7 · velho que está em nós e de nos revestir, segundo ... a vida de seu próprio Filho. ......

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"VOS S·OIS O CORPO D·E CRISTO"

O LEIGO (EQUIPISTA) -PRESENÇA DA IGREJA NO MUNDO

* ESCUTAR A PALÀVRA D·E DEUS

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UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL

O mês de abril é marcado este ano pela Páscoa do Senhor. E a Páscoa, para nós, cristãos e equipistas, é o sinal de nosso renascimento, é o momento em que, a cada ano, procuramos nos desfazer do homem velho que está em nós e de nos revestir, segundo as palavras de São Paulo, do HOMEM NOVO.

Procuramos marcar todo este número da Carta Mensal com este conceito de HOMEM NOVO. O Editorial, do Pe. José Carlos di Mambro, C. E. da ECIR, a palavra da própria ECIR, e uma série de outros artigos que buscamos reunir aqui para vocês, trazem luzes sob diversos ângulos sobre as palavras do Apóstolo dos Gentios, que vocês encontram tam­bém no texto de meditação que lhes propomos para este mês. Alguns trechos, extraídos de um livro do Pe. Caffarel, ainda não publicado no Brasil, trazem o conceito do HOMEM NOVO para dentro do matrimônio cristão.

Mas a Páscoa, que comemora "os acontecimentos centrais de nossa Redenção •, é um momento destinado a marcar a vida de nossos casais, de nossas famílias, conforme nos lembra João Paulo 11, na ·Palavra do Papa· deste mês. • Na vida da humanidade, não aconteceu nada de mais significativo nem com mais valor ... A preeminência que o domingo tem na semana, tem na a Páscoa no ano litúrgico." Temos a certeza de que na forma de programar nossa Semana Santa, saberemos levar isto em consideração.

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Iniciamos, este mês, uma nova seção, que vem dar continuidade à que publicamos ao longo do ano passado e que se intitulava "Ralem­brando a história do Movimento·. Trata-se de " Depoimentos", que irá nos trazer alguns fatos da história das Equipes no Brasil, contados atra­vés do testemunho de casais que deles participaram. As idéias e a colaboração de todos serão bem-vindas para enriquecer esta nova seção.

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Como vocês podem ter notado, a Carta Mensal procura, em cada mês, enfocar uma idéia, um tema central. Em março, nos debruçamos sobre a Campanha da Fraternidade, este mês sobre o Homem Novo; no mês de maio será a vez de Nossa Senhora. Por este motivo, contribuições valiosas que temos recebido dos nossos leitores nem sempre podem ser publicadas de imediato. As vezes, precisamos aguardar o momento oportuno, o tema central adequado. Assim, não queremos que vocês deixem de colaborar: a página deste mês sobre a Virgem Maria é fruto da contribuição de um casal; outros são extraídos de boletins de setor. As notícias e os artigos que vocês mandam, as cartas que vocês nos escrevem são fundamentais. Queremos continuar contando com vocês .

Leiam o poema "Dízima Periódica·. Não deixem para escrever ama­nhã aquela carta, aquele artigo que vocês podem nos mandar hoje .. .

Boa leitura!

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EDITORIAL

O HOMEM NOVO

"Mas, se estamos mortos com Cristo, acreditamos que também viveremos com ele, pois sabemos que Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele" (Rm 6, 8-9).

A ressurreiçao de Cristo é principio de renovação, de vida nova, para todos os homens e as coisas: uma primavera espiritual.

Primavera espiritual que nos leva a tomar consciência de que somos "escolhidos de Deus, santos e amados" (Col 3,12); daí necessitados de estar revestidos dos sentimentos de Cristo.

Sentimentos de "compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciên­cia" (Col 3,12) que nos levam ao essencial do "seguimento de Jesus": o amor.

Amor desinteressado que tem como característica o ser paciente, prestativo e que não é invejoso e nem orgulhoso (1 Cor 13,4).

Amor que não faz coisas inconvenientes, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor (1 Cor 13,5).

Amor que não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a ver­dade (1 Cor 13,6).

Amor que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Cor 13,7).

Amor que gera o "homem novo" resgatado pelo sangue redentor de Jesus Cristo.

"Homem novo" que coloca sua fé em Jesus Cristo e no testemunho que ele nos deu de Deus e que dá o sentido último e a esperança da vida, do mundo e da história coletiva que se vive aqui hoje.

Tudo isso vivido "em nosso mundo insofrido e desencantado, tão ansioso por migalhas de festas, quão distante do verdadeiro caráter jovial e festivo da vida" e que precisa do testemunho de pessoas que, se morrem suando sangue, vivem, crescem e se definem pelo fato de terem um Deus ressuscita do.

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Eis, prezados equipistas, a verdadeira primavera espiritual: uma espi­ritualidade pascal. Espiritualidade pascal que torna "inconcebível pessoas espiritualmente tristes e duras, sem aquele perdão, que é presente do Cristo pascal, sem aquela alegria que fez os apóstolos saírem de seus medos e pregarem na porta do Templo" .

Saiamos de "nossos medos" e preguemos "sem medo" a justiça, a verdade, o amor .. . saiamos de "nossos comodismos" e não nos esque­çamos da "Campanha da Fraternidade" que nada mais quer do que ajudar as crianças abandonadas, marginalizadas . . . a ser, de fato, "o homem novo", feitas à imagem e semelhança de Deus e resgatadas pelo

. sangue precioso e redentor de Jesus Cristo.

FELIZ P ASCO A.

Pe. José Carlos Di Mambro, C.P.

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A ECIR CONVERSA COM VOCES

Caros amigos

Vocês receberam no final do ano passado o documento "Escutar a Palavra de Deus", que saiu como um suplemento da Carta Mensal.

Esperamos que ele não seja simplesmente um documento a mais a ocupar as nossas prateleiras, mas que nos propicie uma reflexão fecunda afim de melhor vivenciarmos a escuta da Palavra.

Estar atento ao que Deus nos fala é fundamental para a vida cristã. E Deus nos fala de muitos modos e continuamente. Precisamos aprender a ouví-Lo.

Por que Deus nos fala?

Porque tem para nós um plano de perfeição. Porque Ele nos ama e quer que atinjamos a plenitude da felicidade. Assim não quer que vivamos "obscurecidos em nossa razão, alheios à vida pela ignorância e pela cegueira de coração". (Ef 4, 18).

Deus quer que a cada dia nos convertamos um pouco, isto é, a cada dia uma renovação, uma mudança de mentalidade nos leve a aban­donar nossa antiga conduta, a nos despojarmos do "homem velho", a nos renovarmos gradualmente segundo a imagem daquele que nos criou.

Mas, Deus não nos deixa sozinhos, abandonados ao nosso próprio esforço. Está sempre conosco, ao nosso lado. Ele nos apresenta esse homem novo. Dá as suas características. ~ o homem que pratica a cari­dade, que vive o amor e a justiça; o homem que anda na verdade, que vive em paz. O homem das Bem-aventuranças.

E Deus nos faz essa revelação principalmente por um exemplo con­creto: a vida de seu próprio Filho.

Sim, o Cristo é a revelação plena da Vontade do Pai, pois Ele viveu plenamente essa vontade.

"Quem me enviou, está comigo. Não me deixou sozinho, pois faço sempre o que é do seu agrado". (Jo 8,29).

E, é Vontade de Deus que vivamos em comunhão com Ele e em comunhão com o outro.

Cristo viveu uma tal comunhão com o Pai que, em resposta ao pedido de Filipe para que lhes mostrasse o Pai, disse: " Há tanto

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tempo estou convosco e tu não me conheceste? Quem me viu, a mim, viu o Pai. .. estou no Pai e o Pai está em mim'' (cf. Jo 14).

E viveu uma igual comunhão com o outro pois toda a sua vida foi um ato de oferta que culminou com a grande declaração de amor: o sacrifício da cruz.

"Como o Pai me ama assim também eu vos amo". (Jo 15,9). Aqui Ele declara que a medida do seu amor para conosco é o amor

do Pai para com Ele e logo a seguir nos dá o seu mandamento: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Estabelece, pois, assim que a medida do nosso amor para com o

irmão é o amor dele para conosco. Um amor totalmente gratuito, um amor em que Ele toma a dianteira.

Como Ele próprio foi o primeiro a nos amar e ofereceu por nós a sua vida, assim também devemos amar primeiro e nos entregarmos a nossos irmãos.

Sem união comum com os irmãos, não existe comunhão com Deus. "Amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo aquele

que ama nasceu de Deus e conhece a Deus". (Jo 4,7).

Amar com o amor de Cristo não é amar apenas com palavras, mas é dar a vida, é amar por atos e em verdade. E procurar fazer pelo outro o que gostaríamos que ele nos fizesse em situação idêntica.

"Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles". (Mt 7,12).

E esse amor que distingue o cristão.

"Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". (Jo 13) .

E o amor que Deus está nos convocando a viver através da reali­dade de hoje.

Estejamos atentos ao que Ele está nos falando através da vida.

