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Ciência em Movimento | Ano Xii | nº 24 | 2010/2
1 Bióloga graduada pelo Centro Universitário Metodista do ipa, Especialização em Toxicologia Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do sul.
2 Medicina Veterinária graduação em pela Universidade Federal do Rio Grande do sul, Doutorado em Farmacologia Y Toxicologia pela Universidade de Leon, Técnica da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em saúde, Professor convidado da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do sul, Chefe do núcleo de Toxinas naturais do Centro de informação Toxicológica do Rio Grande do sul.
3 Bióloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do sul, Especialista em Venenos Animais pelo instituo Butantan, Mestre em Biociências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do sul, Docente do Centro Universitário Metodista, do iPA.
Revisão sobre toxinas de Anura (Tetrapoda, Lissamphibia) e suas aplicações biotecnológicasReview about toxins of Anura (Tetrapoda, Lissamphibia) and biotechnological applications
Michele Flores Dornelles 1
Maria da Graça Boucinha Marques2
Márcia Ferret Renner3
rESUMo
Anfíbios fazem parte do imaginário popular desde o início dos tempos, sendo que mitos e lendas acabaram contri-
buindo para uma ojeriza com relação a estes espécimes. Atualmente, além dos herpetólogos, profissionais de outras
áreas passaram a valorizar estes animais. Tal valorização se deve à utilização de suas toxinas, que contam com uma série
de substâncias passíveis de ser utilizadas em aplicações biotecnológicas. O Brasil possui papel de destaque nas pesqui-
sas em toxinologia, e Vital Brazil foi um dos pioneiros sobre o assunto. Desde as pesquisas de Vital Brazil, até a criação
de institutos para estudos toxinológicos, o Brasil vem apresentando um crescimento na área. novos conhecimentos em
toxinologia, informações sobre as características taxonômicas de anfíbios, suas toxinas e mecanismos de ação, têm
contribuído para novas descobertas, abrangendo prevenção e cuidados em casos de acidentes com animais venenosos
e inovações no campo da farmacologia.
PALAVrAS-CHAVE
Anuros – Biotecnologia - Venenos Animais - Toxinologia.
Artigo de revisão
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ABSTrACT
since the beginning of times, amphibians have been considered part of popular imagination, and myths and legen-
ds have contributed to an aversion to these specimens. nowadays, besides the herpetologists, professionals from other
areas started to give importance to these animals. This is due to the use of their toxins, which have a group of substan-
ces that can be used in biotechnological applications. Brazil has a leading role in toxinology research, and Vital Brazil
was one of the pioneers about this topic. since Vital Brazil research, until the foundation of the toxinology study insti-
tutes, Brasil has been improving the production in this area. new knowledge in toxinology, information of amphibians
taxonomic features, their toxins and mechanisms of action, have contributed to new discoveries, including prevention
and care in case of accidents with venomous animals and innovations in the field of pharmacology.
KEYWorDS
Anurans – Biotechnology - Animal Poisons - Toxinology.
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INTroDUÇÃo
Desde os tempos mais remotos, anfíbios têm feito
parte do imaginário popular, onde lendas, mitos e his-
tórias, muitas vezes infundadas e inverídicas, têm con-
tribuído para o repúdio da maioria das pessoas com
relação a estes espécimes.
De acordo com Vizotto (2003), este fato se deve em
parte à falta de conhecimento dos povos primitivos pa-
ra explicar muitos dos acontecimentos naturais, atri-
buindo estes fenômenos ao sol e a lua, ao fogo e a água,
a vida e a morte, ou aos animais, os quais eram conside-
rados símbolos divinos, por respeito, medo ou fascínio.
Algumas citações bíblicas relacionam os anfíbios a
seres sórdidos ou pecaminosos, como por exemplo, na
passagem a respeito de normas sobre “Animais Puros
e impuros”, onde salamandras são denominados de
impuros, no relato que define os animais que rastejam
sobre a terra, como abomináveis, ou na citação sobre
a “Praga das Rãs”, segundo a qual milhares de rãs in-
festaram o Egito poluindo o ar, após finalmente serem
mortas (BÍBLiA sAGRADA, 1982).
são diversas as referências literárias, mitos, lendas
e religiosidade envolvendo anfíbios, que desde sem-
pre estiveram presentes na cultura da civilização hu-
mana, e vêm ao longo dos anos sendo relacionados a
sentimentos de ojeriza. segundo Vizotto (2003), talvez
o pavor suscitado por estes espécimes esteja ligado
aos arquétipos e símbolos de “pecado”, muitas vezes
relatados na Bíblia sagrada.
Mas, se por um lado anfíbios causam em algumas
pessoas sensações de medo, repugnância ou receio,
por outro, estes animais têm sido bastante utilizados
e pesquisados por diversos cientistas, principalmente
anfíbios anuros, trazendo contribuições relacionadas
principalmente ao potencial farmacológico na utiliza-
ção de suas toxinas naturais.
Atualmente, com técnicas avançadas no isolamen-
to de substâncias presentes nos venenos animais, a
abrangência na utilização das toxinas de anfíbios vem
aumentando, sendo empregada até mesmo na elabo-
ração de medicamentos.
A grande biodiversidade existente no Brasil contri-
bui para a existência de uma variedade de toxinas,
presentes em uma vasta diversidade de espécimes
animais. Tais toxinas já são utilizadas há algum tempo,
principalmente por indígenas, os quais utilizam os ve-
nenos animais tanto para defesa, como para a cura de
seus males.
