50 anos do Colégio São Domingos

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Livro comemorativo pelo aniversário de 50 anos do Colégio São Domingos, Perdizes, São Paulo, Brasil

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Associação Cultural São Paulo

Diretoria Executiva

Sonia Barbosa Camargo Igliori Presidente

Waldomiro Piedade Filho 1º Tesoureiro

Gilberto Caetano 2º Tesoureiro

Vera Lucia Bastazin 1ª Secretária

Maria Jose P. F. Pinheiro Machado 2ª Secretária

Colégio São Domingos

Silvio Barini Figueira Pinto Diretor

Maria Teresa M O Lima Coordenadora

Lilian Kos Chitman Coordenadora

Ricardo Francisco Coordenador

Roberta Jung Marcon Coordenadora

Nea Telma Macedo Tesoureira

Shirley Metta Secretária Direção

Ana Maria G De Camargo Caseira

Lilian Genoveva Grandin Montagem/Digitação

Nubia Lira Dos Santos Aux. de Informática

Tercia Maria F Pelafsky P. Polivalente

Wilma de Brito Camargo P. Polivalente

Eloise Janczur Guazzelli P. Educação Artística

Assessoria de Imprensa A.R. Comunicação - Angelo Raposo

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Livros

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Livros são começos de prosa. Partida para considera ções, recriações, discordâncias, distorções. Entretanto, vez por outra, a leitura é usada para encerrar assunto. Neste caso, é provável que o fechamento esteja nos leitores. Os livros persistem na abertura.

O livro que temos em tela foi concebido para ser uma obra essencialmente aberta. Ele convida a uma fruição interativa. Operação que pode não ter fim. Por isso, sua vocação é o inacabamento... Quando pronto, ele já está por ser refeito. E com a participação de quem desejar fazê-lo. O suporte digital potencializa essa condição.

Projetado para comemorar os 50 anos do Colégio São Domingos, este livro nasceu do desejo de não apresentar uma memória oficial da instituição. É sim um livro de memórias, mas de memórias vivas, dispostas à interpretação e recriação. Composto principalmente por imagens fotográficas, assemelha-se a um álbum. Oferece pistas para as lembranças individuais e coletivas.

Álbum é uma espécie de coleção. Para montá-la, mergulhamos num universo de fontes que no início parecia caótico. Preciosas lascas de passado guardadas ao longo de uma existência. Registros que pareciam fazer pouco sentido em si mesmos. Desse caos original emergiram, entretanto, critérios gerais. Fez-se uma

Memórias abertas

O antigo Casarão, onde tudo começou.

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primeira ordem: a seriação por décadas. Única ordem objetiva. Para selecionar imagens que constariam da subcoleção de cada década foi fundamental ouvir aquilo que o próprio acervo expunha gritantemente: o envolvimento coletivo é constitutivo do Colégio São Domingos.

Logo, foi coletivamente que as escolhas ora apre-sentadas foram feitas. Grupos variados de “lembrantes” proporcionaram sessões memoráveis de apreciação das imagens-indícios. Esses encontros incluíram reconsti-tuição dos contextos, identificação das presenças nas fotos, lembranças do que não foi fotografado e poderia ter sido, especulações sobre o que teria ocorrido através do tempo com os personagens registrados, levantamento de contatos com pessoas lembradas por estarem nas imagens e com outras que foram recordadas por variação da lembrança, pausas para avaliações dos tempos em análise. Eis a produção de um lembrar coletivo cuja positividade é apoiar o que somos. O presente entra em contato com a coerência essencial de um projeto de escola que se mantém.

Agora, as imagens-mosaico revelam a escola que se faz flagrar na alegria, na produtividade descontraída, na cooperação e nos desempenhos coletivos. Nos retratos que o colégio conservou de si estão eventos esportivos, mostras científico-culturais, estudos de campo, festas, pose de grupos. Sob todos eles há, como marca d’água, a presença intensa de coletivos que pulsam felicidade.

No álbum de imagens, lembranças...

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As fotografias envelhecidas são potentes disparadores de memórias. Os “lembrantes”, ao serem expostos a essas imagens-gatilho, também projetaram desejos e possibilidades. Essa é uma dimensão imaterial das memórias (assim mesmo, no plural). Plenas de lem-branças e esquecimentos. O esforço de lembrar contém sempre tentativas inconscientes de passear por lugares que não mais existem, perseguindo caminhos e atalhos que foram possíveis, mas que por algum motivo não foram escolhidos. E assim, cada um pôde produzir, diante das fotos, também sua própria viagem. Oportunidade de reavaliação e recriação de si e de suas histórias.

