800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

216
Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE) [email protected] 1 TESTE SEUS CONHECIMENTOS: QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS FCC ESAF CESPE/UNB CESGRANRIO NCE Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue. Cidadania e igualdade Mais do que em outras épocas da nossa história, o momento em que ingressamos num novo século exige a construção da cidadania e a implementação dos direitos humanos como tarefa de urgência. Realizá-la implica uma série de atitudes que envolvem, antes de mais nada, o indivíduo, o seu grupo, a comunidade e os diversos segmentos da sociedade. Impõe-se a cada pessoa o desafio de acreditar ou voltar a acreditar, se perdeu tal crença na possibilidade de uma sociedade justa e solidária, exercitando uma nova consciência crítica, conhecendo a realidade em suas várias nuances e mudando o que precisa ser mudado para uma vida melhor. Ter consciência crítica significa também saber analisar, com realismo, as causas e os efeitos das situações que precisam ser enfrentadas, para, a partir dessa atitude, descobrir os melhores caminhos na busca da transformação social, política, econômica e cultural. Significa, do mesmo modo, abrir-se para as mudanças e capacitar-se, de todas as formas, para absorvê-las. Há hoje cada vez mais espaços para ações de parceria voltadas ao desenvolvimento sustentado e à realização dos direitos humanos. O desafio apresenta-se de duas formas. De um lado, é preciso abrir-se para além dos círculos fechados em que as pessoas normalmente vivem, estimulando o respeito e a cooperação por uma sociedade com menores desigualdades, e de outro, para exercer o direito de cobrar das instituições do Estado a sua responsabilidade na preservação dos direitos humanos. O desafio essencial de cada um de nós é e sempre será fazer respeitar a nossa condição de ser humano vocacionado a uma vida digna e solidária. O princípio de igualdade é a base da cidadania e fundamenta qualquer constituição democrática que se proponha a valorizar o cidadão. Não é diferente com a nossa. Na Constituição de 1988, o direito à igualdade destaca-se como tema prioritário logo em seu artigo 5o: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” (Guia Cidadania e Comunidade) 1.(FCC) A realização da ―tarefa de urgência‖, de que trata o primeiro parágrafo do texto, exige (A) iniciativas enérgicas por parte do poder estatal. (B) a defesa do convívio em círculos sociais restritos. (C) uma nova reforma constitucional. (D) uma alteração no fundamento da Constituição de 1988. (E)) novas atitudes dos indivíduos e dos grupos sociais. 2. (FCC) Considere as seguintes afirmações: I. As "duas formas" de desafio de que trata o 3º parágrafo acentuam a importância do papel da iniciativa do Estado. II. A frase Não é diferente com a nossa, no penúltimo parágrafo, lembra que o princípio da igualdade é básico também na Constituição brasileira. III. O direito à igualdade, tratado no artigo 5º da Constituição de 1988, é amplo em relação aos cidadãos brasileiros e restrito em relação a todos os demais. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, somente. (B)) II, somente. (C) I e II, somente. (D) II e III, somente. (E) I, II e III. 3. (FCC) O texto manifesta a necessidade premente de se evitar (A) uma análise realista das causas e efeitos das situações que precisam ser enfrentadas.

description

questoes de portugues

Transcript of 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Page 1: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

1

TESTE SEUS CONHECIMENTOS: QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

FCC – ESAF – CESPE/UNB – CESGRANRIO – NCE Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.

Cidadania e igualdade Mais do que em outras épocas da nossa história, o momento em que ingressamos num novo século exige a construção da cidadania e a implementação dos direitos humanos como tarefa de urgência. Realizá-la implica uma série de atitudes que envolvem, antes de mais nada, o indivíduo, o seu grupo, a comunidade e os diversos segmentos da sociedade. Impõe-se a cada pessoa o desafio de acreditar – ou voltar a acreditar, se perdeu tal crença – na possibilidade de uma sociedade justa e solidária, exercitando uma nova consciência crítica, conhecendo a realidade em suas várias nuances e mudando o que precisa ser mudado para uma vida melhor. Ter consciência crítica significa também saber analisar, com realismo, as causas e os efeitos das situações que precisam ser enfrentadas, para, a partir dessa atitude, descobrir os melhores caminhos na busca da transformação social, política, econômica e cultural. Significa, do mesmo modo, abrir-se para as mudanças e capacitar-se, de todas as formas, para absorvê-las. Há hoje cada vez mais espaços para ações de parceria voltadas ao desenvolvimento sustentado e à realização dos direitos humanos. O desafio apresenta-se de duas formas. De um lado, é preciso abrir-se para além dos círculos fechados em que as pessoas normalmente vivem, estimulando o respeito e a cooperação por uma sociedade com menores desigualdades, e de outro, para exercer o direito de cobrar das instituições do Estado a sua responsabilidade na preservação dos direitos humanos. O desafio essencial de cada um de nós é e sempre será fazer respeitar a nossa condição de ser humano vocacionado a uma vida digna e solidária. O princípio de igualdade é a base da cidadania e fundamenta qualquer constituição democrática que se proponha a valorizar o cidadão. Não é diferente com a nossa. Na Constituição de 1988, o direito à igualdade destaca-se como tema prioritário logo em seu artigo 5o: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”

(Guia Cidadania e Comunidade)

1.(FCC) A realização da ―tarefa de urgência‖, de que trata o primeiro parágrafo do texto, exige (A) iniciativas enérgicas por parte do poder estatal. (B) a defesa do convívio em círculos sociais restritos. (C) uma nova reforma constitucional. (D) uma alteração no fundamento da Constituição de 1988. (E)) novas atitudes dos indivíduos e dos grupos sociais. 2. (FCC) Considere as seguintes afirmações:

I. As "duas formas" de desafio de que trata o 3º parágrafo acentuam a importância do papel da iniciativa do

Estado.

II. A frase Não é diferente com a nossa, no penúltimo parágrafo, lembra que o princípio da igualdade é básico

também na Constituição brasileira.

III. O direito à igualdade, tratado no artigo 5º da Constituição de 1988, é amplo em relação aos cidadãos

brasileiros e restrito em relação a todos os demais. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I, somente.

(B)) II, somente.

(C) I e II, somente.

(D) II e III, somente.

(E) I, II e III.

3. (FCC) O texto manifesta a necessidade premente de se evitar (A) uma análise realista das causas e efeitos das situações que precisam ser enfrentadas.

Page 2: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

2

(B) a prática de cobrar de setores do Governo suas responsabilidades constitucionais. (C)) a tendência de se viver no interior de círculos sociais fechados e estanques. (D) a discriminação social, a não ser nos casos previstos no artigo citado da atual Constituição. (E) qualquer desafio que diga respeito a mudança de atitude ou de hábitos tradicionais. 4. (FCC) No contexto do 1° parágrafo, os elementos que constituem a enumeração o indivíduo, o seu grupo, a comunidade e os diversos segmentos sociais (A) estão dispostos numa ordem casual e arbitrária. (B) obedecem à seqüência lógica do mais geral para o mais particular. (C) são todos eles alternativos e excludentes entre si. (D)) estão dispostos numa progressão do particular para o geral. (E) são todos eles sinônimos entre si. 08/04/02 - 14:43 5. (FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase do texto em: (A)) em suas várias nuances = em seus diversos aspectos. (B) implementação dos direitos humanos = preservação da assistência humanitária. (C) vocacionado a uma vida solidária = ambientado no regime da privacidade. (D) tema prioritário = questão de alguma relevância. (E) inviolabilidade do direito à vida = protelação da garantia de vida. 6. (FCC) A frase Ter consciência crítica significa também saber analisar, com realismo, as causas e os efeitos das situações, que precisam ser enfrentadas articula o segundo ao primeiro parágrafo. Considerando-se essa articulação, a palavra também tem o sentido de (A) ainda assim. (B) apesar de tudo. (C)) além disso. (D) sobretudo. (E) antes de mais nada. 7. (FCC) Está correta a grafia de todas as palavras do seguinte comentário sobre o texto: (A) Uma das iniciativas encontornáveis da cidadania está em se ezercer a consciência crítica, aplicada aos fatos da realidade. (B)) Recusando os privilégios dos que se habituaram a viver em grupos autônomos, o texto propõe o acesso de todos a todas as instâncias sociais. (C) Ninguém deve se ezimir de cobrar do Estado a prezervação do princípio de igualdade como um direito básico da cidadania. (D) Constitue dever de todos manter ou readquirir a crença em que seja possível a vijência social dos princípios da igualdade e da solidariedade. (E) O que se atribue a um cidadão, como direito básico, deve constituir-se em direito básico de todos os cidadãos, indescriminadamente. 8. (FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na seguinte frase: (A)) É uma tolice imaginar-se que não se devam satisfações àqueles que não pertençam ao âmbito do nosso próprio grupo social. (B) Não nos cabem, nos dias que correm, ignorar o fato de que novas atitudes são absolutamente necessárias a uma nova ordem social. (C) A base da cidadania se firmam nos princípios que postulam a inviolabilidade dos direitos básicos de todo cidadão. (D) Assim como nas dos outros países, encontram-se em nossa Constituição, em palavras que não deixam dúvida, o princípio democrático da igualdade. (E) As duas formas em que se apresentam para nós o desafio de acreditar na igualdade são a abertura para os outros e a vigilância quanto às funções do Estado. 9. (FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase O desafio essencial será fazer respeitar a nossa condição de ser humano, o segmento sublinhado será substituído por (A) fazer com que respeitemos. (B) fazermo-nos respeitados.

Page 3: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

3

(C) ter feito respeitar. (D)) fazer ser respeitada. (E) fizermos respeitá-la. 10. (FCC) Está clara e correta a redação da seguinte frase: (A) Viver em círculos fechados é o que muita gente gosta apesar de serem pouco beneficiados em razão disto. (B) Quando se obedece princípios de igualdade a cidadania de que todos almejamos torna-se não apenas provável quanto possível. (C) É bem melhor gozar de um direito coletivamente do que cada um por si, o mesmo ocorrendo com os demais. (D) Verifica-se hoje muitas ações de parceria, onde a meta é o desenvolvimento sustentado, além de ser voltado à realização dos direitos humanos. (E)) Se há algumas razões para que se tenha deixado de crer na possibilidade de uma sociedade justa, há muitas mais para que se aceite o desafio de voltar a crer. As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto que segue:

A tirania da experiência Acompanhei as dificuldades de um jovem que, ao terminar sua formação, saiu à procura de um emprego. Ele esbarrou em recusas que só os jovens recebem. Os entrevistadores apreciavam seu diploma, gostavam de sua apresentação e perguntavam: “Você tem experiência?”. Meu jovem amigo sentia-se num círculo vicioso: era rechaçado por falta de uma experiência que nunca poderia adquirir, pois não conseguia emprego justamente porque lhe faltava experiência. Parece um pretexto para condenar os jovens a um salário simbólico. Eternos estagiários, eles seriam obrigados a trocar seu trabalho pelo “privilégio” de aprender o ofício. Mas não é só isso: nossa cultura, em princípio, venera a experiência. Salvo em momentos nostálgicos, duvidamos das sabedorias sagradas ou ancestrais. Preferimos confiar e acreditar nas coisas em que podemos colocar o dedo e o nariz. A autoridade, em suma, abandonou a tradição e veio para a experiência. Se sou um adolescente, como afirmo minha liberdade? Sou obrigado a me aventurar em terrenos completamente novos. Para me esquivar da autoridade dos pais e dos adultos, tento fazer algo que não esteja no campo de experiências dos que me precederam. A novidade, a originalidade tornam-se verdadeiros valores, porque prometem libertar-me da experiência dos outros. Se fizer algo que ninguém nunca fez, quem poderia ditar minha conduta, dizendo-se sábio e experiente? Recomendação aos pais de adolescentes: se, discutindo com seus filhos, você achar bom evocar a sabedoria que vem de sua experiência, seja humilde e modesto. Quanto mais você justificar sua autoridade pela experiência, tanto mais seu rebento estará a fim de aventurar-se por terrenos pouco ou nada mapeados.

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 07/03/2002)

11. (FCC) De acordo com o texto, para escapar à tirania da experiência um adolescente de hoje sente-se impelido a (A) reconhecer a sabedoria antiga e sólida dos nossos ancestrais. (B)) aventurar-se em situações inteiramente novas e originais. (C) ratificar os valores culturais que nortearam a geração precedente. (D) corresponder à expectativa dos entrevistadores das empresas. (E) repisar os caminhos em que seus pais se sentiram livres. 12. (FCC) Considere as seguintes afirmações:

I. As empresas se valem da pouca ou nenhuma experiência de um jovem para se aproveitarem de seu

trabalho na precária condição de estagiário.

II. A responsabilidade pelo círculo vicioso a que o texto se refere deveria ser assumida pelos adolescentes,

que não dão valor a nenhum tipo de experiência.

III. As dificuldades enfrentadas por um jovem que esteja buscando trabalho demonstram que está em baixa o

prestígio da experiência. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A)) I, somente.

(B) II, somente.

(C) I e II, somente.

Page 4: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

4

(D) II e III, somente.

(E) I, II e III.

13. (FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) rechaçado por falta de uma experiência = absorvido pela inexperiência. (B) eternos estagiários = aprendizes eventuais. (C)) salvo em momentos nostálgicos = à exceção dos instantes de nostalgia. (D) evocar a sabedoria = protelar o conhecimento. (E) seu rebento estará a fim de aventurar-se = seu ímpeto o levará a ousadias. 14. (FCC) Há palavras cuja grafia exige correção na frase: (A) Incompreensivelmente, dá-se absoluta primazia à experiência, quando se trata do preenchimento de novas vagas. (B) Pretextando a inexperiência dos jovens pretendentes a uma vaga, os empregadores lhes oferecem estágios, com pagamento irrisório. (C) É lamentável que jovens com aptidão e vocação para o trabalho sejam rejeitados em nome de uma experiência a que não podem ter acesso. (D) Diminui paulatinamente o número de novos empregos, o que obriga os jovens candidatos a se submeterem a exigências cada vez mais rigorosas. (E)) É evidente o descazo com que o mercado de trabalho trata os recém-formados, frustrando assim suas legítimas pretenções. 08/04/02 - 14:43 15. (FCC) Está correto o emprego da forma verbal sublinhada na frase: (A) Ser jovem já não constitue vantagem, na luta por um emprego. (B) Se o empregador não opor obstáculo ao jovem, este poderá ganhar experiência. (C) As experiências que os pais reteram serão contestadas pelos filhos. (D))A exigência de experiência anterior obstrui o caminho de muitos jovens. (E) Quando se desfazerem de seus preconceitos, os empresários contratarão os jovens. 16. (FCC) ―Os jovens bem que tentam, mas não se dá aos jovens a oportunidade de um trabalho que recompense os jovens pelos esforços despendidos.― Evita-se a repetição de palavras da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, pelas formas: (A) se dá a aqueles - recompense eles (B) se dá a eles - recompense-lhes (C))se lhes dá - os recompense (D) se os dá - os recompense (E) se dá a eles - recompense eles 17. (FCC) O verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural ao se flexionar na seguinte frase: (A) É irrisório o que nas empresas se (oferecer) aos jovens estagiários. (B) Os terrenos novos nos quais (dever) se aventurar o jovem de hoje são seu grande desafio. (C) Se não (haver) outras razões, a juventude e o entusiasmo deveriam bastar para se valorizar o jovem. (D)) Como não se (valorizar), num jovem, as qualidades naturais da mocidade, ele sai prejudicado. (E) Quanto aos adolescentes, nenhuma época lhes (parecer) tão injusta quanto a nossa. 18. (FCC) Está correta a articulação entre os tempos verbais na frase: (A) Seria preferível que os empregadores dêem mais atenção aos jovens. (B)) Para que sua liberdade venha a ser afirmada, os jovens terão de experimentar novos caminhos. (C) À medida que se vão confrontando com os valores dos pais, os filhos tinham sentido a necessidade de afirmar os seus próprios. (D) Espera-se que a futura geração não vá enfrentar as mesmas dificuldades que se imporiam à geração passada. (E) Talvez nunca se tenha desprestigiado tanto a sabedoria dos ancestrais quanto viesse a ocorrer a em nossa época.

Page 5: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

5

19. (FCC) Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase: (A)) Os bons salários a que os jovens aspiram são cada vez mais improváveis. (B) É mínimo o salário no qual os empresários julgam retribuir o esforço dos estagiários. (C) O assunto de cujo se trata no texto diz respeito às exigências que se colocam aos jovens. (D) São desafiadores os novos terrenos com que os jovens se prontificam a explorar. (E) Seria preciso de que se oferecessem oportunidades reais aos jovens pretendentes a um emprego. 20. (FCC) Está bem observada a necessidade dos sinais de crase na seguinte frase: (A) Quando os filhos passam à interpelar os valores de seus pais, consideram-se aptos à afirmar os seus próprios. (B) O jovem fica à uma distância cada vez maior das poucas oportunidades que ainda estão à lhes oferecer. (C) Daqui à pouco vão dizer que são os jovens os principais responsáveis pelo círculo vicioso à que o texto se refere. (D) Apresentam-se, à toda vaga oferecida, candidatos dispostos à disputá-la da forma mais aguerrida. (E)) Não se notam, à medida que o tempo passa, avanços significativos nas condições de trabalho oferecidas à juventude. 21.(ESAF) Marque, em cada item, o período que inicia o respectivo texto de forma coesa e coerente. Depois, escolha a seqüência correta. I ......................................................................... O abandono da tematização do capitalismo, do imperialismo, das relações centro-periferia, de conceitos como exploração, alienação, dominação, abriu caminho para o triunfo do liberalismo. (X) O socialismo, em conseqüência desses fatores, desapareceu do horizonte histórico, em virtude de ter ganho atualidade política com a vitória da Revolução Soviética de 1917. (Y) O triunfo do neoliberalismo se consolidou quando o pensamento social passou a ser dominado por teses conservadoras. II .............................................................. Compravam um passaporte para o camarote dos vencedores. Mas, como ―há uma dignidade que o vencedor não pode alcançar‖, como dizia Borges, o que ganharam em prestígio perderam em capacidade de análise. (X) Os que abandonaram Marx com soltura de corpo e com alívio, como se se desvencilhassem de um peso, na verdade não trocavam um autor por outro, mas uma classe por outra. (Y) Eles substituíram a exploração de classes e de países pela temática do totalitarismo, aperfeiçoando suas análises políticas ao vinculá-las à dimensão social. III ........................................................................ No mundo contemporâneo, tais modos nos permitem compreender a etapa atual do capitalismo, em sua fase de hegemonia política norte-americana. (X) Para atender a atualidade, são necessários modos de compreensão férteis, capazes de dar conta das relações entre a objetividade e a subjetividade, entre os homens como produtores e como produtos da história. (Y) Trata-se de uma compreensão míope, que ignora componentes essenciais ao fenômeno do capitalismo que estamos vivendo. IV ......................................................................... Quem pode entender a política militarista dos EUA e do seu complexo militar-industrial sem a atualização da noção de imperialismo? (X) Quem pode entender hoje a crise econômica internacional fora dos esquemas da superprodução, essencial ao capitalismo? (Y) Portanto, é a unipolaridade vigente há uma década que busca impor a dicotomia livre mercado/protecionismo. V ........................................................................... Nunca as relações mercantis tiveram tanta universalidade, seja dentro de cada país, seja nas novas fronteiras do capitalismo. (X) O capitalismo dá mostras de enfrentar forte declínio, que leva os especialistas a preverem profunda fragmentação na ordem econômica interna de cada nação. (Y) Assiste-se ao capitalismo em plena fase imperialista consolidada, em que as formas de dominação se multiplicam. a) X,X,Y,Y,X b) Y,X,X,X,Y c) Y,Y,X,X,Y d) X,Y,Y,X,Y e) X,Y,Y,X,X

Page 6: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

6

22. (ESAF) Marque a opção em que ambos os períodos estão gramaticalmente corretos. a) O racismo no sentido de prática discriminatória em razão da etinia de uma pessoa ou grupo, atenta, primeiro, contra a própria organização política brasileira. / O racismo, no sentido de prática discriminatória, em razão da etnia de uma pessoa ou grupo, atenta, primeiro, contra a própria organização política brasileira. b) A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial. / A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam em tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial. c) O racismo é crime de ação múltipla ou de conteúdo variado, de maneira que a prática, no mesmo contexto de ação, de mais de um núcleo acarreta uma única incriminação. / O racismo é crime de ação múltipla ou de conteúdo variado, de maneira que a prática no mesmo contexto de ação, de mais de um núcleo, acarreta em uma única incriminação. d) O incitamento à discriminação não afasta a possibilidade de cometimento também de injúria, motivada pela discriminação ou qualquer outro crime contra a honra, previsto no CPB ou mesmo na Lei de Imprensa. / O incitamento à descriminação não afasta a possibilidade de cometimento também de injúria, motivado pela descriminação ou quaisquer outro crime contra a honra, previsto no CPB ou mesmo na Lei de Imprensa. e) A prática de tortura motivada pelo racismo, crime que tem por sujeito passivo o indivíduo, não afasta a incriminação de eventual crime de racismo previsto na legislação brasileira, que tem por sujeito passivo primário a coletividade, com lesões jurídicas da mesma forma diferenciadas: o primeiro, a integridade física, saúde e liberdade individual, e os demais, a paz pública. / A prática de tortura motivada pelo racismo, crime que tem por sujeito passivo o indivíduo, não afasta a incriminação de eventual crime de racismo previsto na legislação brasileira, que tem por sujeito passivo primário a coletividade, com lesões jurídicas da mesma forma diferenciadas, o primeiro a integridade física, saúde e liberdade individual, e os demais a paz pública. Leia o texto abaixo para responder a questão 23 O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar secreto que guarda as senhas.

(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)

23. (ESAF) Julgue os itens a respeito das idéias do texto. I. Depreende-se do texto que o autor se coloca na posição de quem se exclui da sociedade informatizada. II. O texto argumenta contra a modernidade, propondo como idéia principal que um direito constitucional, ora desrespeitado, deve ser o ideal a almejar. III. Depreende-se do texto que comportamentos sensatos poupam a memória para finalidades mais nobres e evitam qualquer procedimento ligado à informatização. IV. O segundo parágrafo constitui-se apenas de exemplos e ilustrações que explicam e justificam a última oração do parágrafo anterior, sem ampliar a reflexão. Assinale a opção correta. a) Estão corretos apenas os itens I e II. b) Estão corretos apenas os itens II e III. c) Estão corretos apenas os itens III e IV. d) Nenhum item está correto. e) Todos os itens estão corretos. Leia o texto para responder as questões 24 e 25.

Page 7: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

7

Sob o direito, o administrador público não age contra a lei. Sob a moral, deve satisfazer o preceito da impessoalidade, não distinguindo amigos ou inimigos, partidários ou contrários, no tratamento que lhes dispense ou na atenção às suas reivindicações, com transparência plena de suas condutas em face do povo. Descumprir a lei gera o risco da punição prevista no Código Penal ou de sofrer sanções civis. Quando desatendidos os princípios da certeza moral, aquela que o ser humano em seu justo juízo adota convicto, o descumpridor fere regras de convivência, mas não conflita necessariamente com normas de Direito que lhe sejam aplicáveis.

(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)

24. (ESAF) Assinale a opção incorreta a respeito do emprego das palavras e expressões do texto. a) A preposição ―Sob‖ tem, nas duas ocorrências do texto, o mesmo valor semântico do prefixo sub em palavras como subtítulo ou subproduto. b) Pelo sentido textual, o emprego da expressão com gerúndio, ―não distinguindo‖, mantém a mesma coerência argumentativa que a expressão com infinitivo sem distinguir. c) Mantém-se a coerência textual e a correção gramatical se a função sintática exercida pelo pronome átono ―lhes‖ for exercida por a eles. d) De acordo com as regras de regência da norma culta, a expressão ―atenção às suas reivindicações‖ admite a substituição por atenção para as suas reivindicações. e) Para que sejam respeitadas as regras da norma culta, o verbo conflitar, como empregado na linha 6, deve ter forma reflexiva: não se conflita. 25. (ESAF) Considere o seguinte período do texto para analisar os esquemas propostos abaixo: ―Descumprir a lei gera o risco da punição prevista pelo Código Penal ou de sofrer sanções civis.‖ A = Descumprir a lei B = gera o risco C = da punição prevista pelo Código Penal D = de sofrer sanções civis Considerando que as setas representam relações sintáticas entre as expressões lingüísticas, assinale a opção que corresponde à estrutura do período.

26. (ESAF) Marque a opção que preenche corretamente as lacunas. Completamente excluídos das engrenagens de desenvolvimento da sociedade, os miseráveis são reduzidos _____ uma condição subumana. Seu único horizonte passa ____ ser ____ luta feroz pela sobrevivência. No lixão do Valparaíso, ____ poucos quilômetros de Brasília, ____ gente disputando os restos com os animais. a) à, a, a, há, há b) a, à, à há, a c) a, a, a, a, há d) à, a, a, à, há e) a, à, à, há, a Texto para as questões 27 e 28

Page 8: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

8

A moral e a ética não são fatos ou institutos jurídicos. Direito é uma coisa, moral é outra. Todo ser humano informado sabe disso. O comportamento das pessoas em grupo, tornando suas ações conhecidas e avaliadas, segundo critérios éticos do mesmo grupo quanto ao caráter, às condutas ou às intenções manifestadas e assim por diante, só repercutem no direito se extrapolarem os limites deste. A manifestação ofensiva a respeito de outrem confunde os dois elementos no plano individual.

(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)

27. (ESAF) De acordo com as idéias do texto, analise os itens abaixo para, a seguir, assinalar a opção correta. I. Os dois primeiros períodos sintáticos constituem uma síntese da argumentação desenvolvida no texto. II. Infere-se do texto que o caráter, a conduta e as intenções das pessoas não devem ser avaliados quanto à moralidade pelo seu grupo ético. III. Conclui-se do texto que moral, ética e direito não revelam influências mútuas se considerados como fatos ou institutos diversos. a) Apenas I está correto. b) Apenas II está correto. c) Apenas III está correto. d) Todos os itens estão corretos. e) Nenhum item está correto. 28. (ESAF) Assinale a opção incorreta a respeito das estruturas lingüísticas do texto. a) O emprego de terceira pessoa, feminino, plural do pronome ―suas‖(l.2) refere-se a ―pessoas‖(l.2) concorda com ―ações‖(l.2). b) Altera-se o tempo verbal, mas garante-se a correção gramatical, se no lugar de ―se extrapolarem‖(l.9), for empregado quando extrapola. c) Para que o texto respeite as regras de concordância da norma culta, a forma verbal ―repercutem‖(l.9) deve ser substituída pelo singular: repercute. d) A oração subordinada reduzida de gerúndio ―tornando suas ações conhecidas e avaliadas‖(l.4 e 5) mantém seu valor adjetivo ao ser substituída pela desenvolvida adjetiva restritiva que tornam suas ações conhecidas e avaliadas. e) O pronome pessoal ―outrem‖(l.11) corresponde originalmente a qualquer outro, diferentemente de outro, que corresponde a diverso do primeiro. Texto para a questão 29 Uma das características essenciais da boa administração pública é a certeza de suas decisões. Sabendo os cidadãos como e quando procede o poder administrativo, programam seguramente o cumprimento de seus deveres. Essa qualidade é tanto mais fundamental porque se multiplicam, no mundo moderno, as relações e as obrigações entre o setor público e o setor privado. Como o Estado tem o privilégio de impor ônus ao particular, e em prazos determinados, tanto mais deve agir com obediência a normas permanentes e conhecidas.

(Josaphat Marinho, Surpresas Tributárias, com adaptações)

29. (ESAF) Julgue os itens a respeito das estruturas lingüísticas do texto para, em seguida, assinalar a opção correta. I. A forma verbal ―procede‖ está empregada com o mesmo valor semântico que o do exemplo: Esse argumento não procede. II. Para conferir maior clareza e intelegibilidade ao período, se a oração subordinada reduzida de gerúndio iniciada por ―Sabendo os cidadãos...‖ fosse deslocada para depois de sua principal, o sujeito de ambas deveria aparecer claro na oração principal, não mais na subordinada. III. O emprego da conjunção ―Como‖, de valor comparativo, no início da oração faz realçar o sujeito sintático, ―o Estado‖. IV. Pela ausência do sinal indicativo de crase, entende-se que em ―a normas permanentes‖, existe apenas a preposição a. Estão corretos apenas os itens a) I e II b) I, II e IV c) II e IV

Page 9: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

9

d) II, III e IV e) III e IV 30. (ESAF) Leia os trechos adaptados de José Luiz Rossi, A sociedade do conhecimento, para assinalar a opção correta. (A) Esse é um fenômeno que mudará o perfil da população mundial nos próximos anos. O aumento da expectativa de vida é um fenômeno que já vem ocorrendo nos últimos 300 anos, mas a redução da população jovem é um fato relativamente novo, cujas conseqüências socioeconômicas ainda não foram totalmente exploradas. (B) Estamos falando de transformações que ocorrerão em virtude das maiores mudanças demográficas ocorridas desde que o homem começou a se organizar em sociedades. Uma delas é a diminuição da população jovem em todos os países desenvolvidos, e também em países como o Brasil e a China, onde a taxa de natalidade já está abaixo da de reposição de 2,2 por cento por mulher em idade reprodutiva. (C) A outra transformação é nas características da força de trabalho. Até o início do século XX, a maior parte dos trabalhos eram manuais. Cinqüenta anos depois, a indústria foi o grande empregador. Hoje, a força de trabalho que mais cresce, e que já é maior em números absolutos, é a dos ―trabalhadores do conhecimento‖, valorizados mais pelo conhecimento especializado do que por qualquer outra característica. (D) Nos últimos meses, verificou-se que a nova economia não substituirá de todo a velha economia, mas, sim, conviverá com ela, transformando-a por meio de profunda integração entre as empresas e de disseminação quase infinita do conhecimento. Entretanto, dois outros fenômenos também influenciarão nosso meio de vida. Para que os trechos constituam um texto coeso e coerente, sua ordenação deve ser: a) A C B D b) B A D C c) B C A D d) D A B C e) D B A C 31. (ESAF) Marque a assertiva errada em relação ao seguinte texto: ―O momento é de resgatar as essências, guiar-se pelo bom senso e praticar a ética junto a consumidores, fornecedores, acionistas e comunidade. Num mundo estarrecido pelas guerras, pelo terrorismo e pelo imperialismo a qualquer preço, ganham admiração o diálogo, a transparência e a contribuição para uma sociedade melhor. Fora e dentro do meio empresarial.‖

(Carta Capital, n° 307)

a) Seria também correto escrever-se: ― O momento é de se resgatarem as essências‖. b) Em ―praticar a ética‖ seria correto empregar-se um índice de sujeito indeterminado. c) A preposição em ―a consumidores‖ poderia ser contraída ao artigo definido masculino plural. d) A forma ―num‖ como em ―num mundo‖ só deveria ser empregada em linguagem oral. e) A forma verbal ―ganham‖ poderia estar corretamente flexionada no singular. 32. (ESAF) Marque a assertiva errada em relação ao texto seguinte: O ano de 2003 é marcado pela recessão econômica no Brasil e em vários países do mundo. Aqui, o clima foi de expectativa em relação a um novo governo que assumiu o País diante de um grave quadro de desigualdade social. O Brasil assistiu, estarrecido, no outro lado do mundo, a uma invasão no Oriente Médio promovida pela dupla Bush/Blair. E o terrorismo só recrudesceu. De que forma todos esses acontecimentos podem ter influído no imaginário do executivo brasileiro?

(Carta Capital, n° 307)

a) A substituição de "é marcado" por ―marca-se‖ mantém a informação original e a correção gramatical do período. b) A vírgula depois de ―Aqui‖ pode ser dispensada sem prejuízo da correção por tratar-se de pontuação facultativa. c) ―Expectador‖ é uma palavra cognata de ―Expectativa‖, mas ao contrário dessa pode também ser grafada com ―s‖ na primeira sílaba, sem alteração de sentido.

Page 10: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

10

d) Se as vírgulas que estão isolando ―estarrecido‖ forem substituídas por travessões, o período permanece correto. e) A preposição ―a‖ em ―a uma invasão‖caracteriza a escrita formal, culta e, geralmente, é dispensada se usado um estilo menos formal. As questões 33 e 34 baseiam-se em um modelo de regulamento de uma associação fictícia. Marque o segmento gramaticalmente correto. 33. (ESAF) a) O Presidente da Associação Brasileira de Incentivo ao Esporte, no uso de suas atribuições estatutárias, em cumprimento ao disposto no art. 14 da Lei nº 9.790/99 e considerando os princípios da publicidade, da legalidade, da moralidade e da impessoalidade e da isonomia a serem observados entre os contratantes e fornecedores, e ainda como medida de economia a ser observado em suas compras e contratações, visando a obtenção de melhores preços, resolve aprovar o presente Manual de Contratações que irá nortear tais procedimentos. b) Art. 1º - A aquisição de materiais e contratações de bens e serviços de interesse da Associação, serão efetuadas de acordo com procedimento licitatório de natureza simplificada, de modo a assegurar a obtenção de melhores preços e condições e maior agilidade no seu processamento. c) Parágrafo Único - As contratações de pessoal ficam dispensadas do procedimento licitatório, devendo, porém, observarem os princípios de seleção especificados em norma própria. d) Art. 2º - As compras ou aquisições de material de interesse da Associação, serão realizadas para atender às necessidades dos setores interessados e serão precedidas da formalização de processo de pesquisa de preços, com vistas à obtenção de melhores preços e condições, aliada à qualidade e rendimento do material e que lhe parecer mais vantajosa. e) Art. 3º - A pesquisa de preço será elaborada mediante Pedido de Cotação, que será encaminhado a 03 (três) fornecedores do ramo, no mínimo, por meio de correspondência protocolada, com antecedência de 03 (três) dias, admitindo-se a apresentação de proposta nas mesmas modalidades. 34. (ESAF) a) Art. 4º - Estará dispensada da pesquisa de preços as despesas miúdas e de pronto pagamento, entendidas como tal as que envolverem compras ou serviços de pequena monta, cujo valor seja igual ou inferior a 20 (vinte) salários mínimos. b) Parágrafo Único - Estará dispensada do procedimento acima, as despesas consideradas urgentes ou atender situações emergenciais e aquelas que não houve cotação de preço em pesquisa anteriormente realizada, bem como para aquisição de materiais ou produtos de fabricação própria ou de representante exclusivo. c) Art. 5º - Recebidas as propostas de Cotação de Preços, será elaborada uma planilha onde se demonstrarão os preços ofertados, decidindo-se pela proposta mais vantajosa, devendo tais documentos serem anexados ao processo de despesa. d) Art. 6º - Quando o vencedor da licitação não retirar o pedido ou ordem de fornecimento no prazo estabelecido, é facultado à Associação deferir o objeto da licitação aos demais licitantes, observada a ordem de classificação. e) § 1º - Na contratação de bens e serviços de que se tratam neste Regulamento, fica o contratado obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem necessários, até o limite de 30% (trinta por cento) do valor inicialmente cotado. 35. (ESAF) Marque o item que preenche de forma correta as lacunas do texto seguinte: Institucionalizada ___ partir das lutas anti-absolutistas, no século 18, e da expansão dos movimentos constitucionalistas, no século 19, ___ democracia representativa foi consolidada ao longo de um processo histórico marcado pelo reconhecimento de três gerações de direitos humanos: os relativos ___ cidadania civil e política, os relativos ___ cidadania social e econômica e os relativos ___ cidadania "pós-material", que se

Page 11: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

11

caracterizam pelo direito ___ qualidade de vida, ___ um meio ambiente saudável, ___ tutela dos interesses difusos e ao reconhecimento da diferença e da subjetividade.

(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em www.ambitojurídico.com.br)

a) a, à, à, a, à, à, a, a b) a, a, à, à, à, à, a, à c) à, a, a, à, à, a, a, à d) à, a, a, à, à, à, a, à e) a, à, à, a, à, à, a, à 36. (ESAF) Assinale a opção que não representa ilustração confirmatória da tese do texto. Brasileiros e latino-americanos fazemos constantemente a experiência do caráter postiço, inautêntico, imitado da vida cultural que levamos. Essa experiência tem sido um dado formador de nossa reflexão crítica desde os tempos da Independência. Ela pode ser e foi interpretada de muitas maneiras, por românticos, naturalistas, modernistas, esquerda, direita, cosmopolitas, nacionalistas etc., o que faz supor que corresponda a um problema durável e de fundo. Antes de arriscar uma explicação a mais, digamos portanto que o mencionado mal-estar é um fato. As suas manifestações cotidianas vão do inofensivo ao horripilante.

(SCHWARZ, Roberto, Cultura e política, p. 108)

a) Papai Noel enfrentando a canícula em roupa de esquimó configura uma inadequação cultural. b) Da ótica de um tradicionalista, a guitarra elétrica no país do samba é um despropósito. c) Entre os representantes do regime de 64, era comum dizer que o povo brasileiro é despreparado e que democracia aqui não passava de uma impropriedade. d) Os brasileiros souberam associar o clima tropical a um inusitado estilo de vida, em que se conjugam pouca roupa, muita sensualidade e alegria. e) No século XIX comentava-se o abismo entre a fachada liberal do Império, calçada no parlamentarismo inglês, e o regime de trabalho efetivo, que era escravo. 37. (ESAF) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os de forma coesa e coerente e assinale a opção correspondente. ( ) Entretanto, quando, nos anos 90, se verificou a inviabilidade dessa proposta conservadora de Estado mínimo, estas reformas revelaram sua verdadeira natureza: uma condição necessária da reconstrução do Estado – para que este pudesse realizar não apenas suas tarefas clássicas de garantia da propriedade e dos contratos, mas também seu papel de garantidor dos direitos sociais. ( ) A grande tarefa política dos anos 90 é a reforma ou a reconstrução do Estado. Entre os anos 30 e os anos 60 deste século, o Estado foi um fator de desenvolvimento econômico e social. ( ) A partir dos anos 70, porém, face ao seu crescimento distorcido e ao processo de globalização, o Estado entrou em crise e se transformou na principal causa da redução das taxas de crescimento econômico, da elevação das taxas de desemprego e do aumento da taxa de inflação que, desde então, ocorreram em todo o mundo. ( ) Nesse período, e particularmente depois da Segunda Guerra Mundial, assistimos a um período de prosperidade econômica e de aumento dos padrões de vida sem precedentes na história da humanidade. ( ) A onda neoconservadora e as reformas econômicas orientadas para o mercado foram a resposta a essa crise – reformas que os neoliberais em um certo momento imaginaram que teriam como resultado o Estado mínimo.

(Luiz Carlos Bresser Pereira)

a) 5, 1, 3, 2, 4 b) 3, 2, 4, 1, 5 c) 1, 4, 2, 3, 5 d) 2, 3, 5, 4, 1 e) 4, 5, 1, 2, 3 Texto para a questão 38

Não é preciso ser adepto da tradição inte- lectual para reconhecer os inconvenientes da praxe de preterição do influxo interno, a que falta a convicção não só das teorias, mas

05 também das suas implicações menos próxi- mas, de sua relação com o movimento social

Page 12: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

12

conjunto, e da relevância do próprio trabalho e dos assuntos estudados. Percepções e teses notáveis a respeito da cultura do país

10 são decapitadas periodicamente, e proble- mas a muito custo identificados e assumidos ficam sem o desdobramento que lhes poderia corresponder. O prejuízo acarretado pode se comprovar pela via contrária, lembrando a

15 estatura isolada de uns poucos escritores como Machado de Assis, Mário de Andrade e hoje, Antônio Cândido, cuja qualidade se

prende a este ponto. (SCHWARZ, Roberto, Cultura e política, p.110)

38. (ESAF) Em relação às estruturas do texto, assinale a opção incorreta. a) A substituição de ―a que‖(l.3) por à qual não acarreta prejuízo à correção gramatical do período. b) O emprego de ―mas também‖(l.4 e 5) é exigência decorrente do emprego de ―não só‖(l.4). c) A estrutura sintática do período em que ocorrem estabelece as seguintes relações de dependência entre os termos: - falta a convicção: • das teorias,(l.4) • das suas implicações menos próximas(l.5 e 6) • de sua relação com o movimento social conjunto(l.6 e 7) • da relevância(l.7) • do próprio trabalho e(l.7 e 8) • dos assuntos estudados(l.8). d) Em ―a muito custo‖(l.11) o ―a‖ funciona como uma preposição. e) O emprego do pronome ―lhes‖, em ―lhes poderia‖(l.12), está empregado de forma proclítica em virtude da presença do ―que‖(l.12). 39. (ESAF) Considere as frases a seguir. I. Eles estavam preocupados com o problema que causaram. II. Eles apresentaram suas explicações. III. As explicações não eram convincentes. Reunidas em um só período, elas estarão em correta relação lógica e sintática na frase: a) Apresentaram suas explicações porque estavam preocupados com o problema causado por eles, pois não eram convincentes. b) As explicações não eram convincentes, mas eles as apresentaram, contudo estavam preocupados com o problema que haviam causado. c) Preocupados com o problema que haviam causado, eles apresentaram suas explicações, ainda que não convincentes. d) Quando apresentaram suas explicações, elas não eram convincentes, portanto estavam preocupados com os problemas que causaram. e) Quanto mais eles apresentavam suas explicações, mais elas não eram convincentes, à medida que eles estavam preocupados com o problema que causaram. 40. (ESAF) Marque a opção que preenche corretamente as lacunas. Completamente excluídos das engrenagens de desenvolvimento da sociedade, os miseráveis são reduzidos _____ uma condição subumana. Seu único horizonte passa ____ ser ____ luta feroz pela sobrevivência. No lixão do Valparaíso, ____ poucos quilômetros de Brasília, ____ gente disputando os restos com os animais. a) à, a, a, há, há b) a, à, à há, a c) a, a, a, a, há d) à, a, a, à, há e) a, à, à, há, a 41. (CESGRANRIO) ―Os projetos que ........ estão em ordem; ......... ainda hoje, conforme .........‖ Completa, de acordo com a gramática normativa, os espaços em branco a alternativa:

Page 13: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

13

a) enviaram-me — devolvê-los-ei — lhes prometi b) enviaram-me — os devolverei — lhes prometi c) enviaram-me — os devolverei — prometi-lhes d) me enviaram — os devolverei — prometi-lhes e) me enviaram — devolvê-los-ei — lhes prometi 42. (ESAF) Assinale a opção em que o trecho do texto foi transcrito com erro de sintaxe. a) Não se trata de especular se teoricamente a ciência e a técnica capacitam o homem para solucionar este ou aquele problema criado por nossa civilização. b) Trata-se apenas de reconhecer que o que chamamos de criação de valor econômico tem como contrapartida processos irreversíveis no mundo físico, cujas conseqüências tratamos de ignorar. c) Convém não perder de vista que na civilização industrial o futuro está em grande parte condicionado por decisões que já foram tomadas no passado ou que estão sendo tomadas no presente em função de um curto horizonte temporal. d) À medida que avança a acumulação de capital, maior é a interdependência entre o futuro e o passado. e) Conseqüentemente, aumentam a inércia do sistema, e as correções de rumo tornam-se mais lentas ou exige maior esforço.

(Adaptado de FURTADO, Celso. O Mito do Desenvolvimento Econômico, p.12)

Texto para as questões 43 e 44

(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)

43. (ESAF) A argumentação do texto não permite inferir que a) A melhora de resultados é critério para uma instituição pública se tornar referência nacional. b) A capacidade de funcionar de forma eficiente, constante e bem controlada pode resultar em serviços de qualidade. c) A qualidade de primeiro mundo em gestão pública tem como critérios a visibilidade e a importância estratégica da instituição. d) A qualidade de serviços do primeiro mundo constitui parâmetro para avaliação da qualidade de serviços públicos federais no Brasil. e) A premiação considerou como qualidade a implantação e a manutenção de práticas de rotina que melhoram os resultados da gestão. 44. (ESAF) Assinale a opção incorreta a respeito das estruturas lingüísticas do texto. a) A retirada do advérbio ―apenas‖(L.1) preserva a correção gramatical do texto, mas altera as relações significativas entre os argumentos. b) A supressão do advérbio ―também‖(L.5) preserva a correção gramatical, mas retira do texto a idéia pressuposta de que o serviço público oferece serviços que não são de qualidade.

O setor público não é feito apenas de filas, atrasos, burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado pelo Ministério do Planejamento, mostra que o servi-

05 ço público federal também é capaz de oferecer servi- cos com qualidade de primeiro mundo. De 74 institui- ções públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de

10 forma crescente seus resultados, tornando-os refe- rências nacionais. O perfil dos premiados mostra que o que está em questão não é tamanho, visibilidade ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade de fazer com que as engrenagens da máquina fun-

15 cionem de forma eficiente, constante e muito bem controlada.

Page 14: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

14

c) A substituição da forma não flexionada de ―ter‖ (L.7) pelo infinitivo flexionado correspondente, terem, respeita as regras gramaticais e preserva a coerência textual. d) A retirada do pronome do termo ―tornando-os‖(L.10) preserva a correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o objeto de ―referências nacionais‖(L.10 e 11). e) Na linha 11, a substituição do primeiro ―que‖ pelo sinal de dois pontos preserva a correção gramatical e a coerência argumentativa do texto, com a vantagem de evitar uma repetição de palavra. Texto para as questões 45 e 46

Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formula- dores do catolicismo, uniu a teologia à filosofia. Sua contribuição para o estudo das taxas de juros, ainda que involuntária, foi tremenda. Em suas Confissões, o

05 bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, conta que, ainda adolescente, clamou a Deus que lhe conce- desse a castidade e a continência e fez uma ressalva – ansiava por essa graça, mas não de imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscência natural

10 da puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a urgência do ser humano em viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqüên- cias do desfrute presente – sejam elas de ordem

15 financeira ou de saúde. É justamente essa urgência que explica a predisposição das pessoas, empresas e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o mais rápido possível seu objeto de desejo.

(Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia e Negócios, Revista Veja, 30/03/2005, p.90)

45. (ESAF) Assinale a opção correta com base no que se depreende do texto. a) Na adolescência, o bispo de Hipona foi concupiscente. b) O clamor de Santo Agostinho a Deus incluía o adiamento dos prazeres libidinosos. c) A predisposição para o pagamento de altas taxas de juros é causa da urgência de se querer viver intensamente o momento presente. d) A atitude tomada pelo filósofo católico, na adolescência, diferenciava-o dos demais homens e prenunciava a santificação futura. e) O teólogo e filósofo do catolicismo contribuiu significativamente para a formulação do conceito das taxas de juros, ainda que fosse contrário à matéria. 46. (ESAF) Julgue as afirmações a respeito do texto como verdadeiras (V) ou falsas (F), para marcar, a seguir, a opção correta. ( ) Em virtude do paralelismo sintático, o acento grave, em ―à filosofia‖ (�.2), poderia ser eliminado. ( ) Estaria garantida a correção gramatical do texto se o pronome possessivo que inicia um período, na linha 2, fosse substituído, nessa mesma posição, pelo pronome "cujo", flexionado no feminino (cuja), e o ponto fosse substituído por uma vírgula. ( ) Haveria alteração do sentido original do texto se a expressão ―ainda adolescente‖ (L.6) fosse deslocada para a posição imediatamente posterior à forma verbal ―conta‖ (L.5). ( ) Dada a relação de sentido que se estabelece no período, a conjunção ―e‖ (L.7) poderia ser substituída, mantendo-se a coerência textual, pela conjunção ‖mas‖ precedida de vírgula. ( ) O complemento verbal ―seu objeto de desejo‖ (L.18) poderia vir precedido da preposição ―de‖, atendendo-se à regência do verbo ―usufruir‖. A seqüência correta obtida é: a) V, F, F, V, V b) F, V, V, V, F c) V, V, F, F, V d) V, F, V, F, F e) F, F, V, V, V

Page 15: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

15

O texto abaixo serve de base para as questões 05 e 06. Os teóricos, ao dizerem que os indivíduos são cronicamente insatisfeitos porque são consumistas, não estão constatando um fato, mas emitindo um julgamento moral, isto é, a satisfação psicológica obtida com a compra de objetos é interpretada como insatisfação, porque seria um tipo de realização emocional espúrio. Em outras palavras, supõe-se que existe uma forma mais nobre de satisfação emocional que se perderia no contato com o mundo dos artefatos, ou então, como nos autores de orientação marxista, que a insatisfação é inevitável quando o sujeito é expropriado do que ele próprio produz e coagido a comprar os objetos produzidos pelos proprietários do capital. Em suma, pode existir satisfação com os objetos de uso, mas, não, com os de troca, ou seja, com a mercadoria.

(Texto adaptado de Jurandir Freire Costa. "O vestígio e a aura: corpo e consumismo na moral do espetáculo", p.203)

47. (ESAF) Assinale a afirmativa que está de acordo com o que argumenta o autor do texto. a) Na análise do ser humano e de sua conduta pessoal e social, deve haver mais rigor, para que não prevaleçam as crenças e os fatos sejam examinados com objetividade. b) Aqueles que criticam as leis de mercado, como os marxistas, por exemplo, elaboram análises equivocadas a respeito dos estados psicológicos do ser humano. c) É verdadeiro o pressuposto de que é espúria a satisfação emocional resultante da compra de objetos, mas a relação de causa e efeito entre esses dois fatos é falsa. d) A mercadoria, vilã da satisfação plena do indivíduo, é referida por grande parte dos teóricos como a forma mais nobre de satisfação emocional. e) Os teóricos não estariam emitindo julgamento de valor se, ao contrário do que afirmam sobre a insatisfação crônica dos indivíduos, declarassem que, apesar de insatisfeitos, os indivíduos continuam consumistas. 48. (ESAF) Assinale o trecho que dá continuidade ao texto de forma coerente e que atende à prescrição gramatical. a) Não é no entanto, espúria, como julgam os teóricos, a satisfação por meio do consumo de artefatos. Trata-se a questão de afastar da análise as interferências ideológicas, com vistas à retratar com exatidão a realidade psicológica sob escopo. b) Não há como negar que a sociedade de mercado exige que uma análise dessa natureza se baseie em outro paradigma da psicologia, conquanto a satisfação dos indivíduos esteja diretamente relacionada às determinações da sociedade dentro da qual ele se insere. c) Como é visível, a hipótese da insatisfação vem a reboque da crítica ao universo da mercadoria. A intrusão de objetos de troca na esfera mental seria a responsável pelo bloqueio ou distorção do movimento natural das emoções. Não se pode, contudo, fundamentar críticas a visões do mundo com base em afirmações psicológicas inexatas. d) Ainda que a insatisfação seja inerente ao ser humano, há que se verificar porque terá ele buscado refúgio nas mercadorias para experimentar estados de plena satisfação. Enquanto que uns, preconceituosos, abominam o mercado, e nenhum deles rejeitam os prazeres e facilidades obtidos com os artefatos modernos, outros vivem insatisfeitos e excluídos do mercado. e) Conforme se observa, a moral é capaz de obscurecer a análise dos fatos e manter a sociedade sob o manto das crenças, estas, sim, possibilidade de satisfação inquestionável, onde o indivíduo dispondo do sonho, pode criar realidades utópicas e buscar alcançá-las. 49. (ESAF) Assinale o trecho do texto abaixo que se apresenta gramaticalmente correto. a) A sociedade sem exploração é, antes de tudo, uma sociedade do trabalho, uma sociedade que todos tenham garantidos o direito ao trabalho, vivam do seu trabalho. Isto significa que, de alguma forma, todos se tornem trabalhadores e ninguém viva da exploração do trabalho alheio. b) Uma sociedade desse tipo elimina a exploração, fazendo com que ninguém possa viver do trabalho dos outros. Significa que ninguém dispõem do privilégio de possuir capital, negado a grande maioria. c) Assim, as máquinas, instalações, matérias-primas – isto é, os meios de produção – não poderia ser propriedade privada mas, propriedade democrática do conjunto da sociedade.

Page 16: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

16

d) Uma sociedade desse tipo choca-se frontalmente com o capitalismo, que se apóia estruturalmente na propriedade privada dos meios de produção, o que significa a separação entre capital e trabalho. e) Esta separação implica que a minoria tenha acesso a capital – sob qualquer forma de dinheiro ou de empresas, industriais, agrárias, comerciais ou de outro tipo –, e a grande maioria, dispondo apenas de seus braços para sobreviver, sejam obrigados a submeter-se à exploração do capital.

(Adaptado de Emir Sader. A Exploração. In: 7 pecados do capital. Rio de Janeiro, Record, 1999)

50. (ESAF) Assinale a opção em que foram plenamente respeitadas as prescrições gramaticais. a) Em certo sentido, a cultura capitalista reduziu na prática, os princípios do liberalismo, do utilitarismo, ou do pragmatismo político-filosófico, a defesa da ganância de uns poucos, em prejuízo à justiça humanitária, defendida pelos ideais republicanos e democráticos. Nada disso porém, autoriza à depreciação mental do sujeito comprista dos séculos XIX e XX. b) Do ponto de vista marxista, pode-se falar, se for o caso, de uma amoralidade na produção e da venda dos objetos, mas não no ato da compra. O próprio produtor/vendedor, ao se tornar comprador muda de posição intencional em relação à mercadoria. Ao produzir/vender, quer apenas lucrar; ao comprar, pode querer atingir objetivos outros, que não o lucro. c) A imagem do burguês, indiferente ao bem comum e obcecado pelo consumo de objetos, é uma idéia feita, que não sobrevive ao testemunho da história. Nem o hábito de comprar mercadorias, nem a ambição da felicidade interior revelou-se contrário à experiência de realização emocional e a de propósitos éticos. d) Em algumas análises, o que se critica é a utilização dos objetos para os propósitos de auto-realização emocional. Os objetos, em virtude da sedução do consumo, usurpam a função dos bens simbólicos ou se prestam apenas à celebração do narcisismo. Todavia verifica-se que essa não foi a prática histórica dos compradores. Os objetos foram usados para fins de desenvolvimento emocional e também para se atingirem outros objetivos. e) Os compradores setecentistas adquiriram avidamente livros, telas de pintar, entre outros. Esses objetos foram usados de forma, digamos, egoísta, mas serviram, igualmente, à expressão de pretensões éticas e estéticas válidas para todos. Falamos, hoje, em paroxismo consumista, considerando-o causa de desorientação pessoal e violência social. Entretanto, se for verdade que tal exarcerbação existe, sugiro, que sua origem não esteja na natureza alienante das mercadorias, mas na redefinição de nossos ideais de felicidade.

(Itens adaptados de Jurandir Freire Costa)

51. (ESAF) Assinale a opção em que a transformação das orações em um único período sintático mantém a correção gramatical e respeita seus sentidos originais. a) Na nossa rotina diária, cada vez mais a informação digitalizada é predominante. Ela se apresenta durante o lazer ou durante o trabalho. / Na nossa rotina diária, a informação digitalizada, se apresenta durante o lazer ou o trabalho, é cada vez mais predominante. b) Vivemos a era da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC). O setor de TIC avança rapidamente todos os dias. / Vivemos a era da Tecnologia da Informação (TIC), cujo setor avança rapidamente todos os dias. c) Ficamos horas frente à tela do computador. Ora digitamos textos, ora pesquisamos informações nos milhares de sítios cada vez mais especializados e completos. / Diante dos milhares de sítios cada vez mais especializados e completos, ficamos horas em frente da tela do computador ora digitando textos, ora pesquisando informações. d) São prontamente obtidas informações on line das mais importantes revistas científicas especializadas. Também o são informações dos principais jornais e revistas. / Obtém-se informações on line das mais importantes revistas científicas especializadas, além de prontamente dos principais jornais e revistas.

Page 17: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

17

e) Começa a fazer parte da nossa vida o chamado comércio eletrônico. Ele nos permite adquirir os mais variados produtos com o mínimo esforço. / O chamado comércio eletrônico começa a fazer parte da nossa vida, do qual nos permite adquirir os mais variados produtos com o mínimo esforço.

(Trechos adaptados de Wanderley de Souza. Tecnologia da Informação e Comunicação. Jornal do Brasil, 2 de abril,

2005)

52. (ESAF) Leia o texto seguinte e marque o item correto:

O restante do planeta, sobretudo os europeus, deverá entender que o governo do presidente reeleito dos EUA, George W. Bush, continuará a privilegiar a segurança nacional do país e a utilizar as ferramentas que considera necessárias para garanti-la.

A explicação é de Jonh Hulsman, diretor de pesquisas da Fundação Heritage (situada em Washington), um dos mais influentes centros de pesquisas conservadores dos EUA, e especialistas em relações transatlânticas e em política externa americana.

(Folha de São Paulo, 5/11/2004)

a) Em "sobretudo os europeus" está implícito um substantivo no plural: "países" ou "povos" ou "estados" etc. b) A oração substantiva que complementa o verbo "entender" poderia ser também iniciada pela preposição "de", sem prejuízo da correção do texto. c) O pronome em "garanti-la" poderia estar no plural, concordando com "as ferramentas", sem prejuízo do sentido. d) A forma verbal "deverá" poderia ter sido corretamente usada no plural. e) Com base nos dicionários de Língua Portuguesa, percebemos que a palavra "transatlânticas" neste contexto nos situa no campo semântico de navios de grande porte que cruzam oceanos. 53. (ESAF) Marque a assertiva correta em relação ao texto seguinte:

Hoje, as palavras-chave no mundo dos negócios são sensatez e relacionamento. A intensificação da crise econômica fortaleceu a imagem de empresas amadurecidas que souberam

05 segurar o leme na tempestade de 2002 e agora retomam o prumo na calmaria de um ano marcado pela recessão.

(Carta Capital, n° 307)

a) A regra de formação de plural de ―palavras-chave‖(L.1) aplica-se também a matéria-prima. b) A forma verbal da primeira oração poderia vir flexionada no singular, concordando com ―sensatez‖(L.2). c) Se a expressão ―da crise econômica‖(L.3) for flexionada no plural, a forma verbal ―fortaleceu‖ também deverá obrigatoriamente ser flexionada na terceira pessoa do plural. d) O emprego de vírgula após "amadurecidas"(L.4), isolando a oração relativa manteria inalterados o sentido e a estrutura sintática do período. e) As expressões "leme na tempestade"(L. 5) e ―prumo na calmaria"(L.6) estão sendo usadas em sentido conotativo. 54. (ESAF) Marque a assertiva errada em relação ao seguinte texto: O momento é de resgatar as essências, guiar-se pelo bom senso e praticar a ética junto a consumidores, fornecedores, acionistas e comunidade. Num mundo estarrecido pelas guerras, pelo terrorismo e pelo imperialismo a qualquer preço, ganham admiração o diálogo, a transparência e a contribuição para uma sociedade melhor. Fora e dentro do meio empresarial.

(Carta Capital, n° 307)

a) Seria também correto escrever-se: ― O momento é de se resgatarem as essências‖. b) Em ―praticar a ética‖ seria correto empregar-se um índice de sujeito indeterminado. c) A preposição em ―a consumidores‖ poderia ser contraída ao artigo definido masculino plural. d) A forma ―num‖ como em ―num mundo‖ só deveria ser empregada em linguagem oral. e) A forma verbal ―ganham‖ poderia estar corretamente flexionada no singular. 55. (ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia. Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participação e a organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política. Quanto maior(2) o individualismo,

Page 18: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

18

mais frágeis são os governos. As regras formais constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em co-responsabilidade, com coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país democrático, justo, desenvolvido e pacífico.

(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 56. (ESAF) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. A validade do seguro como instrumento de proteção é inquestionável. ___1___ não existisse o seguro, certamente muitos projetos não teriam seqüência, planos e sonhos não seriam retomados, ___2___muitas pessoas teriam de passar por momentos difíceis, experimentando sérias privações. O seguro é, sem dúvida, um agente do bem, que traz tranqüilidade ___3___possam se utilizar, considerando seu absoluto sentido reparador. ___4___validade do seguro, considerável parte da sociedade brasileira dele desconfia, e muitos dos que dele se utilizam entendem tratar-se de um produto que pode trazer lucro para o segurado – uma posição certamente equivocada, ___5___os cálculos atuariais que contemplam as operações de seguro são elaborados para repor perdas e não para gerar lucros para os tomadores do seguro.

(Mauro César Batista, Gazeta Mercantil, 22/6/2005)

1 2 3 4 5

a) Caso e aqueles que Apesar da pois

b) Porventura mas os que dele Embora a uma vez que

c) Se acaso além do mais para os que Obstante a de modo que

d) Se além do que aos que dele Não obstante a já que

e) Caso portanto a quem Mesmo diante da de maneira que

Texto para as questões 57 - 59 Vinte e quatro séculos atrás, Sócrates, Platão e Aristóteles lançaram as bases do estudo científico da sociedade e da política. Muito se aprendeu depois disso, mas os princípios que eles formularam conservam toda a sua força de exigências incontornáveis. O mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o discurso do cientista que o analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os termos que os designam respectivamente, mas estas palavras tanto se desgastaram pelo uso que, para torná-las novamente úteis, é preciso explicar o seu sentido em termos atualizados. Foi o que fez Edmund Husserl com a distinção entre discurso ―pré-analítico‖ e o discurso tornado consciente pela análise de seus significados embutidos. Por exemplo, na linguagem corrente, podemos opor o comunismo ao anticomunismo como duas ideologias. No entanto, comunismo é uma ideologia, mas o anticomunismo não é uma ideologia, é a simples rejeição de uma ideologia. É analisando e decompondo compactados verbais como esse e comparando-os com os dados disponíveis que o estudioso pode chegar a compreender a situação em termos bem diferentes daqueles do agente político. Mas também é certo que os próprios conceitos científicos daí obtidos podem incorporar-se depois no discurso político, tornando-se expressões da doxa. É isso, precisamente, o que se denomina uma ideologia: um discurso de ação política composto de conceitos científicos esvaziados de seu conteúdo analítico e imantados de carga simbólica. Então, é preciso novas e novas análises para neutralizar a mutação da ciência em ideologia.

(Olavo de Carvalho, com cortes)

57. (ESAF) Indique o item que está de acordo com as idéias desenvolvidas no texto. a) É no conhecimento produzido pelos filósofos da Grécia Antiga que se encontram as mais consistentes análises científicas a respeito de política e sociedade. b) Boa parte da produção científica do mundo contemporâneo distancia-se dos axiomas formulados por Sócrates, Platão e Aristóteles, devido à incompatibilidade entre princípios filosóficos e rigor formal da ciência.

Page 19: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

19

c) Os discursos dos agentes políticos devem ser rechaçados porque se fundamentam na ‗doxa‘, não contemplando, portanto, os conceitos científicos vigentes. d) O discurso ‗pré-analítico‘ prescinde de análise da realidade concreta e caracteriza-se por abordar os significados implícitos dos enunciados produzidos na instância pública. e) O esvaziamento de significado a que os conceitos científicos estão sujeitos pelo seu uso em instâncias sociais não exclusivamente científicas gera a necessidade de renovação de terminologia na ciência. 58. (ESAF) Assinale o item que expressa uma idéia depreendida dos sentidos explícitos e implícitos que compõem a rede temática do texto. a) Apesar de os princípios filosóficos carregarem em si uma regulação e se basearem exclusivamente na 'doxa', eles sobrevivem às contingências históricas, como bem o demonstra a atualidade dos princípios formulados na Grécia Antiga. b) Por meio do conhecimento científico, as sociedades buscam interpretações da realidade que não se orientem na ideologia, cabendo, portanto, à ‗episteme‘ a análise crítica dos discursos que circulam na sociedade. c) A formação da corrente de pensamento anticomunista exemplifica a supremacia do discurso epistemológico e representa a reação da sociedade a análises subjetivas dos fatos históricos. d) A ciência tende a tornar-se cada vez mais dogmática e menos neutra, intensificando, portanto, seus procedimentos persecutórios perante os discursos dos agentes políticos que banalizam conceitos científicos. e) Os filósofos gregos previram a mutação da ciência em ideologia, ao analisarem a força simbólica que esta assume nos discursos hegemônicos dos agentes políticos. 59. (ESAF) Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta. ( ) Mantém-se a correção gramatical substituindo-se a expressão ‗Vinte e quatro séculos atrás‘ por ‗Há vinte e quatro séculos‘ ou por ‗Fazem vinte e quatro séculos‘. ( ) A oração ‗Muito se aprendeu depois disso‘ poderia ser substituída por ‗Aprenderam-se muitas coisas depois‘, preservando-se o sentido e a correção gramatical do texto. ( ) Compromete-se a clareza do texto e há prejuízo para a correção gramatical do período se o pronome da expressão ‗estas palavras‘ for substituído por ‗essas‘. ( ) A oração ‗que é preciso explicar o seu sentido em termos atualizados‘ expressa conseqüência, sendo correto, portanto, substituir ‗que‘ pelo conector ‗porquanto‘. ( ) No segundo parágrafo, predomina a articulação semântica e sintática de oposição na produção de sentido dos enunciados. a) F, V, F, F, V b) F, F, F, F, V c) V, V, V, F, F d) F, F, V, V, V e) V, F, F, V, V 60. (ESAF) Assinale o item que está de acordo com a norma culta da língua escrita. a) Ficou claro, em uma pesquisa da AT Kearney, divulgada há uma semana, a preocupação dos investidores em relação a maior economia do mundo, a qual antes se limitava aos mercados emergentes. Segundo a pesquisa, as contas externas do Brasil registram déficit em transações correntes de US$ 3 bilhões, que pode ser bancado pela entrada de US$ 15 bilhões de investimentos estrangeiros diretos. b) Para os membros da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), a qual os acordos internacionais são submetidos, cabe ao Brasil novas solicitações de empréstimos ao Fundo Monetário

Page 20: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

20

Brasileiro se este retirar do superávit primário os investimentos das empresas públicas e der prioridade ao crescimento da economia. c) Um dos senadores integrantes da CAE manifestou-se contra qualquer acordo com o FMI e a favor de uma auditoria na dívida externa brasileira, haja vista os pagamentos já feitos corresponderem a valor superior ao que o Brasil devia aos credores. d) Resta ainda, segundo alguns senadores, os necessários recuos do FMI em sua posição de impedir investimentos de instituições como BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Para eles, deve existir mudanças nessas regras. Caso contrário, consideram inadequado, sob qualquer pretexto, a renovação do acordo. e) O Fundo Monetário Internacional deixou de disciplinar a paridade das moedas, cuja a função foi criada há 59 anos para contentar-se com o craxá de auditor de confiança dos bancos credores nas contas e nos planos dos governos devedores, sem entrar no mérito do formato, do conteúdo e da seqüela dessa assistência.

(Adaptado de O Globo, 21/9/2003)

OBSERVAÇÃO: Escreva C (Certo) e E (Errado) para os itens das questões n° 61 a 76. TEXTO

Nas sociedades contemporâneas, ocorre um processo de retirar da própria regra sua nitidez, sua precisão. De um lado, os agentes se reportam a ela como se suas próprias ações sempre tivessem um lado excepcional, como se aquilo que fizeram não viesse a ser bem o caso da regra. Mas, de outro, e isso é mais importante, as regras e as instituições de vigilância oscilam em relação aos casos a que se aplicam, como se seus sentidos fossem sempre relaxados, passíveis de interpretações desviantes. A impunidade que daí deriva não está ligada, pois, a diferenças sociais que impliquem que nem todos sejam iguais perante a lei, mas tão-só a que todos se submetem a ela como se vestissem roupas muito maiores que as devidas. A sociedade moderna é democraticamente relaxada.

Por isso não me satisfaz designá-la como sociedade do espetáculo. A tragédia clássica não seguia regras muito bem definidas? As imprecisões por que passam as regras que norteiam nossas condutas não estão atravessadas pela oposição entre essência e aparência, não formamos uma sociedade de sofistas, mas nos comportamos como se todos estivéssemos acometidos de astigmatismo, de tal modo que entre o real e a gramática que nos permite falar dele sempre se exerce um método de projeção em constante hipertrofia. É como se medíssemos uma distância com metros de borracha, por meio de categorias topológicas, porquanto se relaxaram as regras de vigilância. Nessas condições, em que o espaço público está poluído por vagas interpretações e por jurisprudências coniventes, vem a ser natural que os agentes se voltem para as esferas da vida íntima, onde eles próprios agem e vigiam suas próprias ações, recusando a mediação de terceiros.

No entanto, nessa barbárie da indefinição, contra a qual o legalismo e o totalitarismo pretendem aparecer como os remédios mais eficazes, convém observar a riqueza de novos horizontes possíveis. Não é nesses caldos que também se desenvolvem os germes da liberdade? Mas, para isso, seria preciso que se armasse uma esfera da reflexão vigilante, capaz de espelhar todo esse processo segundo uma gramática de compensações ponderadas.

José Arthur Giannotti. Folha de S. Paulo, “Mais!”, 3/3/2002, p. 9 (com adaptações).

61.(CESPE/UNB) Em relação às inferências permitidas pelas idéias do texto acima, julgue os itens a seguir. 1. Geralmente, as ações dos agentes sociais contemporâneos tendem a ser justificadas com um caráter de exceção às regras. 2. A impunidade que deriva da imprecisão das regras abrange de forma diferente os diversos transgressores, sempre de acordo com o segmento social ao qual pertencem. 3. A forma de vida moderna tem sido chamada de sociedade do espetáculo, porque obedece às regras estabelecidas pelos autores das tragédias clássicas, como Sófocles, Ésquilo e Eurípedes. 4. O tecido das relações e instituições públicas está prejudicado, uma vez que eivado de regras legais construídas a partir de compromissos e interesses escusos, bem como de possibilidades de interpretações nebulosas e equivocadas. 5. O que faz os agentes sentirem-se no direito de decidir individualmente, sem intermediários institucionais ou outros agentes que detêm a prerrogativa da decisão, é uma instância de reflexão contínua que espelha o processo social. 62. (CESPE/UNB) No que se refere às estruturas do texto acima, julgue os itens abaixo.

Page 21: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

21

1. Ao se substituir o termo ―a que‖ por aos quais, as relações sintáticas e semânticas do texto não se alteram. 2. Em ―a diferenças sociais‖, ―a que todos‖ e ―a ela‖, as três ocorrências da reposição ―a‖ devem-se à regência da palavra ―ligada‖. 3. No segundo parágrafo, o emprego da primeira pessoa do singular e da primeira pessoa do plural torna o enunciado ambíguo e prejudica a coerência necessária ao texto argumentativo. 4. Nas linhas, a palavra ―gramática‖, em ambas as ocorrências, está sendo utilizada em sentido conotativo, privilegiando a noção de sistema analítico aplicado à realidade e não à língua. 5. O emprego da expressão ―pretendem aparecer‖ é um recurso que atenua a possível afirmativa categórica da qual o enunciador não é partidário: legalismo e totalitarismo são os remédios eficazes para a barbárie. TEXTO

Não seria possível que um sistema político democrático, capaz de distinguir amigos de inimigos, mas igualmente de visualizar uma solução comum para a qual todos participem segundo suas peculiaridades, viesse cumprir tal missão? O que seria de esperar desse sistema político na dimensão humana? Seria moldado para comportar tanto nossa transcendência como para lidar com nossas finitudes, delimitando o lugar de nossas liberdades e aquele da violência legítima. Ele seria o reconhecimento de que cada partido, na sua luta contra o outro para a tomada do poder, tem o que dizer e fazer para o todo, o que implica alternância nesse poder. Ele seria uma esfera de tornar público o que já se estaria tornando público antes e depois da estruturação do Estado.

Idem, ibidem.

63.(CESPE/UNB) Julgue os itens subseqüentes quanto à possibilidade de serem utilizados para a continuação do texto acima com coesão e coerência. 1. No entanto, em vez do desenvolvimento desse vetor já inscrito nas sociedades contemporâneas, assistimos ao fortalecimento do seu inverso, do contra-senso que uma nova racionalidade política poderia instalar. 2. Porquanto, contra os sistemas políticos democráticos opõe-se esse totalitarismo particular, que abandona a pretensão de se identificar com o Estado e, aprofundando-se em sua particularidade étnica e religiosa, arvora-se em representante da humanidade como um todo. 3. Graças a tais processos de globalização, que de um lado concentram riqueza e de outro, miséria, esses movimentos que se infiltravam nos poros das sociedades modernas, encontram um terreno fértil para se assumirem como representantes da antiviolência contra a violência sofrida pelas maiorias esfaceladas. 4. Mas o pior é que essa negação da política, quando o Estado fica sob o ataque de um inimigo sem rosto, tende a suprimir o próprio Estado como instituição política, fazendo que aja como se fosse igualmente violento, aceitando a batalha no campo do inimigo e igualando-se a ele nos meios e nos fins. 5. Ao contrário do desejável, desponta no horizonte um período de guerras morais, muito mais sangrentas que as guerras de religião que ajudaram a produzir o Estado contratualista moderno, muito mais destrutivas, na medida em que têm entre suas fileiras os moralistas da razão determinante e, a seu alcance, as ciências instaladas e prontas para se transformarem em uma tecnologia da morte. TEXTO

O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruição de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento do amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e sempre renovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro, qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, por escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dos títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa. Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está, como se disse, ―apaixonado por sua própria vergonha‖.

A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia de que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas as influências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomas crescentes de dissolução social.

Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil,

Page 22: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

22

v. I. Nova Aguilar, 2000, p. 148-51 (com adaptações).

64. (CESPE/UNB) Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem. 1. Caso o primeiro período do texto fosse redigido na ordem direta, a forma verbal ―sabemos‖ exigiria a colocação enclítica do pronome ―o‖. 2. As três ocorrências do verbo ser, destacadas no texto, na forma da terceira pessoa do singular estruturam um paralelismo sintático referente a ―escravidão‖ 3. O texto exemplifica que as estruturas sintáticas construídas a partir de enumeração exigem sinais de ponto-e-vírgula quando no interior de alguns itens existem vírgulas. 4. O emprego das formas verbais da primeira pessoa do plural ―sabemos‖, ―Observamos‖, ―fizermos‖ e ―tivermos‖ é uma estratégia argumentativa que busca promover a inclusão e a possível adesão do leitor como participante das opiniões e ações propostas. 5. O emprego de crase em ―desde a mais alta até à mais baixa‖ é obrigatório, segundo os princípios da norma culta. 65. (CESPE/UNB) Julgue os itens abaixo, referentes às estruturas do texto acima. 1. Em ―procura elevar-se‖ , estaria correta a colocação pronominal procura se elevar. 2. A substituição do trecho ―A minha firme convicção é que‖ por A minha firme convicção é a de que estaria em desacordo com as exigências de formalidade da norma culta escrita. 3. As estruturas condicionais ―se não fizermos‖ e ―se não tivermos‖ podem ser substituídas, respectivamente, por caso não façamos e caso não tenhamos, sem prejuízo para a correção gramatical do texto. 4. O pronome ―lhe‖ é um recurso de coesão e refere-se à expressão antecedente ―causa‖ . 5. A substituição da expressão ―por sintomas crescentes de dissolução social‖ pela construção por sintomas de dissolução social crescente mantém as relações semânticas e sintáticas idênticas às do texto original. 66. (CESPE/UNB) Julgue os fragmentos de texto dos itens abaixo quanto ao emprego dos sinais de pontuação e às relações sintáticas estabelecidas. 1. Os fazendeiros eram uma força dominante, os valores tradicionais profundamente arraigados, íntimas as vinculações entre cidade e campo. Por isso, não iria o abolicionismo exprimir o que não existia ainda. 2. Exprimiu, isto sim, as profundas transformações econômico-sociais, ocorridas externa e internamente potencializando-lhes politicamente. Abolida a escravidão, o decorrer do tempo revelaria quão fundas marcas imprimira à onipresença do negro em todas as atividades. 3. Essas ma rcas acabariam por reagir sobre o conceito de trabalho, revestindo-o de uma conotação pejorativa. Daí a valorização do ócio, o desprezo pelas ocupações manuais, sempre associadas a figura do cativo. 4. Tais atitudes, generalizadas como foram, com o correr do tempo se integrariam à psicologia coletiva como um traço profundo e inarredável do caráter brasileiro. A este, somar-se-iam os efeitos decorrentes do baixo nível cultural em cujo deliberadamente foi mantido o escravo, esterilizando-lhes a capacidade produtiva. 5. Toda essa herança geraria uma relevante defasagem histórica na sociedade brasileira, com repercussões vistas e sentidas mesmo nos dias atuais. 67. (CESPE/UNB) Os fragmentos abaixo constituem trechos de um texto, mas estão ordenados aleatoriamente. I Não se pode imputar, entretanto, aos abolicionistas a acusação de que estivessem ―mais interessados em libertar a sociedade do ônus da escravidão do que em resolver o problema do negro‖. Sua ideologia ia bem além da emancipação e pregava reformas que, efetivadas, permitiriam ao negro a gradativa interação na sociedade de classes. II O período posterior a 1888 revelou quão infundado fora o temor manifestado pela classe agrária, de que a abolição gerasse o caos econômico-social. Mas a Lei Áurea também não representou a redenção dos negros. III Embora tenha sido um movimento caracteristicamente urbano, também não se pode ver o abolicionismo como expressão de grupos citadinos em luta contra os senhores de terras. Colocado acima de classes ou partidos, nem poderia, no Brasil de então, refletir uma contradição de interesses entre meio urbano e rural que não existia. IV No entanto, não houve espaço para ele. Prevaleceram os interesses dos fazendeiros, especialmente os do Sul, que, recorrendo à imigração, resolveram a questão de mão-de-obra e mantiveram tanto o espírito quanto a organização do antigo sistema. V Após os primeiros instantes de atordoamento ante a liberdade enfim conquistada, quando, aos magotes, buscaram escapar ao cenário de suas desditas, não lhes restou outra alternativa senão a de regressarem às áreas rurais, sujeitos a vis salários. Os que ficaram nas cidades foram relegados a ínfimas ocupações.

Itens adaptados de Suely Robles Reis de Queiroz.

Page 23: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

23

Escravidão negra no Brasil. Ática, 1990, p. 78-9.

Considerando que a organização de um texto pressupõe a ordenação lógica e coerente de seus fragmentos, julgue os itens seguintes, acerca do texto acima. 1. Como o fragmento I contém uma oposição à idéia apresentada no fragmento III, este deve anteceder àquele. 2. A introdução do texto é o fragmento II, uma vez que este não apresenta relações coesivas que dependam de antecedentes. 3. O fragmento III introduz uma observação a respeito do papel do abolicionismo que continua no fragmento IV. 4. O fragmento IV é subseqüente ao fragmento I, uma vez que o pronome pessoal ―ele‖, contido naquele, retoma o antecedente ―negro‖, contido neste. 5. Como a locução verbal ―buscaram‖ e o pronome ―lhes‖, no fragmento V, remetem ao antecedente ―fazendeiros‖, no fragmento IV, tais fragmentos devem ser dispostos em ordem crescente. Leia os textos A e B para responder a próxima questão Texto A

O sistema de cotas — no qual um determinado número de vagas, seja na universidade ou em uma empresa privada, é destinado a afro-descendentes — faz parte de um conjunto de políticas de ação afirmativa. Como o objetivo é corrigir desvantagens provocadas pela defasagem socioeconômica e educacional dos negros, costuma ser praticado durante um período de tempo determinado, ou seja, até que as distorções sejam corrigidas.

Vários países adotam sistema. In: Correio Braziliense, 27/2/2002, “Tema do dia”, p. 7 (com adaptações).

Texto B Ora, parece-me fora de dúvida que o problema da desproporção da presença de afro-descendentes nas universidades tem raiz anterior: a falta de acesso a um ensino fundamental (e médio) público, de boa qualidade, que habilite qualquer dos excluídos, sejam negros, indígenas, pobres ou trabalhadores vindos das classes sociais menos favorecidas, a concorrer, em paridade com os ―bem-nascidos‖, a uma vaga nas universidades. É, em suma, a correção da profunda desigualdade social e econômica da sociedade brasileira que está a merecer das autoridades uma solução. Não resolve o problema da discriminação a garantia de acesso à universidade aos que não tiveram assegurado o ensino básico em escolas públicas, com a mesma qualidade do que é oferecido na maioria das escolas particulares e confessionais. Tratar do problema de acesso à educação no Brasil, país de grandes desigualdades econômicas e sociais, é o mesmo que tratar da exclusão social. O problema tem, na verdade, raiz na desigualdade, e forçoso é convir que também o descendente de branco, mas pobre, não ingressa na universidade, especialmente nas públicas. O afro-descendente, se não tem acesso ao ensino superior, não é porque é negro, mas porque é, em geral, pobre. Sendo pobre, continuará freqüentando escolas públicas que não lhe darão condições para uma posterior formação universitária. Quem duvida de que, assegurado a todos — afro-descendentes ou não — o acesso ao ensino básico de qualidade, a luta por uma vaga na universidade não seria mais justa e menos discriminatória?

Mônica Sifuentes. A quota de afro-descendentes nas universidades. In: Correio Braziliense, ―Direito & Justiça‖, 18/2/2002, p. 1 (com adaptações).

68. (CESPE/UNB) Em relação aos textos A e B, julgue os itens a seguir. 1. O texto A é expositivo, aproxima-se da linguagem conceitual da definição, enquanto o texto B é argumentativo e defende uma idéia contrária à adoção da medida conceituada no texto A. 2. O texto B concorda com a evidência de que há uma desigualdade no acesso às universidades, principalmente públicas, mas não restringe esse impedimento aos afro-descendentes, ampliando com outras citações o espectro dos segmentos sociais impedidos. 3. O recurso retórico da indagação, utilizado ao final do texto B, poderia também ser utilizado no texto A, caso este constituísse um verbete de dicionário. 4. Em ―afro-descendentes‖, palavra utilizada nos dois textos, há composição, pois trata-se da reunião de dois radicais para a formação de uma nova palavra, que tem um significado único e autônomo, embora não dissociado das noções expressas pelos seus componentes. 5. No último período do texto B, o termo ―assegurado‖ está no masculino singular para concordar com ―acesso‖. Texto

É essencial que as autoridades revejam as providências referentes ao tratamento e à custódia de todos os presos, a fim de assegurar que os mesmos sejam tratados com humanidade e em conformidade com a legislação brasileira e o conjunto de princípios da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre proteção de todo indivíduo sob qualquer forma de detenção ou reclusão, as regras mínimas da ONU sobre o tratamento de prisioneiros e o artigo 10 do Acordo Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR), que reza que todo

Page 24: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

24

indivíduo privado de liberdade deve ser tratado com humanidade e respeito pela dignidade inerente à pessoa humana. 69. (CESPE/UNB) Tendo o texto acima por referência e considerando o tema por ele tratado, julgue os itens seguintes. 1. Como o texto se refere a várias ações, seria gramaticalmente correto substituir ―É essencial‖ por São essenciais. 2. A eliminação do termo referencial ―os mesmos‖ prejudicaria a coerência do texto. 3. O verbo rezar tem várias acepções e a forma ―reza‖ está sendo utilizada no texto com o sentido de: contém escrito, encerra, prescreve, preceitua, determina. 4. A expressão ―dignidade inerente à pessoa humana‖ pode ser interpretada como: qualquer pessoa, pelo simples fato de se tratar de um ser humano, possui valor essencial e intrínseco que exige e merece respeito. 5. A lei brasileira, como a de quase todos os países, não aplica o conceito de direitos humanos a prisioneiros que tenham cometido crimes violentos. 6. Na tentativa de reverter os crescentes níveis de violência dos dias de hoje, o sistema penitenciário brasileiro está sendo modernizado e já é considerado modelo, uma vez que oferece altos níveis de segurança e conforto para os detentos. TEXTO

A análise que a sociedade costuma fazer da violência urbana é fundamentada em fatores emocionais, quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.

Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações).

70. (CESPE/UNB) Em relação ao texto acima, julgue os itens que segue: 1. As informações do texto indicam que, além da consideração de ―fatores emocionais‖ que geram violência, as políticas públicas voltadas para a segurança dos cidadãos baseiam-se freqüentemente nas ―conclusões dos estudos científicos‖ que focalizam esse tema. 2. A expressão ―Como reflexo dessa atitude‖ introduz uma idéia que é uma conseqüência em relação à informação antecedente. Portanto poderia, sem prejuízo da correção e do sentido do texto, ser substituída pela palavra Conseqüentemente. 3. A substituição do termo ―estão sendo desenvolvidos‖ por estavam se desenvolvendo provoca alterações estruturais sem alterar semanticamente a informação original nem transgredir as normas da escrita culta. 4. O emprego do sinal indicativo de crase em ―às raízes‖ justifica-se pela regência de ―associados‖ e pela presença de artigo; o sinal deveria ser eliminado caso a preposição viesse sem o artigo. 5. Estaria gramaticalmente correta a inserção, entre a palavra ―urbana‖ e o sinal de dois-pontos, de qualquer uma das seguintes expressões, antecedidas de vírgula: como, tais como, quais sejam, entre as quais se destacam. 6. É correto inferir do texto que houve evolução no tratamento de certas doenças porque estão sendo desenvolvidos métodos analíticos mais exatos para avaliar seus fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes da violência. TEXTO

Diversos municípios brasileiros, especialmente aqueles que se urbanizaram de forma muito rápida, não oferecem à população espaços públicos para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação e o fortalecimento de redes de relações sociais. Em um tecido social esgarçado, a violência é cada vez maior, ameaçando a vida e enclausurando ainda mais as pessoas nos espaços domésticos.

Internet: <http://www.polis.org.br> (com adaptações).

71. (CESPE/UNB) De acordo com o texto acima, julgue os itens que seguem:

Page 25: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

25

1. A expressão ―tecido social esgarçado‖ está empregada em sentido figurado e representa a idéia de que as estruturas sociais estão fortalecidas em suas instituições oficiais. 2. A inserção da palavra conseqüentemente, entre vírgulas, antes de ―cada vez‖ torna explícita a relação entre idéias desse período e aquelas apresentadas anteriormente no texto. 3. A expressão ―ainda mais‖ reforça a idéia implícita de que há dois motivos para o enclausuramento das pessoas: a falta de espaços públicos que favoreçam as relações sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer e o aumento da ameaça de violência. TEXTO

Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não somos como os ratos. 72. (CESPE/UNB) Acerca dos dois últimos textos acima, julgue os itens que seguem: 1. Tanto no texto I como no II, a questão do espaço físico como um dos fatores intervenientes no processo de intensificação da violência é vista sob o prisma da densidade populacional excessiva. 2. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e significações implícitas, no texto II, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — ―criamos‖ — autoriza a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas. 3. Por funcionar como um recurso coesivo de substituição de idéias já apresentadas, no texto II, a expressão ―Tal estratégia de sobrevivência‖ retoma o termo antecedente ―violência desenfreada‖ . 73. (CESPE/UNB) Os fragmentos contidos nos itens subseqüentes foram adaptados de um texto escrito por Ângela Lacerda para a Agência Estado. Julgue-os quanto à correção gramatical. 1. O programa Escola Aberta, que usa as escolas nos fins de semana para atividades culturais, sociais e esportivas de alunos e jovens da comunidade reduziu os índices de violência registrados nos estabelecimentos e melhorou o aproveitamento escolar. 2. Em Pernambuco e no Rio de Janeiro, primeiros Estados a adotarem o programa recomendado pela UNESCO, o índice de redução de criminalidade para as escolas que implantaram o Escola Aberta desde o ano 2000 foi de 60% em relação às escolas que não o adotaram. 3. A maior redução da violência observada nos locais onde o programa tem mais tempo de existência mostram, segundo a UNESCO, que os resultados vão se tornando melhores a longo prazo, ou seja, a proporção que a comunidade se apropiaria do programa. TEXTO

Não podemos ignorar as mudanças que se processam no mundo, sobretudo a emergência de países em desenvolvimento como atores importantes no cenário internacional, muitas vezes exercendo papel crucial na busca de soluções pacíficas e equilibradas para os conflitos. O Brasil está pronto a dar a sua contribuição. Não para defender uma concepção exclusivista da segurança internacional. Mas para refletir as percepções e os anseios de um continente que hoje se distingue pela convivência harmoniosa e constitui um fator de estabilidade mundial. O apoio que temos recebido, na América do Sul e fora dela, nos estimula a persistir na defesa de um Conselho de Segurança adequado à realidade contemporânea.

