5 - ESTUDO DE CASOSnavio sonda deepwater navigator NS-23 de 12 de junho à 27 de agosto de 2006...
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5 - ESTUDO DE CASOS:
A análise de dados do acervo público do CGPEG/IBAMA de alguns poços
de perfuração marítima já realizados no Brasil, foi realizada antes da publicação
da NT 07/11 e forneceu referência quantitativa de resíduos gerados para este
enorme número de atividades previstas em função da descoberta desta nova
fronteira exploratória no Brasil, conhecida como pré-sal.
Isto facilitou o entendimento e a interpretação de como o gerenciamento de
resíduos está sendo administrado no Brasil e permitiu uma melhor interpretação
de como a aplicação do conceito do conceito do ciclo de vida pode fazer o
diferencial nas empresas em prol da sustentabilidade deste setor na prática.
Os PCPs consultados para análise de casos, foram obtidos em diversas
visitas ao acervo público do órgão ambiental competente (CGEPG/IBAMA) como
parte de consultas aos estudos relacionados ao licenciamento da atividade de
perfuração marítima de diferentes empresas, que estavam disponibilizadas ao
público exatamente no formato entregue pelas empresas. Observou-se que os
casos analisados comtemplavam atividades de exploração desempenhadas em
épocas distintas e consequentemente regidos por Notas Técnicas de diferentes
versões e por isso com diferentes conteúdos e exigências técnicas.
Para análise dos casos apresentados neste capítulo, não foram considerados
os resíduos gerados pelas embarcações de apoio ou dedicadas, já que as mesmas
por suas características de atividade, apresentam em quase sua totalidade geração
de resíduos diretamente ligadas ao número de pessoas na tripulação, que são bem
variáveis e percentualmente pequenas em relação ao quantitativo gerado pela
unidade marítima de perfuração. Assumimos portanto que conclusões sobre a
aplicabilidade do CCV no gerenciamento de resíduos podem ser estendidos a estas
embarcações.
A partir da análise do conteúdo da NT07/11, conhecimento das
características das atividade e de análise de casos disponibilizados nas consultas
ao acervo público da CGPEG, foi possível conforme ilustrado na tabela 10,
elencar os possíveis impactos decorrentes da geração de resíduos sólidos,
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efluentes e emissões atmosféricas nas diferentes fases da atividade de perfuração
marítima (posicionamento da unidade de perfuração, perfuração do poço, e
desativação da atividade), assim como trazer à baila alguns assuntos pertinentes
ao gerenciamento de resíduos identificados com o auxílio do uso do conceito do
ciclo de vida na ánalíse do tema ao longo do desenvolvimento desta dissertação.
Tabela 10 - Resumo dos impactos decorrentes da geração de resíduos nas fases de uma atividade
de perfuração offshore.
Fase de Posicionamento da Unidade de Perfuração
Posicionamento da Unidade de Perfuração Transporte de resíduos
Atividade Rotineira da
Unidade de Perfuração
Geração de efluentes domésticos – são gerados esgotos
sanitários, água servida e resíduos alimentares. Os esgotos
sanitários e águas servidas passam por tratamento químico e o
efluente é lançado ao mar. Os resíduos alimentares são triturados
e lançados ao mar.
Geração de resíduos oleosos –passam por separador água/óleo. A
água limpa (<15ppm) é lançada ao mar.
Geração de resíduos sólidos –encaminhados para terra - aterro,
incineração, recuperação, co-processamento ou reciclagem.
Emissão de gases – decorrente do funcionamento de máquinas e
motores
Transporte de resíduos
Fase de Perfuração do Poço
Atividade Rotineira da Unidade de
Perfuração
Idem a Fase de Posicionamento
Perfuração do Poço
Geração de cascalho e deposição ao redor da cabeça do poço –
decorrente da Perfuração das duas primeiras fases
Geração da mistura cascalho/fluido – essa mistura passará por
tratamento de lavagem que terá como resultado a geração de
cascalho com pequeno percentual de fluido aderido (fluido
base-sintética) – esta será lançada no mar, da unidade de
perfuração.
Transporte de resíduos
Fase de Desativação da Unidade
Atividade Rotineira da Unidade de
Perfuração
Idem a Fase de Posicionamento
Desativação da Atividade Transporte de resíduos
100
A seguir encontra-se descrição sumária de três casos analisados, com
observações e sugestões feitas com base no aprendizado adquirido ao longo do
desenvolvimento desta dissertação.
5.1. - CASO #1 (Dados ANEXO 4)
Atividade de perfuração marítima dos poços 9-SHEL-19D-RJS (poço
piloto) e 3-SHEL-20HP-RJS (POÇO HORIZONTAL) no bloco BS-4, bacia
de Santos realizado pela empresa Shell Brasil Ltda. - LPper n 066/2006 –
navio sonda deepwater navigator NS-23 de 12 de junho à 27 de agosto de
2006 (incluindo desmobilização). Base de apoio VOL (Vitória Offshore
Logistics) em Vila Velha/ES e Gerenciamento de resíduo feito pela Vitoria
Ambiental. Com exceção dos efluentes tratados e lançados ao mar, além dos
resíduos alimentares e fluidos/cascalhos, os demais resíduos gerados na
plataforma e embarcações de apoio foram transportados até a base de apoio
em terra (VOL).
Estes resultados foram obtidos por meio do “Relatório de Implementação do
Projeto de Controle da Poluição da Atividade de Perfuração Marítima” elaborado
por empresa de consultoria ambiental e enviado pela empresa operadora, pois na
época de sua emissão ainda não existia a exigência de prestação de informações
do PCP por meios das tabelas prescritas, desde a versão da NT 08/08 e mantida
pela versão atualmente vigente NT 01/11.
O relatório fornecia metas do projeto de maneira genérica:
1) Assegurar que resíduos não sejam incinerados a bordo da unidade de
perfuração;
2) Segregar 100 % dos principais resíduos gerados a bordo da plataforma,
em função da categoria do mesmo;
3) Tratar 100% do efluente sanitário gerado, realizando o seu descarte no
mar dentro dos limites regulamentados pela legislação brasileira e acordos
internacionais;
4) Tratar 100% do efluente oleoso gerado, realizando o seu descarte no mar
dentro dos limites regulamentados pela legislação brasileira e acordos
internacionais;
101
5) Assegurar o pleno funcionamento dos motores, e do flare em caso de
teste de poço, para máxima eficiência de queima, visando-se minimizar as
emissões de gases poluentes para a atmosfera assim como o consumo de óleo
diesel marítimo;
6) Dispor adequadamente 100 % do fluido de perfuração/cascalho utilizado
nas zonas de interesse, dentro dos padrões aprovados pelo IBAMA segundo as
boas práticas;
7) Dispor adequadamente 100% dos resíduos recicláveis e reutilizáveis
gerados na atividade;
8) Promover destinação adequada para 100% dos resíduos não recicláveis
gerados durante a atividade;
9) Promover destinação adequada para 100% dos resíduos perigosos
gerados durante a atividade; e
10) Rastrear 100 % dos resíduos gerados, desde a geração até a destinação
final.
