6 BARBOSA, LUCIANO, 2016 Enfermagem - … · ô ì vhjxqgr judx rx whufhlur judx d h[whqvmr...
Transcript of 6 BARBOSA, LUCIANO, 2016 Enfermagem - … · ô ì vhjxqgr judx rx whufhlur judx d h[whqvmr...
Rev FacUnicamps Cien
79
INFECÇÕES EM QUEIMADURAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVASOBRE MEDIDAS PREVENTIVAS
BARBOSA, Nara Lucia Araujo1
LUCIANO, Cristiana da Costa2
RESUMOO objetivo do trabalho foi analisar as evidências científicas sobre infecções relacionadas a queimaduras e quaisas condutas preconizadas para a prevenção destas infecções. Foi utilizada a Revisão integrativa da Literaturacom o intuito de reunir, analisar e sintetizar os estudos existentes sobre a temática proposta. Os estudos foramrealizados por meio de busca on-line das produções científicas nacionais no período entre 2010 a 2016. A basede dados foi o LILACS, com os descritores Infecção, Infecção Hospitalar, Queimaduras, e Enfermagem, sendoselecionados 8 estudos. Os resultados obtidos após a análise evidenciaram que os preditores determinantes para aprevenção de infecções em pacientes queimados são conhecimento dos trabalhados da área de saúde, acerca dafisiologia da pele, quais os tipos de queimaduras, classificar uma queimadura, as formas de mensurar a ASCTqueimada, saber como ocorre o processo de infecção das lesões por queimaduras e o que aborda a assistência deenfermagem frente a um queimado. É de grande valia que os enfermeiros busquem atualizações e treinamentospara que haja maior conhecimento, uma vez que os resultados positivos dependeram das destrezas dosprofissionais e das condutas que poderão causar a sobrevida do indivíduo e assim garantir a eficácia sobre amelhora do paciente. Palavras-chave: Infecção. Infecção Hospitalar. Queimadura. Enfermagem.
ABSTRACTThe objective was to analyze the scientific evidence of infections related to burns and what the recommendedprocedures for preventing these infections. It was used Integrative review of the literature in order to gather,analyze and synthesize existing studies on the subject proposal. The studies were conducted through onlinesearch of national scientific production in the period from 2010 to 2016. The database was the LILACS, withdescriptors infection, Infection, Burns and nursing, and selected eight studies. The results obtained after theanalysis showed that the determining predictors for the prevention of infections in burn patients are aware ofworked in the health field about the physiology of the skin, what types of burns, classify a burn, the ways tomeasure the burnt ASCT , knowing how is the process of infection of burn injuries and that addresses thenursing care to a burned. It is of great value that nurses seek updates and training for greater knowledge, sincethe positive results depended on the skills of professionals and conduct that may cause the survival of theindividual and thus ensure the effectiveness of the patient improves.Keywords: Infection. Nosocomial Infection. Burns. Nursing.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde (MS) queimadura é uma ferida traumática
provocada pelo contato direto com calor, frio, corrente elétrica, radiação e produtos químicos
(BRASIL, 2012). Este agravo à saúde é considerado a segunda causa de morte de crianças no
Brasil e Estados Unidos, ocorrendo em ambiente doméstico provocado por escaldadura, sendo
considerado um grande problema de saúde pública (CRUZ, 2012).
Segundo Mota et al (2014) a queimadura pode atingir várias camadas do corpo,
podendo ocorrer destruição parcial ou total do sistema tegumentar e seus anexos, abrangendo
tecido subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
De acordo com a destruição do sistema tegumentar podemos avaliar a gravidade de uma
queimadura determinando a profundidade, ou seja, se a mesma se apresenta de primeiro grau,
1Graduanda curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Unida de Campinas-FacUnicamps. E-mail: [email protected], Mestre em Genética. da Faculdade Unida de Campinas-FacUnicamps. E-mail: [email protected]
80
segundo grau ou terceiro grau, a extensão referente à porcentagem da área de superfície
corporal total (ASCT), a idade da vítima e agente causador da doença pré-existente.
Frente à gravidade mencionada podemos destacar que a queimadura de terceiro grau é
grave ocasionado muitas vezes quadro de infecção ou sepse devido ao rompimento da
integridade da pele (MOTA et al., 2014).
Essas queimaduras graves necessitam de internação e correção cirúrgica, para evitar
infecções e liberação de toxinas derivadas do ferimento, bem como retirar tecidos inviáveis,
objetivando favorecer a cicatrização (MARQUES et al., 2015).
