60053145 Janet Dailey Rebeldia Fascinacao 67

8/13/2019 60053145 Janet Dailey Rebeldia Fascinacao 67

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Rebeldia"The Lancaster Men"

Janet Dailey

"Não olhe para mim como para um irmão, Shari. O que sinto por você sótem um nome: desejo." Shari recuou diante dessas palavras como se tivesse

levado uma chicotada em pleno rosto. Whit Lancaster sempre ora consideradoo irmão querido, a ima!em pereita do homem ideal. Não podia a!ora estar lhepedindo um amor dierente e lhe acenando com promessas de um praer novoe proi#ido... mas secretamente desejado. $la se re#elou e rea!iu, tentandou!ir daqueles #ra%os que a apertavam e de um amor que consideravaincestuoso. &as não conse!uiu mais en!anar a si mesma: estavaproundamente apai'onada por Whit, o homem que para ela era apenas umirmão(

Digitalização: TinnaRevisão: Crysty



Fascinação 67 - Rebeldia - Janet Dailey

)op*ri!ht: + - #* /anet 0aile* 12tulo ori!inal: "1he Lancaster &en"

1odos os direitos reservados, incluindo o direito de reprodu%ão

total ou parcial so# qualquer orma.$ssa edi%ão 3 pu#licada por entendimento comSilhouette 4oo5s, a Simon 6 Schuster

0ivision o 7ul 6 Western )orporation,Ne8 9or5, N.9., S;

Siihouette, Siihouette <omance e coloão são marcas re!istradas deSimon 6 Schuster

1radu%ão: Suana =ran%a >into)op*ri!ht para a l2n!ua portu!uesa: -?

;#ril S.;. )ultural @ São >aulo)omposto na 1ipolino ;rtes 7rAicas Ltda. e

Bmpresso nas oicinas do )2rculo do Livro S.;.)apa: Blustra%ão Silhouette

C




CAPITULO I

Duando um !rupo de turistas se aastou para assistir a outraapresenta%ão, so#rou um espa%o vaio na roda de espectadores.BmediatamenteE Shari Sutherland ocupou o lu!ar, pu'ando consi!o as duasami!as. Seus lon!os ca#elos, ne!ros como o 3#ano, cintilavam so# o solquente da tarde. $ram !rossos, sedosos, e ca2am em !randes ondas so#re osom#ros.

;s companheiras eram #em dierentes. ma, 4eth 0aniels, tinha ca#eloscastanhos e curtos, enquanto que a outra, 0ora $vans, era loira e e'u#erante.;s três estavam de cal%as compridas e #lusinhas leves, para enrentar o calor.&as apenas Shari usava no pesco%o a echarpe de seda do clã Sutherland, da$scócia.

1odos os anos, durante o verão, aconteciam os /o!os $scoceses, ali, emplena )arolina do Norte. $ssas estividades atra2am um !rande nFmero deespectadores e participantes para aquela re!ião montanhosa de picosrochosos e Aridos que lem#ravam muito a $scócia.

ma !aita de ole soava orte no am#iente, como um !rito selva!emme'endo no san!ue dos espectadores. Shari er!ueu a ca#e%a, os olhos verdes#rilhando, quando a dan%a come%ou.

@ $sta 3 a 7hillie )allum, a 0an%a da $spada @ sussurrou ela para as

ami!as.@ >or mim, você podia dier qualquer nome, que eu acreditaria do

mesmo modo @ resmun!ou 0ora, enadada.

@ G um tipo de dan%a !uerreira, nãoH @ per!untou 4eth.

@ Sim, tem suas ori!ens nas #atalhas @ concordou Shari. @ )omo asdan%as !uerreiras dos 2ndios americanos, ela acontecia na v3spera de umcom#ate. $ra um modo de diminuir a tensão e tam#3m de predier o resultadoda #atalha.

4eth tirou os olhos dos #ailarinos, curiosa, voltandoIse para Shari.

@ &as como 3 que a dan%a podia prever o resultadoH

@ $les colocavam a espada e sua #ainha em orma de cru no chão, edepois dan%avam so#re ela. Se os p3s não tocassem em nada, nemdesmanchassem a cru, a vitória estava asse!urada. ;o contrArio, sees#arrassem na espada, era mau pressA!io.

0ora encolheu os om#ros.

@ $sses #ailarinos devem estar aendo errado, então. ;s crues estãoormadas por duas espadas, sem #ainha.

Shari sorriu. 0ora in!ia não prestar aten%ão, mas, na verdade, estava#em atenta.

@ ;tualmente a dan%a evoluiu, e hoje eles usam duas espadas. )laro que

J




não hA mais #atalhas, mas ainda e'istem competi%Kes entre os #ailarinos.;quele que es#arrar o p3 na cru, perde. G isso que eles estão aendo a!ora.No inal, icam só dois disputando, !eralmente os melhores e mais A!eis.

@ G muito interessante @ alou 4eth, sorrindo.

Shari voltou a olhar para a dan%a. $ra complicada, pois e'i!ia muita

destrea e equil2#rio. Os homens jo!avam os #ra%os para o alto e sacudiam osp3s com muita rapide, saltando por cima da cru. ;o undo, a !aita de olecontinuava, aendo o san!ue de Shari vi#rar nas veias. $la própria desejavaentrar naquele ritual ancestral. Duando tudo terminou, soltou um suspiro,aliviada.

0ora parecia impaciente.

@ Onde 3 que podemos #e#er al!uma coisa, hemH @ Olhou para asami!as. @ $stou morrendo de sede( ocês, nãoH

4eth sorriu, condescendente.

@ Seria !ostoso. i uns vendedores ao lado da entrada, você não viu,ShariH

@ ;cho que sim. amos dar uma passada por lA.

$la preeriu não dier que havia duas ontes ali perto, pois sa#ia que0ora preeria reri!erantes.

;ssim que elas sa2ram, um !rupinho de turistas se acotovelou paraassistir aos outros eventos. 1odos usavam roupas coloridas e mAquinasoto!rAicas. Mavia, ainda, as am2lias de ori!em escocesa, vestidas a carAter. 1anto os homens, como as mulheres usavam as amosas saias 'adrees e

meias três quartos.@ Nunca vi tanto joelho eio na minha vida @ comentou 0ora. @ O que

são essas #olsinhas en!ra%adas, de couro, que os homens estão usandoH

@ )hamamIse sporrans. $ são #olsinhas, mesmo. ;nti!amente osescoceses usavam essas roupas, que não tinham #olsos. Os homenscarre!avam suas coisas. MA um sporran especial, peludo, que 3 usado noite,e esse, de couro, 3 para ser usado durante o dia.

@ ;cho que vou relan%ar a moda. @ 0ora riu. @ São #onitas essas#olsinhas, não achaH

$las passaram por um !rupo de pessoas. 1odas estavam usando omesmo tipo de echarpe. 4eth, de testa ranida, olhou para Shari.

@ $ssas pessoas não parecem ser parentes. Sei que essa esta 3conhecida como o $ncontro dos )lãs da $scócia. &as o que 3 um clã, ainalHNão 3 uma am2liaH

@ Não necessariamente. $les podem ter apenas os mesmos ancestrais. $esta esta 3 uma reunião desses clãs anti!os, que convidam quem estiverinteressado para conhecer um pouco da velha $scócia. G só uma orma demanter as tradi%Kes escocesas.

@ &as por que aqui, em plena )arolina do Norte, nos $stados nidosH @0ora o#servava a paisa!em sem muito entusiasmo. @ G muito pitoresco,mas...

?




@ ocê reparou, Shari, que nossa ami!uinha preere ser rodeada deconcreto, ao inv3s de ArvoresH @ per!untou 4eth, rindo.

Shari riu, mas respondeu per!unta de 0ora.

@ Duando a )arolina do Norte oi coloniada, vArias am2lias escocesasse esta#eleceram aqui. ;l3m do mais, a paisa!em 3 muito parecida com os

planaltos da $scócia. =oi uma escolha natural.&as 0ora jA tinha avistado uma #arraca de reri!erantes e se esquecera

do que per!untara pouco antes.

@ O#a( ;li tem reri!erante.

0epois de comprarem as #e#idas, procuraram a som#ra de uma Arvorepara sentar. Shari er!ueu os olhos para a enorme montanha, que assistiasilenciosamente quela cele#ra%ão. ; montanha chamavaIse "&ontanha do;v", nome dado pelos 2ndios, por causa do pico que#rado, que lem#rava operil de um velho itando o c3u. ;tualmente, o local era muito visitado porturistas, interessados na vista maravilhosa que se tinha lA do alto, e por suascuriosas orma%Kes rochosas, uma delas parecida com a $sin!e do $!ito.

Shari sorriu consi!o mesma. Duantos verKes passara ali, som#radaquela montanha( $ra como se estivesse revendo uma velha ami!a.Lem#rouIse de como ela e <od tinham que correr como loucos para su#ir omonte no mesmo ritmo que Whit.

<od nunca prestava aten%ão quando ela mostrava as lores e as nuvensno c3u. Whit, ao contrArio, costumava o#servar a naturea junto com ela. $raum companheirão. Lem#rouIse do dia em que ela e <od se perderam no#osque, Whit os encontrou, mas icara urioso com eles, por terem sa2do sem

dier nada. =ora a Fnica ve que ela se lem#rava de têIlo visto tão an!ado.@ >or que o sorrisoH @ per!untou 4eth. Shari er!ueu os om#ros.

@ $stava lem#rando de minhas "desventuras" da inPncia.

@ ; sua casa 3 muito lon!e daquiH @ 0ora tomou mais um !ole dereri!erante. @ ocê disse que o condom2nio onde estamos era só a casa deverão da am2lia.

@ =olha 0ourada ica a uma hora de carro daqui, atrAs das montanhas @respondeu Shari, pensativa. @ ;nti!amente, os Lancaster tinham umaresidência de verão na vila. )omo aqui 3 mais rio durante o verão, a !ente

vinha para cA, ao inv3s de icar na aenda. MA al!uns anos a casa oi vendida,e então Whit comprou essa outra, do condom2nio.

@ >or que o nome =olha 0ouradaH @ 4eth estava muito curiosa.

0ora respondeu por Shari.

@ G porque a am2lia planta ta#aco. >or isso deram o nome de =olha0ourada aenda.

@ Sim. ;!ora plantamos outras coisas tam#3m, mas o ta#aco ainda 3 omais importante.

@ $ a sua am2lia mora lAH

@ Sim. &inha mãe, meu irmão mais novo, <od, e Whit, que a!ora tornaconta da aenda. &eu av Lancaster estA muito velho. @ Shari #e#eu o Fltimo

Q




@ Não seja tola(

>or um instante, um #reve instante, ela se viu nos #ra%os de Whit comouma namorada. Sacudiu a ca#e%a imediatamente. Seu cora%ão acelerou.

@ Não estou sendo tola @ insistiu 0ora. @ Dueria que você se visseenquanto descrevia o tal Whit. >arecia que estava muito mais interessada nele

como homem que como irmão. &as, pela descri%ão que você deu, não a culponem um pouco. ;doraria conhecêIlo.

Shari olhou para 0ora e lem#rouIse de um !ato prestes a saltar so#re apresa. Não !ostou da id3ia de ver sua ami!a pondo as !arras em Whit. &aisestranho ainda, sentia que tinha direitos so#re ele, e que a ami!a entrara empropriedade particular. Nunca perce#era que sentia ciFmes dele. ;!ora sa#ia.

@ $le 3 casadoH @ per!untou 0ora.

@ Não.

Shari lem#rouIse das namoradas que Whit tivera. Nunca simpatiara com

nenhuma. &esmo a!ora, parecia inconce#2vel que Whit um dia se casasse,apesar de ser uma coisa ló!ica. Whit era um homem viril, #onito, charmoso.$ra natural que quisesse uma mulher para dividir sua vida.

@ Nós vamos conhecer esse seu irmão, não, 4ethH @ 0ora olhou para acompanheira, pedindo apoio.

@ 4em, acho que devemos aer uma visita am2lia de Shari, jA queestamos tão perto @ assentiu a ami!a. @ )omo 3 que você vai e'plicar quenão tivemos tempo para ir lA, dier um "al"H

@ &uito Acil. @ Shari não queria que as ami!as vissem sua irrita%ão. @

$les não sa#em que estamos aqui(@ &as você não lhes contouH

@ $screvi para minha mãe diendo que ia passar duas semanas comami!as. Não disse onde. )ertamente ela pensa que ui para a casa da am2liade al!uma de vocês.

@ &as e o condom2nioH $les não sa#em que o estamos usandoH @ 4ethinsistiu.

@ Não. Na Fltima carta, mamãe disse que nin!u3m viria passar o verãoaqui, este ano. Sa#endo disso, achei que seria o lu!ar ideal para nós três

icarmos.Shari não estava entendendo a a!ita%ão da ami!a.

@ Duer dier que estamos aqui sem permissãoH @ 4eth mordeu o lA#ioinerior.

@ Não precisamos de permissão para estar aqui @ e'plicou Shari,pacientemente. @ O condom2nio pertence a Whit. $le não se importaria nemum pouco.

@ )oncordo com 4eth @ atalhou 0ora. @ ;cho que você devia avisAIlode que estamos aqui. Seria muito em#ara%oso se ele decidisse vir passar o im

de semana com al!uma ami!a.@ Whit não a esse tipo de coisa.

-




@ Dualquer um a @ corri!iu 0ora. @1alve seja por isso que comproueste condom2nio: para ter um esconderijo de im de semana.

Shari icou an!ada.

@ $ste lu!ar 3 usado como casa de 3rias da am2lia. Se vocês jAterminaram de #e#er, vamos. $stou com vontade de ver outras competi%Kes.

@ amos @ respondeu 0ora, com mA vontade.

CAPITULO II

;s três !arotas voltaram no im da tarde para o condom2nio. ;ssim,teriam tempo para tomar #anho e trocar de roupa. ;ntes de sair para jantar, norestaurante do clu#e de campo.

Duando Shari ps a chave na porta, perce#eu que estava destrancada.Olhou por cima do om#ro para as duas ami!as, intri!ada.

@ $u tranquei a porta antes de sairmos, não tranqueiH

4eth e um !esto airmativo com a ca#e%a.

@ ;cho que sim.

7irando o trinco, Shari a#riu uma resta e deu uma olhada, antes deentrar. Nada parecia ora do lu!ar. $stava quase convencida de que realmenteesquecera de trancar a porta, quando 0ora apontou para uma mala ao p3 daescada.

@ 1enho a impressão de que não omos apenas nós que tivemos a id3iade passar o im de semana aqui @ murmurou ela.

Shari e or%a para não se lem#rar do que 0ora dissera antes, so#reWhit usar o apartamento para encontros amorosos. &esmo assim, seu san!uecome%ou a erver. Su#iu a escada cautelosamente.

@ 1em al!u3m a2H @ chamou.&as a vo veio de #ai'o, onde icava a coinha.

@ ShariH G vocêH

Shari parou, surpresa. Não era a vo que estava esperando ouvir. oltoua descer, e, naquele instante, a porta da coinha se a#riu. m jovem alto e#onito apareceu. Seus ca#elos eram ne!ros como os de Shari, mas os olhoseram castanhos.

@ Oi, mana. @ $le não parecia nem um pouco surpreso por têIlaencontrado. @ )omo 3 que você vem para cA e nem providencia umadespensaH )adê a comidaH Os armArios estão vaios, não sa#ia dissoH

@ <od( O que estA aendo aquiH @ $la se recuperou do choque,

V




@ amos su#irH ;cho #om tomarmos um #anho. ;ssim Shari e o irmãopodem conversar.

0ora não queria concordar, estava na cara. &as tam#3m não quis serindelicada.

@ G, acho que 3 melhor su#ir.

;s duas su#iram a escada. 4eth na rente e 0ora atrAs. $stava morrendode curiosidade.

Shari esperou que elas sumissem de vista. 0epois, contemplou o irmãomais novo, com um sorriso triste nos lA#ios.

@ Não sa#ia que as coisas andavam di2ceis para você, lA em casa.

@ )omo 3 que ia sa#erH @ <od encolheu os om#ros. @ ocê quasenunca esteve em casa, nos Fltimos três anos. ocê tem a escola, suas ami!as,e pode aer o que #em entender. Ts vees, tenho a impressão de que seesqueceu de nós.

@ Bsso não 3 verdade @ protestou ela. @ Não vou muito para casaporque... você sa#e por quê. Não vale a pena icar discutindo so#re os meuspro#lemas.

@ 0esde que você oi em#ora, o vov icou imposs2vel. $stA insuportAvel@ resmun!ou <od. @ 0esde então, tenho sido esma!ado entre ele e mamãe.

@ Só porque eu me re#elei contra a autoridade dele, o vov não tem odireito de jo!ar todo o rancor em cima de você @ disse Shari, mal contendo airrita%ão. @ 0evia ter conversado com Whit. O vov sempre o escuta.

@ Whit não sa#e nada so#re isso.

@ Duer dier que você não contou nada para eleH Não contou que estavadi2cil viver em =olha 0ourada, por causa da intolerPncia do vov e da omissãoda mamãeH

@ $le estA sempre ocupado. Sa#e como 3, nesta 3poca do ano. @ <odencolheu os om#ros, resi!nado. @ ;l3m disso, nunca contei meus pro#lemaspara ele. ocê sempre oi mais ami!a dele do que eu.

@ Não 3 verdade.

@ G, sim. ocê sempre contou tudo para ele @ insistiu <od. @ $u melem#ro de que, muitas vees, você ia para o quarto dele noite, e icavam

conversando horas a io. Ts vees, eu ouvia você alando e icava com vontadede ir tam#3m.

@ &as por que nunca oiH

Shari icou pertur#ada com a revela%ão de <od. $la e Whit nunca oe'clu2ram das conversas propositalmente. Nunca lhe passara pela ca#e%a que<od !ostaria tam#3m de conversar com eles, tarde da noite.

@ 4om, nunca ui, e pronto. @ $le parecia at3 arrependido, por tertocado no assunto. @ Não importa.

Shari mordeu os lA#ios.

@ O que você vai aer a!oraH

@ ;inda não sei. Só vou descansar aqui al!uns dias e pensar. &as não

C




poderei ser um aendeiro de ta#aco, Shari. @ <od icou vermelho de raiva.

@ 0ro!a, nem a!Uento o cheiro de charuto.

Bmediatamente, Shari lem#rouIse de uma travessura da inPncia.

@ Lem#raIse daquela ve em que eu e você rou#amos um ma%o deci!arros de Whit e omos umar escondido, na !ara!emH @ $la riu. @ ocê

tinha oito anos, e eu, de.@ >u'a, se lem#ro( @ <od riu tam#3m. @ 0evia estar aendo mais de

quarenta !raus naquela !ara!em. $ra a#aada, sem circula%ão de ar. ; uma%aali, parada, so#re as nossas ca#e%as.

@ $ cada ve que a !ente tentava tra!ar, tossia que nem louco @ disseShari, rindo mais ainda. @ ocê icou doente depois, lem#raH Nossa( =icou decama( ai ver 3 por isso que não a!Uenta o cheiro de ta#aco.

@ Nunca iquei tão doente na minha vida( @ $le e uma careta. @ $você ria da minha cara.

@ G que eu nunca tinha visto nin!u3m icar verde, antes. &amãe icoutão preocupada...

@ $la nunca adivinhou o que aconteceu.

@ Whit adivinhou.

@ &esmoH @ <od icou surpreso. @ Não sa#ia. $le nunca disse nada(

@ $le viu que você tomou uma #ela li%ão, e achou que nós omos #empunidos pela travessura @ e'plicou Shari.

@ &as... como ele sou#eH

@ Ora, só a mamãe mesmo, para não desconiar de nada. NósestAvamos edendo a ci!arro( Whit me passou um sermão, disse que eu nãodevia levar meu irmão mais novo para o mau caminho.

;o mesmo tempo que alava, Shari recordavaIse do #rilho nos olhos deWhit. $le tam#3m devia estar se divertindo um #ocado com aquela história,mas não demonstrara nada.

Shari voltou sua aten%ão para <od. O irmão continuava a se!uir seuspassos, como antes. Suspirou.

@ ; am2lia vai me culpar novamente pelo mau e'emplo, a!ora que você

tam#3m u!iu.@ $les não podem aer isso. ; culpa 3 deles mesmos( @ <od icou

vermelho de indi!na%ão.

@ Não 3 Acil para eles aceitar isso, <od. @ $la sa#ia muito #em o urorque havia causado quando u!ira, anos atrAs. @ &amãe deve ter se sentidotra2da quando ui em#ora.

@ G.

<od ps as mãos nos #olsos e se aastou. Shari viu a ru!a depreocupa%ão que sur!ira na testa dele.

@ &as como você oi em#oraH

@ $u jA disse, i i!ual a você. Nin!u3m me viu sair. Whit estava no

J




campo, com os tra#alhadores, e vov tirava uma soneca. $ mamãe jo!avacartas com ami!as, em al!um clu#e. $ntão, arrumei a mala e sa2.

@ &amãe vai icar muito a#orrecida @ comentou Shari.

"Bsso, para não alar no vov Lancaster", ela completou mentalmente.Nem precisava dier.

@ $u sei, &as quero viver minha própria vida.@ ocê dei'ou um #ilhete, al!uma coisaH

@ Não.

Shari sacudiu a ca#e%a, desconsolada. Due conusão(

@ Oh, <od( Duando você não estiver na mesa, na hora do jantar, mamãevai ima!inar um monte de coisas horr2veis. ai pensar que aconteceu al!umatra!3dia com você. G melhor teleonar e e'plicar o que aconteceu.

@ ou teleonar, sim @ ele respondeu, tranqUiliandoIa. @ &as só depois

de decidir para onde vou e o que quero aer. >reciso de tempo para pensarem pa. $ntão, não comece a me encher a ca#e%a, Shari.

$la en!oliu em seco. ;inal, o irmão contava com o seu apoio. &as estavairritada, pelo ato impensado de <od. $le só havia eito a mala e sa2do de casa,sem nenhuma perspectiva de vida. $la não a!ira assim.

@ $stA #em @ concordou, contraeita. @ &as ainda acho que devia terdei'ado um #ilhete para mamãe. Só para asse!urarIlhe que tudo estA #em.

@ O#ri!ado, Shari. @ $le sorriu. @ Sa#ia que poderia contar com você.

Due mais ela poderia aerH <od a colocara numa posi%ão desa!radAvel,

jA que tinha copiado o que ela iera anos antes. ;inda assim contava com oseu apoio. Shari sorriu.

@ Due #elas 3rias( ;o inv3s de evitar qualquer #ri!a com a am2liaLancaster, cA estou eu, #em no meio de uma( $ a conusão ainda nemcome%ou.

@ &as você não tem nada a ver com isso @ sentenciou <od,solenemente. @ =ui eu quem tomei a decisão, sou eu quem deve a!Uentar asconseqUências.

