5 - Riberalves · isso um enorme significado que cada um deles, por si, tenha trans-formado o seu...
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0�RIBERALVESCARVALHAL, A CASA MÃE
1985
1985
Prefácio
Manuela Alves
25 Anos
RIBERALVES
A Liderança de Mercado
Carvalhal, a Casa Mãe
Comimba, o Crescimento
O Processo do Futuro
Ricardo Alves
A Exportação e o Brasil
A Celebrar o Bacalhau
A Pesca Sustentável
Um Fiel Amigo Centenário
Hélder Claro
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NOVO DIA
Uma Nova Imagem
A Qualidade num Grão
Henrique Brandão
RIBERALVES IMOBILIÁRIA
Projectar a Diferença
Samuel Torres de Carvalho
Projectos
ADEGA MÃE
O Vinho
O Enoturismo
Bernardo Alves
25 ANOS, UM ORGULHO
Riberalves S.G.P.S.
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVESPREFÁCIO
Prefácio
Nuno Morais SarmentoAdvogado
00� 00�
Há uns anos atrás, num momento difícil, perguntei a alguém o que
significava para ele a palavra impossível.
Espantou-se uns segundos e disse: acho que… impossível é o que não
depende só de nós.
Quem me deu esta resposta, que guardo até hoje, foi João António
Alves.
Conheci João António e Manuela Alves nos idos de 90, nos primeiros
anos da nova fábrica, hoje casa mãe, no Carvalhal, em Torres Vedras.
Conhecemo-nos nesse momento, a trabalhar, e desde então, mais ou
menos, nunca deixámos de colaborar. Hoje, também com o Ricardo
e o Bernardo.
Ler os depoimentos de cada um deles neste livro foi viver outra vez
esses 15 anos. Um caminho de colaboração e respeito mútuo que,
com o tempo, se transformou em admiração e amizade.
Mas olhar para esses quatro breves testemunhos, no seu conjunto,
é também encontrar a melhor síntese do passado e do presente, dos
princípios e dos valores, da atitude, enfim desta realidade que o livro
celebra: o Grupo Riberalves.
Na sua história
Na sua dimensão e força
No segredo do seu sucesso
0�0 RIBERALVESPREFÁCIO 0��
EM PRIMEIRO LUGAR, A HISTÓRIA DA RIBERALVES.
Correr esses quatro textos é compreender que a história da Riberal-
ves é afinal a história, que é já uma saga, de uma família, a família
Alves. É perceber também porque é que todos os “edifícios” humanos
se iniciam e apoiam sempre nas fundações; porque é que se constro-
em do chão para o telhado, e com cada pedra ou tijolo a suportar o
seguinte. Mais importante, é realizar a extraordinária lição de cora-
gem, de trabalho e de perseverança que esta família nos dá.
Num tempo como o presente, em que vemos construir riquezas ins-
tantâneas, criar a ilusão do sucesso automático, e procurar apenas
a realização e satisfação imediatas, a história da Riberalves é bálsa-
mo de alma e sinal de esperança. Paixão, entusiasmo, motivação e
dinamismo, são as palavras que na pena dos quatro protagonistas
descrevem um caminho de mais de duas décadas de trabalho muito
duro. A que acrescentam liderança, visão e estratégia como as qua-
lidades do fundador que garantiram o sucesso desse caminho. Em
parte alguma uma queixa, uma desculpa, sequer uma simples pala-
vra de justificação.
Mas há uma outra dimensão na história da Riberalves, que também
salta evidente nas palavras da família, e que me impressiona mais:
a dimensão ética. Uma dimensão partilhada por todos, mas curiosa-
mente sinalizada de forma diferente nas duas gerações: respeito, re-
conhecimento e orgulho pelos fundadores; desafio, responsabilidade
e agradecimento pelos mais novos. Uma dimensão ética expressa de
forma ímpar nas palavras do fundador: “O meu orgulho é a família,
a empresa, os clientes e amigos, os colaboradores, todo este patrimó-
nio que me rodeia”.
EM SEGUNDO LUGAR A DIMENSÃO E FORÇA DO GRUPO RIBERALVES.
Falar deste Grupo hoje, e principalmente da sua actividade nuclear
de importação, processamento e venda de bacalhau, é falar de uma
das presenças mais significativas de Portugal no comércio interna-
cional. Ancorada por residência no maior mercado mundial de con-
sumo de bacalhau (Portugal), a Riberalves hoje compra e processa
entre 8 e 10% do bacalhau comercializado no mundo inteiro.
O negócio que arrancou no comércio de uns fardos de bacalhau,
comprados em Aveiro, deu lugar a uma empresa que processa mais
de 30.000 toneladas de matéria-prima, o que faz dela a que mais
bacalhau compra e processa em todo o mundo. Sem alarde, sem vai-
dade social, uma empresa familiar, portuguesa, que no seu sector é
líder mundial.
Mas seguindo sempre as palavras dos seus quatro autores, torna-se
evidente que a realidade e a dimensão de hoje não são um ponto
de chegada nem um desafio encerrado. Por um lado, a energia e o
compromisso com a inovação que levaram, por exemplo, ao suces-
so do bacalhau demolhado ultracongelado, e por outro, a vitalidade
que revelam as apostas no imobiliário, no café ou no vinho, garan-
tem, nas palavras do poeta, que “esta é árvore frondosa, com ramos
e folhas que ainda mal vemos, mas que alargarão a sombra e trarão
frutos que ainda hão-de nascer”.
FINALMENTE, O SEGREDO DO SEU SUCESSO.
Ou melhor, porque assim o dizem os seus quatro autores, os segredos.
Que são dois.
O primeiro, razão de todo o caminho, referência cimeira em cada um
dos testemunhos: a família. Que não é, aqui, uma coincidência de
apelidos, ou uma rotulagem social. É sangue e memória, é aprendiza-
gem e exemplo, é partilha de valores comuns, é responsabilidade pelo
património que foi transmitido, e a vontade de o transmitir, também,
um dia.
Soube, por acaso, que João António, Manuela, Ricardo e Bernardo es-
creveram cada um o seu texto, sem conhecerem os outros. E tem por
isso um enorme significado que cada um deles, por si, tenha trans-
formado o seu texto numa homenagem à família. Aprender, estar à
altura e transmitir surgem como os momentos decisivos de um ciclo
que se repete na garantia dos valores essenciais que foram recebidos,
e na partilha de um destino que se quer comum.
O segundo segredo é simples e, para o perceber, apelo a uma última
visita aos quatro depoimentos. Contributos diferenciados pela idade,
pela personalidade e até pela formação de cada um. Mas absoluta-
mente complementares. Convido, mesmo, a que recordem qualquer
teoria ou manual de boa gestão, e desafio a que indiquem um só
conceito que não esteja presente no conjunto destes quatro textos.
Complementaridade, respeito, entreajuda são afinal as palavras-cha-
ve do segundo segredo, ou melhor, da segunda parte de um segredo
que torna esta família uma força admirável, e o Grupo Riberalves um
caso de sucesso. Com a enorme alegria de olhar para o Bernardo e
para o Ricardo e ter a certeza de que ainda não está à vista, nem será
para o nosso tempo, o último capítulo desta saga admirável.
Obrigado pelo exemplo e por me quererem
como parceiro de caminhada.
Um abraço amigo
RIBERALVESDESDE 1985
0�3RIBERALVESCARVALHAL, A CASA MÃE
Riberalves. Na família nasce uma empresa.
Manuela e João AlvesRicardo e Bernardo Alves
0�2 RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVESDESDE 1985
A Riberalves nasce na família. A Riberalves nasce da coesão entre o
espírito empreendedor do meu marido, João Alves, o entusiasmo re-
juvenescedor dos meus filhos, Ricardo e Bernardo, e o equilíbrio que
eu, Manuela, tento oferecer.
A Riberalves nasce na família mas é hoje entendida na dimensão dos
seus colaboradores e no reconhecimento do mercado nacional e in-
ternacional. A Riberalves nasce em quatro pessoas mas são os consu-
midores e parceiros que lhe dão prestígio e confiança.
É toda esta relação que celebramos agora, 25 anos depois do início.
Este livro é a partilha desse caminho e da realidade Riberalves, uma
família, uma empresa, uma admirável experiência na qual me orgu-
lho de participar.
Obrigada
Manuela AlvesAdministradora
RIBERALVESOPINIÃO0�4 0�5
0�7
A Riberalves nasceu em 1985 mas as suas raízes fixam-se nos anos
60, quando João Alves, ainda pequeno, acompanhava os negócios
do pai, numa mercearia de aldeia que pouco passou disso mesmo,
mas funcionou como exemplo – ali estava o seu primeiro contacto
com o bacalhau.
Nascido em São Pedro da Cadeira, Torres Vedras, João Alves foi o
primeiro de três irmãos. Na sua adolescência viveu a experiência
familiar, as rotinas caseiras ou as saídas para entrega de baca-
lhau, de porta em porta, por Torres Vedras ou por Lisboa, entre a
Praça da Figueira e a rua do Arsenal. A actividade inspirava-o e
a sua vida seguiria o mesmo caminho, embora numa dimensão
totalmente diferente.