O paciente com queimadura é suscetível a agentes infecciosos, sendo predominantes
infecções de corrente sanguínea, pneumonia, infecção de cateter e infecção de ferida causadas
na grande maioria por Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa após sete dias
(MOTA et al., 2014).
Contudo, Rempel et al (2011) aborda que é necessário ofertar uma assistência a
pacientes portadores de queimadura com princípios básicos de higiene, para diminuir as taxas
de infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAs).
Assim essa revisão integrativa justifica-se pela necessidade de trabalhadores da área da
saúde (TAS) enfermeiro, possuir maior conhecimento a respeito da prevenção de infecção em
pacientes. Diante da questão exposta, surge-se o problema da investigação: Como ocorre o
desenvolvimento de infecção em queimaduras? E quais as condutas preconizadas pelos
autores sobre as medidas preventivas? Acredita-se que os TAS da enfermagem não estão
devidamente qualificados para prevenir o processo de infecção em pacientes queimados.
2 OBJETIVO
Analisar evidências científicas sobre infecções relacionadas às queimaduras e quais a
condutas preconizadas para a prevenção destas infecções.
3 REVISÃO DA LITERATURA
A pele é o órgão que reveste a parte exterior do corpo composta pela epiderme e
derme, ligada aos planos subjacentes por tecido celular subcutâneo, possuindo funções
relevantes, como a proteção contra agentes externos e termorregulação (FORTES et al., 2014;
REIS, 2013).
Quando a pele não consegue atuar com a sua função de proteção aos agentes externos,
podem ocorrer queimaduras de primeiro grau com espessura superficial, vermelhidão local,
dor, edema e atingindo a epiderme; ou de segundo grau, com espessura parcial, surgimento de
81
bolhas, dor intensa, atingindo a epiderme e derme, e terceiro grau com espessura total,
indolor, atingindo a hipoderme, músculos e ossos (NETTINA, 2012). (Figura 1).
Figura 1. Classificação das queimaduras quanto a profundidade.Fonte: http://fuiacampar.com.br/primeiros-socorros-para-queimaduras/
Quando a queimadura ocorre precisamos mensurar a ASCT queimada utilizando a
“regra dos noves” ou “Wallace”, sendo um esquema que divide a superfície corporal em
múltiplos de nove. Posteriormente a mensuração enquadramos a vítima quanto ao grau de
complexidade e o paciente é classificado em grande, médio e pequeno queimado (LIMA et
al., 2013).
Além da regra dos noves, também podemos utilizar a regra de Lund e Browder que é
um exame mais preciso em que avalia a ASCT queimada de acordo com a idade da vítima,
apresentando o percentual de acordo com a idade e crescimento do indivíduo, chegando a uma
estimativa mais precisa (MOREIRA et al., 2013) (Figura 2).
Figura 2. Esquema de Lund e Brownder.Fonte: http://sbqueimaduras.org.br/categoria/noticias/sbqueimaduras/page/10/
Frente ao acometimento da pele de um paciente queimado ocorre uma perda da proteção
podendo adquirir infecção, e os critérios diagnósticos não são confiáveis, pois as lesões por
queimaduras desencadeiam um estado de imunossupressão que leva a uma resposta
82
metabólica e fisiológica aguçada, causando hipertemia, leucocitose, taquipnéia e taquicardia
persistente, tornando complicado o diagnóstico de infecção e sepse (MOTA et al., 2014).
Há vários sítios de origem dos micro-organismos que desenvolve infecção ao local
lesionado pela queimadura, podendo ser pela microbiota do paciente e/ou meio hospitalar
devido aos cuidados da equipe multidisciplinar. Outros fatores também podem estar
associados ao desenvolvimento da infecção como a idade, extensão e profundidade da
queimadura, condição nutricional e doenças agregadas (SODRÉ et al., 2015).
4 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa, a qual requer a elaboração de uma síntese pautada
em distintos assuntos, capazes de criar uma ampla compreensão sobre o conhecimento, além
de sumarizar evidências científicas sobre as problemáticas (BOTELHO et al., 2011).
Para operacionalizar essa revisão integrativa foram utilizadas as seguintes etapas:
estabelecimento do objetivo, estabelecimento dos critérios para seleção da amostra, definição
das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, análise dos resultados,
apresentação e discussão.
