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10 Ciência em Movimento | Ano XII | Nº 24 | 2010/2 1 Bióloga graduada pelo Centro Universitário Metodista do Ipa, Especialização em Toxicologia Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 2 Medicina Veterinária graduação em pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutorado em Farmacologia Y Toxicologia pela Universidade de Leon, Técnica da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde, Professor convidado da Pontifícia Uni- versidade Católica do Rio Grande do Sul, Chefe do Núcleo de Toxinas Naturais do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. 3 Bióloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Especialista em Venenos Animais pelo Instituo Butantan, Mestre em Biociências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Docente do Centro Universitário Metodista, do IPA. Revisão sobre toxinas de Anura (Tetrapoda, Lissamphibia) e suas aplicações biotecnológicas Review about toxins of Anura (Tetrapoda, Lissamphibia) and biotechnological applications Michele Flores Dornelles 1 Maria da Graça Boucinha Marques2 Márcia Ferret Renner3 rESUMo Anfíbios fazem parte do imaginário popular desde o início dos tempos, sendo que mitos e lendas acabaram contri- buindo para uma ojeriza com relação a estes espécimes. Atualmente, além dos herpetólogos, profissionais de outras áreas passaram a valorizar estes animais. Tal valorização se deve à utilização de suas toxinas, que contam com uma série de substâncias passíveis de ser utilizadas em aplicações biotecnológicas. O Brasil possui papel de destaque nas pesqui- sas em toxinologia, e Vital Brazil foi um dos pioneiros sobre o assunto. Desde as pesquisas de Vital Brazil, até a criação de Institutos para estudos toxinológicos, o Brasil vem apresentando um crescimento na área. Novos conhecimentos em toxinologia, informações sobre as características taxonômicas de anfíbios, suas toxinas e mecanismos de ação, têm contribuído para novas descobertas, abrangendo prevenção e cuidados em casos de acidentes com animais venenosos e inovações no campo da farmacologia. PALAVrAS-CHAVE Anuros – Biotecnologia - Venenos Animais - Toxinologia. Artigo de revisão Ciencia_em_Movimento_24.indd 103 3/2/2011 14:31:49

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1 Bióloga graduada pelo Centro Universitário Metodista do ipa, Especialização em Toxicologia Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do sul.

2 Medicina Veterinária graduação em pela Universidade Federal do Rio Grande do sul, Doutorado em Farmacologia Y Toxicologia pela Universidade de Leon, Técnica da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em saúde, Professor convidado da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do sul, Chefe do núcleo de Toxinas naturais do Centro de informação Toxicológica do Rio Grande do sul.

3 Bióloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do sul, Especialista em Venenos Animais pelo instituo Butantan, Mestre em Biociências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do sul, Docente do Centro Universitário Metodista, do iPA.

Revisão sobre toxinas de Anura (Tetrapoda, Lissamphibia) e suas aplicações biotecnológicasReview about toxins of Anura (Tetrapoda, Lissamphibia) and biotechnological applications

Michele Flores Dornelles 1

Maria da Graça Boucinha Marques2

Márcia Ferret Renner3

rESUMo

Anfíbios fazem parte do imaginário popular desde o início dos tempos, sendo que mitos e lendas acabaram contri-

buindo para uma ojeriza com relação a estes espécimes. Atualmente, além dos herpetólogos, profissionais de outras

áreas passaram a valorizar estes animais. Tal valorização se deve à utilização de suas toxinas, que contam com uma série

de substâncias passíveis de ser utilizadas em aplicações biotecnológicas. O Brasil possui papel de destaque nas pesqui-

sas em toxinologia, e Vital Brazil foi um dos pioneiros sobre o assunto. Desde as pesquisas de Vital Brazil, até a criação

de institutos para estudos toxinológicos, o Brasil vem apresentando um crescimento na área. novos conhecimentos em

toxinologia, informações sobre as características taxonômicas de anfíbios, suas toxinas e mecanismos de ação, têm

contribuído para novas descobertas, abrangendo prevenção e cuidados em casos de acidentes com animais venenosos

e inovações no campo da farmacologia.

PALAVrAS-CHAVE

Anuros – Biotecnologia - Venenos Animais - Toxinologia.

Artigo de revisão

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ABSTrACT

since the beginning of times, amphibians have been considered part of popular imagination, and myths and legen-

ds have contributed to an aversion to these specimens. nowadays, besides the herpetologists, professionals from other

areas started to give importance to these animals. This is due to the use of their toxins, which have a group of substan-

ces that can be used in biotechnological applications. Brazil has a leading role in toxinology research, and Vital Brazil

was one of the pioneers about this topic. since Vital Brazil research, until the foundation of the toxinology study insti-

tutes, Brasil has been improving the production in this area. new knowledge in toxinology, information of amphibians

taxonomic features, their toxins and mechanisms of action, have contributed to new discoveries, including prevention

and care in case of accidents with venomous animals and innovations in the field of pharmacology.

KEYWorDS

Anurans – Biotechnology - Animal Poisons - Toxinology.

revisão sobre toxinas de Anura...

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INTroDUÇÃo

Desde os tempos mais remotos, anfíbios têm feito

parte do imaginário popular, onde lendas, mitos e his-

tórias, muitas vezes infundadas e inverídicas, têm con-

tribuído para o repúdio da maioria das pessoas com

relação a estes espécimes.

De acordo com Vizotto (2003), este fato se deve em

parte à falta de conhecimento dos povos primitivos pa-

ra explicar muitos dos acontecimentos naturais, atri-

buindo estes fenômenos ao sol e a lua, ao fogo e a água,

a vida e a morte, ou aos animais, os quais eram conside-

rados símbolos divinos, por respeito, medo ou fascínio.

