6. Manual de Contabilidade Geral e Financeira

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  • 1

    CONTABILIDADE GERAL E FINANCEIRA

    CURSO DE CANDIDATOS PROFISSO

    BANCRIA

  • 2

    FICHA TCNICA

    COORDENAO

    Aurlio Rocha

    TEXTO BASE

    Dr. Antnio Carlos Pais (ISGB)

    Dr Rosrio Cabrita (ISGB)

    ADAPTAO A MOAMBIQUE

    Ncleo Pedaggico

    CONCEPO E COMPOSIO GRFICA

    IFB

    ADAPTAO A MOAMBIQUE

    IFBM - Ncleo Pedaggico

    EDIO ESPECIAL 1 TIRAGEM (100 Exemplares)

    Agosto 2012

    IFB Reservados todos os direitos ao IFBM/IFB/ISGB, de acordo com a legislao em

    vigor.Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida por qualquer forma ou

    qualquer processo, sem autorizao prvia e escrita do IFBM/IFB.

  • NDICE

    CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAO ........................................... 4

    A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAO ....................................... 5

    A) Informao Contabilstica ........................................................................................... 5

    B) A Normalizao Contabilstica .................................................................................... 9

    C) A Contabilidade de Hoje e de Amanh .................................................................... 12

    II ELEMENTOS BASILARES DO SISTEMA ............................................................... 13

    O PATRIMNIO .................................................................................................................. 14

    A) Elementos Patrimoniais ............................................................................................... 14

    B) Elementos do Activo, dos Credores e dos Fundos Prprios ............................... 19

    C) FLUXOS CONTABILSTICOS ................................................................................. 21

    III LANAMENTOS DOS FACTOS PATRIMONIAIS. ............................................ 24

    PRINCIPAIS REGRAS CONTABILISTICAS ................................................................ 24

    A) Alteraes no Patrimnio ............................................................................................ 24

    B) A Conta ........................................................................................................................... 30

    C) LANAMENTO ............................................................................................................. 37

    D) Mtodo de Partida Dupla ............................................................................................ 39

    E) O Processo Contabilstico ........................................................................................... 42

    IV - CONTAS DE BALANO ............................................................................................. 49

    B)Contedo das Contas de Balano ................................................................................ 50

    C) Lanamentos - Um Exemplo ........................................................................................ 51

    CONTAS DA DEMONSTRAO DE RESULTADOS ................................................... 53

    Contedo das Contas de Resultados ........................................................................... 55

    Lanamentos - Um Exemplo .......................................................................................... 57

    V. ACTIVIDADE BANCRIA E AS SUAS FUNES ................................................. 59

    A) Posicionamento no Sistema Econmico ................................................................... 59

    B) Intermediao Financeira .......................................................................................... 62

    C) Prestao de Servios ................................................................................................. 64

    C)Bases de Sistematizao do novo Plano de Contas para o Sistema Bancrio .. 67

  • VI. O PLANO DE CONTAS PARA INSTITUIES DE CREDITO E

    SOCIEDADES FINANCEIRAS ......................................................................................... 70

    Classificao do Novo Plano de Contas ......................................................................... 70

    VII. PRINCIPIOS CONTABILISTICOS ........................................................................ 75

    Relao entre Contas Autnomas e Associadas ......................................................... 86

    VIII. NORMAS ESPECIFICA DE CONTABILIZAO .............................................. 88

    OPERAES EM MOEDA ESTRANGEIRA ................................................................. 88

    PERIODIFICAO DE CUSTOS E PROVEITOS ...................................................... 94

    CRDITO VENCIDO E PROVISES ............................................................................ 97

    CONTAS INTERDEPARTAMENTAIS ....................................................................... 104

  • CONTABILIDADE GERAL E FINANCEIRA

    Introduo

    A Contabilidade de qualquer empresa ou instituio um sistema de informao onde est

    registado, atravs de tnicas e regras convencionais, o conjunto de fluxos, procedimentos

    e operaoes com o objectivo de os transportar, armazenar, tratar, validar e gerir. Toda a

    informao que resulta desta actividade fundamental na vida empresa/instituio.

    A Contabilidade lida com dois tipos de dados, a saber, os dados de entrada {input) e os

    dados de sada {output), correspondendo a valores representados em termos monetrios.

    A primeira parte do curso trata os aspectos relacionados com a informao veiculada pelo

    sistema contabilstico para na segunda parte tratar toda a problemtica da normalizao

    contab.hst.ca, nomeadamente as contas do balano e a demonstrao de resultados.

    Finalmente na terceira parte sero tratados, duma forma introdutria, aspectos

    relacionados com as normas espeaf,cas de contabilizao da actividade bancria.

    Objectivos

    No final do curso, dever estar apto a:

    Descrever a Contabilidade como um sistema de tratamento e fornecimento de dados;

    Fazer lanamentos no dirio e no razo, baseado nas contas POC;

    Elaborar e ler o balano e a demonstrao de resultados; e

    Reconhecer a especificidade da contabilidade bancria atravs do plano de contas para o

    sistema bancrio.

    Programa Temtico

    1. A Contabilidade como sistema de informao: a informao contabilstica; Plano Oficial

    d e Contas (POC)

    2. Contas do Balano e Demonstrao de Resultados

    3.Normalizao contabilstica e normas especficas de contabilizao da actividade

    bancria; Classificao do Plano de Contas do Sistema Bancrio e discrepncias

    relativamente ao POC

  • CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAO A Contabilidade de uma empresa constitui um sistema de informao.

    Os dados de entrada - input so valores representativos, em termos monetrios,da.:actividade da empresa.

    Os dados de sada output so compostos tambm por elementos expressos em termos monetrios sobre a situao patrimonial da

    empresa em cada momento, resultantes das transformaes

    "operadas" pelos actos de geso e outros factos ligados sua

    actividade.

    O sistema contabilstico regista, atravs das suas tcnicas e regras,

    fruto de convenes, esse conjunto de fluxos, procedimentos e

    operaes com objectivo de os:

    Transportar;

    Armazenar;

    Tratar;

    Gerir.

    A informao resultante desta actividade fundamental na vida da

    empresa.

    isto que vamos tentar demostrar ao longo desta Unidade,

    composta por uma Sesso nica, na qual.comeremos por estudar os

    aspectos relacionados com a informao veiculada pelos siatemas

    contabilstico, para depois tratarmos a problemtica da normalizao

    contabilstica.

    Objectivo No final desta Unidade, dever estar apto a:

    Reconhecer que a Contabilidade constitui um sistema de tratamento

    e fornecimento de dados (informao) indispensveis para planear,

    oramentar e gerir a actividade de uma empresa num dado universo

    econmico.

  • SESSO 1

    A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAO

    Objectivo Reveja o objectivos desta Unidade.

    A) Informao Contabilstica

    A Contabilidade tem como principal objectivo fornecer informao

    econmica e financeira sobre a actividade da empresa tendo em vista

    a tomada de decises.

    Assim, atravs da Contabilidade, obtm-se informao sobre:

    A capacidade da empresa para gerar lucros (informao

    econmica)*;

    O conjunto de bens, direitos e obrigaes da empresa, bem

    como a forma de se financiar e dispor do capital para

    responder s suas necessidades (respectivamente

    informao patrimonial e financeira)*.

    Para atingir esta meta, a Contabilidade desenvolve varias aces de

    centralizao de dados, que se realizam numa sucesso de fases que

    vo da observao, recolha, registo e anlise de dados a comunicao

    da informao produzida aos seus utilizadores.

    Sendo assim, a Contabilidade constitui um sistema de informao

    aberto, pois est sempre a aceitar novos inputs* e a produzir para o exterior novos outputs*.

    Na empresa, a Contabilidade vai constituir um sistema de informao

    bastante importante, porque encerra em si a expresso monetria de

    toda a actividade da empresa. Permite verificar e seguir todos os

    movimentos e todas as transformaes sofridas pelos capitais

    confiados a empresa, estabelecer o custo de cada produto,

    evidenciar o resultado obtido, obter dados sobre a evoluo dos

    negcios e a melhor forma de os orientar.

    A informao contabilistica adquire, por isso, grande significado,

    diremos mesmo uma importncia primordial, na tomada de decises

    da empresa e mesmo fora dela, como veremos adiante. Para ja,

    interessa caracteriz-la.

    * A informao

    econmica est

    presente na

    Demonstrao de

    Resultados Lquidos,

    pois esta mostra como

    se formaram os

    resultados (lucros ou

    prejeuzos).

    * A informao

    patrimonial e

    financeira est

    representada no

    Balano.

    *Input entrada de

    dados.

    * Output sada de

    dados.

  • Requisitos da Informao

    A informao contabilstica deve:

    Ser relevante e comunidade oportunamente para poder ser

    til tomada de deciso:

    Conter dados fiveis, que sejam credveis e neutros, de modo

    a assegurar a qualidade de deciso;

    Permitir a comparao, quer da empresa, ao longo dos vrios

    exerccios contabilsticos*, quer das empresas entre si.

    Vejamos, mais detalhadamente, estes requisitos:

    Relevncia: a qualidade que a informao contabilstica tem para

    influenciar as decises dos seus utentes, ao ajud-los a avaliar os

    acontecimentos passados, presentes e futuros ou a confirmar ou

    corrigir as suas avaliaes.

    Para que esta condio se cumpra, ento essencial o seguintes

    requisito:

    Oportunidade: o requisito que impe que a informao esteja

    disponvel no prazo mais curto possvel isto porque a informao pode

    perder a sua importncia se houver atrasos na sua apresentao.

    Fiabilidade: a qualidade que se traduz no facto de a informao

    transmitir apropriada e correctamente os dados que tem por finalidade

    apresentar, ou seja, a posio e alteraraes financeiras e os

    resultados das operaes.

    Para que esta qualidade (fiabilidade) se concretize, so

    indispensveis os seguintes requisitos:

    Neutralidade: a informao tem de estar isenta de juzos prvios,

    ou seja, deve ser independente de quem a elabora.

    Credibilidade: a informao tem de estar liberta de erros, isto , o

    registo das operaes e acontecimentos deve ser feito de acordo

    com o que efectivamente sucedeu.

    * Exerccio

    contabilstico:

    corresponde ao period

    de um ano que, em

    Moambique, coincide

    como o ano civil, isto

    , de 1 de janeiro a 31

    de Dezembro

  • Com o objectivo de transmitir uma imagem correcta da situao

    econmica e financeira da empresa, para alem dos requisitos de

    informao contabilstica enunciados, os seguintes princpios

    contabilsticos fundamentais devero ser observados:

    a) Da Continuidade.

    A empresa uma entidade que opera num mbito temporal indefinido,

    entendendo-se, por consequncia, que no tenciona nem necessitem

    de entrar em liquidao ou reduzir significativamente o seu volume

    de negcios.

    b) Da consistncia.