O estudo foi realizado por meio de busca on-line das produções científicas nacionais
sobre como se dá o desenvolvimento de infecção e quais as medidas preventivas, no mês de
março 2016. A obtenção dos dados ocorreu através de buscas processadas por meio da base
de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)
utilizando os descritores em ciências da saúde (DECS); Infecção, Infecção hospitalar,
Queimaduras e Enfermagem, sendo verificados de forma isolada.
Os critérios para seleção da amostra foram: artigos publicados no Brasil, em português,
no período de 2010 a 2016 e que atendessem de maneira específica os objetivos do estudo. Os
critérios de exclusão foram: relato de experiência, artigos de reflexão, teses, dissertações,
editoriais e artigos que não responderam à pergunta norteadora. Após a seleção dos dados,
principiou-se a leitura do material por inúmeras vezes, a fim de evidenciar e delimitar qual a
contribuição para a ciência.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram localizados 8 artigos provenientes da busca no LILACS, sendo um (13%) foi
publicado em 2011, dois (25%) em 2012, três (37%) em 2013 e dois (25%) em 2014. Quanto
à abordagem de pesquisa, um (13%) era de abordagem quantitativa e sete (87%) de
abordagem qualitativa, conforme (Figura 3).
83
Figura 3. Relação das abordagens encontradas.
Os artigos foram avaliados e segregados de acordo com os assuntos relacionados às
temáticas do estudo. Após a leitura da síntese, realizou-se uma classificação de duas
temáticas, sendo cinco (63%) artigos para a assistência de enfermagem em pacientes
queimados e processo de colonização bacteriana em queimaduras, e três (37%) para medidas
preventivas de infecções em queimados (Figura 4).
O quadro 1 expõe os artigos divididos em suas temáticas, que foram incluídos de acordo
com os critérios de similaridades dos estudos abordados.
Quadro 1. Achados científicos abordados na pesquisa N° NOME DO ARTIGO AUTOR/ANO OBJETIVO EVIDÊNCIAS
CIENTÍFICAS
Temática 01 – Assistência de enfermagem em pacientes queimados e processo de colonização bacterianaem queimaduras
01
Assistência de enfermagemcom pacientes queimados.
Oliveiraet, al., 2012.
Analisar produções científicas, publicadas on-line em periódicos nacionais, comAbordagem
Lesões por queimaduras, além do comprometimento corporal, ocasionammuita dor, sequelas irreversíveis, transtorno emocional tanto
84
relacionada à
assistência de
enfermagem com
pacientes
queimados.
ao paciente quanto à família. Nesse contexto, faz-se necessária a assistênciade enfermagem adequada, contínua e com ética profissional.
0
2
O sentimento e a assistência de
enfermagem perante um grande
queimado.
Pintoet al., 2014.
Conhecer osentimento doprofissional deenfermagem e aassistência deenfermagem a umgrande queimado.
Conclui-se que osprofissionais deenfermagem precisam sepreparar técnica-cientificamente paraprestar assistência aocliente, minimizando,assim, seu estado desofrimento diante docuidado.
0
3
Uso de matriz dérmicaassociado ao curativo porpressão negativa na abordagemda contratura em pacientesqueimados.
Condutaet al., 2012.
Demonstrar o uso damatriz dérmicaartificial associadoa terapia por pressãonegativa notratamento desequelas dequeimaduras.
O uso da matriz deregeneração dérmicaassociado a terapia porpressão negativa promovemaior taxa de sucesso naabordagem da contraturacicatricial, proporcionandomelhor resultado tantofuncional como estéticonos pacientes com sequelasgraves de queimadura.
0
4
Colonização bacteriana nasprimeiras 24 horas dasqueimaduras.
Gonella,et al., 2014.
Analisarqualitativamente amicrobiotacolonizadora daslesões provocadaspor queimaduras,nas primeiras 24horas do ocorrido,em 25 pacientesatendidos no Centrode Tratamento deQueimados (CTQ)do ConjuntoHospitalar deSorocaba.
As lesões provocadas porqueimaduras nas primeiras24 horas são colonizadaspor micro-organismos. Àvista destas averiguações, aanálise microbiológicaprecoce de queimadurasdemonstra-se pertinentepara a constatação decolonização e subsequentemanejo para prevenção deinvasão e de infecçãodestas lesões, desta formacontribuindo indiretamentepara a queda na morbidadee mortalidade associada àsqueimaduras.