O presente trabalho tem como objetivo uma revi-
são da literatura a respeito de toxinas de anuros, a his-
tória e a evolução das pesquisas em toxinologia no
Brasil, e suas aplicações no contexto farmacológico e
biotecnológico, sendo a relevância de tal revisão, o fa-
to de que atualmente a indústria farmacêutica, em
busca de novas substâncias para o desenvolvimento
de fármacos, vem aprofundando-se em pesquisas en-
volvendo toxinas presentes em plantas e animais.
Tendo em vista a vasta biodiversidade existente no
Brasil, o país ocupa um lugar de destaque no forneci-
mento de tal matéria prima, sendo que novos fárma-
cos estão sendo desenvolvidos, buscando uma alter-
nativa aos medicamentos já existentes no mercado, já
que muitos destes vêm apresentando resistência aos
microorganismos nocivos à saúde humana.
CARACTERÍsTiCAs MORFOLÓGiCAs DE AnFÍBiOs
AnUROs
De acordo com a classificação taxonômica, anfí-
bios pertencem ao Filo Chordata, sendo que este gru-
po possui algumas características distintivas, como: a
presença de notocorda, de cordão nervoso dorsal oco,
de uma faringe (ou fendas faríngeas), além de uma
tendência a concentrar seus principais órgãos dos
sentidos na cabeça (encefalização) (HiLDEBRAnD;
GOsLOW, 2006).
Anfíbios são animais ectotérmicos, com pele lisa e
úmida possuindo diversas glândulas (algumas vene-
nosas). Quanto ao comportamento reprodutivo são
dióicos, com fecundação interna (salamandras e cecí-
lias) ou externa (sapos, rãs e pererecas), dependentes
de água para reprodução. são dotados de respiração
pulmonar (ausente em algumas salamandras) cutânea
e branquial em alguns, atuando separadamente ou
em combinação. O coração possui três câmaras e cir-
culação dupla, o sistema excretor é constituído por
pares de rins mesonéfricos, sendo ainda uma caracte-
rística dos anfíbios a presença de um epitélio olfativo
bem desenvolvido (HiCKMAn et al., 2004).
A classe Amphibia compreende os primeiros Tetrá-
poda (tetra = quatro + podos = pé) vertebrados terres-
tres, os quais passaram por modificações corporais e
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epidérmicas devido à transição da água para a terra.
Algumas destas adaptações ao ambiente seco envol-
veram especializações, como o desenvolvimento de
glândulas e pálpebras móveis para lubrificação, lim-
peza e proteção dos olhos, o desenvolvimento de uma
membrana timpânica, possibilitando a ampliação de
fracos sons transmitidos pelo ar, e o desenvolvimento
do órgão de Jacobson pela primeira vez nos anfíbios,
respondendo a informações químicas na boca e nariz,
auxiliando os sentidos do olfato e paladar (sTORER et
al., 2003).
Com relação à história evolutiva dos vertebrados,
os anfíbios representam um importante passo, pois
foram os primeiros animais a conquistarem o ambien-
te terrestre. De acordo com Hickman et al. (2004), este
fato pode estar relacionado a instabilidade existente
no ambiente aquático no período Devoniano (400 mi-
lhões de anos), o qual era permeado por temperaturas
amenas e alternância de secas e inundações. Devido à
evaporação de lagos e riachos, a pouca água restante
se tornava estagnada, perdendo oxigênio dissolvido.
somente peixes com capacidade de obter oxigênio
atmosférico sobreviviam a tais condições. Provavel-
mente foram estes peixes, de nadadeiras lobadas e
pulmonadas que sobreviveram a estes períodos, os
quais originaram os primeiros anfíbios.
Alfred Romer, de Harvard, também sugere que de-
vido à evaporação dos lagos de água doce do Devonia-
no, os vertebrados aquáticos foram obrigados e se mo-
ver em busca de água. As nadadeiras carnosas dos pei-
xes sarcopterígeos teriam sido utilizadas como remos
em busca de água, levando desta forma a sobrevivên-
cia dos mais fortes, e consequentemente ao desenvol-
vimento gradual dos membros (HiCKMAn et al., 2004)
Contudo, anfíbios ainda não são totalmente inde-
pendentes da água. seu tegumento permeável é o prin-
cipal local de troca dos gases respiratórios e precisa se
manter úmido, o que limita a atividade da maioria dos
anfíbios a microambientes relativamente úmidos. O te-
gumento dos anfíbios é dotado de glândulas com subs-
tâncias utilizadas na corte, bem como glândulas produ-
toras de substâncias tóxicas conferindo proteção ao
animal contra predadores (POUGH et al., 2003).
Diferentes tipos de glândulas epidérmicas estão
presentes nos anfíbios, como as mucosas (muco) e gra-
nulosas (ou serosas), distribuídas não uniformemente
sobre o corpo, cabeça e membros. Glândulas mucosas
são mais abundantes, situam-se dorsalmente e secre-
tam um muco viscoso claro que mantém a umidade
sobre a pele. Já as glândulas granulosas se concentram
sobre a cabeça e pescoço (ZUG et al., 2001).
As glândulas granulares dos anfíbios se encontram
sob controle nervoso e hormonal, e secretam um flui-
do ácido e leitoso, muitas vezes tóxica aos predadores.