@ )erto.

&as Shari tinha certea de que estava metida em conusão, mesmo semquerer. $ra ló!ico que o av Lancaster ia #otar a culpa nela( >ois ela não era are#elde da am2liaH

<od esre!ou as mãos.

@ 4em, a!ora que jA conversamos, quais são seus planos para o jantarde hojeH ão sairH

@ amos. iemos para tomar um #anho e trocar de roupa, antes de ir aoclu#e @ e'plicou Shari.

@ 1udo #em se eu or com vocêsH $stou morrendo de ome.

@ )laro que sim(

@ $ntão, tam#3m vou tomar um #elo #anho e me trocar. @ <od pe!ou

?




leve sorriso tocou o rosto moreno, suaviando as ei%Kes dele, que pareciamtalhadas em pedra.

Shari levantouIse imediatamente. Nem ouviu o resmun!o de <od. $stavaeli. Os olhos verdes cintilavam de ale!ria enquanto se diri!ia para ele. Nadamais natural que cair em seus #ra%os. =echou os olhos, aninhandoIse contra opeito lar!o, sentindo aquele rosto #em #ar#eado acariciando o seu.

@ =a s3culos que não o vejo, Whit. @ $la suspirou.

$le estava cheirando a ta#aco e lo%ão após #ar#a, aromas deliciosos, queela sempre associara com aconche!o e calor. $ a se!urava irmemente pelacintura.

@ Não a tanto tempo assim( 0esde a >Ascoa. @ $le a #eijou de leve, natesta.

@ G, mas você estava tra#alhando tanto, que só o via na hora do jantar.

Shari er!ueu a ca#e%a e o #eijou de leve no rosto. ; pele #roneada de

Whit icou marcada pelo #atom vermelho. $la riu e pe!ou um len%o no #olso dopaletó dele, limpandoIlhe o rosto com delicadea.

@ 0ei'ei uma marca em você.

$la tirou a marca do #atom do rosto de Whit, va!arosamente,o#servandoIo atrav3s dos c2lios espessos. ;dmirou a #oca voluptuosa, os olhos!randes, castanhos e proundos. $le tam#3m a o#servava.

@ =a tempo que você dei'ou uma marca em mim.

Whit pe!ou o len%o da sua mão e colocouIo de volta no #olso.

Shari não respondeu. )ontinuou a itAIlo, sorrindo.

@ Não 3 poss2vel, mas da >Ascoa para cA você conse!uiu icar aindamais #onita.

Shari icou deliciada com o elo!io. Sentiu um rêmito de praer pelocorpo.

@ $ você ainda 3 o homem mais #onito que conhe%o.

$ra verdade. Shari ainda não conse!uira encontrar um homem queestivesse altura de Whit, tanto 2sica como moralmente. $le era alto,inteli!ente, com uma personalidade marcante. 1alve osse por isso que ela

não conse!uia levar a s3rio nenhum namoro.Duando ele e men%ão de empurrAIla para trAs, Shari protestou,involuntariamente. $stava tão !ostoso ali, a#ra%adinha a ele. $ra tãoquentinho.

Whit er!ueu a so#rancelha.

@ ;s pessoas vão pensar que eu sou seu namorado, que voltou devia!em depois de anos, se a !ente continuar assim @ ele disse, um #rilhomalicioso no olhar.

$ra a se!unda ve que a palavra "namorado" havia sido usada em

rela%ão a Whit naquele dia. Shari sentiu o san!ue su#irIlhe ao rosto. ;astouIsecom os olhos #ai'os.

Whit apertou os olhos.

R




@ $stA corada, ShariH @ m sorriso de moa estampouIse no rosto dele.

@ Não.

$la quis virar de costas. Whit a se!urou pelo quei'o, or%andoIa a encarAIlo. Seus olhos estavam escuros e penetrantes.

@ $stA, sim @ insistiu ele. @ =ica em#ara%ada, quando me ima!ina como

um namoradoHShari não sa#ia o que dier. ;queles dedos em seu quei'o, os olhos tão

pró'imos, tudo a pertur#ava, e ela não compreendia por quê. Seu cora%ãodisparou. Ouvia as #atidas martelando nos ouvidos. Não, não podia ser atra%ão2sica(

Whit soltou o seu quei'o, imediatamente. O rosto dele estava impass2vel.>arecia que perdera o interesse na per!unta que iera.

@ 0ei'e pra lA. Não precisa responder. =oi #o#a!em minha. @ Whit lheoereceu o #ra%o. @ amos nos juntar aos outros, lA na mesaH

Shari aceitou a oerta com praer.

@ O que o trou'e para cAH

Whit não respondeu. Shari se!uiu seu olhar e viu o rosto contrariado de<od, do outro lado do salão. >erce#eu tudo.

@ ocê veio por causa de <od, não oiH

@ =oi.

&as a!ora jA tinham alcan%ado a mesa, e não houve jeito de Shariespecular se ele estava an!ado pela atitude do irmão mais novo ou não. Whit

era inteli!ente o suiciente para sa#er que <od ora inluenciado por ela, aindaque indiretamente. &as não parecia an!ado ou a#orrecido com Shari, o que jAera um #om come%o. $ntretanto, a conversa amiliar teria de ser dei'ada paramais tarde.

0ora estava esperando ansiosamente por uma apresenta%ão, e'i!indoisso com o olhar. Duando seus olhos voltaramIse para Whit, no entanto, toda aimpaciência havia sumido. O #rilho dos olhos auis era sutil e provocante.

Shari icou uriosa. Sua mão apertou involuntariamente o #ra%o do irmão.

@ um praer conhecêIlo, enim, sr. Lancaster @ alou 0ora, estendendo

a mão para ele. @ Shari nos alou muito de você.@ &esmoH @ Whit er!ueu a so#rancelha. @ Due pena que eu não soupequenininho, para me esconder num #uraco e poder ouvir tudo( 7ostaria desa#er o que ela alou de mim.

Shari sentiu o rosto arder de novo. Lem#rouIse da conversa que as trêshaviam tido, tarde.

Whit apertou os olhos, maliciosamente.

0ora, por sua ve, não !ostou de ver Whit desviando a aten%ão, e tratoude continuar.

@ Sim, Shari acha que você 3 o melhor irmão que uma !arota pode ter.$le sorriu para 0ora.




@ m elo!io e tanto( @ Seus olhos estavam distantes quando se voltoupara Shari. @ $spero continuar assim.

@ /A jantou, sr. LancasterH @ per!untou 4eth.

@ ;inda não. @ $le sorriu, charmosamente.

@ 7ostaria que me chamasse de Whit.

@ >or que não janta conosco, WhitH @ per!untou 0ora. @ 1enho certeade que o !ar%om pode nos arrumar uma mesa maior, daqui a pouco.

@ ocê se importa, ShariH

@ )laro que não(

$m#ora ela sou#esse que <od não !ostara muito da id3ia, seriaimposs2vel recusar um assento mesa.

;pesar do restaurante lotado, dali a pouco o !ar%om jA conse!uirainstalAIlos conortavelmente, numa mesa de seis lu!ares.

Shari icou irritada, quando viu que 0ora arranjara um jeito de icar aolado de Whit. $ continuou mais irritada ainda pelo modo aetado com que aami!a se diri!iu a ele, lo!o depois.

@ Sou#e que você possui uma planta%ão de ta#aco, Whit. @ $ se inclinoumais. @ )omo 3 elaH )onesso que não conhe%o a#solutamente nada so#reta#aco.

@ G como qualquer planta%ão. ocê adu#a, colhe e depois vende.

Shari inclinou a ca#e%a, para esconder um sorriso divertido. Whit não eracomo os outros homens. ;quela velha t3cnica, de aer um homem alar so#re

si mesmo, não uncionava com ele. $ntendera muito #em, que 0ora estavain!indo interesse.

@ Oh, mas você tem de admitir que plantar ta#aco 3 muito maisromPntico do que qualquer outra coisa, Whit @ insistiu 0ora, sem perder adi!nidade.

@ Bsso depende do seu ponto de vista. @ $le olhou para o irmão. @ Não3 mesmo, <odH

<od apertou os lA#ios. $le não dissera ainda nenhuma palavra, desdeque Whit che!ara.

@ Se você veio at3 aqui para me levar de volta para =olha 0ourada, podedesistir. Não vou voltar.

Whit tomou um !ole de vinho #ranco.

@ ;cho que este não 3 o lu!ar para discutirmos isso, <od @ censurou oirmão, calmamente.

@ )omo 3 que você sa#ia que eu tinha vindo para cAH )omo adivinhouH

@ >ara onde mais você iriaH >recisaria de um lu!ar para dormir. Nadamais ló!ico que vir para cA.

@ ocê teve sorte de me encontrar aqui, isso sim( @ <od recusavaIse aadmitir a verdade.

@ G, tive. @ Whit olhou para Shari. @ &as devo admitir que não




esperava encontrar Shari. Sua mãe pensa que você estA em )ape Matters, comal!umas ami!as.

@ Nunca lhe disse isso. @ Shari não queria que Whit pensasse quementira para a mãe.

@ &as você dei'ou a acreditar nisso @ atalhou Whit. @ Suponho que

tenha com#inado de se encontrar com <od aqui, para lhe dar apoio.@ Não, não com#inei nada com nin!u3m. $le at3 me pre!ou um susto,

quando apareceu esta tarde. @ Shari sentiuIse ma!oada.

@ G verdade, Whit @ completou <od. @ $u nem sa#ia que Shari tinhavindo para cA. $spero que mamãe não tenha icado muito preocupada...

@ G di2cil acreditar que você tenha se preocupado com os sentimentosde sua mãe @ alou Whit, com rudea, revelando a irrita%ão que sentia.

@ $u me preocupei, sim( @ protestou <od, vi!orosamente.

@ $ntão, por que não teve a cora!em de lhe contar seus planosH @desaiou Whit. @ Se não podia enrentAIla, devia ao menos dei'ar um #ilhete.;ssim, ela não icaria doente de preocupa%ão.

<od icou pertur#ado.

@ $u... eu queria decidir primeiro o que aer e para onde ir, depoisavisaria. Ba teleonar para mamãe, amanhã ou depois.

@ ai li!ar assim que che!armos em casa. $ra uma ordem. Nada maisclaro.

@ &as o que vou lhe alarH @ per!untou <od, ineli. @ $la vai meencher de per!untas, e não vou sa#er responder(

@ ocê pode dier que veio passar só dois dias aqui @ su!eriu Shari. @$nquanto isso, vai pensar direitinho no que pretende aer depois.

@ G... acho que vou aer isso. O que você acha, WhitH

@ =oi isso mesmo que eu disse a ela, antes de partir.

@ ocê quer dier que limpou a minha #arraH @ <od estava surpreso. @ocê alou para mamãe que eu tinha vindo passar o im de semana aquiH

Whit encolheu os om#ros.

@ $u precisava dier al!uma coisa a $lia#eth, para aliviAIla. @ $lesempre tratara a madrasta pelo primeiro nome.

@ >u'a, o#ri!ado, Whit.

@ ocê pode me a!radecer, teleonando para sua mãe asse!urandoIlheque tudo estA #em. @ Whit sorriu, ao ver o !ar%om se apro'imar. @ /Aescolheram o que vão pedir para o jantarH

CAPITULO I

-




;pós o jantar, todos voltaram para o condom2nio. 0ora oereceuIse paravoltar no carro de Whit, e Shari teve de en!olir a irrita%ão de novo. Sentiu umimpulso insano de competir com a ami!a, para atrair a aten%ão dele. $stava

louca de raiva, quando se encontraram de novo, porta do apartamento, pois0ora continuava mais aetada que nunca.

@ $stA uma noite pereita para um passeio de #arco, ao luar @ declarou0ora. @ MA uma #risa leve, e 3 noite de lua cheia. ocê não disse, durante o jantar, que tem um #arco, WhitH

@ 1enho, sim.

Whit adiantouIse, e a#riu a porta para Shari. /A que ele i!norara a dica,0ora resolveu atacar diretamente.

@ >or que não vamos todos velejar a!oraH "&as ela só olha para Whit(",

pensou Shari, uriosa, &ordeu os lA#ios com raiva, enquanto o#servava oirmão. $le devia estar achando 0ora muito oerecida, mas não dava mostradisso.

Whit esperou que todos entrassem, para depois responder:

@ ocê e 4eth podem usar o veleiro. $stão de 3rias, e não desejointererir no seu divertimento. @ Nós @ e ele olhou para <od e Shari @ temospro#lemas amiliares a resolver. >ermiteInosH

@ )laro( @ 0ora mal escondeu o desapontamento.

Whit virouIse para <od.

@ saremos o teleone do escritório para chamar sua mãe.

)om relutPncia, <od come%ou a andar. Shari e Whit o se!uiram. Oescritório era amplo, claro e conortAvel.

Whit echou a porta.

@ ocê sa#e o nFmero @ disse ele a <od. $nquanto <od ia at3 a mesa decarvalho, onde icava o teleone, e sentavaIse, Whit a#riu as portas corredi%ase acendeu um ci!arro.

Shari apoiouIse no #atente. )ontemplou o peril mAsculo, desenhado

contra a noite, pela lu do luar. $le tinha um rosto orte, decidido. Seus ca#eloscastanhos cintilavam, #alan%ando #risa resca da noite.

;trAs dela, <od alava com a mãe. &as Shari não o escutava. $stava coma aten%ão voltada para o corpo musculoso de Whit. Sentiu o cora%ão acelerar,quando perce#eu que o estava olhando como um homem, e não como irmão.=icou nervosa, quando ele a encarou, e desviou o rosto depressa.

@ Shari. @ <od tapou o #ocal do teleone. $la se voltou. O irmão maisnovo parecia alito.

@ O que oiH @ per!untou #ai'inho, apro'imandoIse dele.

@ G a mamãe. $la estA muito preocupada com você, a!ora. Duando eusumi, esta tarde, ela tentou alarIlhe, li!ou para não sei onde, e quandodesco#riu que você não estava lA... @ <od e uma careta. @ $la estA hist3rica,

CV




Shari. @ $le escutava o que a mãe estava diendo do outro lado do teleone. @Duer sa#er se eu sei onde você estA. O que 3 que eu di!oH

@ ocê tam#3m deve alar com ela @ disse Whit, s costas de Shari.

$la teve um so#ressalto. Não o tinha pressentido antes, Whit a encaroucom irmea.

@ $lia#eth não icarA satiseita, at3 escutar sua vo.$le estava certo. Shari suspirou, aendo um !esto de assentimento para

<od. 1eria de alar com a mãe. <od lhe entre!ou o one.

@ ;l, mamãeH

Bnicialmente, eIse silêncio do outro lado da linha. 0epois, veio a vo,incerta, trêmula.

@ ShariH G vocêH

@ Sim, mamãe. Sinto muito se a preocupei, mas estou #em.

@ &as o que você estA aendo a2H >ensei que estivesse com aquela suaami!a, ilha do jui =ullmore. Duando li!uei para lA e eles disseram que vocênão estava...

@ $les me convidaram @ interrompeu Shari @, mas eu jA tinhacom#inado passar as 3rias com 4eth 0aniels e 0ora $vans, minhas cole!as deniversidade. ;cho que não e'pliquei muito #em na Fltima carta. Sinto muitose a dei'ei preocupada, mamãe.

@ )ontanto que você esteja #em... 3 o que importa. @ $lia#eth pareciaconusa, incerta. @ &as tenho certea de que você não mencionou sua vindapara a &ontanha do ;v.

@ G que come%aram os jo!os de verão nesta semana @ ela lem#rou mãe. @ $ minhas ami!as não conheciam a re!ião. Duando você disse na cartaque nin!u3m da am2lia usaria o condom2nio nas 3rias, achei que seria umaótima oportunidade para traêIlas.

@ Sim, claro( $ntão você vem para casa passar uns dias, não vemH

@ Não estou certa. @ Shari não sa#ia o que dier. @ 1alve eu vA.

@ &as você estA tão perto( @ protestou a mãe.

@ $u sei. G só que... minhas ami!as têm outros planos.

Shari mordeu os lA#ios, consternada. Due desculpa mais esarrapada(

@ 1em certea de que estA tudo #em, ShariH 1em al!uma coisa que vocêestA me escondendoH

@ Não, claro que não( $stou #em, mamãe, estA tudo #em, de verdade.

Arios se!undos de silêncio se se!uiram. 0epois, $lia#eth Lancasteralou de novo.

@ Whit estA a2H

@ $stA.

@ >osso alar com eleH

@ m minutinho. @ Shari entre!ou o one a Whit. @ &amãe quer alar

C




com você.

Whit er!ueu a so#rancelha interro!ativamente, mas Shari sacudiu aca#e%a, sem sa#er por que a mãe queria conversar com ele. Duando o irmãope!ou o teleone, ela oi at3 a porta de vidro, ao encontro de <od.

$le estava com um ar de inelicidade tão !rande, que Shari sentiu pena.

@ )omo 3 que oiH @ ela per!untou !entilmente.@ 0etesto ser o #e#ê da am2lia @ resmun!ou ele. @ Nin!u3m me dei'a

crescer dro!a( 1enho deenove anos, mas, pelo jeito que mamãe me trata,parece que tenho nove(

Shari voltou os olhos para Whit. $le respondia com monoss2la#os, e elanão pde adivinhar o que conversavam. Olhou para o irmão mais novo.

@ Oh, mas sempre serA assim( @ alou, sorrindo. @ &esmo quando vocêtiver vinte e nove, ela vai tratar você da mesma maneira(

@ )omo 3 que vou convencêIla de que posso cuidar de mim mesmo, quesou dono do meu nariH

@ Não vai convencêIla.

@ Le!al, que #ela or%a estA me dando( @ $le estava muito irritado. @Se você quer ser Ftil, que tal me dar al!umas id3ias de como eu poderiaconversar com a mamãe e mostrar a ela que quero sair de =olha 0ouradaH;quele am#iente 3 muito pesado( Whit conse!ue viver #em lA, mas eu nãoa!Uento(

Whit aca#ara de desli!ar o teleone e ouviu os Fltimos protestos de <od.

@ O que 3 que você quer, <odH @ per!untou.

@ ;2 3 que estA o pro#lema( Não sei. @ $le er!ueu os #ra%os,desamparado. @ 1udo o que sei 3 o que não quero.

@ 0ê tempo ao tempo @ consolouIo Whit. @ ocê ainda 3 jovem.

<od ulminouIo com o olhar, e depois virouIse para a irmã.

@ $stA vendo, estA vendoH @ $le estava vermelho de raiva. @ Nin!u3macha que eu jA sou um adulto( @ 7irou nos calcanhares e saiu da sala.

Whit sorriu para Shari.

@ 1enho a impressão de que disse a coisa errada.

@ 1em a impressãoH ocê viu como ele icouH Whit sentouIse numapoltrona de couro. ;cendeu um ci!arro.

@ $le tinha aca#ado de reclamar para mim que todos o tratam como o#e#einho da am2lia. @ Shari riu. @ $stA convencido de que nin!u3m oconsidera maduro o suiciente para tomar conta do próprio nari.

@ $ntão 3 por isso que ele estA an!ado consi!o mesmo @ retrucouWhit. @ $le não sa#e o que quer( @ $ sorriu. @ >u'a, deve ser horr2vel(

@ G mesmo. @ $la lem#rouIse do que queria per!untar. @ $scute, Whit,por que mamãe quis conversar com vocêH

Os olhos dele #rilharam.

@ $la queria per!untar se eu tinha conhecido suas ami!as.

CC




Shari não entendeu.

@ >or quêH

@ ocê pareceu tão relutante em levAIlas para =olha 0ourada, que$lia#eth come%ou a suspeitar...

@ Suspeitar do quêH

@ $la pensou que você estivesse passando 3rias em companhia "mista"Eque al!umas de suas "ami!as" pudessem ser homens, na verdade...

@ ocê quer dier que ela pensou que eu...

@ Bsso mesmo. $la achou que você devia estar dormindo com um deles,e jA que você sa#ia da Fria do seu av, preeria não levar nin!u3m para =olha0ourada...

@ &as por que ela iria pensar uma coisa dessasH

@ Bma!ino que tenha ouvido histórias de suas ami!as de #aralho so#re

as !arotas loucas e irresponsAveis que estudam nas niversidades, e come%oua se preocupar com a ilhinha. @ Whit apa!ou o ci!arro no cineiro. @ /A atrês anos que você entrou naquela aculdade. Sem o consentimento da am2lia.G natural ela pensar que você jA tenha tido um caso com um homem. Ou estejatendo a!ora...

@ >ois não estou, e nem tive( @ ne!ou Shari vi!orosamente. @ )omo 3que ela pode pensar isso de mimH

@ ocê nunca e se!redo de seus namorados. $ costuma sair #astante.

@ Bsso não quer dier que eu vA para a cama com eles(

@ Não estava querendo dier que ela pensou na possi#ilidade de vocêestar sendo prom2scua @ disse Whit, calmo. @ &as 3 raoAvel ima!inar quevocê tenha se sentido atra2da por al!um deles.

@ >ois não me senti atra2da por nenhum(

@ ocê 3 uma mulher #onita. 0uvido muito que seja ria. @ Whit ae'aminava de perto. @ Não sa#ia que você era tão di2cil de a!radar(

@ Sou( @ $la icou mais an!ada, por causa do modo como ele a estavaolhando. @ $ se eu sou e'i!ente demais, a culpa 3 toda sua.

@ &inhaH @ per!untou ele, incr3dulo.

@ G, sua( @ ela respondeu, che!ando perto da poltrona dele paraenatiar as palavras.

@ >osso sa#er por quêH

@ >orque...

=oi então que ela se deu conta de que estava an!ada toa. Não valia apena #ri!ar com Whit. Soltou uma risadinha e sentouIse no #ra%o da poltrona.

@ >orque nin!u3m se compara a você. @ $la sorriu or!ulhosamente parao irmão, acariciandoIo de leve no pesco%o moreno. @ ;inda não encontrei umhomem tão pereito quanto meu irmão. Não estou preparada para meconormar com menos. ;o inv3s de icar eli com o elo!io, o rosto deleendureceu,

CJ




ami!a. @ 0ora ainda não decidiu que roupa vai usar. ocê tem tempo deso#ra.

;s duas riram. Shari sa#ia da reputa%ão de 0ora, na demora em escolheras roupas. &as o resultado era sempre pereito.

4eth oi ao quarto da ami!a, e Shari desceu a escada at3 o escritório.

Whit havia tirado o paletó. ; camisa #ranca, ina, desa#otoada at3 opeito, e as man!as enroladas, revelavam os #ra%os ortes e #roneados. $leestava sentado escrivaninha de carvalho. Na sua rente, uma pasta a#erta,cheia de pap3is. ; testa estava vincada de preocupa%ão.

