6ª Olimpíada Nacional Em História Do Brasil 1 FASE

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Questões para resolução da ONHB

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  • 6 Olimpada Nacional em Histria do Brasil Participando

    OS EXILADOS

    LEGIONRIOS DA HISTRIA

    POR TRS DA HISTRIA

    SOPHIA

    ESMERALDAS

    CARCARS

    OS SABINADAS

  • 1 QUESTO Entre os dias 28 de dezembro de 1879 e 4 de janeiro de 1880 a capital do Imprio foi tomada por uma srie de manifestaes pblicas que ficaram conhecidas como Revolta do Vintm ou Motim do Vintm. Tais manifestaes tinham como foco principal protestar contra a cobrana da taxa de um vintm (moeda de cobre cujo valor correspondia a 20 ris) sobre as passagens de bondes que circulavam na cidade do Rio de Janeiro e que entraria em vigor a partir do dia 1 de janeiro de 1880. Em sua Revista Illustrada, ngelo Agostini motivado pela () ansiedade de nossos leitores em vr produzidos os principais e extraordinrios acontecimentos (), publicou um suplemento edio 189 do semanrio.

    Revista Illustrada, suplemento ed. 189, janeiro de 1880 (Parte 1) Gravura

    Revista Illustrada, suplemento ed. 189, janeiro de 1880 (Parte 2) Gravura Sobre o documento podemos dizer que: Alternativas A. um relato alegrico que narra o Motim do Vintm em quatro momentos: o comcio pacfico organizado por lideranas republicanas; a destruio dos bondes; o enfrentamento entre a fora policial e a populao e o desfecho com a morte de manifestantes. B. D destaque aos lderes republicanos, polcia e ao Imperador e representa o povo na figura do Z Povinho - como ingnuo e manipulvel. C. Desmascara a atuao de policiais a paisana que incentivaram o povo a atacar os bondes para assim incriminar os lderes republicanos. D. Aponta para a existncia de um debate na imprensa que antecedia a Revolta do Vintm, quando os peridicos se colocaram contra, a favor ou se calaram no que dizia respeito ao novo imposto a ser cobrado.

    ANOTAES

  • FIGURAS

    Transcrio: Ligeiros croquis sobre os acontecimentos dos primeiros dias do anno de 1880 na Crte. Fig. 01 Fomos ao Largo do Pao: crescido numero de pessoas l se achava espera do meeting anunciado. Fig 02 Pouco antes do meio-dia apareceu o ilustre orador Dr. Trovo, acompanhado de seu estado-maior, Fig. 03 que procurou durante algum tempo um logar apropriado para orar, chegando at a entrar num aougue Fig. 04 O cheiro do sangue porm o fez recuar. As intenes do orador eram paccificas. Fig. 05 Afinal erguendo o brao alto disse: ali. E tomou assento: isto , ficou de p. Ao meio dia em ponto, duodcima badalada, a eloquente voz do ilustre tribuno fez-se ouvir no meio de estrepitosos applausos. Nada posso aconselhar-vos, toda via acharia imprudncia resistir fora. No devemos sahir do terreno legal, como convem a um povo soberano, S. M. ainda no deu resposta representao que lhe foi dirigida etc. etc. Fig. 06 Requeiram em termos. Nem outra reposta poderia dar seno esta. Fig 07 Num rasgo de eloquncia, o Dr. Trovo desabotoou-se e declarou que ofereceria em holocausto o seu peito e a sua flanela s balas, se fosse preciso para etc. etc. Fig. 08 Felizmente para nosso orador, no havia outras balas nessa ocasio, seno as de ovo, de ponto e queimadas. Fig. 09 Concluido o meeting, o Dr. Lopes Trovo frente de 4 5000 pessoas, dirigio-se para a rua Direita, onde um semi-orador deteve por algum tempo o povo por meio de um pequeno discurso de circunstncia. Fig 10 A procisso embarafustou pela rua do Ouvidor, a classica rua de todas as manifestaes populares, officiaes, festivas, carnavalescas e at funebres. Fig.11