Estas glândulas estão agrupadas nas “verrugas” dos
sapos (HiCKMAn; GOsLOW, 2006).
Os anfíbios recentes são todos incluídos na sub-
classe Lissamphibia, e embora sejam subdivididos em
três ordens distintas: Anura, representada por anfíbios
sem cauda (sapos, rãs e pererecas), Urodela ou Cauda-
ta, anfíbios com cauda (tritões, salamandras e pro-
teus), e Ápoda ou Gymnophiona, representada por
anfíbios sem patas (cecílias ou “cobras-cegas”) (POU-
GH 2003; HiLDEBRAnD; GOsLOW, 2006; JARED; AnTO-
niAZZi, 2009), o presente artigo irá se ater especifica-
mente à classe Anura.
CARACTERiZAÇÃO DO VEnEnO DE AnFÍBiOs AnU-
ROs E TOXinAs DE inTEREssE FARMACOLÓGiCO
Pouco se sabe quanto à biologia e os venenos da
Classe Amphibia. sabe-se, por exemplo, que a ordem
Anura é a mais numerosa entre os anfíbios, sendo a
fauna brasileira de anuros descrita como uma das mais
ricas do mundo pela sociedade Brasileira de Herpeto-
logia (JARED; AnTOniAZZi, 2009).
intoxicações de envenenamento por anuros são ra-
ras, o que não significa que não existam. Tais animais
possuem um veneno defensivo, produzido por glându-
las situadas na região dorsal da pele, em especial por
glândulas retro auriculares (paratóides), sem a presen-
ça de aparelho inoculador (AUTO, 2005). Alguns anuros
citados como venenosos por Auto (2005), pertencem
ao gênero Bufo, sendo representados por espécies co-
mo o sapo-Boi e o sapo Cururu, cujo veneno é com-
posto por uma mistura de vários elementos ativos, des-
tacando-se substâncias de ação semelhante à adrena-
lina, digitálicas (efeitos cardíacos) e neurotóxicas.
De acordo com Hickman et al. (2004) todos os anfí-
bios produzem veneno na epiderme, mas seu efeito va-
ria de uma espécie para outra, e com diferentes preda-
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dores. O autor cita como exemplo de anuros venenosos
espécies da família Phyllobates, um gênero de peque-
nos sapos sul-americanos, pertencentes à família Den-
drobatidae, sendo esta descrita como produtora de uma
das toxinas animais mais venenosas existentes.
A maioria dos dendrobatídeos possui uma colora-
ção viva, como forma de alertar para suas proprieda-
des desagradáveis, por meio de cores e comporta-
mentos apossemáticos (de alerta). Mais de 200 novos
alcalóides cutâneos obtidos a partir da família Den-
drobatidae são descritos, principalmente de espécies
dos gêneros Dendrobates, Epipedobates, Minyobates
e Phyllobates (POUGH et al., 2003).
Anfíbios possuem um conjunto de glândulas exó-
crinas multicelulares em seu tegumento, diferencia-
das em mucosas e granulares (serosas ou de veneno).
As glândulas granulares são responsáveis pela produ-
ção de uma secreção tóxica, atuando como arma de
defesa nos anfíbios. Tais glândulas de veneno pos-
suem a capacidade de produzir substâncias nocivas
ou tóxicas, com distintos efeitos farmacológicos, co-
mo no caso dos Anuros, que possuem na composição
de seus venenos peptídeos, aminas biogênicas, este-
róides e alcalóides, produzindo efeitos cardiotóxicos,
neurotóxicos, miotóxicos e anestésicos. Alguns anfí-
bios também possuem substâncias antimicrobianas
em seu tegumento, além de elementos com efeito ci-
totóxico, podendo causar danos a nível celular (TOLE-
DO; JARED, 1995).
na Tabela 1 podem-se visualizar alguns anuros de
interesse farmacológico e o mecanismo de ação pre-
sente em suas toxinas.
Jared e Antoniazzi (2009) citam a forma de utili-
zação dos venenos pelos anfíbios anuros, os quais
utilizam suas toxinas exclusivamente para defesa. Os
autores citam como exemplo a espécie Rhinella sch-
neideri (antigo Bufo schneideri ou popular sapo
Cururu) a qual quando ameaçada, infla o corpo exi-
bindo suas glândulas paratóides ao predador, de for-
ma que se for abocanhada pela cabeça, liberará o
veneno leitoso das paratóides, denominado de “leite
do sapo”, cujas toxinas podem ser potencialmente
mortais. Espécies como as Pererecas-Verdes Phyllo-
medusa, da espécie P. rohdei, ao ser atacada, se fin-
gem de morta (tanatose) e se deixam engolir, porém
são regurgitadas em seguida pelo predador, devido
à ação emética da toxina presente em sua derme.
Mesmo havendo um número de anuros conheci-
dos como venenosos, é baixo o índice de envenena-
mento entre os seres humanos. Dentre as espécies
que apresentam toxicidade, podemos citar os sapos
da família Bufonidae, as rãs da família Atelopodidae,
Dendrobatidae, Discoglossidae, Hylidae, Phyllome-
dusae, Pipidae, Ranidae e algumas salamandras do
gênero salamandra (MOnTi; CARDELLO, 2009).