Não nos desanimemos pela imensa distância entre a perfeição a nós proposta e a nossa realidade. O importante é que o "homem interior em nós se renove de dia para dia". (cf. 2 Co 4,16).

E não nos esqueçamos, essa transformação é, antes de tudo, obra do Espírito de Deus. Mas, como o Pai estava com o Cristo, está também conosco. Ele não nos deixa sozinhos, pois queremos fazer sempre o que é do seu agrado.

Uma Páscoa muito feliz, na paz do Senhor, e o nosso carinhoso abraço para todos.

Cidinha e lgar

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A PALAVRA DO PAPA

VIVER INTENSAMENTE A SEMANA SANTA

A alocução que segue foi pronunciada pelo Papa João Paulo 11 no dia 26/03/86, Quarta Feira Santa do ano passado. Publicamo-lo, em virtude de sua grande atualidade.

Caríssimos Irmãos e Irmãs no Senhor!

1. O dia de hoje, Quarta Feira Santa, convida-nos a meditar juntos nas realidades que estamos para reviver durante esta semana que é chamada "santa" porque nela comemoramos os aconte­cimentos centrais da nossa Redenção. Na vida da humanidade não aconteceu nada de mais significativo nem com mais valor . A morte e a ressurreição de Cristo são os acontecimentos mais importantes da história. Começa amanhã o Tríduo da Paixão e da Ressurreição do Senhor, o qual - como se lê no Missal Romano - " resplandece no vértice do ano litúrgico, porque a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus foi realizada por Cristo espe­cialmente mediante o mistério pascal , com o qual, morrendo, destruiu a nossa morte, e ressuscitando, nos restituiu à vida . A preeminência que o domingo tem na semana, tem-na a Páscoa no ano litúrgico " (Normas Gerais, n. 18) .

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Desejo, portanto, exortar-vos a viver Intensamente os próximos dias, de modo a deixarem na vossa alma um sinal profundo, orientador da vossa vida. Procurai entrar com empenho na atmosfera mística do Tríduo Pascal: na manhã de "Quinta-Feira Santa

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em todas as Catedrais do mundo o Bispo celebra com os sacerdotes da Diocese a "Missa Crismai 11

, para comemorar a instituição do Sacerdócio e para consagrar os óleos Santos necessários para a Ordem, a Crisma e a Unção dos Enfermos. Depois, de tarde, na Missa "In Cena Domini" podeis reviver com fé profunda a Instituição da Eucaristia, dando depois o vosso tributo de amor e de adoração ao Santíssimo Sacramento e respondendo assim ao convite de Jesus na dramática noite da sua agonia no Horto: "Ficai aqui e vigiai Comigo" (Mt ~6.38). A Sexta-Feira Santa, depois, é dia de grande comoção porque a Igreja nos ·convida a escutar de novo a narração da Paixão segundo João, a adorar a Cruz, a rezar por toda a Igreja, a participar com a Virgem das Dores no sacrifício do Gólgota. As estupendas cerimônias do Sábado Santo, por fim, enchem o coração de suave alegria com a bênção do fogo, a procissão do Círio pascal na penumbra da Igreja e a iluminação das velas acompanhada do canto do "Lumen Christi ", o solene precónio, o c~to das ladainhas, a bênção da água batismal e finalmente a "Missa da Aleluia 11 com o canto alegre do "Gloria" e a Comu­nhão eucarística com Cristo ressuscitado! Todo o Tríduo orva­lhado de profunda tristeza e de mística alegria, termina por­tanto na solenidade central do Domingo de Páscoa, no qual os acontecimentos fundamentais da "história da salvação", isto é, a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, a Paixão e Morte na Cruz e a Ressurreição gloriosa invadem os nossos corações com o hino da exultação e do reconhecimento. Considerai, pois, um dever participar nos ritos da Semana Santa, deixando de parte outros interesses e outros empenhos, con­vencidos de que verdadeiramente a Liturgia purifica os senti­mentos, leva as aspirações, faz sentir a beleza da fé cristã e o desejo do céu.

2. O cristão é aquele que compreendeu que a humanidade é salv.a por Cristo e, portanto, não pode viver sem a Páscoa. Desde os primeiros tempos da Igreja, solenizou-se de modo eminente a Páscoa, a festa por "excelência": no século 111 começou a ter uma própria fisionomia típica, com a celebração comunitária dos Batizados na noite pascal: era a teologia batismal de São Paulo que estava emergindo, entendida como a ·incorporação na morte e na sepultura de Cristo, para ressuscitar depois com Ele para a vida nova da "graça 11

• Celebrar a Páscoa signi­fica encontrar-se com Cristo para ressuscitar com Ele para a vida nova, buscando as coisas do alto ... pensando nas coisas lá de cima (cf. Col. 3,1).

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3. Recordando agora de modo particular o dia de amanhã, Quinta­Feira Santa, desejo concluir convidando-vos de coração a amar cada vez mais os vossos sacerdotes. A vocação sacerdotal é

- certamente paz e alegria, mas também cruz e martírio. De fato, o sacerdote está consagrado totalmente a Cristo e atua com os mesmos poderes e a mesma missão de Cristo: aqui está a sua grandeza e a sua dignidade, mas também a sua paixão e a sua agonia. Estai, portanto, unidos aos vossos sacerdotes; amai-os, estimai-os; amparai-os e sobretudo rezai por eles. A Virgem Santíssima, que acompanhou Jesus na sua Paixão e assistiu, aos pés da Cruz, à sua Morte, vos acompanhe no ca­minho do Tríduo para a alegria festiva da Páscoa, em cuja ocasião dirijo a todos as minhas afetuosas boas festas. Com a minha Bênção Apostólica!

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Recordai sempre que Cristo é o Homem Novo: só à imi­tação sua podem surgir os homens novos. Ele é a pedra fun­damental para construir um mundo novo.

Somente n'Ele encontraremos a verdade total sobre o homem, que o fará livre, interna e externamente, numa comu­nidade livre.

Só Ele é a videira, cujos ramos vivos e fecundos nós de­vemos ser.

Enxertados n'Ele, alimentados pela Sua seiva, guiados pela Mãe da esperança, dai ao homem de hoje um testemunho fecundo do amor do Pai.

(João Paulo li, em 2-2-85, em Lima, Peru)

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Chiara Lubich é fundadora do Movimento dos Foco­lares. A revista "Cidade Nova", de janeíro/87, traz o artigo que publicamos abaixo, na seção "Palavra de Vida", que ela escreve todo mês.

HOMENS NOVOS PARA UM MUNDO NOVO

"Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez uma realidade nova". (2 Cor 5,17).

Esta Palavra de Vida conclui um pensamento no qual São Paulo procura explicar aos cristãos de Corinto qual é a força que o impulsiona na sua atividade apostólica: o seu imenso amor por Jesus. Ao mesmo tempo, pretende dirigir uma forte admoestação a alguns membros da comunidade que, pelo modo como se comportavam, demonstravam não ter entendido a mensagem de Jesus em toda a sua dimensão; não tinham entendido que Jesus veio para operar uma transformação radical na nossa vida.

São Paulo quer recordar-lhes que Jesus morreu a fim de que tam­bém nós morramos com Ele para o mundo velho; e ressuscitou a fim de que também nós ressuscitemos com Ele para o mundo novo. Jesus deu a sua vida para fazer de todos os homens filhos de Deus, partícipes de sua própria vida divina; numa palavra, para fazer deles "criaturas novas".

"Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez uma realidade nova" .

Se alguém está em Cristo - diz São Paulo - isto é, se Cristo vive nele, é uma outra pessoa, uma pessoa totalmente nova: nova no modo de pensar, de amar e de agir. E alguém que deixou para trás tudo aquilo que pertence ao mundo velho e se pôs a construir o mundo novo com a mente e com o coração de Jesus.

"Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez uma realidade nova".

Então, se realmente entendemos a nova mensagem evangélica -observa São Paulo - não podemos mais julgar segundo a escala de valores que caracteriza a mentalidade do mundo. Não podemos mais classificar as pessoas baseando-nos em privilégios de raça, de classe ou

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de cultura. Não podemos mais nos resignar a aceitar a sociedade divi­dida em muitos compartimentos fechados ou em blocos opostos.

Deste modo, não podemos mais continuar a tratar as pessoas de acordo com os critérios da simpatia, do cálculo ou do interesse. Jesus, de fato, não nos amou por ter encontrado em nós algum mérito ou capacidade que o atraíssem, mas amou-nos gratuitamente; e foi com esse amor gratuito que Ele nos renovou. Agora Jesus espera de nós a mesma coisa: um amor novo, isto é, um amor que ama por primeiro, um amor que cria e que transforma o mundo ..

"Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Passaram-se as coisas antigas; eis que se fez uma realidade nova".

Como viver então esta Palavra de Vida? Ela nos lembra a nova e maravilhosa realidade na qual fomos introduzidos no dia do nosso ba­tismo: coloca-se em prática, portanto, esta Palavra, deixando Jesus viver em nós. A Sua é uma vida riquíssima, da qual queremos ressaltar a universalidade e a gratuidade do amor.

