5°Dossiê Universo Jovem MTV
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p06. Introduo
p12. Metodologia e amostra
p16. O jovem que a MTV estudou
p24. Novos signifcados
p30. Consumo de mdia
p36. A coexistncia dos meios
p58. Semelhantes, mas no muito
p70. E a? O que aprendemos
1
2
3
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5
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9 p78. Anexos
I. Imagem dos meios
II. Propaganda
III. Glossrio
IV. Highlights
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O tempo na era digital: o agora j foi
Uma certeza nos acompanhou durante todo o processo de desenvolvimentodeste documento: a de no poder parar o tempo. As inormaes so
abundantes mas, assim que encontrvamos um dado, ele j fcava
obsoleto. Instantaneamente, a ltima inormao era atualizada numa
velocidade que no d para ser medida.
Crescimento, mudana, inovao, rapidez: essas so as palavras que mais
apareceram enquanto pesquisvamos consumo de mdia e tecnologia nos
tempos atuais. O melhor sempre o que est para chegar, o prximo. A
tendncia acontece num instante. O tempo fcou obsoleto na era digital.
Um novo mundo em 10 anos
O Brasil de 10 anos atrs no conhecia banda larga, smartphone 3G, Wi-
Fi, LED, LCD, iPod, iPhone, iPad, BlackBerry, YouTube, Skype, MSN, redes
sociais, e milhares de outras tecnologias que hoje so correntes.
De repente, sem aviso ou chance de escolha, a vida dos brasileiros passou
por uma revoluo. Numa quase repetio histrica, omos novamente
colonizados por um pas estrangeiro e obrigados a alar uma nova lngua.
Voc j fala essa lngua?
Xbox - podcast - URL - Hulu - Netix - TiVo - Google - chat - WAP - AppleTV - HD - streaming - Google TV - LAN house - tag - QR Code - html -
Android - Ginga - ABA - 3D - Kindle - modem - app - Flash - open source
- pen drive - Wii - link - AVG - download - Vudu - tablet - zip - wireless -
Wi-Fi - SMS - MMS - DNS - Bluetooth - browser - Blu-Ray - MSN - LCD
- mdias sociais - viral - iTunes - Blogger - pay-per-view - LED - mobile
- GPS - VoIP - Orkut - MMDS - WiMAX - USB - Facebook - Web 2.0 - iPod
- iPhone - 3G - Twitter
Um novo comportamento para (sobre)viver num novo mu
Para acompanhar essa revoluo, os brasileiros adultos mudaram
hbitos mais triviais: raro ter que ir ao banco ou procurar um co
na lista telenica, por exemplo; por outro lado, o teleone fxo de
oi substitudo por celulares para cada membro da amlia. S
multados por uma cmera, consumimos flmes e msica num compu
conectado internet. Tudo o que cerca o nosso cotidiano j movid
tecnologia digital. Portanto, estar inserido nesse mundo uma quest
sobrevivncia.
J os jovens brasileiros nascidos entre 1980 e 1988 vieram a um mu
moldado pela tecnologia digital. Foram criados e alabetizados nesse
planeta, usuruindo naturalmente de todas as possibilidades da int
Para eles, alar de tecnologia e mundo digital muito mais sim
corriqueiro. a vida deles.
A tecnologia est em tudo, em todos os lugares e, principalm
nos gadgets que os cercam. Tambm est na msica, no cinem
medicina, nos automveis, na indstria, no vesturio, nos cosmtico
alimentos. Se, por um lado, eles gostam da inovao, por outro, s
que se tornaram dependentes da tecnologia, e muitos sentem qu
conseguem viver sem ela e sua constante e rpida evoluo.
Uma pessoa, por mais que diga no gostar de tecnologia, acaba fa
uso dela o tempo inteiro. Carro, nibus, televiso, celular, todo mundo
todo mundo usa. Somos totalmente dependentes da tecnologia.
(Masc, 26/30 anos, classe B, REC)
Tecnologia, pra mim, o que te liga ao mundo. impossvel pensar n
sem a internet e o celular.
(Fem, 18 anos, classe B, BSB)
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Os jovens percebem que a tecnologia mudou a vida das pessoas. O
computador com acesso internet e o celular socializaram o acesso
inormao e ampliaram o contato com pessoas e instituies de qualquer
lugar do mundo, eliminando as distncias e, at certo ponto, as dierenas
sociais. O tamanho dos aparelhos oi fcando cada vez menor, para acilitar
a mobilidade e acompanhar o movimento dessa gerao. Eles percebem a
tecnologia como algo ligado a novidades, coisas avanadas, ao tamanho
pequeno de celulares, notebooks, cmeras digitais, e, tambm, a itens
grandes, como telas de cinema e aparelhos de TV de alta defnio.
A tecnologia est em tudo e disponvel para todos, hoje em dia. Posso estar
no Japo e mandar um torpedo pra voc, falando que estou almoando. E a
tecnologia est acessvel a todos. Uma pessoa pobre pode ganhar um celular
e mandar uma mensagem para quem mora no Alasca. A tecnologia diminui
diferenas e distncias, no importa se a pessoa pobre ou rica.
(Masc, 19 anos, classe B, RIB)
Alm disso, a internet de alta velocidade e os celulares so tidos como
grandes agentes de transormao por outros motivos. Os celulares,
devido evoluo da tecnologia 3G e aos modernos aparelhos touchscreen;
a internet, por estar ampliando o acesso para mais pessoas a cada dia e
por estar migrando para outros lugares: automveis, GPS, TVs e at
rerigeradores domsticos.
Aparelhos de TV tambm so citados como exemplos de inovao
tecnolgica por sua variedade de ormatos de tela (do home theater TV
de bolso), tipos de tela (plasma, LCD, LED) e tipos de tecnologia acoplados
(HD, 3D).
Os lanamentos da Apple, como iPod, iPhone e iPad, alm do BlackBerry,
tambm so apontados como divisores de guas. Alm dos aparelhos em
si, a percepo que se tem deles vem do que signifcam em termos de
mudanas de comportamento e de valores de consumo para essa gerao.
O iPod estabeleceu o MP3 como a plataorma ofcial do jovem para ouvir
msica em movimento; o iPhone, o BlackBerry e o Android transormaram
o celular num aparelho multimdia; o iPad ainda novidade, mas sua
presena j oi percebida e o jovem sabe que os e-books e tablets vo
mudar sua vida em breve.
Alm dos tablets, essa gerao est pronta para incorporar outras
tecnologias, por mais inovadoras e dierentes, sem resistncia.
Eu queria ter uma entrada USB na minha cabea.
(Masc, 15 anos, classe A, POA)
Um novo jeito de consumir mdia e contedo
Em relao a consumo e percepo dos meios, o assunto um pouco mais
dramtico para marcas e profssionais de mdia, que precisam se comunicar
com esses jovens. Alm das evolues tecnolgicas e da prolierao de
novos meios, essa gerao j no enxerga ronteiras entre o que meio e
o que contedo.
O sentimento geral positivo e de euoria em relao s constantes
inovaes e lanamentos de produtos que deixam a vida mais cil e
arta de inormao, avorecendo a comunicao, o aprendizado, o lazer
e os relacionamentos. Ao mesmo tempo, existe a sensao de que algo
oge ao controle, pois tudo est sempre mudando, sempre rente do
que podemos imaginar ou planejar. A tecnologia anda mais rpido que a
gente inclusive mais rpido que os prprios jovens: eles tambm tm
difculdade em acompanhar lanamentos de aparelhos, sotwares e meios
de comunicao.
Os celulares esto to avanados que s falta tirar foto debaixo dgua. Mas
acho que eles j esto buscando isso tambm...
(Fem, 15 anos, classe C, REC)
Por tudo isso, o 5 Dossi Universo Jovem MTV estabeleceu a misso
de entender o consumo dos meios de comunicao pelos jovens sem ter
a pretenso de trazer os nmeros mais quentes e atualizados (mesmo
porque, quando voc acabar de ler este texto, eles j vo ter mudado).
O oco do estudo oi a reexo sobre o comportamento dos jovens
brasileiros no que se reere ao consumo de tecnologia, meios e contedos
de comunicao.
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Este estudo teve duas ases de pesquisas intensas.
Na ase qualitativa, realizada entre maio e julho de 2010, ouvimos 154
jovens, em grupos de discusso e em entrevistas de proundidade, nas
capitais So Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Braslia, Salvador, Recie,
Porto Alegre e no Interior de So Paulo.
Alm disso, ns grudamos em oito jovens. Durante quatro dias, eles o-
ram monitorados por nossos pesquisadores por celular, MSN e redes so-
ciais. Ns tambm convidamos outros dez jovens para criar um dirio de
atividades, durante uma semana.
Tambm aproundamos nosso conhecimento sobre o comportamento jo-
vem e o consumo de mdia ouvindo 66 ormadores de opinio. Foram 22
entrevistas em proundidade com pais, proessores, psiclogos e profs-
sionais que trabalham com os jovens, alm de 44 entrevistas com profs-
sionais de mdia das principais agncias de propaganda e anunciantes no
eixo So Paulo-Rio de Janeiro.
J na ase quantitativa, em julho de 2010, oram entrevistados 2.000 jo-
vens, de 12 a 30 anos, das classes A, B e C, das mesmas cidades selecionadas
na ase qualitativa. As entrevistas oram eitas nas casas desses jovens,
que responderam a um questionrio de 45 minutos.
Praas Amostra Erro Amostral
So Paulo 500 4,4%
So Paulo Interior 300 5,7%
Campinas, Ribeiro Preto e So Jos dos Campos
Rio de Janeiro 200 6,9%
Salvador 200 6,9%
Recie 200 6,9%
Braslia 200 6,9%
Belo Horizonte 200 6,9%
Porto Alegre 200 6,9%
Erro estatstico: 2,2 p.p. para o total da amostra (2.000 entrevistados)
Tabela 1
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Este estudo pesquisou um universo composto por 64 milhes de jovens
brasileiros, de 12 a 30 anos (nascidos entr e 1980 e 1998), das classes sociais
A, B e C.
54% dos jovens com mais de 18 anos s estudaram at o ensino mdio. O
acesso universidade continua sendo maior na classe A (39%), em com-
parao com a mdia da populao jovem entrevis tada nesse estudo (11%).
Do total de entrevistados, 29% j so casados e 32% tm flhos.
Metade dos entrevistados j trabalha e, quanto mais alta a classe social,
maior a incidncia de jovens trabalhadores (classe A - 57%; classe B - 53%;
classe C - 49%). A renda mdia dos jovens assalariados de R$ 947,17.
