59672849 Testes Formativos Teoria e Metodologia Literarias Universidade Aberta

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504 TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS CADERNO DE TESTES FORMATIVOS MARIA DO ROSÁRIO LUPI BELLO 1996

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TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

CADERNO DE TESTES FORMATIVOS

MARIA DO ROSÁRIO LUPI BELLO

1996

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5

TESTES FORMATIVOS RESOLVIDOS....................................................... 7

Teste 1 ...................................................................................................... 9

Teste 2 ...................................................................................................... 15

Teste 3 ...................................................................................................... 21

Correcção do Teste 1 .............................................................................. 25

Correcção do Teste 2 .............................................................................. 29

Correcção do Teste 3 .............................................................................. 33

TESTES FORMATIVOS POR RESOLVER.................................................. 37

1º Teste Formativo .................................................................................. 39

2º Teste Formativo .................................................................................. 43

3º Teste Formativo .................................................................................. 47

Correcção do 1º Teste Formativo ........................................................... 51

Correcção do 2º Teste Formativo ........................................................... 55

Correcção do 3º Teste Formativo ........................................................... 59

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INTRODUÇÃO

Neste Caderno encontram-se 6 Testes e 3 Correcções da disciplina de Teoria e

Metodologia Literárias.

Os primeiros (Testes 1, 2 e 3) têm a estrutura de testes somativos, isto é, cada um

deles abrange matéria que se estende do início ao fim do livro e são, portanto,

idênticos a qualquer ponto de exame. Servem para treino e auto-avaliação dos alunos,

com vista à preparação do exame final, e vão acompanhados das respectivas

correcções.

Os restantes são Testes Formativos (1º, 2º e 3º Teste Formativo), sendo que cada

um deles abrange apenas determinada parte da matéria, seguindo a sequência

apresentada no livro. Devem ser respondidos à medida que o aluno progride no

estudo da disciplina e enviados à Universidade Aberta dentro dos prazos estipulados.

Além de servirem como treino e auto-avaliação dos alunos, são também úteis ao

Assistente da cadeira, uma vez que lhe permitem avaliar a evolução do conhecimento

dos estudantes e, além disso, o seu envio à Universidade é indispensável como forma

de habilitação para o exame final. Os relatórios com a correcção destes testes serão

enviados aos alunos ao longo do ano lectivo.

Fora os casos em que é explicitamente referida outra modalidade, os estudantes

devem assinalar apenas uma das várias alternativas de resposta para cada pergunta de

escolha múltipla. Caso contrário, a resposta é considerada errada. Nas perguntas de

desenvolvimento, não devem ultrapassar o número de linhas dado.

Chama-se a atenção para a Bibliografia Aconselhada no final de cada capítulo. Os

estudantes que pretendam uma orientação particularizada neste âmbito devem dirigir-

se ao Assistente da cadeira, bem como para qualquer dúvida que surja ao longo do

estudo, ou para um aconselhamento quanto ao método de trabalho, etc.. A experiência

tem provado que os alunos que entram em contacto com os Assistentes e/ou se

dirigem aos respectivos Centros de Apoio sentem o seu trabalho facilitado e têm

maior percentagem de êxito nos exames. Bom trabalho!

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TESTES FORMATIVOS RESOLVIDOS

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TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

Teste 1

1. Segundo Aristóteles, a retórica é uma técnica cuja função é "ver os meios de persuasão que existem relativamente a cada argumento". De acordo com esta definição, pode afirmar-se que a retórica

o A. é uma arte essencialmente teórica

o B. é um instrumento que proporciona a compreensão racional da natureza das coisas

o C. preocupa-se unicamente com a forma

o D. é um saber que associa a teoria e a prática

2. A importância da retórica sofreu várias oscilações ao longo dos tempos. No início do século XX, após mais de cem anos de eclipse, a retórica voltou a ser reabilitada. De entre os seguintes Movimentos do nosso século, assinale aquele que contribuiu para a sua reabilitação:

o A. o New Criticism

o B. a Estilística

o C. o Formalismo

o D. a Pragmática

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3. Para Jakobson a comunicação verbal pressupõe necessariamente a interacção de seis factores inalienáveis. Na lista que se segue assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

_____ A. Mensagem

_____ B. Contacto

_____ C. Objectivo

_____ D. Código

_____ E. Emissor

_____ F. Receptor

_____ G. Canal

_____ H. Destinatário

_____ I. Contexto

4. Cada um dos seis factores referidos por Jakobson origina uma função linguística específica; uma delas é a função poética. Nos textos em que a função poética é dominante, os sinais linguísticos orientam-se:

o A. para uma realidade extra-linguística

o B. para a subjectividade do emissor

o C. para si mesmos

o D. para o circuito da comunicação

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5. Só há relativamente pouco tempo é que a teoria e a crítica literárias estabeleceram de modo fundamentado a distinção entre autor empírico, autor textual e narrador. No entanto, já desde a Idade Média que existe a consciência da diferença entre o eu poético e o eu empírico. Nas cantigas de amigo da poesia medieval galego-portuguesa a voz que fala identifica-se com:

o A. o autor empírico

o B. o autor textual

o C. o narrador

o D. o autor textual e o autor empírico, simultaneamente

6. A relação que se estabelece entre o emissor oculta ou explicitamente presente e actuante no texto literário e o autor empírico ou histórico pode definir-se como uma relação de:

o A. implicação

o B. exclusão mútua

o C. identidade

o D. independência

7. Enquanto instituição e campo de produção cultural, a literatura pode estar na origem de fenómenos que se designam por transdução ou metacomunicação literárias. Chama-se metacomunicação à:

o A. comunicação originária de um texto literário

o B. comunicação de um texto secundário que se identifica plenamente com o texto originário

o C. transacção entre o(s) receptor(es) e um texto originário

o D. comunicação secundária a que pode dar origem a comunicação originária de um texto literário

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8. Os vários fenómenos que subjazem à metacomunicação literária originam diversos tipos de metatextos, entre os quais se pode dar como exemplo o seguinte:

o A. a tradução

o B. a literatura kitsch

o C. a literatura de tese

o D. a cópia

9. Desde a Antiguidade que se tem procurado estabelecer as relações entre a literatura e a pintura. Aristóteles, por exemplo, comparou repetidas vezes a arte do poeta e a do pintor, chamando a atenção para as afinidades existentes entre as duas no respeitante:

o A. aos meios de imitação utilizados

o B. ao facto de ambas serem artes temporais

o C. aos objectos da imitação

o D. ao facto de serem consideradas as duas artes mais elevadas

10. Algumas poéticas valorizaram a aproximação entre a literatura e a pintura; outras, pelo contrário, rejeitaram a matriz aristotélico-horaciana sobre a comparação entre a poesia e a pintura, a qual permitira valorar a pintura como arte superior à poesia. Foi o caso da poética do:

o A. Renascimento

o B. Parnasianismo

o C. Romantismo

o D. Futurismo

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11. Analise os princípios da Pragmática da literatura em confronto com o conceito formalista de literariedade.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a. Explicitação da teoria formalista sobre a literariedadeb. Referência às limitações explicativas da referida teoriac. Apresentação dos princípios da Pragmática da literatura (tanto nas suas

versões mitigadas como nas radicais) enquanto contestação do Formalismod. Correcção e rigor da linguagem utilizada

(50 linhas)

12. Exponha e analise os aspectos fundamentais da plurissignificação literária.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a. Distinção entre o conceito de plurissignificação e os de conotação e ambiguidade

b. Referência aos principais factores diacrónicos e sincrónicos da plurissignificação literária

c. A plurissignificação: um fenómeno da recepção literária?d. Correcção e rigor da linguagem utilizada

(50 linhas)

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TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

Teste 2

1. A teoria da literatura e a crítica literária possuem múltiplas inter-relações, mas também diferenças relevantes. Nas afirmações seguintes assinale aquela que se refere à teoria da literatura:

o A. O estudo de um texto literário concreto ou de um determinado conjunto de obras literárias, orientado quer diacronica quer sincronicamente

o B. O estudo da literatura como expressão e manifestação das nações e dos povos

o C. O estudo de um determinado número de fenómenos, com base num conjunto sistemático de definições, conceitos, proposições e hipóteses, passível de ser submetido a provas de refutação

o D. O estudo do modo peculiar como em cada obra está plasmada e utilizada a linguagem verbal

