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    Petrni S Benevides Ma alhes

    S Paul

    2011

    TRANSPORTE MARTIMCARGAS, NAVIOS, PORTOS E TERMINAIS

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    Copyright 2010Editora: Yone Silva PontesAssistente editorial: Ana Lcia GrilloDiagramao: Helen Fardin, Nilza Ohe e Wagner Pereira

    Ilustrao de capa: Fernanda NapolitanoReviso: Silvia Pinheiro B. dos SantosImpresso e acabamento: Graphic Express

    A ortogra a desta obra est atualizada conforme o Acordo Ortogr coaprovado em 1990, promulgado peloDecreto n 6.583, de 30/09/2008, vigente a partir de 01/01/2009.

    2011Proibida a reproduo total ou parcial.

    Os infratores sero processados na forma da lei.EDIES ADUANEIRAS LTDA.

    SO PAULO-SP 01301-000 Rua da Consolao, 77Tel.: 11 2126 9000 Fax: 11 2126 9010

    http://www.aduaneiras.com.br e-mail: [email protected]

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Magalhes, Petrnio S Benevides Transporte martimo : cargas, navios, portos eterminais / Petrnio S Benevides Magalhes. --

    So Paulo : Aduaneiras, 2010.

    ISBN 978-85-7129-568-1

    1. Comrcio martimo 2. Conhecimentos de carga3. Transporte martimo I. Ttulo.

    10-07573 CDD-387.544

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Transporte martimo : Comrcio 387.544

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    Sumrio

    Pre ci .................................................................................... 9

    Apresenta ........................................................................... 11

    Intr du ............................................................................... 13

    CAP TULo 1CoNCEIToS B SICoS1.1. As Cargas Martimas ....................................................... 17

    1.1.1. Conceito e Classi cao ..................................... 171.1.2. A Carga Geral Solta............................................. 181.1.3. Os Neogranis ..................................................... 191.1.4. Os Contineres .................................................... 20

    1.1.5. Os Granis ........................................................... 241.2. Navios de Transporte Martimo ....................................... 251.2.1. Conceitos Bsicos ............................................... 251.2.2. Profundidades e Calados ..................................... 271.2.3. Velocidades dos Navios ....................................... 281.2.4. Tamanhos e Classes dos Navios .......................... 281.2.5. Equipamento de Bordo ou Guindastes de Cais? . 32

    1.3. Portos e Terminais Martimos .......................................... 341.3.1. Conceitos Bsicos ............................................... 341.3.2. A Evoluo das Tecnologias de Transporte e os

    Portos ................................................................. 381.3.3. Transformaes mais Recentes nos Portos ......... 411.3.4. Portos e Terminais Martimos no Brasil .............. 45

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    Transporte Martimo Cargas, Navios, Portos e Terminais4

    CAP TULo 2TRANSPoRTE MAR TIMo DE CARgA gERAL

    SoLTA E REfRIgERADA2.1. Manuseio da Carga Geral Solta ....................................... 512.2. Navios de Carga Geral Solta Seca ................................... 572.3. Navios de Transporte de Carga Geral Refrigerada .......... 602.4. Formas de Manuseio e Transporte nos Navios Reefer ....... 652.5. Navios Reefers ................................................................. 67

    2.6. Terminais de Carga Geral Solta Dry e Reefer .............. 69CAP TULo 3

    TRANSPoRTE MAR TIMoDE NEogRANIS

    3.1. Operaes de Produtos Siderrgicos e Lingotes de Alu-mnio ................................................................................ 74

    3.2. Suprimento de Insumos Siderrgicos da Usina Vega doSul .................................................................................... 75

    3.3. Operaes de Embarque de Celulose .............................. 763.4. NaviosOpen Hatch com Pores Box Shape .................... 773.5. Terminais Porturios de Neogranis no Brasil ................ 793.6. Transporte de Veculos pelo Sistema Roll on/Roll off ..... 813.7. Navios Roll on/Roll off .................................................... 823.8. Terminais de Navios Roll on/Roll off no Brasil ............... 91