Algumas citações bíblicas relacionam os anfíbios a

seres sórdidos ou pecaminosos, como por exemplo, na

passagem a respeito de normas sobre “Animais Puros

e impuros”, onde salamandras são denominados de

impuros, no relato que define os animais que rastejam

sobre a terra, como abomináveis, ou na citação sobre

a “Praga das Rãs”, segundo a qual milhares de rãs in-

festaram o Egito poluindo o ar, após finalmente serem

mortas (BÍBLiA sAGRADA, 1982).

são diversas as referências literárias, mitos, lendas

e religiosidade envolvendo anfíbios, que desde sem-

pre estiveram presentes na cultura da civilização hu-

mana, e vêm ao longo dos anos sendo relacionados a

sentimentos de ojeriza. segundo Vizotto (2003), talvez

o pavor suscitado por estes espécimes esteja ligado

aos arquétipos e símbolos de “pecado”, muitas vezes

relatados na Bíblia sagrada.

Mas, se por um lado anfíbios causam em algumas

pessoas sensações de medo, repugnância ou receio,

por outro, estes animais têm sido bastante utilizados

e pesquisados por diversos cientistas, principalmente

anfíbios anuros, trazendo contribuições relacionadas

principalmente ao potencial farmacológico na utiliza-

ção de suas toxinas naturais.

Atualmente, com técnicas avançadas no isolamen-

to de substâncias presentes nos venenos animais, a

abrangência na utilização das toxinas de anfíbios vem

aumentando, sendo empregada até mesmo na elabo-

ração de medicamentos.

A grande biodiversidade existente no Brasil contri-

bui para a existência de uma variedade de toxinas,

presentes em uma vasta diversidade de espécimes

animais. Tais toxinas já são utilizadas há algum tempo,

principalmente por indígenas, os quais utilizam os ve-

nenos animais tanto para defesa, como para a cura de

seus males.

O presente trabalho tem como objetivo uma revi-

são da literatura a respeito de toxinas de anuros, a his-

tória e a evolução das pesquisas em toxinologia no

Brasil, e suas aplicações no contexto farmacológico e

biotecnológico, sendo a relevância de tal revisão, o fa-

to de que atualmente a indústria farmacêutica, em

busca de novas substâncias para o desenvolvimento

de fármacos, vem aprofundando-se em pesquisas en-

volvendo toxinas presentes em plantas e animais.

Tendo em vista a vasta biodiversidade existente no

Brasil, o país ocupa um lugar de destaque no forneci-

mento de tal matéria prima, sendo que novos fárma-

cos estão sendo desenvolvidos, buscando uma alter-

nativa aos medicamentos já existentes no mercado, já

que muitos destes vêm apresentando resistência aos

microorganismos nocivos à saúde humana.

CARACTERÍsTiCAs MORFOLÓGiCAs DE AnFÍBiOs

AnUROs

De acordo com a classificação taxonômica, anfí-

bios pertencem ao Filo Chordata, sendo que este gru-

po possui algumas características distintivas, como: a

presença de notocorda, de cordão nervoso dorsal oco,

de uma faringe (ou fendas faríngeas), além de uma

tendência a concentrar seus principais órgãos dos

sentidos na cabeça (encefalização) (HiLDEBRAnD;

GOsLOW, 2006).

Anfíbios são animais ectotérmicos, com pele lisa e

úmida possuindo diversas glândulas (algumas vene-

nosas). Quanto ao comportamento reprodutivo são

dióicos, com fecundação interna (salamandras e cecí-

lias) ou externa (sapos, rãs e pererecas), dependentes

de água para reprodução. são dotados de respiração

pulmonar (ausente em algumas salamandras) cutânea

e branquial em alguns, atuando separadamente ou

em combinação. O coração possui três câmaras e cir-

culação dupla, o sistema excretor é constituído por

pares de rins mesonéfricos, sendo ainda uma caracte-

rística dos anfíbios a presença de um epitélio olfativo

bem desenvolvido (HiCKMAn et al., 2004).

A classe Amphibia compreende os primeiros Tetrá-

poda (tetra = quatro + podos = pé) vertebrados terres-

tres, os quais passaram por modificações corporais e

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epidérmicas devido à transição da água para a terra.

Algumas destas adaptações ao ambiente seco envol-

veram especializações, como o desenvolvimento de

glândulas e pálpebras móveis para lubrificação, lim-

peza e proteção dos olhos, o desenvolvimento de uma

membrana timpânica, possibilitando a ampliação de

fracos sons transmitidos pelo ar, e o desenvolvimento

do órgão de Jacobson pela primeira vez nos anfíbios,

respondendo a informações químicas na boca e nariz,

auxiliando os sentidos do olfato e paladar (sTORER et

al., 2003).

Com relação à história evolutiva dos vertebrados,

os anfíbios representam um importante passo, pois

foram os primeiros animais a conquistarem o ambien-

te terrestre. De acordo com Hickman et al. (2004), este

fato pode estar relacionado a instabilidade existente

no ambiente aquático no período Devoniano (400 mi-

lhões de anos), o qual era permeado por temperaturas

amenas e alternância de secas e inundações. Devido à

evaporação de lagos e riachos, a pouca água restante

se tornava estagnada, perdendo oxigênio dissolvido.

somente peixes com capacidade de obter oxigênio

atmosférico sobreviviam a tais condições. Provavel-

mente foram estes peixes, de nadadeiras lobadas e

pulmonadas que sobreviveram a estes períodos, os

quais originaram os primeiros anfíbios.

