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Escola Superior de Tecnologia e Gesto Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho

Ano Lectivo de 2009/2010

MANUAL de SEGURANA e BOAS PRTICAS para o profissional TAE do INEM

Rben Daniel Matos Viana JUNHO 2010

Data de Recepo Responsvel Avaliao Observaes

Verso 1.2 05/AGO/2010

MANUAL de SEGURANA e BOAS PRTICAS para o profissional TAE do INEM

Rben Daniel Matos Viana JUNHO 2010

Rben Daniel Matos Viana licenciado em Eng. mecnica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto desde 2007. Em 2005 iniciou a sua actividade no INEM como Tcnico de Ambulncia de Emergncia TAE, sendo que finalizou a sua formao acadmica na modalidade de trabalhador/estudante. Comeou por exercer funes na instituio, atravs das ambulncias de suporte bsico de vida (SBV) INEM sedeadas na zona metropolitana do Porto. Em Dezembro de 2008, aps a criao dos meios SIV a nvel nacional, foi transferido para o a base da ambulncia de Suporte Imediato de Vida (SIV) sedeada na cidade de Vila do Conde, onde se encontra a exercer funes como TAE at ao momento. Entre o ano 2000 e 2005 foi elemento do corpo activo dos Bombeiros Voluntrios de Esposende. Comeando por exercer a actividade na categoria de aspirante, ocupava o posto de bombeiro de 2 Classe do quadro activo, quando pediu demisso por incompatibilidade a nvel profissional. formador de diversas entidades que ministram formao a empresas,

relativamente temtica dos primeiros socorros, higiene e segurana no trabalho (HST) e brigadas de incndios.

Manual de Segurana e Boas Prticas para o profissional TAE do INEM | 2010

ResumoA elaborao deste manual surge na sequncia, do estgio que efectuei na viatura de suporte imediato de vida que o INEM tem sedeado na cidade de Vila do Conde, na qual tambm exero funes profissionais como Tcnico de Ambulncia de Emergncia TAE. O estgio insere-se no ltimo dos mdulos, da Ps-Graduao em Higiene e Segurana, que a Escola Superior de Tecnologia e Gesto de Viana do Castelo ESTG, promoveu no ano lectivo 2009/2010, na qual esta j se encontra na sua 6 edio. O tema do estgio por mim escolhido permitiu que eu pudesse efectuar uma recolha de dados e informao exaustiva da actividade dos TAEs, para que eu neste momento possa estar a apresentar um Manual de Segurana e Boas Prticas para os Profissionais TAEs do INEM, para que no futuro, sirva de complemento a toda a formao j ministrada pela instituio, para que os tcnicos se possam orientar de forma a exercerem a sua actividade de uma maneira mais segura e profissional. Com este estgio pretendi elaborar uma manual que permita elucidar muitos dos procedimentos de actuao inerentes actividade exercida pelo TAE, durante o exerccio das suas funes como elemento activo do sistema integrado de emergncia mdica nos meios INEM, O manual est dividido em trs temas principais, sendo que o primeiro a ser abordado ser a temtica da Avaliao dos Riscos, fazendo referncia aos tipos de risco que um trabalhador na generalidade pode estar sujeito no exerccio da sua actividade. Depois o segundo tema fala da temtica da Gesto do Risco, onde ser abordado 16 situaes reais onde indicado ao TAE, o melhor procedimento a tomar para que corra o mnimo de risco possvel no decorrer da sua actuao. Finalmente os Aspectos Ergonmicos ser o ltimo tema a ser abordado, fazendo referncia s possveis leses msculo esquelticas que o TAE possa vir a desenvolver, fruto muitas das vezes da falta de cuidado aquando a manipulao de carga, em prol de um melhor conforto e segurana s vitimas assistidas.

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ndice1 - Introduo 2 - Metodologia 3 - Resumo Histrico 4 - Enquadramento Legal 5 - Meios disponveis 5.1 Evoluo dos meios em territrio nacional 5.2 Descrio da actividade 10 12 13 15 16 19 20

MANUAL DE SEGURANA E BOAS PRTICAS PARA OS PROFISSIONAIS TAEs DO INEM

Temticas Gerais Abordadas no Manual Hierarquia da cadeia de comando Funes do INEM, no papel de agente da proteco civil Comandante das Operaes de Socorro Sistema de Gesto de Operaes Desenvolvimento da cadeia de comando Sntese do exposto

22 23 24 24 25 25 26

1 AVALIAO DOS RISCO

27

1 Contaminantes1.1 CONTAMINANTES QUMICOS 1.1.1. - Conceitos 1.1.2 Vias de entrada no organismo 1.1.3 Valores Limites de exposio - VLE 1.1.4 Fichas toxicolgicas e de segurana - FDS 1.1.5 Rotulagem de embalagem 1.1.6 Frases de risco e segurana 1.2 CONTAMINANTES FISICOS Iluminao Rudo Temperatura Humidade Radiaes ionizantes 1.3 CONTAMINANTES BIOLGICOS 1.3.1 Vias de entrada no organismo 1.3.2 Classificao dos agentes biolgicos 1.3.3 Medidas de preveno e proteco dos riscos

28 29 30 30 32 32 34 37 39 39 39 40 40 40 41 41 41 43

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2 GESTO DO RISCO45 2.1 INCNDIOS EM HABITAES OU VIATURAS 47

2.2 MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR 2.2.1 Como se inicia um incndio? 2.2.2 Tipos de incndio 2.2.3 - Extintores 2.2.4 - Simbologia 2.2.5 Classificao dos extintores 2.3 DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS 2.4 MANUSEAMENTO DO OXIGNIO 2.4.1 Perigo do enriquecimento com oxignio 2.4.2 Cuidados no seu manuseamento 2.4.3 Relato de casos reais potencialmente perigosos 2.5 FUGA DE GS COMBUSTVEL 2.6 INTOXICAO POR MONOXIDO DE CARBONO - CO 2.6.1 Algumas estatsticas 2.6.2 Mecanismos de aco do CO 2.6.3 Actuao do TAE 2.7 - SISMOS 2.7.1 Actuao durante a ocorrncia de um sismo 2.7.2 Actuao depois da ocorrncia de um sismo 2.8 - NEVES 2.9 VIOLNCIA NO LOCAL DE TRABALHO 2.10 EVACUAES DE EMERGNCIA 2.10.1 Evacuao no edifcio onde se encontra a base INEM 2.10.2 Evacuao em locais pblicos 2.10.3 Evacuao em lares ou hospitais 2.11 ACIDENTES ELCTRICOS 2.11.1 Efeito fisiolgico e fsicos da corrente elctrica 2.11.2 Tipos de contacto com a electricidade 2.11.3 Diversas formas de morrer electrocutado 2.11.4 A trajectria da corrente 2.11.5 Efeitos da corrente elctrica sobre o corpo humano 2.11.6 O choque e suas consequncias (aco directa) 2.11.7 As consequncias de um acidente elctrico 2.11.8 Factores responsveis pelas leses 2.11.8.1 A intensidade de corrente 2.11.9 Quadro elctrico (Funo) 2.11.10 Proteco dos circuitos 2.11.11 Proteco das pessoas 2.11.12 Procedimentos de segurana na actuao do TAE 2.11.13 Consideraes finais 2.12 EQUIPAMENTO DE PROTECO INDIVIDUAL EPI 2.12.1 EPIs na rea da segurana rodoviria

49 49 50 51 51 52 55 56 56 57 58 59 61 61 62 64 65 67 69 70 72 74 75 75 75 77 77 77 79 80 81 81 83 84 85 86 86 87 89 92 93 93

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2.12.2 EPIs na rea da Bio-segurana 2.12.3 EPIs usados no contacto directo com produtos perigosos 2.13 SINALIZAO E PROTECO RODOVIRIA 2.13.1 Razo da cor escolhida para os meios INEM 2.13.2 Regras importantes de segurana 2.13.3 Consideraes finais 2.13.4 Casos prticos de possveis cenrios no local da ocorrncia CASO N1 Coliso frontal de dois veculos numa EN em que as viaturas ficam imobilizadas quase a meio da via. CASO N2 Coliso entre dois veculos numa auto-estrada ou via equiparada. CASO N3 Coliso frontal de dois veculos num IP ou EN em que as viaturas ficam imobilizadas na berma. CASO N4 Coliso frontal/lateral entre dois veculos numa EN ou EM sendo que as viaturas imobilizam-se numa das faixas de rodagem. CASO N5 Coliso frontal entre um veculo ligeiro e uma moto numa EN ou EM. CASO N6 Coliso entre dois veculos ligeiros numa via com 4 faixas de rodagem no mesmo sentido. CASO N7 Atropelamento de um peo na passadeira. CASO N8 Accionamento para uma ocorrncia num domiclio.