    CAP TULo 4TRANSPoRTE MAR TIMo DE CoNTINERES

    4.1. A Conteinerizao e a Globalizao ................................ 934.2. Sistema Hub and Spoke ................................................... 95

    4.3. Conteinerizao nas Rotas Norte-Sul .............................. 984.4. Concentrao das Operadoras de Linhas Regulares deContineres ...................................................................... 102

    4.5. Navios de Transporte de Contineres .............................. 1064.6. Terminais de Contineres ................................................ 109

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    Sumrio 5

    4.7. Operaes de Movimentao nos Terminais Porturios ..... 1124.8. Equipamentos de Cais para as Operaes de Carga e

    Descarga .......................................................................... 1144.9. Equipamentos de Movimentao nos Ptios ................... 1174.10. Seleo dos Equipamentos de Ptio ................................ 1204.11. Terminais Martimos de Contineres ............................... 1224.12. Operadoras Mundiais de Terminais de Contineres ........ 1234.13. Terminais de Contineres no Brasil ................................. 126

    4.13.1. Terminais no Amazonas ...................................... 128

    4.13.2. Terminal de Vila do Conde-PA ............................ 1294.13.3. Terminal do Pecm-CE ....................................... 1294.13.4. Porto de Fortaleza-CE ......................................... 1294.13.5. Tecon Suape-PE .................................................. 1304.13.6. Tecon Salvador-BA ............................................. 1304.13.7. TVV Terminal de Vila Velha-ES ...................... 1304.13.8. Terminais do Rio de Janeiro-RJ .......................... 1314.13.9. Terminais do Porto de Santos .............................. 1314.13.10. TCP Terminais de Contineres de Para-

    nagu-PR ............................................................. 1344.13.11. Porto de Itaja-SC ................................................ 1344.13.12. Terminal de Navegantes-SC ................................ 1354.13.13. Porto de So Francisco do Sul-SC ...................... 1354.13.14. Tecon Rio Grande-RS ......................................... 136

    CAP TULo 5TRANSPoRTE MAR TIMo DEgRANIS SLIDoS

    5.1. Conceitos Bsicos ............................................................ 1375.2. Navios de Granis Slidos Histria e Caracteri-

    zao ................................................................................ 1375.3. Terminais de Minrio e Carvo ....................................... 1445.4. Gros................................................................................ 1465.5. Terminais de Granis Slidos no Brasil .......................... 1495.6. Terminais de Embarque de Minrios no Brasil ............... 1515.7. Terminais de Desembarque de Minrios no Brasil .......... 1525.8. Terminais de Embarque de Soja e Farelos no Brasil ....... 153

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    Transporte Martimo Cargas, Navios, Portos e Terminais6

    5.9. Terminais de Descarga de Trigo ...................................... 1585.10. Terminais de Embarque de Acar .................................. 1615.11. Outros Terminais de Granis Slidos .............................. 163

    CAP TULo 6TRANSPoRTE MAR TIMo DE

    gRANIS L qUIDoS6.1. Os Produtos e os Navios .................................................. 1676.2. O Petrleo Cru ................................................................. 1686.3. Navios de Petrleo Cru .................................................... 1696.4. Produtos Derivados de Petrleo ...................................... 1736.5. Navios de Produtos Derivados de Petrleo e Etanol ....... 1736.6. Produtos Qumicos .......................................................... 1756.7. Navios de Produtos Qumicos ......................................... 1766.8. Empresas Operadoras e Armadoras de Navios de Produ-

    tos Qumicos .................................................................... 178

    6.9. Transporte de GLP (Gs Liquefeito de Petrleo) ............ 1796.10. Shuttle Tankers ................................................................ 1816.11. Outros Navios de Granis Lquidos ................................ 1826.12. Navios de Granis Lquidos no Brasil ............................. 1826.13. Expanso e Modernizao da Frota da Transpetro .......... 1866.14. Terminais de Granis Lquidos ........................................ 1876.15. Terminais da Transpetro .................................................. 190

    6.15.1. Terminais na Regio Norte .................................. 1916.15.2. Terminais na Regio Nordeste ............................ 1926.15.3. Terminais na Regio Sudeste .............................. 1946.15.4. Terminais na Regio Sul ..................................... 196