    A empresa mantm as suas politicas contabilsticas durante os vrios

    exerccios, devendo indicar no anexo quaisquer alteraes

    consideradas materialmente relevantes.

    c) Da Prudncia.

    A empresa deve acautelar nas suas contas a necessria precauo

    para fazer face as estimativas decorrentes dal suas actividades, sem

    que dai resulte a constitaio de reservas ocultas ou provises

    excessivas que afectem a quantificao de activos e proveitos por

    defeito ou de passivos e custos por excesso.

    d) Da especiafizao dos exerccios.

    A empresa deve reconhecer os proveitos e custos a medida que estes

    ocorram, tenham sido ou no recebidos ou pagos, devendo inclui-los

    nas demonstraes dos exerccios a que respeitam.

    e) Do custo, histrico.

    A empresa deve efectuar os registos contabilsticos com base nos

    custos de produo ou aquisio.

    f) Da substncia sobre a forma.

    A empresa deve contabilizar as operaes com base na substncia e

    realidade financeira, e no atender apenas sua forma legal.

    Comparabilidade o requisite que impe que o registo das operaes seja

    feito de forma consistente e normalizada.

    Isto significa que se considera que a empresa no altera os seus princpios

    e orientaes contabilsticas de um exerccio para outro, a fim de se

    conseguir a comparabilidade da situao da empresa relativamente a

    diferentes momentos.

    Por outro lado, todas as empresas devem adoptar a normalizao para que

    tome possvel a comparabilidade entre elas.

  • g) Da materialidade.

    As demonstraes financeiras devem evidenciar todos os

    elementos relevantes conducentes sua correcta, apreciao

    pelos utentes.

    Utilizadores da Informao

    Vejamos agora, em concreto, quem so os utilizadores da informao

    contabilstica:

    A prpria empresa;

    As outras empresas;

    Os particulares;

    O Estado.

    Cada uma destas entidades selecciona de entre os dados disponveis

    os que so relevantes para os seus objectivos.

    A empresa

    Os dados contabilsticos servem importantes funes da empresa:

    Planeamento, que comporta a determinao dos objectivos da

    empresa e a definio de estratgias que os permitam atingir;

    Organizao, que significa o estabelecimento de estruturas

    para assentar e cumprir planos;

    Controlo, que identifica os desvios das renlizaes em relao

    s aces planeadas e a tomada de medidas correctivas

    necessarias.

    Nesta perspectiva, podemos precisar os objectivos do sistema de

    informao contabilstica da empresa:

    FUNES DA EMPRESA INFORMAO CONTABILSTICA-

    RAZES DA SUA IMPORTNCIA

    FUNES DA EMPRESA

    Planeamento/Organizao Permitir aos seus utilizadores tomar

    decises ptimas e racionais, decises

    que produzam os melhores resultados,

    tentando optimizar a afectao dos

    recursos que controlam;

    Controlo Permitir o acesso aos resultados reais,

    comparativamente com os resultados

    previstos.

  • As outras empresas

    A informao contabilstica das vrias empresas num mesmo sector

    permite uma anlise comparativa atravs da leitura das peas

    contabilsticas produzidas pelos respectivos sistemas de informao.

    A possibilidade dada a cada empresa de se inserir num mercado

    relativamente s suas concorrentes e no concorrentes constitui um

    indicador valioso de gesto.

    Os particulares

    Os scios/accionistas (actuais ou potenciais), atravs dos dados

    contabilsticos, podero avaliar a situao da empresa num dado

    momento e analisar os resultados obtidos em cada exerccio e a sua

    evoluo.

    O Estado

    A Contabilidade das empresas fornece ao Estado informaes de

    vria natureza:

    Informao com interesse fiscal;

    Elementos estatsticos necessrios par ao planeamento da

    economia;

    Informao necessria elaborao de anlises econmicas no

    mbito sectorial.

    B) A Normalizao Contabilstica Bom, para si j visvel que a utilidade da informao contabilstica

    reside na comparabilidade dos dados.

    Esta necessidade de todas as empresas fornecerem dados

    homogneos facilmente comparveis levou normalizao

    contabilstica.

    Definio

    Normalizao: o conjunto de normas e procedimentos de aplicao generalizadas

    s empresas que permite que o mesmo facto patrimonial tenha sempre igual

    tratamento contabilstico.

  • A normalizao traduz-se existncia de:

    Um cdigo de contas;

    Uma terminologia;

    Modalidades de funcionamento das contas

    Critrios valorimtricos;

    Mtodos gerais de determinao dos resultados;

    Modelos do balano e da demonstrao de resultados.

    Vantagens

    Vejamos em pormenor as vantagens da normalizao contabilstica:

    VANTAGENS DA NORMALIZAO CONTABILSTICA

    Para as empresa Possibilidade de comparao imediata das

    informaes contabilsticas;

    Melhoria da organizao dos servios de

    contabilidade;

    Maior abertura aos modernos sistemas de

    tratamento dos dados (informtica);

    Para os participantes

    (scios/accionistas)

    Avaliao da situao patrimonial da mepresa;

    Para o Estado Utilizao imediata dos diversaoa dados,

    verificada a sua comparabilidade.

    Plano Geral de Contabilidade (PGC)

    Em 1984, aprovou-se o Plano Geral de Contabilidade (Resoluo no

    13/84, de 14 de Dezembro) com o objectivo de normalizar a

    contabilidade das empresas.

    Este primeira verso de PGC, entrou em vigor no exerccio

    contabilstico de 1986 e vigorou at ao exerccio contabilstico de

    2006.

    As transformaes e reformas no sistema econmico que vem

    ocorrendo em Moambique aliadas ao fenmeno da

    Internacionalizao das actividades Econmicas, obrigam que a

    relevao contabilstica siga os padres Internacionais "I.A.S.

    Intemational Accounting Standard" do que resultou a revogao da

    Resoluo 13/84, sendo substituida pelo Decreto no 36/2006 de 25

    de Julho, com entrada em vigor no exerccio contabilstico de 2007.

    semelhana do plano anterior, o novo Plano Geral de Contabilidade

    aplicavel a todas as empresas, com excepo das que exercem

    actividades nos ramos Bancrios e de Seguros.

    Ficam ainda dispensadas as empresas que, pelo seu reduzido volume

    de negcios anual, no excedam o previsto no n2 do artigo 108 do

  • Cdigo do Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas

    (IRPC), aprovado pelo Decreto no 21/2002, de 30 de Julho.

    O PGC prev a existncia quer de Contabilidade Geral quer de

    Catabilidade Analtica.

    A Contabilidade Geral constitui o sistema de informao destinado a

    exercer o papel jurdico de prova e de controlo tendo por funes:

    Determinar a situao patrimonial activa e passiva da empresas;

    Determinar os resultados finais de cada exerccio, tendo em

    ateno quer os resultados correntes e extraordinrios do

    exerccio quer os resultados imputveis a exerccios anteriore.

    A Cantabilidade Analtica tem por funes:

    Determinar os elementos dos custos que fundamentem os

    preos e pemitam controlar a rentabilidade da empresa.

    Permitir a anlise das condies internas de explorao da

    empresa;

    Fornecer as bases de valorizao de alguns elementos do seu

    activo.

    A Contabilidade Analtica autnomo relativamente

    Contabilidade Geral, devendo contudo os seus dados estar de

    acordo com os registos desta.

    Ao contrrio da Contabilidicie Geral, a introduo da Contabilidade

    Analtica no tem carcter obrigatrio. Assim no se definem livro a

    escriturar para a Contabilidade Analtica nem se estabelece a

    obrigatoriedade de fazer prova dos registos efectuados, bastando que o mtodo adoptado possibilite a verificao comparativa com os

    registos da Contabilidade Geral.

  • C) A Contabilidade de Hoje e de Amanh

    Basta trabalhar na banca, para saber e, sobretudo, sentir, que os

    progressos da tecnologia moderna invadiram todas as reas de

    trabalho.

    A esses progressos no escapou tambm a Contabilidade.

    Actualmente, os sistemas de informao contabilstica so

    pressionados para acompanhar a evoluo, quer tecnolgica, quer

    econmica. Neste sentido, os sistemas contabilsticos tm sido alvo

    de um esforo de automatizao dos seus processos, bem como de

    obteno de novos dados tratados, que correspondam s exigncias

    de um meio econmico em rpido desenvolvimento.

    Automatizao do Sistema Contabilstico

    A informtica, hoje em dia, tornou-se o meio, por excelncia, de

    armazenamento e transmisso de informao, sempre disponvel para

    os seus utilizadores na altura e local mais adequados.

    A informatizao dos servios de Contabilidade constitui uma aposta

    seguramente rendvel, para as empresas, dadas as vantagens da

    automatizao dos processos de registo, anlise e clculo:

    Aumento da preciso e fiabilidade da informa;co produzida;

    Reduo de duplicaes;

    Aumento da rapidez na obteno dos dados e respectivo

    tratamento;

    Maximizao das decises programadas (automatizadas).

    De facto, com a informatizao dos servios, graas versatilidade

    e rapidez que proporciona, obtm-se, a partir de dados de natureza

    fundamentalmente contabilstica, um quadro completo de

    informaes com interesse para outras reas e funes das

    empresas, como, por exemplo:

  • Gesto de stocks; Determinao dos preos atravs do apuramento dos custos;

    Determinao da rendibilidade de cada produto;

    Explorao das estatsticas comerciais.

    II ELEMENTOS BASILARES DO SISTEMA

    A Contabilidade uma tcnica. um conjunto de mtodos de recolha,

    registo, organizao e interpretao de dados econmicos.

    As unidades econmicas prosseguem determinados fins os

    objectives de actuao para o que dispem de meios (humanos e

    materiais) para a sua concretizao.

    A sua actividade reflecte um patrimnio. ele que interessa

    contabilizar, registando tambm as alteraes por ele sofridas ao

    Longo do tempo.

    exactamente do conjunto de mtodos de registo do referido

    patrimnio (e das suas alteraes) que vamos ocupar nesta Unidade.

    Ao longo das prximas duas Sesses de estudo, vai encontrar,

    primeiro, a descrio dos elementos e classes de registo, segundo, as

    principais regras e mtodos de lanamento desses elementos.

    Objectivo Ao chegar ao final desta Unidade, dever estar apto a:

    Utilizar os elementos e regras bsicas da Contabilidade.

  • O PATRIMNIO

    Objectivo No final, e aps resolver os exerccios, voc dever ser capaz de:

    Identificar os conceitos e os fluxos elementares de qualquer

    actividade econmica, objecto da Contabilidade.