94 95 97 98 99 103 103 105 107 109 110 111 112 113 114

2.13.5 Evacuao via helicptero 2.13.5.1 Clculo da rea de aterragem em segurana 2.13.5.2 reas de perigo e procedimento de aproximao 2.14 IDENTIFICAO DAS MATRIAS PERIGOSAS 2.14.1 Regulamentos 2.14.2 Etiquetas de perigo 2.14.3 Sistema de classificao de riscos (por Classes) CLASSE 1 Matrias e objectos explosivos CLASSE 2 Gases CLASSE 3 Matrias liquidas inflamveis CLASSE 4 Matrias slidas inflamveis () CLASSE 5 Matrias comburentes CLASSE 6 Matrias txicas CLASSE 7 Matrias radioactivas CLASSE 8 Matrias corrosivas CLASSE 9 Matrias e objectos perigosos diversos 2.14.4 Painel Laranja 2.14.5 Vrias tipologias para o transporte de matrias perigosas 2.14.6 Actuao do TAE (Sequncia do atendimento) 2.14.7 Tipos de leses ocasionadas por produtos perigosos 2.14.8 Relato de um trgico acidente envolvendo equipas de socorro

117 121 122 123 124 125 126 126 127 128 128 129 130 131 132 133 134 138 141 145 146

2.15 BIO-SEGURANA 2.15.1 Precaues universais 2.15.2 Procedimentos para a lavagem e desinfeco das mos 2.15.3 Medidas de proteco individual bsicas 2.15.4 Procedimento de colocao e remoo dos EPIs 2.15.4.1 Colocao dos EPIs (Bata+mscara+luvas) 2.15.4.2 Remoo dos EPIs 2.15.4.3 Procedimento para retirar as luvas contaminadas 2.16 LIMPEZA E HIGIENE 2.16.1 - Limpeza

147 148 150 153 153 154 156 157 158 158

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2.16.2 Produtos desinfectantes (ANIOS DDSH, SURFANIOS, PRESEPT) 2.16.3 Procedimento de lavagem do pavimento 2.16.4 Tcnica de desinfeco para situaes de derrame 2.16.5 Resduos hospitalares 2.16.5.1 Classificao dos resduos hospitalares 2.16.5.2 Caracterizao por grupo de resduos 2.16.5.3 Meios para a deposio dos resduos 2.16.5.4 Transporte dos resduos 2.16.5.5 Regras sobre a manipulao e transporte de resduos 2.16.5.6 Contentor de armazenamento VS grupo de lixo

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3 ASPECTOS ERGONMICOS3.1 Dimenso do problema 3.2 Dados do INEM 3.3 Movimento Manual de Carga 3.4 Factores de risco resultantes do tipo 3.5 Regras de boas prticas 3.6 Causa para as LMEs (Leses Msculo Esquelticas) 3.7 Leses associadas s ms posturas 3.8 Recomendao a adoptar pelo TAE 3.9 Figuras ilustrativas de boas prticas 3.9.1 Posturas a evitar 3.9.2 Posturas correctas e erradas 3.9.3 Transferncia de um paciente da cama para a cadeira 3.9.4 Exerccios de relaxamento muscular 3.10 Caracterstica da carga do pr-hospitalar3.10.1 - Procedimento para a colocao do saco 1 atrs das costas do TAE 3.10.2 Configurao do transporte do material 3.10.3 Procedimento para elevao da maca do cho c/ 2 elementos 3.10.4 Procedimento para elevao da maca do cho c/ 4 elementos 3.10.5 Procedimentos para elevao da maca da altura c/ 2 elem.

172 172 173 174 175 177 178 179 180 181 182 182 182 184 185 186 187 188 188 188 190 191 192

6 Apresentao e discusso dos resultados 7 - Concluso 8 - Referncias Bibliogrficas

APNDICES(Anexos do Manual)Ficha dos Dados de Segurana (FDS) do Oxignio Ficha dos Dados de Segurana (FDS) do Presept Ficha dos Dados de Segurana (FDS) do Surfanios Ficha dos Dados de Segurana (FDS) do ANIOS DDSH Ficha dos Dados de Segurana (FDS) do lcool Etlico Lista de Frases de Risco Lista de Frases de Segurana Regras bsicas na utilizao de extintores Resumo das etiquetas de perigo associadas s diferentes classes das matrias perigosas

194

ANEXO1 ANEXO2 ANEXO3 ANEXO4 ANEXO5 ANEXO6 ANEXO7 ANEXO8 ANEXO9

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ndice de ImagensImagem 1 Decreto-Lei n. 220/2007 de 29 de Maio Imagem 2 Foto dos CODU e CODU-Mar Imagem 3 Meios INEM: Mota, ambulncia SBV e SIV Imagem 4 Meios INEM: VMER, ambulncia recm-nascidos, helicpteros Imagem 5 Organograma resumo dos meios INEM Imagem 6 Distribuio geogrfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulncias INEM, VMER e Helicpteros. Imagem 7 Informao presente num rtulo Imagem 8 Exemplo de um rtulo de um produto qumico Imagem 9 Classificao das propriedades de perigo vs categoria do perigo Imagem 10 Smbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo) Imagem 11 Smbolo identificativo de um extintor Imagem 12 Elementos base presentes num extintor Imagem 13 Ilustrao da escala de Richter Imagem 14 Falhas e Placas tectnicas existentes em Portugal Imagem 15 e 16 Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade Imagem 17 e 18 Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade Imagem 19 e 20 Imagem ilustrativa do contacto indirecto com a electricidade Imagem 21 Imagem ilustrativa das possveis trajectrias da corrente Imagem 22 e 23 Ilustrao do corao e do sistema circulatrio Imagem 24 Efeitos fisiolgicos provocados pela intensidade de corrente Imagem 25 A ambulncia chega pelo lado esquerdo Imagem 26 A ambulncia chega pelo lado direito Imagem 27 Ilustrao do teatro de operaes com todos os meios de emergncia envolvidos no socorro. Imagem 28 Chegada da ambulncia e imobilizao em modo de sinalizao e proteco em auto-estrada (Exemplo n1) Imagem 29 Chegada da ambulncia e imobilizao em modo de sinalizao e proteco em auto-estrada (Exemplo n2) Imagem 30 Ilustrao da disposio dos meios de socorro presentes no teatro de operaes em sinistros deste tipo. Imagem 31 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia (A ambulncia chegou pelo lado esquerdo ex. n1) Imagem 32 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia (A ambulncia chegou pelo lado direito ex. n2) Imagem 33 Ilustrao da disposio dos meios de socorro presentes no teatro de operaes no sinistro Imagem 34 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem ex. n2) Imagem 35 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia que chegou ao sinistro pelo lado direito da imagem ex. n2) Imagem 36 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia que chegou ao sinistro pelo lado cima da imagem exemplo n1) Imagem 37 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem ex.2) Imagem 38 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia no local do acidente Imagem 39 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia no local do acidente Imagem 40 Ilustrao da correcta posio de imobilizao da ambulncia quando arranja espao para estacionar a viatura (exemplo n1) Imagem 41 Ilustrao da posio de imobilizao mais indicada para ambulncia quando no tem espao para estacionar (exemplo n2) Imagem 42 Ilustrao da zona de aterragem Imagem 43 Ilustrao do valor de (D) no helicptero Bell 412EP Imagem 44 Exemplo do painel laranja identificando o material e os perigos associados Imagem 45 Painel laranja indicativo de perigo de exploso Imagem 46 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substncias explosivas Imagem 47 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo gases Imagem 48 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo lquidos inflamveis Imagem 49 Exemplo de etiquetas de slidos inflamveis Imagem 50 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo oxidantes e perxidos orgnicos Imagem 51 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substncias txicas e infectantes Imagem 52 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substncias radioactivas Imagem 53 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substncias corrosivas Imagem 54 Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substncias perigosas diversas Imagem 55 Etiqueta indicando matria transportada quente Imagem 56 Placa laranja com N de perigo e n ONU Imagem 57 Forma de colocao dos painis laranja e etiquetas em veculos cisterna Imagem 58 Alguns tipos de contentores/cisternas utilizados no transporte de matrias perigosas. Imagem 59 Delimitao da zona de perigo Imagem 60 Zona das mos mal lavadas Imagem 61 Procedimento para remoo das luvas contaminadas Imagem 62 Indicao do peso mximo ideal mediante a posio da pessoa e da carga. Imagem 63 Tipos de leses associadas s ms posturas 15 16 17 17 18 19 33 33 34 37 51 51 65 66 77 78 78 80 83 85 105 105 105 107 107 107 109 109 109 110 110 111 111 112 113 114 114 119 120 124 126 127 128 128 129 130 131 132 132 133 133 134 137 138 142 150 157 176 179

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ndice de FotosFoto 1,2 e 3 Incndios urbanos e em viaturas Foto 4 Foto de extintor presente no interior da ambulncia Foto 5 e 6 Fotos da localizao das garrafas de oxignio 20L e 3L no interior da ambulncia SIV Fotos 7 e 8 Acidentes com derrame de leos Foto 9 e 10 Foto que ilustra a tarefa incumbida aos populares de forma a criar uma cobertura protectora Foto 11 Disjuntores magneto trmicos Foto 12 e 13 Fusveis Foto 14 Disjuntor diferencial de 30mA Foto 15 Disjuntor diferencial da EDP Fotos 16,17 e 18 - Vestimentas de proteco por nveis Foto 19 Viatura NRBQ do INEM Foto 20 Acidente na A23, com autocarro que transportava alunos da universidade snior de Castelo Branco em que morreram 17 pessoas. Foto 21 e 22 Fotos ilustrativa da m visibilidade quando se encontra nevoeiro Foto 23,24 e 25 Ilustrao da posio de proteco Foto 26 Ilustrao da no criao da distncia mnima de 15 metros e do mau posicionamento da ambulncia. Foto 27 e 28 Ilustrao da direco das rodas em terrenos com declive Foto 29 a 32 Perigos provocados por desmoronamentos Foto 33 Ilustrao da m imobilizao assumida pela viatura de socorro no local do sinistro. Foto 34 Ilustrao real do tipo de acidente abordado neste caso. Foto 35 Actuao das equipas do INEM, a uma vitima de atropelamento Foto 36 a 42 Heli-transporte Primrio a partir de locais no preparados Foto 43 Transporte secundrio a efectuar pelo helicptero Foto 44 Ilustrao da rea mnima de segurana para aterrar um helicptero Foto 45 e 46 Vrias tipologias de armazenamento das matrias perigosas Foto 47 Fuso de Termoplsticos Foto 48 e 49 Exemplo de embalagens com fertilizantes Foto 50 Exemplo de embalagens com pesticidas. Foto 51 e 52 Instalaes de um reactor nuclear Fotos 53 56 Diferentes tipos de painel laranja Foto 57 Camio de carga geral estacionado, visvel a placa de sinalizao cor-de-laranja avisando o transporte de matrias perigosas () Foto 58 Veculo cisterna de transporte de refinados de petrleo Foto 59 Traseira de um camio de transporte de botijas de gs, visvel a placa de sinalizao e a circulao com as luzes acesas Foto 60 Incndio na zona industrial de Vila do Conde em que a equipa de socorro pr-hospitalar foi a primeira a chegar ao local (2009) Foto 61 Despiste de camio cisterna transportando cido clordrico Foto 62 Acidente envolvendo viatura cisterna de transporte gs propano Fotos 63 e 64 Acidentes graves envolvendo veculos de transporte de matrias perigosas Fotos 65 74 Fotos de acidentes de veculos que transportam matrias perigosas Foto 75 Foto do teatro de operaes de socorro, onde esteve envolvido uma viatura de transporte de matrias perigosas Foto 76 Gel desinfectante MED + Foto 77 Foto da disposio do papel de mos, gel desinfectante e sabo liquido no interior da clula sanitria da ambulncia Foto 78 e 79 Ilustrao para o correcto transporte na configurao 1 Foto 80 e 81 Ilustrao para o correcto transporte na configurao 2 47 54 57 58 73 86 86 87 87 95 96 97 98 99 100 102 102 107 109 113 117 118 121 123 129 130 131 132 134 139 140 140 141 141 141 144 145 146 153 153 187 187