Como indicadores de desempenho a empresa definiu:
1)% dos resíduos segregados a bordo, mediante análise de documentação de
registro de não conformidade emitido pela base de apoio quando da chegada dos
resíduos na base.;
2) % de efluente sanitário tratado adequadamente antes do seu descarte no
mar;
3) % de efluente oleoso tratado adequadamente antes do seu descarte no
mar;
4) % de inspeções e manutenções realizadas em relação ao previsto ;
5) % do fluido de perfuração disposto adequadamente em função do
resultado do teste de verificação de óleo livre;
6) % dos resíduos destinados para reciclagem e reutilização de acordo com
certificado de destinação final;
7) % dos resíduos não recicláveis destinados adequadamente de acordo com
certificado de destinação final;
8) % dos resíduos perigosos destinados adequadamente de acordo com
certificado de destinação final;
9) % dos resíduos gerados efetivamente rastreáveis de acordo com as fichas
de controle preenchidas pelas embarcações e base de apoio
102
Observou-se que um dos benefícios deste modelo de apresentação é a
riqueza dos detalhes, mas por outro lado este modelo não permite fácil
interpretações dos dados para uma possível análise comparativa com o
quantitativo de resíduo gerado na perfuração de outros poços de exploração
perfurados por outras empresas.
Este caso é anterior à publicação das NT 08/08 e NT01/11, que apresentam
como modelo o foco na gestão. Desta forma o modelo adotado na época, não
disponibilizava as informações relacionadas aos resíduos sólidos transportados
para a terra. No entanto o quantitativo de emissões atmosféricas, efluentes
líquidos, fluidos de perfuração e cascalhos gerados foram reportados.
A versão atual da nota técnica para o tema, conforme citado anteriormente,
não mais exige reporte de fluidos, cascalhos e emissões.
As emissões atmosféricas foram quantificadas proporcionalmente ao
período de funcionamento de seus moto-geradores, com estimativas calculadas
assumindo 100% da potência instalada na unidade marítima, o que demonstra a
dificuldade de comparação entre resultados de diferentes empresas, até mesmo
devido condições e vida útil dos equipamentos. Estas diferenças podem ser
relacionadas por exemplo à cálculos baseados em percentual distintos de potência
instalada, diferentes tipos de moto-geradores e até mesmo devido à eficiência do
programa de manutenção da empresa que implicam nas emissões atmosféricas.
Os efluentes líquidos gerados pela unidade de perfuração e pelas
embarcações e descartados no mar foram os efluentes sanitários e efluentes do
SAO. O esgoto sanitário gerado pela tripulação da unidade de perfuração foi
tratado, antes do seu descarte, na Unidade de Tratamento de Esgoto (UTE). Os
efluentes oleosos, águas captadas pelo sistema de drenagem presente em áreas
potencialmente contaminadas com óleo, provenientes da unidade de perfuração,
foram atendidos por um tanque pulmão e tratados por um SAO.
5.2. - CASO #2 (Dados ANEXO 5)
Atividade de Perfuração Marítima do poço 1-SCS-12 no Bloco BM-S-12
(Out/2004 – Jan/2005) na Bacia de Santos- Unidade de Perfuração
ALLASKAN STAR-SS-39, operado pela empresa Petróleo Brasileiro S/A -
Petrobras. Relatório de avaliação da implementação do PCP, elaborado com
103
base nas diretrizes estabeleicdas em Parecer Técnico ELPN/IBAMA n
092/2004 em atendimento a condicionantes específica 2.4 da Licença Prévia
de Perfuração n49/2004.
Da mesma maneira que no caso exposto anteriormente, as informações em
questão foram prestadas através de relatório de avaliação da implementação do
PCP, elaborado com base nas diretrizes estabelecidas no parecer técnico e em
atendimento a condicionantes da LPper. Na época da emissão do relatório,
também como no caso anterior, ainda não existia exigência de prestação de
informações do PCP por meios das tabelas prescritas tanto pela NT 08/08 como
pela a atualmente vigente NT 01/11. Assim como o caso anterior, o benefício
deste modelo de apresentação é a riqueza dos detalhes mas que por outro lado não
facilitam a interpretações dos dados, nem uma análise comparativa.
O relatório também fornecia metas do projeto mas de maneira genérica:
1) Segregar e encaminhar para a reciclagem 100% dos resíduos de papel e
papelão, vidro, metal e plástico;
2) Coletar, armazenar, proceder o tratamento e disposição adequada de
100% dos resíduos sólidos e efluentes
3) Instalar 100% dos coletores previstos, com cores definidas de acordo com
a legislação.
Como indicadores de desempenho a empresa definiu:
1)% de resíduos classe I, II e III gerados a bordo da unidade;
2)% de resíduos destinados adequadamente;
3)% de resíduos recicláveis segregados e encaminhados para a reciclagem
4)% de coletores instalados, acompanhados de sinalização adequada.
Neste relatório foram descritas ações de redução de emissões atmosféricas
nos mesmos moldes do apresentado no caso #1. Existe também referência sobre
redução de consumo de energia e recursos naturais.
O relatório foi feito no período de vigência da antiga NBR 10.004:1987 e
cita que em relação aos resíduos sólidos, processos geradores já estavam sendo
realizados de tal maneira que não haveriam outras possíveis formas de redução.
Nesta época também se reportava o volume de fluidos utilizado por fase do poço.
Os casos #1 e #2, respectivamente de 2006 e 2004, já sugerem a aplicação
do conceito de hierarquia de resíduos destas empresas pelo simples conteúdo
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adotado como metas e indicadores, que se apresentaram de maneira genérica e
pouco conclusivos. Por outro lado, estes dois casos demonstram evolução do
órgão ambiental no que se refere à apresentação de resultados do gerenciamento
de resíduos efluentes e emissões.
De acordo com a consulta ao acervo CGPEG/IBAMA, observou-se que em
2004, os relatórios ainda não eram padronizados dificultando ainda mais uma
análise comparativa. Na época as informações eram prestadas através de Fichas de
Controle e Disposição de Resíduos (FCDR). Não parecia também haver nenhum
tipo de incentivo ao reuso no estabelecimento de metas.
No caso #2, não houve implementação de nenhum projeto específico para
controle de emissões atmosféricas, uma vez que a empresa considerou que a
atividade ocorreu em um período considerado como curto, com emissões
unicamente provenientes de motores da unidade, na época baseada pela resolução
CONAMA 03/1990, ainda em vigor.