    6.16. Terminais de Produtos Qumicos ..................................... 198

    CAP TULo 7TRANSPoRTE MAR TIMo DE

    ANIMAIS VIVoS7.1. Negcio de Transporte de Animais Vivos ....................... 2017.2. Aspectos Tecnolgicos .................................................... 2037.3. Aspectos Histricos ......................................................... 2047.4. Tipos e Tamanhos dos Navios ......................................... 205

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    Sumrio 7

    7.5. Empresas de Transporte e as Frotas de Navios ............... 2087.6. Operaes de Embarque nos Portos do Brasil ................. 210

    CAP TULo 8CRUzEIRoS MAR TIMoS

    8.1. Aspectos Histricos ......................................................... 2118.2. A Era dos Jatos Comerciais ............................................. 2128.3. Formas de Organizao ................................................... 2138.4. Cruzeiros Martimos do Caribe ....................................... 2138.5. Ambiente de Negcios Atual ........................................... 2158.6. Inovao nos Navios........................................................ 2168.7. Variao de Itinerrios ..................................................... 2198.8. Impacto Ambiental .......................................................... 2218.9. Frotas de Navios de Cruzeiros ......................................... 2228.10. Navios de Cruzeiros no Brasil ......................................... 2318.11. Portos e Terminais de Navios de Cruzeiros ..................... 2328.12. Terminais de Navios de Cruzeiros no Brasil ................... 235

    Bibli ra a .............................................................................. 237

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    Prefcio

    O autor, alm de pro ssional do mais alto conceito no setortransporte como planejador e especialista na rea de portos, destaca-se, agora, como referncia bibliogr ca com seu livroTransporte

    Martimo Cargas, Navios, Portos e Terminais .H poucas publicaes nesta rea no Brasil, o que exige de

    estudiosos, alunos e pro ssionais, com interesse nas questes do se-tor transporte, grande esforo na busca de informaes tcnicas paraconhecimento e aplicao no dia a dia de suas atividades.

    As questes porturias, de navegao mercante e das car-gas, elos e focos da cadeia logstica do uxo de comrcio entre regiese naes, so analisadas nesta obra, constituindo um importante ma-terial de consulta, que mais do que uma abordagem tcnica representaum compndio com uma vasta coletnea de dados e informaesraramente encontradas de forma sistematizada.

    A despeito das profundas inter-relaes na tica do comr-cio, os temas: portos navios/navegao cargas, so sempre trata-dos e analisados isoladamente, o que di culta para os pro ssionaisda rea a viso integrada e interdependente. Este vem a ser um dosmritos da abordagem do autor, que alm de apresent-los no con-

    texto de uma grande cadeia de interesses comerciais, nos brinda comuma viso histrica e evolutiva de cada um desses segmentos.Alm disso, essa abordagem oferece a contextualizao da

    nossa realidade no cenrio internacional, apresentando ricos exemplosque fazem parte do cotidiano de nossos portos e terminais. Tem-se, ainda

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    Transporte Martimo Cargas, Navios, Portos e Terminais10

    o desenvolvimento dos sistemas operacionais dos portos brasileirospara os diversos tipos e naturezas de cargas, tambm o modo comoos portos e os navios so impactados pelos interesses maiores docomrcio, que buscam e cincia e produtividade.

    O autor nos brinda, outrossim, com um tema pouco tratadona bibliogra a corrente do setor, quando apresenta informaes so-bre o transporte de carga viva, suas operaes e os tipos de embarca-es usualmente utilizadas nesse comrcio.

    Outra abordagem, raramente encontrada no contexto deportos e cargas, refere-se navegao de cruzeiro e de transporte depassageiros, tema apresentado com muita propriedade e riqueza emdetalhes, com utilizao de todo um jargo espec co, com o passa-geiro sendo tratado como hspede.

    Parabns ao professor Petrnio S Benevides Magalhes ebom proveito para os estudiosos do setor transporte!

