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Prefácio

Manuela Alves

25 Anos

RIBERALVES

A Liderança de Mercado

Carvalhal, a Casa Mãe

Comimba, o Crescimento

O Processo do Futuro

Ricardo Alves

A Exportação e o Brasil

A Celebrar o Bacalhau

A Pesca Sustentável

Um Fiel Amigo Centenário

Hélder Claro

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NOVO DIA

Uma Nova Imagem

A Qualidade num Grão

Henrique Brandão

RIBERALVES IMOBILIÁRIA

Projectar a Diferença

Samuel Torres de Carvalho

Projectos

ADEGA MÃE

O Vinho

O Enoturismo

Bernardo Alves

25 ANOS, UM ORGULHO

Riberalves S.G.P.S.

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RIBERALVESDESDE 1985

RIBERALVESPREFÁCIO

Prefácio

Nuno Morais SarmentoAdvogado

00� 00�

Há uns anos atrás, num momento difícil, perguntei a alguém o que

significava para ele a palavra impossível.

Espantou-se uns segundos e disse: acho que… impossível é o que não

depende só de nós.

Quem me deu esta resposta, que guardo até hoje, foi João António

Alves.

Conheci João António e Manuela Alves nos idos de 90, nos primeiros

anos da nova fábrica, hoje casa mãe, no Carvalhal, em Torres Vedras.

Conhecemo-nos nesse momento, a trabalhar, e desde então, mais ou

menos, nunca deixámos de colaborar. Hoje, também com o Ricardo

e o Bernardo.

Ler os depoimentos de cada um deles neste livro foi viver outra vez

esses 15 anos. Um caminho de colaboração e respeito mútuo que,

com o tempo, se transformou em admiração e amizade.

Mas olhar para esses quatro breves testemunhos, no seu conjunto,

é também encontrar a melhor síntese do passado e do presente, dos

princípios e dos valores, da atitude, enfim desta realidade que o livro

celebra: o Grupo Riberalves.

Na sua história

Na sua dimensão e força

No segredo do seu sucesso

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EM PRIMEIRO LUGAR, A HISTÓRIA DA RIBERALVES.

Correr esses quatro textos é compreender que a história da Riberal-

ves é afinal a história, que é já uma saga, de uma família, a família

Alves. É perceber também porque é que todos os “edifícios” humanos

se iniciam e apoiam sempre nas fundações; porque é que se constro-

em do chão para o telhado, e com cada pedra ou tijolo a suportar o

seguinte. Mais importante, é realizar a extraordinária lição de cora-

gem, de trabalho e de perseverança que esta família nos dá.

Num tempo como o presente, em que vemos construir riquezas ins-

tantâneas, criar a ilusão do sucesso automático, e procurar apenas

a realização e satisfação imediatas, a história da Riberalves é bálsa-

mo de alma e sinal de esperança. Paixão, entusiasmo, motivação e

dinamismo, são as palavras que na pena dos quatro protagonistas

descrevem um caminho de mais de duas décadas de trabalho muito

duro. A que acrescentam liderança, visão e estratégia como as qua-

lidades do fundador que garantiram o sucesso desse caminho. Em

parte alguma uma queixa, uma desculpa, sequer uma simples pala-

vra de justificação.

Mas há uma outra dimensão na história da Riberalves, que também

salta evidente nas palavras da família, e que me impressiona mais:

a dimensão ética. Uma dimensão partilhada por todos, mas curiosa-

mente sinalizada de forma diferente nas duas gerações: respeito, re-

conhecimento e orgulho pelos fundadores; desafio, responsabilidade

e agradecimento pelos mais novos. Uma dimensão ética expressa de

forma ímpar nas palavras do fundador: “O meu orgulho é a família,

a empresa, os clientes e amigos, os colaboradores, todo este patrimó-

nio que me rodeia”.

EM SEGUNDO LUGAR A DIMENSÃO E FORÇA DO GRUPO RIBERALVES.

Falar deste Grupo hoje, e principalmente da sua actividade nuclear

de importação, processamento e venda de bacalhau, é falar de uma

das presenças mais significativas de Portugal no comércio interna-

cional. Ancorada por residência no maior mercado mundial de con-

sumo de bacalhau (Portugal), a Riberalves hoje compra e processa

entre 8 e 10% do bacalhau comercializado no mundo inteiro.

O negócio que arrancou no comércio de uns fardos de bacalhau,

comprados em Aveiro, deu lugar a uma empresa que processa mais

de 30.000 toneladas de matéria-prima, o que faz dela a que mais

bacalhau compra e processa em todo o mundo. Sem alarde, sem vai-

dade social, uma empresa familiar, portuguesa, que no seu sector é

líder mundial.

Mas seguindo sempre as palavras dos seus quatro autores, torna-se

evidente que a realidade e a dimensão de hoje não são um ponto

de chegada nem um desafio encerrado. Por um lado, a energia e o

compromisso com a inovação que levaram, por exemplo, ao suces-

so do bacalhau demolhado ultracongelado, e por outro, a vitalidade

que revelam as apostas no imobiliário, no café ou no vinho, garan-

tem, nas palavras do poeta, que “esta é árvore frondosa, com ramos

e folhas que ainda mal vemos, mas que alargarão a sombra e trarão

frutos que ainda hão-de nascer”.

FINALMENTE, O SEGREDO DO SEU SUCESSO.

Ou melhor, porque assim o dizem os seus quatro autores, os segredos.

Que são dois.

O primeiro, razão de todo o caminho, referência cimeira em cada um

dos testemunhos: a família. Que não é, aqui, uma coincidência de

apelidos, ou uma rotulagem social. É sangue e memória, é aprendiza-

gem e exemplo, é partilha de valores comuns, é responsabilidade pelo

património que foi transmitido, e a vontade de o transmitir, também,

um dia.

Soube, por acaso, que João António, Manuela, Ricardo e Bernardo es-

creveram cada um o seu texto, sem conhecerem os outros. E tem por

isso um enorme significado que cada um deles, por si, tenha trans-

formado o seu texto numa homenagem à família. Aprender, estar à

altura e transmitir surgem como os momentos decisivos de um ciclo

que se repete na garantia dos valores essenciais que foram recebidos,

e na partilha de um destino que se quer comum.

O segundo segredo é simples e, para o perceber, apelo a uma última

visita aos quatro depoimentos. Contributos diferenciados pela idade,

pela personalidade e até pela formação de cada um. Mas absoluta-

mente complementares. Convido, mesmo, a que recordem qualquer

teoria ou manual de boa gestão, e desafio a que indiquem um só

conceito que não esteja presente no conjunto destes quatro textos.

Complementaridade, respeito, entreajuda são afinal as palavras-cha-

ve do segundo segredo, ou melhor, da segunda parte de um segredo

que torna esta família uma força admirável, e o Grupo Riberalves um

caso de sucesso. Com a enorme alegria de olhar para o Bernardo e

para o Ricardo e ter a certeza de que ainda não está à vista, nem será

para o nosso tempo, o último capítulo desta saga admirável.

Obrigado pelo exemplo e por me quererem

como parceiro de caminhada.

Um abraço amigo

RIBERALVESDESDE 1985

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Riberalves. Na família nasce uma empresa.

Manuela e João AlvesRicardo e Bernardo Alves

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RIBERALVESDESDE 1985

A Riberalves nasce na família. A Riberalves nasce da coesão entre o

espírito empreendedor do meu marido, João Alves, o entusiasmo re-

juvenescedor dos meus filhos, Ricardo e Bernardo, e o equilíbrio que

eu, Manuela, tento oferecer.

A Riberalves nasce na família mas é hoje entendida na dimensão dos

seus colaboradores e no reconhecimento do mercado nacional e in-

ternacional. A Riberalves nasce em quatro pessoas mas são os consu-

midores e parceiros que lhe dão prestígio e confiança.

É toda esta relação que celebramos agora, 25 anos depois do início.

Este livro é a partilha desse caminho e da realidade Riberalves, uma

família, uma empresa, uma admirável experiência na qual me orgu-

lho de participar.

Obrigada

Manuela AlvesAdministradora

RIBERALVESOPINIÃO0�4 0�5

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A Riberalves nasceu em 1985 mas as suas raízes fixam-se nos anos

60, quando João Alves, ainda pequeno, acompanhava os negócios

do pai, numa mercearia de aldeia que pouco passou disso mesmo,

mas funcionou como exemplo – ali estava o seu primeiro contacto

com o bacalhau.

Nascido em São Pedro da Cadeira, Torres Vedras, João Alves foi o

primeiro de três irmãos. Na sua adolescência viveu a experiência

familiar, as rotinas caseiras ou as saídas para entrega de baca-

lhau, de porta em porta, por Torres Vedras ou por Lisboa, entre a

Praça da Figueira e a rua do Arsenal. A actividade inspirava-o e

a sua vida seguiria o mesmo caminho, embora numa dimensão

totalmente diferente.

Nos anos 60 Portugal sofreu um pico de emigração. O país pagava

a guerra nas colónias e a economia reflectia esse esforço. Aos 20

anos, em 1971, João Alves iniciou serviço militar e em 1972 embarcou

para a Guiné. “Foi o melhor que me podia ter acontecido”, diz. Dois

anos no Ultramar serviram para pensar no futuro e num negócio

para desenvolver no regresso. A 25 de Abril de 1974 ouviu, pela rádio,

a notícia da Revolução. Em Agosto estaria de volta a Portugal.