O conteúdo dos relatórios dos casos #1 e #2, com relação aos parâmetros de
emisssão atmosférica, ilustra o aspecto negativo da falta de padrão para reporte na
período contemplado neste estudo de caso. No caso #1, houve estimativa de
emissão, mesmo que tenha sido de maneira genérica com base nos moto-
geradores. No caso #2 a mesma situação foi interpretada como não representativa,
caracterizando a falta de uniformidade na prestação de informação.
No caso #2, os efluentes foram tratados e dispostos em conformidade com
as normas e padrões vigentes na época.
Figura 31 - Volume de Efluentes gerados por mês (m3) - Caso #2 (Perfuração operada pela
Petrobras em 2004).
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Tabela 11 - Dados - Caso #2 (Perfuração operada pela Petrobras em 2004).
Resíduos Sólidos
Classif. NBR
Forma de Armazenamento
Temporário
Forma de Tratamento / Disposição
Quantidade Gerada (kg)
10.004 /1987
out/04 nov/04 dez/04 jan/05 total
Resíduos sólidos não contaminados
II Containers Aterro 690 1320 0 0 2010
Madeira III Containers Co-processamento
600 0 0 0 600
Óleo lubrificante usado ou queimado**
I Tambores Re-refino 0 0 4500 2500 7000
Papel e Papelão III Containers Reciclagem 154 353 623 514 1644
Resíduos Sólidos contaminados com óleo
I Tambores Aterro 440 6780 2530 4580 14330
Resíduo Químico Proveniente de laboratório
I Tambores Aterro 0 0 2970 0 2970
Sucata Ferrosa III Containers Reciclagem 8800 2670 1810 2440 15720
Vidros III Tambores Reciclagem 0 137 133 126 396
Baterias Industriais
I Containers Aterro 0 0 0 20 20
Resíduos Oleosos**
I Tambores Re-refino 0 5500 0 0 5500
Embalagens Metálicas
III Containers Reciclagem 10,25 211 199 110 530,25
Embalagens Plásticas
III Containers Reciclagem 122 612 543 1029 2306
5.3. - CASO #3 (Dados ANEXO 6)
O PCP referente ao ano-base 2010, com planilhas de registro do
gerenciamento de resíduos e efluentes de unidade marítima e embarcação em
em atividade na Bacia de Sergipe-Alagoas. UN-SEAL/2009 com desembarque
no Terminal Marítimo Inácio Barbosa – TMIB em Barra dos Coqueiros
litoral Sergipano à 15km da capital, operado pela empresa Petróleo
Brasileiro S/A - Petrobras em atendimento à Nota Técnica n 08/08 –
Processo IBAMA 02022.001212-05. Atividade de Perfuração Marítima no
bloco SEAL-100 (Região 6) pela FPSO Sevan Piranema 01/01/2010 a
31/12/2010.
Dentre os casos analisados este foi o mais recente. O PCP do caso em
questão continha em sua folha de rosto, considerações técnicas referentes à
efluentes líquidos, citando inclusive a utilização de uma análise amostral em certa
característica. Este é um indicativo de que a NT08/08, não esclarecia todas as
peculiaridades do gerenciamento de resíduos. Percebe-se que o IBAMA ao revisar
a NT referenciada neste estudo através da publicação da NT 01/11, buscou um
106
melhor alinhamento destes reportes do PCP. A publicação da NT01/11, promoveu
uma alteração das características do PCP, visando a adoção de um modelo mais
voltado à gestão. Os principais marcos delimitados nas NT 08/08 e posteriromente
pela NT01/11 foram: a) Diretrizes definidas pelo órgão ambiental, implementadas
pelas empresas por meio de documento com “Texto padrão”; b) adoção de metas
progressivas de redução de geração de resíduos e de disposição final; c)
estabelecimento de um modelo padronizado de relatórios e d) regionalização da
costa brasileira para fins de encaminhamento das informações. No entanto, ainda
existe um questionamento da indústria sobre a necessidade de maior detalhamento
de alguns itens requeridos na NT 01/11, que permitam que as empresas, sejam de
pequeno, médio ou grande porte, tenham o mesmo grau de compreensão para se
evitar diferentes interpretações garantindo a uniformidade das informações para
uma análise comparativa das empresas e seus gerenciamentos de resíduos. Um
maior detalhamento do que é prescrito pela nota técnica, garante a padronização
das informações prestadas e o atendimento às expectativas do órgão regulador,
onde questiona-se por exemplo a interpretação de “precisão” e o preciosismo da
informação até mesmo devido a instabilidade de unidades marítimas, uma vez que
o equipamento interpretado por uma empresa como preciso pode divergir do
esperado pelo órgão regulador, dificultando a comparação com valores definidos
por outro equipamento de uma outra empresa.
A análise dos resíduos sólidos do caso #3 (ilustrados através da figura 32),
identificou que um percentual representativo de material foi direcionado para
reciclagem, assim como para disposição final em aterros sanitários, que não se
apresenta como prioridade na hierarquia de resíduos.
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Figura 33 - Principais formas de disposição de resíduos classe I nos empreendimentos de E&P de
O&G offshore em 2009. Fonte: NT 07/11. IBAMA.
Com relação aos resíduos classe IIA, a NT destacou um padrão semelhante
nas regiões três e quatro, onde predominaram em 2009 o aterro industrial, reuso,
reciclagem e aterro sanitário como principais formas de destinação dos resíduos
gerados. Nas regiões dois e nove, o co-processamento foi utilizado em maiores
proporções para resíduos desta classe, em comparação com as demais regiões. Nas
regiões seis, sete e nove o aterro sanitário correspondeu à principal forma de
destinação final, enquanto que na região dez não foi evidenciada tal destinação.
Figura 34 - Principais formas de disposição de resíduos classe IIA nos empreendimentos de E&P
de O&G offshore em 2009. Fonte: NT 07/11. IBAMA.
109
Com relação aos resíduos classe IIB, o padrão geral indica a reciclagem
como principal destinação final adotada.
Figura 35 - Principais formas de disposição de resíduos classe IIB nos empreendimentos de E&P
de O&G offshore em 2009. Fonte; NT 07/11. IBAMA.
Figura 36 - Espacialização dos quantitativos totais de resíduos gerados segundo nos
empreendimentos de E&P de O&G offshore em 2009. Fonte: NT 07/11. IBAMA.
110
As análises do Relatório de Considerações sobre a implementação do
Projeto e da Tabela ilustrada no anexo 10 (QUANTITATIVOS DE RESÍDUOS
GERADOS E DESEMBARCADOS) do caso #3 demonstram que as metas foram
atingidas e que não foram desembarcados neste período de atividades os resíduos
oleosos, resíduo infecto-contagiosos e produtos químicos, já que os mesmos só
são desembarcados/descartados quando se atinge uma quantidade mínima para
viabilidade econômica. A falta de metas razoáveis interfere no uso do CCV para
melhor gerenciamento e consequentemente sustentabilidade da operação.
