5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso,...

15
5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES DE SINTRA 5 TH PARQUES DE SINTRA MUSIC SEASON R e n c o n t ros e MEMÓRIAS MUSICAIS NO PALÁCIO DE SINTRA - DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO - MAIO 2019 /// Sala dos Cisnes 11 ENSEMBLE CLÉMENT JANEQUIN DOMINIQUE VISSE / DIREÇÃO Clément Janequin e seus contemporâneos: polifonia do séc. XV Queremos saber a sua opinião httptiny.ccreencontros2019

Transcript of 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso,...

Page 1: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

RA5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES DE SINTRA5TH PARQUES DE SINTRA MUSIC SEASON

Re ncontroseMEMÓRIAS MUSICAIS NO PALÁCIO DE SINTRA

- DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO -

MAIO 2019 /// Sala dos Cisnes11ENSEMBLE CLÉMENT JANEQUINDOMINIQUE VISSE / DIREÇÃO

Clément Janequin e seus contemporâneos: polifonia do séc. XV

Queremos saber a sua opiniãohttptiny.ccreencontros2019

Page 2: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

11/05 SÁBADO || 21:30

Clément Janequin e seus contemporâneos – polifonia do séc. XVI

DOMINIQUE VISSE || contratenor MARTIAL PAULIAT || tenorVINCENT BOUCHOT || barítonoRENAUD DELAIGUE || baixoERIC BELLOCQ || alaúde

Loyset Compere (1445-1518)• Nous sommes de l’ordre de Saint Babouyn

Anónimo (séc. XV)• Frapes petit coup, petit Jehan mon amy• Fricassée (Aupres de vous)

Claudin de Sermisy (ca. 1490-1562)• Hau, hau, hau je boys

Guillaume Costeley (1530-1606)• Elle craint l’esperon

Adrien Le Roy (1520-1598)• Allemande, “Le Pied de Cheval” e Branles de Champagne

Roland de Lassus (1532-1594)• Un jeune moine est sorti du couvent

Ninot le Petit (fl. ca.1500-1520)• Mon amy m’avoit promis

Page 3: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

PSM

L | L

uís

Dua

rte

Clément Janequin (1485-1558)• Tetin refaict plus blanc qu’un œuf

Claudin de Sermisy (ca. 1490-1562)• La la maistre Pierre

Clément Janequin (1485-1558)• Or vien çà mamye Perrette

Pierre Attaingnant, editor (1494-1552)• Basses danses “Sancerre” e “Beurre Frais”

Roland de Lassus (1532-1594)• Luscecit jam o socii

Clément Janequin (1485-1558)• Ung jour Robin vint Margot empoigner

Mittantier (fl. 1536-1547)• Laissons amour qui nous fait tant souffrir

Claude Lejeune (1528/30-1600)• Je bois à toy mon compagnon

Clément Janequin (1485-1558)• La chasse

Page 4: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

PSM

L | L

uís

Dua

rte

A CHANSON FRANCESA DO SÉCULO XVI

No capítulo 23 de Gargantua (1534), de Rabelais, lê-se: «A seguir

entretiveram-se entoando canções escritas para quatro ou cinco vozes, ou

sobre um tema improvisado».

Grosseiras ou refinadas, despudoradas ou melancólicas, as canções

polifónicas do século XVI eram jogos de salão, divertimentos conviviais

para pequenos grupos. Se, às vezes, havia ouvintes, a sua presença –

atenta ou alheada – não perturbava de forma alguma a acolhedora

intimidade criada pelas canções de quatro partes interpretadas por

cantores sentados em torno de uma mesa sobre a qual comida e bebida,

esses outros auxiliares do prazer, disputavam o espaço com os cadernos

das Chansons Nouvelles.

Assim, para os membros do Ensemble Clément Janequin, cantar à

mesa não é um arrogante snobismo, nem um capricho em busca de

originalidade. Estas canções nunca foram peças de concerto no sentido

corrente do termo; eram prazeres a partilhar em companhia “pour

s’ésjouir... particulièrement ès maison” (para desfrutar... em particular no

espaço doméstico).

O ouvinte atual poderá ficar surpreso com o facto de as palavras nem

sempre serem nítidas ou distintas: porém, neste jogo poético-musical –

uma reedição dos ritos imemoriais do galanteio e do cortejo – os cantores

atiram as palavras em benefício dos seus parceiros. O tratamento

aparentemente desdenhoso do texto esconde, na verdade, uma poética

que se entrega a uma lúdica fantasia ou a uma deliberada e despudorada

polifonia. No século XVI, as canções uniformes e aristocráticas da corte de

Borgonha há muito que tinham sido suplantadas, pois, à medida que iam

penetrando nos lares da burguesia, as canções de amor foram sofrendo

novas influências, incluindo a melancolia romântica de Petrarca e a moda

das exorbitantes lisonjas ou difamações, das cantigas rústicas e dos

epigramas narrativos, com o seu cortejo de figuras pitorescas do mundo

das fábulas populares e da comédia.

