7447857 Estranha Moral

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  • Estranha Moral (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 23)

    1 Odiar

    Se algum vem a mim e no odeia a seu pai e a sua me, a sua mulher e aseus filhos, a seus irmos e irms, mesmo a sua prpria vida, no pode ser meudiscpulo. (LUCAS, cap. XIV, v. 25)

    - O problema da Traduo e das cpias

    Non odit, em latim: Ka ou mise em grego, no quer dizer odiar, porm, amar menos.

    O que o verbo grego misen exprime, ainda melhor o expressa o verbo hebreu, de que Jesus se h de ter servido. Esse verbo no significa apenas odiar, mas, tambm amar menos, no amar igualmente, tanto quanto a um outro.

    Se algum vem a mim e me ama menos...

    Outro exemplo: mais fcil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos cus.

    No idioma hebraico, a mesma palavra designa cabo ou corda e camelo.

    mais fcil que uma corda passe pelo buraco de uma agulha...

    2 Abandonar pai, me e filhos.

    - As parbolas na tradio oriental e o verdadeiro sentido daquilo que dizia Jesus.Na parbola do semeador: Por isso, lhes falo por parbolas; porque, vendo, no vem; e, ouvindo, no ouvem, nem entendem... Porque o corao deste povo est endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para no suceder que vejam com os olhos, ouam com os ouvidos, entendam com o corao, se convertam e sejam por mim curados.

    - Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmos, ou suasirms, ou seu pai, ou sua me, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receber ocntuplo de tudo isso e ter por herana a vida eterna. (MATEUS, cap. XIX, v. 29.)

    - Ento, disse-lhe Pedro: Quanto a ns, vs que tudo deixamos e te seguimos. -Jesus lhe observou: Digo-vos, em verdade, que ningum deixar, pelo reino de Deus, sua casa, ou seu pai, ou sua me, ou seus irmos, ou sua mulher, ou seus filhos - que no receba, j neste mundo, muito mais, e no sculo vindouro a vida eterna. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 28 a 30.)

  • O que quis dizer Jesus?

    "Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as consideraes humanas", porque esse pensamento est de acordo com a substncia da doutrina de Jesus, ao passo que a idia de uma renunciao famlia seria a negao dessa doutrina.

    Aqui, as coisas so consideradas apenas do ponto de vista terreno. O Espiritismo nolas faz ver de mais alto, mostrando serem os do Esprito e no os do corpo os verdadeiros laos de afeio; que aqueles laos no se quebram pela separao, nem mesmo pela morte docorpo; que se robustecem na vida espiritual, pela depurao do Esprito, verdade consoladora da qual grande fora haurem as criaturas, para suportarem as vicissitudes da vida. (ESE, Cap. IV, n 18; cap. XIV, n 8.)

    O que nos diz Emmanuel a respeito? (Livro Caminho, verdade e vida, no 154)

    Neste versculo de Mateus, o Mestre divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcanar a vida eterna. H necessidade, proclama o messias, de abandonar pai e me, mulher e irmos do mundo. No entanto, necessrio esclarecer como renunciar. Se os pais so incompreensveis, se a companheira ingrata, se os irmos parecem cruis, preciso renunciar alegria de te-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeioamento com Jesus. Permanece ao lado deles mesmo assim, esperando para mais tarde o jbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciars aos teus, fazendo todo o bem por dedicao so Mestre, e, somente com semelhante renncia, alcanars a vida eterna.

    Mateus 12:46-50 Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua me e seus irmos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe. E algum lhe disse: Tua me e teus irmos esto l fora e querem falar-te. Porm ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem minha me e quem so meus irmos? E, estendendo a mo para os discpulos, disse: Eis minha me e meus irmos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse meu irmo, irm e me.

    3- Deixar aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos

    - Disse a outro: Segue-me; e o outro respondeu: Senhor, consente que, primeiro,eu v enterrar meu pai. - Jesus lhe retrucou: Deixa aos mortos o cuidado de enterrarseus mortos; quanto a ti, vai anunciar o reino de Deus. (LUCAS, cap. IX, vv. 59 e 60.)

    A passagem tem, no entanto, um sentido profundo, que s o conhecimento mais completo da vida espiritual podia tomar perceptvel.A vida espiritual , com efeito, a verdadeira vida, a vida normal do Esprito, sendo-lhetransitria e passageira a existncia terrestre, espcie de morte, se comparada ao esplendor

  • e atividade da outra. O corpo no passa de simples vestimenta grosseira que temporariamente cobre o Esprito, verdadeiro grilho que o prende gleba terrena, do qual se sente ele feliz em libertar-se.

    O respeito que aos mortos se consagra no a matria que o inspira; , pela lembrana, o Esprito ausente quem o infunde.

    4- No vim trazer a paz, mas, a diviso

    - No penseis que eu tenha vindo trazer paz Terra; no vim trazer a paz, mas a espada; - porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua me a filha, de sua sogra anora; - e o homem ter por inimigos os de sua prpria casa. (MATEUS, cap. X, vv. 34 a 36.)

    Toda idia nova forosamente encontra oposio e nenhuma h que se implante sem lutas. Ora, nesses casos, a resistncia sempre proporcional importncia dos resultados previstos, porque, quanto maior ela , tanto mais numerosos so os interesses que fere.

    Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pela base os abusos de que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a idia. Esta, porm, sobreviveu, porque era verdadeira; engrandeceu-se, porque correspondia aos desgnios de Deus e, nascida num pequeno e obscuro burgo da Judia, foi plantar o seu estandarte na capital mesma do mundo pago, face dos seus mais encarniados inimigos, daqueles que mais porfiavam em combat-la,porque subvertia crenas seculares.

    Em sua profunda sabedoria, ele tinha a previdncia do que aconteceria. Mas, essascoisas eram inevitveis, porque inerentes inferioridade da natureza humana, que no podia transformar-se repentinamente.

    Quando Jesus declara: No creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, adiviso", seu pensamento era este:"No creais que a minha doutrina se estabelea pacificamente; ela trar lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens no me tero compreendido, ou no me tero querido compreender.

  • Segundo Emmanuel, no Livro Caminho, Verdade e Vida (no. 104)

    Na expresso comum, ter paz significa haver atingido garantias exteriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos movimentos da vida. Jesus no poderia endossar tranqilidade desse jaez, e, em contraposio ao falso princpio estabelecido no mundo, trouxe consigo a espada simblica do conhecimento interiorpela revelao divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeioamento em si mesmo. Na verdade Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, comeando o combate de salvao, para a humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros.

    Segundo Emmanuel, no Livro Caminho, Verdade e Vida (no. 104)