$le er!ueu a ca#e%a quando Shari entrou.

@ SerA que você nunca vai terminar com esses pap3isH @ ela #rincou,aendo uma careta para a pasta.

@ 1ra#alho perp3tuo @ respondeu Whit. ;astou a cadeira e se levantou.

@ ;rrumo sua cama em dois minutos. @ Shari ps a roupa de cama napoltrona e tirou as almoadas do soA. @ Não quero pertur#AIlo.

@ ocê sempre pertur#a. )omo e que dessa ve vai ser dierenteH

$la se emperti!ou. 1inha certea de que nunca o pertur#ara enquantoele tra#alhava, pois sempre tomara cuidado com isso. >s as mãos na cintura.

@ Duando 3 que eu o atrapalhei enquanto você tra#alhavaH @ desaiouIo.

@ Sempre. @ $le sorria maliciosamente. @ 0ei'e que eu a ajudo a a#riro soA.

Shari deu um passo para o lado. O soAIcama sempre ora teimoso, di2cilde mano#rar. $la o#servou os mFsculos que saltaram nos om#ros e #ra%os deWhit, enquanto ele a#ria o soA. $ra um homem orte.

>or um se!undo, Shari procurou lem#rarIse dele vestindo cal%ão de#anho. Bmediatamente #loqueou a ima!em que come%ava a se ormar,horroriada com os próprios pensamentos. >or que aquele interesse repentinopelo corpo do irmão, ainalH irouIse de costas, para pe!ar um len%ol.$stendeuIo so#re a cama.

Whit o#servouIa, enquanto ela arrumava tudo. Shari notou que o colchãoestava todo irre!ular, pelo passar dos anos. $stava prendendo o travesseiro

com o quei'o para colocAIlo na ronha, quando resolveu insistir para ele dormirlA em cima.

@ ocê não precisa icar aqui, Whit. $sse soA estA duro, es#uracado.>odia dormir na minha cama.

@ )om vocêH @ per!untou ele, su!estivo. Shari parou de sacudir otravesseiro e olhou para ele. SerA que Whit estava om#ando dela, dando aentender que o convidara a ir para a camaH

$ o que ele quisera dier antes, quando airmara que ela o pertur#ava otempo todoH

Whit a contemplou por al!uns instantes, depois sorriu.@ Não, o#ri!ado, Shari. Lem#reiIme de que você ronca muito alto.

CQ




@ O#ri!ada.

$la saiu do escritório com um also sorriso estampado no rosto. >ordentro, seus sentimentos estavam conusos.

<od, 4eth e 0ora estavam descendo a escada. 1odos usavam roupaesporte.

@ O que estava acontecendo a2 em#ai'oH @ per!untou 0oraacusadoramente. @ ocê e Whit aiam um escarc3u( ; !ente ouvia suasrisadas a milhas de distPncia(

<od respondeu por Shari.

@ Bsso não 3 nada. $sses dois sempre #rincaram assim, desde crian%as(

Shari preeriu não continuar o assunto.

@ Não demoro mais que dois minutos para me trocar @ anunciou,enquanto continuava a su#ir.

&inutos depois, Shari desceu. sava uma cal%a jeans, camiseta #ranca eaulIclaro, e um len%o de seda prendendo os ca#elos para trAs. )orreu para asala, preocupada com os outros, que deviam estar esperando. &as quandoentrou, lo!o viu que nin!u3m estava com pressa. >rincipalmente 0ora.

Whit #ancara o anitrião, aendo companhia a 4eth e 0ora, enquantoShari se trocava. 0ora estava ao lado dele, lertando descaradamente. $leparecia muito vontade.

)om uma pontada de ciFmes, Shari se adiantou pela sala.

@ >or que estão todos a2, paradosH amos. <od e 4eth se moveram, mas0ora continuou ao lado de Whit, melosa.

@ amos, mude de id3ia e venha conosco, Whit. @ ; vo estava rouca ese'*. @ ; !ente vai se divertir um #ocado, tenho certea.

Shari icou possessa, ainda mais, ao ver o rosto condescendente de Whit.>arecia at3 estar !ostando daquele lerte descarado( ;ntes que ele pudesseresponder, ela tomou a palavra.

@ Whit não pode vir. 1em que tra#alhar @ sentenciou, num tom enAtico.

m #rilho divertido passou pelos olhos dele. Shari imediatamentelamentou ter alado. Whit sorriu para ela, depois para 0ora.

@ Shari estA certa. 1enho muitos pap3is para veriicar, e preciso terminarmuitas coisas.

@ 4em, jA que não conse!ui persuadiIlo... @ 0ora er!ueu os om#ros!raciosamente. Whit olhou para Shari e <od.

@ 1omem cuidado.

@ 1omaremos. @ <od virouIse para as mulheres. @ amosH

CAPITULO

C




desliou pelo carpete sem aer #arulho. ; sola de #orracha do seu sapato delona não aia o menor ru2do. >ostouIse atrAs de Whit. )olocou as mãos nosom#ros dele, #em atrAs da nuca, para massa!eAIlo de leve.

Whit icou tenso ao primeiro contato, depois rela'ou, dei'ando que osdedos hA#eis de Shari o aliviassem. Soltou a caneta e encostouIse na cadeira.0epois, estendeu sua mão para co#rir a dela com carinho, pu'andoIa para olado da cadeira, de modo que a pudesse ver.

$le sorriu encantadoramente.

@ ejo que jA voltaram do passeio. @ $le pu'ouIa para sentarIse no#ra%o da cadeira. @ Due talH Nin!u3m machucadoH Nin!u3m caiu na A!uaH

Shari sorriu.

@ =oi ótimo, delicioso( $ nin!u3m e #o#a!em.

@ 4ateram um recorde( ma hora velejando, sem acidentes(

; mão de Whit continuava so#re a dela. O contato aia com que ocora%ão de Shari disparasse. SerA que ele sentia a pulsa%ãoH Não estava vontade com o irmão. O que estaria acontecendoH

@ amos aer chocolate quente. 7ostaria de aer uma pausa e tomaruma '2cara conoscoH

@ 3, a!ora estA me convidando para juntarIme ao !rupoH @ eleom#ou. @ 1ive a impressão de que você queria que eu me aundasse notra#alho, hA uma hora.

$ra claro que ele se reeria veemência com que ela própria o deenderado convite de 0ora, para ir velejar. Shari #ai'ou os olhos e preeriu mudar de

assunto:@ Não sei como 3 que encontra tempo para aer todo esse tra#alho. @

$la come%ava a entender que Whit era vital na vida de todos os mem#ros daam2lia. @ Nossa am2lia se desmem#raria, não osse por você, Whit, &amãemorreria de preocupa%ão se não o tivesse junto a ela, para conortAIla. ocêconse!ue lidar com o vov, nem #ri!am( G paciente com <od. $ todas as veesque precisei, você me apoiou e ajudou. ;l3m de tudo isso, ainda cuida daaenda e dos ne!ócios. >or que a isso, WhitH

@ >orque você 3 importante para mim @ respondeu ele, sem hesita%ão.

Shari sentiu um estremecimento pelo corpo. $la viu impaciência nosolhos dele. Whit soltou sua mão.

@ ; am2lia 3 sempre importante, Shari.

@ Sim, claro( @ ela respondeu, mas não estava certa de tercompreendido o si!niicado do que ele dissera. @ $ntão, vamos tomar ochocolateH @ alou, pondoIse de p3.

Whit olhouIa com severidade.

@ Duando 3 que eu lhe disse "não" na minha vidaH ocê sempre e tudo sua moda(

Shari icou intri!ada. Whit estava estranho, meio irritado... O que seriaH&as, no instante se!uinte, ele sorria, ale!re, e seus olhos adquiriam o #rilho desempre.

C-




@ amos, vamos tomar o tal chocolate. $nquanto iam para a coinha,um monte de per!untas se ormava na mente de Shari. SerA que as rases deletinham duplo si!niicado, ou ela estava ima!inandoH Whit sempre a olharadaquela maneira, ou serA que ela própria estava lendo nos olhos dele coisasque não e'istiamH $ por que seu cora%ão disparava ao menor toque de WhitH$ra natural sentir tanto ciFme de 0oraH

"O que, meu 0eus, o que estA acontecendoH", ela se per!untou pelad3cima ve naquela noite.

Duando entraram na coinha, Shari teve de lutar consi!o mesma paranão pular no pesco%o de 0ora e es!anAIla. ; loira partia, toda charmosa ederretida, para cima de Whit. $ste, por sua ve, a tudo respondiaeducadamente. Não a encorajava nem desencorajava. Shari nem sentia o!osto da hortelã no chocolate.

0ali a pouco Whit desculpouIse e voltou para o escritório. Lo!o queicaram soinhos na coinha, 0ora virouIse para Shari.

@ O que 3 que hA com você, ShariH@ )omi!oH @ $la arre!alou os olhos. @ Não hA nada de errado comi!o.

>or quêH

@ 7ostaria que você pudesse se en'er!ar num espelho, para ver comoesteve se comportando. ;ssim, não iria per!untar o porquê.

@ O modo como eu me comporteiH @ per!untou Shari, uriosa. @ ocê 3quem ica se jo!ando no caminho de Whit o tempo todo, #ancando a tonta(

@ Não acho que ele tenha se an!ado. @ 0ora jo!ou a ca#e%a para trAs.@ 0iria at3 que ele !ostou.

@ Whit 3 muito #emIeducado para ser !rosseiro com al!u3m(

@ &as você não @ cortou 0ora. @ =icou me uilando com o olhar, desdeque entrou na coinha.

@ Não seja rid2cula @ om#ou Shari, tentando ne!ar o ato.

@ Não estou sendo. Se você o quer para si, então 3 melhor a#rir o jo!o, eparar de in!ir que o considera apenas como um irmão mais velho.

@ o que ele 3. @ ; resposta veio rApida, talve rApida demais. @ Nãoquero que Whit tenha impressão errada de minhas ami!as @ corri!iu. @ Só

isso.4eth quis apai!uar os Pnimos e'altados das companheiras.

@ 1enho certea de que Whit a considera muito, Shari. Se eu osse você,não me preocuparia pensando que ele iria me jul!ar erradamente por causa docomportamento de uma ami!a.

@ Suponho que tam#3m esteja contra mim, 4eth @ acusou 0ora.

@ ocê 3 e'i#ida assim por naturea. @ 4eth uncionava comoesta#iliadora entre 0ora e Shari.

@ Não a condeno por isso, e sei que Shari tam#3m não.

@ Não sei por que estão discutindo @ atalhou <od. @ Whit vai tirar suaspróprias conclusKes, não importa o que vocês demonstrem ou di!am. $le

JV




sempre a isso. @ $stendeu a '2cara para a rente.

@ ;inda tem chocolateH

@ &eia '2cara, mais ou menos @ respondeu 4eth.

@ $ntão vou #e#er. Não vale a pena jo!ar ora.

$m#ora a discussão tivesse terminado, uma sensa%ão de desconortopairava no ar. 0epois de lavarem a lou%a, todos su#iram para seus quartos.ma lu #rilhava por de#ai'o da porta do escritório.

Shari oi deitarIse, mas não conse!uia dormir. irava e revirava na cama, jo!ava as co#ertas de l um lado para outro. Só #em mais tarde echou os olhos.

O som estridente da campainha despertouIa num so#ressalto,interrompendo sonhos estranhos. >ulou da cama e ps um ro#e depressa.0epois desceu a escada.

Naquele instante, uma lu acendeuIse lA em#ai'o. O #rilho e com queela se detivesse por al!uns se!undos, echando os olhos parcialmente, para seacostumar claridade.

; campainha soou de novo, insistente. Shari continuou a descer, quandoviu Whit saindo do escritório e atravessando a sala de estar. Seu peito estavanuE usava apenas a cal%a comprida. $la não pde dei'ar de admirar osmFsculos ortes que se escondiam so# a pele #roneada. ;li, rec3mIdesperta,Shari não estava imune imensa masculinidade daquele corpo.

0evia ter eito al!um #arulho, pois ele olhou por cima dos om#ros e aavistou na escada.

@ Due horas sãoH @ Shari per!untou, sonolenta.

@ Duase três @ respondeu Whit, do mesmo modo. @ olte para oquarto, que eu atendo.

@ &as quem pode serH G tão tarde(

@ 0eve ser al!u3m que se en!anou de apartamento.

; corrente de se!uran%a estava prendendo a porta, Shari ouviu quandoWhit a a#riu. Não pretendia voltar para o quarto at3 desco#rir quem era. ;i!ura alta o#stru2a a resta, e ela não pde en'er!ar a pessoa do outro lado.

@ >osso ajudAIlosH @ per!untou Whit, com secura.

@ Whit LancasterH @ alou uma vo masculina, !rossa.@ Sou eu.

@ Somos da pol2cia. >odemos alar com o senhor um minutoH

Mouve uma #reve pausa. Shari ima!inou que eles estivessem e'i#indosuas identidades. =icou alarmada. Duando Whit a#riu a porta e os dois homensuniormiados entraram, deu um passo rente.

@ O que oiH @ per!untou. @ O que aconteceuH

@ >ediram que nós o notiicAssemos de uma emer!ência @ alou oprimeiro oicial. @ ; jovem...

@ G minha irmã, Shari Sutherland @ identiicou Whit.

$la colocouIse ao lado do irmão.

J




@ ma emer!ênciaH @ repetiu, !elada. @ G so#re nosso avH

@ Seu irmão tam#3m estA aquiH @ per!untou o se!undo oicial.

@ Sim. @ Whit passou a mão nos ca#elos. @ Dual 3 a emer!ênciaH

@ ma emer!ência m3dica. O sr. =rederic5 Lancaster nos pediu paraentrar em contato com o senhor, jA que não conse!uia alar por teleone.

@ &as estA uncionando @ insistiu Shari. @ Nós li!amos esta noite paracasa.

@ Sinto muito, senhorita, mas a companhia telenica nos inormou queum acidente automo#il2stico interrompeu as comunica%Kes nessa Area.0isseram que amanhã estarA uncionando de novo. @ O primeiro oicial virouIse para Whit. @ O sr. Lancaster pediu que ossem para casa o mais rApidoposs2vel.

@ &as... o que aconteceuH @ Shari a!arrouIse ao #ra%o de Whit, empPnico. @ Duem...

@ Sua mãe soreu um derrame @ alou o oicial, hesitante. @ =oitransportada para o hospital, mas não estA passando #em.

Whit se!urouIa a tempo. ;s pernas de Shari estavam #am#as como!el3ia. $la sacudia a ca#e%a, incr3dula.

@ Não... não pode ser.

@ Os senhores poderiam avisar ao meu av que partiremosimediatamenteH @ per!untou Whit.

@ )laro.

Shari estava nervosa demais para vêIlos sair. O san!ue corria !elado nasveias. Nem mesmo o calor de Whit conse!uia esquentAIla. Seus #ra%os aapertavam com or%a. $la come%ou a chorar. $r!ueu os olhos molhados paraele.

@ Não pode ser. @ ;s lA!rimas corriam por suas aces. @ Não commamãe.

@ Sim. No Fltimo e'ame que ela e, o m3dico constatou que andavacom a pressão muito alta. $la estava tomando rem3dios hA meses @ disseWhit.

@ >or que nin!u3m me disseH $u não sa#ia.@ >rovavelmente ela não quis preocupAIla, Shari. Bsso não importaa!ora.

@ G minha culpa. @ Shari encostou a ca#e%a no om#ro dele, solu%ando.@ 0evia ter ido para casa nas 3rias, ao inv3s de vir para cA. Duando alei comela no teleone, devia ter dito que ia para lA, claro. &as não. =iquei inventandohistórias, desorientandoIa.

@ $lia#eth estava preocupada com <od, tam#3m @ lem#rou Whit.

&as Shari nem o escutou. $stava sentindoIse a mais miserAvel e

ne!li!ente das ilhas.@ /amais me perdoarei se acontecer al!uma coisa com ela. @ Shari tinha

o rosto escondido na curva do pesco%o dele. @ /amais(

JC




Whit come%ou a acariciAIla nos ca#elos.

@ $la vai icar #oa, Shari. ocê vai ver. Shari estremeceu. Sentia rio.

@ $stou tão apavorada.

Whit aastouIa, se!urandoIa pelos om#ros. Os dois se itaram por al!unsse!undos.

@ Não, Shari. Não 3 hora de chorar.

Shari não !ostou da separa%ão. SentiuIse ma!oada. Naquele instante,ouviu som de passos. irou a ca#e%a.

<od vinha descendo a escada, os ca#elos revoltos, os olhos inchados desono.

@ O que estA acontecendoH Duem tocou a campainhaH

@ G mamãe... @ respondeu Shari sem pensar.

Whit tomou a palavra.

@ 1ivemos mAs not2cias de casa, <od. 0ois policiais vieram nos inormarque sua mãe teve um derrame e que devemos voltar imediatamente.

@ Oh, não( @ $le se apoiou no corrimão, trêmulo. @ )omo... como elaestA passandoH

@ Não sa#emos @ respondeu Whit. @ $ acho que não podemos icarperdendo tempo aqui, parados. amos, vocês dois devem arrumar as malasa!ora. >artiremos em se!uida.

@ Sim. @ <od virou as costas e voltou a su#ir, a ca#e%a #ai'a. @ Oh,não, não... @ murmurava #ai'inho.

@ ocê tam#3m, Shari. @ Whit apontou para a escada. @ amos. $umesmo alo com suas ami!as. 0ei'amos uma chave com elas, de modo quepossam icar aqui quanto tempo quiserem.

@ $stA #em.

Shari esqueceraIse das ami!as. ;s 3rias tinham terminado de repente.;o entrar em seu quarto, icou parada, sem sa#er o que aer. $stavaparalisada.

4eth entrou minutos depois. ;judouIa a tirar as roupas do armArio e!uardar tudo dentro da mala. )om aquela ajuda muito oportuna, Shari jAestava pronta, quando Whit apareceu.

@ 1em certea de que estarA #emH @ per!untou 4eth com ansiedade. @>osso ir com você, sa#eH

Shari sorriu, a!radecida.

@ Não. ocê e 0ora icam aqui e aproveitam as 3rias. $u vou.

@ $u tomo conta dela @ avisou Whit, passando o #ra%o em Shari. @ Nãose preocupem.

0ora esperava por eles no topo da escada. ; discussão que houvera

entre elas, a essa altura jA ora esquecida. ;#ra%ou Shari com aeto,murmurando palavras de encorajamento.

Silenciosamente, os três irmãos entraram no carro de Whit e partiram.

JJ




CAPITULO I

; caminho de =olha 0ourada, Shari lem#rouIse de que, ainda naquelamanhã, tinha odiado a id3ia de ir para lA. ;!ora, queria che!ar o mais rApidoposs2vel. )omo o mundo dava voltas(

SentaraIse na rente com Whit, e <od instalaraIse atrAs. O irmão maismo%o não havia alado mais uma palavra, 3 continuou mudo pelo interminAveltrajeto.

; estrada tortuosa, estreita, parecia não ter im. =inalmente, elesdei'aram as montanhas e atin!iram uma plan2cie.

@ Duanto altaH @ per!untou Shari, impaciente.

@ &ais uma hora. &enos, talve, se o trAe!o não estiver pesado.

m !emido de protesto e an!Fstia veio do #anco de trAs.

@ Nada disso teria acontecido se eu tivesse dei'ado um #ilhete paramamãe. @ ; vo de <od estava carre!ada de sentimento de culpa. @ $uestava tão preocupado comi!o mesmo, que nem pensei no mal que aria a ela.

@ $u sou culpada, tam#3m @ disse Shari.@ Não vamos chorar so#re o leite derramado @ atalhou Whit. @ Não vai

ajudar em nada se $lia#eth rece#er dois chorKes para conortAIla.

@ $la 3 jovem demais para acontecer uma coisa dessas @ alou Shari.

@ &as aconteceu.

Shari resolveu se calar. $ra #om ter Whit ali com eles. Se ela e <odestivessem soinhos, estariam nadando em desespero, completamentedesorientados.

O #rilho dourado do nascer do dia pontilhava o horionte, quando

alcan%aram a vila. Shari esperava que Whit osse direto para o hospital, mas,ao inv3s disso, ele pe!ou o desvio que dava em =olha 0ourada.

@ Não vai nos levar para o hospitalH @ per!untou, ranindo a testa.

@ Não. >rimeiro vamos para casa, inormarInos melhor so#re o queaconteceu. @ Whit alava com a autoridade de quem não admitiria r3plica. @ Go mais importante,

@ &as a !ente pode sa#er de tudo no hospital mesmo @ protestou <od.

@ ;ntes de qualquer um de vocês se encontrar com sua mãe, vão tomarum #anho e melhorar a aparência. @ $le olhou criticamente para o rostocansado e pAlido de Shari. @ $la não deve se preocupar com a saFde de vocês.

Os dois compreenderam que ele tinha raão. <ealmente, não custava

J?




nada se arrumarem mais adequadamente para ir ao encontro da mãe.)he!ariam mais coniantes. =olha 0ourada era perto dali, ainal.

Shari sentiu um nó na !ar!anta ao avistar os campos de ta#aco, tãoamiliares. Duando viu a velha mansão de pedra, imponente so# a lu damanhã, uma lA!rima sur!iu em seus olhos. $la não era uma Lancaster,portanto, a casa não lhe pertencia, mas tinha crescido ali. $ra como se tudoosse dela, tam#3m.

1odas as lem#ran%as elies da inPncia, da adolescência, eram dali.;dorava aquele lu!ar. >ena que o av Lancaster osse tão autoritArio. Shariesperava que ele estivesse no hospital.

Whit estacionou o carro em rente s escadas, no caminho circular do jardim da casa. /A que iam sair lo!o, não valia a pena !uardAIlo na !ara!em.Shari esperou que os dois tirassem as malas do carro. $r!ueu os olhos para aconstru%ão. $ra uma casa enorme, de dois andares, com paredes !rossas,constru2da para a!Uentar vArias e vArias !era%Kes dos Lancaster.

Duando os irmãos se apro'imaram, ela su#iu e a#riu a porta. Sempre lheparecera que nada podia acontecer dentro daquela ortalea, sem a permissãodos Lancaster. $ntão, era di2cil de acreditar, a!ora, que sua mãe aca#ara deter um derrame e estava deitada num lon!2nquo quarto de hospital. OsLancaster não eram onipotentes, ainal.

Os passos de Shari ecoaram pelo lar!o hall de entrada, todo orrado demadeira lar!a. Lo!o em se!uida, vieram outros passos, mais apressados. ;!overnanta da casa, sra. 9oun!, apareceu. m suspiro de al2vio escapou deseus lA#ios.

@ 7ra%as a 0eus vocês che!aram( @ e'clamou, er!uendo as mãos.