2. Para o Formalismo Russo o conceito de teoria da literatura é equivalente ao de:

o A. crítica literária

o B. ciência literária

o C. história literária

o D. linguística

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3. Em teoria da comunicação não deve confundir-se o conceito de receptor com o de destinatário. De facto, o destinatário de uma mensagem pode ser, ou não, seu receptor e um receptor não é necessariamente o destinatário das mensagens de que é receptor. Assim, deve definir-se receptor como:

o A. a instância interlocutora do narrador, no caso dos textos narrativos, ou do sujeito lírico no caso dos textos líricos

o B. a entidade com capacidade semiósica efectiva que, em condições apropriadas, pode decodificar a mensagem

o C. a entidade com capacidade semiósica efectiva ou apenas simbólico-imaginária, à qual o autor empírico ou o autor textual endereçam a mensagem

o D. a entidade ficcional que faz necessariamente parte da estrutura formal e sémica do texto literário e que é objecto da mensagem

4. O destinatário de um texto literário pode ser extratextual ou intratextual. O destinatário intratextual ocorre logicamente num género literário como:

o A. a epístola poética

o B. o romance picaresco

o C. a poesia satírica

o D. a comédia de costumes

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5. Tanto René Wellek como G.C.Argan consideram a perspectiva semiótica indispensável para a exacta compreensão da natureza dos períodos literários. Para estes autores, o período literário corresponde a:

o A. uma área espacio-temporal que se caracteriza pela vigência absoluta e exclusivista de um determinado alfabeto e de uma determinada gramática

o B. uma construção não teorética que se funda numa clara e linear divisão cronológica, que individualiza cada sistema homogéneo de normas, convenções e padrões literários

o C. uma secção de tempo dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, i.e., uma área espacio-temporal em que um determinado sistema sígnico desenvolve e exaure todas as suas possibilidades de significação

o D. uma secção de tempo dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão e desaparecimento não podem, contudo, ser seguidos por nós

6. Das seguintes afirmações acerca da dinâmica dos períodos literários, assinale a FALSA:

o A. Os períodos literários não se sucedem de modo rígido e abrupto, mas sim através de zonas de imbricação e interpenetração

o B. Em história literária encontramos um conceito sinedóquico de século: uma parte do século-entidade-cronológica, aquela em que dominou um código mais inovador e influente, é que identifica o 'século literário'

o C. As mudanças periodológicas, em particular as profundas alterações, são sempre contemporâneas de relevantes modificações linguísticas

o D. No mesmo período literário não coexistem gerações culturais distintas com análoga idade biológica

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7. O texto literário é plurissignificativo, porque nele tanto as microestruturas como as macroestruturas são portadoras de múltiplas dimensões semânticas, tendem para uma multivalência significativa. A esta plurissignificação literária pode também chamar-se, sem perda de rigor:

o A. pluri-isotopia

o B. ambiguidade

o C. ficcionalidade

o D. conotação

8. A plurissignificação pode verificar-se tanto num fragmento como na totalidade de um texto literário. Ela constitui:

o A. um efeito das estruturas do texto

o B. não apenas um efeito das estruturas do texto, mas também um efeito de leitura

o C. unicamente um efeito de leitura, a qual está dependente das competências linguística e literária do receptor

o D. um efeito da intencionalidade do emissor

9. Um dos problemas mais importantes no estudo do romance é a análise das inter-relações entre o tempo da diegese e o tempo do discurso narrativo. Quando uma narrativa se inicia in ultimas res torna-se necessária a utilização de flash-backs, isto é:

o A. sínteses

o B. pausas

o C. prolepses

o D. analepses

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10. Se um discurso reproduzir fielmente, sem qualquer intervenção do narrador, um diálogo da diegese, pode dar-se a coincidência perfeita entre a duração da diegese e a do discurso. A este fenómeno dá-se o nome de:

o A. anacronia

o B. elipse

o C. isocronia

o D. anisocronia

11. Estabeleça e fundamente a distinção entre Literatura e Paraliteratura.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Referência aos diversos níveis ou espaços de semiose do sistema literáriob) Explicitação da fronteira que separa a literatura da paraliteratura: uma questão

estética?c) Relacionação da literatura e da paraliteratura com fenómenos de novidade e

originalidaded) Correcção e rigor da linguagem utilizada

(40 linhas)

12. Exponha, justificando, alguns dos aspectos mais relevantes da relação entre a Literatura e o Cinema.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Explicitação do carácter temporal/espacial de cada uma dessas artesc) Referência, se possível exemplificando, ao processo de passagem de um texto

literário para um texto fílmico, ou vice-versac) Relação entre a câmara fotográfica e a focalização literáriad) Correcção e rigor da linguagem utilizada

(40 linhas)

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Teste 3

1. O sistema semiótico literário, ao constituir-se sobre outro sistema semiótico - o sistema linguístico -, configura-se como um diassistema e como um policódigo. Que relação estabelecem os códigos e subcódigos pertencentes à literatura com os códigos do sistema linguístico?

o A. uma relação de subordinação

o B. uma relação de interdependência

o C. uma relação de independência

o D. uma relação de dominação

2. No policódigo literário o código que desempenha uma função dominante é:

o A. o código fónico-rítmico

o B. o código estilístico

o C. o código semântico-pragmático

o D. o código métrico

3. No sistema literário distinguem-se e contrapõem-se diversos níveis, estratos e espaços de semiose e de produção textual, divididos sobretudo em duas grandes áreas: o núcleo e a periferia do sistema. A paraliteratura, por exemplo:

o A. constitui uma literatura periférica ou marginal porque apresenta caracteres semióticos, nos planos semântico, sintáctico e pragmático, que a diferenciam do texto literário

o B. é considerada uma literatura secundária ou menor, embora se integre na literatura stricto sensu

o C. situa-se no núcleo do sistema literário, a par da literatura propriamente dita

o D. inscreve-se na periferia do sistema, porque possui reduzido ou nulo valor estético

4. Pela sua natureza, os textos paraliterários apresentam características específicas no que respeita à capacidade ou incapacidade de inovação. Pode dizer-se que eles:

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o A. se encontram em mudança contínua, ora tão lenta que se configura como estabilidade, ora tão rápida que provoca rupturas com as normas e os padrões estabelecidos

o B. apresentam uma acentuada capacidade de inovação, assim como acontece com os textos literários propriamente ditos

o C. carecem de originalidade, mas não necessariamente de novidade, de acordo com a distinção estabelecida por Stefan Morawski

o D. tendem para o estereótipo consumado, carecendo tanto de novidade como de originalidade

5. No Livro III de A República, Platão analisou e classificou os géneros literários, dividindo-os em três diferentes modalidades, e englobou-os na categoria global da diegese. Refira essas três modalidades.

A. ________________________________________________________________

B. ________________________________________________________________

C. ________________________________________________________________

6. No período helenístico desenvolveu-se uma poesia que manifestava claramente a influência de uma arte não verbal. Foi chamada poesia ecfrástica e pode dizer-se que consistia num género de

o A. poesia dramática

o B. poesia descritiva

o C. poesia narrativa

o D. poesia lírica

7. A poética do Parnasianismo advoga a aproximação da literatura, em particular da poesia, com

o A. a música

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o B. as artes plásticas

o C. o cinema

o D. a arquitectura

8. Assinale a frase que melhor define a natureza do texto lírico:

o A. O texto lírico comporta normalmente descrições semântica e funcionalmente semelhantes às do texto narrativo

o B. Mesmo quando os elementos descritivos de um poema parecem evocar sobretudo um estado de alma, eles não deixam de representar um discurso fortemente referencial

o C. O texto lírico enraíza-se na revelação e no aprofundamento do eu lírico, evidenciando geralmente uma relevante relação de implicação entre o eu do autor textual e o eu do autor empírico

o D. A poesia lírica define-se essencialmente por possuir um carácter dinâmico

9. No texto lírico, como em nenhum outro texto da chamada 'literatura escrita', avulta a simbiose da língua escrita e da língua falada e por isso o texto lírico, na materialidade dos seus signos:

o A. aproxima-se sobretudo da pintura

o B. pode aproximar-se quer da música quer da pintura

o C. pode aproximar-se quer da pintura quer do cinema

o D. não evidencia nenhuma relação de aproximação com a música, a pintura ou o cinema

10. De acordo com Wolfgang Kayser, dá-se o nome de _______________________

_______________ ao romance que se caracteriza pela primazia que concede à

pintura do meio histórico e dos ambientes sociais nos quais decorre a intriga. É o

que se verifica nos romances de Balzac, de Zola, de Eça de Queirós, de Tolstoj,

etc.