Esses jovens se deslocam principalmente por meio de transporte pblico
(60%) e a p (59%). Apenas 33% utilizam o carro.
O que tudo isso tem a ver com o consumo dos meios?
A escolaridade, o emprego, a renda, a existncia de flhos tudo isso inui
no estilo de vida e no tempo que os jovens tm disponvel para consumir
mdia. Tambm inui na orma como eles consomem os meios e no tipo
de contedo que buscam nesses diversos meios.
Um dia na vida de...
...uma jovem de 28 anos, classe B, sem nvel universitrio, casada, comdois flhos, que trabalha em casa.
Tenho 28 anos. Trabalho em casa e tenho alguns hobbies, como cantar e ver
lmes. Hoje, fao dois trabalhos bem diferentes: fao comida vegetariana
congelada, mais alimentos naturais, e tambm fao artesanato em madeira.
Sou mais caseira, no gosto muito de sair gosto da minha casa, de car
com meus lhos, de dez e de dois anos. Gosto de sair para jantar, assistir
lme em casa. Gosto muito de famlia e de fazer coisas em famlia.
Acordo por volta das 7h30 da manh e j ligo o celular. Vou fazer caf da
manh, organizar as coisas das crianas. Por volta de 8h30 j entro no e-
mail, no meu Orkut, no meu Facebook, j vejo o que tem de novidades. Fico
mais ou menos meia hora nesses sites, mas, se tiv er uma pesquisa para fazer,
co umas duas horas s procurando coisas e fazendo li es com meu lho.
A menor liga a TV para ver desenhos. s 11 h, comeo a fazer o almoo. 12h30
levo meu lho na escola. Quando eu volto, eu deixo a menor dormindo e volto
para o computador, vou responder os e-mails. A, trabalho no artesanato at
a hora de buscar meu lho na escola. Quando eu volto, o horrio que co
mais na televiso e fao downloads para o meu marido de lmes, msicas,
jogos. Na verdade, ele j deixa programado, j faz a pesquisa, depois eu s
clico para iniciar o download. Vou para a televiso s 19h, que o horrio do
primeiro jornal, depois dou banho nas crianas, fao o jantar e volto para a
televiso. A televiso ca ligada at mais tarde. A internet eu deixo l bai-
xando as coisas, ento ca praticamente o dia todo ligada. O celular tambm
deixo ligado direto e uso mais como telefone, mesmo. J o rdio, ouo rara-
mente. Quando quero ouvir msica, eu pego as msicas que tenho baixadas
no meu computador e deixo tocar. Jornal impresso raramente leio. Livro e
revista eu gosto, mas s consigo ler quando as crianas esto dormindo.
Um dia na vida de...
...uma jovem de 27 anos, classe A, solteira, sem flhos, que mora copais, estuda e trabalha.
Tenho 27 anos, sou formada em Direito, estou estudando para a pro
OAB. Fiquei dois anos fazendo estgio e hoje trabalho de manh. Mor
meus pais e trs irmos e sobrinhos. No nal de semana, normalment
com namorado, para shows, restaurante e cinemas. E, s vezes, no m
semana, saio com as amigas. Assim que eu acordo, ligo a TV e dep
ligo o computador. No nal da tarde, depois de estudar, co no compu
Leio muito livro pela internet, procuro material jurdico, lmes, gastron
msica, vejo novela na internet e uso e-mail, Orkut, Twitter, MSN. De
mais noite, volto para a TV at a hora de dormir. Minha TV ca no q
tenho os meus programas preferidos e assisto sozinha; s s vezes vej
meus pais. Assisto deitada na cama ou sentada, se estou no compu
Para mim, a TV pura diverso e informao. Celular ca ligado o dia
mando muita mensagem e jogo muitos joguinhos. Vou ao cinema
quatro vezes por ms. Rdio eu ouo todos os dias indo e vindo do trab
O que eles querem da vida?
Desde 1999, fcou claro que os jovens valorizam a unio amiliar, a ca
e a vida numa sociedade mais segura. Isso continua verdadeiro, ma
comparao com o ltimo Dossi, os valores que mais cresceram re
uma tendncia maior ao consumismo, socializa o e ao hedonism
independncia fnanceira, amigos, divertir-se e aproveitar a vida,
consumir mais, ter mais liberdade e beleza sica so atributos q
destacam.
Exemplos:
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Sucesso no signifca, necessariamente, dinheiro. O que eles querem
reconhecimento. Independncia fnanceira para poderem ter qualidade de
vida no caso, ter equilbrio entre a vida profssional e a pessoal. Ou seja,
ter tempo para os amigos, levar uma vida tranquila e sem stress, liberdade
para azer o que quiser e onde quiser.
Seguindo o que o Dossi 2008 indicou, a maioria dos jovens (65%) preere
trabalhar em algo de que goste, mesmo sem ganhar muito dinheiro. S 3
em cada 10 jovens preerem ganhar muito dinheiro mesmo que no gos-
tem do seu trabalho. claro que, se o reconhecimento profssional trouxer
muito dinheiro, nenhum deles vai reclamar.
1999
2005
2008
2010
2010
2008
A- Ter unio amiliar, ter uma boa relao amiliar
B- Ter uma carreira, ter uma profsso
C- Viver em uma sociedade mais segura, menos violenta
D- Ter independncia fnanceira
E- Ter amigos
F- Ter , crer
G- Ter uma vida tranquila, sem correrias excessivas, sem stress
H- Divertir-se e aproveitar a vida
I- Viver numa sociedade com menos desigualdade social
J- Poder comprar mais; poder comprar o que quiser
K- Ter mais liberdade do que j tem
L- Beleza sica; ser bonito
A B C D E F G H I J K L
8686 82
8079
75 69
53
68
60
46
66
677074
6864
5754
7374
67
61
48
40
3335
38
36
141412
2620
1819
65
5956
42
38
80
75
69
84
80
77
As atividades de lazer
Assistir TV, ouvir msica, escutar rdio, assistir DVDs, navegar na inter-
net, alar ao celular tudo isso so atividades que praticamente todos os
jovens costumam azer nos momentos de lazer. Para eles, lazer signifcaestar com os amigos, ir a parques, ir praia e at dormir.
Na comparao com o Dossi 2008, as atividades que mais cresceram en-
tre eles oram navegar nas redes sociais, alar ao celular e realizar com-
pras. Ao mesmo tempo, os jovens esto mais sedentrios e menos ligados
a atividades culturais e artsticas.
Assistir TV
Ouvir msica
Dormir
Estar com amigos
Ouvir rdio
Assistir flmes no DVD em casa
Shopping/Compras
Navegar na Internet
Conversar/socializar na internet (MSN, redes sociais)
Praias/Parques
Usar o celular
Viajar
Cinema
Igrejas/Grupos de reza
41
Shows de msica
Bares
Ler livros no-didticos
Baladas
Praticar esportes
Jogar games
LAN houses
Teatro
Participar de competies esportivas
Museus / exposies
Academia / azer exerccios
Participar de grupos de dana, teatro, artes
Tocar instrumento / banda
Os valores jovens Atividades de lazerBase:total daamostra(%)
Grco 1 Grco 2
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Quando pedimos para que elegessem uma nica atividade de lazer como
sendo aquela de que mais gostam, as opes mais citadas oram navegar
na internet, ouvir msica, assistir TV e estar com os amigos.
Em relao a aparelhos e itens de uso prprio que os jovens tm para en-tretenimento, comunicao, inormao e socializao, o celular o mais
presente (88%), seguido do DVD (80%). A participao dos demais itens
varia conorme a classe social. Com a exceo dos GPS e palmtops, 6 em
cada 10 jovens da classe A possuem todos os itens; na classe B, 5 em cada
10 possuem todos os itens.
Apenas 19% dos jovens sorem algum tipo de restrio quanto ao uso de
TV, games, celular ou computador a principal em relao ao tempo de
uso do computador: 15%. Jovens de at 14 anos so mais monitorados pe-
los pais, mas em pequena proporo.
Eu no deixo o computador no quarto, no sei o que ele faz l em cima.
Ento montei um escritrio embaixo; eu sei que ele est perto, nos games, e
a gente conversa, ele diz que ganhou bnus. Durante a semana ele faz a lio
e sabe que tem duas horas pra car no computador, e muito tempo, eu
falo pra ele que o lho do Bill Gates ca 40 minutos no computador. Final de
semana eu guardo o mouse para ele no car direto no computador.
(Me que usa internet)
A tecnologia da inormao, em especial com o advento da internet, di-
minui as distncias entre os jovens no sentido de que, hoje, eles tm as
mesmas reerncias e sonham em consumir as mesmas coisas. O que varia
o poder de realizao desses sonhos, conorme a classe social.
Um dos maiores desejos do grupo pesquisado o de ter um computador
ou trocar o atual por um melhor. Dito isso, enquanto um jovem da classe
C quer ter seu primeiro computador com acesso internet, um jovem da
classe B sonha em trocar seu desktop por um notebook, ao passo qu
jovem da classe A pensa em migrar do notebook para um tablet com
nologia touchscreen.
Quero um computador porque moro longe da escola, que o lugar
posso usar o computador e a internet. O computador ajuda bastant
vezes, pra fazer um trabalho de escola, eu tenho que ir para a escola
fazer correndo.
(Fem, 14 anos, classe C, SP)
Eu queria ter uma daquelas televises gigantescas, com TV a cabo
celular novo. Acho lindo aquele touch, com aquele teclado do lado com
TV, internet, mquina fotogrca boa e um monitor bem grande.
(Fem, 15 anos, classe B, BH)
Eu teria um Mac da Apple. Eu gosto de trabalhar com edio de vde
no compraria um videogame, mas computador eu dou supervalor,
computador seria s meu, n ingum mexeria.
(Masc, 23 anos, classe A, RJ)
Independentemente da classe social, todos sonham com uma TV d
tima gerao e um celular touchscreen.
Navegar na internet
Ouvir msica
Assistir TV
Estar com amigos
Ir a barzinhos
Praticar esportes coletivos
Usar o celular
Ir a igrejas / grupos de rezas
Cinema
Dormir
Ir ao Shopping / compras
Ir a baladas
Assistir flmes no DVD em casa
Shows
Viajar
Conversar/socializar na internet
Jogar games
Ir a LAN house
15
13
13
10
6
6
4
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
Atividades de lazer preferidasBase:total daamostra(%)
Grco 3
Celular
Aparelho de DVD
Aparelho de som
TV aberta no seu quarto
Quarto s seu
Cmera otogrfca digital
Conta corrente
mp3/mp4 player / iPod
Carto de crdito
Computador / desktop no seu quarto
Carro / moto
TV por assinatura no seu quarto
Notebook / netbook / laptop
GPS
Palmtop
88
80
65
55
54
52
45
45
39
37
26
21
13
7
2
Itens de posse para uso prprioBase:total daamostra(%)
Grco 4
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As palavras transitam por dierentes territrios e culturas e, com o tempo,
se misturam a outras palavras de origens dierentes. Algumas palavras
perdem o signifcado original para representar algo mais genrico, mais
expandido, de uso e domnio popular.