0
5
Infecções em queimaduras:revisão.
Oliveira e Serra,2011.
Analisar infecçõesdas feridas depacientes queimado.
Apesar do crescenteprogresso da pesquisa noque diz respeito aotratamento de pacientesqueimados, as infecçõesainda permanecem comoum obstáculo a sersuperado completamente erepresentam uma dasprincipais causas de óbitodo queimado.
Temática 02 – Medidas preventivas de infecções0
6
Ações da enfermagem parareduzir os riscos de infecção emgrande queimados no CTI.
Chaves,2013.
Conhecer os riscospara ter uma atuaçãoprecisa na prevenção
O paciente deve serprotegido de fontes decontaminação cruzada. O
85
da infecçãohospitalar.
procedimento de lavagemdas mãos antes e após cadacontato com o paciente éessencial no cuidado deenfermagem. Osantibióticos devem seradministrados de acordocom uma programação nosentido de manter níveissanguíneos adequados.
0
7
Controle de infecção no centrode tratamento de queimados:revisão de literatura.
Henrique et al.,2013.
Revisar as principaiscondutas de controlede infecçãohospitalarrelacionadas àassistência deenfermagem noCentro deTratamento deQueimados.
Ações de enfermagemvisando à implementaçãode medidas depreventivas de infecçãosão essenciais para ocuidado ao pacientequeimado.
0
8
Análise do potencial bactericidae bacteriostático da sulfadiazinade prata.
Diaset al.,2013.
Avaliar o potencialantimicrobiano daSP.
A concentração da SPencontrada nas fórmulascomercializadas é o idealpara a inibição dosprincipais contaminantesde feridas queimadas.
TEMÁTICA 01: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES QUEIMADOS E
PROCESSO DE COLONIZAÇÃO BACTERIANA EM QUEIMADURAS
Faz-se imprescindível a análise do objetivo de avaliar as produções científicas acerca do
conhecimento dos enfermeiros diante da assistência de enfermagem em pacientes queimados,
e o processo de colonização bacteriana em queimaduras, pois compete a esses profissionais
identificar os sinais de infecção e como ocorre a colonização bacteriana em feridas. É de
suma importância o conhecimento para a sobrevida do indivíduo uma vez que a equipe de
enfermagem prestará a assistência direta ao paciente.
Em um estudo realizado por Conduta et al (2012) pode-se observar que as queimaduras
podem ocasionar grandes sequelas no paciente afastando-o do convívio social, causar
restrições de atividades cotidianas e comprometimento funcional. Esses fatores
comprometem o psicológico das vítimas, deste modo é importante que os TAS busquem
conhecimento a cerca dos melhores tratamentos frente ao paciente.
Em pesquisa realizada por Oliveira et al (2012) prestar assistência de enfermagem a
pacientes queimados exige um elevado conhecimento técnico científico sobre adulterações
fisiológicas que advêm posteriormente a queimadura, isso permite identificar e precaver
alterações sutis que possam levar a complicações em consequência dos danos teciduais e
86
sistêmicos. Os enfermeiros também deverão selecionar prioridades de procedimentos aos
pacientes, projetando uma assistência de acordo com as necessidades de cada um; deverá
ainda cultivar uma comunicação ativa com a equipe de trabalho, vítima e seus familiares.
De acordo com Gonella et al (2014) a princípio a ferida proveniente de queimadura é
estéril por um tempo estimado de 24 a 72 horas, se não foram depositados materiais
infectados sobre a ASCT queimada ou se o paciente não tiver caído sobre locais com
sujidades, contudo o tecido necrótico resultante é ligeiramente invadido por bactérias
produtoras de proteases que induzem a liquefação induzindo a formação de escara.
Após a lesão por queimadura os tecidos encontram-se desvitalizados, o fornecimento de
oxigênio diminuído e existem no meio proteínas degradas. Além disso, a obstrução vascular
por prejuízo térmico dos vasos atrapalha a chegada de antibióticos e de nutrientes celulares do
sistema imune à área queimada, permitindo a progressão da necrose parcial para necrose total,
seguida por alterações na coloração da ferida, aspecto esverdeado do tecido subcutâneo,
edema nas bordas da ferida e escara hemorrágica ou escara de separação rápida. Os micro-
organismos mais frequentes neste tipo de ferimento são: Staphylococcus aureus,
Staphylococcus sp, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter Baumani; os
micro-organismos fúngicos mais encontrados consiste em: Cândida, Aspergillus e Mucor
(OLIVEIRA; SERRA, 2011).