    A) Elementos Patrimoniais Na Contabilidade tudo gira volta do patrimnio, e ser esta a

    temtica desta Sesso. Abord-la-emos acompanhando uma empresa,

    a Confeces Chimoco, Lda, que produz pronto-a-vestir.

    Patrimnio

    A Confeces Chimoco, Lda. utiliza pessoal, mquinas e tecidos (os

    seus meios) para produzir pronto-a-vestir (o seu objectivo).

    Por isso, a Confeces Chimoco, Lda. apresenta um patrimnio, com

    determinada estrutura, que reflecte a actividade desenvolvida.

    Mas, afinal, que o patrimnio?

    Patrimnio: o conjunto de bens, direitos e obrigaes afectos empresa.

  • Este conjunto bastante heterogneo na sua composio:

    Bens: edifcios, viaturas, mquinas, dinheiro, etc.

    Direitos: dvidas a receber dos clientes,

    depositor bancrios, etc.

    Obrigaes: dvidas a pagar aos fornecedores,

    etc.

    Cada um destes elementos (edifcios, dvidas a receber, dvidas a

    pagar, etc.) designado por elemento patrimonial. Todos os

    elementos patrimoniais obedecem a dois requisitos fundamentais:

    Serem redutveis a valor pecunirio;

    Estarem afectos mesma gesto.

    Finalmente, os elementos patrimoniais, so agrupveis em classes

    para efeitos de registo: activo, credores e fundos prprios.

    Activo (Meios) e Credores

    Assim, vejamos:

    Activo ou Meios* o conjunto de elementos patrimonais da empresa

    relativos aos bens e direitos e o seu respectivo valor.

    Credores* o conjunto de elementos patrimonais relativos a obrigaes e

    o seu respectivo valor.

    Pode, por isso, concluir-se que no patrimnio h a considerar:

    A sua composico;

    O seu valor.

    Quanto sua composio, o patrimnio engloba, o conjunto dos

    elementos patrimoniais, agrupados em duas classes - Activo (Meios)

    e Credores -expressos em valores. E, por isso, o patrimnio da

    Confeces Chimoco, Lda. assim representado:

    *Valores positives

    que a empresa

    dispe para o

    desenvolvimento

    das suas

    actividades.

    *Fontes de

    financiamento

    externas dos

    meios da

    empresa.

  • ACTIVO CREDORES

    COMPOSIO VALOR COMPOSICO VALOR

    Edifcio 5000 Emp. Banc. obtidos 3000

    Mobilirio 70 Dvida a um forneced. 200

    Mquinas 1000

    Viaturas 200 Total dos credores 3200

    Dvida de um cliente 400

    DO Banco "XPTO" 500

    Dinheiro em caixa 100

    Total do activo 7270

    Qual ser ento, o valor do patrimnio lquido?

    Fundos Prprios

    O patrimnio lquido, ou capital prprio ou fundos prprios*

    respeita quilo que a empresa efectivamente vale. o que fica depois

    de aos bens e aos direitos deduzirmos as obrigaes.

    (Bens + Directos) - Obrigaes = Fundos prprios

    Activo - Credores = Fundos prprios

    O Patrimnio

    ACTIVO

    Valores concretos

    Fundos prprios

    Valores abstractos (*)

    Credores

    Valor concreto

    *Resultam da diferena entre os valores patrimoniais activos e os credores.

    Activo = Credores + Fundos prprios

    Activo = Passivo*

    * Fontes de financiamento

    internos (ou seja,

    financiamentos que foram

    afectos empresa pelos seus

    scios, accionistas ou

    proprietrios, no caso das

    empresas privadas, ou pelo

    Estado, no caso da empresa

    do Estado, sem a naturaza de

    crditos) dos meios da

    empresa.

    *Corresponde ao conjunto de

    fontes de financiamento

    externas e internas da

    empresa.

  • Voltando ao patrimnio da Confeces Chimoco, Lda., o valor dos

    fundos prprios calculado da seguinte forma:

    Activo........................................................................... 7270

    Credores.................................................................... -3200

    Fundos prprios......................................................... 4070

    ACTIVO PASSIVO

    COMPOSIO VALOR COMPOSICO VALOR

    Edifcio 5000 Fundos prprios

    Mobilirio 70 Total fund. Prprios 4070

    Mquinas 1000

    Viaturas 200 Emprstimo Banca. Obtidos 3000

    Dvida de um cliente 400 Dvida a um forneced 200

    DO Banco "XPTO" 500

    Dinheiro em caixa 100 Total dos credores 3200

    Total do activo 7270 Total do passivo 7270

    Como pode observar, chammos fundos prprios ao valor do

    patrimnio lquido, que tambm se pode designar por situao lquida

    ou capital prrpio.

    Os fundos prprios resultam da diferena entre os valores activos e

    os credores, podendo, portanto, ser positivos, nulos ou negativos.

    Assim, a equao fundamental da Contabilidade pode ser definida da

    seguinte forma:

    Vejamos, ento, como se chega a esta concluso.

    Fundos prprios positivos

    E o caso da Confeces Chimoco, Lda., em que o valor dos seus bens e

    direitos maior do que o valor das suas obrigaes. Assim, o activo

    maior do que os credores.

  • Se a Confeces Chimoco, Lda. vendesse os seus bens e recebesse os

    seus direitos e liquidasse as suas dvidas, o remanescente seria de 4

    070, que, representaria fundos prprios positivos.

    Fundos prprios nulos No caso de os valores do activo e dos credores coincidirem a

    empresa apresenta fundos prprios nulos.

    Fundos prprios negativos

    Tambm pode acontecer que, num dado memento, uma empresa

    apresente valores activos menores do que os credores, ou seja, o

    valor dos seus bens e direitos no cobre as suas obrigaes,

    significando isto que a empresa entrou em falncia. A empresa, neste

    caso, tem fundos prprios negativos.

    Se reunirmos as tros situaes anteriores, encontramos a seguinte

    frmula abrangente:

    CHAVE DE SINAIS

    = IGUAL

    MAIOR

    MENOR

    IMPLICA

    EQUIVALENTE

    Fundos prprios positivos

    Fundos prprios nulos

    Fundos prprios negatives

  • Podemos rever a frmula anterior dado que os conceitos fundos

    prprios negativos e fundos prprios positivs so mutuamente,

    exclusivos. Repare que:

    Se FPpositivo ento:

    Se Fpnulos ento:

    Se Fpnegativo ento:

    Entao se, na frmula, colocarmos o FPn, no segundo membro vem:

    Resulta daqui a frmula fundamental da Contabilidade:

    B) Elementos do Activo, dos Credores e dos Fundos Prprios Agora que conhece as caractersticas principais do patrimnio e das

    classes patrimoniais, podemos aprofundar estas questes.

    Concretamente, vamo-nos deter, com mais pormenor, nos elementos

    e grupos patrimoniais que fazem parte de cada classe patrimonial.

    Activo (Meios)

    Os grupos e elementos patrimoniais que fazem parte do activo

    (meios) dispem-se da seguinte forma:

    Meios circulantes financeiros; Meios circulantes materiais;

    Meios imobilizados

    Meios Circulantes Financeiros: Consistem no meios monetrios da empresa e

    nos crditos que detem relativamente a terceiros.

    Deste grupo, fazem parte as seguintes contas:

    Caixa;

    Bancos;

    Clientes;

    Devedor-Estado

    Devedores-scios, accionistas ou proprietrios

    Outros devedores;

    Ttulos negociveis;

    Acrscimo de proveitos e custos diferidos.

  • Meios Circulantes Materiais: Integram todos aqueles meios que so

    objectivo do trabalho da empresa.

    Este grupo, subdivide-se, por sua vez nas seguintes contas:

    Compras;

    Mercadorias;

    Produtos acabados e Intermdios;

    Produtos ou servios em curso;

    Subprodutos, desperdcios, resduos e refugas;

    Matrias-primas, auxiliares e materiais;

    Regularizaes de meios circulantes materiais

    Provises para meios circulantes materiais

    Meios Imobilizados: so todos os bens e valores propriedades da empresa que

    nela devam permanecer por longo perodo.

    Dente gropo fazem parte as seguintes contas:

    Imobilizaes Financeiras;

    Imobilizaes Corpreas;

    Imobilizaes Incorpreas;

    Imobilizaes em curso;

    Investimentos em curso;

    Amortizaes.

    Credores

    Fazem parte dos credores as seguintes contas:

    Fomecedores;

    Emprstimos obtidos

    Credor-Estado;

    Credores-Scios, accionistas ou proprietrios;

    Outros credores;

    Acrscimo de custos e proveitos diferidos

    Capital e Fundos Prprios

    Fazem parte de capital e fundos prprios as comas seguintes:

    Capital;

    Prmios de Emisso;

    Prestaes suplementares Reservas;

    Lucros ou prejuizos acumulados;

    Resultados Liquidos.

    Esta conta no

    aparece no

    balano, dado que

    no final do ano se

    encontra com

    saldo nulo (na

    sesso seguinte

    encontra a

    explicao deste

    conceito).

  • C) FLUXOS CONTABILSTICOS Voc j conhece a estrutura patrimonial de uma empresa.

    Uma empresa, quando gere um patrimnio, est a aplicae recursos.

    Os seus recursos so os fundos alheios e os fundos prprios que

    detm: respectivamente, os credores e os fundos prprios.

    A aplicao desses recursos constitui o activo da empresa os seus

    bens e direitos.

    PATRIMNIO

    APLICAES RECURSOS

    Activo

    Credores

    A L H E I O S

    Fundos prrpios

    P R P R I O S

  • Contabilisticamente, esta actividade traduz-se em transformar os

    meios circulantes financeiros (dinheiro em caixa, depsitos nos

    bancos) em meios circulantes materiais (mercadorias) e vice-versa.

    Mas, as mercadorias podem no se transformar imediatamente em

    meios monetrios * e, a, a empresa concede o crdito (vendas a

    prazo) que posteriormente se transforma em meios monetrios.

    No activo (meios), podemos, ento, distinguir:

    ACTIVO CIRCULANTE (MEIOS CIRCULANTE)

    * Coincide com a classe 1 do PGC ** Coicide com a classe 2 do PGC

    Para assegurar e auxiliar o seu funcionamento, a empresa precisa de

    utilizar imobilizaes (activo imobilizado):

    * Fazem parte

    dos meios

    monetrios:

    Caixa;

    Bancos;

    Ttulos

    negociveis.

    Financeiros* Materiais**

    Activo Circulante

    ACTIVO IMOBILIZADO (MEIOS IMOBILIZADOS*)

    *Coincide com a classe 3 do PGC

  • Assim:

    A origem dos recursos Passivo constitu;ida pelos credores

    (origens dos recursos alheios) e pelos fundos prprios (origens dos

    recursos prprios):

  • III LANAMENTOS DOS. FACTOS PATRIMONIAIS.

