50pequenas Coisas Para Salvar a Terra

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50 PEQUENAS COISAS QUE VOCÊ PODE FAZER PARA SALVAR A TERRA THE EARTH. WORKS. GROUP EDITORA BEST SELLER

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50PEQUENAS

COISAS QUEVOCÊ

PODE FAZERPARA SALVAR

A TERRA

THE EARTH. WORKS. GROUP

EDITORA BEST SELLER

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INTRODUÇÃO

No meu trabalho, com freqüência recebo telefonemas de cidadãos preocupados, querendosaber o que podem fazer, pessoalmente, para enfrentar problemas ambientais específicos. Esta é amelhor parte da nossa tarefa: fazer com que o maior número possível de pessoas se comprometacom a defesa do meio ambiente.

Quando alguém telefona, examino minha estante e procuro encontrar alguma indicação que,no mínimo, o estimule a começar. Necessariamente a informação que forneço é sempre extraída deoutras fontes, algumas bastantes acessíveis, outras bem difíceis de ser encontradas. Até agora nãohavia aparecido ninguém empenhado em reunir, num só volume, a quantidade enorme de dados deque dispomos para consulta.

Até que o Earth Works Group (Grupo Trabalhos da Terra), sediado em Berkeley,Califórnia, se dispôs a fazê-lo.... em apenas 100 páginas! Que ninguém, se iluda pelo fato de ter emmão um livro tão fino. Há aqui uma fantástica quantidade de informação. Quer saber sobrelâmpadas que economizem energia, ou o que pode e o que não pode ser reciclado? Vai encontrar aresposta que procura. E assim também com muitos outros itens: carros, latas, pneus, lixo domiciliaretc.

Encaro este livro como uma contribuição importante para estimular a participaçãoindividual na luta pela solução, em larga escala, dos problemas ambientais. Ele é um “ não “à angústia que nos causam nas matérias de jornal e o estardalhaço das capas de revistas; não existeproblemas de agressão ao meio ambiente que não possa ser bem encaminhado e solucionado, desdeque todos, individualmente, comecem a participar.

Poucos de nós têm poder suficiente para impedir que petroleiros gigantescos, transportandomilhões de litros de petróleo, continuem a navegar através de reservas naturais de água não poluída.Mas todos com indivíduos, podemos trabalhar no sentido de tornar menos necessário, a cada diaque passa, o petróleo que os grandes navios transportam . sozinho, não há ser humano que possa“tapar” o buraco que surgiu na camada de ozônio sobre a Antártida. Mas, juntos, podemos evitarque ele aumente de tamanho, atingindo áreas populosas do planeta.

Em sua maior parte, as coisas de que nos fala este livro são espantosamente simples. Sãoprovidências que você adotaria, por exemplo, pensando em apenas economizar dinheiro... se fizesseidéia de quanto poderia poupar! Agora, depois deste livro, é só fazer as contas e pensar: a parte maisdifícil, de reunir o material, está aqui, a sua disposição. E o melhor de tudo: nas páginas que seseguem, você aprenderá a usar a energia do modo mais inteligente. E para isso não é necessáriotomar banho frio ou viver a luz de velas. Basta apenas exigir que o dinheiro que você paga - decontas de luz, de combustível de carro, de gás de cozinhas – lhe renda o máximo de conforto e decomodidade.

Acredito que, com os anos 90, está surgindo uma nova consciência. O homem começa aperceber que nenhuma instituição, ao final de contas, será capaz de resolver os gigantescosproblemas que foram se acumulando, ao longo dos anos, pela repetição dos gestos, automáticos eaparentemente inconseqüentes, de milhões de indivíduos. O lixo da minha casa, o motordesregulado do seu carro, a mangueira de jardim do vizinho... são estes os fatores que, aos poucos,foram tornando o planeta menos acolhedor e menos habitável para as crianças de hoje e dofuturo.com um detalhe: assim como somos nos a causa essencial dos problemas, somos nós,também, os mas aptos a encontrar a solução. É arregaçar as mangas e ir a luta!

Cris Calwell

Programa de Energia / Grupo de Proteção Atmosférica do Natural Resouces Defense Council(NRDC, Conselho de Defesa dos Recursos Naturais ) ,EUA.

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O QUE ESTÁ ACONTECENDO

EFEITO ESTUFA

O LADO BOM

“ O efeito estufa, em condições normais, mantém o planeta aquecido. Certos gasesnaturais, presentes na atmosfera, formam uma espécie de coberta que deixa passar a luz doSol, mas impede que o calor da superfície terrestre se dissipe( como as paredes de vidro deuma estufa de plantas). Essa manta gasosa `prende` o calor junto à superfície e mantémaquecida a atmosfera”.

Global Warning: The Greenhouse Effect Friends of the EarthO LADO MAU

“ atualmente, a presença de gases industriais vem tornando esse escudo cada vezmais espesso, `prendendo` uma quantidade cada vez maior de calor junto à superfície daTerra. (...) Isso pode levar a um aumento de temperatura, da ordem de 2 a 4° C, nospróximos setenta anos. Para comparar: a temperatura média da Terra, nos últimos 18 milanos, desde o começo da civilização, sofreu variação de apenas 1,6° C.”

- The Greemhouse Crisis Foudation O LADO FEIO

Os gases da estufa: Dióxido de Carbono ( CO2 ).

Responsável por cerca de 50% do efeito estufa. Por ano, a humanidade joga na atmosfera 6bilhões de toneladas deste gás ( 1,5 bilhão só nos EUA ). Principais fontes de CO2: queima de fósseis(petróleo, carvão mineral, gás natural)edestruição das matas, ocorrendo libertação de CO2 pela queima das árvores e também,quando serradas.

Clorofluorcarbonos (CFCs). Gases que contêm átomos de cloro, flúor e carbono, responsáveis por 15 a 20% dosuperaquecimento total e ainda pela destruição da camada de ozônio que envolve a Terra.

Metano 18% do efeito estufa. Produzido pelo estrume de gado nas plantações de arroz e pelaadubagem do solo.

Óxidos de nitrogênio São 10% do efeito estufa. Formados pela queima de combustíveis fósseis, pormicroorganismos e pela decomposição de fertilizantes químicos.

Ozônio ( O3)Resulta da poluição provocada por veículos a motor usinas e refinarias.

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A POLUIÇÃO DO AR

O QUE O VENTO NÃO LEVA

Apesar das leis de proteção ambiental, milhões de pessoas vivem em áreasconsideradas críticas quanto à qualidade do ar que respiram. Os veículos a motor, refinariase indústrias químicas lançam poluentes na atmosfera numa escala de bilhões de toneladaspor ano.

O QUE POLUI

Poluentes mais importantes: monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos denitrogênio. Também o ozônio resultante da combinação de óxido de nitrogênio comhidrocarbonetos, à luz do Sol, é perigoso para a saúde quando ocorrem em camadaspróximas da superfície terrestre.

DE ONDE VEM

Existe certa contaminação da atmosfera provocada por processos naturais, como apoeira transportada pelo vento. Mas a maior parte é causada pelo homem e se deve aosprodutos de combustão: fumaça ( da queima da madeira, carvão e óleo , em fornosindustrias e domésticos ; monóxido de carbono e de chumbo ( dos carros, ônibus e veículosa motor em geral); óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre (sobretudo da queima docarvão).

ALERTA CINZENTO

“ O ar poluído pode gerar alergias, afecções respiratórias, cardiovasculares econcerosas. Também para a saúde das plantas e animais ele causa sérios problemas, e atésobre os objetos inanimados exerce efeito corrosivos. (...) No Brasil, o problema dapoluição do ar é bastante grave, tanto nos grandes centros como nas pequenas cidadesindustriais do interior. Um exemplo tristemente famoso é o de Cubatão (SP), que produziamais de trinta mil toneladas de poluentes do ar. O resultado é que essa cidade chegou apossuir um dos mais elevados índices mundiais de anecefalia infantil (ausência ou atrofiado cérebro em recém – nascidos ) direitamente relacionada com a poluição.”

Antônio Lago / José Augusto Pádua, O que é Ecologia, Ed Brasiliense

A CAMADA DE OZÔNIOVOA, VOA, VOA.....

“ Bem alto, muito acima da nossa cabeça, existe uma frágil, invisível camada de gásozônio (O3), que protege a superfície terrestre da perigosa radiação ultravioleta quecompõe, junto com outras, a luz solar. A camada de ozônio tem se conservado pormilênios.”

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....E DESAPARECE

“ O homem, contudo, esta destruindo esse escudo protetor. Os cloroflucarbonos(CFCs) e outros produtos químicos criados pelo homem já alcançam a estratosfera, tendosido detectado a altitudes que vão de 10 mil a 30 mil metros. Nessa altitudes é que asmoléculas se partem, liberando desse modo os átomos que destroem o ozônio.”

NRDC

O QUE SÃO CFCs

Os clorofluorcarbonos são usados em centenas de produtos, inclusive como gáspropulsor para aerossóis. Isso porque são de baixa toxicidade, não inflamáveis e bastantesestáveis, quer dizer, não se decompõem com facilidade. Justamente por causa dessaestabilidade é que permanecem como são, por mais de 150 anos. Os CFCs sobemlentamente e alcançam a altitudes de até 50 mil metros. È aí que, submetidas à radiaçãoultravioleta, as moléculas de CFCs se “ quebram”, liberando átomos de cloro, que passamda forma passiva para a ativa um único átomo de cloro destrói cerca de 100 mil moléculasde ozônio, antes de cair novamente sobre a superfície da Terra, anos depois. No mínimo 3%da camada de ozônio já está destruída pela atenção dos CFCs.”

Curtis a Moore, International Wildlife

E DEPOIS?

“ À medida que o ozônio vai sendo destruído nas camadas mais altas da atmosfera,a superfície da Terra começa a receber maior quantidade de radiação ultravioleta, que écausa do surgimento de cânceres de pele e catarata ( doenças dos olhos ), além de reduzir aresistência a infecções. Quanto maior a carga de radiação ultravioleta, pior o efeito sobre asaúde humana, sobre as colheitas e as populações marinhas. Nenhum ser humano está asalvo destes efeitos perversos.”

- Worldwactch paper 87 – The Worldwatch Institute

O LIXO TÓXICO CRESCE O PROBLEMA

Tem aumentado nos últimos anos, o impacto ambiental do lixo tóxico,potencialmente poluidor. Os Estados Unidos acumulam mais de uma tonelada desse lixopor habitante. No Brasil, somente o Estado de São Paulo produziu em 1998 mais de 918toneladas de resíduos industriais tidos como perigosos

RESTOS INDUSTRIAIS

“ Os países industrializados produzem quase 70 mil diferentes substâncias químicas,a maior parte das quais não chega a ser convenientemente testada. A falta de cuidado ecritério no uso e na destinação final destas substâncias acaba por causar a poluição de nossacomida, da água, do ar, e ameaça os ecossistemas dos quais dependemos para viver.”

Citizem´s Guide to Global Issues Coalition for a Global Tomorrow

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NA PRESSA O RISCO

“ Os produtos químicos já se tornaram parte indispensável de nossa vida diária.Todos nos beneficiamos das substâncias químicas presentes nos plásticos, nos detergentes,nos aerossóis, sem perceber o alto custo que representam. De modo geral, estes produtosacabam se incorporando à água ou ao solo através dos sistemas de adubagem, de drenagemou da rede de esgotos.”

Guide to Hazardows Household Products, The Clean Water Action Project

... QUE VOLTA CORRENDO

“ Embora nem sempre os consumidores saibam, há uma estreita relação entre osobjetos e as embalagens de plástico que compram o problema da poluição tóxica. Muitosdos produtos químicos usados na fabricação dos plásticos são altamente tóxicos. Da listados vinte resíduos potencialmente poluentes, os cinco primeiros são de produtos químicosempregados na industria de plásticos.”

Wrapped in Plastics, Environmental Action Foundation

A CHUVA ÁCIDACOMO OCORRE

“ O dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio são jogados na atmosfera pelasusinas elétricas movidas pelas a carvão e pelos motores dos veículos. Na atmosfera, estesprodutos entram em reação química (...) e volta à Terra na forma de chuva ou nevecorrosivas, com alta concentração de ácidos. Esta chuva ou neve destrói a fauna e a floranos rios, atinge florestas e causa até erosão de prédios e monumentos.”

Cleaning Up the Outdoors

GOTAS DE ÁCIDO

O número de pH é usado em Química para medir a acidez. A chuva com pH abaixode 5,0 é considerada ácida. Na Alemanha, o índice de acidez chega a 4,3. No Rio deJaneiro, já caiu chuva com índice médio de 4,6. Nos Montes Apalaches (EUA), a chuva édez vezes mais ácida do que nas áreas vizinhas, de menor altitude, e cem vezes maior doque chuva não poluída. Quando atinge valos 2 mil vezes maior ( já observado nosApalaches), a chuva é tão ácida quanto o suco de limão. No Brasil, a região industrializadado Sudeste já registra incidência de chuva ácida. Sabe-se também que os ventos levam estespoluentes quilômetros adiante, sendo assim possível a contaminação de uma vasta área,distante do foco poluidor.

MENOS ENXOFRE!

“ O dióxido de enxofre é o componente primário da chuva ácida em grande númerode regiões; usinas termoelétricas a carvão total de emissões dessa substâncias nos EUA.Uma das maneiras de reduzir energia elétrica.”

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AÇÃO RÁPIDA

“ Precisamos fazer alguma coisa, e logo! Ou muito em breve já não sobrarão nemflorestas com que nos preocupar, num futuro próximo, a devastação pela chuva ácidaalcançará até as regiões desabitadas. Se a poluição continuar a crescer ao ritimo do últimosanos, em poucas décadas quase não haverá árvores em nosso território.”

Jonh Seymour e Herbert Girardet, Blueprint for a Green Planet

A FAUNA AMEAÇADA

EXPANSÃO URBANA

“Em 1980, a Terra tinha 4,4 bilhões de habitantes. Em 1990, já somos 5,2 bilhões. Acada dia uma parcela desta população invade áreas até então reservadas á fauna e á floranativas. Florestas são derrubadas. Várzeas, oceanos, calotas polares, pradarias vão sendoinvadidas pelo homem.”

VÃO INDO....

“ A extinção de espécies animais prossegue em ritimo acelerado. Nosso planetaperde três espécies por dia. Nesse ritimo, podemos chegar a três espécies por hora, emapenas dez anos. No ano de 2000, é provável que 20% do total de espécies que habitam aTerra estejam perdidas para sempre.”

The Nature Conservancy... E SE FORAM

“ Até o ano de 2000, se for mantido o nível de matança atual, praticamente estarãoextintos os elefantes no continente africano.”

Revista Defenders

PATOS MORTOS

“ A julgar pela população sempre decrescente de patos selvagens, a região lacrustedo continente americano – hábitat de várias espécies nativas - deve estar enfrentandoseveras agressões. O. U . S. Fish and Wildlife Service estima que 66 milhões de patosselvagens migraram para o Sul no outono de 1988: formaram 08 milhões a menos do queno ano anterior.

Worldwatch Magazine

TODOS SÃO IGUAIS

“Apenas algumas espécies de mamíferos – mais populares e considerados‘simpáticos’, como baleias e golfinhos – são protegidos e recebem tratamento legaladequado. Mas é importante cuidar da preservação de outras espécies, sobretudo dosinsetos, de determinados peixes, dos anfíbios, dos répteis e da flora em geral, sob pena dequebrarmos os elos essenciais que mantêm coesos os diferentes ecossistemas.”

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Brian Gaffney, The Ecology Center Newsletter

A POLUIÇÃO DO SUBSOLO

ESTAMOS NAUFRAGANDO

“ Nos oceanos se encontra armazenada 97% da água do planeta, e 2% do total estácongelada. Para consumo humano, usamos o 1% que resta – 04 trilhões de litros por dia -,obtido na superfície da Terra (em rios, lagos e nascentes) ou extraídos do subsolo.”

The National Coalition Against Pesticide Use

UMA FONTE PRECIOSA

“Atualmente, quase 60% da população mundial depende da água do subsolo parabeber. Não é de surpreender, assim, que a descoberta da contaminação do subsolo, emmuitos países, tenha gerado tanta preocupação.”

Velma Smith Environmental Action

DE ONDE VEM?

“ A água que se cumula no subsolo é a água que penetra na rocha, através de fendase da porosidade existentes na superfície. Boa parte desses reservatórios naturais são de águapura. Em vários casos, ela permanece anos, ás vezes séculos, sem ser usada. Mais de 90%das reservas de água potável do planeta estão no subsolo, no chamado lençol freático.”

The Water Pollution Control Federation

O PROBLEMA

Gasolina e outros líquidos poluentes acabam vazando de seus reservatórios emisturam-se à água do subsolo. Vazamento de fossas sanitárias, agrotóxicos e resíduosquímicos também causam contaminação. Um caso grave ocorreu em 1987: o lixo químiconão tratado do Pólo Petroquímico de Camaçari, Bahia, foi absolvido pelo solo e infiltrou-se no lençol freático da região do rio Capivara Pequeno, considerada a mais importantereserva local de água mineral.

A SOLUÇÃO

“Não conhecíamos o subsolo(...), não sabíamos o quanto ele é vulnerável àpoluição. Agora, só continuaremos a ter água potável se fiscalizarmos melhor a qualidadeda água que corre sob nossos pés.”

The Water Polluition Control Federation

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QUANTO LIXO

FALTA DE ESPAÇO

São montanhas e montanhas de detritos, “lixões” urbanos oficiais ou clandestinos eaté “exportação” de lixo dos grandes centros para cidades do interior, ou devido aoesgotamento de aterros sanitários e à falta de usinas de compostagem. Somente São Pauloproduz 12 mil toneladas por dia, e o lixo domiciliar cresce 5% ao ano.

... E O PLÁSTICO AVANÇA

“Ninguém sabe estimar a quantidade de restos de plásticos que sujam os oceanos.Fala-se em cerca de 160 mil toneladas, apenas em embalagens e linha de pescar, jogadas aomar a cada ano por pescadores e marinheiros. E outras milhares de toneladas do lixoindividual de banhistas, dos barcos de passeio e das fábricas.”

RESÍDUOS PERIGOSOS

Uma parte do lixo industrial ( 7% ou cerca de 190 mil ton/ano na regiãometropolitana de São Paulo)é composta de materiais considerados perigosos: resíduossólidos ou mistura de sólidos cuja inflamabilidade, poder corrosivo e toxicamente podemtrazer riscos à saúde pública. Inúmeros pontoas de despejo de lixo perigoso estão em áreasde proteção de mananciais, onde se capta a água. Esses lixões e aterros muitas vezes sãofreqüentados por comida, papel, roupas e utensílios. Há ainda a presença de animais –porcos e vacas – que se alimentam de resíduos contaminados, também ajudando a espalharo perigo.

O PROBLEMA

“O problema da destinação final do lixo é consequencia de um modo de vidabaseado no preparo e consumo rápidos de produtos e na facilidade existente em ‘ jogar nolixo’. Nos últimos trintas anos, o lixo do mundo multiplicou-se por três, principalmente porembalagens.”

Renew America

A SOLUÇÃO

“ O poder público e as indústrias precisam juntar forças para construir mais aterros eincineradores, além de adotar a reciclagem. O bom senso recomenda: desperdiçar menos ereciclar mais.”

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POUPAR ÁGUA E ENERGIA É POUPAR A NATUREZA “Alto rendimento, em termos de energia, significa obtermos os mesmos resultados, ou

melhores, com menor consumo.”Cristopher Flavin e Alan B. Durning

Depois do “choque de petróleo” e da crise energética dos anos 70, já nosfamiliarizamos com a idéia de que é preciso economizar energia. Combustíveis alternativoscomo o álcool, aparelhos domésticos e aquecedores bem regulados poderão fazer nossasdespesas diminuir bastante. Energia solar ainda é cara por causa do equipamentonecessário, mas em poucos anos poderá compensar o investimento... E, daí em diante, olucro será todo nosso. Um argumento de peso!

