91650 Viviane

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA VIVIANE SOUZA NETTO PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS NO CONTROLE DE QUALIDADE EM UMA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO TÊXTIL – TINGIMENTO E ACABAMENTO Tubarão Dezembro /2007

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  • UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA VIVIANE SOUZA NETTO

    PROPOSTA DE IMPLANTAO DE MTODOS ESTATSTICOS NO

    CONTROLE DE QUALIDADE EM UMA INDSTRIA DE BENEFICIAMENTO TXTIL TINGIMENTO E ACABAMENTO

    Tubaro Dezembro /2007

  • VIVIANE SOUZA NETTO

    PROPOSTA DE IMPLANTAO DE MTODOS ESTATSTICOS NO

    CONTROLE DE QUALIDADE EM UMA INDSTRIA DE BENEFICIAMENTO TXTIL TINGIMENTO E ACABAMENTO

    Relatrio apresentado ao curso de graduao

    em Engenharia Qumica como requisito parcial

    para aprovao na disciplina Estgio

    Supervisionado curricular.

    Universidade do Sul de Santa Catarina

    Supervisor : Professor MSc. Alessandro de Oliveira Limas

    Tubaro Dezembro /2007

  • Dedico este trabalho aos meus

    familiares, em especial minha me que

    sempre me incentivou nessa etapa da

    minha vida.

    Lavanderia Pedrini Ltda que me

    possibilitou a oportunidade de aplicar os

    conhecimentos adquiridos durante o

    curso.

    Aos colegas de curso e todos aqueles

    que estiveram ao meu lado nessa

    caminhada.

  • AGRADECIMENTOS

    Deus, o mestre maior, que sempre me guiou e deu foras

    para alcanar meus objetivos e ultrapassar as dificuldades.

    minha me, que sempre me incentivou e esteve ao meu lado,

    a ela devo tudo que sou hoje.

    Ao meu noivo Douglas, que amo muito, pelo carinho, ajuda e

    compreenso.

    Ao professor e orientador Alessandro pela sabia orientao na

    execuo desse relatrio.

    A todos os professores do curso pelos cinco anos de convvio e

    ensinamento, me dando a oportunidade de me tornar uma profissional de

    qualidade.

    Universidade do Sul de Santa Catarina e ao Curso de

    Engenharia Qumica que oportunizaram a realizao deste trabalho

    Aos funcionrios da Lavanderia Pedrini, em especial Leila,

    Claudinei e meu orientador Fernando que me deram a oportunidade de

    realizao do estgio, ajudando-me e orientando.

    Enfim, a todas as pessoas que estiveram comigo, e

    contriburam para o desenvolvimento e xito deste trabalho.

  • RESUMO

    No presente trabalho foi proposto uma forma de controle de qualidade, baseado no Controle Estatstico do Processo (CEP), para a Lavanderia Pedrini, empresa de beneficiamento txtil, responsvel pelo tingimento e acabamento de malhas e tecidos, fundada em 1999, na cidade de Brusque, Santa Catarina. Por atuar num mercado altamente competitivo, a empresa viu a necessidade de se preocupar com a qualidade dos produtos, j que vinha recebendo diversas reclamaes de clientes; e no contava com ferramentas estatsticas capazes de mensurar esses problemas. Tomando como base os padres de qualidade da Associao Brasileira de Normas Tcnicas para Indstria Txtil e os padres adotados pela empresa so apresentados ensaios de alterao dimensional, toro gramatura e solidez da cor de malhas. A partir dos resultados obtidos, empregaram-se ferramentas estatsticas, como: distribuio de freqncias, mdia, amplitude, desvio padro e grficos de controle, que tornaram possvel a melhor compreenso dos problemas de qualidade pelo qual a empresa vem passando. Assim foi possvel acompanhar e controlar as variaes naturais do processo, para que possa identificar, com preciso, quando deve atuar ou no no processo.

    Palavras-chave: beneficiamento txtil, malhas, controle estatstico do processo (CEP), tingimento e acabamento txtil.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Estrutura qumica dos principais grupos presentes nas fibras txteis......15

    Figura 2 Corte transversal da fibra de algodo ......................................................17

    Figura 3 - Processo de tingimento do algodo com corante reativo..........................25

    Figura 4 - Exemplo de Corante Direto (Corante Vermelho Congo)...........................26

    Figura 5 - Estrutura molecular do Corante cido Violeta...........................................27

    Figura 6 - Exemplo de Corante Dispersivo Solubilizado............................................28

    Figura 7 Interao inica entre s corante (D) e os grupos amino da fibra da l......30

    Figura 8 Interao de hidrognio do corante e os grupos carboxila da l............ .30