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11. Caracterize o modelo dialógico ou bi-activo da leitura literária.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Referência às instâncias que interagem no processo da leitura literária e ao papel da chamada memória literária

b) Referência à natureza do texto literário enquanto objecto semióticoc) Caracterização da leitura literária tendo em conta os aspectos referidos em a) e

b)d) Correcção e rigor da linguagem utilizada

(45 linhas)

12. Analise a distinção e as inter-relações existentes entre texto dramático e texto teatral.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Estabelecimento da relação entre a literatura e cada um dos textos referidosb) Caracterização dos textos dramático e teatral no que diz respeito a diversos

factores: emissor, receptor, tempo, espaço e tipo de discurso dominante em cada um

c) Referência à concretização de um texto no outro e ao nome desse processo, bem como à relação semiótica que, consequentemente, se estabelece entre os dois textos

d) Correcção e rigor da linguagem utilizada

(45 linhas)

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TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

Teste 1

Correcção

OBJECTIVO I - Relaciona o conceito de Retórica com um determinado autor ou movimento literário (Perguntas 1 e 2)

RESPOSTA ESPERADA:

1 - D

2 - B

OBJECTIVO II - Identifica os factores da comunicação verbal segundo Jakobson (Pergunta 3)

RESPOSTA ESPERADA:

3 - a) V b) V c) F d) V e) V f) F g) F h) V i) V

OBJECTIVO III - Diz em que consistem as funções linguísticas referidas por Jakobson (Pergunta 4)

RESPOSTA ESPERADA:

4 - C

OBJECTIVO IV - Distingue autor empírico, autor textual e narrador (Perguntas 5 e 6)

RESPOSTA ESPERADA:

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5 - B

6 - A

OBJECTIVO V - Identifica os conceitos de metacomunicação literária e metatexto (Perguntas 7 e 8 )

RESPOSTA ESPERADA:

7 - D

8 - A

OBJECTIVO VI - Relaciona Literatura e Pintura, de acordo com um autor ou época dados (Perguntas 9 e 10)

RESPOSTA ESPERADA:

9 - C

10 - C

OBJECTIVO VII - Estabelece a relação entre o conceito de Pragmática da Literatura e o de Formalismo Russo (Pergunta 11)

RESPOSTA ESPERADA:

11 - Os pontos essenciais a referir para que esta resposta estivesse correcta e completa, eram os seguintes:

a) Definir o conceito formalista de literariedade como o "conjunto de marcas formais que caracterizam, de modo invariante, os textos literários", isto é, em termos mais latos, aquilo que faz de uma determinada obra uma obra literária (o "sistema de processos que transformam um acto verbal numa obra literária"), o que significa que esta característica específica da literatura não é condicionada pelo contexto sociocultural em que surge, nem pelo tipo de leitura que implica, mas refere-se a traços discursivos permanentes e inerentes ao texto: aqueles que resultam da predominância de uma função específica da linguagem verbal, a chamada função poética. Trata-se, pois, de um conceito apragmático e acontextual.

b) Embora esta teoria se tenha revelado muito fecunda no que diz respeito ao estudo dos textos poéticos, onde se verifica sempre de modo evidente o predomínio da função poética tal como Jakobson a descreve, o mesmo não se pode dizer em relação a muitos outros textos literários, como por exemplo a prosa ou a poesia em verso livre. De facto, a teoria jakobsoniana opôs claramente a função de comunicação à função poética, o que conduziu à visão autotélica e intransitiva do texto literário, isto é, desvalorizou e chegou mesmo a negar a potencialidade referencial do discurso literário, a sua capacidade de se referir ao real e de o influenciar.

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Por outro lado, Jakobson caiu no erro (chamado 'falácia linguística') de conceber a literatura como um subsistema do sistema linguístico, ao considerar a poética como uma subdisciplina da linguística, facto que é insustentável, como os estudos posteriores vieram a demonstrar.

c) A Pragmática da literatura veio conferir relevância aos usuários do sistema semiótico literário, afirmando não existirem marcas formais que distingam de modo universal e atemporal os textos literários. Segundo as versões mitigadas da Pragmática da literatura, o texto literário possui, de facto, mecanismos peculiares de comunicação, mas estes exigem do leitor uma participação adequada. Segundo esta teoria (defendida por Marcello Pagnini), trata-se de uma literariedade comunicacional, que envolve texto e leitor. Para os defensores das versões radicais, não existem nos textos quaisquer marcas formais ou comunicacionais e só uma particular leitura é que pode tornar um texto num texto literário. Stanley Fish é o grande representante desta teoria, que assenta na ideia de que "todos os objectos são construídos e que são construídos pelas estratégias interpretativas que pomos em acção".

A Pragmática da literatura teve o grande mérito de chamar a atenção para o papel do leitor (e, consequentemente, do contexto socio-cultural) na relação com a obra literária e na sua definição, factos que eram totalmente ignorados pelo Formalismo russo, mas as versões radicais desta teoria cairam no erro oposto: negaram a existência da literatura como categoria objectiva e levaram à chamada "morte da literatura". Na realidade, a literatura é um sistema aberto, que manifesta variações ao longo dos tempos. Determinados elementos considerados extraliterários numa dada época podem vir a ser considerados literários numa época subsequente. O mesmo pode acontecer - e tem acontecido - em relação a determinadas obras. Mas aquilo que se verifica é que estas mudanças "representam um alargamento das fronteiras do discurso literário, mas não propriamente a emergência de uma conceituação radicalmente nova de literatura." Os mecanismos semiológicos que configuram os textos literários gregos são essencialmente os mesmos dos nossos dias, o que aponta para uma grande estabilidade do conceito e para a sua existência objectiva e passível de análise.

OBJECTIVO VIII - Analisa os aspectos fundamentais do conceito de plurissignificação literária (Pergunta 12)

RESPOSTA ESPERADA:

12 - a) O Professor Herculano de Carvalho define com muita precisão o significado da palavra "conotação" (V. pag. 227), referindo-se aos "valores significativos que circundam e penetram o núcleo de significado" de uma palavra. O fenómeno da conotação é de natureza linguística e pode ocorrer em diversos tipos de textos, pelo que não define, por si só, o texto literário. No entanto, este conceito é indispensável para o conhecimento e para a fruição estética da literatura, já que o poeta ou escritor procura, precisamente, privilegiar esta capacidade linguística, aproveitando as conotações já existentes e procurando introduzir novas possibilidades de significação.A fim de sublinhar a complexidade deste fenómeno semântico verificado na literatura, o crítico inglês William Empson preferiu o uso da palavra "ambiguidade".

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Tal vocábulo acarreta, no entanto, uma conotação pejorativa, que aponta mais para a indefinição de significado do que para a interacção de diferentes valores significativos.

O termo "plurissignificação" (ou, se se quiser, "pluri-isotopia") apresenta, assim, a vantagem de descrever o fenómeno conotativo da linguagem literária sem introduzir nenhum elemento de confusão. O texto literário é purissignificativo porque nele tanto as micro como as macroestruturas são portadoras de múltiplas dimensões semânticas, afastando-se do chamado "grau zero" da linguagem verbal, característico dos discursos científicos, técnicos, didácticos, etc.

b) A plurissignificação do discurso literário está intimamente relacionada com factores de ordem sincrónica e diacrónica. Num plano diacrónico, a plurissignificação depende da vida histórica das palavras, da sua evolução semântica ao longo dos tempos e do peso que cada época lhes atribui. Num plano sincrónico, é importante não esquecer que cada palavra estabelece não só relações de ordem simbólica, fónica, rítmica, etc., com as outras palavras do mesmo texto, como também interage com os outros sistemas semióticos e culturais da sua época e com a cosmovisão e as estruturas socio-culturais e psíquicas tanto do emissor do texto como do(s) seu(s) receptor(es).

c) Como se depreende do referido antes, a plurissignificação de um texto literário manifesta-se nos próprios códigos desse texto, mas é em boa parte determinada pela sua recepção, isto é, pelo trabalho que o leitor desenvolve na interacção com o texto, estando, por isso, dependente, até certo ponto, das competências literária e enciclopédica do receptor. De modo sintético pode, portanto, concluir-se que a plurissignificação da linguagem literária constitui não apenas um efeito das suas estruturas mas também um efeito de leitura.