Com a introdução de personagens como Martin, Perrette, Petit Jehan,

Robin, Margot e muitas outras, a chanson passou a aceitar a influência

Page 5: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

da música da vida quotidiana: a natureza (La Chasse), a sátira religiosa

(Un jeune moine, Nous sommes de l’ordre) e alusões ao sexo (Or vient ça,

Ung jour Robin…). Um mestre deste género, Clément Janequin deve a sua

fama a mais do que o sucesso das suas obras descritivas: capaz de um

tom quase épico e contador de histórias com um humor fino e truculento,

Janequin foi também um compositor lírico e poeta comovente, como

demonstram as numerosas cantigas de amor que compôs.

Por meio dos músicos que frequentam – Compère, Janequin, Sermisy,

Costeley, Lassus e Lejeune, entre outros –, os cantores do Ensemble

apresentam-nos os poetas franceses com quem trabalharam.

Aceitando a autoridade de Janequin, os membros do Ensemble optaram

pela variedade: do refinamento à licenciosidade, da grosseria ao mais

delicado dos lirismos e elegância elegíaca, o seu repertório oferece-nos

todos os contrastes tão ao gosto do Renascimento.

JEAN-PIERRE OUVRARDCentro de Estudos Superiores do Renascimento da Universidade de Tours

PSM

L | L

uís

Dua

rte

Page 6: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

PSM

L | D

iogo

Rod

rigue

s

Page 7: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

Nous sommes de l’ordre de Saint BabouynL’ordre ne dit mye de lever matinDormir jusqu’a prime Et boire bon vinEt din din din...

Et dire matines sur un pot de vinA nostre diner le beau chapon grasLa soupe au jaunet comme au mardi grasLa pièce de boeuf et le gras moutonEt don don don...

Et voila la vie que nous demandonsA nostre gouter le bon vin clairetLa belle salade au harenc soretPastés de pigeons sisont de saisonEt don don don...

Et voila la vie que nous demandonsA nostre souper les connys rotisFaisans et butor et aussi perdrixPoussins a l’eau rose et force chaponsEt don don don...

Et voila la vie que nous demandonsEt après souper le beau hypocrasLa tourte sucrée au fromage grasLes poires confites en plusieurs façonsEt don don don...

Et voila la vie que nous demandonsA notre coucher nous aurons blancs drapsEt la belle fille entre nos deux brasLes tetins poignans, la motte du conEt don don don...

NOUS SOMMES DE L’ORDRE DE SAINT BABOUYN | SOMOS DA ORDEM DE SÃO BABUÍNOLoyset Compere (1445-1518)

Somos da ordem de São BabuínoA ordem que não se levanta cedinhoQue dorme até apetecer e que gosta de bom vinhoE din din dino...

Que canta as matinas junto ao garrafãoE come ao jantar um gordo capãoE sopa de ovo como no EntrudoUm naco de carne e um cordeiro gordoE don don dão...

Eis o que da vida queremosAo lanche degustar um bom clareteUma bela salada de arenque fumadoEmpadas de pombo se for a estaçãoE don don dão…

Eis o que da vida queremos Ao jantar, coelho assadoCodorniz, abetouro e também faisãoFrangos com molho e muito capãoE don don dão…

Eis o que da vida queremosDepois do jantar um digestivoUm queijo cremoso e um bolo gostosoE peras de várias formas conservadasE don don dão…

Eis o que da vida queremosNa cama lençóis brancos engomadosE nos braços uma bela raparigaFirmes mamilos e redondas nádegas E don don dão…

Et voila la vie que nous demandonsEt quand ce vint l’eure qu’on sonne minuitEt fille s’eveille pour prendre déduitLe compagnon saute chassant a son conEt don don don...

Et voila la vie que nous demandonsA notre lever les beaux instrumentsTrompettes et clairons, tambourins d’argentEnfants sans soucis jouant du bedonEt don don don…

Et voila la vie que nous demandons.

Eis o que da vida queremosE se ao tocar da meia noitePara se divertir a rapariga acordarO companheiro logo procura um lugar para entrarE don don dão…

Eis o que da vida queremosBelos instrumentos à disposiçãoTrombetas e tamborins de prataCrianças alegres tocando o tamborE don don dão…

Eis o que da vida queremos

Frapes petit coup, petit Jehan mon amyMa mere nous escouteSil me devoit couster cent soulsFrapes petit coup, gros coups, moyens coups,Hellas, et vous lhavez si gros que vous me rompes toucteFrapes petit coup, petit Jehan mon amyMa mere nous escouteEt vous my rompes chair et osFrapes petit coup, gros coups, moyens coups,Et sy ny rendes goucteEt demenes vous ung peu plus tost,La chandelle est trop courteFrapes petit coup, petit Jehan mon amyJe sens venir la goucteFrapes petit coup, petit Jehan mon amyMa mere nous escoute.