Rosenfeld (1967 apud Miranda 2000) relata que
algumas rãs apresentam glândulas secretoras de
venenos distribuídas na pele, como as pertencen-
tes à família Dendrobatidae e Hylidae. Dentre as rãs
venenosas, podemos citar: a Trachycephalus nigro-
maculatus, cujo veneno provoca irritação de pele e
mucosas, a Phyllomedusa bicolor, sendo que o ve-
neno possui ação quando digerido, e a Dendroba-
tes tinctorius, a qual o veneno possui atividade tó-
Anuros de interesse farmacológico
Família Dendrobatidae Bufonidae Hylidae Pipidae Ranidae
Gênero
Epipedobates
Dendrobates
Phyllobates
Gênero
Bufo*
*(atual Chanus)
Gênero
Phyllomedusa
Gênero
Xenopus
Gênero
Rana
Ação biológica de suas toxinas
Analgésico
Cardiotóxico
Miotóxico
neurotóxico
Alucinógeno
Antimucrobiano
Cardiotóxico
Hemolítico
neurotóxico
Analgésico
Antibiótico
Cicatrizante
Antibiótico
Hemolítico
Antimicrobiano
Tabela 1 - Anuros de interesse farmacológico e ação biológica de suas toxinas
Fonte: Auto (2005); Brazil (1989), Jared; Antoniazzi (2009); Monti; Cardello (1999); Toledo; Jared (1995)
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xica quando inoculado.
UTiLiZAÇÃO DOs VEnEnOs
Assim como as lendas e mitos contribuíram para
depreciar a imagem de anfíbios, muito da observa-
ção da sabedoria popular também acabou auxilian-
do na busca de diferentes princípios ativos para o
desenvolvimento de novos fármacos. Algumas utili-
zações de venenos animais, como das toxinas de an-
fíbios por indígenas, podem ser o caminho inicial o
descobrimento de novos princípios ativos oriundos
de toxinas naturais.
Uso Popular sem Comprovação Científica
“Zooterapia” é definida por Costa-neto (2005)
como a “prática de cura” de doenças humanas utili-
zando substâncias de origem animal, sendo que al-
guns medicamentos já em uso foram elaborados a
partir de produtos metabólicos animais, como suas
secreções. Das 252 substâncias químicas essenciais
selecionadas pela Organização Mundial de saúde
(OMs), 11,1% são oriundas de plantas, e 8,7% são de
origem animal.
Os índios são os pioneiros na utilização de recur-
sos naturais, os quais utilizam os bens disponíveis
nas matas tanto para alimentação, quanto para cura
de enfermidades ou até mesmo para sua proteção.
indígenas habitantes das florestas da Amazônia e
das florestas tropicais da América Central utilizam as
toxinas das rãs pertencentes à família Dendrobati-
dae, sendo que em uma área restrita da selva Colom-
biana, a rã Phylobatis terribilis, é utilizada como ar-
ma letal nas zarabatanas dos índios locais, podendo
matar assim que seu veneno penetrar na circulação
sanguínea (AUTO, 2005).
Outra forma de utilização das toxinas de anfíbios
pelos indígenas é através da “Vacina-do-sapo”, sen-
do a toxina da pereca-verde Phyllomedusa bicolor,
aplicada para a elaboração de tal vacina. A toxina é
aplicada sobre pequenas queimaduras em carne vi-
va na região peitoral ou no braço do índio. Após os
efeitos iniciais da intoxicação como vômitos, náuse-
as, diarréia, taquicardia, sudorese, alterações na
pressão sanguínea e vontade de defecar, outros efei-
tos se sobressaem, como resistência à fome, sede,
analgesia, realce dos sentidos, aumento da força fí-
sica e da capacidade de enfrentar situações de es-
tresse. Esta vacina é utilizada pelos índios peruanos,
e por tribos brasileiras como os Marubus, Katukinas,
e Kaxinawás a fim da obtenção de sucesso em suas
caçadas (JARED e AnTOniAZZi, 2009).
Atualmente, a utilização da “vacina do sapo” não
se restringe as tribos indígenas, não indígenas tam-
bém estão aderindo a esta pratica de medicina não
convencional. na cidade de Espigão do Oeste (Ron-
dônia), um público de classe média alta vem recor-
rendo ao uso da “vacina do sapo” buscando uma for-
ma de medicina alternativa. Os usuários buscam te-
rapias não convencionais para a cura de problemas
de saúde, como diabetes, gastrite, dores musculares,
reumatismo, e alergias (BERnARDE; sAnTOs, 2009).
É válido lembrar que tal prática ainda não é legal-
mente reconhecida (LiMA; LABATE, 2007).
no estado indiano de nagaland, habitantes das
tribos naga, usam seus conhecimentos tradicionais
e produtos animais em sua medicina, como a inges-
tão da carne cozida da rã Limnonectes limnocharis
para aliviar dores no corpo, reumatismo e dores de
queimaduras, a aplicação da pele do animal em
queimaduras, ou o uso da gordura para dores reu-
máticas (JAMiR; LAL, 2005).
Índios da Tribo Pankararé, no município de Gló-
ria, no semi-árido baiano, utilizam seus conhecimen-
tos tradicionais em busca de cura de suas mazelas,
como o uso da gordura do sapo Bufo sp. (atual Chau-
nus sp.) contra reumatismo (COsTA-nETO, 1999).