São esses movimentos que queremos que o livro aberto dos 50 anos do Colégio São Domingos suscite nos leitores. Todos terão a oportunidade de ver-se diante de um apanhado de memória coletiva, no qual podem conferir pertencimentos. E terão chance também de realizar o exercício pessoal de partir das fotos para transcender a informação objetiva e devanear por abstrações e lembranças involuntárias. Duplo papel da recordação. Duplicidade maravilhosa das memórias – permanências e deslocamentos.

É esperado que o esforço intelectual seja também aplicado para análise do material fotográfico, para produzir indagações sobre a seriação empregada ou sobre outros critérios adotados. É possível que, para fruir a coleção, alguns busquem diretamente a década

...do dia a dia de um colégio...

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em que participaram da escola, outros prefiram começar da década mais recente e percorrer as imagens em sentido inverso ao apresentado. É provável que, entre alguns, ainda, legendas possam parecer incompletas ou inapropriadas para certas fotos. Certo que hão de achar lacunas fatuais e temporais. Tudo isso é ponto de partida para a continuidade do livro, que se fará com a participação dos leitores. Novas fotos podem ser enviadas, novas lembranças podem ser acrescidas. Informações podem ser modificadas. Outras iniciativas de recordação coletiva podem ser relatadas. Diferentes depoimentos podem ser propostos para as décadas em questão.

Aos leitores, endereçamos o desejo de que as fotos, longe de fixá-los no sentido único de um tempo absoluto e vazio, os seduzam para o passeio pelos labirintos da memória, onde temporalidades convergem, divergem ou se ignoram. Que aceitem o convite para coautoria: fazer deste livro um começo para muitas prosas em torno das primeiras cinco décadas do Colégio São Domingos e das que estão ainda por vir.

Ao Colégio São Domingos e todas as coletividades que nele investiram, parabéns pelos 50 anos que traduzem tão bem para a Educação o conceito de obra aberta.

Silvio Barini Pinto inverno de 2010

...formado na participação, conhecimento e alegria.

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Sumário 1960 ............................. 16

1970 ............................. 42

1980 ............................. 68

1990 ............................. 94

2000 ............................. 120

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1960

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A minha história no São Domingos começa quando meu pai, na época professor de Geometria Descritiva, foi contratado. Os filhos dos pro-fessores tinham desconto. Entrei no segundo ano de existência do colégio, primeiro ano ginasial, que seria a quinta série. Fiz o primeiro ano de clássico. Classes e horários eram bem separados. Conhecíamos os meninos somente na hora que estávamos saindo e eles entrando. Mas era época de paquerar, e tudo isso foi muito gostoso.

Maria Botti

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Meu pai era Dirceu Bonesen de Souza Lobo, tinha paixão pelo colégio. E eu também. Tanto que acabei voltando. Fiz Pedagogia de 68 a 71. Logo que me formei, precisavam de uma assistente de direção. Mas eu não tinha feito administração. Voltei para a faculdade. Estudava aos sábados e trabalhava como assistente de direção. Enquanto estava na faculdade, trabalhei com a quarta série primária. Havia um entrosamento muito grande, parecia cidade do interior. E trabalhávamos fazia muito tempo somente com reuniões com a direção. Tivemos dificuldade quando entraram as orientadoras pedagógicas, que, pelo menos naquela época, não tinham experiência com classe, onde a teoria não funcionava. Uns dois anos de adaptação bastante difícil.

Minha história com a escola vai do comecinho da década de 60 até 1984. Foi muito sofrida a minha saída. Mas, fazer o quê? Há um fato marcante na época de professora: montamos uma festa maravilhosa no Tuca, todas as crianças do primário, profes-soras e pais participaram. Uma apresentação belíssima. Foram acontecimentos que marcaram muito a minha vida.

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Em frente ao casarão, uma turma do colegial posa, no “dia do retrato”. Todo fim de ano havia essas fotos, e os alunos deviam ir com o uniforme impecável. Não eram incentivados os retratos individuais, mas o coletivo, o compartilhado. Destaca-se Norma Donato, professora do colégio de 63 a 88. Ela começou e se aposentou aqui. Se você usar a ferramenta do zoom, verá detalhes das calças pula-brejos e sapatos típicos dos anos 60.