@ )omo estA mamãeH @ per!unto Shari. Naquele instante, uma porta esquerda se a#riu. ;li icava a #i#lioteca, o santuArio dos homens Lancaster.Shari icou tensa. Sa#ia quem encontraria na soleira. =rederic5 LancasterapoiavaIse pesadamente na #en!ala, mostrando que seu corpo não estava tãosaudAvel quanto aparentava.

1inha a mesma altura que Whit, mas a idade avan%ada o dei'ara umpouco curvado. Seus ca#elos escuros possu2am vArias mechas prateadas, emuitas linhas marcavam o rosto. &esmo assim, os olhos cintilavam com or%aincomum, amarelados e inquietos.

; sra. 9oun! preeriu não responder a Shari. ;!ora, que o ca#e%a daam2lia estava presente, daria as inorma%Kes so#re a saFde de $lia#ethSutherland Lancaster.

@ $ntão, Whit trou'e os ujKes de volta para casa @ comentou o velho,com um tom de reprova%ão.

@ $le não nos trou'e. Nós viemos @ corri!iu Shari, ainda tensa. @ )omoestA mamãeH

@ ocês nunca se preocuparam com ela antes disso @ declarou o av. @Não 3 um pouco hipócrita da parte de vocês, virem correndo quando ela oi

para o hospitalH@ $les estão aqui a!ora, vov @ disse Whit, com irmea. @ Bsso 3 o

mais importante. )omo estA $lia#ethH

JQ




@ O derrame oi s3rio. &as os m3dicos estão coniantes. 0iem que elavai se recuperar.

; #en!ala #atia pesadamente contra o chão, enquanto =rederic5Lancaster entrava no hall.

Shari sentiu um #reve al2vio. Olhou para <od. Os olhos dele estavam

Fmidos, mas ele não queria que o av os visse.@ ou levar Shari e <od ao hospital para vêIla, assim que tomarem um

#anho @ alou Whit.

@ /amais compreenderei como uma mulher tão dada e #ondosa como$lia#eth pode ter duas crian%as tão inconseqUentes @ declarou o velho, comdes!osto. @ ocês só pensam em si mesmos.

@ Bsso não 3 verdade @ ne!ou Shari, an!ada.

@ NãoH $ o que você acha que provocou o derrameH <od saiu correndopara se juntar a você. Não teve nem a cortesia de dei'ar um #ilhete, para

e'plicar por que estava partindo. Nem cora!em para nos dier onde estavaindo.

@ Não oi culpa de <od @ deendeuIo Shari. $la viu como o irmão maisnovo empalideceu, ante a acusa%ão do av.

=rederic5 Lancaster #ateu com a #en!ala no chão.

@ 0isso você pode ter certea( @ ;pontou o dedo descarnado para aneta. @ ; culpa oi sua( <od só e o que você jA havia eito na idade dele.BmitouIa, só isso. $u nunca deveria ter escutado Whit. 0evia têIla arrastadopara cA, de volta, e a trancaiado no quarto(

@ Não poderia me prender aqui( ocê não( Nem nin!u3m(Shari viu que estava !ritando. Não tinha jeito mesmo. )ada ve que se

derontava com o av, o resultado era inevitAvel. Os dois eram muito !eniosos.

@ 0epois de tudo que sua mãe e por você, jamais compreenderei comopde tratAIla desse jeito @ acusou =rederic5 Lancaster. @ Não se di!na a virvisitAIla nas 3rias escolares, a menos que não tenha nada melhor para aer.

@ $ por que acha que eu não venho para =olha 0ouradaH @ !ritou Shari.@ >or sua causa( ocê acredita que pode controlar a vida de todo mundo. Duerque todos cumpram a sua vontade( G por isso que ui em#ora. G por isso que

<od tam#3m oi( Nós não a!Uentamos mais( Se hA al!um culpado pelo queaconteceu com mamãe, esse culpado 3 você(

@ )he!a, Shari( @ ordenou Whit.

Shari estava com os olhos cheios de lA!rimas, quando se voltou para oirmão mais velho.

@ Não sei por que 3 que eu dei'ei você me traer para cA( Sa#ia que issoia acontecer(

@ $u a trou'e porque este 3 o seu lar.

@ Não, não 3( Nunca oi. Só vivi aqui @ ela respondeu. @ $ste lu!ar

pertence aos Lancaster. $u sou uma Sutherland. )ostumava chorar noite,porque não era uma Lancaster. &as hoje, quando olho para você @ ela se viroupara o av @, estou eli por não sêIlo( &uito eli(

JR




;ntes que se desmanchasse em lA!rimas, correu para a escada,passando pela em#ara%ada !overnanta, que ora testemunha involuntAriadaquela cena desa!radAvel.

Shari correu direto ao seu quarto e atirouIse na cama, solu%ando semparar.

@ Shari. @ ; mão de Whit estava em seu om#ro.@ A em#ora @ disse ela, solu%ando.

@ 1ome um #anho e limpe o rosto. Não quer que sua mãe descu#ra queesteve chorando, querH

$ra verdade. $la não queria preocupar a mãe. $n!oliu o choro. Solu%ouem silêncio.

@ >or que 3 que ele sempre a isso comi!oH

@ ;credite ou não, Shari, ele a ama @ respondeu Whit. @ ;!ora, de p3.>artimos para o hospital em vinte minutos. Não tem muito tempo para searrumar.

Shari tomou uma ducha ria para acalmar os nervos. $'atamente vinteminutos depois desceu a escada. No caminho, viu o av. $stremeceu. $leparecia esperar por ela, com a ca#e%a er!uida, apoiado na #en!ala. Shariresolveu i!norAIlo.

1eria passado direto pelo av, sem nenhuma palavra, se ele não ativesse chamado.

@ Shari.

$la parou e se voltou.

@ Sim.

@ $u estava muito preocupado e provavelmente disse al!umas coisasque não devia. @ =rederic5 Lancaster era or!ulhoso demais para pedirdesculpas. @ ; doen%a de sua mãe provocou uma tensão muito !rande emtodos nós.

@ G verdade @ admitiu Shari.

@ ocê sempre oi como minha neta. 7ostaria que sentisse que =olha0ourada 3 o seu lar.

@ /A e'pliquei como me sinto em rela%ão a isso. @ Shari evitou o olhardo av. @ Sinto muito.

=rederic5 Lancaster suspirou pesadamente.

@ Sim. Nós dois temos um temperamento di2cil, minha neta. ;cha queconse!uir2amos aer uma tr3!uaH >elo amor de sua mãe, para que ela serecupere em #reveH

indo dele, aquele pedido era um #elo !esto. Shari admitiu isso consi!omesma.

@ >odemos tentar @ alou, com #randura. $le estendeu a mão. Shari

tam#3m. O velho reteve a mão dela entre as suas, por al!uns instantes.@ Se eu interiro muito... 3 só porque quero que você seja eli. Só lhe

desejo o melhor.

J




@ O melhor, de acordo com os seus padrKes @ Shari risou.

@ 4em... sim. @ $le soltou a mão da neta, relutante em admitir averdade. @ Whit estA lA ora, esperando por você. melhor que vA. 0êlem#ran%as para $lia#eth.

@ >rometo.

Shari correu para ora. Whit jA esperava com o carro li!ado. <od estavasentado no #anco de trAs, e ela acomodouIse ao lado do irmão mais velho.

Whit olhou para ela antes de en!atar a marcha.

@ )onversou com o vovH

Shari lo!o desconiou que havia o dedo de Whit naquela história. $le jAdevia ter conversado com o velho Lancaster antes, e o convencera a alarIlhe.

@ )onversei. <esolvemos aer uma tr3!ua.

@ /A pensou como isso oi di2cil para eleH

@ /A, Whit. @ Shari icou um pouco irritada. @ &as jA estava na hora deele pensar um pouco, não achaH >u'a, ele precisa compreender que cada umtem sua vida.

@ &as ele estA velho, Shari. eio de outra !era%ão. Outros tempos. Ovov jA enterrou os pais, irmãos, esposa e um ilho. Sua mãe pode ser apenasnora, mas ele tem uma !rande estima por ela. )omo se osse sua própria ilha.G ló!ico que icou muito assustado e preocupado, quando a viu sorer oderrame. 1ente ima!inar como ele sentiuIse soinho. Nenhum de nós trêsestava em casa. $ ele precisou de nós tanto quanto sua mãe. 1alve mais.

Soinho, desamparado... Shari jamais associara essas palavras ao av.$le era o homem orte, o ca#e%a da am2lia. 0e repente, en'er!ouIo so# outroPn!ulo.

@ $le deve ter sorido @ murmurou.

@ Whit alou com ;nnie @ disse <od, reerindoIse !overnanta peloprimeiro nome. @ &amãe icou parcialmente paralisada pelo derrame.

@ G verdadeH @ Shari arre!alou os olhos para Whit. @ G verdade issoH

@ G. @ Whit mantinha os olhos no caminho. @ O lado esquerdo oiaetado. $ ela ainda não pode alar.

@ &as... isso 3 permanenteH@ Não. Os m3dicos ainda não sa#em dier at3 que ponto vai se

recuperar. SerA um processo lon!o e demorado.

Shari estava pAlida. >assou a mão pela testa.

@ $u não tinha pensado... não sa#ia...

@ $ra melhor que vocês sou#essem disso tudo, antes de vêIla @ alouWhit. @ >recisam estar preparados para não se assustarem com a aparênciade $lia#eth.

J




CAPITULO II

Shari pre!ou um sorriso no rosto durante o tempo todo em que icou noquarto da mãe. $lia#eth estava muito pAlida, ma!ra, incomunicAvel. $ Shariteve de aer or%a para manter o sorriso. ;t3 que não a!Uentou mais e saiu.

Whit a se!uiu.

@ ocê estA #emH @ $le a se!urou pela cintura.

Shari teve um estremecimento violento. 0epois respirou undo.

@ Sim. @ $r!ueu a ca#e%a e viu um par de olhos castanhos muitopreocupados, mas carinhosos tam#3m. @ Duero icar com ela. @ 0e repente,teve medo de que Whit não a dei'asse icar no hospital.

@ Sei que ela estA rece#endo tratamento e'celente das enermeiras,Whit, mas são todos estranhos. 1enho certea de que mamãe se sentirAmelhor, se tiver um rosto amiliar ao seu lado.

@ Não precisa icar me convencendo. @ Whit sorria, acentuando aslinhas #roneadas do rosto. @ 1am#3m acho.

@ G mesmoH

@ ma pessoa da am2lia deve estar com ela. Sei que $lia#eth icarAmuito eli se essa pessoa or você. $la sente muita saudade, Shari. 0esdequando você oi para a niversidade. 1odos nós soremos a sua alta @

completou ele.Shari sentiu um nó na !ar!anta. No instante se!uinte, estava aninhada

nos #ra%os ortes dele. Whit apertouIa com or%a, pousando o quei'o em suaca#e%a. Shari pareceu desmanchar de praer. )omo o mundo parecia distante,pequeno, quando icava nos #ra%os de Whit. SentiaIse amparada, se!ura. ;mão dele a acariciava de leve no om#ro.

@ ocê pertence a =olha 0ourada. @ ; respira%ão quente em seusca#elos a pertur#ava. @ LA 3 o seu lar, Shari. m dia serei capa de provar issoa você.

;l!uma coisa dei'ouIa pertur#ada. Shari não sa#ia #em se ora por causado que ele havia dito, ou devido pro'imidade de seus corpos. X corpomAsculo e viril de Whit estava moldado ao seu.

Whit imediatamente sentiu a a!ita%ão dela, pois soltou os #ra%os eaastouIse.

ma enermeira passou por eles no corredor. O uniorme en!omado aiaum #arulhinho caracter2stico. 0e repente, Shari lem#rouIse de que seencontrava num hospital, e que sua mãe estava no quarto ao lado, doente.$squeceuIse da sensa%ão estranha que e'perimentara nos #ra%os de Whit.

@ ou dier a mamãe que icarei com ela.

@ Só durante o dia @ avisou Whit. @ 0e noite, você volta para =olha0ourada.

J-




;quele oi o primeiro dia de uma rotina que se estendeu por uma semanainteira. Shari passava o dia ao lado da mãe, no hospital, e voltava para

=olha 0ourada tarde da noite, só para dormir. Nesse per2odo, a mãe e!randes pro!ressos.

/A conse!uia articular al!umas palavras, e, em#ora ainda não alasse

rases inteiras, as duas se comunicavam por meio de !estos e olhares. 1am#3m havia recuperado al!um movimento do lado esquerdo, e os m3dicosesperavam que ela melhorasse #astante com a terapia, depois.

;pós testemunhar as pro!ressivas melhoras da mãe, dia após dia, Shariicou #em mais coniante. 1inha certea de que ela icaria #oa.

=oi o que ela disse a 4eth ao teleone, numa manhã de se'taIeira, antesde sair para o hospital.

@ Os m3dicos diem que vão dei'AIla sair na semana que vem @ alou,euórica.

@ >u'a, Shari, ico muito contente em ouvir isso @ declarou 4eth.@ Nós tam#3m. $ vocês, como estãoH

@ 0ora e eu jA voltamos para casa @ avisou a ami!a.

@ &esmoH Nossa( $ eu pensei que você estivesse li!ando docondom2nio(

@ 4em que eu queria( &as as aulas come%am nessa se!unda. Não vA medier que esqueceu.

@ Não, não esqueci @ Shari respondeu.

@ ocê virA no domin!oH@ Sim, devo che!ar no domin!o noite,

@ $stA #em. $speraremos por você @ prometeu 4eth. @ 1eleone semudar de id3ia. $ !uie com cuidado(

@ $stA #em.

$nquanto desli!ava o teleone, Shari olhou o reló!io de pulso. $stavaatrasada.

"Só tenho tempo para um caeinho com torradas antes de sair", pensouela. &as não icou muito preocupadaE pois a coinha do hospital não era ruim.>oderia comer mais, depois, se icasse com ome.

Duando entrou na sala, <od e o av estavam mesa. Whit havia sa2douma hora antes, para o tra#alho. Shari quase não o vira nos dias anteriores. Só noite, e de ve em quando.

@ )om quem você estava alando ao teleoneH @ per!untou =rederic5Lancaster.

@ )om 4eth 0aniels, uma das minhas cole!as de niversidade.

>rocurou conter a irrita%ão. Seu avó sempre considerava que tudo o queacontecia dentro daquela casa era da conta dele. Não encarava aquelasper!untas como uma invasão de privacidade. ; tr3!ua dos dois continuava,mas Shari estava certa de que era porque eles quase não se viam.

?V




@ ocê estA sarando @ encorajouIa Shari antes de continuar. @ 4ethestava preocupada por eu não poder voltar para a niversidade nessase!undaIeira, quando come%am as aulas. &as eu e'pliquei que você vai voltarpara casa na semana que vem. $ então eu poderei voltar a tempo para asaulas. Não hA pro#lema.

@ N... não.

; mãe apertou a mão da ilha com or%a, como se quisesse mantêIla parasempre a seu lado.

Shari sentiuIse desconortada. iu a tristea nos olhos da mãe, econtinuou:

@ ocê vai icar #oa. @ =alava com mais se!uran%a do que sentia. @ aiestar em casa com o vov, Whit, e <od. ; sra. 9oun! vai mimAIla como umacrian%a(

$lia#eth icou muito a!itada, alando com mais diiculdade.

@ Senti... sentirei saudades...@ $u tam#3m, mamãe. &as posso teleonar todos os dias. $ virei visitAIla

nos ins de semana tam#3m. Nada mau, nãoH

&as a mãe não parecia convencida e as acusa%Kes do av ainda soavamnos ouvidos de Shari. $ se ela osse mesmo e!o2staH Se osse in!rata com amãeH 1entou acalmAIla em vão. ; mulher tinha lA!rimas nos olhos e nãoconse!uia alar. 0epois de al!um tempo ela tam#3m estava com os olhosmarejados, como duas esmeraldas dentro de um aquArio.

Shari estava para chamar a enermeira quando escutou passos no

corredor. <econheceuIos imediatamente. =oi com al2vio que viu Whit entrar noquarto.

Num instante, ele perce#eu que havia al!o de errado.

@ O que estA acontecendoH @ ;pro'imouIse da cama. Seus olhosestavam atentos mas, ao mesmo tempo, muito aetuosos.

@ &amãe icou chateada quando eu disse que minhas aulas come%am napró'ima se!undaIeira @ e'plicou Shari. @ &as eu jA alei que ela vai estar emcasa, com todo mundo, e que vai icar #oa.

Whit ps a mão no om#ro de Shari, sem tirar os olhos de $lia#eth. Sorriu

compreensivamente.@ ;h, você não quer que Shari vA em#ora, não 3H

$lia#eth sorriu levemente.

@ $u converso com ela @ prometeu Whit. Shari viu os olhos ansiosos damãe, e sentiu uma pontada de dor no cora%ão. Whit repetiu:

@ $scute, $lia#eth. ou conversar com Shari so#re isso, estA #emH

$la hesitou. 0epois, sorriu, aliviada.

@ $stA @ alou com clarea.

Shari icou espantada com a acilidade com que Whit tomara conta dasitua%ão. $m poucos se!undos ele tinha dei'ado a mãe coniante e rela'ada. $apenas prometera que conversaria com Shari, sem !arantir resultados. $ra

?J




ine!Avel: Whit inspirava conian%a a todos. =aia parte de sua personalidadema!n3tica.

Shari sentiu o #ra%o apertado pela mão dele. $r!ueu a ca#e%a, mas Whitse diri!iu a sua mãe.

@ Nós vamos tomar um caeinho, $lia#eth. &ais tarde eu volto.

Duando sa2ram, Shari olhou para o peril dele. 7ostava do nariproeminente, da curva inteli!ente de sua testa, do #rilho incomum dos olhos.Os ca#elos eram da cor de ta#aco claro, cheios de rele'os dourados de sol.

Duando ele a olhou, Shari desviou os olhos depressa.

@ Não sei como conse!uiu @ disse, sacudindo a ca#e%a.

@ )onse!ui o quêH

@ ;calmar mamãe. ocê e mais eeito do que se ela tivesse tomadoum sedativo.

Whit riu.@ Não sei se !osto de ser comparado com um son2ero. ocê quer dier

que eu ponho as pessoas para dormirH

@ Se você quiser, pKe.

@ G mesmoH

@ 1enho certea. ocê conse!ue persuadir todo mundo com o seu jeito.@ Shari sorriu. @ Sa#e convencer.

@ $ntão, como 3 que eu devo a#ordAIla para conse!uir que ique maiseste semestre em =olha 0ouradaH

Whit dissera aquilo em tom de #rincadeira, mas era ó#vio que estavaalando s3rio.

Shari olhou para os aulejos do chão. <euniu todas as suas or%as para sedeender.

@ Não comece você tam#3m, Whit. Não sei se vou a!Uentar, primeiro,oi o vov. 0epois, <od, mamãe, e a!ora você. >or que 3 que vocês aem essecompl contra mimH

@ ;inda não compreendeu. =icamos todos perdidos sem você, Shari.=olha 0ourada não parece ter vida, quando você não estA lA.

Whit alou aquilo com toda a !ravidade, como se osse mesmo verdade.Shari oi or%ada a contemplar os olhos dele. Seus olhares se encontraram comuma intensidade que a e prender a respira%ão. $le diia a verdade.

Whit parou e a pu'ou para o lado do corredor. ma de suas mãoscontinuava so#re a cintura dela. )om a outra, ele pu'ou uma mecha de seusca#elos para trAs e a se!urou pelo quei'o.

;quilo parecia uma car2cia. Shari estremeceu. Se osse um outro homemque a tivesse acariciado assim, acreditaria que estava prestes a rece#er um#eijo lon!o e apai'onado.

@ ;l!uma ve jA lhe pedi para aer al!uma coisaH @ ele murmurou, comvo rouca.

??




@ Não @ respondeu ela, com do%ura.

@ $ntão, estou lhe pedindo a!ora. >or mim. =ique conosco at3 osemestre que vem, em =olha 0ourada.

Shari respirou undo, pronta para responder, com a mesma teimosia comque respondera aos outros mem#ros da am2lia. &as a2 desco#riu que a

teimosia sumira como por encanto. Não tinha or%as para recusar,@ $stA #em.

$la suspirou, rendida. ;o mesmo tempo, sentiu um al2vio estranho pelocorpo. Seus olhos verdes e #rilhantes se encontraram com os de Whit.$'aminou as ei%Kes irmes daquele rosto.

@ O#ri!ado.

$le curvou a ca#e%a na dire%ão dela.

Shari icou surpresa quando sentiu o ro%ar dos lA#ios dele em sua #oca.=oi uma coisa rApida, raternal. $ntão por que seu cora%ão pulava daquelamaneiraH

Num movimento totalmente involuntArio, os lA#ios dela se entrea#rirame apertaramIse contra os dele, convidandoIo para outro #eijo. >or um instante,Whit a #eijou com mais or%a. 0epois a soltou.

@ $u lhe prometi um caeinho, não oiH Shari piscou, procurando mantero rosto inalterado.

@ >rometeu.

@ $ntão, vamos.

$nquanto tomavam ca3, conversaram so#re assuntos !erais. Não sereeriram nem uma ve decisão que ela tomara de icar em =olha 0ourada.Nem ao #eijo que haviam trocado. O #eijo que ela quase tinha transormadoem outra coisa,

Duando voltaram para o quarto de $lia#eth, Whit a inormou de queShari concordara em icar na aenda, at3 o outro semestre. &as ele não deuaquela inorma%ão com dramaticidade. =alou rapidamente, rindo, e dessamaneira, a mãe não teve oportunidade de se emocionar ou chorar.

0epois de conversar uns vinte minutos, Whit oi em#ora. Shari pe!ou umlivro e come%ou a ler para a mãe. Nada oi dito so#re a sua decisão de icar.

$ra como se ela nunca tivesse dito que voltaria para a niversidade napró'ima se!unda. Shari achou melhor dei'ar assim.

Naquela noite, che!ou em =olha 0ourada quando a am2lia jA estavaacomodada mesa para o jantar. Whit levantouIse e pu'ou a cadeira ao ladodele, convidandoIa a se juntar aos três. Shari hesitou um pouco, mas depoissentouIse. Duando viu o rosto aliviado de <od, perce#eu que Whit jA contaraque ela passaria o verão ali.

@ )omi um sandu2che no hospital, não estou com muita ome @ avisouela ao velho Lancaster.

; tradi%ão dos Lancaster diia que o ca#e%a da am2lia, sentado ca#eceira da mesa, devia servir por%Kes de comida a todos. O velho e quesim com um !esto de ca#e%a e continuou a servir a sopa aos outros.

?Q




direito de sentirIse ultrajada pelo modo como o patriarca da am2lia Lancasterse metera em sua vida.