Fármacos Desenvolvidos
Venenos de anfíbios, por suas moléculas farma-
cologicamente ativas, acabam sendo uma grande
fonte de material não só para pesquisas, mas tam-
bém para o desenvolvimento de produtos utilizando
tais toxinas.
A importância no desenvolvimento de novas
drogas se deve à resistência que os microorganis-
mos vêm desenvolvendo aos medicamentos já exis-
tentes e comumente usados, muitas vezes até, a dro-
gas poderosas e de amplo espectro. na pecuária e na
agronomia, os microorganismos têm desenvolvido
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estratégias de resistências aos bactericidas e fungi-
cidas utilizados no mercado, causando prejuízos aos
seus produtores (PRATEs: BLOCK JR., 2001).
A “emergência” da necessidade de novos fárma-
cos se ilustra pelo grande número de doenças infec-
ciosas existentes e que vêm se tornando resistentes
aos medicamentos usuais. Dentre tais doenças, al-
gumas foram diagnosticadas como casos isolados
ou surtos entre 1951 até 1993, como a dengue he-
morrágica em 1953, doença de Lyme em 1975, Ébola
em 1976, AiDs em 1981, e outras 28 novas doenças
diagnosticadas neste período. Após o ano de 1993,
pelo menos 14 doenças infecciosas, entre elas cóle-
ra, câncer cervical, sífilis e tuberculose ressurgiram
se disseminando mais rapidamente do que no pas-
sado (CAMARGO, 2002).
se expressa neste sentido, a necessidade da des-
coberta de novos princípios ativos, mais potentes do
que os já existentes, não só pelas doenças atuais,
mas pelas que ressurgem e as que virão, visto que
aspectos como a grande mobilidade humana, e a
adaptação e rápida multiplicação dos microorganis-
mos, acaba tornando mais fácil o processo de disse-
minação de doenças.
no ano de 1999, a empresa de biotecnologia Ma-
gainin Pharmaceuticals tentou a aprovação pelo
Food and Drug Administration (FDA) de um medica-
mento antibacteriano, denominado de Pexiganan®
ou Locilex® descoberto em 1987 por Michael Zasloff.
O princípio ativo do medicamento, apresentado na
forma de creme, eram peptídeos (magainina) extra-
ídos da pele de um anfíbio, o Xenopus laevis (rã-de-
unhas-africana) para tratamento de úlceras em pés
diabéticos. O fármaco teve sua aprovação negada,
não por falta de eficácia ou de segurança, mas sim-
plesmente por não ser mais eficiente do que outras
drogas antibióticas já existentes no mercado (MOO-
RE, 2003).
A magainina se caracteriza por ser um peptídeo
de amplo espectro, com atividade antimicrobiana,
sendo que tal substância é lançada para o interior da
pele destes animais, como fluídos corporais que ba-
nham o peritônio. Devido a sua alta potência antimi-
crobiana, a utilização da magainina é sugerida con-
tra bactérias, fungos e protozoários na prevenção da
saúde humana (ZAsLOFF, 1987).
O medicamento Pexiganan®, descoberto por
pesquisas de Zasloff, após ensaios clínicos da Fase
iii, com 835 pacientes com o pé diabético, propor-
cionou a melhora de 90% destes pacientes, com 82%
de erradicação de patógenos. Porém, a não aprova-
ção do medicamento pelo FDA, levou o grupo a en-
cerrar suas pesquisas (GORDOn et al., 2005).
Diversas áreas da medicina têm pesquisado so-
bre a utilização de peptídeos antibióticos, porém,
dada a complexidade das pesquisas nesta área, são
poucos os peptídeos antibióticos que se encontram
em fase pré-clínica avançadas. O tratamento contra
infecções locais é a principal forma de utilização dos
peptídeos atualmente, no entanto, seixas (2002) cita
a utilização das magaininas e de seus análogos como
agentes espermicidas. A magainina possui ação con-
tra elementos patogênicos sexualmente transmissí-
veis, incluindo o HiV. Estudos atuais, in vitro e in vivo
em ratos, confirmam a elevada atividade espermici-
da e antibacteriana da magainina, podendo ser usa-
da futuramente como um novo contraceptivo. O au-
tor também descreve a atividade antitumoral pre-
sente na magainina e em seus análogos, citando
estudos que demonstram que as células tumorais
são mais suscetíveis a peptídeos antibióticos do que
células normais.
Prates e Block Jr. (2001) citam com base em dife-
rentes publicações, que mais de cinqüenta peptíde-
os antimicrobianos já foram isolados de anfíbios,
dentre eles as bombininas, com atividade antimicro-
biana e hemolítica, encontradas nas espécies Bom-
bina variegata e Bombina orientalis, as taquicininas,
os peptídeos opióides, e as maiganinas, com ativida-
de antibacteriana e hemolítica, encontradas na es-
pécie Xenopus laevis, as ceruleínas e a xenopsina,
também encontradas na espécie Xenopus laevis. Em
outro gênero de anuros denominados de Rana, fo-
ram encontrados peptídeos com atividade antimi-
crobiana nas espécies R. esculenta, R. Temporaria, R.
brevipoda, R. catesbeiana, R. rugosa. Tais peptídeos
são denominados de esculentinas, temporinas, bre-
vininas, ranalexinas e rugosinas respectivamente.
na América do sul foram detectados potentes pep-
tídeos antimicrobianos e cicatrizantes nas espécies
P. bicolor, P. distincta, P. tarsius e P. sauvagei, ambas
pertencentes ao gênero Phyllomedusa.
