800 QUESTÕES COMENTADAS_INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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Interpreta ção de Textos TEORIA e 800 QUESTÕES COMENTADAS

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Interpretao de Textos

TEORIA e 800 QUESTES COMENTADAS

PROVAS E CONCURSOS

Interpretao de Textos

TEORIA E 800 QUESTES COMENTADAS

6 EDIO

Apresentao

NO DEIXE DE LER!A interpretao de textos, to comum em provas de Portugus, sempre foi um martrio para os alunos ou candidatos a concursos pblicos ou vestibulares.

A dificuldade geral e, com certeza, oriunda da falta de treinamento. As pessoas tm pouca disposio de mergulhar no texto; elas conseguem, obviamente, l-lo, mas no aprofundam a leitura, no extraem dele aquelas informaes que uma leitura superficial, apressada, no permite.

Ao tentar resolver o problema, as pessoas buscam os materiais que julgam poder ajud-las. Caem, ento, no velho vcio de ler teoria em excesso, estudar coisas que nem sempre dizem respeito compreenso e interpretao dos textos. Cansadas, no fazem o essencial: ler uma grande quantidade de textos e tentar interpret-los.

Este livro que chega s suas mos extremamente prtico. A teoria apresentada pequena, mas deve ser estudada com boa vontade e disposio de aprender. Depois, voc vai encontrar uma enorme quantidade de textos, 112, para ser preciso. So 815 questes, mais de 4000 itens, todos comentados.

Fundamental que voc os leia na ordem em que so apresentados, resolvendo com ateno mxima as questes propostas. Comea-se por textos muito curtos, uma ou duas linhas, e vai-se aumentando, tanto em tamanho quanto em dificuldade. Cabe ainda ressaltar que no tivemos a preocupao de distinguir interpretao de compreenso. Levando-se em conta o objetivo da obra, isso seria absolutamente intil.

No tenha medo da interpretao de textos. Como qualquer outra atividade intelectual, ela pede pacincia e boa vontade. No tente fazer apressadamente, pois isso prejudicar o seu estudo. Talvez o mais difcil seja comear. Depois, acredite, vem o progresso, objetivo maior de todos ns.

O Autor

Sumrio

Parte 1 GENERALIDADES 1Captulo 1 Explicaes preliminares 2

Captulo 2 Denotao e conotao. Figuras 6Captulo 3 Coeso e coerncia. Conectores 14

Captulo 4 Tipologia textual 27

Captulo 5 Significao das palavras 31Captulo 6 A prtica 37Parte 2 INTERPRETAO I 42Parte 3 INTERPRETAO II 119Parte 4 GABARITO E COMENTRIOS 327Gabarito 328Comentrios 330BIBLIOGRAFIA 452PARTE I

GENERALIDADES

CAPTULO 1EXPLICAES PRELIMINARES

I) Para interpretar bem

Todos tm dificuldades com interpretao de textos. Encare isso como algo normal, inevitvel. Importante enfrentar o problema e, com segurana, progredir. Alis, progredir muito. Leia com ateno os itens abaixo.

1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitrios, listas telefnicas, bulas de remdios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com ateno, tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal ler por ler, para se livrar.

2) Aumente o seu vocabulrio. Os dicionrios so amigos que precisamos consultar. Faa exerccios de sinnimos e antnimos. (Consulte o nosso Redao para Concursos, que tem uma seo dedicada a isso.)

3) No se deixe levar pela primeira impresso. H textos que metem medo. Na realidade, eles nos oferecem um mundo de informaes que nos fornecero grande prazer interior. Abra sua mente e seu corao para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.

4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou trs vezes, atentamente, antes de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, preciso captar sua mensagem, entend-lo como um todo, e isso no pode ser alcanado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas idias sero assimiladas. Tenha a pacincia necessria para agir assim. S depois tente resolver as questes propostas.

5) As questes de interpretao podem ser localizadas (por exemplo, voltadas s para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, s idias gerais do texto. No primeiro caso, leia no apenas o trecho (s vezes uma linha) referido, mas todo o pargrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais voc ler, mais entender o texto. Tudo uma questo de costume, e voc vai acostumar-se a agir dessa forma. Ento - acredite nisso - alcanar seu objetivo.

6) H questes que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determinada personalidade da histria ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, importante desenvolver o hbito da leitura, como j foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.

II) Parfrase

Chama-se parfrase a reescritura de um texto sem alterao de sentido. Questes de interpretao com freqncia se baseiam nesse conhecimento, nessa tcnica. Vrios recursos podem ser utilizados para parafrasear um texto.

1) Emprego de sinnimos.

Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados.

Conquanto retornasse cedo, deixava os genitores preocupados.

2) Emprego de antnimos, com apoio de uma palavra negativa.

Ex.: Ele era fraco.

Ele no era forte.

3) Utilizao de termos anafricos, isto , que remetem a outros j citados no texto.

Ex.: Paulo e Antnio j saram. Paulo foi ao colgio; Antnio, ao cinema.

Paulo e Antnio j saram. Aquele foi ao colgio; este, ao cinema.

Aquele = Paulo

este = Antnio

4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa.

Ex.: necessrio que todos colaborem.

necessria a colaborao de todos.

Quero o respeito do grupo.

Quero que o grupo me respeite.

5) Omisso de termos facilmente subentendidos.

Ex.: Ns desejvamos uma misso mais delicada, mais importante.

Desejvamos misso mais delicada e importante.

6) Mudana de ordem dos termos no perodo.

Ex.: Lendo o jornal, cheguei concluso de que tudo aquilo seria esquecido aps trs ou quatro meses de investigao.

Cheguei concluso, lendo o jornal, de que tudo aquilo, aps trs ou quatro meses de pesquisa, seria esquecido.

7) Mudana de voz verbal

Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa)

Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. (voz passiva analtica)

Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3 pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase), haver duas mudanas possveis.

Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa)

Uma roseira foi plantada. (voz passiva analtica)

Plantou-se uma roseira. (voz passiva sinttica)

8) Troca de discurso

Ex.: Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto)

Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)

9) Troca de palavras por expresses perifrsticas (vide perfrase, no captulo seguinte) e vice-versa

Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano.

O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.

10) Troca de locues por palavras e vice-versa:

Ex.: O homem da cidade no conhece a linguagem do cu.

O homem urbano no conhece a linguagem celeste.

Da cidade e do cu so locues adjetivas e correspondem aos adjetivos urbano e celeste. importante conhecer um bom nmero de locues adjetivas. Consulte o assunto em nosso livro Redao para Concursos.

Numa parfrase, vrios desses recursos podem ser utilizados concomitantemente, alm de outros que no foram aqui referidos, mas que a prtica nos apresenta. O importante ler com extrema ateno o trecho e suas possveis parfrases. Se perceber mudana de sentido, a reescritura no pode ser considerada uma parfrase. H muitas questes de provas baseadas nisso.

Vamos ento fazer um exerccio. Leia com ateno o trecho abaixo e anote a alternativa em que no ocorre uma parfrase.

O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por no reconhecer no seu ntimo a importncia de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas.

a) Freqentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por no reconhecer no seu ntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas.

b) No reconhecendo em seu mago a importncia de todos os momentos, de todas as coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado.

c) Como no reconhece no seu ntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas, sejam elas simples ou no, o homem vai pela vida freqentemente desnorteado.

d) O ser humano segue, com freqncia, vida afora, sem rumo, porquanto no reconhece, em seu interior, a importncia de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas.

e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por no reconhecer, em seu mundo ntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa.

O trecho foi reescrito cinco vezes. Utilizaram-se vrios recursos. Em quatro opes, o sentido rigorosamente o mesmo. Tal fato no se d, porm, na letra e, que seria o gabarito. O texto original diz que o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado..., contudo a reescritura nos diz sempre desnorteado. Ora, muitas vezes uma coisa, sempre outra, bem diferente.

Observaes

a) Tenha cuidado com a mudana de posio dos termos dentro da frase. Palavras ou expresses podem alterar profundamente o sentido de um texto.

Ex.: Encontrei determinadas pessoas naquela cidade.

Encontrei pessoas determinadas naquela cidade.

Na primeira frase, determinadas um pronome indefinido, equivalente a certas, umas, algumas; na segunda, um adjetivo e significa decididas.

b) Cuidado tambm com a pontuao, que costuma passar despercebida.

Ex.: A criana agitada corria pelo quintal.

A criana, agitada, corria pelo quintal.

Na primeira frase, o adjetivo agitada indica uma caracterstica da criana, algo inerente a ela, isto , trata-se de uma pessoa sempre agitada. Na segunda, as vrgulas indicam que a criana est agitada naquele momento, sem que necessariamente ela o seja no seu dia-a-dia.

CAPTULO 2DENOTAO E CONOTAO. FIGURAS

I) Denotao

Consultando o dicionrio Houaiss, encontramos para a palavra jia as seguintes definies:

1 objeto de metal precioso finamente trabalhado, em que muitas vezes se engastam pedras preciosas, prolas etc. ou a que aplicado esmalte, us. como acessrio de vesturio, adorno de cabea, pescoo, orelhas, braos, dedos etc.

2 Pedra preciosa de grande valor.

3 p. ext. qualquer objeto caro e trabalhado com arte (estatueta, relgio, cofre, vaso etc).

As definies so claras, precisas. Todas giram em torno de um objeto de valor. A partir dessas definies, podemos criar frases com muita segurana.

Ex.: Essa jia em seu pescoo est h vrias geraes em nossa famlia.

O rubi uma jia que encanta meus olhos.

Aquele vaso, provavelmente chins, uma jia de raro acabamento.

A palavra jia, presente nas trs frases citadas, foi empregada em seus sentidos reais, primitivos. A isso se d o nome de denotao.

II) Conotao

Voltando ao dicionrio citado, encontramos na seqncia da leitura o seguinte:

4 fig. pessoa ou coisa muito boa e querida (sua sobrinha uma jia.

O prprio dicionarista nos d um exemplo. Vejamos outras frases abaixo.

Ela uma jia de menina.

Que jia esse cachorrinho!

Minha irm se tornou uma jia muito especial.

Observe que, em todas as frases, a palavra jia extrapolou o sentido original de objeto caro. Ela est se referindo a pessoas e animais, que, na realidade, no podem ser jias, se levarmos em conta o sentido denotativo do termo. H uma comparao implcita em cada frase: bonito ou bonita como uma jia. Dizemos ento que se trata de conotao.

Vamos comparar as duas frases abaixo:

Comi uma fruta deliciosa.

Ela escreveu uma frase deliciosa.

Na primeira, o adjetivo deliciosa est empregado denotativamente, pois indica o gosto agradvel da fruta; trata-se do sentido real do termo. Na segunda, o adjetivo no pode ser entendido ao p da letra, uma vez que frase no tem gosto, no tem sabor. um emprego especial, estilstico da palavra deliciosa. Assim, ela est usada conotativamente.