No caso deste estudo, importante pensar nos signifcados de duas pala-
vras relativamente novas na lngua portuguesa, mas que tm sido utiliza-
das intensamente na era em que vivemos.
O que quer dizer mdia?
No gosto de usar a palavra mdia, pois no gosto de usar palavras das
quais no entendo o signicado. Antes dos automveis existirem, falvamos
sobre carruagens. Hoje, existem algumas palavras que esto sendo muito
desaadas em seu signicado, como mdia e jornalismo. Se eu leio uma
notcia num blog, isso jornalismo? Ser que quem escreveu a notcia um
jornalista? Para mim essas denies no funcionam mais. O que mdia? A
internet mdia? E o Facebook uma mdia?
(Chris Anderson, editor da revista Wired Magazine e autor do livro
Long Tail)
O termo mdia vem do la tim media, plural de medium, que se traduz
como meio ou intermedirio. No meio acadmico, mdia se reere aos
meios usados para comunicar e transmitir contedo, as erramentas e
meios de acesso e troca, ou, numa viso mais simples, os meios de comu-
nicao. Ao mesmo tempo, existe a percepo de que a evoluo da hu-
manidade e da tecnologia causou a evoluo desses meios, que se multi-
plicaram e ormaram muitos ormatos, convergentes entre si. O resultado
que a palavra pode ter ampliado o seu signifcado.
A palavra media, em ingls, o plural da palavra medium do latim, que
signica meio. uma coisa engraada como as palavras so transformadas.
uma palavra latina, um plural latino, e ela chega atravs do ingls, da vem
a pronncia mdia. Eu sou certo de que so meios de comunicao em geral,
em princpio. Mas mdia envolve tanto os meios de comunicao unilaterais
e centrais, como rdio,TV, como meios bilaterais, que permitem a troca de
informao.
(Professor de Filosoa)
A mdia um produto do desenvolvimento cultural da espcie que trata da
questo mais fundamental para o ser humano: a comunicao. E estamos
iniciando outro estgio de desenvolvimento cultural da humanidade. Hoje se
fala da internet como responsvel por uma grande transformao. Mas isso
no uma grande novidade em termos da histria da espcie, pois tivemos
outros grandes momentos de mudana, como, por exemplo, a inveno da
imprensa, que tambm trouxe um impacto muito signicativo.
(Neurocientista)
A mdia mais antiga a conversa, a linguagem. Mdia uma ferramenta de
troca. A preocupao sempre foi saber como trocar informaes. A evoluo
da mdia a volta da valorizao da sua essncia, a conversa. Com a internet,
no precisamos mais trocar informaes s usando a mdia de massa, com
milhares de pessoas, mas sim, com outros meios, inclusive.
Produtor de contedo)
Mdia meio, intermediao. Um meio que emite para algum que recebe
essa emisso.
(Prossional de mdia)
No universo dos jovens, a palavra mdia j oi incorporada linguagem
e tem um signifcado mais amplo: pode representar tanto os meios de
comunicao como o contedo transmitido por esses meios. Essa gerao
a utiliza para alar de TV, internet, rdio, revista, jornal, celular, game
GPS, teatro, cinema, shows, eventos, livros, yers, mala-direta, cart
banners, MSN, Orkut, Facebook, Twitter, YouTube, embalagem,
camiseta; por outro lado, o termo tambm signifca notcias, atualid
inormao, ooca, celebridade, propaganda, moda, marcas, cons
tecnologia, msica, bandas, etc.
Mdia informao e tudo que envolve jornal, revista, televiso, com
dor, internet, todos os meios.
(Masc, 16 anos, classe B, SP)
Mdia como um ascensorista: tanto levanta como derruba uma pe
como o caso do Ronaldo, o fenmeno. Ele t ava no auge da mdia e, d
cou l embaixo e, depois, subiu de novo.
(Fem, 26/30 anos, classe C, RJ)
Tipo sair no BBB mdia. Uma pessoa famosa aquela que est na m
(Fem, 23 anos, classe C, SAL)
Muitos jovens tambm se veem como uma mdia, pois tm conscin
que transmitem opinies, notcias e contedos.
De certa forma at a gente acaba sendo mdia, voc v uma notci
portante e tenta passar para as pessoas. Nesse sentido, eu tambm
uma mdia.
(Fem, 15/17 anos, classe A, SP)
Para essa gerao, dicil distinguir mdia de mdia interativa, j
no existe, para eles, a ideia de um meio no-interativo.
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A internet quase como se fosse uma grande mgica. Em determinadas
tradies loscas discute-se o akasha. Akasha em snscrito signica es-
pao, ou matriz do universo, um local onde cam retidas todas as nossas
memrias. E l, nos arquivos akshicos, est armazenado todo o conheci-
mento humano, como se fosse uma espcie de memria ou banco de dados
do universo. Para mim a internet mais ou menos isso.
(Psicloga)
O nome bom, parece mesmo uma rede que liga tudo a tudo, que cria ca-
nais de conexes que antes no existiam.
(Produtor de contedo)
No mundo da mdia, a internet tambm um meio de comunicao. Alis,
segundo profssionais de mdia e profssionais que trabalham com jovens,
esse o meio que revolucionou e vai revolucionar ainda mais a comunicao.
Entre os jovens, h muitas maneiras de defnir o termo: uma onte que d
acesso a qualquer tipo de inormao; um lugar onde se encontra tudo
o que se quiser; um meio para se comunicar e se relacionar com as pes-
soas, de qualquer lugar do mundo; uma interace que converge em vrias
coisas; uma tecnologia; uma erramenta. Houve quem a de fnisse sim-
plesmente como entretenimento.
Ns jovens temos uma viso de que internet est mais ligada comuni-
cao e relacionamento. Outras pessoas mais velhas podem denir a inter-
net mais com uma fonte de conhecimento e informao. Mas acho que inter-
net tudo isso, uma rede onde voc pode se relacionar, obter conhecimento
e informaes.
(Masc, 17 anos, classe A, RJ)
Internet uma mistura de telefone, com carta e TV.
(Fem, 15/17 anos, classe C, REC)
Ento, sim: a palavra internet extrapolou seu signicado para alm do
original, de tecnologia de acesso. E a questo que ca como trataremos
essa palavra no futuro? Eletricidade? Mdia?
Sei l, hoje em dia quase tudo interativo, voc pode dar opinio em todos
os meios de comunicao, pode ligar, pode acessar o site, mandar uma men-
sagem. Se voc est assistindo um programa ou lendo uma notcia e quer dar
uma opinio, tu j entra em contato e pronto.
(Fem, 28 anos, classe C, POA)
O que quer dizer internet?
Defnir internet ainda mais complicado. Ela no material, nem espi-
ritual, mas est em todo lugar quase onipresente. algo que liga tudo
a tudo e a todos. o que interliga milhes de pessoas e aparelhos. Ela tem
de tudo e, cada vez mais, est em tudo. A prxima ase da internet a
das coisas: automveis, avies, mquinas, televisores, relgios de pulso,
brinquedos, etc.
Mesmo os profssionais de mdia e os acadmicos no tm uma defnio
nica para a palavra internet. Ela tida como uma tecnologia de aces-
so, uma rede, um protocolo que interliga uma rede, um protocolo de
comunicao, um meio de contato, uma erramenta, uma energia
e at como um arquivo do conhecimento humano. Em lugar de defnir
o termo, os profssionais se pegam descrevendo a orma, a grandeza e a
onipresena da internet.
Internet um pedacinho de uma coisa maior que chamo de mundo digital.
Vejo hoje o jovem muito envolvido, no s como consumidor de contedos,
mas, tambm, como produtor e emissor de contedos dentro deste ambi-
ente digital. A internet um protocolo tecnolgico, IP, e logo, logo vai ser
como eletricidade. Hoje, quando voc liga a luz, voc no fala mais liguei a
eletricidade. A internet ser assim, nem vamos lembrar desse nome daqui
a pouco. Quando voc liga seu celular, voc j est na internet, logo voc
vai ligar sua geladeira e ela vai ter internet, no seu carro vai ter internet, os
aparelhos de televiso j viro com acesso internet. Tudo vai ser IP, tudo vai
ser internet, televiso vai ser internet, a revista vai ter que passar pela inter-
net, jornal vai ser internet e ns no vamos nem nos lembrar da internet, vai
ser como energia eltrica.
(Jornalista e editor)
Vejo a internet como uma rede, e, se pensar no mundo como uma metfora,
o planeta Terra como Gaia, que foi dotada de um sistema nervoso multidire-
cional. Hoje esse sistema nervoso comunica tudo com tudo, so milhes de
pessoas interligadas. Isso no signica, em absoluto, liberdade plena, porque
tudo inuenciado por foras centrais, por sistemas e sub-redes poderosos
de informao.
(Professor de fsica)
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Os profssionais de mdia concordam: o jovem o maior consumidor de
mdia, de todos os tipos desde as tradicionais s novas , de uma orma
ragmentada. Ele um dos targets mais diceis de lidar num planeja-
mento de mdia, pois est em constante mudana. Afnal, para o prprio
jovem tudo muda muito rpido. O ato de consumir mais meios e de us-
los todos ao mesmo tempo az do jovem um pblico com alta disperso
e baixa fdelidade ou comprometimento com os meios e contedos de
comunicao.
Eles esto na internet, com a T V ligada, com o fone, ouvindo msica e estu-
dando. uma forma muito louca de consumir mdia.
(Prossional de mdia)
O jovem est presente nas mdias tradicionais e nas novas mdias. No se
pode abandonar a grande mdia, pois prioritria. Mas se voc quer tra-
balhar com mais profundidade, deve buscar, tambm, meios de segmen-
tao. Esse o desao da mdia hoje, trabalhar com mais meios de forma
integrada. Mas, de maneira geral, o jovem est consumindo cada vez mais
mdia.