FRAPES PETIT COUP, PETIT JEHAN MON AMY | DÁ-ME DEVAGARINHO, PEQUENO JEHAN, AMIGUINHOAnónimo (séc. XV)

Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinhoQue a minha mãe nos está ouvindoE se me custasse cem soldosDá-me devagarinho, ou com força ou meiguinhoAi, que o tens tão grosso, que me rompes todaDá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinhoQue a minha mãe nos está ouvindoRasga-me a carne e os ossosDá-me devagarinho, ou com força ou meiguinhoE se te demoras a virDá-me com um pouco mais força,Que o pavio é demasiado curtoDá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinhoQue sinto que vensDá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinhoQue a minha mãe nos está ouvindo

Page 8: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

Dessus:Aupres de vous secretement demeureMon povre cueur sans que nul le conforte,Et si languist pour la douleur qu’il porte,Puisque voules qu’en ce tourment il meure

Haute-contre:Dont vient cela, Si je my plains,Et bien-heureux en ce temps cy, Vignon vignon,Puisqu’en amours, Que ne me soit, Voici la mort,Qui ne l’aymeroit, Pourquoy my portes vous,Amy souffres, D’amour je suys, Escoutes,Et vous vivrez, Hola hay, On a mal dit,Vous ne l’aurez pas, J’ay contenté,La rosée du moy de may, Secretement,N’est-ce pas grant dommage, Pastez tres tous chaulx,Seule demeure, A toy me rends, Gentils gallans,Le cueur est bon, Puisqu’en amours, Vicaires,A la mort m’avez mys, Qui la dira la douleur de mon cueur,Vien tost.

Tenor:Le doulx accueil, Vivre chez soy,On ne fait plus, Il m’est advis, Ce fut amours,En est il ung, De retourner, Mon povre cueur est las,Fringuez moy tant tant, Sans force ne vigueur,

FRICASSÉE (AUPRES DE VOUS | JUNTO A VÓS)Anónimo (séc. XV)

Superius:Junto a vós secretamente repousaMeu pobre coração sem que alguém o conforte,Lânguido da dor que agora transporta,Pois quereis que neste tormento morra

Contratenor:De onde vêm, estas minhas dores,Neste feliz momento, vinhateiro,Pois neste amor que me assalta, eis a morte,Quem não o amaria, porque transporta,Os meus sofrimentos, de amor, escuta,Vós vivereis, aqui, mal o disseram,E não o tereis, estou contente,O orvalho do mês de maio, secretamente,Não é grave o dano, empadas quentes,Eu só, a vós me rendo, gentil galã,O coração é bom, pois em amores vigários,Ofereceis-me a morte, que o diga a dor do meu coração,Vinde agora.

Tenor:Doce acolhimento, a casa chego,Não mais o faço, é o conselho, foram amores,É hora de regressar, pobre coração cansado,Tão esgotado, sem força nem vigor,Acreditar na verdade, esquecer, superar,

Croyez de vray, Oubly, oubly, A l’endurer,Dessus le marche d’Arras, Le ou pretend,Du vin a une oreille, Portes pour moy,Qui robent tout laissant les lourds, helas,Petite camusette, Je my levay par ung matin,Secourez moy, Et ne me plains,Fors seulement, Ung seul bien pourchasse,Ils seront endormis, Povre cueur tant il m’ennuye.

Basse:Le content est riche en ce monde,Je languis a poursuyvre, Puisqu’en deux cueurs, si de nouveau,Maistre Jehan du pont ales, Je ne sais pas comment,J’ay mis mon cueur, Ils ont mangé ma gerbe, Changeons propos, Mais la puissance est bas,C’est a grant tort, Rencontray ung forgeron,Elle s’en va, Mon cueur est souvent bien marry,Madame joliette, C’est donc a moy,Qui tantôts faudra, Dy moi, more, par ta foy,Sonnes my donc quant vous yres, Voulant aymer,Vray Dieu d’amour, Confortes moy, Damoiselle,Vien-tost, despiteux desconfort.

No mercado de Arras, o fingidor,Vinho de uma orelha, para mim portas,Que roubam deixando os pesos, ai de mim,Pequena cantiga, leva-me uma manhã,Apoia-me, e não tenhas pena,Exceto apenas um bem perseguia,Estarão dormindo, Pobre coração que me incomoda.