Devemos reconhecer que também nós corremos o risco de parar­mos diante das aparências, esquecendo o título da verdadeira grandeza e dignidade de cada pessoa: ser um filho de Deus e um irmão em Cristo.

Além isso, também surge continuamente em nós a tendência a pre­tender, a esperar alguma coisa, em vez de sermos nós os primeiros a amar, a nos colocarmos ao serviço dos outros. Por outro lado, Jesus pede-nos que derramemos sobre os outros aquele amor gratuito que Ele derramou sobre nós.

Se assim fizermos, veremos desaparecer, pouco a pouco, muitas di­visões que causam sofrimentos às nossas famílias, às nossas comuni­dades, à nossa sociedade.

Até no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, nós nos separamos uns dos outros. Queremos ser também nós construtores da comunhão plena entre as várias denominações cristãs? Podemos contribuir para isso vivendo agora, em união com todos os cristãos, esta frase da segunda carta aos coríntios. Juntos podemos ser instrumentos para a construção daquele mundo novo que Jesus inaugurou com a sua ressurreição.

CHIARA LUBICH

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PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇOS

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"Encontrar-se a cada dia, marido e mulher, numa ORAÇÃO CONJUGAL (e FAMILIAR, quando possível).

Trata-se de um ENCONTRO do CASAL com CRISTO, numa reafir­mação diária de nosso SIM sacramental. :e, a reafirmação, em espírito de humildade, das esperanças que assumimos juntos.

Para alguns isso parece ser de grande dificuldade e será, realmente, se não comparecermos a esse Encontro desvestidos de "cerebrinidades", e de "suficiências", ou, trocando em miúdos, se nos encontrarmos para nos inte­lectualizarmos diante do Cristo ou para dizer-lhe que nós próprios nos bastamos e temos conseguido "quebrar os galhos". Esse Encontro deverá ser diário justamente para nos tornarmos mais íntimos e mais amigos.

O Movimento nos recomenda que cada casal descubra sua forma de oração conjugal e alerta que pode ser de muita utilidade, para essa desco­berta, começarmos por um perdão mútuo. O perdão mútuo já nos dá um "clima" de renúncia a nós mesmos para, juntos, carregarmos a nossa cruz (lembrem-se de Lucas: - "Quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, todos os dias e siga-me". - Lc. 9, 23).

A oração conjugal "é um diálogo com Deus, sob o olhar do outro" (enquanto o "'dever de sentar-se" é um diálogo com o cônjuge, sob o olhar de Deus). "Não se trata, pois, de uma justaposição de orações e sim de uma verdadeira comunhão, onde se forja a alma comum do casal".

Foi a partir dessa idéia de "forjar' a alma comum do casal" que nós alicerçamos nossa oração conjugal. Hoje nós dialogamos com Deus, à hora de nos recolhermos, num verdadeiro exercício de nos revelarmos um ao outro no decorrer desse exercício espiritual. Falamos de nosso dia, com suas dificuldades e alegrias, de nossas necessidades e de nossa gratidão. Tem muita razão o Movimento quando diz que a oração conjugal é o melhor momento para nos revelarmos ao nosso cônjuge, enquanto dialogamos com Deus.

A oração conjugal não afastou, contudo, a recomendação da ORAÇÃO FAMILIAR. Quando o meio de aperfeiçoamento refere-se à "oração familiar, quando possível", quiz, por certo, dizer: ". . . e também a oração familiar, dispensável, tão só, excepcionalmente, como, por exemplo: filhos sem idade para acompanhar os pais na oração, horários diferentes que impedem a reunião da família para orar, etc."

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Ademais, o Movimento acentua: - "A Oração Familiar não é um ato como os outros, um ato no meio dos outros. ~ o instante em que a família toma consciência do que ela é no mais profundo de si mesma, o instante em que ela realiza e desenvolve a sua missão de eclesia" e acrescenta: "A oração, tal como a fazemos atualmente, é acima de tudo a reunião da família diante de Deus, mesmo se a oração é curta, dita depressa demais, ronronada ou causa de distrações".

Foi em uma oração de nossa família que ( ... já faz tanto tempo!!!), comunicamos aos nossos filhos mais velhos que iriam ter mais um irmão e fomos recompensados com a pronta presença de nossos filhos mais velhos que "exigiram" ser padrinhos do "aguardado".

Ma. Helena e Nicolau Zarif Eq. 6/D - N.S. Santíssima Trindade

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No dia 7 de dezembro de 1985, em MED]UGOR]~, alguns pere­grinos perguntaram à vidente Marija Pavlovic:

Que recado tem Nossa Senhora para nós?

- Ela insiste na necessidade da conversão, disse a vidente. - Mas que significa converter-se? - continuaram eles.

Nossa Senhora, através da vidente, deu-lhes a seguinte resposta:

"E preciso levantar-se de manhã com o desejo de ser melhor que no dia anterior, ou seja, é preciso viver mais profundamente mergulhado em Deus, é preciso serví-Lo melhor. Ter a coragem de começar sempre de novo".

(Do livro "Medjugorje: Nossa Senhora convida à conversão", do Pe. lordão M. Pessatti, IMC.)

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IGREJA E COMUNIDADE

Transcrevemos este artigo de um boletim do Setor B de São Paulo - Capital. O Pe. José Luiz Caza­rotto, que o escreveu, é Conselheiro Espiritual da Equipe 14 daquele Setor e Diretor do Instituto Teo· lógico São Paulo.

O que faz um grupo de pessoas ser comunidade não é o sim­ples fato de estarem próximas. Aliás o nosso meio urbano se caracteriza exatamente pelo oposto: pessoas próximas fisicamente mas distantes relacionalmente. Entretanto o fato de sermos comu­nidade ainda não nos faz "Igreja" (eklesia). O que nos faz Igreja é o chamado, a convocação, a eleição, a escolha, o convite. A Igreja é pois uma comunidade de chamados. Mas qual é a natureza deste chamado? Quem apresenta este convite? Para que é feita a convo­cação? Qué tipo de resposta espera esta convocação?

A primeira dificuldade que temos para refletir sobre a Igreja é que bem ou mal estamos em contato com ela, e mais, estamos dentro dela: nos acostumamos com o seu jeito de ser e com o nosso modo de proceder o que nos dificulta ver e lançar perguntas sobre o caminho da Igreja, entender suas opções e mesmo compreender sua finalidade primeira. Além do mais, procuramos ver a Igreja como sendo uma religião entre tantas, de tal modo que cada um se dá ao luxo de ter sua própria visão, mais correta ou menos, parecendo um pouco com a mania de "técnico de futebol" que todos temos um pouco. Mesmo a imprensa, no que tange ao noticiário da Igreja, tem a mania de classificar ora por tendências, ora por atividade, de tal modo que nossa visão se torna viciada e incom­pleta.

Outra fonte da problemática vem do modo como a Igreja se apresenta externamente: edifícios, cultos, rituais, estatuária, monu­mentos, manifestações, etc. Quer queiramos quer não, isto tudo nos delimita na nossa "leitura" do que seja a Igreja e do que seja seu papel. De um certo modo foi em função de todas estas dificuldades que João XXIII convocou um Concílio e pediu um "aggiornamento" de tudo. E por incrível que pareça estamos nos questionando exata­mente sobre esta problemática que era a dos anos 50.

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Naturalmente que estes entraves não impedem que lancemos hoje uma reflexão bem mais lúcida e de implicações mais objetivas. Apesar de todos estes elementos acima, certos ou equivocados, estarem presentes entre nós, o que sentimos ser fundamental na Igreja é o fato de ela ser comunidade; ser um grupo de pessoas relacionadas entre si e em função de um chamado (um projeto).

Naturalmente que não se trata de aprofundar todos os aspectos da Igreja, mas penso que dois são significativos para esta presente reflexão: sinalização do Reino e construção do homem novo. Não faz sentido falarmos de Igreja sem nos referirmos à vontade de Jesus Cristo a respeito dela. Ele queria que os cristãos fossem "sal da terra, luz do mundo". Traduzindo para nossa linguagem: que eles sejam aqueles que impregnam todas as realidades huma­nas do gosto pela vida, pela felicidade, pela paz, pela alegria, pela presença entusiasmadora e significativa de Deus. E além disso, que eles sejam os que iluminam as perguntas fundamentais da vida humana: sejam os norteadores da vida e viver humanos. Não é aqui o lugar para detalhar as implicações práticas disto que é a "VONTADE DE JESUS CRISTO", mas isto é o aspecto concreto em cima do qual se constroem a vida e a realidade da Igreja que é a nossa vida e realidade.