Os resíduos alimentares foram triturados e lançados ao mar e os resíduos
não passíveis de reciclagem foram descartados como lixo comum.
Tabela 12 - Metas e Destinação - Caso #3 (Perfuração operada pela Petrobras em 2010).
Resíduo Meta para Disposição final
Destinação Final
Distância km Estados onde
transitou
# Viagens
Resíduos oleosos Re-refino Aterro industrial
Resíduos contaminados
Aterro industrial Re-refino Aterro industrial
40/280 SE/AL-SE
Tambor contaminado Aterro industrial Aterro industrial
280 SE/AL 4
Lâmpada fluorescente Reciclagem Reciclagem 1600 SE/BA/MG 1
Pilha e bateria Devolução ao fabricante
Devolução ao fabricante
30 SE 2
Resíduo infecto-contagioso
Aterro industrial
Cartucho de impressão
Devolução ao fabricante
Madeira não contaminada
Reciclagem Reciclagem 40 SE 6
Vidro não contaminado
Reciclagem Reciclagem 40 SE 2
Plástico não contaminado
Reciclagem Reciclagem 40 SE 14
Papel/papelão não contaminado
Reciclagem Reciclagem 40 SE 14
Metal não contaminado
Reciclagem Reciclagem 70 SE 10
Tambor não contaminado
Reciclagem
Lata de alumínio Reciclagem Reciclagem 40 SE 2
Resíduos não passíveis de reciclagem
Aterro industrial
Borracha não contaminada
Reciclagem
Produtos Químicos Aterro industrial Descontaminação
Lixo Comum Aterro industrial Aterro Industrial
280 SE/AL 12
Os cartuchos de impressão desembarcaram como material devido exigências
contratuais específicas da empresa. Tambor/Bombona contaminadas utilizados
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Alagoas),
forma de
ve o aterro
1%
1%
112
A NT 07/11, também mapeou os portos, terminais marítimos e demais
locais utilizados no desembarque de resíduos sólidos gerados por atividades
relacionadas NBR a E&P de O&G, como pode ser observado no anexo 13. Com
base nestas informações foi possível identificar que a absoluta maioria dos
resíduos são desembarcados nos portos localizados na região sudeste, com
destaque para os portos e terminais do estado do Rio de janeiro, localizados dentro
da Baía da Guanabara (municípios do Rio de Janeiro e Niterói) e em Macaé, um
outro indicativo de necessidade de melhoria para o crescimento destas atividades
advindos de possíveis concessões da esperada 11 rodada de licitação de blocos
exploratórios da ANP, localizados na margem equatorial brasileira (bacias da Foz
do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar), fora da região
sudeste.
Grande parte dos resíduos sólidos, são os mesmos gerados nas áreas
urbanas, o que demonstra e confirma a importância da Lei nº 12.305/2010 e os
planos nacionais/regionais de resíduos sólidos.
No caso das emissões atmosféricas, não foram encontradas menções em
nenhum dos 3 casos analisados de informações importantes para um inventário de
emissões atmosféricas (tipologia das fontes, caracterização dos poluentes
emitidos, quantificação em massa/tempo, metodologia padronizada pelo órgão
ambiental e etc) e é grande a expectativa da indústria em relação ao conteúdo da
publicação específica sobre o tema mencionada pelo órgão ambiental na NT
01/11.
Vale ratificar que ainda não foram disponibilizadas no acervo público os
relatórios regidos pela NT 01/11 e portanto neste trabalho não foi analisado
nenhum caso regido pela versão da NT 01/11 vigente.
A NT 07/11 em suas considerações gerais, descreve que as informações
tratadas neste documento referem-se ao primeiro ano de aplicação de um novo
modelo para os relatórios de implementação dos PCPs dos empreendimentos
licenciados, definido previamente como um período de transição. Neste contexto,
o orgão confirma que já eram esperadas lacunas ou inconsistências nos dados
apresentados pelas empresas, as quais foram observadas nos pareceres técnicos
que analisaram cada relatório, corrobarando para o atual caráter individualizado
do processo de licenciamento ambiental no Brasil. No estudos de casos, estas
lacunas ou inconsistências foram confirmadas através da dificuldade encontrada
113
para uma análise comparativa da geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e
emissões atmosféricas em diferentes poços, localidades e tempo de prospecção,
devido a especificidade dos PCP na perfuração pelas unidades marítimas.
O PCP, conforme anteriormente exposto, faz parte do estudo ambiental
exigido como parte do processo de licenciamento para perfuração de poços em
determinada região, em um país com grande diversidade de regiões e com
características técnicas bem específicas, que inclusive interfere na duração da
atividade.
No caso de poço pioneiro, sem declaração de comercialidade, tivemos
exemplos de operações de 3 a 4 meses, como também tivemos exemplos de
operações de mais de um ano de duração, mas que devido a exigências do órgão
ambiental, tiveram seu reporte em caráter anual, não totalizando o número total de
resíduo efetivamente gerado pelo poço em toda sua vida útil.
O conteúdo, não só do TR, como do estudo ambiental em si e suas
condicionantes são bem distintos e por não estarem disponíveis em meio
eletrônico, dificultam ainda mais a análise comparativa desta que seria uma
ferramenta eficiente de abordagem analítica de ciclo de vida.
A tabela 13 foi desenvolvida com o propósito de demonstrar
proporcionalidade entre as operações e tempo de duração, mas conforme citado
anteriormente os casos estudados refletem operações em épocas distintas, de
forma que muitos dos itens não foram encontrados nos três objetos de análise.
Tabela 13 - Tabela comparativa dos PCPs dos 3 casos analisados.
Caso / Duração (meses) #1 - 2,5m #2 - 4m #3 -12m
Ano da Operação 2006 2004/2005 2010
Resíduos sólidos não contaminados 2010 27060
Madeira não contaminada 600 3530
Óleo lubrificante usado ou queimado** 7000
Papel e Papelão 1644 5060
Resíduos Sólidos contaminados com
óleo
14330
Resíduo Químico Proveniente de
laboratório
2970
Sucata Ferrosa 15720
Vidros não contaminado 396 200
Baterias Industriais - Pilhas e Bateria 20 600
114
Caso / Duração (meses) #1 - 2,5m #2 - 4m #3 -12m
Ano da Operação 2006 2004/2005 2010
Resíduos Oleosos** 5500
Embalagens Metálicas - Metal não
contaminado
530,25 30620
Embalagens Plásticas - Plástico não
contaminado
2306 13600
Tambor contaminado 887
Lâmpada fluorescente 60
Efluentes sanitários e águas servidas 770 550 884
Efluentes Oleosos 4,87 25 107
Resíduos Alimentares 5889 33021
Lama e Cascalho 3406 7334 não reportados
Emissões Atmosféricas reportados não reportados não reportados
Na análise das metas apresentadas no anexo 12 (METAS DE DISPOSIÇÃO
FINAL) do PCP do caso de estudo mais recente (#3), não foi possível observar a
existência de algum tipo de treinamento de educação ambiental da força de
trabalho da unidade marítima que abordasse a importância da redução do consumo
para preservação de recursos naturais e/ou informações básicas sobre segregação,
hierarquia de resíduos e técnicas de tratamento e disposição final que reduzisse os
impactos ao meio ambiente.