Mas até aqui ainda não estamos considerando o meio ambiente como um todo. E,em função disso, cria-se a impressão de que economizar energia – e água – não é assuntorelevante para a ecologia. Afinal, que diferença pode fazer tomar banhos mais rápidos eandar mais a pé, em relação ao meio ambiente já tão maltratado, e há tanto tempo? Aresposta é simples: muita, enorme diferença!

Se você queima menos óleo, carvão ou madeira, haverá menos emissão de dióxidode carbono e outros gases venenosos na atmosfera. Com isto o aquecimento da superfíciedo planeta começará a voltar em equilíbrio.

Se as usinas termoelétricas não precisarem queimar tanto carvão, haverá menoschuva ácida, menos erosão do solo e menor poluição do ar.

Com menor consumo de eletricidade, haverá quantidade menor de lixo radiativo, nocaso de usinas nucleares, e menos barragens para a hidrelétricas terão de ser construídas,evitando inundação de vastas áreas de terra produtivas.

Menor quantidade de petróleo extraído do solo significa menor agressão à fauna e àflora dos locais de perfuração, menor quantidade de óleo a ser transportado e menor riscode acidente com os grandes petroleiros.

Quanto à água, poupá-la não é providência a ser tomada apenas em tempo de seca,quando as represas entram em estado crítico. Cada gota de água desperdiçada é uma gota amenos em um rio ainda não poluído, em uma corredeira necessária á desova dos peixes, emum riacho que da vida e um vale densamente povoado. Ou a um vale simplesmente lindo.

O consumo controlado de água reduz também a quantidade de produtos químicos ede energia necessários ao tratamento e a purificação dos esgotos. Reduz-se a quantidade deenergia para levar a água até a sua casa e para aquece- lá. E, já que o aquecimento é osegundo responsável pelo consumo doméstico de eletricidade, isto não é pouca coisa!

Mas que ninguém pense que, por ser pouca, uma coisa deixa de ser importante. Se épara poupar a natureza, as mínimas atitudes são sempre muito bonitas. A tarefa hercúlea dedevolver ao homem equilíbrio em que sempre se manteve com relação ao seu hábitat, deixade ser assustadora, se a dividimos em várias partes – de modo que possamos, nós mesmos,em nossa vida pessoal, tratar e ir mudando de idéias e hábitos. As lâmpadas e chuveiros dealto rendimento, por exemplo, são a prova consciência ecológica. E, na verdade, aspequenas mudanças que introduzimos em nossas vidas já vêm tendo considerável impactono total da energia poupada.

Quando pela primeira vez falou-se em crise de energia , em 1973, até as previsõesmais otimistas - de que nossa taxa de crescimento teria de ficar limitada a um aumento de,no máximo, 20% no consumo de energia- partiam do pressuposto de que teríamos de

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reorganizar nossa vida em nossa vida em sociedade para alcançar algum sucesso, ainda quemodesto. Em 1987, o mundo consumiu 44% menos energia do que fossem mantidos osvelhos hábitos de desperdício e de mau uso de nossos recursos. E isto sem a necessidade demedidas drásticas, sem passar frio em casa, sem esquecer o conforto do automóvel, semprecisar desligar a televisão.

Podemos economizar energia pela adoção de medidas simples, de baixo custo, queimplicam apenas em pequenas alterações nos nossos hábitos. Uma boa notícia, aliás, paratodos aqueles que, de um modo ou de outro, estejam preocupados em salvar a Terra!

Katina Lutz, revista Home Energy

ATITUDE SIMPLES

ADOTE UM DETERGENTE LIMPOO mercado brasileiro consome anualmente 300 mil toneladas de detergente em pó e 150

mil toneladas de detergente liquido

Os fosfatos, compostos químicos à base de fósforo, são encontrados na maior parte dosdetergentes. Os fabricantes empregam essas substâncias porque elas separam os óleos egorduras da superfícies que estão sendo limpas. Infelizmente, os fosfatos apresentam gravesconseqüências a ecologia. Na água de um rio por exemplo, esses produtos causam achamada ”maré vermelha”, isto é, superfertilizam as algas, fazendo-as crescer e ritimoacelerado. Quando a alga morre, no fim de seu ciclo natural de vida, a bactéria necessáriapara sua decomposição é mobilizada em altíssimas quantidades e o processo químico doqual participa utiliza todo o oxigênio do meio ambiente, em prejuízo das demais formas devida daquele determinado nicho ecológico. Ao fim de pouco tempo, todo um ecossistemasestá ameaçado.

VOCÊ SABIA?

Muitos detergentes também contêm alvejantes e enzimas, que “ quebram” asmoléculas de proteínas como as de ovo e do chocolate( manchas muitos comuns nasroupas). Cuidado! Esses produtos podem causar alergia.

O QUE FAZER

Use menor quantidade de detergente. De acordo com a revista americana ConsumerReport, os fabricantes recomendam o uso de quantidades superiores à necessária.

Compre detergentes biodegradáveis, que se decompõem e agridem menos ao meioambiente. Certifique-se de que o detergente é biodegradável, pois existem muitos produtosnão regulamentados sendo comercializados no Brasil.

Procure alternativas. Uma mistura de bicarbonato de sódio e água serve para limparbanheiros, cozinhas e tapetes. Sal de cozinha pode ser útil no polimento e vinagre bancodestilado, misturado meio a meio com água, é ótimo para limpar vidros, azulejos e vasossanitários. Utilize limão para polir metais e solução de azeite par tirar manchas da madeira.

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MUDE OS HÁBITOS NA COZINHAA produção brasileira de embalagens, entre papelão, vidro, alumínio e folha de flandres,

está perto dos 04 milhões de unidades ( 3,94 milhões em 1989)

A cozinha é um excelente lugar para se começar a criar uma nova consciênciaecológica, integrando-a a seu dia a dia. Cada vez que você decidir alterar um velho hábito,substituindo-o por uma atitude de preocupação com o meio ambiente, estará contribuindopara a mudança de hábitos do país. Em alguns casos, talvez seja preciso trocar um produtobarato por outro um pouco mais caro, porque neste momento, com a pequena demanda, assoluções alternativas nem sempre são as mais baratas do mercado. Mas, com certeza, àmedida que a procura por produtos alternativos aumentar, os preços começarão a cair.

VOCÊ SABIA?

Seus filtros de café, tolhas de papel e outros utensílios só são branquíssimos porqueforam alvejados por processos químicos. O processo de alvejar, apesar do efeito estético,tem o grave defeito de criara a dioxidina, um produto altamente tóxico, que está sendodespejado nos rios e mananciais.

Em muitos casos, o papel é alvejado, mesmo que para ser usado apenas uma vez ejogado fora. Por exemplo nos filtros descartáveis de café.

Para tornar aderente o filme transparente de PVC (usado para embalar alimentos) osfabricantes usam “plastificantes” que, em contato com o alimento, os contaminam.

A folha de alumínio é feita de bauxita, minério muito encontrado no norte do brasil,onde a floresta amazônica é devastada para se tirar a bauxita do solo.

O QUE FAZER

Reaproveite as embalagens para guardar comida na geladeira, em vez de usar papel– alumínio ou filme de PVC.

Use coador para café de pano ou de “vida longa”, já disponível no mercado(essefiltro de café substitui 02 mil filtros descartáveis e vai no mesmo suporte plástico que osfiltros de papel).

Na cozinha, use panos em vez de toalhas de papel. Depois é só lavá-los e reutilizá-los .

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PEGUE O TELEFONE

Parece bobagem? Que efeito tem o telefone sobre o meio ambiente? Na verdade,este utensílio da civilização moderna pode ser exatamente valioso para a coleta deinformações. De que adiante as pessoas guardarem latas e garrafas para ser recicladas, senão sabem onde entregá-las?

Não há duvida de que é um item de extrema importância, por isso convidamos vocêa começar, por sua conta, sua própria pesquisa. Leia este livro, familiarize-se com algunstermos e com as questões que levantamos aqui... e ponha mão á obra! Saia pela sua cidade eveja o que encontra. Com certeza as surpresas serão muitas.

Telefone à empresa que lhe manda as contas de luz:

Informe-se se podem enviar um técnico a sua casa, para uma revisão de fiaçãointerna e externa.

Pergunte se existem folhetos informativos sobre a racionalização do consumo deenergia elétrica.

Telefone à empresa que lhe manda as contas de água:

Pergunte se recomendam algum modelo especial de torneiras ou chuveiros queconsomem menos água. Peça folhetos ou qualquer material de divulgação relativos àeconomia de água domiciliar.

Telefone ao serviço de atendimento ao consumidor de sua cidade:

Indague sobre produtos nocivos à saúde que estejam à venda no mercado.

Telefone a um centro de reciclagem de materiais:

Como encontrá-lo? Procure nas Páginas Amarelas. Telefone à AdministraçãoRegional da Prefeitura mais próxima de sua casa, ou para a Secretaria do Meio Ambiente

Ligue para lá. Pergunte que materiais recolhem, se têm coleta domiciliar ou se vocêpode entregar o material na própria usina.

Veja o que encontra nas páginas amarelas sobre: - Reciclagem - Serviços relativos ao meio ambiente- Serviços de lavagem de fraldas de pano

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NÃO PINTE COM QUALQUER TINTAOs americanos consomem 12 milhões de litros de tinta por dia, enquanto o consumo

brasileiro é aproximadamente 2,4 milhões de litros por dia.

Pintura as casa. Uma decisão importante. Você deve escolher não apenas a nova cor,mas também o tipo de tinta que vai usar, o que fazer com a tinta que sobrar... Todas essasrespostas devem levar em conta o impacto que terão sobre o meio ambiente.

VOCÊ SABIA ?

De acordo com as autoridades especializadas da cidade de San Francisco, nosEstados Unidos, a tinta de parede e seus assemelhados são responsáveis por 60% dosdejetos potencialmente poluentes lançados no meio ambiente por pessoas(não pelasindústrias). Estão incluídos nessa lista as tintas a óleo, o thinners, os solventes e os produtospara polimento. O pigmento que dá a cor à tinta a óleo é produzido quase sempre a partir demetais pesados, como o cádmio e o dióxido de titânio.

Não apenas tinta óleo é tóxica; são tóxicos também os elementos a partir dos quais atinta é produzida, além dos dejetos de processo de fabricação. Sempre que o dióxido detitânio é usado, por exemplo, resultam detritos líquidos, e este “lixo” contém ácidosulfúrico, metais pesados e hidrocarbonetos clorados.

Em hipótese alguma jogue tinta sobre a terra, sob o risco de contaminar o subsolo.Nem deixe aberta as latas de tinta a óleo, pois os produtos resultantes da evaporação sãoaltamente tóxicos.

O QUE FAZER

Manuseie cuidadosamente os restos de tinta. Se a tinta for látex, deixe a lata aberta,ao ar livre, para que o líquido evapore, e jogue os resíduos sólidos na lata de lixo. Mas nãopense que o processo de evaporação é rápido: pode levar, às vezes, até um ano.

Limpe cuidadosamente os pincéis(no caso do látex). Não os lave sobre a grama ou aterra: a tinta infiltra-se e alcança o subsolo. De preferência, lave-os numa pia, em águacorrente, pois assim a tinta será levada para uma estação de tratamento de água.

Procure se desfazer de maneira racional dos restos de tinta: venda-os ou doe paraalguém que precise.

É PNEU QUE NÃO ACABA MAISA produção anual de pneus no Brasil está em torno de 25 milhões de unidades.

Os pneus têm grande impacto sobre o meio ambiente, muito maior do que vocêimagina. Com manutenção adequada, é possível economizar e energia e os recursos gastosem sua manufatura; assim, você ajuda a evitar a poluição gerada pela fabricação deborracha, economiza gasolina e diminui a quantidade de problemas criados “lixões” depneus. ( Os pneus, pela forma que têm e pelo fato de não serem biodegradáveis, acumulam

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água parada, local perfeito para a proliferação de mosquitos, inclusive o da dengue, queainda é um grave problema de saúde no Brasil.)

VOCÊ SABIA?

Aproximadamente 250 milhões de pneus são jogados fora por ano apenas nosEstados Unidos. Existem bilhões de pneus atulhando os depósitos de lixo americano.

É preciso meio barril de petróleo bruto para produzir a borracha de um único pneude caminhão.

Velocidade mais baixa desgasta menos o pneu. A 105 km/h o pneu se desgasta 50%mais do que se estivesse a 80 km/h.

Pneus radiais fazem aumentar a quilometragem por litro de combustível.Os pneus nacionais têm garantia de cinco anos, a partir da data de fabricação. A

garantia cobre defeitos de mão de obra, processamento de matéria-prima. O consumidorque tiver dúvida sobre a qualidade dos pneus de seu carro pode solicitar uma análise em emqualquer revendedor autorizado, mas de preferência no local onde a mercadoria foicomprada.

De acordo com os fabricantes, os pneus sem câmara são mis seguros e duram maistempo.

A pressão dos pneus.

Pouca gente sabe que a calibragem dos pneus tem influência sobre o meio ambiente.A calibragem correta não só ajuda a preservar o pneu, evitando o desgaste de mododesigual ou seja prejudicado pelo superaquecimento, mas também economiza combustível.Se o pneu do carro estiver apenas 30% abaixo da pressão recomendada, poderá metade desua vida útil. Leia o manual do proprietário para conhecer as especificações do fabricantepara o seu modelo de automóvel.

Reciclando

Tiras ou “retalhos” de borracha podem ser misturados ao asfalto para apavimentação de estradas, playgrounds e pistas de atletismo. Através da mistura daborracha, pode-se aumentar a vida útil das áreas pavimentadas em mais de 400% e reduzira quantidade de materiais empregados no revestimento.

Pneus de carros, caminhões e outros veículos podem ser recauchutado, mas ospneus excessivamente gastos ou com cortes laterais, bolhas etc. ficam excluídos darecapagem ou recauchutagem. A vida útil de um pneu recauchutado é de 30 a 40 milquilômetros – se for pneu comum – e de 80 a 100 mil quilômetros – se for pneu radial.

No Brasil, muitas empresas clandestinas estão no ramos da recauchutagem. E já queos pneus novos e recauchutados têm a mesma aparência, não se arrisque: compre de lojacom tradição no mercado.

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O QUE FAZER

Compre pneus de maior vida útil. Se não quiser recapá-los, venda-os pararecapagem, pois assim não serão misturados ao lixo comum.

Controle atentamente a pressão dos pneus de seu carro, mas faça isso sempre comos pneus frios.

Faça um rodízio de pneus a cada 05 mil quilômetros – os pneus ligados à tração docarro, se desgastam mais rapidamente.

Periodicamente, alinhe a direção e balanceie as rodas. Quando trocar um pneu velho por um novo, recomenda-se trocar também a câmara,

pois ela perde a elasticidade e as dimensões originais.

NÃO ENTRE EM FRIASão fabricadas no Brasil uma média de 720 mil geladeiras por ano.

Os especialistas em energia não se cansam de repetir que é possível poupar bastanteenergia com a simples providência de manter em boas condições de uso oseletrodomésticos, como os refrigeradores.

Isto é fácil de dizer. O difícil é saber o que fazer. A seguir, damos algumas dicas decomo economizar energia, mas é apenas um começo; procure mais informações nasempresas fornecedoras de energia elétrica de sua cidade.

VOCÊ SABIA?

Mais de 25% do consumo de eletricidade no apartamentos urbanos é relativo apenasao consumo dos refrigeradores.

Geladeiras dúplex consomem 108kw ao mês, enquanto as comuns consomem 30kwao mês.

Se você mantiver seu refrigerador ou freezer apenas 5° abaixo da temperaturaindicada pelo fabricante, seu consumo de energia aumentará em 25%.

Quando abrimos a geladeira, o ar frio escapa e o ar quente entra . para voltar àtemperatura anterior(mais baixa), a geladeira irá gastar mais energia do que simplesmentetivesse de manter o frio.

Geladeira cheia consome menos energia. A comida retém o frio.

O QUE FAZER

Verifique se há uma camada fina de gelo sobre os alimentos. Se isso acontecer,diminua a temperatura.

Cubra os alimentos para evitar a formação de gelo. Não coloque o refrigerador perto do fogão ou de outra fonte do calor. Verifique periodicamente a borracha que veda a porta da geladeira, pois ela impede

a entrada de umidade no aparelho e, consequentemente, evita desperdicio de energia.Mantenha as portas da geladeira sempre limpas

Para um melhor funcionamento, limpe uma vez por ano o condensador, que fica nofundo ou em baixo da geladeira. Há escovas especiais para esse serviço.

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Cuidado com geladeiras velhas, pois são uma ameaça ao meio ambiente. O gás CFCusado no sistema de refrigeração pode vazar, ameaçando a camada de ozônio que envolve oplaneta.

DE FORNO E FOGÃOA produção nacional de fogões é de 100 mil unidades ao mês, parte da qual é exportada.

Preste atenção a sua maneira de cozinhas. Não só nos temperos e ingredientes quevocê utiliza, mas também no tipo de panela e na madeira que coze os alimentos. Suametodologia de forno e fogão influencia também seu consumo de energia.

VOCÊ SABIA?

Cada vez que se abre a porta do forno, a temperatura em seu interior diminui entre15 e 25 C°. E, para aquecer o forno novamente, será necessário mais gás ou eletricidade.Isto significa energia – e dinheiro – desperdiçada.

O forno de microondas está se tornando mais popular, mas atenção: ele consome 2400 W/ hora e a energia elétrica, no Brasil, é mais cara que o gás.

Torradeiras consomem menos energia que fornos. Panela de água tampada ferve mais rápido do que panela destampada. Panelas de vidro ou cerâmica absorvem mais calor, por isso consomem menos

energia.

O QUE FAZER Tampe a panela se estiver fervendo água e alimentos. Procure deixar a tampa do forno fechada ao máximo possível quando estiver

assando.“Ouça” a comida que você está preparando, bem como as panelas que utiliza. Se

escutar assobios, ruídos agudos ou qualquer barulho anormal, talvez o fogo esteja muitoalto.

Use panelas menores para economizar energia(demora mais tempo para aqueceruma superfície maior) e panelas de pressão(apressam o cozimento).

A chama deve apresentar coloração azulada. Se estiver amarelada, é sinal de que osqueimadores estão desregulados au sujos. Limpadores de cachimbo são perfeitos paradesentupir as entradas de gás.

REGULE O MOTOR DO CARRONa região metropolitana de São Paulo circulam 05 milhões de veículos, lançando 06

toneladas de poluentes por dia.

Os carros representam uma séria ameaça á ecologia. No Brasil, porém, contamoscom um agravante: existem três tipos de gasolina sendo comercializados(com 22% deálcool, 13% e 0%), para motores a gasolina fabricados para funcionar com mistura de 22%de álcool(os motores a álcool funcionam com 3% de gasolina). Isso atrapalha o controle dapoluição.

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VOCE SABIA?

A gasolina que usamos no Brasil contém chumbo, o que representa um terrível riscopara o meio ambiente. Lançando à atmosfera pelo escapamento dos veículos, o chumbopode causar disfunções no fígado, rins e cérebro. O monóxido de carbono que também éexpelido pelos escapamento dos veículos, o chumbo pode causar disfunções no fígado, rinse cérebro. O monóxido de carbono que também é expedido pelos escapamentos o que podecausar problemas respiratórios.

Carros a álcool produzem 50% menos monóxido de carbono (CO) do que os carrosa gasolina. Mas os carros a álcool produzem os aldeídos, que a longo prazo produzemcâncer. Os veículos movidos a diesel expelem dióxido de enxofre, que podem provocarcoriza, catarro e problemas pulmonares.

Uma redução de 2 a 4% no teor alcoólico da gasolina para automóvel aumenta em50% a emissão de monóxido de carbono.

Se todos os carros a álcool da cidade de São Paulo fossem convertidos paragasolina, a poluição seria inviável viver nesta cidade. Mesmo se toda a frota paulistanafosse de carros a álcool, São Paulo continuaria poluída.