  • Por ocasio de passar em frente ao jornal do Commercio, o povo deu-lhe grandes demonstraes de reconhecimento pelo interesse que essa folha mostrou a seu favor, no negocio do vintem. O mesmo fez o povinho ao Cruzeiro e a Gazeta mas em sentido contrrio. Estrondosos vivas echoaram nos ares. Fig.12 E como no meio de todas estas manifestaes, no apareceo a menor sombra de policia, no houve conflito algum, correndo tudo em santa paz e harmonia. vista disso, empunhamos o nosso thuribulo e dirigimo-nos ao chefe de policia. Fig. 13 Afim de encensa-lo mais no poder, pela feliz lembrana de ter evitado, com a simples ausencia de policiais e de tropa, conflitos graves. Fig. 14 Chegando porem ao Largo de S. Francisco, ahi vimos o corpo policial a cavalo a corcovear por entre o povo e effectuar-se varias prises de desordeiros. Quanto as prises v; mas considerando que os corcoveios da policia estavam justamente de encontro supposta prudncia de que julgamos revestido o S. Ex. Snr Chefe, tratamos imediatamente de recolher o nosso thuribulo aos bastidores. Fig. 15 Tambem por l vimos certos capadcios que davam ocasio a dilogos muitos significativos Seu Canalha, voc foi quem me disse de arrancar os trilhos e agora vejo que foi cilada e que voc da policia. Fig. 16 No pois para admirar que os desordeiros, e nessas occasies h muitos, tivessem feito estrepolias com os bonds. Foi quanto bastou para a cavallaria dar algumas cargas que fizeram do Largo de S. Francisco um verdadeiro campo de batalha.

  • Transcrio Fig. 01 Foi especialmente na rua de Uruguayana que os bonds soffreram mais. Ahi, ouvimos o Dr. Trovo dizer as seguintes palavras: Cidados; Estragar os bonds atentar contra a propriedade alheia; uma aco indigna de um povo que trata de defender o vintem que tambem a sua propriedade. Fig. 2 O 7 de infantaria foi saudado pelo povo na rua do Ouvidor, e como elle corresponderia ao comprimento, mandaram no retirar, ficando substitudo Fig. 3 pelo 1 batalho que postou-se no Largo de So Francisco de Paula, a espera de Ordens para atacar o povo indefeso Fig 4 Essa ordem no se fez muito esperar. Perto das 5 horas da tarde, a tropa, depois de uma tremenda carga baioneta, dividiu-se em pelotes e fez fogo, atirando at em famlias que estavam janella! E sem a menor intimao! Fig. 5 A rua Uruguayana ficou interdicta ao publico. Fig. 6 s 11 horas da noite ainda l vimos um dos assassinados estendido na calada, com uma vela de cebo enfiada em cada mo e guardado por um urbano, tambm de vela em punho Fig. 7 Na noite desse fatal dia, varios cidados se reuniram a convite e sob a presidencia do Dr. Ferreira de Menezes que propoz-se de fazer o enterro das victimas, convidando o povo para o accompanhamento. Fig. 8 Infelizmente, a policia teve a mesma lembrana, e um pomposo enterro na carrocinha levou as victimas do vintem valla commun. Fig. 9 No dia 2 alguns revolucionrios attacaram fogo casa de Laport, por ter-se este recusado a vender armas Fig. 10 Tanto o Laport como o Lacault, tiveram frente de suas casas uma guarda de honra feita pelos fuzileiros navaes. Fig. 11 Consta que o governo est resolvido a empregar todo o seu material de guerra para dar cabo do povo se este teimar em dar cabo do imposto de vintm. Fig. 12 Bem procuramos avisar Z povinho Contra a fora no h resistencia(Pelo menos aqui na Crte)