@ ocê estA a!indo como uma crian%a. @ Whit estava impaciente. @amos, destranque essa porta.

Shari deu um passo, mas depois parou.

@ Não.@ $stA #em. $ntão ique a2 se lamentando @ replicou ele. $ não lhe deu

nenhuma chance para mudar de id3ia.

Shari escutou os passos se distanciando. 1eve a desa!radAvel sensa%ãode que não a!ira direito.

=oi por puro or!ulho que ela icou ali o resto da noite. <esolveu tomar um#anho demorado, lavar e secar os ca#elos, para matar o tempo. 0epois, nãohavia mais o que aer, senão ir para a cama.

0epois de al!um tempo, escutou os homens su#indo para seusaposentos. O quarto de Whit icava ao lado do seu. ; parede que os separavaa#aava parcialmente os ru2dos. =inalmente, a casa mer!ulhou em silêncio.Shari echou os olhos. &as não conse!uiu dormir.

CAPITULO III

Soinha em seu quarto, Shari sentiaIse isolada e esquecida. Lem#ran%asde outras noites, muitos anos atrAs, come%aram a atormentAIla. Noitesdeliciosas, passadas no quarto de Whit, quando os dois icavam conversandohoras e horas. Sentiu saudades daquele tempo em que coniava todos os seuspro#lemas ao irmão mais velho. ;queles momentos haviam sido preciosos,Fnicos, e ela os !uardava no undo do cora%ão. >ara sempre.

m desejo insano de recuperar o tempo perdido apossouIse de seu

corpo. /o!ando as co#ertas para o lado, desceu da cama e ps um ro#e deseda so#re a camisolinha curta. Não era preciso acender nenhuma lu. Shariera capa de andar por aquela casa inteira com uma venda nos olhos.

Seus p3s descal%os não aiam nenhum ru2do so#re o carpete docorredor. =oi direto ao quarto de Whit. ma lu #rilhava por de#ai'o da porta.$le ainda estava acordado.

Shari #ateu de leve e a#riu lo!o em se!uida, como anti!amente. Nuncaprecisava de permissão para entrar.

iu Whit sentado na cama, umando.

@ Sou eu @ sussurrou. @ >osso entrarH@ G tarde.

?




Whit não disse para ela não entrar. &as parecia relutante.

Shari encolheu os om#ros.

@ $u sei que 3 tarde.

$la entrou e echou a porta silenciosamente.

Só a lPmpada da ca#eceira estava acesa, iluminando diusamente oquarto, concentrada no homem sentado na cama. $le estava co#erto com umlen%ol at3 a cintura. O dorso estava nu, dei'ando mostra os pêlos ne!ros.

Shari estava acostumada a vêIlo assim. Sa#ia que Whit tinha o hA#ito dedormir só de cuecas. Só que nunca se sentira pertur#ada antes.

@ ;cho que eu devia ter se!uido seu e'emplo e trancado a porta @ Whitalou quando ela se apro'imou dele.

@ $u não estava a im de conversar @ desculpouIse Shari, desajeitada.@ Não devia umar na cama.

@ ocê jA me disse isso antes.Whit apa!ou o ci!arro no cineiro que icava no criadoImudo.

@ >arece que você não li!ou para os meus conselhos. Nisso, você pu'ouao vov. $le a o que quer, sem se importar com o que as outras pessoasdiem.

@ Duando 3 que você vai crescer e perce#er que ele 3 velhoH @per!untou Whit #ai'inho. @ SerA que você não a id3ia do quanto lhe custoupassar a administra%ão da =olha 0ourada para mimH O quanto lhe custouadmitir, que não era mais capa de administrAIla soinhoH

@ 0eve ter sido muito di2cil para ele @ murmurou Shari.@ 0i2cilH $le quase morreu de des!osto. @ Whit e um !esto

impaciente. @ $le tem tentado compensar essa perda sendo autoritArio comvocê e <od. $le quer ser importante, então toma conta de todos, parapreencher o vaio de sua vida.

Shari nunca havia considerado a situa%ão so# aquele ponto de vista, masera duro admitir. $la era teimosa.

@ Acil para você dier isso, não 3 a sua vida que ele estA querendo!overnar @ respondeu, suspirando. @ $u tento não perder a ca#e%a, mas 3

di2cil.@ /A tentou contar at3 deH @ su!eriu Whit, com secura.

Shari sorriu.

@ Não. O vov não acha que eu sai#a contar tanto. @ $la empurrou oslen%óis que co#riam as pernas dele. @ )he!ue para lA. Duero sentar tam#3m.

m #rilho estranho passou pelos olhos dele.

@ Não acha que estA um pouco crescida para su#ir na minha cama, nomeio da noiteH

Shari nem li!ou para o que ele disse. Su#iu e sentouIse de rente paraWhit, as pernas cruadas.

@ Senti saudades daquelas conversas #oas que t2nhamos anti!amente,

?




nessa cama.

$la olhou em volta, detendoIse nos o#jetos amiliares. iu a oto dos paisdele, e depois uma outra oto dele, com <od, $lia#eth e ela própria. O mesmotapete redondo co#ria o chão de madeira polida. O tempo não mudara dentrodo quarto. Só al!uns livros novos denunciavam sua passa!em, enileiradosnuma prateleira so#re a escrivaninha.

@ ; melhor coisa que aconteceu na minha vida oi minha mãe ter secasado com /ohn Lancaster e você ter se tornado meu irmão, Whit.

Shari olhou para Whit, mas ele não olhava para ela. Sua aten%ão estavapresa a#ertura do ro#e de seda. ; camisola ina denunciava as curvasdelicadas dos seios dela.

@ >or que 3 que você ps o ro#e, ainalH @ ele per!untou, an!ado.

$m#ara%ada pela #ronca, e tam#3m com sua própria displicência, Shariechou o ro#e, amarrandoIo com irmea.

@ $squeci de prendêIlo.@ ;cho que estA na hora de você voltar para seu quarto @ sentenciou

Whit.

@ ;inda não. Nós nem conversamos direito(

@ $ntão levanteIse. Se nós vamos conversar, não vai ser nesta cama.

Shari descruou as pernas e desceu da cama, em#ora icasse intri!adacom o comportamento do irmão. $ra na cama que eles sempre conversavamanti!amente.

@ 0êIme a minha cal%a @ ele ordenou. @ $stA ali, naquela cadeira.

Shari oi at3 a cadeira e pe!ou a cal%a.

@ )uidado. 1em coisas nos #olsos @ avisou ele.

Shari se!urou a cal%a pela cinta e entre!ouIa a Whit.

@ >ronto.

Só que Whit continuou so# as co#ertas. $le parecia esperar por al!umacoisa, mas ela não estava compreendendo.

Whit suspirou undo, impaciente.

@ Duer aer o avor de se virarH @ =e um c2rculo no ar, com o dedo. @>or avorH

Shari soltou uma risadinha.

@ $stA alando s3rioH @ 1apou a #oca com a mão, para conter o riso. @$u jA te vi tantas vees de cuecas, Whit.

&as ele não estava achando a situa%ão nada en!ra%ada. Seu rostoendureceu.

@ 0ro!a, eu disse para você virar( Surpresa e intri!ada, Shari voltou ascostas para ele. ;quela atitude de Whit mudava toda a atmosera do quarto.

$la estava proundamente consciente dos #arulhinhos que ele aia atrAs de si:as moedas e chaves tilintando no #olso, o 2per se echando. Os ru2dosdespertavam sua ima!ina%ão, pertur#andoIa.

?-




@ Duando 3 que você icou tão t2mido, WhitH @ ela per!untou,procurando dissipar a tensão. @ Não me lem#ro disso.

Shari ouviu o clic de um isqueiro sendo aceso. )om o canto dos olhosavistou a uma%a dissolvendoIse no ar. 0epois, Whit passou por ela e oicaminhando em dire%ão a outro lado do quarto. &as se deteve quandoperce#eu que ela não o estava se!uindo.

@ ocê disse que queria conversar. @ $le apontou para as cadeiras. @amos conversar.

@ O que 3 que hA com você, WhitH @ Shari apro'imouIse dele deva!ar,perscrutando seus olhos escuros. @ ocê não estA se comportando comosempre.

@ NãoH @ $le er!ueu uma so#rancelha. @ Duem sa#e você possa meensinar a maneira correta de me comportar. @ 1inha aca#ado de acender oci!arro, mas apa!ouIo num cineiro so#re a escrivaninha. @ 0i!aIme, o queespera que eu a%aH

Shari não sa#ia direito o que responder.

@ 4em, acho que... espero que você se comporte como o Whit deanti!amente.

@ O tempo passa. ;s pessoas mudam com ele.

@ 1alve. @ $la encolheu os om#ros. @ &as você ainda 3 meu irmão.

=oi como se a Fltima !ota iesse o copo trans#ordar. 1oda a raiva quetinha sido cuidadosamente dissimulada, entrou em erup%ão. $le icou tãourioso que Shari se encolheu.

Whit a!arrouIa pelos #ra%os e sacudiuIa com or%a.@ 0ro!a, não sou seu irmão( @ ; vo dele estava rouca, tensa, !rave. @

)omo 3 que eu a%o para que isso entre de uma ve na sua ca#e%aH

@ &as...

@ $scute, Shari. Sua mãe e meu pai se casaram, mas isso não si!niicanada. Não hA la%os de san!ue entre nós. ocê não 3 minha irmã. ocê 3 umamulher, e uma mulher muito #onita, dro!a(

m estremecimento sensual percorreu a espinha de Shari. $la nãoconse!uiria conversar daquela maneira com Whit. Duis empurrAIlo, mas ele a

pu'ou para mais perto. $la espalmou a mão contra os om#ros ortes, dispostaa lutar, mas e'perimentou uma sensa%ão muito a!radAvel. Os mFsculos delepareciam queimar so# seus dedos.

@ Whit, dei'eIme ir.

@ Se eu osse seu irmão, não a dei'aria escapar. $u a deitaria so#re o joelho e lhe daria uma #ela sova. Bma!ine, entrar no quarto de um homem nomeio da noite, de camisolinha transparente. Só que eu não sou seu irmão. Nãopretendo #ater em você.

Shari se assustou com o #rilho elino de seu olhar. iu que rece#eria

outro tipo de puni%ão. Sentiu medo. Whit seria capa de usar a or%a 2sicacontra ela. )ome%ou a tremer.

@ Não sa#e o que estA diendo @ murmurou, quase sem vo.

QV




@ =a muito tempo que estou lhe diendo isso, mas você nunca meouviu @ acusou Whit. @ ocê sempre me considerou demais, Shari. Sou umhomem. m homem com o instinto mais normal que um ser humano do meuse'o pode ter: o desejo por uma mulher. G assim que um irmão se sentiria emrela%ão a vocêH

@ Não(

Shari en!oliu em seco. Sentia o san!ue pulsando a!itado nas veias. Suaspernas estavam racas devido pressão das co'as dele. O peito lar!o de Whitse a!i!antava so#re sua i!ura rA!il e eminina. ; cada inspirada de ar quedava, ela se em#ria!ava com o cheiro masculino que Whit e'alava.

@ Não posso mais in!ir que sou seu irmão @ ele murmurou. @ $ssa#rincadeira tinha de aca#ar um dia.

Shari o#servava aquela #oca se movendo, ascinada. iuIa se apro'imar,mas não recuou. Whit a #eijou com Fria.

1odo o relacionamento que ela constru2ra com o passar dos anos emrela%ão a Whit, desinte!rouIse em um milhão de part2culas. Onde estavam ase!uran%a, a conian%aH 0e repente, ela se viu nos #ra%os de um estranho.

No come%o, estava perdida demais para rea!ir quele ataque. 0epois,conorme ele oi e'plorando sua #oca, ela oi se e'citando, esquecendoIse detudo e de todos. Suas veias queimavam. $la sentiaIse como um vulcão emerup%ão.

/amais, nem mesmo nos momentos mais loucos, ima!inara e'perimentarsensa%Kes tão selva!ens e maravilhosas. Não sentia mais o próprio corpoE eracorno se ele osse uma torrente et3rea de sensa%Kes.

;s mãos dele come%aram a passear por seus om#ros, pelos quadris,e'plorando as curvas emininas, amoldandoIa ainda mais contra o corpo viril emAsculo.

0e repente, os lA#ios dele separaramIse dos seus, passeando por seurosto sore!amente, at3 o ló#ulo da orelha, mordiscandoIa sensualmente. Shariestremeceu de puro praer.

; respira%ão quente de Whit soprava em seu ouvido.

@ m irmão a aria sentirIse assimH @ ele per!untou roucamente.

@ Não...

Shari admitiu a verdade com acilidade. >ara que ne!ar, ainalH =oiquando perce#eu que as mãos de Whit tinham entrado em seu ro#e de seda. ;camisolinha decotada não oereceu resistência, e lo!o aqueles dedos quentesestavam em contato direto com a sua pele nua.

1odo o ar lhe escapou dos pulmKes quando a mão dele se echou so#re acarne #ranca de seus seios. Shari quis !ritar, mas não teve or%as.

@ m irmão a tocaria dessa maneiraH

@ Não... não.

Whit ro%ou a #oca nos lA#ios dela, sem tomAIlos imediatamente, numa#rincadeira que a dei'ava alucinada.

@ m irmão icaria louco ao e'plorar cada cent2metro do seu corpoH @

Q




$le pousou os lA#ios so#re os dela, sem dei'AIla responder dessa ve. @ Nãosou seu irmão, Shari.

Shari não sa#ia o que dier, o que aer. Os lA#ios de Whit so#re os seus,sedutores, dei'avamIna 3#ria de praer.

@ SerA que tenho de levAIla para a cama, para convencêIlaH

Shari sentiu um rio na #arri!a. O cora%ão parou. )omoY seria Acil deacontecer( $la estava desejosa de amor, e Whit lhe parecia o amante ideal.Bmediatamente, sentiu repulsa ao pensamento incestuoso.

$mpurrouIo para trAs com violência. Se!urou o ro#e com uma das mãos,para se prote!er, e com a outra tapou a #oca. $sre!ouIa nos lA#ios com or%a,como se quisesse tirar o !osto dele.

OlhouIo de uma perspectiva totalmente desconhecida. O amAvel, se!uroe carinhoso Whit não e'istia mais. ;!ora tinha se transormado num homemterrivelmente atraente e e'citante. $le a contemplava tam#3m, os olhosescuros de desejo. Seu peito su#ia e descia sincopadamente.

Shari desco#riu que aquela noite jamais seria esquecida. >erdera umirmão. >ara sempre. Seu cora%ão se despeda%ou.

@ >or que você e issoH @ ela quase !ritou, num solu%o. @ )omo pdearruinar tudoH

@ Shari...

Whit deu um passo rente, esticando o #ra%o para ela.

)om um !ritinho de pavor, Shari se desviou e correu para a porta. Suamão tremia tanto que ela demorou para a#rir o trinco. 0epois, saiu correndo

pelo corredor e trancouIse no santuArio de seu quarto.Whit a tinha se!uido.

@ Shari, dei'eIme entrar.

;s lA!rimas desciam livremente pelo rosto dela.

@ Não.

Os dois alavam #ai'o para não acordar o resto da casa.

@ Shari, por avor @ insistiu Whit, num sussurro.

Shari não respondeu. Não podia responder. Não coniava mais nele.

@ ocê estA #emH @ Whit per!untou, por im.

@ Não @ respondeu ela, num solu%o. @ Não estou #em. @ =echou osolhos. @ A em#ora. $u não o conhe%o.

@ )onhece, sim @ ele replicou. @ ocê não conhece a si mesma.

Shari o escutou ir em#ora depois disso. Não soltou a respira%ão at3 ouviIlo echar a porta de seu quarto. )am#aleou at3 a cama e chorou muito, com aca#e%a enterrada no travesseiro. Mavia perdido um irmão e ami!o, em troca deum estranho.

QC




CAPITULO I!

Whit tinha sido o Fnico aliado que Shari possu2a em =olha 0ourada. ;!oraela não podia mais contar com ele. 1ornouIse retra2da e calada depois daquelanoite atal. Só se relacionava com a am2lia Lancaster nas reei%Kes, e, mesmoassim, pouco conversava, apesar dos esor%os do velho Lancaster e de <od.

Whit raramente se diri!ia a ela. Seus olhos, no entanto, não a lar!avam:Shari sentiaIse o#servada o tempo todo, o que a dei'ava tensa e arredia. ;presen%a dele na mesma sala che!ava a machucAIla, de tanta eletricidade.

Somente com a mãe, Shari encontrava pa e sosse!o. $la havia sa2do dohospital na se!undaIeira, e Shari lhe aia companhia em seus aposentos o diainteiro. =rederic5 Lancaster tinha contratado uma enermeira tam#3m.

$ assim as coisas continuaram por mais de uma semana. ; mesmarotina, todos os dias. $ Shari não queria que#rAIla de jeito nenhum.

O comportamento de Whit ora imperdoAvel. 1odas as noites, antes dedormir, Shari rolava na cama, desesperada, sem conse!uir conciliar o sono.Bma!ens daquela noite sur!iam em sua mente, muito reais, enchendoIa decalarios e sensa%Kes desconhecidas. Lem#ravaIse de pequenos detalhes, enaquele del2rio a noite se transormava num pesadelo. >or isso, cada manhãque passava, ela ia acordando mais e mais tarde.

Naquele dia, o sol de verão #rilhava pela janela, quando Shari a#riu osolhos pesados e rolou para ver o reló!io na mesaIdeIca#eceira. <esmun!ou,desconsolada. &ais de nove horas( 0esse jeito teria de li!ar o despertador,coisa que nunca iera em toda a sua vida.

Shari sentouIse na cama, esre!ando os olhos. $sperou um pouco para asonolência passar. 4ateram porta. $la teve um so#ressalto. ; porta estavatrancada, !ra%as a 0eus. Sempre a dei'ava trancada, a!ora.

@ SimH @ Sua vo estava !rossa de sono. @ Duem 3H

@ Sou eu <od. $stA acordadaH

@ $stou.<od !irou a ma%aneta.

Shari pe!ou o ro#e ao p3 da cama e o vestiu. ;marrou #em o cinto.

<od #ateu de novo, intri!ado.

@ $i, mana. ;#ra a porta.

Shari destrancou a porta, inalmente.

@ O que você querH

$la nem perce#eu que não o cumprimentara, nem sorrira, nem nada. <odraniu a testa.

@ >or que você trancou a portaH

QJ




Shari não sa#ia o que dier. Naquele instante o alarme soou em seuc3re#ro. ;li estava Whit, saindo de seu quarto. Seus olhares se cruaram. $laicou tensa imediatamente, toda alerta.

Os olhos de Whit a contemplaram por um lon!o, interminAvel minuto.&as ele não disse nenhuma palavra. <od virouIse para ver o que a irmã estavaolhando, quando Whit oi para a escada. oltouIse para ela, curioso.

Shari desviou o olhar do irmão, mais novo. oltou para a cama,procurando pela se!uran%a de seu quarto. Lem#rouIse do que ele tinhaper!untado e resolveu inventar uma resposta.

@ ;cho que me acostumei a trancar a porta todas as noites, lA naniversidade.

@ ocê tem estado muito estranha, ultimamente @ declarou <od. @Nunca dormiu at3 tarde, antes. $u me lem#ro de que costumava me acordartodos os dias(

Shari não queria continuar com o assunto. >odiam alar so#re qualquercoisa, menos analisar seu comportamento.

@ O que você querH @ $la continuava de costas para o irmão. @ =alelo!o.

@ 1enho de ir comprar umas coisas para o vov, na cidade. im sa#er sevocê estA querendo al!uma coisa de lA.

@ Não preciso de nada. Se 3 só para isso que veio, pode aer o avor dese retirarH Duero me vestir.

@ G assim, n3H @ ele per!untou, e'asperado. @ Nenhum a!radecimento

por eu ter vindo per!untar. Nada. $u quis ser le!al com você e 3 isso querece#o em troca.

Shari virouIse de rente para <od, sentindoIse culpada.

@ Sinto muito, <od. ;cho que ainda não acordei.

@ ma desculpa muito conveniente. @ $ra ló!ico que ele não acreditavano que ela aca#ara de dier. @ Duando ainda morAvamos aqui, os três, não melem#ro de ter visto você e Whit discutindo. &as quando vocês resolvem #ri!ar,minha nossa, 3 pra valer(

@ Não sei do que você estA alando. @ $la empalideceu. @ O que o a

pensar que tive uma #ri!a com WhitH@ Ora, mana, que 3 isso @ replicou <od. @ $stA na cara, n3H ocê não

ala com eleE ica quieta e antipAtica, quando ele che!a perto, e estA andandopor a2 como um um#i. $stA tratando mal todas as pessoas da casa, menosmamãe. Duanto tempo isso vai durarH

@ Não 3 da sua conta. =ique ora disso. Shari não queria escutar o queele diia. ;s palavras calavam undo em seu cora%ão. $la sentiaIse ma!oada.

@ )omo 3 que eu posso icar oraH @ $le er!ueu os #ra%os, num !esto dedesamparo. @ 1enho a impressão de estar no meio de uma !uerra alheia, eestou arto de ser a v2tima inocente. >ensei que as coisas ossem melhorar sevocê icasse, mas não. 0eu tudo ao contrArio. $stA todo mundo pisando emovos, sem sa#er como a!ir.

Q?




@ Não 3 assim( @ protestou Shari.

@ )laro que 3( $scute, Shari. Não sei por que vocês #ri!aram tão eio noquarto de Whit, na outra noite, mas al!u3m tem de dar o primeiro passo para areconcilia%ão, não achaH >or que não pede desculpas a ele e termina com issoH

Shari estava !elada. Não tinha ouvido nada depois que <od mencionara o

quarto de Whit.@ )omo você sa#e que eu estive no quarto deleH

<od encolheu os om#ros.

@ /A lhe disse uma ve que do meu quarto eu escuto vocês. Não sei oquê conversam, mas escuto as voes. $u não tinha perce#ido que estavam#ri!ando, só quando você saiu correndo do quarto e Whit oi lo!o atrAs.

m espasmo de al2vio a acalmou. Shari não queria que <od sou#esse denada, nada do que tinha acontecido entre ela e Whit. Não sa#ia se era porlealdade ao anti!o Whit Lancaster ou por sentimento de culpa e ver!onha pelo

próprio comportamento.@ So#re o que vocês discutiramH @ <od estava conuso. @ Não pode ter

sido por causa de sua permanência em =olha 0ourada. Bsso jA estava resolvido.

@ Não 3 da sua conta @ respondeu Shari, com rudea.

<od suspirou pesadamente.

@ 4em, pelo menos você e Whit diem a mesma coisa.

@ Duer dier que você jA oi per!untar isso a eleH

@ /A. &as ele icou i!ualinho a você: mudo como um pei'e.