Preocupado coma a poluição, o governo brasileiro criou em 1986 o Proconve(Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). A meta ´q eu em1997 os carros brasileiros passem a emitir 02 gramas de CO por quilômetros rodado (hoje,esse níveis alcançaram 24 gramas por quilômetros rodado, nos carros produzidos a partir de1988). Noventa por cento da poluição paulistana provém dos veículos a motor. Nacampanha da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental entre 29 dejunho e 6 de julho de 1990, 63% dos carros foram reprovados quanto à regulagem dosmotores, contra 70% nos anos anteriores.

O QUE FAZER

Evite locais de tráfego intenso; procure roteiros alternativos. Nas grandes cidade,nem sempre o caminho mais curto é necessariamente o que toma menos tempo. Emcongestionamentos, o veículo polui duas vezes mais.

Mantenha seu carro bem regulado. É o modo mais simples de economizarcombustível . um carro bem regulado chega a consumir 9% menos combustível que outro,cujo o motor esteja desregulado. E isto apresenta 09% menos de emissões tóxicas.

Mantenha um controle rigoroso do rendimento de seu carro por litro de combustível.Assim, se observar um repentino aumento de consumo , saberá que o motor está precisandode regulagem.

Não deixe o motor ligado desnecessariamente. Dar a partida consome menoscombustível do que manter o motor funcionando. Em um minuto de motor ligado, oconsumo é maior do que dar a partida novamente.

Mantenha sempre limpos os filtros de ar, velas, carburador, platinado eescapamento: assim você diminui o seu consumo de combustível.

Não carregue o carro com o peso excessivo. A cada 50 quilos de peso extra que seucarro carrega, o consumo de combustível aumenta mais de 1%.

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Faça pressão para que as montadores instalem um conversor catalítico (oucatalisador) nos automóveis. Se esse peça fosse instalada, reduziria significativamente osíndices de poluição atmosférica.

Pressione o governo a adotar uma política de combustível, e assim ajustar o tipo degasolina produzido pelo país ao tipo de motor produzido pelas indústrias automobilísticas.

UM ROMBO NO CÉUEm 1987, a Nasa – Agência Espacial Americana- registrou a maior destruição da camada

de ozônio sobre a Antártida; observou-se um buraco dentro de uma faixa de 12 a 22quilômetros de altura.

Proteger a camada de ozônio e um dos maiores desafios que a humanidade já tevede enfrentar. O problemas é grave e urgente, mas não escapou totalmente ao controle , poisa camada de ozônio ainda existe e nós podemos salva-la.

Para sabermos o que fazer, é preciso entender os mecanismos que vêm causandoessa destruição.

VOCÊ SABIA?

A camada de ozônio está sendo destruídas por gases industriais (osclorofluorcarbonos, ou CFCs, e halons) presentes nas casas e escritórios em todo o mundo.

No início, os CFCs foram considerados inofensivos, e por esta razão passaram a serusados em nível mundial desde 1932.

E ainda são usados. O freon , empregado nos equipamentos de refrigeração, é umCFC.

Algum tipo de poliestirenos usados em materiais como o isopor são fabricados peloCFCs. Ao contrário do que você pode imaginar, os CFCs são liberados na atmosfera apenasdurante a manufatura desses materiais: também é liberado quando o produto é cortado ouquando suas moléculas se rompem. Por isso, aquela caixa de isopor que ajudou você aconservar as cervejas e refrigerantes na praia, durante o final de semana, pode estar, nesseinstante, destruindo átomos da camada de ozônio.

Durante muito anos, os CFCs foram usados em aerossóis, e ainda são em algunspaíses. No Brasil, no final de 1989, esse uso dos CFCs foi proibido pelo CongressoNacional.

Alguns extintores de incêndio para uso doméstico utilizam halons como gasespropelentes. Infelizmente, os halons atacam a camada de ozônio mesmo que o extintorjamais seja usado, porque o gás acaba vazando.

Os CFCs também retêm calor, contribuindo para o efeito estufa. Uma molécula de CFC dura cem anos na atmosfera.

A produção de CFCs no mundo movimentava, até 1989, a quantia de 28 bilhões dedólares.

O buraco na camada e ozônio sobre a Antártida é maior porque ali a concentraçãode cloro ativo é maior (na estratosfera, o cloro se dissocia da molécula de CFC, destruindoo ozônio).

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Os CFCs produzidos no Brasil são usados na produção de refrigeradores ( 70%) eespumas (17%); só os aerossóis para uso medicinal contêm CFC.

Os CFCs devem deixar de ser fabricados no mundo até o ano de 2010.

O QUE FAZER

Não compre extintores de incêndio com halons. Evite espuma de poliestireno. Isso inclui diversas embalagens, como isopor, além de

colchões ( evite espumas mais baratas ).Pense bem antes de comprar um ar-condicionado para o aumento de CFC na

atmosfera. Compre apenas aerossóis que não contenham CFC, identificados pelo selo “Não

contém CFC”, ou Inofensivo para a Camada de Ozônio”. Melhor ainda é não usaraerossóis, pois mesmo os que utilizam gases considerados inofensivos acabam agredindo omeio ambiente.

EVITE AS SACOLAS PLÁSTICASDe acordo com a entidade ecológica SAVE A TREE, é preciso uma árvore de 15 a 20 anos

de idade para fazer apenas setecentos sacos de papel.

Quando vamos ao supermercado, parece óbvio e natural guardarmos nossa comprasem sacos de papel pardo ou sacolas de plástico. Mas será que esses bilhões de sacos esacolas que carregamos todos os anos são realmente necessários?

Em geral, sacos de plásticos parecem mais práticos que os de papel mas não sãobiodegradáveis, além de serem fabricados a partir do petróleo, um recurso natural nãorenovável.

Os sacos plásticos, se jogados ao mar, podem acabar matando os animais marinhos,que são estrangulados ou engasgam ao engolir essas embalagens.

A tinta usada no saco plástico contem cádmio, um metal pesado e altamente tóxico.Assim, cada vez que um saco plástico impresso à tinta é incinerado, gases tóxicos sãoliberados na atmosfera.

Alguns supermercados italianos já suspenderam o uso de sacolas de plásticos. Os sacos de papel, por outro lado, são reutilizáveis e biodegradáveis, mas também

agridem o meio ambiente. Os sacos de supermercado são feitos de papel de virgem, nãoreciclado, porque os fabricantes afirmam que é necessário empregar papel de fibra longa,mais resistente, para o transporte de mercadorias pesadas.

Em 1988, foram distribuídos no Brasil cerca de 80 mil toneladas de sacos plásticos ede papel.

Nos Estados Unidos, começa a ser fabricado um plástico feito a partir do amido demilho, que não polui e se decompõem um ou dois anos. O QUE FAZER

Papel ou plástico? Pense duas vezes antes de escolher qualquer um dele no caso decompras pequenas. Reutilize os sacos posteriormente; os de papel são recicláveis.

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Melhor ainda: quando você for ao supermercado, leve uma sacola de pano ou umaoutra também resistente , ou ainda o carrinho de feira.

COMO É BONITO O MEU JARDIMNo mundo como um todo, os 15% mais ricos da população consomem um terço dos

fertilizantes do planeta.

O cuidado com o jardim está entre as atividades que raramente associamos àpreocupação com o meio ambiente. Porém, se você pensar que só nos Estados Unidosexistem aproximadamente 80 mil quilômetros quadrados de gramado e cerca de 600trilhões de mudas de grama plantadas, você perceberá que o problema de aguar, adubar ecortar a grama de todos estes jardins ganha importante dimensões, principalmente em nívelmundial.

Há alguns anos, os especialistas descobriram que grande parte da água consumidaem jardins residenciais seria para o cultivo de plantas que dificilmente se adaptariam àsregiões onde estavam sendo plantadas. Testes realizados demonstraram que plantas nativasque consumiam 54% menos água, eram mais saudáveis é correto o ponto de vistaecológico, mas também resulta em jardins mais bonitos e saudáveis.

Dicas para tornar seu jardim mais saudável

É perfeitamente possível manter um jardim saudável sem o uso de pesticidasquímicos.

Entre em contato com alguma entidade local, como o Departamento de Parques eJardins da prefeitura, para se informar sobre as plantas nativas.

Regue seu jardim de manhã cedo. Durante o dia, a evaporação de água é maior e ànoite aumenta o risco de proliferação dos fungos na grama.

As plantas que exigem pequenas quantidades de água não são apenas os cactus . hácentenas de espécies que se adaptam perfeitamente bem aos solos secos, como jasmins,glicínias e narcisos.

Boca de leão, lilases e magnólias atraem borboletas no jardim de sua casa. Chamepássaros com amendoim, árvores frutíferas e comedores.

Não faça queimadas de folhas e restos de grama, pois isso libera vapores tóxicos.Não coloque piso de concreto em seu jardim, pois o concreto impede os raios

solares de atingirem o solo. Opte por pedras, tijolos, madeira, ou ardósia, em cobrirtotalmente a terra.

Cavocar a terra melhora a drenagem e afasta os insetos que se alimentam de raízes.Plante antes da lua nova, pois a gravidade ajudará a planta a fixar as raízes.

SE LIGUE NAS PILHASNo Brasil, são consumidas anualmente de 800 milhões a 01 bilhão de pilhas por ano ( o

consumo americano é de 02 bilhões de unidades ).

As pilhas que você usa, por exemplo, em lanternas, rádios e câmeras fotográficas,têm influência sobre o meio ambiente. Talvez você ache difícil de acreditar. Mas as pilhasque usamos diariamente em casa contêm metais pesados, que são tóxicos.

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Deles, o mis comum é o mercúrio, que já pode ser considerado uma das principaisfontes de contaminação em inúmeros depósitos de detritos, perigosos ao meio ambiente.

As pilhas não são recicláveis; são jogadas fora no lixo doméstico, levadas aodepósitos e lá se enferrujam e acabam se abrindo, liberando assim o mercúrio e o cádmio,que penetram no solo. No caso de serem incineradas junto com o lixo, as pilhas liberam osmesmos metais na atmosfera, em forma de vapores tóxicos.

VOCÊ SABIA?

A exposição prolongada ao mercúrio é a causa de doenças graves e pode, inclusive,provocar alterações de comportamento. Por volta do século 17, os fabricantes de chapéus -que usavam mercúrio para tratar o feltro e as peles que trabalhavam – começaram a agir demodo estranho. Como ninguém sabia que aquele homens estavam desenvolvendoproblemas típicos de envenenamento por mercúrio, foram simplesmente tratados porloucos. Daí a expressão “doido como chapeleiro”, muito usada no idioma inglês eincorporada à literatura por Lewis Carroll em Alice nos País das Maravilhas, na figura doChapeleiro Maluco.

Pilhas alcalinas são mais econômicas, duram em média sete vezes mais do quepilhas comuns. Consequentemente , poluem menos. O índice de mercúrio nas pilhas brasileiras é de 2%, contra 0,8% nos paíseseuropeus, onde é maior a preocupação com a ecologia.

Nos Estados Unidos, 75% das pilhas usadas são alcalinas – 01% de mercúrio -,enquanto no Brasil apenas 08% são alcalinas.

Cerca de 50% da produção americana de mercúrio e 25% de cádmio é consumida nafabricação de pilhas.

Nos Estados Unidos e na Europa já se fabricam pilhas recarregáveis, mas não existeprecisão de se fabricar tais pilhas no Brasil. Os fabricantes alegam que o custo é muitoelevado.

O QUE FAZER

Procure usar cada vez menos aparelhos que necessitem de pilhas , ou opte poraparelhos que possam ser ligados à tomada (elétricos). Muitos equipamentos eletrônicosque aparentemente só funcionam com pilhas, podem ser usados na eletricidade, por meio deum conversor (informe-se nas lojas de material eletrônico) .

Use calculadoras que se recarregam com energia solar. Para fazer a pilha render mais, deixe-a sempre na embalagem quando não estiver

usando-a ; mantenha longe de outros equipamentos, caso contrário pode haver perda deenergia .

Colocar as pilhas na geladeira para que não se descarreguem é pura crendicepopular.

Pilhas grandes duram 32 vezes mais que as pilhas pequenas. Se puder, escolhaprodutos que utilizem as pilhas maiores.

Evite comprar brinquedos movidos a pilha. Com a publicidade que é veiculada hojecom dia, principalmente na televisão, a criança costuma pedir ao pai que comprebrinquedos eletrônicos. Substitua-os por brinquedos que despertem mais a criatividade – eque não sejam movidos a pilha.

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Pressione os fabricante brasileiros para diminuir o teor de mercúrio das pilhas e paraproduzir pilha recarregável !!!

BANQUE O DETETIVEO lar de uma família média americana possui hoje maior quantidade de produtos químicos

do que um laboratório de cem anos atrás.

Substâncias tóxicas existem em espantosa quantidade dentro de nossa casa,escondida por toda parte, nos artigos de limpeza e até nos produtos que usamos para ahigiene pessoal. Quando utilizadas, essas substâncias representam um perigo não apenaspara você e sua família, mas também para o ecossistema, a partir do momento em que sãofabricadas, até serem jogadas no lixo.

O que há de mais ameaçador em relação a isso é o fato de que fortunas são gastas,todos os anos, para nos convencer da necessidade desses produtos, de quanto são úteis eindispensáveis a nossa vida. Porém, a única verdade é que são perigosíssimos.

Felizmente, existem alternativas, produtos naturais de custo mais baixo e de fácilutilização, que podem ser usados em substituição ao produtos comerciais de alto teortóxico. Basta um pouco de atenção e “faro de detetive” para encontra-los.

VOCE SABIA?

Um pouco não pode ser considerado como não tóxico apenas porque é o que estáescrito no rótulo. Não existem leis que obriguem os fabricantes a informar, no rótulo, averdadeira fórmula de um produto, desde que o mesmo seja considerado “aprovado para oconsumo”, segundo os padrões de saúde pública. Talcos infantis, por exemplo, muitasvezes contêm amianto(partículas de amianto podem causar pneumoconiose – uma doençapulmonar – e até câncer de pulmão, e inaladas).

A expressão “não - tóxico” no rótulo de um produto, de modo geral pouco significa.Segundo a publicação Making The Switch, as indústrias americanas consideram não tóxicoqualquer produto que se enquadre nas especificações de órgãos oficiais de fiscalização. Emalguns casos, por exemplo, podem indicar que morreram menos de 50% das cobaiasexpostas as produto durante duas semanas, seja por inalação ou por ingestão.

As substâncias químicas disponíveis no mercado crescem de maneira alarmante. Ogoverno americano já listou 63 mil substâncias químicas comercializadas desde 1975; emmédia, são introduzidos no mercado 1.500 novos produtos por ano.

O QUE FAZER?

Descubra o tóxico oculto:

O método mais seguro é recorrer à literatura especializada, como revistas sobreecologia e saúde.

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Compre ou prepare produtos alternativos:

Ao adotar soluções alternativas, em substituição aos produtos tóxicos, você reduz orisco de contaminação para sua família, para você próprio e para o planeta. Apresentamos aseguir alguns exemplos que servem como “aperitivo”; cabe a você também mobilizar seu“faro de detetive” e assim descobrir mais alternativas naturais, mais saudáveis e, não raro,mais baratas do que os produtos industrializados.

São tóxicos:Os produtos para limpeza de fornos.

Alternativa:Usar água quente e palha de aço ou bicarbonato de sódio.

São tóxicos:Os “purificadores de ar” em latinhas. A rigor, não purificam nem perfumam nada.

Apenas obstruem o nariz, recobrindo as mucosas com gotículas de óleo. Muitos delescontém xileno ( tóxico para aparelhos digestivo e respiratório, pele e olhos ), etanol enaftalina.

Alternativa:Mistura de ervas naturais ou vinagre com suco de limão.

São tóxicas:As bolinhas de naftalina, comumente usadas para espantar traças, contém naftaleno

puro, que afeta o fígado.

Alternativa:Sachês com lavanda, lascas de cedro ou óleo de cedro. Mantenha as roupas sempre

limpas para evitar o acúmulo de ovos de traça.

São tóxicos:Aerossóis para repelir insetos, pois trazem em sua fórmula tetrametrina e fenotrina,

ambos altamente danosos para a vida aquática e para as abelhas. Essas substâncias sãoconsideradas “moderadamente tóxicas” pela Organização Mundial de Saúde, embora 15gramas delas já tenham causado a morte de uma criança.

Alternativa:Faça uma mistura de açúcar queimado, melado e água. Disponha em tiras sobre um

papel de coloração amarronzada. Essa é uma armadilha para insetos bem menos tóxica.Mantenha a cozinha sempre limpa. Para espantar baratas faça uma mistura de farinha, gessocalcinado, açúcar e bicarbonato de sódio. se quiser se livrar de formigas, espalhe borra decafé em pequenos pires ou outro recipiente aberto.

ABAIXO O ISOPORTodos os anos, os americanos produzem copos descartáveis de isopor em quantidadesuficiente para dar a volta na Terra 436 vezes.

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VOCÊ SABIA?A espuma de poliestireno é totalmente não - biodegradável. Daqui a quinhentos

anos, aquela embalagem de isopor em que serviram seu hambúrguer ontem ainda estarásujando a superfície da Terra.

Por causa de sua estrutura molecular – com vazios entre as moléculas -, o isoporocupa muito espaço em relação ao seu peso. Por isso, congestiona ainda mais os lixõesurbanos, já saturados.

O isopor é uma grave ameaça à vida marinha, pois flutua nos oceanos e parte-se empequenos pedaços, que podem ser confundidos com alimentos pelos peixes e outrosanimais marinhos. Quando, por exemplo, uma tartaruga marinha come isopor, altera seumacanismo de flutuação e mergulho. Sem poder mergulhar, acaba morrendo de fome.

O QUE FAZERNão existe isopor seguro. Simplesmente deixe de usá-lo. Não aceite embalagens de

ovos de isopor, prefira as de papelão, que são geralmente recicladas. Recuse também carnee outros alimentos em bandejas de isopor.

Nas lanchonetes de fast-food, não aceite comida que venha em embalagens deisopor. exija pratos de papel, que podem ser reciclados. Nos Estados Unidos, uma rede delanchonetes começou a usar embalagens recicláveis devido à pressão dos ecologistas.

NEM TUDO QUE NADA É PEIXEEstima-se que cerca de 50% das praias brasileiras estão poluídas por esgotos, vazamento

de petróleo ou efluentes líquidos (lixo tóxico).

Imagine uma praia paradisíaca no Brasil. Não seria de espantar que essa maravilha danatureza esteja contaminada. A poluição, muitas vezes invisível ao olho humano, é formadapor bactérias e produtos químicos das mais diversas composições. Ao nadar em águascontaminadas, você arrisca a saúde e corre o risco de pegar infecções, hepatite, desidrataçãoe outras doenças.

VOCÊ SABIA?Segundo cálculos de 1980, um projeto de despoluição da baía de Guanabara custaria

em torno de 1 bilhão de dólares. Existem ali redes de esgotos clandestinas e legais, e sãolançados os mais diversos tipos de lixo em sua águas. Em Maio de 1988, as praias doLeblon e Flamengo apresentavam taxas de 500 a 16 mil coloformes fecais (bactérias) por100 ml de água do mar – a taxa satisfatória é de 01 mil coliformes fecais por 10 ml segundoa Cetesb.

O rio Paraíba é outro exemplo da poluição de nossas águas. Em seus 1 137quilômetros de extensão recebe esgotos de mais de quarenta cidades do Vale do Paraíba(em 1986 foram jogadas 200 toneladas por dia, das quais 360 quilos são materiais pesadocomo o cádmio, chumbo e cromo). Apesar de todos esses detritos, o rio é responsável peloabastecimento de água de 1,5 milhão de pessoas e ainda deságua toda a sua poluição nomar. Nesta situação estão vários rios brasileiros.

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Ao norte de Salvador, na Bahia, está sendo ampliado o Pólo Petroquímico deCamaçari, que gera lixo tóxico, despejado no mar. Das 140 mil toneladas/ dia de detritostóxicos que serão produzidos, a empresa promete eliminar a toxicidade de 90% do total.

O QUE FAZER

Cobrar do governo uma política de controle da poluição das águas. Colabore não jogando lixo nas praias ( leve sempre um saco para recolher detritos )

e promovendo mutirões de limpeza – junto às prefeituras. Não leve cachorros à praia.Se as águas estiverem escuras e espumantes, procure outra praia.Depois de um dia de chuva, evite banho de mar, pois as águas das redes pluviais –

às quais se ligam os esgotos clandestinos – vão dar na praia.