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Dizem as boas línguas que desse grupo da foto quase saiu um Prêmio Nobel de Química... Quase... Entre pipetas e funis, os alunos praticavam, já nos anos 60, as combinações de elementos sobre as quais ouviam nas aulas. Atenção: não há notícias de salas pegando fogo, bombeiros sendo chamados às pressas e professores acudindo alunos apavorados. Você identificou alguém da foto que ainda não ganhou o Nobel...?

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Eis um timaço de craques... Na ponta-esquerda está a Norma Donato. Mas e os outros atletas? Quem está na ponta-direita? São todos professores jovens, que acompanharam a história do colégio. Um time desses, início dos anos 60, certamente deve ter inspirado o Brasil a ganhar a Copa do Mundo no Chile... Afinal, como no futebol, esses professores distribuíam bem a jogada e organizavam o meio de campo. Para eles, não havia bola perdida...

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O terreiro nas fazendas era o lugar das festas, e a quadra nas escolas acaba sendo também o espaço das festividades e reuniões. Essa demonstração, na antiga quadra, tem um aspecto inovador: a utilização da roda de fogo como elemento de educação física. Isso não era comum naquela época. Não se sabe se antigos alunos decidiram seguir a carreira de ginastas. De qualquer modo, vencer o desafio da roda de fogo implicava treinos intensos, além de dedicação e grande concentração.

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O cenário era mesmo muito bonito: o bairro de Perdizes ainda sem a infinidade de prédios que tem hoje... Na quadra da Pontifícia Universidade Católica, as meninas fazem apresentação de ginástica rítmica. A interação com a PUC, desde o início, sempre foi intensa. Reparem o uniforme: meias três quartos, sapatinho de boneca, saia plissada e camisa de tergal abotoada, pois ainda não se usava camiseta de malha.

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São muitas as histórias nas quais a criança entrou como aluna, virou professora, coordenadora, e construiu sua história junto com a da escola. Uma escola que despertou bons talentos na área da Educação, como Maria Botti, a menina loira exatamente no centro da foto, que se tornou assistente de direção. A quinta, da direita para a esquerda, é Thais Virgínia, que também teve a mesma trajetória.

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A foto, provavelmente tirada em 1965, mostra já um colégio descontraído e informal, no qual a figura do professor não se isola do contexto da turma. A amizade entre alunos e professores é cultivada, portanto, desde os primeiros anos. Isso não quer dizer que a alegria e uma certa cumplicidade, estampadas no menino que subiu na carteira e no semblante calmo do professor, impedissem o curso normal do processo de aprendizagem. Pelo contrário, essa proximidade sempre rendeu animadores frutos.

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A biblioteca... Frequentá-la, pesquisar, ler e ouvir histórias. Atividades que verdadeiramente fundamentam o que se pratica no colégio. O próprio aluno tirava o livro da estante, sentia-se dono de um objeto quase sempre inacessível. As prateleiras não estão repletas, pois o acervo fez-se (faz-se) à medida das necessidades, sem imposições do que deve ser lido. Na biblioteca nunca houve a lei do silêncio, pois é local de encontro e partilha.

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No pátio, os alunos aproveitam o sol, o silêncio, a beleza das diversas árvores que cercavam o colégio. Entre essa pequenina mata, passeavam as famosas perdizes – aquelas que deram nome ao bairro. Aqui funciona atualmente o espaço da educação infantil. Os coqueiros, ao fundo, felizmente resistiram às várias modificações que ocorreram na estrutura física. O clima quase campestre dos anos 60 é compensado hoje por uma prática educacional permanentemente voltada à preservação da natureza.

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O olhar de cada uma das crianças está voltado para a professora. Ela convida os alunos a participarem do debate. Alguns detalhes se destacam, como a toalhinha estendida sobre a carteira, a fim de manter a limpeza e a higiene, e impedir que caneta ou lápis arranhem o móvel. O que sempre incentivou as crianças a preservarem o bem que é de todos. Outro aspecto importante: a professora não está diante dos alunos, mas entre eles, o que certamente não era muito comum na pedagogia dos anos 60.

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1970

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Entrei no São Domingos, como aluno, em 1973, com 12 anos, na sexta série. Fiz a sexta, sétima e oitava. É a primeira parte da história. A segunda foi em 79, 80, quando dei aula. Entrei no curso de Física, e o diretor do São Domingos, o Jaime, me convi-dou para dar aula de reforço de matemática. Larguei a Física, con-tinuei dando aula no São Domin-gos, mas fui estudar Letras. Dei aula de Literatura em alguns colé-gios, agora dirijo a Casa das Rosas.