    PRINCIPAIS REGRAS CONTABILISTICAS

    Objectivo Ao chegar ao final Sesso, voc dever ser capaz de:

    Aplicar as principais regras da Contabilidade.

    A) Alteraes no Patrimnio O patrimnio de uma empresa est em constante mutao, em funo

    da sua actividade normal compra de mercadorias e matrias-

    primas, produo de produtos acabados e venda de mercadorias e

    produtos acabados - e em consequncia de acontecimentos

    extraordinrios roubos, incndios, etc.

    A estas mutaes decorrentes da actividade da empresa d-se o

    nome de factos patrimoniais.

    Estes factos originam alteraes ou apenas na composio ou na

    composio e valor do patrimnio da empresa.

    Por isso, quando analisamos o patrimnio de uma empresa num

    determinado momento,estamos a verific-lo estaticamente, com a

    conscincia de que aqueles dados so vlidos apenas para esse

    memento.

  • Factos Patrimoniais Permutativos ou Qualitativos

    Confeces Chomoco, Lda

    PATRIMNIO (valores em meticais)

    ACTIVO

    Meios imobilizados:

    Edifcio

    Mobilirio

    Mquinas

    Viaturas

    Meios circulantes financeiros:

    Dinheiro em caixa

    DO no Banco Moambicano

    Dvida de um cliente

    5000

    70

    1000

    200

    100

    500

    400

    PASSIVO

    Fundos prrpios:

    Capital

    Total dos fundos prrpios

    Credores

    Emprstimo obtido

    Dvida a um fornecedor

    Total dos credores

    4 070

    4 070

    3 000

    200

    3 200

    7270 Total do passivo 7 270

    Suponha que Para poder efectuar um pagamento, se procedeu a um

    levantamento de 50 meticais da conta de depsitos ordem no Banco

    Moambicano.Esta operao , por si mesma, uma alterao ao

    patrimonial, um facto patrimonial que se pode traduzir

    contabilisticamente.

    ANTES

    DO no Banco 500

    Dinheiro em caixa 150

    50 meticais

    Levanta

    mento de

    50

    meticais DEPOIS

    DO no Banco 450

    Dinheiro em caixa 150

    Variao

    negative (no

    valor de 50

    meticais)

    Variao

    positive no

    valor de 50

    meticais)

  • Confeces Chimoco, Lda Valores em

    PATRIMNIO (meticais)

    Activo Passivo

    Meios imobilizados: Fundos prprios

    Edifcio 5000 Capital 4070

    Mobilirio 70

    Mquinas 1000 Total dos fundos prprios 4070

    Viaturas 200

    Credores

    Meios circulantes financeiros: Emprstimos bancrios obtidos 3000

    Dvida de um cliente 400 Dvida a um fornecedor 200

    DO Banco Moambicano 500

    Dinheiro em caixa 100 Total dos fundos credores 3200

    Total do Activo

    Total do Passivo

    7270 7270

    Como pode ver, neste caso, as variaes verificaram-se no activo e

    afectaram dois elementos patrimoniais no mesmo valor (50 meticais)

    e em sentidos opostos, pelo que o patrimnio lquido (A - C = FP)

    mantn o mesmo valor.

    O facto patrimonial que acabou de observar um

    Facto permutativo ou qualitativo: a mudana verificada afecta apenas a

    composico e no o valor do patrimrio.

    Factos Patrimoniais Modificativos

    Mas, na Confeces Chimoco, Lda, realizam-se outras operaes mais

    directamente ligadas ao objectivo principal de qualquer empresa -

    aumentar o valor do seu patrimnio.

    Veja um exemplo:

    A Confeces Chimoco, Lda. vendeu mercadorias a pronto pagamento

    (a nova linha de calas e camisas para homem), no valor de 350

    meticais, que custaram 250 meticais.

    Afim de analisar esta operao, ou melhor, este facto patrimonial,

    vejamos cada uma das alteraes introduzidas no patrimnio.

  • A Confeces Chimoco, Lda. comprou mercadoria por 150 meticais, a

    pronto pagamento, utilizando verbas depositadas no Banco

    Moambicano. (por simplificao consideramos as mercadorias

    isentas do IVA).

    Portanto, este facto patrimonial permutativo e temos a seguinte

    representao do patrimnio:

    Confeces Chimoco, Lda Valores em (meticais)

    PATRIMNIO

    Activo Passivo

    Meios imobilizados: Fundos prprios:

    Edifcio 5000 Capital 4070

    Mobilirio 70

    Mquinas 1000 Total dos fundos prprios 4070

    Viaturas 200

    Meios circulantes materiais:

    Mercadorias 250

    Credores:

    Meios circulantes finaceiros: Emprstimos bancrios obtidos 3000

    Dvida de um cliente 400 Dvida a um fornecedor 200

    DO Banco Moambicano 200

    Dinheiro em caixa Total dos fundos credores 200

    Total do activo

    Total do Passivo

    7270 7270

    Analisemos agora o facto patrimonial em questo:

    Venda de mercadorias a pronto pagamento no valor de 350 meticais,

    que haviam sido adquiridas por 250 meticais. Recebeu-se o valor em

    numerrio.

    ANTES

    DO no Banco 450

    Mercadoria ... 250 meticais

    Compra de

    mercadoria

    250

    DEPOIS

    DO no Banco 200

    Mercadorias 250

    Variao negativo

    (no valor de 250

    meticais)

    Variao positivo

    (no valor de 250

    meticais)

  • Ora, estamos agora perante um facto em que os elementos

    patrimomiais afectados sofreram variaes de valor desigual e, por

    consequncia, o valor do patrimnio alterou-se.

    Como o valor do capital (4070) se mantm inaltervel, o aumento em

    100 meticais (350 - 250) surge nos fundos prprio sob a designao

    Lucros ou prejuizos acumulados.

    Confeces Chimoco, Lda Valores em

    PATRIMNIO (meticais)

    Activo Passivo

    Meios imobilizados: Fundos prprios;

    Edifcio 5000 Capital 4070

    Mobilirio 70 Lucros ou prejuizos acumulados 100

    Mquimas 1000 Total dos fundos prprios: 4170

    Viaturas 200

    Meios circulantes materiais

    Mercadorias 0

    Credores

    Meios circulantes financeiros: Emprstimos bancrios obtidos 3000

    Dvida de um cliente 400 Dvida a um fomecedor 200

    DO Banco Moambicano 200

    Dinheiro em caixa 500 Total dos fundos credores 3200

    Total do Activo

    Total do Passivo

    7370 7370

    ANTES

    Mercadoria 250

    Dinheiro em caixa 150

    Venda de

    mercadoria

    350

    250 + 100

    meticais

    DEPOIS

    Mercadorias 0

    Dinheiro em caixa 500

    Variao

    negativo (no

    valor de 250

    meticais)

    Variao

    positivo (no

    valor de

    350

    meticais)

  • Sabendo-se que o valor do patrimnio (lquido), ou fimdos prpros,

    igual diferea entre o activo e os credores, temos:

    FP = A - C. pelo que:

    FP = 7 370 - 3 200=4170

    Este novo valor dos fundos prprios resultou da diferena entre a

    variao positiva sofrida por dinheiro em caixa e a variao negativa

    sofrida por mercadorias.

    Este facto patrimonial, que alterou o valor dos fundos prprios,

    um:

    Facto modificativo ou quantitativo. A alterao verificada afecta,

    simultaneamente, a composio do patrimnio.

    Todos os factos patrimoniais modificativos, por afectarem o valor do

    patrimnio, se traduzem em:

    FACTO PATRIMONIAL

    Originado pelas

    actividades de explorao

    do exerccio e pelas

    actividades sociais

    Originado pelas actividades

    extraordinrias do exerccio

    e por resultados cuja origem

    remonta a

    VARIAO POSITIVA

    Proveitos (1) Resultados (2.1)

    VARIAO NEGATIVA

    Custos (2) Resultados(2.1)

    (1) Coincide com a classe 7 do PGC (2) Coincide com a classe 6 do PGC (3)

    Coincide com a classe 6 do PGC, nomeadamente com a contas 6.9 Custos e

    perdas extraordinrios.

  • B) A Conta

    A Conta- Caracterizao geral

    A Contabilidade utiliza um processo que lhe permite com facilidade

    registar todas as variaes patrimoniais: a conta.

    Conta: conjunto ou clase de elementos patrimoniais com caractersticas comuns,

    expressos em unidades de valor.

    Em nome do necessrio rigor da Contabilidade, as contas obedecem,

    a dois requisitos fundamentais:

    Homegeneidade Aconta s deve conter elementos que tenham as

    caractersticas que ela define;

    Integralidade Todos os elementos que tenham a mesma caracterstica devem

    estar includos na mesma conta

    As contas tm uma representao grfica prpria: por tradio e

    conveno, a conta apresenta-se com um traado em forma de T.

    Este traado permite a diviso do espao reservado aos registos em

    duas colunas:

    A da esquerda destinada aos dbitos (Dbito);

    A da direita aos crditos (Crdito).

    E permite a colocao de:

    Cdigo que identifica a conta Ttulo (ou nome) Revela as

    caractersticas dos elementos e

    Dbito 000 ABC Crdito

  • Assim:

    Quando a conta recebe um valor do lado esquerdo, dizemos

    que a conta debitada;

    Quando a conta recebe um valor do lado direito, dizemos que

    creditada.

    O Saldo de uma Conta

    O saldo a diferena entre a soma dos valores acumulados a dbito e os valores

    acumulados a crdito.

    Apresentando no T:

    As contas podem ter saldos:

    - =

    Somatrio

    Dos

    dbitos

    Somatrio

    Dos

    crditos

    Saldo

    D C

    Dbitos Crditos

  • D

    D

    Compras de meios

    circulantes materiais

    C

    A conta Compras de meios circulantes

    materiais tem um saldo nulo

    ( 5 000 - 5 000) 5 000 5 000

    D

    Capital

    C

    A conta Capital tem um saldo credor

    (sc) de 100 000 meticais ( 0 - 10 000)

    10 000

    Analisemos agora alguns conceitos:

    Saldar uma conta;

    Fechar uma conta;

    Trancar uma conta;

    Reabrir uma conta.

    Saldar uma conta em adicionar o saldo coluna que tenha menor

    valor.

    D Caixa C

    A conta Caixaa tem um saldo devedor (sd) de

    2000 meticais (3600 1600).

    1 000

    100

    2500

    300

    200

    100

    1000

  • Fechar uma conta consiste em somar os valores acumulados a dbito e a

    crdito depois de saldar a conta.

    Trancar uma conta consiste em sublinhar com dois traos os valores

    encontrados quando se fechou a conta.