A vida militar devolveu-o diferente, mais sereno. Quando reencon-

trou o negócio do pai, sentiu vontade de levá-lo a outro nível, mas

também percebeu que a porta de casa estava aberta. Aos 26 anos,

25anos casado, foi à procura do seu futuro e comprou ao sogro a Garrafeira

do Oeste, em Torres Vedras, negócio no qual se estabeleceu até ao

início dos anos 80. João Alves pensou em café, mas o bacalhau era o

seu objectivo. A aposta na Garrafeira do Oeste foi decisiva porque a

partir daquele espaço, como grossista, ganhou melhores condições

para a aquisição de matéria-prima. A partir daí, sucederam-se as

viagens para Aveiro, onde comprava bacalhau em fardos de 50 kg.

Em 1985, há 25 anos, João Alves constituiu então a Riberalves. Lan-

çada como um “cash&carry”, foi esta a empresa sucessora da Gar-

rafeira do Oeste. Contrataram-se mais funcionários, a Riberalves

avançou para o aluguer de secas de bacalhau, mas João Alves man-

tinha o objectivo de desenvolver a sua própria indústria de trans-

formação daquele pescado. Em 1990, após a venda do “cash&carry”

ao Grupo Jerónimo Martins, a Riberalves focou-se exclusivamente

na indústria e comércio de bacalhau.

Em 1993 nasceu a fábrica da Riberalves, no Carvalhal, em Torres Ve-

dras. A empresa acolhia 30 funcionários, a maioria concentrados na

transformação do bacalhau salgado verde, ou congelado, importa-

do dos países do Atlântico Norte. Com a conquista de mercado na-

cional e internacional, a Riberalves cresceu e ganhou solidez para

entrar em novas áreas de negócio. Hoje, o grupo é responsável por

mais de quatro centenas de colaboradores e está em sectores de

actividade como a imobiliária, o café e o vinho.

RIBERALVES25 ANOS

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O bacalhau sempre foi, no entanto, o “core business” da Riberal-

ves. A aquisição da Comimba, em 2002, então uma das maiores

fábricas do sector, com uma reputação de 35 anos gerida por

Carlos Marques da Costa, permitiu aumentar em 60 por cento a

capacidade produtiva. Com os investimentos e a tecnologia apli-

cada, tornou-se uma unidade industrial decisiva na evolução do

processo do bacalhau demolhado ultra-congelado, uma das gran-

des apostas da empresa. Hoje, a Riberalves tem uma facturação

superior a 120 milhões de euros, domina o mercado interno e po-

siciona-se a nível internacional.

Os dois filhos de João Alves e Manuela Alves tornaram-se decisivos

num grupo empresarial que inclui a Novo Dia Cafés, a Adega Mãe

e a Riberalves, Imobiliária. Chamam-se Ricardo e Bernardo e são a

inspiração do nome Riberalves.

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CARVALHAL, A CASA MÃE

RIBERALVESCOMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTARES, S.A.

Os grandes lugres brancos seguiram então caminho, aos saltos e aos cambaleios,

carregados de bacalhau salgado quase até aos embornais

Alan Villiers

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A histórica ligação de Portugal ao bacalhau tornou o país uma re-

ferência mundial no consumo e negócio deste peixe. O mercado

português significa 30 a 35 por cento de toda a pesca planetária e

vale entre 60 e 70 mil toneladas por ano. Neste volume de vendas, a

Riberalves representa 20 mil toneladas, cotando-se como empresa

líder na importação, transformação e comércio de bacalhau.

O sector das pescas entrou nos anos 90 envolvido em transfor-

mações profundas. Num país onde cada habitante significa, em

média, 60 kg de peixe por ano (7 kg de bacalhau), Portugal assis-

tiu à redução da sua frota e passou a importar grande parte do

pescado consumido. A Riberalves assumiu essa solução, adquirin-

do matéria-prima em países como a Noruega, Islândia, Gronelân-

dia, Rússia e Canadá. Desde o início dos anos 90, quando o Canadá

impôs restrições à pesca nas suas águas, a Rússia e os Estados

Unidos (Alasca) apareceram como exportadores importantes na

cena internacional.

A liderança de Mercado

A Riberalves compra bacalhau no estado salgado verde ou conge-

lado, encaminhando-o depois para os diversos processos de trans-

formação. Um deles é o do bacalhau demolhado ultracongelado.

Aí, a Riberalves tem um posicionamento ainda mais significativo

e representa 65 por cento de todo o mercado nacional. Os investi-

mentos ao nível do aumento de áreas de refrigeração, da mecani-

zação dos processos e da formação dos funcionários resultam da

convicção de que o bacalhau demolhado ultracongelado ocupará

uma fatia cada vez maior no mercado.

Em Portugal, a indústria de transformação do bacalhau conheceu

um crescimento acentuado no início dos anos 90. A Riberalves nas-

ceu em 1985 e é pioneira no aperfeiçoamento de métodos que, no

passado, estavam ligados aos armadores. Após o investimento em

secas alugadas, para estender a sua capacidade produtiva, o tem-

po do bacalhau seco a céu aberto é hoje uma imagem do passado

substituída pelos modernos túneis de secagem.

RIBERALVESA LIDERANÇA DE MERCADO 025

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CARVALHAL, A CASA MÃE

Os escaladores mecânicos, capazes de substituir a mão do homem

na abertura e limpeza do peixe que chega congelado à Riberalves,

são outro exemplo de como a tecnologia se tornou fundamental. A

inovação mais recente da empresa, no entanto, diz respeito a todas

as técnicas de transformação, demolha e ultra-congelação do ba-

calhau colocado no mercado pronto a consumir.

A Riberalves adoptou as normas aconselhadas pela IFS – Internacio-

nal Food Standard. Trata-se de uma uniformização de procedimen-

tos e uma exigência própria que não só resulta num produto final

de qualidade superior como também distingue o posicionamento

da marca. A Riberalves foi galardoada, em 2005, com um “Masters

da Distribuição” (atribuído por profissionais), foi eleita pelos consu-

midores “Produto do Ano”, em 2009, e distinguida “Sabor do Ano”

em 2010, numa escolha de consumidores e chefes de cozinha.

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A LIDERANÇA DE MERCADO

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CARVALHAL, A CASA MÃE

Carvalhal,a Casa Mãe

As instalações da Riberalves no Carvalhal, em Torres Vedras, cons-

tituem a casa mãe da empresa, a partir da qual é coordenada toda

a actividade do grupo e feita a grande distribuição. É lá que estão

sediados os principais serviços administrativos e é lá, igualmente,

que 70 funcionários se dedicam à produção.

Inaugurada em 1993, esta unidade foi o primeiro grande investimen-

to da Riberalves, permitindo à empresa especializar-se na transfor-

mação de bacalhau, apontando ao crescimento que trouxe o grupo

aos dias de hoje. A partir dali é assegurada a comercialização para

todo o país, directamente para os clientes ou através das filiais es-

tabelecidas no Algarve (Guia) ou no Porto (Maia). Na Avenida dos

Bacalhoeiros, na Gafanha da Nazaré – a localidade portuguesa com

mais forte ligação à pesca do bacalhau – foi adquirida a empresa

Casa Faroé, dedicada à distribuição da marca Riberalves.

O espaço de 10 hectares tem vindo a receber as actualizações

necessárias para acompanhar as exigências produtivas, mas tam-

bém para assegurar a função de sede comercial do grupo. Mesmo

a produção externa, principalmente a da maior fábrica do grupo,

a Comimba, passa pelo Carvalhal.

Nesta unidade, onde a empresa lançou o método do bacalhau de-

molhado ultracongelado, o processo produtivo dominante hoje é o

da transformação de bacalhau salgado verde em bacalhau salgado

seco. A actividade está ordenada em função do momento de recep-

ção do pescado, a partir do qual o bacalhau é identificado e seleccio-

nado, sendo depois dirigido para câmaras de maturação, onde pode

estar no, máximo, um ano.

Após este período, o bacalhau é conduzido aos túneis de secagem,

onde lhe é reduzido o teor de humidade, num processo que pode

demorar entre 30 e 90 horas, consoante as suas características es-

pecíficas, tais como a espessura e o peso. Cada túnel na unidade

industrial do Carvalhal tem capacidade para secar 20 toneladas de

bacalhau salgado verde. Por fim, o bacalhau volta a ser lançado num

processo de selecção e é inserido na categoria de produto respecti-

va, entrando depois no circuito comercial.

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Comimba, o Crescimento

Em 2002, a Riberalves avançou para aquisição daquela que é hoje

a maior fábrica mundial a operar exclusivamente no sector do ba-

calhau. A Comimba, investimento decisivo para o crescimento da

Riberalves, reforçou as infra-estruturas produtivas do grupo com

mais 40 mil metros quadrados de área coberta, instalados num

terreno de 10 hectares, na Moita, na margem Sul do Rio Tejo.

A Comimba está preparada para os diversos processos de transfor-

mação de bacalhau e, ao longo dos anos, permitiu o avanço na evolu-

ção do produto demolhado ultracongelado, método lançado inicial-

mente nas instalações do Carvalhal, mas rapidamente expandido.