A proposta de Cristo não é feita de modo ingênuo, achando que todos estão motivados e de braços abertos para esta tarefa. Isto é tarefa de HOMEM NOVO - do homem que dimensionou sua vida de acordo com o chamado que ele "ouviu" e do modo de viver que testemunha este chamado, :e importante se notar que este homem novo se constitui dentro de uma comunidade em que as relações são estabelecidas nas propostas do Reino e do Homem novo. Isto naturalmente relativiza todas as estruturas que a Igreja apresenta; relativiza também nossos pontos de vista, nossas afirma­ções pessoais, nossas práticas particulares. No fundo isto vai im­plicar um constante re-posicionar-se da Igreja e dos cristãos ante as novas realidades .que o mundo vai criando e apresentando, fa- . zendo com que a Igreja viva em permanente crescimento e supere permanentemente seu modo de ser. Em síntese: todo dia Deus nos pede um novo modo de ser Igreja, de ser cristão, porque todo dia a vida é Nova.

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MARIA A MÃE DAS DORES

Nossa vida é cheia de altos e baixos, cheia de percalços. Ora são problemas financeiros, ora são problemas de saúde, ora são problemas sociais que nos afligem e que muitas vezes até nos martirizam, fazendo com que muitas vezes não tenhamos paz e tranqüilidade.

E nós, peregrinos, caminhamos, lutamos e sofremos. Buscamos sempre um momento melhor, uma vida melhor, uma vida mais digna de se viver. E nem sempre conseguimos o que almejamos, o que procuramos.

Então chegamos a conclusão que esta vida é uma luta, onde cada um tem uma cruz para carregar.

E nós que somos cristãos, que assumimos o nosso Batismo, de­vemos ser força nessa caminhada. Devemos não só levar a nossa própria cruz, como ajudar a abrandar o peso da cr,uz de nosso irmão, socorrendo-o em suas necessidades.

Mas para o nosso consolo, temos uma Mãe, uma Mãe das Dores; que podemos invocar e que intercede por nós nas horas difíceis.

Maria Santíssima, a Mãe das Dores, a Mãe do Silêncio; aquela que passou por tantos momentos difíceis em sua vida e nunca se queixou um só momento. Sofria calada, num silêncio profundo. ,

Maria, que tendo que dar à luz seu Filho, não encontrou sequer um leito, muito menos quem a auxiliasse.

Maria, que desesperada fugia de Belém, para não ver o seu próprio filho morto nas mãos dos soldados.

Maria que via seu Filho crescer, sabendo que um dia ele seria entregue à morte.

Maria, que perdia seu Filho e ficava três dias numa árdua pro­cura até encontrá-lo no templo.

Enfim, Maria que via seu Filho ser condenado como um crimi­noso e o acompanhou até o Calvário, assistindo a sua cruel morte de cruz.

Maria que vê seu Filho morto, todo estraçalhado e ensangüen­tado em seus braços.

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Como essa Mãe sofreu! Como foi pesada a sua cruz! E Ela sofria tudo por amor, aceitando sempre a vontade do Pai,

num renovar constante daquelas palavras de outrora: "Faça-se em mim a Sua Santíssima vontade."

Portanto, nesta quaresma e precisamente na Semana Santa, época em que reverenciamos e meditamos a Paixão, Morte e Res­surreição de seu Filho Jesus, é bom que reflitamos um pouco mais nos sofrimentos de Maria e o que eles representariam para nós em nosso dia a dia.

E nós, como estamos aceitando os nossos míseros sofri­mentos?

Como está sendo a nossa aceitação diante dos sacrifícios que Deus tem exigido de nós? Estamos aceitando com amor e humil­dade, a exemplo de Maria?

Como estamos recebendo a vontade de nosso Pai? Portanto, não só devemos recorrer a Maria nos momentos mais

difíceis de nossa vida, mas também imitá-la, aceitando sempre a Santíssima vontade do Pai.

RITA DE CASSIA E ANCHIETA Equipe de N. Sra. de Fátima Araçoiaba da Serra- S. Paulo

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RECEBA MARIA, TUA ESPOSA, EM TUA CASA

Quando Jesus Cristo iniciou a sua pregação, os judeus se exclama­ram, admirados: "Eis uma doutrina nova! . . . " (Me. 1,27). Ele mesmo, durante a última ceia com os apóstolos, promulgou a "nova Aliança" (Lc. 22,20), cujo tratado se resume a um único "mandamento novo", o da caridade (Jo. 13,34).

Foi sobretudo após a sua morte que seus discípulos tomaram cons­ciência da prodigiosa renovação de todas as coisas que tinha sido operada por seu Mestre. Trata-se, escreve São Paulo, de se transformar numa "nova criatura" (Gal. 6,15), de viver uma "vida nova" (Rm. 6,4) e para tanto, revestir-se de Cristo, "o HOMEM NOVO". Mas cuidado, não é somente a maneira de ser que deve se tornar nova, mas, em primeiro lugar, o ser profundo do homem. :e preciso nascer de novo, "nascer da água e do Espírito Santo" (Jo. 3,1-8), porque os indivíduos e o mundo só se renovam pelo Cristo (Tt. 3 ,5) . Este novo nascimento se realiza pelo Batismo.

O casamento dos batizados escaparia a esta empreitada para renovar todas as coisas? Certamente que não, pois é a união de dois seres novos, dotados de um novo coração, vivendo uma vida nova, identificados com o Cristo. Pode-se, portanto, dizer do matrimônio o que São Paulo diz do cristão: "Quem está em Cristo, é criatura nova. O velho passou e um mundo novo se fez." (2 Cor. 5,17) Sim, depois de Cristo, o casa­mento se transformou numa realidade radicalmente nova, um dos sacra­mentos da Nova Aliança.

Aos esposos cristãos que passam a viver este novo tipo de casamento, que modelo concreto propõem as Escrituras? O cristão individual tem o Cristo por modelo (Rm. 8,29), mas e o casal? São Paulo responde: "Maridos, amai vossas mulheres, como o Cristo amou sua Igreja". E na verdade, é a união de Cristo e da Igreja que deve imitar, reproduzir, a união do homem e da mulher. (Ef. 5,21-23). E, para que o povo fiel possa melhor compreender as grandezas do casamento cristão, há vinte séculos que os Padres da Igreja e os teólogos não cessam de meditar e de comentar esta grande página da carta aos Efésios. Mas é necessário reconhecer que a própria profundidade desta doutrina a torna pouco acessível à maioria dos casais cristãos.

Será, então, que as riquezas do matrimônio cristão estão reservadas a uma elite intelectual? Nada de menos conforme ao espírito d'Aquele que um dia exclamava: "Graças te dou, Pai, Senhor do céu e da terra,

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porque escondeste estas coisas dos sábios e prudentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi de teu agrado." (Lc. 10,21).

Claro que não! Não precisa ser um intelectual para descobrir estas riquezas. Há um modelo que se apresenta aos casais cristãos, logo às primeiras páginas do Evangelho: o casamento de José e Maria, este casal humano, o primeiro a ser redimido e santificado pelo Cristo. Basta considerá-lo com um coração simples, para entrever as riquezas do casa­mento cristão. Me objetarão, talvez, que me afasto da Tradição que, como acabo de dizer, sempre viu na união de Cristo e da Igreja o modelo do matrimônio cristão? Mas esta união de José e Maria, longe de ofuscar a união de Cristo e da Igreja, no-la apresenta refletida em um puríssimo espelho. Poderia se dizer que é um modelo reduzido que nos põe na direção do modelo maior.

( ... ) O que considerar neste modelo? O que ele tem em comum com todos os demais casais? O amor a Deus, a vida de oração, a ternura mútua, a fidelidade, a dedicação pela criança, a abertura para os menos favorecidos. . . Claro, não se pode deixar de· lado tais considerações. Mas, pensando bem, e por mais paradoxal que possa parecer, o que neles mais luz traz para o casal cristão é justamente o que faz de seu casa­mento uma união excepcional. 1!, em primeiro lugar, essa virgindade que ambos assumiram; depois, o fato único de terem por filho o Filho

·de Deus, enfim, a presença de Jesus em seu lar, tão parecido com as outras crianças e tão diferente pelo mistério de sua vida profunda.

Por que será que a espiritualidade conjugal - entendendo-se por esta expressão uma arte de viver cristãmente e de se santificar em e pelo matrimônio -não interroga os cônjuges de Nazaré, para esclarecer seus princípios básicos? Vemo-la recorrer às ciências humanas, interessar-se pelas conquistas da psicologia e da fisiologia. Não se trata de culpá-la por isto. 1! bom conhecer melhor a natureza, suas necessidades e seus recursos, já que a própria graça aí tem suas raízes; mas os casais ficam bastante desarmados, apenas com seus conhecimentos e trunfos humanos - diria mesmo, com apenas suas noções de teologia - se não puderem ver, realizada em um "casal-piloto", a salvação e a verdadeira renovação que o Cristo veio trazer àqueles dos seus que chamou ao matrimônio.

Não se contentem, porém, os casais, com uma imitação servil: só a reflexão à luz de sua fé lhes fará encontrar os comportamentos ade­quados e a ação oportuna.

Felizes os casais que, com humildade, decidem não mais perder de vista este lar onde o Cristo cresceu!

