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    Paralisia Cerebral

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    Paralisia Cerebral

    CONCEITO uma encefalopatia crnica no progressiva da

    infncia

    Caracteriza-se por alteraes dos movimentos eda postura, de causa no gentica, adquiridasantes, durante ou aps o nascimento, at os 7

    anos de idade. Em geral acompanha-se de dficits motores,sensoriais e mental, bem como de crisesconvulsivas.

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    DefinioBax (1864): desordem do movimento e da postura devido a defeito ou leso do crebro imaturo.

    Nelson (1980): encefalopatia esttica, sendo um distrbio no progressivo da postura e do movimento

    que pode associar-se epilepsia, a anormalidades da fala e da viso e tambm a alteraes intelectuais

    Shepherd (1996): grupo de distrbios cerebrais, devido a uma leso ou a anormalidades do

    desenvolvimento ocorridas durante a vida fetal ou primeiros meses de vida.

    Souza e Ferraretto (1998) consideram a Paralisia Cerebral um evento lesivo que pode ocorrer noperodo

    pr, peri ou ps-natal, sendo um grupo no progressivo mas freqentemente mutvel de distrbio

    motor, secundrio leso do crebro em desenvolvimento.

    Burns e MacDonalds (1999) definem como sendo um distrbio persistente, porm no imutvel da

    motricidade devido a uma leso cerebral no evolutiva que ocorreu antes dos trs anos de idade.

    Geoffrey Miller (2002) definiu a Paralisia Cerebral como sendo uma srie heterognea de sndromes

    clnicas caracterizadas por aes motoras e mecanismos posturais anormais.3

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    HISTRICO

    Descrita em 1843: Willian John Little estudou 47 crianas, portadoras de rigidezespstica.

    O termo Paralisia Cerebral foi introduzido por Freud, em 1853, que unificou as

    diversas manifestaes clnicas da Paralisia Cerebral numa nica sndrome.

    Phelps generalizou o termo PC para diferenci-lo do termo paralisia infantil, causadopelo vrus da poliomielite.

    Nas ltimas dcadas, trabalhos cientficos sinalizam que os fatores de risco maternos

    ou problemas nas gestaes contribuem para o trabalho de parto complicado, levandoa uma anxia perinatal e/ou ndice de Apgar baixo, com um quadro de encefalopatiahipxico-isqumica, que uma das principais causas de PC.

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    EPIDEMIOLOGIA

    Ocorre numa proporo de 3 casos para 1000 habitantes (considerandotodas as formas e faixas etrias)

    (Em 1970, Mac Intosh - Esccia: 1,2 para 1000 )

    (Em 1989, FerraretoBrasil: 6 para 1000)

    Sua incidncia vem aumentando como conseqncia de alguns

    fatores:

    1. Diminuio da natimortalidade na proporo de 0.5 casospara cada 100 partos;

    2. Diminuio da neomortalidade aumentando o nmero

    de sobreviventes;

    3. Aumento da longevidade em at 80% nos ltimos 20 anos,

    o que aumenta o tempo de sobrevida;

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    ETIOIOLOGIA

    1. Causas pr-natais: Doena crebrovascular Agentes fsicos e gentes qumicos Infeces Fatores maternos

    2. Causas pri-natais: Anxia peri-natal Hemorragias intra-cranianas Alteraes metablicas Infeces Ictercia precoce

    3. Causas Ps-natais:

    Traumatismos cranianos Infeces Tumores AVCs

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    FISIOPATOGENIA As leses cerebrais mais graves resultam de doena cerebrovascular seja isqumica ou

    hemorrgica:

    Hipoperfuso cerebral

    Infarto de distribuio arterial

    Hemorragia IV

    As demais causas (infeces, lcool, drogas, D. maternas, Disf.placentrias) tambmpodem simular insultos hipxico-isqumicos.

    Dependendo da idade gestacional em que ocorra a agresso as seqelas podero ser: Malformativas

    Distrbios da migrao neuronal,

    Holoprosencefalia, Hidrocefalia, Lissencefalia,

    Dandy-Walker: malformao congnita que afeta o cerebelo e os liquor que o rodeiam. Ascaractersticas: alargamento do quarto ventrculo, a ausncia completa ou parcial da rea entre os doishemisfrios cerebelares e a formao de cistos na base interna do crnio),

    S. Zellweger (reduo ou ausncia de peroxissomas: organela faz armazenamento de enzimas, nas clulas dofgado, rins e crebro),

    Megalencefalia, Extrema microcefalia;

    Destrutivas: Porencefalia, Estado marmreo (kerncterus),

    Hidrocefalia, Hidranencefalia( uma condio pouco comum na qual os hemisfrios cerebrais no estopresentes e so substitudos por sacos cheios de lquido cerebroespinhal). 7

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    FISIOPATOGENIA

    As leses cerebrais mais graves resultam de doena cerebrovascularseja isqumica ou hemorrgica:

    As demais causas tambm podem simular insultos hipxico-isqumicos.

