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25-05-2009 Psicologia Social Licenciatura em Ciências da Comunicação 1 6. Processos cognitivos e estereótipos sociais 6.1. Representações sociais 6.2. Formação do preconceito 6.3. Preconceito, estigma e discriminação 6.4. Identidade social

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6. Processos cognitivos e estereótipos sociais

6.1. Representações sociais

6.2. Formação do preconceito

6.3. Preconceito, estigma e discriminação

6.4. Identidade social

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“toda a representação é uma representação de qualquer coisa” (Moscovici, 1976: 61).

“representar uma coisa (...) não é, com efeito, simplesmente desdobrá-la, repeti-la ou

reproduzi-la, é reconstituí-la, retocá-la, mudar-lhe o texto” (idem: 56)

As representações sociais são um conjunto de conceitos, proposições e

explicações criado na vida quotidiana no decurso da comunicação

interindividual (Moscovici, 1981)

Estudo das representações tem origem em Durkheim com o conceito de representações

colectivas, que se referem às ideias, crenças e valores produzidos por uma sociedade.

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2 acepções:

1. reprodução: “as representações são o reflexo interno de uma realidade externa,

reprodução conforme no espírito do que se encontra fora do espírito” (Moscovici,

1969:9)

2. Construção: “não há corte entre o universo interior e o universo exterior do

indivíduo, que o sujeito e o objecto não são essencialmente distintos” – as

representações não são mediações, mas factores constituintes do estímulo e

modeladores da resposta, na medida em que dominam todo o processo.

Ex: estudo do efeito da representação do parceiro numa situação de jogo (Abric, Faucheux,

Moscovici e Plon, 1967) – num caso, os sujeitos pensavam interagir com uma máquina

programada (sugere incontrolabilidade e impossibilidade de influenciar), noutro que era um

estudante como eles (sugere reciprocidade e possibilidade de interacção). Concluiu-se que

não é a resposta efectiva do parceiro que orienta a estratégia, mas a representação que os

sujeitos constroem do tipo de parceiro com quem interagem.

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A representação não é um reflexo de um objecto, mas um produto do confronto da actividade

mental de um sujeito e das relações complexas que mantém com o objecto (Abric, 1987).

Critérios para definir porque as representações são representações sociais:

1. quantitativo: uma representação é social porque é partilhada por um conjunto de

indivíduos

2. Genético: é social no sentido em que é colectivamente produzida - são um produto das

interacções e dos fenómenos de comunicação num grupo social, ou seja, um resultado da

actividade cognitiva e simbólica de um grupo social.

3. Funcionalidade: resolvem problemas, dão forma às relações sociais, oferecem um

instrumento de orientação dos comportamentos.

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Tipologia das representações sociais (Moscovici, 1988):

1. Representações sociais hegemónicas: formas de entendimento e significados largamente

partilhados por um grupo fortemente estruturado (uma nação, um partido, uma igreja).

São uniformes, indiscutíveis e coercivas (ex: representação do indivíduo como autónomo e

livre).

2. Representações sociais emancipadas: reflectem a cooperação entre grupos, resultam da

troca de significados diferentes sobre um mesmo objecto. São modalidades de

conhecimento sobre um objecto com autonomia relativamente aos grupos sociais que o

originaram (ex: representação da doença mental).

3. Representações sociais polémicas: geradas no decurso dos conflitos sociais, reflectem

pontos de vista exclusivos sobre um mesmo objecto (ex: representação sobre propinas no

ensino superior)

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Representações sociais como problema social e objecto de investigação:

1. saúde/ doença

2. Doença mental

3. Violência

4. Sida

5. Droga e toxicodependência

6. Grupo e amizade

7. Inteligência

8. Morte

9. Suicídio

10. Trabalho

11. Desemprego

12. Sistemas tecnológicos

13. Sistemas económicos

14. Conflitos sociais

15. Poder social

16. Estudo de grupos ou categorias

sociais (criança)

17. Género

18. Psicólogos

19. Enfermeiros

Etc…

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Processos sociocognitivos de formação das Representações sociais:

1. objectivação: forma como se organizam os elementos constituintes da representação e

percurso através do qual adquirem materialidade e se tornam expressões de uma realidade

pensada como natural. 3 momentos:

1. Construção selectiva: as informações, crenças e ideias sobre o objecto da

representação sofrem um processo de selecção e descontextualização (ex: estudo de

Allport e Postman sobre os rumores – redução, acentuação e assimilação)

2. Esquematização: organização dos elementos, definindo esquemas ou nós figurativos –

as noções básicas de uma representação constituem agora um padrão de relações

estruturadas: formam-se imagens que materializam conceitos.