Nos anos 60 Portugal sofreu um pico de emigração. O país pagava
a guerra nas colónias e a economia reflectia esse esforço. Aos 20
anos, em 1971, João Alves iniciou serviço militar e em 1972 embarcou
para a Guiné. “Foi o melhor que me podia ter acontecido”, diz. Dois
anos no Ultramar serviram para pensar no futuro e num negócio
para desenvolver no regresso. A 25 de Abril de 1974 ouviu, pela rádio,
a notícia da Revolução. Em Agosto estaria de volta a Portugal.
A vida militar devolveu-o diferente, mais sereno. Quando reencon-
trou o negócio do pai, sentiu vontade de levá-lo a outro nível, mas
também percebeu que a porta de casa estava aberta. Aos 26 anos,
25anos casado, foi à procura do seu futuro e comprou ao sogro a Garrafeira
do Oeste, em Torres Vedras, negócio no qual se estabeleceu até ao
início dos anos 80. João Alves pensou em café, mas o bacalhau era o
seu objectivo. A aposta na Garrafeira do Oeste foi decisiva porque a
partir daquele espaço, como grossista, ganhou melhores condições
para a aquisição de matéria-prima. A partir daí, sucederam-se as
viagens para Aveiro, onde comprava bacalhau em fardos de 50 kg.
Em 1985, há 25 anos, João Alves constituiu então a Riberalves. Lan-
çada como um “cash&carry”, foi esta a empresa sucessora da Gar-
rafeira do Oeste. Contrataram-se mais funcionários, a Riberalves
avançou para o aluguer de secas de bacalhau, mas João Alves man-
tinha o objectivo de desenvolver a sua própria indústria de trans-
formação daquele pescado. Em 1990, após a venda do “cash&carry”
ao Grupo Jerónimo Martins, a Riberalves focou-se exclusivamente
na indústria e comércio de bacalhau.
Em 1993 nasceu a fábrica da Riberalves, no Carvalhal, em Torres Ve-
dras. A empresa acolhia 30 funcionários, a maioria concentrados na
transformação do bacalhau salgado verde, ou congelado, importa-
do dos países do Atlântico Norte. Com a conquista de mercado na-
cional e internacional, a Riberalves cresceu e ganhou solidez para
entrar em novas áreas de negócio. Hoje, o grupo é responsável por
mais de quatro centenas de colaboradores e está em sectores de
actividade como a imobiliária, o café e o vinho.
RIBERALVES25 ANOS
RIBERALVESDESDE 19850�6
O bacalhau sempre foi, no entanto, o “core business” da Riberal-
ves. A aquisição da Comimba, em 2002, então uma das maiores
fábricas do sector, com uma reputação de 35 anos gerida por
Carlos Marques da Costa, permitiu aumentar em 60 por cento a
capacidade produtiva. Com os investimentos e a tecnologia apli-
cada, tornou-se uma unidade industrial decisiva na evolução do
processo do bacalhau demolhado ultra-congelado, uma das gran-
des apostas da empresa. Hoje, a Riberalves tem uma facturação
superior a 120 milhões de euros, domina o mercado interno e po-
siciona-se a nível internacional.
Os dois filhos de João Alves e Manuela Alves tornaram-se decisivos
num grupo empresarial que inclui a Novo Dia Cafés, a Adega Mãe
e a Riberalves, Imobiliária. Chamam-se Ricardo e Bernardo e são a
inspiração do nome Riberalves.
RIBERALVESDESDE 19850�� 0��RIBERALVES
25 ANOS
RIBERALVESDESDE 1985020 02�RIBERALVES
25 ANOS
RIBERALVESDESDE 1985022 023RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESCOMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTARES, S.A.
Os grandes lugres brancos seguiram então caminho, aos saltos e aos cambaleios,
carregados de bacalhau salgado quase até aos embornais
Alan Villiers
RIBERALVESDESDE 1985024
A histórica ligação de Portugal ao bacalhau tornou o país uma re-
ferência mundial no consumo e negócio deste peixe. O mercado
português significa 30 a 35 por cento de toda a pesca planetária e
vale entre 60 e 70 mil toneladas por ano. Neste volume de vendas, a
Riberalves representa 20 mil toneladas, cotando-se como empresa
líder na importação, transformação e comércio de bacalhau.
O sector das pescas entrou nos anos 90 envolvido em transfor-
mações profundas. Num país onde cada habitante significa, em
média, 60 kg de peixe por ano (7 kg de bacalhau), Portugal assis-
tiu à redução da sua frota e passou a importar grande parte do
pescado consumido. A Riberalves assumiu essa solução, adquirin-
do matéria-prima em países como a Noruega, Islândia, Gronelân-
dia, Rússia e Canadá. Desde o início dos anos 90, quando o Canadá
impôs restrições à pesca nas suas águas, a Rússia e os Estados
Unidos (Alasca) apareceram como exportadores importantes na
cena internacional.
A liderança de Mercado
A Riberalves compra bacalhau no estado salgado verde ou conge-
lado, encaminhando-o depois para os diversos processos de trans-
formação. Um deles é o do bacalhau demolhado ultracongelado.
Aí, a Riberalves tem um posicionamento ainda mais significativo
e representa 65 por cento de todo o mercado nacional. Os investi-
mentos ao nível do aumento de áreas de refrigeração, da mecani-
zação dos processos e da formação dos funcionários resultam da
convicção de que o bacalhau demolhado ultracongelado ocupará
uma fatia cada vez maior no mercado.
Em Portugal, a indústria de transformação do bacalhau conheceu
um crescimento acentuado no início dos anos 90. A Riberalves nas-
ceu em 1985 e é pioneira no aperfeiçoamento de métodos que, no
passado, estavam ligados aos armadores. Após o investimento em
secas alugadas, para estender a sua capacidade produtiva, o tem-
po do bacalhau seco a céu aberto é hoje uma imagem do passado
substituída pelos modernos túneis de secagem.
RIBERALVESA LIDERANÇA DE MERCADO 025
RIBERALVESDESDE 1985026 027RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
Os escaladores mecânicos, capazes de substituir a mão do homem
na abertura e limpeza do peixe que chega congelado à Riberalves,
são outro exemplo de como a tecnologia se tornou fundamental. A
inovação mais recente da empresa, no entanto, diz respeito a todas
as técnicas de transformação, demolha e ultra-congelação do ba-
calhau colocado no mercado pronto a consumir.
A Riberalves adoptou as normas aconselhadas pela IFS – Internacio-
nal Food Standard. Trata-se de uma uniformização de procedimen-
tos e uma exigência própria que não só resulta num produto final
de qualidade superior como também distingue o posicionamento
da marca. A Riberalves foi galardoada, em 2005, com um “Masters
da Distribuição” (atribuído por profissionais), foi eleita pelos consu-
midores “Produto do Ano”, em 2009, e distinguida “Sabor do Ano”
em 2010, numa escolha de consumidores e chefes de cozinha.
RIBERALVESDESDE 198502� 02�RIBERALVES
A LIDERANÇA DE MERCADO
RIBERALVESDESDE 1985030 03�RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESDESDE 1985032 033RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
Carvalhal,a Casa Mãe
As instalações da Riberalves no Carvalhal, em Torres Vedras, cons-
tituem a casa mãe da empresa, a partir da qual é coordenada toda
a actividade do grupo e feita a grande distribuição. É lá que estão
sediados os principais serviços administrativos e é lá, igualmente,
que 70 funcionários se dedicam à produção.
Inaugurada em 1993, esta unidade foi o primeiro grande investimen-
to da Riberalves, permitindo à empresa especializar-se na transfor-
mação de bacalhau, apontando ao crescimento que trouxe o grupo
aos dias de hoje. A partir dali é assegurada a comercialização para
todo o país, directamente para os clientes ou através das filiais es-
tabelecidas no Algarve (Guia) ou no Porto (Maia). Na Avenida dos
Bacalhoeiros, na Gafanha da Nazaré – a localidade portuguesa com
mais forte ligação à pesca do bacalhau – foi adquirida a empresa
Casa Faroé, dedicada à distribuição da marca Riberalves.
O espaço de 10 hectares tem vindo a receber as actualizações
necessárias para acompanhar as exigências produtivas, mas tam-
bém para assegurar a função de sede comercial do grupo. Mesmo
a produção externa, principalmente a da maior fábrica do grupo,
a Comimba, passa pelo Carvalhal.
Nesta unidade, onde a empresa lançou o método do bacalhau de-
molhado ultracongelado, o processo produtivo dominante hoje é o
da transformação de bacalhau salgado verde em bacalhau salgado
seco. A actividade está ordenada em função do momento de recep-
ção do pescado, a partir do qual o bacalhau é identificado e seleccio-
nado, sendo depois dirigido para câmaras de maturação, onde pode
estar no, máximo, um ano.
Após este período, o bacalhau é conduzido aos túneis de secagem,
onde lhe é reduzido o teor de humidade, num processo que pode
demorar entre 30 e 90 horas, consoante as suas características es-
pecíficas, tais como a espessura e o peso. Cada túnel na unidade
industrial do Carvalhal tem capacidade para secar 20 toneladas de
bacalhau salgado verde. Por fim, o bacalhau volta a ser lançado num
processo de selecção e é inserido na categoria de produto respecti-
va, entrando depois no circuito comercial.