    Dependendo da idade gestacional em que ocorra a agresso asseqelas podero ser:

    Malformativas

    Distrbio de migraco neuronal lissencefalia 8

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    Porencefalia: Estado marmreo (kerncterus)Doena extremamente rara. Surgem cistos ecavidades em um hemisfrio cerebral

    podendo acontecer antes ou depois donascimento. Os cistos so em geral resultadode destruio tecidual por infeco oudoena vascular. Tambm podem serresultado de falha no desenvolvimento.

    O estado marmreo ocorre quando a lesoocorre no crtex e nos gnglios da base, a

    leso chamada parassagital afeta o crtex ea substncia branca subcortical.

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    INTENSIDADE DOS SINTOMAS

    As alteraes dos movimentos e da postura, os dficits sensoriais e mentais, bemcomo as convulses, dependem de fatores agravantes e atenuantes, quaissejam:

    1.Fatores agravantes:a. O agente causal e a durao de sua ao;b. A idade gestacional em que ocorreu a agresso;

    c. Ms condies de atendimento durante o trabalho de parto;d. Maior maturidade fetal;e. Convulses neonatais;

    2.Fatores atenuantes:

    a. Fatores protetores placentrios e maternos genticos;

    b. Equipamentos hospitalares para monitorizao do parto;c. Boa qualificao do pessoal envolvido no atendimento perinatal;d. Plano de sade para cobertura do parto cirrgico;e. Fisioterapia no-natal;f. Estimulao precoce;

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    CLASSIFICAO(Limongi, 2000)

    Na prtica utiliza-se uma classificao sintomtica subdividindo-as em: Espsticas (ou piramidais) 75% Coreoatetsicas (ou extrapiramidais ) 18% Atxicas (ou cerebelares) 2% Mixtas 5%

    De acordo com o grau de comprometimento podem ser aindaclassificadas em: Monoplegia Diplegia Hemiplegia Paraplegia Triplegia Tetraplegia

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    Quadro Clnico. Paralisa Cerebral de acordo com os sinais clnicos:

    Paralisia Cerebral EspsticaEspasticidade o aumento do tnus causado pela leso do primeiro neurnio motor superior, quepode ser observada com o aumento da velocidade do movimento passivo. A espasticidade faz comque os movimentos da criana diminuam, tornando mais fcil de identifica-la. A forma espsticaapresenta as caractersticas de hiperreflexia, fraqueza muscular, clnus, padres motores anormais ediminuio da destreza. As crianas espsticas tm menos estabilidade postural que leva a menorfora e habilidade nas AVDs e geralmente essas crianas apresentam-se com flexo dos membrossuperiores e extenso dos membros inferiores. Como a espasticidade predominante em algunsgrupos musculares e no em outros as deformidades articulares aparecem com freqncia.

    Problemas perceptivos, principalmente das relaes espaciais, so mais comuns nesse tipo deparalisia. Ela representa 75 % das Paralisias Cerebrais. De acordo com a gravidade da deficincia, sob oponto de vista funcional, podem ser classificadas como discreta, leve, moderada ou grave.

    Cerebral Atetide

    A forma atetsica apresenta sinais de leso do sistema extrapiramidal, nos nclesos da base. Por isso oaparecimento de movimentos involuntrios que se classificam como atetides (falta de postura,movimentos involuntrios, lentos, presentes nas extremidades, serpenteantes ou contorcidos, queaumentam com a exitao, insegurana e esforo para fazer um movimento voluntrio e osmovimentos finos e a fora muscular so prejudicadas), coreicos (movimentos involuntrios rpidos,na parte proximal do membro impossibilitando que o movimento voluntrio ocorra) e ditnicos(movimentos atetsicos mantidos com posturas fixas que aps um tempo se modificam).

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    Paralisa Cerebral Atxica

    A ataxia um distrbio decorrente de uma leso no cerebelo, que monitora e dmodelao fina posio dos msculos para a preciso de alcance e fora(coordenao) e para o equilibrio. A ataxia no est diretamente ligada ao tnusmuscular e sim s reaes de equilbrio. A criana quase sempre hipotnica eapresenta instabilidade de movimentos. As reaes atxicas so freqentementeobservadas na marcha da criana pela instabilidade do tronco e das cinturasescapular e plvica. A ataxia mais observada em retiradas de tumores cerebrais.