Inicialmente com 40 funcionários, a Comimba de hoje é uma uni-

dade industrial que acolhe 250 colaboradores dedicados a dife-

rentes funções, como por exemplo, à supervisão dos tanques de

demolha, capazes de controlar a dessalga de 40 toneladas de ba-

calhau por dia, antes de este ser finalmente ultracongelado, em-

balado e comercializado.

Na transformação do bacalhau que chega congelado à empresa,

para seguir o processo salgado seco, os sistemas mecanizados es-

tão preparados para escalar, diariamente, 80 toneladas de produto.

Em 2009, a empresa produziu mais de 12 mil toneladas de bacalhau

salgado seco, dobrando os números de 2001. O crescimento mais

acentuado, contudo, verifica-se no bacalhau demolhado ultracon-

gelado – com a Comimba, a Riberalves produz hoje quase sete mil

toneladas, mais cinco mil toneladas do que em 2001.

RIBERALVESCOMIMBA, O CRESCIMENTO

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CARVALHAL, A CASA MÃE

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COMIMBA, O CRESCIMENTO

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CARVALHAL, A CASA MÃE

O Processodo Futuro

Os portugueses tornaram a salga e a secagem do bacalhau num

processo único em todo o Mundo. Agora, a Riberalves deu um novo

passo na transformação deste pescado, colocando-o no mercado

pronto a consumir, como bacalhau demolhado ultracongelado.

A produção arrancou em 2000, dando resposta aos novos hábitos

dos consumidores e à procura de uma qualidade superior. O baca-

lhau demolhado ultracongelado Riberalves significa 65 por cento

de todo o mercado nacional desta categoria de produto.

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01. Pesca

O bacalhau é pescado no Oceano Atlântico (Mar do Norte) ou no

Oceano Pacífico (Alasca), através da pesca de arrasto ou da pesca

mecânica à linha. É depois transportado em contentores frigorífi-

cos (por estrada ou por mar) até Portugal. O bacalhau do Atlântico

é da espécie Gadus Morhua, o bacalhau do Pacífico é da espécie

Ghadus Macrocephalus.

RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO

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02. Escalagem e salga

Ainda no país de origem, o bacalhau é escalado e salgado: para este

processo, são-lhe retiradas a cabeça e as vísceras, é aberto da barba-

tana até à cabeça e, após removida parte da espinha central, ganha

o aspecto tradicional conhecido. Por fim, é lavado e salgado. Quando

chega a Portugal, entra na Riberalves como bacalhau salgado verde.

RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO

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O PROCESSO DO FUTURO

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03. Cura

O peixe é armazenado em câmaras frigoríficas, onde é submetido

a um processo de cura, ou de maturação, que pode demorar entre

seis meses e um ano. Esta fase é fundamental na qualidade final

do produto, factor prioritário no bacalhau demolhado ultracon-

gelado Riberalves.

RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO

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RIBERALVESDESDE 1985054 055

04. Secagem

O bacalhau entra num processo de desidratação, em túneis de se-

cagem, a temperaturas controladas, sendo-lhe retirada a humida-

de. Cada túnel de secagem tem capacidade para 20 toneladas de

bacalhau salgado verde e a duração desta fase é variável de acordo

com a espessura e tamanho do peixe.

RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO

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05. Demolha

Novamente, o processo depende da espessura do bacalhau. Já de-

pois de cortado, de acordo com as suas características, o peixe é

mergulhado em tanques com água a temperaturas específicas,

num período com a duração entre 25 e 90 horas. A fiabilidade deste

processo é um factor decisivo na qualidade do produto.

RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO

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RIBERALVESDESDE 198505� 05�

06. Ultra-congelação

O bacalhau é ultracongelado a uma temperatura de 40 graus ne-

gativos, num processo com a duração de cinco horas, rápido, que

visa manter todas as propriedades originais do produto. Depois é

vidrado com uma fina camada de gelo que o protege da oxidação e

desidratação, ficando assim preparado para ser calibrado, embala-

do e seguir finalmente para o circuito comercial.

RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO

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RIBERALVESDESDE 1985060 06�RIBERALVES

O PROCESSO DO FUTURO

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RIBERALVESDESDE 1985062 063

A credibilidade atribuída à Riberalves, no mercado nacional e inter-

nacional, é uma conquista em 25 anos de crescimento sustentado

que define, ao mesmo tempo, a forma como a empresa se deve po-

sicionar: defendendo o seu nome e prestígio, procurando sempre a

qualidade máxima dos seus produtos.

A Riberalves é a empresa que mais bacalhau compra e transforma no

Mundo. Anualmente, entram na empresa 30 mil toneladas de ma-

téria-prima, transformada segundo os processos que nós próprios

lançámos e aperfeiçoámos. Somos pioneiros no investimento, na

tecnologia e na formação de mão-de-obra, com o objectivo de alcan-

çarmos resultados capazes de nos diferenciar junto do consumidor.

O volume de negócios e o crescimento da empresa são prova de que

esse esforço na inovação é acertado e reconhecido.

Existe ainda um grande potencial de crescimento no mercado do ba-

calhau demolhado ultracongelado, um produto estratégico para a

marca e a ganhar terreno ao bacalhau salgado seco, assim as menta-

lidades reconheçam a sua qualidade superior. Através da Comimba,

continuaremos a investir nesse processo produtivo, numa actividade

que nos cativa e absorve, porque toda esta indústria revela um fas-

cínio enorme resultante da ligação ao mar e à pesca, às pessoas que

connosco trabalham e aos nossos contactos internacionais, à meca-

nização e às fábricas.

Ricardo AlvesDirector de Produção

RIBERALVESOPINIÃO

Portugal é o maior consumidor de bacalhau do Mundo. A Riberalves

honra e domina esse mercado mas está igualmente focada no plano

internacional e na diversificação dos seus produtos. Este fôlego deve-

se em primeiro lugar ao meu pai, João Alves, uma pessoa com uma

capacidade de motivação e um empreendedorismo “brutais”. A pa-

lavra é essa. Brutal. O seu entusiasmo puxa por todos, o seu “feeling”

leva-o a apostar naquilo em que muitos não acreditam, a sua lideran-

ça é contagiante. Por fim, há outro apoio fundamental na Riberalves,

a minha mãe, Manuela Alves, que na sua postura discreta faz a ges-

tão dos contactos com os nossos parceiros sempre com um reconheci-

mento impressionante. Todos valorizam a forma como a Riberalves se

relaciona e essa é uma das grandes mais-valias da empresa.

Envolvida na sua dimensão, a Riberalves é também uma empresa fa-

miliar. Perante a empresa e a família, enfrento um saber que tento ab-

sorver ao máximo. Agradeço a responsabilidade, o privilégio e a opor-

tunidade de ser parte desta experiência, agradeço aos meus pais toda

esta base da aprendizagem que pretendo passar aos meus filhos.

Obrigado

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A Internacionalizaçãoda Marca

As exportações representam 30 por cento da facturação da Riberal-

ves. Depois do início da aventura além-fronteiras, há 15 anos, então

com o bacalhau salgado seco, a marca tem forte presença no Bra-

sil, Angola, França, Luxemburgo e Suíça, países com ligação mais

ou menos próxima à cultura portuguesa, naquilo que se chama “o

mercado da saudade”.

A Riberalves está, no entanto, atenta a outras geografias. Em

2009, quando as vendas portuguesas para fora da União Euro-

peia caíram 21 por cento, a empresa exportou mais de quatro mil

toneladas de bacalhau. Hoje, o bacalhau demolhado ultraconge-

lado – produto de qualidade mas com um preço competitivo, em

consequência da experiência acumulada no processo produtivo e

na evolução da mão-de-obra – assume importância crescente nas

exportações da empresa.

Em 2009, o Brasil foi o 13º país para onde a economia portuguesa

mais exportou, contabilizando um total de 295 milhões de euros

com os produtos agro-alimentares a rondarem 50 por cento desse

valor. A Riberalves está atenta a essa realidade, mas Angola é outro

exemplo na estratégia de internacionalização definida. Através da

criação da Riberalves, Angola, a empresa assegura no país o comér-

cio exclusivo dos seus produtos.

RIBERALVESA INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA

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RIBERALVESDESDE 1985066 067RIBERALVES

A INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA

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Celebrar o Bacalhau

Poucos alimentos ocupam um espaço tão relevante na cultura por-

tuguesa. Ao longo dos anos, o bacalhau tornou-se o “fiel amigo” da

gastronomia nacional, a refeição sempre disponível, atravessando

todas as classes sociais. A abundância e o método de conservação

permitiram a generalização do seu consumo, nas formas e momen-

tos mais nobres ou mais modestos.

Em 2007, a Riberalves inaugurou a Academia do Bacalhau, um es-

paço construído em forma de homenagem a esta relação especial

entre um peixe e um país. No complexo industrial da Comimba,

a empresa partilha com os seus parceiros e amigos a experiência

única da produção e degustação do bacalhau.

O bacalhau proporciona um alimento com baixo teor de gordura,

rico em fósforo e cálcio, potássio e magnésio. Enraizado nos hábi-

tos gastronómicos, o que evoluiu nos últimos anos foi a consciên-

cia deste seu valor nutritivo e da sua importância nos novos ca-

minhos da cozinha portuguesa. O bacalhau é tradição e inovação,

passado e futuro.