(Prossional de mdia)
Dossi2008
Dossi2010
TV Rdio Internet Celular Cinema Jornal Revista Games Livr(em g
98100
9 8 9 8
8689 88
74
8083
85
75
85
74
6 0 6 0
79
Comparando-se os dois ltimos dossis, a percepo do profssional de
mdia comprovada: o jovem continua consumindo todos os meios.
Hbitos de consumo dos meios Dossi 2008 vs. Dossi 2010Base:total daamostra(populao de12 a30 anos,classesA,B eC, deSo Paulo,Rio deJaneiro,Interior
deSo Paulo,Belo Horizonte,Braslia,Salvador,Recifee Porto Alegre)Base:total daamostra(%)
Grco 5
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Acordo todo dia s seis horas pra ir para a faculdade; das seis s sete da
manh, eu assisto televiso, mais jornalismo, essas coisas. Eu desperto com
o celular e a televiso. No trajeto eu escuto rdio. Chegando na faculdade,
trabalho com computador e internet. As aulas so praticamente em cima
disso: computador e pesquisa na internet. A eu volto p ra almoar, televiso,
noticirio esportivo. No estgio computador e internet. Computador a
ferramenta de trabalho do arquiteto hoje em dia. E a internet pra pesquisa.
Chegando em casa, computador e internet de novo para fazer as tarefas. E
no nalzinho da noite assistir algum episdio de seriado na televiso. Re-
vista, eu tenho assinatura de revista direcionada arquitetura. Geralmente
eu estou olhando a revista dia sim, dia no. Ando com a revista na mochila.
Cinema duas vezes ao ms, no nal de semana. Games entre um trabalho
e outro, pra distrair, pra espairecer, jogo no console de videogame. Jornal
eu leio, mais a parte de esporte, na quinta ou na segunda. E rdio justa-
mente no percurso de casa para escola, trabalho. Final de semana eu ouo
bastante rdio, mas dia de semana geralmente no percurso da faculdade
pro trabalho.
(Masc, 26/30 anos, classe B, REC)
Para os profssionais, muitos meios surgiram nos ltimos anos com pro-
postas de contedo jovem, ao passo que, hoje, tudo mdia (bolacha de
chope mdia jovem). Tudo o que j oi um dia chamado de mdia alterna-
tiva , hoje, mdia normal, e pode entrar no planejamento.
Hoje voc tem TV, revista, pay TV e todos os pontos de contato possveis
com os jovens: bares, academias, escolas, supermercados, padarias, rua,
shoppings, os meios digitais, as mdias sociais... Voc tem inmeras pos-
sibilidades.
(Prossional de mdia)
No passado existiam quatro canais de televiso, hoje existem 100. E hoje
o jovem brasileiro apaixonou-se pela internet. E, por causa da internet, o
mundo hoje mais curto e estreito. A informao chega assim que as coi-
sas acontecem. Para quem trabalha em mdia e segmento jovem h muitos
anos, tudo mudou.
(Prossional de mdia)
Planejar mdia para o jovem no fcou nem mais cil nem mais dicil: fcou
dierente e desafador, j que esse grupo est mais inormado, exigente
e crtico. Quem trabalha no mercado acredita que o jovem no quer mais
receber apenas propaganda das marcas. Quer contedo e relacionamento.
Alm disso, a segmentao dos consumidores maior. preciso atingir os
diversos nichos e, com isso, saber que os planos de mdia vo conviver com
uma maior ragmentao de audincia.
Tudo isso criou demanda por um novo profssional de mdia, com perfl mais
criativo, que pense ora da caixa, que abandone ormatos padronizados
e trabalhe de orma mais prxima ao cliente e s demais reas de agncia.
Acima de tudo, um profssional que entenda o comportamento e o dia a dia
do seu consumidor. Os profssionais de mdia tm conscincia desse novo
contexto muito mais complexo, e a maioria deles est gostando do desafo
de trabalhar nessa nova rea de mdia.
No passado era diferente, os nmeros entregavam de fato o seu objetivo.
Todo mundo tirava onda da mdia, dizendo que a gente s fazia xizinho,
mas era um fato. Hoje existem muitos meios e a audincia muito mais
dispersa, ento a segmentao muito mais forte. Hoje o prossional de
mdia tem que ter mais preparo. Precisa entender de nmeros, de nego-
ciao, mas precisa entender tambm de comportamento, tem que ver
onde seu jovem est.
(Prossional de mdia)
Antigamente o jovem era superdisposto a receber u ma mensagem de pro-
paganda. Hoje ele quer mais informao, mais transparncia, mais con-
tedo, mais entretenimento. Isso faz mudar a forma de planejar mdia, e
tambm mudam as disciplinas que um prossional de mdia tem que domi-
nar. Hoje a rea de mdia precisa entender de comportamento jovem, tanto
quanto precisa entender de rentabilidade e negociao. mais complexo ser
mdia hoje em dia, mas estou adorando fazer parte deste momento, estou
adorando esse desao.
(Prossional de mdia)
A partir do momento que muda a dinmica do mercado, temos que ter um
novo perl de mdia. O prossional que as agncias buscam hoje um cara
que entenda de comportamento e segmentao de consumidores, alm de
ter foco em resultados. Mudou o caminho de como o plano de mdia era
feito. Antes voc tinha um target que era: homens, mulheres A/B 25+, e voc
fazia uma mdia pra isso. Hoje, voc tem homens, mulheres A/B 25+ que
andam de carro, outros que andam de bicicleta e outros andam a p. Por isso
a importncia de entender as pesquisas de comportamento e segmentao.
(Prossional de mdia digital)
Na busca por entender quais as tendncias do consumo de mdia jovem,
existe uma certeza entre os profssionais da rea: tudo o que estiver rela-
cionado mobilidade e ao mundo digital vai crescer. Ao mesmo tempo, h
o pensamento de que nenhum meio vai desaparecer.
O celular vai explodir, mas temos que esperar as operadoras de telefonia
baixarem os preos de pacotes de dados para chegar perto de realidades
como ndia, China e Japo, pases onde o pacote de u m ms de internet bem
mais razovel para a renda de um jovem. Os aplicativos de celular tambm
so tendncia, e as redes sociais j so uma realidade...
(Prossional de mdia Anunciante)
As inovaes tecnolgicas esto ocorrendo numa velocidade muito
grande. Agora, o assunto o iPad: funciona, no funciona, bom, no
bom. A vem aquela polmica, ah , o livro vai morrer, o jornal v ai morrer. No
acredito. Acho que tudo vai se transformar de uma coisa fsica para uma
coisa digital. E, de repente, as pessoas podem se cansar de ter tanta coisa
na tela de um computador e vo dizer: no, quero voltar a ter as coisas
fsicas, quero um livro, uma revista de papel. Difcil pensar como que vai
ser em cinco ou dez anos.
(Prossional de mdia Anunciante)
Outra mudana undamental que j realidade o ato de que essa ge-
rao quer participar, interagir, opinar. Eles dominam a tecnologia e que-
rem inormao, mais do que qualquer outra gerao. Hoje o jovem in-
terage com o plano de mdia; os profssionais de mdia e os anunciantes
devem estar preparados para mudar o planejamento a qualquer momento.
O jovem sente que a opinio dele muito importante. E a internet abriu pos-
sibilidade pra isso. Ento, se voc no consegue fazer com que ele faa parte
do seu negcio, do seu plano de mdia, voc t fora, porque ele vai achar
aquilo tudo careta, que aquilo no fala com ele. Por isso, acho que quando
se quer falar com jovem tem que parar de pensar s no nmero, tem que ter
exibilidade para mudar o que foi planejado, tem que analisar comporta-
mento e tem que abrir a possibilidade de interao.
(Prossional de mdia)
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Partindo do princpio de que essa gerao consome muita mdia e muitos
meios de orma simultnea, esse Dossi teve como misso analisar de que
orma esses meios coexistem.
O computador com acesso internet e o celular so os meios de comuni-
cao cones desta gerao, assim como a TV, o cinema e o rdio o oram
para as anteriores.
Ligar o computador e acessar a internet como ter um amigo que est
sempre l, seja para conversar, seja para ajudar a resolver problemas e
sempre trocando, sempre interagindo com ele. 89% dos jovens acessam
a web pelo computador, e 65% azem isso sempre. Com o crescimento da
economia e a melhora do poder aquisitivo do brasileiro, cresceu o acesso
dos jovens internet pelo computador de casa (45% no Dossi MTV 2008
e 61% no Dossi MTV 2010), mas tambm aumentou o acesso pelo com-
putador ora de casa, em locais como LAN houses, escolas e espaos de
acesso pblico (55% no Dossi MTV 2008 e 72% no Dossi MTV 2010).
Alm disso, o computador que acessa a internet um meio sedutor e
que exige ao por parte do jovem. Faz com que o jovem fque sempre
conectado s vezes, mais tempo do que gostaria. Tambm um meio
que permite realizar outras atividades simultaneamente: assistir TV, ouvir
msica, comer.
J o celular tudo. Alm de oerecer diversas unes e de ajudar a resolver
as coisas, ele est sempre junto com o jovem, como se osse uma exten-
so de suas mos. A combinao de multiuncionalidade e mobilidade o
que encanta tanto: um aparelho que tem voz, texto, oto, vdeo, relgio,
MP3, agenda, games, internet, calculadora tudo isso mais o atrativo da
mobilidade. Isso az do celular o meio que deixa mais palpvel a sensao
de liberdade e, ao mesmo tempo, de segurana, to necessrias ao jovem.
Assim como aconteceu com o computador, a posse de celulares aumentou
entre os jovens (74% no Dossi MTV 2008 para 88% no Dossi MTV 2010).
Enviar mensagens de texto um atributo especfco do celular. O torpedo
uma orma de comunicao que nasceu com esse aparelho e que con-
quistou adeso e aprovao total dessa gerao. Para o jovem, o SMS
uma orma de baratear custos e de no ser invasivo: possvel enviar
uma mensagem de texto de qualquer lugar, numa conversa contnua e
com total privacidade.
O ponto positivo do celular que quando se precisa de alguma coisa com
urgncia uma coisa fcil de se conseguir; voc liga, ou manda uma men-
sagem, uma coisa instantnea.
(Fem, 16 anos, classe C, POA)
A nica restrio que o jovem tem em relao ao celular diz respeito de-
pendncia que criaram com o aparelho. Ou seja: a mesma virtude que az
dele tudo pode azer de voc um nada. Essa questo tambm aparece
ligada ao uso do computador com internet. mais orte, porm, no caso
do celular, j que a mobilidade acilita ainda mais a criao da relao de
dependncia involuntria: 5 em cada 10 jovens nunca desligam o celular e
dizem que impossvel viver sem ele.