@ $ntão, por que você não capta a mensa!em, li!a o desconimetro, epAra de per!untarH Não 3 da sua conta.

@ Só estou tentando ajudar @ insistiu <od.

@ $m ve de icar tão preocupado com as dieren%as entre eu e Whit,seria melhor se você se concentrasse nos seus próprios pro#lemas eprocurasse resolvêIlos @ alou Shari, encontrando um ponto inal para aconversa. @ ;o inv3s de icar aqui alando comi!o, devia estar a caminho dacidade, para resolver o ne!ócio que o vov lhe pediu.

@ 1odo o mundo ica me mandando de um lado para o outro, para

resolver coisinhas @ reclamou <od. @ Nin!u3m me escuta. Só #atem na minhaca#e%a e diem para eu ser #oninho e aer isso e aquilo.

Shari perce#eu que não tinha sido nem um pouco compreensiva. Sentiupena de <od.

@ O#ri!ada por ter vindo, <od. O irmão mais novo sorriu.

@ Sou só seu irmãoinho. O que sei do mundoH @ ele alou, om#andode si próprio e saindo do quarto.

Soinha no quarto mais uma ve, Shari lem#rouIse de que era tarde, pelocalor dos raios de sol que se iltravam pela janela.

Shari vestiu cal%a jeans e ps uma camiseta com#inando, em aulIclaro,com a ins2!nia da niversidade 0u5e na rente.

QQ




;ntes de descer para tomar ca3, resolveu passar pelo quarto da mãe.$lia#eth Lancaster estava sentada conortavelmente numa poltrona, ouvindorAdio. Shari sorriu ao vêIla de p3, depois de tantos dias.

@ 4om dia(

=oi at3 a mãe e a #eijou no rosto.

@ 4om dia, dorminhoca. @ ; mãe jA alava tudo, só que deva!ar. @$stava come%ando a me per!untar onde você tinha se metido.

@ ;ca#ei de acordar @ admitiu Shari. @ SerA que preciso per!untarcomo estA passando esta manhã, mamãeH

@ >retendo per!untar ao m3dico, esta tarde, se posso descer para jantarcom vocês, hoje. /A respondiH

@ /A, sim. Duando 3 que o doutor =ran5 vemH

@ Ts duas horas, mais ou menos. /A tomou ca3, ilhaH

@ Não. $stou indo a!ora. 7ostaria que eu lhe trou'esse um livro da#i#lioteca, depoisH

@ Sim. @ $lia#eth sorriu, maliciosa. @ 1ra!a um livro de mist3rio. 0eassassinato(

@ $stA #em, estA #em, vou procurar um com vArios cadAveres @comentou Shari, rindo.

@ Oh, não e'a!ere, Shari( ;!ora des%a e tome seu ca3 em pa. Não seapresse por minha causa.

Duando desceu, Shari escutou o som distante do aspirador de pó. Não

quis pertur#ar a sra. 9oun!. Sa#ia que a mesa do ca3 jA havia sido retirada, eoi direto para a coinha. )omeu duas torradas, tomou um suco de laranja eum caeinho. $ra muito tarde para comer muito e poderia não ter ome noalmo%o.

Duando terminou, lavou e en'u!ou os pratos e as '2caras. Saiu dacoinha para a #i#lioteca, com o dedo cruado, reando para não se encontrarcom Whit.

T porta da #i#lioteca, Shari avistou a !overnanta limpando o tapete.Mesitou, antes de entrar, não querendo atrapalhar, mas a sra. 9oun! a viu e seps de lado para ela entrar.

; #i#lioteca era dom2nio quase e'clusivo dos homens da am2lia. $m vistadisso, a decora%ão era muito masculina. ; cadeira era escura, as poltronasco#ertas de couro marrom, e uma escrivaninha do s3culo passado, enorme epesada, ocupava um canto da sala.

; !overnanta desli!ou o aspirador de pó. Shari sa#ia que seu av semprea en'otava da #i#lioteca, sem dei'AIla terminar o tra#alho, por isso oi lo!otranqUiliando a mulher.

@ Não quero interrompêIla @ avisou. @ Só vou pe!ar um livro paramamãe e sair.

@ ; senhora não estA me interrompendo @ respondeu Ia !overnanta. @&ila!re dos mila!res, jA aca#ei. No minuto em que o sr. Lancaster saiu para umpasseio, corri para cA. 7ra%as a 0eus, conse!ui terminar antes de ele voltar.

QR




Shari sorriu com cumplicidade.

@ Não queria que pensasse que a estava mandando em#ora.

@ Não tomou ca3 @ alou a sra. 9oun! enquanto enrolava o io doaspirador. @ Duer que eu providencie al!uma coisaH

@ /A assaltei a coinha. @ Shari oi at3 as estantes de livros. @ 0A para

a!Uentar at3 o almo%o.; !overnanta saiu carre!ando o aspirador.

@ ; #i#lioteca 3 toda sua. >ode atender o teleone, se tocarH Não consi!oescutar, direito, enquanto tra#alho.

@ )laro @ assentiu Shari.

&inutos depois o aspirador um#ia de novo, dessa ve, na sala de estar.Shari come%ou a escolher um livro, entre os diversos t2tulos da estante.

;ca#ara de pe!ar um de ;!atha )hristie para olhear, quando escutou

passos. irou a ca#e%a para ver quem era. ; respira%ão lhe altou. Whit tinhaentrado na #i#lioteca(

CAPITULO !

Shari apertou o livro entre os dedos. Não conse!uia ler mais nada. ;Fnica coisa que importava naquele instante era sair da #i#lioteca. Seu cora%ão#atia aceleradamente, aendo o san!ue correr nas veias, com or%a.

; tensão no am#iente era tão orte que che!ava a ser suocante. )om olivro na mão e sem olhar para Whit, Shari come%ou a andar para a porta.

@ Não vA em#ora. @ $ra uma ordem, não um pedido. @ Duero alar comvocê.

Shari quase parou, mas resolveu continuar em rente.

@ Não temos nada que conversar.

Whit a!arrouIa pelo #ra%o e arrastouIa de volta. =echou a porta da#i#lioteca.

Shari icou em pPnico. ;li estava a situa%ão que estivera evitando todosaqueles dias. Os dois soinhos, trancados numa sala.

@ $u disse que queria alar com você @ repetiu Whit.

Shari viu que ele estava mesmo disposto a tudo para alar com ela. 1eimosa, colou os lA#ios. >ois que alasse soinho. $mpinou o nari

desaiadoramente.Whit icou urioso.

Q




@ ocê pensa que sa#e tudo, não 3H >ois ique sa#endo que não sa#e nada(

@ Não sei tudo, mas conhe%o você @ ele replicou, calmo.

@ $u estou perdendo tempo, conversando com você. Os Lancaster sãotodos i!uais( ; opinião de vocês 3 a Fnica que vale. @ ;!itada, ela olhou emvolta. @ Onde estA aquele livroH $u ia levAIlo para mamãe.

@ ;qui. @ Whit pe!ou o livro de uma mesinha, um sorriso de moa noslA#ios. @ >ode pe!ar.

; e'pressão om#eteira dele só a enurecia mais. Due homemconvencido, arro!ante( $la arrancouIlhe o livro da mão.

Naquele instante a porta da #i#lioteca se a#riu. O velho Lancaster entrou,apoiado na #en!ala. Shari virouIse para vêIlo.

=rederic5 Lancaster olhou para um, depois para o outro, e sorriu.

@ Duer dier que vocês estão se alando de novo. /A era hora. 4ri!asentre irmãos não levam a nada.

@ Whit não 3 meu irmão @ sentenciou Shari, com sarcasmo. @ Não meper!unte. >er!unte a ele(

@ Não sou irmão dela @ admitiu Whit, dando um passo a rente. @ G#om que vA se acostumando com isso, vov, porque vou me casar com ela,

Shari icou #ranca de susto, depois recuperou a ala.

@ Só se passar por cima do meu cadAver(

@ ocê vai estar muito viva na noite do casamento( @ !ritou Whit, tãoan!ado quanto ela. @ Bsso eu prometo(

@ ocê estA louco @ Shari estava tremendo. @ Nunca me casarei comvocê(

@ )asarA, sim. @ ; arro!Pncia dele era enervante. @ ocê vai se casarcomi!o e vai !ostar disso.

$la olhou para o velho Lancaster, testemunha involuntAria daquela cena.

O velho parecia estar se divertindo, para desespero de Shari.

@ $le estA louco, vov.

@ ;cho que ele estA 3 muito lFcido, minha neta. @ Os olhos do velho

adquiriram um #rilho malicioso. @ Não conhe%o nenhum outro homem queosse capa de lidar com você.

@ Não preciso de nin!u3m para cuidar de mim( @ !ritou ela. @ Seicuidar de mim mesma muito #em.

@ 1oda mulher deve ter um homem para amparAIla @ sentenciou=rederic5 Lancaster.

@ Bsso saiu de moda desde o tempo das polainas( @ declarou Shari,a!astada. @ Só vocês, Lancaster, continuam no passado(

@ Não tenho pretensKes de cuidar de você @ interrompeu Whit. @ Na

verdade, espero que seja o contrArio. &as você não pode ne!ar que todamulher deve ter um homem para amAIla.

@ Não discordo @ ela replicou. @ &as não quero que seja você o homem

RV




a me amar.

@ Não hA nada que possa aer so#re isso, então 3 melhor ir aceitando aid3ia @ ele respondeu.

Shari virouIse para =rederic5 Lancaster, possessa. Seus olhos eram duas#rasas aiscantes.

@ G tudo sua culpa( ocê sempre quis tomar as decisKes por outraspessoas. $ Whit estA se!uindo seus passos( ocês estão en!anados.)ompletamente en!anados(

Não encontrando uma sa2da melhor, Shari achou que jA havia terminadode alar. Saiu correndo da #i#lioteca, quase trope%ando na !overnanta quelimpava o rodap3 da sala.

@ 1ome. @ Shari jo!ou o livro na mão da mulher. @ >ode levar isso paraminha mãe, lA em cimaH 0i!a a ela que sa2 para um passeio, simH olto paravisitAIla na hora do almo%o.

Sem esperar por uma resposta, a#riu a porta da entrada e saiu. Sóarou'ou o passo quando estava #em lon!e.

O calor era insuportAvel. 7otas de suor come%avam a se juntar em suanuca. Shari er!ueu os ca#elos, para rerescar a testa. $stava passando emrente aos depósitos, onde as olhas de ta#aco eram dependuradas para secar.$ram arma3ns !randes, de tijolos. Sentiu saudades das ca#anas de pauIaIpique de anti!amente. $las eram mais romPnticas.

"&as o romantismo não aia parte desta aenda, não mais", pensouShari, uriosa. Lem#rouIse da displicência com que Whit anunciara ocasamento deles. =icou com mais raiva ainda ao lem#rarIse do assentamento

silencioso e cFmplice do velho Lancaster.Nenhum deles se importava a m2nima com o que ela diia ou pensava.

Sua opinião não valia nada.

&as nin!u3m ditaria sua vida, não. Nin!u3m lhe diria o que devia aer.$ra dona do próprio nari, ora essa( Whit jamais alara antes em casamento. $nunca, nunca dissera que a amava. 1inha che!ado e inormado ao avE semmais nem menos, que Shari ia se casar com ele e !ostar disso. ;h( mas quearro!Pncia( Shari sentiu o san!ue erver.

Não eram só os Lancaster que possu2am or!ulho. $la tam#3m o possu2a

em a#undPncia. Nin!u3m jamais mandara em sua vida. =rederic5 Lancasterhavia tentado, sem sucesso. $ Whit Lancaster não seria mais eli.

Shari parou no estA#ulo. ;nti!amente, era onde os cavalos e ascarrua!ens icavam !uardadas. ;!ora 2 só havia três cavalos ali.

O cavalo #ranco, !ordo, pertencera a <od, na inPncia. 0epois de anos,ele se recusara a vendêIlo, por motivos sentimentais. 1emia que ocompanheiro osse mandado para al!uma A#rica de cola. $ntão, o cavalo,vivia ali como um na#a#o, pastando o dia inteirinho, em companhia dos outrosdois #em mais novos.

Mavia um preto #rilhante, muito #onito. $ra presente de =rederic5Lancaster ao neto mais mo%o. <od, no entanto, não se entusiasmara muitocom o animal. Shari achou que ele tivera uma ase de adora%ão por cavalos naadolescência, mas jA passara.

R




O cavalo castanho, de rele'os dourados e #rilhantes, apro'imouIse dacerca. Seu nome era 4anner. Shari viuIo estender o ocinho para a camisetadela, provavelmente procura de uma cenoura num #olso da camisa. $la riu,aastandoIo com a mão, e deu umas palmadinhas em seu pesco%o. 4annerpertencia a Whit.

)om um suspiro proundo, Shari lem#rouIse dos lon!os passeios a cavaloque costumava aer com Whit. ; essa 3poca o cavalo de Shari era um pampamuito #onito, chamado <e#elde. $la o vendera quando entrara naniversidade. LamentavaIse por isso a!ora. Se ainda o possu2sse, poderia sair!alopando pelos campos, sentindo a #risa soprando no rosto. Seria ótimo paraacalmar os nervos.

Shari estava relativamente calma ao voltar para casa. /A era quase meioIdia. O arIcondicionado oi rece#ido com al2vio. Ouviu o ru2do de lou%a etalheres, que vinha da sala de jantar. ; mesa para o almo%o estava sendoposta.

; porta da #i#lioteca estava echada. Shari passou por ela com um #rilhoaltivo nos olhos verdes. Não se do#raria vontade dos Lancaster. =oi at3 o#anheiro e lavou as mãos e o rosto.

&inutos mais tarde, entrava na sala de jantar. =rederic5 Lancaster jAestava sentado. <od e Whit tinham aca#ado de entrar. Whit pu'ou uma cadeiraao seu lado, indicandoIa para Shari, mas ela deu a volta na mesa e sentouIseao lado de <od.

@ >u'a, mana, você oi pereita @ declarou <od, com um sorriso.

Shari olhou para Whit, alarmada. 1inha certea de que ele disseraal!uma coisa. Whit continuava impass2vel.

@ >or que di issoH @ per!untou a <od, cautelosa.

@ Ora, por causa do seu noivado com Whit. ;inda não entendi por queieram tanto se!redo so#re o assunto. ocês não são parentes.

Shari contou at3 de, mordendo os lA#ios. iu que Whit estava sorrindocom os olhos. 0ecididamente, não iria perder a ca#e%a dessa ve. =icaria ali,para enrentar a situa%ão da melhor maneira poss2vel.

<od continuou:

@ >u'a, estou muito contente por vocês terem aca#ado com aquela

#ri!uinha de namorados e se decidido a anunciar o noivado. @ $le suspirou. @>elo menos as coisas vão voltar ao normal.

@ 0uvido que voltem ao normal, <od. @ Shari alou, com toda a calma edi!nidade poss2veis. @ ocê estA en!anado. Não houve nenhuma #ri!a entrenamorados. $ não hA nenhum noivado.

<od a#riu e echou a #oca. Seus olhos diri!iramIse para Whit, do outrolado da mesa, e depois voltaram para a irmã.

@ &as... Whit disse...

@ Whit 3 um Lancaster @ Shari ar!umentou, com vo macia. @ >ensa

que pode ter a palavra inal em tudo. &as estA en!anado.@ $ntão você não vai se casar com eleH

RC




@ Não.

@ ai.

Shari e Whit haviam alado ao mesmo tempo. Seus olhares se cruaramso#re a mesa. $ra um duelo. Os olhos verdes de Shari aiscavam. Os olhosescuros de Whit demonstravam conian%a e arro!Pncia.

<od sacudiu a ca#e%a, desorientado. Olhou para o próprio prato.@ Não estou entendendo nada.

@ Shari quer manter a independência, só isso @ e'plicou Whit. @ $stAcom medo de perdêIla, quando se tornar a sra. Whit Lancaster.

@ Não tenho a menor inten%ão de perder minha li#erdade @ alou Shari.

Whit i!norouIa e continuou a alar com <od.

@ ai levar al!um tempo at3 ela se acostumar com a id3ia de ser minhaesposa. &as vai aca#ar concordando.

Whit olhou para Shari possessivamente, de cima a #ai'o. ;o se verchamada de "minha esposa", ela sentiu um rio na espinha, $ra de umaintimidade assustadora. 0e repente viuIse nua nos #ra%os dele. ;quelaima!em era imposs2vel de suportar.

@ Não vou me casar com você, Whit. @ Shari procurou recuperar acalma, in!indo indieren%a. @ ocê estA #ancando o #o#o. Não vou me casarcom você e pronto.

@ eremos. Duer me passar o salH

; conian%a de Whit era enurecedora. >rincipalmente com ela sentindoI

se tão inse!ura. Dueria pe!ar o saleiro e atirar na ca#e%a dele, mas manteveIse irme. $la ia icar ali na mesa e comer o almo%o direitinho, nem que tivessede en!oliIlo or%a. .

O pior era que Whit parecia se divertir o tempo todo.

;ca#ado o almo%o, Shari ajudou a !overnanta a lavar os pratos e depoissu#iu para passar a tarde ao lado da mãe. $ncontrouIse com a enermeira naescada. ; mulher, que jA tinha ca#elos #rancos, estava carre!ando a #andejado almo%o para a coinha.

@ &amãe comeu #emH

@ Limpou o prato @ respondeu a enermeira, com um sorriso. @ ;ceiteminhas con!ratula%Kes pelo noivado, srta. Sutherland.

Shari !elou. ;s novidades se espalhavam rApido pela casa.

@ Não estou noiva de Whit @ alou, com irmea. @ Não estou noiva denin!u3m.

Shari dei'ou a mulher de #oca a#erta e se!uiu em rente. $stava loucade raiva. ;ntes de entrar no quarto da mãe, parou para respirar undo eestampar um sorriso na cara.

$lia#eth Lancaster estava na cama, com as costas apoiadas numa pilha

de almoadas. Shari reconheceu o livro que ela estava lendo. $ra o que pe!arana #i#lioteca, aquela manhã.

@ G #omH @ per!untou mãe.

RJ




@ $sta tarde, perto das duas.

@ >ode me aer um avor, mamãeH

@ )laro.

@ Não conte nada a ele so#re mim e Whit, estA #emH Não quero quenin!u3m mais sai#a.

@ )laro, 3 natural que vocês queiram ter um tempinho de privacidade.

$lia#eth Lancaster interpretou tudo conorme sua vontade. Shari nem seimportou em !astar saliva para ne!ar mais uma ve.

ma hora depois, o m3dico che!ou. Shari desceu e oi direto para a#i#lioteca. O av Lancaster estava escrivaninha.

@ Dueria alar comi!oH @ ele per!untou, irritado por ela não ter #atido porta, antes de entrar.

@ $stou procurando Whit.

@ $le saiu. ;cho que só vai voltar para o jantar.@ Duero vêIlo assim que che!ar @ alou Shari, enatiando palavra por

palavra. @ No minuto que ele che!ar. =a%a o avor de avisAIlo, sim, vovH

O velho Lancaster mal disar%ava um sorriso.

@ >ois não @ prometeu ele.

CAPITULO !I

Shari encontravaIse rente do espelho, usando o secador. Seus ca#elosne!ros tinham um tom aulado e #rilhante. =aia quine minutos que ela sa2rado #anho. >ela quarta ve, parou e prendeu a toalha enrolada no corpo. $stavaquase pronta.

Olhou no reló!io que icava so#re a pia de mArmore. $ram seis horas.>er!untouIse a que horas Whit estaria de volta. )ada ve que pensava nele,sentia o san!ue erver. )omo ele ousara mentir para $lia#eth( SerA que eleacreditava que, diendo a todo o mundo que iam casar, ela iria aceitar comoum ato consumadoH >ois estava redondamente en!anado(

&irandoIse ao espelho, Shari icou satiseita com a ima!em que viu. Seusca#elos estavam limpos, #rilhantes e sedosos. 0esli!ou o secador. 0epois dese vestir, passaria um pouco de maquila!em.

;inal, aquela era uma ocasião especial, pois o m3dico havia dadopermissão para a mãe descer e jantar com a am2lia. $ justamente por issoShari pensava em resolver aquele assunto a#surdo de noivado antes do jantar.Não queria que tocassem no assunto durante a reei%ão, seria muitodesa!radAvel.

RQ




Duando passou do #anheiro privativo para o quarto, come%ou a arou'ara toalha para se vestir. ;ntes, colocara a roupa so#re a cama. 0e repenteestacou, ao dar com Whit, mas se reco#rou a tempo de co#rirIse novamentecom a toalha.

@ O que estA aendo aquiH

@ 4ati e chamei seu nome, mas você não me escutou.Os olhos de Whit a percorreram da ca#e%a aos p3s. $ra como se ele a

estivesse acariciando isicamente. $ a rea%ão de Shari oi 2sica, tam#3m. Ocora%ão acelerou insuportavelmente, e um orte calor espalhouIse por seucorpo.

@ $ entrou assim mesmo.

Shari prendeu a toalha direitinho, in!indo uma indieren%a que estavalon!e de sentir naquele momento. &as aquilo aca#ou atraindo o olhar de Whitpara seus seios, apertados so# a toalha. Shari mal ousava respirar.

@ ;chei que tinha ouvido #arulho @ e'plicou Whit, voltando a olhar parao rosto dela. @ <esolvi dar uma espiada, para ver se você estava aqui, jA quea tanta questão de conversar comi!o antes do jantar.

@ =a%o, sim. ocê vai conversar com minha mãe e esclarecer essahistória a#surda de que nós estamos noivos.

@ &as nós estamos @ ele retrucou, calmo.

@ Não 3 verdade(

Whit sorriu. >s a mão no #olso do casaco de linho e tirou uma cai'inhaquadrada.

@ Bsto 3 para você. @ $le jo!ouIlhe a cai'inha de lon!e. @ 1ome.

Shari tentou a!arrAIla, mas não conse!uiu. $ntão, a!achouIse para pe!AIla no chão.

@ O que 3H

@ Seu anel de noivado.

Shari não sa#ia se estava mais an!ada com toda aquela presun%ão oupela maneira como ele lhe jo!ara a cai'inha. $ra como se o anel nãoimportasse a m2nima( ;pertou a cai'a entre os dedos, com or%a. >odia aer o

mesmo com o pesco%o dele.@ >or acaso este 3 um costume dos LancasterH @ per!untou, sarcAstica.@ /o!ar os an3is de noivado para as !arotasH

Whit riu #ai'inho.

@ Se eu me ajoelhasse para entre!AIlo, poderia at3 rece#er um pontap3no quei'o(

@ G verdade @ concordou Shari.

@ Não vai a#rir, para ver o anelH $la hesitou, tentada.

@ Não. Não quero. @ /o!ou a cai'inha de volta para Whit, que pe!ouIano ar. @ ai ter de levAIlo em#ora. =oi #o#a!em sua ter comprado o anel.

