6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa;...
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6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE NOVA
DE LISBOA
ANO LETIVO 2018/2019
REGENTE: PROFESSOR DOUTOR RUI MAIO
ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR ALBINO MAIA
ANA RUI GRILO DE SOUSA PINTO
ALUNA Nº 2013096
LISBOA, JUNHO 2019
II
"A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe
permitam prática profissional. Requer cultura, sem o que a sua compreensão do indivíduo doente será sempre
limitada; formação científica sólida, sem o que não dominará as razões da sua actuação e não poderá
progredir e inovar; impõe sentido ético e moral e interesse pelo próximo, sem o que não poderá apreender e
viver o espírito de serviço que deve ser o paradigma da sua profissão.”
In O Licenciado Médico em Portugal
Professor Doutor José Fernandes e Fernandes, 2005
“A Medicina Científica” (1906) – Veloso Salgado (Sala dos Actos, FCM – UNL)
III
INDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 4
2. OBJETIVOS GLOBAIS E ESPECÍFICOS DOS ESTÁGIOS PARCELARES .................................................................... 4
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................................ 5
3.1 Estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar ......................................................................................... 5
3.2 Estágio parcelar de Pediatria .................................................................................................................... 5
3.3 Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia .......................................................................................... 6
3.4 Estágio parcelar de Saúde Mental ............................................................................................................ 6
3.5 Estágio parcelar de Medicina Interna ....................................................................................................... 7
3.6 Estágio parcelar de Cirurgia Geral ............................................................................................................. 8
3.7 Estágio clínico opcional em Anestesiologia .............................................................................................. 8
3.8 Atividades extracurriculares ..................................................................................................................... 9
4. Análise Crítica .................................................................................................................................................... 9
5. Anexos ............................................................................................................................................................. 12
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1. INTRODUÇÃO
O estágio profissionalizante é uma unidade curricular (UC) estruturada em vários estágios parcelares, em
sistema de rotação nas diferentes áreas clínicas e que inclui uma prova pública de discussão do relatório final
de estágio, permitindo que o estudante obtenha o grau de mestre. Os seis estágios parcelares que constituem
o estágio profissionalizante são: Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde
Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral.
Assim, a elaboração do presente relatório decorreu no âmbito da UC “Estágio profissionalizante”, do 6º ano
do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, ano
curricular 2018/2019.
Este relatório tem como finalidade a análise e síntese das atividades desenvolvidas ao longo do 6º ano do
curso, bem como a elaboração de uma análise crítica acerca do mesmo.
Encontra-se organizado em cinco partes: Introdução, Objetivos Globais e Específicos dos estágios parcelares,
Descrição das Atividades Desenvolvidas, Análise Crítica e Anexos.
2. OBJETIVOS GLOBAIS E ESPECÍFICOS DOS ESTÁGIOS PARCELARES
Embora cada estágio parcelar tenha os seus objetivos específicos bem definidos, associados à área de
conhecimento referente ao estágio, existem alguns objetivos globais que são transversais a todos eles, e que
considero mais importantes, nomeadamente:
- Adquirir competências teóricas e saber aplicá-las na prática clínica diária, num processo de constante
progresso e desenvolvimento de capacidades teóricas e práticas;
- Desenvolver capacidades de comunicação e interpessoais e aprender a trabalhar em equipa;
- Aprender a lidar com os utentes, respeitando os seus direitos e a sua vontade, bem como lidar com os seus
familiares;
- Ser proativo no que respeita ao desenvolvimento das competências pessoais inerentes à profissão médica,
nomeadamente no que se refere à integridade, responsabilidade e interesse pela valorização pessoal e
reconhecendo a importância da formação médica ao longo da vida.
Relativamente aos objetivos pessoais, defini quatro principais objetivos para o 6º ano.