    Figura 9 - Interao covalente entre um corante reativo e grupos hidroxila..............31

    Figura 10 - Diagrama de blocos do Beneficiamento Txti.........................................33

    Figura 11 Alterao dimensional da malha no sentido da largura..........................36

    Figura 12 Alterao dimensional da malha no sentido do comprimento.................36

    Figura 13 - Escala cinza para transferncia de cor....................................................39

    Figura 14 Mtodo utilizado para fazer a marcao na malha.................................51

    Figura 15 Mtodo utilizado para medir a toro da malha......................................53

    Figura 16 Mquina de Lavao para Solidez..........................................................55

    Figura 17 - Mquina cortadora de bolacha de gramatura..........................................56

    Figura 18 - Distribuio de Freqncia para Alterao Dimensional na Largura.......61

    Figura 19 - Distribuio de Freqncia para Alterao Dimensional comprimento...61

    Figura 20 - Distribuio de Freqncia para Gramatura............................................62

    Figura 21 - Distribuio de Freqncia para Toro..................................................62

    Figura 22 - Distribuio de Freqncia para Solidez.................................................63

    Figura 23 Grfico de Controle de Mdias para Gramatura.....................................64

    Figura 24 Grfico de Controle Mdias para Solidez...............................................64

    Figura 25 Vista frontal da empresa.........................................................................70

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Composio qumica do fio de algodo...................................................16

    Tabela 2 - Limites de tolerncia da gua para utilizao nos processos txteis .......20

    Tabela 3 Parmetros ideais para gua de caldeira.................................................21

    Tabela 4 - Resultados obtidos nos ensaios...............................................................60

    Tabela 5 - Resultados de Mdia, Amplitude e Desvio Padro...................................63

    Tabela 6 Dados utilizados para construo dos grficos de controle.....................63

    Tabela 7 Parmetros calculados para construo dos grficos de controle...........64

  • SUMRIO

    AGRADECIMENTOS..................................................................................................4 RESUMO.....................................................................................................................5 LISTA DE FIGURAS...................................................................................................6 LISTA DE TABELAS ..................................................................................................7 1.0 INTRODUO ....................................................................................................11 2.0 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................12 2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................12 2. 2 OBJETIVOS ESPECIFICOS..............................................................................12

    2.3 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO .................................................................13

    2.3.1 Indstria Txtil ..................................................................................................13

    2.3.2 Matrias-Primas ...............................................................................................14

    2.3.2.1 Fibras Txteis................................................................................................14

    2.3.2.1.1 Fibras Naturais ...........................................................................................15

    2.3.2.1.2 Fibras Sintticas.........................................................................................18

    2.3.2.1.3 Fibras Semi-Sintticas................................................................................18

    2.3.2.2 Insumos.........................................................................................................19

    2.3.2.2.1 Produtos Qumicos .....................................................................................22

    2.3.2.2.2 Produtos Auxliares ....................................................................................23

    2.3.2.2.3 Corantes.....................................................................................................25

    2.3.3 Tecnologia de Beneficiamento Txtil ................................................................28

    2.3.3.1 Diagrama de Blocos do Processo de Beneficiamento Txtil .........................33

    2.3.4 Controle de Qualidade no Beneficiamento Txtil .............................................34

    2.3.4.1 Principais Normas da ABNT relacionadas a Indstria Txtil .........................34

    2.3.4.2 Ensaios Realizados.......................................................................................35

    2.3.4.3 Medidas Preventivas .....................................................................................40

    2.3.4.4 Medidas Corretivas........................................................................................40

    2.3.4.5 Ferramentas Estatsticas Aplicadas ao Controle de Qualidade.....................41

    2.3.4.5.1 Distribuio de Freqncia.........................................................................41

    2.3.4.5.2 Grficos de Controle...................................................................................42

  • 2.4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................44

    2.4.1 Processo de Tingimento e Acabamento de Malhas .........................................44

    2.4.2 Resduos Industriais .........................................................................................46

    2.4.3 Diagramas de Blocos do Processo...................................................................47

    2.5 JUSTIFICATIVA: ATIVIDADE DESENVOLVIDA - O PROBLEMA....................48

    2.6 METODOLOGIA (MATERIAIS E MTODOS) ....................................................49

    2.6.1 Ensaios Realizados..........................................................................................49

    2.6.2 Ferramentas Estatsticas Propostas.................................................................55

    2.7 RESULTADOS E DISCUSSES........................................................................59

    2.7.1 Resultados .......................................................................................................59

    2.7.1.1 Mtodo Estatstico.........................................................................................61

    2.7.2 Discusses .......................................................................................................64

