6º ano- Fábulas

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6º ano - ATIVIDADES- FÁBULA "O LOBO E O CORDEIRO" As fábulas são pequenas histórias que geralmente têm animais como personagens que falam e se comportam como seres humanos, e quase sempre terminam com uma moral, isto é, um ensinamento. O LOBO E O CORDEIRO Um cordeiro a sede matava nas águas limpas de um regato. Eis que se avista um lobo que por lá passava em forçado jejum, aventureiro inato, e lhe diz irritado: - "Que ousadia a tua, de turvar, em pleno dia, a água que bebo! Hei de castigar-te!" - "Majestade, permiti-me um aparte" - diz o cordeiro. - "Vede que estou matando a sede água a jusante, bem uns vinte passos adiante de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte, para mim seria impossível cometer tão grosseiro acinte." - "Mas turvas, e ainda mais horrível foi que falaste mal de mim no ano passado. - "Mas como poderia" - pergunta assustado o cordeiro -, "se eu não era nascido?" - "Ah, não? Então deve ter sido teu irmão." - "Peço-vos perdão mais uma vez, mas deve ser engano, pois eu não tenho mano." - "Então, algum parente: teus tios, teus pais... Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais; por isso, hei de

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6º ano - ATIVIDADES- FÁBULA "O LOBO E O CORDEIRO" As fábulas são pequenas histórias que geralmente têm animais como personagens que falam e se comportam como seres humanos, e quase sempre terminam com uma moral, isto é, um ensinamento.

O LOBO E O CORDEIRO

Um cordeiro a sede matava nas águas limpas de um regato. Eis que se avista um lobo

que por lá passava em forçado jejum, aventureiro inato, e lhe diz irritado:

- "Que ousadia a tua, de turvar, em pleno dia, a água que bebo! Hei de castigar-te!" 

             - "Majestade, permiti-me um aparte" - diz o cordeiro.

- "Vede que estou matando a sede água a jusante, bem uns vinte passos adiante  de

onde vos encontrais. Assim, por conseguinte, para mim seria impossível cometer tão grosseiro

acinte." 

            - "Mas turvas, e ainda mais horrível foi que falaste mal de mim no ano passado. 

            - "Mas como poderia" - pergunta assustado o cordeiro -, "se eu não era nascido?" 

            - "Ah, não? Então deve ter sido teu irmão."

- "Peço-vos perdão mais uma vez, mas deve ser engano, pois eu não tenho mano." 

            - "Então, algum parente: teus tios, teus pais... Cordeiros, cães, pastores, vós não me

poupais; por isso, hei de vingar-me" - e o leva até o recesso da mata, onde o esquarteja e

come sem processo.

A razão do mais forte é a que vence no final (nem sempre o Bem derrota o Mal). 

La Fontaine

1. Responda às questões de acordo com o texto.

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a)      Quem são as personagens?

b)      O que o texto fala sobre elas?

c)      O que o lobo diz ao cordeiro quando o vê bebendo a água?

d)     O que o cordeiro respondeu ao lobo diante o que ele falou?

e)      Que fez o lobo com o cordeiro?

2. Releia o primeiro parágrafo do texto e localize as palavras que permitem caracterizar o

LOBO e a ÁGUA.

3. Essa caracterização é importante para a história?

4. A forma como o lobo se dirige ao cordeiro é a mesma a ele? O que demonstra essa forma

de tratamento?

5. A linguagem utilizada no texto é formal ou informal? Retire um fragmento que comprove

sua resposta.

6. Pesquise o significado das palavras a seguir usando o dicionário.

a) regato                                                         g) acinte

b) jejum                                                          h) recesso

c) aventureiro                                                 i) esquarteja

d) inato

e) aparte

f) jusante

7. Reescreva as frases a seguir com outras palavras.

a) “Um cordeiro matava a sede nas águas limpas de um regato”.

b) “Seria impossível cometer tão grosseiro acinte”.