Alfred Romer, de Harvard, também sugere que de-

vido à evaporação dos lagos de água doce do Devonia-

no, os vertebrados aquáticos foram obrigados e se mo-

ver em busca de água. As nadadeiras carnosas dos pei-

xes sarcopterígeos teriam sido utilizadas como remos

em busca de água, levando desta forma a sobrevivên-

cia dos mais fortes, e consequentemente ao desenvol-

vimento gradual dos membros (HiCKMAn et al., 2004)

Contudo, anfíbios ainda não são totalmente inde-

pendentes da água. seu tegumento permeável é o prin-

cipal local de troca dos gases respiratórios e precisa se

manter úmido, o que limita a atividade da maioria dos

anfíbios a microambientes relativamente úmidos. O te-

gumento dos anfíbios é dotado de glândulas com subs-

tâncias utilizadas na corte, bem como glândulas produ-

toras de substâncias tóxicas conferindo proteção ao

animal contra predadores (POUGH et al., 2003).

Diferentes tipos de glândulas epidérmicas estão

presentes nos anfíbios, como as mucosas (muco) e gra-

nulosas (ou serosas), distribuídas não uniformemente

sobre o corpo, cabeça e membros. Glândulas mucosas

são mais abundantes, situam-se dorsalmente e secre-

tam um muco viscoso claro que mantém a umidade

sobre a pele. Já as glândulas granulosas se concentram

sobre a cabeça e pescoço (ZUG et al., 2001).

As glândulas granulares dos anfíbios se encontram

sob controle nervoso e hormonal, e secretam um flui-

do ácido e leitoso, muitas vezes tóxica aos predadores.

Estas glândulas estão agrupadas nas “verrugas” dos

sapos (HiCKMAn; GOsLOW, 2006).

Os anfíbios recentes são todos incluídos na sub-

classe Lissamphibia, e embora sejam subdivididos em

três ordens distintas: Anura, representada por anfíbios

sem cauda (sapos, rãs e pererecas), Urodela ou Cauda-

ta, anfíbios com cauda (tritões, salamandras e pro-

teus), e Ápoda ou Gymnophiona, representada por

anfíbios sem patas (cecílias ou “cobras-cegas”) (POU-

GH 2003; HiLDEBRAnD; GOsLOW, 2006; JARED; AnTO-

niAZZi, 2009), o presente artigo irá se ater especifica-

mente à classe Anura.

CARACTERiZAÇÃO DO VEnEnO DE AnFÍBiOs AnU-

ROs E TOXinAs DE inTEREssE FARMACOLÓGiCO

Pouco se sabe quanto à biologia e os venenos da

Classe Amphibia. sabe-se, por exemplo, que a ordem

Anura é a mais numerosa entre os anfíbios, sendo a

fauna brasileira de anuros descrita como uma das mais

ricas do mundo pela sociedade Brasileira de Herpeto-

logia (JARED; AnTOniAZZi, 2009).

intoxicações de envenenamento por anuros são ra-

ras, o que não significa que não existam. Tais animais

possuem um veneno defensivo, produzido por glându-

las situadas na região dorsal da pele, em especial por

glândulas retro auriculares (paratóides), sem a presen-

ça de aparelho inoculador (AUTO, 2005). Alguns anuros

citados como venenosos por Auto (2005), pertencem

ao gênero Bufo, sendo representados por espécies co-

mo o sapo-Boi e o sapo Cururu, cujo veneno é com-

posto por uma mistura de vários elementos ativos, des-

tacando-se substâncias de ação semelhante à adrena-

lina, digitálicas (efeitos cardíacos) e neurotóxicas.

De acordo com Hickman et al. (2004) todos os anfí-

bios produzem veneno na epiderme, mas seu efeito va-

ria de uma espécie para outra, e com diferentes preda-

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dores. O autor cita como exemplo de anuros venenosos

espécies da família Phyllobates, um gênero de peque-

nos sapos sul-americanos, pertencentes à família Den-

drobatidae, sendo esta descrita como produtora de uma

das toxinas animais mais venenosas existentes.

A maioria dos dendrobatídeos possui uma colora-

ção viva, como forma de alertar para suas proprieda-

des desagradáveis, por meio de cores e comporta-

mentos apossemáticos (de alerta). Mais de 200 novos

alcalóides cutâneos obtidos a partir da família Den-

drobatidae são descritos, principalmente de espécies

dos gêneros Dendrobates, Epipedobates, Minyobates

e Phyllobates (POUGH et al., 2003).

Anfíbios possuem um conjunto de glândulas exó-

crinas multicelulares em seu tegumento, diferencia-

das em mucosas e granulares (serosas ou de veneno).

As glândulas granulares são responsáveis pela produ-

ção de uma secreção tóxica, atuando como arma de

defesa nos anfíbios. Tais glândulas de veneno pos-

suem a capacidade de produzir substâncias nocivas

ou tóxicas, com distintos efeitos farmacológicos, co-

mo no caso dos Anuros, que possuem na composição

de seus venenos peptídeos, aminas biogênicas, este-

róides e alcalóides, produzindo efeitos cardiotóxicos,

neurotóxicos, miotóxicos e anestésicos. Alguns anfí-

bios também possuem substâncias antimicrobianas

em seu tegumento, além de elementos com efeito ci-

totóxico, podendo causar danos a nível celular (TOLE-

DO; JARED, 1995).

na Tabela 1 podem-se visualizar alguns anuros de

interesse farmacológico e o mecanismo de ação pre-

sente em suas toxinas.