Muitas vezes, as perguntas de interpretao se voltam para o emprego denotativo ou conotativo dos vocbulos. E mais: o entendimento global do texto pode depender disso. Leia-o, pois, com ateno. A leitura atenta tudo.

III) Figuras de linguagem

As figuras constituem um recurso especial de construo, valorizando e embelezando o texto. H questes de provas, inclusive em concursos pblicos, que cobram, direta ou indiretamente, o emprego adequado da linguagem figurada. Vejamos as mais importantes, que voc no pode desconhecer. Elas no sero, aqui, agrupadas de acordo com sua natureza: de palavras, de pensamento e de sintaxe. No h importncia nessa distino, para interpretarmos um texto.

1) Comparao ou simile

Consiste, como o prprio nome indica, em comparar dois seres, fazendo uso de conectivos apropriados.

Ex.: Esse liqido azedo como limo.

A jovem estava branca qual uma vela.

2) Metfora

Tipo de comparao em que no aparecem o conectivo nem o elemento comum aos seres comparados.

Ex.: Minha vida era um palco iluminado... (Minha vida era alegre, bonita etc. como um palco iluminado.)

Tuas mos so de veludo. (Entenda-se: mos macias como o veludo)

A vida, manso lago azul... (Jlio Salusse)

(Neste exemplo, nem o verbo aparece, mas clara a idia da comparao: a vida suave, calma como um manso lago azul.)

3) Metonmia

Troca de uma palavra por outra, havendo entre elas uma relao real, concreta, objetiva. H vrios tipos de metonmia.

Ex.: Sempre li rico Verssimo, (o autor pela obra)

Ele nunca teve o seu prprio teto. (a parte pelo todo)

Cuidemos da infncia. (o abstrato pelo concreto: infncia / crianas)

Comerei mais um prato. (o continente pelo contedo)

Ganho a vida com meu suor. (o efeito pela causa)

4) Hiprbole

Consiste em exagerar as coisas, extrapolando a realidade.

Ex.: Tenho milhares de coisas para fazer.

Estava quase estourando de tanto rir.

Vive inundado de lgrimas.

5) Eufemismo

a suavizao de uma idia desagradvel. Chamado de linguagem diplomtica.

Ex.: Minha avozinha descansou. (morreu)

Ele tem aquela doena. (cncer)

Voc no foi feliz com suas palavras. (foi estpido, grosseiro)

6) Prosopopia ou personificao

Consiste em se atribuir a um ser inanimado ou a um animal aes prprias dos seres humanos.

Ex. A areia chorava por causa do calor.

As flores sorriam para ela.

7) Pleonasmo

Repetio enftica de um termo ou de uma idia.

Ex.: O ptio, ningum pensou em lav-lo. (lo = O ptio)

Vi o acidente com olhos bem atentos. (Ver s pode ser com os olhos.)

8) Anacoluto

a quebra da estruturao sinttica, de que resulta ficar um termo sem funo sinttica no perodo. parecido com um dos tipos de pleonasmo.

Ex.: O jovem, algum precisa falar com ele.

Observe que o termo O jovem pode ser retirado do texto. Ele no se encaixa sintaticamente no perodo. Caso dissssemos Com o jovem, teramos um pleonasmo: com o jovem = com ele.

9) Anttese

Emprego de palavras ou expresses de sentido oposto.

Ex.: Era cedo para alguns e tarde para outros.

No s bom, nem s mau: s triste e humano. (Olavo Bilac)

10) Sinestesia

Consiste numa fuso de sentidos.

Ex.: Despertou-me um som colorido. (audio e viso)

Era uma beleza fria. (viso e tato)

11) Catacrese

a extenso de sentido que sofrem determinadas palavras na falta ou desconhecimento do termo apropriado. Essa extenso ocorre com base na analogia. Por isso, ela uma variao da metfora.

Ex.: Leito do rio. Dente de alho. Barriga da perna. Cu da boca.Curiosas so as catacreses constitudas por verbos: embarcar num trem, enterrar uma agulha no dedo etc. Embarcar entrar no barco, no no trem; enterrar entrar na terra, no no dedo.

12) Hiplage

Adjetivao de um termo em vez de outro.

Ex.: O nado branco dos cisnes o fascinou, (brancos so os cisnes)

Acompanhava o vo negro dos urubus, (negros so os urubus)

13) Quiasmo

Ao mesmo tempo repetio e inverso de termos, podendo haver algumas alteraes.

Ex.: No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho (C. D. Andrade)

Vinhas fatigada e triste, e triste e fatigado eu vinha. (Olavo Bilac)

14) Silepse

Concordncia anormal feita com a idia que se faz do termo e no com o prprio termo. Pode ser:

a) de gnero

Ex.: V Sa bondoso.

A concordncia normal seria bondosa, j que V. Sa do gnero feminino. Fez-se a concordncia com a idia que se possui, ou seja, trata-se de um homem.

b) de nmero

Ex.: O grupo chegou apressado e conversavam em voz alta.

O segundo verbo do perodo deveria concordar com grupo.

Mas a idia de plural contida no coletivo leva o falante a botar o verbo no plural: conversavam. Tal concordncia anormal no deve ser feita com o primeiro verbo.

c) de pessoa.Ex.: Os brasileiros somos otimistas.

Em princpio, dir-se-ia so, pois o sujeito de terceira pessoa do plural. Mas, por estar includo entre os brasileiros, possvel colocar o verbo na primeira pessoa: somos.

15) Perfrase

Emprego de vrias palavras no lugar de poucas ou de uma s.

Ex.: Se l no assento etreo onde subiste... (Cames)

assento etreo = cu.

Morei na Veneza brasileira.

Veneza brasileira = Recife

No provoque o rei dos animais.

rei dos animais = leo.

Obs.: Questes que envolvem perfrase pedem, freqentemente, conhecimento independente do texto.

16) Assndeto

Ausncia de conectivo. um tipo especial de elipse, que a omisso de qualquer termo.

Ex.: Entrei, peguei o livro, fui para a rede.

Ligando as duas ltimas oraes, deveria aparecer a conjuno e.

17) Polissndeto

Repetio da conjuno, geralmente e.

Ex.: Trejeita, e canta, e ri nervosamente. (Padre Antnio Toms)

E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta. (Olavo Bilac)

18) Zeugma

Omisso de um termo, geralmente verbo, empregado anteriormente. Variao da elipse.

Ex.: A moral legisla para o homem; o direito, para o cidado. (Toms Ribeiro)

So estas as tradies das nossas linhagens; estes os exemplos de nossos avs. (Herculano)

Obs.:Na primeira frase, est subentendida a forma verbal legisla; na segunda, so.

19) Apstrofe

Chamamento, invocao de algum ou algo, presente ou ausente. Corresponde ao vocativo da anlise sinttica.

Ex.: Deus! Deus! onde ests que no respondes?! (Castro Alves)

Erguei-vos, menestris, das prpuras do leito! (Guerra Junqueiro)

20) Ironia

Consiste em dizer-se o contrrio do que se quer. figura muito importante para a interpretao de textos.

Ex.: Moa linda bem tratada, trs sculos de famlia, burra como uma porta, um amor. (Mrio de Andrade)

Observe que, aps chamar a moa de burra, o poeta encerra a estrofe com um aparente elogio: um amor.

21) Hiprbato

a inverso da ordem dos termos na orao ou das oraes no perodo.

Ex.: Aberta em par estava a porta. (Almeida Garrett)

Essas que ao vento vm

Belas chuvas de junho! (Joaquim Cardozo)

22) Anstrofe

Variante do hiprbato. Consiste em se inverter a ordem natural existente entre o termo determinado (principal) e o determinante (acessrio).

Ex.: Sentimos do vento a carcia.

Determinado: a carcia

Determinante: do vento

Obs.: Nem sempre simples a distino entre hiprbato e anstrofe. H certa discordncia entre os especialistas do assunto.

23) Onomatopia

Palavra que imita sons da natureza.

Ex.: O ribombar dos canhes nos assustava.

No agentava mais aquele tique-taque insistente.

No se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. (Machado de Assis)

24) Aliterao

Repetio de fonemas consonantais.

Ex.: Nem toda tarefa to tranqila.

Ruem por terra as emperradas portas. (Bocage)

Os teus grilhes estrdulos estalam. (Raimundo Correia)

Obs.: Nos dois ltimos exemplos, as aliteraes procuram reproduzir, sons naturais, constituindo-se tambm em onomatopias.

25) Enlage

Troca de tempos verbais.

Ex.: Se voc viesse, ganhava minha vida mais entusiasmo,

Agora que murcharam teus loureiros

Fora doce em teu seio amar de novo. (lvares de Azevedo)

Obs.: Na primeira frase, ganhava est no lugar de ganharia; na segunda, fora substitui seria.

CAPTULO 3COESO E COERNCIA. CONECTORES

I) Coeso e coerncia

O texto um conjunto harmnico de elementos, associados entre si por processos de coordenao ou subordinao. Os fonemas (sons da fala), representados graficamente pelas letras, se unem constituindo as palavras. Estas, por sua vez, ligam-se para formar as oraes, que passam a se agrupar constituindo os perodos. A reunio de perodos d origem aos pargrafos. Estes tambm se unem, e temos ento o conjunto final, que o texto.

No meio de tudo isso, h certos elementos que permitem que o texto seja inteligvel, com suas partes devidamente relacionadas. Se a ligao entre as partes do texto no for bem feita, o sentido lgico ser prejudicado. Observe atentamente o trecho seguinte.

Levantamos muito cedo. Fazia frio e a gua havia congelado nas torneiras. At os animais, acostumados com baixas temperaturas, permaneciam, preguiosamente, em suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa caminhada matinal com as crianas.

O trecho composto por vrios perodos, agrupados em dois segmentos distintos. No primeiro, fala-se do frio intenso e suas conseqncias; no segundo, a deciso de no fazer a caminhada matinal. O que aparece para fazer a ligao entre esses dois segmentos? A locuo apesar disso. Ora, esse termo tem valor concessivo, liga duas coisas contraditrias, opostas; mas o que segue a ele uma conseqncia do frio que fazia naquela manh. Dessa forma, no lugar de apesar disso, deveramos usar por isso, por causa disso, em virtude disso etc.

Conclui-se o seguinte: as partes do texto no estavam devidamente ligadas. Diz-se ento que faltou coeso textual.

Conseqentemente, o trecho ficou sem coerncia, isto , sem sentido lgico.

Resumindo, podemos dizer que a coeso a ligao, a unio entre partes de um texto; coerncia o sentido lgico, o nexo.