Os microrganismos que aderem as feridas decorrentes de queimaduras se originam de
diversos locais, por exemplo: do próprio local do acidente, pele íntegra ao redor da lesão, da
orofaringe, do reto, procedimentos invasivos, translocação bacteriana, a partir da equipe de
saúde e visitantes (GONELLA et al., 2014).
Para Pinto et al (2014) a equipe de saúde e os enfermeiros se deparam com situações
que necessitam de intervenções imediatas frente a um queimado, por exemplo: reposição
hídrica, observar sinais de infecção, monitorar frequência respiratória, realizar exame físico,
controle da dor, dar apoio psicológico e nutricional ao indivíduo e a família. Diante de tantas
intervenções as TAS deverão esclarecer dúvidas, encaminhar paciente pós-alta para atenção
primário de saúde caso necessário e estimula - ló a falar sobre o que está sentindo. Pois, as
queimaduras causam danos muitas vezes irreversíveis desencadeando insegurança e receio na
vítima.
Em ambos os trabalhos podemos observar que o enfermeiro deve ajudar o paciente e
seus familiares a enfrentarem as mudanças corporais e as possíveis alterações psicológicas,
tendo uma visão holística do atendimento prestado ao indivíduo partindo do pressuposto que
as sequelas da queimadura podem ser para a vida toda. Prestar assistência com qualidade em
87
vítimas de queimaduras requer do profissional enfermeiro um conhecimento mais aguçado a
fim de desempenhar com excelência seu atendimento, assim a recuperação do paciente
ocorrerá de forma mais rápida melhorando a condição de vida do mesmo.
TEMÁTICA 02: MEDIDAS PREVENTIVAS DE INFECÇÕES EM QUEIMADURAS
Na temática citada abordou-se as medidas preventivas para pacientes queimados, com o
intuito de obter resultados positivos e significativos diante do seu tratamento, existem
medidas admiráveis que devem ser seguidas por toda a equipe multidisciplinar visando a
prevenção de infecções em queimaduras.
No trabalho de Chaves (2013) foi evidenciado que o uso de equipamentos de proteção
individual (EPIs) ao manipular o paciente, balneoterapia diária, utilização de materiais
estéreis e técnica asséptica, fazer remoção de tecidos necrosados dos leitos das feridas, são
umas das medidas eficazes para prevenção e controle de infecção em queimaduras.
Já para Henrique et al (2013) as medidas preventivas vão mais além, destacando se a
estrutura física que deverá ter: paredes, pisos e tetos resistentes a lavagem e uso de produtos
de limpezas frequentes; matérias de superfícies sem frestas, ranhuras e de baixa absorção de
água; junção das paredes arredondas e de fácil limpeza e uso proibido de divisórias
removíveis. As medidas para combater as infecções diretamente ligadas aos pacientes que
sobressaíram foram: coleta de cultura de exsudato para rastreamento de patógenos; técnica
asséptica em todos os momentos que forem necessários o manuseio dos pacientes; lavagem
das mãos dos profissionais e visitantes; rotinas de limpeza das dependências da unidade de
saúde; rotina de vigilância ambiental, medidas de isolamento para pacientes colonizados e
orientação de visitantes e acompanhantes sobre transmissão cruzada.
Uma das formas mais utilizadas para o controle de infecção quando as medidas
preventivas não foram bem sucedidas é o uso de sulfadiazina de prata (SP) a 1%, que tem por
finalidade debridar tecidos necrosados e combater a infecção; pois a prevenção de
colonização por agentes patógenos é um dos maiores desafios dos TAS (DIAS et al., 2013).
Diante do exposto, fica evidente que para a melhora significativa do quadro clínico do
paciente e que o mesmo fique livre de infecções, é necessário que os TAS possuam
conhecimentos teórico é prático sobre as técnicas assépticas, uso de EPI´s, qual estrutura
física adequada para receber este tipo de paciente, quais as condutas a serem realizadas com o
indivíduo queimado e as formas de prevenção de infecção; levando em consideração que a
sobrevida das vítimas dependerá das condutas tomadas por cada profissional.
88
6 CONSIDERAÇŌES FINAIS
A alta complexidade no tratamento de pessoas queimadas requer um grande
conhecimento dos profissionais que irão lidar com esse tipo de situação, uma vez que o
paciente queimado é considerado imunossuprimido devido às alterações orgânicas que
ocorrem após a lesão.