    Reabir uma conta consiste em lanar o saldo no lado do dbito se na conta

    fechada o saldo era devedor, ou no lado do crdito se o saldo era credor.

  • Agora que voce j sabe o que so contas, recorde que, como j

    referimos aqui, existe um quadro de contas organizado para a

    contabilidade das empresas.

    Pois bem, precisamente sobre essas contas que lhe vamos falar

    agora.

    Contas PGC

    Para j sugerimos que consulte o PGC, que se encontra nos textos de

    apoio*, e procure justamente o referido quadro.

    Nele pode ver que se adoptou o critrio da repartio das contas por

    classes, numeradas de 1 a 9, mais a classe 0.

    Cada uma compreende diferentes tipos de elementos patrimoniais

    concretos e abstractor, com o objectivo de facilitar a obteno de

    dados contabilsticos, no s para a empresa, mas tambm para as

    entidades eventualmente interessadas nesses dados.

    A cada classe foi atribudo um ttulo e um cdigo, o mesmo

    acontecendo a cada conta.

    Por exemplo:

    Todos os edifcios industriais so registados sempre na conta 311.

    No entanto, um edifcio administrativo e comercial j no tem a

    mesma classificao; contabilizado na conta 312 (Edifcios

    administrativos e comerciais).

    3 : porque um meio imobilizado;

    31 : porque uma construo;

    312 : porque um edifcio administrativo e comercial.

    Classe

    3

    Conta do 1 grau*

    31

    Conta do 2 grau*

    311

    Edifcios industriais Construes Contas de meios

    imobilizados

    * Uma conta de 1

    grau tem dois

    dgitos: uma conta

    de 2 grau tem

    trs dgitos, etc.

  • Deste modo, fcil detectar a classe de qualquer subconta, por mais

    subdividida que seja.

    Para as contas subsequentes, mantm-se esta regra.

    Continuando com o PGC, voce encontra no Captulo II "Quadro e lista

    de contas" os cdigos para todas as contas que ele comporta*.

    E, mais adiante, encontra no Captulo III "Terminologia" onde se,

    integram definies relacionadas com as designaes da lista de

    contas e no Captulo IV "Modalidades de funcionamento das contas"

    onde se explica a movimentao a dbito e a crdito das contas.

    Tambm neste curso e para as contas com que vamos trabalbar,

    tentaremos fazer a respectivo descrio.

    Como pode verificar, no PGC existem 10 classes de contas que se

    podem distribuir da seguinte forma, tendo em considerao:

    A sua relao com o patrimnio:

    Contas do activo;

    Contas de credores;

    O tipo de informao contabilstica que transmitem:

    Contas do balango;

    Contas da demonstragdo de resultados;

    Outras contas.

    E porque o balano transmite informao patrimonial e financeira, as

    contas do activo, de credores e de fundos prprios coincidem com as

    contas de balano.

    CONTAS DE

    BALANO

    1. Meios circulantes financeiros A

    2. Meios circulantes materiais A

    3. Meios imobilizados A

    4. Credores C

    5. Fundos prprios FP

    CONTAS DA

    DEMONSTRAO

    DE RESULTADOS

    6. Custos*

    7. Proveitos*

    8. Resultados

    OUTRAS

    CONTAS

    9.Analticas de explorao

    10. Ordem

    * Onde vai

    encontrar

    contas do 3

    grau.

    *Contas de

    explorao.

  • Mais adiante (Unidade III), veremos em pormenor estas "Contas de

    Balano" e "Contas da Demonstrao de Resultados" e respectivos

    contedos. Em relao as "Outras Contas" classes 9 e 0 embora

    no sendo, objecto do nosso estudo, refira-se que:

    A classe 9 utilizada por algumas empresas e destina-se

    contabilidade analtica, a qual regista as operaes realizadas

    na empresa com o objectivo, entre outros, de determinar os

    custos industriais dos vrios produtos e servios produzidos.

    A classe 0 no faz parte do balano, mas completa-o, pelas

    informaes que contm. Nela so registados factos que

    podem vir a alterar a situao patrimonial da empresa, por

    exemplo, mercadorias recebidas consignao, letras

    descontadas, etc.

    A - Estes classes incluem as contas de activo (meios)

    C - Esta classe inclui as contas de credores

    FP - Este classe inclui as contas de fundos prprios

  • C) LANAMENTO

    Agora que j sabe que as variaes patrimoniais se registam em

    contas, naturalmente querer saber como se fazem esses registos.

    Para tal necessrio, em primeiro lugar, saber o que um

    lanamento.

    Todo o lanamento tem de ter como base um documento

    comprovativo, que pode ser uma letra, uma factura, uma nota de

    lanamento, etc.

    Assim, cada registo contabilstico deve estar fundamentado em

    documento justificativo adequado, datado e susceptvel de ser

    apresentado quando solicitado.

    Elementos do Lanamento

    O lanamento pode ter os seguintes elementos:

    Data Dia da ocorrncia do facto patrimonial.

    Ttulo Nome da conta (ou contas) a debitar e

    respectiva contrapartida, ou seja, conta (ou

    contas) a creditar.

    Histrico Resumo sucinto do facto patrimonial, com

    referncia aos documentos que o comprovam.

    Importncia Corresponde ao valor das variaes provocadas

    nas contas.

    Um lanamento o registo de um facto patrimonial nos livros ou noutros

    suportes prprios da contabilidade.

  • Classifio dos Lanamentos

    Existem diversos tipos de lanamentos consoante a natureza dos

    movimentos a que respeitam:

    Lanamentos de abertura Referem-se ao registo de

    situao patrimonial no incio da escrita de um comerciante;

    Lanamentos correntes Respeitam ao registo das operaes

    efectuadas durante o exerccio econmico;

    Lanamentos de estorno Destinam-se a anular ou rectificar

    outros registos ou a preencher alguma lacuna. Estes

    lanamentos so de exigncia legal, pois os livros de

    contabilidade devero ser cuidadosamente conservados e a

    sua escriturao no pode ser efectuada com intervalos em

    branco, entrelinhas, rasuras ou transportes para as margens;

    Laamentos de regularizao ou rectificao - Servem para

    rectificar os saldos que no correspondem a realidade, sendo

    efectuados normalmente no final de cada ano, antes do

    apuramento dos resultados*;

    Lanamentos de apuramento de resultados - So feitos

    para transferir os saldos das contas de custos e de proveitos

    para as contas de resultados;

    Lanamentos de encerramento - Fecham as contas que

    apresentam saldo aps o apuramento de resultados;

    Lanamento de reabertura - Registam, no comeo de um

    exerccio, os valores iniciais das contas, ou seja, os saldos

    finais das contas do exerccio anterior.

    Alguns destes lanamentos

    relacionam-se com o

    princpio da efectivao

    das operaes, de acordo

    com o qual as operaes

    realizadas num exerccio

    afectam os respectivos

    resultados

    independentemente dos

    recebimentos e

    pagamentos respectivos se

    terem ou no efectivado.

    Exemplificando: a renda

    do imvel paga em

    Dezembro, referente ao

    ms de Janeiro,

    corresponde a uma

    despesa que s ser custo

    no ms de Janeiro.

    , portanto, um custo a

    considerar somente no

    exercicio seguinte.

  • D) Mtodo de Partida Dupla

    Mtodo de Partida Dupla

    Mtodo de partida dupla digrfico*: de acordo com este mtodo, a um

    registo de dbito numa conta corresponde sempre um ou mais registos a

    crdito numa ou noutras contas e vice-versa, isto , a um ou registos a dbito

    corresponde sempre um ou mais crditos de igual montante.

    essencial ter presente que a variao numa conta sempre

    equilibrada pela variao de outra ou outras contas, por forma a que

    a equao fundamental da contabilidade se mantenha.

    Assim, qualquer variao no patrimnio afecta, a dbito e a crdito,

    uma ou mais contas de:

    Activo;

    Credores;

    Fundos prprios.

    O mtodo de partida dupla permite que, aps efectuados os

    lanamentos, se verifique a equivalncia entre o total dos dbitos e

    dos crditos no final do perodo contabilstico.

    A constatao desta igualdade nao mais do que o controlo do

    trabalho contabilstico efectuado*.

    *Este mtodo,

    originrio de

    Itlia, foi

    aperfeioado ao

    longo do sculo

    XV, nas grandes

    cidades

    mercantis da

    Europa de

    ento.

    No tpico

    seguinte,

    explicar-se-

    como se faz

    este controlo.

  • Para vermos como este mtodo se concretiza, comecemos por

    enumerar as regras a que os lanamentos das contas obedecem.

    REGRAS DE MOVIMENTAO DAS CONTAS

    CONTAS DEBITAM-SE PELOS (AS)

    CREDITAM-SE PELOS (AS)

    Activo Aumentos Diminuies

    Credores Diminuies Aumentos

    Fundos prprios Diminuies Aumentod

    Raciocnio Contabilstico

    Para se efectuar um lanamento, h que proceder ao seguinte

    raciocnio contabilstico:

    Quais as contas afectadas?

    As contas so de active, de credores ou de fundos prprios?

    Quais as contas que sofrem aumentos e as que sofrem diminuies?

    Quais as contas a debitar e a creditor?

    Passo 1

    Passo 2

    Passo 3

    Passo 4

  • Considere o seguinte facto patrimonial:

    Compra de urn veculo automvel para transporte das mercadorias

    pela Confeces Chimoco, Lda, no valor de 2 000 meticais, mais

    IVA pago por cheque.

    Uma vez efectuado este raciocnio podemos fazer o seu lanamento

    nas respectivas contas.

    1

    2

    3

    4

    Quais as contas afectadas *?

    Aquisio do veculo Automvel => 32 - Equipamentos=

    Imposto sem o valor acrescentado => 14 - Devedor Estado - I VA suportado

    Pagamento efectuado por cheques => 12 - Bancos

    As contas so de activo de credor ou de fundos prprios?

    32 - Equipamentos * => uma conta de activo, porque bem

    14 - Devedor Estado => uma conta do activo porque um direito

    12 - Bancos => uma conta de activo, porque um direito

    Quais as contas que sofrem aumento e as que sofrem diminuio?

    32 Equipamentos => Aumento do activo

    14 - Devedores Estado => Aumento do Activo,

    12-Bancos => Diminuio do activo

    Quais as contas a debitar e a creditar?

    32 - Equipamentos => Debita-se

    14 - Devedo Estado => Debita-se

    12 - Bancos => Credita-se

    * Procurar no

    PGC a conta em

    causa.

  • E) O Processo Contabilstico

    Registo Contabilstico

    Como j sabe, no decorrer da actividade de uma empresa surgem

    factos patrimoniais. Estes tm de ser registados em livros prprios,

    sempre com base em documentos justificativos.

    A lei obriga existncia de determinados livros.