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  • 2 QUESTO Leia a letra e escute a cano: "Quando o muro separa uma ponte une Se a vingana encara o remorso pune Voc vem me agarra, algum vem me solta (...)" Pesadelo (1972) Letra de Msica Gravada no disco Cicatrizes do MPB-4, em 1972, essa cano passou pela censura apesar da dura crtica de Paulo Cesar Pinheiro Ditadura Civil-Militar. Sobre ela, podemos afirmar que: Alternativas A. Apresenta o amanh como uma revanche dos que foram calados pela ditadura e o voc como os militares no poder. B. Apesar de ter sido liberada e gravada, as rdios naquele perodo quase no tocaram a cano, por medo do regime e por autocensura. C. Muitas canes foram censuradas durante o regime militar, incluindo as de autores como Rita Lee, ngela Ro Ro e Odair Jos, e at mesmo de bandas como RPM e Blitz, nos anos 80. D. O verso Voc me prende vivo, eu escapo morto / De repente olha eu de novo / Perturbando a paz, exigindo troco mostra o conhecimento do autor dos crimes de Estado que aconteciam durante a ditadura.

    Pesadelo (1972) Letra de Msica

    Quando o muro separa uma ponte une Se a vingana encara o remorso pune Voc vem me agarra, algum vem me solta Voc vai na marra, ela um dia volta E se a fora tua ela um dia nossa Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando Que medo voc tem de ns, olha a Voc corta um verso, eu escrevo outro Voc me prende vivo, eu escapo morto De repente olha eu de novo Perturbando a paz, exigindo troco Vamos por a eu e meu cachorro Olha um verso, olha o outro Olha o velho, olha o moo chegando Que medo voc tem de ns, olha a O muro caiu, olha a ponte Da liberdade guardi O brao do Cristo, horizonte Abraa o dia de amanh Olha a Olha a Olha a

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  • 3 QUESTO Observe a representao dos sepultamentos retirados no Sambaqui Morro do Peralta, em Laguna, Santa Catarina, e assinale a alternativa mais pertinente:

    Sambaqui Morro do Peralta Croquis Alternativas A. Os Sambaquis, habitados por pescadores-coletores, podem ser definidos como um territrio composto por um amontoado de conchas que, neste caso, tem sua funo ligada aos rituais funerrios. B. A imagem, em uma escala de 1:10, mostra dois sepultamentos numa rea quadriculada de 26 metros, compostas de ossos humanos, restos de peixes, moluscos e pedras. C. A metodologia que fundamenta a produo da imagem dos sepultamentos permite que sejam levantadas hipteses sobre o passado. D. A descoberta dessas ossadas incentivou a promulgao da Lei Federal n. 3.924/1961, que protege os stios arqueolgicos brasileiros e impede a depredao desses espaos.

  • FIGURAS

  • 4QUESTO Leia o trecho a seguir e escolha uma das alternativas abaixo: "(...) o incio da epidemia se dera na casa de uma moradora no Par, que teve um filho morto pela doena (...)" Formidvel contgio Texto Acadmico Alternativas A. A reduo dos ndices demogrficos da regio ao longo do surto epidmico contribuiu para a diminuio do apego excessivo a riquezas tanto entre eclesisticos quanto entre a populao. B. Nos anos finais do sculo XVII a doena havia devastado a populao local, livre e escrava, avanando em direo a outras regies e chegando a Belm. C. O texto trata da epidemia de varola que, a partir dos anos 1660, irrompeu na capitania do Maranho. D. O missionrio recorre a um elemento conhecido da tradio bblica - a doena como punio divina - em seu argumento a favor dos jesutas. Formidvel contgio Texto Acadmico 1661: a peste de bexigas () o incio da epidemia se dera na casa de uma moradora no Par, que teve um filho morto pela doena. Como se tratava de bexigas contagiosas segundo o padre se foram espalhando pela cidade e capitanias, com tanto estrago dos ndios que acabou a maior parte deles, morrendo tambm alguns filhos da terra, que tinham alguma mistura. A epidemia foi uma excelente oportunidade para o padre Bettendorf ressaltar os malefcios causados pela sacrlega expulso dos religiosos, pouco tempo antes. Tanto que, segundo ele, os prprios moradores chamavam de volta os padres, banidos das aldeias

