8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

99
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA LEONARDO DE ARRUDA DELGADO AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL São Luis 2004

Transcript of 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

Page 1: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

LEONARDO DE ARRUDA DELGADO

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

São Luis

2004

Page 2: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6 2 APLICAÇÕES DA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ............. 9 3 CONCEITOS RELACIONADOS COM A COMPOSIÇÃO CORPORAL .... 10

3.1 Massa gorda total (MGT) ................................................................... 10 3.2 Gordura essencial .............................................................................. 10 3.3 Gordura não-essencial....................................................................... 10 3.4 Gordura corporal relativa (%GC)........................................................ 11 3.5 Massa do tecido adiposo ................................................................... 11 3.6 Massa livre de gordura (MLG) ........................................................... 12 3.7 Massa corporal magra (MCM) ........................................................... 12 3.8 Densidade corporal total (Dc) ............................................................ 12 3.9 Sobrepeso.......................................................................................... 12 3.10 Obesidade.......................................................................................... 13 3.11 Modelo de dois compartimentos ........................................................ 13 3.12 Modelo de multicomponentes ............................................................ 13 3.13 Equação de predição ......................................................................... 14

4 MODELOS DE ANALISE DE COMPOSIÇÃO CORPORAL...................... 15 5 MÉTODOS DE MEDIDAS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL .................... 18

5.1 Método direto ..................................................................................... 18 5.2 Métodos indiretos............................................................................... 19 5.3 Métodos duplamente indiretos ........................................................... 20

6 TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL....................... 21 6.1 Técnicas diretas de medidas para analise da composição corporal .. 21 6.2 Técnicas indiretas de medidas para analise da composição corporal 21

6.2.1 Pesagem hidrostática ................................................................. 22 6.2.2 Plestismografia de deslocamento de ar ...................................... 26 6.2.3 Absorção radiológica de dupla energia (DEXA).......................... 29

6.3 Técnicas duplamente indiretas .......................................................... 32 7 ANTROPOMÉTRIA................................................................................... 33

7.1 Técnicas que utilizam dobras cutâneas ............................................. 34 7.1.1 Pressupostos da técnica de dobras cutâneas............................. 35 7.1.2 Princípios da técnica de dobras cutâneas .................................. 37 7.1.3 Fontes de erro de medida........................................................... 38

7.1.3.1 Habilidade do avaliador ....................................................... 38 7.1.3.2 Tipo de adipômetros ............................................................ 40 7.1.3.3 Fatores individuais............................................................... 42 7.1.3.4 Equações de predição de dobras cutâneas......................... 42

7.1.4 Equações de regressão .............................................................. 46 7.1.4.1 Equações de PARIZKOVA (1961) ....................................... 50 7.1.4.2 Equação de FAULKNER (1968) .......................................... 52 7.1.4.3 Equações de DURNIN & RAHMAN (1967).......................... 55 7.1.4.4 Equações de DURNIN & WOMERSLEY (1974) .................. 55 7.1.4.5 Equações de JACKSON & POLLOCK (1975-1978-1980) ... 57 7.1.4.6 Equações de LOHMAN (1981-1986) ................................... 66 7.1.4.7 Equações de KATCH & McARDLE (1983) .......................... 67 7.1.4.8 Equações de MUKHERJEE & ROCHE (1984) .................... 68 7.1.4.9 Equações de THORLAND (1984)........................................ 69

Page 3: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

3

7.1.4.10 Equações de BOILEAU (1985) ............................................ 70 7.1.4.11 Equações de GUEDES (1985) ............................................ 71 7.1.4.12 Equações de SLAUGHTER (1988)...................................... 72 7.1.4.13 Equações de PETROSKI (1995) ......................................... 74

7.2 Técnicas que utilizam as medidas de circunferências ....................... 79 7.2.1 Pressupostos .............................................................................. 79 7.2.2 Equações de predição de circunferências .................................. 80

7.2.2.1 Equações de KATCH & McARDLE (1983) .......................... 81 7.2.2.2 Equações WELTMAN et al (1987-1988).............................. 82 7.2.2.3 Equações de DOTSON e DAVIS (1991) ............................. 84

8 FRACIONAMENTO DA MASSA CORPORAL TOTAL.............................. 85 8.1 Fracionamento da composição corporal em dois componentes ........ 89

8.1.1 Massa gorda (MG) ...................................................................... 89 8.1.2 Massa livre de gordura (MLG) .................................................... 89

8.2 Fracionamento da composição corporal em quatro componentes..... 90 8.2.1 Massa óssea (MO)...................................................................... 90 8.2.2 Massa residual (MR)................................................................... 91 8.2.3 Massa muscular (MM) ................................................................ 91

8.3 Massa ideal (MI)................................................................................. 91 8.3.1 Relações entre peso e estatura .................................................. 92

8.3.1.1 Estatura/Peso ...................................................................... 92 8.3.1.2 Estatura e circunferência do punho ..................................... 93 8.3.1.3 Estatura² x IMC Médio ......................................................... 93

8.3.2 Relação entre MLG e %GC desejável ........................................ 94 REFERÊNCIAS................................................................................................ 97

Page 4: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

4

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Classificação dos níveis de obesidade.............................................. 13 Tabela 2 Relação entre temperatura da água e densidade ............................. 25 Tabela 3 Padrões de avaliação de erros de prognóstico (EPE). ...................... 44 Tabela 4 Equações DURNIN & RAHMAN........................................................ 55 Tabela 5 Equações de DURNIN & WOMERSLEY ........................................... 56 Tabela 6 Equações de conversão de Dc para %GC........................................ 57 Tabela 7 Fórmulas para converter Dc em %GC para população negra........... 59 Tabela 8 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK para homens a

partir da idade e do somatório das dobras cutâneas do tórax, abdome e coxa........................................................................................................... 64

Tabela 9 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK, para mulheres a partir da idade e do somatório das dobras cutâneas do tórax, suprailíaca e coxa........................................................................................................... 65

Tabela 10 Equações de convenção de Dc para percentual de gordura de acordo com a idade................................................................................... 66

Tabela 11 Constate de ajuste por idade de acordo com o sexo....................... 67 Tabela 12 Tabela de constantes por idade, sexo e raça................................. 67 Tabela 13 Equações de MUKHERJEE & ROCHE ........................................... 69 Tabela 14 Equações de THORLAND............................................................... 69 Tabela 15 Equações de BOILEAU................................................................... 70 Tabela 16 Equações de Slaughter ................................................................... 73 Tabela 17 Equações de PETROSKI ................................................................ 74 Tabela 18 Fórmulas para conversão de Dc em %GC...................................... 76 Tabela 19 Estimativa do Percentual de Gordura para Homens de acordo com

PETROSKI, a partir do Somatório das Dobras Subescapular, Triceps, Suprailíaca, Panturrilha Medial* ................................................................ 77

Tabela 20 Estimativa do Percentual de Gordura para Mulheres a Partir da Idade e do Somatório das Dobras Cutâneas: axilar medial, Suprailíaca, Coxa e Panturrilha Medial ......................................................................... 78

Tabela 21 Gordura desejável para adultos sedentários. .................................. 96 Tabela 22 Valores Médios de Percentuais de Gordura para Algumas

Modalidades Desportivas .......................................................................... 96

Page 5: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 2 Pesagem hidrostática......................................................................... 23 Figura 3 Pletismografia. ................................................................................... 27 Figura 4 DEXA. ................................................................................................ 30 Figura 5 Modelos de adipômetros mais utilizados............................................ 41

Page 6: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

6

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

1 INTRODUÇÃO

A composição corporal é a proporção entre os diferentes

componentes corporais e a massa corporal total, sendo normalmente expressa

pelas porcentagens de gordura e de massa magra (HEYWARD, 1998a; KISS,

BÖHME & REGAZZINI, 1999; NIEMAN, 1999, apud COSTA, 2001, p.21).

A obtenção dos valores de tais porcentagens constitui informação de

grande importância para os profissionais de Educação Física, visto que as

quantidades dos diferentes componentes corporais, principalmente gordura e

massa muscular, apresentam estreita relação com a aptidão física, tanto

relacionada à saúde quanto ao desempenho esportivo.

De acordo com DE ROSE et alii (1984) apud COSTA (1999 s/p) a

composição corporal constitui um aspecto dinâmico dos componentes

estruturais do corpo humano, sofrendo alterações durante toda a vida dos

indivíduos em decorrência de inúmeros fatores como: crescimento e

desenvolvimento, status nutricional e nível de atividade física.

A avaliação da composição corporal torna-se extremamente

necessária, haja visto que para o desenvolvimento de uma avaliação mais

criteriosa sobre os efeitos da atividade física no organismo humano existe a

Page 7: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

7

necessidade de fracionamento corporal em seus diferentes componentes

(GUEDES, 1989, apud GOMES & FILHO, 1995, p.34)

Através da avaliação da composição corporal pode-se, além de

determinar os componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar-se

os dados dessa análise para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento

de crianças e jovens, o status dos componentes corporais de adultos e idosos,

bem como, prescrever exercícios.

Existe um consenso entre autores, no sentido de colocar a

composição corporal como um dos componentes da aptidão física, devido às

relações existentes entre a quantidade e distribuição da gordura com

alterações do nível de aptidão física, e o estado de saúde das pessoas.

Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade de

massa muscular estão entre os anseios de grande parte dos praticantes de

exercícios físicos, esta preocupação deve ser considerada não somente do

ponto de vista da estética, mas também de qualidade de vida dos indivíduos, já

que a obesidade, está associada a um grande número de doenças crônico-

degenerativas.

Considerando a relação existente entre a obesidade e doenças

crônico-degenerativas, fica evidentes a importância da realização de estudos

com o objetivo de verificar os níveis de adiposidade da população, bem como a

realização de avaliações de aspectos da composição corporal a fim de oferecer

Page 8: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

8

subsídios para a prescrição e o acompanhamento de programas de exercícios

físicos e/ou dietas, que podem ser úteis no combate a estes problemas.

COITINHO et alii apud COSTA (op.cit) realizou um estudo

epidemiológico sobre as condições nutricionais da população brasileira e

idosos, que indicou que cerca de 27 milhões de brasileiros apresentavam

sobrepeso, sendo que destes estimava-se á época do estudo que 6,8 milhões

eram indivíduos obesos. Para os autores, estes resultados indicaram que o

excesso de peso corporal da população constitui um grande problema de

saúde coletiva no Brasil, já que nos 15 anos que antecederam o referido estudo

a população de obesos quase dobrou.

De acordo com GUEDES & GUEDES (1985), tão importante quanto

o excesso de peso corporal à custa de um maior acúmulo de gordura, é o seu

“déficit”.

“A redução excessiva do peso corporal pode induzir o organismo a uma série de complicações, notadamente no que se refere á produção e á transformação de energia para a manutenção das condições vitais e para a realização das tarefas do cotidiano”.

A importância da avaliação da composição corporal deve-se ao fato

de o peso corporal isoladamente não poder ser considerado um bom parâmetro

para a identificação do excesso ou déficit dos componentes corporais (massa

gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual) ou as alterações nas

quantidades proporcionais dos mesmos em decorrência de um programa de

exercícios físicos e/ou dieta alimentar.

Page 9: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

9

2 APLICAÇÕES DA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

CORPORAL

Além de avaliar a quantidade total e regional de gordura corporal

para identificar os riscos de saúde, há outras medidas importantes que podem

ser utilizadas por médicos e outros profissionais da saúde e do

condicionamento físico. HEYWARD (2000, p.6) diz que estas medidas podem

servir para:

- Identificar riscos á saúde associados aos níveis excessivamente

altos ou baixos de gordura corporal total.

- Identificar riscos à saúde associada ao acúmulo excessivo de

gordura intra-abdominal.

- Proporciona entendimento sobre o risco à saúde associado á

falta ou ao excesso de gordura corporal.

- Monitorar mudanças na composição corporal associada a certas

doenças.

- Avaliar a eficiência de intervenções nutricionais e de exercícios

físicos na alteração da composição corporal.

- Estimar o peso corporal de atletas e não atletas.

- Formular recomendações dietéticas e prescrição de exercícios

físicos.

- Para monitora mudança na composição corporal associada ao

crescimento, desenvolvimento, maturação e idade.

Page 10: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

10

3 CONCEITOS RELACIONADOS COM A COMPOSIÇÃO

CORPORAL

3.1 Massa gorda total (MGT)

A MGT inclui todos os lipídios que podem ser extraídos do tecido

adiposo e outros tecidos. É formada pelas gorduras essencial mais a não-

essencial.

3.2 Gordura essencial

É a gordura acumulada na medula dos ossos e no coração, nos

pulmões, fígado, baço, rins, intestino, músculos e tecidos ricos em lipídeos

espalhados por todo o sistema nervoso central. São compostos de

fosfolipídeos, necessários para formação da membrana celular e

funcionamento fisiológico normal (~10% MGT). Na mulher, a gordura essencial

também inclui a gordura específica ou característica do sexo.

3.3 Gordura não-essencial

Consiste na gordura acumulada no tecido adiposo. São formadas

por triglicerídeos encontrados principalmente no tecido adiposo (~90% da

MGT). Essa reserva nutricional inclui os tecidos que protegem dos

traumatismos os vários órgãos internos, assim como o volume ainda maior de

gordura subcutânea localizada por debaixo da superfície cutânea.

Page 11: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

11

As quotas proporcionais de gordura de armazenamento em homens

e mulheres são semelhantes (12% nos homens, 15% nas mulheres), porém a

quantidade total de gordura essencial nas mulheres, que inclui a gordura

específica do sexo, é quatro vezes maior que nos homens. É mais que

provável que a gordura essencial adicional seja biologicamente importante para

a procriação e outras funções relacionadas aos hormônios.

De acordo com o modelo teórico de distribuição da gordura corporal

para mulheres de BEHNKE, observa-se que, como parte dos 5 a 9% de

gordura de armazenamento de reserva específica do sexo, as mamas contribui

com aproximadamente 4,4% da massa total de gordura corporal, ou no máximo

12,5% da quantidade de gordura específica do sexo, e o restante deve

localizar-se nas regiões pélvicas, das nádegas e coxas, que contribuem

quantitativamente para as reservas adiposas das mulheres.

3.4 Gordura corporal relativa (%GC)

É a massa gorda total (MGT) expressa como porcentagem da massa

corporal total.

3.5 Massa do tecido adiposo

É a massa corporal composta de + ou – 83% de gordura mais as

suas estruturas de suporte (~2% de proteínas e ~15% de água).

Page 12: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

12

3.6 Massa livre de gordura (MLG)

A MLG consiste em todos os tecidos e substâncias residuais livres

de lipídeos, incluindo água, músculos, ossos, tecidos conjuntivos e órgãos

internos.

3.7 Massa corporal magra (MCM)

É a massa livre do gordura (MLG) mais os lipídeos essenciais que

são: 2 a 3% em homens e 5 a 8% em mulheres (LOHMAN, 1992).

3.8 Densidade corporal total (Dc)

Total da massa corporal expressa em relação ao total do volume

corporal.

3.9 Sobrepeso

É o peso corporal que excede o peso normal ou padrão de uma

determinada pessoa, baseando-se na sua altura e constituição física. Os

padrões começaram a serem estabelecidos em 1959 com a proposição de

tabelas de peso e estatura, que ainda hoje são amplamente utilizadas.

Page 13: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

13

3.10 Obesidade

É a quantidade excessiva de gordura corporal total para um dado

peso corporal, que estão fortemente associados ao aumento de fatores de risco

para a saúde, bem como dos índices de morbidade e mortalidade.

Veja a classificação de obesidade de acordo com NIDDK (1993),

apud COSTA (2001,p.28)

Tabela 1 Classificação dos níveis de obesidade

Classificação Masculino Feminino Leve 15-20% 25-30%

Moderada 20-25% 30-35% Elevada 25-30% 35-40% Mórbida >30% >40%

3.11 Modelo de dois compartimentos

Refere-se a modelos de avaliação de composição corporal que

dividem o corpo em 2 partes com compartimento de gordura e sem gordura.

3.12 Modelo de multicomponentes

Modelo de composição corporal que leva em conta a variação

interindividual em conteúdo de água, mineral e proteína da massa livre de

gordura.

Page 14: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

14

3.13 Equação de predição

Fórmulas matemáticas derivadas da análise de regressão múltipla e

utilizadas para estimar medidas da composição corporal (por exemplo, %GC,

Dc, e MLG).

As equações podem ser específicas à populações, quando são

equações de predição utilizadas para estimar a composição corporal de

indivíduos de um grupo homogêneo específico (por exemplo; crianças, atletas,

obesos e etc) e equações generalizadas, quando são equações de predição

utilizadas para estimar a composição corporal de grupos heterogêneos que

variam bastante em idade, sexo, etnia, nível de gordura corporal e nível de

atividade física.

Page 15: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

15

4 MODELOS DE ANALISE DE COMPOSIÇÃO CORPORAL

Modelos teóricos são usados para obter medidas referenciais de

composição corporal para desenvolvimento de métodos e equações

antropométricas, de dobras cutâneas, análise de impedância bioelétrica e

interactância de infravermelho. WANG, PIERSON & HEYMSFIELD (1992),

apud COSTA (2001,p.21-22) propuseram um modelo que divide o

fracionamento da massa corporal em cinco diferentes níveis:

- Nível I (atômico) – compreende cerca de 50 elementos, sendo

que mais de 98 % da massa corporal total é determinada pela

combinação de oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e

fósforo, com os 44 elementos restantes representando menos de

2 % da massa corporal total.

