matou muitos
atenienses. A história nos conta que os atenienses queimaram muitos sacrifícios aos seus
deuses para que a praga fosse extinta, como não conseguiram, buscaram entre outros povos
alguma solução entre os seus deuses, mesmo assim a praga continuou.
Entretanto uma sacerdotisa recebeu uma mensagem de um oráculo que dizia que os
atenienses estavam sendo punidos por causa da traição do rei Mégacles aos seguidores de
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Cílon. A sacerdotisa afirmou que “havia um deus que ainda não tinha sido apaziguado, e que
se deveria enviar um navio a Cnossos, na ilha de Creta, e trazer de lá um homem chamado
Epimênides”.
Epimênides chegando a Atenas descreveu três suposições: a primeira é que “ainda
existe outro deus, um deus cujo nome não conhecemos e que não está sendo representado
por qualquer ídolo em sua cidade”, a segunda é que “esse deus é bastante poderoso e
suficientemente bondoso para fazer alguma coisa a respeito da praga, se apenas pedirmos
sua ajuda” e terceiro que “qualquer deus suficientemente grande e bondoso para fazer algo
a respeito da praga é também poderoso e misericordioso para nos favorecer em nossa
ignorância se a reconhecermos e o invocarmos”.
Epimênides disse que preparassem muitas ovelhas de diversas cores e não as
deixassem se alimentar, mandou também aos pedreiros que se preparassem. No dia seguinte
pelo nascer do Sol, Epimênides mandou soltar as ovelhas famintas, aonde as ovelhas
deitassem em vez de se alimentar deveria ser construído um altar ao “deus desconhecido”.
Muitos altares foram construídos naquele dia, mas nos dias do apóstolo Paulo somente um
ainda estava preservado.
Segundo o que analisamos da Bíblia, Epimênides apesar de ser um estrangeiro
propício à idolatria, ele foi considerado por Paulo como um profeta (Tt 1.12), que citou uma
de suas poesias:
“Os cretenses diziam como verdade a respeito de Zeus, que ele era um
senhor; foi dilacerado por um javali e foi sepultado; e veja: seu túmulo é
conhecido entre nós; assim Minos, filho de Zeus, proferiu um discurso de
louvação em favor de seu pai; e disse: os cretenses entalham para ti um
túmulo, ó santo e altíssimo! Mentirosos, bestas selvagens e lentos glutões,
pois tu não estás morto para sempre; tu estás vivo e ressurreto; pois em ti
nós vivemos e nos movemos, e temos o nosso ser”.
O próprio Paulo no discurso do Areópago utilizou de sua poesia ao também dizer
“pois em ti nós vivemos e nos movemos, e temos o nosso ser”. Paulo ao citar uma poesia e
considerar a história dos séculos passados, chamando o próprio Epimênides de profeta, não
estava assumindo uma postura herege. Pois quando os escribas foram chamados para a
tradução do AT para o grego no século II a.C., eles pensaram muito acerca do nome grego
que usariam para traduzir o nome do Deus IAVÉ, e uma das opções foi Zeus e Theos, como
Zeus já estava manchado por terem designado a ele atitudes e sentimentos ligados a
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corrupção humana e designado a ele pais chamados Cronos e Réia, logo os escribas
escolheram Theos que por enquanto estava livre da corrupção.
Quanto a isso os próprios filósofos gregos combatiam a degeneração e multiplicidade
dos deuses gregos, como Xenófanes, que no século VI a. C. começou a rotular os textos dos
poetas como blasfêmias. Queixava-se de que os escritores Homero e Hesíodo atribuíam aos
deuses "tudo o que é vergonhoso e escandaloso entre os homens, pois os deuses roubam,
matam, cometem adultério, e enganam uns aos outros". Anaxágoras, por exemplo, partiu
para um autoexílio fora de Atenas, por duvidar que a lua fosse uma deusa e afirmar que, pelo
contrário, vislumbrava em sua terra mares e montanhas. Aristóteles, que não aceitava a
explicação de que o titã Atlas carregava a terra e o céu nas costas (afirmação que rotulou de
"ignorância e superstição do povo grego"), exilou-se por temer que terminasse como
Sócrates, que obteve acusação de impiedade e morreu. Sócrates foi condenado com 71 anos,
acusado, entre outras coisas, de ateísmo e de corromper os jovens gregos com seus
ensinamentos.