Bassus:Quem se contenta é rico neste mundo,Anseio seguir em frente,Pois em dois corações, assim de novo,Mestre Jehan da ponte vais, não sei como,Dei o meu coração, a minha grinalda comeram, Mudemos de alvo, mas o poder é fraco,Grande injustiça, Encontrar um ferreiro,Ela se vai, O meu coração frequente feliz,Bela dama, sois pois minha,Que tanto me falta, diz-me, por tua fé,Sois então minha enquanto vos ides, querendo amar,Verdadeira deusa do amor, meu conforto, Minha dama,Triste desconforto, vinde agora.

Page 9: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

Hau, hau, hau je boysHau, hau, hau je boysPrions a Dieu le roy des roysGarder ce gentil vin françoysSi en beuvons six potz pour troisPour mieulx nous esclarcir les voixBeuvons d’autant je m’y envois.

HAU, HAU, HAU JE BOYS | HEI, HEI, HEI, EU BEBOClaudin de Sermisy (ca. 1490-1562)

Hei, hei, hei, eu beboHei, hei, hei, eu beboRoguemos a Deus, rei dos reisQue deixe correr este bom vinho francêsSe seis jarros bebermos, nós os três(para nos ajudar a voz a aclarar),Bebamos tudo o que houver para dar.

Elle craint l’esperon,Tant chatouilleuse la chair a;Mais le vouloir est bon,Jamais restifve ne sera.Montez dessus, galopez la,Courrez, courez, marchez le pas,Faites luy ce qui vous plaira,Mais ne la picquez pas.

ELLE CRAINT L’ESPERON | ELA TEME O ESPORÃOGuillaume Costeley (1530-1606)

Ela teme o esporão,Melindrosa a sua carne;Mas o desejo é bom,Não a deixa inquieta.Montai-a, correndo,Galopai, sem descanso,Fazei com ela o que vos aprouverMas sem nunca a espicaçar.

Un jeune moine est sorti du couvent,A rencontré une nonnette au corps gent.Se print a luy demanderS’elle vouloit brinbalerOu dancer le petit pas.

Vray dieu helas!Vous ne brinbalerez, moine!Vray dieu helas!Vous ne brinbalerez pas.

UN JEUNE MOINE EST SORTI DU COUVENT | UM JOVEM MONGE SAIU DO CONVENTORoland de Lassus (1532-1594)

Um jovem monge saído do convento,Uma freirinha de corpo gentil encontrou.E logo se lhe pôs a perguntarSe com ele queria brimbalarOu um par de passos dançar.

Lamentável, deus meu!Um monge não brimbaleia!Lamentável, deus meu!Vós não deveis brimbalar.

He moine, moine, qu’apelez brinbaler?Ma jeune dame, baiser et accollerEn nostre religionBrinbaler nous apelons,Cors à cors nus en deux draps.

Vray Dieu helas!Vous ne brinbalerez, moine!Vray Dieu helas!Vous ne brinbalerez pas.

Et moine, moine, que diront vos abéz?Il sont déçeus tous voire très bien gabézEn lieu de bien entonnerVous faites le lict branler,La reigle ne l’entend pas.

Vray dieu helas!Vous ne brinbalerez, moine!Vray dieu helas!Vous ne brinbalerez pas.

Ai monge, meu monge, o que dizeis?A jovem dama fornicar e zarparNa nossa regiãoA brimbalar chamamos,Dois corpos nus entre os lençóis.

Lamentável, deus meu!Um monge não brimbaleia!Lamentável, deus meu!Vós não deveis brimbalar.

Ai monge, meu monge, que dirão os abades?De que forma ficarão dececionadosEm vez de bem se portarFazeis a cama vibrar,Ignorando todas as regras.

Lamentável, deus meu!Um monge não brimbaleia!Lamentável, deus meu!Vós não deveis brimbalar.

Mon amy m’avoit promisUne si belle chaintureIl ne me l’a poinct donnéeIl le m’a bien chier vendueAy ay ay dist MarionVous mi deschirez mon plichon.

MON AMY M’AVOIT PROMIS | O MEU AMIGO ME PROMETEUNinot le Petit (fl. ca.1500-1520)

O meu amigo me prometeuUm cinto tão lindoMas não mo deu,Vendeu-mo bem caroAi ai ai, chorou MarionDeixaste a minha prega desatada.