    Livros obrigatrios obrigatria a escriturao dos seguintes livros de

    contabilidade geral:

    Dirio;

    Razo;

    Inventrio e balano.

    Para alm dos livros de escriturao obrigatria j indicados,

    algumas formas de sociedade, nomeadamente as sociedades

    annimas, devem proceder a escriturao dos seguintes livros:

    a. Livro de actas da assembleia geral;

    b. Livro de actas do conselho de administrao;

    c. Livro de actas do rgo de fiscalizao;

    d. Livro de registo de nus, encargos e garantias.

    Refira-se, que os livros de registo obrigatrio podem ser

    substitudos por fichas ou outras tcnicas de escriturao nos

    termos que forem legalmente estabelecidos.

    Dirio

    Dirio servir para os comerciantes registarem dia a dia, por ordem cronolgica,

    em assento separado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam vir a

    modificar a sua fortuna.

    De facto, no dirio, fez-se o registo cronolgico, em assento

    separado por dbitos e por crditos, dos factos patrimoniais que

    modificam ou podem vir a modificar o patrimnio.

  • O dirio tem a seguinte estrutura:

    Vejamos, como exemplo, o registo dos seguntes fatos patrimoniais:

    A) No dia 15 de Janeiro de 2007, efectuou-se um depsito

    ordem em numerrio de 200 000 meticais, conforme guia de

    depsito n 789;

    B) No dia 16 de Janeiro de 2007, efectuou-se a compra de

    mobilirio a pronto pagamento, em numerrio, no valor de 50 000

    meticais, conforme Factura, recibo n 987. (no includo o IVA

    nesta operao)

    Nova Cidade., 15 Janeiro de 2007

    233 1.2 Bancos 2

    a 1.1 Caixa 1 200,000

    Guia Deposito n 789

    ----26

    3.2.3 Mobilirio e equipamento 234 Administrativo Social 3 a 1.1 Caixa 1 80,000

    Factura-recibo n 987

  • Razo

    O dirio serve de base escriturao do razo.

    Assim, no razo efectua-se o registo de todas as operaes do dirio

    ordenadas por dbitos e crditos, em, relao a cada uma das contas.

    O razo tem a seguinte estrutura.

    O Razo - Servir para escriturar o movimento de todas as operaes do

    dirio, ordenadas por dbito e crdito, em relao a cada uma das

    respectivas contas, parar se conhecer o estado e a situao de qualquer

    delas sem necessidade de se recorrer ao exame e separao, de todos os

    lanamentos cronologicamente escriturados no dirio.

    1,2 a 3 Anos, ms e dia, respectivamente.

    4.Proposio a (de)

    5.Conta creditada (Debitada)

    6.Nmero de lanamento no dirio

    7.Importncia

  • Vejamos os mesmos lanamentos feitos no razo:

  • Balancete

    Lembremos que:

    Se no mtodo de partida dupla a um ou mais registos a dbito

    corresponde sempre um ou mais registos a crdito de igual montante,

    ento o balancete permite conferir as passagens do dido para o

    razo.

    So elaborados balancetes periodicamente, de uma forma geral,

    todos os meses, com a finalidade de:

    Conferir as passagens do dirio para o razo;

    Verificar a situao da empresa.

    Estes balancetes tem o nome de balancetes de verificao.

    O balancete tem a seguinte estrutura:

    Contas Movimentos acumulados Saldos

    Dbito Crdito Devedores Credores

    Balancete o quadro onde se inscrevem todas as contas do razo, com os

    totais de dbito e de crdito acumulados e os respectivos saldos, referidos a

    uma certa data.

    = =

    TOTAL

    DO

    DIRIO

    TOTAL DOS

    DBITOS

    DO RAZO

    TOTAL DOS

    CRDITOS

    DO RAZO

  • Exemplifiquemos:

    Se a conta Caixa tiver registados os seguintes valores:

    Inventrio e Balano

    Inventrio e balano Este livro comear pelo arrolamento de todo o activo e

    dos credores, fixando a diferena entre aquele e este, o capital que entre em

    comrcio, e servir para nele se lanarem, dentro dos prazos legais, os balanos e

    que tem de proceder.

    Acrescentando os fundos prprios ao inventrio obtm-se o balano

    que constitui o mapa da situao patrimonial da empresa num

    determinado momento.

    O balano ser objecto de estudo pormenorizado posteriormente.

    Contas Movimentos acumulados Saldos

    Dbito Crdito Devedores

    11 Caixa 900 000 250 000 650 000

    O inventrio consiste numa relao (lista) dos elementos patrimoniais com a

    indicao do seu valor.

    O balano consiste na comparao entre os elementos patrimoniais activos e

    os credores, que so, conbecidos aps a elaborao do inventrio, com a

    finalidade de encontrar o valor e a natureza dos fundos prprios.

  • Demonstrao de resultados

    A demonstrao de resultados mostra como se chegou a determinado

    resultado. Assim, indica quais as razes que levaram a alterao dos

    fundos prprios, durante determinado exerccio contabilstico. Se

    essas alteraes so positivas, a empresa tem um lucro, se so

    negativas, tem um prejuzo.

    Do mesmo modo que o balano a demonstrao de resultados ser

    alvo de posterior escudo.

    O Processo Contabilstico

    Finalmente, podemos ilustrar o processo contabilstico.

  • IV - CONTAS DE BALANO

    CONTAS DE BALANO

    Objectivo No final desta Sesso e depois de fazer os exerccios, voc dever

    ser capaz de:

    Discriminar e utilizar as contas de balano.

    A)

    Definio

    Tal como as outras empresas, tambm a Confeces Chimoco, Lda.

    organizou a sua contabilidade em funo do PGC.

    Para tal, foi necessrio conbec-lo a fundo.

    o que lhe propomos agora: aprofundar o seu conhecimento do PGC.

    Comecemos por recordar que as 10 classes de contas* se distribuem,

    essencialmente, por categorias, das quais vamos ver, para j, as:

    Conforme pode ver no quadro ao lado, as contas das classes 1 a 5

    devidamente organizadas no balano, espelham, a composio e

    valor do patrimnio da empresa.

    nestas contas de balano que se lanam directamente os valores

    dos elementos patrimoniais concretos que compem o patrimnio da

    empresa classes 1 a 4.

    Nas contas da classe 5 so lanados apenas valores abstractos*.

    Assim, e de acordo com a natureza patrimonial dos elementos a que

    dizem respeito, as contas de balano distribuem-se por activo e

    passivo.

    1 Meios circulantes

    financeiros

    2 Meios circulantes

    materiais

    3 Meios imobilizados

    4 Credores

    CONTAS

    DE

    BALANO

    *Consulte, no

    PGC, o Captulo II

    quadro e lista

    de contas.

    * Ver Sesso

    2, ponto A.

    Contas de balano: aquelas que, num dado momento, permitem

    conhecer a situao patrimonial da empresa e identificar os resultados

    num dado perodo.

  • Vejamos:

    Balano da empresa X, em 30/03/07

    (Valores em meticais)

    ACTIVO PASSIVO

    3 - Meios imobilizados: 5. Fundos prprios:

    5.1 Capital 180,000

    3.2 - Imobilizaes corpreas 30,000 5.5 Reservas 20,000

    3.2 - lmobilizaes corpreas 70,000 5.9 - Resultados acumulados 10,000

    Total dos fundos prprios 210,000

    2 - Meios circulantes materiais:

    2.2 - Mercadorias 400,000

    4. - Credores

    1. Meios circulantes financeiros: 4.1 - Fomecedores 265,000

    1.3 - Clientes 165,000 4.6 - Outros credores 400,000

    1.6 - Outros devedores 100,000

    1.2 - Bancos 110,000 Total dos fundos credores 665,000

    Total do Activo

    Total do Passivo

    875,000 875,000

    B)Contedo das Contas de Balano

    Para que possa fazer lanamentos correctos nas contas, vamos

    analis-las mais em pormenor*, dando, sobretudo, ateno a natureza

    dos elementos patrimoniais que as compem.

    CONTAS DO BALANO

    Contas do Activo Contas do Passivo

    Contas de meios imobilizados Contas de Fundos Prprios

    Contas de meios circulantes materiais Contas de Credores

    Contas de meios circulantes financeiros

    Veja Contas do Balano no Plano de Contas anexo a este manual.

  • C) Lanamentos - Um Exemplo

    Balanco da empresa confeces Chimoco, Lda em 1 de Janeiro de 2007 (valores em meticais)

    PGC ACTIVO N PGC PASSIVO N

    Meios imobilizados : Fundos prprios:

    3.2 Imobilizaes corpreas 300 5.1 Capital 4,00

    5.9 Lucros prejuzos acumulados 115

    Meios circulantes materiais Total dos fundos prprios 515

    2.2 Mercadorias 620 Credores :

    Meios circulantes financeiros 4.1 Fornecedores 200

    1.1 Clientes 125 4,2 Emprstimos obtidos 750

    1,2 Bancos 350

    1.1 Caixa 70 Total dos credores 950

    Total do activo

    Total do passivo

    1465 1465

    Durante o ano, foram efectuadas diversas operaes, que pode observar no

    seguinte quadro de variaes das contas e que afectaram a composio e o valor

    do patrimnio da Confeces Chimoco, Lda.

    Contas ACTIVO CREDORES FUNDOS PRPRIOS

    Caixa Bancos Clientes Marca-

    dorias

    Equipa-

    mentos

    Forne-

    cedores Empres

    t.obtido

    custos c/,

    o Pessoal CMCMVC

    Vendas

    MCM Capital

    Operaes + - + - + - + - + - - + - + - + + - - + - +

    saldo inicial

    Recebeu do dientes

    em numerrio

    100

    Pagou por cheque aos

    tornecedores

    100

    Depsito ordem em

    numerrio

    50

    Comprou a pronto

    mercadorias

    150

    Vendeu a prazo

    marcadorias

    17S

    Custo das mercadorias

    vendidas 30

    Contraiu um emprst.

    bancrio

    50

    100

    150

    50

    150

    30

    150

    50

    250

    100

    200

    175

    100

    150

    500

    150

    30

    300

    100

    300

    500

    250

    30

    30

    175

    400

    250

    Recebeu dos clientes 300 230 450 100 375 250 650 30 300

    100 300

    750 30 30 175 400

    em dinheiro

    150

    Processou a pagou

    ordenados por caixa

    70

    sd

    350

    Sd

    125

    sd

    620

    sd

    300

    sd

    200

    sc

    750

    sc

    30

    sd

    30

    sd

    175

    sc

    400

    sc

    Activo = 1 465

    Credores = 950

    custos = 60

    Proveitos

    =

    176

    Capital

    = 400 Resultado = Proveitos =

    Custos = 115

    Fundos prprios = 515

  • Com base neste quadro, reelabormos o balano com data de 1 de

    Janeiro de 2007.