- Nível II (molecular) – divide os compostos químicos corporais,

que compreendem mais de 100.000 moléculas diferentes, em

cinco grupos: lipídios, água, proteínas, carboidratos e minerais.

- Nível III (celular) – divide o corpo em três componentes: massa

celular total, fluídos extracelulares (incluindo plasma intra e

extracelular) e sólidos extracelulares.

- Nível IV (tecidos, órgãos e sistemas) – são quatro as categorias

de tecidos apresentadas nesse nível: tecido conectivo, tecido

epitelial, tecido muscular e tecido nervoso. É importante ressaltar

que os tecidos adiposo e ósseo são formas de tecido conectivo.

Page 16: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

16

- Nível V (corpo todo) – neste nível o corpo é analisado segundo

suas características morfológicas, com medidas relacionadas ao

tamanho, forma e proporções do corpo humano.

Os cinco níveis de organização do corpo fornecem uma estrutura

conceitual dentro da quais as diversas pesquisas em composição corporal

podem ser realizadas. É evidente que deve haver inter-relações dos diferentes

níveis que, se constantes, podem fornecer associações quantitativas facilitando

estimativas de compartimentos previamente desconhecidos. A compreensão

das inter-relações dos diferentes níveis de complexidade evita a interpretação

errônea de dados determinados em níveis diferentes (HAWES, 1996).

Observando a complexidade exigida em cada nível é possível

perceber que a avaliação do corpo como um todo é aquela que está mais

próxima da realidade dos profissionais que atuam na área clínica ou em testes

de campo, pois as características físicas a que se refere podem ser analisadas

a partir de medidas de estatura, massa corporal, perímetros, diâmetros e

espessura de dobras cutâneas, por exemplo, que não exigem equipamentos

sofisticados ou procedimentos laboratoriais.

Neste sentido podemos dizer que, os cientistas utilizam modelos

teóricos de composição corporal, que subdividem a massa corporal total, em

dois ou mais componente, usando-se modelos químicos, anatômicos ou fluido-

metabólicos. Geralmente, os modelos químicos e corpo total têm sido

amplamente utilizados na pesquisa de composição corporal.

Page 17: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

17

Modelo de 4C Anatômico

Modelo de Fluídos Metabólicos

Modelo de 4C Químico

Modelo de 2C

Minerais

Músculos

esqueléticos

Tecidos moles e músculo

lisos

Tecido

Adiposo

ECS

ICS

ICF

ECF

Gordura

Minerais

Proteínas

Água

Gordura

MLG

Gordura

Figura 1: Modelos de predição de dobras cutâneas de dois componentes (2C) e multicomponentes.ECF=fluido extracelular; ICF=fluido intracelular; ICS= sólidos intracelulares; ECS= sólidos extracelulares.

Page 18: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

18

5 MÉTODOS DE MEDIDAS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

De acordo com MARTIN & DRINKWATER (1991), existem três

métodos que podem ser utilizados para a determinação da composição

corporal, são eles: métodos direto, indiretos e duplamente indiretos.

5.1 Método direto

É aquele onde ocorre à separação dos diversos componentes

estruturais do corpo humano afim de pesá-los e estabelecer relações entre eles

e o peso corporal total, o que só é possível através de dissecação de

cadáveres. Desta forma podemos perceber a dificuldade de estudos

envolvendo este procedimento, o que justifica a pequena quantidade de

estudos com cadáveres e a utilização de metodologia mais acessível.

Entretanto, cabe citar dois estudos de grande relevância nesta área

que se utilizaram da metodologia direta, o de MATIEGKA (1921) e o de

DRINKWATER et alii (1984).

No estudo de DRINKWATER et alii, 1984, foram estudados 25

cadáveres, com idades variando entre 55 e 94 anos, que foram medidos e

dissecados. Este estudo foi o único onde os dados de medidas de superfície e

composições anatômicas foram coletadas nos mesmos cadáveres; o mesmo

contribuiu para a obtenção de novos dados sobre as quantidades dos tecidos e

órgãos no corpo humano adulto, relatando as quantidades destes tecidos e

Page 19: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

19

órgãos por medidas corporais externas, produzindo dados que podem ser

usados para a validação de vários métodos de estimativa da composição

corporal humana "in vivo", e para o desenvolvimento de novos métodos

antropométricos (DRINKWATER et alii, 1984). É importante ressaltar que a

utilização das equações propostas por este estudo deve ser cuidadosa no que

se refere a populações jovens, crianças e atletas, pois a amostra era composta

só por indivíduos idosos e isso pode proporcionar um erro significativo nos

resultados.

5.2 Métodos indiretos

São aqueles onde não há a manipulação dos componentes

separadamente, mas a partir de princípios químicos e físicos visam a

extrapolação das quantidades de gordura e de massa magra; estes métodos

são validados a partir do método direto.

Entre os métodos indiretos podemos citar como métodos químicos a

contagem de potássio radioativo (K40 e K42), diluição de óxido de deutério,

excreção de creatinina urinária e etc., com relação aos métodos físicos os mais

conhecidos são o ultra-som, o raio-x, o raio-x de dupla energia, a ressonância

nuclear magnética e a densimetria. Entre estes, a pesagem hidroestática tem

sido considerada como referencia para a validação de métodos duplamente

indiretos. Ela é baseada no princípio de Arquimedes, onde um corpo quando

mergulhado em água desloca um volume de água igual ao seu próprio volume.

Page 20: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

20

Devido à necessidade de técnicos altamente treinados e

equipamentos laboratoriais caros, a determinação da composição corporal por

pesagem hidrostática é raramente utilizada em situações de campo. A

alternativa mais comum é o uso de algumas formas de métodos

antropométricos. Estes incluem proporções peso-estatura, circunferências

corporais e medidas de dobras cutâneas (BAUMGARTNER & JACKSON,

1995).

5.3 Métodos duplamente indiretos

São aqueles validados a partir de um método indireto, mais

comumente a densimetria. Temos como mais utilizados a técnica

antropométrica e a impedância bioelétrica.

Medidas antropométricas são aplicáveis para grandes amostras e

podem proporcionar estimativas nacionais e dados para a análise de mudanças

seculares, este método pode incluir medidas de peso, estatura, perímetros

corporais, diâmetros ósseos e espessura de dobras cutâneas, sendo esta

última a mais utilizada quando o objetivo é predizer a quantidade de gordura

corporal.

Page 21: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

21

6 TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Para analise da composição corporal podem-se empregar técnicas

com procedimentos de determinação direta, indireta e duplamente indireta. Nos

últimos anos, os recursos indiretos de maior destaque envolvem a técnica da

densiometria, espectrometria e da absortometria radiológica de dupla energia.

Contudo, não se pode ignorar a existência de outros métodos igualmente

importantes, como a ultrasonografia, a tomografia axial computadorizada, a

ressonância magnética ativa.

6.1 Técnicas diretas de medidas para analise da composição corporal

As técnicas diretas de analise da composição corporal são aquelas

em que o avaliador obtém informações “in loco” dos diferentes tecidos do

corpo, mediante dissecação macroscópica ou extração lipídica. Apesar da

relevância e precisão, esse procedimento implica incisões no corpo, o que

limita sua utilização a laboratórios e cadáveres humanos.

6.2 Técnicas indiretas de medidas para analise da composição corporal

As principais técnicas indiretas utilizadas na analise da composição

corporal são a pesagem hidrostática, Plestismografia de Deslocamento de Ar e

a Absorção Radiológica de Dupla Energia (DEXA).

Page 22: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

22

6.2.1 Pesagem hidrostática

A pesagem hidrostática, também conhecida como densiometria, é

um dos meios mais comuns para estimar a composição corporal em locais de

pesquisa e é freqüentemente utilizada como método de critério para avaliar o

percentual de gordura corporal. Um método de critério fornece o padrão com os

quais outras metodologias são comparadas, baseia-se no princípio de

Arquimedes, onde:

“Todo corpo mergulhado num fluído (liquido ou gás) sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”.

Assim, quando um corpo é pesado dentro da água é possível obter

seu volume e através da relação entre massa e volume, calcula-se sua

densidade. Ao realizar esse procedimento, uma pessoa entra em um taque de

água norma, submerge abaixo da superfície da água e então expira

completamente, enquanto técnicos registram seu peso. Como esse

procedimento envolve adaptação ao meio líquido, são realizadas de 8 a 12

pesagens submersas, sendo que é utilizada na fórmula a média das três

maiores médias.

Page 23: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

23

Figura 2 Pesagem hidrostática.

Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa

A determinação do volume se dá pela diferença entre o peso

corporal do indivíduo fora da água e completamente submerso na água.

Considerando que corpos mais densos que a água tendem a afundar e menos

densos tendem a flutuar, quanto mais pesado for um corpo dentro da água em

relação a um mesmo volume, maior a sua densidade.

A seguir há orientações que ajudarão a garantir uma avaliação mais

precisa da composição corporal utilizando técnica de pesagem hidrostática:

- Não coma dentro de 4h antes do teste;

- Urine e defeque antes do teste;

- Vista menos roupa possível. Remova qualquer bolha de ar

presas na roupa antes da pesagem;

- Expire completamente enquanto estiver submerso.(isso exigirá

prática da parte da maioria dos indivíduos!);

Page 24: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

24

- Permaneça o mais imóvel possível enquanto estiver submerso a

fim de aumentar a precisão;

Como a densidade da água sofre alterações em função da

temperatura ou de impurezas e a densidade corporal é influenciada pelo

volume de ar pulmonar e pelo ar que permanece no aparelho gastrointestinal, o

calculo da densidade corporal deve levar em consideração todas essa

variáveis, sendo realizado através da seguinte relação:

Dc(g/ml)=Pa/((Pa/Ps)/Da)-(VR+VGI)

Onde: Pa = Peso do indivíduo fora da água (g) Ps = Peso do indivíduo completamente submerso (g) Da = Densidade da água na temperatura vigente (g/ml) VR = Volume Residual (ml) VGI = Volume Gastrointestinal = 100 (BUSKIRK, 1961) O VR representa a quantidade de ar presente nos pulmões após a

expiração máxima. O volume residual se mede normalmente pela técnica da

lavagem de nitrogênio em circuito aberto ou pelos métodos do circuito fechado

de oxigênio ou da diluição do hélio. O volume residual também poderia ser

estimado a partir dos valores encontrados na media da população,

considerando sexo, idade e altura ou através de uma percentagem estimada da

capacidade vital (aproximadamente 25 a 30%). Se o VR de uma grande

população tiver sido medido pelos três métodos (média percentual real; valor

baseado na idade, sexo e altura ou capacidade vital), pode-se observar pouca

variação entre os resultados encontrados.

Page 25: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

25

Na determinação da densidade corporal, caso se empregue uma

estimativa do VR, recomenda-se a utilização das seguintes equações:

Homens:

VR = 0,0115(idade em anos) + 0,019(estatura) - 2,24(BOREN et alii, 1966)

Mulheres:

VR = 0,021(idade) + 0,023(estatura) - 2,978

Deve-se também levar em conta a densidade da água na equação

para determinar a densidade corporal. A densidade da água varia com a

temperatura e requer um fator de conversão padronizado. Para o maior

conforto do indivíduo, recomenda-se realizar a pesagem hidrostática a

temperatura entre 32 e 35°C.

Tabela 2 Relação entre temperatura da água e densidade

Temperatura °C Densidade (g/ml) 27 0,9965 28 0,9963 29 0,9960 30 0,9957 31 0,9954 32 0,9951 33 0,9947 34 0,9944 35 0,9941 36 0,9937 37 0,9934 38 0,9930

Apesar de a densidade da água representar um elemento importante

a ser determinada, sua variação muito discreta dentro desta faixa de

temperatura usada para a pesagem hidrostática torna este efeito desprezível,

como erro no cálculo da densidade corporal.

Page 26: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

26

O grau de precisão considerado aceitável, na determinação do VR,

depende do equipamento e da técnica utilizada e do objetivo do teste

(screening ou pesquisa). Uma vez calculada a densidade corporal, podemos

converter este valor em porcentagem de gordura, que, em última análise, é o

resultado que mais nos interessa quando realizamos avaliações da composição

corporal. Esta conversão pode utilizar o modelo de dois componentes, equação

SIRI(1961) ou BROZEK (1963), para estimativa da composição corporal de

jovens e adultos de raça branca, para outras populações devem-se utilizar o

modelo de multicomponentes com equações específicas, para sexo, idade,

quantidade de gordura e etc.

Embora esta técnica apresente valores de densidade corporal muito

precisos, somente indivíduos com razoável adaptação ao meio aquático podem

ser submetido aos seus procedimentos, o que limita enormemente sua

utilização em analises rotineiras da composição corporal.

6.2.2 Plestismografia de deslocamento de ar

Este é um método relativamente recente para avaliação da

composição corporal, com a vantagem de ser simples, seguro e requerer uma

cooperação mínima do sujeito avaliado. Porém, exigindo equipamento

complexo, sofisticado e de alto custo. A principal vantagem desse método em

comparação à pesagem hidroestática é que essa técnica é mais rápida e

produz menos ansiedade para muitos indivíduos. A principal desvantagem é o

custo dos equipamentos técnicos necessários para realizar as medições.

Page 27: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

27

A avaliação através da pletismografia consiste de uma câmara cujo

modelo mais utilizado na atualidade é o BOD POD©-Body Composition System

(LIFE MEASUREMENT INSTRUMENTES, 1997).

Figura 3 Pletismografia.

Fonte: CD-ROM avaliação da composição corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa

Este modelo é constituído em fibra de vidro, contendo janela de

acrílico, com assento em seu interior para o avaliado se acomodar, e porta com

dispositivos eletromagnéticos para o seu fechamento. No interior da câmara o

volume aproximado é de 450 litros, constituindo um ambiente confortável para

o sujeito testado. Através de um software específico, instalado em um

microcomputador conectado à câmara, são determinadas variações de

volumes de ar e de pressão em seu interior, com a câmara desocupada e com

o avaliado, além de variáveis pulmonares necessárias às estimativas do

volume corporal (GUEDES & GUEDES, 1998).

Os procedimentos da plestimografia têm como base a aplicação da

lei de deslocamento de ar de Boyle (GARROW et alii, 1979). Normalmente,

Page 28: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

28

durante uma transformação gasosa, a pressão, o volume e a temperatura

variam. Mas, sob determinadas condições, onde se variando a pressão e o

volume a temperatura do gás permanece constante. Assim, ROBERT BOYLE

(1627-1691), físico e químico irlandês, estabeleceu a seguinte relação:”sob

temperaturas constante, a pressão de um gás [é inversamente proporcional ao

seu volume”. Isto equivale a dizer que um ambiente fechado de temperatura

constante, se dobrarmos o volume do gás sua pressão se reduzirá à metade;

ou se reduzir seu volume a um terço, sua pressão triplicara, o que pode ser

representado pela expressão: P1.V1=P2.V2

Por esse raciocínio, ao introduzir o avaliado em câmara fechada e

isolada do meio exterior em condições isotérmicas, com pressão (P1) e volume

(v1) de ar em seu interior previamente conhecido, a quantidade de ar

comprimida em razão do espaço ocupada por sua massa corporal deverá

diminuir o volume de ar existente na câmara em proporção idêntica ao aumento

da pressão interna. Ao se determinar a nova pressão interna (P2) com o

avaliado dentro da câmara, torna-se possível estimar o volume (V2) do ar em

seu interior mediante utilização da relação P1.V1=P2.V2. Por subtração de

ambos os volumes de ar no interior da câmara (V1 e V2), corrigido pelo ar dos

pulmões computado automaticamente por sistema de análise respiratória

acoplada ao avaliado, determina-se o volume corporal.

Uma vez determinada o volume corporal, é possível obter-se a

densidade corporal através da relação entre a massa corporal e seu volume.

Page 29: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

29

Dc(kg/l)=Massa Corporal(kg)/Volume corporal (l)

6.2.3 Absorção radiológica de dupla energia (DEXA)

A densiometria com emissão de raios-X de dupla energia (DEXA) é

considerada uma técnica avançada para medir a densidade do osso e avaliar a

composição corporal. Utilizada como rotina no diagnóstico da osteoporose,

analisa o conteúdo mineral ósseo de coluna lombar e fêmur proximal, dois

principais sítios de fraturas. Além disso, é um procedimento que vem sendo

utilizado para quantificar massa magra e massa gorda em segmentos isolados

e corpo total (BLAKE, 1997).

O princípio básico do DEXA é a utilização de uma fonte de raio-X

com um filtro que converte um feixe de raio-X em picos fotoelétricos de baixa

energia que atravessam o corpo do paciente. A obtenção da composição

corporal é feita através da medida de atenuação dos picos fotoelétricos no

corpo. Os maiores fabricantes dos equipamentos DEXA são Norland, Lunar e

Hologic (BONNICK, 1998).

O rastreamento para corpo total requer aproximadamente 5 minutos

e a exposição à radiação é de 0,05 a 1,5 mrem, dependendo do instrumento.

Em termos comparativos, a radiação recebida em raio-X de tórax é de

aproximadamente 25 a 270 mrem. A medida é feita com o indivíduo em

decúbito dorsal, através de uma série de varreduras transversais a partir da

Page 30: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

30

cabeça até o pé, para se obter o rastreamento. Não é preciso nenhum preparo

ou requisitos especiais para a execução do exame.