8. Uma fábula é narrada em 3ª pessoa, isto é, o narrador não participa da história, sendo

portanto, um narrador-observador. Observe as falas  a seguir e informe de quem é cada uma

delas.

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a) Um cordeiro a sede matava nas águas limpas de um regato. 

b) - "Mas turvas, e ainda mais horrível foi que falaste mal de mim no ano passado”. 

c) - "Peço-vos perdão mais uma vez, mas deve ser engano, pois eu não tenho mano." 

d) - "Mas como poderia" - pergunta assustado o cordeiro -, "se eu não era nascido?" 

9. Que elemento o narrador usa para mostrar o diálogo entre as personagens?

Fábulas de la Fontaine: O Corvo e a Raposa

  Mestre Corvo, numa árvore poisado,

No bico segurava um belo queijo.

Mestra Raposa, atraída pelo cheiro,

Assim lhe diz em tom entusiasmado:

- Olá! Bom dia tenha o senhor Corvo,

Tão lindo é: uma beleza alada!

Fora de brincadeiras, se o seu canto

Tiver das suas penas o encanto,

É de certeza o Rei da Bicharada.

Ouvindo tais palavras, que feliz

O Corvo fica; e a voz quer mostrar:

Abre o bico e lá vai o queijo pelo ar!

A Raposa o agarra e diz: - Senhor,

Aprenda que o vaidoso se rebaixa

Face a quem o resolve bajular.

Esta lição vale um queijo, não acha?

O Corvo, envergonhado, vendo o queijo fugir,

Jurou, tarde demais noutra igual não cair.

 

Tradução e adaptação de M. Alberta Menères

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1. O Corvo e a raposa intervêm nesta fábula.

2. A raposa sentiu-se atraída pelo queijo.

3. Ela cativou o corvo elogiando a sua suposta beleza.

4. "Se o seu canto/ tiver das suas penas o encanto/"

5. O corvo não só acreditou no falso elogio como ainda quis mostrar como era verdadeiro,

abrindo o bico que segurava o queijo...

6. Sim: "O Corvo...vendo o queijo fugir/"

7. A moralidade da fábula consiste em mostrar como a vaidade nos faz aceitar a bajulação que

apenas pretende explorar-nos.

8.

1. O Corvo é elogiado pela Raposa... 2. O Corvo sente-se envaidecido...

3. Então, o Corvo abre o bico e o queijo cai. 4. A raposa fica com o queijo.

 

 

 

9.  Nos versos 13, 14 e 15 encontra-se a moralidade da Fábula. Quando se é vaidoso, acredita-

se facilmente num elogio que nos façam, mesmo que este não só não seja sincero como ainda

pretenda manipular-nos para fins inconfessáveis.

10. A esperteza, a manha e a insinceridade são características atribuídas à raposa.

11. Neste texto, as características mais evidentes são a arte de mentir e de se aproveitar das

fraquezas alheias para os seus próprios fins.

12. Sentiria a justiça escondida dentro daquela fraude e trataria de rejeitar a vaidade.

13. a) Alada - com Asas. 13. b) Bajular - elogiar com falsidade. 14. Corvo-fêmea. 15. En +

vergonha + ado - Derivada por prefixação e sufixação. 16. "Olá" - exprime uma saudação, aqui

repleta de ironia. 17. "Olá, bom trabalho para todos." 18. "- Ah, que beleza de plumas! Oxalá

pudesse ouvir a tua voz..."" - Ui, perdi o meu belo queijo!

19.

Os Sons dos Animais

Regougar

Crocitar

Assobiar

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Grasnar

Coaxar

Cacarejar

Grunhir

Ladrar

Miar

Mugir

Palrar

Relinchar

Rugir

Uivar

Zumbir

Zurrar

A RAPOSA E A CEGONHA Um dia, a Raposa convidou a Cegonha para jantar e serviu-lhe sopa, um pitéu de que ambas gostavam muito, num prato raso.