Luiz Inácio Lula da Silva. Fragmento de discurso na abertura da 58.ª Assembléia Geral da ONU. Nova Iorque, 23/9/2003 (com adaptações).

74.(CESPE/UNB) Em relação ao texto supra, julgue os itens que seguem: 1. A partícula ―se‖ indica um sujeito indeterminado para o verbo processar. 2. Preservam-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se transformar a frase nominal ―como atores importantes‖ em oração subordinada adjetiva: que são atores importantes. 3. São preservadas as relações lógicas e a correção gramatical do texto ao se substituir o ponto final imediatamente antes de ―Mas‖ por uma vírgula e fazer o necessário ajuste na letra inicial maiúscula desse vocábulo. 4. Subentende-se do texto que alguns países em desenvolvimento buscam soluções pacíficas para os conflitos e que o Brasil pode representar os anseios de uma convivência harmoniosa. 5. Infere-se do texto que um Conselho de Segurança adequado à realidade contemporânea não corresponde a uma concepção exclusivista da segurança internacional.

Page 26: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

26

TEXTO

Que minhas primeiras palavras diante deste Parlamento Mundial sejam de confiança na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para formas superiores de convivência no interior das nações e no plano internacional. Em nome do povo brasileiro, reafirmo nossa crença nas Nações Unidas. Seu papel na promoção da paz e da justiça permanece insubstituível. Rendo homenagem ao Secretário-Geral, Kofi Annan, por sua liderança na defesa de um mundo irmanado pelo respeito ao direito internacional e pela solidariedade entre as nações. O aperfeiçoamento do sistema multilateral é a contraparte necessária do convívio democrático no interior das nações. Toda nação comprometida com a democracia, no plano interno, deve zelar para que, também no plano externo, os processos decisórios sejam transparentes, legítimos, representativos.

Luiz Inácio Lula da Silva. Fragmento de discurso na abertura da 58.ª Assembléia Geral da ONU. Nova Iorque, 23/9/2003 (com adaptações).

75. (CESPE/UNB) A respeito das idéias e estruturas do texto acima e considerando aspectos atuais da política externa brasileira, julgue os itens seguintes. 1. A idéia expressa por ―confiança‖ é complementada, sintática e semanticamente, por duas outras idéias expressas no texto como: ―na capacidade humana de vencer desafios‖ e ―evoluir para formas superiores de convivência no interior das nações e no plano internacional‖ . 2. As estruturas lingüísticas do texto permitem inferir que, mesmo anteriormente ao discurso, já se tinha fé nas Nações Unidas e no seu papel de promoção da paz e da justiça. 3. Textualmente, o emprego do pronome possessivo ―nossa‖remete à crença dos países-membros das Nações Unidas. 4. Subentende-se uma oposição expressa por ―interior das nações‖ e ―plano internacional‖, oposição que é retomada, por coesão, com ―plano interno‖ e ―plano externo‖ , respectivamente. 5. A expressão ―no plano interno‖ está demarcada por vírgulas por exigência da mesma regra gramatical que justifica seu uso na frase ―Rendo homenagem ao Secretário-Geral, Kofi Annan, por sua liderança na defesa ...―: a inserção de uma circunstância. 6. Preservam-se as relações semânticas, a coerência de argumentação e a correção gramatical do texto ao substituir ―para que‖ por a fim de. 7. Por constituir um termo singular de idéia genérica, mantêm-se as relações de significação e a coerência da argumentação do texto se o termo ―nação‖, em ―Toda nação comprometida com a democracia...‖ for empregado no plural — nações; mas, para preservar a correção gramatical do período, deve-se adequar a flexão de número de ―Toda‖, ―comprometida‖ e ―deve‖ para Todas, comprometidas e devem e acrescentar ―as‖ entre Todas e nações. 8. Do último parágrafo do texto, a argumentação permite inferir uma relação de condição assim expressa: se a nação zela pela democracia, zela também pelo aperfeiçoamento do sistema multilateral. Texto 1 O presidente George W. 1 Bush chega hoje a Pequim na

fase final de seu giro asiático com o objetivo de modelar as relações com um país que chegou a ser apontado como o mais

4 espinhoso desafio estratégico aos EUA no século 21. Para a visita, a Casa Branca escolheu uma data embebida em simbolismo: há 30 anos, em plena Guerra Fria, o então

7 presidente Nixon desembarcava em solo chinês para formalizar a parceria Washington-Pequim, em oposição ao rival Moscou. Com a consciência de datas e com um simbolismo que agrada às tradições chinesas, a Casa Branca se esforça para

11 lançar a Pequim uma mensagem de cooperação. Após 11 de setembro, Washington definiu a guerra ao terrorismo como uma prioridade e busca agora arrancar da China mais cooperação na

14 ação antiterror e no combate ao que chamou de ―eixo do mal‖: Coréia do Norte, Iraque e Irã.

Jaime Spitzcovsky. Presidente redesenha relações com China. In: Folha de S. Paulo, 21/2/2002, p. A13 (com adaptações).

76. (CESPE/UNB) A propósito do texto acima, julgue os itens seguintes. 1. Estão empregadas em sentido figurado as seguintes expressões do texto: ―Pequim‖ (l.1 e 11), ―Casa Branca‖ (l.10), ―Washington‖ (l.12), ―China‖ (l.13) e ―Coréia do Norte‖ (l.15).

Page 27: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

27

2. Como as regras de regência da norma culta permitem variação da preposição para o verbo ―lançar‖ (l.11), mantém-se a coerência textual ao empregar lançar em ou lançar para. 3. Após os atentados de que foram alvo, os EUA assumiram posição de cautelosa conciliação em relação aos seus eventuais inimigos, em provável estratégia para impedir que novos ataques atingissem seu território. 4. A expressão ―eixo do mal‖, utilizada pelo presidente Bush, refere-se corretamente ao fato de que os países que integram tal eixo aproximam-se ideologicamente e mantêm estreita cooperação militar, o que amplia sua capacidade de ataque aos EUA. 5. Tal como salienta o texto, a visita de Bush à China deve ser considerada histórica por quebrar o gelo nas relações entre os dois países, existente desde o momento em que a vitória revolucionária deu aos comunistas o controle do poder chinês. As questões de números 77 a 86 referem-se ao texto que segue.

Meu pai, funcionário público Meu pai era fiscal de rendas estadual. Na minha meninice, não tinha a menor idéia do que fosse essa profissão, como também ignorava o teor dos processos que estufavam a pesada maleta de couro que meu pai levava em suas caminhadas pela cidade, visitando lojas, bares, indústrias, armazéns. Sempre que podia, eu ia com ele, por vezes insistindo em carregar a tal maleta – coisa que eu conseguia por uns duzentos ou trezentos metros, não mais. Ele apreciava o esforço, e eu sentia um certo orgulho de ser apresentado por meu velho como seu “secretário”, expressão meio irônica que não escondia de todo seu afeto sempre reservado. Ao contrário de vários colegas seus, meu pai viveu e morreu modestamente, deixando muitos amigos e nenhuma herança além dos livros e dos móveis que ficaram na casa de aluguel. Isso significa que ele resistiu a todas as tentações que o cargo de fiscal propicia. Sem ter sido de forma alguma um homem sem defeitos, meu pai não se permitia e não suportava a desonestidade. Lembro-me do cortante olhar de censura e desprezo que me dirigiu quando certa vez lhe subtraí umas moedinhas do bolso do paletó que deixara numa cadeira. Sua expressão muda valeu por mil palavras e me fez desprezível aos meus próprios olhos. Penso hoje que a vocação dele era, de fato, o serviço público: sentia-se suficientemente recompensado pela responsabilidade que lhe cabia na tarefa de se fazer justiça na distribuição do produto social. Se “fiscalizar” parece, ainda hoje, uma operação antipática, não há quem admita, em sã consciência, que seja desnecessária: a falibilidade humana torna-a imprescindível. Nessa função sem qualquer poesia, que exerceu tão limpamente, meu pai (que era também músico e tinha um temperamento artístico) se aposentou dignamente, vivendo ainda longos anos, sempre cercado de amigos e de respeito.

(Arnaldo Pacheco)

77.(FCC) O narrador faz ver que seu pai abraçara uma profissão para a qual, de fato, estava vocacionado porque (A) as pessoas de temperamento artístico preferem as profissões em que não vêem maior relevância social. (B)) era um funcionário público imbuído da responsabilidade e importância reais de seu serviço. (C) um funcionário público, ao contrário de outros profissionais, não se pode permitir qualquer defeito em sua personalidade. (D) uma boa dose de autoritarismo é imprescindível para todo aquele que pretende exercer um cargo público. (E) as funções desprovidas de poesia são exercidas de modo exemplar por quem não desenvolve valores subjetivos. 78. (FCC) O sentido de uma expressão do texto está corretamente traduzido em: (A) ignorava o teor dos processos subtraía-me à avaliação dos procedimentos. (B) não escondia de todo seu afeto sempre reservado fazia algum alarde de sua reserva de afetos. (C) cortante olhar de censura pungente expressão de culpa. (D) me fez desprezível aos meus próprios olhos me transmitiu desprezo só com me olhar. (E)) a falibilidade humana torna-a imprescindível a imperfeição dos homens não permite dispensá-la. 79. (FCC) No contexto em que aparece a ação de carregar a tal maleta é retomada pela expressão (A) não mais. (B) eu conseguiria. (C)) coisa que. (D) por vezes insistindo. (E) Sempre que.

Page 28: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

28

80. (FCC) A forma verbal em destaque está corretamente empregada na frase: (A) Todas as tentações que o cargo propiciava foram resistidas por meu pai. (B) O teor dos processos que entulhavam a maleta eram-me completamente alheios. (C) Mesmo mil palavras, de acordo com a circunstância, pode não produzir o efeito de um único e cortante olhar. (D)) Nunca lhe pesou nas costas a dificuldade das funções que lhe cabia desempenhar. (E) Admite-se que hajam funções pouco simpáticas que são, ao mesmo tempo, inteiramente imprescindíveis. 04/02/03 - 09:56 81. (FCC) Atente para as seguintes frases:

I. Se havia algo de que meu pai não suportasse era a desonestidade.

II. Uma coisa de que meu pai mantinha absoluta distância era a desonestidade.

III. Não era aceitável, para meu pai, de que alguém sucumbisse à tentação da corrupção.

A expressão de que está adequadamente empregada em

(A) I, II e III.

(B) I e II, somente.

(C) II e III, somente.

(D) I, somente.

(E)) II, somente.

82. (FCC) Na frase (A)) como também ignorava o teor dos processos que estufavam a pesada maleta de couro, a expressão como também tem o sentido de assim como. (B) expressão meio irônica que não escondia de todo seu afeto sempre reservado, os termos destacados deveriam ser substituídos por meia e de toda, respectivamente, em atendimento à norma culta. (C) certa vez lhe subtraí umas moedinhas teria sido melhor escrever moedinhas suas para deixar bem claro a quem elas pertenciam. (D) Nessa função sem qualquer poesia, a expressão destacada está antecipando a informação de que o pai era também músico e tinha um temperamento artístico. (E) Sem ter sido de forma alguma um homem sem defeitos, a expressão destacada tem o sentido de conquanto fosse. 83. (FCC) A única frase que admite ser transposta para a voz passiva é (A) ... sua expressão muda valeu por mil palavras... (B)) ... como também ignorava o teor dos processos... (C) ... sentia-se suficientemente recompensado... (D) ... se fiscalizar parece, ainda hoje, uma operação antipática... (E) Sempre que podia, eu ia com ele... 84.(FCC) Está inteiramente clara e correta a redação da seguinte frase: (A) Vários de seus colegas não deixaram muitos amigos, embora o mesmo não acontecesse a nível das heranças, quase sempre de má proscedência. (B) É visível que o narrador do texto demonstra o orgulho que se sentia tomado à medida que acompanhava o pai, cuja a mala pesada ajudava carregar. (C)) Embora não deixasse de ter alguns defeitos, como todo mundo, o pai do narrador repudiava a idéia de se deixar sucumbir às tentações do cargo que ocupava. (D) Tem razão o autor: quando nos afirma que por vezes há palavras que tanto nos torna abalados quanto mais que um olhar penetrante de censura. (E) O pequeno furto que o pai acabou percebendo das moedinhas custou um profundo vexame que o tornou inesquecível para os olhos do próprio filho. 85.(FCC) Penso hoje que a vocação dele era, de fato, o serviço público: sentia-se suficientemente recompensado pela responsabilidade que lhe cabia na tarefa de se fazer justiça na distribuição do produto social.

Page 29: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

29

Na frase acima, não haverá prejuízo para o sentido, caso se substitua o sinal de dois pontos por uma vírgula, seguida da expressão (A) a menos que se sentisse (...) (B)) uma vez que se sentia (...) (C) muito embora se sentisse (...) (D) a fim de se sentir (...) (E) por mais que se sentisse (...) 86. (FCC) Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período: (A)) Nada – a não ser livros e móveis – deixou meu pai como legado, ao contrário de vários colegas seus, cujo espólio assumia consideráveis proporções. (B) Não obstante, fosse músico e sensível, meu pai era objetivo e firme em suas decisões de bem fiscalizar, o que devessem ao fisco os contribuintes. (C) Quando menino ignorava o que fosse: ―fiscal de rendas‖, preocupando-me mais em ajudar meu pai, a carregar uma pesada maleta de couro. (D) Não tenho dúvida – o fato de ter cultivado tantos amigos, e granjeado o respeito de todos, é prova suficiente, de que ele teve uma vida digna. (E) Crêem muitos, que o serviço público é algo mesquinho e vicioso, a esses digo que desconhecem o real sentido do que significa: ser um servidor do povo. 87. (ESAF) Assinale a substituição necessária para que o texto fique gramaticalmente correto.

A situação social, política e econômica em que se encontra a população negra é conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do qual mudanças dependem de políticas públicas amplas e pautas

05 muito além das formulações dos preconceitos ou das discriminações do racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do urbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação.

(Henrique Cunha Jr. ―Novos caminhos para os movimentos negros” in Política Democrática - Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto de 2005.)

a) em que (l.1) na qual b) do qual (l.3) cujas c) de um (l. 2) do d) têm sido (l. 6) são e) nas ( l. 7) em 88.(ESAF) Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.

Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do capital financeiro sobre a reprodução social capitalista mundial significou a vitória da contra-revolução política e econômica capitalista em todos os diferentes

05 universos em que as revoluções políticas capitalistas e anticapitalistas tentaram se libertar do pesadelo de um capital financeiro entregue a si próprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e várias escaramuças bélicas em vários rincões do planeta, assim como da contra-revolução

10 capitalista, para não falar da inflação e do desemprego, que jogaram os trabalhadores na miséria e no desespero, no inferno das guerras, da fome e das perseguições inomináveis. Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado histórico inequívoco: a voragem exterminista e

15 genocida do capital e do capital financeiro em primeiríssimo lugar. E fracassaram.

(Paulo Alves de Lima Filho)

Page 30: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

30

a) O emprego da expressão ―reentronização da hegemonia‖ (l. 1) deixa pressupor que, em período anterior, já havia existido hegemonia do capital financeiro sobre a reprodução social capitalista mundial. b) A expressão ―hegemonia‖ (l. 1) tem, no texto, o sentido de preponderância, superioridade, supremacia. c) O pronome ―Esse‖ (l. 7) refere-se a ―um capital financeiro entregue a si próprio‖ (l. 6 e 7). d) O pronome ―Eles‖ (l. 13) refere-se a ―vários rincões do planeta‖(l. 9). e) A conjunção ―E‖ (l. 16) pode ser substituída, sem prejuízo para a correção gramatical do período e para o sentido do texto, por Mas. 89. (ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical. O artista não é o porta-voz(1) da informação, nem do saber ou da realidade, nem da objetividade ou do coletivo, nem de si(2) mesmo. O artista contemporâneo é aquele que cria condições, na obra, para que nela(3) se processe o trabalho específico de sua arte – o trabalho do filme, o trabalho do romance, o trabalho da pintura –, que, mais do que(4) representar a existência, põem(5) essa existência em ação, para ele mesmo e seu público.

(Teixeira Coelho)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 90. (ESAF) Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.

As barreiras regulatórias vão da dificuldade burocrática de abrir um empreendimento ao custo tributário de mantê-lo em funcionamento. No Brasil, representam 11% da muralha antidesenvolvimento e resultam, na maioria das

05 vezes, da mão pesada do Estado – criador de labirintos burocráticos, de onerosa e complexa teia de impostos e de barreiras comerciais.

(Adaptado de Revista Veja, 7 de dezembro de 2005.)

a) A substituição de ―da‖ (l.1) por desde a mantém a correção gramatical do período. b) A substituição de ―ao‖ (l. 2) por até o mantém a correção gramatical do período. c) As formas verbais ―representam‖ (l.3) e ―resultam‖ (l. 4) referem-se a ―As barreiras regulatórias‖ (l.1). d) A expressão ―mão pesada‖ (l. 5) está sendo empregada em sentido conotativo. e) A expressão ―teia‖ (l. 6) está empregada em sentido denotativo. 91.(ESAF) Os trechos abaixo compõem um texto. Assinale o segmento que apresenta erro gramatical. a) A principal barreira para o crescimento do país é a informalidade, ou seja, a ilegalidade consentida. b) O conceito de informalidade não se resume à economia paralela, movida por multidões de camelôs. É mais amplo. c) Alcança distorções que comprometem a concorrência entre empresas, como a sonegação de impostos, o descumprimento de obrigações legais de toda ordem e, em especial, o descaso pelos direitos de propriedade intelectual. d) São inúmeros os prejuízos provocados pela ação de quem agem ilegalmente. Uma conseqüência, porém, é vital, mas de difícil observação a olho nu: o incentivo à ineficiência e à falta de competitividade. e) Os informais não investem em máquinas e equipamentos. Não inovam. Copiam. Evitam parceiros legais, não se credenciam a receber investimentos ou crédito e isso os empurra cada vez mais fundo para os subterrâneos.

(Adaptado de Revista Veja, 7 de dezembro de 2005.)

92.(ESAF) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e indique a seqüência correta. ( ) Portanto, os grupos sociais não eram considerados como identidades coletivas, como grupos históricos na Sociedade. ( ) Esses direitos humanos tinham sentido apenas universalista e de caráter pessoal e individual.

Page 31: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

31

( ) Antes de 1995, o campo dos direitos humanos no Brasil era operado sem levar em conta as especificidades da população negra. ( ) A Secretaria Especial de Igualdade Racial é instituída nesse patamar político dos direitos humanos, para representar um conjunto amplo de grupos que têm seus direitos humanos subtraídos devido ao preconceito racial ou sofrem discriminações na sociedade, pois entende-se vir daí a fonte de desigualdades sociais e econômicas. ( ) No presente, a idéia de diversidade cultural foi incorporada à idéia de respeito aos direitos humanos e inspirou um código ético-moral sobre as diferenças culturais, portanto, de respeito à diversidade.

(Henrique Cunha Jr. ―Novos caminhos para os movimentos negros” in Política Democrática - Revista de Política e Cultura, Brasília:

Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto de 2005.)

a) 3°, 5°, 1°, 4°, 2° b) 2°, 4°, 3°, 1°, 5° c) 3°, 2°, 1°, 5°, 4° d) 4°, 5°, 2°, 3°, 1° e) 5°, 1°, 4°, 2°, 3° 93.(ESAF) Assinale a asserção falsa acerca da estruturação lingüística e gramatical do texto abaixo.

Nem o ―sim‖ nem o ―não‖ venceram o referendo, e quem confiar no resultado aritmético das urnas logo perceberá a força do seu engano. O vencedor do referendo foi o Grande Medo. Esse Medo latente,

05 insidioso, que a todos nos faz tão temerosos da arma que o alheio possa ter, quanto temerosos de não ter defesa alguma na aflição.

Se um lado ou outro aparenta vantagem na contagem das urnas, não faz diferença. O que importa é extinguir o

10 Grande Medo. E nem um lado nem outro poderia fazê-lo. Todos sabemos muito bem porquê.

(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo, 24/10/2005 – com adaptações.)

a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção de ordem sintática, a concordância do sujeito composto ligado por ―nem... nem‖ (l. 10) deve ser feita com o verbo no plural, tal como se fez na ocorrência do mesmo sujeito composto, na primeira linha do texto. b) Apesar de sua posição deslocada na frase, o advérbio ―logo‖ (l. 2) dispensa a colocação de vírgulas em virtude de ser de pouca monta, de pouca proporção. c) Um medo ―latente, insidioso‖ (l. 4) é um medo não manifesto, encoberto, enganador, traiçoeiro, pérfido. d) O trecho contido nas linhas de 5 a 7 admite a seguinte reescritura, sem que se incorra em erro de linguagem: “... que nos faz a todos não só temerosos da arma que o outro possa ter, mas também temerosos de ficarmos indefesos na angústia.” e) A última palavra do texto merece reparo. Há duas expressões que a substituiriam com a devida correção gramatical: 1) por quê e 2) o porquê. Texto para as questões 94 e 95

O enquadramento pós-estruturalista da teoria da comunicação analisa o modo como a comunicação eletronicamente mediada (o que eu chamo modo de informação) desafia, e ao mesmo tempo

05 força, os sistemas de dominação emergentes na sociedade e cultura pós-moderna. A minha tese é que o modo de informação decreta uma reconfiguração radical da linguagem, que constitui sujeitos fora do padrão do indivíduo racional

10 e autônomo. Esse sujeito familiar moderno é

Page 32: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

32

deslocado pelo ―modo de informação‖ em favor de um que seja múltiplo, disseminado e descentrado, interpelado continuamente como uma identidade instável. Na cultura, essa instabilidade coloca

15 tanto perigos como desafios que se tornam parte de um movimento político – ou se estão relacionados com as políticas feministas, minorias étnicas/raciais, posições gays e lésbicas, podem conduzir a um desafio fundamental às instituições

20 e estruturas sociais modernas. (Haik Poster. A segunda era dos mídia)

94. (ESAF) Julgue como falsos (F) ou verdadeiros (V) os seguintes itens a respeito das estruturas lingüísticas do texto. ( ) Preservam-se as relações semânticas e a correção gramatical do texto ao deslocar ―pós-estruturalista‖ (l.1) para depois de ― teoria da comunicação‖ (l.1 e 2). ( ) Preserva-se a correção gramatical e a coerência, mas alteram-se as relações semânticas do texto ao substituir ―o que‖ (l.3) por a que. ( ) ―Esse sujeito familiar‖ (l.10) corresponde ao ―indivíduo racional e autônomo‖ (l.9 e10). ( ) Preservam-se as relações semânticas e a correção gramatical do texto ao substituir ―como‖ (l.13) pela preposição por. ( ) O desenvolvimento da textualidade mostra que, na linha 15, se o termo ―desafios‖ fosse substituído por o desafio, a flexão de plural em ―que se tornam‖ deveria ser substituída pela flexão de singular. A seqüência obtida é a) V-F-V-V-F b) V-V-F-F-V c) F-V-V-F-F d) F-F-V-V-V e) F-V-V-F-V 95. (ESAF) Assinale a inferência que não está coerente com a argumentação do texto. a) Na cultura pós-moderna, o modo de informação estabelece com os sistemas de dominação relações em

dois sentidos. b) Uma reconfiguração da linguagem repercute na reconfiguração dos sujeitos sociais, seja na cultura moderna

seja na pós-moderna. c) Uma identidade instável caracteriza o sujeito, múltiplo, disseminado e inserido em movimentos políticos,

culturais e sociais. d) Sujeitos deslocados pelo modo de informação eletronicamente mediado provocam uma instabilidade que se

torna parte de movimento político. e) O padrão do indivíduo racional e autônomo conduz a políticas que podem desafiar os fundamentos das

instituições e estruturas modernas. Texto para a questão 96

Olhamos e não vemos. Não conseguimos olhar nada pela primeira vez. Já o primeiro olhar é preconceituoso – dá informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada, anterior ao ato de olhar. O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação, a origem da miséria, o segredo da estabilidade e quanto desaforo a democracia agüenta. Erra como o médico, o astrônomo ou o caixa que aceita o cheque do homem elegante, de terno e cabelo com brilhantina que parece ser rico, mas é estelionatário. Só que no caso do economista, não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça, ou mais um cheque sem fundo. São 10% de desempregados. Um deles acaba apontando um revólver para a sua cabeça. Nada é visto pela primeira vez. Ninguém olha atentamente como as corujas, antes de propor ou piar.

96.(ESAF) Assinale o esquema que representa corretamente a estrutura sintático-semântica do período sintático retirado do texto (desconsidere a pontuação e as letras maiúsculas). a) (l 1 e 2) o primeiro olhar é preconceituoso dá informação falsa

Page 33: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

33

ou verdadeira mas sempre pré-fabricada b) (l. 2 e 3) O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação a origem da miséria o segredo da estabilidade e quanto desaforo... c) (l. 4) Erra como o médico o astrônomo ou o caixa que aceita o cheque do homem elegante d) (l. 5) não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça ou mais um cheque sem fundo e) (l. 7 e 8) São 10% de desempregados Um deles acaba apontando um revólver Nada é visto pela primeira vez para a sua cabeça Ninguém olha atentamente como...

Texto para a questão 97

IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico. A carga da pesada máquina administrativa das

05 pequenas ―cidades mortas‖ é paga pelas verbas federais do Fundo de Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do pagamento dos aposentados do Instituto Nacional

10 de Seguridade Social. O seminário ―Qualicidade‖, por sua vez, confirmou que a favelização é produto de ―duas ausências‖, a do crescimento econômico e a de política urbana.

(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)

97.(ESAF) Em relação ao texto, assinale a opção correta. a) A forma verbal ―detêm‖ (l.3) está no plural para concordar com ―cidades pequenas‖ (l.2). b) A expressão ―é paga‖ (l.5) concorda com ―máquina administrativa‖ (l.4). c) As vírgulas após ―municípios‖ (l.7) e após ―mostrou‖ (l.8) justificam-se por isolar oração intercalada entre termos da oração principal. d) O emprego de dois-pontos após ―duas ausências‖ (l.12), no lugar da vírgula, prejudica a correção do período. e) A presença de artigo definido feminino singular, em suas duas ocorrências (l.12), indica que se pode subentender após o artigo a repetição da palavra ―favelização‖(l.11). Texto para a questão 98 ―Mas os problemas do mundo dos nossos netos e bisnetos serão diferentes. Eles viverão no meio de um crescimento perigosamente desequilibrado entre os povos. Sim, porque dois terços dos moradores do planeta – cerca de dois bilhões de habitantes – terão de ser alimentados e educados em nações pobres e sem recursos.‖

(Antônio Ermírio de Moraes, O planeta e o desafio do futuro. Jornal do Brasil, 20 de março de 2005, com adaptações)

98.(ESAF) Assinale a opção que constitui uma paráfrase coerente e gramaticalmente correta para o trecho acima. a) Contudo, os problemas do mundo dos nossos netos e bisnetos serão diferentes porque eles viverão em meio a um crescimento perigosamente desequilibrado entre os povos, dado que dois terços dos moradores do

Page 34: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

34

planeta – cerca de dois bilhões de habitantes – terão de ser alimentados e educados em nações pobres e sem recursos. b) Mas os problemas do mundo dos nossos netos e bisnetos serão diferentes, posto que eles viverão no meio de um crescimento entre os povos perigosamente desequilibrados. Sim, pois dois terços dos moradores do planeta (aproximadamente de dois bilhões de habitantes), terão de ser alimentados e educados em nações pobres e sem recursos. c) Todavia os problemas do mundo dos nossos netos e bisnetos serão diferentes: eles viverão no meio de um crescimento perigosamente desequilibrado entre os povos; num planeta em cujos dois terços dos moradores – cerca de dois bilhões de habitantes – terão de ser alimentados e educados em nações pobres e sem recursos. d) Porém, os problemas do mundo, e dos nossos netos e bisnetos, serão diferentes, pois viverão entre povos de um crescimento perigosamente desequilibrado. Isso, porque cerca de dois bilhões de habitantes do planeta (dois terços deles) terão de se alimentar e educar em nações pobres e sem recursos. e) No entanto, os problemas do mundo dos nossos netos e bisnetos serão diferentes, eles viverão em nações pobres e sem recursos, no meio de um crescimento perigosamente desequilibrado entre os povos, onde terão de ser alimentados e educados. Sim, porque serão dois terços dos moradores do planeta – cerca de dois bilhões de habitantes. Texto para a questão 99 A extrema diferenciação contemporânea entre a moral, a ciência e a arte hegemônicas e a desconexão das três com a vida cotidiana desacreditaram a utopia iluminista. Não faltaram tentativas de conectar o conhecimento científico com as práticas ordinárias, a arte com a vida, as grandes doutrinas éticas com a conduta comum, mas os resultados desses movimentos foram pobres. Será então a modernidade uma causa perdida ou um projeto inconcluso?

(Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, com adaptações)

99.(ESAF) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a pergunta final do texto. a) A resposta poderia estar na sugestão de aprofundar o projeto modernista, inserindo-o com a prática cotidiana, renovando-o o sentido das possíveis contradições. b) Para não considerá-la causa perdida, alguns teóricos sugerem encontrar outras vias de inserção da cultura especializada na práxis cotidiana, por meio de novas políticas de recepção e de apropriação dos saberes profissionais. c) Visando ao desenvolvimento de uma autonomia social e cultural, vários autores retomam uma tradição de pensamento que diz de que o moderno se forma nas cinzas do antigo e na luz que trouxe pelo novo. d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados. e) Nem causa perdida, nem projeto inconcluso: apenas a necessidade que o conhecimento e as relações sociais vêm a ser recolocados em novos patamares de dinâmica interna, criando novas relações entre os sujeitos. 100.(ESAF) Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical ao se substituir ―desacreditaram a utopia iluminista‖ (l.2) por: a) fez desacreditar a utopia iluminista. b) desacreditaram-na. c) tornaram desacreditada a utopia iluminista. d) desacreditaram-se da utopia iluminista. e) foi desacreditada para a utopia iluminista. As questões de números 101 a 115 referem-se ao texto abaixo.

A indiferença da natureza

Page 35: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

35

Eu me lembro do choque e da irritação que sentia, quando criança, ao assistir a documentários sobre a violência do mundo animal; batalhas mortais entre escorpiões e aranhas, centenas de formigas devorando um lagarto ainda vivo, baleias assassinas atacando focas e pingüins, leões atacando antílopes etc. Para finalizar, apareciam as detestáveis hienas, “rindo” enquanto comiam os restos de algum pobre animal. Como a Natureza pode ser assim tão cruel e insensível, indiferente a tanta dor e sofrimento? (Vou me abster de falar da dor e do sofrimento que a espécie dominante do planeta, supostamente a de maior sofisticação, cria não só para os animais, mas também para si própria.) Certos exemplos são particularmente horríveis: existe uma espécie de vespa cuja fêmea deposita seus ovos dentro de lagartas. Ela paralisa a lagarta com seu veneno, e, quando os ovos chocam, as larvas podem se alimentar das entranhas da lagarta, que assiste viva ao martírio de ser devorada de dentro para fora, sem poder fazer nada a respeito. A resposta é que a Natureza não tem nada a dizer sobre compaixão ou ética de comportamento. Por trás dessas ações assassinas se esconde um motivo simples: a preservação de uma determinada espécie por meio da sobrevivência e da transmissão de seu material genético para as gerações futuras. Portanto, para entendermos as intenções da vespa ou do leão, temos que deixar de lado qualquer tipo de julgamento sobre a “humanidade” desses atos. Aliás, não é à toa que a palavra humano, quando usada como adjetivo, expressa o que chamaríamos de comportamento decente. Parece que isentamos o resto do mundo animal desse tipo de comportamento, embora não faltem exemplos que mostram o quanto é fácil nos juntarmos ao resto dos animais em nossas ações “desumanas”. A idéia de compaixão é puramente humana. Predadores não sentem a menor culpa quando matam as suas presas, pois sua sobrevivência e a da sua espécie dependem dessa atividade. E dentro da mesma espécie? Para propagar seu DNA, machos podem batalhar até a morte por uma fêmea ou pela liderança do grupo. Mas aqui poderíamos também estar falando da espécie humana, não?

(Marcelo Gleiser, Retalhos cósmicos. S.Paulo: Companhia das Letras, 1999, pp. 75-77)

101.(FCC) Conforme demonstram as afirmações entre parênteses, o autor confere em seu texto estas duas acepções distintas ao termo indiferença, relacionado à Natureza: (A) crueldade (indiferente a tanta dor e sofrimento) e generosidade (o que chamaríamos de comportamento decente). (B) hipocrisia (por trás dessas ações assassinas se esconde um motivo simples) e inflexibilidade (predadores não sentem a menor culpa). (C)) impiedade (indiferente a tanta dor e sofrimento) e alheamento (não tem nada a dizer sobre compaixão ou ética de comportamento). (D) isenção (isentamos o resto do mundo animal desse tipo de comportamento) e pretexto (para propagar seu DNA). (E) insensibilidade (sua sobrevivência e a da sua espécie dependem dessa atividade) e determinação (indiferente a tanta dor e sofrimento). 102.(FCC) Considere as afirmações abaixo.

I. Os atributos relacionados às hienas, no primeiro parágrafo, traduzem nossa visão ―humana‖ do mundo

natural.

II. A pergunta que abre o segundo parágrafo é respondida com os exemplos arrolados nesse mesmo

parágrafo.

III. A frase A idéia de compaixão é puramente humana é utilizada como comprovação da tese de que a

natureza é cruel e insensível. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em:

(A)) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) I e III.

103.(FCC) Considerando-se o contexto em que se emprega, o elemento em destaque na frase (A) Vou me abster de falar da dor e do sofrimento traduz a indiferença do autor em relação ao fenômeno que está analisando. (B) Por trás dessas ações assassinas se esconde um motivo simples revela o tom de sarcasmo, perseguido pelo autor.

Page 36: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

36

(C) a Natureza não tem nada a dizer sobre compaixão ou ética de comportamento expõe os motivos ocultos que regem o mundo animal. (D)) Mas aqui poderíamos também estar falando da espécie humana refere-se diretamente ao que se afirmou na frase anterior. (E) Por trás dessas ações assassinas esconde-se um motivo simples anuncia uma exemplificação que em seguida se dará. 104.(FCC) Considerando-se o choque e a irritação que o autor sentia, quando criança, com as cenas de crueldade do mundo animal, percebe-se que, com o tipo de argumentação que desenvolve em seu texto, ele pretende (A) justificar sua tolerância, no presente, com a crueldade que efetivamente existe no mundo natural. (B)) se valer da ciência adquirida, para fazer compreender como natural a violência que efetivamente ocorre na Natureza. (C) se valer da ciência adquirida, para justificar a crueldade como um recurso necessário à propagação de todas as espécies. (D) justificar suas intolerâncias de menino, reações naturais diante da efetiva crueldade que se propaga pelo mundo animal. (E) se valer da ciência adquirida, para apresentar a hipótese de que os valores morais e éticos contam muito para o funcionamento da Natureza. 105.(FCC) Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a seguinte frase: (A) De diferentes afirmações do texto podem-se depreender que os atos de grande violência não caracterizam apenas os animais irracionais. (B) O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o autor quando criança, só anos depois se esclareceram. (C) Ao longo dos tempos tem ocorrido incontáveis situações que demonstram a violência e a crueldade de que os seres humanos se mostram capazes. (D) A todos esses atos supostamente cruéis, cometidos no reino animal, aplicam-se, acima do bem e do mal, a razão da propagação das espécies. (E)) Depois de paralisadas as lagartas com o veneno das vespas, advirá das próprias entranhas o martírio das larvas que as devoram inapelavelmente. 106.(FCC) NÃO admite transposição para a voz passiva o seguinte segmento do texto: (A) centenas de formigas devorando um lagarto. (B)) ao assistir a documentários sobre a violência do mundo animal. (C) uma espécie de vespa cuja fêmea deposita seus ovos dentro de lagartas. (D) Predadores não sentem a menor culpa. (E) quando matam as suas presas. 107.(FCC) Está inteiramente adequada a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase: (A)) Predadores não sentirão a menor culpa a cada vez que matarem uma presa, pois sabem que sua sobrevivência sempre dependerá dessa atividade. (B) Se predadores hesitassem a cada vez que tiveram de matar uma presa, terão posto em risco sua própria sobrevivência, que depende da caça. (C) Nunca faltarão exemplos que deixassem bem claro o quanto é fácil que nos viessem a associar aos animais, em nossas ações ―desumanas‖. (D) Por trás dessas ações assassinas sempre houve um motivo simples, que estará em vir a preservar uma determinada espécie quando se for estar transmitindo o material genético. (E) Ao paralisar a lagarta com veneno, a vespa terá depositado seus ovos nela, e as larvas logo se alimentariam das entranhas da lagarta, que nada poderá ter feito para impedi-lo. 108.(FCC) Temos que deixar de lado qualquer tipo de julgamento sobre a “humanidade” desses atos. O segmento sublinhado no período acima pode ser corretamente substituído, sem prejuízo para o sentido, por (A) nos isentarmos a. (B) nos eximir para. (C)) nos abster de. (D) subtrair-nos em

Page 37: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

37

(E) furtar-nos com. 109.(FCC) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) Paralisada pelo veneno da vespa nada pode fazer, a lagarta, a não ser assistir viva à sua devoração, pelas larvas, que saem dos ovos ali chocados. (B) Nada pode fazer, a lagarta paralisada, pelo veneno da vespa, senão assistir viva, à sua devoração pelas larvas que saem dos ovos, e passam a se alimentar, das entranhas da vítima. (C) A pobre lagarta, paralisada pelo veneno da vespa assiste sem nada poder fazer, à sua devoração pelas larvas, tão logo saiam estas dos ovos, que, a compulsória hospedeira, ajudou a chocar. (D)) Compulsória hospedeira, paralisada pelo veneno da vespa, a pobre lagarta assiste à devoração de suas próprias entranhas pelas larvas, sem poder esboçar qualquer tipo de reação. (E) Sem qualquer poder de reação, já que paralisada pelo veneno da vespa a lagarta, compulsoriamente, chocará os ovos, e depois se verá sendo devorada, pelas larvas que abrigou em suas entranhas. 110. (FCC) Atente para as frases abaixo.

I. Quando criança assistia a documentários sobre a vida selvagem.

II. Tais documentários me irritavam.

III. Nesses documentários exibiam-se cenas de extrema violência.

Essas frases estão articuladas de modo correto e coerente no seguinte período: (A) Irritavam-me aqueles documentários sobre a vida selvagem que assisti quando criança, nos quais continham cenas que exibiam extrema violência. (B) Naqueles documentários sobre a vida selvagem, a que quando criança assistia, me irritava, conquanto exibissem cenas de extrema violência. (C) Uma vez que exibiam cenas de extrema violência, irritava-me com aqueles documentários sobre a vida selvagem, ssistidos quando criança. (D) As cenas de extrema violência me irritavam, quando criança, por assistir tais documentários sobre a vida selvagem, em que eram exibidas. (E)) Os documentários sobre a vida selvagem, a que assistia quando era criança, irritavam-me porque neles eram exibidas cenas de extrema violência.

111.(FCC) Há uma relação de causa (I) e conseqüência (II) entre as ações expressas nas frases destacadas

em:

(A) I. Para entendermos as intenções da vespa, II. temos que deixar de lado qualquer tipo de julgamento.

(B) I. Para finalizar, II. apareciam as detestáveis hienas.

(C) I. Isentamos o resto do mundo animal desse tipo de comportamento, II. embora não faltem exemplos que

mostram o quanto é fácil nos juntarmos ao resto dos animais.

(D)) I. as larvas podem se alimentar das entranhas da lagarta, II. que assiste viva ao martírio de ser devorada

de dentro para fora.

(E) I. Predadores não sentem a menor culpa, II. quando matam as suas presas.

112.(FCC) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em: (A)) O autor se pergunta por que haveriam de ser cruéis os animais que aspiram à propagação da espécie. (B) Quando investigamos o por quê da suposta crueldade animal, parece de que nos esquecemos da nossa efetiva crueldade. (C) À lagarta, de cujo ventre abriga os ovos da vespa, só caberá assistir ao martírio de sua própria devoração. (D) Se a idéia de compaixão é puramente humana, não há porque imputarmos nos animais qualquer traço de crueldade. (E) Os bichos a cujos atribuímos atos cruéis não fazem senão lançar-se na luta pela sobrevivência. 113.(FCC) O emprego das aspas em “rindo” (primeiro parágrafo) deve-se ao fato de que o autor deseja (A) remeter o leitor ao sentido mais rigoroso que essa palavra tem no dicionário. (B)) chamar a atenção para a impropriedade da aplicação desse termo, no contexto dado. (C) dar ênfase, tão-somente, ao uso dessa palavra, como se a estivesse sublinhando ou destacando em negrito. (D) assinalar o emprego despropositado de um termo que a ninguém, habitualmente, ocorreria utilizar.

Page 38: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

38

(E) precisar o sentido contrário, a significação oposta à que o termo tem no seu emprego habitual. 114.(FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Não se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem os ovos no interior das vespas. (B) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem são seus instintos herdados, e não uma intenção cruel. (C) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos, competindo na vida selvagem, a radicalidade de que é capaz um homem enciumado. (D) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais, uma modalidade de violência que interpretamos como crueldade. (E)) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os ditames de um código genético comum a toda a espécie. 115.(FCC) Considerando-se o contexto, o elemento sublinhado pode ser substituído pelo que está entre parênteses, sem prejuízo para o sentido e a correção da frase, em: (A) Por trás dessas ações assassinas se esconde um motivo simples. (Nessas ações assassinas infiltra-se) (B) Apareciam as detestáveis hienas, “rindo” enquanto comiam os restos de algum pobre animal. (à medida em que devoravam os detritos) (C)) A idéia de compaixão é puramente humana. (restringe-se à espécie humana) (D) Sua sobrevivência e a da sua espécie dependem dessa atividade. (são permeáveis a tais iniciativas) (E) A Natureza não tem nada a dizer sobre compaixão ou ética de comportamento. (dissimula seu interesse por) Atenção: As questões de números 116 a 125 referem-se ao texto abaixo.

Mens sana in corpore sano Essa antiga e conhecida frase latina (“mente sã em corpo são”) fala do desejável equilíbrio entre o nosso desempenho físico e o mental. Nas últimas décadas, o conceito de saúde vem sendo obsessivamente identificado, de modo quase exclusivo, com a ótima forma do corpo. Multiplicaram-se as academias, os métodos e as atividades voltados para a cada vez mais potenciada relação entre beleza, saúde e resistência físicas. Estão na moda os esportes radicais, o desafio aos limites orgânicos, o exibicionismo do corpo modelar, as dietas rigorosas. Há um ostensivo culto à perfeição de um Apolo e de uma Vênus, trazidos diretamente da estatuária grega para o altar dos deuses modernos. Essa tendência obsessiva para a expansão da fisicultura, da ginástica, das dietas milagrosas tem seu preço, que é alto e se paga tanto em dinheiro quanto em compulsão do comportamento. Quem pode ignorar a cadeia de consumo que atrai de forma progressiva os candidatos a Apolo e Vênus? Basta reconhecer a variadíssima gama de produtos e serviços oferecidos à construção e exaltação de um corpore sano. Disso tudo decorre uma espécie de ideologia da eterna mocidade, da beleza a qualquer preço, da expansão dos instintos, da valorização da destreza e da força físicas. Nesse quadro, o valor da mens sana entrou decididamente em baixa. Não ocorre, no campo da educação, do conhecimento, do desenvolvimento intelectual e artístico, nada que seja minimamente proporcional à desabalada correria pela modelagem do corpo. Cada vez mais preguiçosas e menos estimuladas, nossas faculdades mentais e nossa sensibilidade pessoal não têm como se beneficiar do botox, da lipoaspiração, da cirurgia plástica. Aquele equilíbrio vital, referido na velha frase latina, anda cada vez mais comprometido.

(Vilares da Cunha)

116.(FCC) As referências do autor a Apolo e a Vênus devem-se, no contexto, ao propósito de (A) demonstrar a excessiva influência que ainda exercem os padrões da cultura latina sobre a do nosso tempo. (B) ilustrar a convicção que tinham os gregos da superioridade da beleza física em relação aos dotes espirituais. (C)) ilustrar a obsessão moderna pelo culto aos padrões da perfeição física, eleitos como valores absolutos. (D) demonstrar a obsessão moderna de encontrar no passado justificativas para a propagação de ideais de consumo. (E) ilustrar a tendência, predominante nas culturas clássicas, de se tomar a beleza física como espelho da beleza moral. 117.(FCC) Considere as afirmações abaixo.

Page 39: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

39

I. No segundo parágrafo, o autor considera que o consumismo da vida moderna e o culto ao corpo estão

intimamente relacionados.

II. No terceiro parágrafo, o autor constata que a ciência já evoluiu o suficiente para interferir na saúde

intelectual tanto quanto já interferiu na saúde do corpo.

III. Segundo o autor, a atrofia de uma e a hipertrofia da outra romperam a possibilidade de equilíbrio entre as

duas instâncias da frase latina. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D)) I e III.

(E) II e III.

118.(FCC) Cada vez mais preguiçosas e menos estimuladas, nossas faculdades mentais e nossa sensibilidade pessoal não têm como se beneficiar do botox, da lipoaspiração, da cirurgia plástica. A ironia presente na frase acima deve-se ao fato de o autor (A) considerar a hipótese de que a saúde do corpo merece os mesmos cuidados que dedicamos à saúde do nosso espírito. (B)) dar a entender que lamenta a impossibilidade de se estenderem à vida espiritual os benefícios dos artifícios cirúrgicos. (C) supor que chegará o tempo em que nossas atividades mentais serão inteiramente suprimidas por artifícios clínicos. (D) imaginar que o avanço tecnológico da medicina acabará redundando num aperfeiçoamento da nossa vida mental. (E) achar que o desenvolvimento da nossa sensibilidade caminha paralelamente com o nosso aperfeiçoamento físico. 119.(FCC) São expressões que, no texto, servem à intensificação do campo de valores diretamente relacionados ao corpore sano: (A) obsessivamente identificado / decididamente em baixa (B) cada vez mais preguiçosas / cada vez mais comprometido (C) tendência obsessiva / menos estimuladas (D)) compulsão do comportamento / variadíssima gama (E) ostensivo culto / não têm como se beneficiar 120.(FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A) Mais estímulos houvessem para a nossa vida intelectual, menos tentações sofreríamos de ir buscar a qualquer preço o nosso aperfeiçoamento físico. (B) Costumam-se importar das velhas culturas todo e qualquer valor que supostamente possa justificar os hábitos mais viciosos da nossa época. (C) A expansão desmedida da fisicultura, da ginástica e das dietas vêm criando uma nova ideologia, cujos efeitos a ninguém parece incomodar. (D) Se viessem a ocorrer, no campo da educação e do conhecimento, expansão de valores análoga à do culto ao corpo, o espírito agradeceria. (E)) Inclui-se entre os inúmeros efeitos da obsessão pela forma física a busca de produtos de consumo, sobretudo os esportivos e os dietéticos. 121.(FCC) NÃO admite transposição para outra voz verbal o segmento sublinhado na frase: (A) Essa tendência tem seu preço, que é alto e se paga tanto em dinheiro quanto em compulsão do comportamento. (B)) Aquele equilíbrio vital, referido na frase latina, anda cada vez mais comprometido. (C) O conceito de saúde vem sendo obsessivamente identificado com a ótima forma do corpo. (D) Não se pode ignorar a cadeia de consumo que atrai progressivamente os candidatos a Apolo e Vênus. (E) Muito prometem as dietas milagrosas e as intermináveis sessões de ginástica.

Page 40: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

40

122.(FCC) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Essa tendência obsessiva, cujo o preço é alto, consome muito dinheiro, além de inspirar um tipo de comportamento que o ridículo é freqüente. (B) Essa obsessão é uma prática a que ninguém deveria se orgulhar, embora haja cada vez mais gente que dela se submeta. (C) É a frase de uma época onde os valores tendiam ao equilíbrio e à permanência, ao contrário da nossa, onde tudo é transitório. (D) Custam caro esses produtos e serviços, de cujos dependem os que vivem obcecados ao compromisso de atingirem a perfeição da forma física. (E)) O quadro em que o valor da atividade intelectual se encontra em declínio é o mesmo em cujos estreitos limites impera a exaltação absoluta do corpo. 123.(FCC) Disso tudo decorre uma espécie de ideologia da eterna mocidade (...) A expressão sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido contextual da frase acima, por (A)) Advém de tudo isso. (B) Isso tudo provém de. (C) Tudo isso decorre de. (D) Tal decorrência se deve a. (E) Isso tudo é resultado de. 124.(FCC) Há um ostensivo culto à perfeição de um Apolo e de uma Vênus, trazidos diretamente da estatuária grega para o altar dos deuses modernos. Mantém-se a idéia central da frase acima, de modo claro e correto, no seguinte período: (A) Egressos do altar dos deuses modernos, as estátuas gregas de Apolo e de Vênus inspiram um rito de adoração do corpo perfeito, que representam. (B) No altar dos deuses modernos, em que se implantou as estátuas de Apolo e de Vênus, a perfeição da beleza grega é tacitamente cultuada. (C)) A perfeição de um Apolo e de uma Vênus, estátuas gregas removidas para o altar moderno, é objeto de uma ampla e declarada veneração. (D) A beleza de um Apolo e de uma Vênus é cultuada no altar dos deuses modernos, pois sua ostensiva perfeição os fez trazer da estatuária grega. (E) Importados da estatuária grega, a perfeição estatuária de Apolo e de Vênus propagam um fervoroso culto no altar moderno que se os destinou. 125.(FCC) Considere as afirmações abaixo.

I. Há uma obsessão moderna pelo culto ao corpo perfeito.

II. Essa obsessão acarretou certo desprestígio da vida intelectual.

III. Seria preciso revalorizar a atividade intelectual.

Essas afirmações articulam-se de modo claro, coerente e correto no período: (A) Apesar de um certo desprestígio da vida intelectual, graças à obsessão moderna pelo culto ao corpo perfeito que a acarretou, faz-se necessário revalorizá-la. (B) A atividade intelectual, sobre a qual acarretou certo desprestígio, precisaria ser revalorizada, em função desse culto a corpo perfeito, em que há uma obsessão moderna. (C) Dado que há uma obsessão moderna pelo culto à perfeição corpórea, sobretudo por um certo desprestígio da atividade intelectual, faz-se necessário uma revalorização desta. (D)) Seria necessária uma revalorização da atividade intelectual, em vista do desprestígio que ela sofreu, em decorrência do obsessivo culto moderno à perfeição do corpo. (E) O desprestígio atingido pela vida intelectual, desde que esteja havendo um obsessivo culto à perfeição do corpo, seria preciso passar por um processo de revalorização. 126.(FCC) Os livros de conselhos, em geral, são ótimos compêndios do bom senso. Funcionam justamente porque nos dizem coisas que já sabemos. A autoridade que nos aconselha é a sabedoria comum de nossa época. (Contardo Calligaris) A idéia fundamental do texto acima está corretamente resumida na frase:

Page 41: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

41

(A)) A autoridade bem sucedida dos livros de conselhos está no saber do senso comum que reproduzem. (B) A aceitação dos livros de conselhos deve-se à lucidez de quem põe a funcionar um saber já esquecido. (C) Os livros de conselhos funcionam porque sabem analisar, em linguagem simples, as nossas verdades mais profundas. (D) É pelos valores do bom senso que se orientam os livros de conselhos, é assim que contestam os valores de uma época. (E) A utilidade dos livros de conselhos está em resumir os compêndios do bom senso numa forma que espelhe a sabedoria de uma época. 127.(FCC) O emprego e a articulação dos tempos verbais estão inteiramente adequados na frase: (A) Conviria que você venha nos visitar apenas na semana que vem, quando já não estaríamos preocupados com o vestibular que fizermos na próxima terça-feira. (B) Mal aportou, o navio fora submetido a uma rigorosa inspeção da alfândega, em virtude da suspeita da carga contrabandeada que talvez ele trouxe em seus porões. (C) Não me parece justo que você vem agora argumentar com razões que até ontem jamais invocou, revelando um oportunismo que já seja tão conhecido. (D) Na próxima semana iremos estar atendendo a sua solicitação, estaremos lhe telefonando para comunicar a decisão final da empresa. (E)) Tão logo saibamos o resultado do teste a que você ontem se submeteu, entraremos em contato, para não prolongar a agonia de sua expectativa. 128.(FCC) Considere as frases abaixo.

I. Os moradores de rua, que têm sido vítimas de violência, deverão ser recolhidos a um abrigo.

II. Os discos antigos, que ele herdou de seu avô, estão muito bem conservados.

III. Quem passa, distraidamente, por aquela rua talvez não note a beleza do velho casario.

A exclusão das vírgulas alterará o sentido SOMENTE do que está em

(A) I.

(B) II.

(C)) I e II.

(D) III.

(E) II e III.

129.(FCC) Encontraram um fóssil no Vale do Jequitinhonha. Antes de removerem o fóssil para o centro de arqueologia, submeteram o mesmo ao tratamento indispensável a toda descoberta importante, fotografaram o fóssil e pediram segurança para poupar o fóssil da ação dos curiosos. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por: (A) o removerem - submeteram-lhe - o fotografaram - poupar-lhe (B)) o removerem - submeteram-no - fotografaram-no - poupá-lo (C) removerem-no - o submeteram - o fotografaram - poupar-lhe (D) removerem este - submeteram-lhe - lhe fotografaram - o poupar (E) lhe removerem - submeteram-no - fotografaram-no - lhe poupar 130.(FCC) A persistirem os sintomas, deve-se consultar o médico. A expressão sublinhada na frase acima tem o mesmo sentido que (A) Ainda que persistam. (B) Tão logo persistam. (C) A menos que persistam. (D)) Caso venham a persistir. (E) Mesmo se vierem a persistir. 131.(FCC) Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:

Page 42: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

42

(A) É preciso que eles refrêem seu ódio, caso contrário sobrevirão conflitos ainda mais graves do que os da semana passada, quando eles não conteram seus impulsos. (B) Caso os leitores de poesia se detessem mais a cada verso, a cada imagem, haveriam de se surpreender com os inesperados encantos que aprouve ao poeta cultivar. (C)) O editor-chefe, diante da escandalosa matéria que fora apurada pelo repórter, interveio imediatamente e reteve todo o material, a fim de o submeter ao presidente da empresa. (D) Os prejuízos financeiros que advirem dessa operação desastrada serão minuciosamente contabilizados, para que, no futuro, se recaírem sobre nós pesadas acusações, tenhamos como nos defender. (E) Tudo o que nos caber decidir será decidido, mas para isso fazer-se-á necessário obter, se não a totalidade dos votos, um mínimo de consenso entre os que se disporem a participar do simpósio. 132.(FCC) É preciso corrigir uma falha na redação da seguinte frase: (A)) A companhia aérea que mais confiávamos foi à falência. (B) Não serão meias medidas que darão fim a esse litígio. (C) A pessoa com cujo apoio mais contava voltou-se contra mim. (D) Não se tem notícias dela desde que aportou no Recife. (E) Se é para eu decidir sozinho, prefiro me abster a me comprometer. 133.(FCC) Considere as frases abaixo.

I. Ela perdeu a cabeça quando soube do resultado do exame clínico.

II. Só vou me pronunciar quando tomar pé na situação.

III. Caí das nuvens quando soube do resultado da prova.

IV. Quando chegou ao cume, fincou na neve a bandeira de seu país.

Deve ser compreendido em seu sentido literal SOMENTE o que vem sublinhado em

(A) I e II.

(B) I e IV.

(C) II e III.

(D) III.

(E)) IV.

134.(FCC) Está correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) Malediscente como sempre, não deixa de proferir injúrias, manifestando, além da hostilidade, uma extraordinária vocação para provocar a cisânia entre seus desafetos. (B) Diante de nossa relutância, propôs que fôssemos com ele ao super-mercado, emprendêssemos, de modo alheatório, uma pesquisa de preços, e os comparássemos aos da feira. (C) Como não conta com nenhum para-raios, o povoado se alarma tão logo comece a trovejar: na última tempestade, a inscidência de descargas elétricas foi a maior da região. (D)) Será necessário intensificar a assistência aos pescadores, por ocasião da reversão das águas do rio —

operação esta que certamente beneficiará as hidrelétricas, mas que poderá levar muitos à indigência. (E) Os maltratos recebidos afetaram-na tão profundamente que ela não consegue relaxar: ficaram-lhe os resquícios de um trauma familiar que dificilmente superará sem os subssídios de um tratamento especializado. 135.(FCC) A forma verbal indicada entre parênteses deverá flexionar-se obrigatoriamente no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) A tantos amores ...... (CONFIAR) meu destino que trago o coração desencontrado. (B)) Caso não lhe ...... (VIR) a parecer oportunas essas medidas, tome você mesmo as que achar mais convenientes. (C) Tão intenso é o medo que as ...... (PÔR) em pânico que suspeito seja ele inteiramente encenado. (D) Nem mesmo o despeito exagerado que há em todos eles ...... (DEVER) estimular em nós qualquer reação negativa. (E) Caso não nos ...... (OCORRER), naquelas horas tardias, buscar o auxílio de um caçador, jamais encontraríamos o caminho de volta. 136.(ESAF) Assinale a opção sem erro de concordância.

Page 43: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

43

a) O peso do reajuste de 10% da tabela de Imposto de Renda das pessoas físicas nas contas públicas – inserido em medida provisória que tem provocado tantas dissensões no Congresso – poderia ser amortecido com folga se não tivesse sido criado, há dez anos, dois mecanismos para aliviar o bolso de grandes empresas. b) No campo dos benefícios dos transgênicos está a maior produtividade e o menor uso de defensivos agrícolas. Por outro lado, passível de discussão e pendente de provas científicas estão os malefícios ao meio ambiente e à saúde do homem. c) Estudo comprovou que fatores hormonais podem aumentar a susceptibilidade de meninas à infestação por piolhos. A incidência discriminada por grau de intensidade de infestação e idade mostram que, entre os seis e oito anos, a parasitose alcança o nível máximo. d) Em áreas de integração econômica que já alcançaram a fase de mercado comum (definida na União Européia como fusão de mercados nacionais), o processo de eliminação de barreiras alfandegárias impede o uso de instrumentos fiscais que possam dificultar a livre circulação de mercadorias, ou seja, exclui-se o uso do tributo com fins de controle fiscal. e) Os intercâmbios econômicos entre os Estados, no cenário mundial, quando não inseridos em blocos de integração (como, por exemplo, as trocas comerciais entre Brasil e Espanha), também se vêem afetados por novas perspectivas da fiscalidade e pela exigência de se excluir esses controles. 137.(ESAF) Indique a opção que contém o único segmento correto do texto abaixo.

No que diz respeito à responsabilidade dos administradores decorrente da cessão de quotas, não pode o mesmo ser responsabilizado, uma vez que é direito do sócio desfazer-se de suas quotas, salvo nos casos que haja previsão vedatória no contrato, e o administrador tenha mostrado-se negligente, agindo com culpa, onde passará a responder solidariamente com o sócio cedente.

a) No que diz respeito à responsabilidade dos administradores b) não pode o mesmo ser responsabilizado c) salvo nos casos que haja previsão vedatória d) tenha mostrado-se e) onde passará a responder 138.(ESAF) Aponte a opção que completa com correção gramatical o espaço em branco.

Para que a cessão de quotas nas sociedades limitadas possa gerar efeitos, inclusive de responsabilidade, é necessária sua averbação no contrato social da sociedade, bem como seu registro na Junta Comercial, pelos sócios ou por quem de direito. Caso contrário, a medida não terá eficácia _____________________

a) perante os sócios e à sociedade. b) face os sócios e a sociedade. c) ante esses e aos terceiros. d) quanto a esses e à sociedade. e) frente aos terceiros e frente a sociedade. 139.(ESAF) Assinale a opção que contém trecho sintaticamente correto. a) Devemos tratar de um controle adequado, que nos exige um redirecionamento futuro; assim a singularidade de muitos dos bens e serviços que são objeto de transação, como os intangíveis ou farmacêuticos, os quais impedem a fiscalização de dispor de elementos de comparação para fixar os preços que tenham sido acordados por pessoas independentes, questão essa que deve ser enfrentada. b) Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) são formas de produção de bens e serviços que além de disseminar / distribuir senão o emprego, o trabalho e certamente a renda por todo o território nacional (e mesmo em alguns casos além-fronteiras) bem como a criação de novos mercados mais diversificados senão potentes em tamanho. c) Pela comparação entre os prós e os contras é válida a liberação e o cultivo da soja transgênica no Brasil, respeitando o direito do cidadão de poder escolher entre um produto alterado geneticamente ou não alterado, e realizando pesquisas rigorosas no controle da produção e sua disponibilização no mercado, observando sempre a rotulação e a origem dos produtos.

Page 44: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

44

d) Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, o fato de o Fundo Monetário Internacional ter aprovado recentemente a realização de "gastos de qualidade" do governo – pacote chamado de Projeto Piloto, que tem como objetivo, no âmbito dos ministérios da Fazenda e da Previdência, aumentar a eficiência alfandegária, integrar cadastros federais e estaduais, facilitar a criação de empresas e tornar a Previdência mais "leve e eficaz". e) Se a soma dos diversos tributos incidentes representa carga que impeça o pagador de tributos de viver e de se desenvolver, estar-se-á perante carga geral confiscatória, razão pela qual todo o sistema terá que ser revisto, mas principalmente aquele tributo que, quando criado, ultrapasse o limite da capacidade contributiva do cidadão. 140.(ESAF) Complete as lacunas do trecho abaixo com a opção gramaticalmente correta e textualmente coerente. A Reforma do Poder Judiciário introduziu em nosso ordenamento jurídico, nas hipóteses de grave violação dos direitos humanos, o incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal, _________1__________assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos ______2______ o Brasil seja parte. ________3__________a alteração constitucional, a internacionalização das questões relativas aos direitos humanos e os compromissos externos assumidos pelo Brasil para reprimir as violações a esses direitos ________4________ a percepção de que, em muitos casos, os mecanismos internos existentes para a sua apuração e punição não são eficientes.

(Rodrigo César Pinho e Jorge Assaf Maluly, “Crimes contra os direitos humanos”, Folha de S. Paulo, 13/03/2005)

a) com vistas a nos quais Justificou-se assim como

b) com a finalidade de dos quais Justificaram bem como

c) na hipótese de com os quais Justificou exceto

d) visando para os quais Foi justificada no tocante

e) procedimento que visa os quais O que justificou relativamente

141.(ESAF) Em relação ao texto, assinale a opção incorreta. Com 7,5 milhões de famílias atendidas e meta de alcançar 11 milhões até o fim do primeiro mandato do presidente Lula, o programa Fome Zero/Bolsa Família tem sido crescentemente elogiado por especialistas e bem avaliado por organismos multilaterais de peso, caso do Banco Mundial. Estudo recente patrocinado pela instituição constatou que o programa tem conseguido atingir o público-alvo previsto, que é a faixa mais pobre da população. Verifica-se também que a transferência de renda propiciada pelo programa, menos de 50 meses depois de iniciado, faz efetiva e fundamental diferença quando se mede a melhoria na qualidade de vida das populações beneficiadas e o dinamismo renovado das economias locais.

(José Paulo Kupfer - http://nominimo.ibest.com.br/notitia)

a) O Banco Mundial é uma das instituições que avalia positivamente o programa Fome Zero/Bolsa Família. b) Os elogios dos especialistas ao programa Fome Zero/ Bolsa Família têm crescido. c) Estudo do Banco Mundial constatou que o programa Fome Zero/Bolsa Família tem atingido o público-alvo previsto. d) O programa Fome Zero/Bolsa Família ainda não atingiu 50 meses de funcionamento. e) A transferência de renda propiciada pelo programa Fome Zero/Bolsa Família ainda não afeta a qualidade de vida e o dinamismo das economias locais. 142.(ESAF) Assinale a opção que apresenta inferência em desacordo com as idéias do texto abaixo: Uma importante reivindicação dos europeus recebeu pouco destaque do governo brasileiro, nos relatos oficiais sobre a reunião dos ministros do Mercosul e da União Européia (UE). Entre os pontos que os ministros decidiram transformar em prioridade, na discussão do acordo de livre comércio entre os dois blocos, está a reivindicação européia de eliminação de barreiras ao comércio de mercadorias entre os países do Mercosul. É uma pressão a mais contra iniciativas como os recentes movimentos do governo argentino na relação comercial com o Brasil – criação de licenças não-automáticas de importação, acordos de restrição voluntária de exportações e taxas estendidas a produtos dos sócios do Mercosul.

(Sergio Leo, Valor Econômico,12/09/2005)

Page 45: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

45

a) Os relatos oficiais do governo brasileiro a respeito da reunião dos ministros do Mercosul e da União Européia subestimaram reivindicação dos europeus. b) Os europeus reivindicam a eliminação de barreiras ao comércio de mercadorias entre os países do Mercosul. c) A reivindicação dos europeus é uma pressão a mais contra recente posição da Argentina na relação comercial com o Brasil. d) Houve a criação de licenças não-automáticas na relação comercial entre Argentina e Brasil. e) Os argentinos propuseram acordos de restrição voluntária de exportações aos países da União Européia. Leia o texto a seguir para responder às questões 143 e 144

Na opinião de Malthus, os habitantes da Terra multiplicar-se-iam numa taxa muito superior à disponibilidade de recursos. Seria uma catástrofe. Sua previsão falhou por não prever o espetacular

05 desenvolvimento da ciência e o aumento da eficiência na produção de alimentos e outros bens. Mas será que essa eficiência será mantida nos próximos 50 anos? É bem provável que sim, a despeito de certos recursos que estão se

10 esgotando, como é o caso da terra agriculturável e da água.

(Antônio Ermírio de Moraes, O planeta e o desafio do futuro. Jornal do Brasil, 20 de março de 2005, com adaptações)

143.(ESAF) Assinale a opção que expressa de forma gramaticalmente correta uma relação lógica coerente com o texto. a) Se for mantida a eficiência na produção de alimentos e outros bens, a taxa de multiplicação dos habitantes da Terra será superior à disponibilidade de recursos. b) Não chegou a haver catástrofe que cause a multiplicação dos habitantes da Terra, porque Malthus não previu o espetacular desenvolvimento da ciência nem o aumento da eficiência na produção de alimentos e outros bens. c) Se não tivesse havido um desenvolvimento espetacular da ciência e o aumento da eficiência na produção de alimentos e outros bens, a multiplicação dos habitantes da Terra poderia se tornar uma catástrofe. d) Por causa do espetacular desenvolvimento da ciência na produção de alimentos houve uma eficiência na produção de alimentos e outros bens; o que levou o fracasso a opinião de Malthus. e) Embora estarem se esgotando certos recursos, a eficiência na produção de alimentos e outros bens serão mantidos e, felizmente, a catástrofe prevista por Malthus não ocorrerá. 144.(ESAF) A respeito do emprego dos modos e tempos verbais no texto, assinale a opção incorreta. a) O sentido do verbo e o emprego do pretérito perfeito em ―falhou‖(l.4) justifica o emprego do futuro do pretérito em ―multiplicar-se-iam‖ (l.2) e em ―Seria‖ (l.3). b) Embora ―prever‖(l.4) não tenha marca de tempo, subentende-se textualmente que indica uma ação ocorrida no passado. c) Com o emprego do futuro do presente em ―será que‖(l.7), o autor anuncia um acontecimento provável em tempo posterior ao da elaboração do texto. d) Considerando a idéia de hipótese ou probabilidade da oração, o desenvolvimento da textualidade permitiria que o modo indicativo na flexão de ―É‖ (l.8) fosse alterado para o correspondente modo subjuntivo. e) O emprego da forma composta em ―estão se esgotando‖(l.9 e 10) enfatiza a idéia de continuidade, duração do fato em um momento preciso do presente; ênfase que não haveria com a flexão de presente simples do indicativo. Leia o texto para responder à questão 145.

– ISTOÉ – Quem são os heróis de verdade? Roberto Shinyashiki – Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro

Page 46: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

46

05 importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegam a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como

10 uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos

15 de vida, e não para impressionar os outros. (ISTOÉ, Entrevista.19/10/2005, com adaptações)

145.(ESAF) Assinale a opção incorreta a respeito do desenvolvimento da argumentação do texto. a) Para organizar os argumentos, o entrevistado refere-se, genericamente, às mesmas pessoas por meio do pronome ―você‖(l.3), ou das expressões ―poucas pessoas‖(l. 6) e ―essas pessoas‖(l.9). b) Preserva-se a coerência da argumentação da resposta ao se deslocar a oração ―Isso é uma loucura‖ (l. 6 e 7) para antes do último período sintático do texto. c) A organização semântica do texto permite entender que as pessoas que compõem ―a maioria‖(l.11) compartilham do mesmo tipo de visão expressa em ―Nossa sociedade ensina‖ (l.2) e ―O mundo define‖ (l.5 e 6). d) Através de exemplos e argumentos, o entrevistado prepara o leitor para aceitar a resposta que resume no último período sintático do texto. e) Pelo desenvolvimento da argumentação, depreende-se que ―os outros‖(l.15) constituem parte dos conjuntos nomeados como ―Nossa sociedade‖ (l.2) e ―O mundo‖(l.5). 146.(ESAF) Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta:

Está infringindo a legislação de propriedade industrial quem fabrica, exporta, vende, expõe ou oferece à venda, tem em estoque, oculta ou recebe, para utilização com fins econômicos, um produto que

05 seja objeto de patente de invenção ou de modelo de utilidade, segundo os artigos 183 e 184 da Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996, uma das mais modernas e avançadas leis de propriedade industrial do mundo. Se houver comprovação de delito, a penalidade poderá

10 variar de um mês a um ano de detenção ou multa, conforme o caso específico.

Também incorre em ilícito penal aquele que Fabrica, sem autorização do titular, exporta, vende, tem em estoque, oculta ou recebe, para utilização com

15 fins econômicos, objeto que incorpore ilicitamente um desenho industrial registrado, ou imitação substancial que possa induzir a erro ou confusão. É um crime contra o registro de desenho industrial. É um desrespeito ao consumidor que, muitas vezes, pela aparência, não

20 consegue distinguir o produto original do copiado, mas tem de arcar com o prejuízo de adquirir um artigo de má qualidade.

(Cláudio França Loureiro, Valor Econômico, 28/09/2005)

a) A expressão ―Está infringindo‖ (l.1) está no singular para concordar com ―quem‖(l.2). b) As quatro primeiras vírgulas das linhas 2 e 3 justificam-se porque separam elementos de uma enumeração. c) Mantém-se a correção gramatical e o significado da informação do período ao se substituir ―Se houver‖ (l.8 e 9) por Caso haja. d) O emprego do modo subjuntivo em ―incorpore‖ (l.15) e em ―possa‖ (l.17) justifica-se por se tratar de um fato certo, confirmado, assegurado. e) Subentende-se após ―induzir‖(l.17) qualquer uma das expressões a seguir: os consumidores, alguém, as pessoas, os compradores. Leia o seguinte texto para responder às questões 147 e 148.

O cérebro humano é um órgão que absorve quase 25% da glicose que consumimos e 20% do oxigênio

Page 47: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

47

que respiramos. Carregar neurônios ou sinapses que interligam os neurônios em demasia é uma

05 desvantagem evolutiva, e não uma vantagem, como se costuma afirmar. Todos nós nascemos com muito mais sinapses do que precisamos. Aqueles que nascem em ambientes seguros e tranqüilos vão perdendo

10 essas sinapses, fenômeno chamado de regressão sináptica. Portanto, toda criança nasce com inteligência, mas aquelas que não a usam vão perdendo-a com o tempo. Estimular o cérebro da criança desde cedo

15 é uma das tarefas mais importantes de toda mãe e de todo pai modernos.

(Stephen Kanitz, A favor dos videogames, Veja, 12 de outubro, 2005, com adaptações)

147.(ESAF) De acordo com o texto, constitui uma ―desvantagem evolutiva‖ (l.5): a) levar o cérebro a consumir mais glicose do que oxigênio. b) sobrecarregar de sinapses e neurônios cérebros que não se conectam. c) perder sinapses que não são desenvolvidas quando a criança cresce em ambientes seguros e tranqüilos. d) não nascer com inteligência necessária para evitar o fenômeno da regressão sináptica. e) ter uma educação que se diz moderna, mas que retira dos pais a tarefa de educar os filhos. 148.(ESAF) Julgue as seguintes afirmações a respeito do emprego das estruturas lingüísticas do texto: I. A expressão adverbial ―em demasia‖(l.4) refere-se a ―neurônios‖(l.4). II. O conjunto de pessoas expresso por ―Todos nós‖ (l.7) inclui o conjunto de pessoas expresso por ―Aqueles‖(l.8). III. O substantivo ―fenômeno‖(l.10) inicia um aposto que nomeia a ação expressa por ―vão perdendo essas sinapses‖(l.9 e 10). IV. A expressão verbal ―vão perdendo-a‖(l.13) corresponde gramaticalmente a vão-a perdendo. V. A flexão de singular da expressão ―o cérebro da criança‖(l.14) é responsável pelo emprego do infinitivo singular de ―Estimular‖(l.14); se a preferência do autor fosse por usar o plural, os cérebros das crianças, o texto manteria a coerência, mas o verbo deveria ser usado no plural: Estimularem. A quantidade de itens certos é a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 149.(ESAF) Lê-se no Manual de Redação da Presidência da República:

onde Como pronome relativo significa ‗em que (lugar)‘: A cidade onde nasceu.

Com base nessa definição e nas demais funções morfossintáticas que o termo onde pode desempenhar, aponte a frase na qual o emprego de tal termo está incorreto. a) (...) o método utilizado pode afastar os auditores, pela falta de estrutura, da descoberta dos grandes esquemas de corrupção. Porque ele está muito voltado a atender à grande novidade inventada por Waldir Pires, os sorteios dos municípios. Ali, faz-se uma auditoria por amostragem, onde pegar um grande esquema dependerá, como tudo num sorteio, da sorte. b) O Portal de Transparência é até onde a CGU conseguiu tornar possível a sua idéia de tornar público o Sistema Integrado de Administração Financeira (...). c) ―Cultura‖ é um termo quase infinitamente maleável. (...). Sua origem ou, pelo menos, até onde se possa saber, seu sentido primitivo parece se relacionar com a criação, descoberta ou invenção da agricultra (...). d) Passada a euforia da libertação, muitos ex-escravos regressaram a suas fazendas, ou a fazendas vizinhas; para retomar o trabalho por baixo salário. Dezenas de anos após a abolição, os decendentes de escravos ainda viviam, nas fazendas, uma vida pouco melhor do que a de seus antepassados escravos. Outros

Page 48: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

48

dirigiram-se às cidades, como o Rio de Janeiro, onde foram engrossar a grande parcela da população sem emprego fixo. e) Onde havia dinamismo econômico provocado pela expansão do café, como em São Paulo, os novos empregos, tanto na agricultura como na indústria, foram ocupados por milhares de imigrantes italianos que o governo atraía para o país. Lá, os ex-escravos foram expulsos ou relegados aos trabalhos mais brutos e mais mal pagos.

(Fontes: Rudolfo Lago, Correio Braziliense, 24/10/2005; Nelson Archer, Relativismo cultural e multiculturalimo, FSP, 31/10/2005; José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil: o longo caminho, pág.52)

Atenção: As questões de números 150 a 159 referem-se ao texto que segue.

Fogueiras entre o Estado e o Mercado Tantos carros incendiados nas ruas, por jovens pobres da França e de outros países europeus, numa espécie de incontrolável tsunami social, estão dando um recado claro: a economia globalizada pode estar indo muito bem para uns poucos, mas vem sendo um desastre para a imensa maioria. Se, em países pobres africanos, multidões de famintos sempre foram associadas à terrível justificativa do “atraso cultural econômico”, que dizer desse Primeiro Mundo que exibe agora sua população de humilhados, ofendidos e revoltados? O fato é que, desde o encolhimento do Estado, em função da lógica de um Mercado supostamente auto-regulado e eficaz em si mesmo, a globalização vem favorecendo a concentração de renda, o desemprego e a exclusão social. Na periferia do mercado do dólar ou do euro, sem acesso ao emprego e ao consumo, os jovens das periferias urbanas não estão vendo futuro algum em suas vidas. Se não com plena consciência, mas certamente com absoluta descrença, percebem que não há quem se preocupe com sua inserção social. Diminuído, reduzido a funções políticas de subserviência, o Estado vem negligenciando seu papel social e delegando à economia privada o planejamento do destino dos cidadãos. Toma, no máximo, algumas medidas emergenciais, tentando reparar um mal já disseminado. Se incendiar automóveis nas ruas nada resolve, também nada resolve conformar-se com o lugar de humilhados sem futuro. Surge então o Estado, com medidas repressivas, visando à proteção do patrimônio e à defesa da ordem pública. Mas é inútil tentar apagar à força essas fogueiras urbanas: elas se alastrarão, enquanto não se repensar o que é que, afinal, justifica a existência mesma do Estado, e que papel cabe, enfim, ao deus Mercado, quando se trata de decidir a qualidade da vida presente e futura da humanidade.

(Dionísio Mourão) 150.(FCC) Atente para as seguintes afirmações:

I. A exclusão social, pela qual o encolhimento do Estado e a lógica do Mercado são conjuntamente

responsáveis, é um dos efeitos da globalização.

II. O vandalismo dos jovens pobres de países europeus atesta que, sem o fortalecimento do Mercado, a

globalização não cumprirá suas metas sociais e humanitárias.

III. A proteção do patrimônio e a defesa da ordem pública são funções que o Estado vem assumindo,

sinalizando assim seu descontentamento com os mecanismos de exclusão social. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

(A)) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

151.(FCC) Expõem com intensidade uma mesma convicção do autor e se reforçam mutuamente, no texto, as expressões (A) carros incendiados e plena consciência. (B) periferias urbanas e eficaz em si mesmo. (C)) incontrolável tsunami social e elas se alastrarão. (D) conformar-se com o lugar de humilhados e medidas emergenciais. (E) mercado do dólar ou do euro e países pobres africanos. 152.(FCC) Não admite alteração na voz verbal a frase: (A) Tantos carros incendiados nas ruas estão dando um recado claro.

Page 49: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

49

(B)) Que papel caberá, enfim, ao deus Mercado? (C) A globalização vem favorecendo a concentração de renda. (D) E esse Primeiro Mundo, que exibe agora sua população de humilhados? (E) Os jovens das periferias urbanas não estão vendo futuro algum em suas vidas. 153.(FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A) Mesmo que não se incendeie mais carros, os recados dos jovens pobres dos países ricos já estão dados a quem os queiram ver e ouvir. (B) Incendiar tantos automóveis nas ruas não abrem novos caminhos, mas não há mais como ignorar a multidão dos deserdados. (C) Ao se exporem em sua fraqueza e em sua subserviência, ou nas medidas puramente repressivas, vê-se quão reduzido se encontra o Estado. (D) Se coubessem a todos os cidadãos promover em conjunto o planejamento de suas vidas, exerceria o Mercado o papel que o Estado lhe delegou? (E)) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima. 154.(FCC) É adequado o emprego de AMBAS as expressões sublinhadas na frase: (A) As fogueiras de que todos testemunhamos nos noticiários da TV constituem um sinal a quem ninguém pode ser insensível. (B) O encolhimento do Estado, ao qual muita gente foi complacente, abriu espaço para a lógica do mercado, de cuja frieza vem fazendo um sem-número de vítimas. (C) Com essa sua subserviência, pela qual muitos se insurgem, o Estado deixa de cumprir o papel social de que tantos estão contando. (D)) As medidas repressivas de que o Estado vem se valendo em nada contribuem para o encaminhamento das soluções a que os desempregados aspiram. (E) Diante da pujança do Mercado europeu, de cuja poucos vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras cujo o vigor fala por si só. 155.(FCC) É preciso corrigir a redação da seguinte frase: (A) Há protestos que são ouvidos somente quando incomodam nossos tímpanos, quando atingem a exacerbação de um grito a que ninguém mais pode se mostrar surdo. (B)) Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convir, não se espere que viesse a tomar quaisquer providências somente porque seja do nosso interesse. (C) Medidas repressivas, tomadas em diferentes épocas por diferentes governos, vêm sobejamente demonstrando a ineficácia da força frente às questões sociais. (D) Precisamos nos convencer, de uma vez por todas, de que a economia privada raramente se preocupa com o alcance social das metas pragmáticas que ela se propõe atingir. (E) No início da globalização, muita gente julgava que por meio dela não apenas se multiplicariam, mas também se distribuiriam com justiça os dividendos econômicos.

156.(FCC) Há uma relação de causa (I) e efeito (II) entre os segmentos demarcados na frase:

(A) Se incendiar automóveis nas ruas nada resolve (I), também nada resolve conformar-se com o lugar de

humilhados sem futuro. (II)

(B) Se não com plena consciência, mas certamente com absoluta descrença, (I) percebem que não há

quem se preocupe com sua inserção social. (II)

(C)) Diminuído, reduzido a funções políticas de subserviência, (I) o Estado vem negligenciando o seu papel

social. (II)

(D) Que dizer desse Primeiro Mundo (I) que exibe agora sua população de humilhados, ofendidos e

revoltados? (II)

(E) Mas é inútil tentar apagar à força essas fogueiras urbanas: (I) elas se alastrarão, enquanto não se

repensar o que afinal justifica a existência mesma do Estado. (II)

157.(FCC) Observe as frases abaixo:

Page 50: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

50

I. Os jovens da França, que se sentem marginalizados, incendeiam automóveis nas ruas.

II. A lógica da globalização, que espolia os mais fracos, é fria e calculista.

III. Inútil tentar apagar as fogueiras, que continuarão a se alastrar.

A supressão das vírgulas alterará o sentido de

(A)) I, II e III.

(B) I e II, somente.

(C) II e III, somente.

(D) I e III, somente.

(E) II, somente.

158.(FCC) ―Se nada resolve incendiar automóveis nas ruas, também nada resolve conformar-se com o lugar de humilhados sem futuro.” A frase acima permanecerá correta e terá seu sentido preservado caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente, por (A) Uma vez que não resolva - o mesmo não resolverá (B) Caso não viesse a resolver - igualmente não resolveria (C) Visto que não resolve - portanto não resolve (D)) Assim como não resolve - do mesmo modo não resolve (E) Ainda que não resolva - conquanto também não resolva 159.(FCC) Deverá flexionar-se obrigatoriamente numa forma do plural o verbo indicado entre parênteses na frase: (A) O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados. (B) Mesmo que não ...... (TER) havido outras razões, bastaria a do desemprego generalizado para motivar esses duros protestos. (C) Ainda ...... (DEVER) ocorrer nas periferias das grandes cidades, a despeito das medidas repressivas, muita contestação violenta por parte dos desempregados. (D) A toda e qualquer medida violenta que se ...... (VIR) a tomar contra os jovens, reagirão estes com força proporcional. (E)) Uma política séria de distribuição de renda é uma providência com a qual ...... (PRECISAR) preocupar-se os responsáveis pelo Estado e pelo mercado. Leia atentamente o texto abaixo e responda, a seguir, às questões de 160 a 169 Se é certo que os cursos de água puderam muitas vezes retardar a marcha dos sertanistas, sua ausência completa poderia determinar problemas de complicada solução. Em certos lugares e ocasiões era possível caminhar dias inteiros sem precisar transpor um único arroio. Ribeiros que na estação das chuvas ofereciam água em abundância só deixavam, agora, distinguir das terras marginais o álveo enxuto e calcinado. Poupava-se com isso a obrigação de procurar vau, lançar pinguelas, fabricar pirogas e balsas, mas não se evitava o pior: a angústia da sede. E aqui aparece a perícia admirável e verdadeiramente divinatória desses rudes topógrafos que são os sertanejos. Pela configuração, pela coloração do terreno, por algum sinal só perceptível a olhos experimentados, sabem dizer com certeza a senda que há de levar a alguma remota aguada. Tanto mais digna de admiração é tal capacidade quanto, justamente nesses sítios, as nascentes se acham em geral bem abrigadas, parecendo desafiar a atenta argúcia do caminhante. "Para nós, europeus", exclama um observador, "é coisa absolutamente inconcebível o senso topográfico dessa gente, que, num terreno uniforme e sem a menor indicação, sabe achar logo o rumo exato para o olho-d'água mais próximo". A experiência do gentio da terra terá sido, ainda neste caso, de inapreciável valor para os nossos práticos do sertão. O zelo que põem estes em localizar e descobrir água potável pode ser avaliado pelos vários e engenhosos métodos que ainda hoje se empregam entre certas tribos com o mesmo fim. Diz-se, por exemplo, dos carajás que, quando pretendem saciar a sede, a primeira coisa que fazem é colocar-se com o rosto na direção de onde vem o vento. Se o vento é fresco, então se certificam de que passou por lugar onde existe água. Se ao contrário é quente, pouco ou nada adiantarão as pesquisas naquela direção. Assim também, para abrir um poço, o carajá costuma realizar previamente profunda sondagem, servindo-se de um

Page 51: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

51

pedaço de pau que possa penetrar profundamente o solo. Se o pedaço de pau sair úmido, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado.

(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos e fronteiras. 3 ed. São Paulo, Companhia das Letras. 1994.)

160. (FJPF) O valor semântico de concessão é expresso na seguinte alternativa: A) A experiência do gentio da terra terá sido, ainda neste caso, de inapreciável valor para os nossos práticos

do sertão. B) Se é certo que os cursos de água puderam muitas vezes retardar a marcha dos sertanistas, sua ausência

completa poderia determinar problemas de complicada solução. C) Pela configuração, pela coloração do terreno, por algum sinal só perceptível a olhos experimentados,

sabem dizer com certeza a senda que há de levar a alguma remota aguada. D) O zelo que põem estes em localizar e descobrir água potável pode ser avaliado pelos vários e engenhosos

métodos que ainda hoje se empregam entre certas tribos com o mesmo fim. 161.(FJPF) De acordo com o texto, atribui-se especificamente ao gentio da terra a seguinte capacidade especial: A) A engenhosa fabricação de balsas e pirogas para facilitar a busca de água potável. B) A utilização da energia eólica para indicar os rumos tomados pelo fluxo de água. C) O poder de distinguir das terras marginais o álveo enxuto e calcinado dos rios. D) O conhecimento empírico para descobrir água em lugares inóspitos. 162.(FJPF) No que diz respeito ao último parágrafo, é cabível fazer a seguinte afirmação: A) Sua função é resumir o conteúdo desenvolvido nos dois parágrafos anteriores. B) Sua estrutura apresenta um conjunto de fatos resumidos numa asserção final. C) Seu desenvolvimento é esteado em uma série de exemplos elucidativos. D) Seu tema não está em consonância com os demais parágrafos do texto. 163.(FJPF) "Se o vento é fresco, então se certificam de que passou por lugar onde existe água." O verbo destacado na frase acima aparece em cada uma das alternativas abaixo. O emprego do verbo não é adequado quanto à regência em: A) Certificamos-lhes o grande conhecimento que tem o sertanejo sobre a topografia do sertão. B) Certificamos-lhe do grande conhecimento que tem o sertanejo sobre a topografia do sertão. C) Certificamo-los do grande conhecimento que tem o sertanejo sobre a topografia do sertão. D) Certifiquei-me do grande conhecimento que tem o sertanejo sobre a topografia do sertão. 164.(FJPF) "Diz-se, por exemplo, dos carajás que, quando pretendem saciar a sede, a primeira coisa que fazem é colocar-se com o rosto na direção de onde vem o vento." Em cada alternativa abaixo reescreve-se esta frase do texto. A nova redação altera seu significado original em: A) Diz-se, por exemplo, sobre os carajás que, quando pretendem saciar a sede, a primeira coisa que fazem é

posicionar o rosto na direção de onde vem o vento. B) Diz-se dos carajás, por exemplo, que a primeira coisa que fazem, quando pretendem saciar a sede, é

colocarem-se com o rosto virado para a direção do vento. C) Acerca dos carajás, diz-se, por exemplo, que a primeira coisa que fazem, quando visam saciar a sede, é

colocarem-se com o rosto de encontro ao vento. D) Dos carajás, por exemplo, diz-se, que a primeira coisa que fazem, quando pretendem saciar a sede, é

colocar-se com o rosto fronteiriço ao vento.