Jared e Antoniazzi (2009) citam a forma de utili-

zação dos venenos pelos anfíbios anuros, os quais

utilizam suas toxinas exclusivamente para defesa. Os

autores citam como exemplo a espécie Rhinella sch-

neideri (antigo Bufo schneideri ou popular sapo

Cururu) a qual quando ameaçada, infla o corpo exi-

bindo suas glândulas paratóides ao predador, de for-

ma que se for abocanhada pela cabeça, liberará o

veneno leitoso das paratóides, denominado de “leite

do sapo”, cujas toxinas podem ser potencialmente

mortais. Espécies como as Pererecas-Verdes Phyllo-

medusa, da espécie P. rohdei, ao ser atacada, se fin-

gem de morta (tanatose) e se deixam engolir, porém

são regurgitadas em seguida pelo predador, devido

à ação emética da toxina presente em sua derme.

Mesmo havendo um número de anuros conheci-

dos como venenosos, é baixo o índice de envenena-

mento entre os seres humanos. Dentre as espécies

que apresentam toxicidade, podemos citar os sapos

da família Bufonidae, as rãs da família Atelopodidae,

Dendrobatidae, Discoglossidae, Hylidae, Phyllome-

dusae, Pipidae, Ranidae e algumas salamandras do

gênero salamandra (MOnTi; CARDELLO, 2009).

Rosenfeld (1967 apud Miranda 2000) relata que

algumas rãs apresentam glândulas secretoras de

venenos distribuídas na pele, como as pertencen-

tes à família Dendrobatidae e Hylidae. Dentre as rãs

venenosas, podemos citar: a Trachycephalus nigro-

maculatus, cujo veneno provoca irritação de pele e

mucosas, a Phyllomedusa bicolor, sendo que o ve-

neno possui ação quando digerido, e a Dendroba-

tes tinctorius, a qual o veneno possui atividade tó-

Anuros de interesse farmacológico

Família Dendrobatidae Bufonidae Hylidae Pipidae Ranidae

Gênero

Epipedobates

Dendrobates

Phyllobates

Gênero

Bufo*

*(atual Chanus)

Gênero

Phyllomedusa

Gênero

Xenopus

Gênero

Rana

Ação biológica de suas toxinas

Analgésico

Cardiotóxico

Miotóxico

neurotóxico

Alucinógeno

Antimucrobiano

Cardiotóxico

Hemolítico

neurotóxico

Analgésico

Antibiótico

Cicatrizante

Antibiótico

Hemolítico

Antimicrobiano

Tabela 1 - Anuros de interesse farmacológico e ação biológica de suas toxinas

Fonte: Auto (2005); Brazil (1989), Jared; Antoniazzi (2009); Monti; Cardello (1999); Toledo; Jared (1995)

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xica quando inoculado.

UTiLiZAÇÃO DOs VEnEnOs

Assim como as lendas e mitos contribuíram para

depreciar a imagem de anfíbios, muito da observa-

ção da sabedoria popular também acabou auxilian-

do na busca de diferentes princípios ativos para o

desenvolvimento de novos fármacos. Algumas utili-

zações de venenos animais, como das toxinas de an-

fíbios por indígenas, podem ser o caminho inicial o

descobrimento de novos princípios ativos oriundos

de toxinas naturais.

Uso Popular sem Comprovação Científica

“Zooterapia” é definida por Costa-neto (2005)

como a “prática de cura” de doenças humanas utili-

zando substâncias de origem animal, sendo que al-

guns medicamentos já em uso foram elaborados a

partir de produtos metabólicos animais, como suas

secreções. Das 252 substâncias químicas essenciais

selecionadas pela Organização Mundial de saúde

(OMs), 11,1% são oriundas de plantas, e 8,7% são de

origem animal.

Os índios são os pioneiros na utilização de recur-

sos naturais, os quais utilizam os bens disponíveis

nas matas tanto para alimentação, quanto para cura

de enfermidades ou até mesmo para sua proteção.

indígenas habitantes das florestas da Amazônia e

das florestas tropicais da América Central utilizam as

toxinas das rãs pertencentes à família Dendrobati-

dae, sendo que em uma área restrita da selva Colom-

biana, a rã Phylobatis terribilis, é utilizada como ar-

ma letal nas zarabatanas dos índios locais, podendo

matar assim que seu veneno penetrar na circulação

sanguínea (AUTO, 2005).

Outra forma de utilização das toxinas de anfíbios

pelos indígenas é através da “Vacina-do-sapo”, sen-

do a toxina da pereca-verde Phyllomedusa bicolor,

aplicada para a elaboração de tal vacina. A toxina é

aplicada sobre pequenas queimaduras em carne vi-

va na região peitoral ou no braço do índio. Após os

efeitos iniciais da intoxicação como vômitos, náuse-

as, diarréia, taquicardia, sudorese, alterações na

pressão sanguínea e vontade de defecar, outros efei-

tos se sobressaem, como resistência à fome, sede,

analgesia, realce dos sentidos, aumento da força fí-

sica e da capacidade de enfrentar situações de es-

tresse. Esta vacina é utilizada pelos índios peruanos,

e por tribos brasileiras como os Marubus, Katukinas,

e Kaxinawás a fim da obtenção de sucesso em suas

caçadas (JARED e AnTOniAZZi, 2009).

Atualmente, a utilização da “vacina do sapo” não

se restringe as tribos indígenas, não indígenas tam-

bém estão aderindo a esta pratica de medicina não

convencional. na cidade de Espigão do Oeste (Ron-

dônia), um público de classe média alta vem recor-

rendo ao uso da “vacina do sapo” buscando uma for-

ma de medicina alternativa. Os usuários buscam te-

rapias não convencionais para a cura de problemas

de saúde, como diabetes, gastrite, dores musculares,

reumatismo, e alergias (BERnARDE; sAnTOs, 2009).