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TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

Teste 2

Correcção

OBJECTIVO I - Identifica o conceito de teoria da literatura (Perguntas 1 e 2)

RESPOSTA ESPERADA:

1 - C

2 - B

OBJECTIVO II - Distingue receptor de destinatário (intra e extratextual). (Perguntas 3 e 4)

RESPOSTA ESPERADA:

3 - B

4 - A

OBJECTIVO III - Identifica o conceito de período literário numa perspectiva semiótica (Perguntas 5 e 6)

RESPOSTA ESPERADA:

5 - C

6 - D

OBJECTIVO IV - Indica o sentido do termo plurissignificação literária (Perguntas 7 e 8 )

RESPOSTA ESPERADA:

7 - A

8 - B

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OBJECTIVO V - Distingue os conceitos de diegese e discurso (Perguntas 9 e 10)

RESPOSTA ESPERADA:

9 - D

10 - C

OBJECTIVO VI - Indica os aspectos distintivos entre literatura e paraliteratura (Pergunta 11)

RESPOSTA ESPERADA:

11 - a) Seria necessário começar por identificar 'núcleo' com literatura canónica ou superior, distinguindo-o da chamada literatura secundária ou menor que, embora não se situe já no núcleo do sistema, ainda se pode considerar literatura stricto sensu. O mesmo não acontece, porém, com os níveis sistémicos seguintes, que vão da paraliteratura à literatura de massa, literatura kitsch, etc., e que possuem caracteres semióticos claramente diferenciados em relação aos do texto literário propriamente dito, situando-se na margem ou periferia do sistema literário.

b) É importante sublinhar que aquilo que se verifica na paraliteratura é a sua não inserção no núcleo do sistema literário, devido a possuir características diferentes, tanto no plano da produção e da estrutura como no plano da recepção. Pelo contrário, muitas obras de autores menores apresentam caracteres semióticos que tornam possível a sua integração no âmbito da literatura stricto sensu. Assim, o que distingue um texto literário de um texto paraliterário não é o seu valor estético (que pode, eventualmente, ser até reduzido em ambos os casos), mas sim a diferenciação de caracteres semióticos, tanto a nível semântico, como sintáctico e pragmático.

c) Contrariamente aos códigos do texto literário, que se encontram em contínua mudança (ora lenta, ora radical e rápida), a paraliteratura revela incapacidade de inovação e de questionamento em relação aos seus códigos, tendendo para o estereótipo, devido à ausência de novidade e de originalidade que a caracterizam. Este seria um aspecto fundamental a acrescentar aos anteriormente referidos, bem como o facto de, pelas mesmas razões, se caracterizarem os textos da literatura superior como abertos e os da paraliteratura como fechados.

OBJECTIVO VII - Relaciona literatura e cinema de acordo com critérios dados (Pergunta 12)

RESPOSTA ESPERADA:

12 - a) O aspecto fundamental a frisar nesta resposta é o facto de ambas as artes (literatura e cinema) terem como característica determinante a temporalidade, sendo, por isso, aptas a construir e comunicar histórias, isto é, a narrar. Ao contrário de outras artes (pintura e arquitectura, por exemplo), a literatura e o cinema desenvolvem-se no tempo, através de uma sequência de eventos que obedece às leis que constituem o fluir da temporalidade, a transformação das situações e não apenas um momento determinado das mesmas.

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b) Por esta razão o cinema - a chamada 7ª arte, que perfaz agora cem anos de existência - , tem frequentemente baseado as suas narrativas em narrativas literárias, adaptando-as à gramática cinematográfica, através de um processo de transcodificação intersemiótica. A utilização explícita deste processo em sentido inverso, isto é, do cinema para a literatura, só a título excepcional se tem verificado, mas provou já a possibilidade de ser levado a cabo com eficácia, como no caso do conhecido filme de Godard, "À bout de souffle", posteriormente adaptado a romance.

c) Com a evolução do cinema as influências recíprocas manifestaram-se com maior evidência, revelando não só a componente literária que frequentemente subjaz à obra cinematográfica, mas igualmente tornaram óbvias determinadas características típicas da gramática do cinema na obra literária. Um claro exemplo disso encontra-se nos romances dos anos trinta e quarenta do nosso século, onde foi frequente a rejeição da análise psicológica introspectiva das personagens e a recusa do narrador omnisciente, por influência da perspectiva estritamente objectiva que a câmara cinematográfica confere. Alguns romancistas, como Alain Robbe-Grillet, por exemplo, chegaram mesmo a elaborar textos que, devido à sua configuração de tal modo coincidente com a gramática do cinema, se vieram a intitular "cine-romances".

A relação entre estas duas formas de arte tem dado ocasião a diversos estudos, que procuram definir com maior rigor a especificidade de cada uma, ao mesmo tempo que tentam identificar o modo como a sua influência recíproca as tem determinado.

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TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

Teste 3

Correcção

OBJECTIVO I - Identifica características do policódigo literário (Perguntas 1 e 2)

RESPOSTA ESPERADA:

1 - B

2 - C

OBJECTIVO II - Identifica aspectos caracterizadores da Paraliteratura (Perguntas 3 e 4)

RESPOSTA ESPERADA:

3 - A

4 - D

OBJECTIVO III - Enuncia as três modalidades da teoria platónica dos géneros literários (Pergunta 5)

RESPOSTA ESPERADA:

5 - a) simples narrativa b) imitação ou mimese c) modalidade mista

(A ordem das alíneas é arbitrária)

OBJECTIVO IV - Relaciona literatura e pintura de acordo com a época dada (Perguntas 6 e 7)

RESPOSTA ESPERADA:

6 - B

7 - B

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OBJECTIVO V - Identifica características da Lírica (Perguntas 8 e 9 )

RESPOSTA ESPERADA:

8 - C

9 - B

OBJECTIVO VI - Classifica, segundo Wolfgang Kayser, o tipo de romance dado (Pergunta 10)

RESPOSTA ESPERADA:

10 - Romance de espaço

OBJECTIVO VII - Caracteriza o modelo da leitura literária (Pergunta 11)

RESPOSTA ESPERADA:

11 - Para que esta resposta seja considerada correcta e completa é necessário que nela constem os seguintes aspectos:

a) A referência às duas instâncias que interagem no decurso de qualquer leitura literária: texto e leitor, sendo a função deste último a de 'actualizar' o primeiro, decodificando-o. Ao longo desse diálogo (que se realiza tanto linearmente como de uma forma retroactiva ou tabular) desempenha um papel fundamental a memória, que permite a progressão da leitura, bem como a relação entre os dados fornecidos pelo texto e os de outros textos (possibilitando a percepção de fenómenos de intertextualidade) e entre o sistema semiótico literário e outros sistemas semióticos;

b) A referência à natureza sistémica e semiótica do texto literário, i.e., ao facto de se constituir como um conjunto ordenado de códigos que impõem naturalmente instruções e orientações ao leitor. No entanto, seria importante sublinhar que nem tudo é por eles regulado e que qualquer texto literário, pela sua indeterminação e pela criatividade que pressupõe (tanto por parte do autor como do leitor) reserva ao leitor real o uso da sua liberdade semiótica, que se exerce sobrretudo com base nos chamados "vazios", "lacunas" ou "pontos em branco" do texto. Consoante o maior ou menor coeficiente de indeterminações, assim se considera que um texto é mais ou menos aberto (ou mesmo que é um texto fechado, como é o caso dos textos da literatura de tese, da paraliteratura ou da literatura kitsch, que procuram controlar a interpretação do leitor);

c) Assim, seria importante concluir referindo o facto de o significado do texto literário não depender exclusivamente dos seus códigos, mas antes da transacção que se efectua entre eles e quem os decodifica. Por isso, quanto mais profundas forem as competências linguística, literária e enciclopédica do leitor, tanto maior será a sua liberdade semiótica no acto de leitura, embora esta esteja sempre dependente de certas características funcionais e ontológicas do próprio texto.

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OBJECTIVO VIII - Relaciona texto dramático com texto teatral (Pergunta 12)

RESPOSTA ESPERADA:

12 - Existem relações profundas, mas também diferenças fundamentais, entre texto dramático e texto teatral. Elas podem sistematizar-se do seguinte modo:

a) O texto literário integra-se no modo dramático e, como tal, é constituído pelo policódigo inerente ao sistema semiótico literário. Por seu turno, o texto teatral, embora apresentando uma semiose parcialmente literária, não pode considerar-se literatura, uma vez que apresenta características comunicacionais diversas, constituindo-se como um específico texto espectacular, caracterizado por um conjunto de códigos muito próprios (códigos proxémico, cinésico e paralinguístico).

b) O emissor do texto dramático identifica-se com o autor textual e está oculto no corpo do texto, podendo apenas manifestar-se explicitamente no prólogo e no epílogo e, eventualmente também nas didascálias. O emissor do texto teatral é um emissor plural (é constituído também pelo encenador, os comediantes, os cenógrafos, os decoradores, os técnicos de luz e som, os músicos, os coreógrafos, etc.). Pode, portanto, afirmar-se que a mensagem do texto teatral é múltipla, uma vez que resulta da actualização de diversos sistemas semióticos, sendo regulada por vários códigos e veiculada por vários canais.