II) Elementos conectores

extremamente importante, para que se penetre no texto, uma noo segura dos recursos de que a lngua dispe para estabelecer a coeso textual. Alis, esse termo ainda mais amplo: qualquer vnculo estabelecido entre as palavras, as oraes, os perodos ou os pargrafos podemos chamar de coeso. Toda palavra ou expresso que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo s que ainda viro, so elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamados de referentes. Muita ateno, pois, com os conectores. Eis os mais importantes:

1) Pronomes pessoais, retos ou oblquos

Ex.: Meu filho est na escola. Ele tem uma prova hoje.

Ele = meu filho (referente)

Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe.

O = memorando (referente)

2) Pronomes possessivos

Ex.: Pedro, chegou a sua maior oportunidade.

Sua = Pedro (de Pedro)

3) Pronomes demonstrativos

Os demonstrativos esto entre os mais importantes conectores da lngua portuguesa. Freqentemente se criam questes de interpretao ou compreenso com base em seu emprego. Veja os casos seguintes.

a) O filho est demorando, e isso preocupa a me.

Isso = O filho est demorando.

b) Isto preocupa a me: o filho est demorando.

Isto = o filho est demorando.

Parecidos, no mesmo? A diferena que isso (esse, esses, essa, essas) usado para fazer referncia a coisas ou fatos passados no texto. Isto (este, estes, esta, estas) refere-se a coisas ou fatos que ainda aparecero. Embora se faa uma certa confuso hoje em dia, o seu emprego adequado exatamente o que acabamos de expor.

c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi promovido; esta por ter recebido um presente.

Aquele = homem

esta = mulher

Temos aqui uma situao especial de coeso: evitar a repetio de termos por meio do emprego de este (estes, esta, estas) e aquele (aqueles, aquela, aquelas). No se usa, aqui, o pronome esse (esses, essa, essas). Com relao ao exemplo, a palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem), enquanto esta, ao mais prximo (mulher). Semelhante correlao tambm pode ser feita com numerais (primeiro e segundo) ou com pronomes indefinidos (um e outro).

4) Pronomes indefinidos

Ex.: Naquela poca, os homens, as mulheres, as crianas, todos acreditavam na vitria.

todos = homens, mulheres, crianas

5) Pronomes relativos

Ex.: Havia ali pessoas que me ajudavam.

que = pessoas

No caso do pronome relativo, o seu referente costuma ser chamado de antecedente.

6) Pronomes interrogativos

Ex.: Quem ser responsabilizado? O rapaz do almoxarifado, por no ter conferido os materiais.Quem = rapaz do almoxarifado

7) Substantivos

Ex.: Jos e Helena chegaram de frias. Crianas ainda, no entendem o que aconteceu com o professor.

Crianas = Jos e Helena

8) Advrbios

Ex.: A faculdade ensinou-o a viver. L se tornou um homem.

L = faculdade

9) Preposies

As preposies ligam palavras dentro de uma mesma orao. Em casos excepcionais, ligam duas oraes. Elas no possuem referentes no texto, simplesmente estabelecem vnculos.

Ex.: Preciso de ajuda.

Morreu de frio.

Nas duas frases, a preposio liga um verbo a um substantivo. Na primeira, em que introduz um objeto indireto (complemento verbal com preposio exigida pelo verbo), ela destituda de significado. Diz-se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em que introduz um adjunto adverbial, ela possui valor semntico ou nocional, uma vez que a expresso que ela inicia tem um valor de causa. Veja, a seguir, os principais valores semnticos das preposies.

De causa

Ex.: Perdemos tudo com a seca.

De matria

Ex.: Trouxe copos de papel.

De assunto

Ex.: Falavam de poltica.

De fim ou finalidade

Ex.: Vivia para o estudo.

De meio

Ex.: Falaram por telefone.

De instrumento

Ex.: Feriu-se com a tesoura.

De condio

Ex.: Ele no vive sem feijo.

De posse

Ex.: Achei o livro de Andr.

De modo

Ex.: Agiu com tranqilidade.

De tempo

Ex.: Retornaram de manh.

De companhia

Ex.: Passeou com a irm.

De afirmao

Ex.: Irei com certeza.

De lugar

Ex.: Ele veio de casa.

10) Conjunes e locues conjuntivas

Conjuno a palavra que liga duas oraes ou, em poucos casos, dois elementos de mesma natureza. Pode-se entender tambm como a palavra que introduz uma orao, que pode ser coordenada ou subordinada. No vai nos interessar aqui essa distino. Se desejar, consulte o nosso livro Portugus para Concursos.

sumamente importante para a interpretao e a compreenso de textos o conhecimento das conjunes e locues correspondentes.

Chamaremos a todas, simplesmente, conjunes.

Da mesma forma que as preposies, as conjunes no tm referentes propriamente ditos. Cumpre reconhecer o valor de cada uma, para que se entenda o sentido das oraes em portugus e, conseqentemente, do texto em que elas aparecem.

Conjunes coordenativas

So as que iniciam oraes coordenadas. Podem ser:

1) Aditivas: estabelecem uma adio, somam coisas ou oraes de mesmo valor.

Principais conjunes: e, nem, mas tambm, como tambm, seno tambm, como, bem como, quanto.

Ex.: Fechou a porta e foi tomar caf.

No trabalha nem estuda.

Tanto l como escreve.

No s pintava, mas tambm fazia versos.

No somente lavou, como tambm escovou os ces.

2) Adversativas: estabelecem idias opostas, contrastantes.

Principais conjunes: mas, porm, contudo, todavia, entretanto, no entanto, no obstante, seno, que.

Ex.: Correu muito, mas no se cansou.

As rvores cresceram, porm no esto bonitas.

Falou alto, todavia ningum escutou.

Chegamos com os alimentos, no entanto no estavam com fome.

No o culpo, seno a voc.

Pea isso a outra pessoa, que no a mim.

Observaes

a) Em todas as frases h idia de oposio. Se a pessoa corre muito, deve ficar cansada. A palavra mas introduz uma orao que contraria isso. O mesmo ocorre com as outras conjunes e suas respectivas oraes.

b) s vezes, a palavra e, normalmente aditiva, assume valor adversativo.

Ex.: Fiz muito esforo e nada consegui, (mas nada consegui)

3) Conclusivas: estabelecem concluses a partir do que foi dito inicialmente.

Principais conjunes: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, ento, assim, em vista disso.

Ex.: Chegou muito cedo, logo no perdeu o incio do espetculo.

Todos foram avisados, portanto no procedem as reclamaes.

bastante cuidadoso; consegue, pois, bons resultados.

Estava desanimado, por conseguinte deixou a empresa.

trabalhador, ento s pode ser honesto.

4) Alternativas: ligam idias que se alternam ou mesmo se excluem.

Principais conjunes: ou, ou...ou, ora...ora, j...j, quer...quer.

Ex.: Faa sua parte, ou procure outro emprego.

Ora narrava, ora comentava.

J atravessa as florestas, j chega aos campos do Ipu. (Jos de Alencar)

5) Explicativas: explicam ou justificam o que se diz na primeira orao.

Principais conjunes: porque, pois, que, porquanto.

Ex.: Chorou muito, porque os olhos esto inchados.

Choveu durante a madrugada, pois o cho est alagado.

Volte logo, que vai chover.

Era uma criana estudiosa, porquanto sempre tirava boas notas.

Observaes

a) Essas conjunes tambm podem iniciar oraes subordinadas causais, como veremos adiante.

b) Depois de imperativo, elas s podem ser coordenativas explicativas, como no terceiro exemplo.

Conjunes subordinativas

So as que iniciam as oraes subordinadas. Podem ser:

1) Causais: iniciam oraes que indicam a causa do que est expresso na orao principal.

Principais conjunes: porque, pois, que, porquanto, j que, uma vez que, como, visto que, visto como.

Ex.: O gato miou porque pisei seu rabo.

Estava feliz pois encontrou a bola.

Triste que estava, no quis passear.

J que me pediram, vou continuar.

Visto que vai chover, sairemos agora mesmo.

Como fazia frio, pegou o agasalho.

2) Condicionais: introduzem oraes que estabelecem uma condio para que ocorra o que est expresso na orao principal.

Principais conjunes: se, caso, desde que, a menos que, salvo se, sem que, contanto que, dado que, uma vez que.

Ex.: Explicarei a situao, se isso for importante para todos.

Caso me solicitem, escreverei uma nova carta.

Voc ser aprovado, desde que se esforce mais.

Sem que digas a verdade, no poderemos prosseguir.

Contanto que todos participem da reunio, os projetos sero apresentados.

Uma vez que ele tente, poder alcanar o objetivo.

3) Concessivas: comeam oraes com valor de concesso, isto , idia contrria da orao principal. Cuidado especial com essas conjunes! Elas so bastante cobradas em questes de provas.

Principais conjunes: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se bem que, por mais que, por menos que, suposto que, apesar de que, sem que, que, nem que.

Ex.: Embora gritasse, no foi atendido.

Perderia a conduo mesmo que acordasse cedo.

Conquanto estivesse com dores, esperou pacientemente.

Posto que me tenham convidado com insistncia, no quis participar.

Por mais que tentem explicar, o caso continua confuso.

Sem que tenha grandes virtudes, adorado por todos.

Doente que estivesse, participaria da maratona.

Fale, nem que seja por um minuto apenas.

4) Comparativas: introduzem oraes com valor de comparao.

Principais conjunes: como, (do) que, qual, quanto, feito, que nem.

Ex.: Ele sempre foi gil como o pai.

Maria estuda mais que a irm. (ou do que)

Nada o entristecia tanto quanto o sofrimento de seu povo.

Estava parado feito uma esttua.

Rastejvamos que nem serpentes.

Ele agiu tal qual eu lhe pedira.

Observaes

a) Geralmente o verbo da orao comparativa o mesmo da principal e fica subentendido. o que ocorre nos cinco primeiros exemplos.

b) As conjunes feito e que nem so de emprego coloquial.

5) Conformativas: principiam oraes com valor de acordo em relao principal.

Principais conjunes: conforme, segundo, consoante, como.

Ex.: Fiz tudo conforme me solicitaram.

Segundo nos contaram, o jogo foi anulado.

Pedro tomou uma deciso consoante determinava a sua conscincia.

Carlos inteligente como os pais sempre afirmaram.

6) Consecutivas: iniciam oraes com valor de conseqncia.

Principais conjunes: que (depois de to, tal, tanto, tamanho, claros ou ocultos), de sorte que, de maneira que, de modo que, de forma que.

Ex.: Falou to alto que acordou o vizinho.

Gritava que era uma barbaridade. (Gritava tanto...)

Eu lhe expliquei tudo, de modo que no h motivos para discusso.

