6936

10

Click here to load reader

Transcript of 6936

Page 1: 6936

1

ESTRATÉGIAS ADOTADAS POR UMA EMPRESA DE PEQUENO POR TE NA

CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA A MANUTENÇÃO DE SEU CAPIT AL DE

GIRO1

GABBI, Jones 2; BOLZAN, Alexandre Galina 3; BIRRER, Ana Giovaneta Bolson 4

1 Trabalho de Pesquisa _UNIFRA 2 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 3 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 4 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; RESUMO Empresas de pequeno porte precisam estar bem preparadas para lidar com situações financeiras adversas, seja por reflexos de crises econômicas, questões culturais ou ainda por falta de planejamento e administração. O fato é que por vezes necessitam financiar seu próprio capital de giro para que consigam sobreviver. Este estudo está sendo desenvolvido como trabalho final de graduação e terá como objetivos analisar as estratégias utilizadas pela empresa para a administração de seu ciclo de caixa, identificar a viabilidade de possíveis estratégias a serem adotadas para a captação de recursos e obtenção de capital de giro e avaliar a real necessidade de financiamento do próprio capital de giro. A metodologia utilizada foi do tipo exploratória descritiva quantitativa e o procedimentos técnicos trabalhados será relato de caso que se deu em uma empresa de pequeno porte. A coleta de dados dar-se-á através de análise de documentos contábeis, gerenciais e financeiros da empresa. Palavras-Chave: Capital de giro; Finanças; Crédito; Solvência

1 INTRODUÇÃO

Para se manter ativas e competitivas as empresas varejistas da região da cidade de

Faxinal do Soturno precisam saber lidar com a proximidade existente com o consumidor

final, onde ainda é existente a cultura de crediários em forma de conta corrente, as

popularmente chamadas “cadernetas”, que acabam prorrogando e alongando os prazos

médios de recebimentos.

Em função disso, faz-se necessário que sejam adotadas estratégias de gestão

eficazes, que possibilitem manter um fluxo financeiro e evitar a insolvência em um mercado

estritamente conservador. Questões como administração de contas a receber e políticas de

crédito, no qual serão estabelecidos parâmetros de concessão, controle e cobrança dos

créditos, requerem sensibilidade em suas avaliações, a fim de, minimizar ao máximo que

interfiram diretamente nas questões financeiras de curto prazo, como fluxo de caixa e capital

de giro.

A possível necessidade de financiamento do próprio capital de giro, para a

manutenção das atividades empresariais, demanda de escolhas corretas acerca das opções

Page 2: 6936

2

diretamente ligadas a gestão financeira, bem como, especificamente na administração de

contas a receber e contas a pagar.

Tendo em vista o tema relacionado à gestão financeira, este estudo buscou como

problemática responder a seguinte questão: quais alternativas podem ser utilizadas por uma

empresa de pequeno porte para o financiamento de seu capital de giro?

Visando responder a problemática levantada, o trabalho contou com o objetivo geral

de determinar que alternativas devem ser utilizadas por uma empresa de pequeno porte

para o financiamento de seu capital de giro. Com o intuito de atingir o objetivo geral e a sua

complementação de acordo com as etapas consecutivas, os objetivos específicos deste

estudo foram: (a) analisar as estratégias utilizadas pela empresa para a administração de

seu ciclo de caixa; (b) identificar a viabilidade de possíveis estratégias a serem adotadas

para a captação de recursos e obtenção de capital de giro; e, (c) avaliar a real necessidade

de financiamento do próprio capital de giro.

Por anos, a administração financeira das pequenas e médias empresas foi

considerada simplesmente de funções executivas, com objetivo básico de receber e pagar

e, por isso, julgava-se ser uma simples extensão da administração geral. Com o surgimento

de maiores exigências para as funções financeiras, em função da crescente complexidade

da economia e da sofisticação do mercado financeiro, esta concepção mudou (SANTOS,

2009).

Com base nestas premissas, este estudo terá como finalidade, ampliar o

conhecimento e identificar resultados de pesquisas sobre o processo de tomada de

decisões estratégicas na captação de recursos de uma empresa de pequeno porte, situada

em um mercado de cultura conservadora. Tal estudo posteriormente valerá como uma

alternativa de embasamento para futuras estratégias e tomadas de decisão adotadas pela

empresa, ora analisada. Além disso, vai expor a real situação e necessidade quanto ao

financiamento do próprio capital de giro e a captação de recursos financeiros, necessário

para evitar a insolvência.