Parece que estou fora do mundo, se algum quiser falar comigo, no fala.
Apesar de no ser to ligada ao celular, poucas vezes eu saio de casa sem
ele. Como no sou uma pessoa de andar com carregador o tempo todo, tem
horas que d raiva, que voc precisa mesmo, mas eu at sobrevivo sem.
(Fem, 26 anos, classe B, REC)
Sair de casa sem o celular a mesma coisa que sair sem cueca, voc at
sobrevive, mas se sente muito mal, parece que tem alguma coisa te inco-
modando.
(Masc, 18/21 anos, classe B, RJ)
As outras restries levantadas quanto ao celular so relacionadas s opera-
doras: o alto preo dos servios de voz e dos pacotes de internet, a alta de
sinal, os problemas na rea de cobertura, o roubo de crditos e as promoes
que as prprias operadoras enviam para os celulares so apontados.
Tem sempre aquela mensagem: oi, voc ganhou um carro. Nossa, eu j
ganhei tanto carro (risos).
(Fem, 15/17 anos, classe C, REC)
Esse aparelho tem sido o sonho de consumo do jovem pelos ltimos 10
anos. No entanto, no passado, o jovem queria um celular bonito, e hoje
Agenda de contatos
Despertador
Calculadora
SMS / torpedo
Calendrio
Rdio AM / FM
Cmera otogrfca
GamesBluetooth
Filmadora
MP3 / MP4
Internet
E-mail
Televiso
GPS
87
87
86
85
85
75
72
71
65
59
55
40
36
20
11
Funes disponveis no telefone celularBase:Total daamostra(%)
Grco 6
sonha com um que tenha mais unes, especialmente um que t
acesso internet e sistema touchscreen. Mesmo considerando alto o
do servio dos pacotes de internet, eles querem um aparelho que pe
a navegao.
Em mdia, os jovens possuem dez unes em seus celulares e
tumam utilizar todas elas, com exceo da internet e da TV. Emb
internet j esteja disponvel em 40% dos aparelhos, e a TV em 20% d
o preo desses servios limita seu uso.
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60% dos jovens acham que quem no acessa a internet fca desatualizado
e no tem assunto para conversar com os amigos. A internet onipresente.
Traz entretenimento, diverso, notcia, inormao e conhecimento em
tempo real, alm de ajudar nos estudos e no trabalho, de uma orma prtica
e conortvel. Ela tambm ajuda na socializao, no contato com quem est
distante, permite encontrar pessoas, azer novas amizades. Mas o principal
benecio da internet, para o jovem, a interatividade: a possibilidade de
agir e interagir, de participar, de estar no comando e de azer acontecer.
Nesse ponto, ela um canal totalmente dierente da TV, que vista como
um meio mais passivo, usado para rela xar, distrair e descansar.
Interatividade o maior benefcio. Voc dene o que fazer. Pode pesquisar
vrios assuntos, ver vrios pontos de vista e aprender com isso.
(Masc, 13 anos, classe C, RIB)
Acho que a internet s traz benefcio. Se voc quer ver qualquer notcia do
mundo, se voc quer comprar alguma coisa, se voc quer baixar uma msica,
voc acessa a internet. Para mim s tem benefcio e nenhum ponto negativo,
porque voc que determina o que quer e ningum precisa te mostrar, e voc
no precisa esperar acontecer.
(Masc, 19 anos, classe B, RIB)
Outro benecio a possibilidade de conhecer muitas opinies sobre um
determinado tema. Isso traz a imagem de um canal imparcial, aliada
ao sentimento de que o jovem pode ormar sua prpria opinio sobre
qualquer assunto ou pessoa.
Se eu coloco um tema na internet, Britney Spears: aparecem 300 blogs
que falam sobre ela. A voc vai juntando as informaes que cada um diz,
e voc faz sua opinio sobre o artista.
(Fem, 13 anos, classe B, RJ)
Ao mesmo tempo, esses jovens tm conscincia de que esse um meio
que os torna muito vulnerveis. Os principais pontos negativos da inter-
net esto relacionados alta de segurana: golpes, crimes, pedoflia, in-
ormaes alsas, vrus, invases nas pginas de sites de relacionamento
e alta de privacidade.
Tambm reconhecem que no percebem o tempo passar quando esto
on-line: vo de um site para outro e acabam fcando conectados mais
tempo do que gostariam, o que os az se sentir presos, abduzidos, de-
pendentes demais da internet. Os longos perodos que o jovem passa na
web no signifcam, necessariamente, um tempo em que ele est ga-
nhando aprendizado, conhecimento ou mesmo produtividade.
Toda inovao tecnolgica implica na promessa de um tempo a mais para
voc, mas nem sempre isso acontece. Entre os jovens acontece uma coisa
muito interessante quando esto na internet. O jovem sente que est em
movimento, mas um movimento que implica em uma imobilidade. Ele
passa o dia inteiro no computador, ca jogando, respondendo para os ami-
gos, entra em sites, termina o dia supercansado, mas na verdade ele no saiu
da cadeira e, muitas vezes, ele no produziu nada. No m do dia, esse jovem
est estressado de fato, ele no quer mais conversar, no quer mais fazer
nada. Muitas vezes essas aes na internet implicam na falta de raciocnio,
porque todos os movimentos so automticos, prontos. Acho que, com
A evoluo no uso de algumas das unes do celular, na comparao dos
Dossis de 2004 a 2010, prova que, quanto mais unes o aparelho tiver,
mais unes sero utilizadas.
Fazer ligaes100
9796
Enviar torpedos96
87
79
Tirar otos98
596
Baixar msica para o celular95
3727
Acessar internet56
2015
Enviar e-mail57
1916
Funes utilizadas no telefone celularBase:funesquepossuemno celular(%)
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isso, o jovem no tem mais tempo para reexo, no pode mais parar para
pensar...
(Professora escola pblica)
Os pais desses jovens, mesmo aqueles que no sabem ou no gostam
de fcar on-line, veem o acesso internet de orma bastante positiva. O
computador com internet tido como necessidade, pois proporciona livre
acesso inormao, ao conhecimento e, tambm, ao relacionamento e
diverso.
35% dos pais dos jovens que participaram deste estudo tambm aces-
sam a internet por computador. Eles declaram que usam a web com
requncia para o lazer, para resolver assuntos da casa ou do trabalho e
para ajudar os flhos nas tareas da escola.
Para meu lho a internet para jogar games, Orkut, MSN, t rabalhos esco-
lares. Eu co mais naquilo que eu preciso no momento, coisas para a casa
e assuntos do meu interesse. O meu uso de internet pra e-mail e pra fazer
pesquisas, gosto de car i nformada.
(Me que internauta)
Hoje voc no tem que proibir a criana, mas educar para saber o que fazer,
e a voc ca tranquila. Eles fazem tudo na internet, conversas, escola, tra-
balho, pesquisa, tudo. Hoje se tirar a internet deles eles cam perdidos. Eu
tive um problema com meu provedor, demorei mais de uma semana pra
assinar outro, meu lho cou perdido, deu ate d, porque era perodo de
frias. Eles no sabem viver sem.
(Me que no internauta)
comum ver jovens que incentivam seus pais a usar o computador e a
internet. Mas muitos pais ainda resistem, apesar de reconhecer sua im-
portncia.
Eu sei que a internet importante, mas no tenho vontade de mexer, no
chama minha ateno. Minha lha fez um e-mail pra mim, mas eu no sei
nem como funciona e eu nem sei a senha. A ela manda e-mail por mim, e
ela mesma responde, conversa com minhas irms. Eu co presa na hora de
enviar, eu me perco nos comandos e acabo perdendo a pacincia. A pego o
telefone, ligo e resolvo tudo em dois minutos.
(Me que no internauta)
Pais de flhos internautas que no usam a rede fcam sem conhecer o
que esse meio traz para seus flhos para o bem e para o mal. Tambm
Analisando-se as atividades mais realizadas na internet, chama ateno o
uso de sites de comunicao on-line e de relacionamento. Em 2008, 81%
dos jovens usavam sites de mensagens instantneas. Esse nmero, que j
era alto, subiu ainda mais em 2010, che gando a 93%. J o nmero de jov ens
que utilizavam algum site de relacionamento cresceu mais que o dobro de
2008 para 2010: de 41% oi para 89%.
Quem no tem Orkut no existe.
(Masc, 18/21 anos, classe A, RJ)
O que se percebe um orte sentimento de ter que participar da grande
onda das redes sociais. Muitos entram em alguma rede s para no fcar d e
ora mas esto l. Fazer parte dessas comunidades como ter um espaoinfnito como a internet para se comportar de orma mais pessoal.
Tenho Orkut e Facebook, uso todos os dias, mais o Orkut. Muito pra me
comunicar com amigos, fofoquinhas, ver fotos dos outros, do meu ex-namo-
rado, que agora est namorando com outra.
(Fem, 21 anos, classe B, POA)
Trocar mensagens instantneas
Enviar e receber e-mail
Entrar em sites de vdeos como Youtube
Acessar sites de relacionamento
Acessar sites de busca
Ouvir msica de uma rdio pela internet
Produzir vdeos / msicas / otos e postar em sites
Pesquisar para escola / aculdade
Ler notcias, drops de notas
Fazer downloads de programas
Fazer downloads de msicas
Consultar mapas e endereos
Jogar games
84
68
41
8173
80
7875
7568
7457
7069
66
6139
81
ocorre uma alta de sincronismo em relao aos seus flhos, j que esses
pais no acompanham todos os temas e novidades que surgem primeiro
na internet.
Em todas as TVs da casa tem TV a cabo, mas eu passo o maior tempo no
computador. Como meu pai no gosta que que no computador e com a TV
ligada ao mesmo tempo para no gastar luz, ento eu escolho sempre car
no computador, porque no computador eu fao tudo, inclusive ver TV. Como
meu pai no usa internet, ele nem sabe que d para ver TV pela internet.
Meu pai acha que quando eu estou no computador eu s estou estudando,
ou conversando.
(Fem, 13 anos, classe B, RJ)
De qualquer modo, o sentimento do jovem em relao internet o de que
l ele tem tudo e pode tudo. Surge uma sensao de poder, de livre acesso
ao mundo e s pessoas, sejam annimas ou amosas; uma orma de poder
escolher aonde quer chegar, como e com quem e de realizar esse objetivo.
Internet uma das melhores invenes que j zeram, uma ferramenta
que voc tem pra navegar pelo mundo inteiro e car perto das pessoas que
voc no v h muito tempo, pesquisar viagens que quer fazer, conhecer lu-
gares que nunca foi, fazer compras, no precisa mais ir ao banco. Pode ver
televiso pela internet, ver lmes, baixar msica, muito completo. Com uma
simples palavra no Google, se encontra tudo. At mapas para localizao.