    Balano da empresa confees Chimoco, Lda em 1 de Janeiro de 2007 (valores em meticais)

    PGC ACTIVO N PGC PASSIVO N

    Meios imobilizados Fundos prprios

    3.2 Imobilizaes corpreas 300 5.1 Capital 400

    5.9 Lucros prejuzos acumulados 115

    Meios circulantes materiais Total dos fundos prprios 515

    2.2 Mercadorias 620

    Credores

    Meios circulantes financeiros 4.1 Fornecedores 200

    4.2 Emprstimos obtidos 750

    1.1 Clientes 125

    1.2 Bancos 350 Total dos credores 950

    1.1 Caixa 70

    Total do activo 1465

    Total do passivo 1465

  • V. CONTAS DA DEMONSTRAO DE RESULTADOS

    CONTAS DA DEMONSTRAO DE RESULTADOS

    Objectivo No final desta Sesso, dever ser capaz de:

    Discriminar e utilizar as contas da demonstrao de

    resultados de acordo com o PGC.

    A)

    Defino As contas da demonstrao, de resultados podem definir-se da

    seguinte forma:

    Contas da demostrao de resultados: contas que permitem conhecer a origem de

    um determinado, .e. todos os custos e perdas suportados e todos os proveitos e

    ganhos obtidos pela empresa.

    As contas da demonstrao de resultados esto incluidas nas

    classes 6 e7 do PGC.

    As contas da classe 6 - Custos e resultados 7- Proveitos e resultados

    permitem determinar os resultados de explorao e os resultados

    des actividades sociais relativos ao exerccio.

    Quando estudamos as contas da demonstrao de resultados, surge o

    problema de, por se tatar de contas dos fundos prprios, dizerem

    respeito a valores abstractos.

    Ento, qual a origem dos valores inscritos nas contas da demonst-

    ao de resultados?

    Vejamos, pois:

  • B) Contedo das Contas de Resultados

    Como acabou de ver, a conta de Resultados Lquidos do exerccio

    conjuga: Resultados Operacionais;

    Resultados Financeiros;

    Resultados Correntes *;

    Resultados Extaordinrios;

    Imposto sobre o Rendimento.

    * Os resultados Correntes agregam os resultados operacionais e os resultados financeiros.

    Para voc poder, mais adiante, efectuar lanamentos sobre estas contas,

    precisa de conhecer detalhadamente o contedo de cada uma delas. Para

    isso, consulte o plano de contas anexo a este manual:

    No fim do exerccio, so, agrupados por actividade e transferidos

    para a classe 8.

    Resultados Operacional

    Os resultados operacionais concentram valores os custos e proveitos

    operacionais resultantes da gesto corrente.

    Resultados Extraordinrios do Exerccio

    Consideram-se resultados extraordinrios os resultantes de ganhos

    ou perdas alheias gesto normal e corrente do exerccio.

    Resultados Imputveis a Exerccios Anteriores

    Resultados adquiridos no decurso do exerccio mas cuja origem

    remonta a exerccios anteriores.

  • Qual poder ser o valor do resultado apurado?

    Veja este exemplo:

    Custos e perdas Porveitos

    3 160 3 240

    Diminuies

    Aumentos

    A soma dos aumentos superior soma das diminuies dos fundos

    prprios, pelo que o resultado um lucro.

    Naturalmente, perante uma situao inversa, teremos um prejuzo.

    Esquematizando os diferentes resultados, teremos:

  • C) Lanamentos - Um Exemplo

    Para exemplificar estas operaes, vejamos o que se passou cam a

    Confeces Chimoco, Lda, data do incio da sua actividade:

    Nos restantes dias do primeiro ms de actividade, a Confeces

    Chimoco, Lda, efectuou as seguintes operaes:

    1

    Vendas a pronto de mercadorias por 180 MT, adquiridos por 135 Mt

    2

    Depsito de 100 MT no Banco Moambicano

    3

    Pagamento de ordenados no valor de 40 Mt por caixa

    4

    Vendas a prazo de 200 Mt de mercadorias, mais IVA, adquiridos por 145Mt

    5

    Processamento e pagamento a fornecedores por cheque no valor de 100 Mt.

    6

    Pagamentos de gua, luz e telefone, no valor de 10 meticais em numerrio

    7

    Recebimentos de clientes, no valor de 100 meticais, por caixa

    8

    Venda de uma mquina de escrever por 25 meticais, que apresentava no

    balano o valor lquido de 30 meticais, recebidos por caixa

    Balano da empresa Confeces Chimoco, Lda em 31 de Janeiro de 2007 (Valores em meticais)

    PGC ACTIVO N PGC PASSIVO N

    Meios imobilizados: Fundos prprios

    3.2 Imobilizaes corpreas 180 5.1 Capital 1000

    Meios circulantes materiais Total dos fundos prprios 1000

    2.2 Mercadorias 1000

    Credores :

    Meios circulantes financeiros

    4.1 Fornecedores 500

    1.2 Bancos 300 Total dos credores 500

    1.1 Caixa 20

    Total do activo 1500 Total do passivo 1500

  • Houve que proceder ao lanamento contabilstico destas operaes.

    Aprecie, em primeiro lugar, os passos que foram percorridos e verifique,

    depois, conta a conta, os lanamentos:

    Transcrever para as contas do Razo, os saldos tal como se aprosentam

    no balano do 31 do Dozembro do 1989.

    Efectuar os lanamentos nas contas afetadas, utilizando as regras de

    movimentao das contas e o mtodo de.partida dupla.

    Para o lanamento da 9 operao, h a registar a perda originada pela

    venda da mquina e que est relacionadacam oobjecto* da amp rasa

    Para os lanamentos respeitantes a compras de morcadorias, h que

    fazer a regularizao devida, pelo sistema do inventrio permanente,

    transferindo os valores das compras para Mercadorias pela entrada

    das existncias em armazm em contrapartida de Compras do meios

    circulantes materiais.

    Quando da venda, alm do lanamento normal a pro d venda, far-se-

    o registo do custo dos meios circulantes materiais vendido ou

    consumidos em contrapartida de Morcadorias, pela sada das

    existncias do armazm.

    Passo 1

    Passo 2

    Passo 3

    Passo 4

    * Diz (s)

    actividade(s) a

    efectuar pela

    empresa

    estabelecidas no

    contrato social.

  • V. ACTIVIDADE BANCRIA E AS SUAS FUNES

    A) Posicionamento no Sistema Econmico

    Interveno do Sistema Bancrio na Concretizao dos

    Objectivos de Poltica Econmica e Financeira

    No fim de um dia de trabalho, voc compra o jornal e comea a l- lo. Mas o seu olhar selectivo no deixa escapar notcias deste gnero.

    Isto significa, sem dvida, que a sua profisso continua a interess-lo, mesmo depois de terminar o seu dia de trabalho.

    Mas significa tambm que a Banca tem uma interveno activa na poica econmica e financeira do Pas. Vejamos como.

    Para atingir os seus objectivos macroeconmicos, o Governo define

    polticas de actuao:

    Oramental

    Monetria

    Rendimento e Preos

    Fiscal

    Cambial

  • Detenhamo-nos nas polticas:

    Monetria*;

    De rendimentos e preos.

    Para concretizar estas polticas, o Governo desenvolve

    determinadas aces de controlo em diferentes mbitos:

    Do crdito

    controlo da liquidez dos bancos

    das tas de juro

    exactamente aqui que surge a interveno do sistema bancrio

    na concretizao dos objectivos da poltica econmica e

    financeira do pas.

    Atente na situao que a seguir referimos.

    Aos primeiros sinais de alta de preos (inflao), as entidades gover-namentais de um estado europeu implementaram diversas medidas no sentido dos objectivos econmicos fixados no serem desvirtuados.

    Assim:

    Estabeleceram limites expanso do crdito; Determinaram aumentos das reseruas de caixa dos Bancos, numa

    tentativa de diminuir a moeda em circulao; Estimularam a poupana dos cidados, criando esquemas atraentes

    de depsitos.

    Qual o objectivo destas medidas?

    Necessariamente que elas se dirigem conteno do consumo dos

    cidados.

    O Governo, ao conter esse consumo, controla a alta de preos.

    Tais medidas s seriam possveis de concretizar atravs do

    sistema bancrio.

    * Poltica

    monetria: linhas

    de orientao

    sobre a evoluo

    da massa

    monetria.

  • Ento, os Bancos funcionam implicitamente como instrumento de

    concretizao da poltica econmica e financeira do Governo.

    Decomposio do Sector Interno da Economia Voc sabe qual o seu posicionamento no sector interno da

    economia?

    E o da sua Instituio Bancria?

    Dois grandes sectores dominam a nossa economia:

    O financeiro;

    O no financeiro.

    Sectores que apenas referiremos, nesta Sesso, de uma forma

    descritiva, j que se trata de matria desenvolvida na disciplina

    de Sistema Financeiro Moambicano. Repare ento no quadro:

    Existe, pois um leque de funes regulamentadas na lei Organica

    do banco de Moambique, a qual tem vindo a sofrere diversas

    alteraes, por fora das mutaes operadas no sistema

    financeiro.

    Essas funes tratadas, como referoimos de ionicio, no Manual

    de sistemas financeiro Moambicano.

    * Bancos de Depsitos.

    * * Instituies Auxiliares de Crdito;

    Instituies de Intermediao Financeira no Monetria.

  • B) Intermediao Financeira

    Caracterizao

    Atente nas duas situaes que de seguida apresentamos.

    No balco do Banco Moambicano, em Vila de Macia, no se tem concedido crdito ao investimento. uma zona de forte emigrao, em que a populao famlias no tem grandes hbitos de consumo.

    A clientela dirige-se ao Banco, sobretudo, para depositar as suas poupanas, quer resultantes da prpria actividade, quer das remessas dos seus familiares emigrados.

    Mas numa zona de forte crescimento industrial, nascem constantemente novas empresas e as antigas renovam-se, adoptando novas tecnologias de modo a tornarem-se mais rentveis e competitivas.

    Essas empresas solicitam ao Banco Moambicano meios para financiarem as suas estratgias de desenvolvimento.

    O Banco Moambicano concede-lhes esses meios sob a forma de emprstimos.

    Estas duas situaes reflectem duas realidades ligadas

    actividade bancria:

    Recepo das poupanas;

    Dinamizao de investimentos.

    Ento, podemos dizer que os dois casos referidos ilustram uma

    das funes fundamentais dos bancos no sistema econmico: a

    canalizao da poupana para o investimento e consumo, a que se

    chama intermediao financeira.

    Assim,

    Intermediao Financeira - a canalizao, efectuada plos bancos,

    dos fluxos financeiros de sujeitos com excedentes (Poupana) pra

    os que deles tm carncia (investimento e consunio)?