    3.0 CONCLUSES ...................................................................................................66 REFERNCIAS.........................................................................................................67 APNDICE A - A EMPRESA ...................................................................................69 ANEXO A - FATORES PARA LIMITE DE CONTROLE...........................................71 ANEXO B - MODELO DE LAUDO EMITIDO PARA OS CLIENTES........................72

  • 11

    1.0 INTRODUO

    O complexo txtil compreende as indstrias Txteis e do Vesturio,

    Calados e Artefatos de Tecidos, em Santa Catarina essas empresas esto

    concentradas, principalmente, no Vale do Itaja. As indstrias txteis correspondem

    a 25 % do valor da transformao industrial catarinense. Na regio do vale do Itaja,

    a colonizao alem foi a grande responsvel pela a estruturao das primeiras

    unidades produtivas deste segmento, que ocupa a terceira posio a nvel nacional,

    empregando milhares de trabalhadores distribudos por diversas empresas, presente

    na regio.

    Atualmente o mercado consumidor tem exigido cada vez mais das

    empresas um grau mximo de racionalizao, competitividade e modernizao, em

    busca da qualidade. A globalizao da economia e o surgimento rpido de novas

    tecnologias impem atualmente s empresas esforos cada vez maiores de

    sobrevivncia, seja pela obteno de prazos e preos competitivos, pela flexibilidade

    produtiva ou ainda pelo aumento na qualidade de seus produtos e servios. Fatores

    esses que fazem com que a preocupao pela busca da qualidade seja cada vez

    maior.

    O presente estgio foi realizado em uma indstria de beneficiamento

    txtil, onde faz-se o tingimento de malhas e o acabamento das mesmas. Assim

    como as demais indstrias, empresas do ramo txtil tm preocupao com a

    qualidade dos produtos que colocam no mercado possuindo assim um setor

    responsvel pelo controle de qualidade. Este trabalho tem como objetivo propor a

    implantao de mtodos estatsticos no controle de qualidade da empresa, visando

    acompanhar e controlar as variaes do processo. Sero apresentados os mtodos

    utilizados nos testes realizados na empresa, tomando como base as Normas da

    ABNT, bem como os resultados obtidos. E ser proposto um mtodo de controle de

    qualidade baseado em Controle Estatstico do Processo, onde sero aplicados os

    mtodos de distribuio de .freqncia, mdia, amplitude, desvio padro e grficos

    de controle.

  • 12

    2.0 DESENVOLVIMENTO

    2.1 OBJETIVO GERAL

    Propor a implantao de mtodos estatsticos no Controle de qualidade

    de uma indstria de beneficiamento txtil.

    2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

    Identificar os parmetros de identidade e finalidade das malhas, avaliando os

    processos de tingimento e acabamento;

    Diagnosticar, a partir do Controle Estatstico de Processo (CEP), a situao

    encontrada na empresa, quanto qualidade dos produtos;

    Identificar os problemas e as causas dos mesmos, referente aos mtodos

    adotados pela empresa;

    Propor medidas preventivas e corretivas, visando diminuir o ndice de

    reprocessos.

  • 13

    2. 3 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO

    2.3.1 Indstria Txtil

    A cadeia txtil e de confeces uma rea bastante ampla, formada por

    vrios segmentos que possuem dinmica prpria, o que lhe confere uma grande

    complexidade organizacional. Os negcios do setor se iniciam com a matria- prima

    (fibras txteis), sendo transformada em fios nas fbricas de fiao, de onde seguem

    para a tecelagem (que fabrica os tecidos planos) ou para a malharia (tecidos de

    malha). Posteriormente, passam pelo beneficiamento (tingimento e acabamento)

    para finalmente atingir a confeco. O produto final de cada uma dessas fases a

    matria-prima da fase seguinte. Quando se menciona cadeia txtil e confeces est

    se falando sobre empresas de fiao (que podem utilizar desde fibras naturais, como

    algodo e seda, e fibras semi-sintticas e sintticas, como acrlico e poliamida),

    tecelagem, malharia, tinturaria e confeces.

    A indstria txtil-vesturio uma das indstrias mais disseminadas

    espacialmente no mundo e constitui uma importante fonte de gerao de renda e

    emprego para muitos pases, especialmente em muitos pases em desenvolvimento.

    comum que os primrdios da industrializao de um pas se confundam com a

    instalao e desenvolvimento da indstria txtil-vesturio. Esta indstria concentra:

    5,7% da produo manufatureira mundial (em dlares); 8,3% do valor dos produtos

    manufaturados comercializados no mundo e mais de 14% do emprego mundial.