2 GESTÃO FINANCEIRA

“A gestão financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a

gestão dos fundos movimentados por uma empresa, sendo responsável pela obtenção dos

recursos necessários e pela formulação de uma estratégia que otimize o uso desses fundos”

(BRAGA, 1989, p. 23).

Autores como Cheng e Mendes (1989) definem como a gestão de transitórios

monetários provenientes do operacional da empresa com a função de encontrar o equilíbrio

entre rentabilidade (maximização do capital societário) e a liquidez (aptidão de honrar os

Page 3: 6936

3

compromissos nos vencimentos), ou seja, a gestão financeira preocupa-se com

administração de entradas e saídas de recursos monetários oriundos da atividade

operacional da empresa.

De acordo com Silva (2010), no que diz respeito às funções da gestão financeira

podem ser de curto e longo prazo. Funções referente a curto prazo também conhecida como

administração de capital circulante, incluem administração do caixa, do crédito, das contas a

receber e a pagar, dos estoques e financiamentos de curto prazo. Já as funções financeiras

de longo prazo compõem as decisões de orçamento empresarial, estrutura de capital e

relacionamento com investidores. Decisões estas, influenciarão diretamente na escolha da

estratégia financeira adequada, que para Kalil (2011, p. 27) “nada mais é que a escolha dos

caminhos, ou do melhor caminho, que levarão o negócio até o seu objetivo. Parece simples,

mas é uma tarefa ampla, e, inclusive, complexa”.

Quanto às decisões financeiras, Assaf Neto (1997) afirma que qualquer que seja a

atividade operacional, uma empresa precisa, de forma contínua e inevitável, tomar decisões.

Braga (1989) classifica as decisões financeiras em três segmentos que podem ser

divididos em decisões de investimento, decisões de financiamento e destinação dos lucros.

Para Santos (2009, p. 11) a “administração financeira tem sido de importância

crescente para as empresas de pequeno e médio porte. O sucesso empresarial demanda

cada vez mais o uso de práticas financeiras apropriadas”.

2.1 Instrumentos para gestão financeira

“As informações oriundas da contabilidade não são limitadas apenas ao Balanço e

ao Demonstrativo de Resultados, ela fornece um fluxo de informações contínuo sobre os

mais diversos fatores da gestão econômico-financeira da empresa” (SILVA, 2010, p. 12).

Hayes (2009) afirma que os administradores de empresas, através de instrumentos

auxiliares de gestão – balanço patrimonial, demonstração de resultados e demonstrativo de

fluxo de caixa - conseguem obter informações e esclarecimentos a respeito de questões

levantadas como, o que a empresa possui? Quais são as obrigações da empresa? Qual o

estado de saúde financeira? Qual foi o lucro? Quais são as fontes de receita e como tem

utilizado seu dinheiro?

No ponto de vista de Groppelli e Nikbakht (2002, p. 349) “é por meio da análise

desses demonstrativos que os administradores estabelecem uma maneira mais eficaz de

alocar fundos e recursos. Podem também controlar o rumo futuro das operações da

empresa e ajudar a maximizar a sua riqueza”.

Page 4: 6936

4

2.1.1 Demonstrações financeiras

As demonstrações financeiras são relatórios documentais de suma importância para

os negócios (HAYES, 2009), tendo em vista que abastecem e facilitam o desenvolvimento

da função financeira através da análise e avaliação dos dados fornecidos (BRAGA, 1989).

Segundo Silva (2010) existem demonstrações organizadas pelas empresas de

divulgação obrigatória, tanto para o público interessado como para órgão fiscais e outras em

que a divulgação não é imposta, que de acordo com Braga (1989, p. 37), “compreende

grande número de demonstrativos que orientam o processo decisório ou refletem os planos

da empresa”.

Padoveze e Benedicto (2004) citam como principais demonstrações financeiras o

balanço patrimonial, a demonstração dos resultados do exercício (DRE) e a demonstração

do fluxo de caixa. Onde o balanço patrimonial demonstra a posição da empresa em um

determinado momento e as demais demonstrações representam as alterações patrimoniais

e as operações de um período específico.