Tétin refaict plus blanc qu’ung oeufTétin de satin blanc tout neuf,Tétin qui faict honte a la rose,

TÉTIN REFAICT PLUS BLANC QU’UNG ŒUF | MAMINHA MAIS BRANCA QUE UM OVOClément Janequin (1485-1558)

Maminha mais branca que um ovoMaminha de cetim branco e novoMaminha que nem a rosa fazer frente ousa

Page 10: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

Tétin plus beau que nulle choseTétin dur, non pas tétin, voire,Mais petite boule d’ivoire,Au meillieu duquel est assiseUne fraise ou une cerise,Que l’on ne voit ne touche aussy,Mais je gaige qu’il est ainsi:Tétin donc au petit bout rouge,Tétin qui jamais ne bouge,Soit pour venir soit pour aller,Soit pour courir ou pour baller,Tétin gauche, tétin mignon,Tétin loing de son compaignon,Tétin qui porte tesmongnaigeDu demourant du personnaigeTétin qui faict venir à maintzUng grand désir dedens les mainsDe te taster, de te tenir,Mais il s’en fault bien contenirD’en approcher, bon gré ma vie,Car il en viendroit aultre envye.Tétin ny grand ny petit,Tétin menu et d’appétit,Tétin qui nuyt et jour criez:“Mariez moy tost, mariez”A bon droit heureux l’on diraCelluy qui de laict t’emplira,Faisant de tétin de pucelleTétin de femme entière et belle.

Maminha mais bela que qualquer outra cousaMaminha tão firme, que mais se diriaUm globo de marfimE ao meio dele uma cerejaUm morango que repousaQue não se vê ou pode tocarMas assim o ouso imaginar.Maminha de cume vermelhoMaminha que nunca se moveSeja pra vir ou para ir Pra correr ou pra bailar,Maminha esquerda, bonita,Longe da sua companheira,Maminha que testemunho prestaDa natureza da personagemMaminha que logo despertaO desejo de tantas mãosDe a provar, de a tocarMas devemo-nos conterDe nos chegar, pois diria,Que assim outro desejo desperta.Maminha do tamanho certoMaminha pequena com apetiteMaminha que dia e noite grita“Casa comigo, casa”Dirão com acerto, felizDe quem de leite te encherTransformando uma pueril maminhaEm mama de mulher, inteira e bela.

La, la, maistre Pierre, la, la, beuvons don.En revenant de NanterreJe m’assis sur une pierre,Aupres de moy le flascon.Pour éviter le caterre,A ce flascon fait la guerreEn mengeant d’ung gras jambon.

LA LA MAISTRE PIERRE | LA, LA, MESTRE PEDROClaudin de Sermisy (ca. 1490-1562)

La, la, Mestre Pedro, bebamos então!De regresso de NanterreNuma pedra me senteiUma garrafa a meu lado.Para evitar o catarroE co’ a garrafa guerrearComi um gordo presunto.

Or vien ça, vien, m’amye Perrette,Or vien ça, vien icy jouer.Ton cul servira de trompette,Et ton devant fera la feste.Si te plaist de nous le louerDe ce je n’en veulx mye.Or vien ça, vien, m’amye, De ce je n’en veulx myeEt en ce jour de ma vieJe n’y voulu penser.Or vien ça, vien, m’amye,or vien ça, vien icy jouer.Ta musette godinetteNous fera danserSur l’herbette frisque et nette,Puis recommancer.Or vien ça, vien, m’amye Perrette,Or vien ça, vien icy jouer.Nous dirons une chansonnette,Et sur la plaisante brunetteNos deux corps iront esprouver,J’en ay si grant envye.Or vien ça, vien, m’amye,J’en ay si grant envyeQu’a peu que ne desvie,Plus ne m’y fault penser.Or vien ça, vien, m’amye,Or vien ça, vien icy jouer.Mignonnette jolyetteVeult tu t’avancerEn chambrette bien secretteLe jeu commancer.Or vien ça, vien, m’amye Perrette,Or vien ça, vien icy jouer.

OR VIEN ÇÀ, VIEN, M’AMYE PERRETTE | VEM ATÉ MIM, MINHA AMIGA PERRETTEClément Janequin (1485-1558)

Vem até mim, amiga Perrette,Vem até mim, vem brincar.O teu cú servirá de trompeteA tua frente pró resto da festa.Se renda por ela quiseres cobrarNão quero saberVem até mim, vem amiga,Que não quero saberNeste dia da minha vidaNão quero pensar.Vem até mim, vem amiga,Vem até mim, vem brincar.A tua gaita amorosaIrá fazer-nos dançarNa erva fresca e nova,E depois recomeçarVem até mim, amiga Perrette,Vem até mim, vem brincar.Cantemos uma bela cantigaE sobre a prazerosa mantaOs nossos corpos testar.Nem sabes como te quero.Vem até mim, vem amiga,Que te quero mais que a vidaHá pouco que me distraiaE não preciso de pensar.Vem até mim, vem amiga,Vem até mim, vem brincar.Minha linda raparigaChega-te um pouco mais pertoE num quarto bem secretoO jogo vamos iniciarVem até mim, amiga Perrette,Vem até mim, vem brincar.