ndice de QuadrosQuadro 1 Classes dos fogos e sua relao com o tipo de materiais Quadro 2 Tipos de extintores vs aplicaes vs restries Quadro 3 Eficcia do agente extintor perante a classe do fogo Quadro 4 nveis de tenso existentes na rede elctrica nacional Quadro 5 Classes de matrias perigosas Quadro 6 Cdigo de identificao de perigo Quadro 7 Regras de segurana para o manuseamento de produtos desinfectantes 50 53 54 84 126 135 157

ndice de GrficosGrfico 1 Grficos que demonstram a evoluo dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 at 2010 Grfico 2 Efeitos da inalao de monxido de carbono em baixas concentraes no ar ambiente 19 64

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ndice de OrganogramasOrganograma 1 Resumo dos contaminantes a que os TAEs se encontram potencialmente expostos. Organograma 2 Lista dos riscos associados aos agentes qumicos 28 29

ndice de IlustraoIlustrao 1 Excerto do Decreto-Lei n 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS) Ilustrao 2 Procedimento a tomar em caso de incndio num edifcio 24 76

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Lista de siglas e acrnimos

TAE ESTG INEM SIV SBV SNBPC SAV VMER CODU EN IP EM SIOPS DON CDOS DIOPS APC GPL EPI -

Tcnico de Ambulncia de Emergncia Escola Superior de Tecnologia e Gesto Instituto Nacional de Emergncia Mdica Suporte Imediato de Vida Suporte Bsico de Vida Servio Nacional Bombeiros e Proteco Civil Suporte Avanado de Vida Viatura Mdica de Emergncia e Reanimao Centro de Orientao de Doentes Urgentes Estrada Nacional Itinerrio Principal Estrada Municipal Sistema Integrado de Operaes e Proteco e Socorro Directiva Operacional Nacional Comando Distrital de Operaes de Socorro Dispositivo Integrado das Operaes de Proteco e Socorro Agentes da Proteco Civil Gs de Petrleo Liquefeito Equipamento de Proteco Individual

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1 IntroduoO tema do estgio, surgiu, no sentido de puder vir a colmatar, uma necessidade formativa que o INEM ainda no implementou para a instruo de elementos que possam a vir desempenhar funes como TAE. Dado a extenso verificada de actuao do prprio INEM, variabilidade de aces e a multiplicidade de agentes envolvidos na emergncia mdica, irei direccionar este manual especificamente aos profissionais TAE do INEM, que exercem funes nas ambulncias de SBV e SIV, espalhados pelo pas. Escolhi este grupo especfico dos profissionais da emergncia pr-hospitalar para desenvolver o meu trabalho, por trs razes. A primeira razo deve-se ao facto de esta ser a rea profissional no INEM que apresenta mais nmero de efectivos, cerca de 633 (*), do universo de 1302, sendo que correspondem a 48,6% do total de todos os elementos, que exercem funes na instituio. Por esta razo, o manual ter um maior nmero de destinatrios, para o puderem consultar. A segunda razo, surge no meu ver, porque o INEM continua a apresentar uma lacuna de formao de determinadas temticas na instruo e preparao dos seus tcnicos, para que possam estar devidamente capacitados para responder a todas as exigncias que este tipo de actividade impe. Muitos dos elementos admitidos para exercer funes como TAE, no tm experincia de terreno na rea da emergncia pr-hospitalar, sendo que muito do conhecimento que iro a adquirir, sobre algumas das temticas em falta que pretendo retratar, ocorrem j no decorrer na sua actividade profissional, por vezes com o auxlio dos seus colegas mais experientes. Por esse motivo quero dar o meu contributo para que o INEM possa fornecer a cada TAE recmformado, um manual onde conste toda essa informao que no meu ponto de vista pertinente para que o tcnico venha a ter uma melhor conduta profissional no futuro da sua actividade. Ora vejamos, alm da formao especfica na rea do socorro pr-hospitalar, desfibrilhao automtica externa (DAE) e do curso de conduo defensiva, o tcnico no possui mais nenhuma rea de conhecimento ministrada pelo INEM. Quando os novos tcnicos ficam habilitados para exercerem o socorro pr hospitalar, todos eles tiveram a indicao expressa aquando a sua formao, que s o devem fazer (actuar) quando existe condies de segurana no local. Trata-se portanto de fazer cumprir escrupulosamente a primeira directriz do seu protocolo de actuao. Agora, coloco a questo, quais so os verdadeiros conhecimentos que cada tcnico possui que permita que este faa uma correcta avaliao e gesto do risco quando so chamados para intervir em determinada ocorrncia?(*) - Segundo os dados estatsticos de 2009 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 10 Rben Viana

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Que eu tenha conhecimento no existe nenhuma formao instituda pelo INEM para sensibilizar os seus profissionais para as condies de segurana, no trabalho de rua. Qual a formao que o INEM institui aos seus profissionais, de forma a sensibiliza-los para as possveis leses msculo esquelticas que possam vir a desenvolver no decorrer da sua actividade? Deste modo considero imperativo que deva existir mais formao e informao nesta rea, para que todos os tcnicos de ambulncia de emergncia desenvolvam a sua actividade no INEM com maior segurana. Por fim, pretendo tambm, com este manual, testar as competncias adquiridas no curso em contexto de trabalho e dotar a instituio INEM, de documentos de segurana no sentido de implementar a avaliao de riscos na instituio.

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2 MetodologiaA metodologia adoptada para a elaborao do manual consistiu no tratamento da recolha de informao e dados durante o perodo de estgio, nos conhecimentos adquiridos ao longo de 10 anos de experincia na actividade do pr-hospitalar, sendo que os primeiros 5 anos foram adquiridos em contexto de servio voluntariado na corporao dos Bombeiros Voluntrios de Esposende e os ltimos 5 anos, j ao servio do INEM, como profissional de emergncia pr-hospitalar. A informao introdutria e de desenvolvimento das diferentes temticas, foi realizada tendo por base a recolha e tratamento da informao retirada dos sites oficiais das vrias entidades com responsabilidade no assunto, tais como, a Autoridade Nacional de Proteco Civil (ANPC), que me auxiliou na elaborao dos temas da Gesto do Risco, como por exemplo, no incndio em habitaes ou viaturas, sismos, neves, etc. Nos acidentes elctricos, foi consultado o site oficial da REN Rede Elctrica Nacional. Tambm me servi dos conhecimentos adquiridos das diversas temticas abordadas ao longo da Ps-Graduao em SHT, na qual presenciei.

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3-Resumo HistricoA emergncia mdica tem origem na poca das guerras Napolenicas, onde so documentados os primeiros registos de intervenes, associados ao cirurgio Dominique Larrey nos campos de batalha. Neste incio da histria da emergncia mdica os feridos eram evacuados para os hospitais de campanha onde eram prestados os primeiros socorros. Esta filosofia de abordagem aos doentes manteve-se at metade do sc XIX. No entanto no final da dcada de 30, o cirurgio Kirschener altera um pouco o prprio conceito de emergncia mdica pr-hospitalar, prope que prioritariamente se deveria levar o mdico ao doente ao invs do tradicional transporte rpido do doente ao mdico. Com a 2 Grande Guerra este conceito ganhou uma maior importncia.

O Instituto Nacional de Emergncia Mdica (INEM) no incio da sua criao, afirmou-se na sociedade portuguesa como organismo pblico responsvel pelo auxlio de socorro populao em caso de acidente ou doena sbita, realizando no s o socorro aos doentes como tambm o transporte do local da ocorrncia para uma unidade Hospitalar sempre que necessrio. O INEM surge no importante incio dos anos 70, aquando da reformulao do sistema bsico de sade, cria-se o Servio Nacional de Ambulncias e posteriormente o Gabinete de Emergncia Mdica, tendo a histria rapidamente evoludo desde o ano de 1971 (ano da criao o Servio Nacional de Ambulncias atravs do Decreto Lei n 511/71 de 22 de Novembro), a evoluo das tcnicas de emergncia pr-hospitalar e de todos os dispositivos tcnicos envolvidos em toda a cadeia de procedimentos de emergncia mdica indiciaram a evoluo do INEM at ao seu estado actual. A evoluo recente do INEM tem sido baseado em trs grandes linhas orientadoras, a evoluo cientfica e tecnolgica, reforma do prprio sistema de sade e a certificao da qualidade.