165.(FJPF) "Se o pedaço de pau sair úmido, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado." Dentre as modificações impostas a essa frase, a que implica sensível alteração de seu significado original está na seguinte alternativa: A) Saindo úmido o pedaço de pau, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado. B) Caso saia úmido o pedaço de pau, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado. C) Conquanto saia úmido o pedaço de pau, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado. D) Uma vez que saia úmido o pedaço de pau, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado.

Page 52: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

52

166.(FJPF) Em cada alternativa abaixo, modifica-se uma frase do texto, com ênfase na pontuação. A alteração não é bem sucedida em: A) Se o pedaço de pau sair úmido, é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado.

Pode o pedaço de pau sair úmido: é sinal de que a perfuração dará o resultado desejado.

B) Em certos lugares e ocasiões era possível caminhar dias inteiros sem precisar transpor um único arroio. Em certos lugares e ocasiões era possível caminhar dias inteiros: sem precisar transpor um único arroio. C) E aqui aparece a perícia admirável e verdadeiramente divinatória desses rudes topógrafos que são os

sertanejos. E aqui aparece a perícia admirável e verdadeiramente divinatória desses rudes topógrafos: os sertanejos. D) Diz-se, por exemplo, dos carajás que, quando pretendem saciar a sede, a primeira coisa que fazem é

colocar-se com o rosto na direção de onde vem o vento. Diz-se, por exemplo, dos carajás: quando pretendem saciar a sede, a primeira coisa que fazem é colocar-se com o rosto na direção de onde vem o vento.

167.(FJPF) O tom elogioso com que o autor se refere ao sertanejo só não está presente no seguinte trecho do texto: A) Tanto mais digna de admiração é tal capacidade quanto, justamente nesses sítios, as nascentes se acham

em geral bem abrigadas, parecendo desafiar a atenta argúcia do caminhante. B) Pela configuração, pela coloração do terreno, por algum sinal só perceptível a olhos experimentados,

sabem dizer com certeza a senda que há de levar a alguma remota aguada. C) Se é certo que os cursos de água puderam muitas vezes retardar a marcha dos sertanistas, sua ausência

completa poderia determinar problemas de complicada solução. D) E aqui aparece a perícia admirável e verdadeiramente divinatória desses rudes topógrafos que são os

sertanejos. 168.(FJPF) A noção semântica de proporcionalidade está presente na seguinte frase do texto: A) Pela configuração, pela coloração do terreno, por algum sinal só perceptível a olhos experimentados,

sabem dizer com certeza a senda que há de levar a alguma remota aguada. B) Assim também, para abrir um poço, o carajá costuma realizar previamente profunda sondagem, servindo-

se de um pedaço de pau que possa penetrar profundamente o solo. C) Tanto mais digna de admiração é tal capacidade quanto, justamente nesses sítios, as nascentes se acham

em geral bem abrigadas, parecendo desafiar a atenta argúcia do caminhante. D) O zelo que põem estes em localizar e descobrir água potável pode ser avaliado pelos vários e engenhosos

métodos que ainda hoje se empregam entre certas tribos com o mesmo fim. 169.(FJPF) As palavras argúcia, é e carajá, presentes no texto, acentuam-se graficamente em face das mesmas regras que justificam o acento em: A) fichário, dá-lhe, cipó; B) pelúcia, têm, cajá; C) vivência, saí, cá; D) útil, café, marajá. Leia o texto abaixo e responda às questões 170 a 181

EDUCAÇÃO: O FUTURO ESTÁ EM NOSSAS MÃOS A posição do Brasil no que se refere ao acesso da juventude ao nível superior, comparada com a de diversos países (em especial na América Latina), é no mínimo lamentável. O número de matriculados corresponde a cerca de 13% da população entre 20 e 24 anos, muito inferior ao da Argentina (39%), Chile (37%), Bolívia (23%), França (50%), Espanha (46%) ou EUA (80%), país que caminha rapidamente para a universalização do ensino superior. Temos hoje cerca de 2 milhões de alunos matriculados no ensino superior. Desses, 21% estão nas universidades públicas federais, 13% nas universidades estaduais, 6% nas universidades públicas municipais e 60% nas universidades privadas. É verdade que, ao contrário do que ocorre na grande maioria das instituições privadas, a pesquisa de alto nível está fortemente concentrada nas públicas, especialmente nas redes federal e estadual de São Paulo. Mas isso não pode justificar o pequeno número de alunos que elas são capazes de

Page 53: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

53

absorver. É fundamental e urgente desenvolver estratégias de aumento das matrículas, garantindo a qualidade do ensino e da pesquisa. Todos sabemos que, nos últimos anos, o sistema de financiamento das universidades públicas tem atravessado uma sucessão de crises, embora a qualidade geral do ensino tenha melhorado. Mesmo em momentos de crise, quadros bem qualificados são capazes de melhorar seu desempenho (fato, aliás, mundialmente reconhecido). Essa melhoria, porém, não é suficiente para equacionar os difíceis problemas da nossa sociedade – sobretudo os da juventude, que precisa de excelente formação para disputar postos de trabalho em condições vantajosas e garantir o crescimento econômico e sociocultural do país. Assim, nós, que temos pleno conhecimento da dramática situação de 87% da juventude brasileira, sem acesso aos benefícios da ciência, da tecnologia e da cultura, impedida de participar da construção e das decisões da sociedade, estamos obrigados a buscar soluções urgentes. Do contrário, que futuro se pode esperar para uma tal sociedade? Não podemos nos comportar como a elite brasileira do século 19, que, na forma de escravidão, embora sabedora de seus malefícios, convivia com ela de forma hipócrita e desleal para com o país e seu povo.[...]

José Henrique Vilhena – Folha de São Paulo

170.(NCE) No primeiro parágrafo do texto, o autor diz que: (A) a situação do Brasil, no que se refere ao acesso da juventude ao nível superior, é lamentável, já que é a de pior índice em toda a América Latina; (B) os demais países da América Latina e alguns países europeus apresentam melhor situação do que a do Brasil, no que se refere ao acesso da juventude ao nível superior; (C) é lamentável que o Brasil, no que se refere ao acesso da juventude ao nível superior, apresente índices bastante baixos, se comparados aos de alguns outros países da América Latina; (D) no que se refere ao acesso da juventude brasileira ao nível superior, o Brasil mostra uma situação que o encaminha rapidamente para a universalização do ensino superior; (E) muitos países da América Latina apresentam uma situação, no que se refere ao acesso da juventude ao ensino superior, tão lamentável quanto a do Brasil. 171.(NCE) No primeiro parágrafo do texto, o segundo período, em relação ao primeiro: (A) explicita o conteúdo semântico do adjetivo ―lamentável‖; (B) mostra a causa de a situação brasileira não ser tão lamentável; (C) indica a comparação entre o Brasil e os demais países da América Latina; (D) demonstra que a a afirmação inicial carece de informações mais precisas; (E) comprova que outros países americanos universalizam o nível superior. 172.(NCE) Numa frase como ―Cerca de 13% da população brasileira ingressa no nível superior‖: (A) a expressão ―cerca de‖ apresenta uma quantidade precisamente determinada; (B) a forma verbal ―ingressa‖ concorda com ―13%‖; (C) haveria uma outra possibilidade de concordância verbal; (D) a ação verbal não é atribuída a nenhum sujeito; (E) a omissão da locução ―cerca de‖ obrigaria que a forma verbal fosse para o plural. 173.(NCE) A citação da distribuição percentual dos alunos pelos vários tipos de instituições de ensino superior informa que: (A) a distribuição dos alunos pelas instituições mostra uma ordem de qualificação dessas instituições perante a opinião pública; (B) as porcentagens apresentadas estão relacionadas à quantidade de vagas oferecidas pelas instituições aos jovens; (C) as instituições públicas apresentam a grande vantagem de concentrar pesquisas de alto nível; (D) as instituições privadas apresentam uma qualidade de ensino superior à das instituições públicas; (E) o ensino brasileiro tem a qualidade de ensino e da pesquisa garantidas, já que possui grande número de instituições de ensino superior. 174.(NCE) ―...especialmente nas redes federal e estadual de São Paulo‖; o mesmo tipo de concordância que ocorre entre ―redes‖ e ―federal e estadual‖ repete-se em: (A) primeira e segunda séries; (B) faculdade e escola particulares; (C) aluno e aluna carentes;

Page 54: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

54

(D) intenso estudo e trabalho; (E) mês e semana trabalhosa. 175.(NCE) ―Temos hoje cerca de 2 milhões de alunos matriculados no ensino superior‖; o comentário INCORRETO sobre os componentes desse segmento do texto é: (A) o sujeito de ―temos‖ refere-se à população brasileira em geral; (B) a forma verbal ―temos‖ inclui, em seu sujeito, o leitor e o autor do texto; (C) o advérbio ―hoje‖ se refere ao momento em que o texto foi escrito; (D) se, em lugar de ―alunos‖ estivesse ―alunas‖, a leitura do numeral 2 seria no feminino; (E) tanto ―alunos‖ quanto ―ensino‖ são adjetivados de forma objetiva. 176.(NCE) ―É fundamental e urgente desenvolver estratégias de aumento das matrículas, garantindo a qualidade do ensino e da pesquisa‖; em relação ao segmento anterior, a oração reduzida de gerúndio ―garantindo a qualidade do ensino e da pesquisa‖ indica: (A) causa; (B) explicação; (C) finalidade; (D) modo; (E) simultaneidade. 177.(NCE) O fato que, segundo o texto, é mundialmente reconhecido é o de que: (A) as universidades públicas vivem em crise permanente; (B) a qualidade geral do ensino público tem melhorado; (C) o financiamento das universidades públicas tem sofrido crises sucessivas; (D) as crises têm agravado a situação do ensino público; (E) profissionais qualificados podem melhorar seu desempenho em momentos críticos. 178.(NCE) ―Todos sabemos que, nos últimos anos, o sistema de financiamento das universidades públicas tem atravessado uma sucessão de crises, embora a qualidade geral do ensino tenha melhorado‖; esse segmento do texto mostra que: (A) a qualidade do ensino parece independer dos financiamentos das universidades; (B) o financiamento das universidades é visto como despesa e não como investimento; (C) as crises na universidade levam a uma melhora geral na qualidade de ensino; (D) a qualidade geral do ensino melhora em função da crise; (E) a sucessão de crises da universidade leva a uma perda na qualidade de ensino. 179.(NCE) Há uma série de pensamentos do texto construídos em forma de oposição; assinale aquele que NÃO está coerente com o que é expresso pelo autor: (A) há uma melhora geral na qualidade de ensino, mas não o suficiente para resolver os problemas de formação da maior parte da juventude brasileira; (B) a elite brasileira do século 19 convivia tranqüilamente com a escravidão, mas estava consciente dos malefícios causados por ela; (C) 87% da juventude brasileira está em situação dramática, em termos educacionais, mas soluções urgentes devem ser tomadas para sanar o problema; (D) há um grande número de instituições públicas de ensino superior, mas a maior parte dos estudantes ingressa em instituições privadas; (E) as instituições públicas realizam pesquisas de alto nível, mas isso não pode justificar o reduzido número de alunos que nelas estudam. 180.(NCE) ―...participar da construção e das decisões da sociedade,...‖; sobre a estruturação desse segmento do texto, pode-se afirmar que: (A) ―da sociedade‖ funciona como complemento de ―participar‖; (B) ―da construção‖ e ―da sociedade‖ são termos do mesmo tipo; (C) a conjunção ―e‖ opõe as idéias veiculadas por ―construção‖ e ―decisões‖; (D) ―da sociedade‖ estabelece relações distintas em relação a ―construção‖ e ―decisões‖; (E) o emprego da preposição ―de‖, nas três ocorrências, está ligado ao termo ―construção‖.

Page 55: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

55

181.(NCE) O título do texto ―Educação: o futuro está em nossas mãos‖ se explicita no segmento do texto: (A) ―Temos hoje cerca de 2 milhões de alunos matriculados no ensino superior. Desses, 21% estão nas universidades públicas federais, 13% nas universidades estaduais, 6% nas universidades públicas municipais e 60% nas universidades privadas‖; (B) ―Não podemos nos comportar como a elite brasileira do século 19, que, na forma de escravidão, embora sabedora de seus malefícios, convivia com ela de forma hipócrita e desleal para com o país e seu povo.[...]‖; (C) ―Essa melhoria, porém, não é suficiente para equacionar os difíceis problemas da nossa sociedade – sobretudo os da juventude, que precisa de excelente formação para disputar postos de trabalho em condições vantajosas e garantir o crescimento econômico e sociocultural do país‖; (D) ―Assim, nós, que temos pleno conhecimento da dramática situação de 87% da juventude brasileira, sem acesso aos benefícios da ciência, da tecnologia e da cultura, impedida de participar da construção e das decisões da sociedade, estamos obrigados a buscar soluções urgentes‖; (E) ―Do contrário, que futuro se pode esperar para uma tal sociedade?‖. As questões de números 182 a 191 referem-se ao texto que segue.

Liberalismo O liberalismo promoveu uma idéia curiosa: para fazer a felicidade de todos (ou, ao menos, da maioria), não seria necessário decidir qual é o bem comum e, logo, impor aos cidadãos que se esforçassem para realizá-lo. Seria suficiente que cada um se preocupasse com seus interesses e seu bem-estar. Essa atitude espontânea garantiria o melhor mundo possível para todos. Afinal, nenhum seria burro a ponto de perseguir seu interesse particular de maneira excessiva, pois isso comprometeria o bem-estar dos outros e produziria conflitos que reverteriam contra o suposto malandro. Ora, o liberalismo, aparentemente, pegou feio. Não paro de encontrar pessoas convencidas de que, cuidando só de seus interesses, elas, no mínimo, não fazem mal a ninguém. Converso com M., que dirige o táxi que me leva a Guarulhos. Falamos das perspectivas políticas. Ele está indignado com a corrupção das altas e das baixas esferas da política, convencido de que, sem ladrões, o país avançaria e resolveríamos nossos problemas. Concordo, mas aponto que, mesmo calculando generosamente, o dinheiro que some na corrupção não seria suficiente para mudar a cara do Brasil. Sem dúvida, deve ser bem inferior ao dinheiro que o governo deixa de arrecadar por causa da sonegação banal: rendas não declaradas, notas fiscais que só aparecem sob pedido e por aí vai. M. aceita essa idéia com gosto e lança uma diatribe contra os sonegadores, inimigos do povo brasileiro tanto quanto os corruptos. Pergunto a M. quanto ele paga de imposto de renda. Ganho a famosa resposta: “Não adianta pagar, porque nada volta para a gente”. Alego que não adianta esperar que algo volte, se a gente não paga. Essa história tem três morais: a democracia formal está forte; a concreta, nem tanto. Segunda: os espíritos são nobres, a carne segue fraca. Terceira: o nacionalismo brasileiro pode ser férvido, mas a experiência de uma comunidade de destino ainda está longe.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)

182.(FCC) É correto afirmar que, para o autor do texto, a idéia curiosa que o liberalismo promoveu é (A) um caminho seguro para o fortalecimento político do Brasil. (B) um método eficaz para combater a sonegação fiscal. (C) uma prática social que vem dando bons resultados. (D)) uma ilusão de muitos, como vem demonstrando a prática. (E) uma providência salutar, a ser imediatamente tomada. 183.(FCC) Na conversa entre o autor e o motorista de táxi, fica claro que (A) ambos concordam quanto ao que seria suficiente para mudar a cara do Brasil. (B) ambos concordam quanto ao destino que vem sendo dado aos impostos arrecadados. (C) ambos sonegam impostos, embora defendam o sistema de arrecadação. (D) o autor se surpreende com a coerência das posições políticas do motorista. (E)) o autor reconhece uma contradição entre as palavras e as práticas do motorista. 184.(FCC) Considerando-se o contexto, deve-se compreender a frase ―o liberalismo, aparentemente, pegou feio” no seguinte sentido: (A)) o liberalismo, à primeira vista, foi muito bem acolhido. (B) as idéias do liberalismo, aparentemente, pegaram mal.

Page 56: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

56

(C) a julgar pelas aparências, o liberalismo causou má impressão. (D) o liberalismo, já de início, mostrou suas garras. (E) o liberalismo causou uma péssima impressão inicial. 185.(FCC) Estão inteiramente respeitadas as normas de concordância verbal na frase: (A) Acabou por causar má impressão no autor as palavras que lhe dirigiu o motorista. (B)) Deve-se aos sonegadores de impostos uma boa parcela do desequilíbrio econômico. (C) As três morais com que finalizam o texto não são muito animadoras. (D) Não costumam haver entre os corruptos quem admita a prática da corrupção. (E) Tanto as altas como as baixas esferas da política tem-se mostrado corruptas. 186.(FCC) A expressão de que preenche corretamente a lacuna da frase: (A) As três morais ...... o autor enuncia ao final do texto fazem pensar no Brasil. (B) As responsabilidades ...... deveríamos assumir ficam sempre num segundo plano. (C)) A indignação ...... o motorista está tomado é, na verdade, inconseqüente. (D) As acusações ...... o motorista lança aos sonegadores também o incriminam. (E) A sugestão ...... o texto nos transmite é a de que o nosso liberalismo é hipócrita. 187.(FCC) Transpondo-se para voz passiva a frase M. aceita essa idéia com gosto, a forma verbal resultante será (A)) é aceita. (B) foi aceita. (C) tinha aceitado. (D) tinha sido aceitada. (E) aceitou-a. 188.(FCC) A frase a democracia formal está forte; a concreta, nem tanto manterá o mesmo sentido nesta outra redação: (A) Nem a democracia formal nem a concreta têm tanta força assim. (B) A democracia formal está forte, por conseguinte, a concreta também. (C) A democracia concreta será tão forte quanto a democracia formal. (D) Tanto está forte a democracia concreta quanto o parece ser a democracia formal. (E)) A democracia concreta não está tão forte quanto a formal. 189.(FCC) Considere as seguintes afirmações:

I. M. mostra-se indignado.

II. É alta a corrupção na política.

III. M. acha que, sem a corrupção, o país avançaria.

Essas afirmações articulam-se de modo correto e coerente na frase: (A) Apesar de se mostrar indignado pela alta corrupção na política, M. acha que não obstante ela o país avançaria. (B)) Mostrando-se indignado com a alta corrupção na política, M. julga que, não fosse ela, o país avançaria. (C) Sem a corrupção, à qual M. se mostra tão indignado como pela política, o país avançaria. (D) M. acha que o país poderia avançar, no caso que não houvesse a alta corrupção na política, que é indigna. (E) Diante desta alta corrupção na política, sem a qual não avançaria o país, M. mostra toda a sua indignação. 190.(FCC) O nacionalismo brasileiro é fervoroso, mas falta ao nacionalismo brasileiro o sentimento da comunidade de destino, para que de fato vejamos frutificar o nacionalismo brasileiro. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por: (A) falta-lhe nele - lhe vejamos frutificar. (B) lhe falta - vejamos frutificá-lo. (C) falta-o - vejamos ele frutificar.

Page 57: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

57

(D)) falta-lhe - o vejamos frutificar. (E) falta a ele - vejamos frutificar-lhe. 191.(FCC) Está inteiramente correta a pontuação da frase: (A) Podem os espíritos ser nobres mas, se a carne é fraca, aquela nobreza sem dúvida, deixará de ter conseqüências práticas. (B) Já que nada volta para a gente não adianta mesmo pagar; eis a conclusão a que chegou, o motorista, com quem conversava o autor do texto. (C)) Sonegadores e corruptos são, não há o que discutir, inimigos do povo brasileiro, pois só pensam em seus interesses particulares. (D) São vultosos os prejuízos, que causam os sonegadores, e os corruptos ao povo brasileiro, com os quais, se indigna o motorista. (E) Embora concorde em parte, com o motorista, o autor não deixa de notar, que este age em contradição, com o que fala. Leia o seguinte texto para responder às questões 192 e 193

As sociedades humanas são complexas e os seus membros se atraem ou se repelem em função de sua pertinência. O homem só não existe, mesmo quando solitário. Para se construir e entender-se,

05 o homem precisa pertencer. Essa pertinência vai desde a linguagem, passa pelos grupos e classes sociais e invade as culturas, os saberes, e até mesmo as idiossincrasias. As sociedades não são essencialmente harmônicas. Elas estão sempre

10 se transformando a partir dos conflitos e das contradições que as fazem mover e se transformar. Assim, as sociedades funcionam muito mais pela lógica das contradições que pela lógica da identidade.

(Roberto de Aguiar, Ética e direitos humanos, com adaptações)

192.(ESAF) Assinale a opção incorreta a respeito da organização das idéias no texto. a) A conjunção ―e‖(l.1) associa duas características das sociedades humanas. b) A condição de ―pertencer‖( .5) é necessária para a construção e o entendimento do homem. c) Os períodos sintáticos iniciados por ―As sociedades‖(l.8) e ―Elas‖(l.9) estão semanticamente ligados pela relação de causa e conseqüência. d) Funcionar ―pela lógica das contradições‖(l.12 e 13) é a causa de as sociedades não funcionarem ―pela lógica da identidade‖(l.13 e 14). e) Subentende-se do texto que o homem partilha a linguagem, as culturas, os saberes e as peculiaridades. 193.(ESAF) Assinale a substituição que preserva a correção gramatical e a coerência do texto. a) ―só‖(l.3) > apenas b) ―entender-se‖(l.4) > entender c) ―a partir‖(l.10) > na origem d) ―mover‖(l.11) > moverem e) ―muito mais‖(l.12) > sobretudo Leia o texto abaixo para responder às questões 194 e 195.

O século XX é, sem dúvida, aquele em que o pensamento voltou-se para compreender a atividade de interpretação. É o século da psicanálise e do desenvolvimento das investigações sobre a

05 hermenêutica, especialmente em termos das contribuições dos filósofos alemães como Heidegger e Gadamer. O sentido fundamental das contribuições foi a concepção do chamado ―círculo hermenêutico‖, ou seja, a idéia de que a interpretação é

10 precedida de algumas concepções necessárias à

Page 58: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

58

sua realização. (Luciano Zajdsznajer, É a Ética uma ciência?, com adaptações)

194.(ESAF) Analise as afirmações a respeito da organização das idéias no texto, para, em seguida, assinalar a opção correta. I. O emprego do verbo ―voltou-se‖(l.2) indica que o interesse na compreensão da atividade de interpretação já havia ocorrido em outros momentos históricos. II. Preservam-se a correção gramatical e as relações semânticas do texto, ao acrescentar, depois de ―Gadamer‖(l.7), o advérbio respectivamente precedido de vírgula. III. A oração em função de complemento nominal de ―idéia‖(l.9) explicita qual foi a ―concepção do chamado ‗círculo hermenêutico' "(l.8 e 9). IV. Subentende-se do texto que a tendência do século XX é considerar que algumas concepções são necessárias à interpretação, e a precedem. Estão corretos apenas os itens: a) III e IV b) I e IV c) II e III d) II e IV e) I e III 195.(ESAF) Assinale a opção em que, de acordo com a organização do texto, a relação entre os pronomes e os nomes está incorreta. a) ―aquele‖(l.1) remete a ―século XX‖(l.1) b) ―que‖(l.1) remete a ―século XX‖(l.1) c) ―-se‖(l.2) remete a ―pensamento‖(l.2) d) ―que‖(l.9) remete a ―círculo hermenêutico‖(l.8 e 9) e) ―sua‖(l.11) remete a ―interpretação‖(l.9) 196.(ESAF) Marque como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmações do texto para chegar à seqüência

Até os anos 80, a preocupação dos estrategistas era com os meios técnicos para realizar objetivos predeterminados e generalizadamente aceitos. A partir das últimas décadas surgem dúvidas sobre os

05 propósitos, e os estrategistas passam a ter uma preocupação não apenas com os meios, mas também com a ética que define os objetivos.

(Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, com adaptações)

( ) Mantém-se a correção e a coerência do texto ao se deslocar a expressão ―A partir das últimas décadas‖(l. 3 e 4) para depois de ―propósitos‖(l.5), isolando-a por vírgulas, desde que feitos os ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas. ( ) A substituição de ―objetivos predeterminados‖(l.2e 3) pelo singular correspondente preserva a coerência textual e a correção gramatical, imprimindo-lhe sentido de totalidade específica de gênero. ( ) A função da conjunção ―e‖, em suas duas ocorrências às l.3 e l.5, é a de relacionar, pela idéia de adição, duas orações. ( ) Explicitam-se as relações de coesão textual, e mantém-se a correção gramatical, com a substituição de ―os‖(l.7) por tais. A seqüência correta é: a) V, V, F, F b) V, F, F, F c) V, F, F, V d) F, V, V, V e) F, V, V, F

Page 59: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

59

197.(ESAF) Assinale a frase do texto que constitui uma oração sem sujeito. O direito nada pode sem a ética, e não pode haver paz sem justiça. Toda regra de Justiça envolve amor, que resume, em seu mais amplo sentido, a verdadeira idéia da convivência entre os homens.

(José de Aguiar Dias, A ética e o direito, com adaptações)

a) O direito nada pode sem a ética. b) [....] não pode haver paz sem justiça. c) Toda regra de Justiça envolve amor. d) que resume [...] a verdadeira idéia da convivência entre os homens. e) [...] em seu mais amplo sentido [...] 198.(ESAF) Assinale a opção que não serve como período final para o desenvolvimento do parágrafo, seja pela incoerência textual, seja pela correção gramatical. O ―humano‖ não é um conceito unívoco. O entendimento que os seres humanos têm de si, individual e coletivamente, varia no tempo, no espaço e nas culturas. Logo, falar em direitos humanos no século XVIII francês não tem o mesmo significado de tratar o mesmo tema, hoje, no Brasil.

(Roberto A. Ramos de Aguiar, Ética e direitos humanos, com adaptações)

a) Por isso, um ponto importante que não deve ser descurado é o dessa evidente lógica do direito que se vincula à lei natural. b) As mudanças históricas impuseram novos problemas e novos entendimentos que propiciam um outro referencial para os direitos humanos. c) Não podemos entender o homem como fruto de uma sociedade abstrata de sujeitos individuais sem qualquer vinculação histórica. d) Percebe-se aí que tratar de direito significa tratar de concepções de mundo e de homem, tratar de escolhas valorativas de condutas. e) O ser humano é um ser no tempo, que nele se transforma e constantemente constitui. O tempo humano denomina-se história. 199.(ESAF) Assinale o período inteiramente correto quanto às regras gramaticais de concordância. a) Tornar as regras entre os países que aderirem à ALCA – Área de Livre Comércio das Américas – mais eficiente, para permitir, entre outros pontos, que as empresas de seguro consigam, mais facilmente, autorização para operarem nos países que fizerem parte do acordo. b) Essa é uma das metas do grupo que se reuniu no início desse mês em Miami, nos Estados Unidos, para discutirem a importância de os Governos envolvidos nesse processo iniciarem, o mais breve possível, as negociações visando harmonizar seus sistemas de seguro. c) Constava também, na pauta de discussão, questões relacionadas com as dificuldades enfrentadas pelo mercado segurador, como a falta de um ambiente regulatório em que predominem a clareza e a estabilidade, o acesso aos mercados e a transparência das negociações. d) Formado por executivos de várias associações, o grupo determinou ainda que se deve enfatizar as operações de resseguro, mas sempre de acordo com os padrões internacionais de regulamentação da atividade. e) Os executivos acreditam que o sucesso das negociações, que devem continuar ao longo desse ano, poderão aumentar significativamente as opções de novos produtos disponíveis nos mercados que fizerem parte da ALCA, o que, conseqüentemente, contribuirá para fortalecer o mercado segurador nesses países.

(Baseado em “Brasil e Estados Unidos discutem seguro na ALCA”, Fenaseg Online)

200.(ESAF) Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro no emprego dos sinais de pontuação. a) No Brasil, mesmo depois da proclamação da República, o Estado continuou sendo uma organização nacional frágil, com baixa capacidade de incorporação social e mobilização política interna, e sem vontade ou pretensões expansivas.

Page 60: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

60

b) Do ponto de vista estritamente econômico, foi uma economia "primário-exportadora", até a crise mundial de 1930, seguindo uma trajetória de crescimento e modernização restrita a suas atividades ligadas à exportação e submetendo-se quase que inteiramente, às regras e políticas liberais impostas pelo padrão-ouro. c) Essa forma de inserção econômica internacional permitiu que o Brasil crescesse até os anos 30, graças à complementaridade entre a sua economia e a economia mundial. d) Cresceu, sobretudo, devido à integração do País com as finanças inglesas, o que permitiu que o país obtivesse o financiamento externo indispensável para evitar crises mais agudas no balanço de pagamentos. e) Essa primeira experiência liberal de desenvolvimento demonstrou ter um limite crônico de ―restrição externa‖, que era trazido pelos seus problemas de balanço de pagamentos e pela fragilidade da sua moeda. Instruções: As questões de números 201 a 211 referem-se ao texto abaixo. A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático. Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné. Os preceitos elementares do procedimento correto para com os deuses, os pais e os estranhos foram mais tarde incorporados à lei escrita dos Estados. E o rico tesouro da sabedoria popular, mesclado de regras primitivas de conduta e preceitos de prudência enraizados em superstições populares, chegava pela primeira vez à luz do dia, através de uma antiqüíssima tradição oral, na poesia rural gnômica de Hesíodo. As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza, à exposição escrita dos seus segredos, como esclarece, no que se refere à profissão médica, a coleção dos escritos hipocráticos. Da educação, neste sentido, distingue-se a formação do Homem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. O que é fundamental nela é o kalón, isto é, a beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal. A formação manifesta-se na forma integral do Homem, na sua conduta e comportamento exterior e na sua atitude interior. Nem uma nem outra nasceram do acaso, mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza. Obs: gnômico = sentencioso

(Adaptado de Werner Jaeger, Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira, 4.ed., São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 23-24)

201.(FCC) No primeiro parágrafo, o autor (A) defende a idéia de que universalmente a sociedade humana se dedica à educação porque sua necessidade é inconteste. (B) abona a grande importância de a educação tratar, como ocorre na maioria dos povos, de temas associados a questões éticas e pragmáticas. (C) atribui o caráter, de certa forma tardio, da referência à educação em textos escritos, ao fato de ser ela uma atividade absolutamente inerente aos grupos humanos. (D) evidencia que todo processo educativo é naturalmente longo, implicando que a conscientização dos educandos acerca do que lhes é ensinado não seja imediata. (E) confere à tradição literária uma natureza relativamente vagarosa, visto que só registrou vestígios da atividade educativa quando cada indivíduo da comunidade humana já a praticava natural e espontaneamente. 202.(FCC) ―Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné.” Considerados o fragmento acima e o contexto, é correto afirmar:

Page 61: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

61

(A) Na frase ―Também entre os gregos foi assim”, o termo grifado refere-se ao que será caracterizado posteriormente. (B) O período iniciado por Reveste constitui uma explicação. (C) O como (linha 5) foi empregado com o mesmo valor que adquire em ―Explicou detalhadamente o modo como tratar os animais recém-nascidos‖. (D) A correlação entre ―Reveste, em parte e consiste, por outro lado” denota que a educação entre os gregos tinha uma aparência que não corresponde totalmente à sua essência. (E) Em apresenta-se ainda, o termo grifado introduz um fator que, na escala argumentativa, é considerado como o mais relevante de todos. 203.(FCC) A expressão ―a cujo conjunto os gregos deram o nome de techné‖ está corretamente reformulada, mantendo o sentido original, em: (A) de cujo conjunto se sabe o nome, a que os gregos deram de ―techné‖. (B) do qual conjunto foi nomeado, pelos gregos, como ―techné‖. (C) que, pelo conjunto, os gregos mencionaram por ―techné‖. (D) pelo conjunto dos quais os gregos nominaram de ―techné‖. (E) o conjunto dos quais recebeu dos gregos o nome de ―techné‖. 204.(FCC) Considerado o processo de argumentação desenvolvido no texto, é correto afirmar: (A) Deuses e pais foram citados como modelos do procedimento correto, origem dos preceitos elementares do comportamento grego. (B) A menção à lei dos Estados foi feita para realçar um típico traço da cultura grega, o cultivo da legalidade. (C) A poesia rural gnômica de Hesíodo foi citada como confirmação da riqueza da sabedoria popular. (D) A referência à palavra de Hipócrates constitui argumento de reforço para o que se diz acerca das artes e ofícios. (E) A alusão feita a Platão constitui argumento de autoridade para fundamentar a idéia de que a educação despreza o pragmatismo. 205.(FCC) Está corretamente entendida a seguinte expressão do texto: (A) tipo ideal intimamente coerente e claramente definido = modelo de perfeição coeso na sua essência e fixado com nitidez. (B) na medida em que é transmissível = à proporção que se torne compreensível. (C) enraizados em superstições populares = fundamentados em profecias das massas incultas. (D) neste sentido = com essa finalidade. (E) série de preceitos sobre a moralidade externa = conjunto de presunções desfavoráveis ao modo de agir alheio. 206.(FCC) No texto, os segmentos ―As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente” e ―a sua própria natureza” estão em relação, respectivamente, de (A) fato e hipótese. (B) conseqüência e causa. (C) condição e conclusão. (D) fato e conclusão. (E) hipótese e conseqüência. 207.(FCC) A utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. É correto afirmar que, na frase acima, (A) o pronome pessoal oblíquo refere-se a ―homem‖. (B) o lhe foi empregado com o mesmo valor que tem na frase ―Ouviram-lhe o choro convulsivo‖. (C) a conjunção ou tem valor enfático (como em ―ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil‖), porque introduz uma ratificação integral do que foi afirmado antes. (D) a expressão pelo menos assinala que o elemento referido corresponde, numa hierarquia, àquele que pode ser desconsiderado. (E) a expressão não essencial é sinônima de ―não é indispensável‖. 208.(FCC) Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser.

A alternativa que traduz corretamente a idéia expressa no segmento destacado acima, considerado o contexto, é:

Page 62: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

62

(A) não prescinde da propositura ao espírito de uma imagem ideal de homem. (B) só é possível porque uma imagem do homem desejado como tal é oferecida ao espírito. (C) implica a impossibilidade de se oferecer ao espírito uma idéia do homem sonhado. (D) exige a isenção da oferta ao espírito de uma representação ideal de homem. (E) impossibilita-se quando não se oferece ao espírito uma reprodução do homem como tal. 209.(FCC) Nem uma nem outra nasceram do acaso, mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza. Considere as afirmações que seguem sobre o fragmento transcrito, respeitado sempre o contexto. I. A conjunção mas pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por ―entretanto‖. II. O advérbio Já introduz a idéia de que mesmo Platão percebera a similaridade que o autor comenta, baseado na comparação feita pelo filósofo entre ―cães de raça‖ e ―nobreza‖. III. A expressão A princípio leva ao reconhecimento de duas informações distintas na frase, uma das quais está subentendida. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 210.(FCC) A frase Platão a comparou ao adestramento de cães de raça está corretamente transposta para a voz passiva em: (A) O adestramento dos cães de raça é comparado a ela por Platão. (B) A comparação entre ela e o adestramento de cães tinha sido feito por Platão. (C) Comparou-se o adestramento de cães e ela, feito por Platão. (D) Ela foi comparada por Platão ao adestramento de cães de raça. (E) Haviam sido comparados por Platão o adestramento de cães de raça e ela. 211.(FCC) A afirmativa correta é: (A) Em A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária, os termos destacados remetem ao mesmo referente. (B) Em O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático, se o termo destacado fosse substituído por ―A sua essência‖, a palavra mesmo, nas duas ocorrências, não precisaria sofrer nenhuma alteração, para que fosse mantida a correção da frase. (C) Em As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza à exposição escrita dos seus segredos, se outra vírgula fosse posta antes de naturalmente, o sentido original não sofreria alteração. (D) Em resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza à exposição escrita, na substituição do segmento destacado por ―expor na escrita‖, o acento indicativo da crase deveria permanecer, conforme o padrão culto da língua. (E) A frase O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático está clara e corretamente reescrita assim: ―Confrontando os povos, vê-se que o mesmo conteúdo é bem próximo, sendo simultâneos o moral e o prático‖. Instruções: As questões de números 212 a 220 referem-se ao texto abaixo. Quando começa a modernidade? A escolha de uma data ou de um evento não é indiferente. O momento que elegemos como originário depende certamente da idéia de nós mesmos que preferimos, hoje,

Page 63: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

63

contemplar. E vice-versa: a visão de nosso presente decide das origens que confessamos (ou até inventamos). Assim acontece com as histórias de nossas vidas que contamos para os amigos e para o espelho: os inícios estão sempre em função da imagem de nós mesmos de que gostamos e que queremos divulgar. As coisas funcionam do mesmo jeito para os tempos que consideramos “nossos”, ou seja, para a modernidade. Bem antes que tentassem me convencer de que a data de nascimento da modernidade era um espirro cartesiano (...), quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre elas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês. Precisa ler “Mediterrâneo” de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, em outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo – este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado − para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna.

(Contardo Calligaris, ―A Psicanálise e o sujeito colonial‖. IN: Psicanálise e colonização: leituras do sintoma social no Brasil.

Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p.11-12.)

212.(FCC) No primeiro parágrafo, o autor deixa claro que (A) sua indagação é meramente retórica, pois imediatamente a seguir justifica tanto a sua escolha do evento inicial da modernidade, quanto a importância de não sermos indiferentes à data. (B) a eleição de uma data ou evento é sempre relativa, pois aquele que elege o faz sob a pressão da imagem de si mesmo que é veiculada em seu tempo. (C) o jogo intermitente entre presente e passado obscurece o sentido original dos eventos, motivo pelo qual deve ser constantemente controlada a imagem que se tem dos marcos iniciais. (D) há um mecanismo comum na demarcação de datas inaugurais: elas flutuam na dependência do aspecto particular de si mesmo que o sujeito deseja ressaltar. (E) existem distintos marcos de origem, tanto na história individual quanto na história das nações, determinados pela indiferença com que, mais dia, menos dia, as balizas são tratadas. 213.(FCC) Entende-se corretamente do segundo parágrafo que (A) Colombo, célebre pelas navegações no Mediterrâneo, deve o caráter simbólico de sua viagem à memória dos que celebram a notável transposição desse mar de uma extremidade a outra. (B) o convencimento do autor acerca da importância da viagem de Colombo ficou abalado quando descobriu travessias de outra ordem – de montes e desertos –, tão ou mais relevantes que a do genovês. (C) o autor defende que o conhecimento exato do trajeto de Colombo e da geografia do Mar Mediterrâneo só é possível a partir da dimensão simbólica dos espaços conquistados. (D) o lugar especial que Colombo ocupa entre os exploradores não é legitimado pelo autor, que o atribui a uma compreensão equivocada da viagem, apoiada em imagens fantasiosas. (E) a viagem de Colombo, comumente associada ao início da modernidade, é uma travessia cujo caráter simbólico só pode ser elaborado quando se tem presente a imagem do Mediterrâneo. 214.(FCC) Precisa, em outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo – este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado − para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna. É correto afirmar que, no fragmento acima, (A) navegável e navegado por milênios equivale a ―que poderia, um dia, não só permitir a navegação, como também chegar a ser navegado durante milênios‖. (B) para entender equivale a ―para traduzir corretamente em palavras‖. (C) acabou e continua sendo é expressão que alia um fato considerado pontual (ocorreu num momento preciso do passado) e um fato considerado em sua permanência. (D) casa materna e paterna equivale a ―casa da mãe e do pai‖, assim como do fim equivale a ―final‖. (E) a composição da metáfora baseia-se na aproximação, por semelhança, entre viagem de Colombo e mundo fechado. 215.(FCC) ...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora... No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a frase que deve ser preenchida com forma idêntica à destacada acima é: (A) Alguém poderá perguntar: − O autor citou Braudel, ...?

Page 64: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

64

(B) Gostaria de saber ...... ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel acerca do mar Mediterrâneo. (C) Quem sabe o ...... da citação da obra de Braudel? (D) Referências são sempre interessantes, ...... despertam curiosidade acerca da obra. (E) − ... foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto, respondeu alguém quando indagado sobre o motivo da citação. 216.(FCC) A única afirmação INCORRETA sobre os sinais de pontuação empregados no texto é: (A) Os dois pontos após vice-versa: (linha 3) anunciam um esclarecimento acerca do que foi enunciado. (B) Os parênteses em (ou até inventamos) − linha 3 − incluem comentário considerado um viés do que se afirma. (C) As aspas em ―nossos‖ (linha 6) firmam o caráter irônico da expressão, exigindo que se entenda o enunciado em sentido contrário (trata-se, assim, de ―tempos que nos são estranhos‖). (D) Os travessões em – este pátio comum... compartilhado − (linhas 13 e 14) isolam uma apreciação acerca do Mediterrâneo e são equivalentes a vírgulas. (E) A vírgula antes de não costeando (linha 12) pode ser substituída, sem prejuízo da correção, por travessão. 217.(FCC) A frase em que a regência está totalmente de acordo com o padrão culto é: (A) Esperavam encontrar todos os documentos que os estudiosos se apoiaram para descrever a viagem de Colombo. (B) Estavam cientes de que teriam muito a fazer para conseguir os registros de que dependiam. (C) Encontraram-se referências à coerção que marinheiros mais experientes faziam contra os mais novos que trabalhassem mais arduamente. (D) Foram informados que esboços da inóspita região circundada com imensas pedras podiam ser consultados. (E) Havia registro de uma insatisfação em que os insurretos às atitudes arbitrárias de um navegante foram impedidos de lhe inquirir. 218.(FCC) A frase que está totalmente de acordo com o padrão culto da língua é: (A) Todos reconheceram que Vossa Senhoria, a despeito da exigüidade do vosso tempo, sempre recebeu os estudiosos do assunto e lhes deu grande apôio. (B) Sob a rubrica de ―As grandes explorações‖, o autor leu muito do que lhe sucitou interesse pelo tema e desejo de pôr em discussão algumas questões. (C) Certas pessoas consideram ultrage a hesitação em associar o início da modernidade à Descartes, mas a questão não pára por aí: há pontos mais complexos em discussão. (D) As reflexões do iminente estudioso, insertas em texto bastante acessível ao leigo, nada têm daquele teor iracível e tendencioso que se nota em algumas obras polêmicas. (E) Disse adivinhar o que alguns detratores diriam acerca de questões polêmicas como a de rever o significado assente de fatos históricos: ―é mera questão de querer auferir prestígio‖. 219.(FCC) A frase que respeita o padrão culto no que se refere à flexão é: (A) No caso de proporem um diálogo sem pseudodilemas teóricos, o professor visitante diz que medeia as sessões. (B) Chegam a constituir-se como clãs os grupos que defendem opiniões divergentes, como as que interviram no último debate público. (C) Ele era o mais importante testemunha do acalorado embate entre opiniões contrárias, de que adviram os textos de difusão que produziu. (D) Em troca-trocas acalorados de idéias, poucos se atêem às questões mais relevantes da temática. (E) Quando aquele grupo de pesquisadores reaver a credibilidade comprometida nos últimos revés, certamente apresentará com mais tranqüilidade sua contribuição. 220.(FCC) A frase em que a concordância está em conformidade com o padrão culto é: (A) Os advogados reclamaram da indecisão do depoente, sem perceber que as perguntas que a ele eram dirigidas lhes parecia obscura, difíceis de serem compreendidas. (B) Era intrincada a associação de idéias do promotor e o apelo que fazia aos jurados, o que, consideradas as circunstâncias, os conduziram a uma decisão questionável.

Page 65: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

65

(C) É sempre falível, a meu ver, os juízos que se fundamentam mais na verve do orador que no conteúdo de seu discurso, mesmo quando os ouvintes lhe neguem aquele predicado. (D) Suponho que devem existir sérias razões para ele ter-se comportado assim: todas as questões que lhe eram postas ele julgava irrelevantes. (E) O relatório, de cujo dados discordou-se, foi rejeitado imediatamente, tendo sido sugerido, em caráter de urgência, a sua plena revisão ou até mesmo sua substituição. Instruções: As questões de números 221 a 230 referem-se ao texto abaixo.

Acerca do bem e do mal Fulano é “do bem”, Sicrano é “do mal”. Não, não são crianças comentando um filme de mocinho e bandido; são frases de adultos, reiteradas a propósito das mais diferentes pessoas, nas mais diversas situações. O julgamento definitivo e em preto e branco que elas implicam parece traduzir o esforço de adotar, em meio ao caldeirão de valores da sociedade moderna, um princípio básico de qualificação moral e ética. Essa oposição rudimentar revela a necessidade que temos de estabelecer algum juízo de valor para a orientação da nossa própria conduta. Tal busca de discernimento é antiga, e em princípio é legítima: está na base de todas as culturas, dá sustentação a religiões e inspira ideologias, provoca os filósofos, os juristas, os políticos. O perigo está em que o movimento de busca cesse e dê lugar à paralisia dos valores estratificados. O exemplo pode vir de cima: quando um chefe de poderosa nação passa a classificar países inteiros como integrantes do “eixo do mal”, está-se proclamando como representante dos que constituiriam o “eixo do bem”. Essa divisão tosca é, de fato, muito conveniente, pois faculta ao mais forte a iniciativa de intervir na vida e no espaço do mais fraco, sob a alegação de que o faz para preservar os chamados “valores fundamentais da humanidade”. Interesses estratégicos e econômicos são, assim, mascarados pela suposta preservação de princípios da civilização. A História já nos mostrou, sobejamente, a que levam tais ideologias absolutistas, que se atribuem o direito de julgar o outro segundo o critério da religião que este professa, do regime político que adota, da etnia a que pertence. A intolerância em relação às diferenças culturais, por exemplo, acaba levando o mais forte à subjugação das pessoas “diferentes” – e mais fracas. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie. A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um dilema: por um lado, não podemos dispensar alguma bússola de orientação ética e moral, que aponte para o que parece ser o justo, o correto, o desejável; por outro lado, se o norteamento dos nossos juízos for inflexível como o teimoso ponteiro, comprometemos de vez a dinâmica que é própria da história e dos valores humanos. Não há, na rota da civilização, leis eternas, constituições que não admitam revisões, costumes inalteráveis. A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha,restará a terrível fatalidade dos dogmas. Lembrando o instigante paradoxo de um filósofo francês, “estamos condenados a ser livres”. Nessa compulsória liberdade, de que fala o filósofo, a escolha entre o que é “do bem” e o que é “do mal” é uma questão sempre viva, que merece ser analisada e enfrentada em suas particulares manifestações históricas. Se assim não for, estará garantido um espaço cada vez maior para a ação dos fundamentalistas de todo tipo.

(Cândido Otoniel de Almeida)

221.(FCC) Na argumentação com a qual o autor desenvolve o tema central do texto, há a preocupação constante de (A) acusar a maleabilidade dos princípios jurídicos, da qual decorrem indesejáveis ambigüidades na interpretação das leis. (B) defender a necessidade de paradigmas éticos e morais que desprezem diferenças culturais e políticas entre os povos. (C) condenar a estratificação dos princípios éticos, que se devem estabelecer no dinamismo que é próprio da história e da análise crítica. (D) relativizar a importância dos valores éticos e morais, uma vez que não é dada ao homem a faculdade de adotá-los livremente. (E) suprimir a diferença entre o que é o bem e o mal, em vista da impossibilidade de fixação de valores éticos e morais permanentes. 222.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. A referência a um chefe de poderosa nação (2° parágrafo) abre a demonstração de que há ideologias absolutistas e intolerantes que se sustentam pela força. II. Julgamento (...) em preto e branco (1° parágrafo) e divisão tosca (2° parágrafo) são expressões que ajudam a esclarecer o sentido de norteamento (...) inflexível (3° parágrafo).

Page 66: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

66

III. A frase “estamos condenados a ser livres” (3° parágrafo) instiga o autor do texto a justificar a posição dos fundamentalistas de todo tipo (3° parágrafo). Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) II, somente. 223.(FCC) É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie. Na frase acima, a seqüência das ações sai de cena e dar lugar estabelece uma relação (A) de justaposição de fatos independentes. (B) entre uma hipótese e um fato que a confirma. (C) de simultaneidade entre duas ocorrências interdependentes. (D) de causalidade entre valores antagônicos. (E) de alternância entre duas situações semelhantes. 224.(FCC) Considerando-se o contexto do primeiro parágrafo, traduz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão em: (A) essa oposição rudimentar = esse grosseiro maniqueísmo. (B) tal busca de discernimento = essa tentativa de relativização. (C) em princípio é legítima = inicialmente é irredutível. (D) paralisia dos valores estratificados = imobilização dos atributos improvisados. (E) provoca os filósofos = dissimula-se entre os pensadores. 225.(FCC) Considere a seguinte frase: A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um dilema (...). O verbo trazer deverá flexionar-se numa forma do plural caso se substitua o elemento sublinhado por (A) O fato de quase todas as pessoas oscilarem entre o bem e o mal (...). (B) A dificuldade de eles distinguirem entre as boas e as más ações (...). (C) Muitas pessoas sabem que tal alternativa, nas diferentes situações, (...). (D) Essa divisão entre o bem e o mal, à medida que se acentua nos indivíduos, (...). (E) As oscilações que todo indivíduo experimenta entre o bem e o mal (...). 226.(FCC) A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha, restará a terrível fatalidade dos dogmas. Mantêm-se o sentido e a correção da frase caso se substitua (A) dispensando-se, porém por se dispensarem-se, ademais. (B) dispensando-se, porém por uma vez dispensado, no entanto. (C) quando responsável por desde que responsável. (D) quando responsável por posto que responsável. (E) quando responsável por conquanto seja responsável. 227.(FCC) Nessa compulsória liberdade, de que fala o filósofo (...). Numa nova redação da frase acima, mantém-se corretamente a expressão sublinhada caso se substitua fala o filósofo por (A) se refere o filósofo. (B) cuida o filósofo. (C) investiga o filósofo. (D) aflige o filósofo. (E) disserta o filósofo. 228.(FCC) Na transposição de uma voz verbal para outra, ocorre uma impropriedade no seguinte caso:

Page 67: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

67

(A) a necessidade que temos de estabelecer algum juízo de valor = a necessidade que temos de que houvesse sido estabelecido algum juízo de valor. (B) passa a classificar países inteiros = países inteiros passam a ser classificados. (C) segundo o critério da religião que este professa = segundo o critério da religião que por este é professada. (D) que constituiriam o “eixo do bem” = o ―eixo do bem‖ que seria constituído. (E) comprometemos de vez a dinâmica = a dinâmica é por nós de vez comprometida. 229.(FCC) Alterando-se a pontuação de um segmento do texto, ela permanecerá defensável e coerente, considerado contexto, em: (A) A busca de distinção, entre o que é “do bem”, e o que é do mal”, traz consigo, um dilema. (B) Não, não, são crianças comentando um filme de mocinho e bandido, são frases – de adultos, reiteradas a propósito, das mais diferentes pessoas. (C) A escolha do critério de julgamento, é, sempre, crítica e sofrida quando responsável. (D) Tal busca de discernimento é antiga e, em princípio, é legítima. (E) Interesses estratégicos e econômicos são assim mascarados, pela suposta preservação, de princípios da civilização. 230.(FCC) O perigo está em que o movimento de busca cesse e dê lugar à paralisia dos valores estratificados. Alterando-se os tempos dos verbos da frase acima, a articulação entre suas novas formas estará correta em: (A) O perigo estava em que o movimento da busca cessava e desse lugar à paralisia dos valores estratificados. (B) O perigo estará em que o movimento de busca cessasse e tivesse dado lugar à paralisia dos valores estratificados. (C) O perigo estaria em que o movimento da busca cessar e dar lugar à paralisia dos valores estratificados. (D) O perigo estava em que o movimento da busca cessou e dera lugar à paralisia dos valores estratificados. (E) O perigo estaria em que o movimento da busca cessasse e desse lugar à paralisia dos valores estratificados. Instruções: As questões de números 231 a 235 referem-se ao texto abaixo.

O fiscal e o menino Já pelos meus dez anos ocupava eu um posto na Secretaria da Fazenda. A ocupação era informal, não implicava proventos ou tempo para a aposentadoria, mas o serviço era regular: acompanhava meu pai, que era fiscal de rendas, em suas visitas rotineiras aos comerciantes da cidade. Cada passada dele exigia duas das minhas, e eu ainda fazia questão de carregar sua pasta, pesada de processos. Tanto esforço tinha suas compensações: nos bares ou padarias, o proprietário lembrava-se de me agradar com doce, salgado ou refrigerante – o que configurava, como se vê, uma espécie de pacto entre interesseiros. Outra compensação encontrava eu em desfrutar, ainda que vagamente, da sombra da autoridade que emana de um fiscal de rendas. Para fazer justiça: autoridade mesmo meu pai só mostrava diante desses grandes proprietários arrogantes, que se julgam acima do bem, do mal e do fisco. E ai de quem se atrevesse a sugerir um “arranjo”, por conta da sonegação evidente... Gostava daquele fiscal. Duro no trato com os filhos e com a mulher, intempestivo e por vezes injusto ao julgar os outros, revelava-se um coração mole diante de um comerciante pobre e em débito com o governo. Nessas situações, condescendia no prazo de regularização do imposto e instruía o pobre-diabo acerca da melhor maneira de proceder. Ao dono de um botequim da zona rural – homem viúvo, carregado de filhos pequenos, em situação quase falimentar – ajudou com dinheiro do próprio bolso, para a quitação da dívida fiscal. Meu estágio em tal ocupação também aumentou meu vocabulário: conheci palavras como sisa, sonegação, guardalivros, estampilha, mora e outras tantas. A intimidade com esses termos não implicava que lhes conhecesse o sentido; na verdade, muitos deles continuam obscuros para mim até hoje. De qualquer modo, não posso dizer que nunca me interessou a profissão de fiscal de rendas.

(Júlio Pietrobon das Neves)

231.(FCC) Dado o contexto, é correto afirmar que, na frase (A) o serviço era regular (1o parágrafo), há o mesmo grau de fantasia que na frase ocupava eu um posto na Secretaria da Fazenda. (B) Tanto esforço tinha suas compensações (1o parágrafo), o termo esforço já anuncia as duras atividades do menino, discriminadas a seguir. (C) Outra compensação encontrava eu (...) (1o parágrafo), o elemento sublinhado indica uma alternativa que exclui a compensação já mencionada.

Page 68: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

68

(D) Gostava daquele fiscal (2o parágrafo), o emprego do pronome acentua a distância que o tempo imprimiu entre o narrador e seu pai. (E) Não posso dizer que nunca me interessou a profissão de fiscal de rendas, a dupla negativa tem o efeito de intensificação do interesse negado. 232.(FCC) As seguintes expressões do texto mantêm entre si uma relação marcada por oposição de sentido: (A) ocupação informal e não implicava proventos. (B) um coração mole e condescendia no prazo. (C) intimidade com esses termos e continuam obscuros. (D) Duro no trato e intempestivo por vezes. (E) pobre-diabo e situação falimentar. 233.(FCC) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Essa pequena crônica é reveladora do modo que guardamos as imagens mais intensas da infância, de cujos encantos continuam a nos fascinar pelo tempo a fora, sobretudo quando se tratam de relações familiares. (B) Relatos como este vão de encontro à tese de que não se perdem em nossas memórias aquilo que realmente nos marcou, confirmando-se assim o poder seletivo demonstrado pelas mais fortes lembranças. (C) Uma das artimanhas da memória aqui se confirmam por que somos capazes de guardar palavras e detalhes reveladores dos tempos da infância, onde nem suspeitávamos de quão importantes viriam a ser os mais simples elementos. (D) Ao deter lembranças de seu pai e dele mesmo, o narrador enfatisa nos traços em que melhor se definia ele, sem forçar qualquer idealização, uma vez que chega a salientar no pai seus traços mais duros, de pouca animosidade. (E) Fica flagrante a admiração do menino pelo pai, conservada no tempo, capaz de estimular uma crônica cujo sentimento básico é o de um antigo companheirismo, materializado numa rotina de trabalho. 234.(FCC) Outra compensação encontrava eu em desfrutar, ainda que vagamente, da sombra da autoridade que emana de um fiscal de rendas. Todas as palavras da frase acima poderão permanecer rigorosamente as mesmas caso as formas verbais sublinhadas sejam substituídas por, respectivamente, (A) incorporar e projeta. (B) usufruir e provém. (C) beneficiar e instila. (D) comprazer-me e esparge. (E) deleitar-me e se associa. 235.(FCC) Uma outra redação correta do que se afirma na frase Cada passada dele exigia duas das minhas é: (A) Duas das minhas passadas exigia cada uma das dele. (B) Exigiam-se duas das minhas passadas cada uma das dele. (C) Era exigido, a cada passada dele, duas das minhas. (D) Duas passadas minhas exigiam cada uma das dele. (E) A cada passada dele exigia-se duas das minhas. Instruções: As questões de números 236 a 240 referem-se ao texto seguinte.

O século XX: vista aérea A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no final do segundo milênio. Por esse mesmo motivo, porém, eles têm de ser mais que simples cronistas, memorialistas e compiladores. Em 198 9 todos os governos do mundo, e particularmente todos os ministérios do Exterior do mundo, ter-se-iam beneficiado de um

Page 69: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

69

seminário sobre os acordos de paz firmados após as duas guerras mundiais, que a maioria deles aparentemente havia esquecido.

(Eric Hobsbaw m, Era dos extremos – O breve século XX. Trad. de Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das L etras,

2005, p. 13)

236.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. O pensamento do autor vai ao encontro do que afirma a seguinte frase, relativamente popularizada: Estamos condenados a repetir os erros da História que foi esquecida. II. Entre as funções essenciais de um historiador, destaca-se a de compreender rigorosamente em si mesmos os valores históricos e sociais de seu próprio presente. III. A referência aos acordos de paz firmados depois das duas guerras mundiais vem a propósito da importância que eles deveriam conservar em todas as resoluções de política externa, em nível global. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I e II, apenas. (B) I, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, II e III. 237.(FCC) Depreende-se da leitura do texto que, se fossem simples cronistas, memorialistas e compiladores, os historiadores, no final do segundo milênio, (A) estariam restritos à tarefa de estabelecer uma relação orgânica com o passado público de sua época. (B) se limitariam a recompor os mecanismos sociais que vinculam as experiências de seu tempo às das gerações passadas. (C) não estariam comprometidos com o esclarecimento da nossa relação orgânica com o passado público que foi esquecido. (D) não saberiam arrolar os fatos mais remotos de um passado, em vista da perda de sua relação orgânica com esses fatos. (E) ficariam restritos a tarefas acadêmicas, como os seminários, insuficientes para avivar os mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas. 238.(FCC) Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio. Considerando-se o contexto, não haverá prejuízo para a correção e o sentido da frase acima se se substituir (A) cujo ofício é lembrar o que outros esquecem por a quem cabe resgatar o que é esquecido. (B) Por isso por pela razão que se exporá. (C) tornam-se mais importantes que nunca por mais do que nunca fazem-se de importantes. (D) cujo ofício é lembrar o que outros esquecem por aos quais cabem resguardar o que foi esquecido. (E) tornam-se mais importantes do que nunca por nunca se tornaram mais importantes. 239.(FCC) Ambos os verbos indicados entre parênteses deverão flexionar-se numa forma do plural para preencherem corretamente as lacunas da frase: (A) ...... (ser) de se lamentar que aos jovens de hoje ...... (restar) viver o tempo como uma espécie de presente contínuo, sem qualquer conexão com o passado. (B) Ao historiador ...... (dever) sensibilizar as omissões de toda e qualquer experiência que ...... (sofrer) nossos antepassados. (C) ...... (aprazer) aos governantes fazer esquecer o que não lhes ...... (interessar) lembrar, para melhor se valerem da falta de memória histórica. (D) ...... (avultar), aos olhos dos próprios historiadores contemporâneos, a figura de Eric Hobsbaw m como um dos intérpretes que melhor ...... (compreender) o século XIX. (E) Não ...... (competir) aos historiadores exercer a mera função de arquivistas públicos; mais que isso, .....-se (esperar) deles uma compreensão participativa da história. 240.(FCC) Considere as seguintes frases:

Page 70: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

70

I. O autor lamenta a situação dos jovens de hoje, que vivem o tempo como uma espécie de presente contínuo. II. Ao final do século XIX, ocorreu o esquecimento dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas. III. Preservemos a memória do passado, cujas experiências encerram lições ainda vivas. A eliminação da vírgula acarretará alteração de sentido APENAS para o que está em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) I e III. As questões de 241 a 250 referem-se ao texto seguinte.

Justiça: como entendê-la?

A justiça pode ser definida nos termos dos dicionários: a virtude que consiste em dar a cada um, em conformidade com o direito, o que por direito lhe pertence. Essa é a justiça jurídica, por assim dizer. Mas há outras acepções. Do ponto de vista filosófico, a justiça é um discernimento intrínseco à consciência humana, capaz de distinguir entre o bem e o mal, o certo e o errado, o justo e o injusto. O homem sabe que a quebra dos princípios norteadores da consciência e da conduta provoca o desequilíbrio, o conflito, a guerra, o extermínio. Muitos pensadores sustentaram (ou ainda sustentam) a idéia de que cabe à lei definir o que é justo e o que é injusto. Nesse limite, justo é o que está permitido em lei, injusto o que está proibido. Mas fica difícil aceitar esse equacionamento quando vem à mente o caso dos regimes autoritários – do fascismo, por exemplo – capazes de legislar em causa própria, quando o poder executivo se assenhora do poder legislativo e o transforma num palco de legitimação. Talvez aquela identificação automática entre lei e justiça tivesse como fundamento a crença em que um governante jamais se valeria de seu poder para prejudicar o bem comum. Para Hans Kelsen, a justiça é a felicidade social. Mas aí deve-se discutir o conceito de felicidade, tão complexo quanto o de justiça. O que é a felicidade de uns pode ser a infelicidade de outros. Quando fala em “felicidade da justiça”, Kelsen está propondo que a felicidade individual deve transfigurar-se em satisfação das necessidades sociais. Sempre haverá a necessidade de um critério para se compor uma hierarquia de valores, a partir da qual se defina o que é justo e o que é injusto, o que é desejável e o que é indesejável. Qual valor poderia ser absoluto: o da vida ou o da liberdade? Dirão uns que a vida é o bem supremo; dirão outros que a liberdade é o bem maior, já que sem ela a própria vida não tem sentido. Em meio a esses dilemas, na dinâmica dessas oscilações, fazem-se e promulgam-se leis e mais leis, variam os paradigmas culturais, e o sentimento real da justiça figura como uma das mais problemáticas aspirações humanas.

(Adaptado de Rosana Madjarof: www.mundodosfilosofos.com.br) 13/04/2006

241.(FCC) Segundo a argumentação desenvolvida no texto, a definição de justiça é problemática porque (A) uma permanente variação de critérios, valores e paradigmas impede a estabilização desse conceito. (B) os regimes autoritários acabam determinando, pela força da lei, o que é justo e o que é injusto. (C) nenhuma cultura aceita que os códigos da lei sejam capazes de regulamentar o que deve e o que não deve ser aceito. (D) os filósofos pouco se ocuparam com o que é o justo, preferindo aceitá-lo como atributo inerente à condição humana. (E) há relutância em se aceitar a identificação entre justiça e felicidade, na qual o conceito do que é o justo poderia se estabilizar em definitivo. 242.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. Nos regimes autoritários, como o fascista, o justo não se identifica diretamente com o que dispõe a lei. II. A definição de Hans Kelsen é problemática porque nela o conceito de justiça está diretamente relacionado a outro conceito igualmente problemático. III. O homem ignora que as conseqüências da quebra dos princípios norteadores da conduta são os conflitos e os profundos desequilíbrios sociais. Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) I e II.

Page 71: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

71

(C) II. (D) II e III. (E) III. 243.(FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de uma expressão ou frase do texto em: (A) os princípios norteadores da consciência = as especulações iniciais do saber. (B) discernimento intrínseco à consciência humana = distinção convencionada pelo homem. (C) é difícil aceitar esse equacionamento = é problemático confrontar essa incógnita. (D) o transforma num palco de legitimação = vale-se dele para encenar uma falsa legitimidade. (E) na dinâmica dessas oscilações = na ratificação desses valores. 244.(FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase: (A) Sempre haverão critérios distintos a cada vez que se quiserem estabelecer os valores de uma determinada hierarquia. (B) A eliminação de quaisquer critérios que possam inspirar um norteamento das ações humanas levariam os homens à barbárie. (C) Não convém aos homens iludir-se com a fixação de valores que, por sua própria natureza, recusam-se a estabilizar-se. (D) O que para uns, nos mais diversos casos, podem representar experiências de felicidade, para outros implicará momentos de angústia. (E) Não se registra, na história da civilização, épocas em que os homens tenham sido capazes de um real consenso quanto ao que é justo. 245.(FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase a quebra dos princípios norteadores provoca o desequilíbrio, a forma verbal resultante será: (A) são provocados. (B) provocam-se. (C) será provocada. (D) é provocada. (E) é provocado. 246.(FCC) Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase: (A) A consciência humana, em cuja é difícil se fixar um valor moral, é levada a estabelecer um conceito de justiça do qual os homens pudessem se satisfazer. (B) A consciência humana, à qual cabe discernir os valores essenciais, esbarra na definição de justiça, conceito a que faltam precisão e rigor. (C) As leis do direito, nas quais geram tantas controvérsias, são os instrumentos em que dispomos para tentar regular nossas ações. (D) Não falta aos juristas, a quem contamos para a proposição de leis, conhecimento técnico – que não é, todavia, suficiente para estabelecer o consenso de que aspiramos. (E) Para Hans Kelsen, de onde se citam algumas idéias, a ―felicidade da justiça‖ é uma expressão em cuja os homens deveriam buscar inspiração. 247.(FCC) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Nem mesmo o mais rigoroso dos dicionários são capazes de definir com precisão o sentido que os homens desejam discernir entre os conceitos fundamentais. (B) Quando se divergem, a filosofia e o direito acabam por criar um espaço de hesitação para os conceitos, que seriam tão desejáveis estabelecer para a ação humana. (C) Tanta dificuldade enfrentada na definição dos nossos valores essenciais demonstra que não dispomos de convicções absolutas, de princípios realmente duradouros. (D) Tanto a felicidade como a justiça devem de ser discutidos sobre os parâmetros instáveis da nossa consciência, o que torna problemáticos tanto um quanto outro. (E) Não se esperem que nossos valores essenciais possam ser definidos sem controvérsias, pois as mesmas fazem parte da dinâmica que se rege o nosso pensamento. 248.(FCC) Sempre haverá a necessidade de um critério para se compor uma hierarquia de valores, a partir da qual se defina o que é justo e o que é injusto.

Page 72: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

72

Na frase acima, (A) a expressão da qual refere-se a uma hierarquia de valores. (B) a palavra necessidade é retomada na expressão a partir da qual. (C) é igualmente correto o emprego do plural para se comporem. (D) a expressão a partir da qual pode ser corretamente substituída por de cuja. (E) a expressão se defina pode ser corretamente substituída por venham-se definir-se. 249.(FCC) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase: (A) A justiça, para Hans Kelsen e para aqueles que seguem suas teses vem sempre relacionada a um sentimento de felicidade social. (B) Quando se confina o que é justo, aos limites do que é legal, restringe-se a questão milenar da justiça, à letra positiva de um código. (C) Felizes os tempos, em que se alimentava a crença no discernimento infalível dos soberanos e portanto, na infalibilidade da justiça que dele emanava. (D) Para muitos filósofos desde a antigüidade clássica, o conceito do justo alinhava-se entre outros atinentes, todos, ao campo da ética e da moral. (E) Na identificação entre justiça e felicidade, a definição deste segundo conceito revela-se, no mínimo, tão problemática quanto a do primeiro. 250.(FCC) Estão corretamente empregados e flexionados todos os verbos da frase: (A) Quando o poder executivo atribue-se a iniciativa de legislar, frustam-se irremediavelmente as expectativas de equilíbrio entre os poderes. (B) É preciso que se discernam bem entre o justo e o injusto, antes de se formular conceito mais duradouro de justiça. (C) Quanto mais definições do que é justo se proporem aos juristas, mais questões serão levantadas pelos filósofos. (D) Não contribui para o debate que se vier a estabelecer sobre a justiça qualquer posição que seja discriminatória. (E) Benvindo seja todo e qualquer avanço que provir da discussão dos valores humanos, como o da justiça. As questões de números 251 a 255 referem-se ao texto que segue: um trecho das memórias do poeta pernambucano Manuel Bandeira.

Quando um poeta faz crítica... Tempo houve em que, parte por necessidade, parte por presunção, andei escrevendo sobre música e sobre artes plásticas. Na Idéia Ilustrada, revista editada por Luís Aníbal Falcão, colaborei com resenhas críticas de concertos, e em certa revista musical, cujo nome me esqueceu. N ´A Manhã, convidado por Cassiano Ricardo, mantive uma seção diária sobre artes plásticas. Fiz parte da tropa de choque que defendeu, apregoou e procurou explicar a arte nova de músicos, pintores, escultores e arquitetos modernos. Pouco a pouco, porém, fui perdendo não só a presunção como também o entusiasmo. É que os artistas só nos reconhecem, a nós poetas, autoridade para falar sobre eles quando os lisonjeamos. Caso contrário, não passamos de poetas.

(Manuel Bandeira, Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro:

editora do Autor, 3.ed., p. 109, 1966)

251.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. Confessa o poeta que resolveu se promover a crítico de arte mais por necessidade econômica do que por vaidade pessoal. II. Em suas atividades como crítico de música e de artes plásticas, o poeta mostrou-se identificado com os valores da arte moderna. III. Na última frase do texto, refere-se o autor a uma visão pejorativa de que os poetas podem ser vítimas. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.

Page 73: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

73

252.(FCC) Pouco a pouco, porém, fui perdendo não só a presunção como também o entusiasmo.

Considerando-se o contexto, o sentido da afirmação acima está preservado, em redação correta, na frase: (A) Fui-me curvando, no entanto, pouco a pouco, não apenas à vaidade como igualmente ao ânimo. (B) Paulatinamente, todavia, foram arrefecendo tanto a minha pretensão como o meu ardor. (C) Cada vez mais, entretanto, diminuiu tanto a minha convicção quanto a minha animosidade. (D) Gradativamente, no entanto, debilitei-me ora na minha expectativa, ora no meu ímpeto. (E) Lentamente, ainda assim, vi-me fugir não apenas o que presumia como também o que me arrebatava. 253.(FCC) O verbo parecer deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Duas forças combinadas ...... ter movido o poeta para a atividade de crítico de música e de artes plásticas. (B) ......, freqüentemente, depreciativos os termos com os quais artistas de outras áreas se referem aos poetas. (C) A muitos poetas não ...... que criticar obras de músicos ou de artistas plásticos seja uma arrogante extrapolação. (D) Os julgamentos que mais ...... irritar os artistas são aqueles em que não há lisonja ou fácil benevolência. (E) Em poucas culturas ...... conviver em harmonia as atividades dos artistas e as dos críticos de arte. 254.(FCC) Há falta ou ocorrência indevida do sinal de crase em: (A) Ao aludir a tropa de choque dos artistas modernos, o poeta-crítico mostrou-se alinhar à uma tendência da linguagem da época. (B) Não cabe à crítica apenas dar valor a uma determinada obra de arte; cabe a ela, igualmente, aspirar à orientação do artista, em suas futuras iniciativas. (C) Entre a poesia e a crítica de arte, Manuel Bandeira se refere àquela com mais carinho, pois foi como poeta que deu impulso maior à imaginação. (D) Convidado a colaborar como crítico de arte, o poeta não se fez de rogado e se entregou a essa tarefa com ânimo e expectativa. (E) Nem sempre é dada a quem compõe ou pinta a compreensão necessária para atribuir à crítica a utilidade que esta pode ter. 255.(FCC) Os tempos e os modos verbais estão corretamente empregados e adequadamente articulados na frase: (A) Tempos haverá em que coubessem a todos, indistintamente, ficar exercendo o direito inalienável da crítica. (B) Quando se é movido pela necessidade econômica ou pela velha vaidade humana, não houve como recusar um convite para que se fosse exercer a crítica. (C) Mantive por algum tempo uma seção diária no jornal, onde fizesse de tudo para defender os ideais dos artistas modernos. (D) Não fora a necessidade, a que se veio somar alguma presunção, talvez Manuel não tivesse aceitado o convite que lhe fizeram. (E) À medida que fosse exercendo sua atividade de crítico, Manuel Bandeira tinha constatado que o ofício era bem mais penoso do que imaginasse. As questões de números 256 a 263 baseiam-se no texto apresentado abaixo. Produzir mais a custos menores tem sido o trunfo do nosso agronegócio. Nos últimos dez anos, a produção das lavouras cresceu 45%, tendo aumentado, ao mesmo tempo, as exportações. Tal desempenho foi considerado inviável ou impossível por muito tempo no Brasil, pelo menos desde o início do processo de industrialização deslanchado por Getúlio Vargas e acelerado por Juscelino Kubitschek. A crescente demanda por produtos agropecuários decorrente da urbanização gerou forte pressão de alta de preços, com conseqüente acirramento das demandas salariais e da inflação. Os ramos comerciais da agropecuária — café, cacau, cana-de-açúcar, algodão e a soja, mais tarde — estavam focados no mercado externo, enquanto a produção de alimentos era apenas acessória. Havendo limitada disponibilidade de recursos — terra e capital — ou bem se exportava ou então atendia-se à demanda interna. O setor agropecuário era estático dos pontos de vista tecnológico e empresarial. Para romper essa inércia, a partir dos anos 1960/70, um grande programa foi implementado para modernizar a agropecuária e apoiar sua transmutação do Sul e do Sudeste para o Centro-Oeste e Norte do País. Investimentos em infra-estrutura, na formação de pesquisadores e em instituições geradoras de tecnologia foram realizados; financiamentos e preços subsidiados foram oferecidos para a agropecuária. Nos

Page 74: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

74

anos 1990, a revitalização do setor se processa segundo dois vetores fundamentais: elevação da produtividade por hectare (ou por trabalhador) e aumento da extensão de terra utilizada das fazendas. Ganhos de produtividade, que totalizaram quase 30% para as lavouras nos últimos 10 anos, foram obtidos com a correção da acidez e a melhoria da fertilidade do solo, irrigando-o, bem como utilizando melhores sementes. Ganhos de escala foram alcançados com fazendas maiores, viabilizadas pela queda do preço real da terra. Maiores cultivos permitem uso mais adequado da terra, da mão-de-obra especializada, das máquinas e dos equipamentos e benfeitorias de maior porte. Além disso, a produção em escala permite aquisição de insumos e a venda de produtos em condições mais vantajosas.

(Adaptado de Geraldo Sant‘Ana de Camargo Barros, Novo mapa do Brasil, O Estado de S.Paulo, H25, 19 de março de

2006)

256.(FCC) De acordo com o texto, o desenvolvimento do agronegócio brasileiro deve-se (A) ao processo de industrialização iniciado por Getúlio Vargas e efetivado por Juscelino Kubitschek. (B) ao impasse existente na definição entre a política de exportação e a do mercado interno. (C) a investimentos em infra-estrutura e em pesquisas para correção do solo e aumento da área produtiva. (D) à alta dos preços em conseqüência da urbanização, considerando-se os poucos recursos destinados à agricultura. (E) ao descontrole da economia, com inflação alta e demanda por melhores salários. 257.(FCC) Produzir mais a custos menores tem sido o trunfo do nosso agronegócio. A primeira frase do texto aparece reescrita, SEM alteração do sentido original, em: (A) As vantagens do agronegócio brasileiro encontram-se numa produção maior, não se considerando os custos. (B) O maior prejuízo para o agronegócio brasileiro tem sido a falta de competitividade dos preços reduzidos. (C) Devido à maior produção, os preços se tornam cada vez mais baixos, reduzindo a importância do agronegócio brasileiro. (D) Custos menores de produtos agrícolas levam a um desinteresse maior na variedade da produção agrícola. (E) O agronegócio brasileiro tem sido beneficiado por um maior volume de produção, com preços mais acessíveis. 258.(FCC) Havendo limitada disponibilidade de recursos — terra e capital — ou bem se exportava ... (2o parágrafo) Os travessões na frase acima isolam (A) especificação, com finalidade explicativa. (B) restrição, para justificar a opinião exposta a seguir. (C) informação antecipada, retomada na última frase do parágrafo. (D) aproximação intencional de termos de significados originalmente opostos. (E) inclusão de dados à parte do contexto, com intenção estilística. 259.(FCC) A crescente demanda por produtos agropecuários ... (2º parágrafo) Reproduz-se o mesmo tipo de regência que organiza o segmento assinalado acima no trecho também grifado em: (A) Produzir mais a custos menores ... (B) Nos últimos dez anos ... (C) Tal desempenho foi considerado inviável ou impossível ... (D) Havendo limitada disponibilidade de recursos ... (E) O setor agropecuário era estático ... 260.(FCC) Maiores cultivos permitem uso mais adequado da terra. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser (A) permitiu. (B) é permitido. (C) tinham permitido. (D) são permitidos. (E) estavam sendo permitidos. 261.(FCC) A concordância está correta na frase:

Page 75: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

75

(A) Uma safra recorde de produtos agrícolas diversificados foram obtidos com investimentos em tecnologia. (B) O objetivo de vários estudos deverão ser a adaptação de grãos às condições do clima e das terras em algumas regiões do país. (C) É previsível a colheita de maiores safras, desde que se desenvolva melhores sementes e se corrija a composição do solo. (D) Aumento no tamanho das fazendas e maior produtividade por hectare permite safras a cada ano mais elevado. (E) Ocorreu incremento na produção agrícola, dadas as melhores condições de solo, obtidas com o desenvolvimento tecnológico. 262.(FCC) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) O agronegócio brasileiro conta essencialmente com a expansão do mercado externo, considerando-se o aumento da produtividade no setor. (B) A expectativa de safras recordes de grãos realizou-se com a adequada preparação do solo e com a melhoria de sementes, atingida com pesquisas e análises constantes. (C) O florecimento do setor produtivo ocorreu a partir de investimentos em infra-estutura e em pesquisas que vizavam a obtenção de melhores sementes. (D) As perspectivas do agronegócio brasileiro são excelentes, embora haja problemas a resolver, como melhorias em estradas para o transporte eficaz da produção. (E) O Brasil desponta como potência agrícola, com avançadas tecnologias de cultivo, apesar de alguns reveses pontuais, por causa das oscilações climáticas. 263.(FCC) O acesso ...... mercados externos por boa parte dos produtores que passaram ...... usar novas tecnologias, aconteceu devido também ...... qualidade das sementes. As lacunas da frase apresentada estão corretamente preenchidas, respectivamente, por (A) a - a - à (B) a - à - à (C) à - à - à (D) a - a - a (E) à - a - a Atenção: As questões de números 264 a 270 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

E se não existissem direitos autorais? A grande conseqüência do fim dos direitos autorais seria o desmantelamento da indústria cultural. Se isso seria bom ou ruim para os artistas e para os consumidores de cultura é assunto para discussões infinitas. Para saber mais ou menos como seria esse mundo, basta voltar alguns séculos no tempo. lsso porque os direitos autorais, tais como os conhecemos, são uma invenção moderna — eles foram estabelecidos a partir da Revolução Francesa e consolidados mundialmente no século XIX, quando obras artísticas passaram a ser reconhecidas como propriedades, assim como um terreno ou uma geladeira. A idéia de estabelecer os direitos autorais foi uma forma de ajudar o autor a recuperar o dinheiro investido na produção de uma obra. E isso de fato aconteceu: muitos artistas passaram a reaver o capital investido em equipamentos, redes de distribuição e recursos de produção. Em contrapartida, o espaço do domínio público, em que todos podiam ter acesso à produção cultural, acabou se degenerando — atualmente, para se ter acesso a qualquer informação, para fins econômicos ou não, é preciso ter a autorização de seu dono. E foi assim que a grande indústria cultural surgiu e se desenvolveu, para intermediar e proteger os direitos do autor. Grandes gravadoras e distribuidoras cresceram, enriqueceram e se firmaram como um monopólio de produção artística. A opinião entre representantes do setor não é unânime. Para alguns, haveria criação da mesma forma, mas, para outros, os artistas não teriam estímulo para criar se os direitos fossem relaxados. Por outro lado, não existiria a mal-afamada pirataria, que tanto tira o sono dos músicos. Afinal de contas, se nenhum autor tem direito sobre sua obra, por que alguém copiaria uma música na clandestinidade?

(Adaptado de Mariana Sgarioni, Superinteressante, março

2006, p. 48)

264.(FCC) O texto (A) permite identificar uma firme posição da autora contra os limites impostos à produção cultural pela cobrança de direitos autorais sobre uma obra.

Page 76: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

76

(B) parte de um aspecto ilegal, coexistente com os direitos autorais, para condenar a indústria cultural, que recebe os lucros da produção artística. (C) defende claramente a idéia de extinção dos direitos autorais, para que uma obra seja amplamente divulgada e seu autor reconhecido por um público cada vez maior. (D) expõe uma situação surgida já no mundo moderno, com informações sobre a época anterior e a existência de opiniões divergentes a respeito da cobrança de direitos autorais. (E) discute possíveis formas, embora polêmicas, de acabar com o comércio ilegal de músicas, ou pelo menos de reduzir os prejuízos dos artistas. 265.(FCC) ... tais como os conhecemos, são uma invenção moderna ... (2º parágrafo) O pronome grifado acima substitui, considerando-se o contexto, (A) os artistas. (B) os direitos autorais. (C) alguns séculos. (D) os consumidores de cultura. (E) um terreno ou uma geladeira. 266.(FCC) ... os artistas não teriam estímulo para criar se os direitos fossem relaxados. (último parágrafo). A correlação entre os tempos e modos dos verbos grifados acima continua correta, se forem substituídos, respectivamente, por (A) tinham - seriam (B) tiveram - serão (C) terão -forem (D) têm tido - sejam (E) teriam tido - foram 267.(FCC) A idéia de estabelecer os direitos autorais ... (3º parágrafo) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase: (A) ... seria o desmantelamento da indústria cultural. (B) ... por que alguém copiaria uma música... (C) E isso de fato aconteceu ... (D) ... não existiria a mal-afamada pirataria ... (E) ... é assunto para discussões infinitas. 268.(FCC) O verbo grifado está corretamente flexionado na frase: (A) Vêem sendo adotadas medidas para a reprodução de músicas sem o pagamento dos respectivos direitos autorais. (B) Na disputa jurídica, os artistas reaveram o direito de receber os valores decorrentes da divulgação de sua obra. (C) Grandes indústrias intermediam os interesses dos compositores, firmando-se no mercado com extraordinários lucros. (D) Alguns amigos do cantor proporam-se a financiar a gravação de suas músicas, na certeza de sucesso imediato. (E) O disco manteve-se em primeiro lugar nas vendas durante semanas, garantindo a recuperação dos gastos da produção. 269.(FCC) A frase corretamente pontuada é: (A) Alguns representantes do setor de atividades culturais aceitam a cobrança de direitos autorais como merecida recompensa para o artista; outros, porém, defendem a idéia de que a arte deve ser um bem público. (B) Alguns representantes do setor de atividades culturais, aceitam a cobrança de direitos autorais como merecida recompensa, para o artista; outros porém defendem a idéia, de que a arte deve ser um bem público. (C) Alguns representantes do setor de atividades culturais aceitam a cobrança, de direitos autorais como merecida recompensa, para o artista; outros porém defendem a idéia de que a arte deve ser, um bem público.

Page 77: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

77

(D) Alguns representantes, do setor de atividades culturais aceitam a cobrança de direitos autorais, como merecida recompensa para o artista outros porém defendem a idéia; de que a arte deve ser um bem público. (E) Alguns representantes do setor de atividades culturais aceitam a cobrança de direitos autorais; como merecida recompensa para o artista, outros porém defendem a idéia de que a arte, deve ser um bem público. 270.(FCC) I — Autores reconhecidos do passado não conheceram a existência de direitos autorais. II — Eles produziram obras-primas. III — Essas obras foram marcantes na história das civilizações. IV — Os autores receberam compensações financeiras por suas criações. As frases acima organizam-se em um único período com lógica, clareza e correção em: (A) Autores reconhecidos do passado não conheceram a existência de direitos autorais nas obras marcantes da história das civilizações, as quais foram obras-primas, cujos os autores receberam compensações financeiras por suas criações. (B) Apesar dos autores reconhecidos do passado não conheceram a existência de direitos autorais, mas que receberam compensações financeiras por suas criações, as obras-primas, marcantes na história das civilizações. (C) Conquanto autores reconhecidos do passado, com a produção de obras-primas, não conheceram a existência de direitos autorais, das obras de quem foram marcantes na história das civilizações, em que os autores receberam compensações financeiras por essas criações. (D) Embora tenham produzido obras-primas, que foram marcantes na história das civilizações, autores reconhecidos do passado não conheceram a existência de direitos autorais, em que pese terem recebido compensações financeiras por suas criações. (E) Autores reconhecidos do passado não conheceram a existência de direitos autorais, até por que eles produziram obras-primas, as quais foram marcantes na história das civilizações, mas seus autores receberam compensações financeiras por suas criações. 271.(ESAF) Indique o segmento que, inserido nas linhas em branco, preserva a correção gramatical e as qualidades lingüísticas do trecho abaixo. Espécie de grande homem pelo avesso, Antonio Conselheiro reunia no misticismo doentio todos os erros e superstições que formam o coeficiente de redução da nossa nacionalidade. ___________________________ ________________________________________________________________________________________ Favorecia-o o meio e ele realizava, às vezes, o absurdo de ser útil. Obedecia à finalidade irresistível de velhos impulsos ancestrais; e jugulado por ela espelhava em todos os atos a placabilidade de um evangelista incomparável.

(Euclides da Cunha, Os sertões)

a) Arrastava o povo sertanejo não porque lhe dominava; mas porque o dominavam as aberrações daquele. b) Arrastava o povo sertanejo não porque o dominasse, mas porque o dominavam as suas aberrações. c) Arrastava o povo sertanejo não porque lhe dominava, mas porque lhe dominavam as aberrações deste. d) Arrastava o povo sertanejo não porque o dominasse, mas porque o dominavam as aberrações daquele. e) Arrastava o povo sertanejo não porque o dominasse, mas porque lhe dominavam as aberrações dele. As questões de números 272 a 286 referem-se ao texto seguinte.

Exclusão social A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda. Essas vantagens se expandiram para um número crescente de seres humanos. Graças à combinação dessas duas tendências, os homens imaginaram que seria possível construir uma utopia em que todos teriam acesso a tudo: todos, pelas mudanças sociais; a tudo, por causa dos avanços técnicos. No século XX, numa demonstração de arrogância, muitos chegaram a marcar o ano 2000 como a data da inauguração dessa utopia. Neste início de século, vemos que a técnica superou as expectativas. Os seres humanos dispõem de uma variedade de bens e serviços inimagináveis até há bem pouco tempo, que aumentaram substancialmente

Page 78: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

78

a esperança de vida, ampliaram o tempo livre a ser usufruído e ainda oferecem a possibilidade de realizar sonhos de consumo. Mas a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no acordo, e uma parcela considerável da humanidade ficou excluída dos benefícios. Ainda mais grave: o avanço técnico correu a uma velocidade tão grande que passou a aumentar a desigualdade e a ameaçar a estabilidade ecológica do planeta. A exclusão deixou de ser vista como uma etapa a ser superada: é um estado ao qual bilhões de seres humanos – os excluídos da modernidade – estão condenados. Na modernidade técnica, o processo social, tanto entre os capitalistas mais liberais quanto entre os socialistas mais ortodoxos, é analisado do ponto de vista econômico, ignorando-se ou relegando-se a um segundo plano os aspectos sociais e os éticos. Já no século XIX, na luta pela abolição da escravidão, Joaquim Nabuco procurava encarar o processo social sob três óticas: a moral, a social e a econômica. Mais de um século passado, é urgente retomar essa visão triangular, se se deseja superar a barbárie da exclusão.