    O setor txtil brasileiro obteve em 2005 um faturamento da ordem de US$

    26,5 bilhes. As empresas de grande porte respondem por apenas 16% da

    produo e as pequenas e mdias ficam com 66%. As microempresas respondem

    pelos demais 8%. A cadeia gera 1,6 milho de empregos. A maior parte (71%),

    gerada nas empresas de pequeno porte. A maior parte da produo nacional est

    concentrada nas regies Sul e Sudeste, que juntas renem 86% do total. Apesar

    disso, a participao das empresas da regio Nordeste, de 12% em 2004, tem se

    mostrado crescente. (Valor - Anlise Setorial, 2007)

  • 14

    2.3.2 Matrias-Primas

    2.3.2.1 Fibras Txteis

    O complexo txtil utiliza diversos tipos de fibras, classificadas como

    naturais e qumicas, estas ltimas divididas em semi-sintticas e sintticas.

    As fibras naturais vegetais so fibras basicamente constitudas de

    celulose, a qual se encontra sempre na natureza em combinao com outras

    substncias, sendo a mais comum lignina. Contm, tambm, impurezas tais como

    gomas, resinas, gorduras, ceras e pigmentos. A anlise por raios-X mostra que a

    celulose tem estrutura cristalina, sendo um polisacardeo de longa cadeia e alto peso

    molecular. As fibras celulsicas naturais tm regies amorfas, alm de cadeias

    cristalinas e orientadas paralelamente. As regies amorfas se caracterizam por no

    possurem um ordenamento das molculas, estando estas, portanto de forma

    aleatria. No tingimento de fibras celulsicas os corantes penetram na fibra pelas

    regies amorfas.

    As fibras qumicas, produzidas a partir de materiais de origem vegetal ou

    petroqumico, so classificadas em: semi-sintticas, produzidas a partir da celulose

    encontrada na polpa da madeira ou no lnter do algodo, sendo as principais o raiom

    viscose e o acetato; e sintticas, originrias da petroqumica, sendo as principais o

    polister, a poliamida (nilon), o acrlico, o elastano (lycra) e o polipropileno.

  • 15

    Figura 1 Estrutura qumica dos principais grupos presentes nas fibras txteis Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p. 71)

    2.3.2.1.1 Fibras Naturais

    Os tecidos naturais, considerados clssicos so produzidos a partir de

    fibras naturais, que podem ser obtidas de fontes animais ou vegetais. Pode-se

    caracterizar algumas propriedades das fibras naturais: tratam-se de fibras polares,

    ou seja, tem carga negativa; alta absoro de umidade; moderada resistncia a

    tenso e abraso; amarelecem quando submetidos a altas temperaturas; baixa

    resistncia a cidos fortes (principalmente quente); boa resistncia a lcalis.

  • 16

    Algodo (CO):

    a fibra mais consumida na indstria txtil brasileira. Segundo

    ERHARDT, etal, 1973: Algodo( ingls cotton, francs coton) a fibra que cresce

    nas sementes de diversos tipos do gnero gossypium (algodoeiro).

    Tabela 1 Composio qumica do fio de algodo

    Fonte: TWARDOKUS (2004, p. 31)

    Sobre as propriedades qumicas do algodo, pode-se afirmar que os

    cidos inorgnicos quando diludos a frio no atacam o algodo, porm, se aps a

    impregnao com estes cidos, secarmos o substrato, este ser danificado

    fortemente. O cido sulfrico concentrado e em ao prolongada transforma o

    algodo em compostos solveis como a dextrina. O algodo pode ser fervido em

    solues alcalinas sem ser prejudicado. Tem alta absoro de umidade. Amarelece

    quando submetido a altas temperaturas. A umidade do algodo varia entre 8 e 10%.

    Abaixo temos o corte transversal da fibra de algodo, que pode variar

    dependendo da maturao:

  • 17

    Figura 2 Corte transversal da fibra de algodo Fonte: SALEM e tal. (2005, p.21)

    O algodo, quando colhido antes de seu perodo de maturao, ter fibras

    verdes e se caracterizar por ter muitas tores e apresentar um lmen

    pronunciado. Quando ele colhido na hora apropriada suas fibras so chamadas de

    maduras e caracterizam-se por ter menos tores e um lmen reduzido no resultado

    final do tecido. Uma fibra verde ir tingir com menos intensidade de cor do que uma

    fibra madura.

    Seda (S):

    uma fibra obtida a partir dos casulos do bicho-da-seda por um processo

    designado de sericicultura. A fibra de seda natural um filamento contnuo da

    protena, produzido pelas lagartas de certos tipos de mariposas, sendo uma das

    matrias-primas mais caras. Quando de sua transformao em crislida, a lagarta

    forma um casulo a partir deste filamento de seda. Para formar o fio de seda se rene

    diversos filamentos dos casulos. As lagartas expelem atravs das glndulas o

    lquido da seda (a fibrona) envolvido por uma goma (a sericina) que se solidificam

    imediatamente quando em contato com o ar.