Frederico Barbosa

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Ouvíamos histórias sobre alguns alunos que teriam sido presos, porque era a época da ditadura. Eu estava com 12 anos, talvez até exista um pouco de imaginação. Mas veja bem, o São Domingos era ligado aos dominicanos, perseguidos pelos militares. Havia professores excepcionais, que marcaram muito a minha vida. Um deles foi o Carlos Berbel, de Ciências. Grande professor! E a Ernesta, que depois foi dar aula na Unicamp. Professora de História, pessoa excepcional.Em 73,no dia do golpe militar no Chile, na aula de redação escrevemos sobre isso. Falei do absurdo que era uma ditadura, a mesma vivida no Brasil. Publicávamos, pelo Centro Cívico do colégio, o jornal Argumento. O nome homenageava um jornal fechado pela ditadura. Inclusive nessa época rumores circulavam de que uma das nossas

professoras trabalhava no DOPS, havia denunciado colegas que ficaram no colégio. Mesmo com tudo isso, lá sempre foi uma escola muito livre. Havia até uma piada: no São Domingos é muito bom porque todos os dias... São Domingos.

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A foto é de 1979. A menina está com o uniforme do Infantil, composto por um pequeno avental. O cartaz dá o tom, convidando a participar da 1ª Semana de Cultura, que aconteceria de 3 a 6 de setembro de 79. Atividade cultural e processo pedagógico são indissociáveis, imbricados de tal maneira que não se consegue distinguir onde começa um e termina o outro.

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Foi um dos primeiros a apresentar a capoeira como esporte. Ela representava a presença da cultura popular no ambiente escolar. Para os alunos, era grande a novidade, pois o que conheciam apenas nos meios de comunicação, ou em alguma apresentação nas ruas, passava a fazer parte do espaço da escola. Misto de dança, esporte e resistência dos negros contra a escravidão, agora era parte do dia a dia da escola.

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No cartaz ao fundo, trabalho coletivo destes professores, está escrita a palavra “felicidade”. Um sonho que os unia. Felicidade, palavra que marcou os anos 70, anos da contracultura, dos homens com longos cabelos e mulheres de calça comprida. A foto registra esse desejo: felicidade, para todos.

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O basquete está entre os esportes coletivos mais difundidos em todo o mundo, praticado por moças e rapazes, indistintamente. Na foto, o jogo é disputado pelas alunas. Ao fundo, a Cardoso de Almeida, hoje a principal rua que corta o bairro. De intenso movimento, nos anos 70 ainda estava em processo de verticalização.

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Nesta sala de aula, os estudantes dominam a cena. Aonde foi parar o professor? Mantém-se, há 50 anos, a certeza: pode-se defender alegremente aquilo no qual se acredita. O professor não é aquele que detém o saber e o transmite ao aluno, unilateralmente. Ambos participam de uma construção cotidiana, que prepara o aluno para a vida.

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Aula de educação física. A atividade, bastante antiga, era conhecida como “carrinho de mão”. Para o exercício ser bem-sucedido tinha que estar presente a confiança mútua. Em seguida, evidentemente, “condutor” e “carro” trocavam de lado. Conseguiu identificar algum “veículo” e/ou “motorista”?

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A entrada principal era na rua Bartira. Imagem que certamente está na memória das centenas de alunas e alunos que por ali passaram. Na parede, à esquerda, a inscrição “Centro de Demonstração de Educação” evidencia o pioneirismo da instituição. Essa entrada não mais existe, mas a Bartira continua sendo a rua que dá acesso ao colégio.

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O jeito de ser do colégio começa bem cedo. As brincadeiras de roda, nas quais também se exercita a sociabilidade, são parte essencial do aprendizado. São comuns relatos de alunos que nele entraram na infância e ficaram por todo o ciclo de estudo. Na roda, carregada de alegria, repartem-se sorrisos e amizade.

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Já nos anos 70, existia a certeza de que a música, indissociável da formação, deve estar permanentemente à disposição dos alunos. Na foto, o professor João Colares, que lecionou muitos anos no colégio e compôs o hino da escola. A produção musical envolve a expressão dos alunos.

