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Aparelho psíquico Vimos que personalidade implica em estrutura e desenvolvimento. A compreensão da estrutura é inseparável da compreensão do processo de desenvolvimento através do qual a estrutura evoluiu. Qualquer manifestação do comportamento depende da existência de algum tipo de estrutura. Assim, por exemplo, a atividade motora está ligada a existência de um aparelho osteomuscular. Freud concebeu também para a atividade psíquica uma estrutura a que chamou de aparelho psíquico. Este é composto de três partes: id, ego e superego O Id é a parte original desse aparelho a partir da qual posteriormente desenvolvem-se as outras duas. Constitui a porção herdada e que está ligada a constituição. É a totalidade do aparelho psíquico do indivíduo ao nascer e está voltado para a satisfação das necessidades básicas da criança no começo de sua vida. A atividade do id consiste de impulsos que obedecem ao principio do prazer, isto é, que buscam o prazer e evitam a dor na medida em que estas sensações são definidas pela própria natureza do organismo. Neste sentido, a atividade humana, no inicio de sua existência, é basicamente animal. Nessa época, a criança ao buscar satisfazer seus impulsos básicos, naturalmente não procura avaliar sua racionalidade nem as fontes de satisfação disponíveis. Ela deseja gratificação imediata e não tolera a frustração. Entretanto, a medida que cresce terá que adaptar-se as existências e condições impostas pelo meio. Para esta adaptação, diferencia- se do id uma nova parte do aparelho psíquico, o Ego, que tem como principal função agir como intermediário entre o id e o mundo externo. O Ego – Ao defrontar-se com as demandas do meio, a criança precisa gradualmente redigir os impulsos do id, de modo que sejam satisfeitos dentro de outro princípio da realidade. Isto significa que o indivíduo deve suportar um sofrimento para depois alcançar o prazer e renunciar a um prazer que poderá fazê-lo sofre mais tarde. Entretanto, ambos os princípios visam o mesmo fim – alcançar a satisfação e evitar o principio do prazer modificado pelo desenvolvimento da razão. Assim, o ego tem uma função de auto preservação , pois se houvesse apenas a busca da gratificação imediata sem levar em conta as conseqüências da total evitação do sofrimento, o indivíduo sucumbiria. Como intermediário entre o mundo interno (id) e o mundo externo, o ego exerce uma série de funções. Em relação ao primeiro, aprende a controlar as demandas dos impulsos, decidindo se estes devem ser satisfeitos imediatamente, mais tarde ou nunca. Em relação ao segundo, percebe os estímulos avaliando sua qualidade e intensidade a partir de lembranças de experiências passadas protege-os dos estímulos percebidos como perigosos, aproveita os estímulos favoráveis e realiza modificações no meio, que possam resultar em beneficio da própria pessoa. Em outras palavras, são funções do ego: perceber lembrar, pensar, planejar e decidir O Superego – A proporção que se desenvolve, a criança descobre que certas demandas do meio persistem sob a forma de normas regras estabelecidas. Desta forma o ego tem que lidar repentinamente com os mesmos tipos de problemas e aprender a encontrar para estes soluções socialmente aceitáveis. O indivíduo entretanto, não precisará, indefinidamente, parar para pensar cada vez que isto ocorrer. A decisão far-se-á automaticamente pois as regras e normas impostas pelo mundo externo vão se incorporar na estrutura psíquica, constituindo o superego. Este que popularmente é chamado de “consistência” representa a resposta automática, “certo” ou “errado”, que surge na pessoa

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Aparelho psquico

Aparelho psquico

Vimos que personalidade implica em estrutura e desenvolvimento. A compreenso da estrutura inseparvel da compreenso do processo de desenvolvimento atravs do qual a estrutura evoluiu. Qualquer manifestao do comportamento depende da existncia de algum tipo de estrutura. Assim, por exemplo, a atividade motora est ligada a existncia de um aparelho osteomuscular. Freud concebeu tambm para a atividade psquica uma estrutura a que chamou de aparelho psquico. Este composto de trs partes: id, ego e superego

O Id a parte original desse aparelho a partir da qual posteriormente desenvolvem-se as outras duas. Constitui a poro herdada e que est ligada a constituio. a totalidade do aparelho psquico do indivduo ao nascer e est voltado para a satisfao das necessidades bsicas da criana no comeo de sua vida. A atividade do id consiste de impulsos que obedecem ao principio do prazer, isto , que buscam o prazer e evitam a dor na medida em que estas sensaes so definidas pela prpria natureza do organismo.