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no ano de 1974, John Daly extraiu da pele de Epi-
pedobates tricolor, uma mistura rica em alcalóides, a
epibatidina. Após análises e purificação, a substância
demonstrou atividade analgésica em camundongos,
sendo de 200 a 500 vezes mais potente do que a mor-
fina. sua estrutura singular e potência analgésica le-
varam alguns grupos de pesquisa a se dedicarem à
síntese da epibatidina. Porém, mesmo com os efeitos
antinociceptivos da substância, ela também causa hi-
potermia, ataxia, convulsões e até letalidade em ad-
ministrações repetidas. Após diversos estudos reaili-
zados, evidenciou-se que a epibatidina, possui baixo
índice terapêutico, sendo imprópria para uso como
analgésico. Foi criada então, a epiboxidina, um fárma-
co híbrido, resultante da combinação de elementos
da epibatidina com outros da substância ABT-418, a
qual apresenta atividade analgésica, melhora da ca-
pacidade cognitiva, e menor toxicidade do que a epi-
batidina (FALKEnBERG; PEREiRA, 2007).
Erspamer et al. (1989) foram os pesquisadores res-
ponsáveis pelo isolamento, caracterização, síntese e
descoberta das propriedades farmacológicas dos
peptídeos opióides, deltorfina e dermorfina, isoladas
da pele da Phyllomedusa bicolor. Os peptídeos del-
torfina (potencial uso para tratamento de isquemia)
e dermorfina (potente analgésico) podem ser utiliza-
dos para tratamento de doenças como Mal de Parkin-
son, AiDs, câncer, depressão, entre outras doenças,
sendo que tais substâncias já são fabricadas sinteti-
camente. Estados Unidos e Japão já patentearam
compostos com as palavras “Phyllomedusa bicolor”,
“deltorphin” e ou “dermorphin” em sua descrição
(AMAZOnLinK, 2003).
Visando a identificação de substâncias para o de-
senvolvimento de potenciais fármacos para o trata-
mento de alergias, doenças auto-imunes e transplan-
te de órgãos, sem os efeitos colaterais das medica-
ções já existentes no mercado e a um custo mais bai-
xo, sá (2005) pesquisou extratos de pele e de glându-
la paratóide de espécies de anuros oriundos do semi-
árido brasileiro, estudando o potencial farmacológico
destes anuros quanto à sua atividade imunomodula-
dora. Extratos de pele e glândula do Bufo rubescens
(atual Chaunus rubescens) apresentaram atividade
supressora na proliferação de linfócitos, e uma molé-
cula protéica com atividade imunossupressora já está
sendo isolada a partir da pele e glândula deste anuro.
sá (2005) sugere que a partir das substâncias extraí-
das do B. rubescens (atual Chaunus rubescens), pode
se chegar a uma molécula ativa, candidata ao desen-
volvimento de uma nova droga imunomoduladora.
Atualmente no Brasil, o Centro de Pesquisa, ino-
vação e Difusão em Toxinologia (CAT/CEPiD) uma or-
ganização criada em 1998 e vinculada à Fundação de
Amparo à Pesquisa do estado de são Paulo (FAPEsP),
situada no instituto Butantan, vem realizando pesqui-
sas sobre compostos derivados de toxinas animais de
interesse médico, ecológico e econômico. As parce-
rias da CAT/CEPiD com laboratórios farmacêuticos co-
mo Biolab/sanus, Biosintética, União Química e Cris-
tália, e com as inglesas Merck, e sharp & Dhome, vi-
sam o desenvolvimento de um fármaco genuinamen-
te brasileiro, com biotecnologia obtida através de
pesquisas no centro. Os focos das pesquisas no CAT/
CEPiD envolvem hipertensivos e drogas vasodilata-
doras, fatores anticoagulantes, neurotoxinas, com-
postos bioativos da secreção da pele de anfíbios, e
enterotoxinas bacterianas (CAMARGO, 2005).
no ano de 2008, Libério pesquisou as proprieda-
des existentes na secreção glandular da rã-pimenta
Leptodactylus labyrinthicus, a qual apresentou ativi-
dades antibacterianas e anticancerígenas (LiBÉRiO,
2008).
Honorato em 2009, em análise da secreção cutâ-
nea do anuro Eupemphix nattereri encontrou peptí-
deos de atividade antimicrobiana, os quais podem vir
a servir de modelo para o desenho de novas drogas
terapêuticas (HOnORATO, 2009).
no ano de 2010, trabalhos de mais de 120 cientis-
tas de 20 países diferentes, incluindo pesquisadores
de instituições como o instituto Butantan, Fundação
Oswaldo Cruz (FiOCRUZ), Universidade de são Paulo
(UsP), Universidade Estadual paulista (UnEsP), e a
Universidade Estadual de Campinas (UniCAMP), fo-
ram reunidos no livro Animal Toxins: state of the art.
Perspectives in health and biotechnology. O livro sin-
tetiza conhecimentos internacionais acumulados nos
últimos anos a respeito de toxinas animais, além de
catalogar as mais novas aplicações em medicina e
biotecnologia (CAsTRO, 2010).
na tabela 2 podem-se visualizar as propriedades
farmacológicas presentes nas toxinas de anfíbios.