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  • indgenas, para administrar os sacramentos e cuidar dos ndios. No havia dvida de que, com a peste de bexigas, Deus teria castigado todo o Estado, depois dos povos se terem levantado contra os padres missionrios da Companhia de Jesus. O religioso luxemburgus no era o nico a atribuir um sentido maior s bexigas que castigaram o Maranho dos anos 1660. Um manuscrito annimo (certamente jesuta) sobre o motim de 1661 referia-se epidemia como o rigoroso golpe da espada da Divina Justia. Assim, numa descrio prxima das pragas bblicas, narrava o texto: se corrompeu o ar de tal sorte, que com uma peste veemente de bexigas vai consumindo tudo. Os padres da Companhia de Jesus atribuam o surto de bexigas expulso que haviam sofrido, mas h vrios outros registros que do conta da seriedade da irrupo da doena no Maranho e Par. Frei Pedro das Neves, religioso franciscano, por exemplo, escrevia aos seus superiores sobre as diversas dificuldades que enfrentavam os frades no Maranho. Advertia ele que a tudo se somara a grande mortandade que as bexigas fizeram no gentio, que o remdio destas terras. No somente as casas dos moradores haviam ficado sem um escravo, mas tambm as aldeias de ndios livres iam ficando desabitadas. Entre os prprios religiosos tambm havia perdas: com ns temos muito poucos morreram 48 e mais iam morrendo a cada dia. Pouco tempo depois, eram os oficiais da Cmara de So Lus que se queixavam ao rei da falta de escravos e trabalhadores, pelo mal de bexigas, que em todo o Estado houve, e que era, explicavam, a peste entre estes gentios. Lamentavam-se os oficiais que a doena tinha levado quase todos os livres das aldeias avassaladas a V.M., bem como os escravos dos moradores. O ouvidor Maurcio de Heriarte relatava igualmente a desolao causada pela doena. Segundo ele, na ilha de So Lus havia inicialmente 18 aldeias grandes de ndios de diversas naes; com as bexigas, se consumiram e ficaram trs.

    5 QUESTO "Como se sabe, drages so grandes lagartos ou serpentes aladas, com hlito de fogo e poderes sobrenaturais (...)" O drago e a cidade: lendas do Cear Texto Acadmico A leitura do trecho do artigo de Linda Gondim, associada a seus conhecimentos, permite afirmar que: Alternativas A. A autora indica como a literatura de Jos de Alencar ajudou a constituir um dos principais mitos de fundao do povo cearense - aquele do encontro do colonizador Martin Soares Moreno com a ndia tabajara Iracema. B. O movimento Quem dera ser um peixe critica a proposta de investimento milionrio na construo de um Aqurio gigante na praia de Iracema, acarretando a demolio do j tradicional Drago do Mar. C. O Centro Drago do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em Fortaleza em 1999, recebeu esse nome para homenagear o jangadeiro Francisco Jos do Nascimento e ressaltar sua importncia para a histria do Cear. D. A ideia de que a escravido foi abolida no Cear em 25 de maro de 1884 tem sido questionada por estudos que indicam que senhores em diversos municpios cearenses mantiveram escravos para alm desta data. O drago e a cidade: lendas do Cear Texto Acadmico Como se sabe, drages so grandes lagartos ou serpentes aladas, com hlito de fogo e poderes sobrenaturais. Presentes na mitologia de povos to diversos como chineses, europeus e astecas, so vistos ora como fonte de sabedoria e fora, ora como feras malignas. Conta-se que, h muito tempo, um drago saiu dos verdes mares bravios, em uma praia nomeada em homenagem ndia Iracema, personagem de Jos de Alencar (1983 [1865]). No mito do romancista cearense, a virgem dos lbios de mel no foi vtima do drago, e sim do cavaleiro que deveria proteg-la, Martin Soares Moreno. Do encontro do colonizador com ajovem tabajara nasceu Moacir o filho da dor, conforme a etimologia alencarina. E de Moacir descendem os cearenses, um povo de olhos voltados para alm-mar, tal como o Guerreiro Branco. Mais de dois sculos se passaram desde a chegada dos primeiros colonizadores ao Cear e eis que o mar nos trouxe outro heri mitolgico: o jangadeiro Francisco Jos do Nascimento, conhecido como Chico da Matilde (nome de sua me). Em 1881, a pedido dos integrantes do movimento abolicionista cearense, ele liderou os jangadeiros que se recusaram a embarcar escravos no navio que iria lev-los para outras provncias. Abolicionistas do Rio de Janeiro promoveram sua ida Corte, onde recebeu homenagens amplamente divulgadas. A imprensa passou a se referir ao jangadeiro como Drago do Mar, alcunha que substituiu o prosaico apelido Chico da Matilde. (MOREL, 1988).