Page 11: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

Lucescit jam o socii,Nous tardons trop à dejuner,Habemus tantum ociiQue ferions nous jusque au diner ?Jam parata sunt omnia,Mettons nous à table en bon heur.Si quis quaeret, Quare ? QuiaTrop juner aporte douleur.Nunc bibamus non segniter,C’est trop manger sans boyrevun coup.Bibamus bis, ter, & quater,Puis chanterons Or sus à coup.Non habentes pecuniam,L’hoste dira ce qu’il voudra,Ite per aliam viam,On le payra quand on pourra.

LUSCECIT JAM O SOCII | COMECEMOS, COMPANHEIROSRoland de Lassus (1532-1594)

Comecemos, companheiros,Que pró almoço se faz tarde,Que tanto é o ócio que temosAté ao jantar que faremos?Preparados estão todosEm boa hora à mesa sentados.E se alguém perguntar porquê? RespondeDemasiado jejum traz a dor.Agora bebamos com empenho,Que é demais comer sem beber um copo.Bebamos dois, três ou quatro,E cantemos de um só golpe.E não tendo dinheiro,O que lhe aprouver dirá o estalajadeiroIde por outro caminhoPagaremos quando pudermos

Ung jour Robin vint Margot empoignerEn luy monstrant l’oustil de son ouvraigeEt sans parler la voulut besoingner.Mais Margot dit “vous me feriez oultraigeIl est trop gros et long a l’avantaige”.“Bien, dist Robin, tout enn vostre fendasseJe n’y mectray adoncques il embrasseEt seullement la moytié y transporte. »“Ha”, dist Margot, en faisant la grimace,“Boutez y tout, aussi bien suys je morte”.

UNG JOUR ROBIN VINT MARGOT EMPOIGNER | UM DIA VEIO ROBIN ATÉ MARGOTClément Janequin (1485-1558)

Um dia veio Robin até MargotMostrar-lhe todo o seu equipamentoE sem palavras a quis tomar.Mas Margot disse “É um ultrajeÉ tão grande e comprido, não cabe”.E Robin disse “Nesse caso na tua frestameto aquilo que consiga abarcare apenas a metade que possa transportar.”“Ha”, diz Margot, fazendo uma careta,“Mete-o todo, não me dês treta”.

Laissons amour qui faict tant souffrirPrenons Bacchus pour resjouir les cueursLe Dieu tant beau qui s’est voulu offrirA nous donner la couleur des vincqueursO rouge, o blanc, o tres doulces liqueursQu’ils sont les voix et au cueur le couraigeO tres doulx vin, esprit des bacchiqueursDescends sur nous pour avoir ton hommaige.

LAISSONS AMOUR QUI NOUS FAIT TANT SOUFFRIR | AMEMOS O QUE TANTO NOS FAZ SOFRERMittantier (fl. 1536-1547)

Amemos o que tanto nos faz sofrerRoguemos a Baco para os corações reacenderO deus que tanta beleza nos quis oferecerDar-nos a cor dos que ousam vencerOh vermelho, Oh branco, Oh doces licoresQue são as vozes e no coração a coragemOh doce vinho, espírito de BacoDesce até nós para receber a nossa homenagem.

Je boy à toy mon compagnon.Tire tire tire cét aviron.Tire tire tire mon compagnon.Nous irons en Angleterre.Soit par mer ou soit par terre.En Angleterre nous irons.Tire tire tire cét aviron.Tire tire tire mon compagnon.J’ay tant beu que je voy le fond Tire tire tire cét aviron.Tire tire tire mon compagnon .Tire tire tire cét aviron.

JE BOIS À TOY MON COMPAGNON | A TI BEBO, COMPANHEIROClaude Lejeune (1528/30-1600)

A ti bebo, companheiroRema, rema, com empenhoRema, rema, companheiro.Partimos para Inglaterra,Seja por mar ou por terra.Partimos para Inglaterra.Rema, rema, com empenho,Rema, rema, companheiro.Tanto bebi que já lhe vejo o fundoRema, rema, com empenho,Rema, rema, companheiro,Rema, rema, com empenho.

Page 12: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

Prima parsGentilz veneurs allez en queste au buysson,Et soyez seurs s’il ya grant cerf ou non.Le petit Perot et le Verdier,Vous prendrez chascun vostre limier,La Roche. Plexis aurez pour compaignon.Vous yrez destourner au rocher d’Avon. Oudart et Britonniere, ferez la croix du Vaucervelle.L’enseigne aussy, Bruniere,Qui avez tres bonne cervelle.Vous yrez a la crois du Grant Veneur,Car il y a ung grant cerf, j’en suis seur.Et faictes tost du revenir.Puis liron lancer et courir.