(Fem, 27 anos, classe A, BSB)
Conorme sobe a idade dos jovens desse grupo, percebe- se uma navegao
mais espaada ao longo do dia: o tempo mais dividido entre trabalho,
escola, diverso e socializao. Os mais jovens, por outro lado, fcam on-
line por perodos longos, ora do perodo escolar, com uso especialmente
voltado para diverso e socializao.
Independentemente da idade, os sites em que todos eles passam mais
tempo buscando e navegando so os de socializao e diverso: buscam
redes sociais, vdeos, msica, flmes, shows, celebridades, esporte, moda,
viagens, mapas, curiosidades, otos, horscopo, games, programas de
TV, emissoras de rdio, revistas, receitas, oocas. Na comparao com
o ltimo Dossi, de 2008, os jovens esto realizando mais atividades na
internet.
Atividades realizadas na internetBase:total daamostra(%)
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A rede social permite que qualquer um fque mais conhecido ou venha
a conhecer gente amosa, criando a iluso de estar num espao muito
grande e cheio de pessoas que podem enxergar voc.
Minha tia falou que tenho at uma psicose, porque eu sigo mais de 800 no
Twitter e 173 me seguem. E a maioria so artistas. Sei que tem muito fake,
mas tenho preguia de apagar. Ento deixo l.
(Fem, 13 anos, classe B, RJ)
A onda das redes sociais grande e muito comentada, azendo com que jo-
vens, e at crianas, comecem a azer parte delas muito cedo. So poucos
os jovens que relatam ter um controle dos pais no uso da internet, o que
reete a educao brasileira, liberal e aberta a novidades. Apenas 4% dos
jovens so controlados pelos pais no uso da rede mesmo entre os mais
novos, de 12 a 14 anos, s 15% esto sob esse controle.
At minha prima de oito anos tem Orkut. Voc v o pessoal mais novo que
est no Orkut, na 7 e 8 serie. Eles se preocupam muito com as fotos que
esto l, o que falam. Muda bastante com a idade e os interesses tambm
mudam. [Foi] uma amiga minha que criou o Orkut pra mim quando eu t inha
13 ou 14 anos. A eu fui e aprendi a mexer e eu gostei, claro. Tinha todos os
meus amigos, se voc tem um Orkut badalado voc tem status entre os ami-
gos. Hoje eu tenho Orkut, Facebook, mas entro pouco, usava mais quando
eu estava no Canad. Eu tenho Twitter e s z tambm porque eu fui viajar,
mas eu no sigo ningum e s a minha namorada que me segue.
(Masc, 17 anos, classe A, SP)
O nmero de amigos que algum pode ter nas redes sociais varia entre 100
e 1.000, dependendo do perfl do jovem: se mais ou menos socivel, ou
se mais ou menos criterioso na hora de adicionar pessoas s suas listas.
Eu no gosto de adicionar quem eu no conheo. Tenho quase 100 amigos
no meu Facebook e conheo todos.
(Fem, 17 anos, classe A, SP)
De maneira geral, a questo da projeo e da capacidade de colecionar
amigos o que ala mais alto nessas erramentas de relacionamento. Boa
parte dos jovens afrma que a quantidade de amigos mais importante
que a qualidade das relaes. Muitos a t conessam que a maioria das pes-
soas em suas listas so apenas conhecidos ou amigos dos amigos.
Tenho uns mil e poucos amigos. J z at outro Orkut porque no cabia
todo mundo. No conheo todo mundo. Amigos mesmo, uns 10%, depois
tem parente, tio, primo. Tem uns 200 que vi uma vez ou outra e o resto eu
nunca vi na vida.
(Fem, 29 anos, classe C, RJ)
Amigos virtuais eu no considero amigos mesmo, considero amigos da
internet. Eu no gosto muito de conhecer pessoas de outra cidade que eu
nunca vi na minha vida, eu no sei quais so as intenes.
(Fem,17 anos, classe A, RIB)
Grau de amizade parte, o hbito de se comunicar on-line to or
tre os jovens que, muitas vezes, o relacionamento virtual substitui
mesmo entre pessoas que dividem a mesma casa. Muitos pais, que c
ram em outros tempos, no entendem essa orma de comunicao e
cialmente virtual estabelecida entre seus flhos.
Eu e minha irm costumamos conversar pelo MSN, cada um no seu q
Um dia minha me entrou no meu quarto e minha irm passou um r
pra minha me pelo MSN e ela disse: vocs esto loucos, isso um abs
mas foi engraado.
(Masc, 17 anos, classe A, SP)
Minha flha comeou a namorar um menino da classe dela e ela n
com ele no telefone nunca. Quando ela quer falar com o namorado e
pro computador e digita que nem uma louca, parece at que vai sair fu
do teclado. Eu falo pra ela ligar pra ele para conversar direito e ela fal
no liga porque tem vergonha. Mas ali no MSN eles contam a vida, br
choram. Acho esquisito. Eles no tm mais essa coisa de sair e conver
vivo, olho no olho.
(Me que internauta)
A comunicao entre jovens mudou muito, d a sensao que eles tm
pressa, e eles acabam se comunicando com essa pressa. Tem os sit
celular, diferente da minha poca. A gente quando queria se comuni
na casa do amigo, quando muito tinha um telefone xo. Hoje mudou
isso.
(Me que internauta)
9 em cada 10 jovens usam algum tipo de comunicao on-line; 94%usam MSN, 95% usam Orkut, 33% usam Twitter e 21% usam Facebook.Base:total daamostra(%)
Grco 9
MSN
Orkut
My Space
Facebook
Skype
Linkedin
94
95
12
21
13
7
92
92
28
38
28
12
93
95
9
17
9
7
95
94
15
24
16
6
Twitter
3345
3035
Total
%
Classe A
Classe B
Classe C
-
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O hbito de acessar sites de vdeo, como o YouTube, passou de 68% em
2008 para 90% em 2010. Outras atividades relacionadas a vdeos cresce-
ram muito nesses 2 anos: realizar downloads (de 29% para 42%), assistir
programas de TV na internet (de 13% para 42%) e assistir programao de
emissoras on-line (de 16% para 36%).
Baixo srie e lme. Filme eu no baixo muito, pois eu prero assistir na TV,
mas srie eu baixo bastante, porque eu gosto de ver tudo direto, na televiso
eles no passam direito, eles pulam episdio.
(Masc, 17 anos, classe B, SP)
Gosto de acessar sites relativos a esportes, sobre lutas, fao download de
tudo. Uso bastante esse sites de download para baixar lmes, sries e re-
vistas.
(Masc, 25 anos, classe A, POA)
O uso da internet para ver programas de T V e baixar vdeos um hbito
crescente no Brasil, ao mesmo tempo que assistir TV continua sendo
um hbito declarado por 100% dos jovens entrevistados. O jovem bra-
sileiro tem uma ligao emocional com a TV, que representa um mo-
mento de relaxamento, descanso e conorto, remetendo a uma passivi-
dade positiva.
A TV tima para quando voc no quer fazer nada, nenhum movimento
com o corpo, voc simplesmente senta e assiste.
(Fem, 18/21 anos, classe B, SP)
Gosto de assistir deitada, embaixo do cobertor. No consigo car sem ver
TV. Vejo o que est acontecendo no mundo, vejo desenhos, novelas. Ver T V
um momento para relaxar.
(Fem, 12 anos, classe B, POA)
68% dos jovens afrmam que no conseguem fcar sem ver, enquanto
57% declaram deixar a TV ligada mesmo quando no esto assistindo.
O jovem pensa na TV como um meio de comunicao que lhe az compa-
nhia quando est sozinho, alm de a considerar um elemento que agrega
a amlia e os bons amigos. Ela representa, para essa gerao, o que a
ogueira representou para as sociedades tribais um momento-amlia,
seja a amlia sangunea ou a dos melhores amigos. No entanto, dierente-
mente dos tempos em que amlias se reuniam em volta da ogueira para
trocar experincias, hoje, quando os jovens a ssistem TV com suas amlias,
h pouco espao para a conversa, para a troca, pois o contedo da pro-
gramao se torna o centro das atenes.
71% dos jovens declaram que gostam de ver TV com a amlia nesse
caso, a programao deve agradar a todos.
O smbolo da TV a unio da famlia. Q uando estamos assistindo, estamos
sempre conversando. a hora que estamos juntos.
(Masc, 20/24 anos, classe C, SP)
Nada substitui ver futebol na TV com os amigos na quarta-feira noite.
Esse um programa sagrado.
(Masc, 26/30 anos, classe B, REC).
Outras atividades na internet que cresceram desde o Dossi 2008 esto
relacionadas a pesquisa de preos (passou de 40% a 58%), compras (de
14% para 33%) e uso de sites para assistir vdeos.
Para atividades diversas de trabalho
Pesquisar e comparar preos de produtos
Frequentar salas de bate-papo
Procurar emprego / consultar classifcados
Acessar contedo adulto
Fazer download de flmes / seriados
Ver programas de TV na internet
Assistir programao de emissoras de TV on-line
Manter um blog / Fotoblog
Participar de concursos e promoes na internet
Fazer compras
Fazer transaes bancrias
Fazer ligaes telenicas usando o Skype
59
5840
5539
53
46
4229
4213
3616
3521
33
3314
2316
2114
Atividades na internetBase:total daamostra(%)
Grco 10
A TV no quarto para quando querem fcar sozinhos ou quando quere
um programa determinado que no bate com o gosto dos pais. 54
jovens gostam de ver TV sozinhos no quarto nesse momento, ape
bons amigos podem estar juntos.
Na sala, assisto TV com meus pais, novela e lme. No quarto, vejo s
ou com amigas.
(Fem, 13 anos, classe C, SAL)
A comida sempre est presente nesses momentos, criando rituais:
enquanto se prepara a reeio da amlia ou comer algo sozinho ven
flme no so da sala.
A TV traz sempre um momento mais sensorial, em que possvel
todas as partes do corpo, apenas olhar as imagens e ouvir os sons,
o paladar com alguma comida. A TV explora todos os sentidos e esv
mente dos assuntos e problemas do dia.
TV todo mundo assiste, querendo ou n o. Chego em casa morta, doi
tomar um banho, ligo a TV, deixo ela ligada, nem que seja s pra es
Ligar a TV e sentar no sof, para mim, signica que acabou o trabalho
agora posso relaxar.