É válido lembrar que tal prática ainda não é legal-

mente reconhecida (LiMA; LABATE, 2007).

no estado indiano de nagaland, habitantes das

tribos naga, usam seus conhecimentos tradicionais

e produtos animais em sua medicina, como a inges-

tão da carne cozida da rã Limnonectes limnocharis

para aliviar dores no corpo, reumatismo e dores de

queimaduras, a aplicação da pele do animal em

queimaduras, ou o uso da gordura para dores reu-

máticas (JAMiR; LAL, 2005).

Índios da Tribo Pankararé, no município de Gló-

ria, no semi-árido baiano, utilizam seus conhecimen-

tos tradicionais em busca de cura de suas mazelas,

como o uso da gordura do sapo Bufo sp. (atual Chau-

nus sp.) contra reumatismo (COsTA-nETO, 1999).

Fármacos Desenvolvidos

Venenos de anfíbios, por suas moléculas farma-

cologicamente ativas, acabam sendo uma grande

fonte de material não só para pesquisas, mas tam-

bém para o desenvolvimento de produtos utilizando

tais toxinas.

A importância no desenvolvimento de novas

drogas se deve à resistência que os microorganis-

mos vêm desenvolvendo aos medicamentos já exis-

tentes e comumente usados, muitas vezes até, a dro-

gas poderosas e de amplo espectro. na pecuária e na

agronomia, os microorganismos têm desenvolvido

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estratégias de resistências aos bactericidas e fungi-

cidas utilizados no mercado, causando prejuízos aos

seus produtores (PRATEs: BLOCK JR., 2001).

A “emergência” da necessidade de novos fárma-

cos se ilustra pelo grande número de doenças infec-

ciosas existentes e que vêm se tornando resistentes

aos medicamentos usuais. Dentre tais doenças, al-

gumas foram diagnosticadas como casos isolados

ou surtos entre 1951 até 1993, como a dengue he-

morrágica em 1953, doença de Lyme em 1975, Ébola

em 1976, AiDs em 1981, e outras 28 novas doenças

diagnosticadas neste período. Após o ano de 1993,

pelo menos 14 doenças infecciosas, entre elas cóle-

ra, câncer cervical, sífilis e tuberculose ressurgiram

se disseminando mais rapidamente do que no pas-

sado (CAMARGO, 2002).

se expressa neste sentido, a necessidade da des-

coberta de novos princípios ativos, mais potentes do

que os já existentes, não só pelas doenças atuais,

mas pelas que ressurgem e as que virão, visto que

aspectos como a grande mobilidade humana, e a

adaptação e rápida multiplicação dos microorganis-

mos, acaba tornando mais fácil o processo de disse-

minação de doenças.

no ano de 1999, a empresa de biotecnologia Ma-

gainin Pharmaceuticals tentou a aprovação pelo

Food and Drug Administration (FDA) de um medica-

mento antibacteriano, denominado de Pexiganan®

ou Locilex® descoberto em 1987 por Michael Zasloff.

O princípio ativo do medicamento, apresentado na

forma de creme, eram peptídeos (magainina) extra-

ídos da pele de um anfíbio, o Xenopus laevis (rã-de-

unhas-africana) para tratamento de úlceras em pés

diabéticos. O fármaco teve sua aprovação negada,

não por falta de eficácia ou de segurança, mas sim-

plesmente por não ser mais eficiente do que outras

drogas antibióticas já existentes no mercado (MOO-

RE, 2003).

A magainina se caracteriza por ser um peptídeo

de amplo espectro, com atividade antimicrobiana,

sendo que tal substância é lançada para o interior da

pele destes animais, como fluídos corporais que ba-

nham o peritônio. Devido a sua alta potência antimi-

crobiana, a utilização da magainina é sugerida con-

tra bactérias, fungos e protozoários na prevenção da

saúde humana (ZAsLOFF, 1987).

O medicamento Pexiganan®, descoberto por

pesquisas de Zasloff, após ensaios clínicos da Fase

iii, com 835 pacientes com o pé diabético, propor-

cionou a melhora de 90% destes pacientes, com 82%

de erradicação de patógenos. Porém, a não aprova-

ção do medicamento pelo FDA, levou o grupo a en-

cerrar suas pesquisas (GORDOn et al., 2005).

Diversas áreas da medicina têm pesquisado so-

bre a utilização de peptídeos antibióticos, porém,

dada a complexidade das pesquisas nesta área, são

poucos os peptídeos antibióticos que se encontram

em fase pré-clínica avançadas. O tratamento contra

infecções locais é a principal forma de utilização dos

peptídeos atualmente, no entanto, seixas (2002) cita

a utilização das magaininas e de seus análogos como

agentes espermicidas. A magainina possui ação con-

tra elementos patogênicos sexualmente transmissí-

veis, incluindo o HiV. Estudos atuais, in vitro e in vivo

em ratos, confirmam a elevada atividade espermici-

da e antibacteriana da magainina, podendo ser usa-

da futuramente como um novo contraceptivo. O au-

tor também descreve a atividade antitumoral pre-

sente na magainina e em seus análogos, citando

estudos que demonstram que as células tumorais

são mais suscetíveis a peptídeos antibióticos do que

células normais.

Prates e Block Jr. (2001) citam com base em dife-

rentes publicações, que mais de cinqüenta peptíde-

os antimicrobianos já foram isolados de anfíbios,

dentre eles as bombininas, com atividade antimicro-

biana e hemolítica, encontradas nas espécies Bom-

bina variegata e Bombina orientalis, as taquicininas,

os peptídeos opióides, e as maiganinas, com ativida-

de antibacteriana e hemolítica, encontradas na es-

pécie Xenopus laevis, as ceruleínas e a xenopsina,

também encontradas na espécie Xenopus laevis. Em

outro gênero de anuros denominados de Rana, fo-

ram encontrados peptídeos com atividade antimi-

crobiana nas espécies R. esculenta, R. Temporaria, R.

brevipoda, R. catesbeiana, R. rugosa. Tais peptídeos

são denominados de esculentinas, temporinas, bre-

vininas, ranalexinas e rugosinas respectivamente.

na América do sul foram detectados potentes pep-

tídeos antimicrobianos e cicatrizantes nas espécies

P. bicolor, P. distincta, P. tarsius e P. sauvagei, ambas

pertencentes ao gênero Phyllomedusa.