A segregação, provavelmente por ser simples, infelizmente parece ter sua
relevância menosprezada no processo do gerenciamento de resíduos das empresas.
Um foco nesta fase possibilitaria o controle específico de cada tipo de resíduo,
permitindo a adoção das melhores alternativas ambientais para armazenagem,
transporte e disposição final desde o início do processo (na fase de projeto), uma
vez que a a coleta seletiva visa separar e armazenar os resíduos de forma que não
se misturem ou que não percam suas características, para não inviabilizar a
reutilização/reciclagem.
Os profissionais com interface neste processo, devem estar capacitados a
desempenhar suas atividades de maneira que o resíduo seja corretamente
controlado e classificado, anteriormente ao seu envio à base operacional ou de seu
tratamento para posterior descarte em mar. Neste caso também é de suma
importância que os registros sejam bem feitos. São etapas que permitirão a
definição de alternativas ambientalmente corretas para cada tipo de resíduo gerado
e adoção de medidas para a redução de volumes gerados já que a partir da
115
segregação os resíduos são coletados e armazenados de forma a não se misturarem
aumentando a qualidade dos resíduos passíveis de reutilização/reciclagem.
Os resíduos em sua maioria nos três casos descritos, foram dispostos em
recipientes adequados como bolsas plásticas, caixas de madeira/papelão, tambores
plásticos e metálicos, containers metálicos, fechados e selados, identificados com
o volume, instruções de segurança e de acordo com código de cores em
antedimento ao padrão de cores estabelecido na Resolução CONAMA 275/01.
O conceito do ciclo de vida deixa mais claro que os fatores pessoais e de
trabalho devem ser considerados no gerenciamento de resíduos para maior
qualidade do PCP.
A falta de qualidade na prestação do suporte administrativo possivelmente é
o fator preponderante nos seguintes pontos:
1)incorreto preenchimento de manifestos e verificação de entrada e saída de
resíduos que dificulta a rastreabilidade do resíduo e demora no recebimento da 4
via Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) INEA e CDF nas operadoras,
geradoras do resíduo;
2)falta de controle de documentação. Observou-se que não existe uma rotina
para o planilhamento de informações tais quais distâncias percorridas pelo resíduo
e o número de viagens, melhor itinerário a ser percorrido também observou-se
dificuldade de disponibilização e atualização de vigência de licenças de
operação/protocolos, cartas de comprometimento e contratos;
3)Inspeção para verificação de condições de veículo para acondicionamento
adequado do resíduo, checagem de documentação, dentre outros);
4)ineficiência da logística e a comunição entre as partes durante transporte e
recebimento dos resíduos para monitoramento da capacidade disponível de
recebimento de resíduos das empresas cadastradas no RCA para maior eficiência
no transporte.
Durante a fase de pesquisa bibliográfica identificou-se que o curso de
técnico ambiental, mesmo que ainda não regulamentado, é oferecido pelo Plano
Nacional de Qualificação Profissional – PNQP do PROMINP e já seria um ponto
de partida para contratação de profissionais melhor preparados para atuar no tema.
O PROMINP estabelece como atribuições para o cargo atividade relacionadas ao
tema desta dissertação, execução e participação em programa de controle de
116
poluição, monitoramento e coleta de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas e
participação em processos de licenciamento e autorizações ambientais.
5.4.- PONTOS RELEVANTES DAS ENTREVISTAS COM OS PROFISSIONAIS DO SETOR
5.4.1. MONITORAMENTO
Durante o estudo dos casos observou-se que um dos benefícios da utilização
do conceito de ciclo de vida é o melhor entendimento da importância do
inventário dos resíduos gerados no processo de licenciamento ambiental e para o
desenvolvimento sustentável.
Este inventário significa o monitoramente e registro da quantidade e
emissões, efluentes e resíduos, que permite então a avaliação da qualidade do
gerenciamento desta quantidade, com o objetivo de ter informações suficiente
para tornar este gerenciamento mais eficiente, protegendo assim a saúde humana e
o meio ambiente.
Este inventário são os indicadores de sustentabilidade dos resíduos gerados
nas atividades de perfuração em território brasileiro. Assim como os indicadores
internacionalmente reconhecidos, eles são ferramentas úteis ao órgão regulador na
identificação de como operações das empresas operadoras pode ser melhoradas
para o alinhamento com o conceito da hierarquia de resíduos e na identificação
das práticas das empresas que por serem eficientes devem ser adotadas pelas
outras em prol da sustentabilidade.
O órgão regulador teria um contínuo processo de aperfeiçoamentos das
operações da indústria, alimentados pelos resultados apresentados nos relatórios
de PCP que podem ser exigidos como parte do processo de licenciamento e suas
respectivas condicionantes.
Do ponto de vista das operadoras ressalta-se a importância da documentação
prescrito na NT 01/11 para controle do transporte e destinação de seus resíduos
em atendimento aos documentos solicitados pelos órgão ambientais e legais
(fichas de controle e manifesto de transporte de resíduos), uma vez que a empresa
117
operadora tem responsabilidade final pelo planejamento, programação e
implementação do PCP, incluindo custos e contratação de terceiros.
A rastreabilidade dos resíduos feita através dos manifestos, que são os
instrumentos de controle que mediante o uso de formulário próprio, permitem
conhecimento e controle da forma de destinação dada pelo gerador, transportador
e receptor de resíduos. No caso do Estado do Rio de Janeiro a crítica vai para as
informações de transportadores e receptores de resíduos industriais vinculadas ao
Sistema de Licenciamento Ambiental disponíveis no site do INEA, ambos em
construção sem informações para os usuários.
Observou-se também que o conceito do ciclo de vida permite que as
empresas tenham claro entendimento de que é necessário monitoramento da
existência e vigência das licenças específicas por parte dos prestadores de serviço.
Por exemplo, aterros sanitários municipais (que recebem resíduos domésticos)
precisam ter licença de operação vigente, junto ao órgão ambiental, onde esteja
discriminado que este passa a ser considerado um “Aterro Industrial Classe IIA e
IIB” para receber tais resíduos, uma vez que utilização inadequada de aterros sem
licença faz com que tanto o gerador e o receptor cometam crime ambiental.