O primeiro foi aproveitar ao máximo todos as experiências para aprender, esclarecer dúvidas com os meus
tutores, validando assim o meu raciocínio clínico no sentido de adquirir alguma autonomia e autoconfiança,
enquanto futura médica.
O segundo incidiu no desenvolvimento de um espírito crítico em todas as atividades clínicas que observei.
O terceiro pretendeu trabalhar na capacidade de conciliar os estágios com o estudo de preparação para a
Prova Nacional de Seriação (PNS), mas também com a minha vida pessoal, nomeadamente com a realização
de atividade física, entre outras atividades que contribuem para o meu bem-estar.
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Sendo eu militar, o quarto e último objetivo pessoal que defini foi a participação em congressos que
complementassem a minha formação na área da Emergência Médica, pela qual tenho grande interesse e que
poderá vir a ser bastante útil num futuro próximo.
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Nesta secção, farei uma descrição sumária acerca das principais atividades clínicas desenvolvidas, por ordem
cronológica, em cada estágio parcelar realizado, bem como acerca das atividades extracurriculares.
Considero que o estágio clínico opcional foi um elemento fundamental na minha formação, razão pela qual
optei por inclui-lo nesta seção.
3.1 Estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar
Este estágio decorreu no período de 10 de Setembro a 5 de Outubro de 2018, na USF Dafundo, sob a
orientação da Dra. Ana Margarida Levy.
Assisti a consultas médicas e de enfermagem nas áreas da Saúde do Adulto, Saúde Materna, Planeamento
familiar e Saúde Infantil e Juvenil, tendo participado nestas consultas através da realização do exame objetivo
(medição de parâmetros vitais, auscultação cardiopulmonar, medição da altura uterina e auscultação do foco
cardíaco fetal, exame ao recém-nascido, exame ginecológico, entre outros). Também participei nas consultas
domiciliárias. Assisti a um total de 145 consultas.
Na última semana de estágio, tive a oportunidade de realizar algumas consultas abertas com a supervisão da
minha tutora (colheita de anamnese, realização de exame objetivo, proposta do diagnóstico que considerei
mais provável e respetiva terapêutica). Assim, considero que cumpri um dos objetivos, na medida em que
melhorei as minhas capacidades de comunicação com o utente e familiares e adquiri alguma autonomia e
autoconfiança.
Para além disso, desenvolvi novas capacidades como elaborar o registo da consulta (SOAP) e familiarizar-me
com o sistema informático aquando da prescrição dos exames complementares diagnóstico, terapêutica e
declarações médicas.
3.2 Estágio parcelar de Pediatria
Realizei este estágio no Hospital D. Estefânia (HDE), no período de 8 a 31 de Outubro de 2018, sob a
orientação da Dra. Ana Casimiro.
Assisti a um total de 38 consultas nas áreas de Pneumologia, Imunoalergologia, Nefrologia, Hematologia e
Medicina do viajante. A maioria foram consultas de Pneumologia, onde contactei essencialmente com
doentes com patologia pulmonar crónica, nomeadamente com síndromes genéticos e malformações raras,
a maioria com necessidade de ventilação não invasiva.
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A minha passagem pelo Serviço de Urgência do HDE constituiu um dos aspetos mais importantes na minha
formação já que permitiu o contacto com as patologias mais frequentemente observadas em Pediatria Geral.
Participei num Workshop de simulação em emergência pediátrica, o qual foi bastante interessante e
produtivo, já que tive a oportunidade de colocar em prática alguns dos conhecimentos teóricos previamente
adquiridos e, assim, sedimentá-los.
Para além disso, elaborei e apresentei uma história clínica e no último dia de estágio e realizei uma
apresentação clínica referente ao tema “Viajar com crianças”.
3.3 Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia
No Hospital de Vila Franca de Xira, de 5 a 30 de Novembro de 2018, realizei o estágio de Ginecologia e
Obstetrícia, sob a orientação da Dra. Rita Passarinho e da Dra. Raquel Robalo.