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Falar dessa década é falar também da profusão de feiras de ciências promovidas pelas escolas. Estes três sorridentes alunos ainda não foram identificados. Mas o leitor poderá nos informar por onde andam. Foram para a PUC ou para a USP? Trabalham no porão de casa ou na sede da NASA? Criam motores, reatores ou se tornaram dedicados professores? Clique abaixo se souber o paradeiro de algum deles.

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1980

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Queria voltar a trabalhar, isso em 1982. Um dia me telefonam, era um trabalho no São Domingos. Para substituir uma professora que havia saído de licença-gestante. Quando era para a moça voltar, os pais dos alunos pediram à diretoria para eu continuar com a turma. Nesse ínterim, a dona Ilse subiu para a direção e convidou a Maria Botti para coordenadora. E ela me chamou. Eles estavam abrindo o período da manhã, hoje seria o terceiro ano. Fui registrada, e estou

Tercia Maria F. Pelafsky

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até hoje. Tirei duas licenças por saúde. O colégio tem uma licença sem remuneração, de até dois anos. Me afastei dois anos por motivos de saúde. Depois voltei para a sala de aula. Tive outro problema, pensei que nunca mais voltaria a trabalhar. Mas o João Carlos Martins, um dos caras bons em organização de escolas, me buscou de volta. Fui para a biblioteca. Fiz curso no Senac, de técnica em biblioteconomia. A escola contratou uma bibliotecária, organizamos a biblioteca. O colégio impulsiona o crescimento, a busca de soluções, isso é fascinante. Discute-se com o diretor de igual para igual. A escola me incentivava. No prezinho recebíamos crianças que nunca tinham ido à escola. Aprendiam a ler e escrever conosco, pois os pais faziam a opção de deixar a criança apenas brincar até os seis anos de vida. No final do ano todas estavam no mesmo nível. Aprendemos bastante. E sou mãe: o que quero para os filhos quero para os alunos. Essa é a minha história. De paixão e gratidão, eternas.

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Na fotografia, as turmas do Fundamental 2 (antigo ginásio) visitam a nascente do rio Tietê. A professora de Ciências Naturais liderava essa atividade de estudo do meio, que levou dezenas de alunos até Salesópolis. Várias vezes, o colégio ia à fonte para aprender mais sobre o nosso Tietê. A preocupação com a ecologia foi pioneira, mobilizando cada vez mais crianças e jovens a se preocuparem com a questão do meio ambiente.

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A Semana da Criança sempre era muito aguardada: havia diversas atividades... corrida do saco, corrida da batata, brincadeiras, campeonatos. Mas a festa não parava aí. No último dia, encerrando a Semana, os professores viravam atores, e os mais desinibidos se fantasiavam e apresentavam para as crianças pequenas peças teatrais. A Chapeuzinho Vermelho é a professora Inah. E a de vestido de bolinhas vermelhas é a professora Sônia. Se você estudou com elas, mande uma mensagem...

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A antiga sala de artes, na foto, não existe mais. Foi demolida, e nesse lugar estão hoje o tanque de areia e a casa da dona Ana, atual caseira da escola. Era uma atividade do Infantil, sempre valorizada: a arte, neste caso a pintura coletiva, como meio de integração. As crianças, que pintam em papel estendido no chão, pela arte se aproximam e se conhecem mais, trocam informações, opiniões e sentimentos.

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Há duas “marcas registradas” na foto: a atividade acontece fora dos muros da escola, o que mostra a disposição de sair do espaço físico restrito do colégio. Passear remete a descobertas e novas experiências. Por outro lado, as saídas – museus, parques, outras cidades – sempre implicam maior responsabilidade de quem acompanha os alunos. O segundo aspecto, isso se vê na maioria das fotos: o constante sorriso dos alunos.

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Poucos talvez se lembrem das feiras de ciências dos anos 80, quando os elementos usados nem de longe chegavam perto dos sofisticadíssimos aparelhos de hoje. Eram latas de óleo, copos, fios de cobre, algodão, álcool, lâmpadas comuns... Nada de experimentos desenvolvidos em programas de computador. Os chamados “trabalhos”, feitos por grupos de poucos alunos, como os três amigos da foto, eram pratica-mente artesanais, simples, mas igualmente carregados de dedicação, expectativa e an-siedade para que, quando se aproximassem as visitas, tudo, afinal, desse certo.

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Nos anos 80, as festas juninas eram estreitamente ligadas às tradições do interior, nas quais se preservam hábitos e rituais que não se alteram há séculos. As danças permanecem, mas a elas foram incorporadas outras manifestações culturais. Mantém-se ainda um saudável hábito: alunos, pais e profes-sores trabalham em conjunto.