Dos tipos de demonstrações, Hayes (2009) destaca o balanço patrimonial como a

ferramenta para resumir a situação financeira instantânea em uma data específica,

descrevendo os ativos controlados pela empresa e suas formas de financiamento – fundos

de credores (passivos) e/ou capital social. Logo, o montante de recursos fornecidos por

terceiros mais os recursos próprios não devem exceder o montante de recursos investidos

(CHING, MARQUES e PRADO, 2010).

Um importante tipo de demonstração financeira, de acordo com Hayes (2010) é a

demonstração de resultados, no qual evidencia os resultados operacionais em um

determinado período, isto é, se a empresa obteve lucro líquido positivo ou negativo.

Relacionando os fluxos de recebimentos e os fluxos das despesas resultantes da produção

e financiamento das operações (GROPPELLI e NIKBAKHT, 2002).

Quanto a demonstração de fluxo de caixa, é considerado um instrumento auxiliar do

planejamento financeiro, pois é fornecedor de informações que possibilitam a elaboração de

estimativas da situação de caixa em um determinado período de tempo à frente (SANTOS,

2009). “Mais especificamente, ele reflete todas as mudanças em caixa que são afetadas por

atividades operacionais, investimentos e atividades financeiras” (HAYES, 2009, p. 31).

Braga (1989) ainda acrescenta outras demonstrações financeiras, como

demonstrativos Gerenciais, demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido,

demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

Através da análise e interpretação das demonstrações financeiras, busca-se

embasamento para que aconteçam as tomadas de decisão mais adequadas ao quadro

econômico e financeiro da empresa (MARQUES, 2004).

Page 5: 6936

5

2.2 Fluxo de caixa

Para Assaf Neto (2002, p. 39) “fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os

ingressos e saídas (desembolso) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em

determinado intervalo de tempo”. Sendo obrigatório à existência de pelo menos uma saída e

pelo menos uma entrada de caixa ou vice-versa (HOJI, 2001).

Segundo Ching, Marques e Prado (2010) a intenção do uso da palavra caixa é em

um sentido mais amplo, pois, não faz referência apenas a quantidade ou equivalentes de

caixa, mas também a investimentos de liquidez imediata.

Santos (2009) realça entre os objetivos do fluxo de caixa, além de uma visão da

capacidade de cumprir com os compromissos financeiros, o planejamento das necessidades

de empréstimos e financiamentos, a maximização dos rendimentos com aplicações de

sobras de caixa, avaliação do impacto financeiro sobre variações de custos e a avaliação de

possíveis impactos financeiros em função do aumento das vendas.

Fluxo de caixa é essencial para auxiliar nas finanças empresariais, com intuito de

fiscalizar e examinar despesas, receitas e investimentos, permitindo a programação

financeira das empresas para operações futuras (SILVA, 2010). Através do fluxo de caixa é

possível evidenciar as causas das alterações da quantidade de caixa em um determinado

período contábil (HAYES, 2010).

“A capacidade de geração de caixa é uma informação essencial, afinal, uma

empresa não pode pagar contas com lucros, apenas com caixa. O próprio pagamento dos

lucros é diretamente dependente dos saldos de caixa” (STANCIL, 1987 apud MONTEIRO,

2003, p. 2).

“Para que o fluxo de caixa gere dados de boa qualidade, é necessário que a

empresa tenha uma cultura de planejamento. Desse modo, será possível gerar dados e

informações úteis, apesar de toda a incerteza” (SANTOS, 2009, p. 67).

2.2.1 Estratégias Para Administração Do Ciclo de caixa

Como já evidenciado anteriormente, ciclo de caixa compreende o período em meio

ao ciclo operacional, entre as atividades financeiras como pagamentos a fornecedores e

recebimentos de clientes (SANTOS, 2009).

Segundo Rossetti et al. (2008, p. 91) “o intervalo de tempo compreendido entre o

momento em que é feito o pagamento dos fornecedores (saída de caixa) até o momento do

recebimento dos clientes (retorno de caixa) é denominado ciclo econômico ou ciclo de

caixa”. Ainda apoiando-se nos autores que afirmam que o ciclo de caixa pode ser

Page 6: 6936

6

considerado o tempo preciso para que as empresas recorram a outras fontes de recursos

para a manutenção do ciclo operacional.