@ Não. @ Whit colocou a cai'inha em cima da cmoda. @ Não vou

RR




rece#êIlo de volta. G seu.

@ >ois então vou jo!AIlo ora @ avisou ela.

@ Se você jo!ar, compro outro.

$le não pareceu nem um pouco assustado com a amea%a. Shari suspiroude rustra%ão e raiva.

@ >or que você não quer me escutarH @ protestou. @ Não hA nenhumnoivado( $ não haverA nenhum casamento(

Whit contemplouIa sem dier nada.

Shari se virou de costas, possessa. Duantas vees ele havia tomado umadecisão sem arredar o p3H &uitas.

@ Whit Lancaster, você não pode aer tudo conorme sua vontade.

@ Nunca i. @ Shari notou que a vo dele estava mais pró'ima. @ Naverdade oi você quem e tudo conorme sua vontade, e por muito tempo.

1odos sempre se renderam aos seus desejos, inclusive eu. ocê quis que euosse seu irmão mais velho. $ eu me prestei a esse papel por muito tempo. @Shari sentiu a mão dele em sua nuca, passando so# seus ca#elos. @ Não possomais in!ir que não a desejo, como um homem deseja uma mulher.

Shari sentia a pele queimar so# os dedos de Whit, vi#rando com vidaprópria. ;s palavras que ele diia, sua vo, acendiam uma chama peri!osadentro dela. Sentiu temor. Não podia dei'AIlo continuar.

@ >or avor, dei'eIme @ pediu, num murmFrio.

@ Não. Não 3 isso que você quer que eu a%a. ;s mãos de Whitdesliaram do pesco%o at3 os om#ros de Shari. 0epois come%aram a moverIsemais impacientes, por aquela pele nua e macia, que palpitava a cada toque.

@ ;inda não compreendi por que ne!a as evidências.

Shari viuIse apertada irmemente contra o corpo dele. =echou os olhos,lutando contra a tontura que sentia.

@ ocê 3 muito e'periente. @ $la suspirou. @ Sa#e como e'citar umamulher.

@ G isso que a preocupaH @ per!untou ele, ro%ando os lA#ios em seusca#elos. @ G por issoH >orque eu sei como lhe dar praer, e você não sa#e

como me a!radarH >osso ensinAIla, com muito praer. >odemos ter a primeirali%ão, a!ora.

Duando a mão de Whit se echou so#re os seus seios, Shari estremeceu.; toalha parecia nem e'istir mais so# o toque quente daquela mão. >rendeu arespira%ão.

Whit mordiscouIlhe o ló#ulo da orelha, e'citandoIa com murmFriosroucos.

@ Não lute contra o que estA sentindo. ;proveite.

Shari virou a ca#e%a para o lado, completamente enlevada. m calor

sensual minava suas deesas.@ Não precisa me dier isso.

SerA que ele não compreendiaH $la não se permitiria ser dominada.

R




ele, amassandoIo inteirinho. $ ainda por cima com a toalha molhada(

@ &inha roupa( @ $la deu um empurrão em Whit e depois saltou dacama, se!urando a toalha.

Olhou para o vestido. ; seda estava toda enru!ada.

@ 0ro!a( $u ia usar esse vestido para o jantar( @ reclamou ela.

Os olhos dele #rilhavam.

@ ;cho que depois do casamento serA assim, tam#3m. 0e hoje emdiante, não dei'e mais roupas so#re a cama. 7uardeIas no armArio.

@ $ o que 3 que eu uso hojeH @ ela per!untou, não achando !ra%anenhuma na situa%ão.

@ >or mim, icaria muito eli se você osse como estA.

Shari levantou a toalha at3 o pesco%o, de repente sentindo ver!onha.

@ Não estA me dando nenhuma solu%ão.

@ NãoH @ ele per!untou, divertido, er!uendo a so#rancelha.

Shari encolheu os om#ros, querendo in!ir indieren%a. &as oi um !estoinFtil, pois Whit a tomou nos #ra%os novamente.

$la pu'ou a toalha mais para cima, num !esto inantil de desaio.

@ ocê tem que sair, Whit. >reciso me vestir.

@ uma pena esconder um corpo tão #onito @ murmurou ele,a#ra%andoIa mais ortemente. @ &as não quero que nin!u3m a veja, al3m demim.

$ a#ai'ou a ca#e%a, #eijandoIa de leve, at3 que Shari correspondessecom ardor. Duando ela quis mais, ele se aastou #ruscamente.

Shari virouIse de costas e esperou ouvir o som da porta sendo a#erta.&as a porta não a#riu, $ntão, ela voltouIse e perce#eu que Whit ainda estavano quarto, ao lado da cmoda.

@ /A que você vai ter que vestir outra roupa, escolha uma que com#inecom isto @ ele alou, jo!ando a cai'a do anel so#re a cama.

Shari esriou. =i'ou a cai'inha com os olhos, sem tocAIla. OuviuIo entãoa#rir e echar a porta.

Nada mudara. Whit a #eijara e acariciara apenas para seu próprio praer.$le ainda acreditava que conse!uiria su#metêIla acilmente. >ensava quepodia atirarIlhe um anel que ela o usaria correndo.

Shari er!ueu a cai'inha e não resistiu curiosidade de a#riIla.;rrependeuIse assim que o e.

O anel era eio, de mau !osto. m diamante !rande, cercado por outrosmenores. )omo 3 que Whit escolhera aquilo para elaH =icou desapontad2ssima.=echou a cai'a com des!osto. )olocouIa no criadoImudo, ao lado da cama, jurando para si mesma que nunca, jamais usaria aquela coisa horrorosa nodedo.

>endurou a roupa de volta no armArio. Não sa#ia o que escolher, eaca#ou decidindoIse por uma saia #ranca, simples, e uma tFnica de seda verde

R-




e dourada, com uma ai'a na cintura. 0epois, colocou um pouco demaquila!em e se penteou.

$nquanto descia, Whit saiu da #i#lioteca. $le parou ao p3 da escada e aesperou. O cora%ão de Shari disparou, mas ela conse!uiu manter a aparênciacalma e distante.

@ &uito #onita @ disse ele.$la parou no Fltimo de!rau, a mão no corrimão. SentiuIse desnudada por

aquele olhar insolente.

@ G melhor do que nada, como você tinha su!erido.

@ &as depois me retratei. 0isse que preeria sua nude só para mim. @$ olhou para a mão dela. @ ocê não estA usando o anel @ recriminouIa.

@ Não. $u alei que não o queria. ocê di que estA noivo, mas eu nãoestou.

Whit semicerrou os olhos.

@ $ o que oi toda aquela conversa so#re ilhos e netosH

@ =oi você quem tocou no assunto. $ eu só alei que haveria netos sehouvesse ilhos. 1alve devesse ter dito que antes precisaria haver casamento.

@ ai me dier que ainda insiste em in!ir que não quer se casar comi!o,depois daquele... encontro que tivemos lA em cima, no seu quartoH

@ O casamento não tem nada a ver com o que aconteceu @ retrucouShari. @ Se você não se lem#ra, eu só disse que você seria o amante ideal.Não alei em "marido".

; e'pressão de Whit tornouIse amea%adora. Shari encolheu os om#ros.@ O que oiH =alei al!o erradoH

@ $u serei o Fnico amante de sua vida. $ serei seu marido tam#3m.

@ ocês, Lancaster( @ acusou Shari, irritada. @ >ensam que são osdonos da verdade( $scute, Whit, espero que você converse com mamãe eaca#e com essa história de casamento.

@ Não 3 história, Shari. ocê vai se casar comi!o, não importa se use ounão o anel de noivado a!ora.

@ Nin!u3m decide nada por mim. $u a%o o que eu quero, WhitLancaster. Não o que você ou o que o vov ou mamãe acham que eu devaaer. #om você aceitar isso.

@ &as eu aceito. ;ceito, porque sei muito #em o que você quer.;contece que 3 o mesmo que eu quero.

@ $u não teria tanta certea assim. @ Shari quis mudar de assunto. @ Osoutros devem estar nossa espera, na sala de jantar. G melhor irmos.

Whit se!urou na sua mão, possessivamente, e os dois oram para a sala.

1odos viraram a ca#e%a quando eles entraram. Shari viu o #rilho deale!ria nos olhos da mãe, do av, e at3 de <od. 0evia estar muito romPntico, opar de noivinhos entrando de mãos dadas.

0eu um pu'ão e soltouIse de Whit, indo at3 a mãe.

V




@ G maravilhoso têIla novamente conosco, aqui na mesa, mamãe. @Shari se curvou e #eijouIa no rosto, @ $stou muito eli.

@ 1odos estamos @ atalhou o velho Lancaster, inclinando a ca#e%a!risalha para a nora.

@ G muito importante estar jantando com vocês de novo. @ $lia#eth

co#riu a mão da ilha com a sua. @ $specialmente hoje, no dia do jantar denoivado de minha ilha.

@ Não 3 #em isso, mamãe @ respondeu Shari.

@ Não 3 um jantar oicial de noivado @ concedeu a mãe. @ &as 3 umacomemora%ão amiliar.

@ Sua presen%a aqui 3 que a com que o jantar seja especial @ insistiuShari.

&as a mãe parecia não ouviIla.

@ $stou ansiosa para ver o anel, querida. @ $la notou que Shari nãoestava usando nada. @ Whit não lhe deu o anelH >ensei que osse por isso quevocês se atrasaram para descer.

@ Sim, ele me deu o anel.

@ $ntão por que não o estA usandoH

Shari oi at3 sua cadeira. Olhou para Whit desaiadoramente. $le querespondesse(

@ Mouve al!umas diiculdades para colocAIlo no dedo @ oi a respostadF#ia de Whit.

@ )ovarde @ murmurou Shari, entredentes, só para Whit ouvir.$le pu'ou a cadeira e Shari sentouIse.

@ =icou muito pequenoH @ per!untou a mãe, olhando para Shari. @ocê devia ter dado suas medidas a Whit, ilha.

@ $le não me per!untou.

@ ;!ora, você vai ter de levAIlo de volta para o joalheiro, Whit. @$lia#eth suspirou. @ Due pena( O anel estA a2 com vocêH 7ostaria de vêIlo.

Whit sacudiu a ca#e%a.

@ Não.Shari viu uma ótima oportunidade para devolver o anel a Whit. $le não

poderia recusar.

@ O anel estA no meu quarto @ alou, er!uendoIse. @ G melhor entre!AIlo a você a!ora, Whit. ;ssim poderA consertAIlo.

@ ocê pode me entre!ar depois @ insistiu Whit, levantandoIse paradetêIla.

@ Oh, não @ alou Shari, com a cara mais lavada do mundo. @ &amãeestA querendo vêIlo a!ora, não estAH ;ssim jA ica com você.

Whit hesitou, mas depois teve de aceitar. =e que sim com um !esto deca#e%a, admitindo a derrota. &as o #rilho de seus olhos diia que nãoadiantava Shari se re!oijar daquela pequena vitória, Maveria outras #atalhas.




desapontamento da mãe.

0epois que a sra. 9oun! saiu, resolveu per!untar.

@ ;l!o errado, mamãeH

@ G que eu encomendei pelo teleone um livro so#re noivas, com umcatAlo!o, e pedi que enviassem com a maior #revidade poss2vel. /A a três

dias que pedi. $stava certa de que che!aria hoje.@ $ntendo @ murmurou Shari.

@ /A pensou no estilo do vestido de noiva que você usarAH @ per!untou$lia#eth. @ ai ser clAssico, com v3u comprido, ou mais moderno, com loresna ca#e%aH

@ Não sei, mamãe.

Shari jA aprendera que as melhores respostas eram as curtas.

@ G que a escolha tam#3m depende da data do casamento @ alou a

mãe. @ /A conversou com Whit so#re issoH SerA nesse outonoH Ou quem sa#eno invernoH

@ Nada oi decidido ainda.

@ MA muita coisa a ser eita antes. Não podem dei'ar para a Fltima hora.ocê e Whit têm de sentar e aer os planos.

@ Sim, mamãe.

@ ocês devem se casar aqui mesmo, não achaH @ $lia#eth come%ou asonhar. @ Bma!ino que queira convidar suas cole!as de aculdade tam#3m. 1udo #em, hA acomoda%ão para muita !ente. >elo menos aquelas duas

ami!as, você vai querer convidar, não vaiH@ 1alve. @ Shari deu uma mordida no croissant quentinho. @ Mumm,

mamãe, você não a id3ia de como isto estA !ostoso( @ $ra di2cil comer ealar ao mesmo tempo, mas ela queria mudar de assunto. @ $'perimente um(

@ Não dA nem para escolher as cores do vestido do casamento civil @lamentou a mãe. @ $las têm de ser de acordo com a esta%ão.

@ &amãe, por avor( Não vai parar de alar no casamentoH @ Shariper!untou, impaciente. @ ;cho que ainda deve demorar. ;inda vai acontecermuita coisa at3 lA.

Bmediatamente, $lia#eth Lancaster icou preocupada.@ O que oiH ocê e Whit não estão #emH Não discutiram de novo,

discutiramH ocê dois sempre se deram muito #em. Ts vees eu tinha aimpressão de que você idolatrava Whit.

@ $u era muito jovem, então @ replicou Shari. $ra verdade. $la sempre oadorara durante a adolescência. 1alve osse mais dócil naquela 3poca. ;!ora,não mais. Não se casaria com um homem que lhe atirava o anel de noivado delon!e e que, semY consultAIla, simplesmente a inormava de que iriam secasar. /amais( Não se curvaria vontade de nenhum homem arro!ante, nemque ele osse Whit.

@ $ntão, por que você estA assimH 0iscutiu com ele de novo, jA sei.

@ ocê sa#e muito #em que Whit nunca #ri!a, mamãe.

?




4ateram porta de novo. Shari respirou, aliviada. $ra uma interrup%ão#emIvinda.

@ $ntre.

O al2vio de Shari durou pouco. $ra Whit. $stava vestido para o tra#alhono campo, com cal%a marrom, camisa de al!odão com man!a curta e #otas de

cano lon!o. Seus ca#elos, deseitos pelo vento, #rilhavam com rele'osdourados. Shari viu todo o seu autocontrole reduido a pó, em poucosse!undos.

@ Whit, que praer( @ $lia#eth sorriu aetuosamente. @ $stAvamosalando de.você.

@ =alando no dia#o... @ comentou Shari, procurando esconder aa!ita%ão.

Whit i!norou a ironia.

@ Sa#ia que encontraria Shari aqui, $lia#eth @ disse ele demonstrando

claramente que viera alar com a mo%a e não visitar a doente. @ $la tem seescondido aqui, com você, o tempo todo, ultimamente.

@ Não estou me escondendo, se você sa#e onde me encontro @deendeuIse Shari.

@ 1alve "esconder" seja a palavra errada. &as acho que estA com medode mim.

@ &edo, euH @ ela per!untou, como se a id3ia osse rid2cula. @ Bma!ine,por quêH

@ Não sei.

@ ;ceita um croissant quentinhoH ; sra. 9oun! aca#ou de tirAIlos doorno. @ Shari pe!ou o prato e oereceu um para Whit. @ $stão deliciosos.

@ Não, o#ri!ado. 1enho de tomar conta da silhueta @ ele #rincou. @ impor outro motivo. >ara lhe dier que o seu presente de noivado inalmenteche!ou.

@ >resente de noivadoH @ Shari o contemplou, atnita. @ ocê não medisse nada antes. &eu presenteH

@ G. Duer aer o avor de ir lA ora para vêIloH @ disse ele, indicando o jardim com a ca#e%a.

)onusa pela situa%ão, Shari não sa#ia o que aer. 0ada ascircunstPncias, se recusasse a acompanhAIlo na rente da mãe, teria deenrentar uma !uerra de per!untas depois. ;l3m disso, estava muito curiosapara sa#er que presente era esse. 0epois daquele anel horroroso e caona,estava pronta para rece#er tudo.

@ )laro que vou descer com você(

@ $ntão vamos.

Shari sentiu um rioinho no estma!o. >s o prato de volta na #andeja,deva!ar, e depois levantouIse tirando o !uardanapo do colo. Olhou para a mãe

e sorriu.@ olto daqui a pouco.

Q




@ Não conte com isso, $lia#eth @ avisou Whit.

$le a se!urou pelo #ra%o e a conduiu para ora do quarto. ;o che!aremno corredor, por3m, oi or%ado a parar. Shari estava uriosa.

@ >or que você disse que eu não voltaria daqui a poucoH @ ela quissa#er, an!ada.

Whit sorriu, complacente. $stava se divertindo com al!uma coisa, comal!um se!redo que ela desconhecia. Seus olhos escuros #rilhavammaliciosamente.

@ Só tive um pressentimento de que você vai demorar mais do quepretende.

Whit não alou mais nada. >s a mão nas costas de Shari e indicou aescada.

O calor daquele toque irradiou por todo o corpo dela. $ra sempre assim.$la só se sentia verdadeiramente viva quando ele a tocava.

@ >or que temos de ir lA oraH @ per!untou, enquanto desciam. @ Nãopode traer o presente aqui para dentroH

@ Não seria #oa id3ia.

Shari icou ainda mais curiosa. $le não estava dando dica nenhuma(<esolveu sondar mais um pouco.

@ Sei que não 3 um carro. /A tenho um. @ 0e repente, uma suspeitaassaltou seu esp2rito. @ Não estA me levando lA para ora para me or%ar ausar o anel de noivado, estAH >orque não vai dar certo. Não o quero.

@ ocê vai querer o presente. ; conian%a dele era a#soluta.

Shari estava conusa. Não conse!uia ima!inar o que ele poderia tercomprado para lhe dar de presente, principalmente se era al!o que iriaa!radarIlhe.

Duando sa2ram da casa, o ventinho de verão #ateu no rosto de Shari,er!uendo seus ca#elos ne!ros. $la parou no topo da escada para aastar umamecha dos olhos. Não viu nada de especial.

@ Onde estAH @ ;li.

Shari olhou para a Arvore que Whit lhe apontava. Não viu nada. O cavalo

dele, 4anner, estava arreado som#ra da Arvore. ;t3 a2, nada de especial. $raló!ico que ele não lhe daria seu próprio cavalo.

Naquele instante, 4anner virou a ca#e%a na dire%ão deles, sentindo ocheiro do dono. =oi a2 que Shari avistou o se!undo cavalo, que estava atrAs.

)ontemplou o animal cinento por lon!os instantes. Não era poss2vel, elaestava vendo coisas( Não ousava acreditar nos próprios olhos.

@ G... @ Shari estava tão esperan%osa, que tinha at3 medo deper!untar. @ G...

@ Sim, 3 <e#elde @ Whit conirmou.

Os olhos de Shari se encheram de lA!rimas. $stava eli demais paradier qualquer coisa. Não conse!uia.

@ Não vai dier "al" para eleH @ per!untou Whit !entilmente.

R




$la não se e de ro!ada. 0esceu os de!raus correndo, louca deelicidade. ;travessou o !ramado em dois pulos at3 a Arvore, onde os cavalosestavam amarrados. O cavalo cinento er!ueu as orelhas ao perce#êIla seapro'imar.

Shari esticou o #ra%o, emocionada. O cavalo estendeu o ocinho paracheirAIla, dei'ando que ela o aa!asse na ca#e%a. Seus olhos escuros,luminosos, a olharam.

@ Oh, <e#elde, 3 você, 3 você de verdade( @ ela sussurrou, rindoquando o cavalo mordiscou o #olso de sua #lusa. @ Não mudou nada, seucapeta.

;!arrouIse ao pesco%o do cavalo. ;inda era di2cil de acreditar que<e#elde estivesse de volta. $ncostou o rosto na crina escura, sem se importarde parecer tola ou inantil.

<e#elde não !ostava muito de acessos de carinho e jo!ou a ca#e%a paracima, em sinal de protesto. Arias ima!ens da inPncia voltaram ca#e%a de

Shari. $la o soltou. Não adiantava lutar contra aquele cavalinho danado. $le eramuito teimoso e odiava r3dea curta. $ra i!ualinho a ela, costumava #rincarWhit.

@ &as 3 assim que !osto de você, <e#elde @ murmurou Shariesre!ando o pesco%o do cavalo para acalmAIlo.

@ SerA que ainda sa#e montar nesse teimosoH ; vo veio de trAs, e Sharise voltou para olhar Whit. Sem nenhuma palavra, desamarrou as r3deas e jo!ouIas no pesco%o do cavalo.

@ Se eu não sou#er, você pode me catar do chão quando cair @

declarou, sorrindo. @ /A e isso muitas vees, anti!amente. Lem#raIse dostom#os que eu levavaH

)om uma mão na sela e a outra na crina, Shari deu um salto paraalcan%ar o estri#o e pulou para cima do cavalo. <e#elde empinou a ca#e%a,impaciente para sair. 4ateu com os cascos no chão.

Shari o se!urou irme, at3 Whit su#ir em 4anner. 0epois arou'ou ar3dea. O animal não precisou de mais nada. Saiu num trote li!eiro e !ostoso.Lo!o em se!uida, a#ai'ouIse e entrou no !alope. Shari nem se importou em!uiAIlo. <e#elde parecia estar recordando as velhas trilhas, pois lo!o tomou orumo das planta%Kes de ta#aco, o caminho que ela e Whit costumavam aer

todas as manhãs quando adolescentes.Shari ouviu o #arulho dos cascos #atendo lo!o atrAs. irou a ca#e%a e

perce#eu que Whit a estava alcan%ando. Seu cavalo castanho era #onito erApido. Soltando uma risada, ela apressou a corrida.

O vento uivava em seus ouvidos, o !alope dos cavalos soava alto evi!oroso. ;s estradinhas de terra eram ensolaradas e poeirentas. 0e ve emquando, passavam por al!umas Arvores.

Shari resolveu #recar o cavalo. Duando pu'ou a r3dea, de leve, elediminuiu o passo, sem protestar. oltaram ao trote. <e#elde respirava

pesadamente, oe!ante. Shari #ateu de leve em seu pesco%o, contente pelacorrida selva!em. =aia muito tempo que não sentia aquelas emo%Kes.

4em sua rente, uma codorna al%ou um vo assustado. <e#elde




assustouIse com o movimento sF#ito, e deu uma empinadinha. Shari manteveIse irme no arreio, uma e'clama%ão de surpresa nos lA#ios,

Whit a alcan%ou. O cavalo castanho emparelhou com o cinento.

@ Não sei qual dos dois 3 mais louco, você ou o cavalo. >arece que osdois apostam, se ele que#ra a perna primeiro ou se você que#ra o pesco%o.

&as Whit estava sorrindo, e o velho #rilho dourado voltara a seus olhoscastanhos. Shari estava mais eli que nunca.