    O casulo um novelo de fio que atinge entre 700 e 1200 metros. Para

    desfi-lo, utiliza-se gua quente a 60o C a fim de dissolver a cola, chamada sericina.

    1 Camada de cera

    2 Cutcula

    3 Parede Primria

    4- Parede Secundria

    5 Lmen

    6 - Resduos Protoplasmticos

  • 18

    O fio ento se solta fazendo com que a ponta seja encontrada. A partir da, coloca-

    se a ponta numa mquina que enrola o fio e faz a meada. Juntando os fios de vrias

    meadas faz-se um fio mais grosso, que utilizado para a fabricao dos tecidos.

    2.3.2.1.2 Fibras Sintticas

    Polister (PES):

    uma fibra produzida a partir da combinao de um cido (cido

    tereftlico) com um lcool (etileno glicol), combinao esta que resulta em um ster,

    a partir do qual produzido o polmero, que dar origem a fibra de polister. O PES

    possue alta elasticidade e estabilidade da forma. Trata-se de uma fibra

    termoplstica, resistente ao desgaste; a sua solidez em estado mido igual a

    solidez em estado seco.

    Poliamida (PA)

    A poliamida uma fibra qumica de polmero sinttico, que tambm

    conhecida como "Nylon, considerada a mais nobre das fibras sintticas e foi a

    primeira a ser produzida industrialmente. Entre outras qualidades, a poliamida

    apresenta uma elevada resistncia mecnica (cerca de 3,5 vezes superior ao

    algodo) que o torna adequado fabricao de dispositivos de segurana (pra-

    quedas, cintos de segurana para veculos, entre outras). Trata-se de uma fibra que

    no encolhe e nem deforma; resistente ao uso, aos fungos e s traas; de fcil

    tratamento e seca rapidamente; sensvel luz; mancha com facilidade; no absorve

    umidade; aquece pouco; favorece a transpirao do corpo; no resiste a produtos

    qumicos; limite de umidade de 5,75%.

    2.3.2.1.3 Fibras Semi-Sintticas

    Viscose (CV):

    uma fibra artificial obtida atravs da celulose quimicamente tratada.

    A fonte de celulose tanto pode ser a polpa da madeira, quanto as diminutas ramas

  • 19

    de algodo. Os fios e fibras de viscose so semelhantes ao algodo em absoro de

    umidade e resistncia trao; apresentam toque suave e macio e um caimento

    comparvel ao do algodo. A viscose pode ser utilizada pura ou em combinao

    com outras fibras, nas mais diferentes propores e tipos de misturas, e os tecidos

    com ela produzidos atingem todos os segmentos do mercado txtil.

    2.3.2.2 Insumos

    gua

    Segundo TWARDOKUS (2004), o setor txtil utiliza aproximadamente

    15% de todo o consumo de gua da indstria. O potencial contaminante da indstria

    txtil, em sua totalidade, considerado mdio, sendo a tinturaria e o acabamento as

    etapas do processo produtivo txtil mais contaminantes se comparadas com a fiao

    e a tecelagem.

    A gua usada na indstria txtil como meio de transporte para os

    produtos qumicos que entram no processo, bem como para a remoo do excesso

    daqueles produtos considerados indesejveis para o substrato txtil.

    A utilizao da gua dentro de uma indstria txtil, mais especificamente

    no beneficiamento, ocorre basicamente em todas as etapas, de modo direto nos

    processos de lavagem, tingimento e amaciamento, e de modo indireto para realizar

    aquecimento ou resfriamento nos processos do beneficiamento.

    A qualidade da gua utilizada no processo txtil possui limites de

    tolerncia e restries que variam conforme o autor. Segundo TWARDOKUS (2004)

    nem todos os processos precisam ter a mesma exigncia de qualidade. Na Tabela 2

    pode-se observar os limites de tolerncia que definem os padres de qualidade da

    gua para utilizao no processo txtil.

  • 20

    Tabela 2 - Limites de tolerncia da gua para utilizao nos processos txteis.

    Fonte: TWARDOKUS (2004, p. 28)

    Vapor

    O vapor dgua muito utilizado na indstria txtil, principalmente na fase

    de beneficiamento, onde usado para aquecer a gua do tingimento e nas

    mquinas de acabamento de malhas.

    O vapor gerado em caldeiras, sendo que as principais so as de tubos

    de fogo e as de tubos de gua. Segundo SHREVE, 1977: caldeira a tubos de fogo

    usualmente de capacidade pequena ou mdia e projetada para gerar vapor de gua

    a presso moderada. Neste tipo de caldeira, o fogo passa atravs de tubos.