Em termos de qualidade h uma especial preocupao para a certificao do INEM de acordo com as normas:

- ISO 14001/1999 (Sistema de Gesto Ambiental); - ISO 9001/2000 (Sistema de Gesto da Qualidade); - OSHA 18001/1999 (Sistemas de gesto da segurana e sade no trabalho segundo referenciais normativos internacionais);_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 13 Rben Viana

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- NP 4397/2001 (Sistemas de gesto da segurana e sade no trabalho segundo referenciais normativos nacionais).

Actualmente a nvel mundial existem dois modelos de aco em emergncia mdica prhospitalar, tambm identificados na evoluo histrica, e que so:

Load and Go ou Scoop and Run Mtodo de origem Americano, caracterizado por uma aco de resgate imediato do doente e transporte para o hospital.

Stay and Play Mtodo de origem Francfona, caracterizado pela estabilizao do doente no terreno e posterior transporte para a unidade hospitalar.

No nosso pas o funcionamento baseia-se nos mtodos do sistema francs SAMU de France (Sistme Ambulatoire de Mdicin Urgent), ou seja numa primeira abordagem vtima h uma preocupao com a estabilizao da vtima e posteriormente o seu transporte para o hospital caso seja necessrio.

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4-Enquadramento LegalQuanto ao enquadramento legal do INEM, este feito pelo Decreto-lei n 167/2003 de 29 de Julho, ficando ento responsvel pela coordenao do Sistema Integrado de Emergncia Mdica (SIEM). Com a aprovao deste diploma h a preocupao de tornar o INEM numa estrutura adaptada complexidade e responsabilidade da urgncia/emergncia primando pela eficcia e eficincia nas suas mltiplas vertentes. Este Decreto de Lei vem alterar a orgnica aprovada em 1981 atravs do Decreto-lei n234/81, introduzindo uma nova filosofia de aco procurando actualizar esta rea de aco mdica em funo das exigncias da evoluo cientfica e tecnolgica, bem como uma lgica global de reforma do sistema de sade, bem como de aprofundamento da qualidade dos servios de urgncia/emergncia prestados. Posteriormente atravs da Portaria n 458-A/2004 (2 srie) aprovado o regulamento da organizao interna do INEM, o qual possui neste novo modelo competncias muito especficas das diversas reas chave envolvidas na aco deste organismo.

Imagem 1 Decreto-Lei n. 220/2007 de 29 de Maio

NOTA: No site do INEM, em www.inem.pt, pode ter acesso a uma panplia de legislao envolvendo a actividade do INEM. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 15 Rben Viana

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5-Meios DisponveisPodemos tentar explicar a aco do INEM atravs da sua prtica de contacto com o pblico, elucidando o leitor que todos os meios do INEM so accionados atravs de uma central de gesto da emergncia mdica, mais conhecido por CODU (Centro de Orientao de Doentes Urgente) sendo que a sua principal funo de triagem desenvolvida em trs momentos distintos:

1 - Atendimento da chamada pelos operadores do CODU, percepo da situao em si e proposta de resposta para quem liga e simultaneamente accionamento dos meios INEM necessrios.

2 - Verificao da situao pelo Mdico regulador, confirma o envio dos meios INEM e qual a unidade hospitalar que ir receber o doente.

3 - Accionamento dos meios INEM, aps confirmao do mdico regulador a coordenao dos meios garantido por um posto com telefone, computador e rdio.

Imagem 2 Foto dos CODU e CODU-Mar

Para fazer face a todos os pedidos de emergncia em todo o territrio nacional, o INEM possui 4 CODU em Portugal Continental, sendo que estes incorporam tambm os CODU-Mar. Existem um na cidade do Porto, Coimbra, Lisboa e Faro._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 16 Rben Viana

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A interaco entre o CODU e as vtimas assegurada pelos meios/equipas operacionais, podendo estas ser de 6 tipos diferentes, conforme a necessidade da situao:

- Mota (Tripulada por um TAE); - Ambulncia SBV (Tripulada por dois TAEs) - Ambulncia SIV (Tripulada por um TAE e um Enfermeiro); - Ambulncia Recm Nascidos (Tripulada por TAE + Mdico + Enfermeiro); - VMER (Tripulado por um Enfermeiro e um Mdico); - Helicptero (Tripulado por Piloto e Co-piloto + Medico e Enfermeiro)Nota: Nos dois primeiros meios apenas institudo o suporte bsico de vida s vtimas.

Imagem 3 Meios INEM: Mota, ambulncia SBV e SIV

Imagem 4 Meios INEM: VMER, ambulncia recm-nascidos, helicpteros _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 17 Rben Viana

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Imagem 5 Organograma resumo dos meios INEM e no INEM

Estes meios s so disponibilizados depois da autorizao dos mdicos reguladores do CODU, tendo estes um papel essencialmente de gestores de meios e superviso das decises de accionamento dos meios.

Existem ainda outras estruturas especializadas na aco do INEM tais como:

CAPIC Centro de Apoio Psicolgico e Interveno em Crise, sendo este o servio que faz o acompanhamento psicolgico do pessoal do INEM e uma das equipas operacionais em caso de catstrofe. CIAV Centro de Informao Anti-Venenos, este centro o responsvel como o nome indica pelas questes ligadas intoxicao. CIPSE Centro de Interveno e Planeamento para Situaes de Excepo, tendo este centro as competncias na rea dos simulacros e a elaborao dos planos de emergncia de eventos ou cenrios excepcionais, bem como o planeamento e coordenao das equipas em misses internacionais.

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A aco no terreno do INEM est dependente de um conjunto de meios tcnicos e humanos que possibilitam toda a dinmica de socorro do nosso pas, assegurando uma cobertura de toda a rea geogrfica do pas. Desde a sua fundao a quantidade dos meios tem vindo a aumentar e a diversificar-se, note-se pela figura abaixo a distribuio geogrfica dos meios INEM.

Imagem 6 Distribuio geogrfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulncias INEM, VMER e Helicpteros.

5.1 Evoluo dos meios em territrio nacional

Grfico 1 Grficos que demonstram a evoluo dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 at 2010

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No plano qualitativo do panorama nacional da emergncia pr-hospitalar, a evoluo tm sido positiva, com a profissionalizao de um nmero significativo de meios. Hoje, alm dos meios com suporte avanado de vida (SAV), com 42 VMER e 5 helicpteros, h 28 ambulncias SIV e 61 ambulncias SBV, profissionalizadas.

5.2- Descrio da actividadeO facto de no existir informao sistematizada referente s tcnicas de abordagem aos doentes em situao de emergncia, pode levar a uma complicada definio de risco para o tripulante. O trabalho destes tripulantes desenvolvido essencialmente em 10 momentos distintos, traduzindo-se essencialmente:

1 - De prontido na base (status BASE); 2 - Accionamento para a ocorrncia (status CAMINHO DO LOCAL); 3 - Chegada ao local e preparao da interveno (status LOCAL); 4 - Avaliao e prestao de cuidados (s) vitima(s) de doena sbita ou trauma; 5 - Preparao da (s) vitimas (s) para o transporte e passagem desta (s) para a ambulncia; 6 - Caminho do hospital transporte (status CAMINHO DO HOSPITAL); 7 - Chegada ao hospital e entrega da (s) vitima (s) equipa de servio (status HOSPITAL); 8 - Preenchimento de verbetes e outros documentos. 9 - Reposio do material nas mochilas de 1 interveno do veculo e passagem a disponvel (status DISPONIVEL) (*); 10 - Regresso base (status BASE);

Estes profissionais tm no s o constrangimento temporal associado sua tarefa, pois estabilizar um doente em estado crtico implica uma luta contra o tempo, como tambm tm uma componente de trabalho em equipa muito marcado e ainda constrangimentos espaciais. impossvel definir uma aco individual na cadeia iniciada aquando de um telefonema para o 112, todo o trabalho feito em equipa mesmo no caso da mota importante o contacto com a equipa do CODU, desenvolvendo uma aco no terreno concertada com as indicaes que lhes so dadas.

(*) Se no for possvel passar a disponvel no hospital, a ambulncia deve regressar base em status INOP. Deve ser notificado o CODU de tal situao._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 20 Rben Viana

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MANUAL de SEGURANA e BOAS PRTICAS para o profissional TAE do INEM.

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TEMTICAS ABORDADAS NO MANUALO manual para o profissional TAE do INEM est dividido nas seguintes temticas:

AVALIAO DOS RISCOS

TEMTICAS ABORDADAS

ASPECTOS ERGONMICOS

GESTO do RISCO

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HIERARQUIA DA CADEIA DE COMANDO

Comandante das Operaes de Socorro COSA hierarquia da cadeia de comando preconizada para ocorrncias que envolvem mais que um agente da proteco civil infelizmente uma temtica que para muitos dos TAEs de desconhecimento total. Por esse motivo, dado a conhecer nesta fase inicial do manual, a hierarquia de comando a que todos se devem reger, afim de exercerem a sua actividade, sabendo exactamente o lugar que ocupam no sistema integrado das operaes de proteco e socorro (SIOPS).