Contas a receber para Hoji (2006) originam-se das vendas a prazo, que são

concedidas através do crédito. “As vendas a prazo geram riscos de inadimplência e

despesas com análise de crédito, cobrança e recebimento, mas alavancam as vendas, isto

é, aumentam o volume de vendas e, consequentemente, o lucro” (HOJI, 2001, p. 129).

Quanto a contas a pagar, na visão de Groppelli e Nikbakht (2002), é um empréstimo

sem juros concedido pelos fornecedores. Já na concepção de Downes e Goodman (1993, p.

5), contas a pagar são consideradas “quantias devidas aos credores por conta de bens

adquiridos e serviços prestados a crédito”.

As duplicatas a pagar podem ser consideradas uma forma de financiamento de

capital de giro, uma vez que, tenta-se usar ao máximo as condições de pagamento,

alongando assim o prazo de pagamento e tornando o juro mais favorável (HELFERT, 2000).

Quanto maior os prazos concedidos pelos fornecedores menor será a necessidade de

capital de giro (ROSSETTI et al. 2008).

No que diz respeito ao gerenciamento de estoque Silva (2010) quanto maior o giro

do estoque, maior será o retorno do investimento em estoque, e por consequência maior

também a liquidez do investimento.

Para Santos (2008, p. 17) “como as empresas têm prazos diferentes para pagamento

aos fornecedores e recebimento dos clientes, o ciclo financeiro é determinado com base nos

prazos médios de pagamento e de recebimento”.

Segundo Hoji (2010) através de uma adequada administração do ciclo de caixa, por

meio da gestão dos prazos médios de recebimento e pagamento, é possível maximizar o

lucro reduzindo significativamente os encargos financeiros, e consequentemente, resultando

na melhora dos resultados econômicos e financeiros da empresa.

2.3 CAPITAL DE GIRO

Na concepção de Silva (2010, p. 65) capital de giro são “recursos de curto prazo da

empresa, em geral, aqueles que podem ser convertidos em caixa no prazo máximo de um

ano”. Para Hoji (2001, p. 109) o capital de giro “é conhecido também como capital circulante

e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulante, que transformam-se

constantemente dentro do ciclo operacional”. Por sua vez, Ching, Marques e Prado (2010)

classificam capital de giro como os recursos indispensáveis para manutenção das atividades

operacionais da empresa.

Silva (2010) considera o capital de giro de suma importância para a gestão

financeira, a ponto de a empresa precisar recuperar os custos e despesas operacionais e

Page 7: 6936

7

financeiros durante o ciclo operacional por meio das vendas. Sendo assim, o volume de

vendas é que determina a importância e o volume do capital de giro para uma empresa

(ASSAF NETO, 2002). Porém, Ching, Marques e Prado (2010) destacam situações em que

grande parte das vendas são a prazo, em que deve-se levar em consideração os

compromissos com vencimento antes do recebimento das vendas.

Referente à gestão do capital de giro, Silva (2010) entende que o objetivo principal é

diminuir ao máximo o tempo entre o desembolso para pagamento a fornecedores e o

recebimento dos clientes.

Assim sendo, “diante de seu contexto de mercado, as empresas formalizam

estratégias operacionais de atuação, principalmente em relação à administração do capital

de giro, avaliando seus investimentos correntes e selecionando os passivos mais

adequados” (ASSAF NETO, 2002, p. 13).

2.3.1 Alternativas de financiamento de capital de g iro

Consideradas origens de recursos, as fontes de capital podem ocorrer em duas

condições: capital próprio e o capital de terceiros. O próprio tem origem do capital social

composto das ações preferenciais e ordinárias, ou ainda, através da retenção de lucros. O

capital de terceiros pode ser obtido através do mercado financeiro e de capitais (SILVA,

2010).

Segundo Santos (2009, p. 119) o financiamento dos ativos, tanto fixos como

circulantes, pode ser “efetuado com capital próprio e de terceiros, a utilização de capital de

terceiros é uma prática universal nas empresas, pois permite que sua implantação,

funcionamento e expansão não dependa apenas do capital próprio”.