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Ao contrário do que parece, não é uma festa de Halloween. Em respeito à cultura popular brasileira, o Dia das Bruxas passa despercebido. A foto, de 1988, na verdade mostra a apresentação teatral baseada no livro infantil Pluft, o Fantasminha. As crianças se apropriaram de outra linguagem, e transformaram o texto em uma peça na qual há todos esses seres: bruxas, duendes e gnomos.

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O circo chegou...! E chegou há muitos anos, e daqui nunca mais saiu. Veio mesmo para ficar, pois continua com lugar de destaque na escola. O circo da foto era conhecido como “Circo Alegre”, e a professora com a sanfona chama-se Vera Jardim. Era professora de música.

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No antigo pátio, professores reuniam diversas turmas para apresentações, que poderiam ser de teatro, dança ou esporte. Nessa década, em que os pais discutiam a volta da democra-cia, veem-se no muro indícios de uma palavra: liberdade?, igualdade?... O que poderia estar escrito ali? Qual é a sua opinião?

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Formatura que se preza, de uma turma do prezinho, tem que ser assim: alegria, muita festa, sorrisos... Não dentro da sala, mas ao ar livre, aproveitando o clima e as árvores. Mais um rito de passagem sendo cumprido. Na esperança, quase certeza, de que no ano seguinte os amigos seriam reencontrados e novos amigos conquistados. Por mui-tos anos? Pelo resto da vida? Quem sabe...? Você está na foto? Reconhece algum preza-díssimo amigo nesse prezinho?

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Em um período de 17 anos, minhas três filhas, Camila, Cíntia e Paula, estudaram no São Domingos. Então, a nossa história é de participação. Há um momento marcante, em 1990. Soubemos, pela professora Marisa Garcia, que havia a conversa de que o colégio seria fechado. Liguei para outros pais: “Como vão fazer um negócio dess-es?!” Rapidamente a coisa explodiu. Eles queriam manter segredo. Os alunos foram em passeata à PUC. Isso mobilizou, havia imprensa.

Serafim Pinto Ribeiro

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O professor Pedro Cunha, vice-reitor comunitário da PUC, veio dialogar com as mães e alunos. Deixou de ser um negócio entre quatro paredes. Houve uma assembleia, chamamos o monsenhor Enzo, presidente da mantenedora. A mantenedora queria fechar. E ele não tinha muito poder. Ali começa a surgir o monsenhor Victor, que era mais uma figura histórica, fundador, não queria que fechasse. Na assembleia, os alunos davam “ordens” aos pais: “Faça isso, faça aquilo”. Um negócio muito gostoso, mas havia muita tensão. Mas se a PUC estava contra, a mantenedora não se mexia, e aí? Fomos a dom Paulo, ele marcou uma reunião na Cúria. Era o ápice da crise. Dissemos que dirigiríamos o colégio, até mesmo a gestão. Ele falou: “Isso me entusiasma”. Tinha feito a mesma coisa quando era frade em Petrópolis, numa escola que os pais gerenciavam. Ele chamou o Pedro

Cunha, figura maravilhosa, que nos ajudou muito. Assumimos, olhamos as contas, estava longe de precisar fechar. Colocamos ordem na casa. Os aumentos de mensalidade e salários eram discutidos em assembleia aberta. E aí foi criado o colegial, com essa união. Não era mais um colégio sem dono. E ainda construímos o prédio novo. Um momento fantástico.

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Essa é uma fotografia especial, 28 adolescentes e dois adultos numa atividade de estudo de meio. Essas viagens ou passeios eram muito aguardados, pois ensino e diversão se mistura-vam. Preferimos não dizer o nome de ninguém que está na foto, pois não sabemos de todos os 30. Por isso, precisamos da sua ajuda para saber quem estava nesse grupo e por onde anda.

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O chá dos avós encerrava um dos projetos: o estudo da imigração. Os alunos entrevis-tavam seus avós, e reuniam na sala de aula as lembranças registradas. O chá acontecia em um sábado à tarde, e era momento de total integração entre avós e netos, que bordavam juntos histórias e lembranças. O chá foi mantido até o início dos anos 2000. A família, entretanto, continua sendo a fonte principal e primeira para pesquisar hábitos e costumes sobre a imigração.