    Paralisia Cerebral Hipotnica

    A forma hipotnica encontra-se em crianas com tnus baixo, tendo comoconseqncia articulaes frouxas, msculos mal definidos, hipermobilidade articular,menos fora e resistncia, de forma que essas crianas podem ser caracterizadascomo bonecas de pano moles. Hipotonicidade um tipo de Paralisia Cerebral quepode tambm mascarar condies degenerativas. Normalmente esta forma deParalisia Cerebral um padro transitrio, que pode se transformar em uma dasoutras formas posteriormente.

    Paralisia Cerebral Mista

    Na forma mista, combinam-se caracteristicas da Paralisia Cerebral espstica, atetsicae atxica. O tnus muscular tem um padro mutante e a criana pode ter diferentestipos das classificaes anteriores durante seu crescimento ou ao mesmo tempo.

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    DIAGNSTICO

    1. Uma histria completa dos antecedentes gestacionais e perinatais j permite umasuspeita diagnstica;

    2. Deve-se sempre considerar a possbilidade de o fator causal j ter acontecido emfases iniciais da gestao;

    3. Muitas vezes as formas mais leves de paralisia cerebral passam despercebidas,

    somente se manifestando na fase de escolaridade por discretasincoordenaes motoras.

    SINAIS DE ALERTA:

    No confundir os sintomas da doena causal com os sintomas da paralisiacerebral ( ciladas ).

    Coma profundo Grito anormal

    Postura anormal ( opisttono)

    Hipertenso endocraniana

    Assimetrias

    Falta dos automatismos 15

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    EXAMES COMPLEMENTARES

    1. Excluir Encefalopatias progressiva: Erros inatos do metabolismo (EIM) com Teste do Pezinho PLUS;(exame realizado para detectar precocemente doenas metablicas, genticas ou infecciosas, que se no tratadas poderocausar leses irreversveis no beb (como retardo mental). um procedimento simples, onde so coletadas gotas desangue do calcanhar e colocadas em um papel de filtro (s pode ser colhido 48 horas aps o nascimento). O Teste doPezinho Bsico obrigatrio por lei. A me no poder ter alta sem ter colhido o teste. Quando for realizado a coleta doteste do pezinho bsico, poder colher tambm o teste Master ou Plus. A diferena est na cobertura do diagnstico dasdoenas.

    Teste do Pezinho Bsico: fenilcetonria, fibrose cstica, hemoglobinopatias, hipotireoidismo congnito, deficincia de biotinidase.Teste do Pezinho Plus:alm das doenas j relacionadas, hiperplasia adrenal congnita, galactosemia, toxoplasmose congnita.Teste do Pezinho Master:alm das doenas j mencionadas, sfilis, citomagalovirose, doena de chagas e rubola congnita.)

    2. Excluir Doenas genticas ou cromossmicas: Caritipo, Dosagen enzimticas;

    3. Ultrassonografia trans-fontanela, mais para identificao precoce das causas, visando a adoo de medidasteraputicas e deEstimulao precoce;

    4. Tomografia computadorizada (CT) e/ou Ressonncia magntica(MR) para confirmar malformaes e/ouleses sugestivas de seqelas pr, pri e ps-natais, nem sempre possvel.

    5. Eletroencafalograma(EEG):pouca utilidade apenas quando associado a convulses

    6. Teste da Orelhinhaavaliao audiomtrica;

    7. Teste do Olhinho

    avaliao oftalmolgica; 16

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    CONDUTAS

    1. Apoio perinatal e natal imediatos (UTI-no );2. Estimulao precoce;3. Cuidados alimentares;4. Equipe multidisciplinar:5. ortopedista Neurologista fisioterapeuta, TO; Alm de: Fonoaudilogo Oftalmologista Otorrino Nutricionista Cirurgio peditrico Odontlogo Psicopedagogo

    5. Recentemente: Equoterapia Toxina botulnica6. Cursos profissionalizantes adaptados

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    Lisencefalia

    Significa literalmente: ''crebro liso, uma

    desordem rara formao do crebro causadapor defeito de migrao neuronal durante os

    dias 12 e 24 semanas de gestao, resultandoem uma falta de desenvolvimento de dobrascerebrais (giros) e sulcos (sulcos).

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