Secunda parsSur tous soulas, plaisir et lyesse,Sur tous souhaitz qu’amour pourchasse,Sur tous esbatz qui sont en noblesse,Sur deduitz n’est que la chasse.Perot mettez vous le premierC’est par ey, Sire, descendez.Vez cy de son viandisIl n’a pas fait grant poisVoicy du pied du grant cerfVa avant la frere lala la, Friet, la la parcy, va par cyIl dit vray. Arotte voy le cy allerGuare, guare TyaglareVoy le cy fuyant la voye.Approche ces chiens.Je le congnois bien, Sire, c’est le mien.Gnof, gnof. Plif plof...Escoute a Clerant, escoute a Fricant,A bas chien, a bas chien

LA CHASSE | A CAÇAClément Janequin (1485-1558)

Primeira parteGentis caçadores, penetrai nos bosques,Para saber se há grandes cervos, ou não.O pequeno Perot e o Verdier,Levam cada um o seu cão,E La Roche, leva Plexis por companhia.Seguindo até ao rochedo de Avon.Oudart e Britonnière, ao cruzamento de Vaucervelle irão.Assim também o fará, BrunièreQue tem um bom cérebro,Até ao cruzamento de Grand Veneur,Pois haverá um grande cervo, estou certo.E regressai rapidamentePois logo o iremos caçar.

Segunda parteDe todos os consolos, divertimentos e alegriasDe todos os desejos que o amor persegueDe todos os entretenimentos da nobrezaÉ a caça o magnânimo prazer.Perot ide em frente.Por este lado, Senhor, desceiVede, aqui esteve um cervo a pastarNão comeu muitoEis aqui a pegada de um grande cervoAvançai, irmão, por aliAli, ali, Friet, por ali, por aliEle está certo, Arotte, ali estáCuidado, cuidado, TyaglareEi-lo ali, fugindo pelo caminhoTrazei os cães.Conheço-o bem, senhor, é o meuLatidos, latidos, os cascos troam... Escutai Clerant, atentai a Fricant,

Voy le cy fuyant la voye compaignon.Gnof, gnof...La, Frere, la.La ira VendoiseOultre a luy chiens, gnof gnof... plif plof...Tout beau. Arriere Chiens, arriere.Ralliez chiens, ralliez.Il se faira relancer.Voy le cy aller jusques icy.Tout bellement Contesse, tout bellement Clerande...tout beau Arson. Arriere arrière villainSouillart tout beau Marpaut tout beau,La va reva il la, compaignonEscoute la Mirande le voit Tyaylau...Gnof gnof...Tronc tronc...Voyez le cy aller par cy va par cyVoyez le cy. Escoute le Real, escoute, a CondéVoy le cy aller, oultre a luy chiens.Gnof gnof...Plif plof...Tronc tronc...Ho, il revient sur luy, arriere, la va, revaTout beau arriere, Haise m’amye par cySi si fuyra chiens, sus a luy.Escoute, Evary.Oultre a luy Bontemps, oultre Lombart.Voy le cy, Mirande, Contesse a cestuy laEscoute a cestuy la, vau le fouyrLa teste luy poise. Voy le cy aller, va oultre vaGnof, plif plof...Tyaullau, ne le tuez pasAttendez le RoyNul n’y touche, Attendez, je le vueil tuer.Sire tués le de peur qu’il ne blesse les chiens.Gnof gnof ...Arriere chiensTronc...Tronc…

Para baixo, cão, para baixo,Ali vai ele, pelo caminho, amigoLatidos, latidos, ali, irmão, ei-lo,Ali vai VendoiseLançai-lhe os cães, latidos, latidos... os cascos troam...Bons cães. Para trás, cães, para trásAvançai, cães, avançai, Lá vai ele de novoEi-lo que já foi por ali...Tem calma, Contesse, bem feito ClerandeBravo Arson, para trás vilãoBem feito Souillart, bem feito Marpau,Lá vai ele, por ali, companheiroEscutai Mirande, já o viu Tyaylau...Latidos, latidos... Bramidos, bramidos...Ei-lo que vai, por aqui, por aquiEi-lo aqui. Escutai Réal, escutai CondéEi-lo ali, lançai-lhe os cãesLatidos latidos... os cascos troam... Bramidos, bramidos...Ei-lo que dá uma volta, recua, avançaTodos para trás, Haise amigo, por aquiSim, sim, os cães se lhe lançam.Escutai EvaryA seguir Bontemps, e depois LombartVede-o ali Mirande, Contesse, ali,Escutai aquele ali, vai-o seguir.Baixa a cabeça. A ele se arremessaLatidos, os cascos troam...Parai, não o mateisEsperai pelo reiQue ninguém lhe toque, esperai, eu o matareiSenhor, matai-o antes que fira os cães.Latidos, latidos... para trás, cãesBramidos... bramidos...