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As crianças sempre foram levadas a ambientes rurais, em toda a Grande São Paulo, para o contato com animais e plantas. Eram passeios rápidos, geralmente de um dia, aguardados com grande expectativa. Isadora parece bem “responsável” na atividade que lhe foi dada: tirar o leite da vaca...

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A dormida na escola tem significado muito amplo: faz parte do que se denomina “ritual de passagem”, marcante nas atividades do colégio. Passa-se, a partir do ritual, do Infantil para a primeira série, da quarta para a quinta série. A dormida da foto refere-se ao ritual da quarta para a quinta série do Fundamental 2. A programação era intensa: pizza, pipoca, filme, até mesmo histórias de mistério, madrugada adentro.

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No final dos anos 90, implantou-se o futebol feminino, com campeonatos internos, cada turma tinha o seu time. Formava-se a seleção do colégio, que disputava torneios pela cidade. Cada time levava a sua bandeira ou estandarte, produzidos em conjunto, sem padronização, e refletiam o espírito do time e da torcida. Na foto, a equipe do terceiro ano do colegial, com dois valorosos torcedores do E. C. Operárias.

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O colégio sempre privilegiou trabalhar a cultura artística. Na foto, o aluno da professora Elô está desenhando uma natureza morta, que faz parte do que se denomina “desenho de observação”. Por outro lado, havia o esforço de conhecer vários artistas, apreciar suas obras e permitir que os alunos delas se apropriassem. A partir daí, eram estimulados a recriarem-na.

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Esta foi uma primeira iniciativa de coral, que começou natural e espontaneamente nas aulas de música. A música mostra seu essencial papel em toda a história desses cinquenta anos. Os alunos, na foto, participavam de apresentações às quais a família comparecia. Fato curioso: a partir do coral dos alunos, os professores também chegaram a formar um coral, que se apresentava nas formaturas.

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Solidariedade e alegria. A presença das crianças que estudavam na DERDIC (Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação) era cercada de tanta expectativa e emoção que os alunos do São Domingos demonstravam interesse em aprender a Linguagem Brasileira de Sinais, a Libras. A visita tinha mais um aspecto: os alunos do colégio aprendiam desde cedo a interagir com diferenças.

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Campeonato de futebol de salão, time campeão, volta olímpica. Simples. Mas não tão “simples”. O futebol, a exemplo de outros esportes – como citado em relação ao basquete –, era incentivado pelo seu lado coletivo, sem dúvida, mas havia também o aspecto competitivo. O objetivo sempre foi mostrar aos alunos que vitórias e derrotas terminam dentro das quadras e campos. O outro time é adversário, não inimigo. Respeito e companheirismo devem ser sempre maiores do que o placar ao final do jogo.

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Nesta foto da sala de leitura, a responsável pela biblioteca conta histórias aos alunos. Outros funcionários participavam do processo. Além disso, era constante a presença de autores de livros infantis, convidados a conversar com as crianças sobre suas obras.

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2000

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Estudei aqui da primeira à oitava. E me lembro de muita coisa. Hoje tenho 18 anos, estudo Relações Internacionais na USP, e a memória da escola está bem viva. Na primeira série a professora era a Eliene. Depois a Ana Cláudia, a Cláudia Garrido, e a Liris, na quarta série. Todas me marcaram muito. Os meus primos falavam de prova, eu não tinha prova, achava engraça-do os caras fazendo prova. Muita leitura, muitos livros. Os projetos que a gente fazia...

Pedro Charbel

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Fizemos um boneco expressionista. Era um boneco costurado, ia para as escolas públicas contar histórias. O boneco tinha um “diário”, ele passava uma semana na casa de alguém, e a pessoa escrevia o que fez com o boneco. Sempre tivemos muita arte e música. Na quarta série já sabia o que era modernismo, vivíamos nos museus. E havia o estudo de meio: víamos como se fazia húmus de minhoca, na primeira série fomos a uma aldeia indígena, Munduruku, tenho o livro do Daniel Munduruku. Minha irmã foi a um acampamento do MST. Participei do grêmio na quinta, na sétima montamos uma chapa, fui eleito presidente. Agora, no segundo semestre da faculdade, estou lendo um texto do John Locke, que conheci na sexta série. Um dia, minha professora da USP estava falando de poder e perguntou: “Alguém sabe quem

escreveu sobre isso?”. Respondi: “Foi o Foucault”. Li umas partes da Microfísica do Poder na oitava série. Nas aulas de Português lia o que havia de mais moderno. O Cortiço, por exemplo, li na minha aula de História, na sétima série. Não havia livro didático em História, estudávamos história pela literatura. A área de humanas sempre foi muito acentuada no colégio, que me deu tam-bém o senso crítico. O colégio me fez como pessoa, foi a escola da minha vida. Vou voltar sempre, quero que meus filhos estudem aqui.