Na área da Obstetrícia, assisti a consultas de diagnóstico pré-natal e a consultas destinadas a grávidas com
diabetes gestacional e patologia tiroideia, bem como grávidas adolescentes e gravidezes gemelares.
Na área da Ginecologia, para além das consultas de Ginecologia no geral, assisti também a consultas de
patologia do colo e de patologia do pavimento pélvico. Ainda neste contexto, realizei exame ginecológico e
colpocitologias. Na totalidade participei em 50 consultas.
Para além disso, observei a realização de ecografias ginecológicas e obstétricas, histeroscopias, colposcopias,
tratamentos de lesões do colo do útero e procedimentos cirúrgicos no bloco operatório, tais como
histerectomia por via laparoscópica.
Também acompanhei as minhas tutoras, uma vez por semana, no Serviço de Urgência, sendo que as
patologias mais frequentemente observadas foram o aborto espontâneo, a gravidez ectópica e as
vulvovaginites.
Tive a oportunidade de observar seis partos, incluindo partos eutócicos e distócicos e também assisti a um
parto complicado de prolapso de cordão umbilical, que se trata de uma emergência obstétrica.
Assisti a 9 cesarianas, tendo participado como ajudante em 3 delas.
No último dia de estágio, apresentei uma sessão clínica intitulada “Gravidez na adolescência”.
3.4 Estágio parcelar de Saúde Mental
O estágio de Saúde Mental realizou-se no Hospital Júlio de Matos – Clínica da Juventude (Pedopsiquiatria),
no período de 3 de Dezembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019.
Acompanhei o meu tutor, o Dr. Henrique Pereira, nas consultas de Pedopsiquiatria, assistindo a um total de
23 consultas. Estas consistiam, essencialmente, em consultas de seguimento de patologias psiquiátricas mais
frequentes no adolescente, tais como a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA),
Perturbação de oposição, Perturbações do humor, Ansiedade generalizada, Fobias e Depressão.
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Constatei que estas patologias estão frequentemente associadas ao insucesso e abandono escolar e,
consequentemente, a um défice significativo no funcionamento pessoal, escolar, familiar e social e que a
abordagem terapêutica destas perturbações tem um impacto positivo muito significativo na vida dos
adolescentes.
Também acompanhei o meu tutor no Serviço de Urgência do HDE, onde aprendi as particularidades da
entrevista clínica psiquiátrica em contexto de urgência, nomeadamente em adolescentes com
comportamentos auto-lesivos ou ideação suicida. Ainda no contexto de urgência, tive a oportunidade de
realizar uma história clínica.
3.5 Estágio parcelar de Medicina Interna
De 21 de Janeiro a 15 de Março de 2019, no Hospital das Forças Armadas (HFAR), realizei o estágio de
Medicina Interna (MI), sob a orientação da Dra. Ana Suarez.
Na enfermaria, fazia a observação clínica de alguns doentes diariamente, o que contribuiu bastante para o
desenvolvimento da minha capacidade de autonomia. A discussão diária com a minha tutora sobre os casos
clínicos dos doentes foi uma mais-valia para o meu raciocínio clínico, para além de que, recorrendo à consulta
de artigos científicos e discutindo alguns assuntos teóricos, foi possível implementar uma prática baseada na
evidência. Também elaborei duas histórias clínicas e uma nota de entrada.
Ainda na sequência da minha passagem pela enfermaria, dois dos doentes que acompanhei faleceram, e esse
facto contribuiu para a aprendizagem em lidar com o declínio progressivo do estado clínico destes doentes
até à sua morte, bem como formas de comunicar más notícias aos familiares.
Para além disso, acompanhei a minha tutora na consulta externa durante uma manhã, tendo assistido a um
total de 4 consultas.
Assisti aos “Jornal Clubs” que eram apresentados semanalmente e apresentei alguns casos clínicos na reunião
semanal onde se discutiam os casos de doentes internados.