5.4.2. CONSULTORIA
5.4.2.1. AUDITORIAS
A auditoria ambiental é um instrumento utilizado pelas empresas para
auxiliá-las a controlar o atendimento à políticas, práticas, procedimentos e/ou
requistos estipulados para prevenção da saúde humana e do meio ambiente.
Durante o processo de entrevistas observou-se que muitas empresas já durante as
suas operações, identificaram dificuldade na observância das legislações por parte
das empresas prestadoras de serviço e por isso contrataram empresas de
consultoria para auditarem tais empresas, de modo a fornecer um panorama dos
prestadores de serviço na região, (pré-listadas no RCA) para a garantia da escolha
das melhores opções oferecidas pelo mercado. Observa-se que os resultados
destas auditoria, ficam restristas as empresas que contrataram os serviços. A
publicação destes resultados forneceria aos órgão ambientais e à sociedade
informações relativas ao desempenho ambiental das prestadoras de serviço,
auxiliando os órgão de controle ambiental no exercício de suas atribuições, sem
118
eliminar a possibilidade destes exercerem a fiscalização e inspeção à empresa,
além de estimular maior qualidade na prestação de serviços entre as concorrentes.
Atualmente existem normas ISO que descrevem parâmetros de rotulagem
ambiental (eco-labels) para produtos com padronização do ciclo de vida. Talvez
exista a possibilidade de algo similar como uma “eco certificação” do
gerenciamento dos resíduos das empresas de perfuração marítima a ser
vislumbrado pelo órgão regulador, com base nestas análises de atingimento das
metas prescritas no PCP, que geraria uma competitividade sustentável na indústria
petrolífera.
5.4.3. METAS (GERAÇÃO / DESTINAÇÃO):
A NT 01/11, mesmo recente, ainda carece de esclarecimentos em alguns
tópicos que dificultam o entendimento da indústria em temas de suma
importância, como por exemplo nas metas estipuladas por cada uma das empresas
e seus indicadores que comprovem que as metas foram atingidas. Estas metas
poderiam servir como base para exigência de padrão minímo entre as empresas
para uma melhoria contínua e reconhecimento das empresas que tenham
desempenho excepcional.
Geralmente as empresas operadoras contratam serviços de empresas de
consultoria ambiental para a implementação e acompanhamento da cadeia de
geração, tratamento/disposição dos efluentes líquidos e resíduos sólidos gerados
durante a operação, com foco nas metas acordadas junto ao órgão ambiental.
Estas empresas de consultoria, geralmente através de visitas periódicas à
unidade de perfuração, as embarcações e à base de apoio, recolhem as
informacões geradas, verificam o funcionamento de todos os procedimentos
implementados e sugerem adequações quando necessário. As empresas de
consultoria ambiental também auxiliam na promoção do inter relacionamento do
PCP com os projetos de treinamento ambiental através de reuniões ou
apresentações relativas ao funcionamento da cadeia de destinação de resíduos,
incluindo a importância da segregação e da identificação adequada dos resíduos
para uma gestão eficiente e elaboração de manifestos. A maioria dos resíduos
oriundos da perfuração marítima, tem opção de destinação mais sustentável do
que uma simples disposição em aterros.
119
Neste quesito a OGP (2009) oferece uma referência para opções de
gerenciamento de resíduos específicos das atividades de E&P, conforme anexo 8.
Existe uma complexidade do arcabouço legal que seria facilitado se
houvesse uma Instrução Técnica para este tipo de atividade que fizesse referências
para todas as legislações aplicáveis ao gerenciamento de resíduos, introduzindo
através de NBR o CCV no processo. Esta instrução seria de grande valia não só
para os operadores, mas como também para que os órgãos reguladores antes de
publicações ou revisões de ferramentas legais que tenham influência nas
atividades de perfuração marítima.
Muitas empresas contratam serviços de consultoria ambiental para garantir
conformidade com toda legislação vigente inclusive para gerenciamento de
resíduos. No caso de outros resíduos como a madeira, os tambores e as bombonas
a destinação final que vem sendo adotada no gerenciamento dos resíduos da
atividade é a reciclagem, ou melhor, a recuperação, já que a reciclagem é
caracterizada quando um determinado material é reintroduzido em um processo
industrial e, na maioria das vezes, o que acontece com esses materiais é um
simples beneficiamento e a revenda dos mesmos. Entende-se como
beneficiamento, no caso dos tambores e das bombonas, o processo de
descontaminação e a posterior reforma dos mesmos. Quando se trata de outros
resíduos como papel, plástico, vidro, sucata metálica, óleo vegetal, pilhas e
baterias, a nomenclatura adequada para a destinação dada a esses resíduos é
mesmo a reciclagem. Com a exceção destes dois últimos resíduos, a
fundamentação legal para seu envio para reciclagem veio muito recentemente
através da Lei 12.305/10). As pilhas e baterias são alvo da Resolução CONAMA
Nº 401/2008 que estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio e
os critérios e padrões para o gerenciamento ambiental adequado das pilhas e
baterias que passam pelo processo de reciclagem e reprocessamento para a
produção de sais e óxidos metálicos alongando ao máximo o ciclo de vida de
vários produtos que estariam sendo lançados diariamente no meio ambiente.
Durante as entrevistas com profissionais de grandes empresas foi reportado
que algumas até se utilizam de campanhas de recolhimento promovidade por
outras empresas (ex. Programa Papa Pilhas desenvolvido pelo Banco Real,
atualmente Santander, que recebe basicamente as pilhas alcalinas e baterias de
telefones celulares) para reciclagem das suas baterias devido a complexidade do
120
processo de envio, pois as opções de reciclagem/reprocessamento são poucas e
muitas vezes distante da base de apoio. Após o reprocessamento das pilhas e
baterias com outros resíduos tecnológicos, produzem-se os sais e os óxidos
metálicos que serão vendidos para indústrias de colorifício cerâmico; cerâmicas e
refratários; químicas; tintas; além de outros produtos para metalurgia,
galvanoplastia, pirotecnia e fundição. A finalidade da reciclagem do papel, do
plástico, do vidro e das sucatas metálicas já é tradicionalmente conhecida, com
utilização desses materiais para a produção de novos produtos desse mesmo
material. A reciclagem do óleo vegetal costuma atender a demanda das indústrias
de sabão por glicerina e das fabricantes de combustíveis para empregarem no
processo produtivo do biodiesel.
Tabela 14 - Metas e ações sugeridas para PCPs de exploração offshore. Fonte: Workshop realizado
pela empresa AECOM.
Expectativas TiposdeResíduos ExemplosdeAçõesRedução Lodo residual do esgoto
tratado Realizar manutenção na UTE
Resíduo alimentar desembarcado
Equipamentos adequados para trituração de todos os resíduos (ossos, cascas e outros). Manutenção preventiva.