7) Proporcionais: comeam oraes que estabelecem uma proporo.

Principais conjunes: proporo que, medida que, ao passo que, quanto (em correlaes do tipo quanto mais...mais, quanto menos...menos, quanto mais...menos, quanto menos...mais, quanto maior...maior, quanto menor...menor).

Ex.: Seremos todos felizes proporo que amarmos.

medida que o tempo passava, crescia a nossa expectativa.

O ar se tornava rarefeito ao passo que subamos a montanha.

Quanto mais nos preocuparmos, mais ficaremos nervosos.

Quanto menos estudamos, menos progredimos.

Quanto maior for o preparo, maior ser a oportunidade.

8) Finais: introduzem oraes com valor de finalidade.

Principais conjunes: para que, a fim de que, que, porque.

Ex.: Fechou a porta para que os animais no entrassem.

Trarei minhas anotaes a fim de que voc me ajude.

Fao votos que sejas feliz. (= para que)

Esforcei-me porque tudo desse certo. (= para que)

9) Temporais: introduzem oraes com valor de tempo.

Principais conjunes: quando, assim que, logo que, antes que, depois que, mal, apenas, que, desde que, enquanto.

Ex.: Cheguei quando eles estavam saindo.

Assim que anoiteceu, fomos para casa.

Sentiu-se aliviado depois que tomou o remdio.

Mal a casa foi reformada, a famlia se mudou.

Hoje, que no tenho tempo, chegaram as propostas.

Estvamos l desde que ele comeou a lecionar.

Enquanto o filho estudava, a me fazia comida.

10) Integrantes: so as nicas desprovidas de valor semntico; iniciam oraes que completam o sentido da outra; tais oraes so chamadas de subordinadas substantivas.

So apenas duas: que e se

Ex.: bom que o problema seja logo resolvido..

Veja se ele j chegou.

Obs.:As palavras que e se, nos exemplos acima, iniciam oraes que funcionam, respectivamente, como sujeito e objeto direto da orao principal.

Observaes finais

a) Apesar de e em que pese a so locues prepositivas com valor de concesso. Ligam palavras dentro de uma mesma orao ou introduzem oraes reduzidas de infinitivo.

Ex.: Apesar do aviso de perigo, ele resolveu escalar a montanha.

Apesar de ventar muito, fomos para a pracinha.

Em que pese a vrios pedidos do gerente, o caixa no fez sero.

Em que pese a ter treinado bem, foi colocado na reserva.

b) Algumas conjunes coordenativas s vezes ligam palavras dentro de uma mesma orao.

Ex. Carlos e Rodrigo so irmos.

No encontrei Srgio nem Regina.

Comprarei uma casa ou um apartamento.

Casos especiais

Voc deve ter percebido que algumas conjunes tm valores semnticos diversos. Vamos destacar algumas abaixo. A classificao de suas oraes depende disso, porm o mais importante o sentido da frase.

Mas

a) Coordenativa adversativa

Ex.: Pediu, mas ningum atendeu.

b) Coordenativa aditiva (seguida de tambm; eqivale a como)

Ex.: No s d aulas, mas tambm escreve. (= D aulas e escreve)

a) Coordenativa aditiva

Ex.: Voltou e brincou com o cachorro.

b) Coordenativa adversativa

Ex.: Leu o livro, e no entendeu nada. (= mas)

Pois

a) Coordenativa conclusiva

Ex.: Trabalhou a tarde inteira; estava, pois, esgotado. (= portanto)

b) Coordenativa explicativa

Ex.: Traga o jornal, pois eu quero ler.

c) Subordinativa causal

Ex.: A planta secou pois no foi regada.

Como

a) Coordenativa aditiva

Ex.: Tanto ria como chorava. (= Ria e chorava)

b) Subordinativa causal

Ex.: Como passou mal, desistiu do passeio. (= Porque)

c) Subordinativa comparativa

Ex.: Era alto como um poste. (= que nem)

d) Subordinativa conformativa

Ex.: Alterei a programao, como o chefe determinara. (= conforme)

Porque

a) Coordenativa explicativa

Ex.: No faa perguntas, porque ele ficar zangado.

b) Subordinativa causal

Ex.: As frutas caram porque estavam maduras.

c) Subordinativa final

Ex.: Porque meu filho fosse feliz, fui para outra cidade. (= para que)

Uma vez que

a) Subordinativa causal

Ex.: Fiz aquela declarao uma vez que estava sendo pressionado. (= porque)

b) Subordinativa condicional

Ex.: Uma vez que mude de hbitos, poder ser aceito no grupo. (= Se mudar de hbitos)

Se

a) Subordinativa condicional

Ex.: Se forem discretos, agradaro a todos. (= Caso sejam discretos)

b) Subordinativa integrante

Ex.: Diga-me se est na hora.

Desde que

a) Subordinativa condicional

Ex.: Desde que digam a verdade, no haver problemas.

b) Subordinativa temporal

Ex.: Conheo aquela jovem desde que ela era um beb.

Sem que

a) Subordinativa condicional

Ex.: No ser possvel o acordo, sem que haja um debate equilibrado. (= se no houver...)

b) Subordinativa concessiva

Ex.: Sem que fizesse muito esforo, foi aprovado no concurso. (= Embora no fizesse...)

Porquanto

a) Coordenativa explicativa

Ex.: Ele deve ter chorado, porquanto seus olhos esto vermelhos.

b) Subordinativa causal

Ex.: Ficamos animados porquanto houve progresso no

tratamento.

Quanto

a) Coordenativa aditiva

Ex.: Eles tanto criticam quanto incentivam. (= Eles criticam e incentivam)

b) Subordinativa comparativa

Ex.: Ele se preocupa tanto quanto o mdico.

Que

a) Coordenativa adversativa

Ex.: Diga tal coisa a outro, que no a ele. (= mas no a ele)

b) Coordenativa explicativa

Ex.: Faa as anotaes, que voc estudar melhor.

c) Subordinativa causal

Ex.: Nervoso que se encontrava, no conseguiu assinar o documento.

d) Subordinativa concessiva

Ex.: Sujo que estivesse, deitaria na poltrona. (= embora)

e) Subordinativa comparativa

Ex.: mais trabalhador que o tio.

f) Subordinativa consecutiva

Ex.: Era tal seu medo que fugiu.

g) Subordinativa final

Ex.: Ele me fez um sinal que eu no dissesse nada. (= para que)

h) Subordinativa temporal

Ex.: Agora, que j tomaste o remdio, sairemos. (= quando)I) Subordinativa integrante

Ex.: Queria que todos fossem felizes.

CAPTULO 4TIPOLOGIA TEXTUAL

Veremos neste captulo apenas o essencial da tipologia, aquilo que, de uma forma ou de outra, costuma ser cobrado em questes de interpretao ou compreenso de textos. So, portanto, noes que podem ajud-lo a acertar determinados tipos de testes.

I) Descrio

Um texto se diz descritivo quando tem por base o objeto, a coisa, a pessoa. Mostra detalhes, que podem ser fsicos, morais, emocionais, espirituais. Nota-se que a inteno realmente descrever, da a palavra descrio. Veja o exemplo abaixo:

Diante dela e todo a contempl-la, est um guerreiro estranho, se guerreiro e no algum mau esprito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste das guas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. (Jos de Alencar, Iracema)

Uma caracterstica marcante da descrio a forte adjetivao que leva o leitor a visualizar o ser descrito. No trecho em estudo, o homem visto por Iracema branco, tem olhos tristes (veja que bela hiplage criou o autor: azul triste em vez de olhos tristes); as guas so profundas, e os tecidos e armas, ignotos, ou seja, desconhecidos. Observe como a palavra todo revela a perplexidade do guerreiro, exttico a observar a jovem ndia sua frente.

Veja, agora, outro exemplo de trecho descritivo, na realidade uma autodescrio.

Meus cabelos eram muito bonitos, dum negro quente, acastanhado nos reflexos. Caam pelos meus ombros em cachos gordos, com ritmos pesados de molas de espiral. (Mrio de Andrade, Tempo da Camisolinha)

II) Narrao

Quando o texto est centrado no fato, no acontecimento, diz-se que se trata de uma narrao. Palavra derivada do verbo narrar, narrao o ato de contar alguma coisa. Novelas, romances, contos so textos basicamente narrativos. So os seguintes os elementos de uma narrao:

1) Narrador

aquele que narra, conta o que se passa supostamente aos seus olhos. Quando participa da histria, chamado de narradorpersonagem. Ento a narrativa fica, normalmente, em 1 pessoa.

2) Personagens

So os elementos, usualmente pessoas, que participam da histria. Mas os personagens podem ser coisas ou animais, como no romance O Trigo e o Joio, de Fernando Namora, em que o personagem principal, isto , protagonista, uma burra.

3) Enredo

a histria propriamente dita, a trama desenvolvida em torno dos personagens.

4) Tempo

O momento em que a histria se passa. Pode ser presente, passado ou futuro.

5) Ambiente

O lugar em que a trama se desenvolve. Pode, naturalmente, variar muito, no desenrolar da narrativa. Eis, a seguir, um bom exemplo de texto narrativo, em que todos os elementos se fazem presentes.

Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se na frente de sua casa para pensar no passado. E no seu pensamento como que ouvia o vento de outros tempos e sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras e lembrava-se de coisas... O ano de 81 trouxera um acontecimento triste para o velho Maneco: Horcio deixara a fazenda, a contragosto do pai, e fora para o Rio Pardo, onde se casara com a filha dum tanoeiro e se estabelecera com uma pequena venda. (rico Verssimo, O Tempo e o Vento)

O trecho do grande romance de rico Verssimo est situado no tempo (81), faz meno a lugares onde a trama se desenvolve e apresenta personagens, como Ana Terra e Seu Maneco. E, claro, algum est contando: o narrador da histria.

Veja mais um exemplo de narrao, agora com o narradorpersonagem.

Hoje estive na loja de Seu Chamun, uma tristeza. Poeira e cisco por toda parte, qualquer dia vira monturo. Os dois empregados do meu tempo foram embora, no sei se dispensados, e o dono no tem disposio para limpar. (Jos J. Veiga, Sombras de Reis Barbudos)

III) Discurso

Os personagens que participam da histria evidentemente falam. o que se conhece como discurso, que pode ser:

1) Direto

O narrador apresenta a fala do personagem, integral, palavra por palavra. Geralmente se usam dois pontos e travesso.

Ex.: O funcionrio disse ao patro:- Espero voltar no final do expediente.

Rui perguntou ao amigo:- Posso chegar mais tarde?

2) Indireto

O narrador incorpora sua fala a fala do personagem. O sentido o mesmo do discurso direto, porm utilizada uma conjuno integrante (que ou se) para fazer a ligao.