Henri Caffarel (Extratos de "O Casamento cristão à luz do casamento de José e Maria", em "Prends chez toi Marie, ton épouse", obra ainda sem tra­dução no Brasil.)

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DEPOIMENTOS

RELEMBRANDO ...

A série "Relembrando a História do Movimento" terminou, e, no seu espaço, vez por outra aparecerão os "DEPOIMENTOS" que com­plementarão e completarão aquela série que, sem pretenções, quis apenas ordenar fatos e acontecimentos de importância para o nosso conheci­mento, especialmente para os novos casais que ingressaram nas E.N.S. em um passado recente.

A idéia destes 'depoimentos', surgiu no último EACRE realizado em São Paulo, em um dos grupos em que os recém-eleitos Casais Res­ponsáveis de Equipe se reuniam com o Casal Responsável do seu Setor.

Na apresentação todos falaram, citando nome do casal; nome da Equipe; tempo de Equipe, etc. Ao chegar a vez de Pacheco, da Con­ceição (Eq. 1-D), despertou interesse dos demais casais, a maneira como ele narrou os detalhes da sua entrada nas E.N.S., na então Equipe N. Sra. do Rosário, por convite direto de Pedro Moncau. Daí foi sugerido que casais mais antigos fossem entrevistados, para que eles dessem conhe­cimento de fatos que, em última análise, formam e completam o mosaico de um quadro histórico.

Assim, a primeira entrevista foi feita, e Conceição e Pacheco foram visitados e logo fomos dando a palavra ao Pacheco que respondendo à nossa indagação, de como tiveram conhecimento das E.N.S., nos disse:

"Foi através de visita do Pedro, num domingo de manhã, em que, entusiasmado, dizia ter recebido da França material para a formação de um grupo de casais cristãos e católicos, interessados em praticar uma religiosidade mais aprofundada como casais, no sentido de aumentar-lhes a espiritualidade.

"Naquele domingo, Pedro explicou que os casais de um mesmo grupo, em número de quatro a sete, costumam se reunir em um círculo, onde todos, um de cada vez, colocam em comum as alegrias e as tristezas, os sucessos de uma vida espiritual e os problemas, no intuito de 'dar' ou 'pedir', aquilo que se chamou no seio do Movimento de "AJUDA MúTUA". Tudo acompanhado de um grande recolhimento e entremeado com muita oração e meditação de textos, num verdadeiro clima monás­tico."

De início, não agradou a idéia, e o Pacheco rememorando o pas­sado, recordou-se de seu avô que costumava dizer que dificuldades de trabalho e financeiras, não eram para ser comentadas com estranhos ...

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E assim o convite ficou no ar, e o casal Conceição e Pacheco, não entrou daquela vez nas Equipes.

Passou-se algum tempo, e, um belo dia, veio outro convite; desta vez de Maria Aquino, conhecida do casal. Maria Aquino convidava o casal para comparecer à sua casa naquela noite, pois haveria uma reunião de Equipe. Mas a Conceição estava em Santos, e também desta feita o convite não foi atendido.

Passaram-se mais alguns meses, a Equipe N. Sra. do Rosário já tinha sido formada desde outubro de 1954, quando vieram mais convites, e desta vez por quase todos os casais da Equipe, conhecidos do casal Pacheco. Assim, Conceição e Pacheco finalmente ingressam na Equipe, e, hoje relembram com satisfação de toda a atividade que puderam de­senvolver durante mais de trinta anos de vida no Movimento e do quanto se beneficiaram com o crescimento espiritual que o Movimento lhes pro­porcionou.

Recordam-se dos "Círculos Familiares", idealizados pelo casal, para atender dois pontos: Em primeiro lugar, promover a evangelização de casais e, em segundo lugar, para preparar casais para o ingresso nas Equipes. Os Círculos se baseavam nos princípios do Movimento, seguindo as mesmas orientações, porém sem a presença do Conselheiro Espiritual. A duração do Círculo girava em torno de um ano, e o número de casais que compunha o grupo, era bem maior. No final do período~ havia os que queriam se engajar no Movimento e assim, foram formadas muitas Equipes em São Paulo.

Em 1958, Pacheco teve estafa, e passou os Círculos para outro casal de sua Equipe. Mais tarde, os "Círculos Familiares" não tiveram conti­nuidade, mas sabe-se que em outras cidades a idéia foi aproveitada, como em Juiz de Fora, onde até hoje, com outro nome- de PRE-EQUIPES -, funcionam e delas nascem muitas Equipes.

A Equipe N. Sra. do Rosário, recentemente fundiu-se com a PRI­MEIRA EQUIPE do Brasil - N. Sra. das Graças, ambas do Setor D de São Paulo, e a atividade dos casais das duas Equipes, atualmente todos na Equipe N. Sra. das Graças, permaneceu inalterada, mas agora, com maior força, pela oração e apôio de seus irmãos de Equipe em maior número.

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JESUS E O RESPEITO PELOS OUTROS

Homem algum jamais respeitou os outros como esse homem. Para ele, o outro é sempre mais e melhor do que aquilo a que as

idéias feitas, e mesmo os Sábios e os Doutores da Lei, tendem a redu­zi-lo. Ele sempre vê, naquele ou naquela que encontra, um fóco de espe­rança, uma promessa viva, uma possibilidade de extraordinário, um ser chamado, apesar e para além de suas limitações, seus pecados e até mesmo seus crimes, para um futuro totalmente novo. Ele chega a dis­cernir, às vezes, na pessoa encontrada, alguma secreta maravilha, cuja contemplação o mergulha em ação de graças.

Ele não diz: Esta mulher é volúvel, leviana, boba, )Ilarcada pelo atavismo moral e religioso do meio em que vive, é só uma mulher. Ele lhe pede um copo com água e inicia a conversa.

Ele não diz: Eis uma pecadora pública, uma prostituta atolada para sempre em seu vício. Ele diz: Ela tem mais chances de ganhar o Reino de Deus do que aqueles que se apegam a suas riquezas ou que se envol­vem num manto de virtudes e de saber.

Ele não diz: Esta não passa de uma mulher adúltera. Ele diz: Não te condeno. Vá, e não peques mais.

Ele não diz: Esta, que procura tocar meu manto, não passa de uma mulher histérica. Ele a ouve, fala com ela e a cura.

Ele não diz: Esta velha que deposita sua esmola no cofre para as obras do templo é uma mulher supersticiosa. Diz que ela é extraordinária e que deveríamos imitar seu desapêgo.

Ele não diz: Estas crianças são apenas moleques. Diz: Deixem-nas vir a mim e tratem de se parecer com elas.

Ele não diz: Este homem não passa de um funcionário corrupto, que enriquece adulando os poderosos e sugando o sangue dos pobres. Ele se convida à sua mesa e o assegura de que sua casa recebeu a salvação.

Ele não diz, como os que o cercam: Este cego está com certeza pagando suas culpas ou as de seus pais. Diz que estão todos equivocados a este respeito e surpreende todo mundo, inclusive seus apóstolos, os escribas e os fariseus, mostrando com ênfase como áquele homem goza em alto grau do favor de Deus: "E preciso que a ação de Deus se manifeste nele".

Ele não diz: Este centurião não passa de um soldado da ocupação. Ele diz: Nunca achei fé igual em Israel.

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Ele não diz: Este sábio não passa de um intelectual. Abre para ele os caminhos do rescimento espiritual.

Ele não diz: Este indivíduo não passa de um fora-da-lei. Ele diz: Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso.

Ele não diz: Este Judas nunca será senão um traidor. Ele o abraça e o chama de: Meu Amigo.

Ele não diz: Este fanfarrão não passa de um renegado. Ele diz: Simão-Pedro, você me ama?

Ele não diz: Estes sumos-sacerdotes não passam de juizes iníquos, este rei é um boneco, este procurador romano é um incompetente, esta multidão que escarnece de mim é apenas a plebe, estes soldados que me maltratam não passam de torturadores. Ele diz: Pai, perdoa-lhes, não sabem o que fazem.

Jesus nunca disse: Este homem não tem nada de bom, nem aquele; não há nada de bom neste ou naquele ambiente ou meio. Hoje, não diria jamais: este não passa de um conservador, de um esquerdista, de um fascista, de um progressista, de um ímpio, de um beato. . . Para ele, os outros, quem quer que sejam, quaisquer que sejam suas atitudes, sua situação, sua reputação, são seres amados por Deus.

Homem algum jamais respeitou os outros como esse homem. Ele é único. E o Filho único d' Aquele que faz brilhar seu sol sobre os bons e os maus.

Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de nós, pecadores!

Cardeal Albert Decourtray (extraído de Alliance, n.0 45/46,

maio-agosto 86) ·

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Dragan Seljan foi, durante longos ar.os, com Elfie, sua esposa, membro da Equipe n.0 3 de Petrópolis , R.J. Viúvo há alguns anos, sentiu o chamado para o sacerdócio. Dia 22 de feve­reiro passado, recebeu a ordenação diaconal.