Resíduos não passíveis de reciclagem
Substituir descartáveis por vidro e metal. Segregar embalagens Tetra Pak. Otimizar a segregação de resíduos.
Resíduos contaminados Otimizar a segregação de resíduos. Substituir trapos por toalha industrial.
Resíduo infecto-contagioso Treinamentos para reduzir os acidentes. Medicamentos vencidos.
Madeira não contaminada Aprimoramento dos processos de logística (aquisição, armazenamento e transporte). Utilizar pallets de plástico. Reutilização de pallets sempre que possível.
Redução Tambores e bombonas contaminados
Avaliar possibilidades de substituir bombonas por tanques retornáveis. Reutilizar sempre que possível.
Lâmpadas Fluorescentes Realizar manutenção adequada do sistema elétrico. Devolução ao fabricante. Armazenamento adequado (na embalagem original).
Pilha e bateria Utilizar baterias recarregáveis, sempre que possível. Devolução ao fabricante. Avaliar frequência de troca. Substituir fonte energética, sempre que possível.
TiposdeResíduos ExemplosdeAçõesMetal não contaminado Reutilizar sempre que possível.
Aumento /Redução
Plástico não contaminado Instalar máquinas de bebidas. Substituir copos plásticos por vidro/porcelana. Utilizar embalagens de maior volume.
Papel / papelão não contaminado
Substituir as caixas de papelão por caixas retornáveis ao fornecedor.
121
TiposdeResíduos ExemplosdeAçõesLata de alumínio Instalar máquina de bebidas. Vidro não contaminado Aprimoramento do processo de logística
(aquisição, armazenamento e transporte) Aumento /Redução
Resíduos oleosos Otimizar limpeza de tanques (utilizar tecnologia que reutilize a água). Devolução ao fabricante, Realizar manutenção dos equipamentos. Segregar sistemas de águas pluviais.
Cartuchos de impressão Definir sempre que possível, configuração padrão da impressora no modo econômico ou rascunho e escala de cinza.
Produtos Químicos Aprimoramento dos processos de logística (controle de inventário, aquisição, vencimento, armazenamento e transporte). Devolução ao fabricante.
Nãoaplicável Pirotécnicos Devolução ao fabricante.
5.5. OBSERVAÇÕES DO PROCESSO EM MEIOS PRÁTICOS
A análise quantitativa de resíduos, efluentes e emissões de operações de
perfuração marítima no Brasil através dos casos anteriormente descritos, somados
às visitas técnicas e discussões com profissionais do setor atuantes na região
sudeste, facilitaram um entendimento do processo, ilustrado pela figura 38 por
meio de fluxogramas:
A aplicação do conceito do ciclo de vida à todas as fases do gerenciamento
de resíduos em atividades de perfuração marítima offshore, facilitou a
identificação de oportunidade de melhorias que podem fazer a diferença na gestão
das empresas, isto é, nestas atividades de alta complexidade, com interface entre
diversas outras empresas (empresas prestadoras de serviço na unidade marítima,
bases de apoio operacional, embarcações de apoio para transporte de resíduos,
transporte terrestre, estações de tratamento e de disposição final, empresas de
consultoria ambiental, a empresa operadora) e órgãos governamentais.
122
Figura 38 - Fluxograma do ciclo de vida dos resíduos.
Previamente ao desembarque, as informações sobre resíduos gerados são
registrados em manifestos marítimos de resíduos que seguem com os resíduos até
a base, sendo assinados pelos respectivos responsáveis na unidade de perfuração e
embarcações. As desembarcarem na base de apoio, os resíduos são examinados
por funcionários de empresas contratadas para o gerenciamento de resíduo,
localizado na base de apoio e enviados as suas instalações para o armazenamento
temporário e posterior disposição final. As saídas dos resíduos da base de apoio
são sempre documentada através dos manifestos de transporte de resíduo.
123
Figura 39 - Suporte Logístico fornecido pela base de operação. Fonte: Workshop AECOM.
Figura 40 - O CCV em todas as fases da atividade.
Apesar da descorberta destas novas reservas de petróleo serem recentes, o
Brasil já tem bastante experiência com a indústria petrolífera, seja na cadeia de
downstream como em upstream offshore. Isto permite que muitas das empresas
prestadoras de serviços de transporte de de resíduos industriais já apresentem certa
124
maturidade por sua experiência com terminais de distribuição, refinarias e postos
de gasolina.
Observou-se também que mesmo algumas empresas receptoras e de
tratamento de resíduos já apresentam avanços tecnológicos (sistema de drenagem,
contenção e impermeabilização de solo de área de armazenamento,
aproveitamento de biogás, reaproveitamento de percolado, reutilização de água de
chuva e etc) e sistemas de gestão implementados.
Já as bases operacionais, ainda apresentam muitas oportunidades de
melhoria pois estão sendo criadas praticamente devido ao crescimento repentino
do setor e demanda de mercado sem tempo hábil para uma estruturação que
permita o desenvolvimento de práticas e procedimentos operacionais robustos,
capacitação de profissionais entre outros, demonstrando que muitas vezes apesar
de ter a licença para prestação de serviços às operadoras de O&G, muitas vezes
têm seus padrões e sistemas internos adequados por pressão destas grandes
empresas do setor, no período em que são contratadas pelas mesmas.
Constatou-se também uma grande desigualdade no que tange a qualidade
da prestação de serviços e conformidade com a legislação vigente. Quando se
imagina que os profissionais entrevistados exercem suas funções em região
desenvolvida do país esta dificuldade tende a se agravar quando imaginamos o
cenária das regiões menos desenvolvidas onde existe potencial de atividade de
perfuração marítima.
O PCP tem inter-relação com o projeto de educação ambiental dos
trabalhadores, prevista para enfatizar e conscientizar as pessoas envolvidas nesta
atividade à respeito da importância e a responsabilidade de cada funcionário em
relação ao projeto, com ênfase na segregação de resíduos e minimização do
consumo de energia e recursos naturais. No entanto não observou-se efetividade
neste quesito, muitas vezes devido a falta de treinamento específicos para os
profissionais envolvidos diretamente nesta atividade, que poderiam garantir uma
boa interface com todos os outros envolvidos, elevando a qualidade do
gerenciamento. Observou-se tanto na análise dos casos, como nas entrevistas
como profissionais, que esta lacuna no país força as próprias empresas a
desempenharem o papel de educadores para profissionais de formação ambiental.
Faltam legislações e instituições para capacitação de profissionais
envolvidos no fluxo de resíduos das empresas, mesmo com a demanda e com o
125
número crescente de profissionais atuando na área. Ainda que algumas empresas,
por iniciativa própria, treinem seus funcionários, a iniciativa fica restrita aos
profissionais desta empresa sem reconhecimento legal, como por exemplo por
parte do Ministério da Educação (MEC). Atualmente não existe treinamento
formal e os profissionais, especialmente os técnicos, são treinados no próprio dia
dia da atividade de acordo com a operação que está sendo executada, sem teoria,
de forma mecânica, sem a oportunidade de uma avaliação conceitual das tarefas
atreladas ao gerenciamentos destes resíduos, muitas vezes com desconhecimento
dos impactos de suas ações em todo o processo da atividade de tamanha
complexidade e potencial de risco agregado.