Figura 4 DEXA.

Fonte: CD-rom avaliação da composição corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa

A nomenclatura aplicada à técnica inclui; conteúdo mineral ósseo

(BMCT), densidade mineral óssea total (BMDT), massa magra sem tecido

ósseo (LEAN), massa gorda (FAT), partes moles (LEAN+FAT) e partes moles

sem gordura (LEAN+BMC)(LOHMAN, 1996).

A Padronização da nomenclatura em português ainda é deficitária. O

calculo de massa mineral óssea (g), do conteúdo mineral ósseo (g/cm) e da

densidade óssea (g/cm²) pode ser obtido através do DEXA. Nestes cálculos, as

medidas expressas em relação a cm e cm² são ajustadas para a larguras e

áreas, respectivamente, das partes do esqueleto que são rastreadas.

A estimativa do conteúdo de gordura em massa magra sem tecido

ósseo é derivada a partir de uma constante de atenuação de gordura pura (Rf)

Page 31: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

31

e de massa magra sem osso (RI). A Rf é 1,21 para gorduras puras, usando

raios-X de energia de 40 Kv e 70 Kv. HEYMSFIELD et alli (1994), mediram seis

elementos químicos em 11 homens por ativação de nêutrons.

Eles relataram um valor de 1,18 para Rf, similar ao Rf teórico

calculado a partir dos elementos medidos era 1,399+/- 0,002. Dado a

Constancia próxima destes dois valores de indivíduo para indivíduo, segue que

a razão da atenuação da menor energia relativa para a maior energia em

partes moles (Rst), para raios-X de baixa e alta energia, é uma função de

proporção de gordura (Rf) e massa magra (RI) em cada pixel. A partir de Rst, a

fração de partes moles como massa magra é dada pela equação:

Rst=(Rst-Rf)/(RI-Rf)

A forma, portanto, para calcular massa gorda e massa magra é a

resolução das duas equações, usando valores conhecidos de Rf e RI. Algumas

suposições devem ser adotadas para a obtenção da composição corporal,

sendo uma delas o efeito da variação da água do corpo total e a outra, a

espessura do indivíduo examinado.

A medida de massa gorda por Dexa presume que o compartimento

magro contém uma fração de água (73,2%). Erros sistemáticos podem ser

esperados em relação à composição corporal em determinadas condições

clínicas, já que a água do corpo varia a partir deste valor (HERD et alli, 1993).

Em relação á espessuras do corpo, estudos têm mostrado que quando esta

Page 32: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

32

excede 20 a 25 cm, tanto massa gorda quanto massa magra apresentam

valores superestimados, observando-se erro e imprecisão aumentados quando

comparados a indivíduos com espessura corporal menor que 20 cm (LOHMAN,

1996).

Atualmente, a informação sobre composição corporal é de grande

interesse para estudos de consumo de energia, estoque de energia, massa

protéica, posição mineral do esqueleto, definir hidratação relativa, e em estudos

de crescimento e desenvolvimento (FOEMICA et alli, 1993).

Quando comparada a outros métodos para avaliar composição

corporal (medida de dobras cutâneas, impedância bio-elétrica, espectrometria e

pesagem hidrostática), o DEXA é considerado um procedimento um

procedimento não evasivo, não traumático, altamente preciso e reprodutivo

(GUTIN, 1996), que permite a medida compartimental e proporcionam uma

avaliação longitudinal de um indivíduo com maior segurança, rapidez e baixo

custo. Já vem sendo empregada em pesquisas médicas, experimentais e

clinicas, inclusive no Brasil. A sua utilização efetiva na prática clinica virá dos

estudos comparativos de diferentes métodos.

6.3 Técnicas duplamente indiretas

As técnicas duplamente indiretas utilizadas na avaliação da composição

corporal utiliza-se de equações de predição baseadas nas medidas antropométricas,

impedância bioelétrica e a interactância de infravermelho.

Page 33: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

33

7 ANTROPOMÉTRIA

A antropometria é o método mais utilizado para avaliação da

composição corporal pela sua aplicabilidade tanto no laboratório como no

campo, na área clínica e em estudos populacionais. Sendo que sua relativa

simplicidade e o baixo custo dos equipamentos contribuem para sua

popularidade.

Através de medidas antropométricas é possível fazer

acompanhamento de crescimento morfológico, bem como de alterações de

medidas corporais decorrentes da prática de exercícios físicos e dietas,

proporcionando dados de grande valia para os profissionais que atuam nestas

áreas.

Este acompanhamento pode ser realizado simplesmente pela

observação da alteração das medidas em valores absolutos ou através da

utilização das mesmas em modelos matemáticos que têm a finalidade de

estimar as quantidades dos diferentes componentes corporais: massa

muscular, óssea, gorda e residual.

No método antropométrico destacam-se várias técnicas (protocolos),

que podem ser dividas em: índices antropométricos, técnicas que utilizam a

espessura de dobras cutâneas, técnicas que utilizam medidas de

circunferência e técnicas mistas que combinam dobras, cutâneas com medidas

de circunferência e diâmetros ósseos.

Page 34: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

34

7.1 Técnicas que utilizam dobras cutâneas

Ao longo dos anos, o método de medidas de dobras cutâneas (DOC)

tem sido largamente utilizado para estimar a gordura corporal total em

situações de campo e clinicas.

Como forma de definição podemos dizer que dobra ou prega

cutânea, é uma medida que visa avaliar, indiretamente, a quantidade de

gordura contida no tecido celular subcutâneo e, a partir daí, podermos estimar

a proporção de gordura em relação ao peso corporal do indivíduo.

De acordo com FERNANDES (2003, p.48):

“A mensuração das pregas cutâneas, por ser uma técnica simples, pouco onerosa e de fácil manuseio e, sobretudo, por apresentar alta fidedignidade, correlaciona-se otimamente com técnicas mais sofisticadas, tem sido o método preferido dos pesquisadores na área do exercício físico e nos esportes”.

A base lógica para as mensurações das pregas cutâneas com a

finalidade de estimar a gordura corporal total reside no fato de existir uma

relação entre a gordura localizada nos depósitos adiposos existentes

diretamente debaixo da pele e essa está diretamente relacionada com a

gordura total.

As medidas das espessuras de dobras cutâneas em determinados

locais do corpo podem ser um bom subsidio para a predição da quantidade de

gordura corporal. McARDLE, KATCH & KATCH (1992, p.48)

Page 35: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

35

Essa metodologia é passível de ser utilizada em pesquisas

epidemiológicas de grande escala e na avaliação nutricional. Além disso,

medidas de DOC podem ser usadas para estabelecer perfis antropométricos.

As mensurações das dobras cutâneas poderão proporcionar

informação bastante constante e significativa acerca da gordura corporal e de

sua distribuição. A medida da espessura de dobras cutâneas pode ser utilizada

basicamente de duas maneiras.

A primeira consiste em somar os escores como uma indicação do

grau relativo de adiposidade entre os indivíduos. A segunda maneira é em

combinação com equações matemáticas destinadas a predizer a densidade

corporal ou o percentual de gordura corporal.

7.1.1 Pressupostos da técnica de dobras cutâneas

De acordo com HEYWARD & STOLARCZYK (2000,p.14), os

pressupostos da técnica de dobra cutânea são:

- A DOC é uma boa medida da gordura subcutânea: a DOC é

uma medida da espessura de duas camadas de pele e a gordura

subcutânea adjacente. Pesquisas demonstraram que a gordura

subcutânea, avaliada pelo método de DOC em doze locais, é

similar ao valor obtido nas imagens de ressonância magnética

(MRI). Entretanto, em alguns locais específicos, medidas de DOC

Page 36: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

36

acusaram quantidades de gordura significativamente menores

comparadas às medidas obtidas diretamente da MRI.

- A distribuição da gordura subcutânea e interna é similar para

todos os indivíduos do mesmo sexo: a validade deste

pressuposto é questionável. Sujeitos mais velhos de um mesmo

sexo e densidade corporal tem proporcionalmente menos gordura

subcutânea que seus pares mais jovens. Além disso, o nível de

gordura corporal afeta a quantidade relativa de gordura localizada

internamente e sob a pele. Indivíduos magros têm uma proporção

mais alta de gordura interna e a proporção de gordura localizada

internamente diminui à medida que a gordura corporal total

aumenta.

- Devido à existência de uma relação entre gordura

subcutânea e gordura corporal total, a soma de várias dobras

cutâneas pode ser utilizada para estimar a gordura corporal

total: pesquisas estabelecem que as espessuras das dobras

cutâneas em diversos locais medem um fator comum de gordura

corporal. Estabelece-se que aproximadamente um terço da

gordura da gordura corporal total está localizada sob a pele nos

homens e nas mulheres. Entretanto, existe uma variação

biológica considerável nos depósitos de gordura subcutâneo,

intramuscular e dentro dos órgãos internos, assim como nos

lipídeos essenciais na medula óssea e no sistema nervoso

central. A variação biológica na distribuição da gordura é afetada

por idade, sexo e grau de obesidade. Portanto, esses fatores

Page 37: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

37

precisam ser considerados ao se desenvolver equações de

predição para estimar a gordura corporal relativa.

7.1.2 Princípios da técnica de dobras cutâneas

- Há uma relação entre a somatória das DOC e a densidade

corporal (Dc): essa relação é linear em amostras homogêneas

(equações de DOC para grupos populacionais específicos) e não-

linear em uma grande variação de Dc (equações generalizadas

de DOC) tanto para homens como para mulheres. Uma reta de

regressão linear, representando a relação entre o somatório de

DOC e Dc, irá dispor bem os dados apenas dentro de uma

estreita faixa de valores de gordura corporal. Assim, usar uma

equação específica a um grupo populacional para estimar a Dc de

clientes não-representativos dos grupos utilizados originalmente

para desenvolver a equação pode levar a uma estimativa inexata

da Dc desses clientes.

- A idade é uma variável de predição independente da Dc tanto

para homens como para mulheres: usar a idade e a expressão

quadrada da soma das dobras cutâneas resulta em uma maior

variação na Dc de uma população heterogênea em relação ao

uso da somatória de Doc sozinha.

Page 38: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

38

7.1.3 Fontes de erro de medida

A validade e fidedignidade das medidas de DOC e do método de

DOC são afetadas por: Habilidade do avaliador, tipo de adipômetro, fatores do

sujeito e equação de predição utilizada para estimar a gordura corporal.

A exatidão teórica das equações de DOC para predizer a DC é

0,0075g/cm³ ou 3,3%GC devido à variabilidade biológica em estimar a gordura

subcutânea através da espessura de DOC e diferenças interindividuais na

relação entre a gordura subcutânea e a gordura corporal total. Portanto, erros

de predição ≤ 3,5% GC ou ≤ 0,008 g/cm³ para as equações através da

espessura de DOC são aceitáveis, porque uma parte desse erro é atribuída ao

método de referência.

Entre os principais fatores de erros temos:

– Habilidade do avaliador;

– Tipo de adipômetro;

– Fatores individuais;

– Equações de predição

7.1.3.1 Habilidade do avaliador

Uma grande fonte de erro em medidas de DOC é a variabilidade

existente entre os avaliadores. Aproximadamente de 3 a 9% da variabilidade

Page 39: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

39

em medidas de DOC podem ser atribuídas a erro de medida devido a

diferenças entre avaliadores.

O tamanho do erro entre avaliadores depende do ponto que está

sendo medido, com erros maiores reportados para as dobras cutâneas

abdominal (5,7%) e da coxa (7,1%) comparados aos locais de DOC tríceps

(~3,0%), subescapular (~3,0 a 5,0%) e supra-íliaca (~4,0%).

A objetividade, ou fidedignidade entre avaliadores, é aumentada

quando estes seguem procedimentos de testes padronizados, praticam

tomadas de DOC juntos e marcam o local da DOC.

Para aumentar a habilidade do avaliador de dobras cutâneas

recomendamos os seguintes procedimentos, elaborados por peritos na área

como POLLOCK & LOHMAN:

- Ser meticuloso ao localizar os pontos anatômicos usados para

identificar o local da DOC, ao medir distância e ao marcar o local

com uma caneta marcadora cirúrgica;

- Ler o mostrador do adipômetro em seu 0,1mm mais próximo;

- Tomar um mínimo de duas medidas para cada local. Se os

valores diferirem em mais de 10%, tomar medidas adicionais;

- Tomar medidas de DOC em uma ordem rotativa (circuitos), em

vez de leituras consecutivas em cada local;

Page 40: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

40

- Tomar medidas de DOC, quando a pele do cliente estiver seca e

sem loções;

- Não medir DOC imediatamente após o exercício, porque a

mudança dos fluidos corporais para a pele tende a aumentar o

tamanho da DOC;

- Praticar as medidas de DOC de 50 a 100 clientes;

- Procurar treinamento adicional em workshops realizados em

conferências estaduais, regionais e nacionais.

Como se pode calcular são necessárias muita prática e paciência

para se formar um avaliador de DOC habilidoso. Em certos casos, mesmo

avaliadores altamente habilidosos não estão aptos a medir a espessura da

DOC em indivíduos extremamente obesos ou altamente musculosos. Nesses

casos, métodos alternativos, como o BIA, podem ser utilizados para avaliar a

gordura corporal.

7.1.3.2 Tipo de adipômetros

Tanto os adipômetros de metal de alta qualidade como os plásticos

podem ser utilizados para medir a espessura das DOC. O custo dos

adipômetros varia, dependendo dos materiais utilizados em sua confecção

(mental e plástico) e a precisão e exatidão de sua escala de medida.

Os modelos mais conhecidos são os da “SANNY”, “CESCORF”,

"LANGE" e "HARPENDER". Esses aparelhos possuem características

Page 41: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

41

especiais, sendo a mais importante a que faz com que esses apresentem uma

pressão constante de preensão, independente da abertura do aparelho. Essa

pressão é de aproximadamente 10 g/mm². Sua precisão de medida é de 0,1

mm no caso do Harpender, Cescorf e o Sanny e 0,5 mm no Lange.

Figura 5 Modelos de adipômetros mais utilizados

COSTA, STEFANONI & BÖHME (2001) que realizaram um estudo

comparativo de diferentes compassos de dobras cutâneas utilizando as

equações de PETROSKI (1995) – PE95 , JACKSON, POLLOCK & WARD

(1980) – JPW80 , DURNIN & WOMERSLEY (1974) – DW74 e concluíram que,

não houve diferença estatisticamente significativa entre os compassos para

nenhuma das dobras avaliadas, bem como para nenhuma das equações

utilizadas. Com isso concluíram que os quatro compassos podem ser

utilizados, independentes do protocolo utilizado para avaliação.

Dado que o tipo de adipômetro pode ser uma fonte potencial de erro

de medida, nós recomendamos que:

- Se use o mesmo adipômetro ao monitora mudanças na

espessura das DOC.

- Checagem periódica da exatidão do adipômetro.

Page 42: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

42

7.1.3.3 Fatores individuais

A variabilidade em medidas de DOC entre indivíduos pode ser

atribuída não apenas à diferença na quantidade de gordura subcutânea no

local, mas à diferença na espessura da pele, compressibilidade do tecido

adiposo, manuseio e nível de hidratação.

A variabilidade interindividual na espessura da pele (0,5 a 2mm) é

pequena e não contribui substancialmente para o erro total da medida de

espessura da DOC. Entretanto, variação na compressibilidade da DOC pode

ser um importante fator limitante do método de DOC.

7.1.3.4 Equações de predição de dobras cutâneas

Para evitar erros acentuados é muito importante, quando da escolha

de uma equação, verificar com base em que população ela foi elaborada:

homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, indivíduos ativos, atletas, etc. Com

relação a atletas, cabe ressaltar que existem equações para diversas

modalidades esportivas. É necessário levar-se em consideração que estas

equações normalmente vêm de outros países, o que também pode causar

equívocos com relação aos resultados (COSTA, 1996).

Tendo em vista a necessidade de minimizar os erros de predição

das equações existentes, são encontrados numerosos estudos para testar a

Page 43: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

43

validade destas equações propostas para grupos específicos ou grupos

populacionais em diferentes localidades.

Para selecionar a equação mais apropriada é importante avaliar a

validade relativa dos métodos de campo e equações de predição da

composição corporal. As seguintes perguntas devem ser analisadas:

- Qual foi o método de pesquisa utilizado para desenvolver a

equação? A medida de referência estimada por equações de

predição varia dependendo do método de campo utilizado.

- Qual o tamanho da amostra utilizada para desenvolver as

equações de predição? Qual a proporção entre o tamanho da

amostra e o número de variáveis preditivas na equação?

Geralmente, amostras grandes (N = 100 a 400) e aleatórias são

necessárias para assegurar que os dados são representativos

para aquela população para a qual a equação foi desenvolvida.

- Qual foi o valor Rmc e o erro padrão da estimativa (EPE) para

essa equação? Quanto maior o Rmc (até o valor máximo de

1,00), maior a correlação. HEYWARD & STOLARCZYK (2000,

18) apresenta a seguinte tabela dos valores de avaliação de erros

de prognóstico (EPE)

Page 44: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

44

Tabela 3 Padrões de avaliação de erros de prognóstico (EPE).