É de suma importância o conhecimento teórico e prático dos TAS sobre: a fisiologia da
pele, quais os tipos de queimaduras, classificação da queimadura, as formas de mensurar a
ASCT queimada, saber como ocorre o processo de infecção das lesões por queimaduras, o
que aborda a assistência de enfermagem frente a um queimado e as medidas preventivas; para
assim poder evitar que o paciente seja colonizado por agentes patogênicos.
Cabe ressaltar que o sucesso da terapêutica do paciente está sujeito a qualidade do
serviço prestado dos TAS, uma vez que dependerá do conhecimento da equipe frente ao
tratamento específico, das destrezas dos profissionais, das condutas que poderão causar a
sobrevida do indivíduo e assim garantir a eficácia sobre a melhora do paciente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à saúde. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.
BOTELHO, L.L.R.; CUNHA, C.C.A.; MACEDO, M.O Método da Revisão Integrativa Nos Estudos Organizacionais. Gestão e Sociedade. Belo Horizonte, v. 5, n.11, p. 121-136, 2011.
CHAVES, C.S. Ações da Enfermagem Para Reduzir os Riscos de Infecção em Grande Queimado no CTI. Revista Brasileira de Queimaduras. São Gonçalo, v. 12, n. 3, p. 140-144, 2013.
CONDUTA, J.L.; ALDUNATEL, B.; VANA, L.P.M.; FONTANA, C.; FERREIRA, M.C. Uso de Matriz Dérmica Associado ao Curativo Por Pressão Negativa na Abordagem da Contratura em Pacientes Queimados. Revista Brasileira Cirurgia Plástica. São Paulo, v. 27,n. 3, p. 369-373, 2012.
COSTA, O.P.C.; SILVA, J.A.S.; SANTOS, A.G. Perfil Clínico e Epidemiológico das Queimaduras: Evidências Para o Cuidado de Enfermagem. Ciência & Saúde. Teresina, v. 8, n. 3, p. 146-155, 2015.
COUTINHO, J.G.V.; ANAMI, V.; ALVES, T.O.; ROSSATTO, P.A.; MARTINS, J.I.S.; SANCHES, L.N.; OLIVIERI, A.P.G.; GRION, C.M.C. Estudo de Incidência de Sepse e Fatores Prognósticos em Pacientes Queimados. Revista Brasileira de Queimaduras. Londrina, v. 14, n. 3, p. 93-197, 2015.
89
CRUZ, B.F.; CORDOVIL, P.B.; BATISTA, K.N.M. Perfil Epidemiológico de Pacientes que Sofreram Queimaduras no Brasil: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Queimaduras. Belém, v. 11, n. 4, p. 246-250, 2012.
DIAS, I.O.V.; FONTANA, G.H.; RESENDE, L.N. Análise do Potencial Bactericida e Bacteriostático da Sulfadiazina de Prata. Revista Brasileira de Queimaduras. Chapecó, v. 12, n. 4, p. 278-285, 2013
FORTES, T.M.L.; SUFFREDINI, I.B. Avaliação de Pele em Idoso: Revisão da Literatura. J Health Sci Inst. São Paulo, v. 32, n. 1, p. 94-101, 2014.
GONELLA, H.A.; QUEVEDO, F.; GARBOSSA, L.C.D. Colonização Bacteriana nas Primeiras 24 Horas das Queimaduras. Revista Brasileira de Queimaduras. Sorocaba, v. 13, n. 2, p. 99-103, 2014.
HENRIQUE, M.; SILVA, L.D.; COSTA, A.C.R.; REZENDE, A.P.M.B.; SANTOS, J.A.S; MENEZES, M.M.; MAURER, T.C. Controle de Infecção no Centro de Tratamento de Queimados: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Queimaduras. Rio de Janeiro, v. 12, n. 4, p. 230-234, 2013.
LIMA, C.T.S.; RIBEIRO, L.D.; TELES, M.D.; FALÇÃO, G.L.; CAMPOS, N.G. Atuação daFisioterapia em Pacientes Pediátricos Vítimas de Queimaduras: Revisão Sistemática. Rev. Fisioter. S. Fun. Fortaleza, v. 2, n. 1, p. 51-60, 2013.