  • 6 QUESTO "(...) Declarou o sr. general Francisco Glycerio no banquete offerecido ao senador rio grandense, Pinheiro Machado, que o problema actual a ser resolvido pela nossa Patria mais internacional do que nacional (...)" A Republica, de 24 de abril de 1902 Notcia de Jornal A partir do documento, escolha uma alternativa: Alternativas A. Esta questo internacional envolveu disputas entre Brasil, Bolvia e Peru pela posse do territrio do Acre. B. A assinatura do Tratado de Petrpolis, em 1903, ofereceu um desfecho diplomtico a um processo que no foi pacfico. C. Foi graas ao auxlio militar norte-americano que o Brasil conseguiu garantir a anexao do atual estado do Acre. D. A narrativa permeada por sentimentos nacionalistas. A Republica, de 24 de abril de 1902 Notcia de Jornal DECLARAO IMPORTANTE Declarou o sr. general Francisco Glycerio no banquete offerecido ao senador rio grandense, Pinheiro Machado, que o problema actual a ser resolvido pela nossa Patria mais internacional do que nacional. A sua declarao, essa que ahi fica e que no poder ser posta em duvida, tal a confiana que nos merece o correspondente telegrafico da Republica, sempre seguro e solicito nas suas informaes, desperta-nos no poucas cogitaes. Est actualmente o governo do Paiz a braos com as dificuldades creadas pela Bolivia nesse traioeiro arrendamento do territrio do Acre, territrio onde vivem lavrando o solo, 27.000 brazileiros que deram, pelo seu trabalho, daquela zona a importncia que tem. E esse arrendamento, conquanto firmado, no poder ser consentido pelo Brazil em nome da dignidade do seu pavilho. () A situao creada no Acre pela Bolivia, de mos dadas com o estado-maior das ambies do syndicato norte-americano, outra, e essa situao que o sr. general Francisco Glycerio naturalmente alude como o problema que comea enturvar os horizontes das nossas condies internacionaes. A sua phrase vai ainda echoando noutros cantos do pais como nota alarmante, tanto mais quando diz que o Brazil, por isso mesmo, precisa de um exercito forte e de uma armada poderosa. Forte e intrpido, porm, j o Exercito Brazileiro; tem no demonstrado nesses prlios ingentes, onde h pago dignidade da Patria o imposto do seu sangue, ferindo-se, defendendo-se e morrendo corajosamente, sombra da nossa bandeira. Os seus feitos vivem cobertos pela revoada das bnos nacionaes. Quer nos parecer todavia, e dizemos com satisfao, a despeito da previso daquele estadista, que a questo actual, a que pesa como um problema internacional, ser resolvida pelas armas da diplomacia, que so essas pelas quaes as naes cultas procuram acentuar o valor dos seus direitos, sem que haja necessidade de que sem nos pontos cardeais da Patria os clarins e tambores marciaes.

    ANOTAES

  • 7 QUESTO Nesse trecho o viajante alemo Carl Schlichthorst faz alguns apontamentos sobre os artistas do Imperial Teatro de So Pedro, principal teatro do Rio de Janeiro no perodo. A partir do texto possvel afirmar que: "Orquestra completa e boa, devendo contar nas grandes peras mais ou menos cem figuras (...) O Rio de Janeiro como : 1824-1826 (Huma vez e nunca mais) Trecho de Livro Alternativas A. A principal atividade dos castrati no Rio de Janeiro se dava na Real Capela, pois era proibida a atuao de mulheres nos espetculos musicais de cunho religioso na Corte. B. No Brasil do perodo os espetculos teatrais eram proibidos e considerados imorais, sendo que as atividades artsticas ficavam a cargo das instituies religiosas. C. Esse teatro possua uma grande orquestra composta de uma centena de msicos e o grupo de cantores era formado por artistas europeus que faziam parte da Capela Imperial, entre eles alguns castrati. D. Os castrati, plural da palavra italiana castrato, eram cantores que foram castrados com o objetivo de preservar a voz aguda infantil, para que eles pudessem alcanar uma carreira de sucesso cantando em igrejas e teatros. O Rio de Janeiro como : 1824-1826 (Huma vez e nunca mais) Trecho de Livro Orquestra completa e boa, devendo contar nas grandes peras mais ou menos cem figuras. O maestro dirige-a ao piano. Ponto muito alto. Tomassini, Bartolozzi, Fasciotti e vrios outros castrati, anteriormente destinados Capela Imperial, cantam tambm nele. Entre as cantoras sobressaem as Pignateli.