Fonte: LOHMAN (1992, 3-4)

EPE MLG (kg) EPE %GC masc. e fem

EPE Dc (g/cm³) masc. e fem. Masc. Fem.

Escala Subjetiva

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

0,0045 0,0055 0,0070 0,0080 0,0090 0,0100 0,0110

2,0-2,5 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5

>4,5

1,5-1,8 1,8 2,3 2,8 2,8 3,6

>4,0

Ideal Excelente Muito bom

Bom +/- Bom

Razoável Ruim

- Para quem essa equação de predição é aplicável? Para

responder a essa questão, é necessário prestar atenção às

características físicas da amostra usada para derivar a equação.

Fatores como idade, sexo, raça nível de gordura e nível de

atividade física devem ser examinados cuidadosamente.

Equações de predição podem ser generalizadas ou específicas a

grupos populacionais. Equações específicas devem ser usadas

apenas para estimar a variável de indivíduos de um grupo

homogêneo específico.

- Como as variáveis foram medidas pelos pesquisadores que

desenvolveram a equação de predição? Não é apenas

importante saber quais variáveis foram incluídas em uma

equação de predição, mas também como cada uma dessas

variáveis foi medida pelos pesquisadores que desenvolveram a

equação.

- A validade da equação de predição foi investigada em uma

amostra da população (validação cruzada)? A fim de

determinar a validade ou precisão de estimativa de uma equação

Page 45: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

45

de composição corporal, é necessário que ela seja testada em

outras amostras da população.

- Qual foi o valor da correlação (ry,y’,) entre a medida referência

(y) e a prevista (y’) (coeficiente de validade)? Qual foi o valor

do EPE quando a equação foi aplicada na amostra de

validação cruzada? Em geral, uma equação com boa precisão

deve ter um coeficiente de validade moderadamente alto (ry,y’,>80)

e um EPE aceitável.

- O valor predito médio foi similar ao valor de referência médio

para a amostra de validação cruzada? A equação de predição

deve gerar médias de predição comparáveis ás medidas de

referência. Isso é testado usando-se o teste-t pareado. As duas

médias não devem diferir significativamente. Uma grande

diferença entre as médias de predição e de referência indica que

há diferença sistemática (subestimada ou superestimada) entre

as amostras de validação e de validação cruzada, devido a erro

técnico ou variabilidade biológica (LOHMAN, 1981)

- Qual foi o erro total (E) da equação? “E” representa o desvio

médio dos valores individuais da reta de identificação. Quando

uma equação prevê com boa precisão os valores de identidade

com um pequeno grau de desvio ao longo da reta.

Page 46: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

46

7.1.4 Equações de regressão

São apresentadas na literatura dezenas de equações de predição de

densidade ou de gordura corporal a partir da medida da espessura de dobras

cutâneas. Para desenvolver equações de predição de composição corporal,

pesquisadores comumente usa uma técnica estatística chamada regressão

múltipla. Esta técnica permite aos pesquisadores identificar uma equação que

usa a melhor combinação de variáveis de medida para predizer as medidas de

referência da composição corporal, como Dc ou MLG.

Boas equações de predição apresentam uma alta correlação

(denominada de coeficiente de correlação múltipla ou Rmc) entre a medida de

referência (que está sendo predita) e a combinação das variáveis medidas

usadas para predizê-la (variáveis de predição).

O valor da medida de referência é estimado com uma pequena

margem de erro (erro padrão da estimativa ou EPE), significando que o valor

predito para o indivíduo está perto do valor para a medida de referência

daquele indivíduo. A linha ajustada através dos pontos dos dados é a linha de

melhor ajuste (linha de regressão).

Quando o erro padrão de estimativa é pequeno, os pontos dos

dados não se desviam muito da linha de melhor ajuste. Na verdade, se uma

equação prediz cada valor de referência perfeitamente, todos os pontos dos

dados vão cair ao longo de curva de melhor ajuste.

Page 47: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

47

Para utilizar uma equação de predição, os valores individuais para

cada variável preditora devem ser multiplicados pela sua respectiva constante.

Todos os produtos são somados para levar a um valor de predição para aquele

indivíduo. As constantes (pesos de regressão) para as variáveis de predição

são obtidas através da análise de regressões múltiplas.

Uma boa equação tem pesos de regressão estável, significando que

seus valores não mudam muito de grupo para grupo. Para obter pesos de

regressão estáveis o pesquisador deve usar um número grande de sujeitos (a

amostra de validação cruzada) e comparando esses pesos de regressão com

aqueles obtidos da amostra original (amostra de validação). Para estabelecer a

aplicabilidade da equação de predição a outras amostras independentes da

população, devem ser executados procedimentos de validação cruzada

adicionais.

Estas equações são desenvolvidas usando-se tanto modelos de

regressão linear (através de propostas com base em estudos de grupos

homogêneos e populacionais específicos) quanto quadráticos (generalizadas,

quando desenvolvidas a partir de estudos populacionais com grupos

heterogêneos).

As primeiras equações de regressão para a composição corporal

que empregavam as técnicas antropométricas foram publicadas em 1951 por

BROZEK & KEYS, que usuram as dobras corporais e equações específicas,

para avaliar a densidade corporal de homens jovens e de meia idade.

Page 48: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

48

No início da década de 60, LOAN e col. & YOUNG e col., publicaram

equações semelhantes para mulheres de grupos etários selecionados. Tais

equações foram desenvolvidas a partir de varias combinações de medidas de

dobras cutâneas. De meados da década de 60 até a década de 70, numerosos

pesquisadores publicaram outras equações para homens e mulheres. Os

objetivos destas pesquisas eram produzir equações mais precisas. Além das

medidas de dobras cutâneas e de diversas circunferências corporais, bem

como em algumas situações, os diâmetros ósseos foram usados como

variáveis independentes.

Essas pesquisas levaram ao desenvolvimento de equações

específicas, as quais mostraram que fatores como idade e sexo representam

fontes importantes de variações de densidade corporal. As diferenças na

densidade corporal entre homens e mulheres podem ser amplamente

reputadas à variabilidade no tecido adiposo dito essencial. Além disso, as

equações de populações específicas para o sexo tornaram-se importantes, em

decorrência das diferenças na distribuição do tecido adiposo subcutâneo para

homens e mulheres.

As equações desenvolvidas a partir de indivíduos mais jovens

subestimavam a densidade corporal de indivíduos mais velhos. O emprego de

equações específicas para um dos sexos em indivíduos pertencentes ao outro

sexo produz um erro sistemático na avaliação de cerca de 0,025 g/ml (11% de

gordura). Os achados das pesquisas com equações para populações

Page 49: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

49

específicas mostraram que o sexo, a idade, o grau de gordura corporal e em si

tratando de crianças do nível de maturidade sexual, precisam ser considerados

na avaliação antropométrica da densidade corporal.

A tendência mais recente tem sido desenvolver equações mais

gerais, em vez de equações específicas para determinadas populações. Estas

últimas oferecem estimativas valiosas para os indivíduos representativos das

populações por elas definidas.

DURNIN & WORMERSLEY (1974) foram os primeiros a considerar a

abordagem generalizada. Estes autores publicaram equações representadas

por uma única curva comum, mas que podia ser ajustada para levar em conta a

idade. JACKSON & POLLOCK (1978-1980) publicaram equações

generalizadas para homens e mulheres adultos. As pesquisas destes últimos

autores representam uma extensão do trabalho de DURNIN & WORMERLEY,

tendo sido realizadas para superar algumas das limitações associadas às

equações para populações específicas, acrescentando o fator idade à equação

para a estimativa das alterações potenciais na razão entre gordura externa e

interna e densidade óssea.

Page 50: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

50

7.1.4.1 Equações de PARIZKOVA (1961)

PARIZKOVA utilizou a tomada das dobras cutâneas triciptal no

braço esquerdo e a subescapular no braço direito, dividindo a determinação do

percentual de gordura em função do sexo e da faixa etária, preconizando os

intervalos de 9 a 12 anos e 13 a 16 anos.1

E desenvolve equações de uma e de duas dobras, para predizer a

densidade corporal deste grupo. Os três grandes problemas com a técnica de

PARIZKOVA são:

- A medida a dobra cutânea de tríceps no braço esquerdo, que

corresponde uma medida não padronizada;

- Não levar em conta o nível de maturidade sexual; e a

- Utilização de um modelo de dois componentes, com a densidade

da MLG igual a 1,10 g/cm³.

No entanto, o terceiro problema pode ser amenizado, utilizando-se

equações, baseadas em modelos de multicomponentes de conversão de

densidade corporal para %GC, encontradas em HEYWARD & STOLARCZYK

(2000,14), já que segundo POLLOCK (1993, 324), as equações possuem um

fator de correlação aceitável entre (0,81 a 0,92) de densidade corporal.

1 CARNAVAL 1997,57

Page 51: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

51

MENINAS DE 9 A 12 ANOS

DC= 1,088 - 0,014 (log10 TR)-0,036 (log10 SE) Dc=1,079-0,043Log10(SE)

%GC= [(5,35/Dc)-4,95]x1002

Este estudo foi realizado em 56 meninas na faixa etária de 9 a 12

anos, o erro padrão estimado (EPE) da equação foi calculado em 0,012 g/ml e

a correlação múltipla(R) foi de 0,81.

MENINAS DE 13 A 16 ANOS

DC=1,114 - 0,031 (log10 TR) - 0,041 (log10 SE) DC=1,102-0,058 Log10(SE) %GC= [(5,10/Dc)-4,66]x1003

Amostragem de 62 meninas na faixa etária de 13 a 16 anos, o erro

padrão estimado (EPE) da equação foi calculado em 0,010 g/ml e a correlação

múltipla(R) foi de 0,82.

MENINOS 9 A 12 ANOS

DC= 1,1088 - 0,027 (log10 TR)-0,0388 (log10 SE) DC=1,1094-0,054 Log10(SE) %GC=[(5,30/Dc)-4,89]x1004

Esta equação envolveu 57 meninos de 9 a 12 anos, o erro padrão

estimado (EPE) é de 0,011 g/ml e a correlação múltipla e de 0,92.

MENINOS DE 13 A 16 ANOS

DC=1,130 - 0,055 (log10 TR) - 0,026 (log10 SE) DC=1,131-0,083 Log10(SE) %GC=[(5,07/Dc)-4,64]x100

2 HEYWARD & STOLARCZYK, 2000,p.14 3 Id ibid. 4 Id Ibid.

Page 52: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

52

Não encontramos os valores de erro padrão estimado (EPE) e

correlação múltipla para essa equação, em POLLOCK (1993,p.324-325).

7.1.4.2 Equação de FAULKNER (1968)

As investigações sistemáticas sobre composição corporal, no Brasil,

iniciaram-se, praticamente, na década de 70, sendo que a maior parte das

publicações utilizava unicamente a equação de FAULKNER (1968), também

conhecida de YUHASZ (1962), para caracterizar o percentual de gordura

corporal (%GC).

De acordo com CARNAVAL (1997, p.49) YAHASZ, no

desenvolvimento de sua técnica, preconizava a utilização de 6 dobras (peito,

tríceps, supra-iliaca, subescapular, abdominal – lado esquerdo- e coxa) e

calculava o percentual de gordura usando a seguinte equação:

%GC = 0,095 x Σ(das 6 Dobras)+3,64

Segundo CARNAVAL (op.cit) e FERNANDES (2003, p.64-65),

FAULKNER, desenvolvendo pesquisa em nadadores americanos e observou

que as medidas de peito e coxa constituíam-se em fatores de erro, passando a

usar apenas 4 dobras (tríceps, subescapular, supra-íliaca e abdominal- lado

direito) e calcula o percentual de gordura usando a seguinte fórmula:

Page 53: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

53

%GC = Σ(das 4 dobras)x0,153 + 5,783

Os índices 0,153 e 5,783 referem-se aos valores de amostragem da

população por ele estudada, nadadores, relacionando estatura, tipo de ossos e

outras variáveis étnicas e ambientais. Com os pesos da massa gorda (MG) e

Massa Livre de Gordura sendo calculadas em kg pelas equações:

MG = %GC x Massa Corporal Total (MCT)/100 MLG = MCT - MG

De acordo com o autor chegou a equações para determinação de

peso ideal seria:

Peso Ideal (PI) = MLG x constante

Com as constantes fixadas pelo autor:

Nadadores 1,09 Futebolistas 1,12 Demais esportes e mulheres 1,14

De acordo com PETROSKI (1995, p.90), em seu estudo sobre o

início da pesquisa em composição corporal e sua evolução no Brasil, foi

observado que a equação, mais utilizada no Brasil e nos países vizinhos, era a

de FAULKNER e que a mesma era utilizada indiscriminadamente para ambos

os sexos, em diferentes níveis de aptidão física e sem considerar a

especificidade da equação que foi desenvolvida para o sexo masculino. Assim,

a magnitude dos erros na utilização dessa equação em amostras nacionais é

Page 54: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

54

desconhecida. No entanto, durante esse período, não foi averiguada ou

discutida a origem e a validade de sua utilização na população brasileira.

A primeira preocupação neste sentido surgiu com GUEDES (1986)

que realizou estudo de validação da equação proposta por FAULKNER (1968)

em jovens pertencentes à população brasileira, através de pesagem

hidrostática, e encontrou erros bastante elevados, tanto para homens quanto

para mulheres. Este estudo constatou que a referida equação poderia deturpar

o resultado da quantidade de gordura corporal em torno de 37 % para o grupo

feminino e 23 % para o grupo masculino.

GAGLIARDI (1996) apud COSTA (2001, p.28) testou a validade de

30 equações de predição de componentes corporais, utilizando a pesagem

hidrostática, em uma amostra composta por 45 atletas divididos em nadadores

de provas de velocidade, triatletas e jogadores de pólo aquático; concluindo

que apenas três mostraram consistência em seus resultados para todos os

grupos: BROZEK (1963), BEHNKE & WILMORE (1966) e FAULKNER (1968).

Logo concluímos que a equação FAULKNER, pode ser utilizada

desde que os avaliados sejam nadadores, triatletas e ou jogadores de pólo

aquático e com idade variando entre 18 a 25 anos.

Page 55: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

55

7.1.4.3 Equações de DURNIN & RAHMAN (1967)

Este estudo deve como amostra 86 crianças, sendo 48 do sexo

masculino e 38 do sexo feminino com faixas etárias variando entre 12 e 15

anos a equação masculina deve densidade corporal média de 1,068 g/cm³ com

desvio padrão de 0,013 g/cm³ e a feminina de 1,045 g/cm³ e desvio padrão de

0,011 g/cm³.

O erro padrão estimado (EPE) foi de 0,008 g/ml e a correlação

múltipla e de 0,76, para os meninos e 0,008 g/ml de EPE e 0,78 de correlação

múltipla para as meninas.

Tabela 4 Equações DURNIN & RAHMAN Sexo %GC

Masculino %GC=1,1533 - 0,0643 log10 (BI+ TR+ SE+SI) Feminino %GC=1,1369 - 0,0598 log10 (BI+ TR+ SE+SI)

7.1.4.4 Equações de DURNIN & WOMERSLEY (1974)

DURNIN & WOMERSLEY, foram os primeiros a considerar a

abordagem generalizada. Estes autores publicaram equações representadas

por uma única curva comum, mas que poderia ser ajustada para levar em

conta a idade. Com base em estudo de 209 homens de 17 a 72 anos de idade

e 272 mulheres de 16 a 68 anos de idade, propõe 10 equações por faixa etária

e 2 generalizadas, para cada gênero.

Page 56: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

56

Tabela 5 Equações de DURNIN & WOMERSLEY

Sexo Faixa Etária Equação 17-19 anos Dc=1,1620-0,0630 Log10(TR+BC+SE+SI) 20-29 anos Dc=1,1631-0,0632 Log10(TR+BC+SE+SI) 30-39 anos Dc=1,1422-0,544 Log10(TR+BC+SE+SI) 40-49 anos Dc=1,1620-0,0700 Log10(TR+BC+SE+SI) 50 a 72 anos Dc=1,1715-0,0779 Log10(TR+BC+SE+SI)

Homens

17 a 72 anos Dc= 1,1765-0,0744 Log10(TR+BC+SE+SI) 16 a 19 anos Dc=1,1549-0,0678 Log10(TR+BC+SE+SI) 20 a 29 anos Dc=1,1599-0,0717 Log10(TR+BC+SE+SI) 30 a 39 anos Dc=1,1423-0,0612 Log10(TR+BC+SE+SI) 40 a 49 anos Dc=1,1333-0,0645 Log10(TR+BC+SE+SI) 50 a 68 anos Dc=1,1339-0,0645 Log10(TR+BC+SE+SI)

Mulheres

16 a 68 anos D=1,1567-0,0717 Log10(TR+BC+SE+SI)

BARRERA, SALAZAR, GAJARDO, GATTÁS & COWARD (1997)

utilizaram a diluição isotópica de deutério como método referencial para testar

a validade de três técnicas de determinação da composição corporal:

absortometria radiológica de dupla energia, bio-impedanciometria, e espessura

de dobras cutâneas, através da equação proposta por DURNIN &

WOMERSLEY (1974).

A amostra foi constituída de 31 homens saudáveis, na qual todos os

métodos apresentaram resultados similares aos valores referenciais,

conferindo validade aos mesmos para a avaliação da gordura corporal neste

grupo.