Ex.: O funcionrio disse ao patro que esperava voltar no final do expediente.

Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais tarde.

Obs.: O conhecimento desse assunto muito importante para as questes que envolvem as parfrases. Cuidado, pois, com o sentido. Procure ver se est sendo respeitada a correlao entre os tempos verbais e entre determinados pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo.

Minha colega me afirmou:- Estarei aqui, se voc precisar de mim.

Minha colega me afirmou que estaria l se eu precisasse dela.

O sentido , rigorosamente, o mesmo. Foi necessrio fazer inmeras adaptaes.

3) Indireto livre

praticamente uma fuso dos dois anteriores. Percebe-se a fala do personagem, porm sem os recursos do discurso direto (dois pontos e travesso) nem do discurso indireto (conjunes que ou se).

Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. Ser que vai chover, logo hoje, com todos esses compromissos!?

IV) Dissertao

Um texto dissertativo quando tem como centro a idia. , pois, argumentativo, opinativo. Geralmente o que se cobra em concursos pblicos, tanto em interpretao de textos quanto na elaborao de redaes. Divide-se em:

1) Introduo

Perodo de pouca extenso em que se apresenta uma idia, uma afirmao que ser desenvolvida nos pargrafos seguintes. nele que se localiza o chamado tpico frasal, aquele perodo-chave em que se baseia todo o texto.

2) Desenvolvimento

Um ou mais pargrafos de extenso variada, de acordo com a necessidade da composio. nele que se argumenta, discute, opina, rebate. o corpo da redao.

3) Concluso

Pargrafo curto com que se encerra a descrio. tambm chamado de fecho. H vrias modalidades de concluso: resumo da redao, citao de algum famoso, opinio final contundente etc. Veja exemplo de trechos dissertativos.

De muitas maneiras, o emprego de alto funcionrio pblico um sacerdcio, porm pior, pois exercido sob os olhares atentos da imprensa. O cidado comum, tornado autoridade, transforma-se, do dia para a noite, numa espcie de ncora de noticirio. No deve gaguejar, improvisar nem correr riscos em temas polmicos. (Gustavo Franco, na Veja 1782)

Entende-se por juzo um pensamento por meio do qual se afirma ou nega alguma coisa, se enuncia algo; serve para estabelecer relao entre duas idias. Emitir um juzo o mesmo que julgar. A inteligncia opera por meio de juzos; raciocinar consiste em encadear juzos para tirar uma concluso. (Carlos Toledo Rizzini, Evoluo para o Terceiro Milnio)

Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa histria. Tivemos, inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um doido. (Euclides da Cunha, Os Sertes)

Observaes

a) Um texto, s vezes, apresenta tipologia mista. Uma narrao, por exemplo, pode conter traos dissertativos ou descritivos. Alis, isso freqente. No h rigor absoluto.

b) Se destacamos apenas um trecho de uma determinada obra, compreensivelmente todos os elementos que caracterizam sua tipologia podem no estar presentes. Por exemplo, os trs trechos dissertativos apresentados, sendo pargrafos isolados, no contm introduo, desenvolvimento e concluso, o que no impede que os classifiquemos daquela forma.c) O tema costuma sugerir uma determinada tipologia, mas tambm aqui no h nada de absoluto. Digamos que se queira escrever sobre um passeio. A princpio, pensa-se numa narrao. Porm, o autor pode prender-se a detalhes do lugar, das pessoas, do transporte utilizado etc. Teramos ento uma descrio. Por outro lado, ele pode falar da importncia do lazer na vida das pessoas, para a sua sade fsica ou mental etc. Dessa forma, desenvolvendo idias, cairamos em uma dissertao.

CAPTULO 5SIGNIFICAO DAS PALAVRAS

Veremos, neste captulo, coisas importantes sobre a significao de palavras e expresses, que podem influir, direta ou indiretamente, na interpretao de um texto. Trata-se, em verdade, da semntica, qual podemos somar a denotao e a conotao, vistas em outra parte da obra.

I) Campos semnticos

As palavras podem associar-se de vrias maneiras. Quando se relacionam pelo sentido, temos um campo semntico. No se trata de sinnimos ou antnimos, mas de aproximao de sentido num dado contexto.

Ex.: perna, brao, cabea, olhos, cabelos, nariz -> partes do corpo humano

azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lils - cores

martelo, serrote, alicate, torno, enxada -> ferramentas

batata, abbora, aipim, berinjela, beterraba -> legumes

Observaes

a) Tambm constituem campos semnticos palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho, embora no pertenam a um grupo delimitado; mas a associao entre elas evidente.

b) As palavras podem pertencer a campos semnticos diferentes. Veja o caso de abbora, citada h pouco. Ela tambm serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo grupo de palavras.

II) Polissemia

a capacidade que as palavras tm de assumir significados variados de acordo com o contexto. No se trata de homonmia, que estudaremos adiante.

Ex.: Ele anda muito. Mrio anda doente. Aquele executivo s anda de avio. Meu relgio no anda mais.

O verbo andar tem origem no latim ambulare. Possui inmeros significados em portugus, dos quais destacamos apenas quatro. Trata-se, pois, de uma mesma palavra, de uso diverso na lngua. Nas frases do exemplo, significa, respectivamente, caminhar, estar, viajar e funcionar.

III) Sinonmia

Outro item de suma importncia para a interpretao de textos. H sinonmia quando duas ou mais palavras tm o mesmo significado em determinado contexto. Diz-se, ento, que so sinnimos.

Ex.: O comprimento da sala de oito metros.

A extenso da sala de oito metros.

A substituio de comprimento por extenso no altera o sentido da frase, pois os termos so sinnimos.

Em verdade, as palavras so sinnimas em certas situaes, mas podem no ser em outras. a riqueza da lngua portuguesa falando mais alto. Pode-se dizer, em princpio, que face e rosto so dois sinnimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas no se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei.

IV) Antonmia

Requer os mesmos cuidados da sinonmia. Na realidade, tudo uma questo de bom vocabulrio. Antonmia o emprego de palavras de sentido contrrio, oposto.

Ex.: um menino corajoso.

um menino medroso.

V) Homonmia

Diz-se que h homonmia quando duas ou mais palavras possuem identidade de pronncia (homnimos homfonos) ou de grafia (homnimos homgrafos). Em alguns casos, as palavras possuem iguais a pronncia e a grafia (homnimos perfeitos). A classificao em si no importante, mas sim o significado das palavras.

Ex.: ceda - seda -> homnimos homfonos

peso (A) -> peso () -> homnimos homgrafos

pena - pena -> homnimos perfeitos (ou homfonos e homgrafos)

Homnimos homfonos mais importantes

acender - pr fogo aascender - elevar-se

acento - inflexo da vozassento - objeto onde se senta

asado - com asasazado oportuno

caar - perseguircassar anular

cegar - tirar a visosegar - ceifar, cortar

cela - cmodo pequenosela arreio

censo - recenseamentosenso juzo

cerrao - nevoeiroserrao - ato de serrar

cheque - ordem de pagamentoxeque - lance do jogo de xadrez

cidra - certa frutasidra - um tipo de bebida

conserto - reparoconcerto harmonia

esttico - firme, paradoexttico - em xtase

espiar - olharexpiar sofrer

estrato - camada; tipo de nuvemextrato - que se extraiu

passo - passadapao - palcio imperial

incerto - duvidosoinserto inserido

incipiente - que est no incioinsipiente - que no sabe

lasso - cansadolao - tipo de n

remisso - perdoremio - resgate

seda - tipo de tecidoceda - flexo do verbo ceder

taxa - impostotacha - tipo de prego

viagem - jornadaviajem - flexo do verbo viajar

VI) Paronmia

Emprego de parnimos, palavras muito parecidas e que confundem as pessoas.

Ex.: O trfego era intenso naquela estrada.

O trfico de escravos uma ndoa em nossa histria.

As palavras trfego e trfico so parecidas, mas no se trata de homnimos, pois a pronncia e a grafia so diferentes. Trfego movimento de veculo; trfico, comrcio.

Parnimos mais importantes

amoral - sem o senso da moralimoral - contrrio moral

apstrofe - chamamentoapstrofo - tipo de sinal grfico

arrear - pr arreiosarriar abaixar

astral - dos astrosaustral - que fica no sul

cavaleiro - que anda a cavalocavalheiro gentil

comprimento - extensocumprimento saudao

conjetura - hipteseconjuntura situao

delatar - denunciardilatar alargar

descrio - ato de descreverdiscrio - qualidade de discreto

descriminar - inocentardiscriminar separar

despercebido - sem ser notadodesapercebido desprevenido

destratar - insultardistratar desfazer

docente - professordiscente estudante

emergir - vir tona, sairimergir mergulhar

emigrar - sair de um pasimigrar - entrar em um pas

eminente - importanteiminente - que est para ocorrer

esbaforido - ofeganteespavorido apavorado

estada - permanncia de algumestadia - permanncia de veculo

facundo eloqentefecundo - frtil; criador

flagrante - evidentefragrante - aromtico

fluir - correr; manarfruir -desfrutar

inerme - desarmadoinerte - parado

inflao - desvalorizaoinfrao - transgresso

infligir - aplicar penainfringir - transgredir

intemerato - purointimorato - corajoso

lactante - que amamentalactente - que mama

lista - relaolistra - linha, risco

locador - proprietriolocatrio - inquilino

lustre - candelabrolustro - cinco anos; brilho

mandado - ordem judicialmandato - procurao

pleito - disputapreito - homenagem

preeminente - nobre, distintoproeminente - saliente

prescrever - receitar; expirar (prazo)proscrever - afastar, desterrar

ratificar - confirmarretificar - corrigir

sortir - abastecersurtir - resultar

sustar - suspendersuster - sustentar

trfego - movimento de veculotrfico - comrcio

usurio - aquele queusa usurrio - avarento; agiota

vultoso - grandevultuoso - vermelho e inchado

VII) Palavras e expresses latinas

Em portugus, freqentemente aparecem termos emprestados do latim, e isso pode dificultar o entendimento do texto.

Veja os mais importantes.

ab initio - desde o princpio

ad hoc - para isso

ad referendum - sujeito aprovao

ad usum - segundo o costume

a priori - antes de qualquer argumento

a posteriori - aps argumentao

apud - junto de

curriculum vitae - correr de vida, conjunto de informaes pessoais

data venia - com a devida permisso

errata - especificao dos erros de impresso

et alii - e outros

ex abrupto - de sbito

ex cathedra - em virtude de autoridade decorrente do ttulo

ex consensu - com o consentimento

ex jure - segundo o direito, por justia

ex officio - por obrigao de lei, por dever do cargo

exempli gratia - por exemplo

ex lege - de acordo com a lei

fac-simile - cpia

habeas-corpus - liberdade de locomoo ,

hic et nunc - aqui e agora

honoris causa - por motivo de honra

ibidem - no mesmo lugar

idem - igualmente, tambm

in limine - preliminarmente

in loco - no lugar

in totum - totalmente

ipsis litteris - pelas mesmas letras, textualmenteipsis verbis - pelas mesmas palavras, textualmente

ipso facto - por isso mesmo, pelo prprio fato

ipso jure - de acordo com o direito

lato sensu - em sentido amplo

mutatis mutandis - mudando o que deve ser mudado

opus - obra musical classificada e numerada

pari passu - simultaneamente

passim - aqui e ali, em toda parte

prima facie - primeira vista, sem maior exame

pro labore - pagamento por servio prestado

r sic - assim mesmo, escrito desta maneira

sine die - sem data fixa

sine jure - sem direito

sine qua non - indispensvel

sub judice - sob apreciao judicial

sui generis - peculiar, sem igual

stricto sensu - em sentido restrito

urb et orbi - em toda a parte

verbi gratia - por exemplo

verbo ad verbum - palavra por palavra

CAPTULO 6A PRTICA

Neste captulo, vamos treinar um pouco, mostrando variados tipos de questes de interpretao e compreenso de texto.

Texto I

Salustiano era um bom garfo. Mas o jantar que lhe haviam oferecido nada teve de abundante.

- Quando voltar a jantar conosco? - perguntou-lhe a dona da casa.

- Agora mesmo, se quiser.

(Baro de Itarar, in Mximas e Mnimas do Baro de Itarar)

1) A figura de linguagem presente no primeiro perodo do texto :

a) hiprboleb) eufemismo

c) prosopopiad) metonmia

e) anttese

2) Deduz-se do texto que Salustiano:

a) come pouco.

b) uma pessoa educada.

c) no ficou satisfeito com o jantar.

d) um grande amigo da dona da casa.

e) decidiu que no mais comeria naquela casa.

3) O adjetivo que no substitui sem alterao de sentido a palavra abundante :

a) copiosa

b) frugalc) oppara

d) lauta

e) abundosa

Respostas

1) O gabarito a letra d. Temos aqui um tipo de metonmia. H uma troca: ser um bom garfo / comer bem. H muitas questes hoje em dia envolvendo as figuras de linguagem. Estude bem o segundo captulo, onde elas aparecem. Note que este tipo de metonmia no fcil, porm, conhecendo bem as outras figuras, d para fazer por eliminao.

2) A resposta a letra c. A letra a eliminada, pois ser um bom garfo comer muito. A letra b errada, pois, se ele fosse realmente educado, no teria dado aquela resposta no final do texto, evidenciando a sua insatisfao. Nada no texto sugere que ele seja um grande amigo da dona da casa, o que descarta a alternativa d. A opo e pode ser desconsiderada, uma vez que, embora insatisfeito, ele no diz que jamais comer naquela casa; alis, chega mesmo a aceitar o novo convite. O gabarito s pode ser a letra c, pois ele era um bom garfo e a comida era pouca, o que o levou a querer repeti-la, aceitando o convite.

3) Questo de sinonmia. A palavra frugal o oposto de abundante. As outras quatro so sinnimas de abundante. Da o gabarito ser a letra b.

Texto II

A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama:

Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui est chovendo sem parar.

E ele respondeu:

Regresse. Aqui chove mais barato.

(Ziraldo, in As Anedotas do Pasquim)

1) A resposta do homem se deu por razes:

a) econmicasb) sentimentaisc) ldicas

d) de segurana

e) de machismo

2) Com relao tipologia textual, pode-se afirmar que:

a) se trata de uma dissertao.

b) se trata de uma descrio com alguns traos narrativos.

c) o autor preferiu o discurso direto.

d) o segundo perodo exemplo de discurso indireto livre. e) no se detecta a presena de personagens.

3) Com relao aos elementos conectores do texto, no se pode dizer que:

a) dela tem como referente mulher.

b) o referente do pronome ele marido.

c) a preposio de tem valor semntico de finalidade.

d) A orao Aqui est chovendo sem parar poderia ligar-se anterior, sem alterao de sentido, pela conjuno conquanto.

e) O advrbio aqui, em seus dois empregos, no possui os mesmos referentes.

Respostas

1) Letra a. Ao pedir mulher que regresse logo, ele pensava que no precisaria comprar uma capa de chuva porque eles j possuem uma, ou que gastaria menos, j que em sua cidade a capa mais barata. O risco da questo a presena do adjetivo ldicas, menos conhecido. necessrio melhorar o vocabulrio. Ldicas quer dizer relativas a jogos, brinquedos, divertimentos.

2) A resposta s pode ser a letra c. As duas primeiras esto eliminadas, pois o texto narrativo. Tanto a fala da mulher quanto a do marido so integrais, ou seja, exemplificam o que se conhece como discurso direto. O autor no usou o travesso, mais comum, preferindo as aspas. A letra d no tem cabimento, para quem conhece o discurso indireto livre. No poderia ser a opo e, uma vez que o homem e a mulher so as personagens do texto.

3) Gabarito: letra d. As duas primeiras alternativas so evidentes, dispensam comentrios. A letra c est perfeita, pois se trata de uma capa para chuva, ou seja, com a finalidade de proteger a pessoa da chuva. A ltima alternativa tambm est correta, pois o primeiro aqui refere-se capital, onde ela est passeando, e o segundo cidade do interior, onde se encontra o marido. A resposta s pode ser a letra d porque o relacionamento entre as duas oraes de causa e efeito, pedindo conjunes como pois, porque, porquanto etc. Conquanto significa embora, tem valor concessivo, de oposio. Alm disso, seu emprego acarretaria erro de flexo verbal, pois o verbo deveria estar no subjuntivo (esteja), o que no ocorre no texto original.

Texto III

Uma nao j no brbara quando tem historiadores.(Marqus de Maric, in Mximas)

1) O texto :

a) uma apologia barbrie

b) um tributo ao desenvolvimento das naes

c) uma valorizao dos historiadores

d) uma reprovao da selvageria

e) um canto de louvor liberdade

2) S no constitui parfrase do texto:

a) Um pas j no brbaro, desde que nele existem historiadores.

b) Quando tem historiadores, uma nao j civilizada.

c) Uma nao deixa de ser brbara quando h nela historiadores.

d) Quando possui historiadores, uma nao no mais pode ser

considerada brbara.

e) Desde que tenha historiadores, uma nao j no mais brbara.

Respostas

1) O gabarito a letra c. A opo a absurda por si mesma. A letra b no

cabe, pois o texto no fala de homenagem nao. No pode ser a

letra d, porque nada no texto reprova a barbrie (o leitor precisa aterse

ao texto). A ltima opo totalmente sem propsito. Na realidade,

o autor valoriza os historiadores, uma vez que a sua presena que

garante estar a nao livre da barbrie.

2) Letra e. O que responde questo o valor dos conectivos. A palavra

quando introduz uma orao temporal. O mesmo ocorre com o desde

que da letra a. (observe que o verbo se encontra no modo indicativo:

existem.) Na letra e, a conjuno desde que (o verbo da orao est

no subjuntivo: tenha) inicia orao com valor de condio, havendo,

pois, alterao de sentido.

Texto IV

A maior alegria do brasileiro hospedar algum, mesmo um desconhecido que lhe pea pouso, numa noite de chuva.(Cassiano Ricardo, in O Homem Cordial)

1) Segundo as idias contidas no texto, o brasileiro:

a) pe a hospitalidade acima da prudncia.

b) hospeda qualquer um, mas somente em noites chuvosas.

c) d preferncia a hospedar pessoas desconhecidas.

d) no tem outra alegria seno a de hospedar pessoas, conhecidas ou no.

e) no prudente, por aceitar hspedes no perodo da noite.

2) A palavra mesmo pode ser trocada no texto, sem alterao de sentido, por:

a) certamenteb) at

c) talvez

d) comoe) no3) A expresso A maior alegria do brasileiro pode ser entendida como:

a) uma personificao

b) uma ironia

c) uma metfora

d) uma hiprbolee) uma catacrese4) O trecho que poderia dar seqncia lgica e coesa ao texto :

a) No obstante isso, ele uma pessoa gentil.

b) Dessa forma, qualquer um que o procurar ser atendido.

c) A solidariedade, pois, ainda precisa ser conquistada.

d) E o brasileiro ganhou fama de intolerante.

e) Por conseguinte, se chover, ele dar hospedagem aos desconhecidos.

Respostas

1) Letra a. Na nsia de ser hospitaleiro, o brasileiro hospeda, imprudentemente, em sua casa, pessoas desconhecidas. A letra b condiciona a hospedagem s noites chuvosas. A opo c no tem nenhum apoio no texto, que no fala em preferncias. A letra d no cabe como resposta, pois o texto nos fala de maior alegria, ou seja, h outras, menores. A letra e poderia realmente confundir. Na verdade a falta de prudncia no existe por aceitar hspedes durante a noite, mas aceit-los sendo eles desconhecidos.

2) A resposta a letra b. Mesmo palavra denotativa de incluso, da mesma forma que at.

3) O gabarito a letra d. Trata-se de um evidente exagero do autor. A figura do exagero chama-se hiprbole.

4) Letra b. Na opo a, no obstante isso tem valor concessivo. Deveria ser por isso ou semelhantes. Na letra c, a conjuno pois conclusiva, no pode estar seguida de ainda precisa, pois o texto diz que o brasileiro j conquistou a solidariedade. A alternativa d contraria inteiramente o texto. A letra e no d seqncia ao texto, pois este no condiciona a hospedagem chuva.

PARTE II

INTERPRETAO I

TEXTO INo existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna...No h calendrio para a saudade.

(Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil)

1) Segundo o texto, a saudade:

a) aumenta a cada ano.

b) maior no primeiro ano.

c) maior na data do falecimento.

d) constante.

e) incomoda muito.

2) A segunda orao do texto tem um claro valor:

a) concessivo

b) temporal

c) causald) condicionale) proporcional3) A repetio da palavra no exprime:

a) dvida

b) convico

c) tristeza

d) confianae) esperana4) A figura que consiste na repetio de uma palavra no incio de cada membro da frase, como no caso da palavra no, chama-se:

a) anfora

b) silepse

c) sinestesia

d) pleonasmoe) metonmiaTEXTO II

Passei a vida atrs de eleitores e agora busco os leitores.

(Jos Sarney, na Veja, dez/97)

5) Deduz-se pelo texto uma mudana na vida:

a) esportiva

b) intelectual

c) profissional

d) sentimentale) religiosa6) O autor do texto sugere estar passando de:

a) escritor a poltico

b) poltico a jornalista

c) poltico a romancista

d) senador a escritor

e) poltico a escritor

7) Infere-se do texto que a atividade inicial do autor foi:

a) agradvel

b) duradoura

c) simples

d) honestae) coerente8) O trecho que justifica a resposta ao item anterior :

a) e agora

b) os leitores

c) passei a vida

d) atrs de eleitorese) busco9) A palavra ou expresso que no pode substituir o termo agora :

a) no momento

b) ora

c) presentemente

d) neste instantee) recentementeTEXTO IIIOs animais que eu treino no sao obrigados a fazer o que vai contra a natureza deles.

(Gilberto Miranda, na Folha de So Paulo, 23/2/96)

10) O sentimento que melhor define a posio do autor perante os animais :

a) f

b) respeito

c) solidariedade

d) amore) tolerncia11) O autor do texto :

a) um treinador atento

b) um adestrador frio

c) um treinador qualificado

d) um adestrador consciente

e) um adestrador filantropo

12) Segundo o texto, os animais:

a) so obrigados a todo tipo de treinamento.b) fazem o que no lhes permite a natureza.

c) no fazem o que lhes permite a natureza.

d) no so objeto de qualquer preocupao para o autor.

e) so treinados dentro de determinados limites.

TEXTO IV

Estou com saudade de ficar bom. Escrever conseqncia natural.

(Jorge Amado, na Folha de So Paulo, 22/10/96)

13) Segundo o texto:

a) o autor esteve doente e voltou a escrever.

b) o autor est doente e continua escrevendo.

c) O autor no escreve porque est doente.

d) o autor est doente porque no escreve.

e) o autor ficou bom, mas no voltou a escrever.

14) O autor na verdade tem saudade:

a) de trabalhar

b) da sade

c) de conversar

d) de escrevere) da doena15) Escrever conseqncia natural. Conseqncia de:

a) voltar a trabalhar.

b) recuperar a sade.

c) ter ficado muito tempo doente.

d) estar enfermo.

e) ter sade.

TEXTO V

A mente de Deus como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.

(Amrico Barbosa, na Folha de So Paulo)

16) No texto, o autor compara:

a) Deus e internet

b) Deus e mundo todo

c) internet e qualquer um

d) mente e internet

e) mente e qualquer um

17) O que justifica a comparao do texto :

a) a modernidade da informtica

b) a bondade de Deus

c) a acessibilidade da mente de Deus e da internet

d) a globalizao das comunicaes

e) O desejo que todos tm de se comunicar com o mundo.

18) O conectivo comparativo presente no texto s no pode ser substitudo por:

a) tal qual

b) que nem

c) qual

d) parae) feito19) S no constitui parfrase do texto:

a) A mente de Deus, bem como a internet, pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.

b) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet.

c) A mente de Deus pode ser acessada, no mundo todo, por qualquer um, da mesma forma que a internet.

d) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um.

e) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a internet.

TEXTO VI

Marx disse que Deus o pio do povo. J sabemos que no entendia nem de Deus nem de pio. Deus uma experincia de f. Impossvel defini-lo.

(Paulo Coelho, em O Globo, 25/2/96

20) Segundo o perodo inicial do texto, para Marx Deus:

a) traz imensa alegria ao povo.

b) esclarece o povo.

c) deixa o povo frustrado.

d) conduz com segurana o povo.

e) tira do povo a condio de raciocinar.

21) Segundo o autor, Marx:

a) mentiu deliberadamente.

b) foi feliz com suas palavras.

c) falou sobre o que no sabia.

d) equivocou-se em parte.

e) estava coberto de razo, mas no foi compreendido.

22) O sentimento que Marx teria demonstrado e que justifica a resposta ao item anterior :

a) leviandade

b) orgulho

c) maldade

d) ganncia

e) egosmo

23) Infere-se do texto que Deus deve ser:

a) amado

b) conceituado

c) admirado

d) sentido

e) estudado

24) A palavra que justifica o item anterior :

a) pio

b) Io

c) f

d) povo

e) experincia

25) A figura de linguagem presente no primeiro perodo :

a) metfora

b) metonmia

c) prosopopia

d) pleonasmo

e) hiprbole

26) A palavra que poderia ter sido grafada com letra maiscula :

a) pio

b) povo

c) experincia

d) f

e)lo

TEXTO VII

Quando vim da minha terra, no vim, perdi-me no espao, na iluso de ter sado.

Ai de mim, nunca sa.(Carlos D. de Andrade, no poema A Iluso do Migrante)

27) O sentimento predominante no texto :

a) orgulho

b) saudade

c) f

d) esperanae) ansiedade28) Infere-se do texto que o autor:

a) no saiu de sua terra.

b) no queria sair de sua terra, mas foi obrigado.

c) logo esqueceu sua terra.

d) saiu de sua terra apenas fisicamente.

e) pretende voltar logo para sua terra.

29) Por perdi-me no espao pode-se entender que o autor:

a) ficou perdido na nova terra.

b) ficou confuso.

c) no gostou da nova terra.

d) perdeu, momentaneamente, o sentimento por sua terra natal.

e) aborreceu-se com a nova situao.

30) Pelo ltimo perodo do texto, deduz-se que:

a) ele continuou ligado sua terra.

b) ele vai voltar sua terra.

c) ele gostaria de deixar sua cidade, mas nunca conseguiu.

d) ele se alegra por no ter sado.

e) ele nunca saiu da terra onde vive atualmente.

31) A expresso ai de mim s no sugere, no poema:

a) amargura

b) decepo

c) tristeza

d) vergonhae) nostalgiaTEXTO VIII

Enquanto o Titanic ainda flutua, tentemos o impossvel para mudar o seu curso. Afinal, quem faz a histria so as pessoas e no o contrrio.

(Herbert de Souza, na Folha de So Paulo, 17/11/96)

32) Infere-se do texto que o Titanic:

a) um navio real.

b) simboliza algo que vai mal.

c) um navio imaginrio.

d) simboliza esperana de salvao.

e) sintetiza todas as tragdias humanas.

33) Pelo visto, o autor no acredita em:

a) transformao

b) elogio

c) desgraa

d) favorecimento

e) determinismo

34) A palavra afinal pode ser substituda, sem alterao de sentido, por:

a) conquanto

b) porquanto

c) malgrado

d) enquanto

e) apenas

35) Infere-se do texto que:

a) h coisas que no podem ser mudadas.

b) se tentarmos, conseguiremos.

c) o que parece impossvel sempre o .

d) jamais podemos desistir.

e) alguns tm a capacidade de modificar as coisas, outros no.

36) Para o autor, as pessoas no devem:

a) exagerar

b) falhar

c) desanimar

d) lamentar-se

e) fugir

TEXTO IX

A funo do artista esta, meter a mo nessa coisa essencial do ser humano, que o sonho e a esperana. Preciso ter essa iluso: a de que estou resgatando esses valores.

(Marieta Severo, na Folha de So Paulo)

37) Segundo o texto, o artista:

a) leva alegria s pessoas.

b) valoriza o sonho das pessoas pobres.

c) desperta as pessoas para a realidade da vida.

d) no tem qualquer influncia na vida das pessoas.

e) trabalha o ntimo das pessoas.

38) Segundo o texto:

a) o sonho vale mais que a esperana.

b) o sonho vale menos que a esperana.

c) sonho e esperana tm relativa importncia para as pessoas.

d) no se vive sem sonho e esperana.

e) tm importncia capital para as pessoas tanto o sonho quanto a

esperana.

39) A palavra ou expresso que justifica a resposta do item anterior :

a) iluso

b) meter a mo

c) essencial

d) ser humano

e) valores

40) A expresso meter a mo:

a) pertence ao linguajar culto.

b) pode ser substituda, sem alterao de sentido, por intrometer-se.

c) tem valor pejorativo.

d) coloquial e significa, no texto, tocar.

e) um erro que deveria ter sido evitado.

41) S no se encontra no texto:

a) a influncia dos artistas

b) a necessidade da autora

c) a recuperao de coisas importantes

d) a conquista da paz

e) a carncia de sentimentos das pessoas

42) A palavra esses poderia ser substituda, sem alterao de sentido, por:

a) bons

b) certos

c) tais

d) outrose) muitosTEXTO X

Um prmio chamado Sharp, ou Shell, Deus me livre! No quero. Acho esses nomes feios. No recebo prmios de empresas ligadas a grupos multinacionais. No sou traidor do meu povo nem estou venda.

(Ariano Suassuna, na Veja, 3/7/96)

43) A palavra que melhor define o autor do texto :

a) megalomanaco

b) revoltado

c) narcisista

d) nacionalista

e) decepcionado

44) Se aceitasse algum tipo de prmio de empresas multinacionais, o autor, alm de traidor, se sentiria:

a) infiel

b) venal

c) pusilnime

d) ingratoe) mprobo45) O autor no recebe prmios de empresas multinacionais porque:

a) seus nomes so feios.

b) estaria prestando um desservio ao Brasil.

c) detesta qualquer empresa que no seja brasileira

d) esses prmios no tm valor algum.

e) no quer ficar devendo favores a esse tipo de empresa.

46) O ltimo perodo do texto tem claro valor:

a) causalb) temporal c) condicional

d) comparativo

e) proporcional

47) A expresso Deus me livre! demonstra, antes de tudo:

a) revolta

b) desprezo

c) ironia

d) certeza

e) ira

TEXTO XI

Inserto entre o 16 e o 18, o sculo XVII permanece em meialuz, quase apagado, nos fastos do Rio de Janeiro, sem que sobre esse perodo se detenha a ateno dos historiadores, sem que o distingam os que se deixam fascinar pelos aspectos brilhantes da histria.

(Vivaldo Coaracy, in O Rio de Janeiro)

48) Segundo o texto, o sculo XVII:

a) chamou a ateno dos historiadores por ser meio apagado.

b) foi uma parte brilhante da histria do Rio de Janeiro.

c) assemelha-se aos sculos XVI e XVIII.

d) foi importante, culturalmente, para o Rio de Janeiro.

e) transcorreu sem brilho, para o Rio de Janeiro.

49) A palavra ou expresso que pode substituir sem prejuzo do sentido a palavra fastos :

a) anais

b) crculos culturais

c) crculos polticos

d) administrao

e) imprensa

50) A expresso quase apagada:

a) retifica a palavra meia-luz.

b) complementa a palavra meia-luz.

c) refora a palavra meia-luz.

d) explica a palavra meia-luz.

e) amplia a palavra meia-luz.

51) Infere-se do texto que:

a) os historiadores detestaram o sculo XVII.

b) os mais belos momentos da histria encantam certas pessoas.

c) o sculo XVI foi to importante quanto o sculo XVIII.

d) a histria do Rio de Janeiro est repleta de coisas interessantes.

e) os historiadores se interessam menos pelos sculos XVI e XVIII do que pelo sculo XVII.

TEXTO XII

Acho que foi uma premonio, uma vez que ele j tinha declarado que A Fraternidade Vermelha seria seu ltimo filme. Foi o cineasta contemporneo que conseguiu chegar mais perto do conceito de Deus. Poderia ter feito muito mais filmes, mas foi vtima do totalitarismo socialista.

(Leon Cakoff, no Jornal da Tarde, 14/13/96)

52) O totalitarismo socialista:

a) atrapalhou a carreira do cineasta.

b) manteve-se alheio carreira do cineasta.

c) interrompeu a carreira do cineasta.

d) incentivou a carreira do cineasta.

e) fiscalizou a carreira do cineasta.

53) A Fraternidade Vermelha:

a) foi um filme de repercusso nos meios religiosos.

b) foi o primeiro filme de sucesso do cineasta.

c) no abordava o assunto Deus.

d) foi o melhor filme do cineasta.

e) foi o ltimo filme do cineasta.

54) Provavelmente, o cineasta:

a) agradou, por ser materialista.

b) agradou por falar de Deus.

c) desagradou por falar de Deus.

d) desagradou por no falar de Deus.

e) no sabia nada sobre Deus.

55) Levando-se em conta o carter materialista usualmente atribudo aos socialistas, o ttulo do filme seria, em princpio:

a) uma redundncia

b) uma ambigidade

c) um paradoxo

d) uma qualificao

e) uma incoerncia

56) A palavra premonio se justifica porque:

a) seu filme foi um sucesso.

b) o cineasta falava de Deus.

c) o cineasta no quis fazer mais filmes.

d) a Fraternidade Vermelha foi seu ltimo filme.

e) o cineasta foi vtima do totalitarismo socialista.

57) A palavra Vermelha eqivale no texto a:

a) totalitria

b) comunista

c) socialista

d) materialista

e) espiritualista

58) O conectivo que no poderia substituir uma vez que no texto :

a) porque

b) pois

c) j que

d) porquantoe) se bem queTEXTO XIII

Nem todas as plantas hortcolas se do bem durante todo o ano; por isso preciso fazer uma estruturao dos canteiros a fim de manter-se o equilbrio das plantaes. Com o sistema indicado, no faltaro verduras durante todo ano, sejam folhas, legumes ou tubrculos.

(Irineu Fabichak, in Horticultura ao Alcance de Todos)

59) Segundo o texto:

a) todas as plantas hortcolas no se do bem durante todo o ano.

b) todas as plantas hortcolas se do bem durante todo o ano.

c) todas as plantas hortcolas se do mal durante todo o ano.

d) algumas plantas hortcolas se do bem durante todo o ano.

e) nenhuma planta hortcola se d mal durante todo o ano.

60) Para manter o equilbrio das plantaes necessrio:

a) estruturar de maneira mais lgica e racional os canteiros.

b) fazer mais canteiros, mas ordenando-os de maneira lgica e

racional.

c) fazer o plantio em pocas diferentes.

d) construir canteiros emparelhados.

e) manter sempre limpos os canteiros

61) A conjuno por isso s no pode ser substituda por:

a) portanto

b) logo

c) ento

d) porque

e) assim

62) Segundo o ltimo pargrafo do texto:

a) tubrculos no so verduras.

b) legumes so o mesmo que tubrculos.

c) folhas, legumes e tubrculos so a mesma coisa.

d) haver verduras o ano todo, inclusive folhas, legumes e tubrculos.

e) haver folhas, legumes e tubrculos o ano todo.

TEXTO XIV

Aquisio vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do pas, est negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiria brasileira da italiana Visagis. O negcio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razo da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o anncio dessa unio - resultando numa espcie de AmBev dos panetones - melindre os varejistas.

(Cludia Vassallo, na Exame, dez./99)

63) As duas empresas (/. 4) de que fala o texto so:

a) Bauducco e Visagis

b) Visconti e Visagis

c) AmBev e Bauducco

d) Bauducco e Visconti

e) Visagis e AmBev

64) A aproximao do Natal a causa:

a) da compra da Visconti

b) do sigilo do negcio

c) do negcio da Bauducco

d) do melindre dos varejistas

e) do anncio da unio

65) Uma outra causa para esse fato seria:

a) a primeira colocao da Bauducco na fabricao de panetones

b) o fato de a Visconti ser uma multinacional

c) o fato de a AmBev entrar no mercado de panetones

d) o possvel melindre dos varejistas

e) o fato de a Visconti ser concorrente da Bauducco

66) Por aquisio vista entende-se, no texto:

a) que a negociao provvel.

b) que a negociao est distante, mas vai acontecer.

c) que o pagamento da negociao ser feito em uma nica parcela.

d) que a negociao dificilmente ocorrer.

e) que a negociao est prxima.

TEXTO XV

Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, disse adeus ao brilhar das aucenas em ter da vida alevantado o vu.

- Rosa tocada do cruel granizo Cedo finou-se e no infantil sorriso passou do bero pra brincar no cu!

(Casimiro de Abreu, in Primaveras)

67) O tema do texto :

a) a inocncia de uma criana

b) o nascimento de uma criana

c) o sofrimento pela morte de uma criana

d) o apego do autor por uma certa criana

e) a morte de uma criana

68) O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida como:

a) prosopopia

b) hiprbole

c) pleonasmo

d) metonmia

e) eufemismo

69) No mbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semntico as palavras:

a) aurora e vu

b) anjo e rosa

c) granizo e sorriso

d) bero e cu

e) cruel e infantil

70) As palavras que respondem ao item anterior so:

a) uma anttese em relao vida

b) hiprboles referentes ao destino

c) personificaes alusivas morte

d) metforas relativas criana

e) pleonasmos com relao dor.

71) Por sem ter da vida alevantado o vu entende-se:

a) sem ter nascido

b) sem ter morrido cedo

c) sem ter conhecido bem a vida

d) sem viver misteriosamente

e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas

72) Na aurora apenas o mesmo que:

a) somente pela manh

b) no limiar somente

c) apenas na alegria

d) s na tristeza

e) s no final

TEXTO XVI

Julgo que os homens que fazem a poltica externa do Brasil, no Itamaraty, so excessivamente pragmticos. Tiveram sempre vida fcil, vm da elite brasileira e nunca participaram, eles prprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente no tm a sensibilidade de muitos outros pases ou diplomatas que conheo.

(Jos Ramos-Horta, na Folha de So Paulo, 21/10/96)

73) S no caracteriza os homens do Itamaraty:

a) o pragmatismo

b) a falta de sensibilidade

c) a luta contra a ditadura

d) a tranqilidade da vida

e) as razes na elite do Brasil

74) A palavra que no se liga semanticamente aos homens do Itamaraty :

a) o segundo que (/. 1)

b) tiveram (/. 2)

c) vm (/. 3)

d) eles (/. 3)

e) o terceiro que (/. 5)

75) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem mais:

a) inteligncia

b patriotismo

c) vivncia

d) coerncia

e) grandeza

76) A orao iniciada por obviamente tem um claro valor de:

a) conseqncia

b) causa

c) comparao

d) condio

e) tempo

77) A palavra que pode substituir, sem prejuzo do sentido, a palavra obviamente (/. 4), :

a) necessariamente

b) realmente

c) justificadamente

d) evidentemente

e) comprovadamente

78) S no pode ser inferido do texto:

a) nem todo diplomata excessivamente pragmtico.

b) ter lutado contra o colonialismo importante para a carreira de diplomata.

c) Nem todo diplomata vem da elite brasileira.

d) ter vida fcil caracterstica comum a todo tipo de diplomata.

e) h diplomatas mais sensveis que outros.

TEXTO XVII

Se essa ainda a situao de Portugal e era, at bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em que no Brasil-colnia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comrcio ou de festividades religiosas -, estas no podiam exercer maior influncia sobre a evoluo da lngua falada, que, sem nenhum controle normativo, por sculos voou com as suas prprias asas.

(Celso Cunha, in A Lngua Portuguesa e a Realidade Brasileira)

79) Segundo o texto, os historiadores:

a) tinham ojeriza pelo Brasil-colnia.

b) consideram as cidades do Brasil-colnia como simples pontos de comrcio ou de festividades religiosas.

c) consideram o Brasil-colnia essencialmente rural.

d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava.

e) consideram o campo mais importante que as cidades.

80) Para o autor:

a) as festas religiosas tm importncia para a evoluo da lngua falada.

b) No Brasil-colnia, havia a prevalncia da vida do campo sobre a das cidades.

c) a evoluo da lngua falada dependia em parte dos pontos de comrcio.

d) a evoluo da lngua falada independe da condio de Brasilcolnia.

e) a situao do Brasil na poca impedia a evoluo da lngua falada.

81) A palavra ojeriza (/. 3) significa, no texto:

a) medo

b) admirao

c) averso

d) dificuldade

e) angstia

82) A lngua falada voou com as suas prprias asas porque:

a) as cidades eram pontos de festividades religiosas.

b) o Brasil se distanciava lingisticamente de Portugal.

c) faltavam universidades nos centros urbanos.

d) no se seguiam normas lingsticas.

e) durante sculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil uma colnia portuguesa.

83) Segundo o texto, a populao do Brasil-colnia:

a) vida do campo preferia a da cidade.

b) vida da cidade preferia a do campo.

c) no tinha preferncia quanto vida do campo ou da cidade.

d) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se situao.

e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.

TEXTO XVIII

Ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles, mas a Andrade Gutierrez j tem pronto um estudo sobre a sucesso de 20 de seus principais executivos, quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus substitutos sero escolhidos entre 200 integrantes de um time de aspirantes. Eduardo Andrade, o atual superintendente, que j integra o conselho de administrao da empreiteira mineira, dever ir se afastando aos poucos do dia-a-dia dos negcios. Para os outros executivos, que devero ser aproveitados como consultores, a aposentadoria chegar a mdio prazo.

(Jos Maria Furtado, na Exame, dez./99)

84) Se comearmos o primeiro perodo do texto por A Andrade Gutierrez j tem pronto..., teremos, como seqncia coesa e coerente:

a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

e) medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

85) Segundo o texto:

a) 20 grandes executivos da empresa se aposentaro a mdio prazo.

b) 20 grandes executivos da empresa acham-se na faixa entre 58 e 62 anos.

c) nenhum dos 20 grandes executivos se aposentar a curto prazo.

d) Eduardo Andrade um executivo na faixa dos 58 a 62 anos.

e) a empresa vai substituir seus vinte principais executivos a curto e mdio prazos.

86) A empresa, no que toca aposentadoria de seus executivos, mostra-se:

a) precipitada

b) cautelosa

c) previdente

d) rgida

e) inflexvel

87) Sobre o executivo