645 óbitos de mulheres em idade fértil 21 óbitos maternos obstétrico.

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645 óbitos de mulheres em idade fértil

21 óbitos maternos obstétrico

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Falha em diagnosticar corretamente ou em tempo hábil

• Equívocos na avaliação da gravidade do quadro clínico ou do risco obstétrico no pré-natal.

• Erros ou retardos no diagnóstico das complicações obstétricas e/ou quadros clínicos apresentado pelas mulheres no pré-natal ou quando de atendimento em hospitais.

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Caso 1 – Lúcia, na 27ª semana de gravidez, foi admitida com infecção urinária, diabetes e pré-eclâmpsia. No terceiro dia do internamento apresentou septicemia, sendo iniciada antibioticoterapia. Diagnóstico final: infecção urinária.

Caso 2 – Simone, no 26º dia do puerpério, com choque séptico e suspeita de cardiopatia isquêmica, foi encaminhada a emergência cardiológica. Chegou a UTI 12 horas após o 1º atendimento, tendo passado por três hospitais. Diagnóstico final (necropsia): Pielonefrite supurada e septicemia, excluída a cardiopatia.

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Caso 11 – Rita, gravidez gemelar, 39 anos, recebeu alta da recuperação 3 horas após parto em “boas condições”. Admitida no alojamento conjunto (15 minutos depois) com “anemia intensa”, “dispnéia” e pressão arterial de 100x70mmHg. Morte por atonia uterina após histerectomia e reposição sanguínea.

Caso 4 – Vera, 21 anos, solteira, negava a gravidez para a família. Atendida em emergência com dor abdominal, morre com hemorragia interna de causa não esclarecida. Pressão arterial aferida na chegada e quando da suspeita de choque (4 horas após).

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Não valorização da fala das mulheres

Caso 11 – Rita, foi avaliada pela enfermagem como “bastante ansiosa” “se recusando a permanecer no leito”, queixa-se de “mal estar”, sofre perda dos sentidos e queda ao levantar-se. Morte por hemorragia com atonia uterina.

Caso 8 – Flor, após alta da UTI, permanece na enfermaria de maternidade privada. Telefona para mãe (pelo celular) dizendo que “estava morrendo”, que se sentia “negligenciada” e que “ninguém a escutava”. Após chegada da mãe ao hospital foi avaliada e encaminhada a UTI, morrendo ao chegar.

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Fragmentação do processo de trabalho

• Fragilidade do vínculo estabelecido dos profissionais de saúde com a mulher e na definição de responsabilidade com o acompanhamento e com o desfecho do caso. Definição pouco clara de responsabilidades entre os obstetras e especialistas consultados.

• Desarticulação entre os profissionais de saúde, resultante da forma de organização do processo de trabalho, parecendo não haver a valorização do trabalho de equipe

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Caso 11 – No caso de Rita a Enfermagem

registrou a evolução negativa do caso e a

convocação de plantonistas que não

avaliaram a gravidade do caso em tempo

oportuno. Hemorragia por atonia uterina.

Caso 17 – Carmem ficou internada durante

três dias em quadro de eclampsia, sendo

evoluída por doze médicos.

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Dificuldade na resolubilidade do problema

• Falha e insuficiência de recursos humanos, equipamentos e outros insumos nos serviços de saúde.

• Deficiência no sistema de referência, na realização de exames diagnósticos e acesso a UTI.

• Ausência de especialistas em serviços de referência para mulheres com gravidez de alto risco, descumprindo determinação da Portaria Ministerial (3432/98).

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Caso 22 – Viviane, portadora de cardiopatia sem acompanhamento ou acesso a realização exame especializado (eletrocardiógrafo danificado). Registrada no prontuário ausência de especialista na UTI

Caso 9 – Amélia, parto em maternidade privada. Eclâmpsia no pós-parto, com complicações seguidas de parada cardíaca. A unidade não dispunha da medicação necessária, inclusive sangue, e os equipamentos indispensáveis para reverter o quadro não estavam funcionando. Transferida para UTI de hospital público.

Caso 2 – Simone, em septicemia, espera 7 horas por vaga na UTI. Transferida para outra unidade.

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Manuseio clínico e cuidado inadequado

• Ausência de programas de

educação continuada contribui

para a redução da capacidade

técnica dos profissionais.

• A superespecialização da

formação médica dificulta a

adequada condução das questões

obstétricas pelos clínicos e dos

aspectos clínicos pelos obstetras.

• A gravidade do caso não se

traduz em acompanhamento mais

efetivo e capaz de surpreender

precocemente complicações e

evitar acidentes.

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Caso 3 – Acácia foi atendida em maternidade, com redução severa do líquido amniótico confirmada. Dez horas após, retorna com “abortamento infectado” e sangramento importante. “Superhidratada”, faz edema agudo de pulmão. Morte por septicemia.

Caso 14 – Helena foi atendida em hospital privado com descolamento prematuro de placenta e pré-eclâmpsia, indicada “reposição volêmica rápida” morre na UTI com edema agudo de pulmão.

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Caso 6 – Isaura, sétima gravidez, dois partos cirúrgicos, aos 40 anos de idade. Admitida no 7º mês com apresentação fetal pélvica não diagnosticada. Parto normal induzido. Morte por ruptura uterina.

Caso 17 – Carmem, admitida com eclâmpsia em maternidade, sofre queda do leito após convulsão na UTI. Faz traumatismo de face e hematoma cerebral.

Caso 20 – Jasmim, com diagnóstico de eclâmpsia grave foi transferida para UTI, sedada e no respirador, removeu a sonda (extubação). Evoluiu com infecção respiratória e septicemia.

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Não realização de pré-natal e descontinuidade da assistência

• Dificuldade de acesso, não captação, recusa das mulheres em realizá-lo ou não adesão ao pré-natal.

• A atenção pré-natal inclui consulta no puerpério, que representa oportunidade para a oferta de métodos de regulação da fecundidade e identificação de complicações e outros problemas de saúde iniciados nesse período

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Caso 21 – Fátima estava na 5ª gestação com seqüela de febre reumática e recomendação médica para não engravidar. Não desejava a gravidez. Morte por aborto infectado.

Caso 2 – Simone não retornou após o parto. No 26º dia do puerpério foi hospitalizada em choque séptico por infecção urinária.

Caso 17 e caso 7 –Carmem e Amanda recusavam-se a realização do pré-natal, segundo relato das famílias.

Caso 13 – Eliane fez pré-natal, mas não conseguiu receber os resultados dos exames. HIV positivo no teste rápido no parto, teve óbito por AIDS sete meses após o parto.

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Há questões complexas que precisam ser compreendidas

•Influência das condições de vida das mulheres

•Arranjos familiares conjugais

•Importância da existência de redes sociais de apoio

•Falta de recursos financeiros

•Compreender se há peregrinação para conseguir atendimento

•Demora dentro da unidade de saúde para conseguir atendimento

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Os obstáculos nos serviços de saúde que mais contribuíram para retardar o recebimento do cuidado adequado dentro das unidades de foram:

a falha em diagnosticar corretamente ou em tempo hábil;

a não valorização das queixas das mulheres;

a fragmentação do processo de trabalho;

dificuldade na resolubilidade do problema;

o manuseio clínico inadequado;

a não realização do pré-natal e a descontinuidade da assistência.

Conclusões

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