LIMA, J.S.F.; OLIVEIRA, E.A; ARAÚJO, R.A.; OLIVEIRA, M.M. de. Infecção em Crianças com Queimadura: Revisão da literatura. Revista Brasileira de Queimaduras. OuroPreto, v. 13, n. 2, p. 67-75, 2014.
MARQUES, C.M.G; DUTRA, L.R; TIBOLA, J. Avaliação Fisioterapêutica da Cicatrização de Lesões por Queimaduras: Revisão Bibliográfica. Revista Brasileira de Queimaduras. Goiás, v. 14, n. 2, p. 140-144, 2015
MARTINS, J.T.; BOBROFF, M.C.C.; RIBEIRO, R.P.; SOARES, M.H.; ROBAZZI, M.L.C.C.; MARZIALE, M.H.P. Sentimentos Vivenciados Pela Equipe de Enfermagem de um Centro de Tratamento de Queimados. Esc. Anna Nery Revista de Enfermagem. Londrina, v.18, n. 3 p. 522-526, 2014.
MOREIRA, S.S.; MACEDO, A.C.; NUNES, B.B.; BRASILEIRO, F.F.; GUARIZZO, J.; GOZZANO, R.; BARROS, R.; GONELLA, H. Implantação de Nova Tecnologia Para Otimização do Atendimento em Ambulatório de Queimados, Sem Adição de Custos. Revista Brasileira de Queimaduras. Sorocaba, v. 14, n. 4, p. 87-102, 2013.
MOTA, W.M.; ARAUJO, C.A L.; OLIVEIRA, A.M.R.R.; GOMEZ, D.S.; JUNIOR, J.M.S.; GEMPERLI, R. Critérios Diagnósticos de Infecção no Paciente Queimado. Revista Brasileira de Queimaduras. São Paulo, v. 13, n. 3, p. 130-135, 2014.
NETTINA, S.M. Brunner Práticas de Enfermagem. 3 v. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, p. 1144-1161, 2012.
90
OLIVEIRA, F.L.O.; SERRA, M.C.V.F. Infecções em Queimaduras: Revisão. Revista Brasileira de Queimaduras. Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 96-99, 2011.
OLIVEIRA, T.S.; MOREIRA, K.F.A.; GONÇALVES, T.A. Assistência de Enfermagem comPacientes Queimados. Revista Brasileira de Queimaduras. Porto Velho, v. 11, n. 1, p. 31-37, 2012.
PAGGIARO, A.O.; TEIXEIRA NETO, N.; FERREIRA, M.C. Princípios Gerais do Tratamento de Feridas. Rev. Med. São Paulo, v. 89, n. 3-4, p. 132-136, 2010.
PINTO, E.; FLORA, A.M. D.; SILVA, L.D.; RORATO, T.J.; REQUIA, E.; MARTINS, E.S.R.; ZAMBERLAN, C.; MARINHO, M.G.R. O Sentimento e a Assistência de Enfermagem Perante um Grande Queimado. Revista Brasileira de Queimaduras. Santa Maria, p. 127-129, 2014.
REIS, C.P.S.; MARQUES, T.R. Dicionário de Saúde Ilustrado. São Paulo: Martinari, p. 835, 2013.
REMPEL, L.C.T.; TIZZOT, M.R.P.; VASCO, J.F. M. Incidência de Infecções Bacterianas em Pacientes Queimados Sob Tratamento em Hospital Universitário de Curitiba. Revista Brasileira de Queimaduras. Curitiba, v. 10, n. 1, p. 3-9, 2011.
SILVA, M.A.; FARIAS, G.L.; MACIEL, M.A. Perfil Epidemiológico dos Pacientes Atendidos no Pronto-Socorro de Queimaduras de Goiânia em Agosto de 2013. Revista Brasileira de Queimaduras. Goiânia, v. 13, n. 3, p. 173-176, 2014.
SILVA, R.M.A.; CASTILHOS, A.P.L. A identificação de Diagnósticos de Enfermagem em Paciente Considerado Grande Queimado: Um Facilitador para Implementação das Ações de Enfermagem. Revista Brasileira de Queimaduras. Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 60-65, 2010.
SODRÉ, C.N.S.; SERRA, M.C.V.F.; RIOS, J.A.S.; CORTORREAL, C.G.; MACIERA, L.; MORAIS, E.N. de. Perfil de Infecção em Pacientes Vítimas de Queimadura no Hospital Federal do Andaraí. Revista Brasileira de Queimaduras. Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 109-112, 2015.