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Parabéns para aqueles poucos que acharam que essa era uma aula de Educação Física. Era sim. As aulas do professor Vanderlei eram assim mesmo. Para saber mais sobre jogos e brincadeiras populares, as crianças fabricaram as suas pernas de pau e depois aprenderam a andar com elas. Aparentemente é estranho para a Educação Física convencional, mas para uma concepção da educação física que abarca o corpo e o movimento, e não apenas os esportes, isso é atividade corriqueira.

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Novamente o coral. Em todas as décadas, a música continua permanentemente presente. É grande a alegria de quem descobre nas fotos crianças conhecidas. Ou se descobre... E há crianças de várias idades. Era um coral misto. O logotipo da roupa em parte foi produzi-do pelos alunos, procedimento natural do colégio. O local da foto – a cantina – aparece pela primeira vez neste livro.

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Um grafiteiro foi convidado a expor seus trabalhos. Ele conversou com os alunos, e em seguida fez essa intervenção na entrada da rua Monte Alegre. O grafite é, na verdade, projeto do ensino médio, que existe há vários anos, discutindo as questões da arte urbana. Essas atividades são oferecidas em um saudável “cardápio”. Afinal, saber e sabor têm a mesma raiz.

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Pais e filhos juntos, marca da escola. Estão na antiga sala de artes, onde é hoje a biblioteca. A atividade faz parte do ECO (Encontro com o Outro). São reuniões anuais, nas quais a família do aluno antigo acolhe a família do novo aluno. Nas oficinas ocorre a integração dos saberes de toda a comunidade.

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Grupo de capoeira se apresentando em outro colégio. Entre os princípios que fundamentam a capoeira estão a disciplina e o respeito, que se sedimentam em meio ao toque do berimbau, cantando juntos cânticos africanos e brasileiros, e evoluindo na meia-lua de compasso, voo do morcego e martelo de bico...

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As alunas - primeiro ano do ensino médio - estão em Ubatuba, no litoral paulista, região de Picinguaba, em uma vila de pescadores. Era um “estudo de meio”. O objetivo desse estudo era conversar com os pescadores sobre o impacto causado na vila pela implantação da BR 101 e o Parque Natural da Serra do Mar. Com isso, os estudantes se aproximavam, de maneira experimental, das questões sociais.

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A foto mostra um trabalho em grupo – a construção de uma tabuada, em que há troca de saberes. São exercícios de experimentação, nos quais as técnicas do aprendizado interiorizado pelos alunos ajudam a fixar a ideia a partir da compreensão de todo o processo.

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As crianças saíam da classe para distintas atividades. Uma delas era ter contato real com a terra, a areia, os pequenos insetos que ali habitam. Sentir nas mãos folhas, musgos, plantas, pequenos galhos... Contato com a natureza significa conhecê-la e defendê-la. Veja bem a foto, é possível identificar algum futuro Burle Marx?

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Aula de judô, no Centro de Atividades Corporais (CAC). A partir dos anos 2000, a denominção mudou para “Escola de Esportes”, que se caracterizava por apresentar atividades que uniam mente e corpo. O local de funcionamento do CAC, na foto, ainda era improvisado: uma sala de aula. As atividades eram oferecidas a todos os alunos, que as escolhiam de acordo com seus interesses. E eram atividades abertas à comunidade do colégio – pais, inclusive. Hoje, os judocas dão ippons e vazaris em local bem mais apropriado.

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Não mais o caipira típico das festas juninas tradicionais. Não mais a quadrilha, que também deu lugar a outro tipo de apresentação, com inserção de elementos da cultura popular. Mas mantiveram-se inalterados alguns “elementos”: a alegria das crianças, a expectativa da festa e a presença/participação da comunidade. Se você conhece alguém nessa platéia ou, mais difícil ainda, os noivinhos e noivinhas da foto, mande sua mensagem.

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Coordenação geral

José Santos

Nilson Hashizumi

Textos

José Santos

Guilherme Salgado Rocha

Design

Tadeu Costa Moreno

Produção

Marta Delellis

Gustavo Martins

São Paulo, Setembro de 2010

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