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CoNCLUSÃo
A diversidade de substâncias presentes nos ve-
nenos de anfíbios, e suas moléculas farmacologica-
mente ativas, podem vir a auxiliar no desenvolvimen-
to de novos fármacos, assim como práticas de medi-
cina tradicional com utilização de toxinas animais
podem vir a contribuir para descobrimento de novos
compostos com potencial uso farmacológico.
A importância na busca de princípios ativos alter-
nativos se deve ao fato de que alguns dos fármacos
atuais vêm perdendo sua eficácia e adquirindo resis-
tência a microorganismos nocivos à saúde humana.
O avanço das pesquisas em toxinologia no Brasil
é um passo importante para o desenvolvimento do
país, buscando o aperfeiçoamento das tecnologias e
do conhecimento já existente, além de poder auxiliar
as opções terapêuticas existentes.
Para tanto, pesquisas com toxinas naturais, de-
vem receber apoio não só de empresas privadas, mas
também do governo brasileiro.
Um aspecto importante a ser lembrado, é o fato
da biopirataria. O Brasil possui uma grande biodiver-
sidade, sendo que ainda existem muitas toxinas a se-
rem descobertas. Portanto o país deve patentear su-
as descobertas científicas, evitando a apropriação de
toxinas genuinamente brasileiras por empresas es-
trangeiras.
TOXinA EsPÉCiE PROPRiEDADE
AnFÍBiOs AnUROs
Bombinina Bombina variegata
Bombina orientalis
Antimicrobiana
Brevinina Rana brevipoda Antimicrobiana
Epibatidina Epipedobates tricolor Analgésica
Esculentina Rana esculenta Antimicrobiana
Dermaseptina Phyllomedusa bicolor
Phyllomedusa tarsius
Phyllomedusa sauvagei
Phyllomedusa distincta
Antimicrobiana e Cicatrizante
Deltorfina Phyllomedusa bicolor Tratamento de isquemia, Câncer,
Depressão, Mal de Parkinson
Dermorfina Phyllomedusa bicolor Analgésica, Tratamento de isquemia,
Câncer, Depressão, Mal de Parkinson
Extrato da pele Bufo rubescens*
*(atual Chaunus rubescens)
Atividade imunossupressora
Magainina Xenopus laevis Antibiótica, Agente espermicida,
Antitumoral, Antibacteriana
Ranalexina Rana catesbiana Antimicrobiana
Rugosina Rana rugosa Antimicrobiana
Temporina Rana catesbiana Antimicrobiana
Fonte: Erspamer et al. (1989); Falkenberg; Pereira (2007); Prates e Block Jr (2001); sá (2005); Zasloff (1987).
Tabela 2 - Toxinas Animais de Anfíbios e suas Propriedades Farmacológicas
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Ciência em Movimento | Ano XII | Nº 24 | 2010/2
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Ciência em Movimento | Ano Xii | nº 24 | 2010/2
Instruções aos AutoresinFORMAÇÕEs BÁsiCAs
A revista Ciência em Movimento foi criada em 1999 com o objetivo de divulgar as produções acadêmicas de pro-
fessores e de alunos vinculados aos cursos da área da saúde, do iMEC e do iPA. Em 2005, a revista começou a ser refor-
mulada de acordo com as novas necessidades e perspectivas do Centro Universitário Metodista iPA.
Em julho de 2006, iniciou sua segunda e atual fase, dividida em dossiês temáticos, conforme as linhas originadas
dos grupos de pesquisa do Centro Universitário.
A revista Ciência em Movimento tem por objetivo a publicação de trabalhos científicos inéditos, voltando-se para a
reflexão acadêmica, a divulgação da pesquisa e para o intercâmbio científico de estudos interdisciplinares, que abordam
temas das áreas das Ciências Humanas, Biológicas e saúde, caracterizando-se pelo tratamento multidisciplinar da pro-
dução científica. O conteúdo do material enviado para publicação na Ciência em Movimento não pode ter sido publi-
cado anteriormente (exceto na forma de resumo), nem submetido para publicação em outros periódicos científicos. Os
conceitos e as declarações contidos no trabalho são de total responsabilidade dos autores. Os textos originários de
projetos de pesquisa, que envolvam seres humanos, animais e medicamentos, deverão apresentar a data da aprovação
do projeto em questão por um Comitê de Ética. Os manuscritos serão analisados por pareceristas convidados e, se não
estiverem de acordo com estas instruções, serão imediatamente devolvidos. Após análise, se necessário, os artigos re-
tornarão aos autores para correções e adequações. Alterações de conteúdo não serão aceitas nesta fase. não há remu-
neração pelos trabalhos publicados na revista. Ao final, os autores receberão cinco exemplares da edição. O autor cor-
respondente deve assinar um termo de autorização de direitos autorais, que será encaminhado por e-mail e deve re-
tornar para a Editora impresso. Por isso, é essencial que o autor envie uma carta de apresentação assinada aos Editores
de Área e para a Coordenação da Editora, fornecendo endereço completo (incluir CEP), telefone e e-mail para contato,
responsabilizando-se pela autoria e concordância dos demais autores com relação à submissão do manuscrito.