Durante o estágio, foram ministradas oito sessões teóricas sobre temas de maior relevância na área da MI,
como: novos anticoagulantes, pneumonias, diarreia, prescrição de antibióticos e interações
medicamentosas, coma, síndrome febril indeterminado e eletrocardiografia. Estas sessões permitiram
relembrar alguns conceitos teóricos mais importantes e integrá-los com a prática clínica diária na enfermaria.
Também pude visitar o Centro de Medicina Aeronáutica, o Centro de Epidemiologia e Intervenção Preventiva
e o Centro de Medicina subaquática e hiperbárica.
A minha participação no Serviço de Urgência, no Hospital de S. José, permitiu-me cimentar alguns
conhecimentos relativamente às patologias mais frequentemente observadas na MI, em contexto de
urgência.
No último dia de estágio, apresentei um caso clínico intitulado “Síndrome Febril indeterminado”.
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3.6 Estágio parcelar de Cirurgia Geral
Este estágio decorreu no período de 18 de Março a 17 de Maio de 2019.
Durante a primeira semana, no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), foram ministradas aulas teóricas e o curso
TEAM- Trauma Evaluation and Management (Anexo A), no qual tive a oportunidade de participar em
simulações relacionadas com os temas: abordagem da via aérea e ventilação, choque e acessos vasculares,
imobilizações e trauma vertebro medular e radiografia torácica no trauma grave.
No restante período de estágio, acompanhei os meus tutores (Dra. Catarina Pinho e restante equipa) no
Hospital das Forças Armadas em diversas atividades clínicas.
Na totalidade assisti/participei num total de 19 Cirurgias (tendo colaborado como 2º ajudante em 5 cirurgias),
sendo que a intervenção cirúrgica mais observada foi a hernioplastia inguinal por via aberta. Na área da
Anestesiologia, observei entubações orotraqueais/colocação de máscara laríngea e pude também realizar a
introdução de cateteres urinários e colocação de sondas nasogástricas.
Na enfermaria realizei notas de admissão, exame objetivo aos doentes no período pós-operatório e notas de
alta.
Também participei na consulta externa (assisti um total de 25 consultas) e na pequena cirurgia tive a
oportunidade de praticar técnicas de sutura.
Assisti a uma reunião de decisão terapêutica, onde adquiri uma melhor compreensão da complexidade de
alguns casos de doentes oncológicos e da importância da multidisciplinariedade entre as diversas
especialidades cirúrgicas e a Oncologia médica.
No último dia de estágio, no Minicongresso de Cirurgia Geral no HBA, realizei a apresentação de um caso
clínico referente a um doente que esteve nos Cuidados intensivos, intitulado “Um caso SPLEENdido”.
3.7 Estágio clínico opcional em Anestesiologia
No período de 20 a 31 de Maio de 2019, realizei o estágio clínico opcional em Anestesiologia no Hospital de
São João (Porto). Esta escolha prendeu-se com o facto de apenas ter tido contacto com esta especialidade
durante um curto período de tempo no 4º ano do curso de Medicina e pelo facto de se tratar de uma
especialidade pela qual tenho grande interesse.
Acompanhei o meu tutor (Dr. Nuno Landeiro) no Bloco Operatório, tendo tido a oportunidade de realizar
alguns procedimentos como monitorizar e ventilar o doente, colocar máscara laríngea e realizar gasometrias
arteriais. Ainda no bloco operatório, tive contacto com a anestesiologia pediátrica na área da Ortopedia
infantil, tendo também observado a técnica de raquianestesia e de bloqueio de nervos periféricos.
Também integrei a equipa de Anestesiologia no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, tendo observado a
realização da técnica de epidural.
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Durante dois dias, integrei a Unidade de Dor Aguda (tendo assistido a um total de 15 visitas aos utentes) e a
Unidade da Dor Crónica (tendo assistido a um total de 10 consultas).