(Cristovam Buarque. Admirável mundo atual. S. Paulo: Geração

Editorial, 2001, pp. 188 e 328)

272.(FCC) Neste início de século, vemos que a técnica superou as expectativas. A afirmação acima, que abre o segundo parágrafo do texto, (A) desmente a afirmação anterior de que estariam ocorrendo avanços técnicos significativos ao longo do século XX. (B) expande a afirmação anterior de que muitas vantagens tecnológicas estariam atingindo um número crescente de seres humanos. (C) confirma a afirmação anterior de que os homens estão sendo capazes de construir uma utopia acessível a todos. (D) desmente a afirmação anterior de que a humanidade vem dominando mais e mais as forças da natureza. (E) expande a afirmação anterior de que as mudanças sociais estariam beneficiando um número crescente de seres humanos. 273.(FCC) No primeiro parágrafo, a utopia de que trata o autor teria como característica essencial (A) o acesso de muitos homens aos benefícios práticos da tecnologia. (B) uma melhor expectativa de vida, independente do estágio da ciência. (C) o desfrute plenamente socializado das conquistas tecnológicas. (D) a proposição de uma nova era tecnológica a partir do ano de 2000. (E) a confiança presunçosa no domínio absoluto do homem sobre a natureza. 274.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. Na expressão todos teriam acesso a tudo, o autor dá ênfase ao que há de absoluto nas pretensões dos criadores da referida utopia. II. Com a frase a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no acordo, o autor denuncia o processo de exclusão. III. Com a frase a exclusão deixou de ser vista como uma etapa a ser superada, o autor deixa claro que houve, enfim, uma ampla inclusão social. Considerando-se o contexto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 275.(FCC) Ao se referir ao escritor Joaquim Nabuco, no terceiro parágrafo, o autor do texto deseja demonstrar que (A) é antiga a luta para que a inclusão social dos oprimidos se dê do modo mais abrangente possível. (B) vem de longe a idéia de que o progresso tecnológico encaminha a solução das questões sociais. (C) aquele escritor, já no século XIX, propunha-se a enfrentar a barbárie do desequilíbrio ecológico do planeta. (D) são antigas as lutas pela abolição do trabalho forçado, caracterizadas pela plena confiança nas vantagens da tecnologia. (E) vem de longe a idéia de que a exclusão social só ocorre quando o avanço tecnológico é pouco relevante.

Page 79: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

79

276.(FCC) A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda. Na frase acima, I. a transposição para outra voz verbal implicará em substituir-se tem dominado por tem sido dominada. II. a substituição de A humanidade por Os homens implicará, obrigatoriamente, alteração na voz verbal. III. a expressão a fim de tornar a vida tem sentido equivalente ao de a fim de que a vida se torne. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) II e III. (E) I e III. 277.(FCC) Estão plenamente respeitadas as normas de concordância verbal na frase: (A) Segundo o autor, têm ocorrido a combinação de duas vantagens, que se dão quando a longevidade e o conforto humanos se expandem. (B) A velocidade dos avanços tecnológicos que todos temos testemunhado trazem consigo não apenas vantagens, mas a aceleração da exclusão social. (C) Superaram-se, sim, no campo da técnica, todas as expectativas, mas também se registre que as desigualdades sociais se agravaram. (D) Tanto aos capitalistas mais liberais quanto aos socialistas mais ortodoxos parecem de pouca importância o que não diz respeito ao campo estrito da economia. (E) Já se constituem de bilhões de pessoas a parcela da humanidade a que não atendem os benefícios dos avanços tecnológicos. 278.(FCC) Está correta a articulação entre os tempos e modos verbais na frase: (A) No século XIX, a luta de muitos abolicionistas incluía, entre as metas que perseguiam, a de que viessem a integrar-se os planos da ética, da economia e do progresso social. (B) Percebeu-se, já na luta dos abolicionistas do século XIX, que eles incluíssem entre suas metas a integração que deverá haver entre os planos da ética, da economia e do progresso social. (C) Era de se espantar que muitos abolicionistas do século XIX, que têm incluído entre suas metas um progresso em vários níveis, já consideravam o desenvolvimento sob uma ótica mais complexa do que a nossa. (D) Essa visão triangular, que o autor nos recomenda que retomássemos, consiste em que eram atendidas, simultaneamente, as questões sociais, morais e econômicas. (E) Joaquim Nabuco tinha a convicção de que a almejada visão triangular permitisse que tivessem sido plenamente atendidas todas as necessidades humanas. 279.(FCC) São evidentes os avanços tecnológicos, ninguém duvida dos avanços tecnológicos, mas não se deve atribuir aos avanços tecnológicos a propriedade de já representarem aquele pleno desenvolvimento social que não cabe aos avanços tecnológicos produzir. Evitam-se as abusivas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por: (A) duvida deles / não se os deve atribuir-se / não lhes cabe (B) deles duvida / não se lhes deve atribuir / não lhes cabe (C) os duvida / não se deve atribuí-los / não lhes cabe (D) duvida deles / não se deve atribuí-los / não os cabe (E) deles duvida / não se deve atribuir-lhes / não os cabe 280.(FCC) Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase: (A) O autor do texto, de cuja convicção é que estamos longe do desenvolvimento social, desconfia dos avanços tecnológicos com os quais muita gente demonstra plena admiração. (B) A modernidade técnica, na qual o autor faz suas restrições, não trouxe consigo o desenvolvimento social pelo qual tantos aspiram. (C) Muita gente acredita de que a tecnologia serve a todos, quando o que os fatos têm demonstrado é de que ela acaba servindo aos mesmos privilegiados de sempre.

Page 80: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

80

(D) O escritor a cujo nome se faz referência no texto foi um dos expoentes do movimento abolicionista brasileiro, ao qual aderiram muitos outros homens ilustres do século XIX. (E) É tal a velocidade em cuja vêm ocorrendo os avanços tecnológicos que os homens nem têm tempo para pensar nos excluídos, naqueles para quem essa velocidade não beneficia. 281.(FCC) Há falta ou ocorrência indevida do sinal de crase no período: (A) Não se estenderam os benefícios da tecnologia àqueles que sempre viveram à margem do progresso. (B) Ao pensamento do autor opõem-se àqueles que preferem a exclusividade à universalização dos benefícios trazidos pela tecnologia. (C) É sobretudo à luz da ética e da política que se revela claramente a exclusão que tem sido imposta à grande maioria da população do planeta. (D) Não se devem levar àqueles que estão excluídos informações falsas, como a de que os avanços tecnológicos servem a todas as pessoas. (E) Quando se atribui a não importa quem seja algum direito exclusivo, a essa exclusividade corresponderão muitas exclusões. 282.(FCC) Mas a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no acordo, e uma parcela considerável da humanidade ficou excluída dos benefícios. Uma outra redação da frase acima, que mantenha a correção da forma e a coerência do sentido, pode ser: (A) Uma parcela considerável da humanidade ficou excluída dos benefícios, tanto assim que a parte que lhe cabia no acordo deixou de ser cumprido pela história social. (B) Conquanto não tenha sido cumprida pela história social o que lhe cabia como parte do acordo, excluiu-se os benefícios de uma parcela considerável da humanidade. (C) Ficou excluída dos benefícios uma parcela considerável da humanidade, uma vez que a história social deixou de cumprir a parte que lhe cabia no acordo. (D) Dado que a história social, que não cumpriu a parte que lhe cabia no acordo, eis que se achou excluída dos benefícios uma parcela considerável da humanidade. (E) Tendo em vista que não cumpriu sua parte no acordo, a história social excluiu do que lhe cabia os benefícios de uma parcela considerável da humanidade. 283.(FCC) A exclusão é um estado ao qual bilhões de seres estão condenados. Mantém-se a expressão sublinhada na frase acima caso se substitua (A) um estado por um sem-número de circunstâncias desfavoráveis. (B) um estado por uma conjunção de fatores. (C) estão condenados por se encontram imersos. (D) estão condenados por não devem conformar-se. (E) estão condenados por se vêem destinados. 284.(FCC) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte comentário sobre o texto: (A) O tema da exclusão, que está no centro desse texto, representa-se em muitas outras páginas do autor, que, entre outros cargos, ocupou o de reitor da UNB. (B) A exclusão é sem dúvida, um tema da modernidade, quando as ilusões da globalização fazem crer que estejamos todos, incluídos no desenvolvimento internacional. (C) Entre as ilusões da modernidade, estão os sonhos de consumo, acalentados por muitos, principalmente, por aqueles que pouco acesso têm, ao mercado globalizado. (D) Quem é que não sonha com mais tempo livre, no entanto, esse é um privilégio reservado aos que desfrutam de fato, dos benefícios do progresso tecnológico. (E) Ter muito tempo livre para os mais pobres, pode significar ter pouco trabalho; menos condições de ganhar seu sustento, ou que dirá de sonhar com o consumo... 285.(FCC) A expressão relegando-se a um segundo plano, utilizada no terceiro parágrafo, preencherá adequadamente a lacuna da frase: (A) Passei a me dedicar ainda mais a ela e, ...... meus sonhos mais altos, desisti definitivamente de ir trabalhar no exterior. (B) O diretor da empresa surpreendeu seu assessor ...... ,fingindo passar-se por ele, o atrevido.

Page 81: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

81

(C) Ele percebeu que as metas traçadas eram ambiciosas demais, e imaginou outras, ...... aquelas que de fato não poderia cumprir. (D) ...... , muitas mulheres, como as da antiga Atenas, vivem por seus maridos e filhos. (E) Há muita gente que, ...... seu pudor, não hesita em proclamar bem alto suas supostas virtudes. 286.(FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Desde que ...... (passar) a haver ganhos com o progresso tecnológico, cresceram nossos sonhos de consumo. (B) Quem, entre os bilhões de excluídos, ...... (poder) deixar de sonhar com as miragens do capitalismo? (C) Não sabemos exatamente a quais poderosos ...... (caber) culpar por esse perverso processo de exclusão social. (D) De nada ...... (adiantar), para os excluídos, sonhar com as vantagens de um progresso que não foi planejado para eles. (E) É preciso que se ...... (estender) a quem esteja excluído oportunidades reais de afirmação social. Atenção: As questões de números 287 a 296referem-se ao texto seguinte.

Caso de injustiça Quando adolescente, o poeta Carlos Drummond de Andrade foi expulso do colégio onde estudava. A razão alegada: “insubordinação mental”. O fato: o jovem ganhara uma nota muito alta numa redação de Português, mas o professor, ao lhe devolver o texto avaliado, disse-lhe que ele talvez não a merecesse. O rapaz insistiu, então, para que lhe fosse atribuída uma nota conforme seu merecimento. O caso foi levado ao diretor da escola, que optou pela medida extrema. Confessa o poeta que esse incidente da juventude levou-o a desacreditar por completo, e em definitivo, da justiça dos homens. Está evidente que a tal da “insubordinação mental” do rapaz não foi um desrespeito, mas uma reação legítima à restrição estapafúrdia do professor quanto ao mérito que este mesmo, livremente, já consignara. O mestre agiu com a pequenez dos falsos benevolentes, que gostam de transformar em favor pessoal o reconhecimento do mérito alheio. Protestando contra isso, movido por justa indignação, o jovem discípulo deu ao mestre uma clara lição de ética: reclamou pelo que era o mais justo. Em vez de envergonhar-se, o professor respondeu com a truculência dos autoritários, que é o reduto da falta de razão. E acabou expondo o seu aluno à experiência corrosiva da injustiça, que gera ceticismo e ressentimento. A “insubordinação mental”, nesse caso, bem poderia ter sido entendida como uma legítima manifestação de amor próprio, que não pode e não deve subordinar-se à agressividade dos caprichos alheios. Além disso, aquela expressão deixa subentendido o mérito que haveria numa “subordinação mental”, ou seja, na completa rendição de uma consciência a outra. O que se pode esperar de quem se rege pela cartilha da completa subserviência moral e intelectual? Não foi contra esta que o jovem se rebelou? Por que aceitaria ele deixar-se premiar por uma nota alta a que não fizesse jus? Muitas vezes um fato que parece ser menor ganha uma enorme proporção. Todos já sentimos, nos detalhes de situações supostamente irrelevantes, o peso de uma grande injustiça. A questão do que é ou do que não é justo, longe de ser tão-somente um problema dos filósofos ou dos juristas, traduz-se nas experiências mais rotineiras. O caso do jovem poeta ilustra bem esse gosto amargo que fica em nossa boca, cada vez que somos punidos por invocar o princípio ético da justiça.

(Saulo de Albuquerque)

287.(FCC) Ao comentar esse ―caso de injustiça‖, o autor do texto está sublinhando, fundamentalmente, a importância (A) de que se deve revestir toda medida pedagógica, no trato com as reações temperamentais dos jovens rebeldes. (B) que se deve atribuir, em qualquer situação, à responsabilidade ética de se preservar o que é efetivamente justo. (C) de se experimentar o peso do que é injusto, para então se chegar à convicção de que a justiça é possível e necessária. (D) de se considerar segundo as circunstâncias aquilo que é justo, pois não há nenhum princípio de justiça que seja duradouro. (E) que reside nas demonstrações de benevolência, sobretudo naquelas em que se explicite a intenção de generosidade. 288.(FCC) Considere as seguintes afirmações:

Page 82: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

82

I. Embora a reação do rapaz tenha de fato configurado, para o autor do texto, um caso intolerável de ―insubordinação mental‖, considerou este extremamente injusta a medida disciplinar adotada. II. O que há de positivo e desejável numa ―subordinação mental‖ desaparece, segundo o autor do texto, quando esta é efeito de uma imposição autoritária. III. Mesmo a experiência das pequenas injustiças pode ser decisiva, pois a partir delas é possível formar-se a convicção de que o que é verdadeiramente justo não tem lugar nas ações humanas. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 289.(FCC) Considerando-se o contexto do segundo parágrafo, traduz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão em: (A) restrição estapafúrdia = restringência disparatada. (B) a pequenez dos falsos benevolentes = a diminuição dos contumazes generosos. (C) o reduto da falta de razão = o exílio da irracionalidade. (D) experiência corrosiva da injustiça = vivência do agressivamente injusto. (E) gera ceticismo e ressentimento = acarreta incredibilidade e dissentimento. 290.(FCC) No contexto do terceiro parágrafo, a expressão (A) ―subordinação mental‖ indica a qualidade de quem não transige na administração do amor-próprio. (B) ―subordinação mental‖ indica a reação de quem vai de encontro ao que determina a cartilha da completa subserviência. (C) ―insubordinação mental‖ indica a qualidade de quem vai de encontro ao que determina seu amor-próprio. (D) ―insubordinação mental‖ indica a reação de quem não se envergonha de contestar o outro de modo truculento e autoritário. (E) ―insubordinação mental‖ indica a reação de quem vai de encontro à ação caprichosa e autoritária do outro. 291.(FCC) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Podem ganhar proporções desmesuradas todo fato que, embora aparentemente pequeno, acaba formando uma grande convicção em face de um valor de alta permanência. (B) O autor não se furta em compactuar com o jovem aluno, em razão de terem ambos o mesmo procedimento diante do incidente gerado a partir do professor de Português, que redundou na expulsão da escola. (C) A referência ao gosto amargo que fica em nossa boca diz respeito às marcas da injustiça, o que trazem para nós esse ressentimento de quem não sabe se comprazer de algum princípio ético. (D) Sempre haverá aqueles que se valem de ações supostamente generosas para incutir no beneficiário delas não a convicção do que é justo, mas a obrigação do reconhecimento de um débito moral. (E) Não é preciso que se premie o mérito, o que é preciso é reconhecê-lo na justa medida do merecimento, sem o que se arrisca a transformá-lo numa dívida insondável, por parte de quem o premiou. 292.(FCC) As normas de concordância verbal encontram-se plenamente atendidas na frase: (A) Não pode subordinar-se à eventual agressividade dos caprichos alheios aqueles que têm em alta conta o seu amor-próprio. (B) Não se esperem daqueles que se entregam aos rompantes da truculência qualquer gesto inspirado pelo sentimento de justiça. (C) Podem ficar em nossa boca, mais do que o gosto amargo da injustiça eventual, os travos da amargura e do ceticismo definitivos. (D) A repetição de pequenas experiências da injustiça costumam, com freqüência, dar ensejo a convicções profundas e duradouras. (E) São negativos todos os ensinamentos de que derivam, em vez da confiança nos princípios, a descrença quanto aos valores morais. 293.(FCC) Transpondo-se para outra voz verbal a frase ......, a forma verbal resultante será ......... Preenchem corretamente as lacunas da frase acima apresentada, respectivamente:

Page 83: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

83

(A) o poeta foi expulso do colégio / expulsou-se. (B) que lhe fosse atribuída uma nota / se atribuísse. (C) o mérito que este já consignara / tinha consignado. (D) deu ao mestre uma clara lição / foi dado. (E) acabou expondo seu aluno / acabou sendo exposto. 294.(FCC) É adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) Apenas uma avaliação justa de sua redação – eis tudo o que o jovem Drummond aspirava. (B) ―Insubordinação mental‖ foi a justificativa à qual recorreu a direção da escola para expulsar o adolescente. (C) ―Subordinação mental‖ é a expressão à que chega o autor, subentendendo o sentido de uma outra. (D) Entendendo o rapaz que não fazia jus aquela nota, solicitou ao professor uma nova avaliação. (E) O caso narrado deixa claro de que pequenas injustiças podem gerar grandes ressentimentos. 295.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. O jovem foi expulso do colégio. II. A razão alegada foi ―insubordinação mental‖. III. O jovem deixou de crer na justiça dos homens. Essas afirmações estão articuladas de modo correto e coerente no seguinte período: (A) Com a alegação de que houvera ―insubordinação mental‖ do jovem, expulsaram-no do colégio, e ele deixou de crer na justiça humana. (B) O jovem, que deixou de crer na justiça dos homens, porque lhe alegaram ―insubordinação mental‖, foi expulso do colégio. (C) Por ter sido alegada ―insubordinação mental‖, o jovem deixou de crer na justiça dos homens, tendo sido expulso do colégio. (D) Embora tenha sido alegada a ―insubordinação mental‖, o jovem deixou de crer na justiça dos homens, mesmo porque fora expulso do colégio. (E) Expulso do colégio, tendo em vista que a razão alegada foi ―insubordinação mental‖, o jovem ainda assim deixou de crer na justiça humana. 296.(FCC) Está inteiramente correta a pontuação da frase: (A) Nesse caso, a suposta ―insubordinação mental‖ do jovem, bem poderia ter sido entendida como de fato uma legítima manifestação de seu amor-próprio. (B) Esse mestre de Português, do jovem Drummond, acabou por lhe dar em vez de uma nota alta, uma lição inesquecível de grande injustiça. (C) Houve grande dignidade, na reação do jovem quando descontente com a fala do professor, insurgiu-se contra o mestre. (D) A questão do que é ou do que não é justo não constitui, exclusivamente, um problema dos filósofos ou juristas, pois concerne à prática de todos. (E) A medida extrema da expulsão foi, segundo Drummond decisiva, para que ele a partir de então deixasse de crer na justiça dos homens. As questões de números 297 a 306 referem-se ao texto seguinte.

Falamos o idioma de Cabral? Se é que Cabral gritou alguma coisa quando avistou o monte Pascoal, certamente não foi “terra ã vishta”, assim, com o “a” abafado e o “s” chiado que associamos ao sotaque português. No século XVI, nossos primos lusos não engoliam vogais nem chiavam nas consoantes – essas modas surgiram no século XVII. Cabral teria berrado um “a” bem aberto e dito “vista” com o “s” sibilante igual ao dos paulistas de hoje. Na verdade, nós, brasileiros, mantivemos sons que viraram arcaísmos empoeirados para os portugueses. Mas, se há semelhanças entre a língua do Brasil de hoje e o português antigo, há ainda mais diferenças. Boa parte delas é devida ao tráfico de escravos, que trouxe ao Brasil um número imenso de negros que não falavam português. “Já no século XVI, a maioria da população da Bahia era africana”, diz Rosa Virgínia Matos, lingüista da Universidade Federal da Bahia. “Toda essa gente aprendeu a língua de ouvido, sem escola”, afirma. Na ausência da educação formal, a mistura de idiomas torna-se comum e traços de um impregnam o outro. “Assim os negros deixaram marcas definitivas”, diz Rosa. Também no século XVI, começaram a surgir diferenças regionais no português do Brasil. Num pólo estavam as áreas costeiras, onde

Page 84: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

84

os índios foram dizimados e se multiplicaram os escravos africanos. No outro, o interior, persistiam as raízes indígenas. À mistura dessas influências vieram se somar as imigrações, que geraram diferentes sotaques. Mas o grande momento de constituição de uma língua “brasileira” foi o século XVIII, quando se explorou ouro em Minas Gerais. “Lá surgiu a primeira célula do português brasileiro”, diz Marlos Pessoa, da Universidade Federal de Pernambuco. A riqueza atraiu gente de toda parte – portugueses, bandeirantes paulistas, escravos que saíam de moinhos de cana e nordestinos. Ali, a língua começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais que a exploração do ouro criou.

(Super Interessante. Almanaque de férias 2003. São Paulo, Abril, 2003, pp. 50-51)

297.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. Atualmente, alguns sons que produzimos ao falar o português do Brasil não mais se produzem na língua falada pelos portugueses. II. Escravos africanos e índios influenciaram, na mesma proporção e nas mesmas regiões, o falar do português brasileiro. III. Apenas com a educação formal é que se constituiu o que se pode chamar de língua ―brasileira‖. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 298.(FCC) Deve-se concluir, da leitura do texto, que no processo de formação e constituição de uma língua, (A) os fatores econômicos não têm peso decisivo. (B) o aprendizado formal tem mais peso do que o informal. (C) uma grande expansão comercial colabora em sua uniformização. (D) a contribuição dos imigrantes tem pouca relevância. (E) a célula geradora de sua uniformização é a prática da escrita. 299.(FCC) Mas, se há semelhanças entre a língua do Brasil de hoje e o português antigo, há ainda mais diferenças. A frase acima conserva a correção e o sentido caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) havendo semelhanças - haveria ainda mais diferenças. (B) mesmo que haja semelhanças - há também diferenças. (C) houvesse semelhanças - haveria também diferenças. (D) no caso de haver semelhanças - as diferenças seriam mais numerosas. (E) conquanto haja semelhanças - as diferenças são em maior número. 300.(FCC) Considerando-se o contexto, na expressão traços de um impregnam o outro o fenômeno aí representado traduz uma (A) oposição entre falantes. (B) interação de falares. (C) predominância de um idioma. (D) alternativa entre línguas. (E) exclusão de sotaques. 301.(FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da seguinte frase: (A) A que palavras ...... (ter) recorrido, naqueles longínquos tempos, o comandante dos portugueses que avistaram o monte Pascoal? (B) Não ...... (importar) se foram estes ou aqueles povos que mais contribuíram para a constituição do português do Brasil; o que importa é especificar a contribuição.

Page 85: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

85

(C) Caso não ...... (ter) havido as imigrações, nossa língua teria deixado de contar com um grande número de vocábulos. (D) Não ...... (caber) à educação formal as iniciativas de constituição de uma língua; desta se encarregam os que a falam. (E) É preciso reconhecer o quanto ...... (importar) o fluxo de imigrantes para a constituição do português que falamos atualmente. 302.(FCC) Há falta ou ocorrência indevida do sinal de crase em: (A) Não é preciso agarrar-se à nenhuma teoria lingüística para se chegar à conclusão de que uma língua se constitui a partir de muitos intercâmbios com outras. (B) Ao se referir à lingua de Cabral, o autor do texto lembra que, àquela época, certas sonoridades não eram estranhas às do português que se fala hoje no Brasil. (C) Assim, à primeira vista, não é fácil avaliar o que há de idêntico entre a prosódia brasileira e aquela que se verifica em Lisboa. (D) Tendo em vista a necessidade de se preservar a estrutura de uma língua, apela-se, com freqüência, às sistematizações da gramática normativa. (E) Daqui a um bom tempo, o português falado no Brasil poderá estar a uma considerável distância do que se fala hoje. 303.(FCC) No contexto do segundo parágrafo, o elemento sublinhado na expressão (A) boa parte delas está-se referindo ao elemento semelhanças. (B) que trouxe ao Brasil está-se referindo ao elemento diferenças. (C) Toda essa gente está-se referindo ao elemento a maioria da população da Bahia. (D) que não falavam está-se referindo ao elemento português. (E) impregnam o outro está-se referindo ao elemento os negros. 304.(FCC) Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Se Cabral tivesse gritado alguma coisa quando houvesse de avistar o monte Pascoal, certamente não foi ―terra à vista‖. (B) Na ausência da educação formal, a mistura de idiomas tornava-se comum e traços de um passavam a impregnar o outro. (C) À mistura dessas influências tinham vindo se somar as imigrações, que gerassem diferentes sotaques. (D) Mas o grande momento de constituição de uma ―língua brasileira‖ passou a estar sendo o século XVIII, quando se explorara ouro em Minas Gerais. (E) A língua começou a uniformizar e a ficar exportando traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais que a exploração de ouro teve de estar criando. 305.(FCC) Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase: (A) Não é verdade que os portugueses do século XV engulissem as vogais ou chiassem nas consoantes. (B) Sempre serão bem-vindos os imigrantes que chegarem ao Brasil, em qualquer época, e trazerem para nós as marcas de sua língua e de sua cultura. (C) Caso a incorporação de termos estrangeiros não convisse aos falantes de um idioma, estes não haveriam de os aproveitar. (D) Se alguém rever os textos do português arcaico, se espantará com a profusão de termos que ainda freqüentam a fala brasileira em muitas regiões do país. (E) Foram-se somando ao português do Brasil, ao longo dos séculos, os traços que advieram das línguas dos que para cá emigraram. 306.(FCC) A língua começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais que a exploração do ouro criou. Se na frase acima substituirmos a forma verbal criou pela forma deu ensejo, o termo que deverá dar lugar à expressão (A) a cujas. (B) de cujas. (C) de onde. (D) a que. (E) com que.

Page 86: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

86

O QUE É... DECISÃO

No mundo corporativo, há algo vagamente conhecido como ―processo decisório‖, que são aqueles insondáveis critérios adotados pela alta direção da empresa para chegar a decisões que o funcionário não consegue entender. Tudo começa com a própria origem da palavra ―decisão‖, que se formou a partir do verbo latino caedere (cortar). Dependendo do prefixo que se utiliza, a palavra assume um significado diferente: ―incisão‖ é cortar para dentro, ―rescisão‖ é cortar de novo, ―concisão‖ é o que já foi cortado, e assim por diante. E dis caedere, de onde veio ―decisão‖, significa ―cortar fora‖. Decidir é, portanto, extirpar de uma situação tudo o que está atrapalhando e ficar só com o que interessa. E, por falar em cortar, todo mundo já deve ter ouvido a célebre história do não menos célebre rei Salomão, mas permitam-me recontá-la, transportando os acontecimentos para uma empresa moderna. Então, está um dia o rei Salomão em seu palácio, quando duas mulheres são introduzidas na sala do trono. Aos berros e puxões de cabelo, as duas disputam a maternidade de uma criança recém-nascida. Ambas possuem argumentos sólidos: testemunhos da gravidez recente, depoimentos das parteiras, certidões de nascimento. Mas, obviamente, uma das duas está mentindo: havia perdido o seu bebê e, para compensar a dor, surrupiara o filho da outra. Como os testes de DNA só seriam inventados dali a milênios, nenhuma das autoridades imperiais consultadas pelas litigantes havia conseguido dar uma solução satisfatória ao impasse. Então Salomão, em sua sabedoria, chama um guarda, manda-o cortar a criança ao meio e dar metade para cada uma das reclamantes. Diante da catástrofe iminente, a verdadeira mãe suplica: ―Não! Se for assim, ó meu Senhor, dê a criança inteira e viva à outra!‖, enquanto a falsa mãe faz aquela cara de ―tudo bem, corta aí‖. Pronto. Salomão manda entregar o bebê à mãe em pânico, e a história se encerra com essa salomônica demonstração de conhecimento da natureza humana. Mas isso aconteceu antigamente. Se fosse hoje, com certeza as duas mulheres optariam pela primeira alternativa (porque ambas teriam feito um curso de Tomada de Decisões). Aí é que entram os processos decisórios dos salomões corporativos. Um gerente Salomão perguntaria à mãe putativa A: ―Se eu lhe der esse menino, ó mulher, o que dele esperas no futuro?‖ E ela diria: ―Quero que ele cresça com liberdade, que aprenda a cantar com os pássaros e que possa viver 100 anos de felicidade‖. E a mesma pergunta seria feita à mãe putativa B, que de pronto responderia: ―Que o menino cresça forte e obediente e que possa um dia, por Vossa glória e pela glória de Vosso reino, morrer no campo de batalha‖. Então, sem piscar, o gerente salomão ordenaria que o bebê fosse entregue à mãe putativa B. Por quê? Porque na salomônica lógica das empresas, a decisão dificilmente favorece o funcionário que tem o argumento mais racional, mais sensato, mais justo ou mais humano. A balança sempre pende para os putativos que trazem mais benefício para o sistema.

GEHRINGER, Max. Revista Você S/A, jan. 2002.

307.(CESGRANRIO) De acordo com a origem da palavra ―decisão‖ oferecida pelo texto, a paráfrase adequada para ―processo decisório‖ é processo de: (A) escolha. (B) eliminação. (C) seleção. (D) definição. (E) preferência.

308.(CESGRANRIO) O autor define ―processos decisórios‖ como ―aqueles insondáveis critérios adotados pela alta direção da empresa para chegar a decisões que o funcionário não consegue entender.‖ . Assinale a opção que apresenta a justificativa para tal definição. (A) Na lógica empresarial, decide-se preferencialmente por soluções que favorecem o sistema e não por aquelas mais racionais. (B) Na salomônica lógica adotada pelas empresas, as escolhas recaem sempre sobre argumentos putativos justos e sensatos. (C) Para a direção de empresas, os procedimentos que orientam as decisões baseiam-se na observação do comportamento do funcionário. (D) Para o alto comando de empresas, métodos que apóiam decisões devem ser sustentados por critérios do interesse do sistema. (E) Para o corpo gerencial, as escolhas que são baseadas nos ensinamentos do curso de Tomada de Decisões são as melhores. 309.(CESGRANRIO) As palavras ―salomônica‖ em ―salomônica demonstração‖ e ―salomão‖, em ―Um gerente salomão‖, respectivamente, significam: (A) justa e criteriosa – responsável pelas decisões.

Page 87: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

87

(B) piedosa – conhecedor das regras da empresa. (C) fundamentada – conhecedor da natureza humana. (D) sábia e consciente – comprometido com o trabalho. (E) clara e inquestionável – detentor de muitos poderes. 310.(CESGRANRIO) Nas opções abaixo, as palavras ou expressões destacadas representam sínteses de trechos do texto, EXCETO em uma. Assinale-a. (A) ... palavra ―decisão‖, formada a partir do verbo latino caedere... . (B) Dependendo do prefixo utilizado. (C) ... extirpar de uma situação o atrapalhado.... (D) E, falando em cortar,. (E) o gerente salomão ordenaria a entrega do bebê à mãe putativa B. 311.(CESGRANRIO) Indique a opção na qual as frases ―Se fosse hoje, com certeza as duas mulheres optariam pela primeira alternativa...‖ e ―Aí é que entram os processos decisórios dos salomões corporativos.‖ aparecem reescritas em um único período, sem alteração do sentido original. (A) Caso isso acontecesse nos dias atuais, as duas mulheres fariam a mesma escolha influenciadas pelas decisões de seu gerente salomão. (B) No mundo de hoje, as duas mulheres levariam em consideração para decidir os critérios do rei Salomão e escolheriam a primeira opção. (C) Atualmente, as duas mulheres poderiam escolher a primeira possibilidade levando em conta os interesses do sistema empresarial. (D) Com a nova mentalidade, a escolha das duas mulheres seria por não dividir a criança, já que conheceriam as regras empresariais. (E) Uma vez que hoje as duas mulheres optariam pela mesma alternativa, os ―salomões corporativos‖ recorreriam a processos de decisão.

312.(CESGRANRIO) Com base no período ―Como os testes de DNA só seriam inventados dali a milênios, nenhuma das autoridades imperiais consultadas pelas litigantes havia conseguido dar uma solução satisfatória ao impasse.‖ , pode-se inferir que: (A) os testes de DNA poderiam contribuir para a solução do problema. (B) as soluções encontradas pelas autoridades não satisfizeram às litigantes. (C) as supostas mães das crianças consultaram as autoridades para resolver o impasse. (D) só dali a muitos anos os cientistas inventariam os testes de DNA. (E) não havia autoridade imperial capaz de resolver o impasse. 313.(CESGRANRIO) Por meio de uma carta, os funcionários _______________ aos superiores. Com respeito à regência, a forma verbal que preenche adequadamente a lacuna acima é: (A) chamaram. (B) convidaram. (C) cumprimentaram. (D) pressionaram. (E) responderam.

314.(CESGRANRIO) Assinale a opção em que o sinal de dois pontos tem a mesma função apresentada em ―Mas, obviamente, uma das duas está mentindo: havia perdido o seu bebê e, para compensar a dor, surrupiara o filho da outra.‖ (A) O diretor apresentou dados convincentes: a pesquisa de opinião, o último balanço da empresa e cartas de clientes. (B) Os critérios adotados para admissão de funcionários são sempre os mesmos: organização, competência e capacidade de trabalhar em equipe. (C) Tomar decisões em momentos de crise pode ser danoso: muitas vezes um impulso substitui o bom-senso. (D) Dois motivos o levaram a pedir demissão: uma nova oferta de trabalho e a possibilidade de trabalhar no exterior.

Page 88: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

88

(E) Quando soube que não seria promovido, ele fez o seguinte: mandou uma carta para a vice-presidência e marcou uma reunião com a equipe. Texto para as questões 315 e 316 01 É preciso ter cuidado com as palavras. Elas são

verdadeiras armas. Algumas vezes mortais. Certas pessoas têm o dom de dizer as mais afiadas, que entram feito uma

04 flecha envenenada. Porém, em muitos casos, o atingido é aquele que usou a arma, ou seja, o falador. Esse, por exemplo, pode sofrer horríveis arrependimentos por ter dito o que não

07 deveria ter dito. Mas como não dizer aquilo que pensamos? Há maneiras de dizer sem dizer, e de dizer, desdizendo.

Ana Miranda. O oráculo insondável. In: Correio Braziliense, Caderno C, p. 10, 2/4/2006 (com adaptações).

315.(CESPE/UNB) Assinale a opção incorreta com relação à argumentação do texto. (A) As palavras podem ter conseqüências tão perigosas quanto as armas, que têm a capacidade de ferir mortalmente. (B) Palavras devem ser usadas com cuidado, pois podem ter conseqüências nefastas tanto para quem as ouve quanto para quem as pronuncia. (C) Em todas as circunstâncias, é mais prudente não dizer nada porque as palavras são perigosas e, uma vez ditas, não são recolhidas. (D) O perigo das palavras recomenda que se empregue cautela ao dizê-las, pois a maneira de dizer pode ser tão importante quanto o próprio dizer. 316.(CESPE/UNB) Constrói-se a textualidade estabelecendo-se relações de retomadas de sentido, em que certas palavras remetem a outras, em uma verdadeira cadeia de elos de coesão. Nesse sentido, assinale a opção incorreta. (A) ―Algumas‖ (l.2) retoma ―palavras‖ (l.1). (B) ―que‖ (l.3) retoma a idéia de ―palavras‖ (l.1). (C) ―o falador‖ (l.5) retoma ―o atingido‖ (l.4). (D) ―Esse‖ (l.5) retoma e demonstra ―o falador‖ (l.5). Texto para as questões 316 a 319 01 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de

maneira imprescindível, da consagração da supremacia constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que

04 somente estarão presentes nos países em que houver um Judiciário forte, dotado de plena independência e que possa efetivar suas decisões. A independência judicial constitui

07 direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui. O magistrado, no momento de julgar, não pode receber

ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa 10 idéia essencial à independência do Judiciário.

A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam suas vidas à luta por uma magistratura independente, democrática, transparente e justa e jamais se esquecem da

14 lição do grande Rui: ―A autoridade da Justiça é moral, e sustenta-se pela moralidade de suas decisões‖.

Alexandre de Moraes. União pelo fortalecimento. In: Folha de S. Paulo, 25/3/2006 (com adaptações).

317.(CESPE/UNB) Assinale a opção que apresenta a idéia em torno da qual a argumentação do texto se organiza. (A) O direito dos cidadãos, consubstanciado em um Poder Judiciário forte, só é respeitado em uma democracia independente, transparente, soberana e justa.

Page 89: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

89

(B) Um Poder Judiciário forte e independente é direito dos cidadãos e pilar de sustentação da supremacia constitucional em um Estado democrático. (C) O respeito à independência do magistrado no momento de julgar, negando-se a receber ordens de autoridade interna ou externa, já foi lema de Rui Barbosa. (D) A luta dos juízes brasileiros por uma magistratura independente e democrática vai de encontro ao direito dos cidadãos que acreditam que a ‗autoridade da Justiça é moral‘ (L.14). 318. No desenvolvimento da argumentação do texto, as formas verbais que indicam uma probabilidade ou suposição não incluem (A) ―estarão‖ (L.4). (B) ―houver‖ (L.4). (C) ―possa‖ (L.5). (D) ―sendo‖ (L.9). 319.(CESPE/UNB) Assinale a opção incorreta a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto. (A) No trecho ―A democracia (...) necessita, de maneira imprescindível, da consagração da supremacia constitucional e do respeito aos direitos fundamentais‖ (L.1-3), o uso da preposição de nos termos destacados é exigência da forma verbal ―necessita‖, para que sejam respeitadas as regras de regência gramatical. (B) As regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa exigem o emprego da preposição no termo ―em que‖ (L.4), o que indica que esse termo pode ser substituído pelo pronome ―onde‖. (C) Nas linhas 4 e 5, a flexão de singular na forma verbal ―possa‖ indica que o pronome ―que‖ refere-se a ―Judiciário‖ e não a ―países‖, como poderia ser depreendido da organização textual. (D) Seria preservada a coerência textual e a correção gramatical também com a alternativa de emprego da forma verbal ―dedicam‖ (L.11) no singular: dedica. 320.(CESGRANRIO) ―A desnecessidade do grito para se fazer ouvir mudou o caráter do jornalista...‖. A oração em destaque exprime idéia de: (A) fim. (B) concessão. (C) condição. (D) causa. (E) tempo. 321.(CESGRANRIO) A ____________ do uso de computadores restabeleceu o silêncio nas redações dos jornais, onde agora a voz do jornalista ____________ sem esforço. Assinale a opção que apresenta as formas dos vocábulos que completam com correção a frase acima. (A) ascensão – sobressai. (B) ascenção – sobressai. (C) assenção – sobressai. (D) ascenção – sobressae. (E) assensão – sobressae. 322.(CESGRANRIO) Marque a opção em que a forma entre parênteses NÃO completa corretamente a frase, por não atender à regência do verbo. (A) O computador ________ aspirava era de última geração. (a que) (B) Aquela máquina de escrever, ________ ele tanto ansiou, ficou esquecida. (por que) (C) Emprestou o computador a um colega ________ não simpatizava. (com quem) (D) A época ________ me refiro é anterior a 1944. (em que) (E) As informações ________ dispomos foram pesquisadas na internet. (de que) 323.(CESGRANRIO) Face ____ inúmeras possibilidades que o computador lhe oferecia, começou ____ teclar ____ pressas. Assinale a opção que completa corretamente a frase. (A) às – à – às (B) às – à – as (C) às – a – às

Page 90: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

90

(D) as – à – às (E) as – a – às

Instituições e instituições O homem não vive sem as instituições – sejam elas políticas, religiosas, jurídicas, financeiras, educacionais, esportivas ou de qualquer outra natureza, importância e amplitude. Do pequeno clube recreativo do interior ao Estado nacional ou à Igreja milenar, temos criado desde nossa origem instituições de todo tipo, por meio das quais nos agrupamos em torno dos mais distintos interesses, que tanto podem ser a devoção por uma escola de samba como a implantação de um sistema nacional de educação. As instituições, entendidas nesse amplo espectro, nascem, crescem, se transformam ou morrem segundo as necessidades nossas. Em princípio, elas são criadas para assegurar os fundamentos da ordem, da organização, da parceria, do congraçamento, do espírito coletivo. Estamos conscientes de que, sem elas, imperaria o caos, a barbárie, a violência, a lei da selva. No entanto, mesmo com a multiplicação das instituições, não conhecemos nenhuma época histórica que não tenha sido marcada por conflitos, ódios e terremotos sociais. Isto nos leva a crer que, embora necessárias, múltiplas e atuantes, as instituições não asseguram o ordenamento social, a propagação da justiça, a harmonização dos interesses. Pode mesmo ocorrer o contrário: há instituições ditas “organizadas” que prosperam na atividade criminosa, disseminando o mandonismo, o ódio e a violência. Isso significa que a criação mesma de instituições pode ser motivada por um instinto destrutivo, discriminativo, hostil aos princípios básicos da civilização. “Crime organizado”, “formação de quadrilha”, “corporativismo” são expressões que lembram os diferentes modos pelos quais se podem instituir forças socialmente negativas e deletérias. Uma grande dificuldade é a de discernir entre as instituições saudáveis, que de fato correspondem a algum interesse social, e aquelas que só se instalam como aparelho organizacional para mesquinhamente auferir vantagens, cercear direitos, garantir privilégios. Outra grande dificuldade está em distinguir, dentro das instituições públicas oficiais, democraticamente criadas, os indivíduos ou grupos de indivíduos que se valem exatamente da imagem de legitimidade delas para, furtivamente, fazerem valer seus interesses particulares. O efeito desse tipo de ação é dos mais nefastos: quando se desmoraliza, pela ação de uma pequena parcela de delinqüentes, a imagem de uma instituição pública saudável e necessária, propaga-se a crença de que a sociedade deva ser controlada pelo poder da força. Isso leva, como a História tem mostrado, à implantação das piores ditaduras, dos regimes de exceção, do autoritarismo e do sectarismo terrorista – exemplos das instituições macabras que os homens – lamentavelmente –criam contra sua própria humanidade.

(Saulo de Magalhães)

324.(FCC) A repetição de palavra que há no título desse texto – Instituições e instituições – justifica-se porque, com esse procedimento, o autor (A) encarece, de modo enfático, a importância que as instituições saudáveis assumem em qualquer tipo de organização social. (B)) considera a necessidade de discernir entre as instituições de efetivo valor social e as manipuladas por interesses reprováveis. (C) manifesta sua descrença nas instituições que se multiplicam para melhor contemplar os interesses mesquinhos de grupos minoritários. (D) alude à divisão entre as instituições permanentes, como a da Igreja, e as transitórias, como a de uma corporação pouco expressiva. (E) acentua a necessidade social de preservar as instituições, adaptando-as, para isso, às diferentes contingências históricas. 325.(FCC) Considere as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, o autor reconhece a importância das instituições, analisa as modalidades em que se

dividem e critica a finalidade nefasta para a qual algumas são criadas.

II. No segundo parágrafo, o autor não admite a possibilidade de que as instituições deletérias se organizem

de modo eficaz, em virtude de atenderem a interesses outros que não os sociais.

III. No terceiro parágrafo, o autor estabelece uma relação entre o aviltamento das instituições públicas e as

graves conseqüências políticas que decorrem disso. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C))III.

(D) I e II.

Page 91: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

91

(E) II e III.

326.(FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de uma expressão do texto em: (A)) forças socialmente negativas e deletérias poderes anti-sociais e destrutivos. (B) não asseguram o ordenamento social não asseveram o enquadramento da sociedade. (C) disseminando o mandonismo refluindo o autoritarismo. (D) entendidas nesse amplo espectro apreendidas nesse quadro difuso. (E) mesquinhamente auferir vantagens tolamente conferir privilégios. 327.(FCC) No terceiro parágrafo, afirma o autor que a imagem de legitimidade das instituições (A) acaba evitando que se propaguem as iniciativas dos indivíduos sem escrúpulos. (B) revela o sentido público que podem ganhar algumas iniciativas privadas. (C) acentua, inequivocamente, o interesse pessoal de quaisquer iniciativas. (D) garante a plena realização das iniciativas de quem deseja o bem comum. (E)) pode vir a servir ao encobrimento da prática de ações interesseiras e inconfessáveis. 328.(FCC) O tratamento pronominal adequado varia conforme a natureza da instituição e do cargo que alguém nela ocupa. Estarão corretos, por exemplo, a forma de tratamento e a concordância verbal na seguinte frase, dirigida a um senador da República: (A) Pediríamos que Vossa Excelência vos digneis apreciar a proposta ora encaminhada. (B) Gostaríamos que Vossa Eminência se dignasse apreciar a presente reivindicação. (C) Vimos solicitar a Sua Excelência que vos digneis apreciar esta recomendação. (D)) Solicitamos que Vossa Excelência se digne apreciar esta proposta. (E) Vimos à presença de Sua Eminência para que consideres nossa proposta. 329.(FCC) Estamos conscientes de que, sem as instituições, imperaria o caos, a barbárie, a violência, a lei da selva. Uma outra forma correta de expressar o que diz a frase acima é: Estamos conscientes de que imperaria o caos, a barbárie, a violência, a lei da selva, (A) porquanto não houvessem as instituições. (B) no caso delas não terem havido. (C)) não fossem as instituições. (D) deixassem as instituições de nos faltar. (E) não obstante as instituições. 330.(FCC) Há plena observância das normas de concordância verbal na frase: (A)) Sempre haverá os que lucram com quaisquer iniciativas de que resulte algum ônus para a imagem de confiabilidade de que carecem as instituições públicas. (B) A crescente disseminação de instituições que trabalham contra os interesses populares constituem um verdadeiro flagelo dos tempos modernos. (C) É curioso chamarem-se crime organizado a um tipo de iniciativas que investe, exatamente, contra a ordem social. (D) Não aprouvessem aos homens criar instituições, certamente viveríamos todos sob o signo da violência e da barbárie. (E) Tudo o que tem mostrado as sucessivas civilizações faz concluir que as instituições servem tanto aos bons quanto aos maus propósitos humanos. 331.(FCC) Transpondo-se para a voz passiva o segmento instituições macabras que os homens – lamentavelmente – criam contra sua própria humanidade, a forma verbal resultante será (A) estão sendo criadas. (B)) são criadas. (C) foram criadas. (D) têm criado. (E) têm sido criadas.

Page 92: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

92

332.(FCC) Na frase No entanto, mesmo com a multiplicação das instituições, não conhecemos nenhuma época histórica que não tenha sido marcada por conflitos, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído, sem prejuízo para o sentido, por: (A) Ainda assim, contando com a (B) Porém, ainda que houvesse a (C) Apesar disso, pelo fato de haver a (D)) Todavia, apesar da (E) Por conseguinte, a despeito da 333.(FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) O homem não prescinde das instituições, com as quais costuma se valer para a organização da sociedade. (B) Sem as instituições, nas quais é possível atribuir a propriedade do disfarce, não haveria formas de organização social. (C) Nos piores momentos da história, aonde vicejam os regimes de exceção, o homem reconhece sua vocação mais nefasta. (D) A desmoralização das instituições públicas é uma iniciativa de cuja responsabilidade se deve aos delinqüentes de todo tipo. (E)) Criando instituições, para cuja estabilidade concorre o esforço de muitos, os homens buscam se reconhecer como cidadãos. 334.(FCC) O homem sempre criou instituições; implementando as instituições, o homem atribui às instituições o papel que cabe às instituições desempenhar como elemento fundamental para a organização da sociedade, pois, sem contar com a organização da sociedade, imperará a barbárie. Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A)) implementando-as; atribui-lhes; lhes cabe desempenhar; com esta (B) implementando-as; as atribui; lhes cabe desempenhar; com a mesma (C) implementando-lhes; lhes atribui; as cabe desempenhar; com essa (D) as implementando; lhes atribui; à elas cabe desempenhar; com ela (E) implementando-lhes; atribui-lhes; cabe-lhes desempenhar; com aquela 335.(FCC) Atente para as seguintes frases: I. O homem aplica-se em criar instituições, que podem lhe acarretar graves dissabores. II. Os regimes autoritários, que decorrem diretamente do desvirtuamento das instituições, são os mais nefastos. III. Não se impute defeito às instituições, cujo propósito essencial é permitir que os homens se organizem. A supressão da(s) vírgula(s) acarretará alteração de sentido em (A) I e II, apenas. (B) I e III, apenas. (C) II, apenas. (D) II e III, apenas. (E)) I, II e III. 336.(FCC) No terceiro parágrafo, o primeiro período se inicia com a expressão Uma grande dificuldade e o segundo se inicia com a expressão Outra grande dificuldade. Há, entre esses dois períodos, uma relação que exprime (A) uma sucessão de alternativas. (B) um nexo de causalidade. (C)) uma justaposição simples. (D) uma contradição insuperável. (E) um critério hierárquico. 337.(FCC) Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:

Page 93: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

93

(A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as instituições; pelo contrário, muitos souberam usá-las em benefício próprio. (B)) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles. (C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos, nenhuma sociedade conheceria um momento sequer de estabilização. (D) Quando os estados nacionais não intervêem nas instituições corrompidas, a ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais. (E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa. 338.(FCC) O verbo entre parênteses deverá flexionar-se, obrigatoriamente, numa forma do plural, para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) ...... -lhes (parecer) justo que as instituições sejam manipuláveis? (B) Eles, a quem nenhuma instituição jamais ...... (impor) quaisquer restrições, são os que mais reclamam. (C) Caso não se ...... (assegurar) às minorias o direito de se expressarem, as maiorias acabarão exercendo um poder totalitário. (D)) Se não ...... (vir) a ocorrer, em qualquer sociedade, tantos desmandos institucionais, não haveria a necessidade de tantos organismos de fiscalização. (E) É por ...... (disseminar) ódios e privilégios que muita instituição acaba se desmoralizando a si mesma. 339.(FCC) Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (A) A obsolecência das instituições constitue um dos grandes desafios dos legisladores, cuja função é reconhecer as solicitações de sua contemporaneidade. (B) Ao se denigrirem as boas reputações, desmoralizam-se os bons valores que devem reger uma sociedade. (C) A banalisação dos atos anti-sociais é um sintoma da doença do nosso tempo, quando a barbárie dissimula-se em rotina. (D) Quando, numa mesma ação, converjem defeitos e méritos, confundimo-nos, na tentativa de discriminá-los. (E)) Os hábitos que medeiam as relações sociais são louváveis, quando eticamente instituídos, e odiosos, quando ensejam privilégios. 340.(FCC) Atentando-se para a adequada articulação entre os tempos e os modos verbais, completa-se a frase Caso não fossem necessárias as instituições com o seguinte segmento: (A) haverão os homens de tê-las criado? (B) por que os homens as haverão de criar? (C)) tê-las-íamos criado? (D) ainda assim as teremos criado? (E) tê-las-emos criado? 341.(FCC) Considerando-se a frase quando se desmoraliza, pela ação de uma pequena parcela de delinqüentes, a imagem de uma instituição pública saudável e necessária, propaga-se a crença de que a sociedade deva ser controlada pelo poder da força, é correto afirmar que (A)) a forma verbal se desmoraliza não sofreria alteração caso se substituísse de uma instituição pública por das instituições públicas. (B) a forma verbal se desmoraliza iria para o plural caso lhe seguisse pelas ações, em vez de pela ação. (C) o sentido da expressão quando se desmoraliza é equivalente ao da expressão ainda quando se desmoralize. (D) a voz verbal predominante é a ativa. (E) a ação expressa em propaga-se a crença é condição para a expressa em quando se desmoraliza. 342.(FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) As alterações porque sofrem as instituições podem ser necessárias. (B) Os caminhos porque percorrem os valores humanos são, por vezes, indevassáveis. (C) Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo porquê? (D)) Há que se investigar o porquê de as instituições serem tão manipuláveis. (E) Não se sabe o por que das instituições serem falhas, mesmo quando bem arquitetadas.

Page 94: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

94

343.(FCC) Está clara e correta a redação da seguinte frase: (A) Se muitas vezes as instituições públicas abrigam interesses privados, é quando os homens percebem que podem usá-las ao seu bel prazer. (B)) Historicamente, a implantação de ditaduras tem ocorrido em conseqüência do desprestígio e do aviltamento das instituições públicas. (C) É o cúmulo que se tratem por organizadas toda instituição cuja finalidade irregular surge como se fosse do interesse público. (D) Basta procurarmos na História alguma época em que imperou a harmonia absoluta para não encontrarmos uma sequer de que pudéssemos exemplificar. (E) Embora variem muito quanto a finalidade, está no princípio de todas as instituições o valor social com cujo os homens as terão concebido. Atenção: As questões de números 344 a 354 referem-se ao texto que segue.

Riscos da advocacia invadida Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia,

apreendido papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz que as chamadas invasões não existem, pois se trata de ingressos autorizados por ordem judicial para fins determinados, relativos a investigações na apuração de responsabilidades graves.

A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado, além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5º da Carta Magna, o qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. A advocacia exige qualificações específicas, na Carta Magna e na Lei no 8.906/94, consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional na Ordem dos Advogados, depois da aprovação no Exame da Ordem. Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as informações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder ser constrangido a informar fatos relativos a seu cliente.

O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei no 8.906/94, no inciso 19 do artigo 7º, ser direito deste profissional recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando autorizado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Se não pode depor, mesmo em juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido, em seu escritório, documento que implique em responsabilidade de seu cliente.

Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede de empresas de seus clientes, designando locais, em seu espaço interno, para esse efeito. Em outros casos, o advogado é diretor de empresa, não se encontrando no exercício da profissão. São alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não garantidas pela Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, invadir o escritório e apreender documentos físicos ou eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de prova ilícita.

(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005)

344.(FCC) O autor do texto manifesta-se contra práticas policiais (A) a que falta o respaldo básico de uma ordem judicial explícita. (B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por determinação judicial. (C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática profissional. (D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de uma ordem judicial. (E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência. 345.(FCC) Considere as seguintes afirmações:

I. Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 19 do

artigo 7º da Lei no 8.906/94 e deveria, segundo o autor, ser estendido à prática advocatícia.

II. Para provar sua imparcialidade no tratamento da questão central de seu texto, o autor recusa-se a se valer

de argumentos próprios à sua qualificação profissional.

III. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa de existir quando seu

espaço for utilizado para o exercício de atividades outras. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

Page 95: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

95

(A) III.

(B) II e III.

(C) II.

(D) I e II.

(E) I.

346.(FCC) No segundo parágrafo, lê-se: Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação.Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase remete diretamente a uma informação já explicitada no contexto: (A) a versão oficial nega as entradas forçosas. (B) o autor se declara parte interessada na questão de que trata. (C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de jornalista. (D) a advocacia exige sempre qualificações específicas. (E) os dispositivos legais já citados são inequívocos. 347.(FCC) A frase em que a palavra sublinhada está empregada com o mesmo sentido com que se apresenta no texto é: (A) São providências duras mas forçosas, imprescindíveis neste momento. (B) Seria bom se reservássemos os ingressos, pois o solista goza de grande prestígio junto ao público. (C) Ele se valeu de razões consistentes e derrubou a frágil proposta da oposição. (D) Mostrou-se constrangido com o deslize que cometeu durante a sessão solene de posse do novo magistrado. (E) Nosso constituinte está prestes a buscar outros advogados, caso não escolhamos outra estratégia de defesa. 348.(FCC) Não é possível o exercício da advocacia se o cliente não tiver confiança em que as informações passadas a seu advogado sejam invioláveis. A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente, por: (A) alimentar a desconfiança em que – compartilhadas de seu (B) presumir de que - confiadas ao seu (C) suspeitar de cujas - confidenciadas com seu (D) não supuser que - reveladas a seu (E) não confiar de que - transmitidas a seu 349.(FCC) As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase: (A) Configura-se nas freqüentes invasões dos escritórios de advocacia o desrespeito a prerrogativas constitucionais. (B) Não cabem às autoridades policiais valer-se de ordens superiores para justificar a violência dessas invasões. (C) Submetido com freqüência a esse tipo de constrangimento, os advogados se vêm forçados a revelar informações confidenciais de seus clientes. (D) Tem ocorrido, de uns tempos para cá, inúmeras entradas forçosas da polícia em escritórios de advocacia. (E) Se não lhes convêm cumprir determinadas medidas, cabe aos advogados recorrer às instâncias superiores da justiça. 350.(FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase (A) (...) alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, a forma verbal resultante será são tipificadas. (B) (...) a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, a forma verbal resultante será foram praticadas. (C) (...) a polícia tem apreendido papéis, a forma verbal resultante será têm sido apreendidos. (D) A advocacia exige qualificações específicas, a forma verbal resultante será têm sido exigidas. (E) (...) limitarei as anotações cabíveis aos campos da Constituição e da lei vigente, a forma verbal resultante será terei limitado.

Page 96: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

96

351.(FCC) É possível alterar uma expressão do texto sem qualquer prejuízo para seu sentido e sua correção. Isto ocorre em (A) apreender documentos. (B) implique responsabilidade. (C) pois se tratam de ingressos autorizados. (D) atendidas às qualificações profissionais. (E) constrangê-lo ao informar. 352.(FCC) Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as informações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Permanecerá correta a articulação entre os tempos e os modos verbais da frase acima caso se substituam as formas sublinhadas, respectivamente, por: (A) seria possível - não tenha - são (B) será possível - não ter - serão (C) teria sido possível - não tenha - são (D) seria possível - não tivesse - fossem (E) será possível - não teria - sejam 353.(FCC) Está inteiramente clara e correta a redação da seguinte frase: (A) Segundo a versão oficial, as entradas forçosas da polícia em escritórios de advocacia não constituem abuso de autoridade, uma vez que são determinadas por ordem judicial. (B) Os escritórios de advogado aonde funcionam sedes de empresas, não configuram um caso de sigilo profissional, uma vez que se prestam ao exercício de uma função estranha à sua finalidade. (C) Havendo constrangimento do advogado ao informar fatos que só dizem respeito aos seus clientes, traindo sua confiança, fica impossível exercerem a profissão que lhes compete. (D) A menos que seja previsto como um caso de exercício diverso da advocacia, as situações regulares dos escritórios de advogados impõem o respeito ao direito de sigilo. (E) Note-se que na jurisprudência, do âmbito do Supremo Tribunal Federal, tem sido resguardado o sigilo na apreensão de documentos, entendida como fraglante abuso de autoridade. 354.(FCC) Considere as seguintes frases: I. Tenho sempre saudades dos tios, que tanto fizeram por mim. II. Ela me passou as informações, apenas, necessárias para a inscrição no concurso. III. Durante o dia todo, ela ficou se lastimando por não haver cumprido a promessa. A supressão de vírgula(s) altera o sentido do que está em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) II, somente. 355.(FCC) A frase em que NÃO há ambigüidade de sentido é: (A) Esse é o tipo de técnico de um time que ninguém deseja que se torne campeão. (B) Ele é o autor de romance que faz enorme sucesso junto ao público feminino. (C) A razão que ela me deu para ingressar em sua associação só me fez desconfiar ainda mais dela. (D) Gostaria que você consultasse sua mãe, antes de ceder sua chácara por ocasião da nossa formatura. (E) Quando ela me entregou a carta, percebi logo que as notícias não deviam ser as mais alvissareiras. 356.(FCC) Quanto à necessidade ou não do sinal de crase, está inteiramente correto o que se lê em: (A) Esse grande físico não pertenceu àquele grupo de cientistas que se mantinham a margem das contingências, desatentos ao mundo à sua volta. (B) Einstein não se limitou à escrever textos científicos; lançou-se à roda dos grandes debates políticos internacionais, à cuja órbita se prendiam as decisões cruciais do pós-guerra.

Page 97: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

97

(C) O cerceamento à liberdade, nos regimes totalitários, leva a indignação coletiva às alturas quando os que mais têm a dizer são intimados a calar-se. (D) Não cabe à qualquer pessoa levar a cabo uma experiência científica, mas à toda gente cabe decidir sobre o emprego que se dará às novas ferramentas da ciência. (E) Com os nervos à flor da pele, assistimos na TV à uma cena em que um homem rude, promovido a condição de milagreiro, dava início a tão anunciada intervenção cirúrgica. 357.(FCC) Atente para as seguintes frases: I. Retirei da biblioteca um romance de sucesso. II. A leitura do romance não me empolgou. III. Ao devolvê-lo, comentei minha impressão com a bibliotecária. As frases acima estão articuladas de modo claro, coerente e correto no seguinte período: (A) A leitura do romance de sucesso que retirei da biblioteca não me empolgou, conforme a impressão que comentei ao devolvê-lo com a bibliotecária. (B) Ao devolver à biblioteca o romance de sucesso retirado, comentei com a bibliotecária minha impressão de leitura, em cuja não conseguira me empolgar. (C) Não me empolgou a leitura do romance de sucesso que retirara da biblioteca, e ao devolvê-lo comentei com a bibliotecária essa minha impressão. (D) Comentei com a bibliotecária, quando o devolvi, a impressão de que não me empolgaria a leitura daquele romance de sucesso, que retirei na biblioteca. (E) Apesar de ter retirado na biblioteca o romance de sucesso, em cuja leitura não me empolguei, acabei por comentar tal impressão com a bibliotecária quando o devolvera. 358.(FCC) É injustificável a forma plural do verbo haver no caso da seguinte frase: (A) Não haveriam, meios de alcançar o sucesso de nossas expedições, caso uma empresa não se dispusesse a patrociná-las. (B) Mais livros houvessem sido doados, mais leitores se beneficiariam da nova biblioteca. (C) Que haverão eles cometido, para despertarem tantos ressentimentos entre os colegas? (D) Que haveriam de trazer àquela gente simples da aldeia os aventureiros que chegavam com novos hábitos? (E) Não imagino a quem haveriam de agradecer os meninos pelo equipamento esportivo que receberam. Atenção: As questões de números 359 a 362 referem-se ao texto que segue.

Um meio-elogio à meia-idade Parece que se foi o tempo em que ancião significava experiência, que o sábio da tribo era um velho,

que o idoso era ouvido pelos jovens e que a literatura fazia o elogio da velhice, como fez o sessentão Cícero, 44 anos antes de Cristo, em De senectute. Hoje, o novo De senectute, de Norberto Bobbio, é um belíssimo livro, mas triste e pessimista. “Quem louva a velhice não a viu de perto”, ele escreveu.

Não estou entre os que fazem o elogio irrestrito de uma fase da vida em que até o prefixo é traiçoeiro – sexagenário não tem nada a ver com sexo, se é que se precisa avisar. Mas também não acho que é o pior dos tempos, principalmente quando se lembra que a adolescência, tão idealizada a distância, é uma das fases mais atormentadas da existência. Nem sempre é a idade que faz a vida feliz ou infeliz, mas a cabeça, assim como o que faz mal à saúde é a doença, e não a idade.

(Zuenir Ventura, Crônicas de um fim de século)

359.(FCC) Depreende-se do texto que o autor não aceita a seguinte antinomia, muito presente no senso comum: (A) A sabedoria dos velhos prima pela paciência, enquanto a alegria dos jovens manifesta-se pela ansiedade. (B) Vive-se, na adolescência, a euforia da plena felicidade, ao passo que a melancolia dá o tom definitivo à velhice. (C) A felicidade é um atributo do corpo jovem, mas a consciência feliz pertence ao velho experiente. (D) Embora não haja sexualidade na velhice, há sessentões mais felizes do que os jovens. (E) Somente a distância é que os adolescentes são felizes; a adolescência, vista de perto, é uma fase de tormentos. 360.(FCC) É adequado o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:

Page 98: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

98

(A) Parece que desapareceram as convicções onde a velhice era sinônimo de ser mais sábio, ou em que ser jovem era uma garantia de felicidade. (B) O esclarecimento em cujo a palavra sexagenário nada tem a ver com sexo é um lance de ironia com que o autor se valeu para dar leveza ao tema. (C) A adolescência é uma época de onde mais tarde emergirão recordações às quais nem sempre constituirão lembranças felizes. (D) Pode-se preferir a velhice do que a juventude, mas Bobbio assevera de que, nesse caso, não se viu a velhice de perto. (E) Os traumas por que tantas vezes passam os jovens são esquecidos, mas não os momentos em que lograram ser felizes. 361.(FCC) Conserva-se o sentido da frase original, numa redação correta, em: I. Não estou entre os que fazem elogio irrestrito de uma fase da vida = Não me coloco dentre os que exaltam uma irrecuperável fase da vida. II. Até o prefixo é traiçoeiro = Mesmo o prefixo induz a equívoco. III. Quem louva a velhice não a viu de perto = Quem otimiza a velhice não consegue encará-la. Completa corretamente o enunciado SOMENTE o que está em: (A) I e II. (B) II e III. (C) I. (D) II. (E) III. 362.(FCC) Estão corretos o emprego e a forma dos verbos na frase: (A) Ainda que retêssemos apenas lembranças felizes, as más lembranças não tardariam a incorrer em nossa consciência. (B) Se a adolescência nos provisse apenas de momentos felizes, a ninguém conviria esperar pelos bons momentos da velhice. (C) Se a um velho só lhe aprouver o lamento pelo tempo que já passou, caber-lhe-á algo melhor que o temor do futuro? (D) Costuma ser repelido o adulto experiente que intervir na conduta de um jovem desorientado para tentar ratificar o rumo de sua vida. (E) Sempre conviu ao homem primitivo orientar-se pela sabedoria dos anciãos, ao passo que hoje poucos idosos conseguem fazer-se ouvido. 363.(FCC) Está correto o emprego de ambos os segmentos sublinhados na frase: (A) Juventude é, hoje, uma palavra mágica: consideramo-lhe um talismã, nela atribuímos o condão de uma chave que abre todas as portas. (B) Quanto ao passado, deixar-lhe em paz, pois se os dias não voltam não há como interferir-lhes. (C) Se há dias bons na juventude, não os queiramos emprestar um valor absoluto, pois a eles se alternaram dias infelizes. (D) Quanto aos jovens, poupemo-los de aconselhamentos a que não podem ou não sabem dar ouvidos. (E) Se é para mim escolher entre o tumulto do jovem e a serenidade do velho, prefiro esta a aquele. 364.(FCC) Está de acordo com as normas de concordância verbal a seguinte frase: (A) Aos editores preocupados com o perigo do simplismo cabem recorrer aos expedientes que o evitam. (B) Um daqueles famosos petardos, freqüentes na página de opinião, acabaram sendo disparados no dia seguinte. (C) O respeito aos direitos adquiridos constituem uma das cláusulas pétreas da Constituição. (D) Quando se recorrem a manchetes com duas idéias, permitem-se manifestar-se as contradições. (E) Fatos ou afirmações divergentes, numa mesma manchete, hão de traduzir mais fielmente a complexidade de uma questão. 365.(FCC) Transpondo-se para a voz ativa a frase só podem ser alterados por uma Assembléia Constituinte, a forma verbal resultante será (A) poderia alterar.

Page 99: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

99

(B) podem-se alterar. (C) pode alterar. (D) alterar-se-ão. (E) será alterada. 366.(FCC) As duas primeiras manchetes de que Alberto Dines faz referência mostram bem o modo com que se pode falsear uma declaração. Para corrigir o período acima, as duas expressões destacadas devem ser substituídas, respectivamente, por (A) a cujas e em que. (B) em que e de que. (C) que e que. (D) a que e como. (E) à que e no qual. 367.(FCC) Está inteiramente clara e correta a redação da frase: (A) Deve-se à preservação do sentido de autoridade o sucesso de muitos empreendimentos cujo objetivo é a expressão da alegria e da liberdade. (B) Ao contrário do princípio de autoridade, o autoritarismo implica em exclusão do sentido de liberdade, na qual seria impraticável sobre a tutela deste. (C) É com freqüência que por se estabelecer confusão entre autoridade e autoritarismo, pode acarretar algum prejuízo para a comprensão do primeiro. (D) Se nem mesmo uma festa como o carnaval exclue organização, haja vista a necessidade de disciplina que o norteia, é por que a autoridade impõe-se sem confundir-se com o autoritarismo. (E) Ainda que a festa carnavalesca propicie alegria e liberdade, mesmo assim exige-se rigor no cumprimento das normas que a regem, sem as cujas descambariam em caos e violência. 368.(FCC) A força de um desfile carnavalesco está tanto na euforia dos que participam do desfile carnavalesco quanto na dos espectadores que assistem ao desfile carnavalesco, lembrando ainda que a observância dos limites que dão forma ao desfile carnavalesco é uma de suas atrações. Para evitar as abusivas repetições do texto acima, é preciso substituir os elementos sublinhados por, respectivamente, (A) dele participam - lhe assistem - o dão forma. (B) nele participam - assistem-no - o dão forma. (C) lhe participam - o assistem - lhe dão forma. (D) nele participam - lhe assistem - dão-no forma. (E) dele participam - a ele assistem - lhe dão forma. Leia o texto abaixo para responder às questões 369 a 377

O Brasil entrou no século XXI justificando o lugar-comum do século passado: continua sendo um país de contrastes. Isso é o que revelam os números iniciais do Censo 2000, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No último ano da década passada, em comparação com o primeiro – 1991 –, muito mais brasileiros estavam estudando, tinham carros, eletrodomésticos, telefones, luz, água encanada, esgoto e coleta de lixo, e muito menos brasileiros morriam antes de completar um ano de vida. A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6. A queda foi maior do que os especialistas haviam projetado no início da década.

Isso, a despeito de a maioria da população continuar vivendo com rendimentos franciscanos: pouco mais da metade dos 76,1 milhões de membros da população economicamente ativa ganhava até dois salários mínimos por mês (ou R$ 302,00 à data do recenseamento e R$ 400,00 hoje) e apenas 2,4% ganhavam mais de vinte salários mínimos, ou seja, R$ 4 000,00 – um salário relativamente modesto nas sociedades desenvolvidas. Por esse ângulo, pode-se dizer que o Brasil é um país igualitário: ostenta a dramática igualdade na pobreza.

Os números agregados escondem que o consumo se distribui de forma acentuadamente desigual pelo território e entre os diversos grupos de renda. Enquanto no Sul e no Sudeste os domicílios com carro somam mais de 40%, no Norte e no Nordeste não chegam a 15%. De certo modo, quem pode consumir bens duráveis acaba consumindo por si e por quem não pode. O desequilíbrio regional e social do consumo acompanha, obviamente, a concentração da capacidade aquisitiva.

Page 100: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

100

Os dados que apontam para a intolerável persistência da igualdade na pobreza entre os brasileiros têm relação manifesta com o desempenho da economia. Se é verdade que, em matéria de expansão dos benefícios sociais e do acesso a bens indispensáveis no mundo contemporâneo, como o telefone, os anos 1990 foram uma década ganha, no que toca ao crescimento econômico foram uma década das mais medíocres, desde a transformação do País em sociedade industrial. Entre 1991 e 2000, o Brasil cresceu, em média, parcos 2,7% ao ano. Mesmo em 1994, o melhor ano do período, o Produto Interno Bruto (PIB) não chegou a 6% – muito abaixo dos picos registrados na década de 1970, a do "milagre brasileiro". É óbvio que a retomada do desenvolvimento é condição sine qua para a elevação da renda do povo.

(Adaptado de O Estado de S. Paulo, maio/2002)

369.(FCC) Considere as afirmativas abaixo, a respeito do texto. O Censo 2000 I. indica o avanço do Brasil, idêntico ao de algumas sociedades desenvolvidas, especialmente quanto à garantia de emprego, apesar de um valor modesto para o salário mínimo. II. apresenta índices positivos de melhoria na qualidade de vida do povo brasileiro, ao lado de disparidades acentuadas, em todo o território nacional. III. assinala um aumento geral do poder aquisitivo do povo brasileiro, reduzindo a um mínimo as diferenças regionais. Está correto o que se afirma SOMENTE em: (A) I (B)) II (C) III (D) I e II (E) II e III 370.(FCC) Por esse ângulo, pode-se dizer que o Brasil é um país igualitário. (2o parágrafo). É correto afirmar que a conclusão acima tem um caráter (A) de justificado orgulho, pela melhoria da qualidade de vida no Brasil. (B) de extremo exagero, considerando-se os dados indicativos do progresso brasileiro. (C) pessimista, tendo em vista a impossibilidade de aumento do salário mínimo. (D)) acentuadamente irônico, pela constatação que se segue a ela. (E) bastante otimista, por ter sido possível constatar melhorias na distribuição de renda. 371.(FCC) De certo modo, quem pode consumir bens duráveis acaba consumindo por si e por quem não pode. (3o parágrafo). A afirmação acima aponta para (A) um equilíbrio final da capacidade de consumo da população nas várias regiões brasileiras, igualando os resultados de cada uma delas. (B) o paradoxo que resulta dos dados do último censo, pois eles indicam o consumo de bens duráveis por uma população que não tem poder aquisitivo. (C) a falsidade do resultado de certas pesquisas, cujos dados desvirtuam a realidade, especialmente a da classe social mais desfavorecida. (D) a melhoria real do padrão de vida da população brasileira, registrando existência de consumo mesmo entre os mais pobres. (E)) resultados estatísticos aparentemente otimistas, mas que deixam de mostrar dados pouco animadores da situação econômica e social da população brasileira. 04/07/02 - 10:34 372.(FCC) O segundo parágrafo do texto está ligado ao primeiro (A) por ser uma síntese do que vem sendo desenvolvido. (B) pela continuidade da mesma idéia, desenvolvida em ambos. (C)) por uma ressalva, marcada pelo uso da expressão a despeito de. (D) por tratar-se de uma explicação das afirmações apresentadas de início. (E) pela condição imposta no início desse segundo parágrafo, em relação aos dados observados no Censo.

Page 101: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

101

373.(FCC) Há, no texto, relação de causa e efeito entre (A) situação econômica do Brasil no século XX e a que se apresenta no início do século XXI. (B) queda dos índices de mortalidade infantil e valor do salário mínimo. (C) consumo maior no Sul e no Sudeste e acentuadamente menor no Norte e no Nordeste. (D)) retomada do desenvolvimento e elevação da renda do povo. (E) a década do "milagre brasileiro" e a persistência da situação de pobreza do povo. 374.(FCC) A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6. O emprego dos dois pontos assinala (A)) a inclusão de um segmento explicativo. (B) a citação literal do que consta no relatório do IBGE. (C) a brusca interrupção da seqüência de idéias. (D) uma restrição à afirmação do período anterior. (E) a ligação entre palavras que formam uma cadeia na frase. 375.(FCC) A queda foi maior do que os especialistas haviam projetado no início da década. O emprego da forma verbal grifada na frase acima indica, no contexto, (A) a repetição de um fato até o momento da fala. (B)) uma ação passada anterior a outra, também passada. (C) uma ação que acontece habitualmente. (D) uma incerteza em relação a um fato hipotético. (E) um fato consumado dentro de um tempo determinado. 376.(FCC) A concordância nas frases abaixo, adaptadas do texto, está correta em (A) Alguns dados resultantes do Censo 2000 parece incompatível com aqueles que assinalam o aumento do consumo de bens duráveis, no mesmo período. (B) A qualidade de vida dos brasileiros, refletida principalmente na saúde, dependem de aspectos importantes na área de serviços, como a de saneamento básico. (C) Os dados referentes à economia informal não é captados pelas estatísticas, o que geram algumas situações aparentemente contraditórias. (D) Os números iniciais do Censo 2000 mostram que o consumo nas diversas regiões brasileiras são distribuídas de maneira desigual e contrastante. (E)) Constituem uma proporção relativamente pequena as famílias brasileiras que podem dar-se ao luxo de serem sustentadas por um único membro. 377.(FCC) Os números iniciais do Censo 2000 revelam melhorias. A queda das taxas de mortalidade infantil foi maior do que o esperado. Boa parte da população brasileira continua vivendo na pobreza. As frases acima formam um único período, com correção e lógica, em: (A) Com a queda das taxas de mortalidade infantil, e os números iniciais do Censo 2000 revela que foi maior que o esperado, mas boa parte da população brasileira continua vivendo na pobreza. (B) Os números iniciais do Censo 2000 melhoraram, com a queda das taxas de mortalidade infantil, que foi maior do que se esperavam, onde boa parte da população brasileira continua vivendo na pobreza. (C)) Boa parte da população brasileira continua vivendo na pobreza, conquanto os números iniciais do Censo 2000 revelem melhorias, como a queda das taxas de mortalidade infantil, maior do que o esperado. (D) Se as taxas de mortalidade infantil entraram em queda maior do que era esperada, a população brasileira continua vivendo na pobreza, apesar das melhorias que o Censo 2000, revelam em seus dados iniciais. (E) A população brasileira em boa parte continua vivendo na pobreza, os números iniciais do Censo 2000 revelam as melhorias, onde as taxas de mortalidade infantil em queda, maior do que se esperava. Atenção: As questões de números 378 a 385 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Page 102: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

102

Com seus 23 milhões de miseráveis, o Brasil representa 3% do problema mundial. Pode parecer pouco, mas é uma inserção global três vezes maior do que nossa participação, por exemplo, no comércio mundial, em que o Brasil aparece com menos de 1% do movimento de compra e venda de mercadorias. Para isso, observe-se o ranking de países com renda per capita semelhante à brasileira. Também deve-se observar o ranking dos países segundo o percentual da população vivendo abaixo da linha de pobreza. Não importa de que ângulo se olhe, o Brasil é hoje o país mais rico do mundo com a maior taxa de pobreza. A isso se chama injustiça social.

Há razões de sobra, além do óbvio constrangimento moral, para tentar de vez minorar esse problema. Do ponto de vista econômico, a pobreza extrema e inelutável reduz a competitividade do país e restringe suas possibilidades de mover a economia pela força do mercado interno. Mas a verdade cruel é que, nas contas macroeconômicas, a questão da miséria absoluta é apenas um detalhe. A porção mais pobre da pirâmide, os miseráveis, não produz e pouco consome. Ou seja, os miseráveis nem entram na equação econômica de um país moderno. Teoricamente, a economia pode muito bem funcionar sem que se leve em conta sua existência. A economia brasileira se situa entre as dez maiores do mundo e chegou a atrair no ano 2000 investimentos estrangeiros da ordem de 30 bilhões de dólares. No campo da medicina, há hospitais e centros de pesquisa nacionais que servem de referência mundial em áreas como a cardiologia. Essas conquistas ocorreram sem que a miséria se tenha retraído no país. É aí que entra a questão ética.

As bolhas de miseráveis parecem ter paredes de aço no país. Parecem inexpugnáveis. Elas sobrevivem intactas, indiferentes aos progressos que o país experimenta a sua volta. Não regridem sequer diante de fenômenos sociais que em outros países e situações históricas foram decisivos para derrotar a pobreza. Entre esses fenômenos está a mobilidade social. O Brasil é um campeão da especialidade – mas nem isso adiantou para bulir com as estatísticas da pobreza absoluta. Cerca de 80% dos brasileiros que se encontram hoje no topo da pirâmide social tiveram uma origem mais humilde. Eles começaram a vida num patamar inferior e foram subindo vários degraus ao longo da carreira profissional. Por que os miseráveis não entram nessa roda ascendente? Porque não se qualificam sequer para os degraus mais baixos da engrenagem.

(Adaptado de Veja, janeiro/2002)

378.(FCC) A questão ética, citada no 3o parágrafo do texto, representa (A) o fosso existente entre pólos de desenvolvimento em vários aspectos e o enorme contingente que vive em condições desumanas de vida. (B) os problemas econômicos enfrentados pelo Brasil para tornar seus produtos competitivos no mercado internacional. (C) a situação da área de saúde no Brasil, a que a população dificilmente tem acesso, embora ela se apresente como referência mundial. (D) a posição de inferioridade em que se encontra o Brasil, tomando-se por base outros países, cuja renda individual é bastante semelhante. (E) uma postura teórica dos economistas, que desconsideram a existência de pobres e miseráveis no país, para não comprometer o desempenho da economia. 379.(FCC) A explicação que o texto oferece para a persistência do número de miseráveis no País está (A) na necessidade de ocorrer uma quantidade maior de investimentos externos, especialmente na área social. (B) numa reestruturação do mercado interno brasileiro, para que a população carente possa participar do consumo de bens. (C) na comparação estatística com a situação de outros países, em que o desempenho da economia é bem melhor do que no Brasil. (D) no fenômeno da mobilidade social, que é bastante expressiva no Brasil, permitindo uma ascensão social a pessoas humildes. (E) na impossibilidade de essa fatia da população qualificar-se para, ao menos, participar do quadro econômico do País. 380.(FCC) A afirmativa que responde corretamente à questão colocada no final do texto é: (A) a sociedade não aceita a participação de pessoas humildes, na pirâmide social. (B) são péssimas as condições de trabalho para essa camada da população. (C) a situação econômica do Brasil é bastante desfavorável, em relação à de outros países. (D) eles nem sequer apresentam condições de participar da vida econômica e, portanto, social. (E) o comércio mundial exige padrões de qualidade que essa camada não consegue atender. 381.(FCC) A frase do texto que está corretamente substituída por outra, sem alteração do sentido original, é:

Page 103: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

103

(A) mas é uma inserção global = é, porém, um problema internacional. (B) para tentar de vez minorar esse problema = para que se consiga equacionar essa situação. (C) que servem de referência mundial = que são exemplo para o mundo todo. (D) elas sobrevivem intactas, indiferentes ao progresso = elas continuam desconhecidas, apesar dos estudos. (E) começaram a vida num patamar inferior = iniciaram sua vida profissional com muita dificuldade. 382.(FCC) ... sem que se leve em conta sua existência. (2o parágrafo) A expressão grifada substitui corretamente, no texto, (A) a equação econômica. (B) a presença dos miseráveis. (C) a economia brasileira. (D) a constatação de uma verdade cruel. (E) a força do mercado interno. 383.(FCC) O Brasil representa 3% do problema mundial. A frase do texto em que o verbo apresenta o mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima é: (A) O Brasil aparece com menos de 1% do movimento... (B) ... o Brasil é hoje o país mais rico do mundo... (C) ... os miseráveis nem entram na equação econômica... (D) Parecem inexpugnáveis. (E) .. eles começaram a vida num patamar inferior. 384.(FCC) A pobreza extrema e inelutável reduz a competitividade do país. Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser (A) é reduzida. (B) foram reduzidas. (C) está reduzindo. (D) tinham reduzido. (E) estará reduzida. 385.(FCC) A população de miseráveis não tem acesso ...... quantidade mínima de alimentos necessária ...... manutenção de uma vida saudável, equivalente ...... uma dieta de 2000 calorias diárias. A alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada é: (A) à - à - à (B) à - a - a (C) a - a - à (D) a - à - a (E) à - à - a Instruções: As questões de números 386 a 397 referem-se ao texto seguinte.

As crônicas de Rubem Braga Décadas atrás, afortunados leitores de jornal podiam contar com uma coluna em que sobravam talento,

reflexão, observação atenta das cenas da vida, tudo numa linguagem límpida, impecável, densamente poética e reflexiva. Era uma crônica de Rubem Braga. Os chamados “assuntos menores”, que nem notícia costumam ser, ganhavam na pena do cronista uma grandeza insuspeitada. Falasse ele de um leiteiro, de um passarinho, de um pé de milho, de um casal na praia, de uma empregada doméstica esperando alguém num portão de subúrbio − tudo de repente se tornava essencial e vivo, mais importante que a escandalosa manchete do dia. É o que costumam fazer os grandes artistas: revelam toda a carga de humanidade oculta que há na matéria cotidiana pela qual costumamos passar desatentos.

Rubem Braga praticamente só escreveu crônicas, como profissional. À primeira vista, espanta que seja considerado um dos grandes escritores brasileiros dedicando-se tão-somente a um gênero considerado “menor”: a crônica sempre esteve longe de ter o prestígio dos romances ou dos contos, da poesia ou do teatro. Mas o nosso cronista acabou por elevá-la a um posto de dignidade tal que ninguém se atreverá de chamar seus textos de “páginas circunstanciais”. Tanto não o foram que estão todas recolhidas em livros, driblando o destino comum do papel de jornal. Recusaram-se a ser um entretenimento passageiro: resistem a tantas

Page 104: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

104

leituras quantas se façam delas, reeditam-se, são lidas, comentadas, não importando o dia em que foram escritas ou publicadas.

Conheci Rubem Braga já velho, cansado, algo impaciente e melancólico, falando laconicamente a estudantes de faculdade. Parecia desinteressado da opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa, a que comparecera apenas por força de contrato profissional. Respondia monossilabicamente às perguntas, com um olhar distante, às vezes consultando o relógio. Não sabíamos, mas já estava gravemente doente. Fosse como fosse, a admiração que os jovens mostravam pelo velho urso pouco lhe dizia, era evidente que preferiria estar em outro lugar, talvez sozinho, talvez numa janela, ou na rede do quintal de seu apartamento (sim, seu apartamento de cobertura tinha um quintal aéreo, povoado de pássaros e plantas), recolhendo suas últimas observações, remoendo seus antigos segredos. Era como se nos dissesse: “Não me perguntem mais nada, estou cansado, tudo o que me importou na vida já escrevi, me deixem em paz, meninos.”

E teria razão. O leitor que percorrer crônicas do velho Braga saberá que ele não precisaria mesmo dizer nada além do que já disse e continua dizendo em suas páginas mágicas, meditadas, incapazes de passar por cima da poesia da vida.

(Manuel Régio Assunção)

386.(FCC) Em relação ao gênero que adotou ao escrever seus textos, a principal contribuição de Rubem Braga foi (A) organizá-los em livro, pois o escritor sabia que não causariam grande impacto numa edição de jornal. (B) dotá-los de um prestígio de que, até então, não eram merecedoras as crônicas publicadas em jornal. (C) dotá-los de uma dignidade maior do que a já reconhecida, por exemplo, nos romances e nos poemas. (D) escrevê-los evitando os chamados ―assuntos menores‖, que lhe pareciam desinteressantes e melancólicos. (E) escrevê-los como ―páginas circunstanciais‖, consciente de que as coisas efêmeras são a matéria exclusiva das crônicas. 387.(FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. Uma das qualidades dos grandes artistas, como Rubem Braga, é iluminar de modo especial aquilo que, malgrado sua intensidade humana, pode passar desapercebido. II. Apesar de não ser mais que um entretenimento passageiro, uma crônica não deve, por isso, ser considerada menos importante do que um romance ou um poema. III. Antes mesmo de serem editadas em livro, as crônicas de Rubem Braga já se impunham como textos altamente expressivos nas páginas dos jornais. Segundo as convicções do autor, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, apenas. 388.(FCC) Quanto ao sentido, estabelecem entre si uma relação de oposição as seguintes expressões: (A) páginas circunstanciais / entretenimento passageiro (B) falando laconicamente / respondia monossilabicamente (C) recolhendo suas observações / remoendo seus segredos (D) um gênero considerado “menor” / um posto de dignidade tal (E) recusaram-se a ser um entretenimento passageiro / resistem a tantas leituras quantas se façam delas 389.(FCC) Estão corretos o emprego e a forma dos tempos verbais na seguinte frase: (A) O leitor que vir a percorrer crônicas do velho Braga estará sabendo atestar o valor de permanência dessas páginas. (B) O grande cronista falava do que lhe aprouver, confiante na riqueza da matéria oculta de cada cena, de cada fragmento da vida cotidiana com que se depare. (C) Não conveio a Rubem Braga aceitar a suposta fatalidade de ser um gênero ―menor‖, pois decidiu valer-se da crônica como veículo de alta expressão literária. (D) Desafortunado o leitor que não reter das crônicas de Rubem Braga as lições de poesia e de estilo, que o escritor soubesse ministrar a cada texto.