    Ainda segundo SHREVE, 1977:

    As caldeiras a tubos de gua so usadas quase exclusivamente em instalaes estacionrias, onde o servio demanda uma grande massa de evaporao em presses acima de 150 psi. A gua fica nos tubos e pode ser convertida a vapor com mais rapidez que nas caldeiras de tubos de fogo.com esse tipo so conseguidas eficincias mais elevadas. A gua da caldeira deve ser tratada antes de entrar no equipamento.

  • 21

    A gua de alimentao das caldeiras pode ser coletada de diversos

    mananciais, como: guas superficiais de rios, lagos e represas, guas de poos

    artesianos, guas da rede pblica, entre outros. A gua considerada ideal para

    alimentao de caldeiras aquela que no corri os metais da caldeira e seus

    acessrios, no deposita substncias incrustantes e no ocasiona arraste ou

    espuma. Entretanto, gua com essas caractersticas difcil de obter, pois antes

    preciso proceder a um pr-tratamento que permita reduzir as impurezas a um nvel

    compatvel, para no prejudicar o funcionamento da caldeira.

    Tabela 3 Parmetros ideais para gua de caldeira Presses pH Alc. OH- NA2PO4 Na2SO3 SiO2 max. Slidos

    Dissolvidos

    kgf/cm2 ppm ppm ppm ppm ppm

    7-28 10,5-12 100-300 30-50 30-50* 200 3.000

    Fonte: SULFANIL (2007)

    Energia

    A energia utilizada na empresa, proveniente de distribuio pblica. Mas

    a empresa conta com um gerador, para o caso de falta de energia.

    Segundo SHREVE (1977),

    O leo combustvel o nico combustvel liquido comercial usado na

    gerao de energia. uma frao do leo cru que no pode ser convertida

    em gasolina. constitudo por uma mistura de resduos lquidos dos

    processos de craqueamento e de fraes obtidas na destilao do leo cru,

    com pontos de ebulio convenientes.

    A empresa conta com um gerador de potncia nominal de 456 KW,

    corrente mxima de 616 mperes, tenso 225/390 volts, e um consumo aproximado

    de 90 litros/hora de leo diesel com carga mxima.

  • 22

    2.3.2.2.1 Produtos Qumicos

    cidos

    Os cidos funcionam como agentes acidificantes e neutralizantes,

    regularizando o pH durante os processos de tingimento. O mais utilizado na indstria

    txtil o cido actico, um lquido incolor de odor acre irritante, que quando

    resfriado abaixo de 16,7 oC, sofre solidificao formando cristais brilhantes, incolores

    e transparentes com aspecto de gelo. completamente solvel em gua e nos

    solventes orgnicos comuns; trata-se de um produto txico e corrosivo.

    lcalis

    Os principais lcalis utilizados no processo de tingimento so a Soda

    Custica (Hidrxido de Sdio), e a Barrilha (Carbonato de Sdio), so usados em

    receitas de purga, alvejamento, onde auxiliam na limpeza da malha, e em

    tingimentos, onde funcionam como reguladores de pH, alm disso a Barrilha auxilia

    na fixao do corante, conseqentemente na igualizao do tingimento.

    Sais

    So utilizados no processo de tingimento com a funo de retardar o

    processo, o mais utilizado o Cloreto de Sdio (sal de cozinha) .

    Agentes Oxidantes

    Produto utilizado nos processos de purga e pr-alvejamento, onde oxida

    os pigmentos naturais do algodo deixando-o mais claro. Reage com a soda

    custiuca e juntos alvejam a malha, eliminando sua colorao acastanhada.

  • 23

    Agentes Redutores

    Auxilia na remoo de corantes no reagidos, solubilizantes, o mais

    utilizado o hidrossulfito de sdio.

    2.3.2.2.2 Produtos Auxiliares

    Umectantes

    Tratam-se de detergentes, com funo umectante, resistente aos lcalis,

    eletrlitos e cidos para todos os processos de beneficiamento txtil com baixssima

    formao de espuma. No interfere na solubilidade de corantes, facilitando a

    igualizao, utiliza-se para limpeza prvia de todos os tipos txteis, purga e

    alvejamento de fibras celulsicas e sintticas e ensaboamento posterior de

    tingimento e estampados; confere ao material um excelente grau de limpeza e

    hidrofilidade.

    Os substratos txteis crus no absorvem gua, devido a presena de

    gorduras e leos (naturais/adicionados artificialmente na fiao) que impedem a

    penetrao de gua. Quando da adio de umectantes a gua, devido a afinidades

    destes por gorduras, a tenso superficial da gua reduzida e o material txtil se

    molha.