APAGUE A LUZSão consumidas no Brasil uma média de 5 milhões de lâmpadas por ano.

Acione o interruptor de luz...e imagine como este gesto afeta o meio ambiente. Podeparecer estranho, porque não estamos habituados a pensar na questão da iluminação comoum problema doméstico, quase que particular; algo que acontece dentro, e não fora denossos lares. No entanto, a iluminação doméstica no Brasil é responsável por 20% doconsumo total de energia no país ( nos Estados Unidos, a proporção é a mesma ). Issosignifica que nossos hábitos domésticos, relativos à iluminação da casa e nossas escolhasem relação a este consumo têm um significativo impacto ecológico. Quanto mais energiafor consumida, mais usinas hidrelétricas terão de ser construídas, acentuando-se adevastação da flora e da fauna (veja item 40).

Existem vários métodos de se racionalizar a iluminação doméstica. O mais óbvio éconservar e economizar energia, como apagar luzes que não sejam necessárias. Outrométodo, menos óbvio e mais eficaz, é usar lâmpadas de baixo consumo e alto rendimento.

VOCÊ SABIA?Anualmente, os americanos compram cerca de 1 bilhão de lâmpadas.Lâmpadas fluorescente são mais caras, porém mais econômicas do que as lâmpadas

incandescentes, convencionais. As fluorescentes de um quarto a um terço de energia dosbulbos comuns; por exemplo, uma lâmpada incandescente de 60 w tem vida útil deaproximada de 750 horas, enquanto uma lâmpada fluorescente de 20 w fornecerá a mesmailuminação, com a vida útil de até 7.500 horas.

Ao trocar uma lâmpada tradicional por uma fluorescente, você estará contribuindopara evitar 500 quilos de CO2 sejam lançados à atmosfera, durante o período de vida útil dalâmpada convencional.

Substituir as lâmpadas convencionais por fluorescentes pode pesar um pouco maisno seu bolso na hora da compra, mas certamente a longa vida dessas lâmpadas tornará asreposições bem menos freqüentes.

Há 100 milhões de residências nos Estados Unidos. Se uma única lãmpadafluorescente for instalada em cada uma dessas residências, será economizada a energiaequivalente a aproximadamente o consumo de 60 milhões de lâmpadas incandescentes.

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O QUE FAZERPense na possibilidade de substituir alguma lâmpada incandescente por fluorescente

em sua casa.Atenção! Uma única lâmpada incandescente é eficaz do que duas menores,

instaladas em um lustre. Uma única lâmpada de 100 w, por exemplo, oferece iluminaçãoidêntica à de duas lâmpadas de 60 w e economiza eletricidade.

Nos lustres de três soquetes, experimente usar apenas duas lâmpadas. Mas, pormedida de segurança, coloque uma lâmpada queimada no soquete vazio.

Experimente usar lâmpadas incandescentes de maior rendimento do que as comuns– são as chamadas “longa vida”, que eqüivalem a seis lâmpadas comuns de 115 w ou duasde 200 w. Também estão disponíveis no mercado lâmpadas incandescentes maiseconômicas; assim, você pode substituir a lâmpada de 60 w por uma de 54 w e a de 100 wpor uma de 90 w.

Troque suas lâmpadas quando elas começarem a falhar. As lâmpadas rendem apenas80% do fluxo inicial no fim de sua vida útil, gastando a mesma quantidade de energia.

Tire o pó das lâmpadas. Por incrível que pareça, lâmpadas empoeiradas gastam maisenergia.

Da energia que uma lâmpada consome, apenas 10% se transformam em luz, o restose converte em calor. Por isso, aproveite mais a luz do sol para leituras e trabalhos – é degraça e não polui.

O DIA-A-DIA DA SAÚDEO cigarro é fonte mais comum de poluentes em escritórios, residências, restaurantes e

centros de lazer – constitui 80% da poluição

Seu bem-estar está diretamente ligado à ecologia. Sua maneira de se vestir, de comer, seushábitos e passatempos influenciam o meio ambiente.

VOCÊ SABIA?O homem encontra-se no fim da cadeia alimentar e a poluição tende a matar

primeiro os predadores finais. Assim, por exemplo, a poluição dos mares atinge osmicroorganismos marinhos e larvas de peixes em doses que não são suficientes para matar.Esses animais marinhos vão acumulando substâncias tóxicas durante a vida, até servirem dealimento para peixes maiores, que também vão acumulando toxinas; esses peixes, por suavez, alimentam focas e baleias, que acumulam ainda mais substâncias tóxicas. O homemcome esses peixes com toxinas, além da carne de gado e tantos outros alimentoscontaminados pela poluição.

O QUE FAZERCuidado com i flúor que você ingere(em creme dental, na água de algumas cidades

e em muitos alimentos, por causa do solo onde são cultivados). Mais de 4mg por dia podecausar problemas nos dentes e nos ossos.

Corte o cloro presente em alvejantes, desinfetantes e outros produtos de limpeza.Ele também é usado na fabricação de papel, no refino de açúcar, na manufatura de tintas ecorantes e na prevenção de vegetais congelados. O cloro é uma substância química muito

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relativa e combina –se com outros elementos químicos que se tornam perigosos para o meioambiente e para a saúde.

Evite meias de náilon. Elas foram inventadas pela empresa química americana DuPont, em1938. Nesse primeiro ano foram vendidos 03 milhões de pares de meia. Na época,pareciam durar mais do que as meias de seda; hoje em dia, porém, viraram artigodescartável. Cuidado! Meias de náilon não são biodegradáveis e podem causar problemasde saúde. Use meias de algodão ou, simplesmente, não use meias.

Doenças manos graves, picadas de inseto e machucaduras leves podem ser tratadascom produtos naturais, como ervas, mel etc.

Em nosso dia –a –dia estamos expostos à radiação. A tela do televisor libera ummodesto nível de radiação eletromagnética, que pode afetar crianças pequenas se estiveremsentados próximo à tela. Tente não assistir à televisão durante longos períodos de tempo efique pelo menos 02 metros do televisor.

Monitores de computador também emitem radiação, prejudicial ao digitadores. Porisso, se você está trabalhando com computadores, faça intervalos regulares de hora emhora, ande um pouco, de preferencia ao ar livre. Mulheres grávidas devem evitar o contatocom computadores.

A maior fonte de energia radiativa absorvida provem dos raios X, por isso se vitaispara se exponha a eles apenas o estritamente necessário. Quando for tirar algumaradiografia, proteja o resto do seu corpo com algum tipo de avental a base de chumbo, emespecial os órgãos de reprodução. Mulheres grávidas não podem tirar radiografias.

Evite lavagens a seco. Nesse tipo de lavagem são usado solventes em vez de água;os mais comuns são os triclorofluoretileno (um CFC) e percloroetileno, ambos tóxicos. Ocontato a longo prazo com estas substâncias pode causar danos aos órgãos do corpo eaumentar o risco de câncer, além de provocar náuseas e tonturas. Já foram registrados casosde desmaios de pessoas que transportavam no carro roupas recém – lavadas a seco e aindaúmidas. Alguns dos solventes usados também destroem a camada de ozônio e deveriam serbanidos. Por isso evitem roupas que necessitem de limpeza a seco e caso contrário, pendure- as ao ar livre antes de usá-las ou guardá-las; dessa maneira os produtos químicos irão sedispensar no ar.

Evite lençóis e tecidos que dispensam o uso de ferro de passar. De acordo com apublicação americana The Nontoxical Home, esses tecidos são tratados com resíduos deformaldeído, “ aplicados de tal forma que o formaldeído prefira fibras naturais ou, pelomenos diminua os cigarros que você consome por dia. Além de ser prejudicial à saúde, afumaça do cigarro queimando é mais poluente do que a expelida pelo fumante.

ANIMAIS EM EXTINÇÃO Nas décadas de 70 e 80 dobrou o número de animais em extinção no brasil, de 86 espécies

para 202 espécies. Sete foram consideradas extintas.

Dez por cento de todas as espécies vivas do planeta estão ameaçadas de extinção.Obcecado pelo lucro fácil, o homem mata indiscriminadamente . Mas, como consumidor.Você tem nas mãos um grande poder. Use-o para defender a sobrevivência da sespéciesameaçadas.

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VOCÊ SABIA?

Em 1979 existiam 1,5 milhão de elefantes na África; atualmente, são 750 mil. Nesseritimo, os elefantes estarão extintos no ano 2000.

Os rinocerontes também estão ameaçados de desaparecer do planeta. Eles têm sidocaçados há mais de mil anos e em 1987 existiam apenas alguns milhares de animais. A caçaao rinoceronte se deve a uma antiga superstição, segundo a qual seu chifre tem poderesmágicos e medicinais.

O mercado comum Europeu importa anualmente do Brasil 200 mil papagaios(nomundo, são comercializados 500 mil). O Papagaio - dourado é um dos mais cobiçadospelos colecionadores e poderá desaparecer em seis anos. Mas a situação do papagaioBrasileiro é muito pior: existem apenas quinze exemplares. É vital para os nossos papagaiosa proteção à Mata Atlântica.

A Arainha – Azul – de - Lear é uma das espécies da fauna brasileira mais ameaçadade extinção. Restam apenas 61 aves no norte da Bahia, onde estão sendo perseguidas pelosfazendeiros por invadirem as plantações em busca de milho.

No Pantanal, milhões de animais são mortos todos os anos .A situação da baleias, golfinhos, peixes – boi, tartarugas e outros animais marinhos

também é preocupante.

O QUE FAZER

Não compre marfim, peles ou quaisquer produtos extraídos de animais em perigo deextinção. O boicote é a grande arma do consumidor. Recentemente, nas Islândia, a carne debaleia teve o seu preço diminuído e muitas baleias foram salvas por pressão dosconsumidores.

Participe de movimentos a favor da preservação do consumidores. Não cace por esporte.

HISTÓRIAS DE PESCADOR O Brasil poderá ficar, dentro de alguns anos, sem cardumes de sardinha, se continuarem

sendo apanhados peixes que nem sequer atingiram a idade de reprodução.

Os dado do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo traduzem a situação da pescapredatória no Brasil: em 1973, uma frota de duzentos barcos pescou 228 mil toneladas desardinha nas costas brasileiras. Em 1986, o total pescado caiu para 125 mil toneladas. Em1989, com uma frota de quatrocentos barcos, foram apanhadas apenas 82 mil toneladas desardinha.

VOCÊ SABIA ?

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Mais de 6,5 milhões de golfinhos já foram mortos no planeta, sem nenhum interessecomercial, pelos pescadores de atum. Usando enormes redes, os pescadores cercam oscardumes de atum que nadam junto com os cardumes.

Os botos da barra do rio Tramandaí (litoral RS) foram considerados protegidos pordecreto municipal no início de 1990. Essa região é considerada uma das principais doreduto da espécie do Brasil.

Durante o séculos os brasileiros do litoral se dedicaram à caça das tartarugas e acolher seus ovos, o que levou a espécie à quase extinção(em Pernambuco e o Ceará astartarugas não existem mais).

Das três espécie o peixe- boi existentes no mundo, duas são encontradas no Brasil –a fluvial na Amazônia e a marinha na costa. Por ter carne de boa qualidade, os pescadorescaptura e comercializam esse animal indiscriminadamente. Sua captura foi proibida em1973 pelo IBDF, instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.

A moratória de cinco anos à caça das baleias terminou em 1990, mas foi prorrogadapor mais um ano. Apesar disso, países como o Japão, Noruega e Islândia continuamdesrespeitando o acordo. No Brasil, podem desaparecer em breve as baleias franca, jubaretee azul.

A pesca indiscriminada também ameaçada o krill, pequeno crustáceo que é a basealimentar de peixes, pingüins , focas e baleias na Antártida.

O QUE FAZER

Enquanto indivíduos, nossa única arma continua sendo o boicote. Apóiemovimentos de proteção ás baleias e outros animais marinhos.

O MELHOR AMIGO DO CÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde, a população de cachorros na cidade de São

Paulo corresponde a 10% da população humana.

Você não quer que seu cachorro ou gato de estimação tenha pulgas. Evidentemente.Mas também não deseja que seu animal seja envenenado com coleiras pesticidas. Nemaceita a idéia de contaminar o meio ambiente quando tiver de jogar fora a coleira e outrosprodutos tóxicos anti - pulgas que existem no mercado. Felizmente, há alternativas.

VOCÊ SABIA?

Existem mais de 100 milhões de cães e gatos nos Estados Unidos. As coleiras antipulgas jogadas no lixo urbano são uma ameaça ao meio ambiente,

devido aos produtos químicos tóxicos que contêm.O pesticida usado nessas coleiras podem causar problemas neurológicos ao

animais. A pele do gato ou cachorro. A pele do gato ou cachorro absorve os produtosquímicos da coleira e acabam exalando vapores tóxicos que matam os insetos.

O QUE FAZER

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Faça óleo de fritura cítricas para combater as pulgas. Pegue cascas de laranja outoranja (grape-fruit), triture –as de maneira que soltem um óleo e depois misture com umpouco de água. Espalhe o líquido com as suas mãos sobre a pele do animal. Lembre-se deusar as apenas as cascas, não fruta, o que deixaria o animal melado.

Misture alho cru na comida do animal. Por alguma razão, as pulgas odeiam alho,que serve também como vermífugo natural.

Uma dieta saudável deixa os animais menos suscetíveis a parasitoses. Não compre animais em extinção e só dê animais de presente se tiver certeza de que

eles serão bem – vindos em seus novos lares.

QUE PAPELÃO! Se o mundo reciclasse metade do papel que consome, 40 mil quilômetros quadrados de

terras seriam liberados do cultivo de árvores para a indústria de papel.

Devido ao alto consumo de papel em todo o planeta, florestas estão sendodestruídas para em seu lugar serem plantados eucaliptos, utilizados na produção de papel.Porém , os eucaliptos, absorvem muita água da terra , afetando o equilíbrio do solo. Issopode causar erosão e danos ecológicos, pois incontáveis espécies de animais deixarão deexistir com o fim das matas. Além disso, as árvores absorvem grande parte do gáscarbônico presente na atmosfera; sem as árvores, o gás carbônico permanecerá no ar,contribuindo para o efeito estufa.

VOCÊ SABIA?

Todos os anos, 310 milhões de caixas de lenços de papel são consumidas na Grã -Bretanha ( lenços de papel não são recicláveis ). Se cada habitante do planeta utilizasse umade lenço de papel por mês, não haveria mais árvores no mundo.

Se o desmatamento persistir, até o final do século mais de 01 milhão de espécies deanimais serão extintos, única ocorrência desse tipo nos últimos 65 milhões de anos.

É necessária uma floresta inteira – mais de 500 mil árvores – para se produzir osjornais que os americanos consomem semanalmente. O americano médio utilizaaproximadamente 2 600 quilos de papel por ano, enquanto o consumo de papel “percapita” no Brasil foi de 28 quilos em 1989.

Produzir papel a partir de papel “ velho “ consome cerca de 50% menos energia doque fabricá-lo a partir de árvores; utiliza-se 50 vezes menos água, além de reduzir apoluição do ar em 95%.

O papel virgem poderia ser substituído pelo reciclado em vários produtos, semcomprometer a qualidade; porém, como no Brasil a demanda de papel reciclado é pequena,seus preços tendem a ser superior ao do papel virgem. Desta maneira, sua produção nãochega a ser comercialmente interessante. A maior parte do material reciclado é usado emembalagens e na fabricação de papel absorvente (papel higiênico, lenços e toalhas depapel).

Cada tonelada de papel reciclado representa 03 metros cúbicos de espaço disponívelnos aterros sanitários. ( Aterros sanitários é um depósito de lixo fiscalizado e que seguecertas normas técnicas, servindo para nivelar terrenos públicos.)

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O Brasil produz anualmente cerca de 4,700 toneladas de papel e apenas 30% sãoreciclados.

Algumas empresas começam a se preocupar com o meio ambiente. A Bahia SulCelulose, por exemplo, reservou 30% de área de 101 mil hectares na sua cidade de Mucuripara preservação e reconstituição da mata natural.

O QUE FAZER

O papel de jornal é provavelmente, o material de mais simples reciclagem, uma vezque não há casa onde não existam jornais velhos. Começar por aí pode ser um bom métodopara alterar os hábitos.

Guarde os jornais: Não jogue fora os jornais velhos.Separe as pilhas diferentes: revistas de papel brilhante e capas impressas em cores,

que não são tão facilmente recicláveis.Organize-se. O primeiro passo para um programa pessoal de reciclagem de jornais é

criar, em casa, um lugar onde se possa guardá-los, sempre.

Recicle Descubra algum lugar perto de sua casa que compre materiais para reciclagem. Para

isso, telefone à regional da prefeitura mais próxima e se informe. Outra opção é procurarnas Páginas Amarelas.

RECICLE VIDRO O Brasil fabrica anualmente cerca de 01 milhão de embalagens de vidro; somente 30%

desse volume é reciclado.

A humanidade produz vidro há aproximadamente 3 500 anos. De um modo geral, ovidro é obtido a partir da mistura de três ingredientes: areia, carbono de sódio e carbonatode cálcio. A mistura é submetida à temperatura de 1 300 C°, até que se dissolva e se tornetransparente, quando então é resfriada. Esse processo consome muita energia; no entanto,quando 10% de cacos de vidro são introduzidos na composição da matéria prima,economizam-se 25% de energia, além de poluir menos a atmosfera.

VOCÊ SABIA?

Anualmente, os americanos jogam fora 28 milhões de embalagens de vidro, osuficiente para encher até o topo as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York,um dos maiores edifícios do mundo.

A energia economiza com a reciclagem de uma única garrafa é suficiente pra manteracesa uma lâmpada de 100W durante quatro horas.

Todos os tipos de garrafas e potes de vidros podem ser reciclados infinitas vezes.Mas devem ser separados os cristais, lâmpadas, espelhos e vidros planos.

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A garrafa retornável, como a de refrigerante e cerveja, é utilizada em média 30vezes.

As garrafas one-way, sem retorno, consomem três vezes mais energia na suafabricação do que as garrafas de vidro reciclado.

Uma tonelada de cacos reciclados significa uma economia de 80 quilos de petróleo.Como o vidro é um material que demora para se recompor, a garrafa que você joga

no lixo hoje poderá ainda estar sobre a superfície da Terra no ano de 3000.Em países como a Grã – Bretanha, Alemanha e Suíça existem “ bancos “ de

garrafas, onde a população deposita as garrafas já utilizadas. Em muitas cidades americanase canadenses, o lixo já é recolhido de maneira seletiva, o que começa a acontecer no Brasil. Em alguns países, o preço dos produtos embalados em garrafas inclui um depósito,que será devolvido ao comprador quando ele devolver o recipiente vazio.

No Brasil, apenas duas indústrias de embalagens de vidro investem na reciclagem.

O QUE FAZER

Comece com uma reciclagem básica:A maneira mais simples para se começar a reciclar vidro doméstico é conseguir

algumas latas de lixo, de modo que você possa separar o vidro dos outros materiais. Sepreferir, reserve um lugar para as garrafas e potes de vidro, dentro ou fora de casa.

Por exemplo, reserve num armário uma caixa ou prateleira para as garrafas e potesde vidro, compre um engradado próprio para guardar garrafas vazias.

Classifique as garrafas pela cor: casco escuro, claro e verde. Retire as tampas de metal ou plástico do gargalo. Mas, se preferir ou for mais fácil

para você, deixe os rótulos de papel. A lavagem das garrafas usadas é recomendável, mas não indispensável. Cuidado

apenas para não atrair insetos indesejáveis.Depois que tiver um lugar para guardar o vidro, sua tarefa não lhe tomará mais de

quinze minutos por semana.

Se você for mais ambicioso:

Inicie uma campanha de arrecadação de garrafas e doe os fundos para algumainstituição de caridade.