RIBERALVESA INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA

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RIBERALVESA INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA

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RIBERALVESDESDE 1985072 073

A PescaSustentável

Em Junho de 2010, a Riberalves tornou-se uma empresa reconheci-

da através do programa de certificação e eco-rotulagem do Marine

Stewardship Council (MSC), cumprindo as regras aplicáveis à sus-

tentabilidade e boa gestão da actividade piscatória. Os mercados

internacionais evoluíram para uma regulamentação protectora

dos recursos marinhos e o bacalhau não ficou fora das preocupa-

ções das empresas, dos governos e das instituições ambientais.

Para além da certificação MSC, o pescado importado pela Riberal-

ves já cumpria os requisitos de pesca legal impostos pela União

Europeia aos países exportadores, mesmo fora da UE, como são o

caso da Rússia, Estados Unidos e Noruega.

Depois de perceberem a abundância de bacalhau nos bancos da

Terra Nova, há mais de 500 anos, os navegadores portugueses con-

firmaram outra vantagem decisiva nesta espécie de peixe: a cap-

tura fácil. Desde os métodos mais arcaicos na pesca à linha – um

pedaço de carne de gaivota podia servir como isco – aos modernos

barcos de arrasto dos armadores do Norte da Europa, Estados Uni-

dos e Rússia, os números do peixe capturado foram crescendo e a

oferta satisfez a procura no mercado mundial.

RIBERALVESA PESCA SUTENTÁVEL

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RIBERALVESDESDE 1985074 075

Nos anos 90, lançaram-se os alertas para a redução dos stocks, es-

pecialmente nos bancos da Terra Nova. As preocupações alastra-

ram ao Mar do Norte, os estudos aprofundaram-se, os governos

reagiram impondo limites nas áreas e nas cotas de pesca. Em 2007,

no Mar do Norte existiam apenas 37400 toneladas de peixe adulto,

mas em 2010 a população recuperou para 54250 toneladas, prova

de que a pesca sustentável é possível. Nos últimos anos, a estabili-

zação dos “stocks” de bacalhau reflectiu-se na queda dos preços.

Uma fêmea de Gadus Morhua, uma das espécies de bacalhau

mais consumidas em Portugal, é capaz de pôr até cinco mil ovos.

A desova ocorre durante o Inverno, após migração para locais

onde se reúnem condições especiais de sobrevivência, relaciona-

das com a temperatura, salinidade e oxigenação da água. De uma

forma geral, este peixe encontra-se um pouco por todo o Atlân-

tico Norte (Gadus Morhua) mas também está presente no Pací-

fico (Gadus Macrocephalus), sempre em águas frias (3 a 5 graus),

mais ou menos profundas. Ambas as espécies são processadas e

comercializadas pela Riberalves.

RIBERALVESA PESCA SUSTENTÁVEL

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RIBERALVESDESDE 1985076 077

Nos anos 60, quando João Alves acompanhava o pai na venda de

bacalhau pela baixa lisboeta, Portugal era já um dos maiores consu-

midores mundiais de um peixe que, nos países de origem, nunca se

tornou uma referência nacional como nós a conhecemos. O método

de conservação desenvolvido e a gastronomia inspirada pelo baca-

lhau salgado seco são marcas exclusivas da cultura portuguesa.

O primeiro acordo que oficializa a existência de embarcações na-

cionais na pesca do bacalhau data de 1353, quando D. Afonso IV e

Eduardo III de Inglaterra assinaram a presença de caravelas portu-

guesas em águas britânicas. O bacalhau tem, portanto, uma ligação

antiquíssima ao nosso país, apesar de ter sido nas décadas de 50 e

60 do século passado que a sua captura foi fortemente propagan-

deada, quando o Estado Novo promoveu a actividade a uma forma

de “regresso de Portugal ao mar”, num misto de actividade heróica e

garantia da subsistência do país, capaz de travar as importações.

A partir de 1950 viveu-se então o chamado “período áureo”, quando

Portugal juntava perto de 70 embarcações na pesca do “fiel amigo”,

desde arrastões a lugres e veleiros, numa actividade marcada

pela dureza extrema e pela primeira vez relatada na imprensa

internacional, em publicações como o “New York Times” e as revistas

“Life” ou “National Geographic”. Surgiram, igualmente, os primeiros

livros que descreveram a coragem dos pescadores portugueses.

Portugal estendeu até aos anos 60 a chamada “pesca à linha”. Os

homens desciam do barco mãe no seu “dori”, um pequeno bote de

fundo plano, e lançavam-se isolados nas águas geladas da Grone-

lândia e da Terra Nova, pescando peixe a peixe, até carregarem o

“dori” e finalmente transferirem a carga para o barco mãe. Era uma

tarefa individual que podia demorar 12 horas. Dizia-se que o pesca-

dor era o comandante do seu pequeno barco e navegava-o no mar

aberto ou no nevoeiro numa rotina diária ao longo das campanhas

de seis meses. A frota partia, em Abril, e as famílias iam despedir-se

dos pescadores como se estes fossem para o Ultramar. Muitos não

regressaram, devido a um acidente, uma doença ou outro azar. Ou-

tros aproveitaram a viagem e estabeleceram-se em países como o

Canadá e os Estados Unidos.

Um Fiel AmigoCentenário

RIBERALVESUM FIEL AMIGO CENTENÁRIO

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RIBERALVESDESDE 198507� 07�

“Embarco-te como salgador!” Esta era uma das expressões popu-

lares entre as comunidades piscatórias do Norte do país. Ser sal-

gador era uma das funções específicas a bordo de um bacalhoeiro,

era viver no convés de um barco, entremear camadas de bacalhau

e camadas de sal, muitas vezes dormir apenas quatro horas, envol-

vido no cheiro, no frio, eventualmente pisar terra nos portos mais

próximos quando o mau tempo obrigava a parar a actividade ou era

necessário procurar mantimentos.

A salga do bacalhau que permitia a sua conservação até à che-

gada aos portos nacionais, sendo depois transferido para os se-

cadouros a céu aberto é, no entanto, uma descoberta anterior.

Ingleses, franceses e bascos já praticavam o processo no séc. VIII

e mesmo antes também os vikings já teriam adoptado a técnica,

partilhando-a com os portugueses quando desciam a costa Ibéri-

ca, precisamente à procura de sal, pagando-o com bacalhau. Terá

aparecido aí a inspiração para os pescadores nacionais se aventu-

rarem à procura deste peixe.

A percepção da abundância do bacalhau generalizou-se na altura dos

Descobrimentos, quando os navegadores europeus rumaram para

Oeste, de Sul a Norte, à descoberta de um caminho marítimo para as

Índias e confirmaram, junto à Terra Nova, a existência de quantidades

surpreendentes deste peixe. A zona ficou conhecida como “Terra dos

Bacalhaus” e tornou-se destino frequente das caravelas.

Em Portugal, a procura do bacalhau tornou-se então uma demanda

que atravessaria mais cinco séculos, até ao período “épico” que mar-

cou a vida das comunidades piscatórias do país, especialmente na

zona de Aveiro. Hoje, os lugres com nomes míticos como o Creoula

ou o Argus, líderes de uma frota que chegou a pintar-se de bran-

co, para poder navegar neutra em plena 2ª Guerra Mundial (“White

Fleet”), transformaram-se em História. O país herdou-a enquanto

maior consumidor de bacalhau no Mundo.

RIBERALVESUM FIEL AMIGO CENTENÁRIO

052 Off Greenland © foto Alan Villiers, Museu Marítimo de Ílhavo

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RIBERALVESDESDE 19850�0 0��RIBERALVES

UM FIEL AMIGO CENTENÁRIO009 More Sail © foto Alan Villiers, Museu Marítimo de Ílhavo

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RIBERALVESDESDE 19850�2 0�3

A pesca de bacalhau é hoje quase inexistente no nosso país, temos o

maior mercado Mundial mas talvez os nossos navios capturem ape-

nas dois ou três por cento do que se consome. A Riberalves apostou

na importação e o crescimento da empresa foi espantoso, devido ao

empreendedor extraordinário que é João António Alves, nunca priva-

do de investir e de se rodear de todos os mecanismos fundamentais

para potenciar a sua actividade.

Em 1976, acabaram as obrigações que forçavam os armadores a

venderem bacalhau a determinados armazenistas. Foi nessa altura

que conheci João Alves. Um dia apareceram-me no escritório o meu

amigo Fernando Ribau e o engenheiro Conde com um senhor que

me apresentaram e disseram dedicar-se ao comércio do bacalhau em

Torres Vedras. Era João Alves, interessado em comprar uns bacalhaus

à Parceria Geral de Pescarias.

Vendíamos quase tudo em Lisboa. Falei com o Sr. Filipe Bensaúde,

meu gerente, pedi-lhe autorização para negociar e ele logo con-

cordou visto a pessoa apresentada trazer as melhores referências.

Ainda não existia a Riberalves – era a Garrafeira do Oeste – mas a

partir daí João Alves tornou-se o nosso maior cliente, a ponto de

comprar por inteiro o carregamento de um dos nossos navios, o

Neptuno. A relação comercial prolongou-se e a partir do seu an-

tigo “cash&carry”, tornou-se até “ship chandler” da nossa frota,

fornecendo-nos mantimentos.