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no ano de 1974, John Daly extraiu da pele de Epi-

pedobates tricolor, uma mistura rica em alcalóides, a

epibatidina. Após análises e purificação, a substância

demonstrou atividade analgésica em camundongos,

sendo de 200 a 500 vezes mais potente do que a mor-

fina. sua estrutura singular e potência analgésica le-

varam alguns grupos de pesquisa a se dedicarem à

síntese da epibatidina. Porém, mesmo com os efeitos

antinociceptivos da substância, ela também causa hi-

potermia, ataxia, convulsões e até letalidade em ad-

ministrações repetidas. Após diversos estudos reaili-

zados, evidenciou-se que a epibatidina, possui baixo

índice terapêutico, sendo imprópria para uso como

analgésico. Foi criada então, a epiboxidina, um fárma-

co híbrido, resultante da combinação de elementos

da epibatidina com outros da substância ABT-418, a

qual apresenta atividade analgésica, melhora da ca-

pacidade cognitiva, e menor toxicidade do que a epi-

batidina (FALKEnBERG; PEREiRA, 2007).

Erspamer et al. (1989) foram os pesquisadores res-

ponsáveis pelo isolamento, caracterização, síntese e

descoberta das propriedades farmacológicas dos

peptídeos opióides, deltorfina e dermorfina, isoladas

da pele da Phyllomedusa bicolor. Os peptídeos del-

torfina (potencial uso para tratamento de isquemia)

e dermorfina (potente analgésico) podem ser utiliza-

dos para tratamento de doenças como Mal de Parkin-

son, AiDs, câncer, depressão, entre outras doenças,

sendo que tais substâncias já são fabricadas sinteti-

camente. Estados Unidos e Japão já patentearam

compostos com as palavras “Phyllomedusa bicolor”,

“deltorphin” e ou “dermorphin” em sua descrição

(AMAZOnLinK, 2003).

Visando a identificação de substâncias para o de-

senvolvimento de potenciais fármacos para o trata-

mento de alergias, doenças auto-imunes e transplan-

te de órgãos, sem os efeitos colaterais das medica-

ções já existentes no mercado e a um custo mais bai-

xo, sá (2005) pesquisou extratos de pele e de glându-

la paratóide de espécies de anuros oriundos do semi-

árido brasileiro, estudando o potencial farmacológico

destes anuros quanto à sua atividade imunomodula-

dora. Extratos de pele e glândula do Bufo rubescens

(atual Chaunus rubescens) apresentaram atividade

supressora na proliferação de linfócitos, e uma molé-

cula protéica com atividade imunossupressora já está

sendo isolada a partir da pele e glândula deste anuro.

sá (2005) sugere que a partir das substâncias extraí-

das do B. rubescens (atual Chaunus rubescens), pode

se chegar a uma molécula ativa, candidata ao desen-

volvimento de uma nova droga imunomoduladora.

Atualmente no Brasil, o Centro de Pesquisa, ino-

vação e Difusão em Toxinologia (CAT/CEPiD) uma or-

ganização criada em 1998 e vinculada à Fundação de

Amparo à Pesquisa do estado de são Paulo (FAPEsP),

situada no instituto Butantan, vem realizando pesqui-

sas sobre compostos derivados de toxinas animais de

interesse médico, ecológico e econômico. As parce-

rias da CAT/CEPiD com laboratórios farmacêuticos co-

mo Biolab/sanus, Biosintética, União Química e Cris-

tália, e com as inglesas Merck, e sharp & Dhome, vi-

sam o desenvolvimento de um fármaco genuinamen-

te brasileiro, com biotecnologia obtida através de

pesquisas no centro. Os focos das pesquisas no CAT/

CEPiD envolvem hipertensivos e drogas vasodilata-

doras, fatores anticoagulantes, neurotoxinas, com-

postos bioativos da secreção da pele de anfíbios, e

enterotoxinas bacterianas (CAMARGO, 2005).

no ano de 2008, Libério pesquisou as proprieda-

des existentes na secreção glandular da rã-pimenta

Leptodactylus labyrinthicus, a qual apresentou ativi-

dades antibacterianas e anticancerígenas (LiBÉRiO,

2008).

Honorato em 2009, em análise da secreção cutâ-

nea do anuro Eupemphix nattereri encontrou peptí-

deos de atividade antimicrobiana, os quais podem vir

a servir de modelo para o desenho de novas drogas

terapêuticas (HOnORATO, 2009).

no ano de 2010, trabalhos de mais de 120 cientis-

tas de 20 países diferentes, incluindo pesquisadores

de instituições como o instituto Butantan, Fundação

Oswaldo Cruz (FiOCRUZ), Universidade de são Paulo

(UsP), Universidade Estadual paulista (UnEsP), e a

Universidade Estadual de Campinas (UniCAMP), fo-

ram reunidos no livro Animal Toxins: state of the art.

Perspectives in health and biotechnology. O livro sin-

tetiza conhecimentos internacionais acumulados nos

últimos anos a respeito de toxinas animais, além de

catalogar as mais novas aplicações em medicina e

biotecnologia (CAsTRO, 2010).

na tabela 2 podem-se visualizar as propriedades

farmacológicas presentes nas toxinas de anfíbios.