Faça campanha pelo “ vale – garrafa”. Em alguns Estados americanos, 90% dasgarrafas são devolvidas, o que reduz o volume de lixo sólido em 8%, em 50% o volume degarrafas espalhadas pelos lixões.

RESULTADOS.

Todo o vidro que você guarda para reciclar é efetivamente reaproveitando para aprodução de vidro novo.

O emprego de vidro reciclado significa menor consumo de recursos naturais. Apesarde a areia ser matéria – prima abundante, é indispensável peneirá-la e transportá – la, e omesmo acontece com os demais produtos que entram na composição do vidro. Osprocessos de fabricação gastam energia e geram grande quantidade de detritos industriais. É

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possível alcançar uma redução de até 80% dos detritos empregando –se, na produção devidro, 50% de vidro reciclado.

COMPRE CERTO O serviço de limpeza urbana da cidade de São Paulo calcula que, por dia, perto de 12 mil

toneladas de lixo são recolhidas – quantidade que, se espalha em um campo de futebol,alcançaria 4 metros de altura.

Não desperdiçar antes mesmo de comprar, essa é a idéia. Tudo tem seu preço, e amaneira como você decide gastar seu tempo e dinheiro pode efetar o bem – estar doplaneta. Não custa nada perder alguns segundos lendo rótulos de produtos ou pensandoduas vezes antes de efetuar a comprar, optando por artigos duráveis, reutilizáveis ourecicláveis em vez bens descartáveis, não recicláveis. Escolher é colocar em prática seupoder de consumidor.

VOCÊ SABIA?

De cada 11 dólares que os americanos gastam em comida, 1 dólar correspondeapenas à embalagem. Na verdade, gastam mais no pacote em que embrulham a comida doque os agricultores recebem pelo pagamento de seus produtos. Só os Estados Unidos produzem cerca de 10 bilhões de toneladas de lixo sólido porano, e mais de 75% do lixo sólido urbano é feiro de material reciclável.

O Brasil produz em média 18 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos e60% desse total é de material reciclável.

A cidade de São Paulo gasta todos os anos 120 milhões de dólares para eliminar 4,5toneladas de lixo ( o dobro da quantidade da década de 50).

Quase 30% do plástico produzido nos Estados Unidos é usado em embalagens. Os americanos movimentam 2,5 milhões de garrafas plásticas por hora. Anualmente, as usinas de reciclagem de lixo brasileiras podem fornecer às

industrias 500 mil toneladas de sucata metálica e 400 mil toneladas de sucata de vidro, oque significaria uma economia de 80% de energia para essas empresas e para o país.

O QUE FAZER

Ai ir às compras, abra o olho: cada produto que você traz para casa tem umdeterminado impacto sobre o meio ambiente. Por isso, escolha produtos que agridam menosa natureza.

Compre produtos em embalagens maiores, para o seu consumo semanal ou mensal,conforme o caso. Alguns supermercados vendem mercadorias a granel.

Compre verduras e legumes por unidades em bandejas de isopor. O mesmo valepara carmes, frangos, e peixes.

Compre bebidas e refrigerantes em garrafas de vidro, que são “ reenchidas” ourecicladas.

Evite embalagens plásticas, principalmente a s “ultra- resistentes , que são feitas devários tipos de materiais sintéticos dispostos em camadas, o que as torna menosbiodegradáveis.

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Compre detergentes biodegradáveis.

SE AINDA QUISER FAZER MAIS......

Ensine seus filhos a comprar “certo”. As crianças são particularmenteatraídas por embalagens coloridas, principalmente as que aparecem na televisão. Mas, poroutro lado, também são sensíveis à natureza e à conservação da vida no planeta.

UTILIZE FRALDAS DE PANO A produção brasileira de fraldas descartáveis está em torno de 400 milhões ao ano.

As fraldas descartáveis foram introduzidas no mercado americanos em 1961. Par amaioria dos jovens pais, as novas fraldas surgiram como uma conquista da tecnologiamoderna; são higiênicas e fáceis de usar – uma solução fantástica para simplificar oscuidados com os bebês. Também para os fabricantes, as fraldas descartáveis eram umabênção, pois significavam grandes lucros. Mas só com o tempo os problemas começaram aaparecer; o mais preocupante é a destinação final de tantas fraldas descartáveis, quecomeçam a ameaçar seriamente o meio ambiente .

VOCÊ SABIA?

Só os americanos consomem por ano 18 bilhões de fraldas descartáveis. Osuficiente, em quilometragem de tecido sintético, para ir e voltar a lua sete vezes.

Aproximadamente 1% da superfície total dos depósitos de lixo americanos éocupado apenas com faldas descartáveis, que compõe 4% do lixo doméstico dos laresamericanos.

Uma árvore de porte médio precisa ser derrubada para se produzir entre 500 e 1 milfraldas descartáveis leva quinhentos anos decompor. As fraldas de tecido de algodão, quepodem ser reutilizadas em média 100 vezes, decompõem- se no período máximo de seismeses.

A polpa da madeira utilizada na fabricação de fraldas descartáveis é alvejada comcloro, elemento químico nocivo ao meio ambiente e a seus filhos. Também é utilizada umamistura de plásticos e absorventes sintéticos.

Os fabricantes recomendam que os consumidores lavem as fraldas descartáveisantes de jogá-las no lixo, que na realidade pouco acontece. Isso significa que, a cada ano,milhares de fraldas sujas , potencialmente contaminadas por bactérias e vírus, são lançadasnos aterros sanitários.

Segundo estimativas de entidades ecológicas Environmental Action, em função douso disseminado de fraldas descartáveis, todos os anos milhões de toneladas de fezes sãolevadas ao depósitos de lixo americanos e não ao sistema de esgotos . a principalconsequencia disso é a possível contaminação das águas do subsolo, principalmente porvírus patogênicos. Foi publicado num boletim dessa entidade: “Mais de cem diferentestipos de vírus patogênicos estão presentes nas fezes humanas, entre eles o dia dapoliomielite e o da hepatite”. O problema da contaminação aumenta com o crescimento dovolume de fraldas descartáveis nos depósitos de lixo.

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O QUE FAZER

A resposta não é fácil. Não porque saibamos exatamente o que fazer, mas porque éuma decisão difícil para a jovem mãe, da a praticidade das fraldas descartáveis. Se você está disposto(a) a tentar:

Fraldas de pano não agridem o meio ambiente. Os detritos entram no sistema deesgotos da cidade e são tratados de modo a evitar qualquer risco de contaminação.

Fraldas de pano são mais baratas do que fraldas descartáveis. Faça os cálculos e vejase não compensa comprar uma secadora de roupas.

Fraldas de pano são mais baratas do que fraldas descartáveis. Faça os cálculos e vejase não compensa comprar uma secadora de roupas.

Se você não tem tempo para fraldas de pano:

Faça prevalecer o bom senso. É possível que, no seu caso, o melhor seja a soluçãointermediária: você usa fraldas de pano quando tem tempo para elas, deixando asdescartáveis para ocasiões de “emergência” como viagens, visitas etc.

Uma outra possibilidade é usar fraldas de pano em casa e as descartáveis quando acriança vai para a creche.

Mesmo com fraudas de pano você vai precisar de calças impermeáveis:

As fraldas de pano não são tão absorventes quanto as fraldas descartáveis, daí anecessidade de calças impermeáveis, para manter seco o seu bebê. Escolha um modelo quepermita a circulação do ar e que não irrite a pele da criança.

AO TRABALHO NO TRABALHO Anualmente, os americano jogam fora papel para datilografia e folhas pautadas em

quantidade suficiente para construir um muro de 3,5 metros de altura e medindo 4 500quilômetros, quase a mesma distancia que vai de Los Angeles a Nova York.

Grande parte das atitudes simples que podem ser tomadas em casa também seaplicam a seu local de trabalho. Nem sempre as mudanças serão muito fáceis, mas oresultado justifica o esforço. Há uma enorme quantidade de recursos naturais desperdiçadosnos escritórios, o que significa economia em potencial. Com um incentivo extra: vocêtalvez seja promovido quando seu chefe perceber que as alterações que você sugeriuresultaram em maiores lucros para a empresa.

VOCÊ SABIA?

Os funcionários de escritório, em média, jogam fora a cada ano 500 quilos dematerial reciclável de primeira qualidade.

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Cada tonelada de papel de escritório reciclada economiza 700 litros de petróleo.

O Etetric Power Research Intitute dos Estados Unidos estima que os escritóriospoderiam economizar facilmente 50% da energia elétrica que consomem por ano seinstalassem luminárias adequadas, que os economizassem energia sem prejuízo da boailuminação.

Papel – carbono, papel plastificado, clipes, grampos e fitas adesivas não sãorecicláveis.

Uma tonelada de aparas de papel reciclada substitui 2 metros cúbicos de madeiranecessária para se obter pasta de celulose, usada na fabricação de papel, o que evita o cortede duas árvores adultas. O QUE FAZER

Sozinho:

Você tem todo o direito de promover pequenas reformas, apenas para criar umambiente mais agradável. Provavelmente isso não salvará o mundo, mas fará com que vocêsinta à vontade e servirá para chamar a atenção de seus colegas para as questões relativas aomeio ambiente. Por exemplo:

Leve para o trabalho seu próprio copo de vidro e não use os copos descartáveisoferecidos pela empresa.

Reaproveite os envelopes que puder, colando etiquetas adesivas sobre o endereço dodestinatário e do remetente.

Em grupo:

Organize campanhas para recolhimento de vidro e latas para reciclagem. Em geral,você precisará apenas de uma caixa para as garrafas e outra para as latas. E poderá deixálas à vista ao lado da cafeteira, onde todos possam vê-las.

Elabore um boletim ou um quadro de avisos para a divulgação de notícias sobreecologia e conservação de recursos naturais. Afixe estatísticas, novidades, fotos. Estimule aparticipação de todos.

Promova uma campanha de reciclagem. O procedimento mais simples é manterjunto às mesas um cesto de lixo especial para material a ser reciclado. Os cestos serãorecolhidos no final do dia e todo papel armazenado em um local específico para esse fim.

Insista em que as cópias xerox utilizem a frente e o verso da folha de papel. Sugira uma revisão técnica do sistema elétrico da empresa. As descobertas poderão

ser muito mais interessantes. Em 1989, por exemplo, uma empresa americana deEmeryville, na Califórnia, conseguiu reduzir 02 mil dólares de suas despesas com energia,simplesmente fazendo uma pequena alteração na fiação elétrica. A idéia foi proposta porum técnico especializado em conservação de energia.

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NO PAÍS DO DESPERDÍCIO A região metropolitana de São Paulo consome 108 mil toneladas de latas por ano e apenas

16% são reaproveitadas. O restante acaba nos lixões e nos aterros sanitários.

VOCÊ SABIA?

O plástico reciclado pode ser utilizado em vários produtos, como sacos de lixo pararesidências, mangueiras e até peças de veículos (plásticos preto do painel, por exemplo). Adificuldade consiste na existência de quarenta tipos diferentes de plásticos, que precisamser limpos e separados para a reciclagem. Justamente por isso, a maioria dos plásticosreciclados no Brasil vem de aparas (restos) das próprias industrias.

Sete por cento das 184 mil toneladas de lixo domiciliar que são recolhidosmensalmente na grande São Paulo correspondem a material plástico que não ébiodegradável. Para resolver o problemas da destinação final desse material estão sendodesenvolvidos sistemas para a separação e a lavagem dos diferentes plásticos.

O paulistano joga no lixo 10 quilos de embalagens plásticas por não enquanto ohabitante de Tóquio, no Japão, se desfaz de 54 quilos todos os anos.

Nos Estados unidos, onde vale repetir são jogado fora 2,5 milhões de garrafasplásticas por hora, o plástico reciclado está sendo usado, por exemplo, na fabricação debrinquedos e fibras para isolamento térmico de sacos de dormir. Em 26 garrafas plásticasde refrigerantes são suficientes para se produzir um abrigo esportivo de poliéster.

A reciclagem de latas comuns(sucatas ferrosas) produz uma economia de energia daordem de 74%; reduz a poluição do ar em cerca de 85%; diminui em 95% o volumerelativo do lixo e em 76% a poluição das águas.

Anualmente, o Brasil produz 510 mil toneladas de latas, mas apenas um terço dissoé recuperado. No mesmo período, estima-se que sejam fabricadas 720 milhões de latas dealumínio.

Cada vez que você joga fora uma lata de alumínio, está desperdiçando tanta energiacomo se jogasse fora uma lata de gasolina. Além disso, essa lata de alumínio de que vocêse desfaz ainda estará poluindo a Terra daqui a quinhentos anos.

E mais: se você jogar fora duas latas de alumínio, estará desperdiçando mais energiado que a usada diariamente por cada um dos 1 bilhão de habitantes dos paísessubdesenvolvidos.

A energia economizada com a reciclagem de uma única lata de alumínio é osuficiente para manter ligado um aparelho de televisão durante três horas.

Em 1988, a reciclagem de alumínio nos Estados Unidos economizou mais de 11bilhões de Kw/horas em energia elétrica. O suficiente para assegurar o fornecimento deeletricidade às residências da cidade de Nova York durante seis meses.

O QUE FAZER

Procure se informar sobre coleta seletiva e promova companhas de reciclagem emsua cidade, junto a grupos de pessoas à própria prefeitura.

Pressione o governo e as empresas a começarem a reciclagem de alumínio noBrasil, já que esse tipo de reciclagem é altamente rentável e as técnicas para esse fim são as

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mais desenvolvidas que existem no setor. De acordo com as estatísticas da entidadeRecycle America, se apenas 250 pessoas (incluindo você, é claro) reciclassem, cada uma,uma lata de alumínio por dia, economizaríamos energia equivalente a até 13 mil litros degasolina. Calcule a economia obtida se 250 mil pessoas fizessem o mesmo: cerca de 13milhões de litros de gasolina.

Com a reciclagem, reduzimos também a necessidade de extração de matéria –prima: para se produzir 01 tonelada de alumínio, são necessárias quase 4 toneladas debauxita, e um processo de lavagem do minério que polui bastante o meio ambiente.

OLHO NO ÓLEO No Brasil, refina-se apenas 7% do óleo lubrificante consumido no País. Nos países

europeus, este percentual é bem mais alto: 20% na Alemanha e 18% na Itália.

Os fabricantes de automóveis recomendam que se troque o óleo do motor entre 2 e 5mil quilômetros rodados. Mas não se preocupam em dizer o que fazer com o óleo usado,que é o mais perigoso dos poluentes, uma vez que entrou em contato com as várias partesdo motor e está carregado de substâncias tóxicas.

VOCÊ SABIA? Os americanos consomem aproximadamente 3,7 trilhões de litros de óleo para

motor anualmente. Desses, 1,2 trilhão de litros evaporam e são lançados ao meio ambiente.Pode-se refinar o óleo do motor até nove vezes.Alguns especialistas calculam que 40% da poluição dos rios americanos é causada

pelo óleo usado nos motores. Todos os anos, aproximadamente 2,1 toneladas deste produtoacabam sendo levadas para os rios.

Óleo jogado no chão pode de infiltrar no solo e contaminar mananciais de água.Uma lata de 1 litro de óleo para motor é capaz de poluir um milhão de litros de águapotável. Jogar óleo no esgoto (ou na rua, de onde fatalmente acabará chegando aos esgotos)é o mesmo que despejá-lo diretamente num rio ou lago. E apenas meio litro de óleo ésuficiente para causar uma mancha venenosa de milhares de metros quadrados.

Dados de 1983 mostram que dos 753 mil metros cúbicos foram reaproveitados. No Brasil, infelizmente, grande parte do óleo de motor usado é vendido para

alimentar caldeiras industriais, substituindo assim o óleo combustível. Essa prática é ilegal,porque lança substâncias tóxicas na atmosfera.

O QUE FAZER

Exija do governo providências para aumentar a taxa de refino do óleo usado e umafiscalização rigorosa do destino desse produto, a fim de impedir seu uso industrial.

DE PINGO EM PINGOSe uma família de quatro pessoas cada uma tomar um banho de cinco minutos todos os

dias, serão gastos mais de 25 mil litros de água por semana – o equivalente ao suprimentode água bebida por uma pessoa em três anos.

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Mesmo que você não desperdice água, com certeza conhece alguém que deixa atorneira aberta enquanto escovas os dentes, faz a barba ou lava a louça. Diante da atualpreocupação com os recursos naturais, não é pouca coisa. Qualquer um pode economizar,simplesmente não deixando a torneira aberta durante as tarefas domésticas e a higienepessoal.

VOCÊ SABIA?

Trinta e dois por cento do consumo doméstico de água é devido aos chuveiros e14% às lavadoras de roupa.

Uma torneira aberta deixa correr muito mais água do que você pode imaginar: porminuto, escorrem pelo ralo de 12 a 20 litros de água.

Enquanto você escova os dentes com a torneira aberta, escoa pelo ralo cerca de 120litros de água.

Enquanto você faz a barba, lá se vão cerca de 40 a 80 litros.Para lavar o carro no quintal de casa com uma mangueira, você chega a consumir mais

de 600 litros de água.Vasos sanitários com descarga de parede consomem 19 litros de água cada vez

utilizados. Vasos com reservatórios externos consomem 12 litros. No Japão, usa-se nomáximo 3 litros de água em cada descarga.

O QUE FAZER

Ao escovar os dentes: se você abrir a torneira só para enxaguar a boca e lavar aescova, estará usando apenas 2 litros de água, economizando assim 36 litros de água.

Ao fazer a barba: encha a pia com água, o que representa um gasto de cerca de 4litros de água e uma economia de 36 litros.

Ao tomar banho: procure não ficar no chuveiro mais tempo do que o necessário.Chuveiros de baixo fluxo economizam cerca de 50% de água.

Ao lavar a roupa na máquina: use toda capacidade da lavadora, pois, em média, aslavadoras consomem de 100 a 200 litros de água por ciclo de lavagem.

ANDE MAIS, DIRIJA MENOSOs carros se reproduzem com maior velocidade que os seres humanos. Estão ocupando

um espaço que deveria ser nosso. Estão sujando o ar que respiramos. Estão consumindopraticamente toda a nossa força de trabalho.

Para muita gente, falar em deixar o carro em casa soa como se falássemos emcombater moinhos de vento. Uma batalha impossível, tanto para Dom Quixote quanto paramuita gente da sociedade moderna. Mas em alguns países o que parecia impossível tornou-se realidade: Suécia e Noruega, por exemplo, conseguiram fazer com que 80% dos usuáriosde trens suburbanos usem a bicicleta para o trajeto intermediário entre suas casas es asestações. Na Dinamarca, 30% de todos os deslocamentos urbanos são feitos de bicicletasnas grandes cidades.

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VOCÊ SABIA?

Em Toronto, Canadá, a prefeitura autorizou um grande aumento no preço cobradopelos estacionamentos, a fim de desencorajar o uso de automóveis.

Nos Estados Unidos, os carros são responsáveis por 20% da emissão total de gáscarbônico a partir de combustíveis fósseis. O gás carbônico, como sabemos, é o principalfator do efeito estufa.

Automóveis também respondem pelo aumento da chuva ácida nos Estados Unidos:34% do óxido de nitrogênio liberado na atmosfera americana provém dos veículos. Sãomais de 7 milhões de toneladas por ano.

Os carros, além disso, são responsáveis por 27% dos hidrocarbonetos que causamdanos às árvores e aos pulmões humanos, através da produção de fuligem.

Em Tóquio, capital do Japão, a poluição é tanta que o oxigênio está se tornando umsucesso de venda nas lojas. Os guardas de trânsito, inclusive, inalam oxigênio puro duranteseu trabalho nas ruas.

A Cetesb define o estado de atenção em uma área poluída quando se registra 375microgramas de partículas por metro cúbico de ar. Há uma piora das doenças respiratórias eardor nos olhos.

O estado de alerta é declarado com 875 microgramas por metro cúbico de ar; nessecaso, há proibição de tráfego de veículos na área e implantação de rodízios para circulaçãoem outras regiões.

Em 1988, a Cetesb promoveu a Operação Alerta em São Paulo, impedindo acirculação de veículos que transitam nessas áreas, apenas 20 mil circulam, diminuindo apoluição atmosférica dessas regiões em 50%. A poluição apoiou a medida.