Page 105: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

105

(E) Da obra de Rubem Braga advira um prestígio que o gênero da crônica jamais gozara anteriormente, considerada que fosse como simples leitura de entretenimento. 390.(FCC) As normas de concordância verbal e nominal estão plenamente atendidas na frase: (A) Reservam-se os artistas o direito (ou privilégio?) de escolherem o gênero e a forma que lhes pareçam os mais adequados ao seu intento de expressão. (B) Não se reconhecia na crônica, antes de Rubem Braga, quaisquer méritos que pudessem alçá-la à altura dos chamados grandes gêneros literários. (C) Não cabem aos críticos ou aos historiadores da literatura estipular se o gênero de uma ou outra obra é maior ou menor em si mesmos. (D) Uma vez submetido ao poder de sedução de seu estilo admirável, é possível que custassem aos leitores de Rubem Braga ficar aguardando a crônica seguinte. (E) Não lhe bastassem, além do estilo límpido, ter os olhos de um grande fotógrafo, Rubem Braga ainda freqüentava as alturas da poesia lírica. 391.(FCC) (...) revelam toda a carga de humanidade oculta que há na matéria cotidiana pela qual costumamos passar desatentos. O segmento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e a coerência da frase acima, por (A) na qual sempre nos cruzamos em nossa desatenção. (B) diante de cuja é hábito passarmos distraídos. (C) da qual é costume passarmos indiferentes. (D) por cuja nos habituamos a cruzar com indiferença. (E) por onde nos habituamos a passar distraídos.

392.(FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase tudo o que me importou na vida já escrevi, ela ficará: (A) Tudo o que me importou na vida já foi por mim escrito. (B) Tudo o que a vida me importou já fora escrito por mim. (C) A vida já me importou em tudo o que escrevi. (D) Já está escrito na vida tudo o que ela me importou. (E) Tudo o que me importou na vida já tenho escrito. 393.(FCC) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) O autor faz-nos deduzir de que já não se encontra, nos jornais de hoje, crônicas que se possa comparar com o nível das que escrevia Rubem Braga, há décadas atrás. (B) A certa altura do texto, quando relembra o autor a imagem que lhe ficou do rápido contato que teve com o cronista, a figura evocada é a de um homem melancólico. (C) Não é tão simples como possa parecer, alguém retirar da matéria do cotidiano uma linguagem capaz de expressar-se com a limpidez e a elegância como Rubem Braga. (D) Rubem Braga provou tratar-se de uma injustiça que a crônica seja vista como um gênero menor, quando o mesmo as escreveu promovendo-lhes ao mais alto nível. (E) Quando se julga que há assuntos maiores e menores, se parte do erro de não prevenir que justamente os grandes artistas desdenham tal preconceito, que lhes vêm de fora. 394.(FCC) O leitor que percorrer crônicas do velho Braga saberá que ele não precisaria mesmo dizer nada além do que já disse. Na frase acima, está correta a articulação entre os tempos verbais sublinhados, assim como também estaria no caso da seguinte seqüência: (A) percorrerá − terá sabido − precisasse − dissesse (B) percorresse − saberá − precise − tenha dito (C) percorresse − saberia − precisava − dissera (D) percorreu − soubera − precisasse − disse (E) percorrera − sabia − precise − dissesse 395.(FCC) Parecia desinteressado da opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa, a que comparecera apenas por força de contrato profissional.

Page 106: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

106

A frase acima permanecerá formalmente correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) infenso pela opinião alheia / onde fora (B) infenso à opinião alheia / em que se fizera presente (C) imparcial pela opinião alheia / aonde estivera (D) neutralizado sobre a opinião alheia / na qual estivera (E) imparcial com a opinião alheia / aonde se apresentara 396.(FCC) Rubem Braga escreveu muitas crônicas, nutriu as crônicas com a matéria do cotidiano, fez as crônicas atingir um patamar que parecia interditado às crônicas, e notabilizou-se empregando todo o seu talento nas crônicas. Evitam-se as viciosas repetições e mantém-se a correção do período acima, substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) nutriu-as − fê-las atingir − a elas parecia interditado − nelas todo o seu talento. (B) nutriu-as − fez-lhes atingir − lhes parecia interditado − a elas todo o seu talento. (C) nutriu-lhes − as fez atingir − parecia-lhes interditado − em cujas todo o seu talento. (D) as nutriu − fez-lhes atingir − parecia interditado às mesmas − nelas todo o seu talento. (E) nutriu-lhes − fez elas atingirem − parecia-lhes interditado − nestas todo o seu talento. 397.(FCC) Quanto à pontuação, a frase inteiramente correta é: (A) Quando Rubem Braga já velho, compareceu ao evento programado, notou-se que, mais do que apenas abatido estava impaciente, com as perguntas que lhe faziam. (B) Ressalte-se que, houve antes de Rubem Braga cronistas importantes, mas nenhum deles se dedicou exclusivamente às crônicas, nem lhes deu como Braga, tal densidade poética. (C) Muitos trabalhadores do povo que jamais haviam merecido atenção mais séria, passaram a ser protagonistas, de inesquecíveis crônicas de Rubem Braga. (D) Nos jornais, ou em livros as crônicas de Braga costumam prender a atenção do leitor, com tanta intensidade que este não é capaz de arredar os olhos do texto, fascinado, que fica. (E) Não é de se imaginar, realmente, que um texto publicado em jornal possa aspirar à mesma permanência a que, em princípio, fariam jus os textos cuidadosamente editados em livro. 398. (ESAF) Assinale o trecho que constitui uma síntese adequada ao texto. A tradição dominante em nossa historiografia conduziu os melhores espíritos a uma espécie de ―história oficial‖ singularmente desprendida de intenções interpretativas e, em particular, muito sujeita a converter os atos declarados e as aspirações ideais conscientes dos agentes históricos em realidade histórica última, tão irredutível quão verdadeira em si mesma. A reação a esse padrão deficiente e deformado de descrição histórica é recente e ainda não conseguiu criar uma perspectiva de interpretação histórica livre de etnocentrismos, criticamente objetiva e aberta a certas categorias analíticas fundamentais. Por isso, aí reina uma confusão conceitual e metodológica prejudicial a qualquer tentativa de investigação macrossociológica.

(Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil, in Intérpretes do Brasil, vol. 3, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 1.509)

a) Os melhores espíritos, sem intenções interpretativas, convertem as aspirações ideais em realidade histórica irredutível. A reação à descrição histórica não conseguiu livrar-se do etnocentrismos nem do prejuízo a qualquer investigação macrossociológica. b) A tradição em nossa historiografia preferiu adotar a ―história oficial‖ como realidade histórica. A reação a essa descrição equivocada é recente e ainda não conseguiu criar uma perspectiva mais objetiva, livre de etnocentrismos e teoricamente aberta. Por isso, predomina aí confusão conceitual e metodológica que prejudica a investigação macrossociológica. c) A historiografia tradicional conduziu as descrições históricas a uma verdade irredutível. Esse padrão deficiente e deformado é recente e ainda não mudou a perspectiva das categorias analíticas. Assim, a confusão conceitual e metodológica tenta uma investigação macrossociológica.

Page 107: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

107

d) A tradição historiográfica desprendeu-se de intenções interpretativas e converteu os agentes históricos em verdade irredutível. A reação é recente e ainda não se livrou do etnocentrismo e criou uma perspectiva mais aberta. O predomínio da conceituação na metodologia atrapalha a investigação macrossociológica. e) Há uma ―história oficial‖ desprendida de intenções interpretativas, sujeita a converter os agentes históricos em realidade histórica última. A reação é recente, mais objetiva, aberta a certas categorias analíticas. Essas conceituações metodológicas predominam e tentam uma investigação macrossocilógica. Leia o texto abaixo para responder às questões 399 e 400

O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de materiais e

5 de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos, constituídos no momento histórico

10 iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses

15 dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes.

(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações))

399.(ESAF) Julgue os seguintes itens quanto à organização dos argumentos do texto: I. O primeiro período sintático do texto constitui uma idéia-síntese, desenvolvida por argumentos expressos nos períodos seguintes. II. Conceitos atuais sobre o homem e seus aspectos advêm do período histórico em que surgiu a modernidade – mas são passíveis de crítica. III. Algumas das crenças que constituem características da modernidade tornaram-se valores ultrapassados no novo paradigma contemporâneo. IV. O período sintático que finaliza o texto refere-se diretamente ao período sintático que expressa as mudanças na tecnologia; e semanticamente às idéias que iniciam o texto. V. Pelas características de vocabulário e pelas relações generalizantes de sentido que estabelece no texto, o terceiro período sintático, iniciado por ―De modo geral‖ (l.7), poderia ser deslocado para o início do texto, sem prejudicar o desenvolvimento da argumentação. Estão corretos apenas a) I e IV b) II, III e V c) I, III e V d) II e IV e) I, II e IV 400. (ESAF) Assinale a opção que, de acordo com o padrão culto da língua portuguesa, apresenta afirmação incorreta. a) A retirada da preposição a antes de ―um processo‖ (l.1) preservaria a correção gramatical da oração, mas alteraria o sentido do verbo assistir e, conseqüentemente, prejudicaria a coerência textual. b) A retirada da vírgula depois de ―genética‖(l.5) manteria preservada a correta pontuação, pois a enumeração, apesar de longa, dispensa a vírgula depois do último termo. c) A supressão do pronome ―se‖(l.6) alteraria as relações sintáticas da oração, mas preservaria a coerência textual, pois a estrutura da oração admite aí omissão do sujeito.

Page 108: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

108

d) O desenvolvimento das idéias do texto permitiria mudar o tempo verbal de ―surgira‖ (l.11) para surgiu, alterando as relações temporais do texto, mas preservando sua coerência. e) A retirada da preposição empregada na expressão ―na linearidade histórica‖(l.13 e 14) retiraria essa expressão da dependência com ―crença‖(l.12), mas preservaria a correção gramatical e a coerência do texto. 401.(ESAF) Assinale a opção que não constitui continuação coesa, coerente e gramaticalmente correta para o texto abaixo. O combate à fome e à pobreza foi adotado pelo governo federal, a partir de 2003, como política de governo. Dentro dessa política, por exemplo, foi criado o Programa Bolsa-Família que beneficia mais da metade das famílias pobres do país. O programa é de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que tem hoje o maior orçamento já investido no Brasil para combater a fome e promover o desenvolvimento Social - R$ 17 bilhões.

(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasília,

06 de janeiro de 2006)

a) Há atualmente programas de distribuição de renda em 100% do território nacional, proporcionando o acesso à alimentação e movimentando a economia local. b) Uma ação importante, feita em parceria com a Articulação no Semi-árido (ASA), é o Programa de Construção de Cisternas. Foram 50.248 cisternas construídas na região do semi-árido com investimentos diretos do governo federal no valor de R$ 72 milhões entre junho de 2003 e março de 2005. c) Outra meta é a garantia de que até 2015 todas as crianças terminem um ciclo completo de ensino. Nesse caso, de acordo com o relatório, o Brasil caminha para a universalização do ensino fundamental. Em 2002, 93,8% das crianças de 7 a 14 anos freqüentavam a escola de 1ª a 8ª série. d) Mas o grande problema do País ainda é a qualidade de ensino e o alto índice de analfabetos. Dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de 2001, mostram que 59% dos alunos da 4ª série não desenvolveram habilidades elementares de leitura. e) Além das ações governamentais, para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é necessário o estabelecimento de parcerias. Nesse sentido o governo brasileiro tem buscado o apoio da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil, bem como tem estabelecido parcerias com outras nações que também firmaram o mesmo pacto para o alcance das metas sociais. 402.(ESAF) Assinale a opção gramaticalmente correta. a) Entre 2003 e 2004, a população ocupada aumentou 3,3%, percentual que é o dobro da taxa observada entre 2002 e 2003 (1,4%). Houve crescimento significativo dos empregados com carteira assinada (6,6%) e no percentual de ocupação na população feminina. b) A taxa de analfabetismo para pessoas de 10 anos ou mais caiu de 12,3% para 10,4% entre 1999 e 2004 e o nível de escolarização de crianças e adolescentes aumentaram. c) O nível de ocupação, na faixa de idade de 5 a 17 anos diminuiu, mostrando tendência de erradicação do trabalho infantil no País. d) O rendimento médio mensal real do trabalho das pessoas com 10 anos ou mais de idade permaneceu no mesmo patamar de 2003 (R$ 733,00), estancando a trajetória decendente iniciada em 1997. e) De 2003 para 2004, as condições de habitação melhoraram segundo todos os indicadores de serviços de utilidade pública analisado. Houve crescimento do número de domicílios atendidos por esgoto sanitário (3,5%), abastecimento de água (3,4%), coleta de lixo (2,7%) e eletricidade (2,9%).

(Trechos adaptados do site http://www.planejamento.gov. br/arquivos_down/sof/051125_Nota_PNAD2004.pdf)

403.(ESAF) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e assinale a opção correta. ( ) Seu existencialismo, assentado no postulado filosófico de que ―a existência precede a essência‖, naturalmente era de compreensão restrita. ( ) Sartre foi do existencialismo ao maoísmo e arrastou, com ele, as mentes mais agudas e os corações mais

Page 109: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

109

sensíveis. ( ) Pôs-se assim, ele, o grande libertário, a serviço de um dos grandes tiranos do século XX. ( ) Entretanto, o filósofo entregou-se ao maoísmo na última etapa da vida. Coerente, sempre, em viver cada opção doutrinária, foi vender na rua jornal afinado com o novo credo. ( ) Mas, pela rama, dava para entender que, se a vida era absurda, melhor era curti-la, e assim todo mundo queria ser existencialista.

(Roberto Pompeu Toledo, Revista Veja, 6/04/2005, p. 142)

a) 5º, 1º, 2º, 3º, 4º b) 4º, 3º, 5º, 1º, 2º c) 1º, 5º, 3º, 2º, 4º d) 3º, 4º, 2º, 5º, 1º e) 2º, 1º, 5º, 4º, 3º 404.(ESAF) Julgue se os trechos do texto abaixo estão gramaticalmente corretos e responda ao que se pede: I. Todos os modelos, em maior ou menor grau fracassaram. O socialismo, ao em vez de oferecer o paraíso, criou um inferno sob a forma de estados totalitários, baseados na repressão policial e na ação da polícia política. II. O capitalismo, longe de criar oportunidades iguais para que todos os indivíduos pudessem competir entre si, criou mecanismos cruéis de concentração de riqueza nas mãos de poucos, expulsando da esfera do consumo milhões de seres humanos famintos e miseráveis. III. Os modelos intermediários criaram algumas ―ilhas de prosperidade‖ (como os países escandinavos), possíveis por circunstâncias muito específicas de sua história e cultura, mas não conseguiram oferecer uma alternativa séria a países grandes e pobres como o Brasil.

(José Arbex e Cláudio Júlio Tognoli, Mundo Pós-moderno, São Paulo: Scipione, p.17)

Estão corretos a) I e II b) II e III c) I e III d) I, II e III e) apenas a II As questões de números 405 a 414 referem-se ao texto que segue.

O esforço pelo esforço Revelou-me um amigo que era contra o atletismo. Ele perguntava: “Você conhece algum atleta

longevo?” E concluía: “Quem vive muito são essas velhinhas que se encontram ao fim da tarde para tomar chá com bolo...” Já viu cavalo treinando os 1500 metros? Só quando dominados por homens.

As Olimpíadas não são uma manifestação de saúde. São uma exaltação do desejo de ser o maior. Prova disso são os dopings. Os atletas sabem que a coisa faz mal à saúde. Pode matar. Mas uma morte prematura bem vale um lugar no pódio! Aquela máquina de correr, uma atleta negra norte-americana cujo nome esqueci, só músculos, morreu subitamente de um ataque cardíaco. Assim, não pensem que os atletas têm boa saúde, que praticam hábitos saudáveis de vida. Lembram-se daquela corredora suíça, ao final da maratona? Era a imagem de um corpo torturado pela dor.

Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes! Acho que meus braços não conseguiriam abraçar uma delas. E abraço é perda de tempo: é preciso aproveitar o tempo lutando contra a água. São inimigas da água. Isso mesmo. Porque uma pessoa que passa dez anos de sua vida treinando seis horas por dia, não por prazer, mas para sair da piscina um centésimo de segundo à frente da marca olímpica, só pode ter ódio da água. A água é o inimigo a ser vencido. Compare com as crianças. Elas amam a água, nunca querem sair da água, a água é sua companheira de brincadeiras. As nadadoras, ao contrário, não brincam com a água, lutam contra ela. Tocada a borda da piscina, para onde olham as nadadoras? Elas olham para o placar onde aparece o tempo. É isso: é o tempo que elas amam. Quanto mais depressa, melhor! Batido um recorde, é só ir atrás de outro.

(Adaptado de texto extraído do site de Rubem Alves − Quarto de badulaques)

405.(FCC) Depreende-se do texto que a posição do autor, diante dos esforços extremos a que se entregam os atletas de competição, é a de quem

Page 110: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

110

(A) apenas admite o excesso de aplicação humana em atividades físicas quando a recompensa é o mais amplo prestígio possível. (B) vai ao encontro da concepção segundo a qual uma prática esportiva deve ser um desafio cujo enfrentamento implica rigorosa disciplina. (C) não reconhece, nas disputas esportivas mais ferrenhas, sequer alguma vantagem física que justifique a aplicação excessiva do atleta. (D) não acredita que os competidores de alto nível deixem de ter grande prazer nas longas e exaustivas preparações a que se submetem. (E) vai ao encontro da concepção segundo a qual todo sucesso proporcionado por um grande sacrifício vale mais do que um prazer natural. 406.(FCC) A expressão o esforço pelo esforço permite uma analogia com outras expressões, como o prazer pelo prazer ou dinheiro pelo dinheiro. O elemento comum está no fato de que essas expressões referem-se a situações que (A) devemos suportar, na busca de uma recompensa. (B) se justificam pelo valor que lhes é intrínseco. (C) se traduzem como efeitos de causas remotas. (D) se apresentam na forma de um impasse. (E) obrigam a uma escolha, diante de uma alternativa. 407. (FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. As ponderações do amigo do autor, reproduzidas logo no início, são relativizadas ou mesmo contestadas pela argumentação desenvolvida em todo o texto. II. Conclui-se da leitura do terceiro parágrafo que uma nadadora olímpica só encontra real prazer em seu treinamento quando vislumbra a possibilidade de bater um recorde. III. A alegria natural, demonstrada pelas crianças, quando brincam na água, é lembrada como um contraponto à obsessão pelo desempenho nas competições. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III. 408.(FCC) Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes. As três frases acima estão rearticuladas de forma correta e coerente no seguinte período: (A) Me assustam também, quando penso nas nadadoras, cujos os ombros são enormes. (B) Por serem de ombros enormes, penso também naquelas nadadoras, quando me assusto. (C) Assusto-me com aquelas nadadoras, onde os ombros são enormes, quando também penso nelas. (D) Assustam-me as nadadoras, quando passo a pensar nelas, com seus ombros enormes. (E) Me assustam ainda os ombros enormes daquelas nadadoras, ao pensar neles. 409.(FCC) Tocada a borda da piscina, para onde olham as nadadoras? Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, respectivamente, sem prejuízo para a correção e para o sentido da frase, por: (A) Tão logo tocam / aonde miram (B) Ainda quando toquem / miram-se aonde (C) Quando forem tocar / no que miram (D) Na iminência de tocarem / miram onde (E) Mesmo quando tocada / sobre o que miram 410.(FCC) A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva é: (A) (...) praticam hábitos saudáveis de vida. (B) Penso também nas nadadoras. (C) Elas olham para o placar. (D) (...) é o tempo que elas amam.

Page 111: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

111

(E) (...) não conseguiriam abraçar uma delas. 411.(FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Aos recordes batidos nas competições ...... (preferir) o autor referir-se com palavras de nenhum entusiasmo. (B) Não as ...... (sensibilizar), a essas disciplinadíssimas nadadoras olímpicas, o prazer que deixam de sentir na água, em seus penosos treinamentos. (C) Caso ...... (vir) a se poupar de tão grande esforço, essas nadadoras talvez descobrissem o prazer natural da natação. (D) Quando se ...... (assistir) às brincadeiras das crianças na água, vê-se que não as move nenhuma outra preocupação senão a de se divertirem. (E) Nos treinamentos das nadadoras de competição, uma das evidências ...... (estar) na absoluta ausência de prazer em sua ação na água. 412.(FCC) As crianças amam a água, têm a água como amiga, aproveitam a água como um presente dos céus, extraem da água todos os prazeres que ela oferece. Evitam-se as repetições viciosas da palavra água da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) têm-lhe - aproveitam-lhe - extraem-lhe (B) têm-na - lhe aproveitam - extraem dela (C) a têm - a aproveitam - extraem-na (D) lhe têm - aproveitam-na - extraem a ela (E) têm-na - aproveitam-na - extraem dela 413.(FCC) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) A revelação que lhe fez o amigo, cuja o autor transcreveu, proporcionou-lhe reflexões através das quais compôs uma argumentação interessante. (B) Os enormes esforços com que as grandes nadadoras empregam nas competições acabam resultando, no máximo, de uma nova marca a ser batida. (C) Ao confessar a forte impressão de que lhe ficou daquela maratonista suíça, o autor destaca a imagem de uma atleta que o corpo demonstra dores torturantes. (D) Os constantes dopings, a que tantos atletas acabam se submetendo, são uma evidência de que há conquistas cujo preço é alto demais. (E) A atleta norte-americana, cujo nome o autor não se lembrou, acabou sofrendo um ataque cardíaco em que não sobreviveu. 414.(FCC) Está clara, coerente e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Muita gente certamente se irritará com a posição do autor desse texto e argumentará que a tradição dos esportes olímpicos é nobre, pois remonta à civilização grega. (B) As ginastas olímpicas têm uma vida útil como profissional bastante breve devida aos desgastes que inflingem no corpo por conta dos mais atribulados esforços. (C) A despeito do excesso dos treinamentos, chegando ficar por seis horas na água por dia, visto que as nadadoras acabam por se preocupar tão-somente com o cronômetro. (D) Não deixa de ser irônico quando o autor se lembra daquelas velhinhas tomando chá com bolo, comparando-lhes ao esforço dispendido pelas nadadoras obcecadas. (E) Já por que consideram a água como um inimigo, não se pode considerar que a vida das nadadoras de competição seja prazeirosa, muito embora se apliquem tanto nos treinos. Atenção: As questões de números 415 a 424 referem-se ao texto que segue.

Individuação O processo de se tornar de fato um indivíduo é muito custoso, tão custoso que preferimos investir

todos os recursos disponíveis em evitar enfrentar essa batalha penosa, que é de todos nós. Salvo engano, é por essa razão que gastamos tanto tempo investindo num egocentrismo que é,

paradoxalmente, autodestrutivo. Quando nos fixamos apenas na satisfação dos nossos desejos, na glorificação da nossa imagem pessoal ou no atendimento de todos os apetites, acabamos sendo privados do prazer maior, que é descobrir quem de fato somos.

Page 112: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

112

A farsa mais poderosa do egocentrismo está em que ele acena com a ilusão de que estamos pensando em nós mesmos e encontrando uma satisfação inteiramente legítima e pessoal, quando na verdade estamos nos tornando prisioneiros dos outros, dos valores que os outros nos impõem como verdadeiros.

O grave equívoco está, pois, em que atendamos aos instintos que brotam das regiões mais sombrias do nosso ser sem nos darmos conta de que isso pode nos afastar de um conhecimento mais profundo de nós mesmos. O que a individuação requer é que deixemos de lado o conforto fácil e os subterfúgios ilusórios para encararmos de modo corajoso as nossas fraquezas, o nosso vazio. Qualquer coisa que se interponha nesse processo de auto-análise faz-nos desviar nossos olhos de nós mesmos, levando-nos a admirar a imagem que gostamos de construir no espelho artificial do egocentrismo.

(Adaptado de texto extraído do site A bacia das almas)

415.(FCC) A penosa batalha a que se refere o autor, e que é por ele caracterizada no desenvolvimento do texto, é aquela em que se confrontam os processos (A) do egocentrismo e da autodestruição. (B) dos instintos e do conforto fácil. (C) do egocentrismo e da auto-análise. (D) da individuação e da auto-análise. (E) dos subterfúgios ilusórios e do egocentrismo. 416.(FCC) Depreende-se da perspectiva assumida pelo autor que a individuação (A) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, mas é profundamente recompensador como autoconsciência. (B) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, porque dá vazão aos nossos mais terríveis instintos. (C) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, já que numa auto-análise nos miramos num espelho artificial. (D) é um processo essencial e conseqüente, embora implique o esforço da construção de uma imagem que seja acolhida pelos outros. (E) é um processo essencial e conseqüente, pois nos faz merecedores da benevolência com que os outros nos julgam. 417.(FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) salvo engano = sem qualquer hesitação. (B) a farsa mais poderosa = o embuste mais forte. (C) acena com a ilusão = proclama a falsidade. (D) os subterfúgios ilusórios = os deslizes da dissimulação. (E) no espelho artificial do egocentrismo = na elaboração mais aprofundada. 418.(FCC) As normas de concordância estão plenamente respeitadas na frase: (A) Costumam ser muito custosos, para todos os indivíduos, desviarem-se das tentações do conforto fácil e do prestígio rápido. (B) Quem aos valores dos outros se submetem sem pensar acabam por não encontrar seus valores mais autênticos. (C) Não são próprias das regiões mais sombrias do nosso ser oferecer-nos as verdades cruas da nossa personalidade. (D) O que fazem os homens desviar os olhos de sua imagem verdadeira são as facilidades de uma imagem já fabricada. (E) Em geral não nos apetece enfrentar os contornos duros do nosso rosto verdadeiro, mais desconfortáveis que os do construído. 419.(FCC) São os subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar a imagem nossa construída pelos outros. Uma outra forma clara e correta de se redigir o que expressa a frase acima é: (A) É a imagem que os outros constróem para nós com subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar. (B) Haja vista dos ilusórios subterfúgios, levam-nos os outros a admirar como foi que se construiu a nossa imagem. (C) Levam-nos a admirar nossa própria imagem, do modo como se construiu os subterfúgios ilusórios dos outros.

Page 113: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

113

(D) Deve-se aos subterfúgios ilusórios que sejamos levados à admiração da imagem nossa que os outros construíram. (E) Tendo os outros construído nossa imagem, são com subterfúgios ilusórios que fazem com que lhe sejamos levados a admirar. 420.(FCC) É preciso corrigir a flexão de uma forma verbal em: (A) Deveríamos rechaçar tudo o que se interpusesse como obstáculo ao processo que desencadeássemos em nossa auto-análise. (B) O que provier de uma imagem fabricada trará graves empecilhos ao reconhecimento do nosso rosto, quando nos detivermos diante de um espelho verdadeiro. (C) Uma vez que não nos conviu nos afastarmos dos subterfúgios ilusórios, também não nos convirá enfrentar nossa imagem num espelho verdadeiro. (D) Muitos descrêem da possibilidade de uma individuação; julgam-na uma quimera, têm-na como um desejo que nasce para não ser atendido. (E) Mesmo sendo difícil alcançar o absoluto sucesso que premie nosso esforço de individuação, não há por que não persistirmos em nossa auto-análise. 421.(FCC) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) O fato de satisfazermos os instintos que brotam das regiões mais sombrias do nosso ser, constitui um grave equívoco indubitavelmente. (B) É salvo engano, por essa razão, que de forma paradoxal, investimos num egocentrismo que é autodestrutivo. (C) Nossa fixação, em nossos desejos, ou mesmo, eventualmente na plena satisfação dos nossos apetites priva-nos do prazer, de descobrirmos a nós mesmos. (D) Tão custoso é o processo de individuação que, somos quase sempre, levados pela força dos subterfúgios ilusórios, a que nós mesmos nos agarramos. (E) É, sem dúvida, grave o equívoco de satisfazermos, aqui e ali, os nossos instintos mais primitivos, aqueles que nos afastam de nossa verdade profunda. 422.(FCC) Nas antigas aristocracias, o que se ...... da imagem pública de um indivíduo ...... que ela ...... aos parâmetros de honra e decoro que ...... a vida da corte. Haverá correta articulação entre os tempos verbais caso se preencham as lacunas da frase acima, na ordem dada, com as seguintes formas verbais: (A) esperava - era - correspondesse - regiam (B) esperava - era - correspondia - regessem (C) esperou - é - correspondia - regem (D) esperara - seria - corresponda - regiam (E) espera - é - correspondesse - regeram 423.(FCC) Quanto à observância do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: (A) Triste de quem só se reconhece à partir da imagem que os outros ficam à construir. (B) Não nos desanime à espera que uma auto-análise requer para que cheguemos à uma imagem verdadeira de nós mesmos. (C) Nossa imagem artificial fica à distância de nós mesmos, embora achemos que ela corresponda as nossas verdades mais profundas. (D) Entre a imagem superficial e a imagem profunda de nós mesmos, costuma-se atribuir mais valor àquela do que a esta. (E) Assim como um bom médico assiste à paciente debilitada, assim também deveríamos nos preocupar em reanimar à verdade do nosso ser. 424.(FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê. (B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória das pessoas. (C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de nós. (D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma compensação. (E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem não está lá.

Page 114: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

114

Atenção: As questões de números 425 a 431 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Superstições são tão antigas quanto a humanidade. Existem desde a época em que os primeiros grupos humanos louvavam a natureza com seus rituais pagãos. Antes de o cristianismo se tornar religião oficial do Império Romano, no século IV, magia e superstição eram costumes bastante populares. Os homens daquela época viviam mais próximos dos seus deuses, e fazer pequenos feitiços era tão normal quanto plantar ou colher. Até que as religiões monoteístas deflagraram uma guerra ao paganismo e à feitiçaria, condenando qualquer um que não concordasse com suas regras de comportamento. Superstição virou sinônimo de ignorância, coisa de povos “menos desenvolvidos”.

É difícil definir o que é exatamente superstição, pois isso envolve avaliações extremamente subjetivas. Mas, apesar de ser possível apontar características supersticiosas dentro de praticamente todas as religiões, os pesquisadores consideram um equívoco confundir as duas coisas. “Religião não é magia. Enquanto uma prática supersticiosa, como uma simpatia ou um talismã, serve para melhorar nossa existência aqui e agora na Terra, a religião trata da vida espiritual. A superstição traz um benefício imediato, enquanto a religião busca a paz divina, envolvendo normas éticas e códigos de conduta”, diz um especialista no assunto.

Diferentemente da religião, a superstição tem fins específicos. Apelamos para ela quando precisamos de uma “forcinha” a mais, venha ela de onde vier. Que mal há em ter sobre a mesa do escritório uma pequena ferradura que um amigo nos deu de presente? Quando se trata de superstição, tudo é mais prático, porque envolve o que os estudiosos chamam de “meia-crença”. Ninguém precisa acreditar inteiramente numa simpatia para executá-la. Pequenos rituais, como comer lentilhas no Reveillon (já que o grão, quando cozido, aumenta de tamanho, o que significa crescimento e fartura, segundo a tradição grega), geralmente não dão muito trabalho e são quase sempre acessíveis a todos, pobres ou ricos. Assim resistem ao tempo e se conservam crenças milenares que enriquecem a cultura e a história das civilizações.

(Adaptado de Erika Sallum, Thais Scaglione, Dulla. Superinteressante. Maio 2006, p.65-7)

425.(FCC) De acordo com o texto, (A) a religião, por conter um rígido código de conduta moral, nem sempre é acessível às pessoas mais simples, que não assimilam suas normas. (B) os rituais supersticiosos, por não exigirem crença total neles, substituem plenamente as normas da religião para a maioria das pessoas. (C) costumes baseados na superstição garantem aos homens maior proximidade com a idéia de Deus, por valorizarem uma conduta ética. (D) as superstições sobrevivem porque é inerente à natureza humana a necessidade de segurança e de proteção na rotina diária. (E) o termo superstição engloba práticas de fundo religioso, cultivadas ainda hoje por povos atrasados culturalmente e isolados da civilização. 426.(FCC) (já que o grão, quando cozido, aumenta de tamanho, o que significa crescimento e fartura, segundo a tradição grega) (3º parágrafo) Os parênteses isolam, considerando-se o contexto, (A) enumeração de dados já apresentados. (B) longo comentário explicativo. (C) repetição enfática da mesma idéia. (D) temporalidade na seqüência de idéias. (E) introdução de informação alheia ao assunto. 427.(FCC) ... qualquer um que não concordasse com suas regras de comportamento. (1o parágrafo). O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase: (A) ... em que os primeiros grupos humanos louvavam a natureza com seus rituais pagãos. (B) ... no século IV, magia e superstição eram costumes bastante populares. (C) Os homens daquela época viviam mais próximos dos seus deuses ... (D) Superstição virou sinônimo de ignorância ... (E) ... a religião trata da vida espiritual. 428.(FCC) Que mal há em ter sobre a mesa do escritório uma pequena ferradura que um amigo nos deu de presente? (3o parágrafo) Transpondo para a voz passiva a frase grifada acima, a forma correta será:

Page 115: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

115

(A) um amigo tinha dado de presente para nós? (B) nós demos de presente a um amigo? (C) nos foi dada por um amigo? (D) era presente de um amigo? (E) estavam nos dando de presente, como um amigo? 429.(FCC) O verbo corretamente flexionado está grifado na frase: (A) Muitos historiadores propuseram-se a esclarecer os limites existentes entre religião e magia. (B) Todos aqueles que crêm na força dos talismãs sentem-se em segurança ao usá-los. (C) Era importante para o homem primitivo que os feitiços desfazessem possíveis perigos. (D) Os homens primitivos anteveram benefícios na prática de certos rituais supersticiosos. (E) Antigas práticas supersticiosas se manteram ao longo da história dos povos, em todo o planeta. 430.(FCC) A concordância está inteiramente correta na frase: (A) A história das religiões comprovam que sempre foram possíveis constatar a coexistência de práticas supersticiosas. (B) Os rituais supersticiosos desempenham um importante papel na vida das pessoas que os praticam e neles acreditam. (C) A importância atribuída aos pequenos rituais supersticiosos são comuns em toda a História da humanidade. (D) Como não é explicável todas as coisas no mundo, o homem lança mão do sobrenatural, para controlar sua ansiedade. (E) Os rituais pagãos que se dedicava à natureza foram condenados pelas religiões monoteístas, mas ainda sobrevive entre nós. 431.(FCC) A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos. Alguns fenômenos assustavam o homem no passado. Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida. Os mistérios da vida permanecem ainda sem o necessário entendimento. As frases acima articulam-se em um único período, com lógica, clareza e correção, da seguinte maneira: (A) Como a ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos, de que assustavam o homem no passado é que as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, permanecendo ainda sem o necessário entendimento. (B) Alguns fenômenos assustavam o homem no passado, que a ciência, hoje, consegue explicar uma série deles, embora com as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanecem sem entendimento. (C) A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos como as crenças milenares as quais tentam desvendar os mistérios da vida e alguns fenômenos que assustavam o homem no passado, ainda sem entendimento. (D) A série de alguns fenômenos assustavam o homem no passado de cujas crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanece sem o necessário entendimento, apesar que a ciência, hoje, consegue explicar. (E) Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida que permanecem ainda sem o necessário entendimento, embora a ciência, hoje, consiga explicar uma série de fenômenos que assustavam o homem no passado. Atenção: As questões de números 432 a 440 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Sou provinciano Sou provinciano. Com os provincianos me sinto bem. Se com estas palavras ofendo algum mineiro

requintado peço desculpas. Me explico: as palavras “província”, “provinciano”, “provincianismo” são geralmente empregadas pejorativamente por só se enxergar nelas as limitações do meio pequeno. Há, é certo, um provincianismo detestável. Justamente o que namora a “Corte”. O jornaleco de município que adota a feição material dos vespertinos vibrantes e nervosos do Rio − eis um exemplo de provincianismo bocó. É provinciano, mas provinciano do bom, aquele que está nos hábitos do seu meio, que sente as realidades, as necessidades do seu meio. Esse sente as excelências da província. Não tem vergonha da província – tem é orgulho.

Page 116: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

116

Conheço um sujeito de Pernambuco, cujo nome não escrevo porque é tabu e cultiva com grandes pudores esse provincianismo. Formou-se em sociologia na Universidade de Colúmbia, viajou a Europa, parou em Oxford, vai dar breve um livrão sobre a formação da vida social brasileira... Pois timbra em ser provinciano, pernambucano, do Recife. Quando dirigiu um jornal lá, fez questão de lhe dar feitio e caráter bem provincianos. Nele colaborei com delícia durante uns dois anos. Foi nas páginas da A Província que peguei este jeito provinciano de conversar. No Rio lá se pode fazer isso? É só o tempo de passar, dar um palpite, uma bola, como agora se diz, nem se acredita em nada, salvo no primeiro boato...

(Manuel Bandeira. Andorinha Andorinha, in Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, p. 668)

432.(FCC) Considerando-se o contexto, o autor se diz provinciano por (A) ter trabalhado durante certo tempo no jornaleco de um pequeno município. (B) desejar ser um jornalista de um vespertino importante, como os da cidade grande. (C) viver isolado, aceitando as limitações de um lugar sem grandes novidades. (D) ser participante do meio em que vive, e ter orgulho de suas raízes. (E) desfrutar um modo de vida requintado, entre escritores de sólido conhecimento. 433.(FCC) É correto afirmar que o autor atribui valor (A) à possibilidade de entender e de aceitar o nervosismo e a pressa das cidades grandes. (B) à publicação de crônicas num pequeno jornal, em detrimento de grandes obras de sociologia. (C) a certa tranqüilidade e disponibilidade para estar com outras pessoas, além de trocar idéias. (D) à aceitação do modo de ser de pessoas que se isolam em seu meio, apesar das limitações que ele impõe. (E) a um modo de perceber os problemas do lugar, mesmo sendo forasteiro e permanecer nele por curta temporada. 434.(FCC) As afirmativas que se articulam numa relação de conseqüência e de sua causa, respectivamente, são: (A) ... são geralmente empregadas pejorativamente por só se enxergar nelas as limitações do meio pequeno. (B) Há, é certo, um provincianismo detestável. Justamente o que namora a “Corte”. (C) Esse sente as excelências da província. Não tem vergonha da província ... (D) Formou-se em sociologia na Universidade de Colúmbia, viajou a Europa, parou em Oxford, vai dar breve um livrão sobre a formação da vida social brasileira ... (E) Quando dirigiu um jornal lá, fez questão de lhe dar feitio e caráter bem provincianos. 435.(FCC) Considere o que diz o Dicionário Aurélio a respeito do vocábulo província:

1. Divisão regional e/ou administrativa de muitos países. 2. No Segundo Reinado, cada uma das grandes divisões administrativas, a qual tinha por chefe um presidente. 3. O interior de um país, por oposição à capital . 4. Extensão da jurisdição de uma metrópole. 5. (fig) Parte, divisão, seção, ramo.

Ao reconhecer-se provinciano, o autor aproxima-se do sentido apontado no número (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5. 436.(FCC) Quando dirigiu um jornal lá, fez questão de lhe dar feitio e caráter bem provincianos. A palavra grifada refere-se corretamente, considerando-se o contexto, (A) ao Rio. (B) a Oxford. (C) à Europa. (D) ao Recife. (E) à Universidade de Colúmbia. 437.(FCC) Conheço um sujeito de Pernambuco, cujo nome não escrevo porque é tabu ...

Page 117: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

117

O segmento grifado aparece corretamente reescrito, sem alteração do sentido original, em (A) seu nome. (B) em seu nome. (C) a que o nome. (D) de que o nome. (E) até mesmo o nome. 438.(FCC) ... nem se acredita em nada, salvo no primeiro boato ... O vocábulo grifado está corretamente substituído, com o mesmo sentido, por (A) porém. (B) acaso. (C) conquanto. (D) enquanto. (E) exceto. 439.(FCC) A colocação pronominal que contraria as exigências da norma culta aparece na frase: (A) Com os provincianos me sinto bem. (B) Me explico: as palavras... (C) Formou-se em sociologia... (D) No Rio lá se pode fazer isso? (E) ... como agora se diz... 440.(FCC) Considere o trecho de uma correspondência em que um jornalista se dirige a um escritor de renome, para solicitar uma entrevista:

Desejo entrevistar ...... e, portanto, solicito que me...... duas horas em dia a ser agendado previamente. Agradecendo- ...... antecipadamente, João das Tintas Jornalista

As lacunas encontram-se corretamente preenchidas, respectivamente, por (A) V. Exa. - reserveis - vos (B) S. Exa. - reserve - vos (C) S. Sa. - reserveis - lhe (D) V. Sa. - reserveis - vos (E) V. Sa. - reserve - lhe Atenção: As questões de números 441 a 443 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Sem emprego e sem esperança O mercado de trabalho é dividido em dois grupos: A População Economicamente Ativa (PEA), que

reúne os ocupados e os que procuram uma vaga, os desempregados; e a População Não Economicamente Ativa (Pnea), onde estão incluídos os aposentados, estudantes, donas de casa e os desalentados. Os que desejam e podem trabalhar, mas nada fizeram no mês de referência da pesquisa do IBGE para conseguir uma vaga, são tachados como inativos, mesmo que se achem desempregados.

Como a pesquisa obedece a critérios internacionais, é preciso manter essa classificação para que a taxa de desemprego brasileira seja comparável à de outros países.

O IBGE também investiga esse universo de inativos. E consegue identificar quem deseja voltar ao mercado de trabalho e que motivos o levaram a afastar-se. Para entrar nesse restrito universo, é preciso ter procurado trabalho durante seis meses ininterruptos no último ano e ter desistido por não ter encontrado qualquer trabalho, seja na remuneração, seja na qualificação desejadas.

(Adaptado de O Globo, Economia, 6 de agosto de 2006, p. 35-6)

441.(FCC) De acordo com o texto, (A) o cálculo do número de desempregados considera tão somente aqueles que, em determinado período, procuraram vaga no mercado de trabalho. (B) desempregados são classificados, segundo critérios internacionais, como População Não Economicamente Ativa (Pnea). (C) inativos são aqueles que não conseguem vaga no mercado de trabalho, embora estejam procurando por ela.

Page 118: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

118

(D) mercado de trabalho é formado pelo conjunto da oferta de vagas e de pessoas que se interessam por elas. (E) o IBGE, além de calcular os grupos PEA e Pnea, avalia também a formação adequada para o preenchimento de vagas. 442.(FCC) Observa-se que há um grande número de pessoas ...... procura de uma vaga no mercado de trabalho, mas diversos fatores ...... levam ...... desistir dessa busca. As lacunas da frase apresentada estão corretamente preenchidas, respectivamente, por (A) à - às - à (B) à - as - à (C) à - as - a (D) a - às - a (E) a - as - à 443.(FCC) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) Altos índices de inadimplência refletem o descompasso entre os rendimentos do trabalho assalariado e a grande oferta de financiamentos. (B) A expanção do mercado de trabalho esbarra nas crises em setores regionais, como o da agricultura no Sul, decorrente da escassês de chuvas. (C) Segmentos produtivos que se voltaram exclusivamente para a exportação ampliaram as demissões, devido a perdas no mercado internacional. (D) A frustração de não conseguir uma vaga leva pessoas a optarem pelo estudo, no intuito de melhorar a capacitação e ampliar oportunidades. (E) Apesar da expectativa de aumento na oferta de crédito, as instituições financeiras estão sendo mais rigorosas na concessão de empréstimos. 444.(FCC) Analise os gráficos:

Considerando-se o perfil da população desempregada, é correto afirmar que (A) grande número de analfabetos aparece com destaque nesse contingente. (B) o mercado está mais aberto, no momento, para pessoas acima de 50 anos. (C) os jovens, entre 18 e 24 anos, constituem o maior segmento de desempregados. (D) a maioria desse contingente é representada por mulheres e por pessoas mais instruídas. (E) homens entre 25 e 49 anos encontram trabalho com mais facilidade. Atenção: As questões de números 445 a 450 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

O final do século XIX está associado a aspectos que afetaram o nosso tempo. Entre eles, e principalmente, o colapso das velhas maneiras de viver, enraizadas na era pré-industrial. O tremendo crescimento da capacidade técnica tornou a vida muito mais intrincada do que costumava ser. Se isto é bom ou mau, não está em questão aqui. Meramente observamos o fato de que as demandas do nosso tempo são enormemente variadas e as exigências da vida cotidiana muito mais complexas do que antes.

Tudo isso também se reflete na esfera intelectual. Se em outras épocas fora possível uma única pessoa dominar várias disciplinas, agora se torna cada vez mais difícil que alguém adquira um conhecimento

Page 119: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

119

profundo, até mesmo em um só campo. A fragmentação dos objetivos intelectuais em compartimentos cada vez mais estreitos provocou, na nossa época, uma verdadeira confusão de idiomas. Esse estado de coisas doentio resulta de certas mudanças que se impuseram com o crescimento da sociedade tecnológica contemporânea. Em passado não muito distante, prevalecia, não apenas dentro de um determinado país, mas em grande medida em toda a Europa ocidental, um ambiente comum compartilhado por todos os que alcançavam um certo nível de educação. Naturalmente, essa educação não era um verniz universal nem igualitário. Em geral era um privilégio, uma exclusividade, que desde então vem sendo amplamente eliminada; agora o único critério admissível é a competência, privilégio de uma espécie diferente. Essa base comum de entendimento desapareceu desde então.

(Adaptado de Bertrand Russel. História do pensamento ocidental: a aventura das idéias dos pré-socráticos a Wittgenstein. Trad. Laura Alves e Aurélio Rebello. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 411-12)

445.(FCC) No primeiro parágrafo, (A) a referência ao século XIX foi feita logo no início porque seus últimos anos constituem o tema central a ser desenvolvido no texto. (B) o autor vale-se de uma incoerência como recurso retórico: explicita o desejo de ser mero observador dos fatos, mas quebra sua objetividade ao empregar o adjetivo tremendo. (C) a idéia que o autor defende é a seguinte: os benefícios do progresso só foram atingidos pela superação das velhas técnicas que caracterizaram a era pré-industrial. (D) o emprego de Meramente, no período final, reforça que o autor deseja dar a seu comentário um tom de constatação, destituída de qualquer traço de juízo de valor. (E) a complexidade da vida contemporânea é atribuída à permanência, nela, de certos traços da era pré-industrial que não foram suficientemente derrocados. 446.(FCC) Com relação ao segundo parágrafo, é correto afirmar: (A) A expressão Tudo isso refere-se ao conjunto de fatores que passarão a ser elencados como os que incidem sobre a esfera intelectual. (B) O emprego de também denota inclusão, que, no contexto, se refere a uma específica esfera, já analisada no parágrafo anterior. (C) A frase Se em outras épocas fora possível uma única pessoa dominar várias disciplinas, que contém um dos itens da aproximação efetuada, constitui-se de idéia tomada como verdadeira. (D) O emprego da forma verbal fora explicita a idéia de que o fato referido − uma única pessoa dominar várias disciplinas − nunca deixaria de constituir uma conjectura. (E) A expressão até mesmo manifesta, no contexto, idéia de exceção, podendo ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por ―salvo se‖. 447.(FCC) A fragmentação dos objetivos intelectuais em compartimentos cada vez mais estreitos provocou, na nossa época, uma verdadeira confusão de idiomas. No período acima, (A) a fragmentação citada constitui, ao mesmo tempo, uma conseqüência do que se afirma na frase anterior e uma causa da confusão nele aludida. (B) a expressão uma verdadeira confusão de idiomas pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por ―legítimo baralhamento de línguas‖. (C) a expressão cada vez mais foi empregada para traduzir a idéia de intermitência presente no processo de fragmentação. (D) observado o contexto, a forma verbal provocou poderia, por questão de estilo, ser substituída por ―provocara‖, sem prejuízo da correção ou do sentido original. (E) a elisão da vírgula aposta a provocou não prejudica a correção da frase, considerada a norma culta da língua. 448.(FCC) Em passado não muito distante, prevalecia, não apenas dentro de um determinado país, mas em grande medida em toda a Europa ocidental, um ambiente comum compartilhado por todos os que alcançavam um certo nível de educação. O sentido da frase acima está preservado na seguinte alternativa, redigida de acordo com o padrão culto da língua escrita: (A) Não dentro de um único país, mas também na Europa ocidental como um todo, até a pouco ainda existia um espaço comum a todos que tivessem tido oportunidade de obter certo grau de conhecimento.

Page 120: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

120

(B) Até recentemente, não só no âmbito de um específico país, mas, de certo modo, no de toda a Europa ocidental, persistia uma atmosfera sócio-cultural partilhada por todos aqueles que atingiam dado patamar de instrução. (C) Não vai longe o tempo que, não só num certo país, mas em quase toda a Europa ocidental, se mantinha um certo meio social comum para todos que alcançassem tal formação intelectual. (D) É realidade que durou até quase nossos dias, e não somente no país, mas na Europa ocidental praticamente toda: pessoas de bom nível cultural podiam compartilhar o mesmo ambiente. (E) Nem na Europa toda, nem só dentro de um país, mas é fato praticamente contemporâneo que pessoas cultas compartilham o ambiente reservado a todos que chegam a atingir uma certa erudição. 449.(FCC) Observadas mais especificamente as 6 linhas finais, leia as afirmações que seguem acerca do texto. I. Dele pode-se inferir corretamente que, nos dias atuais, não é nada fácil para os que se devotam a diferentes ramos de investigação se entenderem entre si. II. Nele está expressa a convicção de que nem toda prerrogativa é ilegítima, pois algumas correspondem a lídimas conquistas por mérito. III. Nele está subentendido que certas regalias, concedidas em detrimento da maioria, ainda estão em processo de proscrição. IV. Nele se assevera que a desigualdade intelectual dos seres é da ordem regular da Natureza. É correto o que se afirma SOMENTE em: (A) I e II. (B) II e III. (C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV. 450.(FCC) O Iluminismo seria uma tendência transepocal, não limitada a nenhum período específico, que se caracteriza por uma atitude racional e crítica. Ela combate o mito e o poder, usando a razão como instrumento de dissolução do existente e de construção de uma nova realidade. Chamo de Ilustração o movimento de idéias que se aglutinou, no século XVIII, em torno dos filósofos enciclopedistas: Diderot, Voltaire, d´Alembert. A Ilustração foi a mais importante das realizações históricas do Iluminismo, mas não a primeira, nem a última.

(Sergio Paulo Rouanet, ―O olhar iluminista‖. IN: O olhar. Adauto Novaes, et al. 1a reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 125)

A alternativa que sintetiza corretamente o fragmento acima é: (A) As atitudes racionais e críticas de um filósofo não bastam para que ele seja considerado iluminista; é o caso dos filósofos Diderot, Voltaire e d´Alembert, que, representativos da Ilustração, o mais importante dos movimentos, têm sua ação associada a uma época precisa. (B) A atitude racional e crítica que caracteriza movimentos de idéias em várias épocas e países fez da Ilustração a origem do que se poderia considerar Iluminismo, caracterizado pelo combate às estruturas de poder e do mito no século XVIII. (C) Muitas são as manifestações que poderiam ser rotuladas de Iluminismo, pois as atitudes que as caracterizam vão muito além de uma época determinada; é por isso que não é adequado designar de Ilustração o modo revolucionário adotado pelos enciclopedistas. (D) Há aspectos comuns aos distintos Iluminismo e Ilustração: correspondem a movimentos de idéias – baseadas na razão crítica − cujas conquistas ultrapassam a época em que ocorreram, principalmente no que se refere ao combate aos poderosos e aos mitos. (E) Pode-se estabelecer distinção entre Ilustração e Iluminismo: a primeira, marcada historicamente, constitui uma, ainda que a mais significativa, das concretizações do modo de ser do Iluminismo, que faz da razão e da crítica armas de renovação de estruturas. 451.(FCC) O único segmento grifado que NÃO está empregado em conformidade com o padrão culto escrito é: (A) Não é muito agradável estar com aqueles meus primos, porque eles falam ininterruptamente de si. (B) Esse é o tipo de questão que você terá de resolver com nós mesmos.

Page 121: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

121

(C) A fim de não encontrá-lo no consultório, deixei para ir no dia seguinte. (D) Ele preencheu o formulário de modo inadequado, é onde o coordenador chamou sua atenção. (E) Cabelos cacheados e sedosos moldam-lhe o rosto afilado e claro. 452.(FCC) Empregou-se de acordo com o padrão culto escrito a forma grifada em: (A) Quando eu reaver o que me foi cobrado indevidamente, farei uma doação a esse projeto social. (B) Esses papeizinhos amarelos marcam as páginas mais importantes do relatório. (C) Ela confirmou que, se lhe convir, ela entrará no processo junto com todo o grupo. (D) Os abaixos-assinados que circularam na empresa foram entregues à imprensa hoje pela manhã. (E) Se, no documento, ele requisesse somente o que lhe era de direito, teria seu pedido deferido. 453.(FCC) A concordância está totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita em: (A) Naquela hora, o advogado chegou a insinuar que algumas das reivindicações de seu cliente já não lhe parecia tão justas como pensava que o fosse. (B) Situações de crianças em risco, em quaisquer que seja os contextos considerados, devem ser levados a sério, sob pena de os possíveis responsáveis serem julgados omissos. (C) Quando percebeu que já havia passado dez dias do recebimento das notas fiscais, lembrou que delas dependia, naquele momento, o envio do projeto em tempo hábil. (D) É necessário, sempre e a todo momento, as mais severas medidas contra os que, imunes aos direitos alheios, atentam contra os bens públicos. (E) Se eles houvessem manifestado interesse, nada impediria que lhes fosse oferecido, dentro das normas legais, o mesmo prazo que a outros foi concedido. 454.(FCC) Empregou-se de acordo com o padrão culto escrito a forma grifada em: (A) Estava tão atrapalhado, que enviou a carta justamente àquele que nunca poderia tê-la recebido. (B) A atitude desequilibrada daquele jovem foi uma heresia aos idosos que ali estavam sendo homenageados. (C) Informou-lhe de que deveria fechar o contrato até o fim do dia. (D) Recuperou-lhe daquele distúrbio com a competência e dedicação que todos lhe reconhecem. (E) Ele foi investido com uma difícil tarefa de comando, da qual se desincumbiu com grande habilidade. Texto A expressão “indústria da cultura” foi provavelmente utilizada pela primeira vez no livro Dialética do Iluminismo que Horkheimer e eu publicamos em Amsterdan, em 1947. Nas versões iniciais, falava-se de “cultura de massas”. Substituímos esta expressão por “indústria da cultura”, a fim de excluir, logo de início, a interpretação que convém aos advogados daquela, ou seja, que se trataria de qualquer coisa como uma cultura que surge espontaneamente das próprias massas, a forma contemporânea da arte popular. A indústria da cultura encontra-se nos antípodas de tal concepção. Ela reorganiza o que há muito se tornou um hábito, dotando-o de uma nova qualidade. Em todos os setores, os produtos são fabricados mais ou menos segundo um plano, talhados para o consumo das massas e, em larga medida, determinando eles próprios esse consumo. Os setores individuais assemelham-se quanto à estrutura ou, pelo menos, articulam-se entre si. Integram-se no sistema de forma ordenada e praticamente sem falhas, processo que fica a dever tanto aos recursos atuais da tecnologia como à concentração econômica e administrativa. A indústria da cultura é a integração propositada de seus consumidores, a partir de cima. Ela impõe igualmente a junção do domínio específico da arte maior e o da arte menor, domínios que estiveram separados durante séculos. Junção que é desvantajosa para ambos. A seriedade da arte maior perece na especulação sobre os efeitos que produz; a coação civilizacional destrói, por seu turno, o elemento de resistência rebelde que era inerente à arte menor quando o controle da sociedade não era ainda total. Se bem que a especulação da indústria da cultura acerca do estado de consciência ou inconsciência dos milhões de pessoas a quem se dirige seja um fato incontestável, as massas não representam uma realidade primária, mas constituem-se antes como objeto secundário e calculado, um apêndice da engrenagem. O cliente não é rei, como a indústria da cultura gostaria de fazer crer; não é o seu sujeito, mas sim o objeto.

(Adaptado de ADORNO, Theodor W. Breves considerações acerca da indústria da cultura. In: Sobre a indústria da

cultura. Coimbra: Ângelus Novus, 2003, p. 97-8)

455.(FCC) Nas linha iniciais do texto, (A) o livro de Horkheimer foi citado como comprovação da idéia cabalmente estabelecida de que a expressão ―indústria da cultura‖ é inovadora.

Page 122: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

122

(B) é apresentado de maneira assertiva o fato de que outros autores que antecederam a Dialética faziam uso da expressão ―cultura de massas‖, opondo-a a ―indústria da cultura‖. (C) a palavra que (4ª linha), que introduz o segmento se trataria de qualquer coisa (...) da arte popular, tem como antecedente o pronome daquela. (D) o cotejo estabelecido pela palavra como (4ª linha) esclarece a distinção entre ―cultura de massas‖ e ―forma contemporânea da arte popular‖, tal como proposta pelos defensores da primeira expressão. (E) está expressa a idéia de que a substituição feita pelos autores não se deu pela revisão da natureza do fenômeno designado, mas para não favorecer certo tipo de leitura do fato. 456.(FCC) A frase A indústria da cultura encontra-se nos antípodas de tal concepção, no contexto, deve ser entendida da seguinte maneira: (A) o modo como a indústria cultural se estrutura na contemporaneidade opõe-se diametralmente ao modo espontâneo como as massas se expressavam anteriormente. (B) a concepção de que a cultura de massas é qualquer coisa que implique manifestação de arte reverte o sentido que se dava à expressão, sendo-lhe acrescentada a qualidade de ―popular‖. (C) o modo como o autor do texto compreende a indústria da cultura é incompatível com o entendimento de que ela se constitui de manifestações espontâneas das massas. (D) a interpretação que o autor do texto propõe como correta para a expressão ―indústria da cultura‖ contrapõe-se à idéia de que existe uma forma contemporânea de arte popular. (E) ―cultura de massas‖ e ―forma contemporânea da arte‖ são manifestações que, embora em extremidades opostas, não apresentam a contradição que o autor vê na aproximação dos termos ―indústria‖ e ―da cultura‖. 457.(FCC) Integram-se no sistema de forma ordenada e praticamente sem falhas, processo que fica a dever tanto aos recursos atuais da tecnologia como à concentração econômica e administrativa. A indústria da cultura é a integração propositada de seus consumidores, a partir de cima. Ela impõe igualmente a junção do domínio específico da arte maior e o da arte menor, domínios que estiveram separados durante séculos. Junção que é desvantajosa para ambos. A seriedade da arte maior perece na especulação sobre os efeitos que produz; a coação civilizacional destrói, por seu turno, o elemento de resistência rebelde que era inerente à arte menor quando o controle da sociedade não era ainda total. Considerando o fragmento acima, e o contexto, assinale a única afirmação INCORRETA. (A) Uma possível redação para o segmento grifado, totalmente adequada à norma da gramática prescritiva, seria: ―processo que fica em débito quer com os recursos atuais da tecnologia, quer com a concentração econômica e administrativa‖. (B) A expressão a partir de cima, associada a fabricados mais ou menos segundo um plano, contribui para a construção do sentido de que a indústria cultural não contempla a espontaneidade das massas. (C) O segmento na especulação sobre os efeitos que produz expressa noção de processo. (D) No fragmento está pressuposto que, em tempos de indústria cultural, o controle da sociedade é completo. (E) No fragmento, está subentendida a idéia de que, sob certas condições, a resistência rebelde é elemento intrínseco à arte menor. 458.(FCC) Se bem que a especulação da indústria da cultura acerca do estado de consciência ou inconsciência dos milhões de pessoas a quem se dirige seja um fato incontestável, as massas não representam uma realidade primária, mas constituem-se antes como objeto secundário e calculado, um apêndice da engrenagem. No período acima transcrito, (A) se bem que equivale a ―tanto que‖. (B) se houvesse uma vírgula depois de se bem que, não haveria prejuízo da norma padrão. (C) o emprego da palavra antes reforça a idéia de eliminação do que acaba de ser anunciado no primeiro membro coordenado, realizada pelo emprego da conjunção mas. (D) a palavra como tem idêntica natureza e função de como encontrado na frase: ―As ciências modernas, como a medicina, evoluem rapidamente hoje em dia.‖ (E) se a palavra antes fosse deslocada, a nova seqüência ―mas constituem-se como objeto secundário e calculado, antes, um apêndice da engrenagem‖ preservaria o sentido original. 459.(FCC) Ela reorganiza o que há muito se tornou hábito, dotando-o de uma nova qualidade. Considerada a frase acima, é correto afirmar:

Page 123: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

123

(A) o prefixo que entra na composição de reorganizar tem o mesmo valor que o encontrado em ―regredir‖. (B) o pronome relativo que (o que há) se refere ao antecedente o (o que há). (C) o pronome o (o que há) é da mesma natureza do encontrado em dotando-o. (D) dotando-o de equivale a ―se lhe favorece com‖. (E) se fosse colocada uma vírgula depois da expressão há muito, a frase estaria também pontuada de acordo com norma padrão da língua escrita. 460.(FCC) O cliente não é rei, como a indústria da cultura gostaria de fazer crer; não é o seu sujeito, mas sim o objeto. Levando em conta o contexto, considere as afirmações que seguem sobre o autor e seus procedimentos na frase acima. I. Fazendo uso de linguagem conotativa, expressa sua opinião acerca do lugar que o cliente verdadeiramente ocupa no contexto da indústria cultural. II. Recorrendo a frase hipotética, explicita, pelo deslocamento da posição do cliente, o que lhe parece ser a relação entre ―aquilo que é‖ e ―aquilo que se deseja fazer parecer que é‖. III. Estabelecendo uma comparação – articulada pelos elementos grifados na frase acima – evidencia que o cliente não constitui preocupação da indústria cultural, embora esta indústria tente criar a ilusão de que a produção é ditada pela expectativa das massas. É correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) II, apenas. (E) I, II e III. 461.(FCC) A frase em que são levadas em conta as normas de concordância previstas pela gramática normativa é: (A) Aquela específica forma cultural de que falávamos, associada a qualquer outra da mesma região, revelam que se pode esperar muito de grupos a que até agora não foi dado atenção. (B) Tudo indica que deve existirem técnicas as mais variadas para se fazer publicidade de produtos da indústria cultural, passível, aliás, de serem descritas. (C) Elas tinham consciência de ter à disposição só objetos padronizados, mas acreditavam que haveria situações que lhes favoreceriam a criatividade ou que as obrigassem a tê-la. (D) É inevitável, em qualquer contexto, as conjecturas sobre aquilo que poderá ser feito, mas, nesse caso, a dificuldade está em se definirem quais os pontos mais relevantes. (E) Atualmente, seja quais forem os produtos culturais à disposição, o que se vende é um consenso geral e acrítico, impostos pela publicidade maciça. 462.(FCC) A frase totalmente de acordo com as normas da gramática prescritiva, no que se refere à regência, é: (A) Eles estão hesitantes por como apresentar o projeto, pois pensaram, inicialmente, em fazer painel explicativo à maneira como funciona a engrenagem. (B) Nem bem chegou o rapaz, ela divisou-lhe, e, aproximando-se a ele rapidamente, entregou as pastas de cujo conteúdo ele já estava a par. (C) A harmonia do homem e a natureza é algo que todos dependem, embora muitos revelem má vontade para com as coisas naturais simplesmente porque não as conhecem bem. (D) Na sua genuína acepção, a cultura nunca se limitou a reproduzir os desejos dos homens, mas sempre ergueu a sua voz contra as duras condições em que se desenrola a vida. (E) Desde o momento que as formas culturais constituíram em ganha-pão dos seus criadores, o mercado começou a agir para ficar propício com elas. 463.(FCC) A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é: (A) Ele requereu que o setor central na indústria da cultura, o cinema, revisse suas práticas, e chegou a pôr sob suspeição métodos que têm suscitado críticas de especialistas. (B) Nem todos quizeram se manifestar, mas os que o fizeram assinalaram o excesso de passivo e a dificuldade de superar a crise, se não sobrevirem boas oportunidades.

Page 124: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

124

(C) Se os agentes da cultura não se comporem para evitar os riscos de menosprezo da cultura expontânea, por ceticismo em relação àquilo que ela cria, muito se perderá definitivamente. (D) Repuseram a questão de forma a exigir uma análize profunda de seus vários ítens, mas, quando se chegou à tocar no processo de produção cinematográfico, a exitação foi grande. (E) Muitos maus-entendidos teriam sido evitados, se alguns tivessem pesquisado melhor a questão e houvessem reconhecido que o projeto contêm pontos excelentes. 464.(FCC) Cada frase abaixo foi reescrita com a substituição do termo grifado por um pronome. Considerando a adequada substituição do pronome e sua devida colocação na frase, de acordo com a norma da gramática prescritiva, há INADEQUAÇÃO em: (A) Na última cena, a avó tocou as faces da menina com carinho. Na última cena, a avó tocou-lhe as faces com carinho. (B) Pensou em questionar; mas questionamentos, quem admite questionamentos? Pensou em questionar, mas questionamentos, quem os admite? (C) Os pais abaixam-se, seguram a filha pelos membros e erguem-na até eles. Os pais abaixam-se, seguram a filha pelos membros e erguem-na até si. (D) Eu julgava aqueles produtores realizados por terem vencido o festival. Eu lhes julgava realizados por terem vencido o festival. (E) Amava-a, a Mariana, à mulher dos seus filhos. Amava-a, a ela, à mulher dos seus filhos. Leia o texto abaixo para responder às questões 465 a 468 De modo geral, o século XVIII assistiu à passagem do sistema do mecenato, pelo qual o artista era financiado por um produtor opulento – secular ou eclesiático – ao sistema de produção para o mercado. Sem dúvida, essa passagem foi gradual e o mecenato não se extinguiu de todo. Giambattista Tiepolo passou a vida a serviço de protetores, como o príncipe-bispo da Francônia e o rei da Espanha. Händel foi protegido pelos reis de Hanover. Mas pouco a pouco surgiu um novo personagem – o artista que vivia do seu trabalho e era remunerado por sua própria clientela. O livro podia ser vendido, e bem vendido. Dryden recebeu em 1697 a soma de 1 400 libras por sua tradução de Virgílio. Pope enriqueceu com suas próprias obras e com a tradução da Ilíada e da Odisséia. Lessage ganhou a vida com seus romances e seu teatro. Surgiu o autor profissional. “Ser autor”, diz o Almanach dês auteurs, de 1755, “ é hoje uma profissão, como ser militar, eclesiástico ou financista.” Essa independência é assegurada pelo favor do público, às vezes tão caprichoso como os antigos mecenas, mas outorgando aos autores um grau de liberdade que seria impensável no passado. A independência não se limitava às letras. Um pintor como Reynolds enriqueceu com seus retratos, pelos quais cobrava preços astronômicos. A liberdade proporcionada pelo sucesso comercial não impedia os artistas de trabalharem para os grandes, mas permitia estabelecer com eles uma relação de altivez e até de arrogância. Contratado pela corte da Rússia para executar uma estátua de Pedro, o Grande, o escultor Falconet recusou os vários projetos que lhe haviam sido submetidos a título de sugestão e teve o gesto magnífico de não aceitar a remuneração de 400 mil libras que lhe foi proposta: soberbo de desdém, exigiu receber exatamente a metade da quantia.

(Adaptado de ROUANET, Sérgio Paulo. Ilustração e modernidade. In: Mal-estar na modernidade (ensaios). São

Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 138)

465.(FCC) A alternativa que apresenta o resumo mais adequado do texto é: (A) De modo geral, no século XVIII ocorreu a passagem lenta e permanente de sistemas de produção artística, sem que o mecenato se extinguisse (artistas como Händel continuaram a ser protegidos); quando surgiu a profissão de autor – como militar, por exemplo –, o público, mesmo exigente, deu-lhe liberdade, e o sucesso o fez ser arrogante até com os poderosos, de quem cobravam preços astronômicos. (B) De modo geral, no século XVIII se deu, de maneira progressiva, o abandono do sistema de mecenato pelo de produção para o mercado, dando origem à profissão de autor; o sucesso de vendas permitia liberdade antes desconhecida, que propiciava ao artista não só poder trabalhar inclusive com os poderosos, mas também assumir, na relação com eles, até atitudes arrogantes. (C) De uma forma abrangente, pode-se dizer que o século XVIII foi o que permitiu que o produtor secular ou eclesiástico deixasse ao artista a liberdade de produzir para o mercado; muitos enriqueceram, como Dryden e

Page 125: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

125

Pope, outros continuaram a ser protegidos; autores e pintores eram livres para cobrar o que quisessem, e muitos, pelo sucesso, passaram a ser arrogantes até com os poderosos. (D) De certa forma, o século XVIII viu nascer nova profissão, a do artista, oriunda do abandono pelos mecenas e da produção para o mercado; o autor, por exemplo, se tivesse traduzido ou produzido obras importantes (caso de Dryden ou Pope), podia ser independente, chegando até a ser prepotente com os poderosos quando queriam um trabalho seu. (E) De certa forma, o século XVIII conheceu o processo de passagem da atividade artística de um pólo a outro: do mecenato ao mercado; sem dúvida, lentamente, mas viu-se o aparecimento do novo personagem, o artista que vendia sua produção, e que podia ser mais livre; mesmo muito rigoroso, o público podia pagar bem, até enriquecendo o artista (caso de Reynolds) e tornando-o mais arrogante com os poderosos. 466.(FCC) A frase que, no contexto, constitui um argumento de confirmação é: (A) Sem dúvida, essa passagem foi gradual e o mecenato não se extinguiu de todo. (B) Mas pouco a pouco surgiu um novo personagem – o artista que vivia do seu trabalho... (C) A independência não se limitava às letras. (D) Essa independência é assegurada pelo favor do público... (E) ―Ser autor‖, diz o Almanach des auteurs, de 1755, “é hoje uma profissão, como ser militar, eclesiástico ou financista.‖ 467.(FCC) Contratado pela corte da Rússia para executar uma estátua de Pedro, o Grande, o escultor Falconet recusou os vários projetos que lhe haviam sido submetidos a título de sugestão e teve o gesto magnífico de não aceitar a remuneração de 400 mil libras que lhe foi proposta: soberbo de desdém, exigiu receber exatamente a metade da quantia. Com relação ao fragmento acima transcrito, é correto afirmar: (A) os dois pontos anunciam um esclarecimento acerca de algo anteriormente enunciado. (B) Contratado pela corte da Rússia expressa, no contexto, noção de causa. (C) haviam sido submetidos indica ação ocorrida simultaneamente à ação citada anteriormente, realizada pelo escultor – recusou. (D) a título de sugestão equivale a ―porque ele pedira sugestão‖. (E) de natureza predominantemente narrativa, o excerto é objetivo, não apresentando marca alguma de subjetividade do autor. 468.(FCC) É correto afirmar que, no texto,

(A) bem, em O livro podia ser vendido, e bem vendido, intensifica o ganho auferido com a venda.

(B) pelo qual, em pelo qual o artista era financiado por um produtor opulento, pode ser substituído por ―porque‖, sem que sejam afetados o sentido original e a norma padrão. (C) A frase Essa independência é assegurada pelo favor do público manteria o sentido original, se fosse transposta para a voz ativa assim: O favor do público tinha assegurado essa independência. (D) O segmento grifado, em Reynolds enriqueceu com seus retratos, pelos quais cobrava preços astronômicos, pode ser substituído, sem que seja afetada a norma padrão, por: cujos os preços eram astronômicos.

(E) até, em permitia estabelecer com eles uma relação de altivez e até de arrogância, indica que, numa escalada ascendente, arrogância ocupa o menor grau. Instruções: As questões de números 469 a 480 referem-se ao texto que segue.

A tribo que mais cresce entre nós A nova tribo dos micreiros* cresceu tanto que talvez já não seja apenas mais uma tribo, mas uma

nação, embora a linguagem fechada e o fanatismo com que se dedicam ao seu objeto de culto sejam quase de uma seita. São adoradores que têm com o computador uma relação semelhante à do homem primitivo com o totem e o fogo. Passam horas sentados, com o olhar fixo num espaço luminoso de algumas polegadas, trocando não só o dia pela noite, como o mundo pela realidade virtual. Sua linguagem lembra a dos funkeiros** em quantidade de importações vocabulares adulteradas, porém é mais ágil e rica, talvez a mais rápida das tribos urbanas modernas. Dança quem não souber o que é BBS, modem, interface, configuração, acessar e assim por diante. Alguns termos são neologismos e, outros, recriações semânticas de velhos significados, como janela, sistema, ícone, maximizar. No começo da informatização das redações de jornal,houve um

Page 126: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

126

divertido mal-entendido quando uma jovem repórter disse pela primeira vez: “Eu abortei!”. Ela acabava de rejeitar não um filho, mas uma matéria. Hoje, ninguém mais associa essa palavra ao ato pecaminoso. Aborta-se tão impune e freqüentemente quanto se acessa. Nada mais tem forma e sim “formatação”. Foi-se o tempo em que “fazer um programa” era uma aventura amorosa. O “vírus” que apavora os micreiros não é o HIV, mas uma intromissão indevida no “sistema”, outra palavra cujo sentido atual nada tem a ver com os significados anteriores. A geração de 68 lutou para derrubar o sistema; hoje o sistema cai a toda hora. Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo, como se ela fosse composta apenas de jovens, e ainda por cima iletrados. É um engano, porque há entre os micreiros respeitáveis senhoras e brilhantes intelectuais. Falar mal do computador é tão inútil e reacionário quanto foi quebrar máquinas no começo da primeira Revolução Industrial. Ele veio para ficar, como se diz, e seu sucesso é avassalador. Basta ver o entusiasmo das adesões.

(Zuenir Ventura, Crônicas de um fim de século)

* micreiros = usuários de microcomputador. ** funkeiros = criadores ou entusiastas da música funk. 469.(FCC) No primeiro parágrafo, as palavras tribo, nação e seita ocorrem ao autor para identificar os micreiros, respectivamente, como (A) fenômeno emergente, em avançado estágio de expansão, caracterizado por certos procedimentos ritualísticos. (B) fenômeno emergente, de caráter nacionalista, comparável ao crescimento das seitas religiosas. (C) agentes de uma revolução tecnológica, no apogeu de sua expansão, capazes de dedicação integral à sua causa. (D) sinal dos novos tempos, num patamar nacionalista, ainda caracterizado por elementos regressivos. (E) sinal dos novos tempos, evidência da tecnologia nacional, ainda comprometido pelo hermetismo de sua linguagem. 470.(FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. O vocabulário dos micreiros é formado, basicamente, por dois tipos de processos. II. Alguns termos da linguagem utilizada pela informática podem provocar ambigüidade. III. Palavras como formatação, vírus e sistema são apresentadas como exemplos de estrangeirismos da informática. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) II, somente. (B) II e III, somente. (C) I, II e III. (D) I e III, somente. (E) I e II, somente. 471.(FCC) A analogia estabelecida pelo autor entre a importância do computador e a da primeira Revolução Industrial deriva do fato de que, em ambos os casos, (A) o sucesso imediato da novidade levou os homens a um entusiasmo quase irracional, sem limites. (B) os velhos letrados, como sempre, encararam com desconfiança o surgimento de uma nova linguagem. (C) houve reações motivadas pelo temor inerente aos períodos de crise econômica. (D) as reações mostraram-se inúteis, diante da inexorabilidade de um novo estágio tecnológico. (E) argumentos ponderáveis, de natureza política, evidenciaram o caráter antidemocrático da novidade. 472.(FCC) O elemento sublinhado na frase (A) (...) com o olhar fixo num espaço luminoso de algumas polegadas refere-se ao instante em que o usuário de um micro age como um funkeiro. (B) No começo da informatização das redações de jornal evidencia uma das formas de preconceito com que se reagiu à nova linguagem. (C) Foi-se o tempo em que “fazer um programa” era uma aventura amorosa revela o novo sentido atribuído a uma antiga expressão. (D) Hoje, ninguém mais associa essa palavra ao ato pecaminoso refere-se à necessidade de rejeitar um texto. (E) Aborta-se tão impune e freqüentemente quanto se acessa ajuda a esclarecer o novo campo semântico a que pertence aborta-se.

Page 127: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

127

473.(FCC) A geração de 68 lutou para derrubar o sistema; hoje o sistema cai a toda hora. Na frase acima, a repetição da palavra sistema explora o mesmo recurso expressivo alcançado pela repetição de palavra que ocorre na frase: (A) É um sujeito arrogante, ninguém consegue mais suportar a vaidade daquele sujeito. (B) A roupa informal, o comportamento informal, tudo nela revela sua espontaneidade, sua descontração. (C) Valeu-se de uma operação de crédito para tentar restabelecer o crédito com que o distinguiam os amigos mais próximos. (D) Ao propor novos tributos, a comissão não avaliou o quanto os tributos antigos já exauriam os recursos dos contribuintes mais pobres. (E) A fragilização do mercado de ações acabou por redundar na fragilização de um grande número de empresas nacionais. 474.(FCC) Levando-se em conta as normas de concordância verbal e nominal, a única frase inteiramente correta é: (A) Se se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc., haverá de se incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos. (B) Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vêm demonstrando no uso do vocabulário tradicional, eis que novas aquisições se fazem necessárias a cada momento, proveniente da tecnologia. (C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campos tecnológicos fazem com que muitos desanimem, confessando-se inábeis para sua utilização. (D) Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações em que ocorreu ambivalência de sentido, testemunhadas pelo autor. (E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o vocabulário que entre estes se propagam com mais facilidade. 475.(FCC) Não é possível alterar a voz da forma verbal da frase: (A) A quantidade dos micreiros já constitui, de fato, uma nação, mais do que uma simples tribo. (B) No começo da informatização das redações de jornal, houve um divertido mal-entendido. (C) Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo. (D) A jovem repórter citada no texto tinha abortado uma matéria, e não um filho. (E) Recriações semânticas são feitas a partir de termos ou expressões já antigos. 476.(FCC) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) ―Formatação‖ é uma palavra à qual se costuma recorrer quando se trata de um procedimento cujo sentido só é possível compreender no campo da informática. (B) A expansão da tribo de micreiros, a que o autor dá notícia, é um fato de que se pode comprovar a cada dia. (C) A nova acepção da palavra ―vírus‖, a cujo sentido sempre teve algo de ameaçador, representa uma nova ameaça com aqueles que se valem da informática. (D) O autor aproxima a linguagem dos micreiros com aquela dos funkeiros, uma vez que de ambas costuma-se reconhecer uma grande quantidade de importações vocabulares. (E) A linguagem do computador, a cujo acesso não é nada simples para muita gente, costuma mostrar-se muito rápida para aqueles que nela passam a ter intimidade. 477.(FCC) A frase cuja redação está inteiramente clara e correta é: (A) A jovem repórter causou alguma incompreensão tão logo ao referir-se a um termo que a todos pareceu ter um sentido além do que ele pretendia. (B) O autor não hesita em concluir que, diante das entusiasmadas adesões à utilização da informática e da linguagem que lhe corresponde, o computador já faz parte do nosso cotidiano. (C) Os programadores de computador, que costumam serem mais jovens, provavelmente não lhes fica claro aquilo que já significou a expressão fazer um programa, desde que o sentido fosse outro. (D) O autor sublinha com razão que é comum que os mais velhos reajam com desassosego, porque, diante do que é mais novo, surge-lhes quase sempre como se fosse uma ameaça. (E) Quando ele diz que dança quem não souber o que é BBS, o verbo que o autor lança mão aqui é um termo de gíria, ao qual é mais costumeiro na linguagem dos jovens. 478.(FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:

Page 128: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

128

(A) É costume discriminar-se os jovens, e a razão maior está em serem jovens, e não em alguns de seus hábitos que fossem em si mesmos pernisciosos. (B) A encorporação de um novo léxico é uma das conseqüências de todo amplo avanço tecnológico, já que este indus à criação ou recriação de palavras para nomear novos referentes. (C) Um pequeno glossário, capaz de elucidar a nova terminologia da informática, contribui muito para afastar os percalços do caminho dos usuários iniciantes, aturdidos com tanta novidade. (D) Os maus-entendidos são fatais quando ainda não se tem destreza numa nova linguagem, quando ainda não se está familiarizado com um novo vocabulario. (E) Muita gente letrada e idosa aderiu ao uso do computador, considerando-o não um sinal do apocalípse, mas uma ferramenta revolucionária na execução de tarefas, um instrumento útil para qualquer pesquizador. 479.(FCC) Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo, como se ela fosse composta apenas de jovens, e ainda por cima iletrados. Pode-se substituir o segmento sublinhado, sem prejuízo para o sentido da frase acima, pela expressão (A) sobretudo os iletrados. (B) e ainda assim iletrados. (C) sem falar nos iletrados. (D) inclusive os iletrados. (E) além de tudo iletrados. 480.(FCC) Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase: (A) Quem se deter por muito tempo diante de um monitor, envolver-se-á de tal modo com o mundo virtual que o sobreporá ao mundo real. (B) Os jovens se entreteram tanto com o computador que nem se deram conta das horas que já haviam transcorrido. (C) Dizendo que não quer que ninguém se imisque em sua vida, o jovem tranca-se no quarto, para acessar a Internet e se pôr a navegar. (D) Sobreveio-lhe uma forte irritação, mas conteve-se e abriu a porta com calma, pedindo ao jovem que cessasse a navegação. (E) Os prejuízos que advirem do uso abusivo do computador não serão compensados pelas eventuais vantagens de que o usuário se beneficiou. Leia o texto abaixo para responder às questões 481 e 482

A palavra ética, no cotidiano brasileiro, ganhou um status paradoxal: é muito falada, muito cortejada e sinônimo de transformação da realidade, mas, na prática, parece algemada a um passado prisioneiro de

05 práticas que ferem a lei e, portanto, a própria ética. Nesse contexto há inúmeros obstáculos a vencer. Não há dúvida de que os avanços se têm sucedido. E o balanço do debate em torno da ética nos negócios, na política, no dia-a-dia do cidadão demonstra: a agulha

10 magnética da defesa da ética tem se movido em ritmo ascendente, num mutirão dos mais construtivos. Embora o percurso a vencer seja acidentado e longo, não há dúvida de que a perplexidade, de natureza passiva, irá ceder lugar, mais rapidamente do que se

15 possa imaginar, à força da ação; esta, sim, a chave para fazer da ética no país um valor permanente e de natureza coletiva.

481.(ESAF) De acordo com o desenvolvimento da argumentação, assinale a opção que não está incluída na situação referida pela expressão ―Nesse contexto‖ (l.6). a) Práticas que ferem a lei, contrárias a uma transformação ética da realidade social. b) Atuação coerente da ética na sociedade, como valor permanente e de natureza coletiva. c) Contradição entre o uso freqüente de uma palavra e as práticas que não correspondem ao seu significado. d) Mutirão dos mais construtivos no debate sobre a implantação de uma ética de valor permanente na sociedade.

Page 129: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

129

e) Apesar dos obstáculos, avanços em torno da ética em vários campos: nos negócios, na política, no dia-a-dia do cidadão. 482.(ESAF) Considerando o desenvolvimento das idéias do texto, assinale a opção incorreta a respeito do uso dos sinais de pontuação no texto. a) O sinal de dois pontos na linha 2 introduz um esclarecimento sobre o que foi anunciado como ―status paradoxal‖. b) A substituição da vírgula que separa a oração iniciada por ―mas‖ (l.3) de sua oração coordenada anterior pelo sinal de ponto e vírgula teria a vantagem de separar orações em um período que já tem alguns termos intercalados, demarcados por vírgulas. c) Desconsiderando os ajustes na letra maiúscula, o emprego da conjunção coordenativa iniciada por ―E o balanço‖(l.7e 8) indica que o ponto que a antecede poderia ser omitido ou substituído por vírgula sem que isso resultasse em erro gramatical ou incoerência textual. d) O emprego da vírgula depois de ―ascendente‖(l.11) introduz uma expressão adverbial; por isso é obrigatório e sua omissão resultaria em erro gramatical. e) A oração que se segue ao sinal de ponto e vírgula à linha 15 constitui uma afirmação enfática, de acordo com a argumentação do texto, e por isso esse sinal poderia ser substituído pelo travessão simples, para destacar o final do enunciado. 483.(ESAF) Assinale a opção gramaticalmente correta que dá continuidade coerente e coesa ao seguinte texto: O recente anúncio do IBGE da melhora da distribuição de renda no país trouxe uma armadilha pouco percebida pela classe média. Embora o Brasil tenha crescido nos últimos anos e gerado milhões de empregos com carteira assinada, as remunerações típicas da classe média não evoluíram. Ou pior, caíram. O avanço da educação nos últimos anos é chave para entender o problema: há muito mais gente qualificada disputando as mesmas vagas – e muitas dessas vagas encontram-se em extinção.

(ÉPOCA NEGÓCIOS, 12 de dezembro de 2005, com adaptações)

a) As pesquisas revelaram que os brasileiros mais pobres ganharam algum alento, especialmente com o aumento do número de programas sociais. Embora pouco, sua renda melhorou. Já os mais ricos nem sequer aparecem no estudo. Quem perdeu mesmo foi a classe média. b) Por isso, em dez anos o ganho médio dos trabalhadores de classe média decresceu 19,4%. Por outro lado, as despesas aumentaram com o peso dos impostos na renda nacional de 20% desde o Plano Real. Só as tarifas públicas tiveram um aumento de 290%. c) Nesse contexto, seu mercado de trabalho ficou mais competitivo, seja por que o País cresce pouco e gera poucos empregos, seja por que as universidades estão formando mais; o resultado é a queda na renda, especialmente entre as categorias, típicas do meio da escada social. d) Apesar de os critérios de renda sempre gerem controvérsias, para os institutos de pesquisa uma família que ganha R$ 3.000,00 pode ser considerada de classe média; posto que uma renda familiar desse porte não garante a uma família – sobretudo se ela for grande – o padrão típico de consumo da classe média. e) Ainda assim, ela perdeu espaço no mercado de trabalho, viu seu salário encolher e as despesas aumentar. Concorre com cada vez mais gente qualificada pelas mesmas vagas e está endividada para manter o padrão de vida do passado. Leia o seguinte texto para responder às questões 484 e 485

―O mundo é plano‖, livro do jornalista Thomas Friedman, mostra que há uma nova globalização por aí. Ela achatou o planeta e explodiu as noções de distância, tempo e trabalho. Recriou a China e a Índia.

05 Ao contrário da globalização financeira dos anos 90, nessa há lugar para brasileiros. Na primeira, ganhava quem tinha dinheiro. Agora, pode ganhar quem tem educação, quer aprender mais e acredita no seu trabalho.

10 É nessa hora que se abre espaço para Pindorama. Se os jovens brasileiros começarem a brigar por mais

Page 130: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

130

computadores em suas casas, escolas e trabalho, a brincadeira terá começado. O livro não arruma empregos para seus leitores, mas

15 ensina como eles acabam, onde reaparecem e como reaparecem.