  • Esta funo, que se materializa na captao das poupanas sob a

    forma de depsitos e na sua cedncia atravs da concesso de

    crdito, reveste-se das seguintes caractersticas:

    O portador e o tomador de fundos desconhecem-se entre si;

    Os riscos inerentes colocao (rendibilidade, solvabilidade e

    liquidez) so assumidos pelas instituies financeiras

    intermediadoras.

    Modelo Simplificado de Economia Fechada

    O diagrama seguinte sintetiza um modelo simplificado de

    economia fechada onde se patenteia a importncia da banca na

    intermediao financeira.

    MODELO DO SISTEMA ECONMICO FECHADO DO PONTO DE VISTA DE UM

    BANCO COMERCIAL / FAMLIAS - EMPRESAS - BANCA

    (Fluxos reais, monetrios e financeiros)

  • Nesta representao grfica, podem distinguir-se, nitidamente,

    trs circuitos.

    Um primeiro circuito em que as Famlias fornecem s

    Empresas factores de produo (fluxo real) e estas, em troca,

    entregam-lhes salrios, lucros e rendas (fluxo monetrio).

    Um segundo circuito em que as Empresas entregam s Famlias

    bens e servios (fluxo real) e estas, pagando bens e servios,

    devolvem s Empresas os meios de pagamento (fluxo monetrio).

    Um terceiro circuito em que os fluxos de Poupana e de

    Investimento tm um nico sentido: das Famlias para os Bancos

    e destes para as Empresas (fluxos financeiros).

    Duas concluses poder extrair do que acabamos de expor:

    Que, na actividade econmica, aos fluxos reais se contrapem

    os fluxos monetrios (primeiro e segundo circuitos);

    Que, na economia, os fluxos financeiros traduzem o papel

    fundamental das instituies monetrias, como elemento

    fundamental no encontro de sujeitos que poupam (famlias) e

    dos que investem (empresas; terceiro circuito).

    Passemos de seguida exercitao deste tpico.

    C) Prestao de Servios Caracterizao

    No tpico anterior, abordmos uma funo fundamental da

    actividade bancria - a intermediao financeira.

    Quem conhece essa actividade "por dentro" sabe, muito bem, que

    nem s de recursos (depsitos) e aplicaes (crdito) vive a

    banca.

    Se um cliente pretender:

    comprar ou vender moeda estrangeira;

    receber os juros das suas obrigaes;

    guardar objectos importantes de natureza pessoal;

  • onde se deve dirigir?

    Como sabe, a resposta a esta pergunta passa por uma das

    funes da actividade bancria a prestao de servios

    bancrios.

    Prestao de Servios Bancrios - funo complementar intermediao

    financeira, que os Bancos colocam disposio dos seus clientes e que incide

    sobre meios de pagamento (p.ex., compra e venda de moeda estrangeira,

    cobranas) ou assume natureza diversa (p.e., aluguer de cofres fortes,

    concesso de garantias bancarias).

    Aspectos Relevantes

    Gostaramos de lhe referir trs aspectos que consideramos

    importantes na abordagem desta funo:

    Contributo indirecto na captao de depsitos;

    Qualidade e diversidade dos servios bancrios;

    Proliferao de instituies financeiras no monetrias.

    Contributo indirecto na captao de depsitos

    Sendo muitos destes servios de reduzida relevncia, exercendo,

    inclusivamente, um peso bastante modesto na formao dos

    resultados de explorao dos Bancos, eles valem pelo seu

    contributo indirecto na captao de depsitos.

    So disso o exemplo:

    a cobrana de valores o depsito e guarda de ttulos;

    o pagamento de consumos (gua, telefone, electricidade);

    o pagamento de ordenados

    Qualidade e diversidade dos servios bancrios

    A qualidade e a diversidade de servios bancrios oferecidos

    ajudam a estreitar a relao entre o cliente e o Banco,

    permitindo melhorar a imagem deste e aumentar o grau de fidelizao daqueles.

    Proliferao de instituies financeiras no monetrias

    Actualmente, com a proliferao de instituies financeiras

    no monetrias, assiste-se a uma tendncia crescente para a

    desintermediao financeira.

  • Se juntarmos a este facto, a existncia duma propenso para a

    reduo da margem financeira*, os bancos sentem-se impelidos,

    cada vez mais, a melhorar e aumentar o leque de servios

    bancrios, de forma a compensar a eventual diminuio de

    resultados na intermediao financeira.

    Sistematizao por Natureza

    Bom, resta agora apresentar-lhe, de uma forma sistematizada,

    os servios mais vulgarmente prestados plos bancos comerciais.

    SERVIOS MAIORITARIAMENTE PRESTADOS PELOS BANCOS

    RELATIVOS

    A MEIOS

    DE

    PAGAMENTO

    COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

    COBRANAS

    ORDENS DE TRANSFERNCIA

    ORDENS DE PAGAMENTO

    ORDENS DE PAGAMENTO PERMANENTES

    EMISSO DE CHEQUES

    TRAVELLER CHEQUES

    CARTO DE DBITO (ATM,

    PS)

    CARTO DE CRDITO

    RECEBIMENTO IMPOSTOS

    SEGUROS

    CRDITOS ABERTOS

    COFRES NOCTURNOS

    DIVERSOS ALUGUER DE COFRES

    GESTO CARTEIRAS

    NUMISMTICA E

    MEDALHSTICA

    GARANTIAS BANCRIAS

    INFORMAES COMERCIAIS

    GUARDA E MANUTENO DE TTULOS

    OPERAES DE BOLSA

    GUARDA DE VALORES

    CONSULTADORIA

    ADMINISTRAO DE PROPRIEDADES

    * Margem financeira:

    diferencial entre as

    taxas de juro que os

    bancos cobram nas

    suas aplicaes (taxas

    activas) e as que

    pagam pela captao

    de recursos (taxas

    passivas).

  • C)Bases de Sistematizao do novo Plano de Contas para o Sistema Bancrio

    Organizao Interna das Classes

    No tpico anterior, referimos-lhe que uma das inovaes do novo

    Plano era a apresentao de uma estrutura classificativa, de acordo

    com o PGC.

    Atente, agora, seguinte situao:

    usual os Bancos terem contas de D.O. noutras instituies de crdito para que as suas relaes inter-bancrias sejam facilitadas.

    este o caso do Banco Moambicano que tem uma conta aberta no Banco Francs de Crdito.

    Recentemente o Banco Moambicano decidiu transformar as suas dis-ponibilidades sobre aquela instituio num Depsito a Prazo a 6 meses. A conta de depsito do Banco Moambicano foi assim debitada por contrapartida do referido depsito.

    O Banco Moambicano fez, portanto, uma aplicao* financeira.

    Este facto patrimonial pode ser analisado e classificado segundo a

    nova estrutura do Plano de Contas. Repare:

    Como observou, existem diversos nveis de hierarquizao, e,

    dentro de cada nvel, surge uma determinada ordenao mais

    desenvolvida do que a disponvel no nvel imediatamente superior.

    * Quando os fluxos

    monetrios se dirigem

    do Banco para outros

    sujeitos econmicos.

  • Observemos, ento, essa estrutura:

    Inovaes do Contedo

    Referir uma nova estrutura implica necessariamente abordar o seu

    contedo.

    No tema anterior, deixamos, j, a ideia de que, dentro de cada

    nvel de hierarquizao, existe um leque de tipificaes que

    possibilita a classificao patrimonial*.

    No quadro seguinte, poder observar o que acabamos de exprimir

    Observemos, ento, essa estrutura:

    * Conceito

    desenvolvido no

    Manual de

    Contabilidade Geral.

  • NOVAS HIERARQUIAS DAS CLASSES E SUAS TIPIFICAES

    Natureza Disponibilidades

    Aplicaes

    Recursos alheios

    Imobilizaes

    Contas internas e de regularizao

    Recursos prprios e equiparados

    Custos por natureza

    Extrapatrimoniais

    Sujeitos Sector de actividade

    IC

    SF

    Outros (EPNF...)

    Residncia (pases)

    residentes no pais

    emigrantes

    residentes no estrangeiro

    Prazo das Operaes Original

    Residual

    Unidade de Medida

    (moeda)

    Moedas cotadas pelo Banco de Moambique

    Garantias Conexas Garantias do Estado

    Garantias Pessoais

    Valores de caixa

    Hipotecas

    Penhor mercantil

    Outras garantias

    Finalidades do Crdito

    Vnculo com outras

    Empresas

    Empresas coligadas

    Empresas participadas

    Outras

    * Empresa Pblicas

    no financeiras

  • VI. O PLANO DE CONTAS PARA INSTITUIES DE CREDITO E SOCIEDADES

    FINANCEIRAS

    B) A Classificao do Novo Plano de Contas Classificao Decimal

    Acompanhmos at agora, em termos evolutivos, o desenvolvimento

    contabilstico nas vertentes:

    Rigor/complexidade;

    Padronizao da linguagem contabilstica.

    Chegou, finalmente, o momento de lhe apresentarmos a classificao

    do Novo Plano de Contas que, como sabe, corresponde a uma

    necessidade de adaptao s necessidades actuais.

    Porque a componente terica no deve ser separada da sua aplicao

    ao quotidiano profissional, convidamo-lo a consultar o quadro de

    contas do PCSB.

    Como pode observar, o Plano est dividido nas seguintes classes

    homogneas* de contas:

    CLASSES DESCRIO

    1 Disponibilidade

    2 Aplicaes

    3 Imobilizaes

    4 Recursos Alheios

    5 Contas Internas e de Regularizao

    6 Recursos Prprios e Equiparados

    7 Custos po Natureza

    8 Proveitos por natureza

    9 Contas Extrapatrimnias

    Consultando o Plano, voc pode apurar que o mesmo obedece a uma

    classificao decimal.

    Classificao decimal um princpio extensvel a todos os desdobramentos que

    possvel estabelecer a partir das contas de 1 ordem que integram essas classes*.

    * Conceitos abordados

    no Manual contam: de

    Contabilidade Geral.

    * Se quiser rever

    este tema, consulte o

    Manual de

    Contabilidade Geral.

  • Para melhor elucidao, apresentamos-lhe, de seguida, um

    quadro com o desdobramento duma conta que seleccionamos a

    ttulo de exemplo.

    Poder encontr-la consultando o PCSB,

    1ORDEM 2 ORDEM 3 ORDEM 4 ORDEM

    42 - DEPSITOS DE

    RESIDENTES

    420 - MOEDA NACIONAL 4200 -

    DEPSITO

    ORDEM

    42000 - ESTADO

    Como deve ter reparado, existem cdigos por utilizar. Identifique

    alguns, a ttulo de exemplo, no quadro que se segue: