8- Revolução nas telecomunicações

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REVOLUÇÃO NAS TELECOMUNICAÇÕES E SEU IMPACTE NAS RELAÇÕES INTERTERRITDRIAIS PROGRESSO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Com o desenvolvimento das telecomunicações - meios de comunicação à distância -, a difusão de informação ganhou uma dinâmica completamente nova: a distância-tempo praticamente desapareceu e a distância-custo é cada vez menor. Surgiu um novo conceito de espaço - o ciberespaço - onde se desenvolve uma interacção cada vez maior entre pessoas, empresas e organizações de todo o mundo. Os constantes progressos das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e a sua rápida difusão provocaram um grande crescimento da sua utilização, sobretudo nas regiões de países mais desenvolvidos, como é o caso da União Europeia, constituindo actualmente um importante sector da economia (Doc. 1). Em Portugal, têm sido desenvolvidas acções que pretendem diminuir as desigualdades de acesso às tecnologias da informação e comunicação: a criação de espaços de utilização gratuita da Internet; o esforço de ligação de todas as escolas públicas à Internet Fig 1; a inclusão da aprendizagem de utilização das TIC nos novos currículos.

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REVOLUÇÃO NAS TELECOMUNICAÇÕES E SEU IMPACTE NAS

RELAÇÕES INTERTERRITDRIAIS

PROGRESSO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Com o desenvolvimento das telecomunicações - meios de comunicação à distância -, a difusão de

informação ganhou uma dinâmica completamente nova: a distância-tempo praticamente desapareceu e a

distância-custo é cada vez menor. Surgiu um novo conceito de espaço - o ciberespaço - onde se desenvolve

uma interacção cada vez maior entre pessoas, empresas e organizações de todo o mundo.

Os constantes progressos das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e a sua rápida difusão

provocaram um grande crescimento da sua utilização, sobretudo nas regiões de países mais desenvolvidos,

como é o caso da União Europeia, constituindo actualmente um importante sector da economia (Doc. 1).

Em Portugal, têm sido desenvolvidas acções que pretendem diminuir as

desigualdades de acesso às tecnologias da informação e comunicação:

a criação de espaços de utilização gratuita da Internet;

o esforço de ligação de todas as escolas públicas à Internet Fig 1;

a inclusão da aprendizagem de utilização das TIC nos novos

currículos.

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Pretende-se, também, com estas medidas, proporcionar a todos os cidadãos em idade escolar o

desenvolvimento das competências necessárias à utilização das TIC.

Também com o objectivo de reduzir as desigualdades, foi criado em 1986, a nível comunitário, o Programa

STAR, já concluído, que englobou um conjunto de acções especiais no domínio das telecomunicações, para

promover a introdução e o desenvolvimento de serviços e redes avançados nas regiões periféricas

menos favorecidas da União Europeia. Em Portugal, as regiões autónomas beneficiaram deste programa,

que contribuiu para a criação de infra-estruturas de apoio e para o incentivo às empresas privadas na

aquisição de meios e na prestação de serviços na área das telecomunicações.

A rede de telecomunicações que liga o Continente às regiões autónomas é constituída, essencialmente, por

cabos submarinos de fibra óptica. O Anel Óptico dos Açores une as diferentes ilhas do arquipélago. Mais

recentemente, a Madeira e o Porto Santo foram também ligados entre si por um cabo submarino de fibra

óptica.

Portugal encontra-se ligado ao mundo através dos serviços internacionais de comunicação por satélite,

incluindo o satélite português POSAT 1.

Actualmente, o Governo Português definiu, relativamente à Sociedade da Informação e do Conhecimento,

um conjunto de objectivos ambiciosos, articulados com o í2010 e a agenda da Estratégia de Lisboa. Estes

objectivos fazem parte do Programa Ligar Portugal, integrado no Plano Tecnológico e visam mobilizar a

Sociedade Civil portuguesa para os desafios estratégicos da Sociedade da Informação e do Conhecimento.

INSERÇÃO NAS REDES EUROPEIAS

O desenvolvimento tecnológico exige uma sociedade da informação inclusiva onde o conhecimento é um

valor ético, social, cultural e económico fundamental que deve promover a criação de riqueza e emprego, a

qualidade de vida e o desenvolvimento social. Neste sentido, a política comunitária, no domínio das

tecnologias de informação e comunicação, estabelece metas ambiciosas (doc.2)

Em Portugal, a Iniciativa Internet, adoptada em Agosto de 2000, foi o primeiro plano de acção para a

sociedade da informação. Surgiu como um instrumento complementar do Programa eEuropa 2002 e visava o

crescimento acelerado do uso da Internet nas escolas, nas empresas, nas famílias e na Administração Pública.

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O Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POSC), surgiu no seguimento do programa

anterior Programa Operacional Sociedade da Informação (POSI) e constitui, em Portugal, o principal

instrumento financeiro de desenvolvimento da sociedade do conhecimento (doc. 3)

Actualmente, em matéria de política relativa à Sociedade de Informação e Conhecimento, o governo definiu

um conjunto de objectivos ambiciosos articulados com o i2010 e a agenda da Estratégia de Lisboa, os quais

constam do programa Ligar Portugal (doc. 4)

Outros planos e programas têm sido adaptados com o mesmo objectivo de dotar o nosso País e o espaço

comunitário dos meios e saberes necessários para responder aos desafios da nova sociedade da informação.

O Programa Galileo é um bom exemplo (doc.5).

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AS TIC E O DINAMISMO DOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS

As telecomunicações têm, hoje, um papel fundamental na dinamização das actividades económicas e das

relações interterritoriais. Aumentam a produtividade de outras actividades e, simultaneamente, geram novos

sectores produtivos, desde a investigação à indústria de equipamentos e consumíveis e aos serviços que se

lhes associam, que são cada vez mais diversificados e abrangentes.

O crescimento do volume e da rapidez e intensidade dos fluxos

de informação torna possível a intensificação dos

contactos e do intercâmbio 'entre áreas geograficamente

distantes, tornando-se cada vez mais comuns práticas

como o e-comércio, o e-negócio e o teletrabalho que

permite a realização do trabalho a partir de casa (Quadro I).

São cada vez mais as empresas que utilizam Tecnologias de

Informação e Comunicação, registando-se diferenças

consoante a dimensão e os diferentes ramos de actividade

(Quadros II e III).

Assiste-se, também, ao crescimento do número de serviços

disponíveis através da Internet, o que, além de aumentar a

sua acessibilidade por parte dos cidadãos, dinamiza a

utilização dos próprios serviços, reduzindo custos e

aumentando a sua rendibilidade.

Em Portugal, os serviços públicos on-line dirigem-se a um

conjunto alargado de cidadãos e empresas e têm registado,

nos últimos anos, grandes avanços, que contribuíram para

melhorar a qualidade dos próprios serviços.

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DESIGUALDADES NO ACESSO ÀS TIC

O desenvolvimento das TIC permite reduzir as distâncias e aproximar agentes económicos e pessoas de todo

o mundo. Todavia, porque contribuem para o desenvolvimento

económico e social, as diferenças no acesso e na capacidade de uso

dessas tecnologias aumentam as desigualdades entre as regiões do

mundo e de cada país e entre os cidadãos (fig. 1).

As possibilidades de acesso e a capacidade de utilização das TIC

também dependem das características dos indivíduos, como a idade, a

profissão, o nível de escolaridade, etc. Por exemplo, em Portugal,

segundo o INE, em 2006:

• Dos indivíduos com idade entre os 16 e os 24 anos, 90% utilizava

regularmente a Internet, diminuindo a sua utilização nos escalões etários

superiores - só 6 % das pessoas com mais de 65 anos acediam à Internet

(fig. 2);

• A percentagem de homens a usar a Internet (50%) era superior à das mulheres (42%);

• A utilização da Internet aumentava com o nível de escolaridade, sendo a população com formação superior

a que mais acedia à Internet (92% contra 90% do nível secundário e 30% do 3° Ciclo).

Há ainda a considerar a necessidade de formação e os custos inerentes aos equipamentos e à ligação das

redes de acesso que, para uma boa parte da população, constituem factores inibidores da adesão às

TIC. No entanto, em muitos casos, o factor desinteresse ou não saber utilizar são os mais importantes.

No desenvolvimento da Sociedade da Informação, a promoção da igualdade de acesso às TIC e de

competências para a sua utilização são factores cruciais, assumindo a educação um papel determinante no

processo de mudança. Neste sentido, a adaptação do

sistema educativo às exigências suscitadas pelas

TIC é fundamental. Medidas como a inclusão nos

currículos nacionais de competências e conteúdos

relativos às TIC, a criação de programas de apoio à

aquisição de computador e acesso à Internet, por

parte dos alunos, e dotação das escolas com

equipamentos informáticos são medidas que estão a

ser implementadas e que se revestem de enorme

importância para a info-inclusão e para a preparação

de cidadãos que possam participar na sociedade da

informação (Quadro I).

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OS TRANSPORTES E AS COMUNICAÇÕES E A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO

O desenvolvimento dos transportes e das telecomunicações melhora a Qualidade de vida da população e

aumenta a operacionalidade e produtividade das actividades económicas, mas tem também conseequências

que podem constituir problemas.

Para diminuir os efeitos negativos do desenvolvimento dos transportes e das comunicações é necessário:

• Privilegiar a utilização dos transportes menos poluentes e dos que apostam nas energias renováveis;

• Melhorar a segurança na utilização da Internet, nomeadamente no que se refere à protecção dos

mais novos;

• Promover a igualdade de oportunidades no acesso às tecnologias da informação e comunicação.

Rodrigues Arinda et tal, Geografia A 11ºAno, Texto Editores (adaptado)

Rodrigues Arinda, Preparar o Exame Nacional – Geografia A, Texto Editores (adaptado)