(Fem, 22/25 anos, classe B, RJ)
O aparelho de TV convencional ainda a tela principal para o jovem q
ele quer assistir a programao normal das emissoras de TV, mas
telas comeam a ser utilizadas: a tela do computador e a tela do celu
Geralmente, o melhor aparelho de TV da casa o que fca na sala. Tam
comum usar a TV da sala ou do quarto como rdio: 78% costuma
a TV enquanto realizam outras atividades estudar, usar o compu
arrumar a casa ou cozinhar.
20102008
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O jovem de hoje tambm vai presenciar o prximo momento ureo da te-
leviso: as transmisses em HD, a TV interativa e o crescimento da TV no
celular e em outros aparelhos mveis (20% dos jovens entrevistados j
tm um aparelho celular com TV). Em alguns anos, vamos poder sentir a
mudana no hbito de ver TV causada por essas inovaes.
Alm da programao normal da TV, tambm existe o hbito de assistir
flmes, seriados e shows em DVD. 80% dos jovens tm um aparelho de
DVD para uso prprio e 97% deles costumam ver programaes gravadas
em DVD, especialmente flmes e seriados. Um dos programas avoritos
desse grupo, em especial para os teens, assistir muitos flmes ou vrios
episdios de seriados num mesmo dia, junto com os amigos.
Alis, essa gerao acha que cinema tudo de bom. Essa expresso
comum entre jovens que alam do cinema de uma orma apaixonada, en-
cantada. O tema sempre surge junto com um suspiro ou com uma dose de
excitao. A imagem do cinema sempre muito positiva, mesmo entre os
que no costumam ir com requncia.
O cinema combina vrias coisas boas: a sala escura, a tela enorme, o som,
o conorto da poltrona, o cheiro de pipoca, os amigos ou namorados, o 3D.
Tudo isso cria um ambiente nico, que os tira da realidade para lev-los a
uma outra dimenso. Para 42% dos jovens, no h lugar melhor para ver
flme. Esse meio tambm um programa, um acontecimento, especial-
mente para os teens que comeam a sair sem os pais.
Em casa ns temos uma TV legal. A eu pego um lme, apago a luz e vou
assistir, mas no a mesma coisa. O cinema tem alguma coisa diferente. No
cinema tem pipoca, tem todo um ambiente melhor.
(Masc, 12 anos, classe A, REC)
Eu prero ir no cinema do que assistir lme em casa, por mais que faam
um DVD, ou uma TV com qualidade. No cinema o som diferente e, tam-
bm, o cinema um passeio. A gente sempre vai com algum.
(Fem, 23 anos, classe A, BH)
Quando esto no cinema, o envolvimento total. O flme o protagonis-
ta. No h disperso da ateno e o consumo de outros meios ao mesmo
tempo com exceo do celular, que pode vibrar e dividir a ateno caso o
assunto seja importante.
O cinema tem aquela aura que no se reproduz em lugar n enhum.
(Masc, 23 anos, classe B, RJ)
O contedo assistido na TV bem variado, mas h uma predominncia
de seriados, flmes, novelas, jornalismo, humor, msica, esporte, dese-
nhos, celebridades, oocas, reality shows, viagens, programas de audi-
trio, documentrios e at culinria.
Ponto positivo na TV entretenimento. Na TV voc tem de tudo, para quem
gosta de ver desenho, para quem gosta de ver srie, para quem gosta de v er
esporte, para quem gosta de ver jornal, informaes, para quem gosta de ver
lme, acho que tem todo tipo de entretenimento.
(Fem, 13 anos, classe A, SP)
Se as pessoas souberem usar a TV de modo correto, acredito que ela muito
importante. Existem programas que mostram a natureza, como o nosso
planeta, ecossistema. Muitos programas so verdadeiras aulas de cincias e
histria, acho que muito importante.
(Fem, 17 anos, classe A, RIB)
Os contedos que mais agradam esto relacionados a entretenimento e
inormao; os que menos agradam esbarram na apelao, no sensaciona-
lismo, na corrupo e na violncia. As crticas TV so muito ocadas no
contedo dos canais abertos, em especial aos canais que exploram exaus-
tivamente o mesmo tema seja uma catstroe, um crime, um aconteci-
mento poltico ou uma ooca de celebridade. Outra crtica diz respeito
percepo do poder de manipulao que a TV exerce sobre a opinio p-
blica, muitas vezes mostrando uma situao que no real.
A TV aberta se preocupa mais com a audincia e menos com contedo. A TV
fechada no, ela tem um respeito maior e preocupao em mostrar contedo.
(Masc, 20/24 anos, classe C, SP)
As novelas mostram pessoas que no fazem nada, no trabalham, s cur-
tem a vida, e isso no verdade. Da as pessoas assistem essas novelas e
falam: ah, tambm quero ser assim! Acho que tinha que mostrar mais a
realidade, como que o mundo. Essas novelas que s mostram as coisas
bonitas... isso irreal. Na novela todo mundo tem empregada domstica,
carro bacana, ningum anda de nibus.
(Masc, 19 anos, classe A, RIB)
Essa gerao est experimen tando um bom momento com o meio TV. No
s pela evoluo dos aparelhos de tela plana, como plasma, LCD, LED, com
diversos tamanhos de tela, mas principalmente pela quantidade de opes
de programas oerecidas pelos canais de assinatura. Vale lembrar que 33%
dos jovens tm TV por assinatura em casa (79% na classe A, 41% na classe
B, 23% na classe C).
Esse um momento e um lugar onde o jovem se emociona, conhece o
culturas, hbitos, lugares, e de onde ele sai sempre com a impresso
recebido algo mais.
No cinema voc aprende, conhece culturas de outros pases. Tem tam
os lmes indicados do Oscar. A voc v os indicados, como Avatar, G
ao Terror, que bem nacionalista, mas bem interessante. Eu adoro
cinema.
(Fem, 17 anos, classe A, RIB)
Os jovens se mostram sempre mais desejosos de ir ao cinema do qu
malmente vo. Para eles, esse um programa caro, porque vai al
preo do ingresso para incluir locomoo, pipoca e um lanche aps a se
Os ltimos lanamentos com tecnologia 3D no passaram desperceb
Todos citam a novidade e dizem que uma experincia obrigatria. pode ter contribudo para um leve crescimento no hbito de ir ao c
entre os jovens, que passou de 80% em 2008 para 83% em 2010.
Acredito que o bom cinema, como um bom livro, tem a capacidade de
os coraes dos jovens, se souber entender suas necessidades. Hoje, p
que o cinema tem dois caminhos, o lme pequeno, que fala mais fund
poucos, ou o lme evento, que vem com megamdia e aquele carim
tem que ver. Um dos baratos do cinema a possibilidade de compar
uma experincia, como se fosse um sonho coletivo. Nada mais atrat
que saber que uma tal experincia est sendo vivida por zilhares de pe
no planeta. Se todo mundo est sonhando com Crepsculo, quero ver
este sonho.(Diretor de cinema)
Muito tem sido alado sobre a variedade de telas que o jovem tem
posio para entretenimento e inormao: a tela do cinema, a da
viso, a do computador, a do celular. As telas ganharam o mundo e e
ligadas 24 horas por dia em lugares como elevadores de empresas,
pings, padarias, supermercados, nibus, metr, avies, aparelhos de
caixas eletrnicos e sistemas de segurana de shoppings e condom
Essa uma gerao apaixonada por telas, habituada a conviver com
gem e som e a receber continuamente inormao, histrias e emo
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A convergncia de game e cinema j uma realidade. A indstria de jo
em sintonia com os desejos dos jovens, est criando experincias r
em que possvel participar da ao fsicamente. o caso do Nintend
e das atraes de parques temticos dos estdios Disney/MGM e Univ
Studios, que combinam projeo de flmes com interatividade.
Se o MP3 mudou a orma de ouvir msica dessa gerao, o MP4, ou
de 5 gerao, conhecido como iPod Vdeo, mudou o hbito de con
dos vdeos. A Apple lanou o padro MP4 em 2005, oerecendo tela
ticolorida de cristal lquido e possibilitando a experincia de msica, v
flme e sries no sistema Portable On Demand. Desde o lanamen
iPod, muitos concorrentes lanaram produtos similares, populariza
MP4. Hoje, 56% dos jovens brasileiros tm um aparelho MP3/MP4
sivo e 55% tm MP3/MP4 no celular: msicas e vdeos preeridos na p
da mo, para serem consumidos em qualquer hora e lugar.
Sabendo que essa gerao vive tambm a era das telas, e pensand
crescente hbito dos jovens de assistirem vdeos em outras telas al
TV convencional, este estudo investigou quais os tipos de vdeos que
costumam assistir e quais os tipos e tamanhos de telas em que pre
assisti-los.
Console conectado TV (Playstation, Xbox, Wii)
Computador on-line (na internet)
Computador sem estar na internet
Portteis (PSP / Nintendo)
MP3 / MP4
Celular
40
28
23
21
4
4
Alm das telas j mencionadas, duas outras tambm so muito impor-
tantes para essa gerao de jovens: a tela dos consoles de games e a dos
aparelhos de MP3 e MP4 .
60% dos jovens declaram o hbito de jogar games em diversas plataor-
mas: consoles conectados a TVs, celulares, MP4, arcades, computadores
o-line e on-line, nos sites especializados em games e at nos sites de
relacionamento.
Os games relaxam, aliviam o stress, esvaziam a cabea e, ao mesmo tem-
po, so uma orma de socializar e encontrar com os amigos, seja pe ssoal ou
virtualmente. uma orma de distrao, passatempo e escapismo.
Para os jovens, outro benecio do game o de provocar uma evoluo
na mente do jogador. um exerccio mental, de inteligncia, de treino de
ateno, de concentrao e de criatividade. Essa gerao considera posi-
tivo poder evoluir a capacidade e agilidade mental ao mesmo tempo que
se diverte. Eles tambm mencionam o poder de aprimorar o ingls, j que
muitos jogos so estrangeiros e podem ser jogados on-line com pessoas
de outros pases.
Apesar do principal, que a questo do lazer, tambm ajuda a criar con-
centrao, raciocnio lgico, criatividade, acho que principalmente isso.
(Masc,16 anos, classe B, SP)
Gosto de games inteligentes, com estratgia, RPG, essas coisas. Adoro
game de futebol, corrida.(Masc,17 anos, classe B, REC)
Foi-se o tempo em que game era um territrio exclusivamente mascu-
lino; 45% das meninas e das jovens mulheres entrevistadas tambm cos-
tumam jogar games.