Hélder ClaroAntigo Gerente da Parceria Geral de Pescaria

RIBERALVESOPINIÃO

Em 1990, João Alves começou a importar bacalhau congelado e a

transformá-lo nas nossas instalações, no Barreiro, montando as tec-

nologias de refrigeração necessárias e todas as condições para a seca

do bacalhau. A estrutura no campo da Parceria Geral de Pescarias foi

evoluindo e ao mesmo tempo apareceu a primeira fábrica da Ribe-

ralves, em Torres Vedras. Depois, o crescimento da empresa levou a

que o espaço no Barreiro ficasse totalmente à responsabilidade da

Riberalves até ao ano de 2005.

A Parceria Geral de Pescarias entendeu nunca entrar na importação,

aliás, a empresa foi liquidada em 30 de Dezembro de 1999, voltando

a chamar-se Bensaúde, o nome dado aquando da fundação em 1891.

Saindo do negócio do bacalhau, houve como que uma passagem de

testemunho entre aquilo que foi a actividade da Parceria Geral de

Pescarias e o que hoje faz a Riberalves. No passado, a empresa che-

gou a ter nove navios na pesca do bacalhau e no ano de 1966, só o

Neptuno, Argus, Creoula e o Gazela descarregaram 46.174 quintais de

bacalhau salgado verde, o que equivale a umas 8 mil 311 toneladas de

peixe fresco pescado.

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RIBERALVESDESDE 19850�4 0�5RIBERALVES

OPINIÃO

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RIBERALVESDESDE 19850�6 0�7RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

NOVO DIACAFÉSAbd al-Qadir

O café é o ouro do homem comum,

e como o ouro, traz a todas as pessoas

o sentimento de luxo e de nobreza.

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RIBERALVESDESDE 19850�� 0��NOVO DIA

UMA NOVA IMAGEM

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RIBERALVESDESDE 19850�0 0��

Uma NovaImagem

A Riberalves entrou no negócio dos cafés em 1998, quando adqui-

riu 70 por cento da empresa Novo Dia Cafés, herdeira da Central

Cafeeira de Torres Vedras, uma casa igualmente com experiência

no mercado das bebidas mas depois focada exclusivamente na

torrefacção e comercialização de café. João Alves foi mais longe no

interesse nesta área de negócio e, em 2007, adquiriu os restantes

30 por cento da empresa, avançando para um processo de reestru-

turação da marca, dos produtos e da imagem, já com o seu filho,

Bernardo Alves, como director-geral.

A Novo Dia Cafés está presente principalmente no Oeste do país, es-

tendendo o raio de acção entre Lisboa e Leiria. A carteira de clientes

– incluindo o mercado externo, no Canadá, Estados Unidos, França,

Suíça ou Espanha – está em crescimento e a facturação aumentou

seis por cento no último ano.

A nova imagem Novo Dia Cafés foi lançada em 2008 e redefiniu o

posicionamento da marca num sector que tem acolhido grandes

transformações. Em média, um português consome 4 kg de café

por ano mas este número ainda está distante, por exemplo, da re-

alidade dos países nórdicos. A diferença está no consumo caseiro.

Enquanto na Noruega o café é presença no dia-a-dia familiar, em

Portugal são as vendas fora de casa que desequilibram a balança e

representam 80 por cento de um negócio que no total vale mais de

300 milhões de euros.

O cenário sofreu algumas alterações nos últimos anos, com as

marcas a lançarem soluções de consumo caseiro. Enquanto o

crescimento das vendas fora de casa tem sido moderado, dentro

de portas surge uma nova oportunidade para a qual a Novo Dia

Cafés está atenta. A estratégia é mais ampla e visa potenciar os

conceitos de “home&office” – assegurar o fornecimento directo de

empresas, hospitais e outro tipo de instituições – e de “vending”

– através de operadores.

Em Portugal existem cerca de duas centenas de empresas de

torrefacção de café. A Novo Dia Cafés distingue-se no mercado,

cumprindo regras de gestão de qualidade definidas pela ISO (In-

ternacional Organization for Standardization) e está enquadrada

na norma NP EN ISO 9001/2008.

NOVO DIA UMA NOVA IMAGEM

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RIBERALVESDESDE 19850�2 0�3NOVO DIA

UMA NOVA IMAGEM

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RIBERALVESDESDE 19850�4 0�5RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

A qualidade num Grão>>

A empresa Novo Dia importa cerca de 400 toneladas de café por ano,

as quais resultam em cerca de 320 toneladas de café torrado disponí-

vel para o mercado. Os países de origem são principalmente o Brasil,

Guatemala e Honduras (espécie arábica), e o Vietname, Camarões e

Uganda (espécie robusta). Independentemente do local de importa-

ção, a marca tem procurado manter uma uniformização do produto

comprado, procurando a mesma qualidade e o mesmo calibre de modo

a alcançar um produto final de resultado constante.

A Novo Dia Cafés importa café de países como o Brasil, Guatemala

(espécie arábica) e Camarões e Vietname (espécie robusta). Inde-

pendentemente do local de origem, a marca procura uma unifor-

mização da matéria-prima adquirida, com o objectivo de alcançar

um produto final de resultado constante.

O Departamento de Qualidade da Novo Dia Cafés assegura a su-

pervisão de todo o processo produtivo, aplicando um programa

de análises periódicas e de monitorização após a entrada do café

na fábrica do Paúl, em Torres Vedras. Só depois de uma primeira

fase de limpeza tem início a torrefacção, onde o café é submetido

a altas temperaturas. Este é o momento chave – os grãos são sub-

metidos a temperaturas mais ou menos elevadas, é-lhes retirada

a humidade e, consoante o tempo operado, as propriedades do

café são potenciadas.

A Qualidadenum Grão

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RIBERALVESDESDE 1985 0�7NOVO DIA

A QUALIDADE NUM GRÃO0�6

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RIBERALVESDESDE 1985

O produto final resulta da mistura de diferentes proporções de es-

pécies arábica ou robusta, podendo depois apresentar-se na forma

de grão ou moído, consoante o destino comercial. Assim nascem

os “blends” ou os lotes colocados no mercado. Aqui, o Canal Hore-

ca – rede de hotéis, restaurantes e cafés – assegura 50 por cento

das vendas, a outra metade é destinada às grandes superfícies e ao

conceito “home&office”, agora em exploração.

Para além de uma nova comunicação, baseada numa imagem mo-

derna, agressiva e credível, a Novo Dia Cafés investe na excelência

da relação com o consumidor. Para o Canal Horeca foi desenvolvida

uma rede de assistência técnica que assegura o regular escoamen-

to do café nos clientes. É nesta proximidade que se joga, igualmen-

te, a competitividade entre as empresas do sector.

NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO0�� 0��

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RIBERALVESDESDE 1985

NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�00 �0�

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RIBERALVESDESDE 1985

NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�02 �03

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RIBERALVESDESDE 1985

A política de compras da Novo Dia Cafés passa pela importação de

cafés de elevada qualidade e baseia-se numa próspera relação que

vai mantendo com os seus stakeholders, com destaque para a rela-

ção directa entre fornecedor e cliente. É aliás com base na selecção

das melhores origens que a Novo Dia Cafés consegue revelar aos con-

sumidores o sabor de cada grão de café. A confiança, estabilidade e

transparência são valores praticados pela gestão desta empresa. É

actualmente pelas mãos do Eng.º Bernardo Alves que passa a com-

pra do café das melhores origens que, em conjunto com os valores

empresariais, resulta nos magníficos blends que se encontram a cada

momento de consumo.

A sua estratégia de futuro passará, ainda, pela concretização de al-

guns sonhos, tais como o desenvolvimento de um lote de café com

certificação biológica, demonstrando a crescente preocupação que

a marca tem com o bem-estar das actuais gerações, mas acima de

tudo com as vindouras.

Desta forma, é com a certeza de uma visão de futuro, que considero

que esta empresa revela diariamente, o nascimento de um Novo Dia!

Como país onde a cultura do consumo do café está impregnada,

Portugal apresenta um consumo constante de 4 Kg per capita/ano,

de acordo com dados do World Resources Institute, aproximando-se

muito dos valores de países como Espanha, Estados Unidos e alguns

países do Leste Europeu, o que denota o estado de maturidade deste

mercado. Os valores mais elevados encontram-se no Norte da Euro-

pa, muito pelo efeito dos hábitos de consumo de cafés arábicas, mais

suaves, e portanto muito mais consumidos. O país com maior consu-

mo per capita é a Finlândia, revelando um valor de 12 Kg por ano. Em

Portugal o comportamento do consumo de café tem maior expres-

são no café expresso, sendo que este é maioritariamente composto

por cafés robustas, naturalmente mais intensos. A este respeito, é de

salientar que aproximadamente 80 por cento do consumo de café

em Portugal caracteriza-se por ser FAFH – “Food Away From Home”,

ao contrário do que acontece nos países nórdicos, onde, mais de me-

tade do consumo assenta no regime FAH – “Food At Home”, portanto,

preparado para consumir em casa.