    Gustavo Henrique Lontra Neto (Economista)Braslia

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    Apresentao

    Este livro tem por objetivo delinear a natureza dos negciosde movimentao de mercadorias no comrcio martimo, tratandoespeci camente de cada um dos componentes principais do trans-porte: as cargas, os navios e os portos e terminais.

    Cada tema tratado abrange as caractersticas principais, ohistrico evolutivo e as dimenses com que se apresentam, hoje emdia, estes componentes no contexto dos negcios envolvidos.

    A abordagem feita a partir do conhecimento e avaliaoda atividade em nvel mundial, particularizando para a rea de co-mrcio do Atlntico Sul e, em especial, para o Brasil.

    As cargas so classi cadas do ponto de vista de sua fun-cionalidade para o transporte martimo ou como se apresentam para

    os navios e os terminais, a mostrar a estreita relao entre estes trselementos.A carga geral a forma primria de movimentao nos na-

    vios e seu manuseio pea a pea na chamada carga geral solta est em processo de rpida substituio pela conteinerizao. O modode manuseio de muitas mercadorias, no entanto, prescinde do uso doscontineres e aproveita-se de suas caractersticas para compor uma

    classe especial de cargas: os neogranis.O transporte de mercadorias a granel reveste-se de desta-cada importncia, seja nos granis lquidos ou nos granis slidos,especialmente para os produtos primrios e ascommodities , a repre-sentar parcela pondervel do comrcio internacional e de cabotagem

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    So analisadas as informaes acerca do fenmeno da glo-balizao ou mundializao e sua relao com o desenvolvimentodo transporte martimo em contineres, a situao do mercado mun-dial de transportes em navios de linha regular (osliners ) e as ten-dncias de concentrao, atravs de fuses, incorporaes e alianastambm observadas nos operadores de transportes e de terminaisou portos.

    tambm comentado o fenmeno do aumento do tamanhodos navios e as consequncias para os terminais porturios em todoo mundo, dedicando-se ateno especial ao caso brasileiro.

    A estreita relao entre os tamanhos dos navios, as merca-dorias transportadas e os servios a que servem tratada em cadagrupo contineres, granis lquidos e granis slidos, a destacar oselementos que devem ser considerados no planejamento dos trans-portes e dos portos.

    As necessidades dos operadores de linhas martimas regu-lares de transporte de contineres e a expanso das empresas ope-radoras de terminais completam o quadro geral dos negcios nessesetor.

    Sem dvida, a leitura do texto conduz a re exes prospec-tivas sobre questes como:

    Quais as tendncias atuais dos negcios na rea do trans-porte martimo internacional?

    Quais os parmetros tecnolgicos em jogo? Quais os custos envolvidos?Embora no assegure respostas diretas e completas a essas

    questes complexas, o texto apresenta indicaes abalizadas parapossibilitar o desenho do ambiente em que o desenvolvimento de ati-

    vidades de comrcio internacional ou de um projeto de terminal por-turio pode ser enquadrado, servindo de subsdio ao posicionamentodos tomadores de deciso, dos gestores e operadores porturios, aospro ssionais da rea de comrcio exterior, assim como aos estudiososde transporte.

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    Introduo

    o Desenv lviment d C m rci e d s Transp rtes Martim sO transporte martimo responde, atualmente, por mais de

    80% do comrcio mundial de mercadorias e se constitui na espinhadorsal da globalizao.

    At 2007, o volume do trfego martimo internacional al-canou 8,02 bilhes de toneladas com taxa de crescimento anualde 4,8% e durante as trs dcadas anteriores a taxa mdia anual foiestimada em 3,1%.1

    O relatrio da Unctad acerca da situao do transporte ma-rtimo em 2008 constata a forte demanda por estes servios impul-sionada pelo crescimento da economia mundial e do comrcio entreas naes. Veri ca, ainda, que a expanso do comrcio vem sendosuperior s taxas de crescimento da economia. Em 2007, o PIB mun-

    dial cresceu taxa de 3,8%, enquanto as exportaes de mercadoriasse expandiram em 5,5% sobre o perodo anterior.Tal crescimento foi comandado pelos pases emergentes e

    pelas economias em transio que continuaram a marcar o ritmo doprocesso. Bene ciados com regras de comrcio favorecidas, os pa-ses exportadores de combustveis e minerais aumentaram tambmseus volumes de importaes, de modo que as importaes se expan-diram a taxas de dois dgitos na Amrica Latina (20%), na Comuni-dade de Estados Independentes (CIS) (18%), da mesma maneira quena frica e no Oriente Mdio (12,5%).