Foi Dragan que nos enviou este testemu­nho:

MIOSóTIS

Sempre gostei de miosótis, e por razões muito especiais. Pen­so que na sua pequenez e na beleza de suas florzinhas de folhas verdes, eles transmitem aos homens e à criação uma lição de como ser grande e notado na humildade e na simplicidade. Mas, para mim, transmitiam muito mais. Sempre que os vejo, crescendo em ramalhetes densos que margeiam os pequenos cursos d'água, fico preso de uma emoção ao mesmo tempo bonita e nostálgica e que, até agora, eu não conseguia entender. Assim o foi sempre, desde quando, pequeno, os vi pela primeira vez. Mas tornou-se mui­to mais forte depois que Elfie entrou na minha vida e a fez cheia e abundante, alegre e bonita e resplendente de cores e de luz, qual os miosótis.

Eu olhava para aquelas florezinhas bonitas e sentia que na sua beleza quieta traziam para mim uma mensagem muda mas cheia de sentido. Era uma mensagem sobre a beleza extrema que só o Criador sabe e pode fazer. E essa beleza me deixava feliz. Ao mesmo tempo, porém, escondia-se no fundo da mensagem algo trágico e fatal que me deixava triste e saudoso. E eu não sabia por quê.

Como disse, tudo isso tornou-se mais forte depois que co­nheci Elfie. Era de estranhar, pois nada nela lembrava o azul da flor. Seus olhos, meigos como da corça, eram de um castanho claro, cristalinos e vivazes qual águas de córrego montanhês que correm velozes sobre o leito de pedras. No entanto, sempre que olho para os miosótis, vejo Elfie na ternura mais íntima do nosso amor; seus olhos castanhos misturam-se com o azul da flor e sua presença em mim torna-se mais forte e sentida. Assim foi com ela ao meu lado e assim é agora. Talvez isso aconteça porque também Elfie soube ser grande na sua simplicidade e pequenez. Ou talvez porque na terra dela o miosótis se chama de ·não-te-esqueça-de­mim", e existe na memória do seu povo, a lenda de um grande amor que terminou na morte e na saudade de que os miosótis são testemunhas e mensageiros. Em vida, eu dava a Elfie rosas e foi com rosas que me despedi dela. Mas foi o miosótis a flor secreta do nosso amor. Como numa premonição, mesmo nas horas felizes

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(um dia um de nós teria de partir primeiro ... ), os miosótis trans­mitiam, de um para o outro, a sua mensagem muda, um pedido carinhoso, com ternura e saudade antecipada : "não te esqueças de mim! .. . não te esqueças de mim quando eu me for!"

Outro dia, num passeio, encontrei, de repente, miosótis. Parei para olhá-los e lembrei tudo isso que escrevi. A mensagem conti· nuava ali, forte como sempre e, desta vez, pouco mais clara. Há algum tempo Elfie se foi , para a luz, para o além e para o sempre, e eu fiquei. Agora os dois sabemos de quem era a mensagem e para quem. Mas eu olho para os miosótis e, como antes, vejo neles Elfie, minha mulher amada. E junto à visão, vem a lembrança de tudo que vivemos juntos: a nossa paixão louca e o amor tran­qüilo, sonhos e esperanças, lutas duras com a vida que vencíamos com teimosia e fé. Recordo com alegria tudo que era o nosso amor. Amor que viveu e venceu a aventura e o desafio da vida a dois, do início ao fim, fiel a si mesmo, fiel a nós dois. Nós dois, ela e eu, pequenos anônimos perdidos na imensidão do mundo, mas grandes na imagem e semelhança de Deus Criador. Como Ele, criadores de vida na vida dos nossos filhos. Como Ele, vivendo no amor eterno e sem limites, dois num só, mas cada um - ela toda e eu todo - livre, assim como Deus é livre e um só, o Pai que vive e par­tilha o amor com o Filho e com o Espírito. Nosso amor foi assim, sobreviveu a tudo e foi além da morte . Saiu do pequeno e finito desta terra e do limitado de nossas horas e vive e se comunica agora também no infinito e na eternidade porque um de nós já está lá e outro ainda é daqui. E para o amor só isto basta: que os dois que se amam existam, não importa onde, não importa quando,. não importa como.

Olhando agora para os miosótis, começo a entender o sentido da mensagem que me traziam desde sempre, tanto de beleza e felicidade que me revelavam , quanto de trágico e nostálgico que vinham juntos, como pano de fundo . Sinto agora que os miosótis me falavam da felicidade imensa e bela prometida desde que nasci, e que me aguardava , e que recebi e vivi na plenitude dessa pro­messa, ao lado da Elfie. Mas avisavam também, com carinho com­passivo de amigo bondoso que sabe não trazer somente a notícia boa, que hoje tudo isso é a saudade que vivo agora.

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DIZIMA PERIODICA

Em deixando pra depois, pra amanhã, pra depois de amanhã, e depois outra vez pra depois, sobrassaltando vou constantando tempo escoando e verificando que não li o livro

não vi o filme não escrevi a carta não ouvi a música não dancei a dança não bebi o vinho não bordei o linho

não caminhei a milha não pintei o quadro não doei a dádiva não criei a idéia não senti a fragrância não provei o sabor não amei o amor

não consolei o aflito não sorri o sorriso não disse o poema não vislumbrei a luz não queimei o sol não testemunhei a verdade não matei a saudade

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Cybelli Wanderley

não vesti a toga não vibrei as cordas não rufei os tambores não trancei os fios não teci a renda não toquei os sinos não entoei os hinos

não naveguei os mares não cinzelei o bronze não lavrei a prata não modelei o barro não lapidei a pedra não galguei o monte não ampliei o horizonte

não beijei o beijo não chorei o pranto não velejei o barco não pesquei o peixe não reparti o lucro não estendi a mão não cantei a canção

não olhei o céu não alcei o vôo não sonhei o sonho não plantei o trigo não colhi a messe não orei a prece não vivi a vida.

Vou pagar o preço.

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PAIS E FILHOS

"ESTOU COM RAIVA DE DEUS"

Centenas de milhares de jovens todo dia dizem que estão com raiva de Deus. Para eles, se existe, Deus não foi justo tirando-lhes o namo­rado, a namorada, o pai ou a mãe num momento que não podiam viver sem aquele afeto.

Estão certos ou errados nessa maneira de falar de Deus? Um reli­gioso ortodoxo diria que estão sendo malcriados e blasfemos, e que não se deve falar assim de Deus. Mas uma leitura mais atenta da Bíblia revelará um Jacó que lutou com Deus, um Pedro que repreende seu amigo extraordinário Jesus - a _ quem confessaria ver como filho de Deus -, e Jesus mesmo que, ao morrer, reclama numa oração tipica­mente judaica, por ser tirada de um salmo: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

Na verdade, a raiva dos jovens - por mais paradoxal que pareça é uma afirmação de fé em Deus. Não ficariam tão zangados com alguém que soubessem não existir. E quando afirmam que não existe, nem eles mesmos estão convictos. Agridem a Deus porque o amam e esperavam dele algo menos doloroso do que permitiu. São como a criança que apanha da mãe e, rebeldemente; - b~té ·em_ seu . rosto, para depois chorar no colo e no seio da mãe a quem agredira. A experiência de quem vive no meio dos jovens ensina que é quando ele-s ficam com. raiva de Deus que começam a se interrogar sobre o mistério de sua existência e de sua paternidade. Só experimenta Deus quem um dia achou ter razão bastante para brigar com ele. E, igual ao fogo que rodeia o escorpião, Deus nos rodeia até que nos piquemos com nosso próprio veneno. E renascemos na ternura que só os que sofreram muito sabem ter. Não é Deus que é cruel. Somos nós que não admitimos dor alguma. Sobretudo se for dor de amor. No dia em que descobrirmos que Deus é amor, redescobriremos o porquê da vida e da morte. B o que os jovens buscam quando dizem que estão com raiva dele.

Pe. Zezinho, SCJ

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AS E.N.S. E O SfNODO

Em nosso número de março, apresentamos algumas pistas de reflexão especialmente dirigidas aos casais das Equipes de Nossa Senhora, su­gerindo que seus frutos fossem levados aos nossos bipos, particularmente aqueles que estarão presentes ao Sínodo.

Este mês, gostaríamos de acrescentar um aspecto que preocupa pro­fundamente a todos nós. Trata-se da estabilidade do casamento.

Que a estabilidade do casal está em crise é um fato bastante evi­dente. Não temos estatísticas precisas para o Brasil, mas sabemos que na França, hoje, existe um milhão de "casais não-casados"; que nos Estados Unidos, uma de cada duas pessoas de 30 anos declara seu estado civil como "solteiro" ... Nossa situação ·não é muito diferente.

Muitos jovens se assustam com a idéia de se comprometer por toda a vida, de ter que enfrentar uma vida a dois durante muito tempo, de ter que se manter fiéis. Ainda mais considerando que a expectativa de vida tem aumentado muito, ultimamente. Longe de atraí-los, o casamento os assusta.