Traduções: Hélder Telo, Carina Ribeiro, José António Oliveira, Ana Yokochi, Marina Roger (Kennistranslations)

Page 13: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

ENSEMBLE CLÉMENT JANEQUIN || Direção

Fundado em Paris, em 1978, o Ensemble Clément Janequin interpreta música vocal sacra e secular do período da Renascença, desde Josquin a Monteverdi. As suas inigualáveis performances da chanson francesa do século XVI revelaram o que é hoje reconhecido como uma das Épocas Douradas na história da música francesa, sendo as suas gravações para a Harmonia Mundi, Les Cris de Paris, Le chant des Oyseaulx, Fricassée Parisienne e La Chasse, consideradas interpretações de referência. Exercendo um enorme atrativo sobre um vasto público, estes trabalhos de Janequin, Sermizy, Lassus, Lejeune e inúmeros outros, abundam em constrastes estilísticos tão estimados pela Renascença: do lirismo comovente da chanson amoureuse, ao humor terra-à-terra da chanson rustique, inspirada na farsa popular, nos sons da guerra, dos gritos da natureza e das ruas – um casamento único entre a alta cultura e a cultura popular renascentistas.O Ensemble Clément Janequin apresentou-se em numerosos palcos por todo o mundo, frequentemente com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. Atuaram já na Concertgebouw de Amesterdão, no Wigmore Hall de Londres, na Cité de la Musique de Paris, no Carnegie Hall de Nova Iorque, na Konzerthaus de Viena, nos festivais de música antiga de York e Boston, no festival Styriarte de Graz e, em 2007, foram ensemble residente no festival Laus Polyphoniae de Antuérpia, uns dos mais importantes festivais de música antiga do mundo. Recentemente, o ensemble esteve também em digressão pela Espanha, a Bélgica, o Canadá e os Estados Unidos, participou no Festival Cervantino no México e atuou no Brasil, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Visita regularmente o Japão, e é participante habitual do Festival de Música Antiga de Innsbruck. Em dezembro de 2008, o Ensemble Clément Janequin celebrou o seu 30º aniversário no Théâtre des Abbesses, em Paris.O ensemble executa, de igual modo, música contemporânea e propõe, atualmente, programas que vão desde a música renascentista ao género contemporâneo.Em 2015, o Ensemble Clément Janequin apresentou pela primeira vez o seu novo espetáculo, Zanni!, uma leitura

PSM

L | D

iogo

Rod

rigue

s

Page 14: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

contemporânea e hilariante das comédias madrigalescas do século XVI, encenada por Laurent Serrano, e a qual foi levada ao palco em Saint-Omer, Marselha, como parte do festival Mars en Baroque, no Théâtre de Caen, no Théâtre La Merise em Trappes, perto de Paris, no Auditório do Conservatório de Tourcoing e, em abril de 2018, na Ópera de Montpellier. Mais recentemente, o ensemble atuou no Musée de l’Armée e no Oratoire du Louvre em Paris, e participou no festival Concentus Moraviae na República Checa, no festival La Folia de Rougement na Suíça, no festival de Thoronet no sul de França, no Festival de Musique Baroque de Jura, nos Châteaux de Bournazel, Biron e Valençay, no festival Via Lattea no cantão suíço de Ticino, no Château de Fontainebleau, no Palácio de Taus em Reims e no Palácio dos Papas em Avinhão.No verão de 2018 , participou em diversos festivais franceses, incluindo o festival da Abbaye-École de Sorèze, do Château de la Possonnière e no Cité de la Voix em Vézelay. No outono, atuou em Itália, França, Bélgica e Roménia, antes de celebrar o seu 40º aniversário em Paris, no Théâtre des Abbesses e no festival Notes d’Automne.As suas inúmeras gravações de música sacra e secular da Renascença, sobretudo para a editora Harmonia Mundi, foram amplamente aclamadas pela imprensa e galardoadas com vários prémios e distinções. A sua gravação mais recente, Au Sainct Nau, para a editora Alpha, foi selecionada para um prémio Gramophone em 2015.O Ensemble Clément Janequin é subsidiado pelo Ministério da Cultura francês, através da sua secretaria regional de Nord-Pas-de-Calais, sendo ainda ensemble residente no Comédie de l’Aa, em Saint-Omer.

Page 15: 5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES ... - parquesdesintra.pt€¦ · Ai, que o tens tão grosso, que me rompes toda Dá-me devagarinho, pequeno Jehan, amiguinho Que a minha mãe nos

OUTUBRO – NOVEMBROOCTOBER – NOVEMBER

BREVEMENTECOMING SOON

OrganizaçãoOrganization

Media Partner