O latim Deus descende do Protoindo-europeu deiwos = "divino", mesma raiz que
Dyēus, a divindade principal do panteão indo-europeu, igualmente cognato do grego Zeus.
Na era clássica do latim o vocábulo era uma referência generalizante a qualquer figura
endeusada e adorada pelos pagãos. Foi São Jerônimo que traduziu a palavra hebraica Elohim
para o latim como Deus na tradução da Vulgata em 400 d.C.
Vemos outro ponto de ligação com a cultura grega quando o apóstolo João ao
escrever seu evangelho utiliza a palavra “logos”, trazendo à tona na mente grega ouvinte
uma enxurrada filosófica que se iniciara por volta do ano 600 a.C. quando o filósofo grego
Heráclito utiliza pela primeira vez “logos” como a razão, capacidade de racionalização
individual ou o plano divino que coordena o Universo em mudança, ou seja, um princípio
cósmico de ordem e beleza que rege toda a criação logicamente.
2. Os cananeus
Deus apareceu a Abraão e disse:
“De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Seja tu uma
benção: abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. Em ti serão
benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.2,3)
Deus abençoou a Abraão com um único propósito, que através dele todas as famílias
da terra seriam abençoadas. Antes disso Deus mandou Abraão habitar numa região
desconhecida, onde já se encontrava cerca de dez tribos diferentes (Gn 15.19-21).
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Em certo dia, seu sobrinho Ló foi sequestrado, e Abraão sai em seu resgaste, e ao
voltar e chegar ao Vale de Savé (Vale do Rei) veio a Abraão um homem chamado
Melquisedeque, rei de Salém. O seu nome é uma combinação de duas palavras cananeias,
Melchi (rei) e Zadok (Justiça), ou seja, rei de justiça. Melquisedeque também atuava como
sacerdote do “El Elyon” (Deus Altíssimo) (Gn 14.12-24). Tanto “El” como “Elyon” eram nomes
cananeus para o próprio Javé. A palavra El aparece em diversas línguas semíticas como o
fenício, aramaico e o acadiano. Elyon também aparece como um nome para Deus nos textos
antigos escritos em fenício (uma ramificação da posterior da língua cananéia). A forma
composta El Elyon aparece até numa inscrição aramaica da antiguidade encontrada
recentemente na Síria como nos informa Don Richardson.
A pergunta que nos é feita é a seguinte: Será que Abraão que chamava o Senhor de
Javé, ressentiu-se de um cananeu o chamar em seu próprio idioma de El Elyon? Claro que
não, pois Abraão não somente aceitou o “pão e o vinho” dado por Melquisedeque (Gn.
14.18), como também Abraão foi abençoado por Melquisedeque pela benção de El Elyon
(Gn. 14.19,20) e ele mesmo passou a chamar Javé de El Elyon (Gn 14.22) também dando seus
dízimos a Melquisedeque como forma de submissão! O homem que foi escolhido por Deus
para abençoar toda a terra, se humilha perante um cananeu desconhecido (Hb 7.4-10).
A presença de Melquisedeque é tão impressionante que o próprio Jesus deveria se
tornar um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 7.15-17). Talvez
possa se especular que Abraão também deva ter ficado abalado quando descobriu que Deus
possuía um representante seu entre os ímpios cananeus, e então se inquirido do porque
mesmo assim Deus o chamou para testemunhar sua benção entre todos os povos!
Agora então podemos entender o tema de que o livro de Don Richardson trata.