O QUE FAZER

Para os que estão começando a trabalhar pela preservação do planeta, existe aalternativa de utilizar outros meios de transporte, como ônibus, metrô, trens, bicicletas ou,simplesmente, andar a pé...mesmo que seja apenas uma vez por semana. Evite usar o carroem dias de inversão térmica, ou seja, quando uma camada de ar se resfria em contato com osolo, dificultando a dispersão de poluentes. Os meios de comunicação geralmente divulgamesse fenômeno.

AJUDE A PRESERVAR AS MATASA cada ano, 27 milhões de quilômetros quadrados de florestas tropicais são destruídas,

ou 74 mil quilômetros quadrados por dia...3 mil quilômetros quadrados por hora...50quilômetros por minuto...

A destruição das florestas tropicais do planeta é considerada por muitos como amais terrível ameaça ao equilíbrio ecológico da Terra, porque pode vir a ter conseqüênciasque hoje não conseguimos nem se quer avaliar. As grandes florestas tropicais localizam-seem uma estreita faixa do globo, próxima ao equador, na África, Ásia, América Central e doSul, e estão desaparecendo tão rapidamente que se prevê que no ano 2000 já estarãoextintas em pelo menos 80%.

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Florestas tropicais são tecnicamente definidas como florestas localizadas em áreastropicais, com índice pluviométrico anual entre 4 e 8 metros. Mais do que isso, são umautêntico laboratório natural para todos os tipos de vida animal e vegetal. A existência dasflorestas tropicais representa um elo essencial da cadeia ecológica que mantém o equilíbriona biosfera terrestre.

VOCÊ SABIA?

Embora as florestas tropicais ocupem apenas 2% da superfície terrestre, mas dametade do total de espécies vegetais, de animais e de insetos do planeta encontram lá seuhábitat natural. Numa área de aproximadamente 6 quilômetros quadrados de florestatropical é possível encontrar: mais de 750 espécies de árvores, mais de 1.500 espécies deplantas que dão flor, 125 mamíferos diferentes, quatrocentos tipos de pássaros, cem répteis,sessenta anfíbios e inúmeros insetos – inclusive 150 tipos diferentes de borboletas. Eapenas 1% dessas espécies já foram estudadas.

O consumo de madeiras tropicais no mundo cresceu quinze vezes desde 1950.Somente uma árvore está sendo plantada para cada dez que são cortadas.

Uma em cada quatro drogas empregadas pela indústria farmacêutica tem origemvegetal, em espécies típicas das florestas tropicais. Aproximadamente 70% das plantasclassificadas pelo Instituto de Câncer dos Estados Unidos como indicadas para o tratamentodo câncer são encontradas exclusivamente nas florestas tropicais; existem 1.400 espéciesvegetais nas florestas tropicais que, pelo menos em teoria, podem ser consideradas úteispara a terapia do câncer.

As florestas tropicais – como toda reserva verde – produzem oxigênio e consomemgás carbônico.

A América Latina e o Sudeste Asiático já perderam 40% de suas florestas tropicais.O desmatamento contribui com uma porcentagem que varia de 10 e 30% para o

aumento das emissões de gás carbônico na atmosfera. Em 1987, as queimadas praticadasem plena floresta (método usado para limpar e preparar o terreno para plantio e pastagens)jogaram na atmosfera cerca de 518 milhões de toneladas de gás carbônico,aproximadamente um décimo do total resultante da queima de combustíveis fósseis nomesmo ano.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM AS FLORESTAS TROPICAIS:

As florestas tropicais do planeta estão sendo destruídas para ceder espaço a diversasatividades criadas pelo progresso: assentamento de poluição e de projetos agrícolas epastorais; implementação de grandes usinas hidrelétricas, de barragens e de complexorodoviário que sempre acompanha esses projetos.

O solo das florestas tropicais não é fértil: apenas uma pequena camada da superfíciepode ser considerada agricultável, em função da presença de nutrientes no solo. Na florestatropical, os nutrientes mais importantes se acumulam na própria vegetação que cobre osolo. Quando uma área da floresta é destruída para dar lugar, por exemplo, a pastagens, osolo se exaure em pouco mais de dois anos. O gado, então, é levado para outra região. E dafloresta tropical já nada resta: foi transformada em deserto.

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O QUE FAZEREstamos diante de uma luta que não é apenas política: temos de defender uma

preciosa área do planeta. Quem sabe o que se esconde numa floresta tropical ainda virgem?Talvez esteja lá a cura do câncer ou alguma nova espécie de alimento que venha a salvar dafome as próximas gerações. Infelizmente, só podemos convencer empresas e entidades queestão explorando nossas florestas a diminuírem a devastação.

Participe de movimentos em defesa das florestas.Procure alternativas para o uso de madeira de lei em móveis e todo tipo de objetos,

forçando assim uma queda no consumo.

PLANTA UMA ÁRVORENa época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica possuía 1.085 544 quilômetro

quadrados de área; hoje, restam apenas 8% da mata origem.

As árvores têm papel fundamental na questão do aquecimento do planeta, ochamado efeito estufa, na medida em que depende delas a redução de gás carbônico daatmosfera. Portanto, uma maneira de lutar contra isso é plantar uma árvore, o que pode sermuito mais simples do que você imagina.

VOCÊ SABIA?

Dez mil anos atrás, antes de haver agricultura, mais de 60 milhões de quilômetrosquadrados de área do planeta eram revestidos de florestas. Atualmente, mal temos 40milhões de quilômetros quadrados onde ainda existem árvores. Só entre os anos 50 e 80deste século, o que eqüivale a pouco menos de dois Brasis.

Em algumas áreas, o desflorestamento aumenta a taxas assustadoras. Um americanomédio usa o equivalente a sete árvores por ano; no total, são mais de 1,5 bilhão de árvoresanualmente, apenas nos estados Unidos.

A cada ano são destruídos 112 mil quilômetros quadrados de florestas tropicais;alguns países que até pouco tempo eram exportadores de madeira, como a Nigéria, hoje sevêem obrigados a importá-la.

A interdependência entre árvores, vida animal e vida humana é fundamental: paraviver, necessitamos de oxigênio e eliminados gás carbônico, e o oposto acontece com asárvores. Qualquer redução significativa da área de florestas afeta a atmosfera terrestre e,por extensão, todas as formas de vida.

Através do gás carbônico, as árvores “neutralizam” o efeito estufa. Só a queima decombustíveis fósseis lança 5,6 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera, e asárvores são responsáveis pela absorção de 50% disso. Estima-se que cada árvore adultaconsome, em média, cerca de 6 quilos de gás carbônico do que as árvores rurais.

A perda de uma árvore reduz não apenas o consumo de gás carbônico presente naatmosfera, mas acrescenta ainda mais gás carbônico ao ar que respiramos. Quando umaárvore morre naturalmente, esse gás é liberado de maneira muito lenta; porém, quando umaárvore é cortada ou queimada, a libertação do gás é súbita e rápida, o que torna a absorçãopela atmosfera muito mais difícil. Em termos planetários, a destruição de árvores é o fatorresponsável por 25% do total de gás carbônico no ar.

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Árvores também afetam a temperatura local – novamente, árvores urbanas maisrurais - , pelo fato de oferecerem sombra e resfriarem certas áreas pela evaporação daságuas. A existência de pequenos bosques urbanos pode significar, portanto, uma redução deaté 12° C na temperatura ambiente, o que implica em menos dispêndio de energia, porexemplo, com aparelhos de ar condicionado.

O QUE FAZER

Se você quiser plantar uma árvore, mas não sabe por onde começar, vá ao viveiro desua cidade (Jardim Botânico, Horto Florestal, Departamentos de Parques e Jardins), ouentre em contato com alguma associação de agricultores. Plantar uma árvore é mais fácil doque você imagina, e existem pessoas não só dispostas a ajudá-lo, mas também muitoentusiasmadas com sua iniciativa.

Procure organizar um grupo interessado em “reflorestar”, por exemplo, sua rua ouseu bairro. As prefeituras costumam atender pedidos de plantio de árvores em vias públicasou mesmo em terrenos particulares.

RESULTADOS:

O plantio de 100 milhões de árvores urbanas pode reduzir a emissão de gáscarbônico em cerca de 18 milhões de toneladas.

Plantar árvores tem um efeito cumulativo: cada árvore plantada significa benefíciopor muitos anos. Se, por exemplo, 100 mil pessoas se encarregassem de plantar, cada uma,uma árvore em 1990, estas mesmas árvores ainda estariam absorvendo por ano mais de 500mil quilos de gás carbônico, no ano 2010. Mas, se as mesmas pessoas plantassem umaárvore por ano, de 1990 até o ano 2010, as árvores estariam absorvendo 1 bilhão de quilosde gás carbônico.

DIGA NÃO AOS AGROTÓXICOSO uso indiscriminado de pesticidas tem provocado cerca de 1 milhão de casos de

envenenamento agudo por ano no mundo.

O DDT foi introduzido no mercado na década de 40 e recebido como um autênticomilagre; depois de milhares de anos de luta contra as pragas que atacavam as lavouras, oser humano afinal encontrava um modo “seguro” e “eficiente” de acabar com elas. Com oemprego do DDT, diziam os cientistas, o solo se tornaria mais produtivo e estaríamos maispróximos de acabar com a fome no mundo.

Não foi exatamente o que aconteceu. Logo descobriu-se que o DDT era tóxico, nãoapenas para os insetos, mas para qualquer forma de vida. O DDT – assim como outrospesticidas – afeta a cadeia alimentar, pois os insetos que ele mata serviriam de alimentopara pequenos mamíferos, que por sua vez alimentam pássaros, que por sua vez.... Dessamaneira, o DDT abalou o equilíbrio ecológico e acumulo-se nos organismos vivos, sejampeixes, animais selvagens de um modo geral e até o homem. (O leite materno já contémresíduos de pesticidas.)

A história do DDT serve de ilustração para o que aconteceu com muitos outrospesticidas químicos. No começo, pareciam perfeitos; atualmente, já não há como fugir da

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evidência de que são um verdadeiro desastre ecológico. Embora sejam produzidos tendoem vista “alvos” específicos, acabam por envenenar outras formas de vida animal. Jáalcançaram o lençol de água no subsolo e contaminaram a água potável. Estão destruindo osolo, matando microorganismos essenciais, micróbios e, por exemplo, as úteis minhocas.Além disso, são terrivelmente perigosos para os seres humanos, principalmente as crianças,já que os médicos pouco conhecem sobre o diagnóstico e o tratamento de doençasrelacionadas de agrotóxicos, o que dá em torno de 1,2 quilo por pessoa; em todo o mundoforam vendidos 2 milhões de toneladas, cerca de meio quilo por pessoa.

Por sorte, temos recursos naturais que substituem plenamente, e com vantagens, ospesticidas químicos. Como consumidores, podemos impor que os produtos rurais osapliquem. E jamais devemos nos esquecer deles, em nossos jardins e em nossas casas.

VOCÊ SABIA?

Ironicamente, os pesticidas não tem conseguido aumentar o índice de produtividadena agricultura. O governo britânico, inclusive, tem relatórios comprovando que, ao sereduzir o uso de pesticidas no campo, as lavouras chagam a produzir mais durante um certoperíodo de tempo, e não o contrário.

Existem mais de cem componentes ativos nos agrotóxicos, aos quais já se podeatribuir o nascimento de crianças com problemas físicos, o surgimento de diversos tipos decâncer e alterações genéticas, além de doenças do sistemas nervoso, deficiênciasrespiratórias e até perda de memória.

Uma verdade á qual não se pode fugir: mais cedo ou mais tarde, as pragas- alvodesenvolvem resistências aos pesticidas, tornando assim inútil ao seu emprego. Já existemmais de 440 espécies de insetos e de ácaros e setenta tipos de fungos que já são resistentesaos pesticidas.

Os pesticidas considerados “de uso doméstico” são tão venenosos quanto osempregados em maior escala na agricultura.

O QUE FAZER

Procure informar-se sobre as alternativas que existem:

Elas funcionam mesmo. Em 1982, a cidade americana de berkeley, na Califórnia,proibiu oficialmente o emprego de herbicidas e pesticidas em áreas públicas. Desde então, acidade tem conseguido manter em excelente estado os parques públicos, sem precisarrecorrer a produtos tóxicos.

Compre e consuma produtos chamados “orgânicos”:

Investigue se na sua cidade existe algum entreposto de produtos naturais, plantadose cultivados sem o uso de pesticidas químicos. Nas capitais , as lojas naturalistas já sãocomuns. Se houver interesse da produção, cada vez mais sítios e lojas desse tipo irão surgir.Na Califórnia, por exemplo, a produção de “alimentos naturais” cresceu 20para 100milhões de dólares em apenas quatro anos.

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Cuidados:

Lave bem frutas e verduras, pois assim elimina-se parte dos resíduos dos pesticidas.Não dê a bebês alimentos que possam estar contaminados. Batatas, tomate e morangos sãoalguns dos produtos mais “bombardeados” por pesticidas.

Nunca jogue pesticidas pelo ralo, pois contaminam o nosso já poluído sistema deesgoto.

Para acabar com pulgões, use um pouco de água com sabão, pois isso elimina apelícula de gordura desse insetos, e sem ela não sobreviverão.

CONVIVA COM O VERDE Existem trezentos parques nacionais nos Estados Unidos (30% do território americano)

que recebem a visita de 200 milhões de pessoas por ano; no Brasil são 25(1,5 do territórionacional), mas apenas nove estão abertos, para 100 milhões de visitantes em média.

Turismo ecológico seria a solução ideal para um desenvolvimento econômico aliadoà proteção ambiental, pois permitiria que os próprios parques, mediante cobrança epequenas taxas de ingresso, obtivessem recursos financeiros para a sua sobrevivência.

VOCE SABIA?

Além de falta de verbas, os parques nacionais brasileiros não possuem recursoshumanos. Nos Estados Unidos, cerca de 39 mil pessoas trabalham como voluntárias nosparques todos os anos.

Os parques brasileiros estão constantemente expostos à ação de empresasmineradoras, caçadores, desmatadores e invasores. Na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro,considerada a maior floresta urbana do mundo, há exploração particular de pedreiras degranito ornamental, atividade que prejudica o meio ambiente e provoca o deslizamento deterra nas encostas.

Nos últimos anos surgiram diversos hotéis considerados ecológicos, alguns dele emplena selva amazônica. São bangalôs rústicos que propõem diversos programas ligados ànatureza, como a observação de pássaros e animais e caminhadas na floresta, sempre com oacompanhamento de guias especializados.

Os principais “santuários” para um roteiro ecológico são a Amazônia e o Pantanal,mas existem outros lugares de atração turística nos mais variados pontos do territórionacional.

Como em diversos países, os brasileiros começam a promover excursões paralimpar trilhas de montanhas, florestas, parques e cavernas. O objetivo é chamar a atençãopara o turismo predatório que se pratica sobre o meio ambiente.

O QUE FAZER

O turismo desordenado tem um poder destruidor, basta olharmos para o que restoude algumas praias do Nordeste. Mas é possível mudar a mentalidade das pessoas quanto à

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importância de se visitar um parque , uma floresta ou uma praia sem destruir uma folha sequer. O objetivo do turismo ecológico é aproximar as pessoas da natureza.

ENVOLVA-SE

ADUBO ORGÂNICOCinqüenta e dois por cento do lixo domiciliar da cidade de São Paulo é composto de

material orgânico.

Grande parte do material orgânico que você joga na lata de lixo em casa( desdeflores até maças mordidas) podem ser transformada num fertilizante muito rico emnutrientes. Isso não significa , é claro, que basta jogar as flores murchas e as maçasmordidas no jardim. É necessário reunir esse lixo orgânico num local especialmenteconstruído para receber e “tratar” o lixo.

Nesse depósitos, bilhões de microorganismos presentes no lixo trabalham paradecompor a matéria orgânica, de forma e torná-la mais digerível às plantas. O compostofinal que resulta desse processo – chamado de compostagem -, misturado à terra,melhorará a textura do solo e também aumentará a retenção de água e ar.

Esse adubo caseiro, além de ser uma fonte natural de nutrientes, é uma solução parao problema do lixo orgânico, o qual, de outro modo, serviria apenas apara ocupar espaçonos depósitos de lixo das cidades.

VOCÊ SABIA?

A cada ano, os americanos jogam no lixo 24 milhões de toneladas de folhas egrama, que poderiam ser aproveitadas para adubo orgânico.

Uma família média americana produz mais de 600 quilos de lixo orgânico por ano.Existem na cidade de São Paulo duas usinas de compostagem, com capacidade de

processar 1 600 toneladas de lixo por dia (dessas, resultam 800 toneladas de aduboorgânico).

Quando o lixo orgânico é “tratado” e existe uma coleta seletiva, os resultadospodem surpreender. A cidade americana de Davis, na Califórnia, conseguiu reduzir àmetade de lixo urbano.

O QUE FAZER

Comece a preparar seu próprio lixo orgânico para ser tratado, o primeiro passo podeser, por exemplo, varrer o quintal e empilhar as folhas e os restos de grama num canto dojardim. Não é o sistema ideal, pois esse lixo ocupa muito espaço, mas as folhas entrarão emdecomposição, acabarão por se misturar à terra e, novamente, o espaço será liberado.

Tratamento mais sofisticado de lixo orgânico envolve um pouco mais de esforço:

Separe o lixo orgânico e coloque em recipientes separados. Informe-se sobre como proceder quanto ao mau cheiro e manter a necessária

circulação do ar. Basicamente, o recipiente precisa ser “ventilado”, para permitir a entrada

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de microorganismos que irão decompor o lixo; no caso de uma caixa de madeira, porexemplo, será necessário retirar algumas ripas. Movimentar o recipiente de um lado para ooutro evitará o mau cheiro.

Se você tem quintal, mas não tem jardim:

Ainda assim o tratamento doméstico do lixo orgânico valerá a pena, pois poderáoferecer o composto orgânicos aos vizinhos que precisem que precisem dele.

COLETA DE SELETIVA DE LIXONa cidade de São Paulo, a coleta seletiva de lixo atinge 60 mil moradores de 04

bairros e reduz em 72 toneladas o volume mensal de lixo.

Esperamos que, a essa altura, você já esteja convencido das vantagens dareciclagem. Mas o que fazer quando se olha ao redor e se percebe que em nossa cidade ouregião não existe nenhum programa de reciclagem?

Depois de consultarmos especialistas em reciclagem, nosso conselho é que vocêprocure fazer contato com outras comunidades que tenham tentado( e conseguido)implantar programas de reciclagem.

VOCE SABIA?

O lixo domiciliar corresponde a 57% do lixo da cidade de São Paulo.A coleta seletiva diminui em 42% o peso do lixo a ser coletado. Segundo a ONU, Organização das Nações Unidas, o Brasil joga no lixo anualmente

4,5% de seu produto interno bruto, isto é, de tudo aquilo que se produz, o eqüivale a 11bilhões de dólares jogados pela janela, ou 10% da dívida externa.

COMO SEPARAR O LIXO EM CASA:

Tenha sempre 02 cestos de lixo, um para material orgânico e outro para o reciclável.As prefeituras que adotam a coleta seletiva distribuem sacolas especiais, mas você podeusar outro recipiente, como caixas de papelão.

Como você já viu , plástico, papel, vidro e latas são materiais recicláveis. Procurelavar as embalagens, como as de iogurte e as latas de conserva antes de colocá-las no sacoou caixote. Lixo reciclável limpo obtém maior valor na revenda.

O lixo restante – orgânico – deve ser colocado em sacos plásticos comuns, que serãorecolhidos normalmente.

O lixo seletivo geralmente é recolhido uma vez por semana por caminhões daprefeitura.

RESULTADO

A reciclagem é a forma mais racional de eliminação de resíduos, pois o materialusado volta para o ciclo de produção ( nas indústrias ou na terra ), o que soluciona o

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problemas de superlotação nos aterros sanitários. Precisamos nos conscientizar de que nóssomos os poluidores do planeta e temos obrigação de contribuir para uma solução eficaz.