Seria talvez o momento de realçar, de recolocar em evidência as belezas, as riquezas específicas do matrimônio cristão. O povo todo de Deus poderia se engajar nesta tarefa. No Editorial que a Carta Mensal publicou em março, o Pe. O li vier nos diz: "A Igreja carece, hoje, de uma reafirmação forte, solene e convincente dos valores do matrimônio".

O Sínodo poderia talvez propor que se atribua ao tema do casamento cristão uma certa prioridade nas pregações e nos ensinamentos em nossas paróquias e dioceses. Afinal, o casal cristão está na raiz da formação de leigos válidos, que por sua vez estão na base da Igreja forte e vibrante que todos nós queremos. Tanto nas homelias quanto nos seminários, é preciso mostrar que é a graça do sacramento que dá à vida a dois a força, a beleza e a grandeza que permite ao casal fazer frente a suas exigências.

Vamos pensar nisto em nossas equipes? em nossos "deveres de sentar-se"? Quem sabe poderão nascer dessas reflexões mais algumas idéias para contribuir com nossos bispos?

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NOTICIAS DOS SETORES

Missa de Encerramento de Ano

- Com a expressiva participa­ção dos casais equipistas, de Ribei­rão Preto/SP foi celebrada por Pe. Francisco, na Catedral, a Missa das ENS de encerramento do ano de 1986.

Reunião de Representantes de Movimento

- No dia 30 de outubro de 1986, D. Cândido Padin, Bispo Dio­cesano de Baurú/SP, com a Coor­denação da Pastoral Diodesana da­quela localidade, reuniu represen­tantes locais dos movimentos: Cur­silho, Equipes de N. Senhora, Encon­tro de Casais com Cristo, Focola­res, Renovação Carismática, Vicen­tinos, Apostolado da Oração, Ra­dial, para uma reflexão sobre a ca­minhada comprometida com a Pas­toral Diocesana. Foi usado o mes­mo esquema que a Regional Sul I da CNBB praticou na Reunião Esta­dual dos movimentos.

Mudança nos Quadros

- Veda e Darci deixaram a res­ponsabilidade do Setor B de Curiti­ba/PR assumindo, a 6 de setembro de 1986, o casal Angela e Moacir.

Encontro Inter-Regional

- Nos dias 25 e 26-10-86 aconte­ceu em Curitiba/PR, no Convento

Bom Jesus, um encontro inter-regio­nal das ENS do sul do país que con­tou com a presença do casal re­presentante da EC IR Veda e Darci; casais regionais do Paraná, Sta. Ca­tarina e Rio Grande do Sul e casais responsáveis de setores e coor­denações das ENS nesses esta­dos. Compareceram, também, qua­tro Conselheiros Espirituais totali­zando cinqüenta pessoas. Frei Este­vão Nunes dirigiu a espiritualidade e falou sobre • Cristologia" e • Li­neamenta ". As demais palestras fi­caram a cargo de Veda e Darci.

Planejamento/87

Informam Regina e Osvaldo, "ca­sal correspondente" do Setor de Mogi das Cruzes/SP que o planeja­mento do setor para 1987 foi dis­tribuído com bastante antecedência pelo CRS Maria dos Anjos e José Maria, esperando que as atividades e eventos programados possam mo­tivar os casais equipistas e ajudá­los em seu crescimento espiritual.

Retiros

- Realizado em Belo Horizonte/ MG nos dias 21. 22 e 23-11-86 mais um Retiro Anual das ENS, na Casa de Retiros S. José. Com o tema "Família, Construtora da Paz" e or­ganizado pelo • casal de formação" Virginia e Carlos, contou com a co­laboração dos sacerdotes Pe. Luiz Tarcisio Araujo e Pe. Alberto Tavei­ra. Houve a participação maciça

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dos equiplstas de BH. A equipe da Carta Mensal registra e agradece o recebimento da cópia da liturgia do retiro, de riquíssimo conteúdo enviada por Beth e Scalzo, casal en­carregado da "comunicação e divul­gação" das ENS em Belo Horizonte.

- Com a participação de 16 ca­sais de Piracicaba/SP, 4 casais de Santa Bárbara/SP e um casal de Pi· rajuí/SP realizou-se em outubro úl­timo em Nova Sufssa, um retiro das ENS organizado pela Coordena­ção de Piracicaba e pregado por Frei Luiz Gonzaga. Recebemos de Llna e Mario um texto muito inspi­rado sobre o que representou a sua participação naquele retiro.

- Sob a coordenação do casal Melânla e Alberto da Eq. 7-B de Be· lém/PA e pregado pelo Pe. Marce­llno Ferreira, CE da Eq. 1 daquela cidade, realizou-se de 7 a 9 de no­vembro passados o 1.0 Retiro das ENS de Castanha!. Com a participa­ção de 12 casais foi "um tempo for­te de ação de graças e uma ótima oportunidade de revisão de vida" .

Mutirões

- Realizado em Niterói/RJ de 24 a 26-10-86 com a participação de 27 casais dos diversos setores do Rio I e 3 da região Rio 11, contando com a assistência espiritual do Pe. Geraldo Mauricio da Silva, CE da Eq. 9-A, Rio I.

- Sob o título "O que é um mu­tirão", o jornal A Província do Pará publica um artigo de autoria de Isa­bel L Barretto da Eq. 1 de Belém, colaboradora assídua daquele jor­nal. A autora baseia-se na experiên­cia por ela vivenciada quando de sua participação no Mutirão das ENS acontecido no Colégio Santa Catarina entre 21 e 23 de novembro últimos e no qual os casais Elza e Renato (de Brasília). Maria Helena e Nicolau (de São Paulo) e Frei Dio-

n1s1o (CE de equipes de Belém) abordaram, respectivamente, os te­mas: "Vocação Humana, Cristã e Equipista"; • Reunião de Equipe" e • Espiritualidade Conjugal".

Boletins Informativos

- Lançada em dezembro/86, em pleno tempo do Advento, A MEN­SAGEM, boletim informativo das equipes de Belo Horizonte. O título escolhido e que ressalta as letras ENS recaiu sobre a sugestão de Ce­cília e Hamilton da Eq. 5 dentre um total de 40 sugestões enviadas por casais equipistas. No dizer de Zely e Resende. ·E o sonho se torna rea­l idade . .. ", concretizando uma das metas do "casal de comunicação e divulgação" Beth e Scalzo. O jornal­zinho será editado bimensalmente e conta com o apoio entusiasta e a colaboração efetiva dos equipistas de Belo Horizonte.

- Após longa pausa, o BICA Bo­letim Informativo do Setor de Ara· raquara/SP voltou, agora sob a res­ponsabilidade de uma equipe de edição composta por seis casais que retoma o excelente trabalho de lride e João nos três anos de exis­tência do boletim, sendo que esse casal permanece integrando a equi­pe de edição. O boletim será bimen· sal e espera a colaboração dos equipistas de Araraquara que ali en­contram o seu espaço e o lugar onde todos tem voz.

Experiência Comunitária das ENS

- Coroando o dedicado trabalho do ·casal expansão" do Setor B de Curitiba/PR, Eneide e Sergio (da Eq. 40) realizou-se, em 20-09-86, na Paróquia Santa Amélia a primeira reunião da Experiência Comunitária das Equipes de Nossa Senhora, ten­do como coordenadores Maria Luiza e Antonio Luiz, da Eq. 29 com o

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comparecimento à reunião do vigá­rio Pe. Angelo. O grupo conta com a assistência espiritual do Pe. Jean F.ranco que • mantem-se atento, procurando esclarecer e motivar os casais no aprofundamento dos te­mas propostos •. • O grupo demons­tra-se interessado, satisfeito, e an­sioso em prosseguir na caminhada".

- Lançado a 30-06-86 o 1.0 Gru­po de Experiência Comunitária das ENS de Castanhai/PA sob a coorde­nação de Magalí e Fernando da Eq. 9-A de Belém. Em 18-10-86 aconte­ceu o lançamento do 1.0 grupo de São Miguel do Guamá/PA, coorde­nado por Nazaré e Daví da Eq. 1 de Castanha!.

Jubileu de Prata

- Comemorados a 07-10-86 os 25 anos de presença das ENS em Limeira/SP com uma celebração eucarística na Catedral N. S. das Dores pelo Revmo. Bispo Diocesano D. Fernando Legal e os conselheiros espirituais das equipes locais. Com­pareceram todos os equipistas, fa­miliares e convidados, bem como o Casal Regional Olga e Toninha e vários casais responsáveis de seto­res e coordenações da Região.

