6. Estabelecimento de Prioridades: tomada de decisão de … · 2016-01-05 · 6. Estabelecimento...
Transcript of 6. Estabelecimento de Prioridades: tomada de decisão de … · 2016-01-05 · 6. Estabelecimento...
6. Estabelecimento de Prioridades: tomada
de decisão de preservação
• Priorizar é o processo de decidir que ações
terão impacto mais significativo, quais são as
mais importantes, quais são as mais factíveis
• Atualmente trabalha-se de forma mais
pragmática, através da Análise e
Gerenciamento de Risco
Estabelecer prioridades de preservação é tomar
decisões quanto a:
• O que tratar - Trato toda a coleção? Parte?
• Como tratar - Método: substituo? mudo o
suporte? Qual processo?
–Merecem um tratamento de
conservação?
• Quem vai tratar
–Alguém da instituição?
–Treino técnico?
–Contrato uma empresa?
–Trabalho de forma cooperativa?
• Onde tratar
–Monto laboratório? (para encadernar,
digitalizar, microfilmar ou outros?)
–Contrato firma?
Critérios de priorização
(Sherelyn Ogden)
• IMPACTO: em que medida uma ação irá
melhorar a preservação das coleções da
instituição.
• VIABILIDADE NA IMPLEMENTAÇÃO:
considera fatores como nível de conhecimento
da equipe, implicações financeiras, mudanças
na política institucional
• URGÊNCIA DA AÇÃO: uma ação pode ser
considerada urgente se a espera para
implementá-la causar problemas
• Fatores que influenciam na priorização:
– uso,
– acondicionamento,
– estado de conservação e valor do material na
coleção
Impacto x Viabilidade
1.
alto impacto
pouca dificuldade
2.
pouco impacto
pouca dificuldade
3.
alto impacto
difícil implementação
4.
pouco impacto
difícil implementação
Ter em mente que
a preservação nunca é uma tarefa terminada:
• nada já foi preservado:
• tudo está sendo preservado.
• Seleção é um processo imperfeito. Não podemos predizer, em segurança, o que acontecerá amanhã – o que torna as decisões mais difíceis.
• Vamos errar. Mas nossas escolhas conformarão o futuro.
7. Políticas e Rotinas Institucionais
POLÍTICA: instrumento responsável pela definição de princípios e objetivos institucionais; contém explicações lógicas e convincentes das posições, perspectivas e intenções institucionais.
Política de preservação: define os propósitos e objetivos institucionais visando à preservação a longo prazo dos seus documentos.
Não existe um modelo fechado de política, a ser
adotado por qualquer instituição: cada uma tem
seu perfil,
suas necessidades,
variam em tamanho, tipo de materiais,
mídias, suportes, equipes.
Portanto: cada uma terá sua política.
Alguns requisitos fundamentais para uma política institucional bem sucedida:
1. declaração dos objetivos institucionais
2. Resultado do diagnóstico apontando as necessidades de preservação da coleção, levando em conta valor e raridade, quantidade e tipo de uso, maneira como é mantida, condições físicas.
3. responsabilidades: identifica qual pessoa (s)na
instituição é responsável pela implementação
da política e dos procedimentos. Em
instituições menores, uma pessoa pode ser
responsável por muitas funções, inclusive
preservação.
4. definição de termos
Para que uma política seja implementada e bem sucedida, deverá:
1. estar escrita
2. ser conhecida por todos: corpo diretivo e equipes.
3. estar escrita de maneira clara, realista. A clareza é fundamental para que ela seja implementada sem erros.
4. no caso de política de preservação, estar integrada às políticas gerais da instituição e seus procedimentos estratégicos
5. deve ser revisada e atualizada com
regularidade,
6. deve poder contar com o envolvimento do corpo
diretor, comprometido com sua
implementação, ou estará fadada ao
insucesso.
• ROTINAS: delineiam os passos para
implementação de uma política.
• Elas dão forma ao dia-a-dia institucional.
• Definir rotinas de:
1. Higiene:
- Manutenção periódica dos depósitos e
áreas de exposição
- Limpeza externa de objetos, caixas e livros
2. Acondicionamento e guarda:
- Procedimentos
- Materiais a serem empregados
3. Transporte e manuseio:
- carrinhos seguros
- devolução de livros
4. Segurança:
- dos profissionais
- da coleção
8. Criação e implementação de Programa de
Prevenção e Resposta a Situações de
Emergência
Situações de emergência: desde roubo e
vandalismo, às infestações de pragas ou
ataque de fungos.
