7 EducaçãO

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7-EDUDAÇÃO COMEÇA NA ESCOLA? – 12/09/2008Na semana passada, a Bete Pamplona, querida amiga formiguense, nos brindou a

todos do grupo “Formigueiro” na Internet, com um breve vídeo que mostrava um professor dando aula. De repente, ouve-se um barulho de música “funk” (aquele gênero horroroso e sem gosto que os jovens de gosto duvidoso adoram) vindo de um “I Pod” de uma das alunas que tenta, em vão, consertá-lo, não conseguindo êxito. O professor continua dando aula, fingindo não estar se importando com a inoportuna e inconveniente estudante. De repente, ele se aproxima da aluna que está sentada na primeira fila, toma-lhe o aparelho e o arremessa contra o chão. Volta a dar aula tranqüilamente. Gesto aparentemente abrutalhado, mas, a meu ver, acertado e simbólico. Esse professor merece os meus elogios pela atitude de se dar ao respeito, porque é isso que ele e tantos outros sofrem na pele de alunos que pensam estar em casa e se comportam mal e sem nenhuma cerimônia. Por outro lado, outro dia assisti a outro vídeo mostrando um professor dando uma aula de história com total despreparo e, claro desrespeito à classe. Ele dissertava sobre uma guerra, soltando impropérios e, como e não bastasse, errando e confundindo os fatos. Mau exemplo para os professores iniciantes, principalmente. É evidente que esse último caso não é parâmetro que defina como se porta a maioria dos professores numa sala de aula, mas serve de alerta. O primeiro episódio é um bom exemplo, como disse, mas um pouco mais de temperança seria melhor. Mas, convenhamos, “de professor muito bonzinho o inferno está cheio...”

O melhor exemplo de equilíbrio entre bom e rígido são mesmo os professores que tive quando estudei na Escola Normal de Formiga. Eis que, coincidentemente, no dia 30 de agosto último, comemoramos o 80º aniversário de criação da nossa sempre querida Escola Normal Dr. Newton Pires, hoje denominada Escola Estadual Jalcira Santos Valadão. Na direção da Escola do meu tempo, tive a sorte de contar com duas diretoras (cada uma a seu tempo) excepcionais, do porte de D. Maria de Lourdes Vaz, conhecida como Dona Pequenina, e Dona Sônia de Freitas Castro, outra mestra de extrema bondade. Tudo isso, sem contar com a qualidade dos memoráveis desfiles escolares que tínhamos graças à Fanfarra, a banda competentemente dirigida pelo maestro Orlando Rodarte. Quem pode se esquecer do barulho dos tambores ressoando no ar, às vésperas dos dias 6 de junho ou 7 de setembro? Era o som dos ensaios que resultava nos grandes desfiles que marcaram nossa infância e adolescência.

Voltando aos professores, e como vai a educação no Brasil? Continua mal valorizada e mal compreendida. Está para existir o governo que vai olhar com melhores olhos para este problema crônico. E uma das conseqüências todos podem ver nas ruas, quando o que está em jogo é a nossa segurança pessoal (para bom entendedor...). Mesmo assim, ainda devem existir muitas Madalenas por todo esse Brasil, profissionais dignos que passam por cima de todos os problemas e atuam com responsabilidade na função de ensinar. Disse “Madalena” propositalmente visto o duplo sentido encaixar perfeitamente, porque simboliza uma das mais queridas professoras que já tive: Dona Maria Madalena de Oliveira Santos. Minha mestra eterna. Ela sim sabia dosar bem a sua postura de professora exemplar. Ou seja, D. Madalena tinha o bom humor do Professor Hélio e da Enaura; a proficiência da Dona Mariana e Dona Angelita; a alegria da Dona Dinah; a inteligência da Hortência e Dona Terezinha; a bondade da D. Maria Rita; a rigidez do Professor Walter (meu velho pai) e Seu Lulu; a paciência da Dona Zalfa e Professor Carlos Gomide e, enfim, as qualidades de tantos outros professores íntegros que fizeram parte do excelente quadro de educadores da nossa eterna Escola. Não posso me esquecer do suporte técnico, tais como Seu Jaci e o boníssimo Seu Inocêncio, porteiro santo que a todos agüentava com humildade e paciência. Tive sorte pelos professores que tive. Espero que você a tenha também... (pub.17/9/2008)