Gosto de um joguinho que tem na internet que se chama Letroca. Esse jogo
para raciocnio, as letras esto embaralhadas e voc tem que formar um
nmero mximo de palavras. Eu jogo noite, uma vez por semana jogo.
muito interessante porque voc acaba usando o raciocnio.(Fem, 17 anos,
classe A, RIB)
Nesse universo, ser viciado no negativo, apenas traduz a paixo por
jogar. Nesse sentido, os meninos mais novos, de 12 a 17 anos, so os mais
apaixonados e preerem os gneros utebol, corrida de carros e motos, lu-
tas, jogos de cartas, msica, estratgia, memria e jogos de personagens.
Os pais tm menos restries ao tempo que seus flhos passam jogando
do que ao tempo que fcam ao computador. Alis, muitos pais tambm
jogam com requncia. Na viso deles, os games so uma alternativa de
lazer para os flhos que no podem brincar na rua nas grandes cidades.
No so s eles que gostam de games, eu tambm gosto. Eu tambm jogo.
Eu jogo muito futebol, o menor vidrado em futebol, e, com meu outro lho,
os jogos de corridas, eu sempre jogo com eles.
(Pai internauta)
A plataorma mais usada para os games o console conectado tela de
uma televiso.
Onde costumam jogarBase:total daamostra(%)
Grco 11
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A tela da TV convencional ainda a preerida para assistir:
_ programas de TV exibidos normalmente durante a programao;
_ programas de TV gravados em DVD (flmes, seriados, shows, documentrios);
_ programas pay-per-view (lanamentos de flmes e transmisses esportivas);
_ programas que eles prprios gravam para ver depois;
_ qualquer tipo de vdeo com mais de 30 minutos de durao.
15% dos jovens tm o hbito de conectar o computador a uma tela de TV para
navegao e para assistir programao on-line.
J a tela do computador, de mesa ou notebook, a preerida para:
_ vdeos postados por outros jovens;
_ vdeos curtos, de 30 segundos a 30 minutos;
_ vdeos on-line de sites como Hulu e Netix;
_ vdeos que eles baixam (pagos)
Os jovens se interessam por meios que eles possam tocar, controlar, intera-
gir. Nas telas eles tm todos os tipos de lmes, games, vdeos, chats. O jo-
vem quer entretenimento, no importa de onde venha o contedo.
(Chris Anderson, editor da revista Wired Magazine e autor do livro
Long Tail)
Quando se ala de mdia jovem, o mundo das telas e dos meios eletrnicos
muito dinmico e pulsante: parece que nada mais existe. muito comum
ver estudos sobre o tema azerem previses e a apologia da extino de
alguns meios, especialmente da comunicao impressa em papel.
Este estudo mostrou que para discorrer sobre o hbito de leitura entre
os jovens, preciso ter critrio. H duas correntes de pensamento: a dos
que dizem que o jovem no gosta de ler e a dos que dizem que, depois da
internet, nunca o jovem leu e escreveu tanto.
Para os proessores e profssionais que trabalham com jovens, existe uma
diminuio dos leitores em geral e no apenas entre os jovens. Alm
disso, eles afrmam que essa tendncia, no Brasil, independe da internet e
est mais ligada a cultura, hbito, tradio, condio fna nceira e educao.
Na verdade, muitos desses profssionais acham que, com a internet, um
estudante de qualquer classe social pode consultar, ou at encomendar,
um livro de autor estrangeiro que possa ajudar nos estudos, por exemplo.
Querendo ou no, a internet est fazendo com que mais pessoas leiam
mais, de verdade, porque no sei, se no tivesse internet, se os jovens leri-
am mais. No sei, se no tivesse internet eles leriam mais livros? Ento me
parece que a internet tem ampliado algumas leituras por parte dos jovens.
(Psicloga de adolescentes)
Hoje eu tenho acesso a todos os artigos cientcos que esto send
blicados em qualquer parte do mundo pela internet. Antigamente ach
tinha que pedir pelo correio, nem sei como eu faria. No sei se eu conse
trabalhar nessa tese.
(Fem, 26 anos, classe B, REC fazendo mestrado em biologia na U
sidade Federal)
Tem aluno que diz que quer ler a verso original de Cervantes e que d
portncia para esse livro. Tenho uma aluna que s gosta dos clssicos
nacionais. E ns temos tambm aquele tipo de aluno que entra aqui
pra que ler livro?
(Professora escola pblica responsvel pela sala de leitura)
Ttulos como Crepsculo, Eclipse, Lua Nova e Amanhecer, ao lado da
de Harry Potter e de Querido Dirio Otrio, no apenas oram lidos p
parte dos jovens entrevistados, como tambm surgem como tema d
versas entre eles.
Quase todo mundo leu Crepsculo. Todo mundo comea a conversar
isso e quem no leu vai ler o livro pra conversar, nem que seja o resum
internet. Tem o lme e tem o livro. Acho legal fazer os dois, principalm
pra se aprofundar na histria.
(Fem 15/17 anos, classe A, SP)
Portanto, no podemos generalizar: existem jovens e jovens. 44%
declaram gostar de ler livros no-acadmicos, enquanto 28% af
que no gostam de ler seja livro, revista ou jornal.
Programas de TV exibidos duranteprogramao das emissoras
Vdeos on-line postados porpessoas como eu
Programas de TV gravados em DVD
Vdeos com mais de 30 minutos
Vdeos de 3 a 6 minutos
Vdeos de at 30 segundos
Vdeos de 15 a 30 minutos
Vdeos on-line postados por empresasprodutoras de flmes
Programas pay-per-view
Vdeo on-line de sites comoHulu.com, Netix, etc
Vdeos que voc paga para azer download(ex.: iTunes, Xbox)
Vdeos de 6 a 15 minutos
Programao de TV que voc mesmograva para ver depois
Vdeos de 30 segundos a 3 minutos
97
52
51
41
40
39
38
36
34
36
28
21
17
14
Ler notcias na internet
Ler jornais impressos
Ler revista impressa
Ler livros no-acadmicos
Ler revista na internet
32
26
22 31
25
32
13
18
26
38242316
14 19 17 50
20
31
25
Sempre De vez em quando Raramente Nunca
Tipos de vdeos que costuma assistirBase:total daamostra(%)
Hbito de leituraBase:total daamostra(%)
Grco 12
Grco 13
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No caso das notcias, a migrao do impresso para a internet j aconteceu
para 6 em cada 10 jovens. Ler notcias no papel mais eventual, geral-
mente nos fns de semana, para dar uma olhada nas sees de esporte,
lazer, classifcados de empregos e compras. Eles leem os jornais dos pais e
avs, para dar uma olhada, quando no tm outro meio disponvel.
Mas existe o jovem que gosta de ler o jornal impresso: 26% afrmam que
o leem sempre. Em algumas cidades, esse hbito cresce ainda mais, re-
orando o pensamento de que tambm a leitura do jornal uma questo
de hbito. No Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Porto Alegre, 4 em
cada 10 jovens tm por hbito ler sempre o jornal impresso.
Alguns motivos para o aastamento em relao a esse meio dizem respei-
to ao tamanho muito grande das olhas, que fcam diceis de manusear,
tinta, que tem odor orte e suja as mos, chegando a dar alergia em algu-
mas pessoas, e ao ato de o jornal ter muitas sees, matrias com muito
texto e inormaes atrasadas em relao ao que est on-line.
O jornal grande, difcil de mexer, suja, rasga fcil, difcil, desajeitado para
ler porque muito grande. =
(Masc, 17 anos, classe A, SP)
Uma poca assinei o jornal pra minha lha fazer trabalhos para a escola.
Ela s via a parte de poltica, que era a parte para a escola. Mas sentar pra
ler, nunca. O que eles reclamam muito o formato do jornal, o tamanho dos
textos, eles reclamam at da sujeira que ca na mo. Mas eu gosto de ler e
sempre compro.
(Me)
J para os que gostam do jornal impresso, um dos atrativos so exata-
mente os textos longos e completos.
Pra mim, o jornal voc pega uma notcia, ela vai ter incio, meio e m.
completo.
(Fem, 18/21 anos, classe B, SP)
No geral, os jovens no ousam contestar a qualidade das notcias, a se-
riedade e a confabilidade do jornal impresso. Demonstram respeito pelo
jornal, e h at sentimento de culpa por parte dos que gostariam de ser
mais interessados em ler, pois consideram o jornal um meio importante,
que traz qualidade de inormao, iseno de opinies e conhecimento.
O legal no jornal que tem a opinio de vrias pessoas, no um nico
jornalista que escreve. Na TV, tem a mo de um que aprova tudo e vira s um
ponto de vista. Mas o jornal feito para pessoas mais velhas, acostumadas
a esperar pelo jornal de manh. Se a gente quer ver u ma notcia, vai logo na
internet ou TV, mais rpido.
(Fem, 15/17 anos, classe A, SP)
Os jornais gratuitos distribudos em algumas cidades brasileiras atendem
a uma demanda dessa gerao, trazendo um ormato mais compacto e
notcias mais curtas, quase no padro de uma revista: excelente para ler
no metr ou nibus, com a vantagem de no ter custo.
A revista considerada um excelente passatempo entre os jovens. Uma
boa companhia para relaxar ou esperar o tempo passar em qualquer lugar
Nenhum meio tem mais portabilidade do que a revista, que no requer fos
ou baterias: nibus, metr, cabeleireiro, casa dos amigos, salas de espera,
trabalho e banheiro so os locais onde mais costumam ler revistas.
Para o jovem, o principal benecio da revista ter a inormao que eles
querem de maneira mais completa, detalhada, ilustrada, com entrevistas
e opinies de especialistas. a orma que eles tm de se aproundar nos
temas e acontecimentos que outros meios apresentam de orma mais
superfcial.
A revista voc leva pra onde quiser. Tudo bem que o celular voc leva, mas a
revista voc tem uma imagem grande, voc v a foto. No d pra levar note-
book em qualquer lugar, voc vai na sua casa do interior, no pega o telefone,
no tem internet, a voc pega uma revista e l.
(Masc, 26/30 anos, classe A, SP)
Eles reconhecem a segmentao e a especializao dos ttulos como outro
benecio, j que atende necessidade individual de cada um, respeitando
seus campos de interesse e lhes dando opo de escolha.
Voc consegue ter vrias matrias do que gosta num s lugar. Tudo bem
explicado. No meia dzia de palavras. Voc tem revistas destinadas a cada
pblico.
(Fem, 13 anos, classe B, RJ)
Outro ator positivo a beleza das otos e da revista em si. O jovem res-
salta que, por ser escrita p