Reunião dos C.E. da Região S. Paulo · Sul I

- Realizou-se no dia 24 de no­vembro passado, na chácara do Ca­sal Regional Vania e Walter, em Diadema/SP mais uma reunião dos Conselheiros Espirituais da Região S. Paulo-SUL I (setores A, B e D de S. Paulo - Capital; setor do ABC; setor de Santos e setor de Mogi das Cruzes). Após a abertura com a oração da manhã e a apresentação dos conselheiros presentes, D. Nan­cy Moncau proferiu uma palestra sobre • A mística dos pontos con­cretos de esforço e a parti lha·, pa­lestra que provocou várias pergun-

tas demonstrando o interesse dos padres assistentes em prestar uma ajuda efetiva aos casais equipistas. O almoço foi servido em clima de muita alegria e fraternidade. Esti­veram presentes 24 conselheiros espirituais, dentre os quais dois bispos, o casal supervisor Thais e Duprat, o casal regional Vania e Walter, Beth, C. R. do Setor D, Gil­berto, C. R. do Setor do ABC, além de Lina , Alverto e Thereza da equi­pe regional.

Novas Equipes

- Manaus/AM

e Equipe 9 - Casal Piloto: Terezinha e Abel Cons. Espiritual: Frei José Luiz

e Equipe 12 • Casal Piloto:

Volta ao Pai

Janete e Carlos Henrique Cons. Espiritual: Pe. Alceu

- Osvaldo Nunes Ribeiro (Eq. 11-A Curitiba/PR)

Após longa enfermidade faleceu em 09-01-87. Juntamente com sua esposa Alphéria, constitui-se num elo de amor, de autenticidade e de profundidade espiritual. Em suas palestras assíduas demonstrava sempre o seu penhor de fé, vivên­cia em Cristo e amor a nossa mãe Maria Santíssima. Como equipista desempenhou as funções de C. R. de equipe, ligação, piloto e respon­sável do Setor A .

- Hermes Fanelli (Eq. 1 Limei­ra/SP)

Voltou ao pai em 22 de setembro passado. Com sua esposa Zuleika, foi um dos fundadores da Equipe 1 - N. S. das Dores pela qual foram responsáveis várias vezes. Era um estudioso, exemplo vivo de religio-

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sidade e Irmão em Cristo. Ministro da Eucaristia na Paróquia de Santa Rita de Cássia, enquanto suas for­ças lhe permitiram participou sem­pre de cursos de preparação para o casamento, batismo, crisma. No momento de seus funerais não ha­via sacerdotes em Limeira, pois es­tavam participando de uma reunião em ltaici e aquele que tanto serviu aos homens em nome de Deus não teria uma missa de corpo presente. Mas Deus não o desamparou e Pe. Alberto vindo de Rio Claro iniciou a celebração e logo após e ainda a tempo de concelebrar apareceram vindos de ltaici, Pe. Arlindo, Pe. Sinval e Pe. Pedro. No cemitério ao baixar o corpo de Hermes à sepul­tura, após as palavras do Irmão Dantas, seus irmãos de movimento entoavam o • Magnificat".

Novo Setor

- Em 19-10-86 durante a manhã de recolhimento pregada pelo seu querido vigário Pe. Daniel, os aqui­pistas de Dois Córregos/SP tiveram

a felicidade de ver sua Coordenação de 2.0 grau, ser transformada em mais um Setor do Movimento das ENS. O casal responsável pelo novo setor, Eva e Roberto assumiu o car­go numa atitude de amor e doação e conscientes de que não estarão sozinhos pois contam com uma de­dicada equipe a ajudá-los além da assistência espiritual do Pe. Fran­cisco Sáez Sandi (Pe Chiquinho), grande conhecedor da mística das ENS.

Jubileu Sacerdotal

- Os equipistas de Llmelra/SP celebraram em 25 de janeiro pas­sado, os vinte e cinco anos de vida sacerdotal do Pe. Arlindo A. De Gaspari, Conselheiro Espiritual da Equipe 3 e da coordenação, vi­gário da Paróquia Sta. Terezinha há 23 anos. A missa foi concelebrada por D. Fernando Legal e todos os padres da Diocese de Limeira e contou com a presença maciça das ENS além de amigos, familiares e membros da comunidade.

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Data 10-12/04 15-17/05 22-24/05 23-24/05 05-07/06 29-20/08 25-27/09 13-15/11

RETIROS

Setor Local Info.c/ São Paulo Barueri Darcy (011-679063) Sorocaba C. Ret. S. José São Paulo Cenáculo Darcy (011-679063) Curitiba Redentoristas São Paulo Barueri Darcy (011-679063) V alinhos Vinhedo Casa de Siloé Sorocaba C. Ret. S. José

SESSõES DE FORMAÇÃO

15 a 18 de abril 12 a 15 de junho 05 a 08 de setembro 09 a 12 de outubro

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- Brasília -Santos - Curitiba

Juiz de Fora

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Recebemos cart·as de estímulo e votos de um Feliz Natal das se­guintes pessoas, a quem agradecemos e retribui­mos com atrazo.

- Dom Eugênio Cardeal Sales - Ar­cebispo do RI.

- Pe. Sancley Lo­pes Gondim -R. For-tunato, 65- SP.

CARTAS DOS LEITORES

Da Equipe 18- Brasília- DF.

- Pe. Rubens Pedro- R. Manoel Lobo, 11- V. Angelina- SP.

- Do Movimento Familiar Cristão e que também nos informam da eleição do novo Presidente Nacional do MFC - · Sergio e Lucia do RI.

Atenção Varginba - Carta simpática de Neiva e Nelson de S. João da Boa Vista contando quão positivo foi o apoio da Equipe n.0 1 de S. João da Boa Vista no ano de 1986 para eles, devido aos problemas que o Plano Cruzado trouxe para as suas vidas de comerciantes no ramo de açougues. Ficaram sem trabalho tendo mesmo que mudar de cidade. Mas atenção equi­pistas de Varginha, eles estão indo para ai desejosos de continuar no movi­mento.

Ainda sobre Pe. Paulo Ruffier - Recebemos carta de Paulo da Equipe de Pirapora MG, comentando sobre o artigo da C.M. de novembro de

86 do Pe. Ruffier, seu amigo e nos comunicando a publicação pela Ed. Loyola de um novo livro do mesmo, só que ele esqueceu de nos dizer o nome da obra.

Indicando livros - O Pe. José Antonio C. Marino - RI, nos escreve sugerindo as seguintes leituras:

"Eu, sua mãe" Christiane Collange - Ed. Rocco. "A arte de ser jovem" e "Rosa de Deus, mãe da gente" de Heleer

Salvador de Lima SI - Ed. Loyola.

"O sexo que Deus lhe deu" Pe. Zézinho. "A Jesus por Maria" Pe. M. Moschler, sobre o terço- Ed. Loyola.

Várias sugestões - Carta de Marilda Alcantara N. e Melo de BH -com varias sugestões que serão aproveitadas no devido momento e contando da alegria de ter participado da missa de Ação de Graças em S. João dei Rei.

Amor materno - Recebemos de Angélica da Eq. 1 de José Bonifácio carta dedicada a seu filho Júnior externando seu amor materno. O texto sai de nossa linra editorial mas •agradecemos a contribuição.

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MEDITANDO EM EQUIPE

TEXTO DE MEDITAÇÃO - Rm. 6, 1-11

Que diremos, então? Que devemos permanecer no pecado a fim de que a graça atinja sua plenitude? De modo algum! Nós, que morremos para o pecado, como haveriamos de viver ainda nele? Ou não sabeis que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? Pois pelo batismo nós fomos sepultados com ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova.

Porque se nos tornamos uma coisa só com ele por uma morte seme­lhante à sua, seremos uma coisa só com ele também por uma ressurreição semelhante à sua, sabendo que nosso velho homem foi crucificado com ele para que fosse destruido este corpo de pecado, e assim não sirvamos mais ao pecado.

ORAÇÃO LITúRGICA - Salmo 1.

"Eu sou o que Sou", o Senhor! Com os maus não está meu querer, é a lei de meu Deus meu prazer.

Feliz aquele homem que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar, mas bem outra é a sorte dos perversos.

Ao contrário são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento; por isso os ímpios não resistem no juízo nem os perversos, na assembléia dos fiéis. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.

"Eu sou o que Sou", o Senhor! Com os maus não está meu querer, é a lei de meu Deus meu prazer. Amém.

(Liturgia das Horas - 2.a feira na oitava da Páscoa)

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Um momento com a Eq. da Carta Mensal ..... . .............. . .. .

Editorial: O Homem Novo ...... . ............... .. ..... . ...... . .

A ECIR conversa com vocês ...... . . . .. .... ..... ........ : ...... .

A Palavra do Papa ........... . ....................... . .... . . .. .

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Homens novos para um mundo novo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

A oração conjugal (e familiar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Igreja e Comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Maria, a Mãe das Dores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Receba Maria, tua esposa, em tua casa ..... . .. . .. . .......... . ... 17

Depoimer:tos - Relembrando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Jesus e o respeito pelos outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Miosótis . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . 23

Dízima periódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

"Estou com raiva de Deus" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

As E.N.S. e o Sínodo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Retiros ... . ............ . .... ..... . . . .......... . ..... . .... . .. . .. 31

Cartas dos leitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Meditando em Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

EQU IPES DE NOSSA SEN HORA

01050 Rua João Adol fo. 11 8 · 9' · cj . 901 · Tel. 34 8833

São Paulo · SP