(Elio Gaspari, Um livro muito bom: “O mundo é plano”, Folha de São Paulo, 18 de dezembro de 2005, com adaptações)

484.(ESAF) A expressão figurada do título do livro mencionado está diretamente associada à idéia de que a) a globalização alterou as noções de distância, tempo e trabalho. b) os brasileiros aprenderam a planejar melhor seu mercado de trabalho. c) os empregos surgem, desaparecem e reaparecem com grande rapidez. d) os espaços dos países emergentes são mais bem aproveitados na economia mundial. e) a educação tornou-se tão importante quanto o trabalho na busca pelo sucesso. 485.(ESAF) Assinale a opção em que o primeiro termo retoma, no texto, o segundo termo mencionado. a) ―nessa‖ (l.6) ―globalização financeira dos anos 90‖ (l.5) b) ―primeira‖ (l.6) ―nova globalização‖ (l.2) c) ―nessa hora‖ (l.10) ―Agora‖ (l.7) d) ―Pindorama‖ (l.10) ―livro do jornalista Thomas Friedman‖ (l.1 e 2) e) ―eles‖ (l.15) ―leitores‖ (l .14) Leia o seguinte texto para responder às questões 486 e 488 Quando surgiu a preocupação ética no homem? Em que momento da sua história sentiu o ser humano necessidade de estabelecer regras definindo o certo e o errado? Essas indagações, possivelmente existentes desde que o homem começou a pensar, têm ocupado o tempo e o esforço de reflexão dos filósofos ao longo dos séculos. O fato é que, desde seus primórdios, as coletividades humanas não apenas pactuaram normas de convivência social, mas também foram corporificando um conjunto de conceitos e princípios orientadores da conduta no que tange ao campo ético-moral. Esta necessidade ética, sinalizando parâmetros de comportamento em todas as esferas da atividade humana, naturalmente tinha que alcançar o exercício das profissões.

(Adaptado de Ivan de Araújo Moura Fé, Desafios éticos - prefácio)

486.(ESAF) Analise as seguintes inferências: I. O homem tem preocupação ética desde o início da história e, possivelmente, desde que começa a pensar. II. Filósofos têm se dedicado a refletir sobre as regras que definem o certo e o errado ao longo dos séculos. III. Profissões são resultados de conjuntos de conceitos e princípios norteadores de conduta. A argumentação do texto permite a) todas as inferências. b) apenas a inferência I. c) apenas a inferência II. d) apenas as inferências I e II. e) apenas as inferências II e III. 487.(ESAF) Trechos destacados do texto foram reescritos na voz passiva. Assinale aquele em que essa transformação não respeita as regras gramaticais ou os sentidos do texto original. a) Em que momento da sua história sentiu o ser humano necessidade de estabelecer regras? Em que momento de sua história foi sentida pelo ser humano a necessidade de estabelecer regras? b) Essas indagações têm ocupado o tempo e o esforço de reflexão dos filósofos ao longo dos séculos. Ao longo dos séculos, o tempo e o esforço de reflexão dos filósofos têm sido ocupados por essas indagações. c) Desde seus primórdios, as coletividades humanas não apenas pactuaram normas de convivência social. Não apenas desde seus primórdios, normas de convivência social foram pactuadas pelas coletividades humanas.

Page 131: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

131

d) Foram corporificando um conjunto de conceitos e princípios orientadores da conduta no que tange ao campo ético-moral. Um conjunto de conceitos e princípios orientadores da conduta, no que tange ao campo ético-moral, foram sendo corporificados. e) Esta necessidade ética naturalmente tinha que alcançar o exercício das profissões. Naturalmente, o exercício das profissões tinha que ser alcançado por esta necessidade ética. 488.(ESAF) Assinale a opção em que uma das duas alternativas propostas não preenche as lacunas do texto de maneira correta e textualmente coerente. É preciso entender ___(a)___ a cultura, mesmo quando ___(b)___ restritamente ao âmbito das artes, não é simplesmente um campo passivo ___(c)___ forças sociais interagem, um mero reflexo de uma realidade social ou mesmo uma área sagrada ___(d)___ as empresas simplesmente se aproveitam em nome de benefícios fiscais e mercadológicos. ___(e)___ no desenvolvimento do mercado da cultura não só diferentes formas e valores de troca, mas também a diferenciação da própria produção artística segundo novas formas de comercialização da arte.

(Adaptado de Valéria Oliveira e Adriana Casali, Cultura, relações públicas e ética – uma visão crítica)

a) que / de que b) referindo-se / se refira c) onde / em que d) da qual / de que e) Identificam-se / São identificadas 489.(ESAF) Os seguintes fragmentos foram adaptados do texto Opinião alheia não interessa, de Márcia De Luca, (Revista GOL, novembro de 2005). Assinale a ordem em que devem ser escritos para que componham um parágrafo coerente e coeso. ( ) Como isso não acontece, o ego sofre; egos inflados dependem de uma constante entrada de mais ar para se manterem assim, ou começam a esvaziar. ( ) Mas, se exagerada, torna-se um sentimento nocivo e uma porta aberta para o sofrimento. ( ) Para todo ser humano, a auto-estima é um valor fundamental. ( ) Isso porque quem endeusa a si próprio espera que os demais o tratem de forma condizente, ou seja, ―reconhecendo-o‖ como ―ser superior‖. ( ) Assim, quem tem certeza do que é e do que pode, não precisa de ninguém para confirmar isso. A ordem obtida é a) 3 - 5 - 1 - 4 - 2 b) 4 - 3 - 1 - 5 - 2 c) 4 - 2 - 1 - 3 - 5 d) 5 - 4 - 3 - 2 - 1 e) 5 - 3 - 2 - 4 - 1 490.(ESAF) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo. O reconhecimento _________ trabalho é um elemento ______ integra a vida dos jovens no Brasil pouco ajuda para a compreensão das relações entre esse mundo e a configuração da identidade. Ou seja, a sociabilidade tecida pela mediação dos vínculos com o mundo do trabalho, extremamente diversificado, pleno de situações de instabilidade, tende _________ menor força na conformação da identidade do jovem. Tanto a fluidez, a precariedade e a indefinição das relações de trabalho no Brasil, ________ os seus possíveis efeitos na auto-imagem do trabalhador podem contribuir para o enfraquecimento do ―orgulho pelo trabalho‖, _________o ―orgulho do provedor‖.

(Marília P. Sposito, A sociabilidade juvenil e a rua: novos conflitos e ação coletiva na cidade (com adaptações) Tempo

social, 165)

a) que – no qual – à – com – produzindo b) que o – em que – a exercer – quanto – ao produzir c) do – que – em – como – produz d) de que o – que – a exercer – como – produzindo e) de que – o qual – à – com – produzir

Page 132: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

132

491.(ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de natureza semântica. Durante cem anos, o eixo da economia mundial repousou sobre o Atlântico Norte, que conecta os Estados Unidos à Europa Ocidental. Há duas décadas, esse eixo deslocou-se(1) para a bacia do Pacífico, puxado pela expansão industrial asiática. Os pilares sob(2) os quais se(3) apóia o novo eixo são os Estados Unidos e o Japão. A parceria entre as duas potências econômicas evoluiu no sentido da assimetria e do desequilíbrio. Essa(4) é a fonte da crise que atualmente as(5) assombra.

(Adaptado de Demétrio Magnoli, José Arbex e Nelson Bacic Olic, Panorama do Mundo 2, São Paulo: Scipione, p. 25)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 492.(ESAF) Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical. Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma expressão de sua época e uma exceção a ela. b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem sempre foi percebida pelos seus contemporâneos. c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista de seu último romance, Memorial de Aires. d) O escritor não tinha ―tédio a controvérsias‖, pois, na verdade, participou dos grandes debates públicos de sua época. e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre os aspectos de sua vida examinados no livro.

(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)

493.(ESAF) Assinale a opção que apresenta truncamento sintático. a) Duas pesquisas, divulgadas nos últimos dias, mostram que as políticas sociais e de combate à fome implementadas pelo governo federal começam a apresentar resultados concretos na melhoria das condições de vida do povo brasileiro. b) Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, intitulado ―Miséria em Queda‖, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, confirmando que a miséria no Brasil caiu em 2004, e atingiu o nível mais baixo desde 1992. c) O número de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza passou de 27,26% da população, em 2003, para 25,08% em 2004. Em 1992, esse percentual era de 35,87%. d) É considerado abaixo da linha da pobreza quem pertence a uma família com renda inferior a R$ 115 mensais, valor considerado o mínimo para garantir a alimentação de uma família. O estudo da FGV mostrou que o índice de miséria no Brasil caiu 8% de 2003 para 2004, deixando o país com a menor proporção de miseráveis desde 1992. e) A redução da taxa foi fortemente influenciada pela queda na distância entre os ricos e pobres no Brasil, registrada em três anos consecutivos. Somente em 2004, a desigualdade caiu duas vezes mais do que no ano anterior.

(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência

da República, n. 379, Brasília, 30 de novembro de 2005)

494.(ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra.

Page 133: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

133

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou que(1) a renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma trajetória(2) de queda que acontecia desde 1997, e que houve(3) diminuição do grau de concentração da renda do trabalho. Enquanto a metade da população ocupada que(4) recebe os menores rendimentos teve ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendimentos maiores, teve perda de 0,6%. Os resultados da PNAD mostraram, também, que o Brasil melhorou em ítens(5) como número de trabalhadores ocupados, participação das mulheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das condições de vida.

(Trechos adaptados de Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência

da República, n. 379, Brasília, 30 de novembro de 2005)

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 495.(ESAF) Assinale a justificativa incorreta para o emprego do sinal de pontuação. Desde 1993,(1) houve a apreensão de 582 mil m3 de madeira em tora. O Ibama emitiu multas no valor de R$ 1,8 bilhão, 241 pessoas envolvidas em ações ilegais foram presas (63 delas servidores públicos e 178 empresários madeireiros, despachantes e contadores). O governo confiscou 26 tratores,(2) 54 caminhões e 59 motosserras. Para manter e aprofundar resultados na luta contra o desmatamento,(3) o governo luta pela aprovação do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas,(4) que tramita há nove meses no Congresso. O Projeto permitirá ao governo implantar Distritos Florestais para estímulo de manejo sustentável de produtos e serviços da floresta. O primeiro deles já tem endereço certo:(5) a região da BR-163 (16 milhões de hectares - 5 milhões destinados ao manejo e produção de 4,1 a 6,7 milhões de m3 de toras, com geração de 100 mil empregos diretos).

(Rubens Amadori - Ibama)

a) 1 - para separar adjunto adverbial anteposto. b) 2 - para separar elementos que compõem uma enumeração. c) 3 - para separar oração subordinada adverbial anteposta à principal. d) 4 - para isolar oração subordinada adjetiva explicativa. e) 5 - para indicar uma citação de outra voz. 496.(ESAF) Assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto. O principal problema brasileiro, que consiste na retomada da confiança para possibilitar o crescimento, só terá solução possível a partir do momento em que houver um quadro favorável a uma redução substancial dos juros básicos da economia. Para isso, as reformas tributária e previdenciária são pré-condições estratégicas. A tributária é fundamental para desonerar a indústria e elevar o poder aquisitivo dos salários, proporcionando escala e competitividade que ajudarão na substituição das importações e no crescimento consistente dos saldos positivos na balança-comercial. A previdenciária é imperiosa para construir um sistema auto-sustentável de seguridade social, que concomitantemente invista um grande volume de poupança em projetos produtivos de longo prazo.

(Emerson Kapaz, “Para reverter o pessimismo, Folha de S.Paulo, 31/07/2002)

a) Os juros básicos da economia, se reduzidos, impulsionariam as reformas tributária e previdenciária. b) Um sistema auto-sustentável de seguridade social traria as condições para que o crescimento permita a redução dos juros. c) A retomada da confiança para possibilitar o crescimento contribui para promover a elevação dos salários. d) Com a desoneração da indústria e com a elevação dos salários, há condições estratégicas para a reforma tributária e para investimentos em projetos produtivos de longo prazo. e) As reformas tributária e previdenciária são o passo prévio para favorecer a redução dos juros básicos da economia, e, conseqüentemente, a retomada da confiança para que haja crescimento. 497.(ESAF) Para que o texto abaixo apresente coesão, coerência de idéias e progressão temática, é necessária a inserção de dois dos trechos nomeados a seguir como (A), (B) e (C) nos espaços [*] e [**]. Metade dos postos de trabalho com carteira assinada já é preenchida por profissionais que têm, no mínimo, o ensino médio. Para os cargos mais altos, as exigências estão aumentando. [*]

Page 134: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

134

Os trabalhadores permanecem em emprego menos qualificado durante o período em que estão estudando e, depois de formados, sentem-se preparados para tentar um posto mais elevado. Essa nova leva de trabalhadores já é conhecida como a ―geração do canudo‖. Educar a força de trabalho constitui um dos maiores desafios de qualquer país e era uma grande trava ao desenvolvimento do Brasil. [**] A compensação pode ser confirmada nos contracheques. Em valores reais, o salário dos executivos triplicou nas últimas décadas.

(VEJA ESPECIAL, maio de 2002, com adaptações)

A. Tanto que a qualificação para as funções de alta gerência e de diretoria requer dezessete anos de estudo,

dois a mais do que era requisitado dos diretores de empresas brasileiras no passado. B. Por isso, com o desenvolvimento da economia, o que vai diferençar as pessoas, seja os operários

controlando máquinas pesadas, seja os altos executivos dirigindo multinacionais, é o investimento na prática que neutraliza as lacunas da graduação.

C. Nos anos 80, a mão-de-obra tinha, em média, três anos de estudo. Atualmente os trabalhadores brasileiros

estudam cerca de cinco anos. Continuam entre os menos instruídos e os menos produtivos do mundo, mas a curva de educação é ascendente.

Deve-se inserir, respectivamente, em [*] e [**]: a) A e B b) A e C c) B e C d) B e A e) C e B 498.(ESAF) Considerando que os trechos abaixo constituem um texto retirado – com adaptações – de ÉPOCA, 17/12/2001, assinale o item que foi transcrito com erro de natureza gramatical. a) Nesta quarta-feira, o Presidente Fernando Henrique Cardoso anuncia um pacote com a política federal de cotas para negros. O pacote é composto de três medidas: b) empresas que prestam serviço ao Ministério da Justiça ficam obrigados a manter 20% de funcionários negros; para os outros ministérios, a medida é estimulada, mas não obrigatória. c) cria-se um programa especial para auxiliar os negros a seguir carreira diplomática; d) 20% dos cargos sem concurso da Administração Federal ficam reservados para negros; e) Há razões para que as medidas sejam bem recebidas. Elas certamente abrirão espaço para que o Brasil debata uma questão necessária. 499.(ESAF) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os e assinale, entre as opções abaixo, a seqüência que recompõe o texto, com coesão e coerência. ( ) Por este sistema, chamado de Emissão de Cupom Fiscal (ECF), o cliente recebe a nota fiscal imediatamente e, ao mesmo tempo, o aparelho mantém em seus arquivos os valores das compras, que são informados posteriormente aos órgãos responsáveis pela arrecadação nos estados. ( ) Além disso, reduz a burocracia que existe atualmente para que os estados tenham acesso a essas informações. Os dados serão mantidos em meio eletrônico pelas administrações estaduais e compartilhados com a Receita Federal em uma rede interna. ( ) Por determinação das secretarias de Fazenda dos estados, lojas de todo o país estão instalando máquinas que já emitem o boleto do cartão em uma fatura com efeito de nota fiscal. ( ) Para a fiscalização da Receita, a vantagem será contar com mais subsídios para fazer o cruzamento de dados das empresas e dos contribuintes. O Fisco terá acesso às informações declaradas pelos contribuintes, pelas administradoras de cartão e pelo comércio no Imposto de Renda. ( ) Essa modernização do sistema de arrecadação do ICMS estadual reduz ainda a antiga preocupação com a emissão de notas fiscais falsas por parte das empresas, porque a mesma nota que está sendo emitida para o cliente já tem valor fiscal.

(Adaptado de ―Sistema eletrônico para facilitar a arrecadação‖, Vivian Oswald, O Globo, 29/07/2002)

Page 135: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

135

a) 1, 4, 5, 3, 2 b) 2, 5, 4, 3, 1 c) 2, 4, 1, 5, 3 d) 3, 5, 4, 2, 1 e) 5, 1, 4, 2, 3 500.(ESAF) Assinale o trecho em que a redação proposta apresenta problema de sintaxe. a) Ao contrário do Canadá, da Austrália ou da Nova Zelândia, o Brasil e os novos estados latino-americanos não eram domínios anglo-saxões, mas, apesar de sua independência política, nasceram e se mantiveram como periferia econômico-financeira e apêndice político da Inglaterra, pelo menos até a crise de 1930. b) O Brasil e os novos estados latino-americanos, apesar de sua independência política, nasceram e se mantiveram como periferia econômico-financeira e apêndice político da Inglaterra, pelo menos até a crise de 1930, embora não fossem domínios anglo-saxões, como eram o Canadá, a Austrália ou a Nova Zelândia. c) Os novos estados latino-americanos e o Brasil não eram domínios anglo-saxões, como eram o Canadá, a Austrália ou a Nova Zelândia, cujos, apesar de sua independência política, nasceram e se mantiveram como periferia econômico-financeira e apêndice político da Inglaterra, pelo menos até a crise de 1930. d) Apesar de sua independência política, o Brasil e os novos estados latino-americanos, que não eram domínios anglo-saxões, como eram o Canadá, a Austrália ou a Nova Zelândia, nasceram e se mantiveram como periferia econômico-financeira e apêndice político da Inglaterra, pelo menos até a crise de 1930. e) O Brasil e os novos estados latino-americanos – que não eram domínios anglo-saxões, como eram o Canadá, a Austrália ou a Nova Zelândia – nasceram e se mantiveram, pelo menos até a crise de 1930, apesar de sua independência política, como periferia econômico-financeira e apêndice político da Inglaterra.

(Adaptado de José Luís Fiori ,“O Brasil no mundo: o debate da política externa”)

Atenção: As questões de números 501 a 515 referem-se ao texto seguinte.

Vocações Na época do vestibular, minha sobrinha resolveu optar pelo curso de Enfermagem. – Por que não

Medicina? – foi a infalível pergunta de muitos parentes e amigos. Moça paciente, explicou que não queria ser médica, queria ser enfermeira. Formou-se com brilho, fez proveitoso e bem sucedido estágio e hoje trabalha em um grande hospital de São Paulo. Mas ainda tem, vez ou outra, de explicar por que não preferiu ser médica.

Muita gente não leva a sério essa tal de vocação. Ela levou. Poderia ter entrado, sim, no curso de Medicina: sua pontuação no vestibular deixou isso claro. Mas alguma coisa dentro dela deve ter-lhe dito: serei uma ótima enfermeira. E assim foi. Confesso que a admiro por ter seguido essa voz interior que nos chama para este caminho, e não para aquele. Poucas pessoas têm tal discernimento quanto ao que efetivamente querem ser. Em geral são desviadas dessa voz porque acabam cumprindo expectativas já prontas, mais convencionais. Calculam as vantagens, pecuniárias ou relativas ao status, fazem contas, avaliam “objetivamente” as opções e acabam decidindo pelo que parece ser o mais óbvio. Mas se esquecem, justamente, da mais óbvia pergunta: _ Serei feliz? É exatamente isso o que eu quero? Da falta desse fecundo momento de interrogação saem os profissionais burocráticos, sonolentos em seu ofício, vagamente conformados, que passam a levar a vida, em vez de vivê-la.

Em meu último encontro com a sobrinha pude ver que ela está feliz. Faz exatamente o que gosta, leva a sério uma das mais exigentes profissões do mundo e se realiza a cada dia com ela. E vejam que atua numa especialidade das mais penosas: oncologia infantil. Desde seu estágio, envolveu-se com seus pequenos pacientes, por quem tem grande carinho. Tenho certeza de que eles encontram nela mais do que o apoio da profissional competente; vêem-na, certamente, como aquela irmã mais velha e indispensável nas horas difíceis.

Quando nossa vocação real é atendida, o trabalho não enfada, não pesa como uma maldição. Cansativo que seja, sentimos que estamos no ofício que é nosso, que nos ocupamos com algo que nos diz respeito e que, em larga medida, nos define como sujeitos. Não é pouco; é quase tudo. É o que parece dizer o olhar franco, aberto e feliz dessa jovem enfermeira. Ela não trabalha “para” atingir algum objetivo, não trabalha “para” viver, “para” ganhar a vida. Trabalhando, ela já “é”. E isso não é invejável?

(Valentino Rodrigues)

Page 136: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

136

501.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Um dos entraves à realização plena de uma vocação está (A) no enfado que costuma advir dos trabalhos desmotivados. (B) no convencionalismo que rege os critérios de escolha. (C) na importância que conferimos à nossa realização como sujeitos. (D) no descaso que demonstramos em relação às vantagens materiais. (E) no atendimento do que identificamos como nossa voz interior. 502.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Atente para as seguintes afirmações: I. O caso da sobrinha do autor é um exemplo da falta desse fecundo momento de interrogação. II. Depreende-se do texto que a negligência quanto à vocação autêntica nasce do fato de que as pessoas passam a levar a vida, em vez de vivê-la. III. No trabalho vocacionado, a preocupação com metas a serem alcançadas dá lugar à plena realização da vivência cotidiana. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 503. (FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Na frase Cansativo que seja, sentimos que estamos no ofício que é nosso, o sentido do segmento sublinhado equivale ao da expressão (A) desde que estejamos cansados. (B) pelo fato de ser cansativo. (C) a menos que seja cansativo. (D) ainda que nos canse. (E) à medida em que seja cansativo. 504. (FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão do texto em: (A) foi a infalível pergunta (1º parágrafo) foi o singular questionamento. (B) Poucas pessoas têm tal discernimento (2º parágrafo) pouca gente deixa de assim deduzir. (C) Da falta desse fecundo momento de interrogação (2º parágrafo) na ausência fecunda de tal perplexidade. (D) com algo que nos diz respeito (4º parágrafo) pela respeitabilidade que evoca. (E) Trabalhando, ela já “é ” (4º parágrafo) já realiza seu ser quando trabalha. 505. (FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase: (A) Se nenhum desses profissionais da saúde resolvesse optar pela oncologia infantil, de quem esperariam algum amparo os pequenos pacientes? (B) Caso não se considere os impulsos da verdadeira vocação, não se satisfaz nem mesmo os pequenos prazeres, impedidos pela escolha infeliz. (C) Do fato de se envolverem afetivamente com seus pequenos pacientes não resultam que os profissionais da enfermagem sejam menos objetivos. (D) O que define ou não os profissionais como sujeitos revelam-se já nos critérios de que se valem no momento de escolherem sua profissão. (E) Não falta, nessa crônica de um tio visivelmente orgulhoso, razões efetivas para que se rejubile com os caminhos que vem sendo trilhados pela sobrinha. 506. (FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Transpondo-se para a voz passiva a frase leva a sério uma das mais exigentes profissões do mundo, a forma verbal resultante será (A) tem sido levado a sério. (B) tem levado a sério. (C) são levadas a sério.

Page 137: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

137

(D) é levada a sério. (E) será levada a sério. 507.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Deve-se entender, no contexto do último parágrafo, que as frases Ela não trabalha “para” atingir algum objetivo e não trabalha “para” viver sustentam a argumentação de que o sentido do trabalho da sobrinha (A) prende-se a inúmeras finalidades. (B) justifica-se em si mesmo. (C) é buscado sem muito critério. (D) não tem finalidade definida. (E) é valorizado como improvisação. 508.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Desde seu estágio, envolveu-se com seus pequenos pacientes, por quem tem grande carinho. Estará formalmente correta a nova redação da frase acima, no caso de se substituírem os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) vem-se dedicando por - a quem tem muita atenção. (B) esteve próxima de - de quem tem muita dedicação. (C) demonstra zelo a - de cujos trata com carinho. (D) tem tido apego para - a cujos dedica muito afeto. (E) vem assistindo - com os quais é muito carinhosa. 509.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Se fazemos exatamente o que queremos, nosso trabalho não é penoso: a cada momento vemos nele nossa realização. Manter-se-á correta a articulação entre os tempos verbais da frase acima caso se substituam os elementos sublinhados, na ordem dada, por (A) fizermos - será - veremos (B) fizéssemos - será - teremos visto (C) fazíamos - era - virmos (D) fizermos - fora - víramos (E) fizéssemos - era - tínhamos visto 510.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase: (A) Ao encontrar-se, o autor, pela última vez com sua sobrinha pôde constatar: que ela estava feliz. (B) Caso as pessoas como costuma ocorrer, não calculassem tanto as vantagens ―exteriores‖ do trabalho, poderiam fazer opções, segundo critérios mais justificáveis. (C) Embora tenha optado por uma especialidade penosa, que é a oncologia infantil, a sobrinha não manifesta, de modo algum, qualquer desprazer no que faz. (D) Com muita freqüência a sobrinha tem que justificar, por que escolheu a Enfermagem quando poderia ter optado, pela Medicina. (E) Para os pequenos pacientes, aquela jovem enfermeira, parece de fato, mais uma irmã mais velha, do que simplesmente uma profissional da área da saúde. 511.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Considerando-se o contexto, verifica-se uma relação de causa (I) e conseqüência (II) entre os seguintes segmentos: (A) Muita gente não leva a sério essa tal de vocação. (I) / Ela levou. (II) (B) Confesso que a admiro (I) / por ter seguido essa voz interior... (II) (C) Em geral são desviadas dessa voz (I) / porque acabam cumprindo expectativas já prontas... (II) (D) Da falta desse fecundo momento de interrogação (I) / saem os profissionais burocráticos... (II) (E) (...) envolveu-se com seus pequenos pacientes (I), / por quem tem grande carinho. (II) 512.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Para preencher corretamente a lacuna, o verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural na frase (A) Em geral não se ...... (desconfiar) das razões que levam à escolha de uma profissão, na época do vestibular.

Page 138: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

138

(B) É preciso que não se ...... (ouvir), na escolha de uma profissão, quaisquer outras vozes que não sejam as da real vocação. (C) Quando o que ........ (indicar) nossos caminhos são os apelos da voz interior, a escolha profissional não é aleatória. (D) ...... (poder) haver muitas razões para que se escolha uma profissão, mas nenhuma delas é mais forte que a da voz interior. (E) Muitas pessoas, achando que não lhes ...... (bastar) ouvir os apelos da vocação, valorizam as vantagens pecuniárias de uma profissão. 513.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Estão corretos o emprego e a flexão das formas verbais na frase: (A) Considerem-se compensações adicionais as vantagens que advierem do exercício de uma profissão na qual de fato se realize uma vocação. (B) Muitas decepções acabam por se infligir quem opta por uma profissão que não inclue o prazer do atendimento a uma vocação. (C) Os obstáculos que se interporem entre o indivíduo e sua realização profissional proverão do desajuste entre a vocação e a escolha. (D) Se alguém vir a refletir e conter as ambições mais materiais, será capaz de ouvir e atender aos apelos de sua vocação. (E) Muita gente continuará escolhendo uma profissão que, em vez de lhe convier como vocação, parece-lhe mais rendosa ou prestigiosa. 514.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Muitos que se queixam do enfado no trabalho, parecem ter se esquecido que levaram em conta, na escolha da profissão, atrativos que não eram os vocacionados. (B) Não é que nos falta apenas discernimento, pois ocorre que na hora de se escolher uma profissão, somos levados no entanto por vantagens ilusórias. (C) Senão fizéssemos tanta questão das vantagens materiais, nossa escolha profissional possivelmente seria diferente, conquanto ouvisse sua vocação real. (D) Não se sabe porque tanta gente mostra mais preferência pela Medicina do que pela Enfermagem, embora esta de fato possa ser menos rendosa que àquela. (E) O autor está certo de que sua sobrinha poderia, se quisesse, ter seguido a carreira da Medicina, dado que ela obteve uma alta pontuação no vestibular. 515.(FCC – TRE/SP – Anal. Jud. - Enfermagem) Somos muito jovens quando escolhemos nossa profissão, por isso é difícil que, ao eleger a nossa profissão, sejamos capazes de avaliar a nossa profissão como uma escolha que resulte da nossa autêntica vocação. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os segmentos sublinhados, respectivamente, por (A) eleger-lhe - avaliar-lhe (B) a eleger - lhe avaliar (C) elegê-la - avaliá-la (D) lhe eleger - a avaliar (E) elegê-la - avaliar-lhe Atenção: As questões de números 516 a 523 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

É melhor ser alegre que ser triste, já dizia Vinicius de Moraes. Sem dúvida. O poeta ia mais longe, entoando em rima e em prosa que tristeza não tem fim. Já a felicidade, sim. Até hoje, muita gente chora ao ouvir esses versos porque eles tocam num ponto nevrálgico da vida humana: os sentimentos. E quando tais sentimentos provocam algum tipo de dor, fica difícil esquecer – e ainda mais suportar. A tristeza, uma das piores sensações da nossa existência, funciona mais ou menos assim: parece bonita apenas nas músicas. Na vida real, ninguém gosta dela, ninguém a quer.

Tristeza é um sentimento que responde a estímulos internos, como recordações, memórias, vivências; ou externos, como a perda de um emprego ou de um amor. Não se trata de uma emoção, que é uma resposta imediata a um estímulo. No caso da tristeza, nosso organismo elabora e amadurece a emoção, antes de

Page 139: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

139

manifestá-la. É uma resposta natural a situações de perda ou de frustrações, em que são liberados hormônios cerebrais responsáveis por angústia, melancolia ou coração apertado.

“A tristeza é uma resposta que faz parte de nossa forma de ser e de estar no mundo. Passamos o dia flutuando entre pólos de alegria e infelicidade”, afirma o médico psiquiatra Ricardo Moreno. Se passamos o dia entre esses pólos de flutuação, é bom não levar tão a sério os comerciais de margarina em que a família é linda, perfeita, alegre e até os cachorros parecem sorrir o tempo inteiro. Vivemos uma época em que a felicidade constante é praticamente um dever de todos. É fato: ser feliz o tempo todo está virando uma obrigação a ponto de causar angústia.

Especialistas, no entanto, afirmam que estar infeliz é mais do que natural, é necessário à condição humana. A tristeza é um dos raros momentos que nos permite reflexão, uma volta para nós mesmos, uma possibilidade de nos conhecermos melhor. De saber o que queremos, do que gostamos. E somente com essa clareza de dados é que podemos buscar atividades que nos dão prazer, isto é, que nos fazem felizes. Assim como a dor e o medo, a tristeza nos ajuda a sobreviver. Sim, porque se não sentíssemos medo, poderíamos nos atirar de um penhasco. E se não tivéssemos dor, como o organismo poderia nos avisar de que algo não vai bem?

(Adaptado de Mariana Sgarioni, Emoção & Inteligência, Superinteressante, p. 18-20)

516.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Identifica-se a idéia principal do texto em: (A) Poetas convivem com sentimentos negativos, como a tristeza, porque são incapazes de perceber os momentos felizes que ocorrem normalmente no cotidiano das pessoas. (B) Felicidade corresponde a uma forma ideal de vida, por isso peças de publicidade enfatizam os momentos mais agradáveis da vida familiar. (C) Tristeza é um sentimento natural de reação a situações de frustração, sendo, portanto, inerente à condição humana. (D) Tristeza e felicidade, sentimentos permanentes da vida, são os temas preferidos de poetas e músicos, por isso utilizados atualmente por publicitários. (E) O ideal que todos devem buscar, em seu dia-a-dia, deve ser o de se sentirem constantemente alegres e felizes. 517.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A afirmativa correta, de acordo com o texto, é: (A) Vinicius de Moraes tinha toda a razão quando escreveu que tristeza não tem fim, mas a felicidade, sim. (B) Sentimentos de felicidade e de tristeza, embora sejam opostos entre si, provocam, ambos, sensação de dor nas pessoas. (C) A televisão, ao mostrar situações familiares de felicidade completa, apóia-se em descobertas recentes sobre os sentimentos humanos. (D) O choro causado pelos versos de uma música bem triste ensina as pessoas a suportarem melhor as grandes frustrações da vida real. (E) A tristeza constitui um sentimento que propicia ao ser humano maior consciência de si próprio e de seus anseios. 518.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... muita gente chora ao ouvir esses versos ... (1º parágrafo). O segmento grifado acima introduz, no contexto, a noção de (A) tempo. (B) restrição. (C) condição. (D) finalidade. (E) alternância. 519.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Considerando-se o contexto, a substituição dos segmentos grifados pelo pronome correspondente está INCORRETA somente em: (A) elabora e amadurece a emoção elabora e amadurece-a. (B) não levar tão a sério os comerciais não levá-los tão a sério. (C) a ponto de causar angústia de causá-la. (D) podemos buscar atividades buscar-lhes. (E) se não tivéssemos dor se não a tivéssemos. 520.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Se passamos o dia entre esses pólos de flutuação ... (3º parágrafo) A frase em que se emprega uma palavra acentuada pela mesma norma que justifica o acento gráfico no vocábulo grifado acima é:

Page 140: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

140

(A) A tristeza é um sentimento saudável na vida das pessoas. (B) A vida pára e perde seu significado em momentos de tristeza. (C) Com freqüência, sentimo-nos tristes, sem mesmo saber o motivo. (D) Pesquisadores apontam com segurança o caráter inconstante da felicidade. (E) Após momentos de grande felicidade podem surgir sentimentos de tristeza. 521.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A concordância está inteiramente correta na frase: (A) Ser feliz ou, pelo menos, parecer feliz, tornaram-se uma obrigação da vida moderna, tais como se observa nos comerciais divulgados na mídia. (B) Pessoas que, a exemplo dos comerciais exibidos na televisão, busca ser feliz o tempo todo sofre mais e se distancia das pequenas alegrias da vida. (C) Torna-se impossível quaisquer tentativas de só sentirmos alegria, pois sentimentos de tristeza aparece sempre como o outro lado da mesma moeda. (D) Em vários estudos, aponta-se efeitos benéficos em sentimentos negativos, como o de tristeza, para a sobrevivência da espécie humana. (E) Sentimentos de tristeza, assim como os que nos trazem alegria, fazem parte do cotidiano, pois são respostas naturais a determinadas situações vividas. 522.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase: (A) Sentir-se feliz o tempo todo, que parece ser propósito geral atualmente, pode ser visto como privilégio, mas não deve tornar-se obsessão para as pessoas. (B) A persepção das razões do sentimento de tristeza que nos atinje pode levar ao controle de sua intensidade, na tentativa de evitar sofrimento maior, além de desnecessário. (C) A tristeza é um sentimento natural que aflora, surgindo em conseqüência de alguns reveses sofridos na vida, como um desentendimento com a pessoa amada. (D) Sabe-se que artistas e intelectuais viveram o auge de sua produção em momentos de grande melancolia, especialmente os compositores de obras musicais. (E) O caráter efêmero da felicidade é explicado por especialistas como um impulso biológico que garante a perpetuação da espécie humana, agindo como instrumento de defesa. 523.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Ninguém recebe só boas notícias o dia todo. Não há como fugir do sentimento de tristeza. Entender as causas do sentimento de tristeza é importante. As frases acima articulam-se em um único período, com lógica, clareza e correção, em: (A) Por que ninguém recebe só boas notícias o dia todo, não se foge do sentimento de tristeza, conquanto é importante entender as causas dos seus sentimentos. (B) Não tendo como fugir do sentimento de tristeza, ninguém recebe só boas notícias o dia todo e mesmo que entender as causas desse é importante. (C) Se ninguém recebe só boas notícias o dia todo, temos que entender as causas do sentimento de tristeza, sendo importante, onde não há como fugir desse sentimento. (D) É importante entender as causas do sentimento de tristeza, pois não há como fugir dele, já que ninguém recebe só boas notícias o dia todo. (E) Ninguém recebe só boas notícias o dia todo, se não há como fugir do sentimento de tristeza, visto que entender as causas dele são importantes. Atenção: As questões de números 524 a 529 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Apesar da queda relativa, a Região Sudeste ainda responde por mais da metade do PIB nacional. O Estado de São Paulo apresentou a maior queda relativa nos últimos anos, mas responde por cerca de um terço da riqueza produzida no País. Historicamente baseado na agricultura e na indústria, o Sudeste está rapidamente descortinando sua vocação para os serviços.

O chamado setor terciário – que engloba o comércio, a área financeira e todos os tipos de serviços – já é majoritário nos quatro Estados da Região. Segundo o professor de economia da Universidade de São Paulo, Carlos Azzoni, a região está se sofisticando e se especializando na prestação de serviços. O Sudeste está se transformando numa referência na América Latina nas áreas de saúde, educação, tecnologia e informática. O setor financeiro mais sofisticado deve permanecer concentrado na região por longos anos.

Para o mercado de trabalho, a mudança da vocação regional significa a perda de vagas fixas e a abertura de muitas oportunidades de trabalho menos rígidas. A agricultura deverá manter sua força na Região, mas precisa investir em culturas extensivas para garantir a competitividade. A tendência será concentrar a

Page 141: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

141

produção em culturas com maior produtividade que se encaixam nesse perfil, como a cana-de-açúcar, a laranja e as flores.

Embora as facilidades logísticas desobriguem as empresas de produzir junto ao mercado, a força de consumo do Sudeste ainda cria muitas oportunidades. Alguns centros no interior de São Paulo e Minas Gerais têm força equivalente à de capitais de Estados menores. Essas cidades médias possuem, além do mercado, mão-de-obra qualificada e custos reduzidos em relação aos grandes centros. Por isso, a interiorização do desenvolvimento é uma tendência irreversível, segundo os especialistas. Outra aposta recorrente está na área de logística e distribuição, da qual as empresas dependem cada vez mais, por ser um setor que se desenvolve necessariamente junto aos grandes mercados.

(Adaptado de Karla Terra, Novo mapa do Brasil, O Estado de S. Paulo, H2, 11 de dezembro de 2005)

524.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) O texto está corretamente resumido da seguinte maneira: (A) A ausência de consumidores obriga o setor industrial a uma transformação no mercado de trabalho, para torná-lo mais flexível. (B) As distâncias entre centros produtores e os respectivos consumidores justificam a queda relativa do PIB na Região Sudeste. (C) Estados de extensão geográfica menor, em relação aos da Região Sudeste, ampliam oportunidades de trabalho, com a interiorização dos serviços. (D) A queda relativa do PIB na Região Sudeste desperta interesse mais voltado para a agricultura, com a produção de alguns itens diferenciados. (E) De base historicamente agroindustrial, o Sudeste avança pelo setor terciário, que já se tornou o mais significativo em toda a Região. 525.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) É correto afirmar, considerando-se o contexto, que a Região Sudeste (A) perdeu consideravelmente sua importância na área agroindustrial, com a interiorização do desenvolvimento econômico. (B) deve ampliar sua força de consumo no mercado interno, para escoar a produção agrícola específica e recuperar a queda do PIB. (C) representa papel de destaque na economia brasileira, com novas oportunidades de trabalho, especialmente na área de serviços. (D) sofreu queda no PIB em conseqüência do afastamento de muitas empresas, que passaram a operar à distância do mercado consumidor. (E) concentra sua economia em cidades menores, por seus custos reduzidos, o que leva à perda relativa de sua importância na economia nacional. 526.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) – que engloba o comércio, a área financeira e todos os tipos de serviços – (2º parágrafo) Os travessões delimitam, no contexto, (A) repetição enfática, no contexto, da idéia principal. (B) enumeração específica, com intenção explicativa. (C) segmento opinativo como restrição à expressão que o antecede. (D) introdução de novos dados, importantes para a clareza do contexto. (E) reprodução de opinião alheia, para embasar a afirmativa em que se insere. 527.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... da qual as empresas dependem cada vez mais ... (final do texto) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase: (A) ... a Região Sudeste ainda responde por mais da metade do PIB nacional. (B) ... já é majoritário nos quatro Estados da Região. (C) ... a mudança da vocação regional significa a perda de vagas fixas ... (D) ... a força de consumo do Sudeste ainda cria muitas oportunidades. (E) ... a interiorização do desenvolvimento é uma tendência irreversível ... 528.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... o Sudeste está descortinando sua vocação para os serviços. (final do 1º parágrafo) Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser, corretamente:

Page 142: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

142

(A) estão descortinando. (B) serão descortinados. (C) vai ser descortinada. (D) está sendo descortinada. (E) estão para ser descortinados. 529.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Há sérias questões a serem enfrentadas como custos indiretos da concentração econômica. São Paulo sofre com os congestionamentos. A violência parece não ter limites. A Região Sudeste deve confirmar sua nova vocação. As frases acima articulam-se em um único período, com lógica, clareza e correção, em: (A) Enfrentando sérias questões que faz parte dos custos indiretos da concentração econômica, São Paulo sofre com os congestionamentos, a violência parece não ter limites, e a Região Sudeste deve confirmar sua nova vocação. (B) São Paulo, que sofre com os congestionamentos, e a violência parecendo sem limites, a Região Sudeste deve confirmar sua nova vocação, tais como enfrentar sérias questões que faz parte dos custos indiretos da concentração econômica. (C) Para confirmar sua nova vocação, a Região Sudeste deve enfrentar sérias questões, custos indiretos da concentração econômica, como os congestionamentos em São Paulo e a violência, que parece não ter limites. (D) Enfrentar sérias questões fazendo parte dos custos indiretos da concentração econômica, como São Paulo que sofre com os congestionamentos e a violência parecendo não ter limites, é a Região Sudeste que deve confirmar sua nova vocação. (E) Como enfrentar sérias questões fazendo parte dos custos indiretos da concentração econômica, a Região Sudeste deve confirmar sua nova vocação, como São Paulo sofrendo com os congestionamentos e a violência sem limites. Atenção: As questões de números 530 a 535 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Durante os períodos eleitorais, muito se fala do voto como expressão do exercício de cidadania. No entanto, o conceito de cidadania não se esgota no direito de eleger e de ser eleito para compor os órgãos estatais incumbidos de elaborar, executar ou fazer cumprir as leis. Ao contrário, o conceito de cidadania, como um dos fundamentos da República, é mais que o mero exercício do direito do voto.

A cidadania compreende, além disso, o direito de apresentar projetos de lei diretamente às casas legislativas, de peticionar ou de representar aos poderes públicos. Em verdade, a cidadania exige, no Estado Democrático de Direito, que os cidadãos participem nos negócios públicos – elegendo ou sendo eleitos como representantes do povo –, principalmente intervindo no processo de elaboração e na fiscalização das leis, não apenas em defesa de interesses próprios, mas dos de toda a sociedade.

Vê-se, pois, como é conveniente que os cidadãos tenham pelo menos boas noções de processo legislativo, para saber como e quando devem nele intervir, em defesa do interesse comum. A educação, por exemplo, é assunto de interesse público, porque sempre foi não apenas a ferramenta essencial da construção da cultura e da civilização, mas o instrumento supremo da sobrevivência humana e de sua evolução. Foi ela que permitiu aos homens, cada vez mais, uma elaborada adaptação ao meio ambiente, ao longo de incontáveis eras. Foi e continua sendo o grande diferencial na história evolutiva da humanidade.

Por sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País, a educação é apresentada como prioridade nos diferentes programas de candidatos a cargos executivos e legislativos.

(Adaptado de Cláudio Fonseca, Jornal dos Professores, CPP, p. 7, julho de 2006)

530.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A idéia central do texto consiste na discussão de (A) normas legais, especialmente em relação ao exercício do direito do voto, que compete aos cidadãos. (B) determinados princípios democráticos a que todos devem submeter-se, especialmente nos períodos eleitorais. (C) como os candidatos a cargos executivos e legislativos devem participar efetivamente da ordem democrática.

Page 143: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

143

(D) um conceito mais amplo de cidadania e das condições para exercê-la de uma forma eficaz e participativa. (E) uma educação pública de qualidade, como programa básico de diferentes candidatos a cargos eletivos. 531.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Considere as afirmativas abaixo: I. O conceito de cidadania engloba participação ativa nos negócios públicos e ultrapassa o simples ato de votar nos dias de eleição. II. A escolha dos candidatos a cargos públicos, especialmente os que envolvem função legislativa, deve valorizar aqueles que se preocupam prioritariamente com a educação pública. III. A evolução da humanidade só foi coroada de êxito a partir da definição e da aceitação de um conceito comum de educação. Considerando-se o contexto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 532.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A cidadania compreende, além disso, o direito de apresentar projetos de lei ... (início do 2º parágrafo) A expressão pronominal grifada acima evita a repetição, no contexto, do segmento: (A) dos períodos eleitorais. (B) do conceito de cidadania. (C) do mero exercício do direito do voto. (D) do respeito aos princípios democráticos. (E) da expressão da vontade geral. 533.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Por sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País, a educação é apresentada como prioridade... (último parágrafo) Iniciando-se o período acima por A educação é apresentada como prioridade o segmento grifado terá o mesmo sentido original, com outras palavras, em (A) devido à sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País. (B) conquanto seja reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País. (C) embora seja reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País. (D) para que fosse reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País. (E) caso seja reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País. 534.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... que os cidadãos participem nos negócios públicos... (2º parágrafo) O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o do grifado acima está na frase: (A) ... às quais todos se submetem ... (B) ... que os cidadãos tenham pelo menos boas noções de processo legislativo ... (C) ... como e quando devem nele intervir ... (D) ... que permitiu aos homens, cada vez mais, uma elaborada adaptação ao meio ambiente ... (E) ... e continua sendo o grande diferencial na história evolutiva da humanidade. 535.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) No entanto, o conceito de cidadania não se esgota no direito de eleger e de ser eleito para compor os órgãos estatais incumbidos de elaborar, executar ou fazer cumprir as leis. A frase que reproduz corretamente, em outras palavras, o sentido original do segmento transcrito acima é: (A) Entretanto, como no conceito de cidadania, ele se esgota no direito de eleger e de ser eleito para os órgãos do Estado que vão elaborar, executar as leis ou fazer que se cumpra. (B) O conceito de cidadania restringe-se ao direito de votar, no entanto, e de ser eleito aos órgãos que se incumbiu de elaborar, executar ou cumprir as leis como se deve.

Page 144: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

144

(C) No entanto, porém, o conceito de cidadania deve esgotar-se não no direito dos órgãos estatais de eleger e de ser eleito para compô-las, incumbidos de elaborar, executar ou fazer cumprir as leis. (D) Cidadania é um conceito que se limita, no entanto, ao direito de eleger e de ser eleito para ser incumbido não só de elaborar, executar ou fazer cumprir as leis, em órgãos estatais. (E) O conceito de cidadania, porém, abrange mais do que o direito de votar e de fazer parte dos órgãos do Estado aos quais compete criar, executar ou fiscalizar o cumprimento das leis. Atenção: As questões de números 536 a 545 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Na primeira metade do século XIX, as ferrovias surgiam como o meio quase mágico que permitiria transpor enormes distâncias com rapidez e grande capacidade de carga, atravessando qualquer tipo de terreno. No Brasil, onde a era ferroviária se iniciou em 1854, algumas vozes apontaram o descompasso que tenderia a se verificar entre as modestas dimensões da economia nacional e os grandes investimentos requeridos para as construções ferroviárias. Mas pontos de vista como esse foram vencidos pela fascinação exercida pelo trem de ferro e pela fé em seu poder de transformar a realidade.

De um ponto de vista econômico, não seria propriamente incorreto dizer que a experiência ferroviária no Brasil não passou de um relativo fracasso – que se traduziria, hoje, no predomínio das rodovias, ao contrário do ocorrido em outros países de grandes dimensões. De acordo com supostas explicações, o triunfo das rodovias no Brasil teria sido obtido graças a um complô que envolveria governos e grandes empresas petrolíferas e automobilísticas. Mas a verdade é que, além de outras deficiências estruturais, o setor ferroviário nacional nunca chegou a formar uma autêntica rede cobrindo todo o território. Como a economia dependia da agroexportação, o problema consistia simplesmente em ligar as regiões produtoras aos portos marítimos.

A partir dos anos 30, quando se colocou o desafio da efetiva integração econômica do país como parte do processo de expansão do mercado interno, os transportes rodoviários _ mais ágeis, necessitando de uma infra-estrutura muito menor que a das vias férreas – demonstraram uma flexibilidade que o trem não tinha como acompanhar. Isso não significa que as ferrovias não tenham desempenhado um importante papel econômico no país. Elas foram fundamentais no período dominado pela agroexportação e continuaram a ser importantes também no contexto da industrialização acelerada.

Mas as estradas de ferro não podem ser analisadas apenas mediante critérios estritamente econômicos. No Brasil, as ferrovias criaram novas cidades, como Porto Velho, e revitalizaram antigas. Representaram uma experiência indelével, freqüentemente dramática, para os trabalhadores mobilizados nas construções. Objeto de fascínio, elas impuseram um novo ritmo de vida, marcado pelos horários dos trens, e reorganizaram espaços urbanos, nos quais as estações se destacavam como “catedrais” da ciência e da técnica.

(Adaptado de Paulo Roberto Cimó Queiroz, Folha [Sinapse], p. 20-22, 22 de fevereiro de 2005)

536.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) O autor do texto (A) apóia as opiniões contrárias à construção de ferrovias pelo alto custo dos investimentos necessários, tendo em vista a falta de produtos a serem transportados. (B) defende, com argumentos consistentes, a utilização de trens no transporte das atuais safras, por ser o único meio capaz de vencer com certa facilidade as enormes distâncias no Brasil. (C) considera, embora aponte algumas desvantagens das ferrovias no Brasil, que elas permanecem ainda hoje como o meio de transporte mais favorável em todo o País. (D) aponta fatos históricos referentes à utilização de ferrovias, analisando aspectos econômico-sociais positivos e negativos desse meio de transporte no Brasil. (E) conclui, a partir de informações objetivas, que a opção por rodovias no Brasil não trouxe os benefícios que acompanharam a expansão da rede ferroviária. 537.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) De acordo com o texto, houve o predomínio das rodovias no Brasil porque (A) exigiam menor infra-estrutura para sua construção e manutenção, além de facilitar a integração econômica do País. (B) havia enormes distâncias a serem percorridas, para tornar possível o escoamento da produção agrícola. (C) inexistia um mercado interno favorável no País, em razão das características regionais de produção industrial. (D) houve desinteresse de grupos econômicos estrangeiros em investir enormes quantias num meio de transporte de menor importância.

Page 145: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

145

(E) refletiam a importância da modernização dos meios de transporte em meio a um acentuado processo de industrialização. 538.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) O último parágrafo do texto salienta (A) aspectos negativos da exagerada importância atribuída, na época, a um sistema de transporte que pouco benefício trouxe aos brasileiros. (B) as dificuldades inerentes à construção de ferrovias, por falta de mão-de-obra capacitada e qualificada, disponível para esse tipo de trabalho. (C) as exigências de conhecimento técnico específico para a construção de ferrovias, tendo em vista as cidades abrangidas por suas linhas. (D) aspectos econômicos da opção pelo transporte ferroviário, mesmo considerando os problemas decorrentes da exigência de horários rígidos nas estações. (E) a transformação social provocada pela chegada dos trens, como instrumento de progresso, a centros urbanos mais afastados. 539.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Uma das justificativas apresentada no texto para o relativo fracasso das ferrovias brasileiras está no fato de (A) não haver, na época, centros urbanos desenvolvidos e capacitados a consumir a produção interna, levada pelos trens a todas as regiões do País. (B) não ter sido criada uma malha mais extensa de transporte, pois as ferrovias buscavam apenas o escoamento de produtos agrícolas para a exportação. (C) ter sido esse tipo de transporte o preferido por grandes grupos econômicos, interessados em obter lucros cada vez maiores no País. (D) estarem os portos marítimos afastados dos locais de produção, exigindo altos custos de transporte para a exportação agrícola. (E) ser necessário o aumento da produção agrícola, tendo em vista maior abertura do mercado externo. 540.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Como a economia dependia da agroexportação, o problema consistia simplesmente em ligar as regiões produtoras aos portos marítimos. (final do 2º parágrafo) As duas afirmativas do período acima transcrito denotam relação de (A) conclusão e ressalva. (B) condição e finalidade. (C) causa e conseqüência. (D) finalidade e conclusão. (E) conseqüência e condição. 541.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) O segmento que aparece reescrito com o mesmo sentido original é: (A) algumas vozes apontaram o descompasso certo número de pessoas mostrou a falta de ajustamento. (B) pela fé em seu poder de transformar a realidade a crença que consegue superar os problemas existentes. (C) ao contrário do ocorrido em outros países de grandes dimensões outros países extensos colocaram-se contra a idéia. (D) De acordo com supostas explicações Segundo argumentos procedentes. (E) a ser importantes também no contexto da industrialização acelerada necessárias para dar início à industrialização. 542.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... o setor ferroviário nacional nunca chegou a formar uma autêntica rede cobrindo todo o território. (2º parágrafo) A forma verbal correta, correspondente à grifada acima que, introduzida por pronome, mantém o sentido original, é: (A) de onde cobria. (B) que cobrisse. (C) à qual cobria. (D) em que cobrisse. (E) de que cobria.

Page 146: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

146

543.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... como o meio quase mágico que permitiria transpor enormes distâncias ...

O emprego da forma verbal grifada acima denota, no contexto, (A) finalidade de uma ação no presente. (B) ação anterior a outra, no passado. (C) certeza futura na realização de um fato. (D) situação hipotética em relação a um fato no passado. (E) ação habitual, condicionada a um fato futuro. 544.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Observe a alteração dos sinais de pontuação nos segmentos transcritos abaixo: I. que se traduziria, hoje, no predomínio das rodovias ... que se traduziria hoje no predomínio das rodovias ... II. _ mais ágeis, necessitando de uma infra-estrutura muito menor que a das vias férreas – (mais ágeis, necessitando de uma infra-estrutura muito menor que a das vias férreas) III. Representaram uma experiência indelével, freqüentemente dramática, para os trabalhadores ... Representaram uma experiência indelével – freqüentemente dramática – para os trabalhadores ... Com as alterações, mantém-se o sentido original em (A) I, somente. (B) III, somente. (C) I e II, somente. (D) II e III, somente. (E) I, II e III. 545.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) O verbo corretamente flexionado está na frase: (A) Em sua época, as ferrovias não satisfazeram plenamente as necessidades de transporte no Brasil. (B) Altos custos de construção e de manutenção das ferrovias interviram como agravantes para seu abandono no País. (C) Ultimamente propuseram-se novos investimentos destinados a recuperar as estradas de ferro brasileiras. (D) Empresas interessadas no desenvolvimento dos transportes proviram recursos para a construção de rodovias. (E) Vários investidores revieram seus projetos para a área de transportes, direcionando-os para outros setores da economia. Atenção: As questões de números 546 a 553 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

A arte brasileira da conversa não é de fácil aprendizado. Como toda arte, exige antes de mais nada uma verdadeira vocação. E essa vocação se aprimora ao longo do caminho que vai da inocência à experiência. Como em toda arte. [...]

Falo precisamente no bate-papo, erigido numa das mais requintadas instituições nacionais. Mas por que arte brasileira? Os outros povos acaso não batem papo? [...] Este não deve ter finalidade

alguma, senão a de matar o tempo da melhor maneira possível. É coisa de latino em geral e de brasileiro em particular: fazer da conversa não um meio, mas um fim em si mesmo. Se não me engano, essa é a distância que separa a ciência da arte.

No papo bem batido, a discussão não passa de uma motivação, sem intuito de convencer ninguém, nem de provar que se tem razão. Os que nela se envolvem devem estar sempre prontos a reconhecer, no íntimo, que poderiam muito bem passar a defender o ponto de vista oposto, desde que os que o defendem fizessem o mesmo. Os temas devem ser de uma apaixonante gratuidade, a ponto de permitir que, no desenrolar da conversa, de súbito ninguém mais saiba o que se está discutindo. [...]

Além disso a discussão, ainda que gratuita, pode exaurir o papo diante de uma impossível opção, como a de saber qual é o melhor, Tolstoi ou Dostoievski, Corcel ou Opala, Caetano ou Chico. A menos que ocorra ao discutidor o recurso daquele outro, hábil em conduzir o papo, que teve de se calar quando, no melhor de sua argumentação sobre energia atômica, soube que estava discutindo com um professor de física nuclear:

–Você é presidencialista ou parlamentarista? – perguntou então. –Presidencialista. –Pois eu sou parlamentarista.

Page 147: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

147

E recomeçaram a discutir. Mais ardente praticante do que estes, só mesmo o que um dia se intrometeu na nossa roda,

interrompendo animadíssima conversa: –Posso dar minha opinião? Todos se calaram para ouvi-lo. E ele, muito sério: –Qual é o assunto?

(Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar! Record: Rio de Janeiro, 1976, p. 28-31)

546.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) De acordo com o texto, ser hábil em conduzir o papo consiste em (A) dar preferência a determinados temas que não possibilitem acordo nas infindáveis discussões. (B) encaminhar discussões com especialistas em assuntos que exigem um conhecimento mais profundo. (C) assumir um ponto de vista que seja, preferencialmente, próximo ao que o outro também defende. (D) introduzir rapidamente novos elementos na conversa, como solução imediata para um possível impasse. (E) conduzir a conversa a uma situação de escolha entre posições antagônicas, a fim de expor sua própria opinião. 547.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Conclui-se corretamente do texto que o verdadeiro espírito da arte da conversa está em (A) passar algum tempo discorrendo calmamente sobre qualquer assunto, sem outra finalidade prática. (B) chegar a conclusões comuns a todos os participantes, por meio de longas discussões sobre algum tema. (C) calar-se diante de outros participantes, ao perceber que seus conhecimentos a respeito do assunto são insuficientes. (D) defender seu ponto de vista, especialmente diante de um possível impasse, no caso de envolver escolhas pessoais. (E) sustentar a discussão, ainda que alguns interlocutores desconheçam o assunto a ser tratado. 548.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A frase do texto que pode ser interpretada como uma síntese do que o autor afirma no 4º parágrafo é: (A) Mas por que arte brasileira? (B) É coisa de latino em geral e de brasileiro em particular. (C) –Você é presidencialista ou parlamentarista? (D) Todos se calaram para ouvi-lo. (E) –Qual é o assunto? 549.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A justificativa apresentada pelo autor para considerar como arte o hábito brasileiro da conversa está no fato de que, para ele, a conversa (A) constitui troca formal de idéias, no sentido de esclarecer desentendimentos por meio de discussões a respeito de temas variados. (B) decorre como um simples bate-papo, com a única intenção dos participantes de passarem o tempo de forma agradável. (C) possibilita esclarecimento de opiniões entre vários participantes de um grupo, dispostos a debater qualquer tema. (D) se torna palavreado sem utilidade prática, que não apresenta conclusões plausíveis e convincentes aos participantes. (E) desenvolve pontos de vista necessariamente opostos, embora não se perca a coerência que deve permear toda a discussão. 550. (FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... desde que os que o defendem fizessem o mesmo. (4º parágrafo) O segmento grifado acima evita corretamente a repetição, considerando-se o contexto, do segmento: (A) provassem estar com a razão. (B) soubessem o que se está discutindo. (C) passassem a defender o ponto de vista oposto. (D) se motivassem com as discussões. (E) aprimorassem uma verdadeira vocação. 551. (FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) ... o que se está discutindo. (final do 4º parágrafo)

Page 148: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

148

A forma verbal de sentido idêntico ao da frase transcrita acima, considerando-se o contexto, é: (A) se discutirá. (B) é para discutir. (C) vão ser discutidos. (D) está sendo discutido. (E) deverá ser discutido. 552. (FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) A concordância está em desacordo com a norma culta na frase: (A) Os bate-papos devem ser reconhecidos como uma das mais requintadas instituições nacionais. (B) Existe pessoas que desenvolvem verdadeira habilidade na arte de sustentarem bons papos. (C) Os brasileiros mostram-se astuciosos na arte da conversa, para a qual têm verdadeira vocação. (D) Discussões gratuitas podem não levar a nada, a não ser a situações de impasse entre os debatedores. (E) São vários os caminhos que levam ao cultivo da arte da conversa, tal como ocorre em qualquer atividade artística. 553.(FCC – TRE/SP – Tec. Jud. Adm.) Todos conhecem pessoas dispostas ...... um bom batepapo, ...... mesa de um bar, tratando de temas que vão da previsão do tempo ...... sérias discussões filosóficas. As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por (A) a - à - à (B) à - à - a (C) a - à - a (D) a - a - à (E) à - a - a Atenção: As questões de números 554 a 568 referem-se ao texto seguinte.

Cavalos no campo Como é bonito vê-los pastando o capim, com as cabeças pensas, concentrados. Estão ali, prontos para

uma pintura ou para o estudo de seus movimentos. Com a língua e os dentes vão separando os talos, sem arrancar a raiz. De longe, alguém diria que estão beijando a terra, tal a devoção e o cuidado ao comer. Nem mesmo o rabo é estabanado, o seu vaivém equilibrando dinamicamente a figura.

O cavalo dá às vezes a impressão de não se sustentar sobre as patas, muito finas para o volume do corpo, mas de se alçar em asas invisíveis – e não apenas quando corre, o que é evidente. Há em todo cavalo uma imagem de liberdade, de correrias nas nuvens, mas também a de um profundo curvar-se à servidão do mundo. Nietzsche não se abraçou chorando ao pescoço de um cavalo espancado? E aqueles já derreados pelos fardos que carregam não estão a nos mostrar uma obscura paciência? Quem olhar no escuro dos olhos de um cavalo, disse João Guimarães Rosa, há de ver muito da tristeza do mundo.

Mas eis que um potrinho que estava deitado na grama ergue-se de um salto, esperto, pequeno de pernas compridas, e se aproxima do cercado. Seus olhos são ainda claros, refletem a claridade do campo, a luz tão linda da tarde, como no dia em que Deus criou o cavalo.

(Paulo Neves, Viagem, espera. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.)

554. (FCC) Na admiração que demonstra sentir pelos cavalos, o autor realça, sobretudo, a combinação dos seguintes elementos característicos desses animais: (A) a plasticidade equilibrada dos leves movimentos e a sofrida submissão ao que lhes é imposto. (B) a delicadeza com que se relacionam com a natureza e a justa reação às violências humanas. (C) a gravidade com que se deslocam no campo e o gracioso desequilíbrio de suas correrias. (D) a desolação que expressam no olhar e os ímpetos de uma violência insuspeitada. (E) a indiferença que manifestam ao pastar e o interesse com que respondem ao trato humano. 555. (FCC) Considere as seguintes afirmações: I. No primeiro parágrafo, com a expressão estudo de seus movimentos, o autor considera a possibilidade da análise da imagem dos cavalos para se compreender seu dinamismo.

Page 149: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

149

II. No segundo parágrafo, o autor constata uma antinomia característica dos cavalos, quando encontra neles a imagem de liberdade e a de servidão. III. No terceiro parágrafo, a imagem do potrinho é utilizada para ratificar todas as qualidades já atribuídas aos cavalos nos dois parágrafos anteriores. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas. 556. (FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão do texto em: (A) com as cabeças pensas = em vigilante atenção. (B) o seu vaivém equilibrando dinamicamente a figura = seu movimento descontínuo, que não perturba a estaticidade da imagem. (C) de se alçar em asas invisíveis = de se apoiar nas asas dos pássaros. (D) derreados pelos fardos = vergados ao peso das cargas. (E) uma obscura paciência = uma submissão incontestável. 557. (FCC) / De longe, alguém diria que estão beijando a terra /, / tal a devoção e o cuidado ao comer /. Os segmentos indicados na frase se articulam, na ordem dada, como (A) um fato e uma hipótese. (B) uma condição e seu efeito. (C) uma tese e sua antítese. (D) uma particularização e uma generalização. (E) uma conseqüência e sua causa. 558. (FCC) As normas de flexão e de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase: (A) Como não haverão de notar tantas tristezas num cavalo quem vir a se deter em seu olhar? (B) Parece juntar-se ao choro de Nietzsche os lamentos do próprio autor, quando este alude a um cavalo que fora espancado. (C) Atribuem-se ao esperto e saltitante potrinho as alegrias que parece faltar aos cavalos que já foram surpresos pela violência do mundo. (D) Se os olhos de um homem triste se detiverem nos dos cavalos encontrarão neles uma melancolia que parecerá familiar. (E) Ao se atribuir ao cavalo tão belos e tristes predicados, resulta a imagem de um animal em que se combina a força e a fragilidade. 559. (FCC) Admite transposição para a voz passiva somente a construção verbal da frase: (A) Estão ali, prontos para uma pintura ou para o estudo de seus movimentos. (B) Há em todo cavalo uma imagem de liberdade, de correrias nas nuvens. (C) Seus olhos refletem a claridade do campo, a luz tão linda da tarde. (D) Nem mesmo o rabo é estabanado, no seu incessante vaivém. (E) Mas eis que um potrinho se aproxima do cercado. 560. (FCC) Considerando-se o contexto, a palavra ou expressão sublinhada na frase (A) Estão ali, prontos para uma pintura tem o sentido de alertas. (B) (...) alguém diria que estão beijando a terra, tal a devoção e o cuidado ao comer - tem o sentido de tamanha. (C) Há em todo cavalo uma imagem de liberdade, (...) mas também a de um profundo curvar-se - tem o sentido de posto que. (D) Quem olhar no escuro dos olhos de um cavalo há de ver muito da tristeza do mundo - tem o sentido de talvez se depare com. (E) Mas eis que um potrozinho se aproxima do cercado - tem o sentido de entretanto.

Page 150: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

150

561. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Os cavalos assemelham-se de modelos disponíveis com quem irá retratá-los. (B) O autor ama os cavalos, cuja a imagem de liberdade convive à da sujeição. (C) O potrinho abeirou-se com o cercado, mas não ousou transpor-lhe. (D) Nietzsche identificou-se ao sofrimento do animal por cujo teve pena. (E) Com os olhos do potrinho, cuja luz parece ser a da tarde, extasiou-se o autor. 562. (FCC) Para se estabelecer uma adequada articulação entre os tempo e os modos verbais é preciso corrigir a construção da frase: (A) Patas tão finas como as dos cavalos dão a impressão de que não poderiam sustentar seus corpos pesados. (B) Não houvesse cavalos no mundo, talvez nenhum outro animal encarne esse misto de liberdade e servidão que eles pareceriam expressar. (C) Ao vê-los a pastar no campo, o autor reconheceu nos movimentos dos cavalos a elegância e a leveza que constituem seu encanto. (D) Quem vier a olhar no escuro dos olhos de um cavalo haverá de se dar conta das tristezas que há neste mundo. (E) Guimarães Rosa é um autor que já se mostrou bastante sensível à magia e mesmo a uma certa tragicidade que ele reconhecia nos cavalos. 563. (FCC) Considere as seguintes frases: I. O autor admira os cavalos, que lhe parecem tão fortes quanto leves. II. Ele chorou abraçado ao cavalo, espancado pelo fazendeiro. III. De repente, um potrinho dá um salto, esperto, e vai junto à cerca. A supressão da(s) vírgula(s) alterará o sentido ou eliminará a ambigüidade do que se lê em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) III, apenas. 564. (FCC) Está plenamente adequada a pontuação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Quando os observa no pasto o autor atribui aos cavalos, uma capacidade de devoção, que lembra a atitude e a circunspecção das pessoas mais fervorosas em sua fé. (B) Apesar de haver aparentemente, uma desproporção entre as pernas e o corpo dos cavalos, o autor não vê nisso qualquer prejuízo, para a elegância e o equilíbrio do conjunto. (C) Ao citar Nietzsche e João Guimarães Rosa, o autor lembra-nos que muitas outras pessoas, de diferentes culturas, têm-se deixado impressionar pela misteriosa dignidade dos cavalos. (D) O autor se vale em seu texto, da oposição entre a luz dos olhos do potrinho, e o olhar sombrio e resignado que tantas vezes surpreendeu, nos cavalos que já experimentaram o estado de servidão. (E) O autor como também ocorreu com muitos pintores e desenhistas, reconhece a extraordinária plasticidade, dos movimentos dos cavalos, permanentemente aptos, a serem a imagem central de uma tela. 565. (FCC) Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase: (A) Mesmo que o rabo de um cavalo possa ser estabanado, coisa que não ocorre, não deixaria de comprometer o equilíbrio dinâmico da figura. (B) Os leitores de João Guimarães Rosa podem comprovar, em várias passagens da obra desse grande escritor, a veneração que ele demonstra pelos cavalos. (C) O pessimismo característico da filosofia de Nietzsche, não foi suficiente para que ele deixasse de ver o sofrimento de um cavalo, que o seu espancamento lhe fez chorar. (D) Remontando ao dia da criação do cavalo, o autor o humaniza, à medida em que essa frase do texto parece sair da Bíblia, pela qual o homem também foi criado por Deus num certo dia. (E) Ao referir-se à uma imagem tão bela como a do potrinho, o autor ressalta sua esperteza e agilidade, às quais percebe em contradição com a serventia dos cavalos já adultos.

Page 151: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

151

566. (FCC) Os cavalos pastam o capim, enquanto o autor observa os cavalos, admirando nos cavalos a elegância e a leveza que caracterizam os cavalos e tornam os cavalos verdadeiros modelos de equilíbrio. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) observa-os - admirando-os - caracterizam-lhes - lhes tornam (B) observa-lhes - admirando-os - os caracterizam - tornam-nos (C) os observa - lhes admirando - caracterizam-nos - os tornam (D) os observa - admirando-lhes - os caracterizam e os tornam (E) observa-lhes - admirando-lhes - lhes caracterizam - tornam-nos 567. (FCC) Para preencher de modo correto a lacuna da frase, o verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural em: (A) Tão bonito quanto vê-los pastando ...... (ser) vê-los a correr pelo campo. (B) ...... (fixar-se) nos cavalos, nos seus elegantes movimentos, o olhar interessado e extasiado do autor do texto. (C) À leveza dos movimentos dos cavalos ...... (parecer) corresponder a das asas dos pássaros. (D) ...... (poder) haver, nos olhos resignados dos cavalos, sombras profundas e melancólicas. (E) ...... (parecer) refulgir, no olhar de um potrinho, as luzes lindas de uma tarde bem clara. 568. (FCC) A expressão de que preenche corretamente a lacuna da frase: (A) A leveza dos cavalos é o seu atributo ...... o autor se mostra mais sensível. (B) O autor constata ...... o rabo de um cavalo colabora para a harmonia da figura do animal. (C) O tema ...... cuida o autor revela sua sensibilidade para a beleza plástica das formas naturais. (D) Os escritores ...... se refere o autor cultivam uma intensa admiração pelos cavalos. (E) A submissão dos cavalos à servidão é uma qualidade ...... o autor se mostra intrigado. Atenção: As questões de números 569 a 583 referem-se ao texto seguinte.

Edifício Master O cineasta brasileiro Eduardo Coutinho produziu um belíssimo documentário, intitulado Edifício

Master. O Master é um prédio de Copacabana, em que há 276 conjugados (23 por andar), onde vivem mais ou menos 500 pessoas. Coutinho e sua equipe ficaram no prédio por um mês, filmando entrevistas. Na montagem final, aparecem depoimentos de 37 moradores.

Antes de assistir ao filme, ao anoitecer, contemple o tabuleiro de janelas acesas na fachada de um grande prédio. A luz trêmula dos televisores parece sugerir uma banalidade comum. Alguém dirá: são vidas massificadas (sempre subentendendo: à diferença da minha, não é?). Mas as sombras que se movimentam atrás das cortinas falam de existências concretas: quem são nossos vizinhos?

Fique mais um pouco na frente do prédio e considere o paradoxo da modernidade urbana: uma extrema proximidade física, vidas que se tecem a poucos metros umas das outras, atrás de uma parede ou de um piso, mas que mal se cruzam. Os prédios em que moramos são aldeias paradoxais: compartilhamos cheiros, barulhos, gritos, sem por isso saber o que define a nossa tribo; ou seja, sem saber o que temos em comum ou mesmo sem admitir que tenhamos algo em comum. Até porque, em geral, preferimos curtir a ilusão de nossa unicidade absoluta.

Qual é o comum denominador de humanidade que reconhecemos em nossos vizinhos e semelhantes? O filme de Coutinho responde. Graças a ele, descobrimos que nossos vizinhos não são exóticos; ao contrário, são banais, mas, apesar disso, suas vidas são tão únicas quanto as nossas.

Em suma, somos todos membros da mesma tribo moderna justamente por isso: porque somos todos únicos. No edifício Master, nos sentiríamos em casa, não apesar da diversidade das escolhas e dos destinos, mas por causa dessa diversidade.

(Adaptado de Contardo Calligaris, Terra de ninguém)

569. (FCC) A razão principal da admiração do autor do texto pelo documentário de Eduardo Coutinho é a de que, em Edifício Master, (A) analisa-se a conseqüência dramática de um processo de massificação. (B) acentuam-se os laços de comunhão e solidariedade entre os moradores. (C) mostra-se o aspecto sombrio do dia-a-dia dos condomínios populares. (D) enfatiza-se a vida promíscua e automatizada dos condôminos de um edifício. (E) revela-se a individuação de pessoas aparentemente despersonalizadas.

Page 152: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

152

570. (FCC) Considere as seguintes afirmações: I. O leitor é convidado a se posicionar diante de um edifício, à noite, para captar imagens que sugerem uma rotina impessoal e desinteressante. II. A grande concentração de moradores numa habitação coletiva e popular tem como efeito uma grande familiaridade e a troca de experiências entre eles. III. O autor sugere que, ao falarmos dos processo de massificação, consideramo-los como fenômenos que nunca nos dizem respeito. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e III. (E) II e III. 571. (FCC) O paradoxo da modernidade urbana a que se refere o autor do texto pode ser sintetizado no contraste entre as expressões (A) filmando entrevistas e montagem final. (B) tabuleiro de janelas acesas e luz trêmula dos televisores. (C) vidas que se tecem a poucos metros e mal se cruzam. (D) uma extrema proximidade física e compartilhamos cheiros, barulhos, gritos. (E) sombras que se movimentam e quem são nossos vizinhos? 572. (FCC) No edifício Master, nos sentiríamos em casa, não apesar da diversidade das escolhas e dos destinos, mas por causa dessa diversidade. A relação construída por meio das expressões sublinhadas na frase acima indica que, no contexto do último parágrafo, a diversidade das escolhas e destinos (A) nos asseguraria que somos todos pessoas únicas. (B) dificultaria nossa vida, se habitássemos o edifício. (C) desapareceria nos hábitos da vida em comum. (D) reforçaria paulatinamente as diferenças entre os moradores. (E) impediria que nos reconhecêssemos como indivíduos. 573. (FCC) São expressões ou frases que, quanto ao sentido, se aproximam e se reforçam reciprocamente, referidas a um mesmo fenômeno: (A) assistir ao filme e a ilusão de nossa unicidade absoluta. (B) aldeias paradoxais e membros da mesma tribo moderna. (C) paradoxo da modernidade urbana e depoimentos de 37 moradores. (D) membros da mesma tribo moderna e o filme de Coutinho responde. (E) assistir ao filme e aldeias paradoxais. 574. (FCC) Caso o autor se dirigisse ao leitor do texto tratando-o por tu, as formas verbais contemple, fique e considere seriam assim flexionadas: (A) contemples - fiques - consideres (B) contemplai - ficai - considereis (C) contemplas - ficas - consideras (D) contempla - fica - considera (E) contempla - fiques - consideres 575. (FCC) Os prédios em que moramos são aldeias paradoxais. A frase acima permanecerá formalmente correta substituindo-se a expressão sublinhada por (A) aonde residimos. (B) aonde habitamos.

Page 153: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

153

(C) onde freqüentamos. (D) aonde vivemos. (E) onde convivemos. 576. (FCC) Haveria uma transgressão da norma culta caso se registrasse no texto a seguinte construção: (A) Nos sentiríamos em casa, no edifício Master. (B) São vários os cheiros e barulhos que compartilhamos. (C) Eis o porquê de sermos todos únicos. (D) O filme de Coutinho permite-nos elucidar essa questão. (E) Encantei-me com o filme a que assisti. 577. (FCC) As normas de concordância verbal determinam que se corrija a frase: (A) Calcula-se que gira em torno de quinhentas pessoas a população de moradores do edifício Master. (B) Competem a todos os membros da mesma tribo moderna reconhecerem-se como seres únicos, apesar dos processos de massificação. (C) Quanto aos nossos vizinhos, cabe-nos reconhecê-los como nossos semelhantes, pois, como nós, são seres únicos. (D) O fato de que quinhentas pessoas constituem um universo complexo faz do edifício Master um fascinante microcosmo. (E) Não fôssemos todos membros da mesma tribo moderna, não haveria como reconhecermos que nossa identidade se deve às nossas diferenças. 578. (FCC) Os prédios em que moramos são aldeias paradoxais: compartilhamos cheiros, barulhos, gritos (...). Estaria preservada a correta articulação entre os tempos verbais, caso as formas sublinhadas fossem, respectivamente: (A) morássemos - seriam - compartilharíamos (B) morarmos - seriam - compartilhávamos (C) morávamos - eram - compartilhássemos (D) moraremos - seriam - compartilhávamos (E) morássemos - serão - compartilhemos 579. (FCC) Quanto à necessidade ou não do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: (A) Diante de um grande edifício, assistimos à uma espécie de filme, se ficarmos à observar o movimento das luzes e das sombras nas janelas. (B) Ao se assistir as cenas do documentário, sente-se, a medida que o tempo vai passando, uma grande familiaridade com as personagens entrevistadas. (C) Assiste à todas as pessoas o direito de se julgarem únicas, mas nem por isso superiores as que têm uma vida aparentemente banal. (D) Ao entrevistar as pessoas que moram no edifício Master, impôs-se à equipe de Eduardo Coutinho o desafio de as deixar à vontade. (E) Quando se está frente à frente com uma pessoa a quem faremos perguntas, é preciso que se dê a ela a possibilidade de corresponder a nossa franqueza. 580. (FCC) Os prédios em que moramos são aldeias paradoxais: compartilhamos cheiros, barulhos, gritos, sem por isso saber o que define a nossa tribo (...). No contexto da frase acima, a expressão sublinhada tem sentido equivalente ao da expressão (A) pelo que deixamos de saber. (B) razão pela qual não sabemos. (C) visto que não sabemos. (D) dado que não saibamos. (E) e nem assim sabemos. 581. (FCC) Está correta a identificação, entre parênteses, da voz verbal da seguinte frase: (A) Coutinho e sua equipe ficaram no prédio por um mês. (voz passiva) (B) A luz trêmula dos televisores parece sugerir uma banalidade comum. (voz reflexiva)

Page 154: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

154

(C) Considere-se o paradoxo da modernidade urbana. (voz passiva) (D) A vida desses condôminos está inteiramente massificada. (voz ativa) (E) Acabará sendo reconhecido um denominador comum de humanidade. (voz ativa) 582. (FCC) Está correta a flexão dos verbos na frase: (A) Não confiemos na ilusão de que a natureza nos proveu de uma unicidade absoluta. (B) As queixas dos vizinhos proviram dos incômodos que lhes inflingimos. (C) O contato diário com os vizinhos influe em nossa convicção de que constituemos pessoas especiais. (D) Embora não admitemos ter algo em comum com os nosso vizinhos, o fato é que nossas diferenças provêem do mesmo processo de individuação. (E) Nem bem terão aceso as luzes e os moradores assemelharão-se a sombras que passam atrás das cortinas. 583.(FCC) A luz trêmula dos televisores parece sugerir uma banalidade comum. Preservam-se a coerência e a correção da frase acima em: (A) Há uma banalidade simples e sugestiva que dá lugar á luz instável dos televisores. (B) Uma impressão geral de banalidade é provocada pela luz oscilante dos televisores. (C) Posto que seja simplesmente banal, é dos televisores que se propaga luzes intermitentes. (D) A luminosidade trivial dos televisores é obtida num ato de mera banalidade. (E) Com a luz inquietante dos televisores, dá a impressão de uma simples banalidade. 584.(ESAF – SEFAZ/CE 2007) Na seção Tendências/Debates da Folha de S. Paulo, 21/10/2006, A3, foi formulada a pergunta: ―A publicidade infantil deve ser proibida por lei? Sim ou Não?‖ Dos argumentos expostos abaixo, assinale o que não serve para fundamentar a resposta pelo ―Sim‖. a) O princípio da liberdade de expressão e informação não se aplica à publicidade. b) Eleger uma programação televisiva livre de conteúdos publicitários direcionados a crianças e adolescentes é uma opção por colocar os direitos dessas populações acima de outros interesses. c) Há uma compreensão deturpada do poder e alcance da comunicação mercadológica que confunde a publicidade com o ato de consumir. d) Problemas sérios de saúde pública, como a obesidade em crianças e jovens, têm sido associados à vinculação de uma publicidade danosa que associa, por exemplo, quesitos de magreza, cabelos lisos e brancura da pele a padrões de beleza e aceitabilidade social. e) Declarações públicas como as de Cheryl Idell, executiva do setor de pesquisa de mercado nos EUA (disse ela que a publicidade é eficaz quando se vale das crianças como instrumentos capazes de levar os pais a adquirirem produtos em oferta) estão em desarmonia com a ética centrada nos direitos da criança e do jovem. 585.(ESAF – SEFAZ/CE 2007) Na seção Tendências/Debates da Folha de S. Paulo, 21/10/2006, A3, foi formulada a pergunta: ―A publicidade infantil deve ser proibida por lei? Sim ou Não?‖ Gilberto C. Leifert respondeu ―Não‖, no artigo intitulado: ―Educar, sim; proibir, não‖. Um trecho de seu artigo está reproduzido abaixo. Complete as lacunas com a opção que preserve a coerência e a coesão no desenvolvimento das idéias. Até recentemente, a sociedade entendia ser a educação tarefa exclusiva de pais e professores. ______(1) _______ esse conceito evoluiu. Cobra-se, agora, o compromisso de educar _____(2)____ de veículos de comunicação, publicidade, das artes etc. Não poderia haver _____(3)____ mais justa, dada a importância da educação – desde que não se esqueça o essencial: a responsabilidade de pais e professores continua sendo _________(4)_______. 1 2 3 4

a) infelizmente apenas restrição prioritária

b) sabiamente também reivindicação intransferível

c) tardiamente exclusivamente demanda escamoteada

d) concomitantemente inclusive exigência subtraída

e) ultimamente tão-somente modificação limitada

586.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Com base nesta definição de paráfrase: ―dizer a mesma coisa com outras palavras‖, aponte a opção que não constitui paráfrase do segmento sublinhado correspondente

Page 155: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

155

(segmento identificado com a mesma letra). Ignore questões de estilo e mudanças mínimas de significação que não alteram as idéias principais do texto. O estado de Rondônia quase sempre aparece nos meios de comunicação (a) devido a notícias negativas, como os incêndios provocados por queimadas, (b) que devastam grandes áreas da floresta amazônica, e os violentos conflitos ocorridos em reservas controladas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), (c) que opõem garimpeiros e indígenas por causa da busca de diamantes. Também são freqüentes as notícias sobre as disputas de terras envolvendo posseiros, indígenas, fazendeiros e grileiros, às vezes com muitos mortos, (d) e sobre a libertação de trabalhadores submetidos ao regime de semi-escravidão, (e) o que mostra a gravidade da questão fundiária ao sul da Amazônia.

(Jacob Binsztok, Camponeses de Rondônia, Ciênciahoje, julho/2006, 30)

a) vinculado a um noticiário desfavorável, b) que assolam largas extensões da nossa hiléia, c) que fazem garimpeiros e íncolas se estremarem em razão da procura por diamantes. d) bem como a denúncia de pessoas sendo mantidas à força para trabalhar quase como escravos, e) o que revela quão profundo é o problema agrário na Amazônia austral. 587.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Assinale o período que, ao dar continuidade ao trecho abaixo, respeita o padrão morfossintático da língua portuguesa escrita, a coesão textual e/ou a coerência entre as idéias. O panorama atual no Brasil não é dos mais animadores. O rebaixamento da exigência para se entrar (e sair) de um curso superior tem criado uma enorme quantidade de bacharéis e licenciados que não conseguem entrar no mercado de trabalho em suas áreas de especialização. Assim, já se encontram em nosso país muitos motoristas de táxi que fizeram direito, telefonistas que concluíram comunicação, digitadoras que terminaram psicologia. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- --------- (Jaime Pinsky. O Japão não é aqui. Correio Braziliense, 17/9/2006, 17)

a) Trabalhar em atividades ―menores‖ que sua formação universitária lhes qualifica, não tem nada de errado, mas há, no caso, um investimento excessivo para uma formação que poderia ser obtida com menos esforço, tempo e dinheiro. b) Para muitos desses profissionais, que buscam no diploma de curso superior a base para a ascensão social, aspiração legítima de um segmento que vem sendo excluído das universidades há décadas, realizam o sonho de melhorar o padrão de vida e de consumo. c) Seria melhor que tais profissionais, em vez de perseguirem o sonho de cursar uma faculdade, se dediquem desde cedo a uma formação técnica, para atender à uma demanda crescente do País por quadros técnicos. d) Ora, como dizia Octavio Lanni, nem todos precisam ou devem fazer uma faculdade. Ao Estado cabe o dever de proporcionar educação fundamental de qualidade a todos, instrumento básico para o jovem prosseguir nos estudos, se tiver talento para tanto. e) Pelo contrário, mesmo quando conseguem trabalhar em sua área de formação, muitos desses diplomados recebem salários ínfimos, muitas vezes em função da baixa qualificação que receberam nos bancos universitários. 588.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Os fragmentos transcritos abaixo em seqüência aleatória devem constituir um texto. Numere os parênteses de modo a se obter um texto com um seqüenciamento correto das idéias, além de respeitadas a coerência e a coesão textuais. ( ) Ao longo de cinqüenta anos, estudiosos de diversos centros de pesquisa peregrinaram pelas regiões mais geladas do planeta em busca de exemplares preservados do vírus da gripe espanhola. ( ) Graças aos avanços no campo da biologia molecular e ao desenvolvimento de seqüenciamento genético, foi possível reativar o vírus da gripe espanhola e descobrir, em experimento com ratos de laboratório, que o H1N1 tem poder de destruição mais alto do que se supunha.

Page 156: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

156

( ) Entre setembro de 1918 e abril de 1919, 50 milhões de pessoas morreram em todo o mundo, o equivalente a 4% da população mundial de então. Só no Rio de Janeiro a gripe fez 15 mil vítimas fatais em apenas um mês, entre elas o presidente Rodrigues Alves. ( ) Pesquisadores americanos deram um grande passo na elucidação de um dos maiores enigmas da medicina do século XX – o que fez do influenza H1N1 um vírus tão letal, responsável pela pior pandemia da história, a gripe espanhola. ( ) Em 1997, no cemitério de um pequeno vilarejo do Alasca, foram encontrados fragmentos do vírus no cadáver exumado de uma senhora bastante gorda – este detalhe é importante porque o acúmulo de tecido adiposo ajudou a preservar as partículas da ação do tempo. (Giuliana Bergamo, Letal por natureza. Veja, 18/10/2006, 117, com adaptações) A seqüência numérica correta é: a) 5-4-2-3-1 b) 1-4-3-2-5 c) 3-5-2-1-4 d) 1-2-3-5-4 e) 4-5-1-3-2 589.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) As estrofes abaixo pertencem ao Hino do Estado do Ceará (letra de Thomaz Lopes e música de Alberto Nepomucemo). Assinale a asserção incorreta a respeito de sua significação e estruturação lingüística.

Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que a tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha - esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada Que importa que teu barco seja um nada, Na vastidão do oceano Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? (http://www.ceara.gov.br/portal/page?_pageid=214,300680&_dad=portal&_ schema=PORTAL, pesquisa em 20/10/2006)

a) O primeiro verso está composto de vocativos. b) Em ordem sintática direta, o segundo verso se transforma em: O clarim que conta a tua glória soa! c) Os adjetivos das expressões ―jangada afoita‖ e ―vela ousada‖ (versos 7/8) pertencem ao mesmo campo de significação, podendo ser trocados entre si, sem prejuízo da significação geral da estrofe. d) ―Enfune‖ e ―conduza‖ (versos 7/8) são formas verbais flexionadas, respectivamente, no presente do indicativo e no presente do subjuntivo. e) Nos dois últimos versos, exercem a função de sujeito as expressões ―heróis e marinheiros‖ e ―corações guerreiros‖. 590.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Os fragmentos a seguir reproduzem parcialmente o texto de um recurso contra a avaliação de uma prova discursiva. Assinale o fragmento que respeita integralmente as normas do padrão formal escrito da língua portuguesa. a) Nos termos do Edital n. xx, de 15 de fevereiro de 2006, e do item 4.2 do Edital n. yy, de 12 de dezembro de 2005, dirijo-me, mui respeitosamente, à nobre Banca Examinadora do concurso, para recorrer, tempestivamente, da nota atribuída à prova dissertativa da Fase 2 no tocante ao uso do idioma. b) Não entendi a nota que tirei. Colegas erraram mais do que eu e não tiraram nota tão baixa. Eu escrevo há muito tempo, escrevo bem! É o que todo mundo diz, e não coaduna com meu conhecimento da língua portuguesa ter uma nota de português inferior à média.