O LIXO RADIATIVO O Brasil ainda não tem uma legislação que trate do destino no lixo nuclear

O pior acidente nuclear que o mundo já presenciou foi a explosão de um dos quatrosreatores da central soviética de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, quando 31 pessoasmorreram e 135 mil tiveram de deixar suas casas.

No brasil, o caso mais sério aconteceu em Goiânia (GO), quando uma cápsula decésio 137, usada em radiografia foi vendida como sucata a um ferro velho. Quatro pessoasmorreram e dezenas ficaram feridas. A principal causa desse acidente foi a deficiência nalegislação nacional sobre rejeitos atômicos, pois com exceção do Estado de São Paulo, atéaquela data não havia nenhuma fiscalização de equipamentos radiológicos no país.

VOCÊ SABIA?

Três anos depois do incidente de Goiânia, as 3,4 toneladas de lixo radiativorecolhidas na área do acidente continuam em um depósito provisório nos arredores deGoiânia.

Um desabamento, em março de 1985, lançou ao mar seis cápsulas de césio 137,além de outras fontes radiativas; o material estava no interior do laboratório deRadioecologia do complexo nuclear de Angra dos Reis. A Comissão Nacional de EnergiaNuclear – CNEN – afirma que há pequena possibilidade de contaminação do meioambiente, Furnas Centrais Elétricas vem fazendo análises freqüentes nas águas da região.

Em março de 1988, um veículo do Instituto de Radioproteção e Dosimetria – ligadodiretamente à CNEN – com amostras radiativas (água, lodo, água do mar, peixes) sofreuum acidente próximo a Angra dos Reis. Em agosto, um bateu contra um outdoor na cidadede São Paulo; o veículo transportava uma cápsula de irídio 192. Em ambos os acidentes nãoforam registrados vazamentos.

No campus da Universidade de São Paulo, por onde circulam diariamente milharesde pessoas, existem 200 toneladas de lixo radiativo.

A Usan, Usina de Processamento de Areias Monzaíticas de Santo Amaro, na cidadede São Paulo, apresentou vazamento de radiação no início de 1990. A usina se localiza emárea residencial e aos moradores desconheciam a atividade da empresa.

O QUE FAZER

Exija uma legislação que regulamente o armazenamento de material radiativo.

RESÍDUOS PERIGOSOS A região metropolitana de São Paulo produz anualmente 2,5 milhões de toneladas de lixoindustrial e, desse total, 85% são lançados de forma inadequada sobre o solo, causando

danos ao meio ambiente.

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Lixo tóxico é o veneno produzido pelas nossas indústrias ou nosso estilo de vida. Contémuma mistura de diversos produtos químicos que utilizamos e, dos quais, posteriormente,nos desfazemos. Por ser esse lixo tão perigoso, é muito difícil encontrar uma maneirasegura de livrar-se dele.

Muito de nós sem nos darmos conta do fato, jogamos pelo ralo a pia os restostóxicos de muitos produtos que empregamos diariamente . É aí que reside o grande perigo:as estações de tratamento de água não estão equipadas para a descontaminação de detritosquímicos potencialmente tóxicos. O resultado pode ser um grave processo decontaminação.

Livrar-se de restos químicos jogando-os no quintal de casa ou num terreno baldiotambém não resolve , porque produtos infiltram- se no solo, são carregados pela água dasuperfície, como a da chuva, ou ainda podem contaminar o ar que respiramos.

Como existe em circulação muitos produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente, éimportante que saibamos lidar com eles, quais os riscos que corremos, como armazenarnossos “venenos domésticos” e como nos desafazemos dos restos.

VOCÊ SABIA?

Fazem parte do lixo tóxico que freqüentemente temos em casa: tintas e solventes,baterias de carro, pilhas, limpadores de forno, produtos para desentupir pias e vasossanitários, naftalina, ceras para polimento, limpadores de tecidos e tapetes, pesticidas emgeral e lustra - móveis.

Alguns metais pesados são considerados essenciais para o nosso organismo – mequantidades mínimas - , como o manganês, o cobre e o zinco. Porém, em grandesquantidades tornam –se nocivos à saúde. Alguns – é o caso do chumbo, mercúrio e cádmio– são venenoso, e compostos químicos desses elementos podem se armazenar em animais,plantas e no homem. Os metais pesados penetram em nossos organismos de diferentesmaneiras: proximidades de minas de onde são extraídos ( gases tóxicos), na poluição queas indústrias soltam no ar e na água e alimentos contaminados.

Sete por cento do lixo gerado pelas indústrias da Grande São Paulo é consideradoperigoso e não recebe nenhum tipo de cuidado. Por terem de pagar para depositar o lixo ematerros sanitários, muitas indústrias paulistanas jogam seus resíduos perigosos em“lixões” clandestinos, sem que haja fiscalização e controle.

Nos últimos anos tem-se praticado uma nova e sinistra maneira de se desfazer delixo tóxico . os países do primeiro mundo, grandes produtores de material perigoso, pagamaos do terceiros mundo par que recebam seus detritos tóxicos. Como a maioria dessespaíses não adota medidas de segurança para manusear tais substâncias, o risco de danos aomeio ambiente é enorme.

Não existe maneira segura de se livrar de lixo tóxico. Precisamos, sim, é reduzirdrasticamente a quantidade de produtos tóxicos que geramos e consumimos.

O que fazer para armazenar esses produtos:

Conserve as embalagens originais. Assim, estará evitando, pelo menos em parte ,que uma pessoa qualquer utilize o produto tóxico para fins diferentes.

Verifique se os rótulos estão bem colocados às embalagens. Guarde-os em local fresco e seco, bem longe das crianças!

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Se a embalagens original se partir ou vazar, transfira o conteúdo para outrorecipiente, tendo o cuidado de escrever nele o que contém. Como reduzir a quantidade de produtos perigosos utilizados em casa:

Compre exatamente o quanto você precisa, na quantidade que vai consumir, poisquanto menos sobrar, menores serão os restos que acabarão no lixo ou no ralo da pia.

E, sempre que for possível prefira os produtos menos tóxicos.

O que fazer com as sobras:

Recicle , sempre que possível. Procure localizar, em sua cidade, os centros eprogramas de reciclagem que existem.

Telefone a uma estação de tratamento de água e informe-se de como dispor dosrestos líquidos. Procure um departamento de saúde para o que fazer com os resíduossólidos.

Engaje-se em programas de coleta de resíduos tóxicos. Estes programas no entanto,ainda são raros. Sem sua cidade não houver nenhum, entre em contato com as liderançaspolíticas ás quais você tiver acesso e apresente sugestões . muitos dos programas mais bemsucedidos começaram, simplesmente, com único cidadão preocupado com o futuro.

ENERGIA ALTERNATIVA Parte da energia elétrica consumida pela cidade de Ribeirão Preto (SP) provém de usinas

termelétricas que utilizam o bagaço de cana produzido na região.

Retirar energia do meio ambiente não é uma idéia recente. Durante muitos séculosforam usados o vento e a água como fonte de energia, até que a Revolução Industrial doSéculo 18 tornou necessária a utilização de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.

Esses combustíveis levaram milhões de anos para se formar no subsolo do planeta;o homem, porém, usa de maneira descontrolada essas fontes de energia, que tendem a seesgotar rapidamente . daí a necessidade de se procurar alternativas, que sejam eficazes eduradouras.

VOCÊ SABIA?

Todas as fontes de energia renovável vêm, em última instância, do Sol; apenas ummilésimo de um milionésimo de energia solar é absorvida pela Terra. Mas isso já é osuficiente para produzir ventos e ondas ( pelo aumento nas rochas das “profundezas” doplaneta)e energia solar, que significa “capturar” a própria energia do sol.

Outros exemplos de energia renovável são o gás metano, criado nos aterros e fossassanitárias, e as “ fazendas de vento” (energia eólica), que estão suprindo de energia diversasregiões dos Estados Unidos.

Estão sendo feitas experiência com gás natural (biogás) em indústrias e coletivos. Obiogás em industrias e coletivos. O biogás não polui e substitui todos os derivados depetróleo.

As usinas de cana do Estado de São Paulo utilizam bagaço de cana para gerar doisterços de sua própria energia.

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O QUE FAZER

Economize energia, pois assim será menor a urgência de se encontrar alternativas. Cobre das empresas e do governo uma melhor eficiência dos aparelhos

eletrodomésticos. Em São Paulo, por exemplo, a voltagem das residências varia entre acerca de 100 e 140 volts, o que faz com que os aparelhos eletrodomésticos sejam fabricadospara operar nesse intervalo de voltagem. Isso diminui sua eficiência, aumentando oconsumo de energia.

As construções das grandes cidades, como edifícios de escritórios e shoppingscenters, deveriam ser mais bem elaboradas, aproveitando melhor os materiais de construçãoutilizamos não obrigamos o uso indiscriminado de ar- condicionado.

Energia solar – das alternativas renováveis, a mais popular:

A médio prazo, instalar painéis de energia solar sai mais barato do que a utilizaçãode energia elétrica. Para quem vive em regiões remotas, num prazo de um a dois anos, acaptação de energia solar sai mais econômica do que gerador, que precisa de combustívelpara produzir energia.

Painéis de energia solar substituem a eletricidade na iluminação doméstica:lâmpadas e alguns aparelhos como geladeira e televisor funcionam sem problemas(entretanto, aconselha-se usar geladeiras adaptadas para energia solar, como consumo deenergia mais baixo). Para o aquecimento de água e para aparelhos que necessitem de maisenergia, como é o caso do ar- condicionado, é necessário um coletor solar.

No Brasil, os painéis solares são usados com mais freqüência em torres repetidorasde televisão da Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações), plataforma depetróleo, fazendas (também para a irrigação e eletrificação de cercas)e outdoors, sendoencontrados até em brinquedos – como, por exemplo, carrinhos com um pequenino painelsolar ligado ao motor, com uma ressalva: a criança precisa brincar ao ar livre.

Os painéis de energia solar não necessitam de manutenção por cerca de vinte anos eabsorvem a energia do Sol mesmo em dias parcialmente nublados.

OS MANGUEZAIS TAMBÉM MORREM Os mangues ocupam cerca de 20 milhões de hectares do planeta. No Brasil, calcula-se que

ocupem uma área de 25 mil quilômetros quadrados, distribuídos ao longo do litoral, doAmapá a Santa Catarina.

Os mangues são a base da cadeia alimentar dos oceanos. No meio do “lodo”considerado inútil durante muitos anos, crescem os únicos cinco gêneros de plantas capazesde sobreviver à salinidade dos mares e à pressão das marés. Suas raízes abrigammicroorganismos e pequenos invertebrados, que servem de alimento para os peixes daregião, são fonte de matéria orgânica e, consequentemente, de alimento.

Apesar de sua importância para a ecologia os mangues têm sido destruídos para darlugar a moradias, estradas, instalação de complexos industriais e portuários, tornando-sealvos da expansão turístico imobiliária.

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VOCÊ SABIA?

Os mangues são considerados áreas de conservação permanentemente pelalegislação federal desde 1965.

Diversas baías, como a de Todos os Santos, Guanabara, Paranaguá, Sepetiba, SãoMarcos e Ilha Grande tinham vegetação predominante de mangues. No entanto, a coberturavegetal dessas regiões está em acelerado processo de desaparecimento.

No Nordeste do Brasil, o governo de Sergipe e a prefeitura de Aracaju são osmaiores agressores, através da construção de conjuntos habitacionais, entradas eloteamentos.

A moderna estrada costeira que integra o polo turístico Costa do Sol, na Paraíba,destruiu uma grande área de maguezais.

Em Santa Catarina , 30% doa 92 quilômetros quadrados de mangues já foramdevastados.

No Estado de São Paulo, inúmeros loteamentos de veraneio foram construídos sobreos mangues paulistas, além de complexos industriais e portos.

Na baía da Guanabara, 80 quilômetros quadrados de mangues tentam aindasobreviver à ocupação do homem, mas recebem dejetos de mais de setenta indústrias, alémde servir de combustível para os fornos de olarias da região.

No litoral, onde os mangues foram aterrados, é grave problema de erosão, do solo. No Recôncavo Baiano, trechos de mangue foram transformados em fazendas de

camarões para exportação. Em Valença, a madeira dos maguezais foi usada para afabricação de barcos.

O exemplo mais triste de devastão aconteceu em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.No fim dos anos 50, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, a industrianaval brasileira se instalou em Angra; em 1969, a região assistiu à construção de umacentral nuclear, de um terminal petrolífero e da Rodovia BR101, a RIO – SANTOS. Odesenvolvimento trouxe também o turismo e, no início da década de 70, a Embraturaprovou a instalação de hotéis e loteamentos para condomínios fechados. Segundo a revistaManchete (edição 30/06/90), para legalizar a questão da terra – protegida pela legislação - ,em 1972 Angra foi declarada área de prioridade para reforma agrária. Dessa maneira, oscaiçaras e posseiros deram lugar a uma rentosa exploração imobiliária . um milhão demetros quadrados de mangues foram destruídos, 40% da vegetação nativa.

O QUE FAZER

Exija a proteção dos mangues pelo governo federal.

A FLORESTA AFOGADA De acordo com o plano decenal de energia, serão construídas no Brasil 73 usinas

hidrelétricas entre 1990 e 1999. Até o ano de 2001, 30 mil quilômetros quadrados deflorestas brasileiras serão inundados, deslocando 250 mil pessoas ( dessas, 28 mil são

índios )

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A nova constituição brasileira diz que qualquer atividade potencialmente causadorade significativa degradação do meio ambiente somente poderá ser executada após aelaboração de uma relatório de impacto nacional. Até o fim da década de 80, no entanto, opaís assistiu a verdadeiro crimes ecológicos, verificados em todo o território nacional.

VOCÊ SABIA?

As hidrelétricas de Sobradinho e Itaparica, ambas no rio São Francisco, foramconstruídas sem que houvesse um enfoque sócio – ambiental em seu projeto inicial, cemmil pessoas tiveram de ser realocadas. O assentamento dessas populações foi definido pelaprópria Companhia de Hidrelétrica de São Francisco, responsável pelas duas obras, sem aparticipação das populações envolvidas.

A Usina Hidrelétrica Doze de Outubro será instalada no rio do mesmo nome, emVila Bela, a 26 quilômetros da cidade de Vilhena (RO), inundando 4,4 hectares da reservaindígena Nhambiquara. Estrada de acesso terão de ser abertas, o que vai colaborar para ainvasão de garimpeiros e colonos a região.( A reserva de Nhambiquara já foi demarcadaoficialmente pelo governo federal.)

A construção da usina de Itaipu, no Paraná, provocou mais impactos sociais queambientais, pois a região já havia sido desmatada para cultivo agrícola. Muitos dos colonosque tiveram suas terras desapropriadas seguiram para Rondônia, onde provocaram odesmatamento da mata virgem.

A barragem da usina de Tucuruí, ás margens do rio Tocantins (PA), foi fechada paraa formação da represa antes que fosse retirada a madeira nobre, arrasou-se com 6 500quilômetros de riquezas naturais e o lago ficou seriamente poluído pela floresta apodrecida.(Hoje a floresta submersa está sendo retirada por empresas particulares.) além disso, o lagode Tucuruí inundou trechos da rodovia Transamazônica, vilas habitadas e áreas dos índiosparacanãs, que há séculos ocupavam aquela terra. Na época, foram feitas denúncias de queteria sido utilizados poderosos agrotóxicos para o desfolhamento da floresta.

A hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã (afluente do Amazonas) repetiu os erros deTucuruí, inundando 236 mil hectares de mata virgem. Os índios waimiri-atroaris tiveram deser relocados; foram destruídos sítios arqueológicos que nunca haviam sido estudados.Milhões de dólares (60% a mais do que o previsto) e gera 32 vezes menos energia elétricapor quilômetro quadrado de floresta sacrificada. A Eletronorte, responsável pelo projeto,assumiu que esse foi o maior erro do setor energético do país.

Existem projetos para a construção de hidrelétricas contribuem para o efeito estufa,pois as inundações liberam metano na atmosfera.

As operações de resgate dos animais na maioria dos casos é feita com descaso,simplesmente transferindo-os para as margens da represa, que já está ecologicamenteocupada. Esses animais entram em competição, podendo até causar a morte de muitosespécimes.

O QUE FAZER

Pressione o governo federal – por meio dos representantes no Congresso Nacional –a adotar programas de conservação e redução de energia.

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A construção de pequenas usinas hidrelétricas, ao lado das redes detransmissão já existentes, reduziria o impacto ecológico, além de ter custo inferior. Ascentrais elétricas de Santa Catarina têm estudos para a construção dessas “miniusinas”.

Devido a pressões internas e externas, as empresas brasileiras do setorelétrico estão mudando sua postura para a realização de novos empreendimentos. Oresultado imediato foi o cancelamento de cinco hidrelétricas na Amazônia, levando emconta a população afetada pelos projetos, a dimensão das áreas a serem alagadas e ainterferência sobre as populações indígenas. As empresas também incluíram em seus gastosapoio à flora e à fauna das regiões afetadas.

Essas novas medidas que surgem, mais o “endurecimento” do BancoMundial em financiar a construção de barragens e reservatórios, contribuem para umapossível solução pacífica da questão, evitando os erros e atrocidades cometidas no passado.Mas, enquanto indivíduos, precisamos fiscalizar e cobrar o que está sendo feito no campoenergético.

MAIS GRÃOS, MENOS CARNEDe acordo com os dados da entidade americana Diet for a New America, mais de 1

bilhão de pessoas poderiam ser alimentadas pelos grãos que servem de ração todos osanos ao rebanho de gado dos Estados Unidos.

É difícil alguém nos dizer o que podemos ou não comer – esta é uma questãomuito pessoal. Mas você precisa estar consciente de como seus hábitos alimentares afetamo meio ambiente. Muita gente nunca imaginou a quantidade de recursos não – renováveisque são empregados, por exemplo, no hambúrguer que você comeu hoje no almoço. É horade começarmos a pensar no futuro, e tentarmos conservar os recursos naturais de quedispomos.

VOCÊ SABIA?

Segundo o Diet for a New America, se os americanos reduzissem em apenas10% seu consumo de carne, a economia de grãos criaria um excedente suficiente paraalimentar 60 milhões de pessoas – o número de seres humanos que morrem de fome nomundo por ano.

Para se produzir cerca de meio quilo de carne bovina são necessários 7,5quilos de grãos, 9.500 litros de água e a energia equivalente a quase 4 litros de petróleo.

A criação de gado consome mais de metade de toda a água consumida nosEstados Unidos.

Parece incrível, mas o aumento dos rebanhos de gado faz com que aumenteo efeito estufa. Segundo estimativas, os 1,3 bilhão de bois e vacas existentes no planetaproduzem, com seu estrume ao decompor-se, cerca de 100 milhões de toneladas de gásmetano. Esse gás é um dos responsáveis pelo efeito estufa, e em nível molecular, o metanoretém 25 vezes mais calor do que o gás carbônico.

Oitocentos e noventa mil quilômetros quadrados de terras nos EstadosUnidos foram desmatados (áreas equivalentes do tamanho da Áustria) no Brasil e metadedas florestas da América Central foram detruídas para a produção de carne bovina.

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Um terço da superfície da América do norte está coberta de passagens para ogado. Metade da área agricultável americana está sendo usada para o plantio de grãos paraalimentar o gado (a maioria bovino).

Vinte vegetarianos “ortodoxos” poderiam alimentar-se com o produto deuma área de cultivo suficiente para alimentar apenas um “comedor de carne”.

Dos 01 milhão de quilômetros quadrados do território americano que foramreflorestados caso se parasse de alimentar gado.

Para cada americano que adote uma dieta puramente vegetariana, 04 milmetros quadrados de cobertura vegetal não precisarão ser desmatados por ano.

O custo das matérias-primas consumidas para se produzir carne para oconsumo americano é maior do que os gastos em petróleo, gás e carvão nos EstadosUnidos.

O rebanho bovino brasileiro é de 128 milhões de cabeças; são abatidasanualmente cerca de 21,4 milhões, a maioria para consumo interno.