As foras e meios de proteco civil consagrados na lei, so:- Foras Armadas (FA); - Guarda Nacional Republicana (GNR); - Policia de Segurana Pblica (PSP); - Direco Geral da Autoridade Martima (DGAM);

- Instituto Nacional de Emergncia Mdia (INEM);- Instituto Nacional de Aviao Civil (INAC); - Sapadores Florestais (SF); - Cruz Vermelha Portuguesa (CVP); - Associaes Humanitrias dos Bombeiros (AHB); - Cmaras Municipais; - Juntas de Freguesia, - Sistemas Nacionais de Busca e Salvamento Areo e Martimo (SNBSAM); - Instituto de Meteorologia (IM); - Direco-Geral de Sade (DGS); - Policia Judiciria (PJ); - Instituto da gua (INAG); - Autoridade Nacional Florestal (AFN), - Empresa de Meios Areo (EMA); - Estradas de Portugal; - Instituto de Medicina Legal, - ANACOM, ANSR, REFER, ICNB, IPTM, INIR e outras entidades pblicas e privadas).

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Quando um incidente envolve mais de que um agente de socorro, est preconizado em diploma legal a hierarquia de competncias e funes que cada um dos agentes de proteco civil deve assegurar. Deste modo d-se a conhecer a todos os TAEs e restantes elementos profissionais do INEM, que se encontra consagrado em diploma constitucional, atravs do D.L. n134/2006 e da DON Directiva Operacional Nacional n1/2009, que o chefe da primeira fora de socorro a chegar ao local do sinistro assume de imediato a funo de comando da operao de socorro (COS).

Funes do INEM, no papel de agente da Proteco CivilO INEM coordena todas as actividades de sade em ambiente pr-hospitalar, a triagem e evacuaes primrias e secundrias, a referenciao e transporte para as unidades de sade adequadas, bem como a montagem de Postos Mdicos Avanados (PMA); Executa a triagem e o apoio psicolgico a prestar s vtimas no local da ocorrncia, com vista sua estabilizao emocional e posterior referenciao para as entidades adequadas; O INEM garante as misses solicitadas pelo CNOS, de acordo com esta directiva, com os planos de emergncia de proteco civil dos respectivos escales e das suas prprias disponibilidades; O INEM articula-se, no cumprimento de todas as misses de apoio e assistncia no mbito desta directiva, a nvel nacional, com o CNOS, a nvel distrital, com o CDOS e no local da ocorrncia, com o COS;

Ilustrao 1 Excerto do Decreto-Lei n 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS)

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Sistema de Gesto das OperaesO Sistema de Gesto das Operaes uma forma de organizao de um teatro de operaes, que utilizada seja qual for a importncia e o tipo de ocorrncia, e desenvolvese de uma forma modular.

A deciso do desenvolvimento da organizao da responsabilidade do Comandante das Operaes de Socorro (COS), que a dever utilizar sempre que os meios disponveis do primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se mostrem insuficientes;

Sempre que uma fora de socorro das organizaes integrantes do Sistema Integrado de Operaes de Proteco e Socorro (SIOPS) seja accionada para uma ocorrncia, o chefe da primeira equipa a chegar ao local assume de imediato a funo de COS, dando assim incio DON N1/2009/ANPC organizao mnima de um teatro de operaes, permitindo manter desde logo um sistema evolutivo de comando e controlo da operao;

A assuno da funo de COS deve ter em conta as competncias, atribuies legais e capacidade tcnica da entidade representada, tendo em vista a resoluo adequada da situao;

O Comandante de um Corpo de Bombeiros o mximo responsvel pelo Comando das Operaes de Proteco e Socorro, na sua rea de actuao, at transferncia do Comando para um responsvel de escalo superior;

A evoluo da situao pode levar ao aumento da complexidade da operao e consequentemente do teatro de operaes, pelo que o processo de transferncia da funo de COS de vital necessidade, competindo a um elemento de Comando do Corpo de Bombeiros com a responsabilidade da rea onde decorre o evento, assumir essa funo;

O comando prprio de cada fora dever ser proporcional e adequado ao envolvimento de meios humanos e materiais empregues pela mesma.

Desenvolvimento da cadeia de comando(a) O desenvolvimento da cadeia de comando acontecer sem prejuzo, e com base nas disponibilidades do momento, de uma resposta hierarquicamente adequada, coordenada e imediata situao, de modo a evitar desenvolvimentos catastrficos das ocorrncias.

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(b) Extrapolando o tipo de hierarquia para os meios INEM, a responsabilidade da assumpo da funo de Comandante das Operaes de Socorro cabe por ordem crescente:

Ao Chefe da primeira equipa a chegar ao evento, independentemente da sua titularidade; Ao Mdico da 1 VMER a chegar ao teatro de operaes (no caso da 1 equipa a chegar ao evento ser composta por meios INEM SIV ou SBV); Ao Chefe do Grupo de Combate presente no teatro de operaes; Ao Oficial Bombeiro mais graduado, presente no teatro de operaes; Ao Comandante do Corpo de Bombeiros da rea de actuao; A nvel intermunicipal ou regional ou por deciso do Comandante Operacional Nacional, em situaes de maior complexidade que o justifiquem, a funo de COS pode ser assumida por um elemento da estrutura de comando operacional distrital da ANPC; A nvel inter-distrital poder assumir o Comando, um elemento da estrutura de comando operacional nacional da ANPC, se a situao o justificar ou por deciso do Comandante Operacional Nacional.

(c) Na Faixa Litoral

Os Capites dos Portos tm, de acordo com o Decreto-Lei n 44/2002, de 2 de Maro, competncias de Proteco Civil na faixa litoral e nos espaos do Domnio Pblico Hdrico sob jurisdio da Autoridade Martima Nacional. Existindo sinergias que resultam da existncia de um DIOPS com as valncias diferenciadas dos vrios APC, nomeadamente a Autoridade Martima, os Capites dos Portos, no mbito das competncias que a lei lhes confere, assumem as funes de COS no seu espao de jurisdio e em articulao estreita com os CDOS dos Distritos onde se inserem as respectivas capitanias dos portos, sem prejuzo das competncias nacionais da Proteco Civil.

Sntese do expostoPerante o exposto, fica preconizado que o elemento INEM na funo de TAE, caso seja o primeiro meio a chegar ao teatro de operaes ficar como COS no momento, sendo que o deixar de ser, se porventura chegar ao local o mdico de uma VMER, ou uma equipa dos bombeiros locais. A partir dessa altura dever transferir essa funo ao mdico ou elemento dos bombeiros mais graduado chegado ao local. Deste modo, para que todo socorro se processe da melhor forma, e sem que haja possveis desentendimentos entre as equipas de socorro, deve-se a partir desse momento, promover o dilogo entre equipas, para que desta forma sejam ultrapassadas as possveis divergncias do melhor mtodo para socorrer os sinistrados, procurando sempre que possvel, adoptar o procedimento que seja mais vantajoso para a integridade e sade das vtimas._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 26 Rben Viana

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Avaliao dos riscos

Tema n1

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Tema 1 AVALIAO DOS RISCOS1 - CONTAMINANTESO meio ambiente de trabalhoEstudar situaes de poluio do meio ambiente, no que se refere a poluentes qumicos, fsicos, ou biolgicos, aplicar mtodos e normas que tem em ateno a proteco do meio ambiente, pretendendo com isso a avaliao e preveno do risco de doena para a comunidade em geral. Grande parte da vivncia diria do homem, d-se no meio ambiente de trabalho, onde podem ocorrer varias situaes de poluio, como por exemplo, rudo, vibraes, radiaes, poeiras e gases e vrios tipos de poluentes biolgicos. Na presena destas situaes podem aparecer casos de doena profissional, originados pelas ms condies de trabalho, ou seja, quando a presena destes poluentes ultrapassa os valores a partir dos quais podem causar doenas profissionais. Sendo assim, o TAE no fim deste mdulo ter um maior leque de conhecimentos para que, possa realizar uma rpida avaliao ao local de cada ocorrncia de modo a identificarem possveis riscos para o exerccio das suas funes. Neste pressuposto, os contaminantes a que o TAE est potencialmente expostos aquando o exerccio das suas funes so:CONTAMINANTES

QUIMICOS

FISICOS

BIOLGICOS

Vias de entrada no organismo INALAO RUDO

PELE

VIBRAES

INGESTO

TEMPERATURA

ILUMINAO

HUMIDADE

RADIAES IONIZANTES

Organograma 1 Resumo dos contaminantes a que os TAEs se encontram potencialmente expostos. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 28 Rben Viana

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PERIGO: Fonte ou situao com um potencial para o dano em termos de leses ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a sade, ou de danos para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinao deste.

RISCO: Combinao da probabilidade e da(s) consequncia(s) da ocorrncia de um determinado acontecimento perigoso.

1.1 CONTAMINATES QUMICOS

O risco associado aos agentes qumicos traduz-se na possibilidade de que o perigo potencial associado ao agente qumico possa concretizar-se nas condies de utilizao ou na exposio a esse mesmo agente. Considera-se que uma actividade envolve agentes qumicos quando so utilizados ou se destinam a s-lo, incluindo a sua produo, o manuseamento, a armazenagem, o transporte ou a eliminao e o tratamento, ou a actividade que durante o seu decurso so produzidos agentes qumicos.

AGENTES QUIMICOS PERIGOSOS

ACIDENTES DE TRABALHO

DOENAS PROFISSIONAIS

PROJECES

SATURNISMO

QUEIMADURAS

ASBESTOSE

INTOXICAES AGUDAS

SILICOSE

DERMATITES

Organograma 2 Lista dos riscos associados aos agentes qumicos

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1.1.1 ConceitosHigiene Industrial Conjunto de metodologias no mdicas que estuda e avalia as condies fsicas, qumicas e biolgicas com o pressuposto da preveno das doenas profissionais. Em termos gerais a higiene industrial ocupa-se com a identificao dos contaminantes, promove a sua medio e compara com os valores limite de referncia, e

consequentemente procede correco. Assenta fundamentalmente em tcnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho.