RIBERALVESDESDE 1985034 035RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESDESDE 1985036 037RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESDESDE 198503� 03�
Comimba, o Crescimento
Em 2002, a Riberalves avançou para aquisição daquela que é hoje
a maior fábrica mundial a operar exclusivamente no sector do ba-
calhau. A Comimba, investimento decisivo para o crescimento da
Riberalves, reforçou as infra-estruturas produtivas do grupo com
mais 40 mil metros quadrados de área coberta, instalados num
terreno de 10 hectares, na Moita, na margem Sul do Rio Tejo.
A Comimba está preparada para os diversos processos de transfor-
mação de bacalhau e, ao longo dos anos, permitiu o avanço na evolu-
ção do produto demolhado ultracongelado, método lançado inicial-
mente nas instalações do Carvalhal, mas rapidamente expandido.
Inicialmente com 40 funcionários, a Comimba de hoje é uma uni-
dade industrial que acolhe 250 colaboradores dedicados a dife-
rentes funções, como por exemplo, à supervisão dos tanques de
demolha, capazes de controlar a dessalga de 40 toneladas de ba-
calhau por dia, antes de este ser finalmente ultracongelado, em-
balado e comercializado.
Na transformação do bacalhau que chega congelado à empresa,
para seguir o processo salgado seco, os sistemas mecanizados es-
tão preparados para escalar, diariamente, 80 toneladas de produto.
Em 2009, a empresa produziu mais de 12 mil toneladas de bacalhau
salgado seco, dobrando os números de 2001. O crescimento mais
acentuado, contudo, verifica-se no bacalhau demolhado ultracon-
gelado – com a Comimba, a Riberalves produz hoje quase sete mil
toneladas, mais cinco mil toneladas do que em 2001.
RIBERALVESCOMIMBA, O CRESCIMENTO
RIBERALVESDESDE 1985040 04�RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESDESDE 1985042 043RIBERALVES
COMIMBA, O CRESCIMENTO
RIBERALVESDESDE 1985044 045RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
O Processodo Futuro
Os portugueses tornaram a salga e a secagem do bacalhau num
processo único em todo o Mundo. Agora, a Riberalves deu um novo
passo na transformação deste pescado, colocando-o no mercado
pronto a consumir, como bacalhau demolhado ultracongelado.
A produção arrancou em 2000, dando resposta aos novos hábitos
dos consumidores e à procura de uma qualidade superior. O baca-
lhau demolhado ultracongelado Riberalves significa 65 por cento
de todo o mercado nacional desta categoria de produto.
RIBERALVESDESDE 1985046 047
01. Pesca
O bacalhau é pescado no Oceano Atlântico (Mar do Norte) ou no
Oceano Pacífico (Alasca), através da pesca de arrasto ou da pesca
mecânica à linha. É depois transportado em contentores frigorífi-
cos (por estrada ou por mar) até Portugal. O bacalhau do Atlântico
é da espécie Gadus Morhua, o bacalhau do Pacífico é da espécie
Ghadus Macrocephalus.
RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 198504� 04�
02. Escalagem e salga
Ainda no país de origem, o bacalhau é escalado e salgado: para este
processo, são-lhe retiradas a cabeça e as vísceras, é aberto da barba-
tana até à cabeça e, após removida parte da espinha central, ganha
o aspecto tradicional conhecido. Por fim, é lavado e salgado. Quando
chega a Portugal, entra na Riberalves como bacalhau salgado verde.
RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 1985050 05�RIBERALVES
O PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 1985052 053
03. Cura
O peixe é armazenado em câmaras frigoríficas, onde é submetido
a um processo de cura, ou de maturação, que pode demorar entre
seis meses e um ano. Esta fase é fundamental na qualidade final
do produto, factor prioritário no bacalhau demolhado ultracon-
gelado Riberalves.
RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 1985054 055
04. Secagem
O bacalhau entra num processo de desidratação, em túneis de se-
cagem, a temperaturas controladas, sendo-lhe retirada a humida-
de. Cada túnel de secagem tem capacidade para 20 toneladas de
bacalhau salgado verde e a duração desta fase é variável de acordo
com a espessura e tamanho do peixe.
RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 1985056 057
05. Demolha
Novamente, o processo depende da espessura do bacalhau. Já de-
pois de cortado, de acordo com as suas características, o peixe é
mergulhado em tanques com água a temperaturas específicas,
num período com a duração entre 25 e 90 horas. A fiabilidade deste
processo é um factor decisivo na qualidade do produto.
RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 198505� 05�
06. Ultra-congelação
O bacalhau é ultracongelado a uma temperatura de 40 graus ne-
gativos, num processo com a duração de cinco horas, rápido, que
visa manter todas as propriedades originais do produto. Depois é
vidrado com uma fina camada de gelo que o protege da oxidação e
desidratação, ficando assim preparado para ser calibrado, embala-
do e seguir finalmente para o circuito comercial.
RIBERALVESO PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 1985060 06�RIBERALVES
O PROCESSO DO FUTURO
RIBERALVESDESDE 1985062 063
A credibilidade atribuída à Riberalves, no mercado nacional e inter-
nacional, é uma conquista em 25 anos de crescimento sustentado
que define, ao mesmo tempo, a forma como a empresa se deve po-
sicionar: defendendo o seu nome e prestígio, procurando sempre a
qualidade máxima dos seus produtos.
A Riberalves é a empresa que mais bacalhau compra e transforma no
Mundo. Anualmente, entram na empresa 30 mil toneladas de ma-
téria-prima, transformada segundo os processos que nós próprios
lançámos e aperfeiçoámos. Somos pioneiros no investimento, na
tecnologia e na formação de mão-de-obra, com o objectivo de alcan-
çarmos resultados capazes de nos diferenciar junto do consumidor.
O volume de negócios e o crescimento da empresa são prova de que
esse esforço na inovação é acertado e reconhecido.
Existe ainda um grande potencial de crescimento no mercado do ba-
calhau demolhado ultracongelado, um produto estratégico para a
marca e a ganhar terreno ao bacalhau salgado seco, assim as menta-
lidades reconheçam a sua qualidade superior. Através da Comimba,
continuaremos a investir nesse processo produtivo, numa actividade
que nos cativa e absorve, porque toda esta indústria revela um fas-
cínio enorme resultante da ligação ao mar e à pesca, às pessoas que
connosco trabalham e aos nossos contactos internacionais, à meca-
nização e às fábricas.
Ricardo AlvesDirector de Produção
RIBERALVESOPINIÃO
Portugal é o maior consumidor de bacalhau do Mundo. A Riberalves
honra e domina esse mercado mas está igualmente focada no plano
internacional e na diversificação dos seus produtos. Este fôlego deve-
se em primeiro lugar ao meu pai, João Alves, uma pessoa com uma
capacidade de motivação e um empreendedorismo “brutais”. A pa-
lavra é essa. Brutal. O seu entusiasmo puxa por todos, o seu “feeling”
leva-o a apostar naquilo em que muitos não acreditam, a sua lideran-
ça é contagiante. Por fim, há outro apoio fundamental na Riberalves,
a minha mãe, Manuela Alves, que na sua postura discreta faz a ges-
tão dos contactos com os nossos parceiros sempre com um reconheci-
mento impressionante. Todos valorizam a forma como a Riberalves se
relaciona e essa é uma das grandes mais-valias da empresa.
Envolvida na sua dimensão, a Riberalves é também uma empresa fa-
miliar. Perante a empresa e a família, enfrento um saber que tento ab-
sorver ao máximo. Agradeço a responsabilidade, o privilégio e a opor-
tunidade de ser parte desta experiência, agradeço aos meus pais toda
esta base da aprendizagem que pretendo passar aos meus filhos.
Obrigado
RIBERALVESDESDE 1985064 065
A Internacionalizaçãoda Marca
As exportações representam 30 por cento da facturação da Riberal-
ves. Depois do início da aventura além-fronteiras, há 15 anos, então
com o bacalhau salgado seco, a marca tem forte presença no Bra-
sil, Angola, França, Luxemburgo e Suíça, países com ligação mais
ou menos próxima à cultura portuguesa, naquilo que se chama “o
mercado da saudade”.
A Riberalves está, no entanto, atenta a outras geografias. Em
2009, quando as vendas portuguesas para fora da União Euro-
peia caíram 21 por cento, a empresa exportou mais de quatro mil
toneladas de bacalhau. Hoje, o bacalhau demolhado ultraconge-
lado – produto de qualidade mas com um preço competitivo, em
consequência da experiência acumulada no processo produtivo e
na evolução da mão-de-obra – assume importância crescente nas
exportações da empresa.
Em 2009, o Brasil foi o 13º país para onde a economia portuguesa
mais exportou, contabilizando um total de 295 milhões de euros
com os produtos agro-alimentares a rondarem 50 por cento desse
valor. A Riberalves está atenta a essa realidade, mas Angola é outro
exemplo na estratégia de internacionalização definida. Através da
criação da Riberalves, Angola, a empresa assegura no país o comér-
cio exclusivo dos seus produtos.
RIBERALVESA INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA
RIBERALVESDESDE 1985066 067RIBERALVES
A INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA
RIBERALVESDESDE 198506� 06�
Celebrar o Bacalhau
Poucos alimentos ocupam um espaço tão relevante na cultura por-
tuguesa. Ao longo dos anos, o bacalhau tornou-se o “fiel amigo” da
gastronomia nacional, a refeição sempre disponível, atravessando
todas as classes sociais. A abundância e o método de conservação
permitiram a generalização do seu consumo, nas formas e momen-
tos mais nobres ou mais modestos.