Para além disso, acompanhei os anestesiologistas durante um dia no Serviço de Urgência, onde participei na
anestesia de doentes com indicação cirúrgica urgente.
A minha participação neste estágio foi fundamental, na medida em que veio fortalecer o meu interesse pela
especialidade.
3.8 Atividades extracurriculares
Relativamente às atividades extracurriculares realizadas ao longo do 6º ano, optei por participar em dois
congressos cujos temas são particularmente importantes para mim, como militar.
O primeiro congresso versou sobre o tema “Medicina de Catástrofe” (Anexo B) e contou com a presença de
muitos militares, a grande maioria da área da Saúde, e com vários elementos da Proteção Civil.
O segundo congresso no qual participei, o “International Congress on Emergency” (Anexo C), constituiu uma
mais valia na minha formação, na medida em que me permitiu sedimentar alguns conhecimentos teóricos
na área da Emergência, incluindo situações de Emergência pediátrica e na mulher grávida. Também abordou
alguns conceitos relativos ao Suporte Avançado de Vida, que é um tema pelo qual tenho interesse e cujo
curso gostaria de realizar num futuro próximo.
Para além disso, assisti a uma palestra na Faculdade de Ciências Médicas, denominada “NeuroDay” (Anexo
D), que abordou as principais patologias neurológicas no SU, nomeadamente o AVC.
Acrescento ainda nos anexos, os certificados de participação em algumas atividades e estágios clínicos,
realizados ao longo do curso, e que considerei mais relevantes na minha formação (Anexos E e F).
4. ANÁLISE CRÍTICA
Analisando globalmente o meu percurso durante o 6º ano, considero que fui capaz de concretizar os
objetivos gerais previstos para os estágios, bem como os meus objetivos pessoais.
De acordo com a publicação “O Licenciado Médico em Portugal”1, existem algumas competências definidas
na formação médica pré-graduada. Após a realização da minha autoavaliação (no Anexo G), concluo que fui
capaz de desenvolver a maioria dessas competências ao longo dos estágios. Uma dessas competências
previstas refere-se à capacidade de interagir com outros profissionais envolvidos no tratamento do doente
mediante um trabalho de equipa eficaz e demonstrar capacidade para trabalhar como líder, ou como
1 Victorino R, Jollie C, McKimm J (2005). O Licenciado Médico em Portugal. Core Graduates Learning Outcomes
Project. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa.
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membro de uma equipa multidisciplinar de cuidados de saúde. Assim, considero que a minha formação na
Academia Militar complementou a do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas, nomeadamente
na aquisição de competências de liderança, através da UC de “Ética e Liderança”.
Creio que o objetivo pessoal mais difícil de atingir foi a conciliação dos estágios com a preparação para a PNS
e com a minha vida pessoal.
Relativamente aos estágios clínicos, gostaria de realçar o facto de, em quase todos, haver um rácio de apenas
1 a 2 alunos por tutor, o que foi bastante benéfico para a minha aprendizagem.
O facto da Faculdade de Ciências Médicas permitir aos alunos o contacto precoce, em anos anteriores, com
estágios clínicos, também foi fundamental para que, no 6º ano, já me sentisse mais confiante nas minhas
capacidades aquando da realização de alguns procedimentos nos estágios.
Sendo eu militar, num futuro próximo, prestarei apoio como médica nas unidades militares, onde contactarei
com as principais patologias que um Médico de Medicina Geral e familiar (MGF) habitualmente contacta.
Assim, destaco como um grande benefício para mim o estágio de MGF. Provavelmente também terei de
prestar algum apoio no Serviço de Urgência do HFAR, independentemente da especialidade que venha a
adquirir, pelo que tentei tirar o máximo proveito da minha passagem pelo SU do HSJ durante o estágio de
Medicina Interna.