Antes de mais, e como CEO da Lanço LDA, empresa que participa ac-

tivamente na cadeia de valor da Novo Dia Cafés, é com enorme sa-

tisfação e orgulho que escrevo estas linhas num momento tão nobre

como o da Comemoração dos 25 anos da Riberalves.

Decorria o ano de 1998 quando a Riberalves toma a decisão estraté-

gica de adquirir 70 por cento da empresa Novo Dia Cafés, até então

herdeira da cinquentenária Central Cafeeira de Torres Vedras. Este

marco histórico da empresa, entre outros factores, é demonstrativo

de uma característica empresarial de assinalável destaque: propen-

são para o risco e para a inovação. Ainda que, no seio da Riberalves, o

negócio dos cafés represente metade da sua existência, a longevida-

de do Grupo, que comemora 25 anos de existência, é um garante da

sua solidez e clara afirmação no contexto da economia portuguesa.

Nesta data de comemoração, torna-se propício dar a conhecer um

pouco da história da bebida de café que é actualmente uma das mais

consumidas no mundo. A cultura desta bebida remonta aos mais an-

tigos manuscritos que indicam que a planta de café é originária da

Etiópia, em África, onde ainda hoje faz parte da vegetação natural.

No entanto, foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do

Henrique BrandãoCEO da Lanço, Lda.

RIBERALVESOPINIÃO

café, pois este advém da palavra árabe “qahwa”, que significa vinho. E

por este motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” quando

chegou à Europa no século XIV.

Em 1699 os holandeses iniciaram plantações experimentais em Java,

plantações essas que resultando num enorme sucesso fizeram com

que outros países europeus se sentissem encorajados a copiar a expe-

riência. Inicialmente, os países da Europa viam uma enorme beleza

na planta do café, sendo que apenas Holanda e França expandiam o

seu cultivo pela Indonésia e pelas ilhas de Sandwich e Bourbon.

Com as experiências realizadas pelos holandeses e franceses, a cul-

tura do café foi levada para outros países vizinhos. O aumento da

procura pela bebida do café teve como consequência a expansão das

plantações de café para países africanos e a sua chegada ao Novo

Mundo. Foi pelas mãos dos colonizadores europeus que o café che-

gou ao Suriname, São Domingos, Cuba, Porto Rico e Guianas, sendo

que, através desta última, chegou ao norte do Brasil e assim a todos

os cantos do mundo.

�04 �05

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RIBERALVESDESDE 1985

NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�06 �07

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RIBERALVESDESDE 1985

NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�0� �0�

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RIBERALVESDESDE 19850��0 0���RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

RIBERALVESIMOBILIÁRIA

A arquitectura é um facto de arte, um fenómeno de emoção,

fora das questões da construção, para lá.

A construção é para conseguir manter em pé;

a arquitectura é para emocionar.

Le Corbusier

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RIBERALVESDESDE 19850��2 ��3RIBERALVES IMOBILIÁRIA

A PROJECTAR A DIFERENÇA

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RIBERALVESDESDE 1985

Projectar a Diferença

Fundada em 1990, a Riberalves Imobiliária iniciou a sua actividade

com a urbanização da Conquinha, em Torres Vedras, e dinamizou-

se em 2004 com o desenvolvimento de projectos capazes de renta-

bilizar as aquisições e os investimentos feitos desde a constituição

da empresa. Num sector de negócio saturado, foi adoptada uma

política de diferenciação com o objectivo de conferir às interven-

ções urbanísticas da marca um carácter exclusivo.

Em 2010, a Riberalves Imobiliária colocou no mercado quatro “lofts”

do arquitecto Samuel Torres de Carvalho e implementou no centro

da cidade de Torres Vedras um novo conceito de habitação carac-

terizado pela máxima qualidade, versatilidade e aproveitamento

do espaço. Do mesmo atelier saiu ainda o Espaço T30, um edifício

de seis pisos igualmente marcado pela distinção das linhas e dos

materiais. A fachada com painéis deslizantes, para protecção da luz

solar, marca a sua imagem.

RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTAR A DIFERENÇA ��5��4

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RIBERALVESDESDE 1985

Estes são dois exemplos numa empresa que tem em mãos a edifi-

cabilidade de 200 mil metros quadrados de construção, não só em

Torres Vedras. Os traços modernos, os acabamentos nobres, mas

conjugados de forma simples, ou as preocupações com a luz na-

tural e com a climatização, marcam a generalidade dos projectos

da Riberalves Imobiliária. A Adega Mãe, uma infra-estrutura para

produção de vinho mas também vocacionada para o enoturismo,

é outro caso de inovação. O projecto do arquitecto Pedro Mateus

insere-se numa propriedade de 45 hectares, onde ainda nasce uma

casa de habitação, desenhada por Samuel Torres de Carvalho.

A Riberalves Imobiliária concluiu e comercializou habitações de

luxo na localidade do Varatojo e concentra-se agora em interven-

ções futuras, duas deles de grande dimensão, em Torres Vedras. A

primeira será a do Monte Olivete, um plano de pormenor de 61 mil

metros quadrados de construção onde a empresa deverá lançar-se

a partir de 2012, em colaboração com a arquitecta Inês Lobo. Em

2015, arrancará a urbanização da Quinta do Prior, para onde estão

previstos 100 mil metros quadrados edificáveis.

RIBERALVES IMOBILIÁRIOPROJECTAR A DIFERENÇA ��7��6

Outros projectos irão nascer em Torres Vedras, no centro da cida-

de e na zona da Várzea (mais 12 mil metros quadrados de constru-

ção). Na periferia de Torres Vedras e Santa Cruz, a Riberalves, Imo-

biliária tem loteamentos em fase de venda, em Varatojo, Turcifal,

Palhagueiras e Ventosa.

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RIBERALVESDESDE 1985 0���RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

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RIBERALVESDESDE 19850�20 �2�RIBERALVES IMOBILIÁRIA

PROJECTAR A DIFERENÇA

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RIBERALVESDESDE 1985

Cada vez, com maior frequência, encontramos pessoas e promotores

imobiliários como a Riberalves, sensíveis a estas questões e à sua im-

portância para o sucesso de um projecto.

Todos e cada um dos elementos que constroem um edifício são im-

portantes e têm intervenção no estado de espírito de quem o vive,

seja ele um edificio público ou privado. É evidente, estudos o demons-

tram, que um espaço de trabalho pouco iluminado e mal ventilado

tem influência medível na produtividade de quem o ocupa. O mesmo

sucede numa casa.

Esta perspectiva dual de ver as coisas, observá-las desde um ponto de

vista e desde o ponto de vista inverso é, sem dúvida, o instrumento

projectual por nós mais utilizado.

Colaborar com a Riberalves Imobiliária traduziu-se na oportuni-

dade de desenvolver e concretizar os conceitos pelos quais o nosso

trabalho se rege.

Nos últimos 25 anos muita coisa mudou não só em Portugal mas

também no Mundo.

25 anos é muito tempo mas uma fracção mínima na história do pla-

neta e da humanidade. Neste espaço de tempo ocorreram duas re-

voluções: A Revolução Tecnológica e a Revolução Sexual, ambas com

brutais consequências sociais e económicas.

Em paralelo o homem “descobriu” e teve, finalmente, plena consciên-

cia de que, independentemente da sua raça, cor ou ideologia, todos

vivemos no mesmo planeta e todos os nossos actos, individuais ou

colectivos, têm influência à escala global.

A Revolução Tecnológica permitiu que, hoje, o conhecimento seja mais

acessível do que nunca. Um conhecimento também global, a que po-

demos ter acesso em qualquer lugar, acesso a tudo o que há de bom

mas também a tudo o que há de mau, sem filtro nem censura.

A Revolução Sexual e a inclusão da mulher no mercado de trabalho

produziu a maior alteração no alicerce fundamental da sociedade, a

família, dando lugar a toda uma série de tensões, não só no seio das so-

ciedades ocidentais mais desenvolvidas mas, também, entre estas e as

sociedades em desenvolvimento, com consequências de difícil previsão.

Samuel Torres de CarvalhoArquitecto, professor da Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid

RIBERALVES IMOBILIÁRIAOPINIÃO �23�22

A ideia do Mundo Global tem vindo a ser reforçada pelo desapareci-

mento progressivo das barreiras comerciais e pelas deslocalizações

dos meios de produção para países onde produzir é mais barato, o

que tem conduzido a uma enorme “contaminação cultural” e a uma

diluição das identidades nacionais.

Como é que a Arquitectura e todos os intervenientes na indústria da

construção têm vindo a responder a estas transformações?

Se observarmos o que tem acontecido em Portugal, os arquitectos

têm vindo progressivamente a ser mais requeridos por parte dos pro-

motores e da sociedade. Porquê? Até há poucos anos alguns constru-

tores aventuravam-se na promoção imobiliária sem mais documen-

to do que uma planta. Noutros casos assistia-se pura e simplesmente

ao fenómeno da auto construção.

Uma vez que o programa da habitação era muito claro (todas as fa-

mílias tinham estrutura e necessidades semelhantes), a única preo-

cupação era a de construir uma série de “divisões” (maximizando a

capacidade construtiva de um determinado lote com o menor custo

de execução) para assim poder garantir o maior benefício.

Esta equação hoje já não é linear.