KURIYAN, PETRACCHI, FERRO-LUZZI, SHETTY & KURPAD

(1998), utilizaram a pesagem hidrostática para testar a validade da impedância

bioelétrica e da antropometria através da equação de DURNIN &

WOMERSLEY (1974) em uma amostra composta por 99 homens e 89

mulheres do sul da Índia. Para ambos os sexos foram encontrados resultados

Page 57: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

57

válidos tanto para a bio-impedância quanto para a equação de espessura de

dobras cutâneas.

Para converter Dc em %GC usa-se as seguintes fórmulas:

Tabela 6 Equações de conversão de Dc para %GC Idade Sexo %GC

Masculino (4,99/Dc)-4,55 17-19 Feminino (5,05/Dc)-4,62 Masculino (4,95/Dc)-4,50 20-80 Feminino (5,01/Dc)-4,57

7.1.4.5 Equações de JACKSON & POLLOCK (1975-1978-1980)

POLLOCK (1975) realizou um estudo em 83 mulheres jovens com

idade variando entre 18 a 29 anos e criou uma equação de 4 dobras para

estimar a densidade corporal. Está equação têm uma correlação múltipla R =

0,84 e erro padrão estimado EPE de 0,008g/cm³

Dc = 1,096095-0,0006952(X1)+0,0000011(X1)-0,0000714(X2) Onde: Dc= Densidade Corporal X1=∑4DOC (tríceps + supra-ilíaca + abdome +coxa) X2 = Idade em anos

SINNING & WILSON (1984) relataram que essa equação estimou

com validade a gordura corporal média de mulheres atletas partindo de dez

diferentes esportes universitários (EPE=3,2%GC). Sendo então recomendada

para mulheres atletas jovens e adolescentes. E a equação de para converter

Dc em %GC é:

Page 58: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

58

%GC=[(5,01/Dc)-4,57]x100

Em 1978, JACKSON & POLLOCK, proporão duas equações para a

estimativa da densidade corporal de homens, com base em estudo de 308

indivíduos de 18 a 61 anos de idade, utilizando-se de soma de 7 e 3 dobras

cutâneas, além da idade.

Na equação de 7 dobras cutâneas para homens de 18 a 61 anos, a

correlação múltipla da equação (R) é de 0,9 e o erro padrão de estimativa de

densidade (EPE) é de 0,008.

Dc=1,112-0,00043499(X1)+0,00000055(X1)²-0,00028826(X4)

Onde: Dc= Densidade Corporal X1=∑7DOC (peitoral + axilar medial + tríceps + subescapular + supra-ilíaca + abdome +coxa). X2 = Idade em anos

Segundo HEYWARD & STOLARCZYK (2000, p.164) a equação

generalizada da soma de sete dobras de JACKSON & POLLOCK (1978) tem

se mostrado válida para estimar a gordura corporal média de homens

fisicamente ativos (ISRAEL et al., 1989) e de homens participando de 12

diferentes esportes universitários de 18 a 29 anos (SINNING et.al.,1985).

O erro de predição dessa equação variou de 2,2% a 2,9% de GC.

Sendo então recomendada à utilização da equação de DOC de JACKSON &

Page 59: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

59

POLLOCK de sete dobras, para estimar a composição corporal de homens

atletas e adultos fisicamente ativos.

HEYWARD & STOLARCZYK (op. cit, p.131) recomenda a utilização

das equações de 7 DOC (JACKSON & POLLOCK) para predizer a Dc para

Indivíduos negros. Entretanto, deve-se usar as fórmulas de conversão

específica à raça para estimar a %GC a partir da Dc nessa população.

Tabela 7 Fórmulas para converter Dc em %GC para população negra Sexo Raça Fórmulas para converter Dc em %GC

Branca %GC = [(4,95/Dc)-4,5]x100 Masculino Negra %GC= [(4,37/Dc)-3,93] x100 Branca %GC=[(5,01/Dc)-4,57] x100 Feminino Negra %GC=[(4,85/Dc)-4,39] x100

Equação de 3 dobras cutâneas para homens de 18 a 61 anos. A

correlação múltipla (R) é de 0,91 e o erro padrão estimado de densidade

(EPE.Dc) é de 0,008.

Dc= 1,10938-0,0008267(X1)+0,0000016(X1)²-0,0002574(X2)

Onde: Dc= Densidade Corporal X1=∑3DOC (peitoral + abdome + coxa). X2 = Idade em anos

De acordo HEYWARD & STOLARCZYK (2000, p.142-145) existem

muitas equações de DOC específicas à idade para homens brancos, podendo-

se utilizar tanto a equação de 3DOC quanto à de 7DOC(1978) para estimar a

Dc de homens brancos, no entanto, pesquisas têm demonstrado a

aplicabilidade da equação de 3 DOC. A validação cruzada dessa equação

Page 60: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

60

indica erros de predição variando entre 2,6% GC e 3,5% GC (McLean &

Skinner, 1992).

O Percentual de gorduras das duas equações 3 e 7 dobras podem

ser obtidos pela equação:

%GC = [(4,95/Dc)-4,5]x100

Em 1980, JACKSON et al proporão equações para a estimativa da

densidade corporal de mulheres, com base em estudos de 249 individuas de

18 a 55 anos de idade, utilizando-se de soma de 7 e 3 dobras cutâneas.

Equação de 7 dobras para mulheres de 18 a 55 anos. A correlação

múltipla (R) da equação é de 0,85 e o erro padrão estimado de densidade

(EPE.Dc) é de 0,008.

Dc = 1,097-0,00046971(X1)+0,00000056(X1)²-0,00012828(X2)

Onde: Dc= Densidade Corporal X1=∑7DOC (peitoral + axilar medial + tríceps + subescapular + supra-ilíaca + abdome +coxa) X2 = Idade em anos A conversão de Dc para %GC pode ser feita pela equação:

%GC=[(5,01/Dc)-4,57]x100

Page 61: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

61

As equações de DOC generalizadas de JACKSON, POLLOCK &

WARD (1980) mostraram boa validade de predição (EPE=2,9% GC 3,5% GC)

e pequenas diferenças (0,3% GC a 1,3% GC), quando são utilizadas para

estimar a gordura corporal de mulheres brancas (EATON, ISRAEL, O’BRIEN,

HORTOBAGYI & McCAMMON, 1993).

Do mesmo modo como ocorrem com os homens, essas equações

geralmente funcionam melhor quando aplicadas a mulheres não-obesas.

HEYWARD, COOK et al., (1992) observou em seus estudos que a equação de

JACKSON de 3DOC subestimou significativamente a média da gordura

corporal de mulheres obesas em 3,7% GC. Da mesma forma, PAIJMAS et al.

(1992) relataram que a gordura corporal média de mulheres e homens brancos

obesos era subestimada em 5,5% GC.

Equação de 3 dobras para mulheres de 18 a 55 anos. A correlação

múltipla (R) da equação é de 0,84 e o erro padrão estimado de densidade

(EPE) é de 0,009.

Dc= 1,0994921-0,0009929(X1)+0,0000023(X1)²-0,0001392(X4) Onde: X1= Σ(TR+SI+CX) X2 = Idade Anos

A equação de conversão de densidade corporal em %GC é a

mesma da equação de 7 DOC para mulheres.

Page 62: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

62

É importante salientar que as equações generalizadas de DOC de

JACKSON & POLLOCK (1978-1980) são baseadas em um modelo quadrático

que usa a somatória de três ou sete dobras e a idade para predizer a Dc. Estas

equações foram desenvolvidas para homens (18 a 61 anos) e mulheres (18 a

55 anos), e, portanto, podem não ser aplicável em indivíduos que excedam tais

limites de idade.

HEYWARD & STOLARCZYK (op. cit, p.151) dizem que até o

momento não há equações antropométricas, de dobras cutâneas (DOC),

impedância bioelétrica (BIA) ou de interactância de infravermelho (NIR)

desenvolvidas especificamente para mulheres anoréxicas, sugerindo então,

que para este público, deve-se usar a equação de 3DOC de JACKSON (1980)

para predizer a Dc e usar a seguinte fórmula para converter Dc em %GC:

%GC = [(5,26/Dc)-4,83]x100

CLASEY, KANALEY, WIDEMAN, HEYMSFIELD, TEATES,

GUTGESSEL, THORNER, HARTMAN & WELTMAN (1999), apud COSTA

(2001, p.30) examinaram a validade de diferentes métodos de determinação da

composição corporal, sendo que um deles foi o método antropométrico, por

meio das equações de JACKSON & POLLOCK (1978) para homens, e

JACKSON, POLLOCK & WARD (1980) para mulheres, utilizando como método

de referência o modelo de 4 componentes proposto por HEYMSFIELD,

LICHTMAN, BAUMGARTNER, WANG, KAMEN, ALIPRANTIS & PIERSON Jr.

Page 63: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

63

(1990). A utilização dos métodos de estimativa antropométrica resultou em

grandes diferenças entre as médias e uma considerável variabilidade

interindividual. PEÑA, VÁSQUEZ, BARBA & LUCO (1987) realizaram estudo

para determinar o erro de predição das equações de KATCH & McARDLE

(1973); DURNIN & WOMERSLEY (1974), e JACKSON, POLLOCK & WARD

(1980); em uma amostra de 23 mulheres de 19 a 33 anos, profissionais ou

estudantes de medicina da Universidade do Chile.

Os resultados obtidos pelas equações foram comparados aos

obtidos pela pesagem hidrostática e o erro total foi calculado utilizando o

conceito proposto por LOHMAN (1981). Os autores verificaram que para a

amostra estudada todas as equações superestimavam a quantidade de

gordura corporal, apresentando elevado erro e diferença estatisticamente

significativa em relação à pesagem hidrostática.

Acreditamos que está variabilidade pode ter ocorrido pela não

utilização das equações de conversão de densidade corporal para percentual

de gordura corporal especificas para o sexo e/ou grupo etnico, pois, durante

todo o trabalho de levantamento bibliográfico apenas HEYWARD &

STOLARCZYK (2000, p.14) apresentam as fórmulas populacionais específicas

para conversão de Dc em % GC, e todos os outros autores apresentaram

apenas a equação de SIRI (1961) como a única equação de conversão de Dc

para %CG.

Page 64: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

64

Tabela 8 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK para homens a partir da idade e do somatório das dobras cutâneas do tórax, abdome e coxa

Idade Σ(PT+AB+CX) <22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >58

8-10 1,3 1,8 2,3 2,9 3,4 3,9 4,5 5,0 5,5 11-13 2,2 2,8 3,3 3,8 4,4 4,9 5,5 6,0 6,5 14-16 3,2 3,8 4,3 4,8 5,4 5,9 6,4 7,0 7,5 17-19 4,2 4,7 5,3 5,8 6,3 6,9 7,4 8,0 8,5 20-22 5,1 5,7 6,2 6,8 7,3 7,8 8,4 8,9 9,5 23-25 6,1 6,6 7,2 7,7 8,3 8,8 9,4 9,9 10,5 26-28 7,0 7,6 8,1 8,7 9,2 9,8 10,3 10,9 11,4 29-31 8,0 8,5 9,1 9,6 10,2 10,7 11,3 11,8 12,4 32-34 8,9 9,4 10,0 10,5 11,1 11,6 12,2 12,8 13,3 35-37 9,8 10,4 10,9 11,5 12,0 12,6 13,1 13,7 14,2 38-40 10,7 11,3 11,8 12,4 12,9 13,5 14,0 14,6 15,2 41-43 11,6 12,2 12,7 13,3 13,8 14,4 15,0 15,5 16,1 44-46 12,5 13,1 13,6 14,2 14,7 15,3 15,9 16,4 17,0 47-49 13,4 13,9 14,5 15,1 15,6 16,2 16,8 17,3 17,9 50-52 14,3 14,8 15,4 15,9 16,5 17,1 17,6 18,2 18,8 53-55 15,1 15,7 16,2 16,8 17,4 17,9 18,5 19,1 19,7 56-58 16,0 16,5 17,1 17,7 18,2 18,8 19,4 20,0 20,5 59-61 16,8 17,4 17,9 18,5 19,1 19,7 20,2 20,8 21,4 62-64 17,6 18,2 18,8 19,4 19,9 20,5 21,1 21,7 22,2 65-67 18,5 19,0 19,6 20,2 20,8 21,3 21,9 22,5 23,1 68-70 19,3 19,9 20,4 21,0 21,6 22,2 22,7 23,3 23,9 71-73 20,1 20,7 21,2 21,8 22,4 23,0 23,6 24,1 24,7 74-76 20,9 21,5 22,0 22,6 23,2 23,8 24,4 24,9 25,5 77-79 21,7 22,2 22,8 23,4 24,0 24,6 25,2 25,7 26,3 80-82 22,4 23,0 23,6 24,2 24,8 25,4 25,9 26,5 27,1 83-85 23,2 23,8 24,4 24,9 25,5 26,1 26,7 27,3 27,9 86-88 23,9 24,5 25,1 25,7 26,3 26,9 27,5 28,1 28,7 89-91 24,7 25,3 25,9 26,5 27,0 27,6 28,2 28,8 29,4 92-94 25,4 26,0 26,6 27,2 27,8 28,4 29,0 29,6 30,2 95-97 26,1 26,7 27,3 27,9 28,5 29,1 29,7 30,3 30,9

98-100 26,8 27,4 28,0 28,6 29,2 29,8 30,4 31,0 31,6 101-103 27,5 28,1 28,7 29,3 29,9 30,5 31,1 31,7 32,3 104-106 28,2 28,8 29,4 30,0 30,6 31,2 31,8 32,4 33,0 107-109 28,9 29,5 30,1 30,7 31,3 31,9 32,5 33,1 33,7 110-112 29,6 30,2 30,8 31,4 32,0 32,6 33,2 33,8 34,4 113-115 30,2 30,8 31,4 32,0 32,6 33,2 33,8 34,5 35,1 116-118 30,9 31,5 32,1 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,7 119-121 31,5 32,1 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,7 36,4 122-124 32,1 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,8 36,4 37,0 125-127 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,8 36,4 37,0 37,6

Page 65: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

65

Tabela 9 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK, para mulheres a partir da idade e do somatório das dobras cutâneas do tórax, suprailíaca e coxa

Idade Σ(TC+SI+CX) <22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >58 23-25 9,4 9,7 10,0 10,3 10,6 10,9 11,2 11,5 11,8 26-28 10,5 10,8 11,1 11,4 11,8 12,1 12,4 12,7 13,0 29-31 11,7 12,0 12,3 12,6 12,9 13,2 13,5 13,8 14,1 32-34 12,8 13,1 13,4 13,7 14,0 14,3 14,6 14,9 15,2 35-37 13,9 14,2 14,5 14,8 15,1 15,4 15,7 16,1 16,4 38-40 15,0 15,3 15,6 15,9 16,2 16,5 16,8 17,2 17,5 41-43 16,1 16,4 16,7 17,0 17,3 17,6 17,9 18,2 18,6 44-46 17,1 17,4 17,7 18,1 18,4 18,7 19,0 19,3 19,6 47-49 18,2 18,5 18,8 19,1 19,4 19,7 20,1 20,4 20,7 50-52 19,2 19,5 19,8 20,2 20,5 20,8 21,1 21,4 21,7 53-55 20,2 20,6 20,9 21,2 21,5 21,8 22,1 22,5 22,8 56-58 21,2 21,6 21,9 22,2 22,5 22,8 23,2 23,5 23,8 59-61 22,2 22,6 22,9 23,2 23,5 23,8 24,2 24,5 24,8 62-64 23,2 23,5 23,9 24,2 24,5 24,8 25,1 25,5 25,8 65-67 24,2 24,5 24,8 25,1 25,5 25,8 26,1 26,4 26,8 68-70 25,1 25,4 25,8 26,1 26,4 26,7 27,1 27,4 27,7 71-73 26,1 26,4 26,7 27,0 27,4 27,7 28,0 28,3 28,7 74-76 27,0 27,3 27,6 28,0 28,3 28,6 28,9 29,3 29,6 77-79 27,9 28,2 28,5 28,9 29,2 29,5 29,8 30,2 30,5 80-82 28,8 29,1 29,4 29,7 30,1 30,4 30,7 31,1 31,4 83-85 29,6 30,0 30,3 30,6 30,9 31,3 31,6 31,9 32,3 86-88 30,5 30,8 31,1 31,5 31,8 32,1 32,5 32,8 33,1 89-91 31,3 31,6 32,0 32,3 32,6 33,0 33,3 33,6 34,0 92-94 32,1 32,5 32,8 33,1 33,5 33,8 34,1 34,5 34,8 95-97 32,9 33,3 33,6 33,9 34,3 34,6 34,9 35,3 35,6

98-100 33,7 34,1 34,4 34,7 35,1 35,4 35,7 36,1 36,4 101-103 34,5 34,8 35,2 35,5 35,8 36,2 36,5 36,8 37,2 104-106 35,2 35,6 35,9 36,2 36,6 36,9 37,3 37,6 37,9 107-109 36,0 36,3 36,6 37,0 37,3 37,7 38,0 38,3 38,7 110-112 36,7 37,0 37,4 37,7 38,0 38,4 38,7 39,1 39,4 113-115 37,4 37,7 38,1 38,4 38,7 39,1 39,4 39,8 40,1 116-118 38,0 38,4 38,7 39,1 39,4 39,8 40,1 40,4 40,8 119-121 38,7 39,0 39,4 39,7 40,1 40,4 40,8 41,1 41,5 122-124 39,3 39,7 40,0 40,4 40,7 41,1 41,4 41,8 42,1 125-127 40,0 40,3 40,7 41,0 41,3 41,7 42,0 42,4 42,7 128-130 40,6 40,9 41,3 41,6 41,9 42,3 42,6 43,0 43,3 131-133 41,2 41,5 41,8 42,2 42,5 42,9 43,2 43,6 43,9 134-136 41,7 42,1 42,4 42,8 43,1 43,4 43,8 44,1 44,5 137-139 42,3 42,6 43,0 43,3 43,6 44,0 44,3 44,7 45,0 140-142 42,8 43,1 43,5 43,8 44,2 44,5 44,9 45,2 45,6

Page 66: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

66

7.1.4.6 Equações de LOHMAN (1981-1986)

LOHMAN desenvolveu com base em estudos com homens

universitários e colegiais uma equação de dobras cutâneas para determinar a

densidade corporal que depois foi modificada por THORLAND et ali (1991)

para determinar o peso mínimo para lutadores universitários.