Neste sentido, a atividade humana, no inicio de sua existncia, basicamente animal. Nessa poca, a criana ao buscar satisfazer seus impulsos bsicos, naturalmente no procura avaliar sua racionalidade nem as fontes de satisfao disponveis. Ela deseja gratificao imediata e no tolera a frustrao. Entretanto, a medida que cresce ter que adaptar-se as existncias e condies impostas pelo meio. Para esta adaptao, diferencia-se do id uma nova parte do aparelho psquico, o Ego, que tem como principal funo agir como intermedirio entre o id e o mundo externo.

O Ego Ao defrontar-se com as demandas do meio, a criana precisa gradualmente redigir os impulsos do id, de modo que sejam satisfeitos dentro de outro princpio da realidade. Isto significa que o indivduo deve suportar um sofrimento para depois alcanar o prazer e renunciar a um prazer que poder faz-lo sofre mais tarde. Entretanto, ambos os princpios visam o mesmo fim alcanar a satisfao e evitar o principio do prazer modificado pelo desenvolvimento da razo. Assim, o ego tem uma funo de auto preservao , pois se houvesse apenas a busca da gratificao imediata sem levar em conta as conseqncias da total evitao do sofrimento, o indivduo sucumbiria. Como intermedirio entre o mundo interno (id) e o mundo externo, o ego exerce uma srie de funes. Em relao ao primeiro, aprende a controlar as demandas dos impulsos, decidindo se estes devem ser satisfeitos imediatamente, mais tarde ou nunca. Em relao ao segundo, percebe os estmulos avaliando sua qualidade e intensidade a partir de lembranas de experincias passadas protege-os dos estmulos percebidos como perigosos, aproveita os estmulos favorveis e realiza modificaes no meio, que possam resultar em beneficio da prpria pessoa. Em outras palavras, so funes do ego: perceber lembrar, pensar, planejar e decidir

O Superego A proporo que se desenvolve, a criana descobre que certas demandas do meio persistem sob a forma de normas regras estabelecidas. Desta forma o ego tem que lidar repentinamente com os mesmos tipos de problemas e aprender a encontrar para estes solues socialmente aceitveis. O indivduo entretanto, no precisar, indefinidamente, parar para pensar cada vez que isto ocorrer. A deciso far-se- automaticamente pois as regras e normas impostas pelo mundo externo vo se incorporar na estrutura psquica, constituindo o superego. Este que popularmente chamado de consistncia representa a resposta automtica, certo ou errado, que surge na pessoa diante das vrias situaes que exigem uma tomada de posio. Assim, o super ego representa a herana scio-cultural do indivduo, enquanto o id representa a herana biolgica.

As trs partes da estrutura psquica, no podem ser consideradas isoladamente no seu desenvolvimento. Elas so interdependentes. O ego desempenha papel de integrador lidando simultaneamente com as demandas do id, do superego e do mundo externo. O seguinte exemplo ilustra o papel desempenhado pelo ego:

Um empregado de uma loja sentiu-se tentado a roubar um objeto de adorno que o atraia. Diz o id: quero o objeto porque gosto dele e porque no suporto a tenso do desejo de ter a coisas que tenho.

O superego retruca automaticamente: Voc no deve roubar o objeto. O ego ento como bom advogado aconselha: Voc poder Ter esse objeto sem precisar roub-lo. Basta economizar parte do seu ordenado ou trabalhar algumas horas extras e compra-lo.

Nem o id nem o superego so realistas, pois agem imediatamente e irrefletidamente, o primeiro buscando de forma indiscriminada o prazer e segundo censurando automaticamente. O ego a parte racional que realiza uma transao realista considerando os aspectos da natureza do indivduo e o tipo de meio onde este vive. Decide o que fazer quando e de que forma, visando sempre o bem estar do organismo integral. O desenvolvimento do Homem como ser social, baseia-se num equilbrio entre as forar dos impulsos primitivos e irracionais do id e as foras das exigncias do superego e do meio a partir do qual este se formou. O bom resultado desde equilbrio depender da existncia de um ego fortalecido de um superego moderado e do conhecimento da natureza dos impulsos do id. Caso contrrio o equilbrio da personalidade obedecer a padres desviados da normalidade, entendendo-se aqui, por normalidade a tenncia a um completo bem estar biopsicosocial.