Page 157: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

157

c) Por não ser divulgado os critérios de desconto por erro encontrado, supõe o candidato que a nobre Banca na aplicação das penalidades dos erros considera a natureza e a gravidade deste no conjunto de toda a dissertação. d) Diante disso, requeiro seja revisto os valores retirados pelos erros apontados no segundo e terceiro parágrafo da dissertação, que não podem ser tão graves a ponto de retirar da nota penalização tão alta de dois pontos e meio. e) Pelo exposto, a exceção dos erros que concorda o candidato, ele atendeu devidamente a todas as outras exigências da norma culta da língua portuguesa, portanto bem como as relativas à adequação ao tema, coerência, coesão, pertinência argumentativa, adequação vocabular, pelo que merece ter sua nota aumentada. 591.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Assinale a opção que contém erro de grafia ou inadequação vocabular. (Artigo extraído, com modificações, do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará). Art. 192 - O funcionário deixará de cumprir ordem de autoridade superior quando: a) a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente; b) não se contiver a ordem na área da competência do órgão a que servir o funcionário seu destinatário, ou não se referir a nenhuma das atribuições do servidor; c) for a ordem expendida sem a forma exigida por lei; d) não tiver a ordem como causa uma necessidade administrativa ou pública, ou visar a fins não estipulados na regra de competência da autoridade da qual promanou ou do funcionário a quem se dirige; e) a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de autoridade;

(http://www.al.ce.gov.br/publicacoes/estatutocivis/estatuto/capitulo_2_t6.htm, pesquisa em 20/10/2006)

592.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Analise o texto abaixo e considere as seis propostas de alteração. Faça, a seguir, o que se pede. A Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará ou 02 simplesmente SEFAZ-Ceará, é uma das mais antigas

instituições públicas da administração estadual. Foi 04 criada pela Lei n. 58 de 26 de setembro de 1836 data em que José Martiniano de Alencar – pai do escritor 06 cearense José de Alencar – era o Presidente da

Província do Ceará. Desde então são decorridos 170 08 anos de uma história institucional que se confunde

com a do próprio Estado de incontáveis serviços em 10 defesa dos reais interesses dos cearenses, haja vista

que muitos ―cobradores de impostos e taxas‖, como 12 são chamados os agentes do fisco, perderam a vida no

cumprimento do dever. (Adaptado de http://www.sefaz.ce.gov.br/comunicacaosocial/sefaznot.asp#, consulta em 20/10/2006)

Propostas de alteração da pontuação: I) Eliminar a vírgula que está depois da palavra ―Ceará‖ (l.2) II) Manter apenas a inicial maiúscula da sigla(l.2). Assim: Sefaz-Ceará III) Colocar uma vírgula antes e outra depois da expressão: de 26 de setembro de 1836 (l.4) IV) Substituir o duplo travessão das linhas 5 e 6 por parênteses. V) Colocar vírgula depois da palavra ―Estado‖(l.9) VI) Excluir as aspas da linha 11

Page 158: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

158

Assinale a opção que contém apenas e tão-somente as propostas que deverão ser implementadas para tornar o texto correto. a) I, III e V b) I, IV, V e VI c) II, III e V d) III, IV e VI e) II, IV e VI 593.(ESAF – SEFAZ/CE 2007 – Aud. Fiscal) Aponte o período no qual a concordância verbal e/ou nominal segue o padrão culto do idioma escrito. a) Para o europeu, o Renascimento é um período de transição e compromisso. Resultado de lenta evolução, ele rompe os valores, ideais e instituições que deram origem à civilização ocidental e cristã do tipo medieval, sem interrupção e quebra de continuidade histórica. b) Caracterizam esse período histórico como de compromisso entre o medieval e o moderno um predomínio de interesses que até então havia desempenhado papel secundário na vida da Europa Ocidental: interesse pelo indivíduo e sua vida terrena. c) Embora os fundamentos econômicos da civilização medieval continuasse sendo a posse e o cultivo da terra, a economia rural passa a oferecer um excedente de produção capaz de fomentar um início de troca comercial que vai se intensificar e tornar-se internacional e marítimo. d) Desde o fim da Idade Média é perceptível as transformações que atingem as relações humanas básicas nos centros de atividades comerciais que começam a aparecer nas cidades. e) Desenvolvem-se, entre a classe dos senhores e servos, uma nova camada social – a burguesia, que agrupa comerciantes, artesãos livres e funcionários públicos para os quais não haviam funções reconhecidas na sociedade dual da Idade Média.

(Casemiro dos Reis Filho, O transplante da educação européia no Brasil. Em Saviani, D.(org.) Intelectual, Educador, Mestre: presença do professor

Casemiro dos Reis Filho na educação brasileira. Campinas/SP: Autores Associados, 2003, 55/56.)

Atenção: As questões de 594 a 613 referem-se ao texto seguinte.

Da impunidade O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de

conduta, princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que, em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie, no qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não por acaso, como “a lei da selva”. É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos.

Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas: podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de princípios fundamentais. No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”, “Não cobiçarás a mulher do próximo” etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido, daquilo que representa o limite de nossa vontade e de nossas ações.

Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os regulamentos de todo tipo multiplicam-se e sofisticam-se, mas permanece como sustentação delas a idéia de que os direitos e os deveres dizem respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez

Page 159: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

159

manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Abuso de poder, corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição exemplar, tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada. Um dos maiores desafios da nossa sociedade é o de não permitir a proliferação desses casos. Se o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos acordados, a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da humanidade.

(Inácio Leal Pontes)

594.(FCC) Regras de convívio e parâmetros normativos das atividades humanas são considerados, no texto, (A) valores inerentes aos sistemas políticos cuja autoridade se manifesta pelo emprego indiscriminado da força. (B) elementos indispensáveis à conduta civilizada e a toda organização social orientada pelo princípio do bem comum. (C) qualidades naturais de todo indivíduo que se preocupa em conviver com os demais segundo sua própria índole. (D) elementos definidores de toda e qualquer forma de organização social comandada pelo princípio da repressão. (E) valores prioritários das relações sociais cuja base ética se manifesta consoante os impulsos da ordem natural. 595.(FCC) São contraditórias entre si as duas situações representadas em: (A) obediência aos ditames da lei mosaica / acatamento do princípio da interdição. (B) elaboração de textos constitucionais / instituição de sanções inibitórias para os delitos. (C) estabilização das relações entre os homens / aplicação de princípios éticos comuns. (D) valorização de princípios socialmente acordados / exaltação dos impulsos individuais. (E) manifestações da vontade divina / eleição de valores acolhidos como eternos. 596.(FCC) Considere as seguintes afirmações: I. Quando o homem se compara aos demais seres da natureza, deve concluir que a condição humana tornou-o imune à ação dos instintos. II. A multiplicação e a sofisticação dos códigos e regulamentações que regem nossa vida vêm tendo como efeito a expansão da impunidade. III. O sentido social de uma norma já instituída é reforçado quando se pune exemplarmente o indivíduo que a violentou. Em relação ao que diz o texto, ou ao que dele pode-se depreender, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) III, apenas. 597.(FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) discriminação objetiva (1º parágrafo) = especificação tendenciosa. (B) implica o estado de barbárie (1º parágrafo) = provém de uma constituição anômala. (C) toma para si a tarefa de orientar (2º parágrafo) = investe-se da missão de nortear. (D) instituem-se as sanções (2º parágrafo) = prescrevem-se as prerrogativas. (E) seguidos de punição exemplar (3º parágrafo) = advindos de exemplificações punitivas.

Page 160: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

160

598.(FCC) A concordância verbal estabelece-se plena e adequadamente em: (A) Para que o cumprimento de todos os princípios fundamentais seja garantido, devem especificar-se as sanções. (B) No caso de que se infrinja as normas e os princípios, hão de se lançar mão das sanções correspondentes. (C) Constituem um dos exemplos de delitos vantajosos o caso em que o detentor de um poder abuse de sua autoridade. (D) Não houvesse sido criadas quaisquer regras de convívio, estaríamos todos vivendo sob o comando de nossos instintos mais primitivos. (E) O que nos mandamentos de Moisés se impõem como um dos princípios fundamentais é a necessidade de reconhecimento dos nossos limites. 599.(FCC) Está bem observada a correlação entre os tempos e modos verbais na construção do período: (A) Se não variassem de cultura para cultura, as regras de convívio terão alcançado, efetivamente, a chamada validade universal. (B) Tendo cabido ao homo sapiens discriminar critérios de convívio, conseguiu ele criar uma organização social que, até hoje, não abdica de punir quem os desrespeite. (C) A relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns estava sendo prejudicada caso se viesse a permitir a existência de privilégios. (D) Para que não se consagrasse o péssimo exemplo da impunidade, faz-se necessária a sanção dos que vierem a cometer delitos. (E) Enquanto os animais continuam regulando-se pela ―lei da selva‖, os homens estariam sempre se esforçando para tê-la superado. 600.(FCC) Expressa uma finalidade a oração subordinada adverbial sublinhado em: (A) (...) a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana. (B) (...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por tê-la infringido. (C) (...) o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido. (D) (...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens. (E) (...) o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam sob os mesmos princípios éticos acordados. 601.(FCC) Considerando-se o contexto, deve-se entender que o sentido do elemento sublinhado em (A) (...) mas o homo sapiens afirmou-se como tal (1º parágrafo) é equivalente ao de do mesmo modo. (B) Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas (2º parágrafo) é equivalente ao de por conseguinte. (C) (...) a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio (3º parágrafo) é equivalente ao de quando. (D) (...) um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal (3º parágrafo) é equivalente ao de aonde. (E) (...) a quebra desse acordo é a negação mesma desse ideal da humanidade (3º parágrafo) é equivalente ao de idêntica. 602.(FCC) Transpondo-se para a voz passiva a construção O homo sapiens estabeleceu critérios de controle dos impulsos primitivos, a forma verbal resultante será (A) foi estabelecido. (B) são estabelecidos. (C) tem estabelecido. (D) têm sido estabelecidos.

Page 161: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

161

(E) foram estabelecidos. 603.(FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Nunca ....................... (haver) de prosperar as sociedades cujos princípios sejam frágeis. (B) .............................. (caber) aos animais viver segundo os impulsos de seus instintos primários. (C) ................................. -se (estipular) na lei mosaica, como se sabe, princípios de interdição. (D) Pela lei mosaica, ............................. (cuidar) os homens de observar rígidos ditames. (E) A nenhum de nós ............................. (deixar) de afetar os rigores das sanções previstas. 604.(FCC) Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas (...). O elemento sublinhado na frase acima poderá permanecer o mesmo, caso substituamos Não decorrem por (A) Não advêm. (B) Não implicam. (C) Não têm origem. (D) Não se devem. (E) Não se atribuem. 605.(FCC) O termo sublinhado constitui o sujeito da seguinte construção: (A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. (B) É nessa condição que vivem os animais. (C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das transgressões. (D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. (E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. 606.(FCC) Está correta a grafia de todas as palavras na frase: (A) Não constitui uma primasia dos animais a satisfação dos impulsos instintivos: também o homem regozijase em atender a muitos deles. (B) As situações de impunidade infligem sérios danos à organização das sociedades que tenham a pretensão da exemplaridade. (C) É difícil atingir uma relação de complementaridade entre a premênsia dos instintos naturais e a força da razão. (D) Se é impossível chegarmos à abstensão completa da satisfação dos instintos, devemos, ao menos, procurar constringir seu poder sobre nós. (E) A dissuasão dos contraventores se faz pela exemplaridade das sanções, de modo que a cada delito corresponda uma justa punição. 607.(FCC) Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período: (A) Embora sejamos tentados, freqüentemente, a qualificar como cruel ou maldoso o comportamento de certos animais, o fato é que, para eles, só há os instintos. (B) Por mais que difiram entre si, as constituições, nenhuma delas deixa-se reger, por princípios que desfavoreçam, ou impeçam algum equilíbrio nas relações sociais. (C) Via de regra o abuso de poder constitui um caso difícil de ser apurado, uma vez que, o próprio agente do delito, costuma exercer forte influência, na investigação dos fatos. (D) É muito comum nas conversas mais informais, os indivíduos se referirem a casos públicos de impunidade, tomando-os como justificativas, de seus delitos pessoais. (E) Não é fácil, submeter-se ao equilíbrio entre o direito e o dever, pois, a tendência é de um lado, valorizar o direito, e de outro minimizar o dever que lhe corresponde.

Page 162: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

162

608.(FCC) No caso das leis mosaicas, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”. O pronome sublinhado na frase acima reaparece, conservando a mesma função sintática que nela exerce, nesta outra frase: (A) Para se garantir o cumprimento de um princípio, institui-se uma sanção para quem o ignore. (B) Quanto ao abuso de poder, só rigorosas diligências e isenta apuração o evitam. (C) Dos desafios da nossa sociedade, talvez o maior seja o de não se permitir a impunidade. (D) O homo sapiens, que tem o dom da racionalidade criativa, nem sempre o aproveita em seu benefício. (E) Se o indivíduo responsável pela aplicação da justiça transgride um princípio, que ninguém o acoberte. 609.(FCC) Estão corretos o emprego e a flexão de todas as formas verbais na frase: (A) Se os homens dessem ouvido à consciência e contessem seus instintos, as relações sociais seriam mais harmoniosas. (B) Aos homens nunca aprouve respeitar os princípios coletivos quando não prescrita uma punição para quem viesse a menosprezá-los. (C) Se os cidadãos elegerem princípios e convirem que estes são justos, só os infligirá quem se valer de má fé. (D) No caso de evidente erro judiciário, deve-se ratificar a sanção aplicada para que a punição injusta não constitue um argumento a favor da impunidade. (E) Quando todos revirmos o papel social que nos cabe e nos dispormos a exercê-lo de fato, nenhum caso de impunidade será tolerado. 610.(FCC) Não é preciso amar os princípios de convivência, como também não se deve ignorar esses princípios, pois quem não dá fé a esses princípios impede que os contraventores levem a sério esses princípios. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados por, respectivamente, (A) ignorá-los − lhes dá fé − os levem a sério (B) ignorar-lhes − dá-lhes fé − levem-lhes a sério (C) lhes ignorar − lhes dá fé − os levem a sério (D) ignorá-los − dar fé a eles − levem-lhes a sério (E) os ignorar − os dá fé − levem-nos a sério 611.(FCC) Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase: (A) Conquanto seja impossível a adesão de todos em que se cumpra os princípios de convívio social, ainda assim há aqueles que relutam em aceitar tais esforços. (B) À medida em que desceu Moisés com os mandamentos do monte Sinai, seus seguidores deram-se conta de que alguns deles paltavam-se pelo princípio da interdição. (C) Para que se mantenha um mínimo equilíbrio nas relações sociais, desde que não se pode permitir casos de impunidade, onde os infratores ainda pousam de vitoriosos. (D) Não é mau auferir benefícios pessoais quando estes não acarretam, de forma alguma, qualquer tipo de prejuízo ou restrição ao pleno exercício dos direitos alheios. (E) Embora nem sempre seja de fácil aceitação, nem sempre as sanções deixam de ser necessárias, já que sem as mesmas correria-se o risco de se voltar ao estado da barbárie. 612.(FCC) NÃO se justificam as ocorrências do sinal de crase em: (A) Não me reporto à impunidade de um caso particular, mas àquela que se generaliza e dissemina a descrença na justiça dos homens. (B) É difícil admitir que vivem à solta tantos delinqüentes, sobretudo quando se sabe que pessoas inocentes são levadas à barra dos tribunais.

Page 163: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

163

(C) O autor do texto faz menção à uma série de princípios de interdição, à qual teria proveniência na vontade divina. (D) Assiste-se hoje à multiplicação de casos de impunidade, à descabida proliferação de maus exemplos de conduta social. (E) Quem dá crédito à ação da justiça não pode deixar de trabalhar para que não se furtem às sanções os mais poderosos. 613.(FCC) Está correto o uso do segmento sublinhado na frase: (A) Trata-se de um texto em cuja tese poucos devem mostrar-se contrários. (B) A natureza também tem seus princípios de violência, a cujos os homens precisam superar. (C) Nos ditames da lei mosaica, cujo o rigor é indiscutível, prevalece o princípio da interdição. (D) As normas da ética, de cujas ninguém devia se afastar, não são exatamente as mesmas ao longo do tempo. (E) Os braços da justiça, a cujo alcance deveriam estar todos, tornam-se inócuos quando desprestigiados. Texto para as questões 614 a 619 Os mitólogos costumam chamar de imagens de mundo certas estruturas simbólicas pelas quais, em todas as épocas, as diferentes sociedades humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto individualmente, a experiência do existir. Ao longo da história, essas constelações de idéias foram geradas quer pelas tradições étnicas, locais, de cada povo, quer pelos grandes sistemas religiosos. No Ocidente, contudo, desde os últimos três séculos uma outra prática de pensamento veio se acrescentar a estes modos tradicionais na função de elaborar as bases de nossas experiências concretas de vida: a ciência. Com efeito, a partir da revolução científica do Renascimento as ciências naturais passaram a contribuir de modo cada vez mais decisivo para a formulação das categorias que a cultura ocidental empregará para compreender a realidade e agir sobre ela. Mas os saberes científicos têm uma característica inescapável: os enunciados que produzem são necessariamente provisórios, estão sempre sujeitos à superação e à renovação. Outros exercícios do espírito humano, como a cogitação filosófica, a inspiração poética ou a exaltação mística poderão talvez aspirar a pronunciar verdades últimas; as ciências só podem pretender formular verdades transitórias, sempre inacabadas. Ernesto Sábato assinala com precisão que todas as vezes que se pretendeu elevar um enunciado científico à condição de dogma, de verdade final e cabal, um pouco mais à frente a própria continuidade da aplicação do método científico invariavelmente acabou por demonstrar que tal dogma não passava senão... de um equívoco. Não há exemplo melhor deste tipo de superstição que o estatuto da noção de raça no nazismo.

(Luiz Alberto Oliveira. ―Valores deslizantes: esboço de um ensaio sobre técnica e poder‖, In O avesso da liberdade. Adauto

Novaes (Org). São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 191)

614.(FCC – MPU Analista 2007) No primeiro parágrafo, o autor (A) fornece uma descrição objetiva do modo como, ao longo da história, germinam e se desenvolvem as imagens do mundo, expressão emprestada aos mitólogos. (B) ratifica a idéia, construída ao longo da trajetória humana, de que o pensamento científico é a via mais eficaz para o conhecimento da realidade. (C) atribui a idiossincrasias culturais as distintas representações daquilo que legitimaria as práticas humanas. (D) defende que as sociedades humanas, apoiadas na religião ou em mitos variados, constroem imagens para autenticar a experiência individual perante a coletiva. (E) expressa sua compreensão de que, fora do âmbito racional, não há base sólida que fundamente a vida dos seres humanos. 615. (FCC – MPU Analista 2007) Ainda sobre o primeiro parágrafo, é correto afirmar : (A) O emprego da conjunção contudo (linha 4) evidencia que o autor considera os modos tradicionais de conceber o mundo incompatíveis com a ciência, que os substitui. (B) Contém, implicitamente, a idéia de que a capacidade cognitiva é conquista do mundo ocidental, principalmente nos últimos trezentos anos. (C) O emprego da expressão Com efeito (linha 06) colabora para a consolidação da idéia de que a observação dos fenômenos naturais foi conquista do Renascimento.

Page 164: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

164

(D) Sustenta a idéia de que, a partir do Renascimento, as ciências desenvolveram normas práticas para a conduta humana, com respeito a valores na esfera individual ou coletiva. (E) A forma verbal empregará (linha 08) evidencia que o autor dá como fato consumado o prestígio da ciência, do Renascimento em diante, na constituição do modo ocidental de pensar e agir. 616. (FCC – MPU Analista 2007) No parágrafo 2, (A) a conjunção Mas (linha 09) foi empregada não para eliminar o que foi dito anteriormente, e, sim, para introduzir uma contrapartida do objeto, fruto de distinta perspectiva de análise. (B) constrói-se uma relativização das conquistas da ciência, sustentada na crítica de que ela se vale de procedimentos pouco objetivos na busca da verdade. (C) constata-se o caráter incontrolável das experiências científicas, implicitamente atribuído às condições de descontinuidade em que se realizam. (D) a expressão necessariamente provisórios (linha 10) compõe uma advertência, dirigida a filósofos, poetas e místicos, que desconsideram a objetividade na produção do saber. (E) incentiva-se a luta do ser para a constante superação de suas fragilidades pessoais, advindas de sua humana condição e permanente sujeição ao erro. 617. (FCC – MPU Analista 2007) É correto afirmar: (A) Infere-se do texto que os distintos discursos – religioso, filosófico, artístico, científico –, quando formalizam, cada um a seu modo, os dogmas da humanidade, na verdade estão conscientemente burlando o espírito que orienta cada específica prática. (B) O texto demonstra que superstições surgem nos mais diversos campos do conhecimento, e são elas que, através do tempo, configuram o estatuto do humano. (C) O texto esclarece que é uma pretensão imprópria aspirar a conquistas que, duradouras, podem acabar por se constituir em meros passos de um trajeto insuperável. (D) Seria coerente com as idéias expressas no texto o seguinte comentário, suscitado pelo exemplo dado: "O nazismo, por mais assustador que seja o fato, não foi isento de racionalidade". (E) No texto exprime-se o entendimento de que é comum a várias práticas de pensamento, excluindo-se o mítico, defender que o espírito humano é capaz de atingir o saber pleno.

618. (FCC – MPU Analista 2007) É correto afirmar que (A) a conjunção quer, repetida (linhas 3 e 4), estabelece uma comparação entre os termos aproximados, indicando a superioridade de um sobre o outro. (B) a forma verbal têm (linha 09) está em conformidade com as normas gramaticais, assim como a forma verbal destacada em ―Embora eles não lhe dêm razão, ela sabe que está certa‖. (C) o emprego do sinal gráfico indicativo da crase está correto em sujeitos à superação (linha 10), assim como está em ―Chegaram à propor um acordo, mas não foram ouvidos‖. (D) a transposição da frase essas constelações de idéias foram geradas quer pelas tradições étnicas (...) quer pelos grandes sistemas religiosos (linhas 3 e 4) para a voz ativa gera a forma verbal ―costumam gerar‖. (E) o emprego de melhor, em Não há exemplo melhor (linha 16), está em conformidade com as normas gramaticais, assim como o do segmento assinalado em ―Foram os exemplos mais bem escolhidos‖. 619. (FCC – MPU Analista 2007) Ernesto Sábato assinala com precisão que todas as vezes que se pretendeu elevar um enunciado científico à condição de dogma, de verdade final e cabal, um pouco mais à frente a própria continuidade da aplicação do método científico invariavelmente acabou por demonstrar que tal dogma não passava senão... de um equívoco. O adequado entendimento daquilo que assinala Ernesto Sábato está expresso, de forma clara e correta, em: (A) É perfeito o entendimento de dogma como verdade acabada, mas tem um desvio quando a ciência prova que o enunciado está ultrapassado, anulando o dogma equivocado, o que ocorreu em todas as vezes. (B) Sempre que se tentou eternizar uma formulação científica, a ciência, ela mesma, desautorizou a pretensão, quando, por seus próprios instrumentos, desvelou a imperfeição daquele saber. (C) Verdades finais e acabadas, verdadeiros dogmas, sempre existiram, mas, sendo do universo científico, a própria ciência se incumbiu de dar continuidade, tornando obsoleto o método. (D) Muitas vezes houve tentativa de construir dogmas, mas se revelou impossível, porque a ciência, desenvolvendo, provou mais para frente que o enunciado científico não tinha fundamento real. (E) É freqüente ver o que a continuidade faz, pois a ciência, responsável pelo método, mostra o erro dos dogmas que, antes precisos, acabam invariavelmente provocando equívocos, como universalmente demonstrado.

Page 165: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

165

Texto para as questões 620 a 628 Os vadios eram um grupo infrator caracterizado, antes de mais nada, por sua forma de vida. Era o fato de não fazerem nada, ou de nada fazerem de forma sistemática, que os tornava suspeitos ante a parte bem organizada da sociedade. Por não terem laços – a família, domicílio certo, vínculo empregatício –, constituíam um grupo fluido e indistinto, difícil de controlar e até mesmo de enquadrar. Passados os primeiros tempos dos descobertos auríferos, quando, como disse o jesuíta Antonil, os arraiais foram “móveis como os filhos de Israel no deserto”, a itinerância passou a ser cada vez mais tolerada. Em 1766 surge contra os vadios das Minas a primeira investida oficial de que se tem notícia: uma carta régia dirigida em 22 de julho ao governador Luís Diogo Lobo da Silva, e incisiva na condenação da itinerância de vadios e da forma peculiar de vida que escolhiam. Tais homens, dizia o documento, vivem separados do convívio da sociedade civil, enfiados nos sertões, em domicílios volantes, ou seja, sem residência fixa. Isto não podia ser tolerado, e deveriam passar a viver em povoações que tivessem mais de cinqüenta casas e o aparelho administrativo de praxe nas vilas coloniais: juiz ordinário, vereadores etc. Uma vez estabelecidos, ser-lhes-iam distribuídas terras adjacentes ao povoado para que as cultivassem, e os que assim não procedessem seriam presos e tratados como salteadores de caminhos e inimigos comuns.

(Laura de Mello e Souza. ―Tensões sociais em Minas na segunda metade do século XVIII‖, In Tempo e história, org. Adauto

Novaes. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal da Cultura, 1992. p. 358-359)

620. (FCC – MPU Analista 2007) No texto, o autor (A) põe em foco um determinado estrato social, particularizando uma tentativa de disciplinamento oficial. (B) desenvolve considerações minuciosas a respeito do tema central de seu discurso: a carta de Luís Diogo Lobo da Silva. (C) narra um específico episódio ocorrido em Minas, tomado como exemplo do que se pode esperar da ação de grupo de infratores. (D) lança hipóteses sobre as causas de um determinado comportamento social, depois de caracterizá-lo a partir da teoria de pesquisadores, religiosos ou não. (E) toma os dados de pesquisa histórica como apoio para expressar e justificar o seu próprio juízo de valor acerca de infratores. 621. (FCC – MPU Analista 2007) Considere as afirmações que seguem sobre a organização do texto. I. No processo de argumentação, o autor valeu-se de testemunho autorizado. II. A fala do jesuíta constitui argumento para a consolidação da idéia de que a itinerância passou a ser cada vez mais tolerada. III. A data de 1766 foi citada como comprovação explícita de que o rei era realmente signatário da carta. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 622. (FCC – MPU Analista 2007) Observado o contexto, está corretamente entendida a seguinte expressão do texto: (A) nada fazerem de forma sistemática – nada produzirem de modo tecnicamente plausível. (B) um grupo fluido e indistinto – um conglomerado espontâneo e informal. (C) difícil de controlar e até mesmo de enquadrar – não passível de organizar e mesmo dominar. (D) Passados os primeiros tempos dos descobertos auríferos – esgotadas as primeiras jazidas de ouro. (E) forma peculiar de vida que escolhiam – singular maneira que se concediam de estar no mundo. 623. (FCC – MPU Analista 2007) Em 1766 surge contra os vadios das Minas a primeira investida oficial de que se tem notícia. Considerado o contexto, uma outra redação para o segmento destacado acima, que está correta e que não prejudica o sentido original, é: (A) cuja existência se conhece.

Page 166: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

166

(B) da qual a notícia foi dada. (C) que a notícia foi veiculada. (D) na qual se tem o registro. (E) de que a notícia chegou até nós. 624. (FCC – MPU Analista 2007) Observadas as 8 linhas iniciais do texto, é correto afirmar: (A) A expressão por sua forma de vida constitui uma explicação. (B) No segmento Era o fato de não fazerem nada, ou de nada fazerem de forma sistemática, a conjunção ou introduz uma retificação do que se afirmou anteriormente. (C) Em que os tornava suspeitos, o deslocamento do pronome destacado para depois do verbo atenderia ao que a gramática aconselha como preferência. (D) A preposição ante equivale a ―versus‖. (E) Como em fluido, a grafia do particípio do verbo ―imbuir‖ não admite o acento, estando, portanto, correta a forma ―imbuido‖. 625. (FCC – MPU Analista 2007) Considerando as linhas 8 a 16, é correto afirmar: (A) Em como disse o jesuíta, como equivale a ―mediante‖. (B) Em “móveis como os filhos de Israel no deserto”, as aspas indicam que a frase deve ser entendida em sentido figurado. (C) O emprego da palavra arraiais contribui para a produção do sentido de ―morada provisional‖ tratado no fragmento. (D) No segmento a itinerância passou a ser cada vez mais tolerada, a expressão passou a ser é a que exprime a idéia de progressão. (E) Os dois-pontos introduzem uma citação. 626. (FCC – MPU Analista 2007) Tais homens, dizia o documento, vivem separados do convívio da sociedade civil, enfiados nos sertões, em domicílios volantes, ou seja, sem residência fixa. Isto não podia ser tolerado, e deveriam passar a viver em povoações que tivessem mais de cinqüenta casas e o aparelho administrativo de praxe nas vilas coloniais: juiz ordinário, vereadores etc.

Observado o contexto, é correto afirmar que, no fragmento acima, (A) a expressão sociedade civil equivale a ―conjunto de todos os membros que constituem o tecido social, unidos em torno de idéias, pactos e acordos, sem hegemonia nem exclusão de nenhum grupo‖. (B) a voz do autor mistura-se à voz do remetente da carta, como o comprova o emprego, respectivamente, das formas verbais podia e vivem. (C) a expressão ou seja introduz uma explicação, obrigatória para a compreensão do documento, visto que domicílios volantes constitui uma incompatibilidade em termos, sem possibilidade de conciliação. (D) o emprego da expressão de praxe evidencia que, na carta, buscava-se neutralizar qualquer tom que pudesse ser entendido como intimidação. (E) a oração deveriam passar a viver em povoações expressa uma suposição. 627. (FCC – MPU Analista 2007) Uma vez estabelecidos, ser-lhes-iam distribuídas terras adjacentes ao povoado para que as cultivassem, e os que assim não procedessem seriam presos e tratados como salteadores de caminhos e inimigos comuns. Sobre o que se tem no período acima transcrito, é correto afirmar: (A) A expressão uma vez comunica a mesma idéia que o segmento destacado exprime em ―Uma vez que ele se curou, não precisa mais de cuidados médicos‖. (B) O termo destacado em os que assim não procedessem refere-se à ação de optar por ser estabelecido. (C) A gramática prescreve que o vocábulo adjacentes seja assim separado em sílabas: ―a - dja - cen - tes‖. (D) Há um subentendido no fragmento: no século XVIII, os vadios recebiam tratamento diferenciado em relação a outros grupos considerados infratores. (E) Em tratados como salteadores, o termo destacado está empregado com o mesmo valor que se nota em ―Como cheira bem a sua caldeirada!‖. 628. (FCC – MPU Analista 2007) Uma vez estabelecidos, ser-lhes-iam distribuídas terras adjacentes ao povoado para que as cultivassem. Uma outra redação para o segmento destacado acima, que, clara e correta, não prejudica o sentido original é:

Page 167: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

167

(A) sendo-lhes divididas as terras pertencentes ao povoado, poderiam cultivá-las. (B) com o objetivo de que tornassem produtivas, receberiam, entre eles, as terras próximo à vila. (C) eles seriam aquinhoados com áreas contíguas à vila, a fim de que as lavrassem. (D) compartilhariam entre si glebas em anexo ao povoado, de modo que beneficiassem. (E) salvo se lavrassem, receberiam por distribuição áreas incorporadas ao povoado. 629. (FCC – MPU Analista 2007) A frase que está totalmente de acordo com o padrão culto é: (A) Vossa Senhoria, senhor Ministro, poderíeis me receber amanhã em audiência, para que lhe entregue pessoalmente meu projeto? (B) Ele é ambidestro, sabe até desenhar com ambas mãos, mas jamais quiz colocar sua habilidade em evidência. (C) Queria sair com nós três, não sei bem por quê; talvez haja assuntos sobre os quais ela queira nos colocar a par. (D) Essas pinturas são consideradas as maiores obras-de-artes do período, mas nada tem haver com a temática que você quer estudar. (E) Ela vivia dizendo ―Eu mesmo desenho meu futuro‖, mas essa era uma forma dela ocultar sua relação mau resolvida com os pais. 630. (FCC – MPU Analista 2007) A frase que está pontuada de acordo com os preceitos da gramática é: (A) Mas é preciso ver nos textos, como o autor apresenta a relação de conciliação essencial entre a consciência cristã; e as práticas de eficácia temporal. (B) Pois bem: se ele não os induziu a responderem, o que desejava que fosse respondido; o que é que ele fez? (C) Basta então, que se conheçam as normas de organização social do período para que sejam compreendidas, em suas minúcias os atritos delas decorrentes. (D) As histórias relatadas nos seus romances iniciais − que se distinguem, sensivelmente, dos relatos mais recentes − são, na sua maioria, fruto da influência da cultura irlandesa. (E) A ação deles é, portanto, embora pouco divulgada, digna de reconhecimento, dos que os apoiaram nas mais diversas, circunstâncias. 631. (FCC – MPU Analista 2007) A frase em que a forma destacada está apropriada às normas gramaticais é: (A) Congregou-os o mesmo sincero desejo de fazer algo relevante pela comunidade. (B) Quem disse que ele constroe toda essa argumentação sem apoio de advogados? (C) Isso não é pertinente com os fins a que você visa com seu projeto. (D) Eles enganam-se a si próprios, persuadidos que tudo está sendo feito em busca da paz. (E) Espero que ele medie a reunião com a isenção de espírito de que todos necessitamos. 632. (FCC – MPU Analista 2007) A frase que está corretamente redigida é: (A) Naquele ambiente taciturno, é como se, a cada passo, descobrimos uma possibilidade longínqua de sair ilesos. (B) Acompanhei os noticiários, e, pelo o que está se vendo, muitos não chegarão onde desejam no horário previsto. (C) Aquele era o hotel onde costumava freqüentar durante o período que não conhecia problemas financeiros. (D) Os detalhes eram tão minuciosamente apresentados, que o leitor chega ter acesso até a informação de qual das mãos segurava a taça de champanhe. (E) A maneira como os bilhetes foram escritos não deixará dúvidas acerca do que deve ser feito, sob a responsabilidade seja de quem for. 633. (FCC – MPU Analista 2007) A concordância está totalmente de acordo com a norma padrão da língua em: (A) Acredito que as orientações dele, porque parecem pouco claro, não terão de serem seguidas antes de um esclarecimento maior. (B) Considerou digna de ser encaminhada a julgamento dos avaliadores a última versão do projeto-piloto, pois, se podem existir fragilidades, elas certamente hão de ser mínimas. (C) Elas se consideraram responsável pelo erro e julgaram legítimo as cobranças que lhe serão feitas de agora em diante. (D) Dado as contingências do momento, os diretores houveram por bem atender aos prazos, e prometeram reavaliar, tanto quanto fossem, as demais exigências do contrato.

Page 168: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

168

(E) Devem fazer mais de três meses que não os vejo; tantos dias de afastamento poderia ser entendido como descaso, mas quero dizer que lhes dedico muito afeto. Atenção: As questões de números 634 a 642 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência, Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades artísticas” dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são eles, e não outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de

2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)

634.(FCC – Técnico Judiciário MS 2007) De acordo com o texto, (A) a arte brasileira não produziu expoentes de vulto como Shakespeare ou Mozart, tendo sua maior expressão em eventos populares, como o carnaval e o futebol. (B) a literatura brasileira é realmente bastante pobre, pois é expressão de um meio limitado, com linguagem pouco expressiva, inadequada a grandes obras de arte. (C) as novelas e as crônicas são os gêneros mais cultivados pelos autores brasileiros, por seu forte apelo popular, além da simplicidade de temas e de linguagem. (D) a produção artística brasileira, embora possa ser considerada de menor expressão, apresenta grandes vultos em suas diversas e variadas manifestações. (E) as manifestações artísticas nacionais são mais aceitas por critérios europeus do que por valores típicos brasileiros, o que as empobrece sobremaneira. 635. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) Segundo o texto, está correto o que se afirma em: (A) O 1º parágrafo aponta a tese que será desenvolvida em todo o texto, até seu final, de modo plenamente coerente. (B) Entende-se o 2º parágrafo como a real proposição do texto, na defesa das manifestações da arte brasileira. (C) Machado de Assis e Caetano Veloso são citados, no 3º parágrafo, como exemplos de expressões, respectivamente, do maior e do menor em nossa literatura. (D) Embora seja habitual, tanto entre brasileiros quanto entre estrangeiros, considerar-se o carnaval como ―arte‖ (5º parágrafo), suas manifestações não devem ser vistas como ―artísticas‖. (E) O autor concorda com Antonio Candido, ao considerar, no último parágrafo, a pobreza da produção artística brasileira, em qualquer de seus aspectos.

Page 169: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

169

636. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) Um título adequado ao texto seria: (A) A ―pequena‖ grande produção artística brasileira. (B) Manifestações populares de arte ―menor‖ no Brasil. (C) Apelo popular define o que seja ―arte brasileira‖. (D) Ibope determina ―valor artístico‖ de manifestações populares. (E) A norma européia ainda é predominante na ―arte brasileira‖. 637. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) Mantém-se o sentido original de um segmento do texto, com outras palavras, em: (A) têm sido superlativas aqui = são as mais cultivadas no planeta. (B) alcançam níveis de superação artística = precisavam apresentar qualidade superior. (C) pode compor um elenco = apresenta uma equipe de prestígio. (D) acabou se alastrando para outros campos = estendeu-se para diversas esferas. (E) que é feito em outras paragens = que serve de exemplo para outros lugares. 638. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) A afirmativa INCORRETA, considerando-se o emprego de sinais de pontuação no texto, é: (A) As aspas em ―menores‖ (1º parágrafo) e ―miudezas‖ (último parágrafo) assinalam a mesma intenção de relativizar o uso desses termos. (B) O segmento isolado por travessões no 2º parágrafo representa, considerando-se o contexto, a introdução de um comentário pessoal. (C) Os dois-pontos após a expressão a norma européia (2º parágrafo) introduzem no contexto um segmento enumerativo e especificativo. (D) O travessão colocado após Morre consagrado (3º parágrafo) pode ser corretamente substituído por vírgula, sem alteração do sentido original. (E) Em ―Um homem célebre‖ (3º parágrafo) e em ―qualidades artísticas‖ (5º parágrafo), o uso das aspas indica tratar-se de transcrição fiel de citação alheia. 639. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) ... “lá” também ... (2º parágrafo) É correto afirmar que ―lá‖ retoma, considerando-se o contexto, a expressão: (A) densidade raramente obtida. (B) papel fundamental. (C) resto do mundo. (D) critério de valoração. (E) norma européia. 640. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) ... desempenham um papel fundamental na cultura brasileira. (1o parágrafo) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase: (A) Mas são menores diante do quê? (B) − onde quer que seja esse lugar – (C) ... nunca floresceu uma canção popular... (D) Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. (E) Morre consagrado... 641. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase) O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na expressão: (A) com raras exceções. (B) é bastante sintomático. (C) de imenso apelo popular. (D) grandes manifestações artísticas. (E) por nossos melhores artistas plásticos.

Page 170: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

170

642. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) Pois se aqui não se geraram obras... (2o parágrafo) A forma verbal correta, de sentido idêntico ao da forma grifada acima é: (A) foi gerado. (B) foram geradas. (C) tinha gerado. (D) estava gerando. (E) estavam sendo geradas. Atenção: As questões de números 643 a 647 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos. As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabe-se, por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária – o que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a capacidade de “ressurreição” da floresta. Estudos mostram que alguns proprietários de terras abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia. Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é importante, porque elas podem ser cortadas novamente para suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como uma área desmatada e depois abandonada se comportará. Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro, submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade do trecho desmatado com áreas de floresta primária também conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de polinização e semeadura naturais. “Se houver um banco de sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode recuperar parte da biodiversidade”, explica um pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de

2006, p. 10)

643. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) O assunto principal do texto está corretamente expresso em: (A) Florestas secundárias na Amazônia podem ser novamente derrubadas para a formação de pastos, fato que já está ocorrendo e dificultando o controle do desmatamento. (B) Desinteresse de especialistas torna difícil o cálculo exato do desmatamento na Amazônia, porque deixa de lado o controle das florestas secundárias. (C) Especialistas começam a contabilizar a área de florestas secundárias na Amazônia, fato que trará possível alteração dos números do desmatamento na região. (D) Florestas secundárias deverão tornar-se, dentro de pouco tempo, a garantia de conservação da imensa floresta amazônica, segundo afirmam especialistas. (E) A derrubada da floresta para a formação de pastos e para a agricultura começa a ser permitida, diante da possibilidade de regeneração de matas secundárias. 644. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) A frase que introduz uma ressalva no contexto é: (A) ... mas pode ser relevante no longo prazo. (B) – o que ajuda a reduzir o efeito estufa. (C) ... porque ainda não se mediu a capacidade de “ressurreição” da floresta. (D) ... que alguns proprietários de terras abandonam certas áreas ao longo do tempo ... (E) ... o que ocorre nas florestas secundárias também é importante ... 645. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) Não se sabe ainda com que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia. (3º parágrafo) A expressão grifada retoma corretamente, considerando-se o contexto, a (A) reconstituição de toda a biodiversidade da floresta. (B) capacidade de regeneração da mata após a derrubada. (C) reabsorção de parte do carbono emitido com o desmatamento.

Page 171: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

171

(D) preservação de boa parte da área coberta por mata original. (E) percepção do que realmente acontece com as florestas secundárias. 646. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase: (A) Observa-se, na Amazônia, algumas clareiras de desmatamento, que parece surgir sem ligação com a presença humana, embora possam ser avistadas áreas de pastagens. (B) Imagens de satélites indica a existência de enormes áreas de pastagens em locais onde era antes apenas matas de transição, entre a floresta fechada e o cerrado. (C) Pequenos animais da floresta, assim como os pássaros, é vetor que disseminam sementes, indispensável para a permanência da mata principal. (D) Parques indígenas da Amazônia oferece vasta extensão de mata preservada, que se tornam de grande interesse para a conservação da biodiversidade. (E) Nas áreas desmatadas para a abertura de pastos e depois abandonadas, arbustos formam uma variada mata secundária, à medida que as invadem. 647. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) A forma verbal que, além de corretamente flexionada, indica fato passado anterior a outro, também passado, está grifada na frase: (A) Para que se precavissem os efeitos prejudiciais ao meio ambiente, interromperam-se as queimadas na região. (B) Após a derrubada da mata, sobreviram alterações significativas no clima de toda a área, antes coberta por ela. (C) O especialista ativera-se à análise dos dados obtidos, para defender o programa de responsabilidade ambiental. (D) Proporam-se medidas de combate à degradação da floresta, porém os resultados danosos já haviam se instalado em toda a área. (E) Se não fosse imediatamente interrompido o corte das árvores, a região transformar-se-ia numa extensa área desertificada. 648. (FCC – Técnico Judiciário MS 2007) - Proprietários de terras abandonam certas áreas ao longo do tempo. - A vegetação pode regenerar-se nas áreas abandonadas. - A extensão do processo de recuperação depende de vários fatores. - O uso anterior da terra tem influência no processo de recuperação. As frases acima articulam-se em um único período com clareza, correção e lógica, da seguinte maneira: (A) A vegetação pode regenerar-se nas áreas abandonadas, ao longo do tempo, pelos proprietários de terras; a extensão desse processo de recuperação, porém, depende de vários fatores, entre eles, a influência do uso anterior da terra. (B) Proprietários de terras abandonam certas áreas ao longo do tempo, que a vegetação pode regenerar-se nessas áreas; onde a extensão do processo de recuperação depende de vários fatores, além do uso anterior da terra tendo influência no processo de recuperação. (C) O uso anterior da terra vai estar tendo influência no processo de recuperação nas áreas abandonadas por proprietários de terras, que lhes abandonam ao longo do tempo; essa extensão do processo de recuperação depende de vários fatores, cuja vegetação pode regenerar-se. (D) A extensão do processo de recuperação da vegetação que pode regenerar-se nas áreas abandonadas, dependem de vários fatores; cujo uso anterior da terra tem influência no processo de recuperação de certas áreas, de que os proprietários abandonam ao longo do tempo. (E) Proprietários de terras abandonam certas áreas ao longo do tempo, cujo o uso anterior da terra tem influência no processo de sua recuperação; a vegetação pode, então, regenerar-se nessas áreas abandonadas, que a extensão do processo de recuperação depende de vários fatores. Atenção: As questões de números 649 a 663 referem-se ao texto abaixo:

Cuidado: o uso desse aparelho pode produzir violência

Page 172: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

172

A revista Science publicou, em 2002, o relatório de uma pesquisa coordenada por Jeffrey Johnson, da Universidade de Colúmbia, em Nova York. O estudo mostra uma relação significativa entre o comportamento violento e o número de horas que um sujeito (adolescente ou jovem adulto) passa assistindo à TV.

Pela pesquisa de Johnson, os televisores deveriam ser comercializados com um aviso, como os maços de cigarros: cuidado, a exposição prolongada à tela desse aparelho pode produzir violência.

Estranho? Nem tanto. É bem provável que a fonte de muita violência moderna seja nossa insubordinação básica: ninguém quer ser ou continuar sendo quem é. Podemos proclamar nossa nostalgia de tempos mais resignados, mas duvido que queiramos ou possamos renunciar à divisão constante entre o que somos e o que gostaríamos de ser.

Para alimentar nossa insatisfação, inventamos a literatura e, mais tarde, o cinema. Mas a invenção mais astuciosa talvez tenha sido a televisão. Graças a ela, instalamos em nossas salas uma janela sobre o devaneio, que pode ser aberta a qualquer instante e sem esforço.

Pouco importa que fiquemos no zapping (*) ou que paremos para sonhar em ser policiais, gângsteres ou apenas nós mesmos (um pouco piores) no Big brother. A TV confirma uma idéia que está sempre conosco: existe outra dimensão, e nossas quatro paredes são uma jaula. A pesquisa de Johnson constata que, à força de olhar, podemos ficar a fim de sacudir as barras além do permitido. Faz sentido. (*) zapping = uso contínuo do controle remoto.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)

649. (FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Em relação à pesquisa coordenada por Jeffrey Johnson, o autor do texto manifesta (A) sua inteira estranheza, uma vez que tem convicções diametralmente opostas às do pesquisador. (B) sua inteira concordância, detalhando todos os elementos da pesquisa e colando-se à argumentação dela. (C) o acolhimento da conclusão geral da pesquisa, mas não deixa de trilhar um caminho reflexivo pessoal sobre o fenômeno observado. (D) sua parcial concordância, pois julga que o pesquisador se valeu de uma argumentação bastante estranha, nem sempre coerente. (E) sua plena discordância, uma vez que não vê qualquer relação entre assistir à TV e as eventuais atitudes de violência do público televisivo. 650. (FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Considere as afirmações abaixo. I. Na pesquisa de Jeffrey Johnson, ficou claro que é um exagero estabelecer uma relação de causa e efeito entre a exposição prolongada a programas de TV e atitudes de violência. II. De acordo com o autor do texto, a literatura e o cinema já estimulavam, antes do surgimento da TV, os mesmos níveis de violência social. III. O autor do texto defende a idéia de que a mídia pode estimular ações de violência que são geradas por nossa insatisfação com nós mesmos. É correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) II, apenas. (E) III, apenas. 651.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) exposição prolongada = exibição intermitente. (B) nostalgia de tempos mais resignados = remorsos por antigas submissões. (C) uma janela sobre o devaneio = uma refração da realidade. (D) renunciar à divisão constante = recusar o freqüente desacordo íntimo. (E) sacudir as barras além do permitido = ratificar os limites inaceitáveis. 652. (FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Preserva-se plenamente a concordância verbal na frase: (A) Caberia comercializar-se os televisores com uma advertência expressa sobre o perigo que representa as exposições contínuas à tela de uma TV. (B) Boa parte dos atos de violência provém, de acordo com a pesquisa, do excesso de horas que dedica uma pessoa a assistir à TV.

Page 173: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

173

(C) Seria da responsabilidade dos programas de TV certas incitações à violência, a se crer nas conclusões da pesquisa realizada. (D) Todo aquele que, assistindo continuamente à TV, costumam valer-se dos recursos do zapping, abrem janelas sobre o devaneio. (E) Não se atribua tão-somente à TV as atitudes de violência que se vem disseminando nos grandes centros urbanos. 653.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Transpondo-se para voz passiva o segmento Para alimentar nossa insatisfação, a forma verbal resultante será (A) seja alimentada. (B) alimentemos. (C) seria alimentada. (D) tenha alimentado. (E) fosse alimentado. 654.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) A relação significativa cuja se demonstrou na pesquisa se dá entre o comportamento violento e a audiência à TV. (B) A insubordinação básica em que se refere o autor do texto derivaria da insatisfação dos nossos recalcados desejos. (C) A invenção moderna mais astuciosa, de cujos efeitos trata o autor do texto, teria sido não a do cinema, mas a da TV. (D) O hábito do zapping, com cujo nos acostumamos, é um dos responsáveis pela abertura rápida de janelas sobre o nosso devaneio. (E) A conclusão de que nossa sala é uma jaula, com que chegou o autor do texto, não deixa de ser bastante provocadora e radical. 655.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase: (A) Sempre haverá quem discorde que a literatura fosse inventada de modo que assim a supríssemos com nossas insatisfações, ou vice-versa. (B) Quanto à nostalgia de tempos mais resignados, da qual poucos se insurgem, ela costuma freqüentemente ser proclamada. (C) É pela suspeita de haver uma nova dimensão, além da que vivemos, que se chega à conclusão de não precisarmos subordinarmos os devaneios. (D) Julga o autor do texto que nos insubordinamos contra as barras de nossa jaula quando nos alimentamos de devaneios propiciados pela TV. (E) Afirma-se no texto que faz sentido concluir-se de que a pesquisa de Johnson vai de encontro às teses confirmadas por este pesquisador. 656.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) A pesquisa de Johnson constata que, à força de olhar, podemos ficar a fim de sacudir as barras além do permitido. Preserva-se o sentido essencial dessa frase caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) por mais que olhemos - submetidos a (B) de tanto olharmos - motivados para (C) quanto mais olhamos - impregnados de (D) tão logo olhemos - predispostos a (E) conquanto olhemos - condicionados em 657. (FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Está inteiramente correta a pontuação do período: (A) Primeiro, inventamos a literatura e em seguida o cinema, mas nenhum desses meios, teria alcançado influenciar-nos tanto como a TV. (B) O fato de imaginarmos que há uma dimensão além das nossas paredes, é decisivo, para que reconheçamos na TV, o poder de abrir tantas janelas. (C) Por mais confortável que seja, o zapping, constitui na verdade, um meio de tentar suprir com rapidez nossa fome, insaciável de imagens. (D) Queremos por vezes imaginar: que somos policiais ou gângsteres, mas, preferiríamos ser nós mesmos, sentirmo-nos por assim dizer completos.

Page 174: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

174

(E) O autor preocupa-se, sobretudo, com a tese de que nossa violência tem origem em nossa divisão interna, responsável maior por nossas rebeldias. 658.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Jeffrey Johnson realizou uma pesquisa, e o autor do texto, ao comentar essa pesquisa, acrescentou a essa pesquisa elementos de sua convicção pessoal, que tornam essa pesquisa ainda mais instigante aos olhos do público. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, segundo a ordem em que se apresentam, por (A) comentá-la - acrescentou-lhe - a tornam (B) a comentar - lhe acrescentou - lhe tornam (C) comentar-lhe - acrescentou-lhe - tornam-a (D) comentá-la - acrescentou-a - tornam-na (E) a comentar - acrescentou-lhe - tornam-lhe 659.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Está inteiramente correta a articulação entre os tempos e modos verbais da frase: (A) A pesquisa de Johnson analisou um fenômeno que constituísse uma verdadeira obsessão que caracterize o homem moderno: o fascínio pela TV. (B) Caso fiquemos muito tempo no zapping, estaríamos demonstrando certa agitação íntima que caracterizasse nosso estado de insatisfação. (C) Sugere-se, nessa pesquisa, que o fato de nos aprisionarmos em nossa sala de TV fosse o responsável pela nossa predisposição a que cometêramos atos violentos. (D) Mesmo que não apresente grandes novidades em relação a pesquisas já realizadas, a de Johnson dá corpo à tese de que a exposição contínua à tela de TV torna-nos mais violentos. (E) Se de fato viéssemos a nos contentar com o que somos, as inúmeras janelas abertas pela TV não terão a mesma força de atração que as pesquisas demonstrassem. 660.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Estão adequados o emprego e a flexão de todas formas verbais na frase: (A) Se as pesquisas bem realizadas sempre intervissem no comportamento das pessoas, o estudo ao qual se aplicou Johnson teria algum efeito sobre o público. (B) Imergem da pesquisa de Johnson alguns dados reveladores quanto à ação da TV sobre nós, mas é possível que outros fatores hajam de modo determinante sobre o nosso comportamento. (C) Quem revir as várias pesquisas sobre a relação entre TV e comportamento haverá de se deparar com resultados que talvez constituam motivo para algum alarme. (D) Jamais conviu às emissoras de TV divulgar essas pesquisas, que quase sempre as encriminam como responsáveis pela multiplicação da violência social. (E) Se as violências que provêem do hábito de assistir à TV se saneiassem por conta de alguma regulamentação governamental, seria o caso de pedir providências às autoridades. 661.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Quase ninguém, entre os que se ..................... (valer) do controle remoto, resiste à tentação de passar velozmente por todos os canais de TV. (B) Se aos governantes não ....................... (caber) tomar providências para regulamentar a programação de TV, a quem, então, caberá? (C) Se a ninguém .......................... (preocupar) os efeitos de se ficar colado a uma tela de TV, a todos intranqüiliza a onda crescente de violências. (D) Embora a cada um de nós ........................... (afetar) as imagens nostálgicas de um passado íntegro, passamos, na fase adulta, a nos sentir divididos. (E) Os que não gostam de TV jamais ............................ (haver) de se lamentar por terem aberto janelas sobre seus próprios devaneios. 662.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) É preciso corrigir a redação da seguinte frase: (A) A menos que hajam outros fatores, boa parte das violências modernas adviram pela atenção excessiva consignada à TV.

Page 175: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

175

(B) Conquanto haja outros fatores responsáveis pela expansão da violência, a responsabilidade da TV não é pequena. (C) Ainda que não seja a única responsável, a TV está entre as causas principais das atitudes violentas que marcam nossa sociedade. (D) De programas violentos da TV costuma advir alguma inspiração para atos de violência, tais como os que se multiplicam hoje em dia. (E) Talvez fosse o caso – para se avaliar a pesquisa de Johnson – de se estudar o comportamento de comunidades que não têm acesso à TV. 663.(FCC – TJ/PE – Analista Judiciário) Considerando-se o contexto, constituem uma causa e seu efeito, nesta ordem, as ações representadas por (A) número de horas / passa assistindo. (B) proclamar nossa nostalgia / renunciar à divisão constante. (C) fiquemos no zapping / ou que paremos para sonhar. (D) A TV confirma uma idéia / que está sempre conosco. (E) insubordinação básica / muita violência moderna.

Melhor prevenir que remediar

Uma das capacidades do homem é a de prever o rumo de sua própria história, já que é ele quem a constrói. O acúmulo de conhecimentos adquiridos e de experiências vividas ao longo do tempo desenvolve a aptidão para se antecipar aos problemas e solucioná-los, ou ao menos impedir que se agigantem e escapem ao controle. Esse passo da previsão para a prevenção é decisivo para o planejamento das ações em áreas essenciais como a saúde e a educação. Mas sempre é preciso lembrar que, no que tange à área da segurança pública, as ações preventivas devem representar a prioridade máxima.

É verdade que o combate à violência, sobretudo àquela que resulta das desigualdades sociais, depende muito de iniciativas de ordem econômica, que visem, por exemplo, a uma melhor distribuição de renda e à criação de novos empregos; mas nem por isso os responsáveis pela área de segurança, sejam os estrategistas, sejam os agentes diretamente envolvidos na execução das tarefas, podem se eximir do cumprimento de seu compromisso básico, que são as ações preventivas. A condição primeira para que estas tenham sucesso é o estabelecimento de laços de confiança entre os policiais e a população.

Deve-se reconhecer que esses laços ainda precisam ser bastante fortalecidos, de modo que ambas as partes venham a se sentir integradas num mesmo processo de garantia dos direitos básicos. Quem vê o outro não como um adversário, mas como um aliado, já está aberto para uma parceria preciosa, própria das democracias bem sucedidas, por meio da qual o poder do estado e o do povo integram-se no mesmo objetivo da segurança do indivíduo e da sociedade. É quando as ações repressivas, infelizmente também necessárias, longe de se tornarem casos de violência indiscriminada, de vingança ou de ressentimento, passam a ser legitimadas pelo referendo da população que não deseja render-se ao poder dos contraventores e dos criminosos, e de forma alguma pretende ver neles seus eventuais aliados.

A prevenção é sempre inteligente: além de obter resultados mais eficazes, ela afirma a racionalidade do homem, sua atitude positiva diante do futuro, sua confiança na própria ação. A inteligência é sempre prevenida: é por confiar nisso que uma geração toma para si a responsabilidade não apenas de garantir o exercício de seus direitos, mas também os das gerações futuras. A segurança é um direito tão inalienável de todos que, nessa área, a prevenção, além de constituir uma ação de profissionais, deve ter a força de um sentimento coletivo.

(Dário de Almeida Paranhos)

664.(FCC – Soldado PM/BA) Atente para as seguintes afirmações:

I. As experiências adquiridas no passado permitem ao homem remediar as situações mais problemáticas, uma

vez que a solução depende sempre de uma ação futura.

II. O fenômeno da violência, reconhecido como inerente às ações humanas, tem causas tão profundas que

tornam inócuas quaisquer providências tomadas na área da segurança pública.

III. Se, por um lado, as ações repressivas são necessárias, as de prevenção são indispensáveis, por outro,

para o planejamento e a execução de medidas na área da segurança. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

Page 176: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

176

(D) I e II.

(E) II e III.

665. (FCC – Soldado PM/BA) Deve-se entender da leitura do primeiro parágrafo que (A) antecipar-se aos problemas é garantir que eles jamais venham, de fato, a ocorrer. (B) precaver-se diante de determinadas situações é o mesmo que prever sua ocorrência. (C) precaver-se, na área da segurança pública, é menos importante que a prevenção na área da saúde. (D) antecipar-se aos problemas tem como conseqüência uma melhor compreensão das experiências vividas. (E) precaver-se, na área da segurança pública, deve representar um empenho de importância absoluta. 666.(FCC – Soldado PM/BA) No segundo parágrafo, estabelece-se uma relação direta e necessária entre (A) o combate à violência / medidas repressivas. (B) medidas repressivas / desigualdades sociais. (C) iniciativas econômicas / estrategistas da segurança. (D) ações preventivas / laços de confiança. (E) laços de confiança / medidas repressivas. 667.(FCC – Soldado PM/BA) Quem vê o outro não como um adversário, mas como um aliado, já está aberto para uma parceria preciosa (...) Considerando-se o contexto do terceiro parágrafo, deve-se entender que, na frase acima, a expressão (A) o outro indica um distanciamento, que pode e deve ser vencido. (B) o outro designa tão-somente a pessoa do policial. (C) um aliado designa tão somente a pessoa do cidadão civil. (D) parceria preciosa designa a interação entre os policiais. (E) parceria preciosa indica uma interação entre todos os civis.

668.(FCC – Soldado PM/BA) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase ou expressão do texto em:

(A) desenvolve a aptidão (1o parágrafo) toma a iniciativa.

(B) no que tange à área (1o parágrafo) no que diz respeito ao campo.

(C) violência indiscriminada (3o parágrafo) autoridade incontestável.

(D) legitimadas pelo referendo (3o parágrafo) atribuídas aos especialistas.

(E) um direito tão inalienável (4o parágrafo) uma prerrogativa tão impensável. 669.(FCC – Soldado PM/BA) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A) Todo aquele que se previne, quaisquer que sejam os problemas a enfrentar, têm mais aptidão para solucioná-los. (B) A reação a manifestações localizadas de extrema violência não implicam o emprego de uma violência proporcional e indiscriminada. (C) É preciso que se valorize na justa medida os laços de confiança que devem haver entre os policiais e a população. (D) Que aos nossos olhos não represente o outro uma permanente ameaça, mas um desejável aliado. (E) Os resultados que se obtém com a prevenção são, comprovadamente, os mais eficazes. 670.(FCC – Soldado PM/BA) Transpondo-se para a voz ativa a frase As ações repressivas passam a ser legitimadas pelo referendo da população, a forma verbal resultante será (A) passa a legitimar. (B) passam a legitimar. (C) legitimam-se. (D) têm passado a se legitimar. (E) passam a legitimar-se. 671.(FCC – Soldado PM/BA) Está correta a flexão do verbo sublinhado na frase: (A) Se alguém ver o outro como um aliado, só terá a ganhar. (B) Quando convir, adotar-se-ão medidas repressivas.

Page 177: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

177

(C) Quando o caso requiser, adotam-se medidas mais duras. (D) O tolo acha melhor que se remedeie uma situação, em vez de a prever. (E) Aquelas ações repressivas não proviram da vontade da população. 672.(FCC – Soldado PM/BA) Está correto o emprego de ambos os pronomes sublinhados na frase: (A) Não basta pensar na prevenção; exercer-lhe é o dever que nos compete. (B) Se a violência é indiscriminada, devemos repudiá-la, submetendo-a à execração pública. (C) Quem aceita a barbárie, legitima-lhe; quem lhe rejeita, pede a punição do responsável. (D) Diante das autoridades, devemos cobrá-las as providências para, nos casos de iminente violência, prevenir-lhes. (E) Se te prevines, não precisarás preocupar-se com as situações sem remédio. 673.(FCC – Soldado PM/BA) Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase: (A) Se não se previne, nós estamos sujeitos à errar quando tentarmos remediar uma situação de violência cuja prevenção não fosse de fato necessária. (B) Prevenir é mais preferível do que remediar, além de ser mais eficaz do que se procurar precaver contra determinadas situações. (C) Tomar medidas preventivas é mais inteligente e eficaz do que buscar paliativos para os efeitos da violência. (D) A inteligência da prevenção não se deve antepor-se à violência da repressão cujos os efeitos possam ser igualmente violentos. (E) Quem obstrue a ação dos policiais passa a ser conveniente com a ação daqueles que tem por norma a prática delitosa. 674.(FCC – Soldado PM/BA) As ações repressivas passam a ser legitimadas pelo referendo da população que não deseja render-se ao poder dos contraventores e criminosos. A frase acima permanecerá formalmente correta se substituirmos o segmento sublinhado por (A) aspira se curvar no poder. (B) concorda em submeter ao poder. (C) concorda de ser submissa pelo poder. (D) concede a se curvar através do poder. (E) admite deixar-se dominar pelo poder. 675.(FCC – Soldado PM/BA) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase: (A) Ao longo do tempo, verificou-se que o homem é capaz de se valer de suas experiências, sobretudo as mais marcantes, para se prevenir contra tudo o que possa vir a representar uma ameaça para ele. (B) Ao longo do tempo verificou-se, que o homem, é capaz de se valer de suas experiências, sobretudo as mais marcantes para se prevenir contra tudo, o que possa vir a representar uma ameaça para ele. (C) Ao longo do tempo, verificou-se que o homem é capaz, de se valer de suas experiências, sobretudo, as mais marcantes, para se prevenir, contra tudo o que possa vir a representar, uma ameaça para ele. (D) Ao longo do tempo verificou-se que, o homem, é capaz de se valer, de suas experiências, sobretudo as mais marcantes para se prevenir contra tudo o que o que possa vir a representar: uma ameaça para ele. (E) Ao longo do tempo, verificou-se, que o homem é capaz de se valer de suas experiências, sobretudo as mais marcantes para se prevenir contra tudo o que possa vir a representar: uma ameaça para ele.

676.(FCC – Soldado PM/BA) Está adequada a articulação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Sempre haverá quem prefere ter-se omitido diante da violência de que venha a ser vítima. (B) Houve sempre quem preferisse omitir-se diante da violência de que tivesse sido vítima. (C) Há sempre quem preferia se omitir diante da violência de que tenha sido vítima. (D) Havia sempre quem prefere se omitir diante da violência de que é vítima. (E) Sempre há quem prefere se omitir diante da violência de que viesse a ser vítima. 677.(FCC – Soldado PM/BA) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) É preciso que se ...... (reconhecer) as vantagens de se ter o outro como nosso aliado. (B) O resultado mais eficaz é aquele que ...... (costumar) obter as medidas preventivas. (C) O que a todos nós ...... (competir) são os esforços para prevenir os problemas.

Page 178: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

178

(D) Os direitos humanos sempre ...... (haver) de constituir uma prioridade nos regimes democráticos. (E) (Caber) ...... a cada um de nós as iniciativas para que se alcance eficácia no combate à criminalidade. 678.(FCC – Soldado PM/BA) A prevenção é sempre inteligente. / A inteligência é sempre prevenida. Analisando-se a relação que há entre as formas das duas frases acima, é correto afirmar que idêntica relação ocorrerá entre a frase A responsabilidade é sempre eficaz e a frase (A) os responsáveis são sempre eficazes. (B) a responsabilização tem sempre eficácia. (C) o responsável tem muita eficácia. (D) a eficácia é sempre responsável. (E) os eficazes têm sempre responsabilidade. 679.(FCC – Soldado PM/BA) Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (A) Não se pode ter a pretenção de eliminar o problema da violência, mas tudo há de ser feito para que ele seja minimisado. (B) É penoso imaginar que, nos obtuários dos jornais, sempre há nomes de pessoas cuja vida foi seifada pela violência. (C) Há grave prejuízo para a sociabilização, quando vivemos apreensivos diante da falta de garantia dos direitos a que fazemos jus. (D) A inobservânsia dos direitos básicos do homem produz medo e insegurança, constitue um onus para as relações sociais. (E) A segurança não deve ser vista como primasia para alguns ou previlégio de poucos, mas como um dos direitos universais do homem. 680.(FCC – Soldado PM/BA) Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase: (A) A aversão com que alguns demonstram pela prevenção é incompreensível. (B) A prevenção é uma medida de cujos bons efeitos todos devem apoiar. (C) É injustificável a má vontade de que muitos manifestam diante da prevenção. (D) A prevenção, em que muitos fazem questão de ignorar, é imprescindível. (E) Medidas preventivas provocam efeitos de cuja eficácia ninguém duvide. 681.(FCC – Soldado PM/BA) O uso do sinal da crase é injustificável em: (A) Lembrem-se às autoridades de terem sempre em mente o valor da prevenção. (B) Não cabe às pessoas de boa fé repudiar medidas de prevenção ao crime. (C) É penoso assistir às cenas de violência que se multiplicam nas metrópoles. (D) Atribui-se às medidas preventivas uma eficácia maior que a da repressão. (E) À inteligência da prevenção opõem-se aqueles que preferem a força da repressão. 682.(FCC – Soldado PM/BA) Na frase além de obter resultados mais eficazes, ela afirma a racionalidade do homem, o segmento sublinhado tem o sentido de (A) muito embora obtenha. (B) ainda que obtenha. (C) a fim de obter. (D) à medida que obtém. (E) afora obter. 683.(FCC – Soldado PM/BA) É preciso corrigir a redação da frase: (A) Não se desculpem medidas repressivas que venham a atingir pessoas inocentes. (B) Ainda precisa de se fortalecer bastante os laços de confiança entre os policiais e a população. (C) Aonde irão os pessimistas, quando as medidas preventivas passarem a dar bons resultados? (D) Esperemos que, em nossas grandes cidades, os índices de violência atinjam níveis mais aceitáveis. (E) Não se pode abdicar da segurança individual, já que é a partir dela que se edifica a segurança coletiva. Atenção: As questões de números 684 a 703 referem-se ao texto que segue.

Page 179: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

179

Da ação dos justos

Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É preciso que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a juíza, o sentido da frase é atualíssimo: diz respeito à freqüente omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações de violência e de corrupção que se multiplicam em nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao conhecimento público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe uma ética atuante, cujos valores se materializem em reação efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não tomem conta daqueles que pautam sua vida por princípios de dignidade.

Como não concordar com a oportunidade da frase? Normalmente, a indignação se reduz a conversas privadas, a comentários pessoais, não indo além de um mero discurso ético. Se não transpõe o limite da queixa, a indignação é impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em gesto público, objetivamente dirigido contra a arrogância acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e gera conseqüências.

A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer hesitação entre aqueles que se decidem pela desonestidade e pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas pela total ausência de compromisso com o interesse público. Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam coragem e iniciativa aos homens que conhecem e mantêm viva a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e não abram mão de reagir contra quem a ignore.

A inação dos justos é tudo o que os contraventores e criminosos precisam para continuar operando. A cada vez que se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”, “Brasileiro é assim mesmo” ou “Este país não tem jeito”, promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira, seu cúmplice silencioso.

* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX.

(Aristides Villamar)

684. (FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) A frase de Disraeli, tal como é entendida e desenvolvida no texto, reporta-se à necessidade de que (A) os homens de bem e os canalhas se congracem na mesma audácia. (B) a intempestividade dos homens honestos supere a dos desonestos. (C) a ousadia dos bons cidadãos não fique atrás da dos patifes. (D) o atrevimento dos desclassificados coíba o dos justos. (E) os cidadãos honestos e os meliantes distingam entre o bem e o mal. 685. (FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Atente para as seguintes afirmações:

I. Às escandalosas práticas dos canalhas deve corresponder uma reação objetiva, que tenha envergadura

social e peso político.

II. Os homens de virtude não confrontam o que é justo e o que é injusto porque sabem relativizar o valor do

bem e o do mal.

III. Do quarto parágrafo depreende-se que certas frases do senso comum induzem à complacência com as

ações mais nefastas. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I e II, somente.

(B) I e III, somente.

(C) II e III, somente.

(D) III, somente.

(E) I, II e III.

686. (FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Considerando-se o contexto, as expressões (A) freqüente omissão e ética atuante referem-se a distintas condutas, atinentes aos homens de bem. (B) barbárie moral e princípios de dignidade são análogas, e referem-se aos homens indignos. (C) inação dos justos e freqüente omissão estabelecem entre si a oposição que se verifica entre os justos e os canalhas. (D) dimensão da prática social e política e a arrogância acanalhada representam, respectivamente, uma causa e seu efeito. (E) iniciativa e astúcia e cúmplice silencioso referem-se aos contraventores e aos criminosos.

Page 180: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

180

687. (FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Quem propaga frases como as citadas entre aspas no último parágrafo parece admitir que (A) a resignação é vencida por uma ética atuante. (B) a cumplicidade silenciosa é o mal maior. (C) o discurso ético é o primeiro passo para a moralização. (D) não se deve abrir mão de uma reação ética. (E) os descalabros fazem parte da nossa natureza. 688.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) É exemplo de construção verbal na voz passiva: (A) Como não concordar com a oportunidade da frase? (B) Se não transpõe o limite da queixa(...) (C) (...) pautam sua vida por princípios de dignidade. (D) (...) vêm sendo investigadas e punidas. (E) (...) não indo além de um mero discurso ético.

689.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Quanto às normas de concordância verbal, a frase inteiramente correta é: (A) Mais gente, assim como o fez a juíza brasileira, deveriam ponderar as sábias palavras que escolheu Disraeli para convocar a ação dos justos. (B) A muitas pessoas incomodam reconhecer que sua omissão diante da barbárie as torna cúmplices silenciosas dos contraventores e criminosos. (C) É comum calarmos diante dos descalabros a que costumam dar destaque o noticiário da imprensa, e acabamos, assim, por consenti-los. (D) Quando não se opõem à ação do homem acanalhado, quando ocorre essa grave omissão, os homens justos deixam de fazer valer seu peso político. (E) Se tivessem havido firmes reações aos descalabros dos canalhas, estes não desfrutariam, com sua falta de escrúpulo, de um caminho já aplainado. 690.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Considerando-se o contexto do terceiro parágrafo, na frase Pois que estes a deixem clara, os pronomes estes e a estão se referindo, respectivamente, a: (A) um e outro / a diferença. (B) os homens / a diferença. (C) desonestidade e egoísmo / iniciativa. (D) os homens / iniciativa. (E) o justo e o injusto / iniciativa. 691.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Os segmentos destacados constituem, respectivamente, uma causa e sua conseqüência em: (A) Para a juíza, / o sentido da frase é atualíssimo. (B) Pois que estes a deixem clara / e não abram mão de reagir contra quem a ignore. (C) Normalmente, a indignação se reduz / a conversas privadas (...) (D) A frase lembra-nos / que não costuma haver qualquer hesitação (...) (E) Quem vê a barbárie como uma fatalidade / torna-se (...) seu cúmplice silencioso. 692.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Está clara, correta e coerente a redação da frase: (A) Por considerar oportuna a frase de Disraeli, a combativa juíza citou-a, num programa de TV, referindo-se à desenvoltura com que agem os malfeitores. (B) É tamanha a desenvoltura que se investem os malfeitores, que a ousada juíza não hesitou de citar uma frase de Disraeli na TV a propósito desse tema tão atual. (C) Em vista de ser tão atual a propagação das ações de má fé, a destemida juíza entendeu por bem de citar na TV uma frase de Disraeli, em cuja percebe um vivo sentido. (D) Há frases, como a de Disraeli, que falam da atualidade desenvolta com cuja costumam agir os canalhas, por isso a valorosa juíza citou-a, com tal propósito, num programa de TV. (E) Os canalhas têm grande ousadia, segundo Disraeli, por isso a combativa juíza citou-a, num programa de TV, ao considerar na oportunidade o quanto a mesma é atual.

Page 181: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

181

693.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Quanto à forma dos verbos e à correlação entre os tempos e os modos empregados, está inteiramente correta a frase: (A) Se não transpor o limite da queixa, a indignação será impotente e se reduziria a conversas privadas. (B) A inação dos justos será tudo o que os contraventores e criminosos sempre requiseram para ter seu caminho bem aplainado. (C) Caso não transpusesse o limite da queixa, a indignação seria impotente, reduzindo-se a conversas privadas. (D) Quem doravante ver a barbárie como uma fatalidade, saiba que, ainda que não o quisesse, estaria sendo seu cúmplice silencioso. (E) Caso seja visto como uma fatalidade, a barbárie teria como cúmplices silenciosos os que assim a considerariam. 694. (FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase: (A) A indignação de muita gente não transpõe na maioria dos casos, o âmbito das conversas privadas e assim, os valores éticos acomodam-se no plano raso de um discurso, que não leva à ação. (B) A indignação de muita gente, não transpõe, na maioria dos casos, o âmbito das conversas privadas, e assim, os valores éticos acomodam-se no plano raso de um discurso que não leva à ação. (C) A indignação, de muita gente, não transpõe na maioria dos casos o âmbito das conversas privadas, e assim os valores éticos acomodam-se, no plano raso de um discurso, que não leva à ação. (D) A indignação de muita gente não transpõe, na maioria dos casos, o âmbito das conversas privadas, e, assim, os valores éticos acomodam-se no plano raso de um discurso que não leva à ação. (E) A indignação de muita gente, não transpõe, na maioria dos casos o âmbito das conversas privadas, e, assim, os valores éticos, acomodam-se no plano raso de um discurso que não leva à ação. 695.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Se há iniciativa e astúcia na ação do homem injusto, não há iniciativa e astúcia no bom cidadão que, apesar de indignado, não confere à iniciativa e à astúcia o mesmo valor que o mau reconhece na iniciativa e na astúcia. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados por, respectivamente, (A) há elas - não as confere - reconhece nelas. (B) as há - não lhes confere - nelas reconhece. (C) as há - não confere-lhes - as reconhece. (D) há as mesmas - não lhes confere - reconhece-lhes. (E) há estas - não as confere - nelas reconhece.

696.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Está adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) A resignação diante dos descalabros é uma reação de cujos efeitos só trazem benefícios aos maus cidadãos. (B) A firme reação dos justos será uma surpresa de que os desonestos jamais estarão preparados. (C) A desonestidade e o egoísmo são defeitos de cujos nenhum contraventor se envergonha. (D) Os princípios de dignidades aos quais o homem honesto vê uma prioridade devem transformar-se em ação. (E) A inação dos justos é uma condição com que contam os desonestos para continuar operando. 697.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Que os homens de bem deixem sempre clara a diferença entre o que é justo e o que é injusto, e não abram mão de reagir contra quem a ignore. Não haverá prejuízo para o sentido e a correção da frase acima caso se substitua o segmento sublinhado por: (A) não se disponham de combater quem a desconheça. (B) não renunciem de combater àquele que nela se omite. (C) não deixem de se opor a quem não a leve em conta. (D) não renunciem em combater quem lhe finge desconhecimento. (E) não se furtem em tripudiar sobre quem a menospreze. 698.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Se a cada um de nós efetivamente ............. (perturbar) os que agem mal, a impunidade seria impossível.

Page 182: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

182

(B) ..........................-se (dever) aos homens de ação o aperfeiçoamento estrutural de uma sociedade. (C) Nas palavras dos piores contraventores ............... (costumar) haver insolentes alusões à moralidade. (D) Aos bons cidadãos não ................... (ocorrer) que os maus contam com o silêncio da sociedade para seguirem sendo o que são. (E) Aqueles de quem não .................... (advir) qualquer reação contra os desonestos acabam estimulando a corrupção. 699.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas pela total ausência de compromisso com o interesse público. Caso se queira reconstruir a frase acima, iniciando-a por A total ausência de compromisso com o interesse público, uma complementação correta e coerente poderia ser: (A) revela-se na iniciativa e na astúcia facilitadas por seus atos. (B) revelam-se como iniciativa e astúcia, cujos atos são facilitados. (C) facilita a iniciativa e a astúcia, que se revelam em seus atos. (D) tem seus atos facilitados, por revelarem iniciativa e astúcia. (E) facilitam os atos que tanto a iniciativa como a astúcia revelam. 700.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Justificam-se ambas as ocorrências do sinal de crase em: (A) Na entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu à uma frase de Disraeli. (B) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à distinções éticas. (C) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se às ações afirmativas. (D) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade. (E) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar combate à tal ousadia. 701.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Na frase Quem vê a barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira, seu cúmplice silencioso, o pronome sublinhado refere-se ao segmento (A) quem vê a barbárie. (B) como uma fatalidade. (C) torna-se, ainda que. (D) queira (...) cúmplice silencioso. (E) torna-se (...) seu cúmplice silencioso. 702.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase: (A) A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boas causas prevalesçam. (B) Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar discursos moralizantes. (C) Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade como um valor inerente ao exercício da cidadania. (D) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura com que agem os foras-da-lei. (E) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores sentiram cerceada sua área de atuação. 703.(FCC – TRT 23ª região – Analista Judiciário) Considerando-se o contexto, a palavra sublinhada em Como não concordar com a oportunidade da frase? tem sentido equivalente ao da expressão sublinhada em: (A) Sua colaboração chegou no momento azado. (B) Impressionou-o o indômito oportunismo com que agia seu adversário. (C) Na eventualidade de um ato ilegal, impõe-se uma sindicância. (D) Ela estranhou o extemporâneo interesse do amigo. (E) Eles sempre agiram em conformidade com a lei. Atenção: As questões de números 704 a 718 referem-se ao texto seguinte.

Os sonhos dos adolescentes Se tivesse que comparar os jovens de hoje com os de dez ou vinte anos atrás, resumiria assim: eles

sonham pequeno. É curioso, pois, pelo exemplo de pais, parentes e vizinhos, nossos jovens sabem que sua

Page 183: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

183

origem não fecha seu destino: sua vida não tem que acontecer necessariamente no lugar onde nasceram, sua profissão não tem que ser a continuação da de seus pais. Pelo acesso a uma proliferação extraordinária de ficções e informações, eles conhecem uma pluralidade inédita de vidas possíveis.

Apesar disso, em regra, os adolescentes e os pré-adolescentes de hoje têm devaneios sobre seu futuro muito parecidos com a vida da gente: eles sonham com um dia-a-dia que, para nós, adultos, não é sonho algum, mas o resultado (mais ou menos resignado) de compromissos e frustrações. Eles são "razoáveis": seu sonho é um ajuste entre suas aspirações heróico-ecológicas e as "necessidades" concretas (segurança do emprego, plano de saúde e aposentadoria).

Alguém dirá: melhor lidar com adolescentes tranqüilos do que com rebeldes sem causa, não é? Pode ser, mas, seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro: estudem para ter uma vida mais próxima de seus sonhos. É bom que a escola não responda apenas à "dura realidade" do mercado de trabalho, mas também (talvez, sobretudo) aos devaneios de seus estudantes; sem isso, qual seria sua promessa? "Estude para se conformar"? Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar.

É possível que, por sua própria presença maciça em nossas telas, as ficções tenham perdido sua função essencial e sejam contempladas não como um repertório arrebatador de vidas possíveis, mas como um caleidoscópio para alegrar os olhos, um simples entretenimento. Os heróis percorrem o mundo matando dragões, defendendo causas e encontrando amores solares, mas eles não nos inspiram: eles nos divertem, enquanto, comportadamente, aspiramos a um churrasco no domingo e a uma cerveja com os amigos.

É também possível (sem contradizer a hipótese anterior) que os adultos não saibam mais sonhar muito além de seu nariz. Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. Pode ser que, quando eles procuram, nas entrelinhas de nossas falas, as aspirações das quais desistimos, eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida acomodada que, mal ou bem, conseguimos arrumar. Cada época tem os adolescentes que merece.

(Adaptado de Contardo Calligaris. Folha de S. Paulo, 11/01/07) 704.(FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) O autor considera que falta aos jovens de hoje (A) um mínimo de discernimento entre o que é real e o que é puro devaneio. (B) uma confiança maior nas promessas de futuro acenadas pelo mercado de trabalho. (C) a inspiração para viver que lhes oferecem os que descartaram as idealizações. (D) a aspiração de perseguir a realização dos sonhos pessoais mais arrojados. (E) a disposição de se tornarem capazes de usufruir a estabilidade profissional. 705. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Atente para as seguintes afirmações: I. As múltiplas ficções e informações que circulam no mundo de hoje impedem que os jovens formulem seus projetos levando em conta um parâmetro mais realista. II. As escolas deveriam ser mais conseqüentes diante da dura realidade do mercado de trabalho e estimular os jovens a serem mais razoáveis em seus sonhos. III. As ficções que proliferam em nossas telas são assimiladas como divertimento inconseqüente, e não como sinalização inspiradora de uma pluralidade de vidas possíveis. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) III, apenas. (D) II, apenas. (E) I, apenas. 706. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) No segundo parágrafo, ao estabelecer uma relação entre os jovens e os adultos de hoje, o autor faz ver que (A) os sonhos continuam sendo os mesmos, para uns e para outros. (B) os adultos, quando jovens, eram mais conservadores que os jovens de hoje. (C) os jovens esperam muito mais do que os adultos já obtiveram. (D) o patamar de realização de vida atingido pelos adultos tornou-se uma meta para os jovens. (E) a resignação dos adultos constitui a razão de frustração dos jovens. 707. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) A expressão hipótese anterior, que surge entre parênteses, faz referência à seguinte passagem do texto:

Page 184: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

184

(A) É possível que (...) as ficções tenham perdido sua função essencial. (B) Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar. (C) Pode ser que (...) eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida (...) (D) Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. (E) (...) seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro (...). 708. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Certa impropriedade que se verifica no uso da expressão nas entrelinhas das nossas falas poderia ser evitada, sem prejuízo para o sentido pretendido, caso o autor a tivesse substituído por (A) entre os parênteses das nossas conversas. (B) no que não se explicita em nossas palavras. (C) nas assumidas reticências do nosso estilo. (D) na falta de ênfase de nossas declarações. (E) no que não se sublinha em nossos discursos. 709. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Fosse qual fosse a qualidade dos professores, a escola despertaria interesse quando carregasse consigo uma promessa de futuro. (B) A capacidade de os adolescentes virem a inventar seu futuro teria dependido dos sonhos aos quais nós renunciaremos. (C) Seria desejável que a escola não apenas dê ressonância aos anseios pelo mercado de trabalho, mas que também alimente as aspirações dos estudantes. (D) À medida que os adolescentes procurassem, nas entrelinhas das nossas falas, as aspirações que ocultaríamos, irão se deparar com sonhos frustrados. (E) Quem vier a comparar os jovens de hoje com os da geração passada haveria de concluir que os adolescentes de agora devam sonhar muito menos. 710. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A) Não se imputem aos adolescentes de hoje a exclusiva responsabilidade pelo fato, lastimável, de aspirarem a tão pouco. (B) A presença maciça, em nossas telas, de tantas ficções, não nos devem fazer crer que sejamos capazes de sonhar mais do que as gerações passadas. (C) Se aos jovens de hoje coubesse sonhar no ritmo das ficções projetadas em nossas telas, múltiplos e ágeis devaneios se processariam. (D) Ficaram como versões melhoradas da nossa vida acomodada de hoje o vestígio dos nossos sonhos de ontem. (E) Ao pretender que se mobilize os estudantes para as exigências do mercado de trabalho, o professor de nossas escolas impede-os de sonhar. 711. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Devaneios, quem não tem devaneios? Têm devaneios as crianças e os jovens, dão aos devaneios menos crédito os adultos, mas é impossível abolir os devaneios completamente. Evitam-se as indesejáveis repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) os tem - Têm-lhes - dão-lhes - abolir-lhes (B) tem eles - Têm-nos - dão-lhes - abolir-lhes (C) os tem - Têm eles - dão-nos - aboli-los (D) tem a eles - Os têm - dão a eles - abolir a eles (E) os tem - Têm-nos - dão-lhes - aboli-los 712. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está inteiramente correta a construção da seguinte frase: (A) É mais preferível lidar com adolescentes tranqüilos do que ficar lidando com rebeldes em quem se ignora a causa.