A indústria da construção e a promoção imobiliária são cada vez

mais complexas. Não só o mercado é mais exigente como as entida-

des licenciadoras são mais rigorosas.

Hoje existem famílias monoparentais, pessoas que vivem sozinhas,

casais homossexuais, grupos que partilham o mesmo espaço, pes-

soas que vivem e trabalham em casa, etc. A consequência é que a ti-

pologia da habitação convencional nem sempre “serve” e é aqui que

os arquitectos se têm revelado capazes de entender e dar resposta a

cada uma das novas realidades.

Hoje, a sociedade parece mais consciente e tanto as pessoas como

as empresas começam a ter a noção e a ambição de alterar o estado

das coisas. Este “querer fazer bem” foi o que sentimos na primeira

reunião de trabalho com a Riberalves Imobiliária.

Para nós, pensar um projecto é, hoje, pensar em algo cada vez mais

específico e menos genérico.

Cada projecto é para nós um novo desafio e passa sempre por se ser

capaz de se imaginar o seu “conteúdo” (os acontecimentos, a vida, o

carácter das pessoas) para projectar o “contentor”.

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RIBERALVESDESDE 1985

RIBERALVES IMOBILIÁRIAOPINIÃO �25�24

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RIBERALVESDESDE 1985

Quatro habitações no centro de Torres Vedras, na Rua Francisco Xa-

vier de Melo. Linhas simples e minimalistas, com aproveitamento

máximo do espaço, versatilidade e inovação ao nível dos materiais.

Fachada exterior com revestimento Trespa, conferindo ao edifício

uma ideia de unidade do conjunto.

LOFTS Torres Vedrasarquitecto Samuel Torres de Carvalho

�26 �27RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS

PROJECTOSIm

agem

3D

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RIBERALVESDESDE 1985

Edifício de seis pisos, vocacionado para habitação, mas igualmente

com espaços comerciais, em Torres Vedras, na rua Teresa de Jesus

Pereira. Apartamentos de prestígio com protecções solares desli-

zantes (Trespa) que conferem uma imagem exterior de vanguarda

a todo o conjunto. Projecto desenvolvido através da sociedade Lan-

ceequilíbrio, na qual a Riberalves detém 50 por cento do capital.

ESPAÇO T30 Torres Vedrasarquitecto Samuel Torres de Carvalho

�2� �2�RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS

PROJECTOS

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RIBERALVESDESDE 1985

Habitação rural de piso térreo inserida na Quinta da Archeira, in-

tegrada numa unidade de enoturismo. As linhas são modernas e a

cobertura é ajardinada de modo a inserir-se na paisagem.

CASA DA QUINTA DA ARCHEIRA Freguesia da Ventosa, Torres Vedrasarquitecto Samuel Torres de Carvalho

�30 �3�RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS

PROJECTOSes

boço

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RIBERALVESDESDE 1985

Adega de produção de vinho, construída na Quinta da Archeira, Fre-

guesia da Ventosa, como um miradouro debruçado sobre a vinha

e sobre a paisagem. A zona interior é encastrada no terreno da en-

costa e acolhe a infra-estrutura vinícola. A zona exterior tem uma

função social vocacionada para o enoturismo e está suspensa, com

uma elevação máxima de sete metros.

ADEGA MÃE Freguesia da Ventosa, Torres Vedrasarquitecto Pedro Mateus

�32 �33RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS

PROJECTOS

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D

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RIBERALVESDESDE 1985

Reconstrução de um edifício antigo, no centro de Santa Cruz, com

vista para o Oceano Atlântico. Prioridade aos espaços interiores

amplos, máximo aproveitamento das áreas, com linhas contempo-

râneas simples. Traça exterior mantida, com as cores, mosaicos e

azulejos originais.

CASA DE SANTA CRUZ Santa Cruz, Torres Vedrasarquitectos Jorge Bonifácio e David Baptista

�34 �35RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS

PROJECTOS

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Habitações de luxo e vocação familiar, com áreas espaçosas de

utilização definida. Zonas exteriores de apoio e lazer, com e sem

piscina, vista privilegiada sobre Torres Vedras e toda a região en-

volvente. Utilização de tecnologia, materiais e acabamentos de

última geração.

MORADIAS DO VARATOJO Varatojo, Torres Vedrasarquitectos Cristina Garrido e Nuno Valentim

�36 RIBERALVES25 ANOS �37RIBERALVES IMOBILIÁRIA

PROJECTOS

PROJECTOSIm

agem

3D

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RIBERALVESDESDE 1985

Edifício de habitação, com dois pisos e sete fogos. Arquitectura

moderna, conceito destinado a um cliente jovem, interessado na

centralidade da cidade de Torres Vedras. Materiais e acabamentos

de última geração.

EDIFÍCIO DO BINGO - ESPAÇO 7 Torres Vedrasarquitecto Juzante Rolo Tavares

�3� �3�RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS

PROJECTOSEs

boço

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RIBERALVESDESDE 1985�40 �4�RIBERALVES IMOBILIÁRIA

PROJECTOS

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RIBERALVESDESDE 19850�42 0�43RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

ADEGA MÃEADEGA VITIVINÍCOLA

William Shakespeare

O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança,

quando tomado com sabedoria.

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RIBERALVESDESDE 19850�44 0�45RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

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RIBERALVESDESDE 1985 0�47RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

O vinho é a mais recente área de negócio no grupo Riberalves. A

exploração vitivinícola é um sonho antigo de João Alves e a sua

concretização arrancou em 2007, com a aquisição da Quinta da

Archeira, uma exploração de 45 hectares na Freguesia da Ventosa,

Torres Vedras.

A Quinta da Archeira tem 40 hectares destinados à vinha, 30 para

uvas tintas e 10 para uvas brancas, e o projecto reserva espaço a

outras culturas, como árvores de fruto e agricultura biológica. O vi-

nho será a produção principal, suportada pela construção de uma

adega, a Adega Mãe, inaugurada na vindima de 2010. A capacidade

de produção é de 1,2 milhões de litros por ano, com a Adega Mãe a

oferecer uma gama completa de vinhos.

O Vinho

�46

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RIBERALVESDESDE 1985�4� �4�ADEGA MÃE

O VINHO

O Oeste, cercado pelo Oceano Atlântico e pelo maciço da Serra

de Montejunto, oferece condições propícias à produção, devido

ao relevo irregular, aos vários microclimas e à qualidade dos so-

los. O eixo formado pela zona vitivinícola de Óbidos (abrangendo

as áreas de Caldas da Rainha, Bombarral e Cadaval) e pela zona

vitivinícola de Alenquer, Arruda e Torres Vedras, onde se insere a

Adega Mãe, constitui uma das maiores regiões vinícolas em Portu-

gal e no Mundo. Os vinhos tintos e brancos, ou os vinhos leves de

baixo teor alcoólico, dão reputação a uma zona conhecida, ainda,

por produzir a única aguardente de Origem Controlada no país, a

Aguardente Vínica da Lourinhã.

Portugal é o quinto maior produtor de vinho da União Europeia e

está entre os países com maior capacidade de internacionalização

do produto. O sector da vitivinicultura é um dos mais dinâmicos do

país e nos últimos anos, na Região Oeste, a actividade reestrutu-

rou-se através da plantação de novas castas e da modernização de

vinhas e adegas. A Quinta da Archeira e a Adega Mãe pretendem

assumir-se como uma mais-valia qualitativa nesta área de negócio.

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RIBERALVESDESDE 1985�50 �5�ADEGA MÃE

O ENOTURISMO

A Adega Mãe cumpre uma dupla função produtiva e turística, en-

quadrada na zona vitivinícola de Alenquer, Arruda e Torres Vedras

e na Rota do Vinho do Oeste. O projecto dá resposta ao interesse

crescente pela vinha e pelo vinho, pelo seu conhecimento e pelas

formas de produção. Ao mesmo tempo, o vinho passou a ser visto

como elemento preponderante da ruralidade e da gastronomia.

Do plano de actividades da empresa fazem parte iniciativas vira-

das para o consumidor, como visitas e provas de vinho, activida-

des agrícolas e programas integrados com outros operadores da

região. A Adega Mãe foi projectada contemplando espaços sociais,

desde um auditório a uma sala de “workshops”, passando por salas

de degustação e de experiências interactivas. Trata-se de uma área

de 700 metros quadrados, sem interferência no processo produtivo

inserido num outro espaço superior a 4 mil metros quadrados.

O Enoturismo

A distinção da Adega Mãe é marcada pelo projecto arquitectónico

desenvolvido por Pedro Mateus, com a infra-estrutura a surgir como

um miradouro suspenso sobre a Quinta da Archeira e a paisagem.

A localização geográfica apresenta-se como uma vantagem, pelo

acesso ao principal eixo rodoviário da zona a Oeste. A proximidade

de Lisboa e o investimento na diversidade da oferta turística poten-

ciaram a competitividade da região nos últimos anos.

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RIBERALVESDESDE 1985

A vitalidade de uma empresa percebe-se na forma como é capaz de

procurar novas áreas de investimento. A Riberalves tem essa capa-

cidade e continua a fazê-lo de forma sustentada, avançando agora

para o sector vitivinícola com a Quinta da Archeira e a Adega Mãe.