De acordo com Marques (2004, p. 128) quando a empresa “utiliza capitais próprios

para financiar parte ou total do capital circulante, ela tem maior liberdade financeira para

movimentar os seus negócios, sem a necessidade de recorrer a terceiros para a obtenção

de recursos”. Porém, se a taxa de juros proveniente dos capitais de terceiros for menor que

a taxa de lucratividade da empresa, é mais vantajoso à utilização de capitais de terceiros

(MARQUES, 2004).

Rossetti et al. (2008, p. 93) quanto a necessidade de captação de capital de giro

salientam que está “diretamente relacionado com as vendas. Em épocas de alto

crescimento das vendas, o volume de NCG (Necessiadade de Capital de Giro) pode

aumentar descontroladamente, exigindo crescentes volumes de financiamento.

São variadas as modalidades de financiamento de capital de terceiros que existem

no mercado financeiro (HOJI, 2010), podendo ser empréstimos e financiamentos efetuados

tanto em moeda nacional quanto em moeda estrangeira (SILVA, 2010).

Page 8: 6936

8

As modalidades mais utilizadas segundo alguns autores são:

• Empréstimo para capital de giro: são efetuados por meio de contratos que

estabelecem as condições gerais e específicas como valor vencimento e taxa de

juros. Tem como garantias exigidas notas promissórias avalizadas, duplicatas,

hipotecas e penhor mercantil (SILVA, 2010);

• Desconto de títulos ou desconto comercial: desconto este que “ocorre quando o

possuidor de um título resgata-o antes do vencimento junto a um agente financeiro.

Os títulos mais comuns são: nota promissória, letras de câmbio, duplicatas e

cheques pré-datados” (GIMENES 2006, p. 243);

• Crédito automático em conta corrente: é a “utilização de crédito automático para

cobrir os déficits de conta corrente pode ser utilizada vantajosamente na medida

exata de sua necessidade” (SANTOS, 2009, p. 128);

• Conta garantida: através de uma conta o banco disponibiliza um limite de crédito

para a empresa sacar livremente até o limite estipulado, com a opção de cobrir o

saldo devedor, com custos financeiros periódicos, a qualquer momento em meio à

duração do contrato (SILVA, 2010);

• Crédito rotativo: de acordo com Silva (2010, p. 90) “são linhas de crédito aberta pelos

bancos, que visam ao financiamento das necessidades de curto prazo das empresas

e são movimentadas normalmente por meio de cheques”;

• Desconto de duplicatas: operação financeira de curto prazo em que a empresa

desconta as duplicatas de venda mercantil por meio de um agente financeiro. Tem

seu custo expresso por uma taxa de desconto menor que o custo efetivo (SANTOS,

2009);

• Securitização de recebíveis: “tem como objetivo contratos que ainda vão gerar

faturamentos futuros, como por exemplo faturas de cartão de crédito. A análise é

feita de acordo com os riscos de crédito e a taxa de juros a ser aplicada” (SILVA,

2010, p. 89).

Segundo Santos (2009) o administrador financeiro precisa ter consciência na hora de

tomar as decisões de financiamento, visto que, precisa escolher seu valor, custo e

cronograma de pagamento mais apropriado à situação em que a empresa se encontra e

necessita.

3 METODOLOGIA

Este presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, que

de acordo com Fachin (2003, p.81) “é caracterizada pelos seus atributos e relaciona

aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente”, e de natureza

Page 9: 6936

9

quantitativa, no qual Gonçalves (2007) define como explicação das causas através de

medidas objetivas, testes hipotéticos e fundamentalmente utilizando à estatística.

No que diz respeito aos objetivos, buscar-se-á explorar e descrever as estratégias

adotas por uma determinada empresa acerca da captação de recursos financeiros,

caracterizando-se como uma pesquisa exploratória por ser “pelo desenvolvimento e

esclarecimento de ideias, com o objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira

aproximação a um determinado fenômeno que é pouco explorado” (GONÇALVES, 2007,

p.67).