    1 Review of Maritime Transport, 2008 United Nations Conference on Tradeand Development Unctad.

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    Transporte Martimo Cargas, Navios, Portos e Terminais14

    Toda essa pujana no mais que o processo que se iniciaainda na 2 Guerra Mundial, quando foram lanados os navios daclasse Liberty, os primeiros fabricados em srie e com a substitui-o dos rebites nas chapas dos cascos pela soldagem eltrica; foramconstrudos cerca de 2.700 destes navios durante e ao nal do perodode 1941 a 1945.

    nessa poca que ocorre a presena dos primeiros equipa-mentos sobre pneus atuando nas operaes porturias, com a intro-duo das empilhadeiras de garfos que vieram trazer grande aumen-to na e cincia, em substituio aos carrinhos de mo no transportedos armazns de primeira linha. O leiaute clssico dos portos eraconstitudo de alinhamentos de armazns junto aos cais, destinandoa primeira linha aos armazns de trnsito, cujos comprimentos e ca-pacidades guardavam relao direta com os tamanhos dos navios decarga geral da poca.

    Poucos anos depois, em 1955, foi inventado o continer.Da por diante, com os avanos nas comunicaes mundiais via sa-

    tlite, a utilizao da informtica nos negcios (e depois a invenodo computador pessoal) ao lado da difuso da ideologia neoliberal,estabeleceram-se as bases para o fenmeno que se denominou deglobalizao.

    Esse impulso no desenvolvimento do capitalismo trouxea nova diviso mundial do trabalho e a intensi cao do comrciointernacional.

    At o nal de 2008 a economia e o comrcio mundial vi-nham mostrando resistncia ao quadro recessivo que se desenhavano horizonte, com a tendncia de elevao dos preos da energia e suas implicaes potenciais para os custos de transporte. A essesfatores juntam-se o crescimento dos riscos e as incertezas decorren-tes de fatores como a crise de alimentos e a ascenso dos pre-os dascommodities , a crise do crdito e a desvalorizao do dlaramericano.

    Os efeitos dessa crise econmica devero atingir direta-mente o comrcio mundial e, por consequncia, o transporte mar-timo internacional. Mesmo assim ou mais ainda, essas atividadescontinuam a ter importncia fundamental no desenvolvimento eco-nmico e social das naes.

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    Introduo 15

    O texto aborda, de modo ordenado e didtico, a situaoatual do transporte martimo internacional no correr da primeira d-cada do sculo XXI, com destaque para os novos tipos de navios emuso e os portos e terminais especializados para atend-los.

    O ponto de partida trata da classi cao funcional das car-gas martimas para, a partir da, descrever os diversos tipos de na-vios, portos e terminais.

    os Navi s e s Terminais P rturi sAs diversas classi caes de navios correspondem s suasfunes ou aos tipos de carga que transportam. Sero tratados os

    seguintes tipos de navios e terminais: Navios de carga geral solta e carga refrigerada. Navios de neogranis roll on/roll off (ro ro ), PCTC,

    box shape .

    Navios de contineres (celulares ou full containers) . Navios de granis lquidos ou navios tanques e petroleiros. Navios de granis slidos ou graneleiros. Navios de animais vivos.Um Captulo especial, ao nal, dedicado aos navios de

    cruzeiros martimos, mesmo no se con gurando propriamente co-mo navios de transporte por no conduzirem, tecnicamente, passa-geiros, mas cruzeiristas ou turistas. Algumas operadoras de naviosde cruzeiros referem-se aos seus clientes como hspedes, em vezde passageiros. O expressivo crescimento desse ramo de atividade justi ca esta incluso.