O que pode ser considerado desastre?
naturais: causados pela água ou fogo,
provocados pelo homem, voluntária ou
involuntariamente.
• O que fazer para que uma
emergência não se transforme em
desastre? – Prevenção
– Resposta durante emergência
– Atuação após emergência
Emergências em pequena escala podem
ser contidas por equipe bem treinada,
capaz de reagir com rapidez.
Mesmo no caso de desastres de grandes
proporções os danos podem ser limitados.
Planejamento e treinamento do pessoal são
fatores fundamentais na prevenção de
emergências.
• Estágios do planejamento:
– ANTES: medidas preventivas. Visam
assegurar a segurança das pessoas, dos
acervos, dos edifícios. Elaboração e
implantação de Planos de Emergência.
– DURANTE/DEPOIS: respostas a
emergências. Medidas a serem tomadas
quando já ocorreu a emergência ou desastre.
E lembre-se: uma emergência não
precisa transformar-se em desastre
9. Elaboração e implementação de
Programa de Treinamento
• EQUIPE
• USUÁRIOS
• Deve ser planejado e conduzido de forma a
motivar e envolver os funcionários.
• As apresentações não devem ser muito
técnicas. Devem ser ensinados VALORES e
não regras.
• Treinamento, integração e acompanhamento
são fundamentais para garantir a qualidade do
desempenho.
• Deve-se dividir o treinamento por temas e por
ordem de prioridade. P.ex. manuseio;
identificação de riscos (pragas, vazamentos,
etc.);
• Deve-se reunir a equipe regularmente e dar
feedback. Pode-se criar metas, para que
processos e situações sejam melhorados a
cada dia. Engajar todos nas mudanças e
processos.
Métodos:
–Palestras
–Utilização material audiovisual
–Utilização material bibliográfico em sites ou
impresso
–Visitas a outras instituições
–Exposições
–Apresentação de itens danificados –
descrevendo as causas.
F
Referências
• ANDRADE, Mário. Anteprojeto Elaborado por Mário de Andrade. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. IPHAN. Nº 30, 2002.
• BECK, Ingrid. A Importância do Planejamento de Preservação. In: Arquivo & Administração, v.4, n.1, Rio de Janeiro, Jan/Jun.2005, pp 19-30.
• CASTRO, Aloísio Arnaldo Nunes de . A trajetória histórica da conservação-restauração de acervos em papel no Brasil. 2008 (Dissertação) Mestrado em História. Universidade Federal de Juiz de Fora.
• CHILD, Margaret S. Considerações Complementares sobre ‘Seleção para preservação – uma abordagem materialística. In: Caderno Técnico - Planejamento de preservação e gerenciamento de programas. Rio de Janeiro, CPBA, 1997
• FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em Processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/IPHAN, 1997.
• GÜICHEN, Gäel de. La conservation preventive:un changement profond de mentalité. In: ICOM Cahiers d'étude N. 1, 1995, p. 4-6. Disponível em http://icom.museum/study_series_pdf/1_ICOM-CC.pdf. Acesso: 29 mar. 2010
Referências (cont.)
• HOLLÓS, Adriana Cox e PEDERSOLI JR. José Luiz. Gerenciamento de Riscos: Uma abordagem interdisciplinar. In: Ponto de Acesso, Salvador, v.3, n.1, p.72-81, abr. 2009. Disponível em www.pontodeacesso.ici.ufba.br. Acesso: 15 junho 2012
• MERRIL-OLDHAN, Jan e Jutta Reed-Scott. Programa de Planejamento de preservação: um manual para auto-instrução de bibliotecas. Rio de Janeiro: CPBA, Arquivo Nacional, 1997.
• MICELI, Sergio. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro, SPHAN/MinC, 1987
• MUÑOZ VIÑAS, Salvador. Teoría contemporánea de la Restauración. Madrid: Editorial Síntesis, 2003
• OGDEN, Sherelyn. "Planejamento para preservação". In: Caderno técnico - planejamento e prioridades. Rio de Janeiro: CPBA, Arquivo Nacional, 1997. p.3-10
• ZÚÑIGA, Solange Sette G.de . A importância de um programa de preservação em arquivos públicos e privados. In REGISTRO: Revista do Arquivo Público Municipal de Indaiatuba/Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. V.1, Nº1, Julho 2002 – Indaiatuba (SP): Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, 2002. p.71-88.