Caracteriza-se, também, como pesquisa descritiva, que na concepção de Gonçalves

(2007, p.67), “objetiva escrever as características de um objeto de estudo”. Ou ainda, de

acordo Cervo (2007) pesquisa descritiva objetiva observar, registrar, analisar e correlacionar

fatos ou fenômenos sem que eles sejam manipulados.

Quanto aos procedimentos técnicos à pesquisa será no formato de um estudo de

caso, segundo Severino (2007) estudo de caso é uma investigação concentrada em um

caso particular, similar às formas de pesquisa de campo quanto à coleta de dados e análise.

Inicialmente, realizar-se-á uma pesquisa bibliográfica, de acordo com Pádua (2004,

p. 55) “é fundamentada nos conhecimentos de biblioteconomia, documentação e

bibliografia” e um estudo de trabalhos recentes (livros, teses, artigos, etc.), em bibliotecas de

universidades e diferentes fontes de informação sobre o tema. Posteriormente, será definida

a unidade de análise do estudo de caso.

Para a coleta de dados, utilizados na pesquisa utilizar-se-á de documental - através

de documentos, ou seja, segundo Cervo e Bervian (1983) apud Pádua (2004) “toda base de

conhecimento fixado materialmente e suscetível de ser utilizado para consulta, estudo ou

prova” - da organização em estudo. Após a coleta os dados serão interpretados e

analisados sob a ótica qualitativa, com o objetivo de identificar as alternativas possíveis para

adequação do fluxo financeiro da empresa, bem como apontar a melhor entre elas.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre & SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de Giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, Alexandre. A dinâmica das decisões financeiras . Caderno de Estudos, São Paulo, FIPECAFI, v. 16. 25, Julho/dezembro 1997. Disponível em : http://www.institutoassaf.com.br/downloads/ARTIGO_DINAMICA_DECISOES_FINANCEIRAS_AAN.pdf. Acesso em 02 de mar. 2012. BRAGA, Roberto, 1937. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas , 1989. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcindo; SILVA, Roberto da. Metodologia cientifica . 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

Page 10: 6936

10

CHENG, Angela; MENDES Marcia Martins. A importância e a responsabilidade da gestão financeira na empresa. XVIII Conferência Interameri cana de contabilidade – 1989. Paraguai. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=1413-92511989000100002&script=sci arttext. Acesso em 06 de mar. 2012. CHING, Hong Yug; MARQUES, Fernando; PRADO, Lucilene. Contabilidade e finanças para não especialistas. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia . 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática com HP 12c e excel . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. GONÇALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação à pesquisa cientifica. 4. ed. São Paulo: Editora Alínea, 2007. GROPPELLI, A. A; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. Tradução de Célio Knipel Moreira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. HAYES, Samuel L. Finanças para gerentes. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. HELFERT, Erich A. Técnicas de análise financeira: um guia prático para medir o desempenho dos negócios. 9. ed. São Paulo: Bookman, 2000. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. KALIL, Luísa. Definindo caminhos. Bens & Serviços – Revista da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 78 / Outubro 2011. MARQUES, Wagner Luiz. Contabilidade gerencial à necessidade das empresas! 2. ed. Cianorte, Bacon, 2004. MONTEIRO, Andrea Alves Silveira. Fluxo de Caixa e Capital de Giro – Uma adaptação do modelo de fleuret. Disponível em:http://portalebb.br.tripod.com/sitebuildercontent/sitebuilderfiles/flcxcgiro.pdf. Acesso em 27 de Abr. 2012. PADOVEZE, Clóvis Luis; BENEDICTO, Gideon Carvalho. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. 10. ed. rev. e atual. Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. ROSSETTI, José Paschoal; GALVÃO, Alexandre; BRESSAN, Aureliano Rangel; CAMPOS, Breno de; BOECHAT, Cláudio; ARAÚJO, Daniel Loureiro; RIBEIRO, Érico; BRASIL, Haroldo Guimarães; MOTA, Haroldo Vale; LAURIA, Luciano Carlos; BARROS, Luisa Valentim; GONTIJO, Paulo; PIRES, Sergio Eustáquio, OLIVEIRA, Virgínia Izabel de. Finanças corporativas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média empresa . 1. ed. – 7. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico . 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. SILVA, Edson Cordeiro. Como administrar o fluxo de caixa das empresas – guia de sobrevivência empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.