Melquisedeque apresentou-se no Vale de Savé como um símbolo ou tipo da revelação geral
de Deus à humanidade, enquanto Abraão representava a revelação especial de Deus à
humanidade baseada na aliança e registrada no cânon bíblico. A revelação geral de Deus é
superior a sua revelação especial de duas maneiras: ela é mais antiga e tem influenciado
100% da humanidade (Sl. 19) em vez de apenas uma pequena porcentagem. À medida que a
revelação especial (Fator Abraão) continuou a estender-se pelo mundo, através das eras do
AT e NT, ela descobriu que a revelação geral (Fator Melquisedeque) já se achava em cena,
trazendo pão e vinho, e abençoando a todas as nações, preparando-as para chegada do Fator
Abraão. Entretanto, também existe o 3° fator. Assim que Abraão acabou de se encontrar com
Melquisedeque, Bera, rei de Sodoma disse a Abraão: “Dá-me a mim as almas e a fazenda fica
para ti” (Gn 14.21). Abraão recusou a oferta do rei de Sodoma, mas infelizmente muitas
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culturas, mesmo tendo se encontrado com o Fator Melquisedeque, não resistiram ao Fator
Sodoma.
3. Os incas
Pachacuti foi rei da incrível civilização inca da América do Sul, de 1438 a 1471 d.C.
Segundo Philip Ainsworth Means, perito em antiguidades andinas, Pachacuti levou o império
inca ao seu apogeu. Pachacuti foi responsável pela construção da fortaleza inca Machu Pichu.
Após reconstruir o templo de Inti (o deus Sol na mitologia Inca) Pachacuti começou a
questionar a soberania desse Deus. Ele percebeu que o Sol sempre segue um caminho
determinado, realiza tarefas definidas e mantém horas certas como as de um trabalhador, e
Inti fosse realmente Deus, nenhuma simples coisa
criada por ele, como uma nuvem, teria poder para
reduzir a sua luz. Pachacuti buscou então em meio
às memórias de seu povo, e descobriu que
antigamente seu povo adorava a um deus chamado
Viracocha (senhor criador onipotente de todas as
coisas) que possuía um templo em Quishuarcancha,
há muito esquecido.
Pachacuti lembrou que seu pai, Hatun Tupac,
afirmou ter recebido conselho num sonho de
Viracocha, onde disse que Ele era verdadeiramente
o Criador de todas as coisas. Pachacuti descobriu
então que Viracocha é a divindade invisível, criadora
de toda a cosmovisão andina, era considerado como
o esplendor original, o Senhor, Mestre do Mundo,
sendo o primeiro deus dos antigos tiahuanacos, que das águas do lago Titicaca criou o céu e
a terra. Pachacuti então se reuniu com os sacerdotes de Inti, e lhes expôs sua descoberta.
Crendo eles que o povo se revoltaria por tanto tempo terem adorado a um deus falso,
resolvem então guardar esse segredo por mais um tempo, mas infelizmente os espanhóis
chegaram!
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4. Os santal
Em 1867, o missionário Lars Skrefsrud viajou até o norte de Calcutá na India, e
descobriu um povo composto de dois milhões e meio de pessoas, os santal. Ele acreditou
que demoraria algum tempo até algum deles aceitarem a mensagem do evangelho, mas
quase imediatamente os santal se reuniram e disseram a ele que eles sabiam que deus ele
estava pregando, que ele era um enviado de Takur Jiu!