    So descritos de maneira sumria as instalaes tpicas e o

    modo de operao dos terminais porturios especializados para cadaclasse de navio/carga, com a listagem e comentrios acerca dos prin-cipais existentes no Brasil.

    Algumas outras categorias de navios e terminais, entretan-to, no so tratadas, como os antigos Lash e Seabee , os OBO, bem

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    como a chamada carga de projeto, por se constiturem em casos ousituaes espec cas e de alcance limitado.

    Os OBO (sigla deOre-Bulk-Oil ) navios que podem trans-portar, alternativamente, minrios a granel e petrleo cru no maisdemonstram a fora que prometiam quando de sua concepo e pro-posta inicial e deixaram, praticamente, de existir.

    O mesmo ocorreu com os navios porta-barcaas do tipo Lash e Seabee , cuja utilizao no transporte martimo internacionalfoi abandonada de nitivamente em 2002.

    As cargas de projeto so constitudas de partes ou conjuntoscompletos de equipamentos e so transportadas, geralmente, em na-vios de neogranis do tiporoll on/roll off , embora em muitos casosse utilizem de navios especializados.

    A maneira adotada de tratamento dos temas tem por objetivomostrar um panorama da situao existente na atualidade, de modoa servir de fonte de informao para os pro ssionais ligados s reasde comrcio exterior e de planejamento, gesto e operao de empre-sas ligadas s atividades de transporte e de logstica internacionais.

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    Captulo 1Conceitos Bsicos

    1.1 As Cargas Martimas

    1.1.1. Conceito e Classifcao

    Enquanto amercadoria objeto do comrcio acarga ob- jeto do transporte; da mesma maneira, as pessoas transportadas so passageiros .

    Uma mesma mercadoria pode ser movimentada e transpor-tada de diversas formas, utilizando-se de vrios tipos de embalagense equipamentos. As formas como as mercadorias so manuseadas e

    levadas de um ponto a outro nos diversos modais de transporte ca-racterizam os diversos tipos de carga.

    Modernamente, a cada classe de carga corresponde um ti-po de veculo espec co, com caractersticas adequadas sua movi-mentao de carregamento, descarregamento e transporte.

    Para as cargas martimas, na fase atual de desenvolvimentodo transporte, a classi cao funcional mostrada de forma esque-mtica no desenho seguinte, em que colocada de maneira relacio-nada com os diversos tipos de navios.

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    Fonte: Adaptado de desenho de Apresentao de Vickerman & Associates LLC.

    A classi cao proposta considera dois grandes grupos ouclasses: a carga geral; e os granis lquidos ou slidos.

    A carga geral, cujo manuseio e transporte se faz com auxliode embalagens, arranjos ou agrupamentos, pode ser tratada em, pelomenos, trs formas de movimentao: a carga geral solta; os neogra-nis; e os contineres.

    Cada um desses tipos de carga ser tratado a seguir, bemcomo os dois grandes grupos de granis: lquidos e slidos.

    Uma mesma mercadoria pode ser transportada em proces-sos alternativos ou como carga de diferentes tipos. Por exemplo: oacar comercializado a granel (na forma de demerara) ou ensaca-do como carga geral e movimentado de forma solta ou colocado emcontineres.

    1.1.2. A Carga Geral Solta

    Por carga geral solta oubreak-bulk cargo entendem-se asmercadorias manuseadas pelo processo utilizado desde os primeirostempos da navegao, em que um agrupamento de carga subdividoem parcelas ou grupos que possam ser manuseadas pelo equipamen-to disponvel ou pelo esforo de um indivduo isolado ou em grupo.

    CLASSIFICAO FUNCIONAL DASCARGAS MARTIMAS

    CARGA GERAL GRANIS

    Carga Geral Solta ContineresNeogranis

    Sacos, Caixas,Fardos, Tambores,

    Engradados,Paletes, CargaRefrigerada

    Unidades de 20e de 40, dry ,

    reefer , tanque,high cube , open

    top , outros

    Celulose, Lingotesde Alumnio,

    Bobinas,Automveis,Animais Vivos

    Granis Lquidos Granis Slidos

    Petrleo eDerivados, Produtos

    Qumicos,GLP e GNP,

    leos Vegetais

    Minrios e Carvo,Gros, Fertilizantes,Cimento e Clnquer,Coque de Carvo,

    Cavacos de Madeira

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    Conceitos Bsicos 19

    Neste sistema, as embalagens individuais de transporte das merca-dorias so manuseadas cada vez que a carga passa de um modal detransporte para outro.

    O mtodo lento, penoso, com altos custos de mo de obra,e embora ainda seja predominante em certas rotas, vem gradualmen-te perdendo terreno para os contineres.

    Os navios de carga refrigerada (osreefer ships ), por exem-plo, ainda so e cientes nas rotas de comrcio no servidas por con-tineres ou em que os carregamentos so em grandes quantidadespara portos especialmente equipados para estas mercadorias.

    Carnes congeladas para a Rssia, por exemplo, so em-barcadas em naviosreefer no terminal especializado da empresaBraskarne no porto de Itaja-SC. No porto de Natal-RN ocorreraminmeros embarques de frutas refrigeradas em naviosreefer paraportos da Europa Ocidental.

    1.1.3. Os Neogranis

    Esta denominao aplicvel ao carregamento formadopor aglomerados homogneos de mercadorias, por vezes sem acon-dicionamento espec co, cujo volume ou quantidade possibilita otransporte em lotes e em um nico embarque. So estocadas solida-mente a granel ou soltas, mas so manuseadas de forma semelhante

    carga geral.Correspondem s cargas que, por vezes, no so economi-camente viveis de serem conteinerizadas, tais como, fardos de ce-lulose, lingotes de alumnio, bobinas de papel, bobinas e placas deao, entre outros.

    A designao aplica-se, tambm, s mercadorias que, porsuas prprias caractersticas, tm condies de serem movimentadaspor intermdio de seus prprios meios como os automveis e cami-nhes no processo conhecido comoro ro ou roll on/roll off . Nessaforma de movimentao, os veculos so embarcados e desembarca-dos com a utilizao de rampas de acesso localizadas na proa ou napopa e, s vezes, no costado de navios especiais.

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    Transporte Martimo Cargas, Navios, Portos e Terminais20

    importante destacar que os navios de transporte exclusivode veculos constituem uma classe espec ca que se denomina dePCC Pure Car Carrier e PCTC ouPure Car and Truck Carriers .

    Alguns outros navios se utilizam do sistema operacionalroll on/roll off para o transporte de carga geral e contineres, situa-o que se observa em trfegos de distncias relativamente curtas emque os veculos terrestres embarcam e desembarcam dos navios co-mo se fossem, eles mesmos, unidades de carga. Neste caso, as cargascontinuam a ser classi cadas como carga geral solta ou contineres,enquanto os veculos que fazem o transporte perfazem parte do per-curso origem-destino embarcados em navios especiais e outra parteatravs de rodovias.

    Outra situao em que ocorre a movimentao pelo sistemaro ro a das chamadas cargas de projeto ou de equipamentos com-pletos ou em partes desmontadas e seus acessrios de dimenses oupeso acima da capacidade dos navios convencionais.

    Trata-se de situaes especiais de neogranis, distintas dasque sero tratadas neste livro.

    Por extenso, o termoneogranel aplica-se tambm aos car-regamentos de animais vivos bovinos, ovinos e caprinos que sotransportados em navios especiais, em longas distncias. A Austrliae o Brasil realizam embarques deste tipo para o Oriente Mdio, prin-

    cipalmente. Tal forma de manuseio, que se pode chamar dewalk onwalk off e os respectivos navios de transporte oslivestock carriers ou navios currais sero tratados em Captulo especial.

    1.1.4. Os Contineres

    A inveno do continer veio de uma questo simples: noseria melhor se o reboque de minha carreta pudesse simplesmenteser iado e colocado a bordo do navio sem que seu contedo fossetocado? Este questionamento atribudo a Malcom McLean, consi-derado o inventor do continer, em texto intitulado The Evolution ofthe Revolution in Containers , no site da empresa Maersk-Sealand (hojeMaersk Lines )