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CoNCLUSÃo

A diversidade de substâncias presentes nos ve-

nenos de anfíbios, e suas moléculas farmacologica-

mente ativas, podem vir a auxiliar no desenvolvimen-

to de novos fármacos, assim como práticas de medi-

cina tradicional com utilização de toxinas animais

podem vir a contribuir para descobrimento de novos

compostos com potencial uso farmacológico.

A importância na busca de princípios ativos alter-

nativos se deve ao fato de que alguns dos fármacos

atuais vêm perdendo sua eficácia e adquirindo resis-

tência a microorganismos nocivos à saúde humana.

O avanço das pesquisas em toxinologia no Brasil

é um passo importante para o desenvolvimento do

país, buscando o aperfeiçoamento das tecnologias e

do conhecimento já existente, além de poder auxiliar

as opções terapêuticas existentes.

Para tanto, pesquisas com toxinas naturais, de-

vem receber apoio não só de empresas privadas, mas

também do governo brasileiro.

Um aspecto importante a ser lembrado, é o fato

da biopirataria. O Brasil possui uma grande biodiver-

sidade, sendo que ainda existem muitas toxinas a se-

rem descobertas. Portanto o país deve patentear su-

as descobertas científicas, evitando a apropriação de

toxinas genuinamente brasileiras por empresas es-

trangeiras.

TOXinA EsPÉCiE PROPRiEDADE

AnFÍBiOs AnUROs

Bombinina Bombina variegata

Bombina orientalis

Antimicrobiana

Brevinina Rana brevipoda Antimicrobiana

Epibatidina Epipedobates tricolor Analgésica

Esculentina Rana esculenta Antimicrobiana

Dermaseptina Phyllomedusa bicolor

Phyllomedusa tarsius

Phyllomedusa sauvagei

Phyllomedusa distincta

Antimicrobiana e Cicatrizante

Deltorfina Phyllomedusa bicolor Tratamento de isquemia, Câncer,

Depressão, Mal de Parkinson

Dermorfina Phyllomedusa bicolor Analgésica, Tratamento de isquemia,

Câncer, Depressão, Mal de Parkinson

Extrato da pele Bufo rubescens*

*(atual Chaunus rubescens)

Atividade imunossupressora

Magainina Xenopus laevis Antibiótica, Agente espermicida,

Antitumoral, Antibacteriana

Ranalexina Rana catesbiana Antimicrobiana

Rugosina Rana rugosa Antimicrobiana

Temporina Rana catesbiana Antimicrobiana

Fonte: Erspamer et al. (1989); Falkenberg; Pereira (2007); Prates e Block Jr (2001); sá (2005); Zasloff (1987).

Tabela 2 - Toxinas Animais de Anfíbios e suas Propriedades Farmacológicas

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Ciência em Movimento | Ano Xii | nº 24 | 2010/2

Instruções aos AutoresinFORMAÇÕEs BÁsiCAs

A revista Ciência em Movimento foi criada em 1999 com o objetivo de divulgar as produções acadêmicas de pro-

fessores e de alunos vinculados aos cursos da área da saúde, do iMEC e do iPA. Em 2005, a revista começou a ser refor-

mulada de acordo com as novas necessidades e perspectivas do Centro Universitário Metodista iPA.

Em julho de 2006, iniciou sua segunda e atual fase, dividida em dossiês temáticos, conforme as linhas originadas

dos grupos de pesquisa do Centro Universitário.

A revista Ciência em Movimento tem por objetivo a publicação de trabalhos científicos inéditos, voltando-se para a

reflexão acadêmica, a divulgação da pesquisa e para o intercâmbio científico de estudos interdisciplinares, que abordam

temas das áreas das Ciências Humanas, Biológicas e saúde, caracterizando-se pelo tratamento multidisciplinar da pro-

dução científica. O conteúdo do material enviado para publicação na Ciência em Movimento não pode ter sido publi-

cado anteriormente (exceto na forma de resumo), nem submetido para publicação em outros periódicos científicos. Os

conceitos e as declarações contidos no trabalho são de total responsabilidade dos autores. Os textos originários de

projetos de pesquisa, que envolvam seres humanos, animais e medicamentos, deverão apresentar a data da aprovação

do projeto em questão por um Comitê de Ética. Os manuscritos serão analisados por pareceristas convidados e, se não

estiverem de acordo com estas instruções, serão imediatamente devolvidos. Após análise, se necessário, os artigos re-

tornarão aos autores para correções e adequações. Alterações de conteúdo não serão aceitas nesta fase. não há remu-

neração pelos trabalhos publicados na revista. Ao final, os autores receberão cinco exemplares da edição. O autor cor-

respondente deve assinar um termo de autorização de direitos autorais, que será encaminhado por e-mail e deve re-

tornar para a Editora impresso. Por isso, é essencial que o autor envie uma carta de apresentação assinada aos Editores

de Área e para a Coordenação da Editora, fornecendo endereço completo (incluir CEP), telefone e e-mail para contato,

responsabilizando-se pela autoria e concordância dos demais autores com relação à submissão do manuscrito.

Os originais devem ser enviados para Editora Universitaria Metodista iPA, Revista Ciência em Movimento, A/C Edi-

tores de Área (conforme dossiê temático). O endereço: Rua Cel. Joaquim Pedro salgado, nº 80, Predio B, sala 305,

90420-060, Porto Alegre, Rs, Brasil. Endereço para submissão eletrônica: [email protected]

EDITorES DE ÁrEA – Educação e Direitos Humanos

Prof. Dr. Gilson Luiz de Oliveira Lima

Profª. Dr. Marlis Morosini Polidori

EDITorES DE ÁrEA - reabilitação e Saúde

Prof. Dr. Jerri Ribeiro

Profª. Dr. Maristela Padilha

EDITorES DE ÁrEA - Biociências e Saúde

Profª. Dr. Alessandra Peres

Instruções aos autores

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NorMAS EDITorIAIS

Biociências e Saúde

Os manuscritos submetidos para a revista Ciência em

Movimento – dossiê temático Biociências e saúde devem

seguir as especificações:

1 – O autor deve remeter seu texto original via e-mail,

mencionando o título completo do trabalho, seu nome,

sua titulação máxima e sua posição na instituição(s) em

que atua, bem como endereço completo, e-mail e telefo-

nes para contato. Após contato com Editora, deve enca-

minhar, impressa, a autorização dos Direitos Autorais de

seu trabalho.