A paixão envolvida neste projecto é enorme. O meu pai, João Alves,

foi sempre uma pessoa seduzida pelo campo e no passado, na Garra-

feira do Oeste, esteve ligado ao comércio de bebidas e de vinhos. Esse

interesse, conjugado com a sua faceta de investidor nato, fê-lo agora

avançar para este negócio, no qual tem todo o apoio da família.

Estamos perante um desafio tão difícil quanto aliciante. A Região da

Estremadura nem sempre tem sido conotada com os melhores vinhos,

talvez devido à forma como a produção foi gerida nas últimas déca-

das, quando se privilegiou a quantidade em detrimento da qualidade.

O clima e as características únicas do solo oferecem-nos, no entanto,

uma grande oportunidade para potenciarmos as melhores uvas e as

melhoras castas. A qualidade e a inovação serão obrigatoriamente o

caminho, só assim podemos criar uma marca de referência num país

onde o sector é reconhecido pela excelência da sua produção.

ADEGA MÃEOPINIÃO

Bernardo AlvesDirector-Geral

�52 �53

A Adega Mãe é por isso um investimento avultado e está projectada

para garantir a entrada no negócio em condições de sucesso. Tem a

tecnologia e a capacidade para produzir 1,2 milhões de litros por ano

e oferece, ao mesmo tempo, uma moderna vocação para o enoturis-

mo, com valências únicas na região e no país. É o resultado dos co-

nhecimentos aprendidos em algumas das regiões vitivinícolas mais

importantes do Mundo, amadurecidos ao longo dos últimos anos.

O nome Adega Mãe, uma referência a um espaço de criação e de nas-

cimento, é acima de tudo uma homenagem dos três homens desta

casa à mãe desta família, Manuela Alves. Sempre vivemos num am-

biente familiar e empresarial de alterações e investimentos perma-

nentes, impulsionados pelo dinamismo extremo do meu pai e pelo

grande equilíbrio e ponderação da minha mãe. Sem eles, a realidade

de hoje não seria possível.

Aos 28 anos, integrado nas novas áreas de negócio da Riberalves, te-

nho a felicidade de poder experimentar um desafio profissional enor-

me. Retribuo tentando preservar dignamente os valores que testemu-

nho desde a infância – trabalho, dedicação, seriedade e honestidade.

Obrigado

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RIBERALVESDESDE 1985�54 �55ADEGA MÃE

OPINIÃO

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RIBERALVESDESDE 19850�56 0�57RIBERALVES

CARVALHAL, A CASA MÃE

João Alves

Estes 25 anos enchem-nos de orgulho. E o meu orgulho é a

família, a empresa, os clientes e amigos, os colaboradores,

todo este património que me rodeia.

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RIBERALVESDESDE 1985

Na minha juventude houve dois negócios que me surgiram fascinan-

tes: o bacalhau e o café. Sempre tive ainda um interesse especial por

tudo o que está relacionado com a terra e a vida do campo, por água

e árvores, pela produção de vinho, mas foi o bacalhau a génese da-

quilo que é hoje o universo Riberalves, um grupo exemplar, maduro,

capaz de apostar em novas áreas de investimento.

Por vezes questiono se as decisões poderiam ter sido outras, mas es-

tes 25 anos acabaram por evoluir da melhor forma. O caminho foi

duro, longo e absorvente. Tenho consciência do pouco tempo dado

à família, aliás, atribuo hoje ao tempo um valor e importância dife-

rentes e é por isso, se pudesse voltar atrás, que tentaria gerir a minha

disponibilidade de outra forma. Nas horas de ausência, a presença da

minha mulher foi decisiva, foi ela o equilíbrio junto dos nossos filhos,

foi ela a minha companhia e apoio desde sempre.

Hoje, esse apoio vem igualmente dos meus filhos, Ricardo e Bernardo,

dedicados de corpo e alma às empresas. São eles a inspiração do nome

Riberalves. Vejo-os entusiasmados, o Bernardo a conduzir áreas onde

tínhamos menos experiência, o Ricardo integrado na sua especiali-

dade, a engenharia alimentar, na indústria do bacalhau. Daqui a dez

anos, imagino o grupo presente no ramo alimentar mas igualmente

envolvido noutros sectores de actividade. O bacalhau salgado seco

está a caminho de valer apenas 50 por cento do volume de negócios

da Riberalves, face ao crescimento produtivo do bacalhau demolha-

do ultracongelado e, no futuro, talvez se explorem outros caminhos.

Mas sempre com regras: inovar dentro daquilo que sabemos fazer;

inovar com as cautelas necessárias nos nossos tempos.

O arranque da Riberalves implicou trabalho. É preciso conhecimen-

to e “feeling” para levantar uma empresa, mas o trabalho é sempre

decisivo. O início da actividade reconheceu o nosso empenho e os

negócios possibilitaram mais investimento, sempre numa lógica de

crescimento que nos trouxe até aos 450 funcionários e à liderança

de mercado. Foi uma sucessão de apostas sempre entendidas como

necessárias, fazendo o melhor pela empresa, numa sequência natu-

ral de decisões que nos guiou à realidade actual quase como se não

tivéssemos dado por isso.

Esse percurso é experiência acumulada e essa experiência diz-nos

que os dias de hoje pedem calma, frieza e talento. As empresas

devem preparar-se para um futuro difícil, marcado pelo contexto

internacional, mas sou um optimista e vejo a Riberalves com to-

das as condições para cumprir o seu caminho, graças ao esforço e

aos planos traçados. Os últimos resultados são positivos e assim

esperamos continuar. Estamos preparados para o futuro, também

devido ao contributo dos nossos colaboradores. Na gestão de uma

empresa é preciso saber liderar e delegar, mas isso é tão importante

como ter bons quadros e mão-de-obra qualificada.

A Riberalves é a força das pessoas que a integram e com essa força

tem sido capaz de traçar o seu rumo, independentemente das difi-

culdades. Estes 25 anos enchem-nos de orgulho. E o meu orgulho é a

família, a empresa, os clientes e amigos, os colaboradores, todo este

património que me rodeia.

RIBERALVES25 ANOS, UM ORGULHO

25 anos, um orgulho

�5� �5�

Obrigado.

Administrador

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RIBERALVESDESDE 1985

RIBERALVES25 ANOS, UM ORGULHO�60 �6�

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RIBERALVESDESDE 1985

RIBERALVESORGANOGRAMA

RIBERALVES, S.G.P.S.

GEO4, Lda.COMIMBAComércio e Indústria de Bacalhau, S.A.

BACALHAUPRODUTOS ALIMENTARES

RIBERALVESAngola, S.A.

BACALHAUPRODUTOS ALIMENTARES

NOVO DIACafés, Lda.

PRODUTOS ALIMENTARES

QUINTA DA ARCHEIRASociedade Agrícola, Lda.

AGRICULTURA / VITIVINICULTURA

RIBERALVESImobiliária, Lda.

IMOBILIÁRIA

LANCEQUILÍBRIO, Lda.

IMOBILIÁRIA IMOBILIÁRIA

�62 �63

RIBERALVESComércio e Indústria de Produtos Alimentares, S.A.

BACALHAUPRODUTOS ALIMENTARES

MAR ALTO, S.A.

CASA FAROEComércio de Produtos da Pesca, Lda.

PRODUTOS ALIMENTARESBACALHAU

PRODUTOS ALIMENTARESBACALHAU

RIBERALVESServiços de Importação e Exportação, Ltda.

SERVIÇOS

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RIBERALVESORGANOGRAMA�64 �65

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RIBERALVESFICHA TÉCNICA�66 �67

BIBLIOGRAFIA

AVEIRO, Valdemar, Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores

do Mar, Recordações da Pesca do Bacalhau

Lisboa, Editorial Futura, 2009

AVEIRO, Valdemar, 80 Graus Norte, Recordações da Pesca do Bacalhau

Lisboa, Editorial Futura, 2009

BESSET, Maurice, Qui Était Le Corbusier?

Genebra, Skyra, 1968

PAULY, Daniele, Le Corbusier: La Capilla de Ronchamp

Madrid, Abada Editores, 2005

SIMÕES, Orlando, Enoturismo em Portugal: as Rotas de Vinho

2008, Universidade La Laguna, PASOS, Revista de Turismo

y Patrimonio Cultural

Volume 6, Número 2 – Número Especial

VILLIERS, Alan, A Campanha do Argus, Uma viagem

na pesca do Bacalhau

Lisboa, Cavalo de Ferro, 2005

VILLIERS, Alan, I Sailed with Portugal’s Captains Courageous

National Geographic Magazine, 1952, edição do Museu Marítimo

de Ílhavo

PESQUISA E AGRADECIMENTOS

Administração e serviços do Grupo Riberalves

Associação dos Industriais de Bacalhau

Museu Marítimo de Ílhavo

Nuno Morais Sarmento

Hélder Claro

Henrique Brandão

Samuel Torres de Carvalho

FICHA TÉCNICA

ELABORAÇÃO E PESQUISA

Filipe Duarte Santos

PAGINAÇÃO

ZDA, Imagem e Comunicação

FOTOGRAFIA

Pedro Azevedo ©

IMPRESSÃO

…… a definir……

TIRAGEM

……… a definir…… exemplares

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RIBERALVESFICHA TÉCNICA�6� �6�

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