    Detergentes e dispersantes para lavao

    So produtos especialmente desenvolvidos para otimizar as lavagens de

    tingimento, principalmente com corantes de difcil lavao, diminuindo o ciclo de

    lavagem e melhorando a solidez nos substratos tratados.

    Igualizantes/ Retardantes

    Produtos utlizados no processo de tingimento auxiliando na de disperso dos corantes; possui timo poder migrao do corante com a fibra, proporcionando

    assim um excelente feito de igualizao durante o tingimento; evita que os corantes

  • 24

    dispersos precipitem durante o tingimento a quente, mantendo-os solveis no banho

    mesmo a baixas temperaturas.

    Fixadores

    Utilizados no processo de acabamento do algodo, auxilia na fixao de

    corantes reativos e diretos, melhorando sensivelmente propriedades de solidez ao

    cloro e lavagem. O efeito desse tipo de produto esta baseado na absoro efetivada

    pela substantividade do produto sobre a fibra, formando um composto com o

    corante. Adicionalmente, o composto formado com o corante reduz a solubilidade do

    mesmo em gua. No influencia na tonalidade e no altera o toque do artigo.

    Seqestrantes

    Atuam como sequestrantes de Clcio, Magnsio e Ferro, so colides protetores para uso em banhos de preparao, tingimento e lavagem com corante

    direto, reativo, tina, enxofre, entre outros.; no seqestram ons metlicos constituintes de muitos corantes reativos, por isso, a nuance da cor desejada de

    um tingimento fica totalmente preservada; alm de dispensar clcio, magnsio em

    banhos de tingimento e alvejamento, dispersa tambm a sujidade nativa do

    algodo cru; no forma espuma, no exerce poder retardante dos corantes.

    Amaciantes

    Produto utilizado no processo de acabamento que confere a malha um

    excelente toque macio e timo caimento; valoriza as caractersticas de lisura

    superficial e o toque do substrato; no interfere na sublimao dos corantes; possui

    uma tima solidez lavagem, garantindo as caractersticas originais do substrato e

    mantendo sua qualidade originalmente requerida; de fcil manuseio, no

    influenciando na tonalidade dos artigos tintos e estampados.

  • 25

    2.3.2.2.3 Corantes

    Corantes Reativos

    Segundo GUARATINI e ZANONI (2000) :

    Corantes reativos so corantes contendo um grupo eletroflico (reativo)

    capaz de formar ligao covalente com grupos hidroxila das fibras

    celulsicas, com grupos amino, hidroxila e tiis das fibras proticas e

    tambm com grupos amino das poliamidas.

    Esse tipo de corante apresenta como caracterstica uma alta solubilidade

    em gua e o estabelecimento de uma ligao covalente entre o corante e a fibra,

    cuja ligao confere maior estabilidade na cor do tecido tingido quando comparado a

    outros tipos de corante em que o processo de colorao se opera

    Figura 3 - Processo de tingimento do algodo com corante reativo Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p. 72)

    Corantes Diretos

    So compostos solveis em gua que tingem as fibras de celulose

    (algodo, viscose, entre outras) atravs de interaes de Van der Waals. Esta classe

    de corantes constituda principalmente por corantes contendo mais de um grupo

    azo (diazo e triazo.) ou pr-transformados em complexos metlicos. A grande

    vantagem desta classe de corantes o alto grau de exausto durante a aplicao e

    consequente diminuio do contedo do corante nas guas de rejeito.

  • 26

    Figura 4 - Exemplo de Corante Direto (Corante Vermelho Congo) Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p. 72)

    Corantes cidos

    Os corantes cidos correspondem a um grupo de corantes aninicos

    portadores de um a trs grupos sulfnicos. So corantes solveis em gua, graas a

    estes grupos substituintes ionizveis, e tm vital importncia no mtodo de aplicao

    do corante em fibras proticas (l e seda) e em fibras de poliamida sinttica. No

    processo de tingimento, o corante previamente neutralizado se liga fibra atravs de

    uma troca inica envolvendo o par de eltrons livres dos grupos amino e carboxilato

    das fibras proticas, na forma no-protonada. Estes corantes caracterizam-se por

    substncias com estrutura qumica baseada em compostos azo, antraquinona,

    triarilmetano, azina, xanteno, ketonimina, nitro e nitroso, que fornece uma ampla

    faixa de colorao e grau.