3. Naturalização: os conceitos retidos no esquema figurativo e as suas relações tornam-

se categorias naturais e adquirem materialidade – o abstracto torna-se concreto por

imagens e metáforas e a percepção torna-se realidade (ex: categorias sociais como

género, raça, classe, etnia são vistas como classificações naturais).

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Processos sociocognitivos de formação das Representações sociais:

2. ancoragem: funciona como estabilizador, mas leva à produção de transformações nas

representações produzidas

2 tipos de processos

1. processos através dos quais o não-familiar se torna familiar

2. processos através dos quais uma representação se torna um organizador das relações

sociais

A ancoragem precede a objectivação e, por outro lado, situa-se na sequência da objectivação:

a) precede porque se refere ao facto de qualquer construção ou tratamento de informação

exigir pontos de referência - o pensamento não é tábua rasa.

b) segue porque se refere à função social das representações, a sua eficácia social

(ex: quando se diz que a SIDA é a peste do século XX, usa-se uma metáfora que evoca algo de

conhecido para descrever um novo fenómeno (1ª acepção), mas propõem-se

comportamentos e formas de tratamento semelhantes aos usados nos tempos da peste (2ª

acepção).

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As representações sociais nos mass media:

os media, mais do que simples expositores de representações sociais, são também agentes

dinâmicos na construção de significados e de interpretações que fornecem aos indivíduos

guias na sua vivência do mundo.

as representações sociais têm sido conceptualizadas como uma forma de conhecimento,

socialmente elaborado e partilhado, gerado no decurso da comunicação interpessoal, logo os

meios de comunicação, sejam de massas ou informais, intervêm na sua elaboração, através de

processos de influência social.

Hall (1997) destaca o papel dos media como cada vez mais responsáveis no fornecimento de

uma base sobre a qual os grupos constroem uma imagem das vidas, dos significados, das

práticas e dos valores de outros grupos e classes.

A responsabilidade dos media manifesta-se no fornecimento de imagens, representações e

ideias a partir das quais a totalidade social pode ser compreendida como um todo – embora

seja composta por fragmentos e peças separadas.

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Gordon Allport (1954). A Natureza do preconceito:

“atitudes adversas ou hostis em relação a uma pessoa que pertence a um grupo, simplesmente

porque pertence a esse grupo, presumindo-se assim que ela possui as características

contestáveis atribuídas a esse grupo” (p.7)

Principais tipos de preconceitos:

Raciais

Étnicos

Sexuais

Religiosos

Porquê o preconceito?

Generalização (processo de categorização) e hostilidade erróneas – capacidades naturais e

comuns da mente humana.

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1. GENERALIZAÇÃO - 5 características do processo de categorização:

1. Forma grandes classes e conjuntos de objectos ou ideias para guiar a nossa adaptação

quotidiana

2. Integra o máximo de informação num conjunto

3. Permite identificar rapidamente qualquer objecto relacionado com uma categoria

4. Satura todos os conteúdos com o mesmo significado e sentimento

5. As categorias podem ser mais ou menos racionais

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2. HOSTILIDADE - 5 graus de intensidade:

1. Verbalização negativa: verbalização dos preconceitos com amigos ou estranhos

2. Evitamento: evita-se o contacto com membros dos grupo hostilizado

3. Discriminação: a distinção negativa traduz-se em acções com consequências na vida dos

grupos (excluídos de certas empresas, bairros, direitos políticos ou educativos ou

privilégios sociais)

4. Ataque físico: a hostilidade pode manifestar-se, em condições de preconceito exacerbado e

elevada tensão emocional, sob a forma de actos de violência física (violência desportiva,

étnico-política dos grupos de cabeças-rapadas)

5. Exterminação: linchamentos, massacres, programas de genocídio étnico (Ku Klux Klan,

eliminação dos judeus e ciganos pelo partido nazi alemão) e religioso (eliminação de

grupos heréticos e judeus pelos tribunais da Inquisição na Idade Média e Renascimento)

“o amor não vê defeitos; o ódio não vê qualidades” (Allport)

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2. HOSTILIDADE

Factores para a intensidade do preconceito :

1. Quantidade de frustração e dureza de vida

2. Processo de aprendizagem e socialização precoce: crianças educadas em ambiente de

rejeição e expostas a preconceitos dificilmente terão confiança e afiliação nas relações

sociais

3. Economia funcional exclusivista, apoiada no princípio do „menor esforço‟: adoptar

uma visão negativa sobre grandes grupos da humanidade torna a vida de alguma

forma mais simples

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Teorias para a formação do preconceito:

1. Hipótese da „personalidade autoritária‟: a origem do preconceito é um problema de

personalidade individual (Adorno et al., 1950)

O desenvolvimento da personalidade envolve alguma repressão e o redireccionamento de

„pulsões agressivas‟;