Contaminante Considera-se um contaminante um produto qumico, uma energia ou um microorganismo que presente num determinado meio, ambiental ou ocupacional pode afectar a sade das pessoas.

Contaminantes qumicos Os contaminantes qumicos so constitudos por matria inerte (no viva), sendo que se podem apresentar no ar ambiente em forma de poeira (gs ou vapor) ou de aerossis (slidos ou lquidos).

Qualquer substncia qumica capaz de produzir efeitos nefastos no organismo humano se este a absorver em quantidade suficiente. As substncias qumicas no tem todas o mesmo potencial nefasto e o efeito txico que produz no organismo, depender naturalmente da dose absorvida, mas tambm do tempo que se est sujeito a essa dose. Dependente destes dois factores, classifica-se a intoxicao de aguda ou crnica.

1.1.2 Vias de entrada no organismo

As substncias qumicas presentes nos locais de trabalho podem penetrar no nosso organismo ou influenciar-nos de maneiras distintas:

Por Inalao: Todas as substncias qumicas que se encontram na forma de gases, vapores, fumos, poeiras, fibras, etc., podem ser arrastadas pela corrente respiratria da inalao.

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Dependendo do tamanho e da forma das partculas, percorrero toda ou parte do percurso do aparelho respiratrio podendo vir a produzir-se prejuzos diversos para a sade, desde as simples irritaes das mucosas do nariz e garganta, at a danos irreversveis em qualquer rgo derivado da substncia txica ter sido transportada pelo sangue.

- Derramamento da carga em transporte de matrias perigosas (ex: Cloro ) TIPO DE OCORRNCIAS - Incndios urbanos e rurais; - Intoxicaes com substncias qumicas (ex: Tintas, Metano proveniente da fossa sptica)

Pelo contacto com a pele: Todas as substncias qumicas que entram em contacto com a pele, podem atravessa-la, umas com mais facilidade que outras, e chegar ao sangue donde se distribuem por todo o corpo. A facilidade com que uma substncia absorvida atravs da pele, depende fundamentalmente das suas propriedades qumicas (capacidade de se dissolver na gua ou em gorduras) e do estado da prpria pele. Assim, por exemplo, a pele cuja epiderme (capa externa da pele), no est intacta ou onde existem eroses por efeito de alguns produtos de limpeza (de uso laboral ou domstico), oferece muito menor resistncia passagem do txico.

- Derramamento da carga em transporte de matrias perigosas(ex: Cloro, cido Clordrico, Hipoclorito de Sdio) TIPO DE OCORRNCIAS - Ideao suicida com GRAMOXONE.

Por ingesto: A ingesto de substncias qumicas durante o trabalho, s suceder duma forma voluntria ou associadas a prticas ou hbitos pouco higinicos, como fumar, comer ou beber no posto de trabalho. No entanto nas situaes em que o contacto do indivduo com a substncia contnuo e esta encontra-se sob forma de poeira, pode originar a ingesto da substncia. A higiene pessoal, assim como a proibio de fumar, comer ou beber nos locais de trabalho, minimizam a entrada do contaminante pela via digestiva. Pelas mesmas vias, as substncias qumicas podem manifestar-se no organismo de forma diferente causando vrios tipos de leses.- Deficiente higienizao das mos, aps ter finalizado a assistncia numa ocorrncia.TIPO DE OCORRNCIAS

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1.1.3 - Valores Limite de Exposio VLEOs Valores Limite de Exposio registados na NP-1796 (*), so a transcrio para a normalizao portuguesa dos TLV's americanos, proposto anualmente pelo American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). Os VLE expressam concentraes no ar dos locais de trabalho de diversas substncias, abaixo destes valores julga-se que os trabalhadores podem expor-se sem risco. A esta situao associa-se a variao das respostas individuais, em que h a possibilidade de alguns trabalhadores poderem vir a sofrer alguns danos no contacto com certas substncias, mesmo a concentraes inferiores aos Valores Limite de Exposio,

nomeadamente aqueles que apresentam susceptibilidade individual.

1.1.4 - Fichas toxicolgicas e de segurana

O combate aos riscos provenientes da utilizao de substncias qumicas nos ambientes de trabalho inicia-se com a informao sobre essas substncias. Para permitir o acesso a essa mesma informao interessa conhecer a Ficha de Dados de Segurana (FDS). Sempre que se armazenem ou manipulem substncias e/ou preparaes perigosas, essencial estar informado sobre os principais riscos representados pela utilizao desses produtos. A Ficha de Dados de Segurana fornece um conjunto de informaes agrupadas por tpicos, cada um contendo a informao para o manuseamento seguro da substncia. A Portaria n. 732-A/96 de 11 de Dezembro obriga os fabricantes e ou importadores e fornecedores dos produtos assim classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha de dados de segurana, que transmite informaes fundamentais sob o ponto de vista da segurana, designadamente:

1- Identificao da substncia/preparao e da sociedade/empresa. 2- Composio/informao sobre os componentes. 3- Identificao de perigos. 4- Primeiros socorros. 5- Medidas de combate a incndios. 6- Medidas a tomarem em caso de fugas acidentais. 7- Manuseamento e armazenagem. 8- Controlo da exposio/proteco individual. 9- Propriedades fsicas e qumicas. 10- Estabilidade e reactividade.

(*) - Nota: Pode efectuar o download grtis da norma portuguesa (NP-1796) em: www.ipq.pt/backFiles/prNP001796_2007.pdf_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 32 Rben Viana

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11- Informao toxicolgica. 12- Informao ecolgica. 13- Questes relativas eliminao. 14- Informaes relativas ao transporte. 15- Informao sobre regulamentao

Imagem 7 Informao presente num rtulo

Imagem 8 Exemplo de um rtulo de um produto qumico _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 33 Rben Viana

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Imagem 9 Classificao das propriedades de perigo vs categoria do perigo

Em ambiente pr-hospitalar os agentes qumicos largamente utilizados, so:

Agentes de limpeza, desinfeco e esterilizao; Solues medicamentosas; leos lubrificantes bem como outros produtos usados na manuteno da viatura e base.

1.1.5 Rotulagem das embalagensAs embalagens de substncias e preparaes perigosas colocadas no mercado devem possuir um rtulo com indicaes que permitam uma fcil identificao dos riscos inerentes utilizao dos produtos e que mencione as medidas de preveno a ter em conta, nomeadamente os smbolos de segurana fazendo referncia ao seu significado, as indicaes de perigo das substncias ou preparaes perigosas.

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Smbolo de segurana e nome

Significado (Definio e Precauo)

Exemplos

Classificao: Estes produtos qumicos causam destruio de tecidos vivos e/ou materiais inertes. Precauo: No inalar e evitar o contacto com a pele, olhos e roupas.

cido clordrico cido fluordrico

C Corrosivo

Classificao: Substncias e preparaes que podem explodir sob o efeito da chama ou que so mais sensveis aos choques ou s frices que o dinitrobenzeno.

Nitroglicerina

E Altamenteexplosivo

Precauo: evitar batida, empurro, frico, fasca e calor.

Classificao: o material pode acender ou facilitar a combusto, impedindo o combate ao fogo.

Oxignio Nitrato de

potssio

Perxido de Precauo: evitar o contato dele com materiais combustveis. hidrognio

O ComburenteClassificao: Substncias e preparaes: que podem aquecer e finalmente inflamar-se em contacto com o ar a uma temperatura normal sem fornecimento de energia, ou slidas, que podem inflamar-se facilmente por uma breve aco de uma fonte de inflamao e que continuam a arder ou a consumir-se aps o afastamento da fonte de inflamao, ou no estado lquido, cujo ponto de inflamao inferior a 21 .C, ou gasosas, inflamveis em contacto com o ar a presso normal, ou que, em contacto com a gua ou o ar hmido, desenvolvem gases facilmente inflamveis em quantidades perigosas; Materiais altamente inflamveis, gases inflamveis, combustveis lquidos.

Benzeno Etanol Acetona

F Facilmenteinflamvel

Precauo: evitar contato com materias ignitivos (ar, gua).

Classificao: Substncias e preparaes lquidas, cujo ponto de inflamao se situa entre 21 .C e 55 .C; Precauo: evitar contato com materias ignitivos (ar, gua).

Hidrognio Etino ter etlico

F+ Extremamenteinflamvel

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Classificao: Substncias e preparaes que, por inalao, ingesto ou penetrao cutnea, podem implicar riscos graves, agudos ou crnicos, e mesmo a morte. Precauo: todo o contato com o corpo humano deve ser evitado. Classificao: aps inalado, ingerido ou absoro atravs da pele, provoca grves problemas de sade e at mesmo morte. Precauo: todo o contato com o corpo humano deve ser evitado. Classificao: Substncias e preparaes no corrosivas que, por contacto imediato, prolongado ou repetido com a pele ou as mucosas, podem provocar uma reaco inflamatria. Precauo: gases no devem ser inalados e toque com a pele e olhos deve ser evitado. Classificao: Substncias e preparaes que, por inalao, ingesto ou penetrao cutnea, podem implicar riscos de gravidade limitada; Precauo: deve ser evitado o contato com o corpo humano, assim como a inalao dessa substncia.

Cloreto de brio Monxido de Metanol

carbono

T Txico

Cianureto Trixido de arsnio Nicotina

T+ Muito txico

Cloreto de clcio Carbonato de

sdio

Xi Irritante

potssio

Etanal Diclorometano Cloreto de

Xn Nocivo

Definio: A libertao dessa substncia no meio ambiente pode provocar danos ao ecossistema a curto ou longo prazo Manuseio: devido ao seu risco em potencial, no deve ser liberado em encanamentos, no solo ou no ambiente. Tratamentos especiais devem ser tomados!

potssio

Benzeno Cianureto de Lindan

N Perigoso para oambiente

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Imagem 10 Smbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo)

1.1.6 Frases de risco e seguranaAs frases de Risco e Segurana, tambm conhecidas como frases R/S, so um sistema de cdigos de risco e frases para descrio de compostos qumicos perigosos. As frases R/S consistem em frases indicadoras de riscos especficos (frases R), indicado pela letra R, e frases de recomendaes de prudncia (frases S) indicadas pela letra S. Essas letras so seguidas de um nmero, cuja combinao indica uma nica frase que possui o mesmo significado em diferentes idiomas. H ainda a possibilidade de combinaes entre frases indicadoras de risco, onde os nmeros (precedidos pela letra R) so separados:

Por um hfen (-), quando se trata de indicaes distintas, referentes a riscos (R) especficos. Por um trao oblquo (/), quando se trata de uma indicao combinada, reunindo numa s frase a meno aos riscos especficos.

Exemplo:As frases R/S para o cido clordrico na forma gasosa (37%) : R: 34-37 ; S: 26-36-45

As frases correspondentes na lngua portuguesa so:

Riscos:R34: Provoca queimadura R37: Irritante para as vias respiratrias.

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Segurana:S26: Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com gua e consultar um especialista. S36: Usar vesturio de proteco adequado. S45: Em caso de acidente ou de indisposio, consultar imediatamente o mdico (se possvel mostrar-lhe o rtulo)

1 OBSERVAO: Hfens separam os nmeros das frases de risco distintas e no devem ser confundidas com indicaes de faixa de frases compreendidas. Exemplo: R34-37 Causa queimadura, irritao para as vias respiratrias.

2 OBSERVAO: Barras indicam combinaes de frases simples. Exemplo: R36/37/38 Irritante para os olhos, vias areas e pele.

NOTA:

A Lista de Frases de Perigo e de Segurana encontra-se nos anexos do manual

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1.2 - CONTAMINATES FSICOS

Tem origem em diferentes formas de energia que, geradas por fontes concretas, estes contaminantes podem afectar a sade dos trabalhadores que estejam submetidos a elas. Estas energias podem ser mecnicas, trmicas ou electromagnticas e, devidas s suas diferenas, do lugar a efeitos muito distintos entre si. Estas energias manifestam-se sobre a forma de rudo, vibraes, temperatura, radiaes ionizantes. As condies ambientais dos locais de trabalho associadas a factores de risco fsico so o rudo, a iluminao, a temperatura e a humidade, radiaes ionizantes e radiaes no ionizantes e as vibraes.

Iluminao:

As condies de iluminao nos locais de trabalho est directamente associada produtividade. Dependendo da tarefa, a iluminao tem uma intensidade recomendada que pode ser quantificada. No entanto nos locais de trabalho deve reproduzir fielmente o campo a ser observado pelo trabalhador, no deve incidir directamente nos olhos, nem causar um efeito estroboscpio ou ser reflectida pelas superfcies onde incide de forma a evitar acidentes e entre outros efeitos reduzir a fadiga visual e consequentemente a geral.

Rudo:

A ocorrncia de danos na sade dos profissionais do pr-hospitalar derivado aos altos nveis de rudos ainda no foi confirmada. No entanto rudos perturbadores podem ocorrer em vrios locais que podem colocar em risco a comunicao entre profissionais, e profissionais e doentes. De entre os factores que podem afectar a perda de audio esto as caractersticas do agente, o nvel de presso sonora, o tipo de rudo que emite, a durao e a qualidade.

Temperatura:

A temperatura esta fortemente associado ao calor. O calor consiste numa forma de energia que se transmite de um corpo para outro atravs de processos de conveno, radiao e conduo. A temperatura nos locais de trabalho depende do tipo de actividade desenvolvida. Assim, actividades sem exigncias de movimentao ou esforo esto

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associadas temperaturas entre os 19C e os 23C. As actividades que exigem movimentao e esforo as temperaturas associadas normalmente so mais baixas.

Humidade:

Os locais de trabalho que apresentem humidade no tecto e paredes so mais susceptveis de vir a desenvolver fungos traduzindo-se numa m qualidade do ar interior. As condies de humidade relativa, presentes no local de trabalho devem situar-se entre os 30% e os 70%. Para alm dos factores ligados relao temperatura/humidade compreendem sintomas como a secura nasal e da pele entre outros sintomas. A manuteno dos valores para a humidade relativa dentro dos parmetros recomendados previne a formao de cargas electrosttica nos locais de trabalho.

Radiaes ionizantes:

Forma de energia que ao interagir com a matria tem a capacidade de a ionizar. As radiaes so usadas para efeitos de diagnstico e de teraputica, consistindo em algumas delas em raios X, partculas alfa, beta e gama. A exposio as radiaes est sujeita a Valores Mximos Admissveis e o controlo efectuado individualmente atravs do uso de dosmetros individuais, e ambientalmente atravs de medies peridicas s instalaes dos equipamentos. As medidas de proteco so distintas, sendo elas colectivas e individuais. A proteco relativamente fonte assenta essencialmente em 3 princpios bsicos:

1- Permanecer o mnimo tempo possvel prximo da fonte de emisso;

2- Permanecer mxima distncia possvel da fonte de emisso;

3 - Fazer uso do efeito barreira para diminuir a dose recebida: uso de coletes e colarinho com proteco chumbinea, nas instalaes as proteces fsicas devem ter proteco adequada dose emitida. As reas onde so utilizadas radiaes devem ser sinalizadas, e o acesso deve ser limitado e controlado pelos seus profissionais.

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1.3 - CONTAMINANTES BIOLGICOSSo organismos com um determinado ciclo de vida que, ao penetrar no homem originam o aparecimento de doenas do tipo infeccioso ou parasitrio. Os agentes biolgicos, microorganismos incluindo os geneticamente modificados, as culturas e os endoparasitas humanos, so susceptveis de provocar infeces, alergias ou intoxicaes, so exemplos, as formas vegetativas, os vrus, as bactrias, fungos, parasitas, os esporos, as endotoxinas entre outros. A presena de agentes biolgicos em meio pr-hospitalar no pode ser evitada, sendo que o uso de equipamento de proteco individual, aplicao de procedimentos seguros e o cumprimento das regras de higiene pelos profissionais, tais como, a limpeza da ambulncia, dos equipamentos utilizados no doentes e a base INEM, so os nicos meios de prevenir doenas e a ocorrncia de acidentes que envolvam agentes biolgicos.

1.3.1 - Vias de entrada no organismoAparelho Respiratrio: Inalao Aparelho Digestivo: Ingesto de alimentos ou gua Pele e Mucosas: Contacto com a pele, pele lesada e inoculao (*)

1.3.2 - Classificao dos agentes biolgicosA classificao dos agentes biolgicos, est legislada pelo decreto-lei n84/87 de 16 de Abril, sendo que tm em considerao os riscos:

- Para o manipulador; - Para a comunidade; - E para o meio ambiente.

Agente Biolgico Grupo I Agente biolgico cuja probabilidade de causar doenas no ser humano baixa.

Agente Biolgico Grupo II Agente biolgico que pode causar doenas no ser humano e constituir um perigo para os

(*) - A inoculao o acto de introduzir, como por exemplo, uma vacina no corpo humano. Existem vacinas que apenas necessitam de uma inoculao,mas outras necessitam ser inoculadas com alguma frequncia. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 41 Rben Viana

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trabalhadores sendo escassa a probabilidade de se propagar na colectividade e para o qual existem, em regra meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Legionella pneumophila

Staphylococcus aureus

Agente Biolgico Grupo III Agente biolgico que pode causar doenas graves no ser humano e constituir um risco grave para os trabalhadores sendo susceptvel de se propagar na colectividade, mesmo que existam meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Bacillus anthracis

Salmonella typhi

Agente Biolgico Grupo IV

Agente biolgico que pode causar doenas graves no ser humano e constituir um risco grave para os trabalhadores, sendo susceptvel de apresentar um elevado nvel de propagao na colectividade, e para o qual no existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Vrus Ebola

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1.3.3 Medidas de preveno e proteco dos riscosA Preveno do tipo tcnica: - Medidas de Engenharia; - Medidas Organizacionais; - Medidas Administrativas; - Plano de Aco para: acidentes, incidentes e emergncia.

B Preveno do tipo mdica: - Exames de Sade de Admisso, Peridicos e Ocasionais

C A Formao e informao aos trabalhadores.

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Gesto do RiscoTema n2

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Tema 2 GESTO DO RISCOA avaliao e gesto de riscos constituem a base da abordagem comunitria para prevenir acidentes e problemas de sade profissionais, sendo que existem razes suficientemente vlidas para tal. Se o processo de avaliao de riscos, e a abordagem da gesto da sade e segurana, no for bem conduzido ou no for de todo realizado, as medidas de preveno adequadas no sero provavelmente identificadas ou aplicadas. Todos os anos, milhes de pessoas na UE lesionam-se no local de trabalho ou sofrem de problemas de sade graves relacionados com o trabalho. por este motivo que a avaliao de riscos to importante, sendo o factor-chave para um local de trabalho saudvel. A avaliao de riscos um processo dinmico que permite s empresas e organizaes implementarem uma poltica pr-activa de gesto dos riscos no local de trabalho, em detrimento de uma poltica reactiva. Pelas razes enumeradas, fundamental que todas as empresas, independentemente da sua categoria ou dimenso, realizem avaliaes regulares. Uma avaliao de riscos adequada inclui, entre outros aspectos, a garantia de que todos os riscos relevantes so tidos em considerao, a verificao da eficcia das medidas de segurana adoptadas, o registo dos resultados da avaliao e a reviso da avaliao a intervalos regulares, para que esta se mantenha actualizada. A legislao comunitria mais importante em matria de avaliao de riscos a Directiva 2007/30/CE, que altera a directiva 89/391/CEE. Esta directiva foi transposta para a legislao nacional de cada Estado-Membro. Contudo, os Estados-Membros tm o direito de adoptar disposies mais rigorosas para proteger os seus trabalhadores.