Contrariamente ao que acontece com o texto dramático, o receptor do texto teatral nunca é um indivíduo isolado (ou um conjunto de indivíduos isolados), mas sim um grupo de espectadores, estando a comunicação teatral sujeita a restrições de tempo e de espaço e pressupondo, da parte do receptor, uma competência comunicativa (tanto genérica como específica), para além da competência meramente linguística ou mesmo literária.

Enquanto que o texto dramático é dominado pelo chamado discurso performativo (em que as personagens "fazem coisas com palavras"), sendo constituído por um texto principal (os actos linguísticos que as personagens realizam entre si) e um texto secundário (as indicações cénicas), o texto teatral define-se como texto ostensivo (comunica mostrando, exibindo), distinguindo-se a comunicação intracénica (entre as dramatis personae) da comunicação extracénica (que se estabelece com os receptores, ou seja, com o público).

c) Em regra, um texto dramático concretiza-se em texto teatral (excepção: o chamado drama literário), podendo afirmar-se que a teatralidade está presente, desde a origem, em qualquer texto dramático, do mesmo modo que se afirma que qualquer texto teatral tem na sua origem um texto verbal. A passagem de um texto para outro efectua-se por meio de um processo de transcodificação intersemiótica.

As relações entre texto dramático e texto teatral, que não são antinómicas nem de subordinação de um texto ao outro, verificam-se tanto a nível da estrutura de superfície como a nível da estrutura profunda, evidenciando a intimidade e nítida interligação entre estes dois tipos de comunicação.

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TESTES FORMATIVOS POR RESOLVER

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1º Teste Formativo

1. Para os Gregos, o termo Poética possui dois significados distintos: por um lado, o estudo das obras resultantes da arte da composição poética; por outro,

¨ A. aquele saber não inato, mas adquirido, composto de teoria e de prática, que ensina a fazer o poema

¨ B. aquele saber não adquirido, mas inato, que, na prática, possibilita a elaboração do poema

¨ C. o conjunto de regras e preceitos teóricos indispensáveis à elaboração do poema

¨ D. uma potencial capacidade para produzir obras de carácter literário

2. O significado do termo Poética sofreu alterações ao longo do tempo. Durante o Romantismo, o termo e o conceito de Poética

¨ A. foram revalorizados

¨ B. caíram em descrédito

¨ C. ganharam nova significação

¨ D. mantiveram a tradição grega

3. Na pergunta seguinte, assinale as alternativas de resposta verdadeiras (V) e falsas (F).

A reabilitação da Retórica, após mais de um século de eclipse, deu-se no século XX com:

A. __ o New Criticism

B. __ a Estilística

C. __ a Escola dos Neo-Aristotélicos de Chicago

D. __ o Formalismo

E. __ o Estruturalismo

F. __ a Pragmática

G. __ o Grupo µ

H. __ a Psicanálise de Freud e de Lacan4. A obra de Chaim Perelman e L. Obrechts-Tyteca, La nouvelle rhétorique. Traité

de l'argumentation, publicada em 1958, deu origem à chamada ____________________________

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5. Um dos grandes Movimentos de teoria e crítica literárias da primeira metade do século XX foi a Estilística. Este Movimento chamou a atenção para

¨ A. o estudo diacrónico dos textos literários

¨ B. o modo peculiar como em cada obra está plasmada e utilizada a linguagem verbal

¨ C. a importância dos sistemas e dos códigos na produção e na recepção dos tetos literários

¨ D. a influência de factores extrínsecos como a biografia, a intenção do autor, as fontes, etc. na obra literária

6. A estilística da fala de Karl Vossler, e não a estilística da língua de Charles Bally, é que foi relevante para o desenvolvimento da estilística literária. Porquê?

¨ A. Porque estudou os valores afectivos da linguagem

¨ B. Porque se preocupou com a 'norma' do sistema literário

¨ C. Porque se baseou numa concepção positivista, e não idealista, da arte

¨ D. Porque aceitou a doutrina crociana sobre a linguagem como acto espiritual e criador, da qual resultou a identificação da linguagem com a poesia

7. O conceito de literariedade, elaborado pelo Formalismo russo, afirma

¨ A. a variabilidade diacrónica, contextual e pragmática do discurso literário

¨ B. a invariabilidade transtemporal, acontextual e apragmática do discurso literário

¨ C. a ausência de marcas formais específicas do discurso literário

¨ D. a incapacidade de definição do objecto literário

8. Para Jakobson, a literatura deve, pois, ser descrita como:

¨ A. uma linguagem na qual estão presentes, de modo equilibrado, as seis funções da linguagem verbal

¨ B. uma linguagem na qual estão presentes apenas duas das funções da linguagem verbal: a função emotiva e a função referencial

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¨ C. uma linguagem que resulta do uso exclusivo da função poética

¨ D. uma linguagem que resulta do uso dominante da função poética, embora podendo existir nela outras funções, como a referencial e a emotiva

9. A organização do sistema literário, a natureza e funcionamento dos seus signos e códigos, têm sido objecto, ao longo da história, de uma reflexão e de uma conceptualização que constituem a metalinguagem literária. Chamam-se metatextos

¨ A. aqueles textos que estudam, com rigor científico, os mecanismos semióticos que subjazem aos processos de produção dos textos literários

¨ B. aqueles textos a partir dos quais se desenvolvem estudos sobre a natureza dos textos literários

¨ C. aqueles textos que mencionam e caracterizam as convenções e regras que subjazem aos processos de produção, estruturação e recepção dos textos literários

¨ D. aqueles textos cujo objectivo é estabelecer as exigências constitutivas da literatura canónica.

10. A metalinguagem literária é relevante

¨ A. na literatura de massas

¨ B. nas vanguardas literárias

¨ C. na literatura popular

¨ D. na literatura "kitsch"

11. Caracterize a literatura enquanto sistema aberto.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Identificação das grandes variações diacrónicas do conceito de literatura;

b) Os mecanismos que configuram formal, sémica e pragmaticamente os textos literários: permanência ou variância?

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c) Justificação da designação de "sistema aberto" atribuída à literatura, tendo em conta os factores referidos em a) e b);

d) Correcção e rigor da linguagem utilizada.

(45 linhas)

12. O que se entende por memória do sistema literário? Quais as funções desta memória na semiose literária?

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) explicitação do termo 'memória literária';

b) relacionação da memória literária com os fenómenos de ruptura ou de fidelidade à tradição;

c) exemplificação de um ou mais processos literários nos quais a memória desempenha um papel indispensável;

d) correcção e rigor da linguagem utilizada.

(45 linhas)

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2º Teste Formativo

1. Na pergunta seguinte, assinale as alternativas de resposta verdadeiras (V) e as falsas (F).

A comunicação literária, como toda a comunicação escrita, tem as seguintes características:

A. ___ é de tipo disjuntivo

B. ___ é instantânea

C. ___ é próxima

D. ___ é de tipo diferido

E. ___ realiza-se in absentia

F. ___ realiza-se frequentemente in praesentia

G. ___ é bidireccional

H. ___ é unidireccional

2. Ao fenómeno de retrojecção no circuito comunicativo de qualquer reacção do

leitor que possa influenciar a actividade do emissor chama-se

__________________________. Este fenómeno não acontece na comunicação

literária.