  • 8 QUESTO "O principal motivo da criao da capitania de Mato Grosso, em 1748, foi impedir que os espanhis tomassem a regio e chegassem a Gois e Minas Gerais (...)" Comer, Beber, Governar Artigo de Revista Escolha a alternativa que julgar mais pertinente: Alternativas A. As festas organizadas pelo capito-general Lus de Albuquerque em homenagem D. Maria inspiravam-se nos banquetes da Famlia Real, j instalada no Rio de Janeiro. B. Os vnculos estabelecidos entre a metrpole e a colnia no eram restritos apenas poltica, e itens como alimentos, livros e vestimentas, por exemplo, eram importados de Portugal. C. A autora v a alimentao e os rituais que a envolvem como instrumentos de poder e de sociabilidade. D. A partir de documentos histricos, o texto indica aspectos relacionados ao contexto scio-poltico da primeira capital do Mato Grosso setecentista. Comer, Beber, Governar Artigo de Revista O principal motivo da criao da capitania de Mato Grosso, em 1748, foi impedir que os espanhis tomassem a regio e chegassem a Gois e Minas Gerais. Era a poca em que Portugal e Espanha discutiam as clusulas do Tratado de Madri, finalmente assinado em 1750, que fixou os contornos aproximados da atual fronteira brasileira, substituindo o Tratado de Tordesilhas (1494). Para reforar ainda mais a presena na regio, os portugueses estabeleceram em 1752, s margens do Rio Guapor, a Vila Bela da Santssima Trindade, primeira capital de Mato Grosso. (). Para homenagear a realeza portuguesa, estreitar os laos diplomticos com os vizinhos espanhis, comemorar os dias de santo ou saudar os oficiais que faziam a demarcao de limites da regio, foram realizadas vinte e oito reunies em torno da mesa farta entre 1760 e 1789. Os dois primeiros banquetes de que se tem registro, em novembro de 1760, tiveram como objetivo fazer agrado aos vizinhos. Foram oferecidos ao espanhol Jos Nunes Cornejo, governador da vizinha provncia deSanta Cruz de la Sierra (hoje na Bolvia), pelo capito-general Antnio Rolim de Moura (1709-1782), conde de Azambuja, primeiro governador da capitania () e fundador de Vila Bela. Quem fez desses eventos uma tradio local () foi outro militar: o capito-general Lus de Albuquerque. Ele ofereceu vinte e seis banquetes, entre os quais um diplomtico. Em agosto de 1783, emissrios espanhis foram enviados a Vila Bela para levar correspondncia ao capito-general e, de quebra, verificar como andava a ocupao portuguesa nas terras ainda em litgio. Foram to bem recebidos que ningum diria que havia ali uma disputa entre dois imprios. Embora tenha organizado essas refeies coletivas quase todos os anos em dezembro para lembrar o aniversrio de D. Maria I, o forte de Lus de Albuquerque eram as festas populares. Ao longo de seu governo, ele deu vrios banquetes em homenagem a Santo Antnio de Lisboa, de quem era devoto e em cuja homenagem mandou construir uma igreja. () Dependendo da situao financeira da capitania, em alguns anos havia mais fartura que em