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UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO - PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY
CSA - ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
LOG 004 – GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
8 ESTOQUES NO APOIO À PRODUÇÃO
8.1 PRODUÇÃO X EMPRESA
Ao analisar a cadeia de suprimentos e lançar um olhar sobre a atividade
de produção percebemos o quanto seu gerenciamento é fundamental para garantir o sucesso do sistema logístico, sobretudo no segmento industrial. A atividade de produção é responsável por atribuir aos produtos as especificações para atender às necessidades dos clientes.
Na figura abaixo podemos observar a aplicação das atividades de gerenciamento sobre a Cadeia de Suprimentos e como a produção exerce grande influência.
Figura 1 – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos e a atividade de produção. As empresas são organizações sociais que utilizam determinados
recursos para atingir objetivos. Elas existem para produzir alguma coisa. As empresas exploram um determinado negócio para alcançar os objetivos desejados, que podem ser lucro ou atendimento de determinadas necessidades da sociedade (empresas sem fins lucrativos).
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Do ponto de vista da Economia toda produção depende da existência de três fatores: natureza, capital e trabalho, integrados por um quarto fator denominado empresa:
Dentro da empresa a Logística interage constantemente com a atividade
de Produção sendo responsável pela aquisição dos recursos necessários no tempo, no local e nas quantidades desejadas, além das especificações de qualidade e custo, visando atender a demanda.
8.2 TIPOS DE PRODUÇÃO
É possível classificar os sistemas de produção dentro de duas categorias que irão influenciar diretamente as estratégias Logísticas da empresa:
• Em inglês “push system”, consiste no modelo onde a produção começa antes da ocorrência da demanda pelo produto, não existe qualquer relação com a real demanda dos clientes da empresa. A produção inicia através de ordens e ao término das atividades o setor responsável “empurra” os itens produzidos para a próxima etapa do processo produtivo. Este modelo de produção surgiu no início da era industrial, onde a qualidade dos produtos não importava muito, uma vez que existia uma demanda praticamente infinita em um mercado sem competição. Seu conceito foi fortemente idealizado por Henry Ford, grande difusor do processo de linha de montagem, daí o fato de ser também conhecida como Fordismo.
Produção Empurrada
• Do inglês “pull system”, a produção puxada controla as operações fabris sem a utilização de estoque em processo. Neste modelo, diferentemente da produção empurrada, o fluxo de materiais ganha relevante importância. Aqui, a demanda gerada pelo cliente é o “start” da produção. O controle de o que, quando e como produzir é determinado pela quantidade de produtos em estoque. Neste modelo cada processo produtivo “puxa” as peças fabricadas no processo anterior e o consumo do cliente é que determina a quantidade produzida. Também conhecida como toyotismo (foi desenvolvida na fábrica da toyota) ou sistema de produção enxuta, a produção puxada surgiu em um cenário onde a qualidade começou a determinar a compra de um produto e a demanda deixou de ser infinita.
Produção Puxada
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8.3 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Na visão de Martins (1993), "o objetivo principal do Planejamento e
controle da Produção é comandar o processo produtivo, transformando informações de vários setores em ordens de produção e ordens de compra - para tanto exercendo funções de planejamento e controle - de forma a satisfazer os consumidores com produtos e serviços e os acionistas com lucros".
Figura 2 - Decisões do PCP.
8.4 MRP
MRP quer dizer Material Requirements Planning. Ele consiste numa
ferramenta que auxilia as empresas a planejar e calcular as suas necessidades. Pode significar tanto o planejamento das necessidades de materiais como o planejamento dos recursos da manufatura.
O MRP fornece os materiais necessários para a produção e o momento correto para a chegada deles, mas para que essas informações sejam obtidas corretamente, é necessária a entrada dos seguintes dados:
Tipo de demanda do produto;
Quantidade de demanda para determinado produto;
Estrutura do produto;
Tempo de obtenção dos itens;
Estoque dos materiais;
Recebimentos programados. 8.4.1 Exemplo de MRP
Um Produto Tal apresenta a seguinte árvore de Produto:
Figura 3 – Árvore de Produto Tal.