Os pais eram os principais agentes de socialização: repressão rígida e severidade estava na

origem da agressão das crianças contra os pais, que deslocavam para outros alvos

Alvos eram preferencialmente pessoas ou grupos tidos como mais fracos – socialmente

desviantes ou minorias étnicas

Resultado: percepção do mundo de um modo totalitário e comportamento de grande

submissão à autoridade, a par com hostilidade aberta com outros grupos

Deriva em parte da teoria da frustração-agressão

A hipótese foi acusada de ignorar factores situacionais e socioculturais: especificidade

histórica e geográfica

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Teorias para a formação do preconceito:

2. Hipótese do „espírito fechado‟: a hiper-simplificação e a rigidez de pensamento estão em

muitos grupos (Rokeach, 1960)

Define-se por uma separação mental de 2 ou mais sistemas de crenças, para permitir:

a) A conciliação de opiniões de outro modo contraditórias

b) A resistência dessas crenças à mudança, face a novas informações

c) A utilização do argumento de autoridade para justificar as crenças ameaçadas

O preconceito não seria racial, sexual ou religioso, mas intelectual: uma forma aprendida de

raciocínio sobre a vida social, apoiado na adopção de um sistema de crenças

O grau percebido de semelhança de crenças entre pessoas seria a base da atracção ou

rejeição de uns grupos por outros: “a crença é mais importante do que a pertença a um

grupo étnico ou racial, enquanto determinante da discriminação social” (Rokeach, 1960)

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Teorias para a formação do preconceito:

3. Hipótese da frustração-agressão: “a ocorrência do comportamento agressivo pressupõe

sempre a existência de frustração e, ao contrário, a existência de frustração conduz sempre

a alguma forma de agressão” (Dollard et al., 1939)

Base situacional: a instigação à agressão pode aparecer no tempo de forma diferida, sob

outra forma ou para outro alvo indirecto diferente da origem da frustração original.

Génese das atitudes preconceituosas: “hipótese do bode-expiatório” – a socialização

contém forças constrangedoras do indivíduo que o levam a expressão agressão,

normalmente para alvos atingíveis e socialmente admissíveis, como grupos com

dificuldades sociais (ex: anti-semitismo)

A selecção dos alvos pode ser feita por semelhança ou dissemelhança profunda

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Teorias para a formação do preconceito:

4. Hipótese da „privação relativa‟ (conceito de Stouffer, 1949): desloca o acento tónico do

estudo do preconceito no indivíduo ou dos grupos dominantes para o da emergência da

crenças de injustiça social, que podem ocorrer em dominantes ou dominados.

Privação relativa: diferença entre as avaliações do real e do ideal

Privação fraterna: grupo de referência é exterior ao próprio grupo

Privação egoísta: grupo de referência é o próprio grupo de pertença

Ex: as atitudes mais racistas encontram-se em indivíduos brancos com maior privação

fraterna (os brancos, como grupo, estavam em piores condições económicas que os negros

(Vanneman e Pettigrew, 1972)

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Preconceito é “o julgamento prévio (pré-conceito) negativo dos membros de uma

raça ou de uma religião, ou dos que desempenham qualquer papel social

significante, que se mantém mesmo que os factos o neguem” (Jones, 1972: 61)

Estigma: consolidação do desvio que surge enquanto reacção subjacente ao

julgamento sobre o comportamento de um indivíduo ou de um grupo (Becker, 1973)

Discriminação: é o comportamento associado ao preconceito

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Identidade social (Tajfel, 1982): o conhecimento do indivíduo de que pertence a certos

grupos, atribuindo juntamente a essa pertença valor emocional e um significado. A tónica é

colocada no conhecimento do indivíduo e não no desempenho de papéis.

A teoria da identidade social, ao tentar explicar as relações intergrupais, é um modelo

que se foca nas necessidades e motivações individuais – como a necessidade de uma

identidade social positiva – enquanto forma de explicar fundamentalmente a dinâmica

interpessoal e intergrupal.

2 tipos de estudo:

O modelo da identidade social da escola de Bristol

os estudos da construção social da identidade da escola de Genebra

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O modelo da identidade social da escola de Bristol (Tajfel e Turner, 1979):

perspectiva que pretende ultrapassar as extrapolações do nível individual e

interindividual para o das relações intergrupos e

questionar a relevância do conflito como determinante da discriminação entre grupos

sociais

primado da categorização social para explicar a identidade e a discriminação como

forma de organizar e simplificar a realidade social

A construção social da identidade (escola de Genebra) - modelo da diferenciação categorial:

procura integrar outras perspectivas: a existe uma categorização como processo

psicológico de estruturação do meio, mas num quadro situacional ou estrutural das

relações intergrupos (os conteúdos das categorias estão ligados aos seus critérios

classificatórios) – noções do estereótipo de nacionalidade ou feminino são úteis para

antecipar resultados da interacção.