Em 2007, a Riberalves inaugurou a Academia do Bacalhau, um es-
paço construído em forma de homenagem a esta relação especial
entre um peixe e um país. No complexo industrial da Comimba,
a empresa partilha com os seus parceiros e amigos a experiência
única da produção e degustação do bacalhau.
O bacalhau proporciona um alimento com baixo teor de gordura,
rico em fósforo e cálcio, potássio e magnésio. Enraizado nos hábi-
tos gastronómicos, o que evoluiu nos últimos anos foi a consciên-
cia deste seu valor nutritivo e da sua importância nos novos ca-
minhos da cozinha portuguesa. O bacalhau é tradição e inovação,
passado e futuro.
RIBERALVESA INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA
RIBERALVESDESDE 1985070 07�
RIBERALVESA INTERNACIONALIZAÇÃO DA MARCA
RIBERALVESDESDE 1985072 073
A PescaSustentável
Em Junho de 2010, a Riberalves tornou-se uma empresa reconheci-
da através do programa de certificação e eco-rotulagem do Marine
Stewardship Council (MSC), cumprindo as regras aplicáveis à sus-
tentabilidade e boa gestão da actividade piscatória. Os mercados
internacionais evoluíram para uma regulamentação protectora
dos recursos marinhos e o bacalhau não ficou fora das preocupa-
ções das empresas, dos governos e das instituições ambientais.
Para além da certificação MSC, o pescado importado pela Riberal-
ves já cumpria os requisitos de pesca legal impostos pela União
Europeia aos países exportadores, mesmo fora da UE, como são o
caso da Rússia, Estados Unidos e Noruega.
Depois de perceberem a abundância de bacalhau nos bancos da
Terra Nova, há mais de 500 anos, os navegadores portugueses con-
firmaram outra vantagem decisiva nesta espécie de peixe: a cap-
tura fácil. Desde os métodos mais arcaicos na pesca à linha – um
pedaço de carne de gaivota podia servir como isco – aos modernos
barcos de arrasto dos armadores do Norte da Europa, Estados Uni-
dos e Rússia, os números do peixe capturado foram crescendo e a
oferta satisfez a procura no mercado mundial.
RIBERALVESA PESCA SUTENTÁVEL
RIBERALVESDESDE 1985074 075
Nos anos 90, lançaram-se os alertas para a redução dos stocks, es-
pecialmente nos bancos da Terra Nova. As preocupações alastra-
ram ao Mar do Norte, os estudos aprofundaram-se, os governos
reagiram impondo limites nas áreas e nas cotas de pesca. Em 2007,
no Mar do Norte existiam apenas 37400 toneladas de peixe adulto,
mas em 2010 a população recuperou para 54250 toneladas, prova
de que a pesca sustentável é possível. Nos últimos anos, a estabili-
zação dos “stocks” de bacalhau reflectiu-se na queda dos preços.
Uma fêmea de Gadus Morhua, uma das espécies de bacalhau
mais consumidas em Portugal, é capaz de pôr até cinco mil ovos.
A desova ocorre durante o Inverno, após migração para locais
onde se reúnem condições especiais de sobrevivência, relaciona-
das com a temperatura, salinidade e oxigenação da água. De uma
forma geral, este peixe encontra-se um pouco por todo o Atlân-
tico Norte (Gadus Morhua) mas também está presente no Pací-
fico (Gadus Macrocephalus), sempre em águas frias (3 a 5 graus),
mais ou menos profundas. Ambas as espécies são processadas e
comercializadas pela Riberalves.
RIBERALVESA PESCA SUSTENTÁVEL
RIBERALVESDESDE 1985076 077
Nos anos 60, quando João Alves acompanhava o pai na venda de
bacalhau pela baixa lisboeta, Portugal era já um dos maiores consu-
midores mundiais de um peixe que, nos países de origem, nunca se
tornou uma referência nacional como nós a conhecemos. O método
de conservação desenvolvido e a gastronomia inspirada pelo baca-
lhau salgado seco são marcas exclusivas da cultura portuguesa.
O primeiro acordo que oficializa a existência de embarcações na-
cionais na pesca do bacalhau data de 1353, quando D. Afonso IV e
Eduardo III de Inglaterra assinaram a presença de caravelas portu-
guesas em águas britânicas. O bacalhau tem, portanto, uma ligação
antiquíssima ao nosso país, apesar de ter sido nas décadas de 50 e
60 do século passado que a sua captura foi fortemente propagan-
deada, quando o Estado Novo promoveu a actividade a uma forma
de “regresso de Portugal ao mar”, num misto de actividade heróica e
garantia da subsistência do país, capaz de travar as importações.
A partir de 1950 viveu-se então o chamado “período áureo”, quando
Portugal juntava perto de 70 embarcações na pesca do “fiel amigo”,
desde arrastões a lugres e veleiros, numa actividade marcada
pela dureza extrema e pela primeira vez relatada na imprensa
internacional, em publicações como o “New York Times” e as revistas
“Life” ou “National Geographic”. Surgiram, igualmente, os primeiros
livros que descreveram a coragem dos pescadores portugueses.
Portugal estendeu até aos anos 60 a chamada “pesca à linha”. Os
homens desciam do barco mãe no seu “dori”, um pequeno bote de
fundo plano, e lançavam-se isolados nas águas geladas da Grone-
lândia e da Terra Nova, pescando peixe a peixe, até carregarem o
“dori” e finalmente transferirem a carga para o barco mãe. Era uma
tarefa individual que podia demorar 12 horas. Dizia-se que o pesca-
dor era o comandante do seu pequeno barco e navegava-o no mar
aberto ou no nevoeiro numa rotina diária ao longo das campanhas
de seis meses. A frota partia, em Abril, e as famílias iam despedir-se
dos pescadores como se estes fossem para o Ultramar. Muitos não
regressaram, devido a um acidente, uma doença ou outro azar. Ou-
tros aproveitaram a viagem e estabeleceram-se em países como o
Canadá e os Estados Unidos.
Um Fiel AmigoCentenário
RIBERALVESUM FIEL AMIGO CENTENÁRIO
RIBERALVESDESDE 198507� 07�
“Embarco-te como salgador!” Esta era uma das expressões popu-
lares entre as comunidades piscatórias do Norte do país. Ser sal-
gador era uma das funções específicas a bordo de um bacalhoeiro,
era viver no convés de um barco, entremear camadas de bacalhau
e camadas de sal, muitas vezes dormir apenas quatro horas, envol-
vido no cheiro, no frio, eventualmente pisar terra nos portos mais
próximos quando o mau tempo obrigava a parar a actividade ou era
necessário procurar mantimentos.
A salga do bacalhau que permitia a sua conservação até à che-
gada aos portos nacionais, sendo depois transferido para os se-
cadouros a céu aberto é, no entanto, uma descoberta anterior.
Ingleses, franceses e bascos já praticavam o processo no séc. VIII
e mesmo antes também os vikings já teriam adoptado a técnica,
partilhando-a com os portugueses quando desciam a costa Ibéri-
ca, precisamente à procura de sal, pagando-o com bacalhau. Terá
aparecido aí a inspiração para os pescadores nacionais se aventu-
rarem à procura deste peixe.
A percepção da abundância do bacalhau generalizou-se na altura dos
Descobrimentos, quando os navegadores europeus rumaram para
Oeste, de Sul a Norte, à descoberta de um caminho marítimo para as
Índias e confirmaram, junto à Terra Nova, a existência de quantidades
surpreendentes deste peixe. A zona ficou conhecida como “Terra dos
Bacalhaus” e tornou-se destino frequente das caravelas.
Em Portugal, a procura do bacalhau tornou-se então uma demanda
que atravessaria mais cinco séculos, até ao período “épico” que mar-
cou a vida das comunidades piscatórias do país, especialmente na
zona de Aveiro. Hoje, os lugres com nomes míticos como o Creoula
ou o Argus, líderes de uma frota que chegou a pintar-se de bran-
co, para poder navegar neutra em plena 2ª Guerra Mundial (“White
Fleet”), transformaram-se em História. O país herdou-a enquanto
maior consumidor de bacalhau no Mundo.
RIBERALVESUM FIEL AMIGO CENTENÁRIO
052 Off Greenland © foto Alan Villiers, Museu Marítimo de Ílhavo
RIBERALVESDESDE 19850�0 0��RIBERALVES
UM FIEL AMIGO CENTENÁRIO009 More Sail © foto Alan Villiers, Museu Marítimo de Ílhavo
RIBERALVESDESDE 19850�2 0�3
A pesca de bacalhau é hoje quase inexistente no nosso país, temos o
maior mercado Mundial mas talvez os nossos navios capturem ape-
nas dois ou três por cento do que se consome. A Riberalves apostou
na importação e o crescimento da empresa foi espantoso, devido ao
empreendedor extraordinário que é João António Alves, nunca priva-
do de investir e de se rodear de todos os mecanismos fundamentais
para potenciar a sua actividade.
Em 1976, acabaram as obrigações que forçavam os armadores a
venderem bacalhau a determinados armazenistas. Foi nessa altura
que conheci João Alves. Um dia apareceram-me no escritório o meu
amigo Fernando Ribau e o engenheiro Conde com um senhor que
me apresentaram e disseram dedicar-se ao comércio do bacalhau em
Torres Vedras. Era João Alves, interessado em comprar uns bacalhaus
à Parceria Geral de Pescarias.
Vendíamos quase tudo em Lisboa. Falei com o Sr. Filipe Bensaúde,
meu gerente, pedi-lhe autorização para negociar e ele logo con-
cordou visto a pessoa apresentada trazer as melhores referências.
Ainda não existia a Riberalves – era a Garrafeira do Oeste – mas a
partir daí João Alves tornou-se o nosso maior cliente, a ponto de
comprar por inteiro o carregamento de um dos nossos navios, o
Neptuno. A relação comercial prolongou-se e a partir do seu an-
tigo “cash&carry”, tornou-se até “ship chandler” da nossa frota,
fornecendo-nos mantimentos.
Hélder ClaroAntigo Gerente da Parceria Geral de Pescaria
RIBERALVESOPINIÃO
Em 1990, João Alves começou a importar bacalhau congelado e a
transformá-lo nas nossas instalações, no Barreiro, montando as tec-
nologias de refrigeração necessárias e todas as condições para a seca
do bacalhau. A estrutura no campo da Parceria Geral de Pescarias foi
evoluindo e ao mesmo tempo apareceu a primeira fábrica da Ribe-
ralves, em Torres Vedras. Depois, o crescimento da empresa levou a
que o espaço no Barreiro ficasse totalmente à responsabilidade da
Riberalves até ao ano de 2005.
A Parceria Geral de Pescarias entendeu nunca entrar na importação,
aliás, a empresa foi liquidada em 30 de Dezembro de 1999, voltando
a chamar-se Bensaúde, o nome dado aquando da fundação em 1891.
Saindo do negócio do bacalhau, houve como que uma passagem de
testemunho entre aquilo que foi a actividade da Parceria Geral de
Pescarias e o que hoje faz a Riberalves. No passado, a empresa che-
gou a ter nove navios na pesca do bacalhau e no ano de 1966, só o
Neptuno, Argus, Creoula e o Gazela descarregaram 46.174 quintais de
bacalhau salgado verde, o que equivale a umas 8 mil 311 toneladas de
peixe fresco pescado.
RIBERALVESDESDE 19850�4 0�5RIBERALVES
OPINIÃO
RIBERALVESDESDE 19850�6 0�7RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
NOVO DIACAFÉSAbd al-Qadir
O café é o ouro do homem comum,
e como o ouro, traz a todas as pessoas
o sentimento de luxo e de nobreza.
RIBERALVESDESDE 19850�� 0��NOVO DIA
UMA NOVA IMAGEM
RIBERALVESDESDE 19850�0 0��
Uma NovaImagem
A Riberalves entrou no negócio dos cafés em 1998, quando adqui-
riu 70 por cento da empresa Novo Dia Cafés, herdeira da Central
Cafeeira de Torres Vedras, uma casa igualmente com experiência
no mercado das bebidas mas depois focada exclusivamente na
torrefacção e comercialização de café. João Alves foi mais longe no
interesse nesta área de negócio e, em 2007, adquiriu os restantes
30 por cento da empresa, avançando para um processo de reestru-
turação da marca, dos produtos e da imagem, já com o seu filho,
Bernardo Alves, como director-geral.
A Novo Dia Cafés está presente principalmente no Oeste do país, es-
tendendo o raio de acção entre Lisboa e Leiria. A carteira de clientes
– incluindo o mercado externo, no Canadá, Estados Unidos, França,
Suíça ou Espanha – está em crescimento e a facturação aumentou
seis por cento no último ano.
A nova imagem Novo Dia Cafés foi lançada em 2008 e redefiniu o
posicionamento da marca num sector que tem acolhido grandes
transformações. Em média, um português consome 4 kg de café
por ano mas este número ainda está distante, por exemplo, da re-
alidade dos países nórdicos. A diferença está no consumo caseiro.
Enquanto na Noruega o café é presença no dia-a-dia familiar, em
Portugal são as vendas fora de casa que desequilibram a balança e
representam 80 por cento de um negócio que no total vale mais de
300 milhões de euros.
O cenário sofreu algumas alterações nos últimos anos, com as
marcas a lançarem soluções de consumo caseiro. Enquanto o
crescimento das vendas fora de casa tem sido moderado, dentro
de portas surge uma nova oportunidade para a qual a Novo Dia
Cafés está atenta. A estratégia é mais ampla e visa potenciar os
conceitos de “home&office” – assegurar o fornecimento directo de
empresas, hospitais e outro tipo de instituições – e de “vending”
– através de operadores.
Em Portugal existem cerca de duas centenas de empresas de
torrefacção de café. A Novo Dia Cafés distingue-se no mercado,
cumprindo regras de gestão de qualidade definidas pela ISO (In-
ternacional Organization for Standardization) e está enquadrada
na norma NP EN ISO 9001/2008.
NOVO DIA UMA NOVA IMAGEM
RIBERALVESDESDE 19850�2 0�3NOVO DIA
UMA NOVA IMAGEM
RIBERALVESDESDE 19850�4 0�5RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
A qualidade num Grão>>
A empresa Novo Dia importa cerca de 400 toneladas de café por ano,
as quais resultam em cerca de 320 toneladas de café torrado disponí-
vel para o mercado. Os países de origem são principalmente o Brasil,
Guatemala e Honduras (espécie arábica), e o Vietname, Camarões e
Uganda (espécie robusta). Independentemente do local de importa-
ção, a marca tem procurado manter uma uniformização do produto
comprado, procurando a mesma qualidade e o mesmo calibre de modo
a alcançar um produto final de resultado constante.
A Novo Dia Cafés importa café de países como o Brasil, Guatemala
(espécie arábica) e Camarões e Vietname (espécie robusta). Inde-
pendentemente do local de origem, a marca procura uma unifor-
mização da matéria-prima adquirida, com o objectivo de alcançar
um produto final de resultado constante.
O Departamento de Qualidade da Novo Dia Cafés assegura a su-
pervisão de todo o processo produtivo, aplicando um programa
de análises periódicas e de monitorização após a entrada do café
na fábrica do Paúl, em Torres Vedras. Só depois de uma primeira
fase de limpeza tem início a torrefacção, onde o café é submetido
a altas temperaturas. Este é o momento chave – os grãos são sub-
metidos a temperaturas mais ou menos elevadas, é-lhes retirada
a humidade e, consoante o tempo operado, as propriedades do
café são potenciadas.
A Qualidadenum Grão
RIBERALVESDESDE 1985 0�7NOVO DIA
A QUALIDADE NUM GRÃO0�6
RIBERALVESDESDE 1985
O produto final resulta da mistura de diferentes proporções de es-
pécies arábica ou robusta, podendo depois apresentar-se na forma
de grão ou moído, consoante o destino comercial. Assim nascem
os “blends” ou os lotes colocados no mercado. Aqui, o Canal Hore-
ca – rede de hotéis, restaurantes e cafés – assegura 50 por cento
das vendas, a outra metade é destinada às grandes superfícies e ao
conceito “home&office”, agora em exploração.
Para além de uma nova comunicação, baseada numa imagem mo-
derna, agressiva e credível, a Novo Dia Cafés investe na excelência
da relação com o consumidor. Para o Canal Horeca foi desenvolvida
uma rede de assistência técnica que assegura o regular escoamen-
to do café nos clientes. É nesta proximidade que se joga, igualmen-
te, a competitividade entre as empresas do sector.
NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO0�� 0��
RIBERALVESDESDE 1985
NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�00 �0�
RIBERALVESDESDE 1985
NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�02 �03
RIBERALVESDESDE 1985
A política de compras da Novo Dia Cafés passa pela importação de
cafés de elevada qualidade e baseia-se numa próspera relação que
vai mantendo com os seus stakeholders, com destaque para a rela-
ção directa entre fornecedor e cliente. É aliás com base na selecção
das melhores origens que a Novo Dia Cafés consegue revelar aos con-
sumidores o sabor de cada grão de café. A confiança, estabilidade e
transparência são valores praticados pela gestão desta empresa. É
actualmente pelas mãos do Eng.º Bernardo Alves que passa a com-
pra do café das melhores origens que, em conjunto com os valores
empresariais, resulta nos magníficos blends que se encontram a cada
momento de consumo.
A sua estratégia de futuro passará, ainda, pela concretização de al-
guns sonhos, tais como o desenvolvimento de um lote de café com
certificação biológica, demonstrando a crescente preocupação que
a marca tem com o bem-estar das actuais gerações, mas acima de
tudo com as vindouras.
Desta forma, é com a certeza de uma visão de futuro, que considero
que esta empresa revela diariamente, o nascimento de um Novo Dia!
Como país onde a cultura do consumo do café está impregnada,
Portugal apresenta um consumo constante de 4 Kg per capita/ano,
de acordo com dados do World Resources Institute, aproximando-se
muito dos valores de países como Espanha, Estados Unidos e alguns
países do Leste Europeu, o que denota o estado de maturidade deste
mercado. Os valores mais elevados encontram-se no Norte da Euro-
pa, muito pelo efeito dos hábitos de consumo de cafés arábicas, mais
suaves, e portanto muito mais consumidos. O país com maior consu-
mo per capita é a Finlândia, revelando um valor de 12 Kg por ano. Em
Portugal o comportamento do consumo de café tem maior expres-
são no café expresso, sendo que este é maioritariamente composto
por cafés robustas, naturalmente mais intensos. A este respeito, é de
salientar que aproximadamente 80 por cento do consumo de café
em Portugal caracteriza-se por ser FAFH – “Food Away From Home”,
ao contrário do que acontece nos países nórdicos, onde, mais de me-
tade do consumo assenta no regime FAH – “Food At Home”, portanto,
preparado para consumir em casa.
Antes de mais, e como CEO da Lanço LDA, empresa que participa ac-
tivamente na cadeia de valor da Novo Dia Cafés, é com enorme sa-
tisfação e orgulho que escrevo estas linhas num momento tão nobre
como o da Comemoração dos 25 anos da Riberalves.
Decorria o ano de 1998 quando a Riberalves toma a decisão estraté-
gica de adquirir 70 por cento da empresa Novo Dia Cafés, até então
herdeira da cinquentenária Central Cafeeira de Torres Vedras. Este
marco histórico da empresa, entre outros factores, é demonstrativo
de uma característica empresarial de assinalável destaque: propen-
são para o risco e para a inovação. Ainda que, no seio da Riberalves, o
negócio dos cafés represente metade da sua existência, a longevida-
de do Grupo, que comemora 25 anos de existência, é um garante da
sua solidez e clara afirmação no contexto da economia portuguesa.
Nesta data de comemoração, torna-se propício dar a conhecer um
pouco da história da bebida de café que é actualmente uma das mais
consumidas no mundo. A cultura desta bebida remonta aos mais an-
tigos manuscritos que indicam que a planta de café é originária da
Etiópia, em África, onde ainda hoje faz parte da vegetação natural.
No entanto, foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do
Henrique BrandãoCEO da Lanço, Lda.
RIBERALVESOPINIÃO
café, pois este advém da palavra árabe “qahwa”, que significa vinho. E
por este motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” quando
chegou à Europa no século XIV.
Em 1699 os holandeses iniciaram plantações experimentais em Java,
plantações essas que resultando num enorme sucesso fizeram com
que outros países europeus se sentissem encorajados a copiar a expe-
riência. Inicialmente, os países da Europa viam uma enorme beleza
na planta do café, sendo que apenas Holanda e França expandiam o
seu cultivo pela Indonésia e pelas ilhas de Sandwich e Bourbon.
Com as experiências realizadas pelos holandeses e franceses, a cul-
tura do café foi levada para outros países vizinhos. O aumento da
procura pela bebida do café teve como consequência a expansão das
plantações de café para países africanos e a sua chegada ao Novo
Mundo. Foi pelas mãos dos colonizadores europeus que o café che-
gou ao Suriname, São Domingos, Cuba, Porto Rico e Guianas, sendo
que, através desta última, chegou ao norte do Brasil e assim a todos
os cantos do mundo.
�04 �05
RIBERALVESDESDE 1985
NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�06 �07
RIBERALVESDESDE 1985
NOVO DIAA QUALIDADE NUM GRÃO�0� �0�
RIBERALVESDESDE 19850��0 0���RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESIMOBILIÁRIA
A arquitectura é um facto de arte, um fenómeno de emoção,
fora das questões da construção, para lá.
A construção é para conseguir manter em pé;
a arquitectura é para emocionar.
Le Corbusier
RIBERALVESDESDE 19850��2 ��3RIBERALVES IMOBILIÁRIA
A PROJECTAR A DIFERENÇA
RIBERALVESDESDE 1985
Projectar a Diferença
Fundada em 1990, a Riberalves Imobiliária iniciou a sua actividade
com a urbanização da Conquinha, em Torres Vedras, e dinamizou-
se em 2004 com o desenvolvimento de projectos capazes de renta-
bilizar as aquisições e os investimentos feitos desde a constituição
da empresa. Num sector de negócio saturado, foi adoptada uma
política de diferenciação com o objectivo de conferir às interven-
ções urbanísticas da marca um carácter exclusivo.
Em 2010, a Riberalves Imobiliária colocou no mercado quatro “lofts”
do arquitecto Samuel Torres de Carvalho e implementou no centro
da cidade de Torres Vedras um novo conceito de habitação carac-
terizado pela máxima qualidade, versatilidade e aproveitamento
do espaço. Do mesmo atelier saiu ainda o Espaço T30, um edifício
de seis pisos igualmente marcado pela distinção das linhas e dos
materiais. A fachada com painéis deslizantes, para protecção da luz
solar, marca a sua imagem.
RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTAR A DIFERENÇA ��5��4
RIBERALVESDESDE 1985
Estes são dois exemplos numa empresa que tem em mãos a edifi-
cabilidade de 200 mil metros quadrados de construção, não só em
Torres Vedras. Os traços modernos, os acabamentos nobres, mas
conjugados de forma simples, ou as preocupações com a luz na-
tural e com a climatização, marcam a generalidade dos projectos
da Riberalves Imobiliária. A Adega Mãe, uma infra-estrutura para
produção de vinho mas também vocacionada para o enoturismo,
é outro caso de inovação. O projecto do arquitecto Pedro Mateus
insere-se numa propriedade de 45 hectares, onde ainda nasce uma
casa de habitação, desenhada por Samuel Torres de Carvalho.
A Riberalves Imobiliária concluiu e comercializou habitações de
luxo na localidade do Varatojo e concentra-se agora em interven-
ções futuras, duas deles de grande dimensão, em Torres Vedras. A
primeira será a do Monte Olivete, um plano de pormenor de 61 mil
metros quadrados de construção onde a empresa deverá lançar-se
a partir de 2012, em colaboração com a arquitecta Inês Lobo. Em
2015, arrancará a urbanização da Quinta do Prior, para onde estão
previstos 100 mil metros quadrados edificáveis.
RIBERALVES IMOBILIÁRIOPROJECTAR A DIFERENÇA ��7��6
Outros projectos irão nascer em Torres Vedras, no centro da cida-
de e na zona da Várzea (mais 12 mil metros quadrados de constru-
ção). Na periferia de Torres Vedras e Santa Cruz, a Riberalves, Imo-
biliária tem loteamentos em fase de venda, em Varatojo, Turcifal,
Palhagueiras e Ventosa.
RIBERALVESDESDE 1985 0���RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
7475
���
RIBERALVESDESDE 19850�20 �2�RIBERALVES IMOBILIÁRIA
PROJECTAR A DIFERENÇA
RIBERALVESDESDE 1985
Cada vez, com maior frequência, encontramos pessoas e promotores
imobiliários como a Riberalves, sensíveis a estas questões e à sua im-
portância para o sucesso de um projecto.
Todos e cada um dos elementos que constroem um edifício são im-
portantes e têm intervenção no estado de espírito de quem o vive,
seja ele um edificio público ou privado. É evidente, estudos o demons-
tram, que um espaço de trabalho pouco iluminado e mal ventilado
tem influência medível na produtividade de quem o ocupa. O mesmo
sucede numa casa.
Esta perspectiva dual de ver as coisas, observá-las desde um ponto de
vista e desde o ponto de vista inverso é, sem dúvida, o instrumento
projectual por nós mais utilizado.
Colaborar com a Riberalves Imobiliária traduziu-se na oportuni-
dade de desenvolver e concretizar os conceitos pelos quais o nosso
trabalho se rege.
Nos últimos 25 anos muita coisa mudou não só em Portugal mas
também no Mundo.
25 anos é muito tempo mas uma fracção mínima na história do pla-
neta e da humanidade. Neste espaço de tempo ocorreram duas re-
voluções: A Revolução Tecnológica e a Revolução Sexual, ambas com
brutais consequências sociais e económicas.
Em paralelo o homem “descobriu” e teve, finalmente, plena consciên-
cia de que, independentemente da sua raça, cor ou ideologia, todos
vivemos no mesmo planeta e todos os nossos actos, individuais ou
colectivos, têm influência à escala global.
A Revolução Tecnológica permitiu que, hoje, o conhecimento seja mais
acessível do que nunca. Um conhecimento também global, a que po-
demos ter acesso em qualquer lugar, acesso a tudo o que há de bom
mas também a tudo o que há de mau, sem filtro nem censura.
A Revolução Sexual e a inclusão da mulher no mercado de trabalho
produziu a maior alteração no alicerce fundamental da sociedade, a
família, dando lugar a toda uma série de tensões, não só no seio das so-
ciedades ocidentais mais desenvolvidas mas, também, entre estas e as
sociedades em desenvolvimento, com consequências de difícil previsão.
Samuel Torres de CarvalhoArquitecto, professor da Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid
RIBERALVES IMOBILIÁRIAOPINIÃO �23�22
A ideia do Mundo Global tem vindo a ser reforçada pelo desapareci-
mento progressivo das barreiras comerciais e pelas deslocalizações
dos meios de produção para países onde produzir é mais barato, o
que tem conduzido a uma enorme “contaminação cultural” e a uma
diluição das identidades nacionais.
Como é que a Arquitectura e todos os intervenientes na indústria da
construção têm vindo a responder a estas transformações?
Se observarmos o que tem acontecido em Portugal, os arquitectos
têm vindo progressivamente a ser mais requeridos por parte dos pro-
motores e da sociedade. Porquê? Até há poucos anos alguns constru-
tores aventuravam-se na promoção imobiliária sem mais documen-
to do que uma planta. Noutros casos assistia-se pura e simplesmente
ao fenómeno da auto construção.
Uma vez que o programa da habitação era muito claro (todas as fa-
mílias tinham estrutura e necessidades semelhantes), a única preo-
cupação era a de construir uma série de “divisões” (maximizando a
capacidade construtiva de um determinado lote com o menor custo
de execução) para assim poder garantir o maior benefício.
Esta equação hoje já não é linear.
A indústria da construção e a promoção imobiliária são cada vez
mais complexas. Não só o mercado é mais exigente como as entida-
des licenciadoras são mais rigorosas.
Hoje existem famílias monoparentais, pessoas que vivem sozinhas,
casais homossexuais, grupos que partilham o mesmo espaço, pes-
soas que vivem e trabalham em casa, etc. A consequência é que a ti-
pologia da habitação convencional nem sempre “serve” e é aqui que
os arquitectos se têm revelado capazes de entender e dar resposta a
cada uma das novas realidades.
Hoje, a sociedade parece mais consciente e tanto as pessoas como
as empresas começam a ter a noção e a ambição de alterar o estado
das coisas. Este “querer fazer bem” foi o que sentimos na primeira
reunião de trabalho com a Riberalves Imobiliária.
Para nós, pensar um projecto é, hoje, pensar em algo cada vez mais
específico e menos genérico.
Cada projecto é para nós um novo desafio e passa sempre por se ser
capaz de se imaginar o seu “conteúdo” (os acontecimentos, a vida, o
carácter das pessoas) para projectar o “contentor”.
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVES IMOBILIÁRIAOPINIÃO �25�24
RIBERALVESDESDE 1985
Quatro habitações no centro de Torres Vedras, na Rua Francisco Xa-
vier de Melo. Linhas simples e minimalistas, com aproveitamento
máximo do espaço, versatilidade e inovação ao nível dos materiais.
Fachada exterior com revestimento Trespa, conferindo ao edifício
uma ideia de unidade do conjunto.
LOFTS Torres Vedrasarquitecto Samuel Torres de Carvalho
�26 �27RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS
PROJECTOSIm
agem
3D
RIBERALVESDESDE 1985
Edifício de seis pisos, vocacionado para habitação, mas igualmente
com espaços comerciais, em Torres Vedras, na rua Teresa de Jesus
Pereira. Apartamentos de prestígio com protecções solares desli-
zantes (Trespa) que conferem uma imagem exterior de vanguarda
a todo o conjunto. Projecto desenvolvido através da sociedade Lan-
ceequilíbrio, na qual a Riberalves detém 50 por cento do capital.
ESPAÇO T30 Torres Vedrasarquitecto Samuel Torres de Carvalho
�2� �2�RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS
PROJECTOS
esbo
ço
RIBERALVESDESDE 1985
Habitação rural de piso térreo inserida na Quinta da Archeira, in-
tegrada numa unidade de enoturismo. As linhas são modernas e a
cobertura é ajardinada de modo a inserir-se na paisagem.
CASA DA QUINTA DA ARCHEIRA Freguesia da Ventosa, Torres Vedrasarquitecto Samuel Torres de Carvalho
�30 �3�RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS
PROJECTOSes
boço
RIBERALVESDESDE 1985
Adega de produção de vinho, construída na Quinta da Archeira, Fre-
guesia da Ventosa, como um miradouro debruçado sobre a vinha
e sobre a paisagem. A zona interior é encastrada no terreno da en-
costa e acolhe a infra-estrutura vinícola. A zona exterior tem uma
função social vocacionada para o enoturismo e está suspensa, com
uma elevação máxima de sete metros.
ADEGA MÃE Freguesia da Ventosa, Torres Vedrasarquitecto Pedro Mateus
�32 �33RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS
PROJECTOS
imag
em 3
D
RIBERALVESDESDE 1985
Reconstrução de um edifício antigo, no centro de Santa Cruz, com
vista para o Oceano Atlântico. Prioridade aos espaços interiores
amplos, máximo aproveitamento das áreas, com linhas contempo-
râneas simples. Traça exterior mantida, com as cores, mosaicos e
azulejos originais.
CASA DE SANTA CRUZ Santa Cruz, Torres Vedrasarquitectos Jorge Bonifácio e David Baptista
�34 �35RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS
PROJECTOS
Habitações de luxo e vocação familiar, com áreas espaçosas de
utilização definida. Zonas exteriores de apoio e lazer, com e sem
piscina, vista privilegiada sobre Torres Vedras e toda a região en-
volvente. Utilização de tecnologia, materiais e acabamentos de
última geração.
MORADIAS DO VARATOJO Varatojo, Torres Vedrasarquitectos Cristina Garrido e Nuno Valentim
�36 RIBERALVES25 ANOS �37RIBERALVES IMOBILIÁRIA
PROJECTOS
PROJECTOSIm
agem
3D
RIBERALVESDESDE 1985
Edifício de habitação, com dois pisos e sete fogos. Arquitectura
moderna, conceito destinado a um cliente jovem, interessado na
centralidade da cidade de Torres Vedras. Materiais e acabamentos
de última geração.
EDIFÍCIO DO BINGO - ESPAÇO 7 Torres Vedrasarquitecto Juzante Rolo Tavares
�3� �3�RIBERALVES IMOBILIÁRIAPROJECTOS
PROJECTOSEs
boço
RIBERALVESDESDE 1985�40 �4�RIBERALVES IMOBILIÁRIA
PROJECTOS
RIBERALVESDESDE 19850�42 0�43RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
ADEGA MÃEADEGA VITIVINÍCOLA
William Shakespeare
O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança,
quando tomado com sabedoria.
RIBERALVESDESDE 19850�44 0�45RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
RIBERALVESDESDE 1985 0�47RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
O vinho é a mais recente área de negócio no grupo Riberalves. A
exploração vitivinícola é um sonho antigo de João Alves e a sua
concretização arrancou em 2007, com a aquisição da Quinta da
Archeira, uma exploração de 45 hectares na Freguesia da Ventosa,
Torres Vedras.
A Quinta da Archeira tem 40 hectares destinados à vinha, 30 para
uvas tintas e 10 para uvas brancas, e o projecto reserva espaço a
outras culturas, como árvores de fruto e agricultura biológica. O vi-
nho será a produção principal, suportada pela construção de uma
adega, a Adega Mãe, inaugurada na vindima de 2010. A capacidade
de produção é de 1,2 milhões de litros por ano, com a Adega Mãe a
oferecer uma gama completa de vinhos.
O Vinho
�46
RIBERALVESDESDE 1985�4� �4�ADEGA MÃE
O VINHO
O Oeste, cercado pelo Oceano Atlântico e pelo maciço da Serra
de Montejunto, oferece condições propícias à produção, devido
ao relevo irregular, aos vários microclimas e à qualidade dos so-
los. O eixo formado pela zona vitivinícola de Óbidos (abrangendo
as áreas de Caldas da Rainha, Bombarral e Cadaval) e pela zona
vitivinícola de Alenquer, Arruda e Torres Vedras, onde se insere a
Adega Mãe, constitui uma das maiores regiões vinícolas em Portu-
gal e no Mundo. Os vinhos tintos e brancos, ou os vinhos leves de
baixo teor alcoólico, dão reputação a uma zona conhecida, ainda,
por produzir a única aguardente de Origem Controlada no país, a
Aguardente Vínica da Lourinhã.
Portugal é o quinto maior produtor de vinho da União Europeia e
está entre os países com maior capacidade de internacionalização
do produto. O sector da vitivinicultura é um dos mais dinâmicos do
país e nos últimos anos, na Região Oeste, a actividade reestrutu-
rou-se através da plantação de novas castas e da modernização de
vinhas e adegas. A Quinta da Archeira e a Adega Mãe pretendem
assumir-se como uma mais-valia qualitativa nesta área de negócio.
RIBERALVESDESDE 1985�50 �5�ADEGA MÃE
O ENOTURISMO
A Adega Mãe cumpre uma dupla função produtiva e turística, en-
quadrada na zona vitivinícola de Alenquer, Arruda e Torres Vedras
e na Rota do Vinho do Oeste. O projecto dá resposta ao interesse
crescente pela vinha e pelo vinho, pelo seu conhecimento e pelas
formas de produção. Ao mesmo tempo, o vinho passou a ser visto
como elemento preponderante da ruralidade e da gastronomia.
Do plano de actividades da empresa fazem parte iniciativas vira-
das para o consumidor, como visitas e provas de vinho, activida-
des agrícolas e programas integrados com outros operadores da
região. A Adega Mãe foi projectada contemplando espaços sociais,
desde um auditório a uma sala de “workshops”, passando por salas
de degustação e de experiências interactivas. Trata-se de uma área
de 700 metros quadrados, sem interferência no processo produtivo
inserido num outro espaço superior a 4 mil metros quadrados.
O Enoturismo
A distinção da Adega Mãe é marcada pelo projecto arquitectónico
desenvolvido por Pedro Mateus, com a infra-estrutura a surgir como
um miradouro suspenso sobre a Quinta da Archeira e a paisagem.
A localização geográfica apresenta-se como uma vantagem, pelo
acesso ao principal eixo rodoviário da zona a Oeste. A proximidade
de Lisboa e o investimento na diversidade da oferta turística poten-
ciaram a competitividade da região nos últimos anos.
RIBERALVESDESDE 1985
A vitalidade de uma empresa percebe-se na forma como é capaz de
procurar novas áreas de investimento. A Riberalves tem essa capa-
cidade e continua a fazê-lo de forma sustentada, avançando agora
para o sector vitivinícola com a Quinta da Archeira e a Adega Mãe.
A paixão envolvida neste projecto é enorme. O meu pai, João Alves,
foi sempre uma pessoa seduzida pelo campo e no passado, na Garra-
feira do Oeste, esteve ligado ao comércio de bebidas e de vinhos. Esse
interesse, conjugado com a sua faceta de investidor nato, fê-lo agora
avançar para este negócio, no qual tem todo o apoio da família.
Estamos perante um desafio tão difícil quanto aliciante. A Região da
Estremadura nem sempre tem sido conotada com os melhores vinhos,
talvez devido à forma como a produção foi gerida nas últimas déca-
das, quando se privilegiou a quantidade em detrimento da qualidade.
O clima e as características únicas do solo oferecem-nos, no entanto,
uma grande oportunidade para potenciarmos as melhores uvas e as
melhoras castas. A qualidade e a inovação serão obrigatoriamente o
caminho, só assim podemos criar uma marca de referência num país
onde o sector é reconhecido pela excelência da sua produção.
ADEGA MÃEOPINIÃO
Bernardo AlvesDirector-Geral
�52 �53
A Adega Mãe é por isso um investimento avultado e está projectada
para garantir a entrada no negócio em condições de sucesso. Tem a
tecnologia e a capacidade para produzir 1,2 milhões de litros por ano
e oferece, ao mesmo tempo, uma moderna vocação para o enoturis-
mo, com valências únicas na região e no país. É o resultado dos co-
nhecimentos aprendidos em algumas das regiões vitivinícolas mais
importantes do Mundo, amadurecidos ao longo dos últimos anos.
O nome Adega Mãe, uma referência a um espaço de criação e de nas-
cimento, é acima de tudo uma homenagem dos três homens desta
casa à mãe desta família, Manuela Alves. Sempre vivemos num am-
biente familiar e empresarial de alterações e investimentos perma-
nentes, impulsionados pelo dinamismo extremo do meu pai e pelo
grande equilíbrio e ponderação da minha mãe. Sem eles, a realidade
de hoje não seria possível.
Aos 28 anos, integrado nas novas áreas de negócio da Riberalves, te-
nho a felicidade de poder experimentar um desafio profissional enor-
me. Retribuo tentando preservar dignamente os valores que testemu-
nho desde a infância – trabalho, dedicação, seriedade e honestidade.
Obrigado
RIBERALVESDESDE 1985�54 �55ADEGA MÃE
OPINIÃO
RIBERALVESDESDE 19850�56 0�57RIBERALVES
CARVALHAL, A CASA MÃE
João Alves
Estes 25 anos enchem-nos de orgulho. E o meu orgulho é a
família, a empresa, os clientes e amigos, os colaboradores,
todo este património que me rodeia.
RIBERALVESDESDE 1985
Na minha juventude houve dois negócios que me surgiram fascinan-
tes: o bacalhau e o café. Sempre tive ainda um interesse especial por
tudo o que está relacionado com a terra e a vida do campo, por água
e árvores, pela produção de vinho, mas foi o bacalhau a génese da-
quilo que é hoje o universo Riberalves, um grupo exemplar, maduro,
capaz de apostar em novas áreas de investimento.
Por vezes questiono se as decisões poderiam ter sido outras, mas es-
tes 25 anos acabaram por evoluir da melhor forma. O caminho foi
duro, longo e absorvente. Tenho consciência do pouco tempo dado
à família, aliás, atribuo hoje ao tempo um valor e importância dife-
rentes e é por isso, se pudesse voltar atrás, que tentaria gerir a minha
disponibilidade de outra forma. Nas horas de ausência, a presença da
minha mulher foi decisiva, foi ela o equilíbrio junto dos nossos filhos,
foi ela a minha companhia e apoio desde sempre.
Hoje, esse apoio vem igualmente dos meus filhos, Ricardo e Bernardo,
dedicados de corpo e alma às empresas. São eles a inspiração do nome
Riberalves. Vejo-os entusiasmados, o Bernardo a conduzir áreas onde
tínhamos menos experiência, o Ricardo integrado na sua especiali-
dade, a engenharia alimentar, na indústria do bacalhau. Daqui a dez
anos, imagino o grupo presente no ramo alimentar mas igualmente
envolvido noutros sectores de actividade. O bacalhau salgado seco
está a caminho de valer apenas 50 por cento do volume de negócios
da Riberalves, face ao crescimento produtivo do bacalhau demolha-
do ultracongelado e, no futuro, talvez se explorem outros caminhos.
Mas sempre com regras: inovar dentro daquilo que sabemos fazer;
inovar com as cautelas necessárias nos nossos tempos.
O arranque da Riberalves implicou trabalho. É preciso conhecimen-
to e “feeling” para levantar uma empresa, mas o trabalho é sempre
decisivo. O início da actividade reconheceu o nosso empenho e os
negócios possibilitaram mais investimento, sempre numa lógica de
crescimento que nos trouxe até aos 450 funcionários e à liderança
de mercado. Foi uma sucessão de apostas sempre entendidas como
necessárias, fazendo o melhor pela empresa, numa sequência natu-
ral de decisões que nos guiou à realidade actual quase como se não
tivéssemos dado por isso.
Esse percurso é experiência acumulada e essa experiência diz-nos
que os dias de hoje pedem calma, frieza e talento. As empresas
devem preparar-se para um futuro difícil, marcado pelo contexto
internacional, mas sou um optimista e vejo a Riberalves com to-
das as condições para cumprir o seu caminho, graças ao esforço e
aos planos traçados. Os últimos resultados são positivos e assim
esperamos continuar. Estamos preparados para o futuro, também
devido ao contributo dos nossos colaboradores. Na gestão de uma
empresa é preciso saber liderar e delegar, mas isso é tão importante
como ter bons quadros e mão-de-obra qualificada.
A Riberalves é a força das pessoas que a integram e com essa força
tem sido capaz de traçar o seu rumo, independentemente das difi-
culdades. Estes 25 anos enchem-nos de orgulho. E o meu orgulho é a
família, a empresa, os clientes e amigos, os colaboradores, todo este
património que me rodeia.
RIBERALVES25 ANOS, UM ORGULHO
25 anos, um orgulho
�5� �5�
Obrigado.
Administrador
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVES25 ANOS, UM ORGULHO�60 �6�
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVESORGANOGRAMA
RIBERALVES, S.G.P.S.
GEO4, Lda.COMIMBAComércio e Indústria de Bacalhau, S.A.
BACALHAUPRODUTOS ALIMENTARES
RIBERALVESAngola, S.A.
BACALHAUPRODUTOS ALIMENTARES
NOVO DIACafés, Lda.
PRODUTOS ALIMENTARES
QUINTA DA ARCHEIRASociedade Agrícola, Lda.
AGRICULTURA / VITIVINICULTURA
RIBERALVESImobiliária, Lda.
IMOBILIÁRIA
LANCEQUILÍBRIO, Lda.
IMOBILIÁRIA IMOBILIÁRIA
�62 �63
RIBERALVESComércio e Indústria de Produtos Alimentares, S.A.
BACALHAUPRODUTOS ALIMENTARES
MAR ALTO, S.A.
CASA FAROEComércio de Produtos da Pesca, Lda.
PRODUTOS ALIMENTARESBACALHAU
PRODUTOS ALIMENTARESBACALHAU
RIBERALVESServiços de Importação e Exportação, Ltda.
SERVIÇOS
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVESORGANOGRAMA�64 �65
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVESFICHA TÉCNICA�66 �67
BIBLIOGRAFIA
AVEIRO, Valdemar, Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores
do Mar, Recordações da Pesca do Bacalhau
Lisboa, Editorial Futura, 2009
AVEIRO, Valdemar, 80 Graus Norte, Recordações da Pesca do Bacalhau
Lisboa, Editorial Futura, 2009
BESSET, Maurice, Qui Était Le Corbusier?
Genebra, Skyra, 1968
PAULY, Daniele, Le Corbusier: La Capilla de Ronchamp
Madrid, Abada Editores, 2005
SIMÕES, Orlando, Enoturismo em Portugal: as Rotas de Vinho
2008, Universidade La Laguna, PASOS, Revista de Turismo
y Patrimonio Cultural
Volume 6, Número 2 – Número Especial
VILLIERS, Alan, A Campanha do Argus, Uma viagem
na pesca do Bacalhau
Lisboa, Cavalo de Ferro, 2005
VILLIERS, Alan, I Sailed with Portugal’s Captains Courageous
National Geographic Magazine, 1952, edição do Museu Marítimo
de Ílhavo
PESQUISA E AGRADECIMENTOS
Administração e serviços do Grupo Riberalves
Associação dos Industriais de Bacalhau
Museu Marítimo de Ílhavo
Nuno Morais Sarmento
Hélder Claro
Henrique Brandão
Samuel Torres de Carvalho
FICHA TÉCNICA
ELABORAÇÃO E PESQUISA
Filipe Duarte Santos
PAGINAÇÃO
ZDA, Imagem e Comunicação
FOTOGRAFIA
Pedro Azevedo ©
IMPRESSÃO
…… a definir……
TIRAGEM
……… a definir…… exemplares
RIBERALVESDESDE 1985
RIBERALVESFICHA TÉCNICA�6� �6�
RIBERALVESDESDE 19850�70