Dc = 1,0973-0,000815 Σ(TR+SE+AB)+0,00000084 Σ(TR+SE+AB)²

Para converter Dc em %GC, use as seguintes equações:

Tabela 10 Equações de convenção de Dc para percentual de gordura de acordo com a idade

Idade Equação 13 a 16 anos %GC=[(5,07/Dc)-4,64]x100 17 a 19 anos %GC=[(4,99/Dc)-4,55]x100 20 anos ou mais %GC=[(4,95/Dc)-4,55]x100

LOHMAN (1986), analisando trabalhos de autores como FORBES

(1970), HASCHKE et al (1981), FOMON et al (1982) MURHERJEE & ROCHE

(1984), apresentou equações para estimar a gordura corporal em crianças e

jovens de 7 a 16 anos, apoiando-se nos pressupostos de BOILEAU et al (1985)

sobre a imaturidade química de crianças.

A equação de LOHMAN (1986) para crianças e jovens de 6 a 16

anos de idade:

%GC = 1,35(TR + SB) – 0,012(TR+SB)² - C

Onde: TR e SB, são as dobras triciptal e subescapular C = Constante de ajuste por sexo, de acordo com a tabela abaixo

Page 67: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

67

Tabela 11 Constate de ajuste por idade de acordo com o sexo

Sexo/idade 7 10 13 16 Masculino 3,4 4,4 5,4 6,4 Feminino 1,4 2,4 3,4 4,0

PIRES NETO & PETROSKI (1996), apud FERNANDES (op.cit,

p.63), percebendo que entre 7 e 10 anos, entre 10 e 13 anos e entre 13 e 16

anos, existiam diferenças estruturais entre o corpo da criança e o do

adolescente, propuseram valores intermediários às idades e raça, para serem

utilizados na equação de LOHMAN (1986).

Tabela 12 Tabela de constantes por idade, sexo e raça

Sexo Raça 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Branca 3,1 3,4 3,7 4,1 4,4 4,7 5,0 5,4 5,7 6,1 6,4 6,7 Masculino Negra 3,7 4,0 4,3 4,7 5,0 5,3 5,6 6,0 6,3 6,7 7,0 7,3 Branca 1,2 1,4 1,7 2,0 2,4 2,7 3,0 3,4 3,6 3,8 4,0 4,4 Feminino Negra 1,4 1,7 2,0 2,3 2,6 3,0 3,3 3,6 3,9 4,1 4,4 4,7

7.1.4.7 Equações de KATCH & McARDLE (1983)

Para estimativa de Densidade Corporal em universitários de ambos

os sexos, sendo que foram estudados 53 homens e 69 mulheres, são

propostas 7 equações, 3 para homens e 4 para mulheres, utilizando-se valores

só de dobras cutâneas, de dobras cutâneas e perímetros, dobras cutâneas e

diâmetros ósseo e só de perímetros.

Homens Dc=1,10986 - 0,00083(TR) - 0,00087(SE) - 0,00098(C-AB) +0,0021(ANT.B) Dc=1,09665-0,00103(TR) - 0,00056(C-AB) – 0,00054(AB) Dc=1,112691-0,00357(C-B)-0,00127(C-AB)+0,00524(ANT.B)

Page 68: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

68

Mulheres

Dc=1,09246-0,00049(SE)-0,00075(SE)0,00075(SI)+0,0071(U)-0,00121(C-CX) Dc=1,08347+0,0006(TR)-0,00151(SE)-0,00097(CX) Dc=1,114465-0,0015(C-B)-0,00105(C-AB)+0,00448(ANT.B)-0,00168(C-CX) DC= 1,14389-0,00114(SE)-0,00149(C-CX) Onde: TR= Dobra Triciptal SE= Dobra Subescapular SI= Dobra Supraíliaca CX= Dobra da Coxa AB= Dobra Abdominal ANT.B= Circunferência do Antebraço C-B= Circunferência do Braço Estendido C-AB= Circunferência Abdominal C-CX= Circunferência da Coxa C-P= Circunferência da Perna C-Q= Circunferência do Quadril U= Diâmetro Biepicondiliano do Úmero

THORLAND et al (1991) notaram que a DC de lutadores colegiais

era estimada com validade quando se utilizavam as equações antropométricas

desenvolvidas por KATCH & McARDLE, entretanto, o pesquisador notou

também que a equação não estimava adequadamente a DC de atletas

adolescentes masculinos e femininos.

7.1.4.8 Equações de MUKHERJEE & ROCHE (1984)

Estas equações, baseadas em estudos com crianças de 6 a 18

anos, utilizam mensurações no lado esquerdo do corpo e a equação de Siri

(1961) para cálculo do % G, baseadas na pesagem hidrostática como método

indireto de validação.

Page 69: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

69

Tabela 13 Equações de MUKHERJEE & ROCHE

Masculino %G=12,66- 0,85 (idade) + 1,10 (TR) +0,53 (PM)

Feminino %G=17,19 - 0,74 (idade) + 1,02 (TR) +0,32 (AM)

Onde: TR= dobras triciptal PM = dobra da panturrilha medial AM = dobra Axilar Medial

7.1.4.9 Equações de THORLAND (1984)

Estas equações foram desenvolvidas com o objetivo de estimar a

densidade corporal em atletas jovens de ambos os sexos, utilizando-se 3 ou 7

dobras cutâneas, a partir de estudo realizado com 144 homens e 133

mulheres.

Tabela 14 Equações de THORLAND

Sexo Equações

Dc=1,1091-0,0052(X1)+0,00000032(X1)² Masculino

Dc=1,1136-0,00154(X2)+0,00000516(X2)²

Dc=1,1046-0,00059(X1)+0,00000060(X1)² Feminino

Dc= 1,0987-0,00122(X3)+0,00000263(X3)²

Onde: X1= Σ(TR+SE+AM+SI+AB+CX+PM) X2= Σ(TR+SE+AM) X3= Σ(TR+SE+SI) Obs: usa-se as seguintes fórmulas pra converter DC para %GC: Meninos (7 a 12 anos) %GC=[(5,30/Dc)-4,89]x100, (13 a 16 anos) %GC=[(5,07/Dc)-4,64]x100, (17 a 19 anos) %GC = [(4,99/Dc)-4,55]x100, Meninas (7 a 12 anos) %GC=[(5,35/Dc)-4,95]x100, (13 a 16 anos) %GC=[(5,10/Dc)-4,66]x100, (17 a 19 anos) %GC = [(5,05/Dc)-4,62]x100

STOUT, HOUSH, JOHNSON, HOUSH, EVANS & ECKERSON

(1995) realizaram estudo para testar a validade de 16 equações de predição de

densidade corporal por meio de medidas de dobras cutâneas, utilizando a

pesagem hidrostática como padrão de referência em uma amostra de 48

jovens atletas de luta greco-romana. Os autores encontraram um erro total

Page 70: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

70

elevado para todas as equações, indicando a necessidade de se derivar

equações específicas para jovens com estas características.

HOUSH, JOHNSON, HOUSH, ECKERSON & STOUT (1996)

examinaram a validade de 11 equações de dobras cutâneas para a predição de

densidade corporal e porcentagem de gordura, utilizando a pesagem

hidrostática, em um grupo de 73 ginastas jovens do sexo feminino. Os

resultados do estudo indicaram que das 11 equações testadas apenas a

equação de THORLAND, JOHNSON, THARP HOUSH & CISAR (1984), de

soma de três dobras cutâneas, atendeu a todos os critérios de validação,

sendo que das demais equações, 6 foram consideradas aceitáveis e as outras

4 inadequadas para o grupo estudado.

7.1.4.10 Equações de BOILEAU (1985)

É um estudo realizando em indivíduos de 8 a 28 anos, que forneceu

as seguintes equações. Acreditamos que com base nesse estudo

SLAUGHTER et al (1988) tenha desenvolvido suas equações, que levaram em

conta níveis de maturidade sexual e raça.

Tabela 15 Equações de BOILEAU

Masculino %G=1,35 (TR+SE) -0,012 (TR+SE)² - 4,4

Feminino %G=1,35 (TR+SE) - 0,012 (TR+SE)² - 2,4

Onde: TR= dobra triciptal SE= dobra subescapular

Page 71: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

71

7.1.4.11 Equações de GUEDES (1985)

Um grande avanço no estudo da composição corporal, no Brasil,

ocorreu a partir da década de 80, com o estudo de GUEDES (1985), onde o

mesmo divulgou as primeiras equações específicas para a estimativa da

densidade corporal a partir de espessura de dobras cutâneas, de um grupo de

estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (RS), sendo 110 homens e

96 mulheres entre 18 e 30 anos de idade.

Assim, a quantidade de gordura corporal pode ser estimada a partir

de universitários, utilizando as equações de conversão de densidade corporal e

percentual de gordura, citadas na tabela 1.6 de HEYWARD & STOLARCZYK

(2000, p.14).

HOMENS

Dc= 1,1714-0,0671Log10(TR+SI+AB) %GC = (4,95/Dc)-4,5

MULHERES

Dc=1,1665-0,0706Log10(CX+SI+SE) %GC = (5,01/Dc)-4,57

Acredita-se que os próximos na área deverão validar as equações

de GUEDES (1985) para outros grupos populacionais. Até o presente momento

não encontramos relatos ou artigos científicos que abordassem sobre a

validade e fidedignidade da equação de GUEDES, no entanto, acreditamos que

as equações propostas por GUEDES sejam validas para a população brasileira

Page 72: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

72

e podem ser utilizadas para pessoas de ambos os sexos, cuja idade estejam

entre 18 e 30 anos.

Considerando-se que nem sempre temos uma calculadora científica

para cálculos logarítmicos, GUEDES formulou duas tabelas para conversão

imediata dos valores da somatória das três dobras cutâneas em valores

percentuais (%) de gordura corporal.

7.1.4.12 Equações de SLAUGHTER (1988)

Baseados em estudos de 310 indivíduos de 7 a 18 anos, estas estão

entre as mais indicadas para a predição de gordura corporal em crianças e

adolescentes, de 7 a 18 anos, principalmente pela preocupação de levar em

consideração o nível maturacional e o aspecto racial.

Estas equações usam a somatória (∑) de duas dobras cutâneas

(DOC do tríceps + subescapular ou tríceps + panturrilha) para predizer a %GC.

O erro de predição para essas equações variou entre 3,6 e 3,9 %GC. Essas

equações podem ser usadas para avaliar as composições corporais de

meninos e meninas, negros e brancos, de oito a dezessete anos de idade.

Equações separadas foram desenvolvidas para crianças cuja ∑ DOC seja

menor ou maior que 35mm.

As equações para a determinação dos percentuais de gordura são

as seguintes:

Page 73: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

73

• Se o somatório das duas dobras for menor ou igual a 35

milímetros:

Tabela 16 Equações de Slaughter

Meninos Nível Maturacional Raça Percentual de Gordura

Pré-púbere Branca Negra

%GC = 1,21 (TR+SE)-0,008(TR+SE)²-1,7 %GC = 1,21 (TR+SE)-0,008(TR+SE)²-3,5

Púbere Branca Negra

%GC = 1,21 (TR+SE)-0,008(TR+SE)²-3,4 %GC = 1,21 (TR+SE)-0,008(TR+SE)²-5,2

Pós-púbere Branca Negra

%GC = 1,21 (TR+SE)-0,008(TR+SE)²-5,5 %GC = 1,21 (TR+SE)-0,008(TR+SE)²-6,8

Moças brancas e negras, independentes da raça e do nível

maturacional têm:

%GC = 1,33(TR+SE)-0,0130(TR+SE)²-2,5

• Se o somatório das duas dobras for maior que 35mm, as

fórmulas passam a ser as seguintes:

Rapazes brancos e negros com somatório das dobras maior que

35mm

%GC = 0,783(TR+SE)+1,6

Moças brancas e negras com somatório das dobras maior que

35mm

%GC = 0,546(TR+SE)+9,7

Page 74: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

74

7.1.4.13 Equações de PETROSKI (1995)

Durante os estudos na UFSM, utilizando uma amostra com 213

homens e 304 mulheres de 18 a 66 anos de idade, da região central do Rio

Grande do Sul e litorânea de Santa Catarina, PETROSKI desenvolveu

equações generalizadas para a estimativa da densidade corporal para homens

e mulheres, sendo, equações de seis, quatro, três e duas dobras para homens

e sete, cinco, quatro e três dobras para mulheres. Veja tabela abaixo

Tabela 17 Equações de PETROSKI

Equações Generalizadas para a Estimativa da Densidade Corporal de Homens e Mulheres

Homens (idade 18-66 anos) Dc = 1,09995680-0,00055475.(X6)+0,00000107(x6)²-0,00023367(ID)

Dc = 1,10726863-0,00081201(X4) + 0,00000212(X4)²-0,00041761(ID)

Dc= 1,10404686-0,00111938(X3)+0,00000391(X3)²-0,00027884(ID)

Dc= 1,10098229-0,00145899(X2)+0,00000701(X2)²-0,00032770 (ID) Mulheres (Idade 18-51 anos)

Dc = 1,03992377-0,00036083(Y7)+0,00000058(Y7)²-0,00027099(ID)-0,00046621(MC)+0,00047136 (H)

Dc = 1,03091919-0,00048584(Y5)+0,00000131(Y5)²-0,00026016(ID)-0,00056484(MC)+0,00053716(H)

Dc = 1,03465850-0,00063129(Y4)+0,00000187(Y4)²-0,00031165(ID)-0,00048890(MC)+0,00051345(H)

Dc = 1,04127059-0,00087756(Y3)+0,00000380(Y3)²-0,00025821(ID)-0,00059076(MC)+0,00051050(H)

Onde: Dc = densidade corporal em g/ml X6 = Σ 6 Doc(SE+TR+BI+PT+AM+SI) X4 = Σ 4 Doc( SE+TR+SI+PM) X3 = Σ 3 Doc (SE+TR+PT) X2 = Σ 2 Doc (TR+AM) ID = idade em anos Y7 = Σ 7 Doc (SE+TR+AM+SI+AB+CX+PM) Y5 = Σ 5 Doc (SE+TR+SI+AB+PM) Y4 = Σ 4 Doc (AM+SI+CX+PM) Y3 = Σ 3 Doc (SE+SI+CX) MC = Massa Corporal (kg) H = Estatura Corporal (cm) Obs: para a mensuração das medidas de dobras cutâneas foi seguida a padronização de HARRISON et al (1991). Optou-se pelas modificações da AM para oblíquas e AB vertical, por serem os procedimentos mais utilizados no Brasil.

Page 75: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

75

De acordo com PETROSKI (1996, 92) a vantagem das equações

generalizadas sobre as específicas é que elas minimizam os erros de predição

que ocorrem nos extremos da distribuição da densidade. Com isso, uma

equação pode ser aplicada a muitas populações sem perder a acuracidade.

As equações para o sexo masculino apresentam as seguintes

correlações múltiplas: R = 0,881, 0,875, 0,873 e 0,885 e erros padrões de

estimativa EPE= 0,0074, 0,0075, 0,0075 e 0,0072 g/ml, respectivamente com a

ordem apresentada.

Enquanto que as equações generalizadas para o sexo feminino, as

correlações múltiplas (R) e erros padrões de estimativa (EPE) foram: R =

0,863, 0,854, 0,864 e 0,862; e EPE = 0,0064, 0,0066, 0,0064 e 0,0065 g/ml,

respectivamente com a ordem apresentada.

As equações masculinas foram validadas em uma amostra de 87

homens com idade entre 18 e 56 anos. Já as femininas foram validadas em

uma amostra de 68 mulheres com idade entre 18 e 51 anos. Os resultados

encontrados na validação confirmam que essas equações podem ser utilizadas

para predizer a densidade corporal em amostra heterogênea de idade, aptidão

física e composição corporal. COSTA (1999, sp.) apresenta mais uma equação

de 4 DOC de PETROSKI, para mulheres:

Dc = 1,1954713-0,07513507Log10(X3)-0,00041072 (X2) Onde: X3 = Axilar Medial + Supaíliaca+ Coxa + Panturrilha Medial X2 = Idade em anos.

Page 76: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

76

Para conversão de Dc em %GC podemos utilizar as equações

propostas por HEYWARD & STOLARCZYK (2000, 14) para bancos de 20 a 80

anos.