Neste captulo, vo ser abordadas variadssimas temticas cujo estas, podem colocar o TAE exposto ao risco sendo que em cada uma delas, sero enumeradas as instrues de actuao mais correctas, que devero ser tomados em considerao, para que a segurana do TAE e sua equipe juntamente com integridade da viatura de socorro, nunca sejam postas em causa, devido s situaes que possam ocorrer aquando a ida para um pedido de auxlio.

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As temticas abordadas neste captulo so as seguintes:

2.1 Incndio em habitaes ou viaturas 2.2 Manuseamento de um extintor 2.3 Derrame com produtos qumicos 2.4 - Manuseamento do oxignio 2.5 - Fuga de gs combustvel 2.6 Intoxicao por monxido de carbono CO 2.7 - Sismos 2.8 - Neves 2.9 Violncia no local de trabalho 2.10 Evacuaes de emergncia 2.11 Acidentes elctricos 2.12 Equipamento de proteco individual EPI 2.13 Sinalizao e proteco rodoviria 2.14 Identificao das matrias perigosas 2.15 Bio-segurana 2.16 Limpeza e Higiene

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2.1- INCNDIOS EM HABITAES OU VIATURAS

Foto 1,2 e 3 Incndios urbanos e em viaturas

O TAE, no exerccio das suas funes, algumas das vezes poder deparasse com situaes inesperadas, tal como a deflagrao de um incndio, na habitao da vtima que vo ou est a socorrer, ou mesmo num veculo acidentado em plena via rodoviria. Perante uma situao destas, e sem correr riscos desnecessrios o TAE poder seguir uma srie de procedimentos de forma atenuar ou mesmo extinguir o incndio, antes que ele tome propores mais difceis de controlar, e que deste modo poderia colocar em perigo de vida iminente o profissional e as vtimas que est a socorrer nesse momento. Para isso, ento, se o TAE:

SE DETECTAR um incndio no interior de um edifcio de habitao ou escritrios, deve:

1 - Manter a calma e no entrar em pnico; 2 - Accionar a botoneira de alarme mais prxima e contacte o CODU fornecendo toda a informao disponvel, nomeadamente: a Local; a Gravidade da situao; a Eventual existncia de vtimas em zona muito prxima; a Produtos e equipamentos envolvidos; a Eventual proximidade de pontos perigosos;

3 - Se possvel, quando habilitado e sem correr riscos desnecessrios, procure extinguir o foco de incndio com os meios de 1 intervenham existentes no local;

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4 - Se no conseguir extinguir o foco de incndio: a Abandone imediatamente o local onde ocorreu o incndio; a No corra; aSe houver fumos baixe-se e saia do local, se necessrio, a gatinhar.

OBSERVAES: Nunca abra uma porta fechada, antes de verificar se ela esta quente. Use a parte posterior da mo para evitar queimar-se na face palmar; Se a porta estiver quente, procure outra sada de emergncia. Se no existir procure selar as frestas a volta das portas e janelas com o que tiver a mo: tecidos, cobertores, etc. Se as chamas se atearem s suas roupas, detenha-se, atire-se ao cho e rebole-se, isto apagara as chamas e pode salvar-lhe a vida; Se algum prximo de si estiver envolto em chamas, cubra-o com uma manta, apagando as chamas. Isto poder salva-lo de possveis queimaduras; Se ficar preso numa sala cheia de fumo: a Permanea junto ao solo onde o ar mais respirvel; a Se possvel abra uma janela; a Procure sinalizar a sua presena.

Se CONSTACTAR um incndio numa viatura:

1- Mantenha a calma e no entrar em pnico; 2- Contacte o CODU, explique sucintamente do que est a ser testemunha, e solicite os bombeiros e autoridade no local. 3 - Coloque possveis vtimas em segurana; 4 - Se o incndio deflagrado na viatura estiver localizado e ainda for de poucas propores (isto , gerou ainda pouca carga trmica), tente extingui-lo com o extintor que tem presente na ambulncia, caso contrrio, no faa nada. 5 - Evacue a zona, criando uma zona de segurana de pelo menos 20 metros de dimetro em volta da viatura, e um corredor de emergncia de forma a permitir o fcil acesso s viaturas dos bombeiros, aquando a sua chegada.OBSERVAES IMPORTANTES: A deflagrao de um incndio numa viatura movida a gsoleo, no to violento do que num agasolina ou GPL. Esteja consciente que poder ouvir estrondos derivado do rebentamento de pneus, ou da exploso do depsito de gasolina ou ainda mesmo o rebentamento do reservatrio de GPL. Tente procurar saber junto do proprietrio da viatura se porventura transportava no seu interior (mala) alguma garrafa pressurizada (ex: garrafa de ar comprimido para a prtica de mergulho) ou uma garrafa de gs propano/butano, ou material pirotcnico. Procure confirmar tambm se o carro est equipado a GPL, isto porque, existem proprietrio que no colocam o dstico no exterior da viatura a dar essa mesma indicao. Depois transmita essa informao aos bombeiros aquando a sua chegada ao local._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ps-Graduao em Segurana e Higiene no Trabalho | Relatrio de Estgio Pgina 48 Rben Viana

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2.2- MANUSEAMENTO DE UM EXTINTORO local onde normalmente desenvolvemos as nossas tarefas profissionais acarreta, muitas vezes, riscos para o nosso bem-estar. Um desses riscos o risco de incndio. A possibilidade de ocorrncia de um incndio deve ser tida em conta em todo o tipo de actividades. Como sabido o fogo traz benefcios para todos mas dentro do controle do ser humano. Quando tal no acontece o resultado pode ser catastrfico. A preveno torna-se a principal "arma" no combate a este tipo de riscos e perigos consequentes. Uma das formas de preveno mais adequadas a informao / formao sobre o conhecimento e utilizao de um dos meios de extino mais utilizados no combate a focos de incndio, os extintores.

2.2.1 - Como se inicia um incndio?

As causas pelas quais um incndio tem incio so as mais variadas:

Comportamento inadequado como fumar ou foguear em locais em que tal proibido; Fogo posto com ou sem inteno; Electricidade esttica; Corrente elctrica (curto - circuito) na habitao ou viatura; Manipulao de produtos qumicos (inflamveis) sem os cuidados necessrios; Fugas e propagao de gs; Acidente rodovirio.

IMPORTANTE: Quanto maior for o nmero de materiais combustveis existentes, maiores sero o riscos de propagao de incndio. Uns dos produtos resultantes do incndio so os fumos e os gases libertados que so extremamente nocivos para a sade. No caso de inalao excessiva destes podem ocorrer situaes de desmaio, intoxicao ou mesmo asfixia.

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2.2.2 - Tipos de incndioOs fogos no so de facto todos do mesmo tipo. Estes dependem do tipo de material que entra em combusto. Devido s suas caractersticas particulares do origem a incndios de caractersticas diferentes muitas vezes observveis. Consequentemente o agente extintor necessrio para apagar um determinado tipo de incndio ir variar tambm. Uma das formas de classificar os incndios , ento, em funo da natureza do combustvel. Segundo a Norma portuguesa EN 2 estes classificam-se em 4 classes de fogos diferentes consoante o material combustvel. De seguida apresentado um quadro com as classes de fogos existentes:

Quadro 1 Classes dos fogos e sua relao com o tipo de materiais

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2.2.3 - ExtintoresOs extintores so aparelhos com agente extintor, sendo que o agente extintor, colocado no seu interior projectado e dirigido sobre as chamas pela aco de uma presso interna. Os extintores que sero tratados neste documento sero os portteis. Segundo a Norma Portuguesa - 1589 de 84 um extintor porttil o "extintor concebido para ser transportado e utilizado manualmente e que, em condies de operacionalidade , tem uma massa inferior ou igual a 20 kg (L).

2.2.4 SimbologiaSinal identificativo A simbologia normalmente utilizada na identificao de um extintor a seguinte:

Imagem 11 Smbolo identificativo de um extintor

Rtulo de um extintor

Imagem 12 Elementos base presentes num extintor

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2.2.5 - Classificao dos extintoresNo mbito meramente formativo torna-se de grande importncia a identificao do tipo de extintores e do agente extintor neles contido por parte de todos aqueles que tripulam viaturas dos meios INEM.

Os extintores podem ser classificados segundo quatro critrios:

Mobilidade Modo de funcionamento Agente extintor Eficcia

Visto este documento se destinar a fornecer uma informao / formao aos tcnicos de ambulncia de emergncia - TAE do INEM relativamente a extintores ser dado mais importncia a um dos critrios de classificao.

Classificao dos extintores segundo o agente extintor

Como j foi anteriormente referido os fogos variam consoante o agente combustvel. Se as suas caractersticas so diferentes ento o agente extintor, contido no extintor, ter de ser forosamente diferente adequando-se ao tipo de material combustvel existente passvel de provocar um determinado tipo de fogo.

Convm antes de tudo definir o que um agente extintor:

Agente extintor Produto ou conjunto de produtos contidos no extintor cuja aco provoca a extino. (NP 1589 / 84).

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