3. Um texto literário pode apresentar aquilo que Gerald Prince designou como narratário - a instância interlocutora do narrador -, o qual se identifica com:

¨ A. um destinatário intratextual

¨ B.um destinatário extratextual

¨ C. o leitor ideal

¨ D. o leitor visado

4. Em termos semióticos, pode dizer-se que o destinatário de um texto literário:

¨ A. é um elemento relevante na estrutura do texto

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¨ B.não tem relevância na estruturação de um texto

¨ C. coincide com o receptor do texto

¨ D. não tem qualquer relação com os virtuais leitores empíricos contemporâneos do autor

5. O modelo dialógico ou bi-activo da leitura literária baseia-se na noção de que:

¨ A. o significado de um texto literário depende totalmente do respectivo código

¨ B. o significado de um texto literário depende não só do respectivo código como também do contexto em que foi produzido

¨ C. um texto literário é uma entidade histórica, cujas regras podem ser ou não reconhecidas consoante as épocas

¨ D. o texto é um objecto semiótico que orienta e controla parcialmente o leitor, mas que lhe permite e exige também o exercício da sua liberdade semiótica

6. Em termos de leitura literária, pode afirmar-se que os textos da chamada literatura de tese

¨ A. desenvolvem e reforçam a liberdade semiótica do leitor

¨ B. possibilitam um diálogo aberto entre o respectivo código e o leitor

¨ C. regulam rigidamente a cooperação interpretativa do leitor

¨ D. se caracterizam por um elevado coeficiente de "pontos de indeterminação" ou "lacunas"

7. Enquanto instituição e campo de produção cultural, a literatura pode estar na origem de fenómenos que se designam por transdução ou metacomunição literárias. Neste âmbito, chama-se metatexto:

¨ A. ao texto derivado do texto originário, com o qual se identifica plenamente

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¨ B. ao texto produzido pelo receptor do texto literário originário

¨ C. ao texto originário, antes de ser decodificado pelo(s) seu(s) receptor(es)

¨ D. ao texto originário, enquanto resultado da transacção estabelecida com o(s) receptor(es)

8. Ao conjunto de fenómenos e mecanismos semióticos de metacomunicação literária que engloba programas, manuais de história literária, gramáticas, antologias, edições de textos anotado, regimes e modalidades de ensino, exames, etc., chamou Popovic:

¨ A. intertextualidade

¨ B.sistema de recodificação

¨ C. cânone literário

¨ D. sistema de educação literária

9. O termo e o conceito de modo literário, contrapostos ou distintos em relação ao termo e ao conceito de género literário, alcançaram larga aceitação nos últimos anos do nosso século, de acordo com teorias de diversos autores como Northrop Frye, Robert Scholes, Paul Hernadi, Klaus Hempfer e Gérard Genette, entre outros. Para estes autores, os modos literários podem caracterizar-se da seguinte forma:

¨ A. São categorias históricas, ligadas ao estilo de época e resultantes da articulação entre o sistema literário e o sistema social

¨ B. São categorias meta-históricas, que representam possibilidades ou virtualidades transtemporais da enunciação e do discurso

¨ C. São o resultado da específica relevância que, numa dada obra, podem assumir determinados factores semântico-pragmáticos e estilístico-formais, facto que se traduz numa acentuada hipercodificação

¨ D. São o resultado das relações biunívocas entre uma forma da expressão e uma forma do conteúdo, i.e., entre uma determinada escrita e uma determinada temática

10. A hipercodificação (retórica, estilística, semântico-pragmática) é uma característica dominante:

¨ A. nos géneros literários

¨ B.nos modos literários

¨ C. nos subgéneros literários

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¨ D. tanto nos géneros como nos subgéneros literários

11. Qual o conceito de género literário na estética crociana?

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Exposição das linhas fundamentais do pensamento de Croce sobre a poesia

b) Relação com a anterior concepção naturalista dos géneros literários

c) O conceito de género segundo Croce e a sua influência na teoria da literatura contemporânea

d) Correcção e rigor da linguagem utilizada

(45 linhas)

12. Exponha e comente alguns dos problemas levantados pelo estudo dos períodos literários, no que diz respeito à sua análise sincrónica, à sua génese e condicionamento histórico e à sua desagregação e desaparecimento.

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Definição do conceito de 'período literário'

b) Levantamento (e comentário) de alguns dos principais problemas ligados ao estudo dos períodos literários

c) Correcção e rigor da linguagem utilizada.

(45 linhas)

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3º Teste Formativo

1. Pode afirmar-se que existem múltiplas e evidentes relações entre a arte denominada literatura e outras artes, como a pintura, a música, o cinema. Do confronto entre a literatura e o cinema nasce, entre outras, a seguinte constatação:

¨ A. O texto fílmico, à semelhança do texto narrativo literário, narra frequentemente uma história, representando, assim, uma arte temporal

¨ B. O texto fílmico, ao contrário do texto narrativo literário, não se define como arte do tempo, mas antes como arte do espaço

¨ C. Em termos de focalização, a câmara fotográfica pode comparar-se normalmente ao narrador omnisciente do texto literário

¨ D. Foi a influência do cinema na literatura que levou os autores literários a explorarem as vias de uma focalização mais subjectiva

2. Ao processo de passagem de um texto fílmico para um texto literário, dá-se o nome de:

¨ A. cine-romance

¨ B.movimento total da acção

¨ C. transcodificação literária

¨ D. transcodificação intersemiótica

3. O emissor oculta ou explicitamente presente no texto literário é uma entidade ficcional que mantém com o autor empírico relações complexas e multívocas. Em que caso é que o autor textual mantém com o autor empírico uma relação de implicação mais relevante?

¨ A. No modo lírico

¨ B.No modo dramático

¨ C. No modo narrativo

¨ D. No texto teatral

4. Qual dos seguintes textos manifesta um carácter estático?

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¨ A. Dramático

¨ B.Narrativo

¨ C. Lírico

¨ D. Teatral

5. Entre o texto dramático e o texto teatral existem múltiplas inter-relações, mas também diferenças fundamentais, como, por exemplo, a seguinte:

¨ A. o facto de o texto dramático pertencer à literatura, enquanto que o texto teatral constitui um fenómeno de semiose só parcialmente literária

¨ B. a contraposição entre o discurso 'ostensivo' do texto dramático e o discurso 'performativo' do texto teatral

¨ C. a complexidade do fenómeno de semiose que constitui o texto dramático, ao contrário do que acontece com o texto teatral

¨ D. o facto de o texto dramático se desenvolver no tempo, enquanto que o texto teatral se desenvolve no espaço

6. A estrutura do texto dramático é dupla. Caracteriza-se pela existência de:

¨ A. diversos códigos veiculados por diversos canais

¨ B.um texto principal e um texto secundário

¨ C. lexis e opsis

¨ D. comunicação intracénica e extracénica

7. Dá-se o nome de ficcionalidade ao conjunto de regras pragmáticas que prescrevem como estabelecer as possíveis relações entre o mundo construído pelo texto literário e o mundo empírico, actual. A ficcionalidade

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¨ A. é a marca específica do texto literário

¨ B. nem sempre está presente no texto literário

¨ C. é uma propriedade necessária mas não suficiente na caracterização do texto literário

¨ D. é uma característica exclusiva da poesia e da chamada prosa poética

8. A respeito do texto ficcional pode afirmar-se que:

¨ A. carece de referentes

¨ B. manifesta uma pseudo-referencialidade, que se identifica, sob vários aspectos, com uma auto-referencialidade

¨ C. os seus objectos não podem ser julgados verdadeiros ou falsos

¨ D. a sua verdade pode ser explicada e verificada

9. De acordo com a sintaxe da sua diegese, um romance pode ser considerado "fechado" ou "aberto". O romance "fechado" caracteriza-se por possuir

¨ A. um baixo índice de "pontos de indeterminação" ou "vazios"

¨ B.uma diegese claramente demarcada, com princípio, meio e fim

¨ C. um clímax, mas não necessariamente um epílogo

¨ D. uma diegese sem princípio, meio e fim claramente definidos

10. Pode dar-se como exemplo típico de uma estrutura fechada:

¨ A. O romance picaresco

¨ B.O romance policial

¨ C. O romance de formação

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¨ D. O romance moderno em geral

11. Analise e comente a seguinte frase, no âmbito das relações texto/arquitexto:

"Ao analisar a problemática da criação artística, mas tendo em conta a problemática de toda a acção humana, torna-se necessário rejeitar as teorias da acção que ignoram ou ocultam as condições institucionais e determinantes, mas também as teorias que concebem a acção como integralmente determinada"

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Explicação do termo 'arquitexto'

b) Definição do conceito de 'idiolecto literário' do escritor

c) Estabelecimento das relações entre o texto literário e as normas e convenções arquitextuais

d) Correcção e rigor da linguagem utilizada

(45 linhas)

12. Caracterize o cratilismo do texto literário

Na apreciação da resposta serão tidos em conta os seguintes aspectos:

a) Referência à origem do termo

b) Explicação do seu significado

c) Referência ao caso particular da literatura

d) Correcção e rigor da linguagem utilizada.