“Como vocês sabem a respeito de Thakur Jiu?” Perguntou o Skrefsrud. Eles
responderam: “Nossos ancestrais o conheciam no passado”. Um sábio santal chamado
Kolean disse mais: “No passado, Thakur Jiu criou Haram e Ayo, e os colocou em um jardim,
no leste da Índia, na região chamada Hihiri Pipiri. Ali,
um ser chamado Lita tentou fazer cerveja de arroz e,
depois, induziu-os a jogar parte da cerveja no solo
como uma oferta ao demônio. Haram e Ayo se
embriagaram com a cerveja e dormiram. Ao acordar,
souberam que estavam nus e tiveram vergonha. Mais
tarde Ayo teve 7 filhos e 7 filhas de Haram, os quais
se casaram e formaram 7 clãs. Os clãs migraram para
uma região chamada Kroj Kaman, onde se tornaram
corruptos. Thakur Jiu chamou a humanidade para
voltar a Ele. Quando o homem se recusou, Thakur Jiu
escondeu um ‘casal santo’ numa caverna no monte
Harata, destruindo o restante da humanidade através
de um dilúvio. Tempos depois, os descendentes do ‘casal santo’ se multiplicaram e migraram
para a planície de Susan Beda. Thakur Jiu os dividiu ali em muitos povos diferentes. Nossos
descendentes migraram para a ‘Terra de Jarpi’ avançando para o leste até que altas
montanhas bloquearam seu caminho. Eles procuraram por uma passagem, mas não
encontraram, pois os espíritos da montanha estavam bloqueando o caminho. Disseram que
para passar deveriam sacrificar a eles. Foi assim que nosso povo caiu nas mãos dos ‘Maran
Buru’ para então conseguiram passagem”.
Após entender que eles estavam falando do mesmo Deus, e Skrefsrud começar a
pregar em nome de Thakur Jiu, os santal começaram a se converter, sendo batizados em
média cerca de 80 indivíduos por dia! Skrefsrud batizou mais de 85.000 crentes santal!
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5. Os Gedeos
Nas montanhas da Etiópia, os gedeos compartilham uma crença no deus benévolo
chamdo Magano. Porém muitos deles estavam preocupados em apaziguar a ira de Sheit’na,
então um gedeo chamado Warrasa Wange preocupado com essa idolatria, fez uma oração a
Magano para que ele se revelasse a seu povo. Logo após essa oração,Warrasa teve um
sonho onde via dois homens brancos abrigados debaixo de um sicômoro, mas eles
construíam sobre o sicômoro tetos que eram muitos brilhantes. Então ele ouviu uma voz que
disse: “Esses homens trarão uma mensagem de Magano, o Deus que você procura. Espere
por eles”. No final dessa visão, Warrasa vê a estaca que sustentavam sua casa se mover,
onde ele tirava a estaca e pregava-a no solo junto a habitação de telhado brilhante dos dois
homens.
Oito anos se passaram, até que em Dezembro de 1948, Albert Brant e Glen Cain,
apareceram para iniciar uma missão evangélica dentro de
um caminhão velho. O caminhão enguiçou debaixo de um
sicômoro antigo. Três décadas mais tarde mais de 200
igrejas estavam construídas, cada uma com em média
200 membros!
6. Os mbaka
Os mbaka é uma tribo banto que reside perto da cidade de Sibyut na República
Centro Africana. Quando os missionários batistas chegaram até este povoado liderados por
Ferdinand Rosenau não tiveram muito
trabalho de fazê-los entender o evangelho,
pois um dos seus anciãos lhes disse que:
“Koro, o criador, enviou uma mensagem a
nossos antepassados há muito tempo,
dizendo que Ele já mandara seu filho realizar
uma coisa maravilhosa em favor de toda a
humanidade. Mais tarde, porém, nossos
ancestrais afastaram-se da verdade sobre o
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filho de Koro. Com o tempo, eles até esqueceram o que Ele havia feito pela humanidade.
Desde a época do ‘esquecimento’ , gerações sucessivas de nosso povo desejaram descobrir a
verdade sobre o filho de Koro. Mas tudo o que pudemos saber foi que mensageiros
finalmente viriam para repetir esse conhecimento esquecido. De alguma forma, sabíamos
também que os mensageiros seriam provavelmente brancos. Em qualquer caso, resolvemos
que, à chegada dos mensageiros de Koro, todos nós lhe daríamos as boas-vindas e creríamos
na sua mensagem”.