- Estás a gostar da minha sopa? - perguntou, enquanto a Cegonha bicava em vão no líquido, sem conseguir comer nada.

- Como posso saber, se nem consigo comer? - respondeu a Cegonha, vendo a Raposa lamber a sopa com um ar todo deliciado.

Dias depois foi a vez de a Cegonha retribuir o gesto, pelo que convidou a Raposa para comer com ela na sua casa à beira do lago. Serviu-lhe a sopa num jarro  largo embaixo e estreito em cima.

 - Hummmm, está deliciosa, querida amiga! - exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo.

 - Não achas?

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 Claro que a Raposa não achava nem podia achar nada, pois o focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou várias vezes sem sucesso até que, bastante mal humorada, se despediu da Cegonha, resmungando entredentes:

 - Não te achei graça nenhuma...!

 MORAL: Por vezes pagam-nos na mesma moeda, pelo que devemos ter muito cuidado com aquilo que fazemos aos outros

2- Classifica o narrador do texto.

3- Caracteriza as personagens do texto.

4- O que fez a cegonha depois de ter sido humilhada pela raposa? 

5- Qual é moralidade desta fábula?

6- diz por palavras tuas o que é uma fábula.      

II

 1- Diz os antónimos de: "...razo..." "...gargalo..." "...deliciado..."

 2- 

Palavras Prefixo Sufixo

Resmungando    

Deliciosamente    

Retribuir    

Infeliz    

 

 3- Diz  4 palavras da família de :  Fome

A RAPOSA E A CEGONHA

Teve um dia a raposa a fantasiaDe convidar para a ceia a Comadre Cegonha.A raposa é mesquinha: só haviaUmas papas de milho, uma vergonha!E o pior deste casoÉ que as mandou servir num prato raso. Dona Cegonha bem estendia o bico:Debicou, debicou, mas não comeu fanico,E a raposa atrevidaLambeu as papas todas de seguida.Dias mais tarde, para se vingar,Foi a vez de a cegonha a convidar.

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«Com muito gosto», volve a outra a toda a pressa,«Eu não sou de cerimónias, ora essa!»E à hora combinada, à hora em ponto,Lá foi bater à porta da cegonha.Entrou, cumprimentou muito risonha,E achou o jantar pronto.Do apetite não lhes digo nada,Que a raposa anda sempre esfomeada,E toda se lambiaAo cheiro que sentiaDa vitela guisada.

Serviram-lhe o pitéu, para a castigar,Numa vasilha de gargalo esguio.O bico da cegonha, esse, podia lá entrar,Mas o focinho da comadre era de outro feitio.Lá voltou em jejum para casa, corrida,De rabinho entre as pernas e de orelha caída.Manhosos aldrabões, o conto é para vocês,Já ficam avisados:Há-de chegar-lhes, tarde ou cedo, a vezDe serem enganados.

La Fontaine, Fábulas, Editorial Verbo

1. As fábulas de La Fontaine farão sempre parte do nosso imaginário. A fábula, muito

mais que colocar animais na nossa pele, é a forma mais simples de vermos, no fundo, os

“animais” que somos.

1.1. Caracterize a raposa.

1.2. Que comportamento(s) da raposa confirma(m) essa caracterização?

1.3. Quais terão sido os sentimentos da cegonha, após o jantar oferecido pela sua

comadre?

1.4. Como consegue a cegonha dar uma lição à raposa?

1.5. Transcreva a passagem do texto que resume essa lição.

1.6. Classifique o narrador quanto à sua presença. Justifique, recorrendo, se possível,

ao texto.

1.7. Das opções apresentadas, refira a que sintetiza a moral implícita desta fábula.

Quem tudo quer, tudo perde.

Quem desdenha, quer comprar.

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Devagar se vai ao longe.

Batendo ferro é que se fica ferreiro.

Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

Mais vale asno que me leve do que cavalo que me derrube

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2012/2013 A FÁBULA 6º ANO

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