Page 185: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

185

(B) Prefira-se lidar com adolescentes tranqüilos a lidar com rebeldes cuja causa eles próprios parecem ignorar. (C) Dê-se preferência a lidar com adolescentes tranqüilos do que com os rebeldes cuja causa nem eles suspeitam. (D) É preferível lidar com adolescentes tranqüilos em vez de lidar com os rebeldes, onde a causa nem para eles se explicita. (E) Há a preferência de lidar com adolescentes tranqüilos e não dos rebeldes, cuja a causa lhes permanece incógnita. 713. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) É preciso suprimir uma ou mais vírgulas na seguinte frase: (A) É possível que, em vista da quantidade e de seu poder de sedução, as ficções de nossas telas influenciem nossa conduta de forma determinante. (B) Independentemente do mérito dos professores, as escolas devem, com denodo, estimular os sonhos dos alunos. (C) É uma pena que, hoje em dia, tantos e tantos jovens substituam os sonhos pela preocupação, compreensível, diga-se, de se inserir no mercado de trabalho. (D) O fato de serem, os adolescentes de hoje, tão ―razoáveis‖, faz com que a decantada rebeldia da juventude dê lugar ao conformismo e à resignação. (E) Se cada época tem os adolescentes que merece, conforme opina o autor, há também os adolescentes que não merecem os adultos de sua época. 714. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas no contexto da seguinte frase: (A) Se não nos entretermos com as ficções de nossas telas, dizem algumas pessoas, com que se preencherá nosso tempo ocioso? (B) Quando finalmente convirmos em que os sonhos são estimulantes e necessários, a eles recorreremos para combater nosso excessivo pragmatismo. (C) Já que aos adolescentes de ontem aprouve cultivar tantos sonhos, por que os de hoje terão abdicado do direito a todos os devaneios? (D) Se as ficções não nos provissem de tantas imagens e informações, teríamos mais tempo para criar nossas próprias fantasias. (E) As sucessivas gerações já muito se contradizeram, por força da diversidade de seus sonhos, ao passo que a de hoje parece ter renunciado a todos eles. 715. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) É preciso suprimir um ou mais sinais de crase em: (A) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem sequer atentar para o que está vendo. (B) Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar. (C) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos. (D) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos. (E) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração. 716. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Para que não ...... (restringir) o sonho de um jovem, as imposições do mercado de trabalho devem ter sua importância relativizada. (B) Seria essencial que nunca ...... (faltar) aos adolescentes, mesmo em nossos dias pragmáticos, a liberdade inclusa nos sonhos. (C) Entre as duas hipóteses que ...... (examinar), considera o autor que o elemento comum é redução da capacidade de sonhar. (D) Não se ...... (delegar) às escolas a missão exclusiva de preparar os jovens para sua inserção no mercado de trabalho. (E) É pena que ...... (faltar) aos jovens a referência dos sonhos que seus pais já tenham alimentado em sua época de adolescentes. 717. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Considere as seguintes frases:

Page 186: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

186

I. É muito restritivo o aspecto da ―razoabilidade‖ dos sonhos, de que o autor do texto analisa no segundo parágrafo. II. Talvez um dos ―dragões‖ a que se deva dar combate em nossos dias seja o império dos interesses materiais. III. Os sonhos em cuja perseguição efetivamente nos lançamos podem transformar-se em conquistas objetivas. Está correto o emprego do elemento sublinhado APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) II e III. (E) I e III. 718. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) O emprego do elemento sublinhado compromete a coerência da frase: (A) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são influenciados pelos valores socialmente dominantes. (B) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conseguinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno. (C) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente, bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade criativa. (D) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gerações seguintes serão tão conformistas quanto a atual. (E) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto. Atenção: As questões de números 719 a 723 referem-se ao texto seguinte.

Página de História De uma História Universal editada no século XXXIII: “Os homens do século XX, talvez por motivos que

só a miséria explicaria, costumavam aglomerar-se desconfortavelmente em enormes cortiços de cimento. Alguns atribuem o fato a não se sabe que misterioso pânico ao simples contato com a natureza; mas isso é matéria de ficcionistas, místicos e poetas... O historiador sabe apenas que chegou a haver, em certas grandes áreas, conjuntos de cortiços erguidos lado a lado sem o suficiente espaço e arejamento, que poderiam alojar vários milhões de indivíduos. Era, por assim dizer, uma vida de insetos – mas sem a segurança que apresentam as habitações construídas por estes.”

(Mário Quintana − Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973, p. 14)

719. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Atente para as seguintes afirmações: I. Sugere o texto que a um historiador não cabe especular sobre conjecturas; ainda assim, o autor dessa imaginária História Universal levanta algumas suposições. II. O texto levanta a possibilidade de que a supressão dos vínculos do homem do século XX com a natureza estaria numa inexplicável arrogância sua diante do mundo natural. III. Pode-se depreender que, na perspectiva do autor do texto, em tempos futuros o homem terá superado modelos opressivos de habitação urbana. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) II e III, apenas. (B) II, apenas. (C) I, II e III. (D) I e II, apenas. (E) I e III, apenas. 720. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está clara e correta a seguinte reconstrução de uma frase do texto: (A) Eram em enormes cortiços de cimento que os homens do século XX se aglomeravam inconfortavelmente em enormes cortiços de cimento, dado que só a miséria o explicaria.

Page 187: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

187

(B) Talvez só a miséria pudesse explicar porque os homens do século XX vivessem aglomerados em cortiços de cimento enormes e despossuídos de conforto. (C) É possível que a miséria seja a explicação para o fato de os homens do século XX viverem aglomerados, sem nenhum conforto, em enormes cortiços de cimento. (D) Uma vez que habitavam enormes e desconfortáveis cortiços de cimento, deduz-se a explicação que os homens do século XX deveriam de ter uma vida miserável. (E) Os homens do século XX, provavelmente devido à fatores econômicos, se aglomeravam com desconforto nos enormes cortiços de cimento aonde moravam. 721. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Alguns atribuem o fato a não se sabe que misterioso pânico ao simples contato da natureza; mas isso é matéria de ficcionistas, místicos e poetas... Sem prejuízo para o sentido contextual e a correção da frase acima, e sem que seja necessária qualquer outra alteração, pode-se substituir (A) atribuem por cogitam. (B) atribuem por justificam. (C) mas isso por conquanto isso. (D) a não se sabe que por ignorar-se qual. (E) a não se sabe que por a sabe-se lá qual. 722. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas em: (A) As áreas aonde os homens se concentravam exibiam edifícios em cujos não havia arejamento. (B) Em cortiços de cimento, a que faltavam espaço e arejamento, comprimiam-se milhões de indivíduos para quem a natureza parecia representar uma ameaça. (C) Esse texto, de cujo o autor era também poeta, promove um típico exercício de imaginação em que muitos autores de ficção são tentados. (D) Os mistérios porque somos atraídos na ficção costumam impressionar os leitores em cujos também não falta a liberdade da imaginação. (E) Os espaços urbanos pelos quais se espanta o imaginário narrador seriam testemunho de uma civilização à qual eram frouxos os laços com a natureza. 723. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Está correta a grafia de todas as palavras na frase: (A) A presunção de verossimilhança é inerente aos escritos ficcionais, mesmo aos que exploram as rotas e as sendas mais fantasiosas da imaginação. (B) Deprende-se do texto que, no futuro, as civilizações adotarão paradigmas que substituirão com vantajem aqueles que regeram a vida do século XX. (C) Distila-se nesse texto o humor sutil de Mário Quintana, um autor gaúcho para quem a poesia e a vida converjem de modo inelutável. (D) A apreenção humana diante das forças da natureza deriva de épocas préhistóricas, quando o homem não dispunha de recursos técnicos para enfrentá-las. (E) As obsessões humanas pelo progresso parecem ignorar que as leis da natureza não sofrem nenhum processo de obsolecência, e custam caro para quem as transgrida. Atenção: As questões de números 724 a 728 referem-se ao texto que segue.

Imagens banalizadas A tecnologia proporciona verdadeiros milagres, mas também produz alguma banalização. Nunca se

tirou tanta fotografia instantânea como hoje: em todo lugar há gente promovendo a permanência de um instante, que imediatamente se ilumina na tela minúscula de uma câmera digital ou de um telefone celular. Impossível não lembrar as fotos antigas, quando o fotógrafo, investido de alguma solenidade, pedia aos fotografados que se preparassem, que posassem, e de repente acionava o botão, e triunfava: − Pronto! E era esperar algum tempo para que a foto fosse revelada e encaminhada ao álbum da família. Na pressa de hoje, os “cliques” das maquininhas eletrônicas disparam como metralhadoras, as pessoas mal têm tempo para ver as fotos e logo, enfadadas, apagam-nas. As eventualmente selecionadas costumam ir parar nos arquivos de um computador. Mais cedo ou mais tarde, serão igualmente apagados. De fato, o tempo está passando cada vez mais rápido.

(Ruiz de Souza Oviedo, inédito)

724. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) A banalização das imagens, referida no título do texto, é vista como conseqüência

Page 188: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

188

(A) da ação de fatores intrínsecos à pesquisa e ao desenvolvimento da alta tecnologia. (B) do intenso aprofundamento emocional das experiências do cotidiano moderno. (C) da multiplicação e do imediatismo de experiências marcadas pela transitoriedade. (D) do fomento à pesquisa tecnológica que não redunda em benefícios reais. (E) da ilusão e da superficialidade com que as pessoas buscam se apegar ao passado. 725. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Atente para as seguintes afirmações: I. O autor joga com palavras e expressões que exprimem contraste entre si, tal como ocorre entre tecnologia e milagres, e entre fotos antigas e alguma solenidade. II. A ansiedade de produzir múltiplas e instantâneas imagens contradiz a sensação de enfado, que o autor atribui às pessoas que acionam suas modernas câmeras. III. A solenidade das fotografias antigas decorria, em parte, da importância que lhes dedicava o fotógrafo, confirmada pela diligência dos que costumavam preservá-las. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) III, apenas. 726. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) É preciso corrigir a redação da seguinte frase: (A) A imagem de uma metralhadora disparando lembra ao autor de que o acionamento das modernas câmeras guarda-lhes uma velocidade similar. (B) Como sugere o autor do texto, o risco de banalização é muito alto no uso impulsivo e inconseqüente dos modernos engenhos eletrônicos. (C) Posar para o fotógrafo era parte dos antigos ritos familiares, assim como era hábito organizar e conservar as fotos em álbuns de que todos se orgulhavam. (D) A sensação de que, em nossos dias, o tempo está passando mais rapidamente decorre, em boa parte, da velocidade com que vivemos e descartamos nossas experiências. (E) O antigo processo de revelação das fotografias tinha o seu quê de romantismo: era necessária alguma espera, por vezes ansiosa, pelo resultado obtido. 727. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) No contexto, os segmentos associam-se numa relação de causa e efeito − nesta ordem − em: (A) verdadeiros milagres / alguma banalização. (B) investido de alguma solenidade / de repente acionava o botão. (C) ir parar nos arquivos / eventualmente selecionadas. (D) acionava o botão / triunfava. (E) mais cedo ou mais tarde / apagados. 728. (FCC – Analista Jud. TRF 3ª Região) Considerando-se as normas de concordância verbal, há uma incorreção na frase: (A) Tão rápidos quanto os ―cliques‖ das mágicas maquininhas são o prazer e o enfado que caracterizam as modernas sessões de fotografia. (B) Não é de se crer que todos os produtos com alta tecnologia cheguem a se banalizar, já que a banalidade está nas circunstâncias em que se venham a utilizá-los. (C) Não compete nem aos cientistas nem aos produtores responsabilizar-se pelas conseqüências da utilização do que nos oferecem. (D) Quantos mais inventos haja, mais impulsivos hão de ser nossos desejos de os consumir, como vem sucedendo no caso dos engenhos eletrônicos. (E) Seria de se esperar que se associassem à moderna tecnologia apenas os benefícios reais, que a ela se tributassem tão-somente vantagens inequívocas. Atenção: As questões de números 729 a 740 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Page 189: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

189

Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem de morte e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore.

Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.

O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior que o todo.

Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem −, tudo, enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo.

Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam estabilidade, paz, segurança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador.

Entre esses dois tipos não há, em verdade, tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical. Ambos participam, em maior ou menor grau, de múltiplas combinações e é claro que, em estado puro, nem o aventureiro, nem o trabalhador, possuem existência real fora do mundo das idéias. Mas também não há dúvida que os dois conceitos nos ajudam a situar e a melhor ordenar nosso conhecimento dos homens e dos conjuntos sociais. E é precisamente nessa extensão superindividual que eles assumem importância inestimável para o estudo da formação e evolução das sociedades.

Na obra da conquista e da colonização dos novos mundos coube ao espírito do trabalho, no sentido aqui compreendido, papel muito limitado, quase nulo. A época predispunha aos gestos e façanhas audaciosos, galardoando bem os homens de grandes vôos. E não foi fortuita a circunstância de se terem encontrado neste continente, empenhadas nessa obra, principalmente as nações onde o tipo do trabalhador, tal como acaba de ser discriminado, encontrou ambiente menos propício.

(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 2a ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948, p. 36-39)

729.(FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) É correto concluir do texto que (A) os ideais de vida cultivados por diferentes tipos sociais contribuem para a dificuldade de se justificar o predomínio de certos valores morais em determinadas épocas e atividades. (B) os valores éticos surgem como conseqüência da evolução das sociedades, já que são desnecessários em povos primitivos, que se organizam em torno de um único ideal. (C) as noções divergentes a respeito da ética social impelem alguns tipos humanos a posições radicais, de oposição a valores cultuados pelos demais, em uma mesma sociedade. (D) a organização social vigente no mundo contemporâneo impede a existência real de certos tipos, especialmente daqueles que buscam o sucesso rápido, por meio de façanhas e de aventuras. (E) o comportamento ético das pessoas é pautado por sua própria visão de mundo, admitindo-se, no entanto, relações mútuas de convivência e da sua existência entre os diversos tipos sociais. 730. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Resume-se corretamente o texto da seguinte maneira: (A) A organização social estrutura-se a partir de concepções éticas específicas, mesmo que sejam elas individuais e aparentemente divergentes. (B) O elevado ônus decorrente das aventuras de conquista de novos mundos só poderia ser assumido por algumas nações, orientadas pela ética do trabalho. (C) A descoberta de novos mundos tornou-se possível numa época de oposição entre valores éticos vigentes nas sociedades em que havia predomínio do espírito do trabalho.

Page 190: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

190

(D) A época das conquistas realizadas por algumas nações mundo afora colocou em oposição os ideais de luta e perseverança em oposição ao tipo do aventureiro. (E) O espírito aventureiro surgiu em circunstâncias históricas específicas, conseqüência da necessária adaptação às condições de vida em mundos novos e desconhecidos. 731. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) O texto desenvolve-se como (A) estudo psicológico dos motivos que levam pessoas a agir de determinada forma, a reconhecer determinados valores e os meios escolhidos para atingir seus objetivos. (B) apresentação de certos aspectos evolutivos de sociedades diversas, cuja discussão se baseia em informações de cunho científico. (C) análise de cunho sociológico dos papéis desempenhados por certos tipos que marcaram a história das sociedades ao longo do tempo. (D) visão utópica da formação de uma sociedade, com os papéis vividos por tipos considerados ideais, para permitir a evolução do todo social. (E) informação, com base em dados antropológicos, a respeito da evolução dos grupos humanos, desde os mais rudimentares, até o aparecimento da agricultura. 732. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) A organização textual baseia-se nas relações sintático-semânticas de (A) tempo e espaço, na indicação dos vários modelos de sociedade, desde o início da evolução humana. (B) causas e as conseqüências resultantes da formação das sociedades, ao longo do tempo. (C) similitude entre organizações sociais, desde as mais rudimentares, quanto às formas de evolução. (D) simultaneidade entre ações decorrentes de valores vigentes em determinada época, em um conjunto social. (E) oposição entre dois pólos divergentes, que marcam as atitudes humanas na vida em sociedade. 733. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Esse tipo humano ignora as fronteiras. (início do 2º parágrafo) A expressão do texto que reproduz o sentido da frase acima é: (A) a mira de todo esforço. (1º parágrafo) (B) todos os processos intermediários. (1º parágrafo) (C) as qualidades próprias do aventureiro. (4º parágrafo) (D) a concepção espaçosa do mundo. (4º parágrafo) (E) uma recompensa imediata. (5º parágrafo) 734. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Considere as afirmativas a respeito das frases iniciais do 1º e do 6º parágrafos: I. há evidente incoerência entre ambas, pois no 6º parágrafo o autor desmente o que foi afirmado no 1º. II. o 6º parágrafo retoma o núcleo do que foi dito no 1º, de forma articulada, dando continuidade à explanação textual. III. a afirmativa do 1º parágrafo pressupõe, desde o início do texto, o que foi explicitado no 6º, como sua repetição enfática. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 735. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada ... (1o parágrafo) O pronome grifado acima refere-se, considerando-se o contexto, à expressão: (A) dois princípios. (1o parágrafo) (B) [os] tipos do aventureiro e do trabalhador. (1o parágrafo)

Page 191: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

191

(C) os povos caçadores ou coletores. (1o parágrafo) (D) os povos lavradores. (1o parágrafo) (E) seus propósitos ambiciosos. (2o parágrafo) 736. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) − audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem − (4o parágrafo) Os travessões isolam, considerando-se o contexto, (A) segmento especificativo e explicativo. (B) redundância, embora com intenção estilística. (C) conclusão necessária da expressão imediatamente anterior. (D) reprodução textual de informações anteriores. (E) emprego de palavras de sentido alheio ao contexto. 737. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações... (4o parágrafo) O vocábulo grifado acima introduz no contexto a noção de ...... e equivale a ...... . As lacunas da frase estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por: (A) ressalva - Contudo (B) explicação - Desse modo (C) condição - Conquanto (D) temporalidade - Enquanto isso (E) proporcionalidade - Entretanto 738. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital ... (1º parágrafo) O verbo está flexionado no singular porque (A) houve um deslize em relação ao que dispõe a norma culta. (B) pode ocorrer concordância com o predicativo do sujeito, que está no singular. (C) se excluíram os dois termos anteriores, que apresentam sentido de oposição entre si. (D) os termos que constituem o sujeito formam uma série de expressões de sentido equivalente. (E) um só termo pode sintetizar toda a frase, embora não esteja explícito no contexto. 739. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes. (final do 2o parágrafo) O mesmo tipo de exigência quanto ao complemento do verbo grifado acima está na frase: (A) ... que enxerga primeiro a dificuldade a vencer ... (B) ... mede todas as possibilidades de esperdício ... (C) ... que sente ânimo de praticar ... (D) ... terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro ... (E) ... coube ao espírito do trabalho ... papel muito limitado, quase nulo. 740. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) A época predispunha aos gestos e façanhas audaciosos, galardoando bem os homens de grandes vôos. (último parágrafo) O sentido contextual do segmento grifado acima está reproduzido abaixo, EXCETO em: (A) premiando os sujeitos voltados a feitos heróicos. (B) valorizando as pessoas capazes de superar obstáculos. (C) identificando os que enfrentavam enormes distâncias. (D) distinguindo com honrarias os que ultrapassam limites. (E) recompensando grandemente os autores de atos excepcionais. Atenção: As questões de números 741 a 748 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Page 192: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

192

A cultura, e conseqüente organização social, política e econômica dominante na sociedade contemporânea, ainda é aquela que começou a nascer no século XVI, quando um conjunto de inovações tecnológicas num contexto histórico favorável contribuiu para o início do enterro do Antigo Regime, no qual a Terra estava no centro do universo, a ordem social era imutável e a Igreja, junto com o poder absolutista, tinha o monopólio da informação.

A prensa de Gutenberg estava entre as inovações tecnológicas que contribuíram para a ascensão do mundo burguês. E os seus principais produtos − o livro e o jornal − foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniqüidade social ainda incomoda e assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.

Não é função da indústria pensar a educação. A missão de qualquer empresa é lutar com todas as suas forças para crescer e se perpetuar. Mesmo quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade em que ela está inserida. Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação.

Por isso mesmo, nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro num projeto de educação fundamentado nas profundas e dramáticas mudanças que a cibernética tem trazido para as nossas vidas.

(Trecho do artigo do jornalista Rodrigo Lara Mesquita. O Estado de S. Paulo, A2, 4 de maio de 2007)

741. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) É correto inferir do texto que seu autor, (A) como jornalista que é, questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo, como instrumentos essenciais para a divulgação do conhecimento. (B) ao apontar a importância de algumas inovações tecnológicas do mundo moderno, reconhece a importância da cibernética para os projetos educacionais. (C) pensando em um projeto de educação eficaz, afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, a despeito do interesse que elas possam demonstrar. (D) ao reconhecer a inoperância do empresariado, especialmente na área da cibernética, ignora o impacto que essa tecnologia poderia causar em um projeto educacional. (E) como defensor do desenvolvimento tecnológico, propõe uma educação voltada especificamente para a indústria da informática, base da integração social. 742. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) E os seus principais produtos − o livro e o jornal − foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. (2o parágrafo) É correto afirmar, a respeito da expressão grifada acima, que o livro e o jornal (A) eram temidos em razão da possibilidade de disseminação de conhecimentos antes reservados e restritos a uma classe privilegiada. (B) representavam o pensamento e, portanto, o modo de vida da época, com os valores de uma classe ascendente, a burguesia. (C) eram utilizados pela classe dominante para divulgarem as novidades que surgiam, no contexto histórico daquele momento. (D) deram início a uma série de inovações tecnológicas que possibilitaram o avanço social e econômico durante o século XVI. (E) foram e ainda permanecem como símbolos das desigualdades sociais, especialmente decorrentes da incapacidade de leitura no mundo contemporâneo. 743. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) O segmento que se encontra transcrito com outras palavras, mas com o mesmo sentido original é: (A) num contexto histórico favorável = com todas as facilidades existentes. (B) tinha o monopólio da informação = mantinha-se bem informada. (C) onde a iniqüidade social ainda incomoda e assusta = onde não se estabeleceu a igualdade social. (D) que também gerou a onda de inovação = que deu início a transformações inovadoras. (E) quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade = quando atende aos interesses do meio social. 744. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Está INCORRETA a afirmação que se faz a respeito dos parágrafos do texto:

Page 193: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

193

(A) O 1º parágrafo traça, de maneira rápida e sintética, um painel histórico e cultural existente numa determinada época. (B) Observa-se, especialmente no 2º parágrafo, emprego de palavras que adquirem sentido particular, percebido no contexto em que se encontram. (C) O 3º parágrafo constitui, em síntese, um argumento que justifica a opinião que vem exposta no 4º parágrafo. (D) A articulação sintático-semântica que se estabelece entre o 3º e o 4º parágrafos é de causa e conseqüência. (E) No 4º parágrafo o autor defende a idéia de que a indústria se torne responsável também por projetos educacionais voltados para o desenvolvimento social. 745. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) A forma verbal de singular que também poderia ter sido empregada corretamente no plural está grifada na frase (A) ... a ordem social era imutável... (B) ... e a Igreja, junto com o poder absolutista, tinha o monopólio da informação. (C) ... num processo que também gerou a onda de inovação ... (D) ... quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade... (E) ... em que ela está inserida. 746. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Não é função da indústria pensar a educação. (início do 3o parágrafo) A função sintática da oração grifada acima é a mesma do termo, também grifado, na frase: (A) ... no qual a Terra estava no centro do universo ... (B) ... que contribuíram para a ascensão do mundo burguês. (C) ... num processo que também gerou a onda de inovação ... (D) ... e a possibilidade de darmos o próximo salto. (E) ... nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro ... 747. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) A concordância está inteiramente correta na frase: (A) Os efeitos do uso do computador na educação cresce exponencialmente ao se ultrapassar as fronteiras da escola, criando-se novas formas de interesse. (B) Viagens virtuais simuladas em computador torna possível às crianças sobrevoar regiões distantes do planeta e perceber o interior de uma célula em detalhes microscópicos. (C) Quando bem usados, os computadores têm contribuído de forma decisiva para despertar o interesse pela leitura, com a inclusão de imagens animadas e de recursos sonoros nos livros digitais. (D) O efeito revolucionário do uso de computadores nas salas de aula tornaram-no essenciais em projetos de pesquisas que busca ultrapassar as fronteiras geográficas, reduzindo as distâncias. (E) Com os computadores em rede, as etapas de uma experiência de física pode ser dividida e também é possível longos debates sobre assuntos diversificados. 748. (FCC – Téc. Legislativo – Câmara dos Deputados) Ninguém, em sã consciência, negará o fato. A computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação. Acredita-se que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo. Será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas. O processo de coesão entre as frases acima, articulando-as corretamente em um único período, deverá ocorrer da seguinte maneira: (A) Ninguém, em sã consciência, negará o fato onde a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação, à proporção que se acredita de que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas. (B) Ninguém, em sã consciência, negará o fato que a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação, enquanto que se acredita que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, onde será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas.

Page 194: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

194

(C) Ninguém, em sã consciência, negará o fato, o qual a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação caso se acredita-se que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, sendo que será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas. (D) Ninguém, em sã consciência, negará o fato de que a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação e, se se acredita que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas. (E) Ninguém, em sã consciência, negará o fato que a computação e a conectividade estarão a cada dia mais presentes na educação, já que se acredita-se que a tecnologia fornece novas janelas potenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo, onde será necessário viabilizar projetos de inclusão digital nas escolas. Atenção: As questões de números 749 a 758 referem-se ao texto seguinte.

A verdadeira liderança Uma organização prestadora de serviços foi contratada para realizar um trabalho que envolveria vários

de seus integrantes. Um destes, a certa altura, deixou de participar das atividades programadas. Então, o líder do grupo decidiu visitálo. Era uma noite muito fria, e encontrou o seu liderado em casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde um fogo brilhante e acolhedor queimava as achas.

Sabendo o porquê da visita do líder, o liderado deu-lhe as boas-vindas, convidou-o a sentar-se em uma cadeira que estava perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente, porém não disse nada. Em silêncio, ambos contemplavam o estalar da lenha e a dança das chamas.

Quando passaram alguns minutos, o líder se levantou, foi para junto da lareira, examinou as brasas que se formaram e, cuidadosamente, selecionou a mais incandescente de todas, separando-a das demais e empurrando-a para o lado. Em seguida, sentou-se novamente, permanecendo silencioso.

O liderado quieto, porém fascinado, analisava todos os gestos do líder. Aos poucos, percebeu que a brasa, antes a mais viva de todas, ia perdendo, agora solitária, o brilho e o calor. Passados alguns minutos, apagou-se de vez.

O líder levantou-se, foi de novo para junto da lareira e manipulou novamente o carvão apagado, colocando-o de volta entre as brasas, no meio do fogo. Imediatamente o carvão voltou a incandescer, alimentado pelo calor dos outros carvões ardentes.

Nenhuma palavra tinha sido dita desde o cumprimento inicial. O líder levantou-se para ir embora. Quando se aproximou da porta, seu liderado lhe disse: “Você é um líder verdadeiro, obrigado por ter vindo e por me ensinar tanto por meio desse seu belíssimo sermão. Quero voltar ao convívio do nosso grupo.”

(Adaptado de Carlos Pozzobon, www.vendamais.com.br/Liderança/php)

749.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) O autor do texto vale-se de uma narrativa para ilustrar a seguinte tese: (A) É louvável a resistência que um liderado demonstra à ação do líder. (B) A argumentação conceitual é uma qualidade indispensável a um líder. (C) Um bom líder é capaz de regenerar as forças de quem se debilitou. (D) Cabe à liderança excluir de seu grupo aquele que vive a contestá-la. (E) É impositivo readaptar a um grupo um ex-líder ressentido. 750.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Atente para as seguintes afirmações: I. As personagens dessa narrativa são chamadas apenas de líder e de liderado porque ao narrador interessa identificá-las em suas respectivas funções. II. Ao agradecer o belíssimo sermão do líder, o liderado mostrou compreender que há gestos que equivalem a uma boa exposição discursiva. III. O estalar da lenha e a dança das chamas simbolizam, na narrativa, a disposição rancorosa com que o liderado recebeu o líder. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) II e III, somente. (D) I e III, somente.

Page 195: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

195

(E) II, somente. 751.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Os seguintes elementos fazem parte do mesmo conjunto de símbolos de que se serviu o líder diante do liderado: (A) cumprimento, visita, lenha e chamas. (B) lareira, cadeira, brilho e atividades. (C) noite, casa, gestos e carvão. (D) achas, fogo, brasas e carvão. (E) palavra, sermão, achas e grupo. 752.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Sabendo o porquê da visita do líder, o liderado deu-lhe as boas vindas (...). Outra redação correta para o que se afirma na frase acima poderia ser: O liderado deu-lhe as boas vindas, (A) sabendo porque o líder o visitava. (B) por que sabia a razão da visita do líder. (C) já sabendo por quê o líder o visitava. (D) já que daquela visita sabia bem o por que. (E) ciente do motivo por que era visitado. 753.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Tendo em vista as normas de concordância verbal, é preciso corrigir a seguinte frase: (A) Podiam-se assistir com prazer às danças das chamas na lareira. (B) Mal haviam decorrido alguns minutos, o líder foi para junto da lareira. (C) Na lareira queimavam-se as achas e produzia-se a dança das chamas. (D) Nenhum dos gestos do líder deixava de ser analisado pelo dono da casa. (E) Não escapava ao liderado o sentido dos gestos produzidos pelo líder. 754.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Considerando-se o contexto, a transposição para a voz ativa da frase Nenhuma palavra tinha sido dita desde o cumprimento inicial levará à seguinte forma verbal: (A) fora dita. (B) se disse. (C) havia dito. (D) tinham dito. (E) teriam dito. 755.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Está correta a articulação entre os tempos e modos verbais na frase: (A) O líder levantara-se, tendo ido de novo para junto da lareira e manipulando novamente o carvão que se apagou. (B) Sentaram-se, e assim ficariam algum tempo, a olhar as chamas que dançavam na lareira, produzidas pelo queimar das achas. (C) À medida que fossem queimando, as achas ensejam uma espécie de dança, que os dois acompanhariam com deleite. (D) O liderado acompanhava com atenção o cuidado com que o líder aproximaria o carvão das chamas que ardem com intensidade. (E) Se nenhuma palavra tinha sido dita, ainda assim fora evidente que cada gesto valesse por si só um belo sermão. 756.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Aos poucos, percebeu que a brasa, antes a mais viva de todas, ia perdendo, agora solitária, o brilho e o calor. Considerando-se o contexto, as expressões sublinhadas podem ser substituídas, sem prejuízo para a correção e o sentido da frase acima, por, respectivamente, (A) mais viva que todas antes − embora isolada

Page 196: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

196

(B) ainda muito viva entre todas − porque apartada (C) até então de todas a mais viva − tão logo isolada (D) desde então a mais viva de todas − visto que sozinha (E) embora mais viva que todas − tanto mais apartada 757.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Cabe a um líder, ............... iniciativa costuma depender a orientação de um grupo de trabalho, incentivar aquele integrante ................... nota um declínio da auto-estima. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, respectivamente: (A) de cuja − em quem (B) do qual a − com quem (C) cuja − em quem (D) de cuja − a quem (E) do qual a − com quem 758.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Está clara, coerente e correta a redação da seguinte frase: (A) Mormente nos casos em que transparece um arrefescimento do ânimo individual, quando o líder trabalhará no sentido da recuperação do mesmo. (B) Reputa-se que o incentivo à associação de esforços, nos grupos de trabalho, são indispensáveis à boa consecução das suas tarefas. (C) Caso não haja otimisação do esforço como na distribuição de tarefas, é possível que os integrantes de um grupo de trabalho se sintam inóquos. (D) Há silêncios e gestos que de tão expressivos, valem como mil palavras, se quem os promover tire-lhes proveito da sedução que lhes são próprias. (E) Depreende-se da leitura do texto que um líder e um liderado podem dispensar as palavras e, ainda assim, superar uma situação de crise. Atenção: As questões de números 759 a 768 referem-se ao texto seguinte.

Propósitos para o Ano Novo

O que conseguimos neste último ano? Quanto falta para a meta? Quanto nos desviamos? Quais foram os erros? Era isso mesmo o que a gente queria da vida? Os balanços prosperam no fim do ano.

O problema é que, muitas vezes, eles se apresentam como listas de frustrações: algumas coisas não deram certo, algo iludiu nossos esforços, fracassamos. E qual é o problema? Não seria bom dispor do catálogo de nossos desacertos? Afinal, com ele na mão, deveria ser mais fácil inventar um futuro que corrija o passado. Faz sentido. Mas não é bem isso o que acontece: de regra, a lista das frustrações transforma-se numa cantilena não de emendas e projetos, mas de acusações. A coisa é particularmente sensível quando os membros de um casal fazem seu balanço: nesse caso, as frustrações de um são sempre culpa do outro.

“Não escrevi o grande romance brasileiro deste século porque você não soube me proteger do choro das crianças.” “Deixei de formar-me em biologia porque você quis ter filhos logo.” “Não fui para a Antártida porque você se esqueceria de tomar seu remédio contra a pressão alta”. O extraordinário é que, mesmo enunciadas na frente de um terceiro, essas frases não suscitam o riso. Ao contrário, elas solidificam o ressentimento.

Aparentemente, o milagre de conseguir conviver, de inventar a cada dia compromissos viáveis entre desejos diferentes, não vale nada. Na hora de fazer as contas, só importa o sacrifício imposto à liberdade absoluta e triste que seria a nossa, se pudéssemos viver sem concessões, ou seja, sem fazer caso de nenhum semelhante.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)

759.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) A questão nuclear desse texto representa-se conceitualmente no seguinte enunciado: (A) O extraordinário é que (...) essas frases não suscitam o riso. (B) E qual é o problema? (C) Não escrevi o grande romance brasileiro (...) (D) (...) o milagre de conseguir conviver (...) não vale nada. (E) Os balanços (...) se apresentam como listas de frustrações (...). 760.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão ou frase do texto em:

Page 197: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

197

(A) Os balanços prosperam no fim do ano = saldam-se as contas no fim do ano. (B) dispor do catálogo de nossos desacertos = abrir mão do rol dos nossos erros. (C) transforma-se numa cantilena = vira uma ladainha de queixas. (D) elas solidificam o ressentimento = elas fortalecem a expectativa. (E) viver sem concessões = levar a vida sem propósitos. 761.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Atente para as seguintes afirmações: I. No segundo parágrafo, o autor defende a idéia de que a enumeração das nossas frustrações poderia propiciar um efeito positivo. II. No terceiro parágrafo, todas as frases entre aspas enunciam as causas reais e profundas das frustrações de um casal. III. No quarto parágrafo, o autor afirma que é triste não dispormos de uma liberdade absoluta, que nos permitiria realizar nossos desejos. Em relação ao texto, SOMENTE está correto o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 762.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Faz sentido. Mas não é bem isso o que acontece. As frases acima podem constituir um único período, sem prejuízo para o sentido do contexto, nesta nova redação: (A) O que acontece é que isso não faz muito sentido. (B) A despeito de fazer sentido, isso não ocorre. (C) Conquanto não ocorra, deixa de fazer sentido. (D) Isso faz sentido, desde que não deixe de ocorrer. (E) Não sendo isso o que acontece, ganha sentido. 763.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Que não ...... (vir) a iludir a ninguém os propósitos formulados a cada fim de ano. (B) Todo aquele a quem ...... (costumar) atrair os planos mirabolantes de fim de ano torna-se um ressentido. (C) Menos ...... (haver) de planejar metas mirabolantes aqueles que tomarem consciência dos limites de sua liberdade. (D) Só se ...... (deixar) iludir com propósitos de fim de ano quem não reconhece limites em sua liberdade. (E) Não ...... (parecer) importar, para os membros de um casal, os prazeres que pode trazer o simples convívio de cada dia. 764.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase: (A) Há os que se gabam de jamais fazerem concessões, a quem quer que seja, será que não imaginam, que para isso é preciso não levar em conta − seus próprios semelhantes? (B) Há os que se gabam de jamais fazerem concessões a quem quer que seja; será que não imaginam que, para isso, é preciso não levar em conta seus próprios semelhantes? (C) Há os que se gabam, de jamais fazerem concessões, a quem quer que seja: será que não imaginam que para isso é preciso não levar em conta seus próprios semelhantes? (D) Há os que se gabam de jamais fazerem concessões, a quem quer que seja, será que não imaginam que, para isso é preciso não levar em conta: seus próprios semelhantes? (E) Há os que se gabam de, jamais, fazerem concessões, a quem quer, que seja: será que não imaginam que para isso é preciso não levar em conta seus próprios semelhantes... 765.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) É preciso corrigir a má estruturação da seguinte frase: (A) Em muitos casais atribui-se ao parceiro que as frustrações se devem sobretudo a ele, o que se torna causa de ressentimentos.

Page 198: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

198

(B) É muito cômodo atribuir a alguém a culpa pelas frustrações que sentimos por havermos estabelecido metas que não conseguimos atingir. (C) Em vez de culparmos os outros, melhor seria tomarmos consciência das razões que nos levaram ao sentimento de frustração. (D) Se lutássemos para atingir metas alcançáveis, não nos daríamos ao trabalho de culpar os outros pelo nosso fracasso. (E) Há muitos ressentimentos que decorrem da nossa incapacidade de avaliar as forças com que contamos para atingir determinadas metas. 766.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) Ao final do ano vêm as frustrações e, já que não podemos evitar as frustrações, descarregamos essas frustrações nas costas dos outros, atribuindo aos outros a responsabilidade por nossa decepção. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) podemos evitar-lhe − descarregamos elas − atribuindo-lhes (B) as podemos evitar − as descarregamos − atribuindo-os (C) as podemos evitar − descarregamo-las − atribuindo-lhes (D) podemos evitá-las − descarregamos-lhes − lhes atribuindo (E) podemos as evitar − as descarregamos − lhes atribuindo 767.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) O emprego e a grafia de todas as palavras estão corretos na frase: (A) Quando deixamos de avaliar a justesa de nossos propósitos, sobrevem uma série de frustrações. (B) Se não requisermos de nosso próximo o que ele não pode oferecer, não agiremos tipo assim aqueles que vivem enculpando os outros. (C) Fazer concessões não significa demonstrar complascência ou alimentar algum sentimento de pretenciosa superioridade sobre o outro. (D) Seria preferível que nos precavíssemos ao formular metas de fim de ano do que amargarmos seu mal planejamento. (E) As metas mais bem planejadas são as que levam em conta nossa prontidão para alcançá-las, e não as que nos impõem desafios excessivos. 768.(FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) O uso do sinal de crase justifica-se em ambas as ocorrências na seguinte frase: (A) Não tive acesso à carreira de biólogo porque você se dispôs à engravidar. (B) Não nos assiste à prerrogativa de responsabilizarmos justamente àqueles que não têm culpa. (C) Imputamos à culpa aos outros quando achamos inadmissível assumirmos à nossa. (D) Atribuamos à nossa incompetência o fracasso de nossos planos, em vez de associá-lo à responsabilidade alheia. (E) Quando se fica à espera de algo inalcançável, tudo o que se alcança se reduz à uma frustração. Leia o texto para responder à questão 769

A revolução da informação, o fim da guerra fria – com a decorrente hegemonia de uma superpotência única – e a internacionalização da economia impuseram um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais que parece jogar por terra as antigas aspirações de solidariedade e justiça distributiva entre os homens, tão presentes nos sonhos, utopias e projetos políticos nos últimos dois séculos. Ao contrário: o novo modelo – cuja arrogância chegou ao extremo de considerar-se o ponto final, senão culminante, da história – promove uma brutal concentração de renda em âmbito mundial, multiplicando a desigualdade e banalizando de maneira assustadora a perversão social.

(Ari Roitman, O desafio ético, com adaptações)

769. (ESAF – AFTN 2002)- Nos itens abaixo, trechos do texto foram reescritos. Assinale a opção em que as idéias, ou a argumentação, do texto não foram respeitadas. a) Parece que destruir antigas aspirações de solidariedade e justiça distributiva é fruto da arrogância a que chegou o ponto final da história nos últimos dois séculos: os homens presentes na nova utopia têm diferentes projetos políticos.

Page 199: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

199

b) Um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais surgiu a partir de três fatores: a revolução da informação, o fim da guerra fria e a internacionalização da economia. c) Como conseqüência do fim da guerra fria houve hegemonia de uma superpotência única e um novo equilíbrio de forças – também ligado a outros fatores – nas relações humanas e sociais. d) Nos últimos dois séculos, estiveram presentes nos sonhos, utopias e projetos políticos antigas aspirações de solidariedade e justiça que parecem estar em risco com o surgimento de um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais. e) Uma brutal concentração de renda em âmbito mundial vem com um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais; têm-se, conseqüentemente, uma banalização da perversão social com a multiplicação da desigualdade. Texto para a próxima questão

É urgentemente necessário criar critérios objetivos para a seleção de projetos, obrigando a autoridade pública a comprovar o atendimento a critérios mínimos de interesse público, de viabilidade econômico-. financeira, de equilíbrio social e ambiental e de agregação de valor. Diante da realidade federativa do Brasil, é de se esperar também que o governo federal tenha uma visão ampla e generosa do papel central que deve exercer, no incentivo às boas práticas de planejamento e implantação de projetos. Essas inquietações surgem porque ações prepósteras do governo podem gerar erros graves na condução de programas de Parcerias Público-Privadas (PPP). Reverter erros em PPP – que se verificam na experiência internacional – pode custar muito caro ao país e a frustração decorrente pode inviabilizar mudança cultural tão necessária.

(Rubens Teixeira Alves & Leonardo Grilo. PPP – uma lei só não faz verão. Correio Braziliense, 25 de julho de 2005, com

adaptações)

770. (ESAF – AFRFB) A argumentação textual está organizada em torno da seguinte relação de condicionalidade: a) Não haverá realidade federativa se o governo federal não tiver uma visão ampla e generosa do seu papel central de incentivador das boas práticas de planejamento e implantação de projetos. b) Se ações proteladoras do governo gerarem inquietações que ocasionem erros graves na condução de programas de PPPs, poderá ser inviabilizada a mudança cultural por eles pretendida. c) Será urgentemente necessário criar critérios objetivos para a seleção de projetos, se for verificada na experiência internacional que reverter erros nas PPPs pode custar caro. d) Erros graves na condução de PPPs podem custar caro ao país, se não forem criados critérios objetivos para a seleção de projetos e a autoridade pública não comprovar o atendimento a critérios mínimos. e) Se custar muito caro ao país a frustração decorrente de más práticas de planejamento e implantação de projetos, poderá ser inviabilizada a mudança cultural tão necessária para a implantação das PPPs. Leia o fragmento para a próxima questão.

O enquadramento pós-estruturalista da teoria da comunicação analisa o modo como a comunicação eletronicamente mediada (o que eu chamo modo de informação) desafia, e ao mesmo tempo reforça, os sistemas de dominação emergentes na sociedade e cultura pós-moderna. A minha tese é que o modo de informação decreta uma reconfiguração radical da linguagem, que constitui sujeitos fora do padrão do indivíduo racional e autônomo. Esse sujeito familiar moderno é deslocado pelo ―modo de informação‖ em favor de um que seja múltiplo, disseminado e descentrado, interpelado continuamente como uma identidade instável. Na cultura, essa instabilidade coloca tanto perigos como desafios que se tornam parte de um movimento político – ou se estão relacionados com as políticas feministas, minorias étnicas/raciais, posições gays e lésbicas, podem conduzir a um desafio fundamental às instituições e estruturas sociais modernas.

(Haik Poster. A segunda era das mídias)

771. (ESAF – AFRFB) Assinale a inferência que não está coerente com a argumentação do texto.

Page 200: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

200

a) Na cultura pós-moderna, o modo de informação estabelece com os sistemas de dominação relações em dois sentidos. b) Uma reconfiguração da linguagem repercute na reconfiguração dos sujeitos sociais, seja na cultura moderna seja na pós-moderna. c) Uma identidade instável caracteriza o sujeito, múltiplo, disseminado e inserido em movimentos políticos, culturais e sociais. d) Sujeitos deslocados pelo modo de informação eletronicamente mediado provocam uma instabilidade que se torna parte de movimento político. e) O padrão do indivíduo racional e autônomo conduz a políticas que podem desafiar os fundamentos das instituições e estruturas modernas. Leia o excerto abaixo para responder à próxima questão

Enquanto o patrimônio tradicional continua sendo responsabilidade dos Estados, a promoção da cultura moderna é cada vez mais tarefa de empresas e órgãos privados. Dessa diferença derivam dois estilos de ação cultural. Enquanto os governos pensam sua política em termos de proteção e preservação do patrimônio histórico, as iniciativas inovadoras ficam nas mãos da sociedade civil, especialmente daqueles que dispõem de poder econômico para . financiar arriscando. Uns e outros buscam na arte dois tipos de ganho simbólico: os Estados, legitimidade e consenso ao aparecer como representantes da história nacional; as empresas, obter lucro e construir através da cultura de ponta, renovadora, uma imagem ―não interessada‖ de sua expansão econômica.

(Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, com adaptações)

772. (ESAF – AFRFB) Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes inferências a respeito do texto. ( ) O Estado e a sociedade civil são co-responsáveis por ações culturais, cada um no seu âmbito. ( ) Não existe preservação do patrimônio histórico sem produção de cultura de ponta. ( ) Ambos os estilos de ação cultural identificados no texto produzem ganhos simbólicos. ( ) Financiar iniciativas culturais inovadoras implica incorrer em riscos econômico-financeiros. ( ) A arte pode servir para camuflar interesses econômicos expansionistas. ( ) Só pela atuação cultural, os Estados podem tornar-se representantes da história nacional. A seqüência de respostas corretas é a) V-V-F-F-V-F b) V-F-V-V-V-F c) V-F-F-V-V-V d) F-F-V-F-F-V e) F-V-V-F-V-F 773. (ESAF – AFRFB) Todo homem, como membro da sociedade, tem o direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

(Artigo XXII da Declaração Universal dos Direitos Humanos)

O artigo acima está organizado em apenas um período sintático. Assinale a opção que o reescreve em dois períodos sintáticos, preservando as relações semânticas entre as idéias originais. a) Como membro da sociedade, todo homem tem direito à realização de sua dignidade e ao desenvolvimento de sua personalidade. Tudo isso de acordo com o esforço nacional, a cooperação internacional e a organização de recursos de cada estado. b) Todo homem membro da sociedade tem o direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade. Tem também direito ao livre desenvolvimento de sua personalidade. c) Já que membro da sociedade, todo homem tem o direito à segurança social e à realização e ao livre desenvolvimento de sua personalidade; seja pelo esforço nacional, pela cooperação internacional ou de acordo

Page 201: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

201

com a organização e recursos de cada estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade. d) Todo homem, como membro da sociedade, tem o direito à segurança social e à realização dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade. Isso se dá pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada estado. e) Ao ser considerado membro da sociedade, todo homem tem o direito à segurança social e à realização – pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade – e ao livre desenvolvimento de sua personalidade. 774. (ESAF – AFRFB) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e indique a seqüência correta. ( ) Principalmente porque, com recursos parcos e uma formação basicamente literária, ele anteviu o mundo em que vivemos, no qual as palavras se evaporam e se dispersam em redes virtuais, as idéias circulam em direções caóticas e a noção de sentido, quer dizer, de uma direção e de um futuro, se perde num presente em abismo. ( ) E no qual, enfim, depois de séculos de hostilidade e de enclausuramento, o homem se veria dissolvido em uma grande colcha democrática, capaz de abrigar a todos, sem lugares fixos e sem destinos rígidos, um mundo, por fim, em que poderíamos compartilhar uma mesma experiência. ( ) Profeta da morte da imprensa e do fim de um mundo linear e geométrico, ele antecipou, já nos anos 50 e 60, a chegada de um novo mundo unificado, na forma de grande teia, e gerido por uma espécie de alma suprapessoal. ( ) Nascido em 1911, em Edmonton, Canadá, Herbert Marshall McLuhan foi, afora erros e acertos de suas hipóteses, um pensador genial. ( ) Previa McLuhan que, nesse novo mundo unificado da mídia que estava a se afirmar, os homens se veriam imersos em uma grande malha global, um mundo devassado, sobreposto e instantâneo, no qual as idéias se dissolveriam e as diferenças se anulariam – exatamente como na cultura pop que ele mesmo via nascer.

(Adaptado de José Castello http://nominimo.ibest.com.br/n http://nominimo.ibest.com.br/notiti otitia)

a) 5º, 3º, 2º, 1º, 4º b) 2º, 5º, 3º, 1º, 4º c) 3º, 2º, 4º, 5º, 1º d) 4º, 1º, 5º, 3º, 2º e) 1º, 4º, 2º, 5º, 3º Leia o texto abaixo para responder à próxima questão

Com a tramitação das reformas constitucionais no Congresso, estamos prestes a inscrever em nossa Carta Magna disposições como limite salarial de integrantes dos poderes e dos serviços públicos estaduais, assunto que dificilmente se discutirá no Legislativo de qualquer outra federação, monárquica ou republicana, presidencialista ou parlamentarista, e que pouco provavelmente se encontrará em outra Constituição. A indagação cabível, a meu ver, é como e por que chegamos a tanto.

O cerne desse desafio, que julgo não respondido, pode ser resumido num simples raciocínio: o sistema federativo, por oposição à forma unitária do Estado, nada mais é do que distribuir espacialmente o poder. A origem e o fundamento da divisão espacial do poder, representados pela federação, devem ser procurados entre aqueles que criaram o primeiro regime federativo do mundo. O modelo confederativo, como se sabe, já era conhecido historicamente e foi adotado nos artigos da confederação que precederam e viabilizaram a luta pela independência das 13 colônias da América do Norte. O que marca a singularidade do novo sistema é exatamente a diferença entre as confederações anteriores e a alternativa criada pelos convencionais da Filadélfia.

Equilibrar poderes, distribuir competências e responsabilidades rigorosamente simétricas em uma nação tão profundamente assimétrica, mais do que um desafio de engenharia política, ainda é uma incógnita indecifrada, que, como a esfinge, ameaça-nos devorar.

(Marco Maciel, Pacto federativo, Folha de São Paulo,

Page 202: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

202

14/09/2003, com adaptações)

775.(ESAF – TRF) Marque F (falso) ou V (verdadeiro) para inferências a partir do texto. ( ) As reformas constitucionais reforçam a distribuição espacial do poder. ( ) Um Estado que adota uma forma unitária não distribui espacialmente o poder. ( ) Confederações são Estados que adotam, constitucionalmente, o regime federativo a partir da independência dos Estados Unidos. ( ) Nossa Carta Magna será a primeira, ou uma das primeiras, a dispor sobre limite salarial de integrantes dos poderes mas não sobre dos serviços estaduais. A seqüência correta é a) V, V, F, V b) V, V, F, F c) F, V, V, V d) V, F, F, F e) F, F, V, F 776. (ESAF – TRF) Assinale a opção em desacordo com as idéias do texto. Não mais se conta com um eixo filosófico ou religioso sobre o qual girem as ciências, as técnicas e até mesmo a organização social. Como adverte Edgar Morin, a ciência também produz a ignorância, uma vez que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades complexas. Paradoxalmente, cada avanço unidirecional dos conhecimentos científicos produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõem acerto e segurança. Vivemos em uma nebulosa, que não é a via-láctea deslocando-se no espaço cósmico e explicável pela astronomia, mas em uma nebulosa provocada pela falta de contornos definidos para o saber, para a razão e, na prática, para as decisões fundamentais. Afinal, o que significa tudo isso para a felicidade das pessoas e o destino último da sociedade?

(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac, 2002, p. 27)

a) O eixo filosófico ou religioso sobre o qual giravam as ciências, as técnicas e até mesmo a organização social não está mais disponível. b) Como as especializações se desviam dos grandes contextos reais e das realidades complexas, a ciência também produz ignorância. c) Se o avanço dos conhecimentos é unidirecional, produz-se desorientação e perplexidade nas ações para as quais acerto e segurança são pressupostos. d) A falta de contornos definidos para o saber é provocada pela razão e pelas decisões fundamentais da prática. e) A nuvem de matéria interestelar em que vivemos, que se desloca no espaço cósmico, é explicável pela astronomia. Atenção: As questões de números 777 a 791 referem-se ao texto seguinte.

Alta velocidade Não é fácil precisar, na história da civilização, quando foi que o fator velocidade passou a ganhar

prestígio por si mesmo: o que é mais rápido é sempre melhor. Talvez tudo tenha começado com as experiências pioneiras de viagens e transportes. É provável que os primeiros navegadores já aspirassem à maior velocidade possível de suas embarcações, pela razão óbvia de que isso diminuiria os custos do empreendimento, os riscos para a segurança e o tédio da tripulação. O mesmo raciocínio vale para os transportes por terra: a impulsão de um motor, substituindo a de um animal, criou novo parâmetro para as viagens: em vez de semanas, dias; em vez de dias, horas. Com o avião, em vez de horas, minutos. E continua, como se sabe, nossa devoração progressiva de espaço e tempo.

O prestígio contemporâneo da velocidade manifesta-se, sobretudo, no campo da informação: quanto mais rápido se divulga, melhor. A informática foi alçada ao trono de divindade e trouxe uma nova ansiedade: o potentíssimo processador de ontem está obsoleto hoje, e o de hoje, amanhã. A banda larga faz disparar as imagens na tela de um monitor, mas certamente não terá como competir com a velocidade do próximo sistema

Page 203: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

203

de acesso e navegação. Meninos de sete anos tamborilam os dedos na mesa do computador, impacientes, enquanto aguardam os longos segundos que leva o download de um novo jogo.

Em nossos dias, atribui-se ao fator velocidade um prestígio tão absoluto que parece tolice querer desconfiar dela: uma das expressões acusatórias e humilhantes é, justamente, “devagar, quase parando”, aplicada a quem não demonstre muita pressa. Mas por que não ponderar que algumas das capacidades humanas nada têm a ganhar – ao contrário, têm muito a perder – com a aceleração do processo?

Estaria nesse caso a qualidade das nossas emoções e das nossas reflexões. São mais intensas as emoções passageiras? A reflexão mais rápida é a mais conseqüente? Nesses domínios da sensibilidade e da consciência, a velocidade não parece ter muito a fazer. Quando alguém repousa os olhos numa bela paisagem, a imobilidade não é paralisia: a imaginação está ativa, e o espírito ganha tempo para dar-se conta de si mesmo. Quando se ouve com atenção uma peça musical ou quando se lê refletidamente um texto consistente, sentimentos e reflexões gastam o tempo que precisam gastar para que a linguagem da música e o encadeamento das idéias se alojem e amadureçam dentro de nós. Amadurecer exige tempo. É possível que nossa época tecnológica, maravilhada com tantas e tão rápidas conquistas, represente para a futura história da civilização uma espécie de adolescência. Para um adolescente, o impacto das grandes novidades traduz-se como paradoxal mistura de sentimento de insegurança e sensação de onipotência.

(Justino Borba, inédito)

777.(FCC – PBGÁS/PB) No primeiro parágrafo do texto, o autor está tratando das (A) prováveis origens da busca da velocidade, que só veio a arrefecer nos tempos modernos. (B) primeiras experiências humanas no sistema de transportes, que culminaram com o advento das embarcações a motor. (C) prováveis origens da busca da velocidade, obsessão que permanece viva em nossos dias. (D) experiências primitivas dos navegadores, preocupados tão-somente com a rapidez dos deslocamentos. (E) prováveis origens da busca da velocidade, identificadas com a antiga necessidade de informação e conhecimento. 778.(FCC – PBGÁS/PB) A imagem representada na frase Meninos de sete anos tamborilam os dedos na mesa do computador (segundo parágrafo) pode ilustrar a seguinte afirmação do autor do texto: (A) Nesses domínios (...), a velocidade não parece ter muito a fazer. (B) A informática (...) trouxe uma nova ansiedade (...) (C) (...) sentimentos e reflexões gastam o tempo que precisam gastar (...) (D) (...) capacidades humanas nada têm a ganhar (... ) com a aceleração (...) (E) Estaria nesse caso a qualidade das nossas emoções (...) 779. (FCC – PBGÁS/PB) Considere as seguintes afirmações, contextualizando-as no último parágrafo do texto:

I. Nem sempre a imobilidade corresponde a falta de ação.

II. Há domínios humanos em que a busca de velocidade não faz sentido.

III. Tomar consciência de si é um processo que demanda tempo.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.

(B) I e II, apenas.

(C) II e III, apenas.

(D) I e III, apenas.

(E) I, apenas.

780.(FCC – PBGÁS/PB) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em:

(A) não é fácil precisar (primeiro parágrafo) é difícil enfrentar a necessidade.

(B) pela razão óbvia (primeiro parágrafo) pelo pretexto alegado.

(C) alçada ao trono de divindade (segundo parágrafo) destituída de um patamar honroso.

(D) se alojem e amadureçam dentro de nós (quarto parágrafo) invistam-se de nossas indecisões.

(E) paradoxal mistura (quarto parágrafo) combinação contraditória. 781.(FCC – PBGÁS/PB) A expressão nesse caso, no início do quarto parágrafo, refere-se a um tipo de situação em que

Page 204: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

204

(A) a aceleração de um processo acarreta óbvios benefícios. (B) o prestígio absoluto da velocidade se impõe inapelavelmente. (C) a reflexão mais rápida é também a mais conseqüente. (D) a aceleração de um processo passa a representar uma perda. (E) o benefício da transitoriedade se torna evidente. 782.(FCC – PBGÁS/PB) As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas na frase: (A) Diante das imagens que na tela se sucede, o usuário de um computador parece hipnotizado. (B) Principais responsáveis pelos primeiros meios de transporte, a tração animal veio a ser substituída pela dos motores. (C) Se fossem mais intensos por serem mais velozes, nossa reflexão e nossa emoção estariam hoje num invejável patamar. (D) Uma vez que passe a atrair toda a nossa atenção, bons romances e belas peças musicais afastam nossa obsessão pela velocidade. (E) Aos meninos diante das telas não costuma ocorrer que a velocidade que os preocupa acelera também a passagem da infância. 783.(FCC – PBGÁS/PB) A voz verbal da construção atribui-se ao fator velocidade um prestígio tão absoluto permanecerá a mesma caso se substitua o elemento sublinhado por (A) atribuímos. (B) há quem atribua. (C) é atribuído. (D) atribuem. (E) costuma-se atribuir. 784.(FCC – PBGÁS/PB) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) Há em nosso mundo paisagens belas, em cujas faz bem pousar os olhos. (B) São belas paisagens, cuja sedução nos leva a contemplá-las. (C) Há paisagens aonde nosso olhar se demora prazerosamente. (D) São belezas de um tempo onde o homem não tinha tanta pressa. (E) A reação de que toda beleza nos impõe é a calma da contemplação. 785.(FCC – PBGÁS/PB) Apresenta-se de modo adequado a articulação entre tempos e modos verbais na frase: (A) Mais velocidade haja, mais velocidade desejamos, na carreira alucinante de que todos estamos participando. (B) Mais velocidade houvesse, mais velocidade estamos a desejar, nesta carreira de que nos dispuséramos a participar. (C) À proporção que nossa ansiedade aumentasse, mais velocidade quisemos imprimir às nossas conquistas tecnológicas. (D) Por mais que se potencie o fator velocidade, parece que nunca haveríamos de estar satisfeitos. (E) A menos que arrefeçamos nossa ânsia de velocidade, pagaríamos alto preço por esse ímpeto irracional. 786.(FCC – PBGÁS/PB) Está clara e correta a redação da frase: (A) É tão absoluto o prestígio em que desfruta o fator velocidade que não nos faz sequer suspeitar ser seu preço tão caro. (B) No campo da informática é que o prestígio contemporâneo da velocidade tem manifestado-se de forma assim relevante. (C) O que está obsoleto hoje era o moderno de ontem, muito embora a própria idéia de novidade se renove quando já for moderna. (D) Na impaciência que demonstram diante de um monitor, manifestam as crianças uma ansiedade que não é estranha aos adultos. (E) Quando se fala em imaginação e em sensibilidade, a aceleração representa pouco para que sejamos bem sucedidos em ambos. 787.(FCC – PBGÁS/PB) Meu dia foi muito agitado, ...... me dispus a ouvir música meu espírito relaxou, ...... o prazer da arte pode nos livrar de nossas ansiedades.

Page 205: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

205

A frase acima guardará inteira coerência caso as lacunas sejam preenchidas, na ordem dada, por (A) desde que - tanto assim que (B) mas quando - dado que (C) por isso - conquanto (D) haja vista que - portanto (E) apesar disso - tendo em vista que 788.(FCC – PBGÁS/PB) A pontuação está inteiramente correta na frase: (A) Deve-se considerar que, o fator velocidade, representa em nosso dias, um paradigma de prestígio absoluto que ninguém se põe a questionar. (B) Talvez devamos nos perguntar acerca do tempo subjetivo, com o qual precisemos contar, para assimilarmos uma bela peça musical? (C) Em sua grande maioria, os internautas, não importa onde estejam, viajam por imagens do mundo sem saber o que buscam. (D) Se antigamente, os homens saíam ao mar por razões econômicas, hoje, há quem viaje pelas telas de um computador, sem qualquer necessidade real. (E) De duas uma; ou estamos hipnotizados pela velocidade, ou nos tornamos tão prepotentes, que sentimos dominá-la pondo-a a nosso serviço. 789.(FCC – PBGÁS/PB) Desde que passou a gozar de um prestígio absoluto, o fator velocidade impôs-se como parâmetro das ações humanas, sobrepondo-se a qualquer outro critério. Substituem de modo adequado as expressões sublinhadas, respectivamente e sem prejuízo para o sentido da frase acima: (A) desfrutar de um - investiu como - destituindo a (B) a alçar-se num - investiu-se a um - preterindo (C) firmar-se como - determinou-se como – corroborando a (D) favorecer-se de um - consagrou-se a um - eximindo-se de (E) desfrutar de um - firmou-se como - sobrepujando 790.(FCC – PBGÁS/PB) Justificam-se as duas ocorrências do sinal de crase em: (A) Caberá à maioria das pessoas decidir se continuarão preferindo a velocidade à qualidade mesma das experiências. (B) O valor atribuído à velocidade está prestes à ser substituído por algum parâmetro que leve em conta a ecologia. (C) Desde que se alçou à tal poder, o fator velocidade não tem encontrado oponentes à altura de seu prestígio. (D) Dada à importância que assumiu na informática, a velocidade dos processos tornou-se indispensável à massa dos internautas. (E) Sabe-se que, à curto prazo, o fator velocidade será submetido à uma mais rigorosa e justa avaliação. 791. (FCC – PBGÁS/PB) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) A ninguém ...... (abalar) os inconvenientes de nossa vida tão apressada. (B) A menos que ...... (vir) a perder o ímpeto, tais obsessões pela velocidade nos custarão muito caro. (C) É inútil imaginar que ...... (partir) de um entusiasta da informática iniciativas que ponham em questão o preço da velocidade. (D) Como não se ...... (cogitar) de quaisquer outros critérios, o fator velocidade reina absoluto. (E) São muitos os que se ...... (eximir) de opinar sobre essa moderna e angustiosa ânsia de velocidade. Atenção: As questões de números 792 a 796 referem-se ao texto que segue.

O jornal New York Times começou a publicar, para cada soldado morto, capturado ou desaparecido no Iraque, um retrato e um resumo de sua jornada. Essas pequenas galerias de rostos evocavam, na memória, uma outra galeria, bem maior, que ocupou as páginas do mesmo jornal durante meses depois do atentado de 11 de setembro de 2001: os retratos e os obituários de todas as vítimas do ataque. Um ano mais tarde, na cerimônia do aniversário do atentado, em Nova York, não houve discursos de fundo, mas diversos oradores alternaram-se no palco para ler em voz alta, um a um, os nomes das 2.801 vítimas.

Page 206: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

206

A cultura americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos.

Para um europeu ou um sul-americano, comemorar, explicar e mesmo narrar um acontecimento é, no mínimo, problemático se não se explorar sua dimensão propriamente social: o encontro ou a luta de idéias, classes, nações, grupos, grandes interesses econômicos etc.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)

792.(FCC – PBGÁS/PB) Considere as seguintes afirmações:

I. O autor do texto trata como essencialmente análogas as referidas iniciativas do New York Times e a atitude

dos oradores no aniversário do atentado de 11 de setembro.

II. O segundo parágrafo do texto constitui uma réplica e uma contestação ao que se narra no primeiro

parágrafo.

III. Europeus e sul-americanos, ao contrário dos norte-americanos, consideram que um fato de relevância

social deve ser compreendido a partir de razões individuais. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) I e III.

793.(FCC – PBGÁS/PB) Essas pequenas galerias de rostos evocavam, na memória, uma outra galeria, bem maior (...) Transposta a frase acima para a voz passiva, a forma verbal será (A) eram evocadas. (B) foram evocados. (C) era evocada. (D) tinha sido evocada. (E) evocaram-se. 794.(FCC – PBGÁS/PB) A cultura americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos. Numa nova redação da frase acima, que comece com Nenhuma outra cultura, uma complementação correta e coerente poderá ser (A) exceto a americana, pensa a coletividade como um conjunto de indivíduos que a vivem enquanto tal. (B) a despeito da americana, impõe-se coletivamente como soma de indivíduos que vivem e pensam. (C) a par da americana, é mais do que qualquer outra uma coletividade identificada como conjunto de indivíduos. (D) contrastada com a americana, valoriza e vive a convicção de que a sociedade é constituída pela soma dos indivíduos. (E) em que pese a americana, sabe que a coletividade é como um conjunto onde o que importa são os indivíduos. 795.(FCC – PBGÁS/PB) O New York Times publicou uma galeria de rostos e nomes, expôs rostos e nomes ao longo de vários números, evocou esses rostos e nomes para que o público não olvidasse esses nomes e rostos. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) expôs a eles - evocou-lhes - lhes olvidasse (B) expô-los - evocou a eles - olvidasse-os. (C) expôs-lhes - evocou-os - os olvidasse (D) expôs eles - evocou-lhes - olvidasse eles (E) expô-los - evocou-os - os olvidasse

Page 207: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

207

796.(FCC – PBGÁS/PB) É preciso corrigir a redação da seguinte frase: (A) Europeus e sul-americanos não explicam os fatos sociais do mesmo modo que os norte-americanos. (B) Há divergências segundo as quais os norte-americanos são incomparáveis com outros povos quanto à compreensão da sociedade. (C) As diferenças entre os povos decorrem, em grande parte, da compreensão que tem cada um do que seja, efetivamente, uma coletividade. (D) O autor do texto sugere que o individualismo está na base da concepção que os norte-americanos têm do que seja uma coletividade. (E) A valorização máxima de cada indivíduo estampou-se, sob a forma de nomes e rostos, nas páginas memoráveis do New York Times. Atenção: As questões de números 797 a 816 referem-se ao texto que segue.

Pessimismo e otimismo Achar que um pessimista pode ser um tipo interessante é coisa de otimistas – e eu assino embaixo.

Confesso, aliás, que tenho uma séria inclinação para o pessimismo, mas entendo que ela se deve, justamente, à porção de otimismo que também está em mim. Não, leitor, não alimento o prazer de formular paradoxos gratuitos; deixe-me fundamentar este.

Os otimistas costumam achar muita graça no mundo, seja porque já a encontraram, seja porque estão certos de que ainda a encontrarão. Mas às vezes esse otimismo é tão grande que passa a ser demasiado exigente, e só se contentará com o êxtase da suprema felicidade. Como esta é raríssima, e quando chega costuma ser passageira, o otimista passa a temperar sua expectativa com um pouco de pessimismo só para engrandecer ainda mais o êxtase almejado. Complicado? Mas quem disse que somos simples?

Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog, que vai um pouco na direção das minhas convicções:

Penso que a maioria das pessoas tende a associar pessimismo a inatividade e paralisia, e otimismo a entusiasmo e iniciativa. Via de regra, é precisamente o oposto que é verdadeiro: em seu deslumbramento, os otimistas, que diante de tudo se ofuscam, a nada se apegam. Por outro lado, em sua lucidez, aos pessimistas é dado enxergar na escuridão a imagem do que lhes seria essencial, e sentem-se como ninguém compelidos a agarrar-se a ela.

É isso. O pessimista não é inimigo das idealizações, muito pelo contrário. E alguém já disse: Sou pessimista de cabeça e otimista de coração. A frase é esperta, pois leva a admitir um convívio ameno entre as inclinações para a mais rigorosa lucidez e para a mais generosa sensibilidade. Mas é também verdadeira: qualquer um de nós pode admiti-lo durante a simples operação de folhear um jornal. O homem-bomba resolveu sacrificar-se na companhia de quinze adversários políticos? A humanidade não tem jeito. O pequeno e sofrido país asiático teve sua independência reconhecida e amparada pela ONU? Nem tudo está perdido. No noticiário da TV, e ao vivo: o marido enciumado seqüestrou a própria mulher e ameaça matá-la diante das câmeras? O mundo é mesmo um horror... Horas depois, ainda ao vivo, o homem depõe a arma e entrega-se à polícia, aos prantos? Esta vida é comovente...

Pensando agora em nosso país: haverá algum outro que tantas razões dê a seus cidadãos para serem otimistas e pessimistas a um tempo? Parece já fazer parte da nossa cultura esse amálgama de expectativas contrárias: ora “o Brasil não tem jeito mesmo”, ora “este é o melhor país do mundo”. Diante dos extremos, as pessoas sensatas recomendam o equilíbrio que nega as polaridades, pois “a verdade está no meio”. Pois eu prefiro manter a opinião de que a verdade dos otimistas é, no fundo, uma aliada da verdade dos pessimistas. A prova de que não somos uma coisa só está em cada dia que amanhece: o leitor acordou hoje pessimista ou otimista? Seja qual for a resposta, só posso lhe dizer: – Conserve-se assim, e até amanhã.

(Sérgio Ruiz Taborda)

797.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Considerando-se o contexto, pessimismo e otimismo são considerados pelo autor do texto como inclinações (A) alternadas e inconciliáveis. (B) contraditórias e complementares. (C) opostas e inconciliáveis. (D) definitivas e excludentes. (E) equivalentes e harmônicas. 798.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Os pessimistas não são inimigos das idealizações porque, no fundo, eles (A) as preservam como o parâmetro de uma negatividade essencial.

Page 208: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

208

(B) as descartam apenas para um maior desfrute dos prazeres cotidianos. (C) lhes atribuem a virtude de nos encerrar numa prazerosa imobilidade. (D) lhes atribuem a faculdade de relativizar o valor das altas expectativas. (E) as consideram um caminho seguro para a experiência dos êxtases. 799.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Considere as seguintes afirmações: I. O autor do texto justifica a formulação de paradoxos gratuitos ao considerá-la um válido e necessário recurso estilístico. II. A introjeção de algum pessimismo num otimista deve-se, por vezes, a um altíssimo grau de expectativa por êxtases supremos. III. Os jornais e os noticiários de TV levam-nos a emoções ambivalentes porque nosso humor é extremamente variável. Está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) II e III. (E) I e II. 800.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Considerando-se o contexto, encontram-se numa relação opositiva os seguintes elementos do texto: (A) esta é raríssima / costuma ser passageira. (B) demasiado exigente / rigorosa lucidez. (C) seu deslumbramento / sua lucidez. (D) convívio ameno / generosa sensibilidade. (E) nossa cultura / amálgama de expectativas contrárias. 801.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Considerando-se o contexto, traduz-se com equivalência o sentido de uma expressão do texto em: (A) eu assino embaixo = retifico o que está acima. (B) temperar sua expectativa = apurar sua confiança. (C) inimigo das idealizações = infenso ao pragmatismo. (D) amálgama de expectativas contrárias = eliminação das contradições. (E) nega as polaridades = recusa os extremos. 802.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) A frase que admite transposição para a voz passiva é: (A) A prova de que não somos uma coisa só está em cada dia que amanhece. (B) Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog (...). (C) A humanidade não tem jeito. (D) O pessimista não é inimigo das idealizações, muito pelo contrário. (E) Nem tudo está perdido. 803.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase: (A) O que há de mais terrível nas cenas de violência transmitidas pela TV estão nas reações de indiferença de alguns espectadores. (B) Não se devem responder aos sacrifícios humanos com o cinismo de quem se julga superior. (C) Não se levante contra o pessimista as acusações de imobilismo moral e inconseqüência política. (D) Ainda que não houvessem outras razões, o surdo idealismo dos pessimistas bastaria para os aceitarmos. (E) Os otimistas não julguem os pessimistas, nem estes àqueles, pois ambos convergem para alguma forma de idealismo. 804.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) O elemento sublinhado em (A) (...) otimistas e pessimistas a um tempo exclui a possibilidade de ambivalência. (6o parágrafo) (B) (...) compelidos a agarrar-se a ela refere-se ao antecedente escuridão. (4o parágrafo)

Page 209: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

209

(C) (...) otimismo que também está em mim exclui o antecedente pessimismo. (1o parágrafo) (D) (...) deixe-me fundamentar este refere-se ao antecedente prazer. (1o parágrafo) (E) Mas é também verdadeira (...) refere-se ao antecedente frase. (5o parágrafo) 805.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Do mesmo modo como a expressão prazer de formular paradoxos equivale, no contexto, a prazer da formulação de paradoxos, assim também equivalerá a (A) tenho uma séria inclinação para o pessimismo a expressão inclina-me seriamente o pessimismo. (B) costumam achar muita graça no mundo a expressão costumam engraçar muito o mundo. (C) só para engrandecer ainda mais o êxtase a expressão só para um engrandecimento ainda maior do êxtase. (D) sentem-se como ninguém compelidos a agarrar-se a expressão sentem-se como que compulsivos em agarrar-se. (E) leva a admitir um convívio ameno a expressão é levado a admitir haver ameno convívio. 806.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) O pessimista não é inimigo das idealizações, pois tem apego pelo que lhe parece essencial. A frase acima permanecerá correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) adverso nas - atração no que (B) imune com as - afinidade do que (C) contendor às - proximidade com o que (D) hostil às - afeição ao que (E) contrário das - inclinação do que 807.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas na frase: (A) O marido enciumado conviu, por fim, em depor a arma e libertar a esposa, a quem vinha ameaçando diante das câmeras. (B) Seria preciso que se revissem os parâmetros éticos de alguns violentos noticiários que vêm assolando a programação da TV. (C) Serão bem-vindas todas as iniciativas que se proporem a melhorar a qualidade dos noticiários de TV. (D) A independência que os habitantes do Timor Leste obteram foi reconhecida pela ONU; espera-se que venha a consolidar-se. (E) Se um otimista não se conter, sua expectativa de êxtase cresce tanto que ele acaba por se juntar aos pessimistas. 808.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Está inteiramente clara e correta a redação da seguinte frase: (A) O Brasil é um país que sucita posições extremadas; ele inclui tanto a admiração como a depreciação, entre os brasileiros. (B) Ora parece que a humanidade não tem jeito, e vice-versa; nesses dilemas entre otimismo e o pessimismo vivemos todos. (C) Muitos homens se valem da crença religiosa para se auto-sacrificarem em protesto político, em cujo também morrem vários inocentes. (D) Não obstante o pessimismo, os otimistas também podem ter momentos em que se manifestam em meio à uma grande insatisfação. (E) Com a irônica frase final, o autor do texto sugere que o pessimismo e o otimismo podem ser considerados simples variações do nosso humor. 809.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) No fragmento do blog citado no texto, as expressões via de regra e por outro lado estão empregadas, respectivamente, com o sentido de (A) rigorosamente - ainda assim (B) habitualmente - por sua vez (C) invariavelmente - tanto assim que (D) indiscutivelmente - de outro modo (E) esporadicamente - haja vista que 810.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) A frase cuja pontuação está inteiramente correta é:

Page 210: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

210

(A) Momentos de extrema felicidade, sabe-se, costumam ser raros e efêmeros; por isso, há quem busque tirar o máximo proveito de acreditar neles e antegozá-los. (B) É muito comum que as pessoas valendo-se do senso comum, vejam o pessimismo e o otimismo como simples oposições: no entanto, não é esta a posição do autor do texto. (C) Talvez, se não houvesse a expectativa da suprema felicidade, também não haveria razão para sermos pessimistas, ou otimistas, eis uma sugestão, das entrelinhas do texto. (D) O autor nos conta que outro dia, interessou-se por um fragmento de um blog; e o transcreveu para melhor explicar a relação entre otimismo e pessimismo. (E) Quem acredita que o pessimismo é irreversível, não observa que, na vida, há surpresas e espantos que deveriam nos ensinar algo, sobre a constante imprevisibilidade de tudo. 811.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) (...) em seu deslumbramento, os otimistas, que diante de tudo se ofuscam, a nada se apegam. Mantêm-se as articulações lógicas da frase acima nesta outra redação: (A) A nada se apegam, em seu deslumbramento, os otimistas, conquanto se ofuscam com tudo. (B) Os otimistas, em seu deslumbramento, a nada se apegam, para que diante de tudo se ofusquem. (C) Diante de tudo se ofuscam os otimistas, em seu deslumbramento, e a nada se apegam. (D) Mesmo quando se ofuscam diante de tudo, em seu deslumbramento, os otimistas a nada se apegam. (E) Em seu deslumbramento, diante de tudo se ofuscam os otimistas quando a nada se apegam. 812.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: (A) Nem bem o autor acabou de ler o texto daquele blog e encontrara nele idéias que se assemelhassem às suas. (B) Se todos fossem otimistas de coração, não haverá razão para que se lamente o pessimismo que se aloje na consciência. (C) Por mais que o autor insistiu em sua tese, eu não deixava de manter a clássica divisão entre pessimistas e otimistas. (D) Se o marido continuasse a insistir em ameaçar a esposa que julgasse traí-lo, certamente os policiais terão tomado enérgicas providências. (E) Uma vez transmitida a notícia de que o presidente do pequeno país asiático sofrera um atentado, houve grandes e indignados protestos. 813.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Está correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Ela não nos disse por que razão tornou-se uma otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, será que nos explicará por quê ? (B) A razão porque muitos se tornam pessimistas está no mundo violento de hoje; por quê outra razão haveriam de se desenganar? (C) ―Por que sim‖: eis como respondem os mais impacientes, quando lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas. (D) Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo com outros olhos, dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade na religião. (E) Não sei o por quê do seu pessimismo; porque você não me explica? 814.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (A) Ela não crê em rixa, mas em complementaridade entre o pessimismo e o otimismo, admitindo, assim, flexibilização das sensações humanas. (B) As sensações espectantes produzem, entre os mais pessimistas, muito temor, e entre os otimistas, uma gososa, deleitosa ansiedade. (C) Algumas pessoas não admitem hesitação ou abstensão, quando nos inquirem: você se arroula entre os pessimistas ou entre os otimistas? (D) Em tese, não se deve previlegiar o otimismo ou o pessimismo; esses humores não reinvindicam, por si mesmos, nenhuma hegemonia. (E) O autor do texto se apoia na tese segundo a qual não se deve descriminar em definitivo entre o pessimismo e o otimismo.

Page 211: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

211

815.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) Há rigorosa observância das normas que determinam o uso do sinal de crase em: (A) A medida que afere o otimismo pode também avaliar o pessimismo, pois àquela ou à esta sensação corresponde alguma dose de idealismo. (B) O texto não nos leva à paradoxos gratuitos, mas à necessidade de reconhecer uma intersecção entre o otimismo e o pessimismo. (C) Cabe às pessoas decidir, à cada experiência, se lhes convém entregar-se à determinada sensação, a determinado humor. (D) O otimismo não fica à léguas do pessimismo; tendem ambos à convergir, conforme comprovam nossas próprias experiências. (E) Não assiste às ciências positivas o direito de aspirar à definição cabal da fronteira entre o pessimismo e o otimismo. 816.(TRF 5ª REGIÃO – Analista Judiciário – Judiciária) O verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural para preencher corretamente a frase: (A) As razões a que se ................... (apegar) o maior dos pes simistas podem ser análogas às do maior otimista. (B) Se lhes ...................... (convir) preferir os pessimistas aos oti mistas, aceitemos o fato. (C) Para as pessoas mais sensatas, .......................... (implicar) sérios riscos a drástica divisão entre pessimistas e otimistas. (D) A qualquer pessoa ................................ (poder) ocorrer, neste tempo de radicalismos, argumentos em favor da mais pessimista expectativa histórica. (E) Aos velhos céticos não se ......................... (costumar) associar, em geral, senão o pessimismo impenitente dos que muito se amarguraram.

Page 212: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

212

GABARITOS OFICIAIS

001 - E

002 - B

003 - C

004 - D

005 - A

006 - C

007 - B

008 - A

009 - D

010 - E

011 - B

012 - A

013 - C

014 - E

015 - D

016 - C

017 - D

018 - B

019 - A

020 - E

021 - B

022 - B

023 - D

024 - E

025 - A

026 - C

027 - A

028 - E

029 - C

030 - E

031 - D

032 - A

033 - E

034 - D

035 - B

036 - D

037 - A

038 - C

039 - C

040 - C

041 –E

042 –E

043 –C

044 –D

045 –A

046 –E

047 –A

048 –C

049 –D

050 –D

051 –B

052 –A

053 –E

054 –D

055 –C

056 –D

057 –E

058 –B

059 –A

060 –C

061 – C E E C E

062 – C E E C C

063 – C E E E C

064 – E C C C E

065 – C E C E E

066 – C E E E C

067 – E C E C E

068 – C C E C C

069 – E E C C E E

070 – E C E C C E

071 – E C C

072 – E C E

073 – E C E

074 – E C C C C

075 – E C E C E E C E

076 – E E E E E

077 –B

078 –E

079 –C

080 –D

081 –E

082 –A

083 –B

084 –C

085 –B

086 –A

087 –B

088 –D

089 –E

090 –E

091 –D

092 –C

093 –A

094 –C

095 –E

096 –A

097 –C

098 –A

099 - A

100- C

101- C

102- A

103- D

104- B

105- E

106- B

107- A

108- C

109- D

110- E

111- D

112- A

113- B

114- E

115- C

116- C

117- D

118- B

119- D

120- E

121- B

122- E

123- A

124- C

125- D

126- A

127- E

128- C

129- B

130- D

131- C

132- A

133- E

134- D

135- B

136- D

137- A

138- D

139- E

140- B

141- E

142- E

143- C

144- D

145- A

146- D

147- C

148- B

149- A

150- A

151- C

152- B

153- E

154- D

155- B

156- C

157- A

158- D

159- E

160- B

161- D

162- C

163- B

164- D

165- C

166- B

167- C

168- C

Page 213: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

213

169- A

170- C

171- A

172- C

173- B

174- A

175- A

176- E

177- E

178- A

179- C

180- D

181- D

182- D

183- E

184- A

185- B

186- C

187- A

188- E

189- B

190- D

191- C

192- D

193- B

194- A

195- D

196- C

197- B

198- A

199- D

200- B

201- C

202- B

203- E

204- D

205- A

206- B

207- E

208- A

209- C

210- D

211- A

212- D

213- E

214- C

215- B

216- D

217- B

218- E

219- A

220- D

221- C

222- B

223- D

224- A

225- E

226- C

227- B

228- A

229- D

230- E

231- D

232- C

233- E

234- B

235- A

236- D

237- C

238- A

239- B

240- E

241- A

242- B

243- D

244- C

245- E

246- B

247- C

248- A

249- E

250- D

251- E

252- B

253- C

254- A

255- D

256- C

257- E

258- A

259- D

260- B

261- E

262- C

263- A

264- D

265- B

266- C

267- B

268- E

269- A

270- D

271- A

272- B

273- C

274- D

275- A

276- E

277- C

278- A

279- B

280- D

281- B

282- C

283- E

284- A

285- D

286- E

287- B

288- C

289- A

290- E

291- D

292- C

293- E

294- B

295- A

296- D

297- A

298- C

299- E

300- B

301- D

302- A

303- C

304- B

305- E

306- D

307- B

308- A

309- A

310- C

311- E

312- A

313- E

314- C

315- C

316- A

317- B

318- D

319- A

320- A

321- A

322- D

323- C

324- B

325- C

326- A

327- E

328- D

329- C

330- A

331- B

332- D

333- E

334- A

335- E

336- C

337- B

338- D

339- E

340- C

341- A

342- D

343- B

344- E

345- A

Page 214: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

214

346- B

347- E

348- D

349- A

350- C

351- B

352- D

353- A

354- B

355- E

356- C

357- C

358- A

359- B

360- E

361- D

362- C

363- D

364- E

365- C

366- D

367- A

368- E

369- B

370- D

371- E

372- C

373- D

374- A

375- B

376- E

377- C

378- A

379- E

380- D

381- C

382- B

383- E

384- A

385- E

386- B

387- D

388- D

389- C

390- A

391- E

392- A

393- B

394- C

395- B

396- A

397- E

398- B

399- E

400- D

401- D

402- A

403- E

404- E

405- C

406- B

407- E

408- D

409- A

410- B

411- C

412- E

413- D

414- A

415- C

416- A

417- B

418- E

419- D

420- C

421- E

422- A

423- D

424- B

425- D

426- B

427- E

428- C

429- A

430- B

431- E

432- D

433- C

434- A

435- C

436- D

437- A

438- E

439- B

440- E

441- A

442- C

443- B

444- D

445- D

446- C

447- A

448- B

449- C

450- E

451- D

452- B

453- E

454- A

455- E

456- C

457- E

458- C

459- B

460- B

461- C

462- D

463- A

464- D

465- B

466- E

467- A

468- A

469- A

470- E

471- D

472- E

473- C

474- D

475- B

476- A

477- B

478- C

479- E

480- D

481- B

482- D

483- A

484- A

485- C

486- D

487- C

488- A

489- C

490- D

491- B

492- E

493- B

494- E

495- E

496- E

497- B

498- B

499- C

500- C

501- B

502- C

503- D

504- E

505- A

506- D

507- B

508- E

509- A

510- C

511- D

512- B

513- A

514- E

515- C

516- C

517- E

518- A

519- D

520- B

521- E

522- B

Page 215: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

215

523- D

524- E

525- C

526- B

527- A

528- D

529- C

530- D

531- A

532- C

533- A

534- B

535- E

536- D

537- A

538- E

539- B

540- C

541- A

542- B

543- D

544- E

545- C

546- D

547- A

548- E

549- B

550- C

551- D

552- B

553- C

554- A

555- C

556- D

557- E

558- D

559- C

560- B

561- E

562- B

563- A

564- C

565- B

566- D

567- E

568- C

569- E

570- D

571- C

572- A

573- B

574- D

575- E

576- A

577- B

578- A

579- D

580- E

581- C

582- A

583- B

584- C

585- B

586- D

587- D

588- C

589- D

590- A

591- C

592- A

593- A

594- B

595- D

596- E

597- C

598- A

599- B

600- D

601- C

602- E

603- B

604- A

605- D

606- E

607- A

608- C

609- B

610- A

611- D

612- C

613- E

614- E

615- E

616- A

617- D

618- E

619- B

620- A

621- D

622- E

623- E

624- B

625- C

626- B

627- D

628- C

629- C

630- D

631- A

632- E

633- B

634- D

635- B

636- A

637- D

638- E

639- C

640- D

641- E

642- B

643- C

644- A

645- B

646- E

647- C

648- A

649- C

650- E

651- D

652- B

653- A

654- C

655- D

656- B

657- E

658- E

659- A

660- C

661- B

662- A

663- E

664- C

665- E

666- D

667- A

668- B

669- D

670- A

671- D

672- B

673- C

674- E

675- A

676- B

677- C

678- D

679- C

680- E

681- A

682- E

683- B

684- C

685- B

686- A

687- E

688- D

689- D

690- B

691- E

692- A

693- C

694- D

695- B

696- E

697- C

698- A

699- C

Page 216: 800 questões de portugues_Rodrigo Bezerra.pdf

Questões de Concursos Públicos Prof. Rodrigo Bezerra (Recife/PE)

[email protected]

216

700- D

701- E

702- B

703- A

704- D

705- C

706- D

707- A

708- B

709- A

710- C

711- E

712- B

713- D

714- C

715- E

716- A

717- D

718- B

719- E

720- C

721- E

722- B

723- A

724- C

725- E

726- A

727- D

728- B

729- E

730- A

731- C

732- E

733- D

734- B

735- C

736- A

737- B

738- D

739- E

740- C

741- B

742- A

743- D

744- E

745- B

746- A

747- C

748- D

749- C

750- B

751- D

752- E

753- A

754- D

755- B

756- C

757- A

758- E

759- E

760- C

761- A

762- B

763- D

764- B

765- A

766- C

767- E

768- D

769- A

770- D

771- E

772- B

773- D

774- B

775- B

776- D

777- C

778- B

779- A

780- E

781- D

782- E

783- C

784- B

785- A

786- D

787- B

788- C

789- E

790- A

791- D

792- A

793- C

794- D

795- E

796- B

797- B

798- A

799- B

800- C

801- E

802- B

803- E

804- E

805- C

806- D

807- B

808- E

809- B

810- A

811- C

812- E

813- A

814- A

815- E

816- D