(45 linhas)

TEORIA E METODOLOGIA LITERÁRIAS

1º Teste Formativo – 1998/1999

CHAVE DE CORRECÇÃO

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I PARTE

Perguntas 1 e 2

Objectivo: Identificar o significado do conceito de Poética num dado período histórico

1. Resposta esperada: A2. Resposta esperada: B

Leia-se, no manual, a página 14

Pergunta 3

Objectivo: Relacionar o conceito de Retórica com diversos movimentos de teoria e crítica literárias

3. Respostas esperadas:a) Fb) Vc) Vd) Fe) Vf) Vg) Vh) V

Leia-se, no manual, as páginas 22-24

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Pergunta 4

Objectivo: Nomear a teoria literária que teve início com a obra referida

4. Resposta esperada: Nova Retórica ou Neo-Retórica

Leia-se, no manual, a página 23

Perguntas 5 e 6

Objectivo: Identificar o significado do conceito de Estilística, bem como a sua importância para o desenvolvimento da Estilística Literária

5. Resposta esperada: B6. Resposta esperada: D

Leia-se, no manual, as páginas 29-31

Perguntas 7 e 8

Objectivo: Identificar o significado dos conceitos de ‘literatura’ e ‘literariedade’ no Formalismo Russo

7. Resposta esperada: B8. Resposta esperada: D

Leia-se, no manual, as páginas 41-47

Perguntas 9 e 10

Objectivo: Identificar características da metalinguagem literária

9. Resposta esperada: C10. Resposta esperada: B

Leia-se, no manual, as páginas 63-70 e 95-96

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Pergunta 11

Objectivo: Caracterizar a literatura enquanto sistema aberto

11. Resposta esperada: com o fim de responder de forma completa a esta pergunta, seria importante começar por referir a grande evolução semântica que o conceito de literatura sofreu a partir da segunda metade do século XVIII. De facto, até então, o termo e o conceito de literatura eram ainda muito abrangentes e pouco definidos, uma vez que designavam a erudição, de uma forma geral, ou seja, todo o saber e ciência, onde se englobavam disciplinas tão díspares como a filosofia, a matemática, a história, a astronomia, a química, a história natural, a eloquência, etc… Na segunda metade do século XVIII, começam a surgir novos conteúdos semânticos, que levam à delimitação do conceito de literatura, de tal forma que esse lexema viria a adquirir o significado que ainda hoje tem (i.e.: uma arte que utiliza como meio de expressão e comunicação a linguagem verbal, uma específica categoria da criação artística, um conjunto de textos resultantes desta actividade criadora, uma instituição de índole sócio-cultural). Tal delimitação partiu da constatação da existência de um específico fenómeno estético (ou seja, de uma arte distinta das outras artes, como a pintura ou a música), bem como de um conjunto de textos resultantes dessa arte.

Delimitado o objecto, foi possível estudá-lo melhor. Diversas teorias e correntes de crítica literária têm procurado analisar e definir a literatura como sistema semiótico, como instituição e como texto literário. Três dos mais influentes movimentos de teoria e crítica literárias da primeira metade do nosso século (o Formalismo russo, o New Criticism anglo-americano e a Estilística) defenderam que os textos literários possuem caracteres estruturais que os diferenciam dos textos não-literários. Outros movimentos (como a Pragmática) têm recusado uma definição de literatura com base em caracteres exclusivamente formais e têm apontado para a importância da interacção texto/leitor como chave de compreensão e delimitação do fenómeno literário. Embora sublinhando diversos aspectos de uma mesma realidade, estes estudos possibilitaram que se verificasse algo de fundamental: os mecanismos semiológicos que configuram formal, sémica e pragmaticamente os textos literários são essencialmente os mesmos, desde a Antiga Grécia até aos nossos dias; isto é: aquelas que foram consideradas ontem verdadeiras obras literárias continuam, hoje, a merecer tal designação.

Isto não significa, no entanto, que não se verifiquem algumas oscilações, resultantes de variações no plano diacrónico, uma vez que determinados elementos textuais podem ser considerados não-literários numa determinada época e vir a ser considerados literários na época seguinte, ou vice-versa. Estas variações não colocam, todavia, em causa o próprio conceito de literatura, o qual nunca chegou a sofrer uma verdadeira ruptura, nem mesmo perante as grandes alterações produzidas no século XVIII, podendo verificar-se que os mecanismos semiológicos dos textos literários da Antiguidade sejam basicamente os mesmos que têm definido a literatura ao longo dos tempos. O que se pode constatar é que, como todos os sistemas semióticos culturais, a literatura é um sistema aberto, uma vez que se encontra em permanente interacção com o meio, e, pela mesma razão, enquanto conjunto de textos, a literatura revela-se também um conjunto aberto.

Leia-se, no manual, as páginas 37-41 e 51-52

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Pergunta 12

Objectivo: Caracterizar o conceito de memória literária

12. Resposta esperada: de acordo com as alíneas dadas, seria fundamental referir os seguintes aspectos:

a) Definir ‘memória’ enquanto thesaurus ou ‘banco de dados’ do sistema, isto é, enquanto conjunto de signos, normas e convenções que, num dado momento histórico, existem no sistema literário. Sem memória, o sistema não funcionaria, a comunicação não seria possível. É com base nesta memória que o receptor efectua a leitura literária;

b) esclarecer o facto de a memória representar a chamada tradição literária, mesmo quando um determinado texto ou textos privilegiam um princípio de ruptura em relação aos signos, normas e convenções que nesse momento são valorados. Isto porque o ataque à tradição literária acaba por corresponder sempre à recusa de uma particular tradição e à exaltação de elementos de uma outra tradição literária. No entanto, a produção literária pode aceitar e valorizar a prática literária que nesse momento histórico é considerada canónica, favorecendo, assim, a estabilidade do sistema e contribuindo para o reforço dessa tradição. Seria importante referir também a presença de elementos constantes ou invariantes na memória literária, os quais podem ser de natureza meta-histórica (mitos, arquétipos, símbolos, etc.) ou mesmo de natureza histórica, mas convertidos numa espécie de macro-signos que permanecem ao longo das épocas. Neste caso, esses tópicos, embora tendo origem num particular circunstancialismo histórico-cultural, mantêm-se vivos durante largos períodos de tempo, pois revelam a capacidade de se transformar funcionalmente, de acordo com os policódigos correspondentes a cada época. A memória do sistema literário evidencia, pois, uma constante tensão entre a permanência e a variância, entre a conservação e a inovação;

c) nesta alínea, importaria mencionar exemplos, como a intertextualidade, a alusão literária, a reutilização, etc.

Leia-se, no manual, as páginas 64-67

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2º Teste Formativo – 1998/1999

CHAVE DE CORRECÇÃO

I PARTE

Pergunta 1

Objectivo: Identificar as características da comunicação literária

1. Resposta esperada:a) Vb) Fc) Fd) Ve) Vf) Fg) Fh) V

Leia-se, no manual, a página 83

Pergunta 2

Objectivo: Identificar fenómenos da comunicação não literária

2. Resposta esperada: Feedback

Leia-se, no manual, a página 83

Perguntas 3 e 4

Objectivo: Identificar aspectos caracterizadores e distintivos dos conceitos de receptor, destinatário e narratário

3. Resposta esperada: A4. Resposta esperada: A

Leia-se, no manual, as páginas 86-89

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Perguntas 5 e 6

Objectivo: Identificar o significado do conceito de leitura literária

5. Resposta esperada: D6. Resposta esperada: C

Leia-se, no manual, as páginas 90-95

Perguntas 7 e 8

Objectivo: Identificar o significado de metatexto e de metacomunicação literária

7. Resposta esperada: B8. Resposta esperada: D

Leia-se, no manual, as páginas 95-96

Perguntas 9 e 10

Objectivo: Identificar características dos conceitos de modos, géneros e subgéneros literários

9. Resposta esperada: B10. Resposta esperada: C

Leia-se, no manual, as páginas 123-135

Note-se: A sequência das páginas 122 a 127 é a seguinte: 122 > 126 > 124 > 125 > 123 > 127;

Pergunta 11

Objectivo: Explicar o conceito de género literário na estética de Croce

11. Resposta esperada: para que esta resposta estivesse completa, seria necessário focar os seguintes aspectos:

a) Referir a identificação feita por Croce entre a poesia (e a arte, em geral) e a intuição. Para Croce, a intuição corresponde a um tipo de conhecimento oposto ao lógico, já que coincide com o conhecimento do individual, do singular, considerado, portanto, irrepetível. A intuição é simultaneamente expressão, porque não é mero estímulo sensorial, mas sim forma. Intui-se, exprimindo;

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b) explicar que Croce se opõe claramente à cultura positivista dos anos anteriores, da qual Brunetière era defensor. Enquanto que o crítico francês via o género literário como sujeito às mesmas leis de um organismo, de uma espécie biológica (que nasce, desenvolve-se e morre, ou transforma-se), o filósofo italiano condenava esta perspectiva substancialista dos géneros, a qual levava, na sua opinião, à subestimação da obra literária em si mesma, devido à consequente subordinação da criação poética às convenções do género;

c) para Croce, a noção de género tinha utilidade em termos meramente adjectivos, classificativos, instrumentais, mas nunca se deveria cair na tentação de erigir o conceito de género em entidade normativa. Este fora, basicamente, o grande erro da postura positivista: o de deixar de olhar para a obra enquanto expressão, passando a analisá-la enquanto obediência (ou desobediência) a determinadas normas. Croce sublinhava o facto de o conceito de género ser extrínseco à natureza da poesia, pelo que o seu ataque se dirigia ao conceito de género tornado preceito. A radicalização da sua posição levou, ao longo da primeira metade do século XX, a um descrédito em relação ao conceito de género, que se fez sentir numa certa crítica literária de raízes idealistas, a qual negligenciou completamente a literatura enquanto sistema e enquanto instituição, preocupando-se unicamente com a singularidade de cada obra literária (embora outras orientações de sinal contrário tenham surgido, dando ao conceito de género um lugar fundamental).