Tabela 18 Fórmulas para conversão de Dc em %GC Sexo %GC

Masculino %GC = ((4,95/Dc)-4,5)x100

Feminino %GC = ((5,01/Dc)-4,57)x100

Page 77: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

77

Tabela 19 Estimativa do Percentual de Gordura para Homens de acordo com PETROSKI, a partir do Somatório das Dobras Subescapular, Triceps, Suprailíaca, Panturrilha Medial*

Idade Σ (SE+TR+SI+PM) <22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >58

32-34 10,7 11,6 12,5 13,4 14,3 15,2 16,1 17,1 18,0 35-37 11,6 12,5 13,4 14,3 15,2 16,1 17,0 17,9 18,9 38-40 12,4 13,3 14,2 15,1 16,0 17,0 17,9 18,8 19,7 41-43 13,2 14,2 15,1 16,0 16,9 17,8 18,7 19,7 20,6 44-46 14,1 15,0 15,9 16,8 17,7 18,6 19,6 20,5 21,4 47-49 14,9 15,8 16,7 17,6 18,5 19,5 20,4 21,3 22,3 50-52 15,7 16,6 17,5 18,4 19,3 20,3 21,2 22,1 23,1 53-55 16,4 17,4 18,3 19,2 20,1 21,1 22,0 22,9 23,9 56-58 17,2 18,1 19,0 20,0 20,9 21,8 22,8 23,7 24,7 59-61 17,9 18,9 19,8 20,7 21,7 22,6 23,5 24,5 25,4 62-64 18,7 19,6 20,5 21,5 22,4 23,4 24,3 25,2 26,2 65-67 19,4 20,3 21,3 22,2 23,1 24,1 25,0 26,0 26,9 68-70 20,1 21,0 22,0 22,9 23,9 24,8 25,8 26,7 27,7 71-73 20,8 21,7 22,7 23,6 24,6 25,5 26,5 27,4 28,4 74-76 21,5 22,4 23,3 24,3 25,2 26,2 27,1 28,1 29,1 77-79 22,1 23,1 24,0 25,0 25,9 26,9 27,8 28,8 29,8 80-82 22,8 23,7 24,6 25,6 26,6 27,5 28,5 29,4 30,4 83-85 23,4 24,3 25,3 26,2 27,2 28,2 29,1 30,1 31,1 86-88 24,0 24,9 25,9 26,9 27,8 28,8 29,7 30,7 31,7 89-91 24,6 25,5 26,5 27,5 28,4 29,4 30,4 31,3 32,3 92-94 25,2 26,1 27,1 28,0 29,0 30,0 31,0 31,9 32,9 95-97 25,7 26,7 27,6 28,6 29,6 30,6 31,5 32,5 33,5

98-100 26,3 27,2 28,2 29,2 30,1 31,1 32,1 33,1 34,1 101-103 26,8 27,8 28,7 29,7 30,7 31,7 32,6 33,6 34,6 104-106 27,3 28,3 29,3 30,2 31,2 32,2 33,2 34,1 35,1 107-109 27,8 28,8 29,8 30,7 31,7 32,7 33,7 34,7 35,7 110-112 28,3 29,3 30,2 31,2 32,2 33,2 34,2 35,2 36,2 113-115 28,8 29,7 30,7 31,7 32,7 33,7 34,6 35,6 36,6 116-118 29,2 30,2 31,2 32,1 33,1 34,1 35,1 36,1 37,1 119-121 29,6 30,6 31,6 32,6 33,6 34,6 35,5 36,5 37,5 122-124 30,1 31,0 32,0 33,0 34,0 35,0 36,0 37,0 38,0 125-127 30,5 31,4 32,4 33,4 34,4 35,4 36,4 37,4 38,4 128-130 30,8 31,8 32,8 33,8 34,8 35,8 36,8 37,8 38,8

Page 78: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

78

Tabela 20 Estimativa do Percentual de Gordura para Mulheres a Partir da Idade e do Somatório das Dobras Cutâneas: axilar medial, Suprailíaca, Coxa e Panturrilha Medial

Idade Σ(AM+SI+CX+PM) <22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >58 23-25 5,4 6,2 7,1 8,0 8,9 9,8 10,7 11,6 12,5 26-28 7,0 7,9 8,8 9,7 10,6 11,5 12,4 13,3 14,2 29-31 8,5 9,4 10,3 11,2 12,1 13,0 13,9 14,8 15,7 32-34 9,8 10,7 11,6 12,5 13,4 14,4 15,3 16,2 17,1 35-37 11,1 12,0 12,9 13,8 14,7 15,6 16,5 17,5 18,4 38-40 12,2 13,1 14,0 15,0 15,9 16,8 17,7 18,6 19,6 41-43 13,3 14,2 15,1 16,0 16,9 17,9 18,8 19,7 20,7 44-46 14,3 15,2 16,1 17,0 18,0 18,9 19,8 20,7 21,7 47-49 15,2 16,1 17,1 18,0 18,9 19,8 20,8 21,7 22,7 50-52 16,1 17,0 17,9 18,9 19,8 20,7 21,7 22,6 23,6 53-55 16,9 17,9 18,8 19,7 20,7 21,6 22,5 23,5 24,4 56-58 17,7 18,7 19,6 20,5 21,5 22,4 23,3 24,3 25,2 59-61 18,5 19,4 20,3 21,3 22,2 23,2 24,1 25,1 26,0 62-64 19,2 20,1 21,1 22,0 23,0 23,9 24,9 25,8 26,8 65-67 19,9 20,8 21,8 22,7 23,7 24,6 25,6 26,5 27,5 68-70 20,6 21,5 22,4 23,4 24,3 25,3 26,2 27,2 28,2 71-73 21,2 22,1 23,1 24,0 25,0 25,9 26,9 27,8 28,8 74-76 21,8 22,7 23,7 24,6 25,6 26,5 27,5 28,5 29,4 77-79 22,4 23,3 24,3 25,2 26,2 27,1 28,1 29,1 30,0 80-82 22,9 23,9 24,8 25,8 26,8 27,7 28,7 29,6 30,6 83-85 23,5 24,4 25,4 26,4 27,3 28,3 29,2 30,2 31,2 86-88 24,0 25,0 25,9 26,9 27,8 28,8 29,8 30,8 31,7 89-91 24,5 25,5 26,4 27,4 28,4 29,3 30,3 31,3 32,3 92-94 25,0 26,0 26,9 27,9 28,9 29,8 30,8 31,8 32,8 95-97 25,5 26,5 27,4 28,4 29,4 30,3 31,3 32,3 33,3 98-100 26,0 26,9 27,9 28,9 29,8 30,8 31,8 32,8 33,8

101-103 26,4 27,4 28,4 29,3 30,3 31,3 32,2 33,2 34,2 104-106 26,9 27,8 28,8 29,8 30,7 31,7 32,7 33,7 34,7 107-109 27,3 28,3 29,2 30,2 31,2 32,2 33,1 34,1 35,1 110-112 27,7 28,7 29,7 30,6 31,6 32,6 33,6 34,6 35,6 113-115 28,1 29,1 30,1 31,0 32,0 33,0 34,0 35,0 36,0 116-118 28,5 29,5 30,5 31,4 32,4 33,4 34,4 35,4 36,4 119-121 28,9 29,9 30,9 31,8 32,8 33,8 34,8 35,8 36,8 122-124 29,3 30,3 31,2 32,2 33,2 34,2 35,2 36,2 37,2 125-127 29,7 30,6 31,6 32,6 33,6 34,6 35,6 36,6 37,6 128-130 30,0 31,0 32,0 33,0 34,0 34,9 35,9 36,9 37,9 131-133 30,4 31,4 32,3 33,3 34,3 35,3 36,3 37,3 38,3 134-136 30,7 31,7 32,7 33,7 34,7 35,7 36,7 37,7 38,7 137-139 31,1 32,1 33,0 34,0 35,0 36,0 37,0 38,0 39,0

Page 79: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

79

7.2 Técnicas que utilizam as medidas de circunferências

De acordo com SEIP & WELTMAN, 1991 apud HEYWARD &

STOLARCZYK (2000, 75) as equações antropométricas usando apenas

circunferências como fatores de predição estimam a gordura corporal de

indivíduos obesos com maior exatidão que equações de predição de dobras

cutâneas. E comparando as medidas de circunferências e diâmetros ósseos

são fáceis de serem obtidas, não exigindo treinamento rigoroso dos avaliados,

diminuindo assim a possibilidade de erros. Além disso, apresentam custos

reduzidos, necessitando apenas de fitas métricas para sua realização.

7.2.1 Pressupostos

De acordo HEYWARD & STOLARCZYK (op.cit) o pressuposto

básico da utilização das medidas de circunferência para estimativa da

composição corporal reside no fato que as medidas de circunferência são

afetadas pela massa gorda, massa muscular e tamanho ósseo; portanto, essa

medidas estão relacionadas à massa gorda e massa corporal magra.

JACKSON & POLLOCK (1978) afirmaram que as medidas de

circunferência e diâmetro ósseo são indicadores de massa corporal magra

(massa de músculos e tamanho ósseo); entretanto, algumas circunferências

também são altamente associadas ao componente de gordura. Isso confirma o

fato de que as medidas de circunferência refletem tanto o componente gordura,

quanto massa livre de gordura da composição corporal.

Page 80: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

80

7.2.2 Equações de predição de circunferências

Apesar de alguns modelos antropométricos de predição incluir

combinações de dobras cutâneas, circunferência e diâmetros ósseos para

estimar a composição corporal, apenas aquelas equações utilizando

circunferências como fatores de predição serão abordados nessa sessão,

devido as seguintes razões:

- A validade de predição de equações de predição de

circunferência não é muito melhorada com a adição de medidas

de dobras cutâneas, em alguns casos como na equação de

McARDLE, são invalidas.

- Equações antropométricas usando apenas circunferências como

fator de predição estimam a gordura corporal de indivíduos

obesos com mais exatidão que equações de predição de dobras

cutâneas (SEIP & WELTAMN, 1991)

- Comparando com as dobras cutâneas, as circunferências podem

ser medidas com menor possibilidade de erro.

- Alguns avaliadores podem não ter acesso a adipômetros.

Dentre as equações que podem ser utilizadas para determinação do

percentual de gordura que utilizam as medidas de circunferência vamos citar as

equações de KATCH & McARDLE (1983), WELTMAN et al (1987-1988) e

DOTSON & DAVIS (1991).

Page 81: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

81

7.2.2.1 Equações de KATCH & McARDLE (1983)

KATCH & McARDLE, através de estudo realizado em dois grupos

compostos por indivíduos de ambos os sexos um com idade variando de

dezessete a vinte e seis anos e outro de vinte e sete a cinqüenta anos estes

autores apresentaram uma proposta que pode ser utilizada na predição do

percentual de gordura. A gordura corporal é calculada a partir das equações

abaixo de acordo com as características dos avaliados:

MULHERES de 17 a 26 anos

Destreinadas %GC=[(0,509+26,73.C-AB)/50,8]+[(0,1594+41,61.C-CX)/50,8]-[(60,35.Ant B-0,1524)/35,554] -

19,6

Treinadas %GC=[(0,509+26,73.C-AB)/50,8]+[(0,1594+41,61.C-CX)/50,8]-[(60,35.Ant B-0,1524)/35,554] -

22,6

MULHERES de 27 a 50 anos

Destreinadas %GC=[(0,127+23,75.C-AB)/50,805]+[(24,73.C-CX-0,0508)/50,8]-[21,69.C-P/38,1]-18,4

Treinadas %GC=[(0,127+23,75.C-AB)/50,805]+[(24,73.C-CX-0,0508)/50,8]-[21,69.C-P/38,1]-18,4

HOMENS de 17 a 26 anos

Destreinado %GC=[(0,2032+55,51.C-B)/38,1]+[(27,55.C-AB+0,5334)/53,34]-[( 0,1778+81,44.Ant B)/38,1]-

10,2

Treinado %GC=[(0,2032+55,51.C-Br)/38,1]+[(27,55.C-AB+0,5334)/53,34]-[( 0,1778+81,44.Ant B)/38,1]-

14,2

Page 82: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

82

HOMENS de 27 a 50 anos

Destreinado %GC=[(22,005.C-Q)/53,34]+[(0,381+17,46.C-AB)/49,53]-[(33,77.Ant B.-0,17490)/28,57]-15 Treinado %GC=[(22,005.Q)/53,34]+[(0,381+17,46.AB)/49,53]-[(33,77.Ant B.-0,17490)/28,57]-19

7.2.2.2 Equações WELTMAN et al (1987-1988)

Esses autores desenvolveram em 1987 uma equação para homens

obesos de (30 a 45% de gordura corporal), com idade entre vinte e quatro a

sessenta e oito anos, utilizando circunferências abdominais e peso corporal

como preditores.

Posteriormente (1988) em estudo similar envolvendo mulheres de

vinte a sessenta anos, desenvolveram outra equação antropométrica para

estimar a gordura corporal em obesas. Ainda em 1988 foram desenvolvidas

equações antropométricas generalizadas para estimar a Dc, a partir de

medidas de circunferências em mulheres (15 a 79 anos) e homens (21 a 78

anos).

A avaliação cruzada dessas equações indicou que a validade de

predição da equação para mulheres era boa (erro padrão de estimativa ou EPE

= 0,0082 g/cm³), mas o EPE para a equação dos homens (0,0107g/cm³) era

insatisfatória. Dessa forma, não recomendamos essa equação para estimar a

DC de homens idosos.

Page 83: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

83

Estas equações envolvem combinações de circunferência

abdominais, peso corporal e estatura. As equações utilizam dois sítios de

medidas. O primeiro consiste na circunferência abdominal entre o processo

xifóide e o umbigo e o segundo, na circunferência abdominal ao nível do

umbigo.

Equação para Homens de 24 a 68 anos

%GC = 0,31457 (C-AB)-0,10969 (PC)+10,8336

Equação para Mulheres de 20 a 60 anos

%GC = 0,11077 (C-AB) – 0,17666 (AL)+0,14354 (PC)+51,03301

Equação para Mulheres de 15 a 79 anos

Dc = 1,168297-[0,002824.C-AB] + [0,0000122098.(C-AB)²] -[0,000733128.CQ] +[0,000510477.AL] - [0,000216161. I)

Para obter a estimativa de %GC de mulheres idosas, use a fórmula

de conversão a seguir:

%GC = [(5,01/Dc)-4,57]x100 Onde: C-AB = Média aritmética da circunferência da cintura e do abdome (C-AB = Cintura+ Abdome/2) CQ = Circunferência do Quadril I = Idade; AL = Altura e PC = Peso corporal

Page 84: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

84

7.2.2.3 EQUAÇÕES DE DOTSON E DAVIS (1991)

Através da analise da composição corporal, em uma amostra de 440

homens e 200 mulheres, DOTSON e DAVIS criaram, em 1991, um método a

fim do determinar o percentual de gordura corporal. Este método, segundo os

autores, trouxe resultados fidedignos nos EUA, em benefício da prescrição de

programas em academias para indivíduos teoricamente saudáveis. A equação

em que se baseia pode não ser quando aplicada em indivíduos muito magros

ou obesos.

Em 1998, um estudo comparou o percentual de gordura corporal

predito a partir das circunferências com o predito através das dobras cutâneas.

Os resultados obtidos por TORRES acatam o método de circunferências. O

teste de PEARSON indicou umna significância de p< 0.001, no que tange à

análise sobre os dados do grupo masculino, referente a todas as comparações

efetivadas entre os protocolos utilizados, e de pelo menos p< 0.05 para o

feminino. As equações para determinar o percentual de gordura corporal são

as seguintes:

Para Homens:

G% = [85,20969 x Log (AB - Pç) / 2,54] - [69,73016 x Log(estatura(cm) / 2,54)]+ 37,26673

r = 0.90 ES = 3,52%

Para Mulheres:

G%={161,27327 x [Log (AB + GL-Pç)/2,54]}-[100,81032 x Log (estatura{cm}/2,54)]-69,55016

r = 0.85 ES = 3,64%

Onde: Pç = Circunferência do Pescoço (cm); AB= Circunferência do Abdome (cm); GL= Circunferência do Quadril (cm).

Page 85: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

85

8 FRACIONAMENTO DA MASSA CORPORAL TOTAL

Após estabelecer o percentual de gordura, pode facilmente obter os

valores absolutos dos componentes da composição corporal, utilizando-se as

equações de decomposição da composição corporal de dois ou mais

compartimentos.

A primeira tentativa de fracionamento da massa corporal (peso) foi

desenvolvida por MATIEGKA (1921) que desenvolveu uma série de equações

para estimar o peso da pele mais o tecido adiposo subcutâneo, dos músculos

esqueléticos, dos ossos e do tecido residual (órgãos e vísceras), mas que não

teve grande repercussão entre os estudiosos da composição corporal, pois ao

somar os valores obtidos por seu método para cada um dos componentes

encontravam-se, muitas vezes, valores bastante discrepantes em relação ao

peso corporal total do indivíduo. O próprio MATIEGKA em um de seus estudos

reconheceu a necessidade de novos estudos com cadáveres, para validar os

coeficientes que verificou.

Com o propósito de oferecer maior clareza e objetividade á analise e

a interpretação dos diferentes componentes e suas implicações, tornou-se

habitual considerar a composição corporal sob um sistema de dois

componentes.