@ Bsto não parece real @ ela alou, olhando para o c3u aul e limpo. @>arece at3 que estou sonhando. &as, se or um sonho, não me importo.

@ Não 3 sonho @ disse Whit. @ <e#elde voltou a ser seu.

$la sa#ia que não era sonho. Sentia o cheiro dos cavalos, ouvia o trote!ostoso dos cascos contra o. chão e os metais do arreio chocalhando. Sentia omovimento irme do animal entre suas pernas, e seus olhos reconheciampereitamente o dorso cinento do cavalo que a acompanhara por tantos

passeios na aenda.@ O#ri!ada.

Shari não sa#ia como a!radecer a Whit. Nem se dissesse um milhão depalavras, conse!uiria se e'pressar.

Os cavalos ca2ram no passo a passo.

@ >assei por maus #ocados para encontrAIlo @ contou Whit, rindo. @ $le jA teve mais dois donos, depois que você o vendeu. Só você mesma paraa!Uentar <e#elde, Shari. $le não admite re!ras.

@ Não 3 isso @ corri!iu Shari. @ <e#elde 3 independente, só isso...

@ )omo você. @ $le sorriu. @ ;!ora pode compreender por que eu dissea sua mãe que você não voltaria dali a pouco. Sa#ia que não resistiria a umpasseio a cavalo.

@ >ois estava a#solutamente certo. @ Shari riu, completamente rela'adae vontade. @ ocê contou a al!u3m o que estava aendoH Nin!u3m medisse nada. )omo conse!uiu manter se!redoH

@ Só o vov sa#ia que eu estava procurando <e#elde. $le me ajudoumuito, rece#endo teleonemas em casa enquanto eu estava tra#alhando. $ulhe pedi que iesse se!redo, e ele sou#e disar%ar muito #em.

@ Nunca iquei tão eli com um presente @ alou Shari, inclinandoIsepara a rente e dando tapinhas no pesco%o do animal.

&ais adiante, ao che!arem perto de uma porteira, viram um jipeestacionado. O motorista saudouIos e parou para conversar com Whit, quetam#3m desceu do cavalo.

Shari não prestou aten%ão ao que os homens diiam. Seu olhar voltouIsepara os campos de ta#aco. ;li, ao lado da cerca, a planta jA estava quase daaltura de um homem. ;t3 o inal de a!osto, estaria mais alta. )onhecia #em oprocesso de colheita e seca!em das olhas.

Setem#ro era a 3poca da colheita. &uitos empre!ados eram contratadospara isso. ;s olhas eram colhidas uma a uma por deenas de pessoas,espalhadas pelas planta%Kes. 0epois eram amarradas com palha e colocadas




nos depósitos.

; aenda transormavaIse numa esta permanente nessa 3poca do ano.Shari adorava a colheita. No entanto, jA aia três anos que não a via. Suspirou.LA na niversidade, sentira muitas saudades da aenda.

@ ocê estA lon!e.

; vo calma de Whit interrompeu seus pensamentos. Shari voltou aopresente.

$la e que sim com a ca#e%a, sorrindo. Seus olhos se voltaram para aplanta%ão de ta#aco, toda verde e dourada.

@ $stava muito lon!e.

@ No que estava pensandoH

@ Só... que eu sinto muitas saudades de tudo isso.

$ra uma resposta simples, mas que diia tudo.

@ ;cho que você inalmente, voltou para casa @ alou Whit, s3rio. @amosH

@ /AH @ Shari não acreditava que jA osse hora. @ &as nem #em sa2mos(

@ Bmpressão sua @ ele respondeu, divertido.

@ /A 3 quase meioIdia.

oltaram para o estA#ulo #em deva!ar, curtindo a paisa!em e dei'andoos cavalos descansar. Duase não conversaram. Shari rela'ou mais ainda,escutando o canto dos pAssaros e o murmFrio das olhas.

;o che!ar em casa, desmontaram e pu'aram os cavalos para o estA#ulo.Shari notou que seus mFsculos estavam doloridos. >erdera o costume de andara cavalo. m empre!ado veio #uscar os animais para desarreAIlos. $la a#ra%ou<e#elde mais uma ve.

@ >or que 3 que <e#elde estA !anhando todos os a#ra%osH @ reclamouWhit. @ ;inal, o responsAvel por sua volta sou eu, sa#iaH

@ Sa#ia.

Shari riu e se ps de lado, dei'ando que o empre!ado levasse o cavaloem#ora. Duando se virou para Whit, sentiu um rioinho no estma!o. 0eu umpasso rente e o a#ra%ou, se!urandoIo pela cintura.

Whit imediatamente a apertou contra si, carinhoso.

Shari descansou a ca#e%a em seu peito.

@ >or que você trou'e <e#elde de volta para mimH

$la queria compreender. Dueria, porque a resposta podia ter umsi!niicado muito importante.

@ Não 3 natural o modo que você esteve se trancando em casaultimamente, Shari. $u precisava encontrar um meio de arrancAIla de lA. Nãotinha certea se uncionaria, comprar um cavalo qualquer. &as sa#ia que, se

encontrasse <e#elde, você não seria capa de resistir.@ $ estava certo. @ $ra tão !ostoso, tão quentinho ali, com o rosto

colado ao peito lar!o de Whit. @ $u não resisti mesmo.

-




0urante a so#remesa Shari #rincava com a colher, passando pelosmoran!os distraidamente, sem pe!ar nenhum. Não se importava. Não queria

comer moran!os, como tam#3m quase não comera nada antes, no jantar.No decorrer da tarde viuIse tomada por um sentimento de vaio, in3rcia.

0e nada adiantaria alar com Whit. >rimeiro, protestara vi!orosamente,diendo que não se casaria com ele. 0epois, tinha mantido silêncio por umasemana. Nada. Whit continuava ,com aquela certea de que ela se casaria comele. Due arro!Pncia( Nem se di!nara a per!untar, a aer o pedido decasamento(

@ $stA muito quieta hoje, Shari @ comentou a mãe, preocupada. @ ;l!oerradoH

Shari passou a mão nos ca#elos, consciente do olhar critico que Whit lhelan%ava de lon!e.

@ Não @ mentiu. @ ;cho que estou cansada, 3 isso.

0esistiu de in!ir que estava comendo. >s a colher de volta no prato.0epois, pe!ou o !uardanapo do colo e limpou os cantos da #oca.

@ Não vai comer maisH @ protestou a mãe.

@ ocê adora moran!o com creme(

@ Não posso aer nada, se não tenho ome

@ insistiu Shari, levemente irritada.@ Se não os quer, passe para mim @ disse <od, esomeado como

sempre.

@ SirvaIse. @ $ passou o prato para o irmão mais novo.

@ Não sei onde 3 que você pKe tanta comida, <od. @ $lia#eth sacudiu aca#e%a. @ 1em um apetite de leão. Seu pai comia assim.

Whit não se importava com o apetite de <od. $stava preocupado comShari.

@ 0epois do passeio desta manhã, pensei que você tam#3m icariaesomeada. &as nem tocou a comida no almo%o, e a!ora a mesma coisa.

@ $stou cansada @ replicou Shari, pondoIse na deensiva

$stava cansada de se pr na deensiva, isso sim. Olhou para o velho,sentado ca#eceira.

@ 0A licen%a, vovH ;cho que não vou tomar o caeinho, tam#3m.

=rederic5 Lancaster hesitou.

Whit aproveitou para se!urAIla pelo pulso.

@ Não. =ique aqui @ ordenou. @ Duero ter uma conversa em particularcom você, depois do jantar.

@ O que isso si!niicaH @ Shari estava irritada com as maneiras




autoritArias de Whit, e não se importava mais de #ri!ar na rente dos outros. @Due você vai alar e que eu vou icar ouvindoH >orque 3 assim que aca#asendo. G só isso que você sa#e aer(

@ Shari( @ $lia#eth Lancaster estava positivamente chocada. @ Nãodevia alar dessa maneira com Whit.

@ Não posso ser como você, mamãe @ replicou Shari. @ Não posso serdócil e cordata, curvandoIme a cada desejo de um Lancaster.

@ $u detestaria se você osse assim @ atalhou Whit, sarcAstico.

@ Nesse caso, eu #em que devia tentar. @ Shari tinha cerrado os punhosde ódio. @ Duer aer o avor de me soltarH 7ostaria de me retirar da mesa.>odemos ter essa conversa na sala, jA que você a considera tão importante.>osso esperAIlo lA mesmo. Não se apresse.

Shari reconheceu que estava alando com muito sarcasmo, mas nãoa!Uentava mais !uardar o rancor. )om os lA#ios apertados, Whit a soltou. $lasaiu sem dier uma palavra.

;ssim que entrou na sala de estar, aundouIse nas almoadas macias deum soA anti!o. $scondeu o rosto entre as mãos. $stava tremendo dos p3s ca#e%a. 0ali a pouco jA se levantara pois não conse!uia icar parada. )ome%oua andar de um lado para o outro.

Duando ouviu os passos de Whit, virouIse para a porta, ansiosa. ;e'pectativa era tão !rande, que parecia haver uma descar!a el3trica no ar.Sentiu vontade de !ritar.

Whit parou para contemplAIla, dei'andoIa mais uma ve na deensiva.

@ $u disse que não precisava se apressar @ acusou ela. @ >or acasopensou que eu ia u!irH

@ =oi o que sempre e, quando as coisas não aconteciam da maneiraque você queria @ ele respondeu calmamente.

@ Não 3 verdade.

@ 1em certeaH

@ )laro que tenho(

Shari icou possessa. LA estava ela de novo, deendendo suas posi%Kes(

@ ocê u!iu para a niversidade, quando viu que o vov não sucum#ias suas vontades. Ou você esqueceu que eu tive de ir at3 lA para #uscAIla,num eriadoH

@ Não me esqueci. $u não estava u!indo.

@ NãoH $ntão o que estava aendo, e'atamenteH 7ostaria de ouvir suaversão.

@ Não importa. @ $la encolheu os om#ros, irritada. @ Bsso aconteceu atrês anos. /A passou muita A!ua por de#ai'o da ponte.

@ $stA #em. $ o que me di de umas poucas semanas atrAs, quando

permitiu que sua mãe acreditasse que estava passando as 3rias na costa, comami!osH ocê estava aqui pertinho, no condom2nio( 1ive de traêIla de novo.

@ G so#re isso que desejava alar comi!oH

C




@ Não. @ $le respirou undo, como se estivesse se preparando para averdadeira #atalha. @ ;cho que estA na hora de esclarecermos direitinho essene!ócio de casamento.

Shari arre!alou os olhos. Soltou uma risada hist3rica.

@ Não me di!a( $stive tentando aer isso, desde que você e aquele

anFncio rid2culo. Duer dier que inalmente resolveu me escutarHWhit i!norou a ironia.

@ MA al!uma coisa que a estA devorando por dentro, e quero sa#er oque 3.

Shari oi apanhada de surpresa. irouIse de costas. Seus olhos verdesestavam marejados.

@ Não entendo você, Whit Lancaster. @ Sua vo estava rouca e !rave. @Ts vees 3 tão maravilhoso, o homem mais maravilhoso do mundo. $ nominuto se!uinte, vira um ditador. 7ostaria que você pudesse ter se visto nesse

instante.Shari ouviuIo se apro'imar. O carpete não a#aava seus passos.

@ >or quêH @ ele per!untou de perto.

@ >orque você não estava @ me pedindo para responder. $stava meordenando(

Shari en!oliu um solu%o. Não podia dei'AIlo sa#er que estava chorando.

@ $ nenhum homem vai ordenAIla a aer coisa al!uma @ Whit terminoua rase por ela. @ G isso que você quer dier, não 3H $u pressenti.

Shari olhou undo nos olhos dele.@ $ntão por que ica me dando ordens a torto e a direitoH

@ ;cho que 3 porque te amo.

O cora%ão de Shari deu um salto.

@ $ssa 3 a raão mais louca que jA escutei na minha vida @ aloudeva!ar, estudando as ei%Kes de Whit para ver se era mesmo verdade.

@ Não 3 tão maluca assim @ respondeu Whit. @ >rincipalmente, se vocêlevar em conta a personalidade da mulher por quem eu me apai'onei.

@ DuemH $uH @ $la raniu a testa, conusa. @ )omo assimH >or quêH@ ocê não estA compreendendo, não 3H Bsso 3 porque não sa#e o que

eu passei. @ $le a se!urou pela cintura, pu'andoIa contra si. @ >rimeiro, tivede lutar contra meus desejos masculinos, quando vi que você estava disposta ame tratar como irmão. 0epois, você u!iu para a niversidade e amea%oununca mais voltar.

@ Nunca quis dier isso, na verdade @ e'plicou Shari. @ G que o vovera tão radical...

@ &as eu não sa#ia na 3poca, Shari. $ se, de repente, você nunca maisvoltasseH @ $le sorriu. @ =oi por isso que eu ui at3 lA naquele eriado, #uscAIla. Não podia suportar a id3ia de não vêIla nunca mais. ;l!uns ins de semanapor ano, era melhor que nada.

J




@ $ eu pensei que você tivesse ido me #uscar só por causa da am2lia.

>s as mãos no peito de Whit. Sentiu as #atidas ortes de seu cora%ãoso# os dedos, os mFsculos rijos se e'pandindo.

@ Due outra raão eu poderia darH @ ele per!untou. @ $u queria quevocê iesse parte de tudo. )omo minha mulher. Dueria que você perce#esse,

de uma ve por todas, que pertencia =olha 0ourada.$ra tudo tão conuso. Shari ainda não tinha certea se Whit sa#ia a

dieren%a entre amar al!u3m e querer possuir esse al!u3m, simplesmente.

@ ocê não sa#e quantas vees tive de lutar comi!o mesmo para não irat3 a niversidade e arrastAIla para casa. $u vivia num inerno, ima!inandoque você sa2a com homens desconhecidos, que talve os amasse...

@ Nunca( Nunca amei nin!u3m.

@ &as eu não sa#ia @ disse Whit. @ 0epois de conhecer aquela suaami!a devoradora de homens, 0ora, não me senti muito se!uro. Não sa#ia que

tipo de companhia você tinha.@ 0ora 3 um pouco atirada @ admitiu Shari.

@ $la !ostou de você. @ Shari estudou o rosto dele, com aten%ão. @ $você nem se importou.

@ $u notei que ela icava dando em cima de mim, mas estava muitoocupado com meus próprios desejos de a!arrar você. $ você não tornava ascoisas Aceis para mim, Shari, com aqueles a#ra%os lan!orosos, seus !randesolhos verdes e promissores. ..

@ $le ps a mão no #olso. @ =alando nisso, lem#reiIme de uma coisa.

1enho um presente para você.Shari reconheceu o estojo do anel. $ra o mesmo que ela devolvera.

&ordeu os lA#ios, nervosa. Dueria encontrar um modo educado de recusaraquele anel horroroso.

@ 1alve seja melhor você não me dar o anel ainda.

@ >or que nãoH @ $le #ai'ou a ca#e%a, com um #rilho malicioso nosolhos. @ >ensei que você tivesse !ostado.

Shari estava pisando em ovos. Não sa#ia o que dier.

Whit colocou a cai'inha em sua mão.@ Duer a#riIlaH

=inalmente, ele havia pedido( 0epois de tanto tempo esperando por umpedido, e não por uma ordem, ela não tinha cora!em de recusar.

Whit rela'ou o a#ra%o, de modo que ela pudesse virarIse de lado paraa#rir a cai'a.

Duando a#riu, Shari levou um susto. $stava esperando uma coisa, viuoutra. ;o inv3s daquele anel eio, cheio de diamantes, o estojinho de veludoacomodava um anel de esmeralda e pequenos diamantes. $la prendeu a

respira%ão. $ra lindo($r!ueu os olhos para Whit, atnita.

@ Não 3 o mesmo anel @ murmurou.

?




@ $spero que não. @ Whit estava aendo or%a para se!urar o riso, emvão. @ ;quele outro era uma #ijuteria que eu comprei numa lojinha qualquer.

@ ma #ijuteriaH @ Shari não sa#ia se ria ou se icava oendida. @ ma#ijuteriaH @ repetiu.

@ $ste 3 o anel que eu tinha comprado para você @ ele completou.

@ $ntão... então por que me deu aquele outroH @ ela per!untou,ranindo a testa.

@ ocê icou tão an!ada quando eu comuniquei ao vov Lancasterso#re o nosso casamento, que eu tive medo de que você jo!asse o anel pelaprivada. Ou no li'o.

$le sorriu encantadoramente. Shari icou pertur#ada e admitiu:

@ $u #em que era capa de aer isso.

@ iuH

@ =iquei mais an!ada ainda por você ter me atirado o anel de lon!e.@ $stava com medo de che!ar muito perto.

@ &entiroso. ocê nunca teve medo de nada.

@ $stA en!anada. @ $le icou s3rio. @1ive muito medo, Shari. &edo deperdêIla. G por isso que me a!arrei tanto a você. 1inha raão em reclamar demim. $u estava mesmo querendo mandar em você. 1êIla só para mim.

Shari sentiuIse derreter nos #ra%os dele.

@ Não me quer só para vocêH @ per!untou, num sussurro.

@ Duero. &as não possessivamente, como... como um ditador, comovocê alou a!ora, inalmente compreendi o que você estava sentindo, estamanhã, enquanto caval!ava <e#elde.

Shari prendeu a respira%ão. Não ousou dier nada. $sperou que elecontinuasse.

@ $u estava mesmo dando ordens. Sem pedir. ;!ora... quero lhe alaruma coisa.

@ O quêH @ ; vo dela era pouco mais que um sussurro.

Whit apertouIa com mais or%a. Suas )o'as musculosas eram como duas

colunas pressionadas contra o corpo dela.@ Duero lhe pedir uma coisa. =aer um pedido de verdade. Duer se casar

comi!oH

@ Sim.

Shari estava nadando num mar de elicidade. $la o amava do undo docora%ão, e estava eli e or!ulhosa em sa#er que um homem como Whittam#3m a amava e desejava.

$le a soltou !entilmente. 1omou o estojo de sua mão e retirou o anel.

$la estava tremendo quando Whit se!urou sua mão esquerda e ps oanel no dedo. Serviu pereitamente.

@ G lindo(

Q




@ >arece ter sido eito para você @ concordou ele, #eijando sua mão.

Shari er!ueu os olhos #rilhantes para ele. $stava trans#ordando deelicidade. Não precisava mais se colocar na deensiva. >odia demonstrar tudoo que sentia, sem receios ou temores.

Whit soltou um !emido antes de tomAIla nos #ra%os e esma!AIla com um

lon!o #eijo. O eeito oi devastador. Shari er!ueu os #ra%os em torno dopesco%o dele, acariciandoIo com ervor. )om o canto dos olhos viu a esmeraldapiscando para ela.

Whit era tudo o que ela desejava de um homem: viril, !alante, !entilZ

@ $u te amo @ disse Shari, correndo os lA#ios pelo rosto dele.

@ ocê demorou para me dier isso @ ele reclamou.

@ 1enho que lhe conessar uma coisa. Whit aastou a ca#e%a para olhAIla.

@ O que 3H

@ $u tive ciFmes de 0ora. Na verdade, eu morri de ciFmes. Na hora, nãopude compreender o sentimento, pois ainda queria pensar que você era meuirmão. Só que...

@ Só que, o quêH @ Whit insistiu, vendoIa corar.

@ Só que eu jA estava come%ando a perce#er que você era muito se'* @ela completou, sorrindo.

@ $ntão 3 por isso que estava me olhando daquele jeitoH

@ >rovavelmente. Sa#e, WhitH ;cho que sempre te amei. &as não queria

aceitar isso.@ $u sempre te amei, Shari. Sempre. $ você, in!indo que era minha

irmãinha(

Shari riu, deliciada. Whit tam#3m riu.

Os dois estavam tão enlevados que nem viram uma pessoa entrar.0espertaram ao ouvir o som de al!u3m in!indo tossir.

=rederic5 Lancaster estava porta da sala, apoiado na #en!ala. $lia#ethestava a seu lado.

@ >odemos entrarH @ per!untou o velho Lancaster. @ Ou serA que ainda3 muito cedoH

@ $ntrem @ convidou Whit.

&as não a soltou. ;penas virouIse de rente para os dois, mantendo Sharise!ura pela cintura.

@ 1em certea de que estA tudo #emH @ per!untou a mãe, hesitante,para Shari..

@ 1udo #em. @ Shari estendeu o #ra%o. @ Duero que veja meu anel,mamãe.

@ Oh, sim. @ ; mãe apro'imouIse, constran!ida. @ Whit jA o trou'e devolta do joalheiro, entãoH @ Duando ela olhou o anel, levou um susto. @ &as. ..mas este não 3 o mesmo anel( Ou estou en!anadaH

R




Shari riu, deliciada.

@ Não 3 o mesmo. @ $ virou a mão para a esmeralda #rilhar. @ umalon!a história.

@ O anel 3 lindo @ disse $lia#eth. $stava curiosa para sa#er a história,mas educadamente, se conteve.

@ >osso vêIloH @ per!untou o av. =rederic5 Lancaster tam#3m estavahesitante, de lado, um pouco desajeitado.

Shari notou que ele parecia mais velho, mais alque#rado pelos anos.

@ )laro que sim, vov(

Shari estendeu o #ra%o para ele. O velho veio andando deva!ar. 1omou amão dela com os dedos trêmulos.

@ G muito #om vêIlo a2 @ alou, com vo emocionada.

@ Não contei a ela, vov @ disse Whit.

@ )ontou o quêH @ per!untou Shari, curiosa.Os olhos do velho Lancaster estavam Fmidos.

@ $sse anel... oi o anel de noivado de minha esposa. >retendia darIlhede presente, Shari, mas você u!iu para a niversidade. $ntão eu o entre!uei aWhit, para ele dar de presente sua utura noiva. Nunca ima!inei que osseparar na sua mão, minha neta. SintoIme or!ulhoso.

Shari icou comovida. O anel tinha muito mais si!niicado do que elapensara. $ra uma heran%a da am2lia Lancaster.

@ 1am#3m ico or!ulhosa, vov.

@ Não sei se jA lhe disse isso, Shari. &as você se parece muito comminha alecida esposa, que 0eus a tenha. $la era muito #onita. @ $le sorriu. @$ tinha o mesmo !ênio esquentado que você tem, tam#3m.

@ 0e que outra maneira ela a!Uentaria viver com você, vovH @ #rincouShari, #eijandoIo no rosto calorosamente.

<od entrou naquele instante. $r!ueu uma so#rancelha, curioso.

@ O que estA acontecendoH ocê estA noiva de novoH

@ Nós estamos @ respondeu Shari.

@ ;cho que vou esperar at3 amanhã, para darIlhe os para#3ns. )omvocê, Shari, a !ente nunca sa#e.

60053145 Janet Dailey Rebeldia Fascinacao 67

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