outros. Mas nunca se abriu mo de utenslios importados de Lisboa para servir e cozinhar. Caarolas eram trazidas da metrpole junto com toalhas de mesa, guardanapos, pratos, talheres e castiais. Muitos alimentos tambm eram portugueses, como farinha, embutidos, queijos, azeite, biscoitos, chocolate, vinho e aguardente. Era a oportunidade de se experimentarem pratos diferentes, com ingredientes finos, fugindo da comida do dia a dia. Na hora do preparo, os cozinheiros misturavam os produtos vindos de Portugal com os da terra, como milho, feijo, mandioca e derivados da cana-de-acar. Na sobremesa, as frutas locais eram consumidas ao natural ou em compota, servidas com os doces tpicos portugueses, adaptados aos ingredientes locais. Para beber havia os sucos de frutas, entre as quais se destacavam laranja, limo e melancia. O socilogo Gilberto Freyre (1900-1987), ao analisar esses banquetes no livro Contribuio para uma sociologia da biografia (1978), sobre Lus de Albuquerque, presumiu que no cardpio houvesse peixes e talvez caa das guas e das matas tropicais de Mato Grosso. Ele se baseou no fato de que, naquela poca, os produtos oriundos da caa faziam parte do cardpio das refeies mais finas oferecidas na Europa. At a Revoluo Francesa, a caa permaneceu uma prerrogativa da nobreza, portanto um smbolo de status. No Brasil, o costume da caa durou at o sculo XIX, e se em Mato Grosso no havia peixes de gua salgada nem salmes e trutas como em Portugal, encontrava-se um substituto altura no pacu: um peixe da classe dos salmes do (rio) Minho acima, do mesmo gosto e do mesmo volume, segundo relato do astrnomo e matemtico Antnio Pires da Silva Pontes Leme (1750-1804), de 1781. Integrante da equipe que produziu o primeiro reconhecimento cartogrfico e as medies astronmicas precisas da regio, Silva Pontes falava com conhecimento de causa: ele foi um dos que experimentaram os banquetes oferecidos por Lus de Albuquerque. () Prestigiados, os viajantes se sentavam sempre s melhores mesas, ao lado das figuras mais respeitadas da regio, enquanto os soldados, por exemplo, ficavam em mesas piores. Era a mesma hierarquia que havia nas procisses religiosas, em que os ricos ocupavam os primeiros lugares e os demais fieis ficavam atrs. O naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815) foi outro viajante que experimentou os banquetes de Vila Bela. Ele percorreu o Par, o Rio Negro e Mato Grosso de 1783 a 1793 estudando a flora e a fauna da regio. Lus de Albuquerque criou at uma instituio chamada mesa real, que correspondia s despesas e servios realizados para alimentar os funcionrios reais empregados nas demarcaes de limites. As refeies eram oferecidas no palcio do governador. Mas o nmero de banquetes diminuiu bastante depois de 1789, quando o capito-general foi substitudo no cargo por seu irmo Joo de Albuquerque de Melo Pereira e Cceres (? 1796). Vila Bela foi perdendo prestgio aos poucos e deixou de ser o centro do poder de Mato