2 – Os textos deverão ser digitados e encaminhados

prontos, segundo as normas atuais da ABnT: fonte Times

new Roman ou Arial, corpo 12, espaço 1,5, em folhas de

papel A4 (210x297), numa única face, em páginas nume-

radas. Para citações com mais de três linhas, legendas e

notas de rodapé, corpo 10, espaço simples, com recuo de

início de parágrafo justificado. Margem superior e es-

querda 3cm e margem inferior e direita 2cm.

3 - ser escrito em Língua Portuguesa ou em Língua

Estrangeira. se escrito em Língua Portuguesa, deve trazer

título, resumo e palavras-chave em Língua inglesa. se es-

crito em outra língua, deve conter esses componentes

em Língua Portuguesa. Os resumos não podem ultrapas-

sar 300 (trezentas) palavras, seguidos das palavras-chave

(até cinco termos), que correspondam a palavras ou ex-

pressões que identificam o conteúdo do artigo, em am-

bas as línguas, permitindo assim a adequada indexação

do trabalho.

4 – O texto deve limitar-se a um máximo de 20 pági-

nas, o que corresponde a 48.000 caracteres (com espaço)

e as resenhas, no máximo 9.600 caracteres (com espa-

ço).

5 – Para citações bibliográficas de literatura no texto,

usar o sistema autor-data. As citações literais curtas (até

três linhas) serão integradas no parágrafo, entre aspas, e

seguidas pelo sobrenome do autor referido no texto, ano

de publicação e página(s) do texto citado, tudo entre pa-

rênteses e separado por vírgulas. As citações de mais de

três linhas serão destacadas no texto em parágrafo espe-

cial com recuo (quatro espaços a direita da margem es-

querda). As referências sem citação literal devem ser in-

corporadas no texto, indicando entre parênteses, ao final,

o sobrenome do autor e o ano da publicação.

6 – As notas, se necessárias, serão numeradas con-

secutivamente dentro do texto e colocadas ao pé da

página.

7 - ilustrações (fotografias, gráficos, desenhos ou es-

quemas): devem conter título e fonte, e estar numeradas

consecutivamente com algarismos arábicos. Deverão

também estar em condições de impressão fidedigna e de

qualidade, e devem ser encaminhadas em arquivo sepa-

rado do texto, com indicações claras, ao longo do texto,

do local de inserção das imagens. As fotografias de pes-

soas devem estar acompanhadas de autorização das

mesmas com assinatura e data e em formato jpg.

8 – As referências deverão ser incluídas ao final do

artigo, em ordem alfabética e dentro das normas atuais

da ABnT, de acordo com os exemplos abaixo:

Livros

ALVEs, Roque de Brito. Ciência Criminal. Rio de Janei-

ro: Forense, 1995.

LEMOs, Carlos A. O morar em são Paulo no tempo dos

italianos. in: DE BOni, Luis A. (Org.). A presença italiana no

Brasil. Porto Alegre: Escola superior de Teologia,

1990. n. 740, p. 401-409.

REGO, L. L. B. O desenvolvimento cognitivo e a pron-

tidão para a alfabetização. in: CARRARO, T. n. (Org.).

Aprender pensando. 6. ed. Petrópolis: Vozes,

1991, p. 31-40.

Artigos de periódico

nOGUEiRA, Ronidalva. Michel Foucault numa breve

visita as prisões de Pernambuco. Cadernos de Estudos

sociais, Recife, v. 6, n. 2, p. 269-282, jul./dez. 1990.

O REi está nu (2): adianta porém constatar o obvio?

Instruções aos autores

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Ciência em Movimento | Ano Xii | nº 24 | 2010/2

isto é, são Paulo, n. 1189, p. 15, 15 jul. 1992. Editorial.

CAnOnGiA, Ana irene et al. A participação da enfer-

magem e do alunato nos grupos com pacientes psicóti-

cos: um encontro fundamental. Pulsional Revista de Psi-

canálise, são Paulo, ano XiV, n. 150, p. 27-31, out. 2001.

Artigos e/ou matérias de revista, boletim

etc. em meio eletrônico

GUnCHO, M. R. A educação à distância e a biblioteca

universitária. in: sEMinARiO DE BiBLiOTECAs UniVERsi-

TARiAs, 10, 1998, Fortaleza, Anais... Fortaleza: Tec. Treina,

1998. 1 CD-ROM.

RiBEiRO, P. s. G. Adoção a brasileira: uma analise so-

ciojuridica. Dataveni@, são Paulo, ano 3, n. 18, ago. 1998.

Disponível em: <http://www.datavenia.inf.br/frame.ar-

tig.html>. Acesso em: 10 set. 1998.

Teses Acadêmicas

RAMOs, Eloísa Helena Capovila da Luz. O Partido Re-

publicano rio-grandense e o poder local no litoral norte

do Rio Grande do sul – 1882/1895. 1990. 284 f. Disserta-

ção (Mestrado em Historia) – instituto de Filosofia e Ciên-

cias Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do

sul, Porto Alegre.

Instruções aos autores

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