O cultivo de grãos, verduras e frutas consome menos de 5% do total dematérias-primas necessárias à produção de carne.

O QUE FAZER.

A mais simples providência de todas, mesmo que você seja um “carnívoro”inveterado, é diminuir seu consumo de carne.

Faça uma experiência: compre um livro de receitas vegetarianas.Se você tiver um jardim, plante as verduras para o seu consumo. Ficará

espantado com a quantidade de alimento de excelente qualidade que por ser obtido de umsimples canteiro verde.

A ONDA DE MERCÚRIOEntre 1983 e 1989, estima-se que de 250 a 300 toneladas de mercúrio foram

utilizadas nos garimpos do rio Tapajós, contaminando direta ou indiretamente o meioambiente.

O mercúrio é um metal líquido altamente tóxico a qualquer forma de vida,sendo utilizado na garimpagem de ouro. Depois de retirado, o cascalho do rio é misturadoao mercúrio líquido. O ouro em pó do cascalho se aglutina ao mercúrio e o resto docascalho é jogado fora. Aquece-se então a mistura mercúrio/ouro até que os dois metais seseparam. Durante o processo, 55% do mercúrio evapora; o restante acaba sendo jogado nosrios. Para cada quilo de ouro retirado dos rios brasileiros, usa-se 1,5 a 3 quilos de mercúrio.

No leito dos rios o mercúrio reage com os sedimentos orgânicos e éconsumido pelos peixes. A outra parte que evaporou acaba se condensando e assumindosua forma líquida original. Daí temos a poluição dos rios, terras, vegetação, meio ambientee, finalmente, do homem.

VOCÊ SABIA

O desejo de mercúrio na baía de Minamata, no Japão, na década de 50,provocou a morte de mais de 100 mil pessoas.

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A tolerância do mercúrio nos seres humanos é de 0,02 ppm (partes pormilhão) no sangue de 0,2 ppm na urina. Na natureza, os teores de mercúrio são baixos,chegando a 1 ou 2 ppm em certos solos. Alguns garimpos brasileiros já apresentaramcontaminação até 2 mil vezes superior à tolerância biológica. Em serra Pelada, no Pará, aamostra do cabelo de um garimpeiro mostrou uma taxa de 2,92 ppm de mercúrio.

Muitos peixes migram para outros rios para a desova; assim, peixescontaminados pelo mercúrio de um rio, podem levar essa poluição a outras regiões.

Os garimpos de ouro muitas vezes utilizam mercúrio contrabandeado, o quetorna a operação ilegal. Em 1987, 90% do ouro extraído na região de Poconé, no Pantanal,saiu do Estado de forma ilegal, sem tributação.

O QUE FAZER

Exija um maior controle do governo sobre os garimpos, proibindo aimportação e o uso ilegal do mercúrio e boicote o ouro usado nas jóias e outros benssupérfluos.

A PROTEÇÃO DO LITORALSó nos primeiros cinco meses de 1989, a Petrobrás derramou 12 mil toneladas de

petróleo no canal de São sebastião, em São Paulo, e mais de 40 toneladas no terminal deAngra dos Reis, no rio de Janeiro.

O mais dramático acidente com petróleo aconteceu em 24 de março de 1989,quando o petroleiro Exxon Valdez chocou-se contra um iceberg na costa do Alasca,causando o vazamento de 240 mil toneladas de petróleo cru e prejuízos ecológicosirremediáveis para a região. A empresa proprietária do navio teve de pagar 2 bilhões dedólares para recuperar os estragos.

O caso do Exxon Valdez nos chama a atenção para o problema dosconstantes vazamentos de petróleo na costa brasileira e no perigo que isso significa para onosso tão ameaçado meio ambiente.

VOCÊ SABIA?

Em 1989, foram registrados 68 derramamentos de petróleo nas instalaçõesda Petrobrás em todo o país. Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, a empresaestatal brasileira não paga pesadas multas por destruir o meio ambiente.

A Petrobrás tem grandes investimentos na extração de petróleo em águasprofundas, através das plataformas espalhadas pela costa brasileira. O rompimento de umatubulação submarina causaria enormes prejuízos ao meio ambiente da região; conter umvazamento de um possível acidente poderá levar de vinte a trinta dias – basta lembrar o queaconteceu com a plataforma de Enchova, em abril de 1988, quando um vazamento de gásdeu início a um incêndio e provocou um vazamento de nove milhões de metros cúbicos depetróleo.

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Não é só petróleo que polui a costa brasileira. No Pará, centenas de cerrariascontaminam a Ilha de Marajó com “pó da China” – pentaclorofetano de sódio, altamentetóxico, usado para imunizar madeiras.

O QUE FAZER

Pressione o governo a adotar uma política de proteção ao meio ambiente,que evite vazamentos de petróleo e que impeça que outros detritos sejam jogadosindiscriminadamente em nossos mares.

Quanto mais se usar formas alternativas de energia e menos se consumirpetróleo, menos superpetroleiros navegarão nas costas brasileiras, reduzindo o risco devazamentos.

AMAZÔNIAA floresta Amazônica produz 40% do oxigênio do planeta

O desmatamento da Amazônia até o final de 1989 atingiu 404 mil quilômetrosquadrados de florestas, segundo Instituto de Pesquisa Espaciais, INPE. Só em 1989 foramdestruídos pelo menos 50 mil quilômetros quadrados de florestas na região, o equivalente àárea do Estado do Rio de Janeiro.

VOCÊ SABIA?

A floresta amazônica armazena 60 bilhões de toneladas de gás carbônico es seustroncos.

A floresta tem sido devastada através de invasões de colonos e aberturas depassagens. Entretanto, segundo pesquisas do brasileiro Carlos Nobre, o solo da Amazônia émuito pobre para a lavoura e a região nunca se tornará “ o celeiro do mundo”, a menos quesejam importadas grandes quantidades de fertilizantes.

Em 1980, apenas 3% do território de Rondônia estava desmatado; em 1989, odesmatamento alcançou 24%.

As quatro siderúrgicas de ferro- gusa situadas ao longo da ferrovia Carajás, no Pará,consumiram 1,2 milhão de árvores para a produção de carvão em 1989. Outras siderúrgicasobtiveram permissão para se instalar na região, atraídas pelos incentivos fiscais e pelapossibilidade de ter madeira barata a seu redor. Caso essa siderúrgica sejam efetivamenteinstaladas, até o ano de 2000 a devastação atingirá 1 mil quilômetro quadrados da florestas.

O surgimento de estradas na floresta provocou a devastação de pelo menos duasregiões: no Acre, entre a capital Rio Branco e a cidade de Basiléia ( quase divisa com aBolívia), e no Maranhão, entre os municípios de Açailândia e Imperatriz ( a 20 quilômetrosda mata amazônica). Para expor 04 mil toneladas de bauxita por ano durante a década de 80, umconsórcio de empresa nacionais e estrangeiras praticamente matou o Lago da Batata, àmargem do rio trombetas, no Pará. A poluição foi causada pelo escoamento da água delavagem de bauxita, carregada de argila.

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O QUE FAZER

Exija que o governo implante um a política ambiental para proteger o que restou denossas florestas. Uma boa maneira de os ecologistas internacionais ajudarem de formaconcreta a Amazônia seria pressionando seus governos a vender carvão mineral a preçossubsidiados às siderúrgicas brasileiras, que deixariam de derrubar árvores para obter carvãovegetal..

POR DENTRO DO PANTANAL Todos os anos 1,7 milhão de peles de jacaré Caiman saem do Pantanal, contrabandeadas

pelos “coureiros”

O pantanal é uma região de 140 mil quilômetros quadrados, localizada nos Estadosde Mato Grosso do Sul, onde vivem 1 500 espécies de animais. É a maior planícieinundável do mundo e está sendo alvo de desmatamento para abrigar rebanho bovino.

VOCÊ SABIA?

Além do jacaré, outras espécies de animais do Pantanal podem ser extintas, como éo caso da ararinha, onça capivara, arara-azul e diversos tipos de peixe( dourado, pintado,pacu, piracanjuba).

A cada ano, os garimpos lançam no Pantanal entre 100 e 120 toneladas de mercúrio,provocando devastações sem precedente. Anualmente, são extraídas 60 toneladas de ouro e400 mil quilates de diamantes.

O assoreamento – causado pelas lavouras malfeitas – e a erosão provocam oacúmulo de 05 bilhões de areia no leitos dos rios. No inicio da década de 80, o rio Taquaritinha 15 metros de profundidade; hoje, mal suporta barcos com o motor de popa.

O cultivo da terra joga agrotóxicos nas águas, o que afeta a vida dos peixes, animaissilvestres e até do homem pantaneiro.

Cinqüenta por cento dos peixes do rio Paraguai já não procuram o rio Taquari para adesova, devido às barreiras de entulho no Taquari, que impedem a travessia. Essa é umaséria ameaça aos animais que se alimentam de peixe, como o tuiuiú, maguari, gaivota,jacaré e outros.

Os fazendeiros fecham a baías – lagoas existentes nos rios - , onde ocorre odesenvolvimento dos peixes (eles permanecem nessas lagoas até alcançarem a idadeadulta). A impossibilidade de seguirem para os rios para onde escapar, morrem por asfixia.

A introdução da tecnologia moderna no Pantanal é uma grande ameaça à ecologia,pois está alterando os costumes do homem pantaneiro: ele perde respeito pela natureza eparte, por exemplo, à caça do jacaré (a pele do animal é comercializada a 100 dólares porunidade).

O QUE FAZER

Novamente, cobrar o governo uma política ambiental.

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A QUESTÃO DOS ÍNDIOS Os índias brasileiros, acostumados a viver em harmonia com a natureza. Hoje devastam o

meio ambiente.

O avanço do homem branco expulsou os índios de suas terras, confinando-os emreservas e alterando sua estrutura sócio - econômica. Abandonados pela FUNAI –Fundação Nacional do Índio - , acabam obrigados a produzir aquilo que a sociedade brancacomercializa: destroem suas florestas para vender árvores aos madeireiros – que exercemuma grande pressão sobre os índios carentes de recursos – e acabam se associando agarimpeiros, que poluem ás águas e solos, mas em troca lhes dão alimentos e roupas.

VOCÊ SABIA?

A reserva Kaiapó, em São Félix do Xingu, está com os rios Fresco e Iriri poluídospelo garimpo Maria Bonita, que funciona no interior da reserva com a permissão dosíndios.

Os índios são usados como mão de obra barata na construção de hidrelétricas e noprojeto Calha Norte – promovido pelo Exército brasileiro para desenvolver a região dafronteira do Norte do país.

A construção de hidrelétricas e estradas ameaçam as aldeias; vastas áreas dasreservas são inundadas para as hidrelétricas, e as estradas cortam suas terras, aumentando adestruição. A BR 174 (Manaus – Boa Vista) acabou com várias aldeias waimiri - atroari,além de piorar as já hostis relações da nação indígena com os brancos. A BR 364 (Cuiabá –Porto Velho), construída com recursos do Banco Mundial, facilitou a invasão das terras dosnhambiquaras no vale do Guaporé, Mato Grosso.

Os 9 mil yanomamis têm visto suas terras - na fronteira com a Venezuela –invadidas por garimpeiros.

Em 1988, as comunidades indígenas de Rondônia deixaram de receber 1 bilhão decruzados( valor da época), o que corresponde a 60 mil metros cúbicos de madeira, retiradaclandestinamente de suas terras.

Os 2 mil índios pataxós que vivem numa reserva próxima ao Parque Nacional deMonte Pascoal(BA) venderam madeira nobre para empresas de Porto Seguro. Osmadeireiros equipavam os índios com motosseras.

O QUE FAZER

Pressionar o governo federal a dar mais auxilio aos índios.

GOTAS DE ÁCIDO Durante uma tempestade na Escócia, em 1974, foi registrado o PH da chuva mais ácido

que o vinagre: 2,4

Ameaça da chuva ácida, que está destruindo lugares para nós tão distantes, como aFloresta Negra na Alemanha ou os monumentos históricos da Grécia, já afetam nossasflorestas, solo e água.

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VOCÊ SABIA?

Várias espécies de animais não sobreviveram a um pH abaixo de 5,0 ou seja, meioambiente ácido. Quanto mais dependente da água for o animal, maiores suas chances demorrer. No solo, a acidez prejudica a raiz das plantas e microorganismos responsáveis pelafertilidade natural, principalmente bactérias associadas a leguminosas como a soja e ofeijão.

As chuvas ácidas da Escandinávia, segundo os cientistas, estavam ligadosdiretamente à poluição das industrias inglesas, que instalavam as chaminés mais altas;assim, essas industrias deixavam o seu ar bom, enquanto poluíam os dos vizinhos.

A Floresta da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, já registrou chuvas com pH

médio de 4,6. Na Amazônia, o pH das chuvas é próximo ao de São Paulo e Rio, devido às

queimadas. O Uruguai acuso o Estado do Rio Grande do Sul de causar as chuvas ácidas que

assolam o norte daquele país. A acidez é provocada pelo complexo termelétrico deCandiota, na cidade de Bagé, a 70 quilômetros da fronteira.

No Estado de São Paulo, um projeto está causando muita polêmica: a construção datermelétrica de Paulínia, a maior do país na região de Campinas. De acordo compesquisadores da USP, a termelétrica de Paulínia lançara na atmosfera de 100 a 300toneladas de dióxido de enxofre por dia, fora as 100 toneladas já emitidas pelas indústriasquímicas da região.

O QUE FAZER

A única solução é diminuir a quantidade de poluição emitida na atmosfera. NaEuropa e Estados Unidos, as industrias são muito poluentes são obrigadas a instalar filtros eos filtros e os governos investem muito em pesquisas de novas fontes de energia, além deestimularem o uso racional de energia. Precisamos seguir o exemplo.

DIREITOS DO CONSUMIDOR A maior arma do consumidor sem duvida nenhuma é o boicote.

Se não houver vendas, o produto deixará de ser comercializado. Dessa maneira, osconsumidores da Inslândia diminuíram a matança de baleias e os americanos impediramque milhares de golfinhos fossem mortos pelos pesqueiros de atum. Como tentamosmostrar ao longo deste livro, o simples fato de não consumir pode salvar desde tartarugas,elefantes e jacarés até imensas áreas florestais . tudo tem seu preço na natureza, portanto,precisamos cada vez menos o meio ambiente.

Outro tópico que não podemos deixar de lado - nunca – é que, enquantoconsumidores, temos nossos direitos e devemos fazer valer a lei.

VOCÊ SABIA?

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A Constituição brasileira, aprovada em 1988, contém o Código de Defesa doConsumidor, com legislação especifica para cada caso.

O cidadão brasileiro pode - e deve – encaminhar petições aos Poderes Públicos,solicitando providencias para questões sobre o meio ambiente (devastações e poluição etc).

O QUE FAZER Para enviar uma petição :

O primeiro passo é organizar as informações de maneira objetiva, identificando oagente causador do problema e a localização exata (por escrito ou através de um mapa);fotografias são bastante úteis. Envie seu relatório pessoalmente ou por intermédio de cartaregistrada – é importante você ter um protocolo de recebimento desse documento ou umAR (aviso de recebimento), assim será mais fácil reclamar uma providência. Além dosPoderes Públicos, mande também para grupos ecológicas e veículos de comunicação de suacidade e Estado. O direito de petição aos órgãos públicos é assegurado pela Constituição eregulamentado no caso de meio ambiente ( Lei Federal n° 7347/85).

Serviços de atendimento ao consumidor:

Algumas empresas mantêm um canal de comunicação com os consumidores ( otelefone ou endereço para contato na embalagem do produto ), para receber reclamações esugestões do público. Se você comprou uma mercadoria defeituosa, estragada ou se sentiulesado, poderá ser ressarcido de seu prejuízo. Se uma determinada empresa não possuir essetipo de serviço escreva uma carta com a sua reclamação ou vá pessoalmente fazer suaqueixa.

Outra opção é recorrer às entidades de defesa do consumidor de sua cidade, como oProcon (Departamento de Proteção ao Consumidor) em São Paulo, onde existem advogadosà disposição da população.

Pesquise sempre antes de comprar, principalmente bens duráveis, comoeletrodomésticos; exija nota fiscal de tudo o que adquirir, pois é um comprovante decompra que serve como documento pata uma possível reclamação.

O poder do voto:

Vote consciente. Os parlamentares que você elege para a Câmara dos Deputados e oSenado Federal são seus representantes no governo. Exija que eles defendam seus direitosde cidadão e que protejam nosso meio ambiente. Cobrar e exercer nossos direitos é umdever que temos freqüente às futuras gerações, para que elas encontrem um planetaecologicamente equilibrado.

ENTIDADES ECOLÓGICAS

Este livro é apenas um ponto de partida, para que todos contribuam , a sua maneira,para a preservação da natureza.

Daqui por diante é com você: envolva-se .... e não desista!

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Eis aqui uma lista de entidades ecológicas e órgãos públicos encarregados depolítica ambiental.

Associação Amazonense de Proteção ao Meio Ambiente Natural - Conj. Abílio Neri,QI, casa 12, Manaus (AM), 69093 Fundação Chico Mendes – Rua Dr. Batista de Moraes, 180 Xapuri (AC), 69920 Secretaria do Estado do Meio Ambiente - Rua Barão de Azatanha, 1319, Fortaleza (CE),6000Superintendência Estadual do Meio Ambiente – Centro Administrativo do Estado,Lagoa Nova, Bloco Seplan, BR 101, Natal (RN), 59059 Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis –SAIN, Av. . L 4 Norte , Brasília (DF) 70910 Fundação Pró Natura – SCNL 107, Ed. Gemine Center II, BL . B salsa 201/212, Brasília(DF), 70743 Fundação Estadual do Meio Ambiente de Goiás – Décima Primeira Avenida, 1712,Setor Universitário, Goiânia (GO), 74000Conselho Estadual de Controle Ambiental - Av. Clógeras, 616, Campo Grande (MS),79005, Caixa Postal 856 Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente – Caixa Postal 2304, Vitória (ES),2900 Fundação Estadual do Meio Ambiente – Av. Prudente de Morais, 1671, Belo Horizonte(MG) 30380 Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - Rua Fonseca Teles, 121,15°andar , Rio de Janeiro (RJ), 20940Cuiabá – Porto VelhoCetesb – Cia. De Tecnologia de Saneamento Ambiental – Av. Frederico Hermann Jr,345 São Paulo (SP) 05459 SOS Mata Atlântica – Rua Manoel da Nóbrega , 456, São Paulo (SP) 04001Fundação Pantanal Alerta Brasil – Rua Bela Cintra, 1618, conj. 5, São Paulo (SP), 01415Comissão Pró-Índio SP – Rua Ministro Godoy, 1484, sala 12, São Paulo (SP), 05015Oikos – União dos Defensores da Terra – Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4442, São Paulo(SP), 01402Associação em Defesa da Juréia – Rua Cardoso de Almeida, 1479, casa 2, São Paulo,05013Associação Brasileira de Agricultura Alternativa – Caixa Postal 9, Piracicaba (SP),13400Associação de Defesa e Educação Ambiental – Rua Des. Westphalen, 15, 16º andar,Curitiba (PR), 80010Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente – Pça. Pereira de Oliveira, 16,ed. M. Daux, 6º andar, Florianópolis (SC), 88000Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – Rua João Teles, 524, CaixaPostal 1996, Porto Alegre (RS), 90000

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DIVULGUE ESTA IDÉIA

Depois de ler este livro e pensar no mudar no seu dia –a - dia – se é que ainda nãomudou alguma coisa -, você deve ter percebido a importância da participação de cada umde nós. Seu envolvimento com a defesa do meio ambiente pode vir de diferentes maneiras:desde simplesmente parar de comprar um produto até promover debates sobre ecologia nasescolas e participar de campanhas de controle ambiental. Sua atitude como indivíduo ougrupo de pessoas vai alertar os outros, que ficarão curiosos... e demonstrarão interesse.

Por isso ainda temos uma sugestão final: divulgue estas “50 Pequenas Coisas”.Temos de nos unir para defender nosso bem mais precioso: o meio ambiente.

O planeta Terra precisa de você!