O modelo clássico de dois componentes divide a massa corporal

total em compartimentos de gordura (MG) e massa livre de gordura (MLG). A

Page 86: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

86

aplicação deste modelo de dois componentes requer os seguintes

pressupostos (BROZEK et al., 1963; SIRI, 1961) apud HEYWARD &

STOLARCZYK (2000, 9):

1. A densidade da gordura é de 0,901 g/cm³;

2. A densidade da MLG é de 1,10 g/cm³

3. As densidades de gordura e dos componentes da MLG (água,

proteínas, minerais) são as mesmas para todos os indivíduos;

4. O indivíduo avaliado difere do corpo referencial apenas na

quantidade de gordura. A MLG do corpo referencial é

estabelecida como 73,8% de água, 19,4% de proteínas e 6,8% de

minerais.

Esse modelo de dois componentes tem servido como fundamento

sobre o qual o método de hidrodensiometria (pesagem subaquática) é

baseado. Usando-se as proporções estabelecidas e suas respectivas

densidades, equações podem ser derivadas para converter a densidade

corporal total do indivíduo (Dc) na pesagem hidrostática em proporções

relativas de gordura corporal (%GC). Duas equações comumente utilizadas são

a equação de SIRI (1961) & a equação de BROZEK (1963):

%GC=[(4,95/Dc)-4,5]x100 (SIRI, 1961) %GC=[(4,57/Dc)-4,142]X100 (BROZEK, 1963)

Page 87: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

87

Essas duas equações levam a estimativas de %GC similares para

densidade corporais variando entre 1,0300 a 1,0900 g/cm³. Por exemplo, se a

densidade corporal medida é de 1,0500 g/cm³, as estimativas de %GC, obtidas

substituindo-se esse valor nas equações de SIRI & BROZEK et al., são,

respectivamente, de 21,4 e 21,0%.

Geralmente, as equações do modelo de dois componentes fornecem

estimativas mais precisas de %GC à medida que os pressupostos básicos do

modelo são alcançados. Entretanto, não há garantia de que a composição de

MLG de um indivíduo dentro de um subgrupo populacional irá apresentar

exatamente os valores estabelecidos para o corpo referencial. Na realidade,

pesquisadores têm relatado que essas equações produzem erros sistemáticos

de predição, quando são aplicados a subgrupos populacionais cujas

densidades de MLG variam do valor estabelecido (1,10 g/cm³) e usado para

derivar essas equações.

Avanços tecnológicos recentes para medir os compartimentos da

MLG, água (diluição isotópica), minerais (absortometria de raio X de dupla

energia) e proteínas (análise de ativação de nêutrons), permitiram aos

pesquisadores quantificar a composição de MLG in vivo, usando modelos

multicomponentes que levaram em conta variações individuais nos

compartimentos de água e minerais da MLG.

Esses estudos demonstraram surpreendente concordância entre a

densidade assumida de MLG (1,10 g/cm³) e a estimativa do modelo

Page 88: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

88

multicomponente (1,102 a 1,103 g/cm³) para homens brancos, de 19 a 55 anos

de idade, indicando que as equações se SIRI & BROZEK et al. Podem ser

usadas para calcular precisamente a %GC em homens brancos.

Outros pesquisadores têm sustentado que a densidade da MLG

varia de acordo com idade, sexo, grupo étnico, nível de gordura e nível de

atividade física, dependendo principalmente da proporção relativa de água e

minerais incluídos na MLG. Por exemplo, as densidades da MLG de mulheres

negras (1,106 g/cm³) e homens negros (1,113 g/cm³) são maiores que 1,10

g/cm³ devido a seus altos conteúdos minerais (~7,3% MLG) e densidade

óssea.

Com essa diferença na densidade da MLG, a gordura corporal de

negros será sistematicamente subestimada, quando as equações do modelo

de dois componentes forem utilizadas para estimar a %GC. Da mesma forma,

a densidade da MLG de crianças é estimada em apenas 1,084 g/cm³ devido à

mais baixa densidade relativa de minerais (5,2% MLG) e a mais alta

quantidade de água (76,6% MLG), quando comparadas ao corpo referencial.

Além disso, a densidade média da MLG de homens e mulheres

idosos é 1,096 g/cm³, devido a um valor menor de minerais corporais (6,2%

MLG) nessa população. Assim, a gordura corporal relativa em crianças e

idosos seria sistematicamente superestimada usando as equações do modelo

de dois componentes.

Page 89: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

89

8.1 Fracionamento da composição corporal em dois

componentes

Considerando-se que, os componentes corporais que sofrem maior

influencia da atividade física e de dietas são as massas musculares e a

gordura, a tendência dos estudos nessa área tem sido de fracionar o peso

corporal em dois compartimentos: massa gorda e massa corporal magra

(GUEDES, 1994, HEYWARD, 1991; LOHMAN, 1992; MALINA, 1882).

O modelo clássico de dois componentes divide a massa corporal em

compartimento de Gordura (MG) e Massa Livre de Gordura (MLG). A gordura

consiste de todos os lipídeos que podem ser extraídos, e a MLG inclui água,

proteínas e componentes minerais (SIRI,1961) apud HEYWARD &

STOLARCZYK (op.cit, p. 8). Logo temos:

MCT = MG + MLG

Onde: MCT = Massa Corporal Total MG = Massa Gorda MLG = Massa Livre de Gordura

8.1.1 Massa gorda (MG)

MG = %GC x MCT / 100

8.1.2 Massa livre de gordura (MLG)

MLG = MCT – MG

Page 90: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

90

8.2 Fracionamento da composição corporal em quatro

componentes DRINKWATER & ROSS (1980) propuseram uma técnica de

fracionamento da Massa Corporal Total (MCT) em quatro compartimentos,

Massa Gorda (MG), Massa Óssea (MO), Massa Muscular (MM) e Massa

Residual (MR), representada pela expressão:

MCT = MG + MO + MM + MR

Onde: MCT = Massa Corporal Total MG = Massa Gorda*

MO = Massa Óssea MR = Massa Residual MM = Massa Muscular

8.2.1 Massa óssea (MO)

Com o grande desenvolvimento da cineantropometria em nosso país

na década de 70, devido o intercambio Brasil x USA, o laboratório de fisiologia

do exercício da Universidade federal do Rio de Janeiro, através de um grupo

de pesquisadores liderados por ROCHA, criaram uma equação a partir da

fórmula de Von Döblen, relativamente simples para determinação da Massa

Óssea (MO):

MO = 3,02 (H².U.F.400)0,712

Onde: H = Estatura (m) U = Diâmetro Biepicondiliano do Úmero (m) F = Diâmetro Biepicondiliano do Fêmur (m)

* Idem ao de dois compartimentos MG = %GC x MCT x 100

Page 91: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

91

8.2.2 Massa residual (MR)

A massa residual é calculada é calculada pela relação proposta por

WÜRCLE (CARNAVAL 1997, p.64 & FARINATTI, 2000, p.298)

PR Homens = MCT. 24,1% PR Mulheres = MCT 20,9%

8.2.3 Massa muscular (MM)

A massa muscular em função do funcionamento corporal proposto

por MATIEGKA.

MM = MCT – (MG+MO+MR) Onde: MM = Massa Muscular MCT = Massa Corporal Total MG = Massa Gorda MO = Massa Óssea MR = Massa Residual

8.3 Massa ideal (MI)

A massa ideal, ou peso ideal como é conhecida é definida como o

peso que possibilita ao indivíduo obter o máximo rendimento em qualquer

atividade e mostrar os desvios da normalidade.

Page 92: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

92

Em outras palavras, seria aquele que está associado ao menor risco

de comprometimento da saúde, especialmente por doenças crônico-

degenerativas, como por exemplo: Diabetes, Hipertensão, Hiperlipemias,

dentre outras. Diversos métodos podem ser utilizados para o cálculo de massa

ideal.

8.3.1 Relações entre peso e estatura

As relações entre peso e estatura são instrumentos prático, simples

que pode ser utilizado para estimar a, massa corporal desejável. Sua utilização

baseia-se em índices como: Estatura/Peso, Estatura e Circunferência do Punho

e Estatura² x IMC Médio.

8.3.1.1 Estatura/Peso

Essa é a mais popular forma de determinar a massa corporal

desejável, é conhecida como equação de BROCA.

MI = H -100

Onde: MCD = massa ideal em (kg) H = estatura em (cm)

A classificação para indivíduos adultos de acordo com o sexo é a

seguinte:

Page 93: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

93

Sexo Biotipo Masculino Feminino

Brevelíneo (H - 100) (H-100) - 5% Normolíneo (H -100) - 5% (H-100) – 10% Longelíneo (H – 100) - 10% (H - 100) – 15%

8.3.1.2 Estatura e circunferência do punho

De acordo com essa relação, podemos calcular a massa ideal

utilizando a equação:

MI = (H – 100 + 4CP)/2 (Fórmula de MONNEROT-DUMAINE) Onde: MI = Massa Ideal H = Estatura em (cm) CP = Circunferência do Punho.

8.3.1.3 Estatura² x IMC Médio

Está equação é baseada no IMC. Para uma pessoa adulta, a massa

ideal(MI) é igual a:

MI = IMC desejável x estatura²

Logo:

MI = H² x 22 (p/ Homens)

MI = H² x 20,8 (p/ Mulheres) Onde: MI = Massa Ideal (kg) H = Estatura (m) IMC médio para homens = 22,0 IMC médio para mulheres = 20,8

Page 94: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

94

8.3.2 Relação entre MLG e %GC desejável

De acordo com HEYWARD & STOLARCZYK (2000, p.4). Os valores

para gordura corporal estimada, como recomendado por LOHMAN (1992), são

em média de 15% para homens e 23% para mulheres. O padrão de obesidade

que coloca o indivíduo em risco de doença é acima de 25% para homens e

32% para mulheres. Os níveis mínimos saudáveis de %GC são estimados em

5% para homens e 8 a 12% para mulheres.

LOHMAN (1992) apud HEYWARD & STOLARCZYK (op.cit, p.160)

sugere valores de gordura entre 12 e 16% GC para a maioria das atletas

femininas, dependendo do esporte. Em níveis menores de 16% GC, algumas

mulheres tornam-se amenorréicas (menos de três menstruações por ano), o

que pode levar a perda de mineral ósseo ao longo de períodos prolongados de

tempo.

Apesar de a atividade física ser positivamente associada ao

conteúdo mineral ósseo, atletas amenorréicas tendem a ter significativamente

menos conteúdo mineral ósseo do que as mulheres atletas e sedentárias

eumenorréicas (dez a treze ciclos menstruais por ano)(DRINKWATER et

al.,1984; SNOW-HARTER, 1993). Assim, o risco de fraturas por estresse e

osteoporose prematura é aumentado em atletas amenorréicas. Entretanto,

mais pesquisas são necessárias para se entender completamente o papel da

gordura corporal e do peso corporal nessas atletas.

Page 95: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

95

Levando em conta essa relação McARDLE (1992, p.404) diz que a

massa ideal pode ser determinada com base em um nível desejado de gordura

corporal utilizando a seguinte equação:

MI = MLG x 100/100-%GCIdeal

Onde: MLG = Massa Livre em Gordura %GCIdeal = Percentual de Gordura Corporal Ideal ou Desejável

McARDLE(op.cit), considerando como valores de percentagem

(%GC) ideal teórica de gordura 15% para homens e 25% para mulheres,

calcula a massa ideal (MI) teórico e também os excessos ou déficit de peso

corporal. Da seguinte forma:

MI p/ Homens=MLG/0,85 MI p/ Mulheres=MLG/0,75

A Massa Corporal em Excesso (ME) ou Déficit (MD) é igual a:

ME = MCT - MI

No entanto, acredito que o mais importante, na analise da

composição corporal é determinar o percentual de gordura corporal ideal, é ter

o conhecimento das faixas onde poderemos classificar o indivíduo, dentro dos

limites de risco superior e inferior e desta forma, encontrar o valor que mais se

adeqüei a ele. Com esse objetivo, apresentaremos uma série de tabelas que

fornecem valores médios de referência do percentual de gordura corporal para

populações específicas.

Page 96: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

96

Na tabela 21 encontramos os valores de percentuais de gordura

desejável (ideais) para pessoas sedentárias levando em conta a faixa etária, de

acordo com ACSM, apud Physical Test versão 3.1 for Windows, 1998.

Tabela 21 Gordura desejável para adultos sedentários. Fonte: ACSM

Faixa Etária (em anos) Masculino Feminino

20- 29 14% 19%

30-39 16% 21%

40-49 17% 22%

50-59 18% 23%

>60 21% 26%

A tabela 22 apresenta os percentuais de gordura para determinadas

modalidades desportivas de acordo com COSSENZA apud CARNAVAL (op.cit,

p. 62):

Tabela 22 Valores Médios de Percentuais de Gordura para Algumas Modalidades Desportivas

Modalidades Homens Mulheres

Corrida velocidade 10% 17%

Corrida meio-fundo 9% -

Corrida fundo 9% 12%

Saltos - 20%

Atletismo

Lançamentos 17% 26%

Basquete 9% 22%

Ciclismo 8% 15%

Remo 11 a 14% 9%

Tênis 12 a 16% 15 a 20%

Saltadores 7% 17%

Arremessadores 16 a 20% 24 a 28%

Velocidade 6 a 10% 8 a 12% Natação

Fundo 8 a 12% 10 a 14%

Page 97: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

97

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Cláudio Gil Soares de. Manual de teste de esforço. 2 ed. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1984. BARBANTI, Valdir J. Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo: Manole, 1990. BARROS, Aidil de Jesus Paes de. Projetos de pesquisas: propostas metodológicas. Petrópolis: Vozes, 1990. BRASIL. Ministério da saúde. Instituto para o Desenvolvimento da Saúde Universidade de São Paulo. Manual de condutas médicas. Brasília, 2002. CARNAVAL, Paulo E; RODRIGUES, Paulo Eduardo. Musculação teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1992. CARNAVAL, Paulo Eduardo. Medidas e avaliações: em ciências do esporte. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. COSTA, Roberto Fernandes da Costa. Avaliação da composição corporal. São Paulo: fga multimídia, 1999. CD-ROM. COSTA, Roberto Fernandes da. “Valores Referenciais de Somatórias de Dobras Cutâneas em Moradores da Cidade de Santos – Sp, De 20 a 69 Anos de Idade”. (Tese de Livre Docência)-Universidade de São Paulo Escola de Educação Física e Esporte, São Paulo, 2001. DANTAS, Estélio H.M. A prática da preparação física. 4 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. DOMINGUES FILHO, Luiz Antônio. Manual do personal trainer brasileiro. 2 ed. São Paulo: Ícone Editora, 2002. FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Crianças e atividade física. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. FARINATTI, Paulo de Tarso V.; MONTEIRO, Walace David. Fisiologia e avaliação funcional. 4 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. FARIA Jr, Alfredo Gomes. Introdução a didática de educação física. 2 ed. Rio de Janeiro: Fórum, 1974. FERNANDES FILHO, José. A prática da avaliação física, testes, medidas e avaliações físicas em escolares, atletas e academias de ginástica. 2 ed, Rio de Janeiro: Shape, 2003.

Page 98: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

98

FOX, Edward, BOWERS, Ricard, FOSS, Merle. Bases fisiológicas de educação física e dos desportos. 4 ed. Rio de Janeiro:Guanabara-Koogan, 1991. FRANCIS, Glenn. O diário de exercícios. Rio de Janeiro: Elo, 1988. GOMES, Antônio Carlos & ARAÚJO FILHO, Ney Pereira de. Cross training: uma abordagem metodológica. Londrinas: APEF, 1992. GOMES & TUBINO. Metodologia científica do treinamento desportivo. São Paulo: IBASA, 1980. GUEDES, Dartagnan Pinto Guedes, GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Controle do peso corporal; composição corporal e atividade física. 2 ed.Rio de Janeiro: Shape, 2003. HEYWARD, Vivian H.; STOLARCZYK, Lisa M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo; Manole, 2000.

KLAFS, Carl E & LION, M Joan. A mulher atleta: guia de condicionamento e treinamento físico. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981.

LEITE, Paulo Fernando. Exercício, envelhecimento e promoção de saúde. Belo Horizonte: HEALTH, 1996. MACHADO NETO, João Olyntho. Nutrição e exercício. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. MARINS, João Carlos B.; GIANNICHI, Ronaldo Sérgio. Avaliação e prescrição de atividade física: Guia prático. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. MATHEWS, D.K. Medidas e avaliações em educação física. 5 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. MATSUDO, Victor K.R. testes em ciências do esporte. São Paulo: fga multimídia, 2000. CD-ROM. McARDLE, Willian D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 3 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1992. MONTEIRO, Walace D. Personal training: Manual para avaliação e prescrição de condicionamento físico. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. RAMOS, Alexandre Trindade. Atividade física: gestantes, terceira idade, crianças e obesos. 2 ed.Rio de Janeiro: Sprint, 1999.

Page 99: 8939655 apostila04-avaliacao-da-composicao-corporal

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações

Leonardo de Arruda Delgado

99

ROCHA, P. Sérgio. Treinamento desportivo. vol1 Brasília: Mec Escola de Educação Física do Exercito, 1978, p. 81-101. SANTOS, Miguel Ângelo Alves dos. Manual de ginástica de academia. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991. WEINECK, Jürgen. Treinamento ideal: Instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9 ed. São Paulo: Manole, 1999.