Leia-se, no manual, as páginas 117-119

Pergunta 12

Objectivo: Expor alguns dos problemas principais levantados pelo estudo dos períodos literários

12. Resposta esperada: esta pergunta implicava, basicamente, que se definisse “período literário” e que se apontasse, de forma minimamente crítica, alguns dos principais problemas que o seu estudo levanta:

a) Assim, seria importante começar por caracterizar “período literário” de acordo com uma definição suficientemente abrangente e epistemologicamente correcta, como é a que René Wellek propõe: “uma secção de tempo dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão, diversificação, integração e desaparecimento podem ser seguidos por nós”. Portanto, seria fundamental frisar que o período literário se define por um policódigo, isto é, por uma convergência de elementos num sistema, e não por uma ou duas características essenciais. Por outro lado, não pode ser reduzido a uma mera divisão cronológica, já que numa mesma época e num mesmo espaço geográfico-cultural podem coexistir — e normalmente, de facto, coexistem — diversos estilos literários. O período literário define-se, pois, por aquele estilo que é hegemónico, pelo predomínio de uma determinada gramática, de um determinado policódigo;

b) aqui, seria fundamental assinalar, de algum modo, que o estudo dos períodos literários revela o facto de a criação literária não ser um fenómeno

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independente das outras actividades humanas. Por essa razão, a sua análise sincrónica relaciona-os com outras formas de actividade, com outras artes, com a literatura de outros países, etc, o que leva à constatação de múltiplas assincronicas e de uma complexa teia de inter-relacionações e influências. Por outro lado, em termos diacrónicos, verifica-se que as causas da génese, tranformação e desaparecimento dos períodos literários são tanto de ordem interna como externa, e manifestam o facto de estes se transformarem continuamente, pelo que não devem ser tomados como blocos monolíticos que se sucedem de forma rígida e abrupta. Pelo contrário, a sua sucessão é difusa e gradual, e verifica-se através de zonas de interpenetração, uma vez que cada período literário se constitui sempre com base na memória literária, da qual preserva alguns elementos e inova outros (se o corte fosse radical, a comunicação deixaria de ser possível).

Leia-se, no manual, as páginas 145 ss

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3º Teste Formativo – 1998/1999

CHAVE DE CORRECÇÃO

I PARTE

Perguntas 1 e 2

Objectivo: Identificar as relações entre literatura e cinema

1. Resposta esperada: A2. Resposta esperada: D

Leia-se, no manual, as páginas 178-179

Perguntas 3 e 4

Objectivo: Identificar características do modo lírico

3. Resposta esperada: A4. Resposta esperada: C

Leia-se, no manual, as páginas 193-200

Perguntas 5 e 6

Objectivo: Identificar as diferenças entre o significado do conceito de texto dramático e o de texto teatral

5. Resposta esperada: A6. Resposta esperada: B

Leia-se, no manual, as páginas 204 ss

Perguntas 7 e 8

Objectivo: Identificar o significado dos conceitos de ficcionalidade e de texto ficcional

7. Resposta esperada: C8. Resposta esperada: B

Leia-se, no manual, as páginas 218-222Perguntas 9 e 10

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Objectivo: Identificar o significado do conceito de romance fechado

9. Resposta esperada: B10. Resposta esperada: B

Leia-se, no manual, as páginas 274-276

Pergunta 11

Objectivo: Analisar as relações que se estabelecem, na literatura, entre o conceito de texto e o conceito de arquitexto

11. Resposta esperada: para que esta resposta estivesse completa, seria necessário focar os seguintes aspectos:

a) Explicar que o termo ‘arquitexto’ designa a realidade abstracta das normas e convenções que depois se encontram realizadas no texto concreto e individual. No caso da literatura, o arquitexto corresponde à entidade que é o sistema literário; o texto, à produção literária particular, que é o romance “x”, a tragédia “y”, o poema “z”, etc;

b) definir ‘idiolecto literário’ de acordo com a definição dada no manual (“conjunto de traços sémico-formais particularizados que caracterizam o uso que um escritor faz da língua literária e, mais latamente, o uso que um escritor faz do policódigo literário, desde o código semântico-pragmático até ao código fónico-rítmico”), mas procurando explicar, por palavras próprias, frisando portanto que se trata da forma particular e pessoal como cada escritor faz uso do ‘banco de dados’ que é o sistema literário;

c) acima de tudo, importaria comentar a frase dada, explicando que o texto literário concreto não deve ser analisado como um objecto inteiramente independente do seu circunstancialismo histórico e institucional (erro cometido tanto pelas doutrinas românticas, que afirmavam de forma radical a independência do génio criativo do poeta em relação às normas e convenções do sistema, como pelo estruturalismo e pelo formalismo russo, ao centrarem a sua atenção exclusivamente na estrutura poética do texto, sem se preocuparem com as condições contextuais, transtextuais e arquitextuais), mas também não deverá tomar-se a posição oposta (defendida, por exemplo, por determinadas teorias psicologistas, historicistas ou biografistas), que concebe a obra literária como mero e exclusivo produto da época histórica, da moda literária em vigor e da história pessoal do escritor, sem atender à heterogeneidade dos diferentes idiolectos literários, reflexo de distintas personalidades e genialidades, diversos modos de encarar a realidade, de usar a língua e as normas do sistema literário, etc. É por esta razão que faz sentido olhar a relação entre texto e arquitexto de acordo com a posição defendida por Janet Wolff, isto é, através de “um modelo que pressupõe a interdependência mútua do sistema e da acção”, em vez de tentar estabelecer qual deles predomina ou domina radicalmente.

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Leia-se, no manual, as páginas 192-193

Pergunta 12

Objectivo: Caracterizar o conceito de cratilismo literário

12. Resposta esperada: para que esta resposta estivesse completa, seria necessário focar os seguintes aspectos:

a) Relacionar a origem do termo “cratilismo” com as ideias expressas no diálogo Crátilo, de Platão, onde são contrapostas duas teorias sobre a relação existente entre as palavras e as coisas por elas denominadas;

b) explicar que a posição cratiliana é a que defende que a relação acima referida é natural, isto é, que quem conhece as palavras conhece também as coisas, pois as primeiras não surgem por acaso, mas são antes motivadas, são imitação das ideias. Pelo contrário, a posição oposta defende que essa relação é puramente arbitrária, convencional;

c) sublinhar o facto de, nos textos literários, os sinais linguísticos valerem não só pelos seus significados, mas também pelos seus significantes, o que levou muitos escritores, ao longo dos tempos, a defenderem a ideia de uma vinculação intrínseca e natural, nos signos poéticos, entre significado e significante.

No entanto, Ferdinand de Saussure, no seu Cours de Linguistique Générale, retomou a teoria oposta (defendida no diálogo platónico por Demócrito), estabelecendo como princípio fundamental da linguística o carácter arbitrário do sinal linguístico, ao qual outros estudiosos, como por exemplo o Prof. Herculano de Carvalho, chamaram, com maior rigor, a convencionalidade do significante (e que é patente no facto de um mesmo significado poder ter significantes muito diferentes nos diversos idiomas). No entanto, a linguagem poética resulta sempre, de alguma forma, de um esforço para motivar a linguagem, para a depurar do acaso, procurando atingir a coincidência perfeita entre a palavra e a estrutura profunda do real, através de uma relação mimética — e, portanto, significativa em termos semânticos — entre os elementos do significante e os elementos do significado. Neste sentido, pode falar-se de um cratilismo secundário em relação à literatura, pelo menos como tentativa, mais ou menos consciente, de atingir esse “ideal” defendido por Crátilo.

Leia-se, no manual, as páginas 232-235

FIM

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