Os originais devem ser enviados para Editora Universitaria Metodista iPA, Revista Ciência em Movimento, A/C Edi-
tores de Área (conforme dossiê temático). O endereço: Rua Cel. Joaquim Pedro salgado, nº 80, Predio B, sala 305,
90420-060, Porto Alegre, Rs, Brasil. Endereço para submissão eletrônica: [email protected]
EDITorES DE ÁrEA – Educação e Direitos Humanos
Prof. Dr. Gilson Luiz de Oliveira Lima
Profª. Dr. Marlis Morosini Polidori
EDITorES DE ÁrEA - reabilitação e Saúde
Prof. Dr. Jerri Ribeiro
Profª. Dr. Maristela Padilha
EDITorES DE ÁrEA - Biociências e Saúde
Profª. Dr. Alessandra Peres
Instruções aos autores
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NorMAS EDITorIAIS
Biociências e Saúde
Os manuscritos submetidos para a revista Ciência em
Movimento – dossiê temático Biociências e saúde devem
seguir as especificações:
1 – O autor deve remeter seu texto original via e-mail,
mencionando o título completo do trabalho, seu nome,
sua titulação máxima e sua posição na instituição(s) em
que atua, bem como endereço completo, e-mail e telefo-
nes para contato. Após contato com Editora, deve enca-
minhar, impressa, a autorização dos Direitos Autorais de
seu trabalho.
2 – Os textos deverão ser digitados e encaminhados
prontos, segundo as normas atuais da ABnT: fonte Times
new Roman ou Arial, corpo 12, espaço 1,5, em folhas de
papel A4 (210x297), numa única face, em páginas nume-
radas. Para citações com mais de três linhas, legendas e
notas de rodapé, corpo 10, espaço simples, com recuo de
início de parágrafo justificado. Margem superior e es-
querda 3cm e margem inferior e direita 2cm.
3 - ser escrito em Língua Portuguesa ou em Língua
Estrangeira. se escrito em Língua Portuguesa, deve trazer
título, resumo e palavras-chave em Língua inglesa. se es-
crito em outra língua, deve conter esses componentes
em Língua Portuguesa. Os resumos não podem ultrapas-
sar 300 (trezentas) palavras, seguidos das palavras-chave
(até cinco termos), que correspondam a palavras ou ex-
pressões que identificam o conteúdo do artigo, em am-
bas as línguas, permitindo assim a adequada indexação
do trabalho.
4 – O texto deve limitar-se a um máximo de 20 pági-
nas, o que corresponde a 48.000 caracteres (com espaço)
e as resenhas, no máximo 9.600 caracteres (com espa-
ço).
5 – Para citações bibliográficas de literatura no texto,
usar o sistema autor-data. As citações literais curtas (até
três linhas) serão integradas no parágrafo, entre aspas, e
seguidas pelo sobrenome do autor referido no texto, ano
de publicação e página(s) do texto citado, tudo entre pa-
rênteses e separado por vírgulas. As citações de mais de
três linhas serão destacadas no texto em parágrafo espe-
cial com recuo (quatro espaços a direita da margem es-
querda). As referências sem citação literal devem ser in-
corporadas no texto, indicando entre parênteses, ao final,
o sobrenome do autor e o ano da publicação.
6 – As notas, se necessárias, serão numeradas con-
secutivamente dentro do texto e colocadas ao pé da
página.
7 - ilustrações (fotografias, gráficos, desenhos ou es-
quemas): devem conter título e fonte, e estar numeradas
consecutivamente com algarismos arábicos. Deverão
também estar em condições de impressão fidedigna e de
qualidade, e devem ser encaminhadas em arquivo sepa-
rado do texto, com indicações claras, ao longo do texto,
do local de inserção das imagens. As fotografias de pes-
soas devem estar acompanhadas de autorização das
mesmas com assinatura e data e em formato jpg.
8 – As referências deverão ser incluídas ao final do
artigo, em ordem alfabética e dentro das normas atuais
da ABnT, de acordo com os exemplos abaixo:
Livros
ALVEs, Roque de Brito. Ciência Criminal. Rio de Janei-
ro: Forense, 1995.
LEMOs, Carlos A. O morar em são Paulo no tempo dos
italianos. in: DE BOni, Luis A. (Org.). A presença italiana no
Brasil. Porto Alegre: Escola superior de Teologia,
1990. n. 740, p. 401-409.
REGO, L. L. B. O desenvolvimento cognitivo e a pron-
tidão para a alfabetização. in: CARRARO, T. n. (Org.).
Aprender pensando. 6. ed. Petrópolis: Vozes,
1991, p. 31-40.
Artigos de periódico
nOGUEiRA, Ronidalva. Michel Foucault numa breve
visita as prisões de Pernambuco. Cadernos de Estudos
sociais, Recife, v. 6, n. 2, p. 269-282, jul./dez. 1990.
O REi está nu (2): adianta porém constatar o obvio?
Instruções aos autores
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Ciência em Movimento | Ano Xii | nº 24 | 2010/2
isto é, são Paulo, n. 1189, p. 15, 15 jul. 1992. Editorial.
CAnOnGiA, Ana irene et al. A participação da enfer-
magem e do alunato nos grupos com pacientes psicóti-
cos: um encontro fundamental. Pulsional Revista de Psi-
canálise, são Paulo, ano XiV, n. 150, p. 27-31, out. 2001.
Artigos e/ou matérias de revista, boletim
etc. em meio eletrônico
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Teses Acadêmicas
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Instruções aos autores
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