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Existe uma demanda de 200 unidades desse produto tal para a semana 4 e mais 100 unidades para a semana 8. O tempo de montagem do item é de uma semana e atualmente a posição de estoque dos itens é a seguinte:
Item Saldo Unidades
Produto Tal 40
Peça A 120
Peça B 80
Peça C 100
O tempo de espera para aquisição das Peças A e B é de uma semana, já a peça C demora duas semanas para ser entregue. Como ficaria o MRP desse item? Considerando que: Necessidades Líquidas = Demanda – Estoque Disponível
Agora vamos expandir esses cálculos para as peças:
1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidades brutas 200 100
Estoque Disponível 40
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 160 100
Liberação de Ordem 160 100
Produto TalSemanas
1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidades brutas 400 200
Estoque Disponível 120
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 280 200
Liberação de Ordem 280 200
Peça A (2)Semanas
1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidades brutas 200 100
Estoque Disponível 80
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 120 100
Liberação de Ordem 120 100
Peça B (1)Semanas
1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidades brutas 400 200
Estoque Disponível 100
Recebimentos Programados
Necessidades Líquidas 300 200
Liberação de Ordem 300 200
Peça C (2)Semanas
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8.5 JUST IN TIME
O Just in Time (JIT) é uma abordagem mais moderna do planejamento e controle da produção. Podemos compreender o Just In Time por duas abordagens diferentes. Podemos tratá-lo como uma filosofia quanto como um método para o planejamento e controle das operações.
Uma das definições encontrada na literatura é que o JIT visa atender à
demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios. A grande diferença entre a abordagem JIT e abordagem tradicional de
planejamento da produção está descrita nas figuras comparativas abaixo: 1) Abordagem tradicional – os estoques separam os estágios de
produção
2) Abordagem JIT – as entregas são feitas contra solicitação
O planejamento da produção do sistema JIT deve garantir uma carga de trabalho diária estável, que possibilite o estabelecimento de um fluxo contínuo de material. O sistema de programação e controle de produção está baseado no uso de cartões para a transmissão de informações entre os centros produtivos. Esse sistema é denominado de sistema KANBAN, e segue a lógica de "puxar" a produção, produzindo somente a quantidade necessária e no momento necessário, de modo a atender à demanda dos centros consumidores.
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8.6 KANBAN
O Kanban é uma ferramenta gerencial de controle da produção através do uso de cartões, onde quem determina a fabricação do lote de um centro produtivo é o consumo das peças realizado pelo centro produtivo subseqente. A palavra Kanban, em japonês, possui vários significados, tais como: cartão, símbolo ou painel. De modo geral, Kanban é um sistema de controle da produção.
O objetivo do Kanban é minimizar os estoques do material em processo, produzindo em pequenos lotes somente o necessário, com qualidade, produtividade e no tempo certo. Tradicionalmente, o departamento de programação e controle da produção “explode” o produto final em diversas ordens de serviço e distribui uma programação para todos os centros produtivos envolvidos. Estes centros executam as operações previstas e fornecem as peças processadas para os centros posteriores. Este sistema é conhecido como “push system”, ou seja, sistema de empurrar a produção.
No sistema Kanban a produção é comandada pela linha de montagem final. A linha de montagem recebe o programa de produção e, à medida em que ela vai consumindo as peças necessárias, vai autorizando aos centros de produção antecedentes a fabricação de um novo lote de peças. Esta autorização para a fabricação de novas peças é realizada através do cartão Kanban. Este é o “pull system”, ou seja, sistema de puxar a produção.
O Kanban é um sistema de produção em lotes pequenos. Cada lote é armazenado em recipientes padronizados (containers), contendo um número definido de peças. Para cada lote mínimo contido no container existe um cartão kanban correspondente. As peças dentro dos recipientes padronizados, acompanhadas do seu cartão, são movimentadas através dos centros produtivos, sofrendo as diversas operações do processo, até chegarem sob a forma de peça acabada à linha de montagem final.
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REFERÊNCIAS
BALLOU, Ronald H.. Marketing Empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2001.
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Marketing e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
BOWERSOX, Donald J.; Closs, David J.. Marketing Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
FLEURY, Paulo Fernando; Wanke, Peter,; Figueiredo, Kleber Fossati. Marketing Empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.
FOSSATI, Kleber/Paulo Fernando Fleury/Peter Wenk. Marketing e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
AGRADECIMENTOS:
Aos Professores Luiz Moura e Pablo de Barros que cederam parte desse material.