Ainda relativamente aos estágios de MI e de MGF, aproveito para realçar o facto de que foram os estágios
onde participei de forma mais proactiva e autónoma, através da realização de consultas em MGF e da
observação diária dos doentes na enfermaria em MI, com a supervisão das minhas tutoras. A meu ver,
aprendemos muito mais quando somos nós a tomar as decisões, e o exercício de dar autonomia aos alunos,
acompanhando o seu raciocínio, corrigindo-os e validando-os é, indubitavelmente, uma técnica de ensino
muito importante.
Destaco também, como fundamentais para a minha formação como médica militar e já que poderei realizar
missões internacionais no futuro, a visita ao Centro de Epidemiologia e Intervenção Preventiva no HFAR, em
que aprendi, de forma sumária, como é feito o aprontamento da força que vai em missão (na sua vertente
clínica). Na visita ao Centro de Medicina Aeronáutica/ Secção de treino fisiológico aprendi alguns conceitos
básicos na área da fisiologia do voo e da Medicina Aeronáutica. No Centro de Medicina Subaquática e
Hiperbárica, pude conhecer a camara hiperbárica e as suas principais indicações e contraindicações médicas.
Em Cirurgia Geral, saliento como aspeto mais positivo a possibilidade de participar em algumas cirurgias
como 2º ajudante e a prática de suturas na pequena cirurgia.
Ainda no contexto da eventual possibilidade de realizar uma missão num futuro próximo, saliento a
importância que o curso TEAM teve para mim, dado que em 2015 realizei um curso de TCCC- Tactical Combat
Casuality Care (Anexo H), que é um curso com conteúdos teóricos muito semelhantes aos do curso TEAM, e
por isso tive a oportunidade de relembrar esses mesmos conceitos teóricos.
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Como aspeto menos positivo, refiro o facto dos alunos que ficam colocados no HFAR não passarem pelo SU
de Cirurgia Geral, pelo que tive pouco contacto com as principais patologias cirúrgicas urgentes.
No estágio de Pediatria, gostei particularmente da possibilidade de os alunos praticarem simulações em
modelos no Workshop de Simulação em Emergência pediátrica, tal como se sucedeu no curso TEAM. Neste
sentido, aproveito para deixar uma sugestão de algo que seria muito benéfico para os estudantes de
Medicina, que é a existência de um Centro de Simulação de acesso permanente aos alunos, para que estes
pudessem praticar em modelos algumas técnicas médico-cirúrgicas.
No estágio de Ginecologia e Obstetrícia, tive duas tutoras, o que, a meu ver, constituiu uma mais-valia pois
permitiu-me contactar com diversas áreas de conhecimento dentro de uma especialidade que é muito
abrangente. Também tive a oportunidade de participar em algumas consultas, realizando o exame
ginecológico. Independentemente da especialidade que venha a obter, constituíram elementos
fundamentais na minha formação como futura médica, os conhecimentos que adquiri acerca da assistência
à grávida no Serviço de Urgência e a assistência ao parto normal.
Relativamente ao estágio de Psiquiatria, dado que me foi atribuído um tutor de Pedopsiquiatria, apenas tive
contacto com a área da Saúde Mental do adulto no estágio de MGF, contacto esse que considero escasso.
Assim, julgo que os alunos teriam mais aproveitamento se houvesse um sistema de rotação entre dois
tutores, por exemplo, realizando uma parte do estágio na área da Pedopsiquiatria e outra parte na área da
Psiquiatria dos adultos.
A possibilidade de realizar um estágio clínico opcional foi fundamental para orientar a minhas preferências
relativas à escolha da especialidade, na medida em que este estágio veio reforçar o meu gosto pela
especialidade de Anestesiologia.
Concluindo, fazendo o balanço geral do 6º ano, considero que este me permitiu crescer nas vertentes
profissional e pessoal. Mais do que os gestos e atitudes necessários à prática profissional, adquiri cultura e
valores éticos e morais.