  • Grosso em 1824, quando a capital da ento provncia foi transferida para Cuiab. Ainda assim, hoje a culinria local guarda vestgios de uma poca em que jantares podiam ser muito mais do que uma simples refeio.

    9 QUESTO

    proibido Dobrar Esquerda, Rubens Gerchman, 1965. Pintura A partir da leitura desta obra de arte contempornea possvel afirmar que: Alternativas A. Foi realizada num momento em que ocorreram vrias manifestaes polticas nas ruas do Brasil. B. Dialoga com a cultura de massas e apresenta uma multido de personagens annimos sintetizados pelos traos apressados do autor. C. H um descompasso entre a legenda-ttulo da imagem e a ao praticada pelas personagens. D. Contribui para a propaganda favorvel ditadura.

    ANOTAES

  • 10 QUESTO Sobre o livro Guia Politicamente Incorreto da Histria do Brasil, Sylvia Colombo observou: "(...) H tempos me intriga a presena, no meio das listas de livros mais vendidos, do 'Guia Politicamente Incorreto da Histria do Brasil', do jornalista Leandro Narloch (...)" Histria com h minsculo Artigo de Jornal Segundo o texto de Sylvia Colombo, dentre as caractersticas do Guia Politicamente Incorreto esto: Alternativas A. Argumentos que podem induzir o leitor a desconsiderar a gravidade da experincia histrica do racismo, identificando-o como algo menor ou justificvel, partilhado inclusive por suas vtimas. B. Revelaes e polmicas que no se baseiam em pesquisas ou na historiografia nacional. C. Afirmaes fundamentadas em teorias cientficas correntes no sculo XIX, como, por exemplo, a associao mecnica entre os pases e as caractersticas principais de seus povos. D. Erros, imprecises e lugares comuns que indicam que apenas pessoas com formao profissional em histria devem escrev-la. H tempos me intriga a presena, no meio das listas de livros mais vendidos, do Guia Politicamente Incorreto da Histria do Brasil, do jornalista Leandro Narloch () [que], em linhas gerais, prope um guia para reler a histria do Brasil sem, aparentemente, nem sequer t-la lido bem. Me causou espanto, por exemplo, no detectar na bibliografia consultada nem nas notas de rodap do jornalista os nomes de Srgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jnior ou Fernando Novais, entre os historiadores mais famosos e importantes do pas. Com relao a negros e ndios, Narloch usa uma viso bastante distorcida () de interpretao da histria. Nela, os brancos no teriam sido assim to maus e a colonizao resultara boa para todos. Diz Narloch dos indgenas, por exemplo: queriam mesmo era ficar com os brancos, misturar-se a eles e desfrutar das novidades que traziam. Ou: Perceberam que muitos nativos se mudaram para vilas por iniciativa prpria, provavelmente porque se sentiam ameaados por conflitos com os brancos ou cansados da vida do Paleoltico das aldeias. Narloch faz generalizaes rasas sobre o que identifica como alma dos pases. Algo um tanto quanto infantil e banalizante, para concluir que o Brasil um pas bipolar em crise com sua identidade. Anota ele: Haveria aquele pas que mal notaria a existncia dos outros, como a Frana, talvez os Estados Unidos. A Alemanha se seguraria calada, sofrendo de culpa, desconfortvel consigo e com os colegas ao redor. Uma quarentona insone, em crise por no ser to rica e atraente quanto no passado, representaria muito bem a Argentina. Claro que haveria tambm pases menos problemticos, como o Chile ou a Sua, contentes com a sua pouca relevncia. No seria o caso do Brasil, paciente que sofreria de diversos males psicolgicos. Bipolar, oscilaria entre consideraes muito negativas e muito positivas sobre si prprio. E conclui: a identidade nacional foi sempre um problema psicanaltico no Brasil. Mais frente, surge outra prola: Existem muitos lugares irrelevantes pelo mundo como Porto Rico, a Blgica, o Panam o que no chega a ser um problema. Em outro momento infeliz, compara o nacionalismo de Mrio de Andrade aos de Hitler e Stlin. S porque o modernista publicou obras sobre modinhas do tempo do imprio, folclore, msica popular, msica de feitiarias e danas dramticas. O momento mais delicado, obviamente, aquele em que trata da ditadura. cada vez mais comum que novos estudos promovam uma releitura menos ideologizada do perodo e que cada vez menos se fale em mocinhos e bandidos, como sugere Narloch. Mas o rapaz toma to claramente um s partido da dicotomia que diz tentar combater que fica at feio. Chega a dizer coisas duvidosas, que qualquer estudioso srio da ditadura ao menos relativizaria, do tipo: Qualquer notcia de movimentao comunista era um motivo justo de preocupao. A experincia mostrava que poucos guerrilheiros, com a ajuda de partidrios infiltrados nas estruturas do Estado, poderiam sim derrubar o governo. No sou da opinio de que a histria s pode ser escrita por historiadores das universidades. No Brasil mesmo h timos exemplos de trabalhos de divulgao cientfica (gnero ainda muito recente por aqui) feitos por autores que no so historiadores de formao. ().

  • Infelizmente, o que Narloch faz no se enquadra nisso. Apesar de partir de uma boa ideia, caiu em armadilhas e chegou a um resultado lastimvel.