Esta mecanização interfere por exemplo na falta de organização e
sequenciamento das atividades de suporte administrativo ao gerenciamento. Tanto
nas empresas de suporte às operações, como as bases operacionais, nas empresas
de transporte terrestre e receptoras foi observado que este quesito tem grande
oportunidade de melhoria.
A falta de qualidade na prestação do suporte administrativo é visível e está
atrelado a falta de capacitação de pessoal, até mesmo a falta de conhecimento
básico da língua inglesa, que pode gerar impactos no gerenciamento de resíduos
em operações coordenadas por empresas estrangeiras, em especial nos manifestos
que originalmente não são preenchidos no idioma nativo.
Outro fator peculiar observado ao longo do desenvolvimento da dissertação,
é que mesmo com toda a gama de tecnologia e softwares disponíveis no mercado,
a maioria das empresas controlam toda a informação de projetos, geração,
transporte marítimo (unidade de perfuração, base de apoio, número e data de
manifestos, tipo e descrição de resíduos, informação de acondicionamento,
identificação de caçamba ou container), transporte terrestre (número de manifesto
de transporte, quantidade transportada, ticket de pesagem, peso do ticket, empresa
trasnportadora) e tratamento e/ou disposição final (Número de manifesto de
destinação, data de destinação, quantidade destinada, forma de tratamento ou
disposição, empresa destinadora, número de Certificado de Destinação Final
(CDF), classificação com base na NBR 10.004, e relatório de não conformidade),
por meio de planilha excel, que podem chegar em poucos meses de operações à
milhares de itens. Identificou-se que algumas empresas especializadas já estão
trabalhando com operadoras para desenvolvimento de software para este controle,
126
facilitando a codificação dos mesmos, diminuindo o erro frenquente na
classificação e quantificação dos resíduos e facilitando o controle de fácil e rápido
acesso à toda essa documentação. Este é um outro exemplo de oportunidade de
melhorias no gerenciamento de resíduos na atividade offshore. Uma indústria de
cifras milionárias não teria dificuldade em desenvolver ou adotar modelos de
software já desenvolvidos internacionalmente, caso julgasse esta atividade como
relevante. No mercado internacional é comum o uso de softwares para otimização
de processo, melhoria no planejamento e tomada de decisões, utilizados por
diversos tipos de indústria para gestão de questões econômica, social e técnica
com fácil customização para a indústria petrolífera. Estas ferramentas, como por
exemplo o software Umberto, facilitariam o fluxo de informação interno e
externo, com foco detalhado e ao mesmo tempo abrangente de todo o fluxo dos
resíduos incluindo avaliação de impactos ambientais através de ferramentas de
ciclo de vida, e comparação de diferentes cenários típicos da realidade brasileira.
A própria compilação feita pelo órgão regulador para a publicação da NT 07/11,
foi realizada por meio da construção de um banco de dados, desperdiçando a
oportunidade do uso de ferramenta computacional específica para o tema com
foco no ciclo de vida.
5.6.CONCLUSÕES DO SUB-CAPÍTULO
A indústria de O&G mesmo madura, carece de ações, uma vez que o
gerenciamento de resíduos ainda está pautado em legislações que prescrevem
reportes quantitativos sem que haja um compartilhamento de informação, das
lições aprendidas através dos reportes requeridos pelo governos para diminuição
dos impactos ambientais de maneira preventiva. As metas ou indicadores
prescritos, assim como seus resultados, deveriam servir para análise de série
histórica de dados de geração e destinação que pudessem ser úteis para análise do
ciclo de vida de atividades posteriores. Esta série histórica disponibilizaria um
mapeamento nacional dos processo de geração de resíduos e respectiva
segregação que auxiliaria o poder público a priorizar suas intervenções/
fiscalização e melhorias de infraestrutura e forçaria as empresas a manter a
excelência na gestão dos resíduos e manter a busca por melhoria contínua em suas
operações. O ganho advindo desta compilação de dados já disponíveis do órgão
127
ambiental, devido aos requerimentos do processo de licenciamento, possibilitaria
uma análise de tendência de geração / destinação de resíduos que facilitaria as
empresa a traçar metas de PCP atingíveis que estimulasse a competitividade
sustentável entre as empresas de O&G.
A NT 07/11 pode ser considerada o passo inicial deste processo de
utilização de dados de atividades já realizadas para a melhoria no controle de
poluição. Mesmo abragendo as atividades realizadas somente em 2009, já
forneceu indicadores de grande relevância para o setor. Este tipo de iniciativa
permite auto crítica dos órgão governamentais, indústria e poder público com
caráter construtivo, fornecendo parâmetros para comparação com atividades
desempenhadas em outros países que vem por estimular a busca pela melhoria
contínua com consequente preservação do meio ambiente e da saúde humana.
O PCP, conforme anteriormente exposto, faz parte do estudo ambiental
exigido como parte do processo de licenciamento para perfuração de poços em
determinada região, em um país com grande diversidade de localidades e com
características técnicas bem específicas, que inclusive interfere na duração da
atividade.
No caso de poço pioneiro, sem declaração de comercialidade, tivemos
exemplos de operações de 3 a 4 meses, como também tivemos exemplos de
operações de mais de um ano de duração, mas que devido a exigências do órgão
ambiental tiveram seu reporte em caráter anual, não totalizando a quantidade de
resíduos efetivamente gerada pelo poço em toda sua vida útil. O conteúdo, não só
do TR, como do estudo ambiental em si e suas condicionantes são bem distintos e
por não estarem disponíveis em meio eletrônico, dificultam ainda mais a análise
comparativa, desta que seria uma ferramenta eficiente de abordagem analítica de
ciclo de vida.
Houve uma tentativa de identificação de certa proporcionalidade entre a
geração de resíduos, efluentes e emissões e as operações e tempo de duração dos
casos analisados, mas conforme citado anteriormente, a estrutura de reporte
exigido pelo órgão ambiental ainda apresenta algumas lacunas e inconsistências
atrelados ao caráter individualizado do processo de licenciamento ambiental no
Brasil. Estas lacunas ou inconsistências foram confirmadas durante o estudo de
casos face a dificuldade encontrada para uma análise comparativa do fluxo de
resíduos em diferentes poços, localidades e tempo de prospecção, devido a
128
especificidade dos PCP na perfuração pelas unidades marítimas. Esta constatação
demonstra a necessidade de indicadores e metas mais claros por parte do órgão
ambiental.