Finalmente, gostaria de agradecer a todos os professores e tutores pelo seu esforço em partilhar os seus
conhecimentos, estimulando em nós um espirito crítico-reflexivo.
Em fase final do curso, estou mais sensibilizada para a importância do investimento na formação académica
dos estudantes, que serão os médicos do futuro.
Demonstro ainda o meu agrado e contentamento pela forma como abracei este árduo projeto, o curso de
Medicina, e manifesto a vontade e a perseverança que pretendo imprimir no percurso de ser médica e de
encarar novos desafios.
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5. ANEXOS
Anexo A- Certificado de Participação no Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management)
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Anexo B- Certificado de Participação no Congresso “Medicina de Catástrofe”
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Anexo C – Certificado de Participação no “International Congress on Emergency 2019”
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Anexo D – Certificado de Participação no “NeuroDay”
“
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Anexo E – Certificado de participação na Ação de formação de Eletrocardiografia básica
18
Anexo F – Certificado de participação num CEMEF (Curto estágio médico em férias) de Cirurgia Geral
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Anexo G – Autoavaliação de objetivos que o aluno deve concluir com sucesso na formação médica pré-
graduada
(Adaptação dos objetivos definidos de acordo com a publicação “Licenciado Médico em Portugal” –
Secção 3: Filosofia subjacente ao projeto, finalidades e objetivos da educação médica pré-graduada”)
MGF PED GO SM MI CG
1) Demonstra conhecimentos das ciências básicas e clínicas bem como as aptidões
necessárias ao exercício da Medicina sob supervisão. 1 1 1 1 1 1
2) Avalia os doentes e gere adequadamente os seus problemas médicos. 1 1 1 2 1 1
3) Utiliza uma abordagem biopsicossocial abrangente na avaliação e tratamento dos
doentes, que leve em consideração as suas crenças culturais, atitudes e
comportamentos.
1 1 1 1 1 1
4) Demonstra conhecer os conceitos fundamentais da prevenção da doença e
promoção da saúde a nível do doente individual e das populações, incorporando-
os, quando apropriado, nos planos de tratamento.
1 1 1 1 1 1
5) Comunica e interage eficazmente com os doentes, famílias, pessoal médico e
outros profissionais envolvidos na prestação de cuidados de saúde. 1 1 1 1 1 1
6) Aplica princípios éticos e standards a todos os aspetos da prática médica incluindo
o exercício dentro dos limites da sua própria competência de forma a garantir que
os doentes não sejam expostos a riscos desnecessários.
1 1 1 1 1 1
7) Demonstra comportamento profissional a nível pessoal e interpessoal. 1 1 1 1 1 1
8) Demonstra ter consciência da sua própria saúde e comportamentos bem como do
potencial impacto que estes podem ter nos doentes ou outras pessoas. 1 1 1 1 1 1
9) Utiliza eficazmente a tecnologia de informação, avalia e interpreta criticamente os
dados biomédicos na avaliação e seleção do melhor tratamento para o doente. 1 1 1 1 1 1
10) Demonstra aptidões de autoaprendizagem e investe nesta área mantendo-se
atualizado no campo da Medicina escolhido 1 1 1 1 1 1
11) Identifica e explora diferentes oportunidades para adquirir experiência e formação
em investigação. 1 1 1 1 1 1
12) Demonstra aptidões, atitudes e práticas próprias do docente competente no caso
de ter responsabilidades a nível do ensino ou da formação prática. 2 2 2 2 2 2
Legenda: 1- Cumpro o objetivo na totalidade; 2- Cumpro o objetivo parcialmente; 3- Não cumpro o objetivo
MGF: Medicina Geral e familiar; GO: Ginecologia e Obstetrícia; PED: Pediatria; SM: Saúde Mental; MI: Medicina Interna; CG:
Cirurgia Geral
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Anexo H – Certificado de participação do “Curso TCCC (Tactical Combat Casuality Care)”