7. Os macuxis
Os macuxis são um subgrupo dos pemons. Eles habitam a região compreendida entre
as cabeceiras do rio Branco e do rio Rupununi, território partilhado entre o Brasil e a Guiana.
Entre eles existe a lenda do Monte. Conta que antigamente não havia nenhuma elevação
naquelas terras. Muitas tribos indígenas viviam naquela área plana e fértil onde a caça, a
pesca e outros frutos eram abundantes. Porém, num dia, nasceu num local uma bananeira,
uma árvore que nunca aparecera ali antes. Tornou-se, rapidamente, viçosa e cheia de belos
frutos, mas um recado divino foi dado aos pajés: "Ninguém poderia tocar nela ou em seus
frutos, pois aquele era um ser sagrado; Se alguém o fizesse, inúmeras desgraças
aconteceriam ao povo daquela terra”. Todos obedeceram ao aviso que lhes foi dado. Porém,
ao amanhecer de certo dia, a tribo percebeu que haviam cortado a árvore e, em instantes, a
natureza revoltou-se. Trovões e relâmpagos rasgavam o céu deixando todos assustados. Os
animais fugiam. E do centro da Terra surgiu o Monte Roraima, elevando-se imponente até o
céu. Pessoas dizem que até hoje o monte "chora" pela violação no passado.
Os macuxis dizem acerca da criação da terra que: “No início era assim: água e céu.
Um dia, um menino caiu na água, o sol quente soltou a pele do menino, a pele escorregou e
formou a terra. Então, a água dividiu o lugar com a terra e o menino recebeu uma nova pele
cor de fogo. No dia seguinte, o
menino subiu numa árvore, provou de
todos os frutos e jogou todas as
sementes ao vento. Muitas sementes
caíram no chão e viraram bichos.
Muitas sementes caíram na água e
viraram peixes. Muitas sementes
continuaram boiando no vento e
viraram pássaros. No outro dia, o
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menino foi nadar e mergulhou
fundo, e encontrou um peixe
ferido. O peixe explodiu e da
explosão surgiu uma menina. O
menino deu a mão para a menina e
foram andando, e o menino e a
menina foram conhecer os quatro
cantos da terra”.
Hoje os índios macuxis
possuem o primeiro pastor
indígena no Brasil, o pastor Cizi
Simplício Manduca. Desde a metade do século 20, missionários tem investido na
evangelização dos índios brasileiros, conseguido alcançarem milhares de almas.
Percebemos também que nem sempre os missionários utilizaram o Fator
Melquisedeque de forma correta. Exemplo disso foram os jesuítas que utilizaram Tupã como
a divindade ao qual eles estavam anunciando. Entretanto tupã não era o nome de um deus,
mas sim um ato divino de Nhanderuete (o liberador da palavra original).
CONCLUSÃO
Este estudo tem por base a propagação desse evangelho que é destinado a todos os povos,
onde muitos se têm esquecido de que o próprio Jesus disse para irmos e o pregá-lo a toda a criatura,
começando em Jerusalém, na Judeia, em Samaria e chegando até os confins da Terra, mas
infelizmente muitos tem tentado guardá-lo a cadeados não compartilhando desse amor tão grande e
misericordioso.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Evangelho de João 3.16
“O Deus que preparou o evangelho para todos os povos, preparou também todos os povos
para o evangelho.”
Don Richardson
Fator Melquisedeque Página 10
BIBLIOGRAFIA
RICHARDSON, Don. O fator Melquisedeque: o testemunho de Deus nas culturas por todo o mundo. 2
ed. São Paulo, 2008. Ed. Vida Nova
KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Atos vol. 2. São Paulo, 2006. Ed. Cultura
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RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo Testamento. Ed. CPAD.
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus (19 Fev 2011)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tup%C3%A3 (19 Fev 2011)