  • 27

    Figura 5 - Estrutura molecular do Corante cido Violeta. Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p. 73)

    Corantes Dispersivos

    Tratam se de corantes utilizados no tingimento de fibras sintticas,

    como polister, nylon, acetato de celulose, e poliacrilonotrila. So corantes

    insolveis em gua aplicados em fibras de celulose e outras fibras hidrofbicas

    atravs de suspenso (partculas entre 1 a 4 micra). Durante o processo de

    tingimento o corante sofre hidrlise e a forma originalmente insolvel lentamente

    precipitada na forma dispersa (finalmente dividido) sobre a fibra a ser tinta

    Usualmente o processo de tingimento ocorre na presena de agentes dispersantes

    com longas cadeias que normalmente estabilizam a suspenso do corante

    facilitando o contato entre o corante e a fibra hidrofbica.

  • 28

    Figura 6 - Exemplo de Corante Dispersivo Solubilizado Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p. 73)

    2.3.3 Tecnologia de Beneficiamento Txtil

    O beneficiamento txtil consiste em beneficiar, isto , melhorar a

    propriedade da matria prima, transformando o substrato a partir do seu estado cru

    em artigos tintos e acabados.

    Aps o recebimento da malha e da reviso da mesma, para identificao

    de possveis defeitos, o processo de beneficiamento txtil.

    Pr Alvejamento

    Segundo MARTINS (1997), pr-alvejamento o processo de branqueamento

    inicial da malha. Tem a funo de limpeza das impurezas das mesmas, como

    retiradas de gorduras e outros componentes, ou compostos qumicos. Esta etapa

    gira em torno de 1 hora e meia.

    Um outro processo de limpeza da malha bastante usado a purga, na

    qual os batedores giram por duas horas, para uma melhor retirada das gorduras, a

    fim de se obter um tecido basicamente isento de resduos. utilizada geralmente

    para tinturaria de cores escuras, pois estas exigem um tecido em condies

    adequadas para fixao dos corantes. O pr-alvejamento um processo prvio para

    tintura do tecido.

    O alvejamento qumico ou descolorao das fibras celulsicas naturais

    pode ser feito mediante agentes de branqueio qumico, classificados como redutores

    ou oxidantes. Os agentes oxidantes so os aplicados na prtica para essa classe de

    fibras. Os agentes oxidantes utilizados no alvejamento qumico so os seguintes:

  • 29

    Hipoclorito de sdio - NaClO

    Perxido de Hidrognio (gua Oxigenada) - H2O2

    Clorito de Sdio - NaClO2

    Tingimento

    O tingimento o processo no qual so aplicados corantes ao material

    txtil. O processo de tingimento uma das etapas determinantes do sucesso

    comercial dos produtos txteis. Alm da padronizao da cor, o consumidor exige

    algumas caractersticas bsicas do produto, como, elevado grau de solidez em

    relao luz, lavagem e transpirao, tanto inicialmente quanto aps uso

    prolongado. Para garantir essas propriedades, as substncias que conferem

    colorao fibra devem apresentar alta afinidade, uniformidade na colorao,

    resistncia aos agentes desencadeadores do desbotamento e ainda serem

    economicamente viveis.

    Segundo GUARATINI & ZANONI (2000):

    A fixao do corante fibra feita atravs de reaes qumicas, da simples insolubilizao do corante ou de derivados gerados e ocorre usualmente em diferentes etapas durante a fase de montagem e fixao. Entretanto, todo processo de tintura envolve como operao final uma etapa de lavagem em banhos correntes para retirada do excesso de corante original ou corante hidrolisado no fixado fibra nas etapas precedentes.

    A fixao da molcula do corante as fibras txteis normalmente se d em

    soluo aquosa e pode envolver basicamente 4 tipos de interaes: ligaes inicas,

    de hidrognio, de Van der Waals e covalentes.

    Interaes Inicas - So tingimentos baseados em interaes mtuas

    entre o centro positivo dos grupos amino e carboxilatos presentes na fibra e a carga

    inica da molcula do corante ou vice-versa Exemplos caractersticos deste tipo de

    interao so encontrados na tintura da l, seda e poliamida.

  • 30

    Figura 7 Interao inica entre s corante (D) e os grupos amino da fibra da l. Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p.72)

    Interaes de Hidrognio - tratam-se de tingimentos provenientes da

    ligao entre tomos de hidrognio covalentemente ligados no corante e pares de

    eltrons livres de tomos doadores em centros presentes na fibra. Exemplos

    caractersticos deste tipo de interao so encontradas na tintura de l, seda e fibras

    sintticas como acetato de celulose.

    Figura 8 Interao de hidrognio do corante e os grupos carboxila da l. Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p.72)

    Interacoes de Van der Waals Encontram-se em tingimentos baseados

    na interaco proveniente da aproximao mxima entre orbitais do corante e da

    molcula da fibra, de tal modo que as molculas do corante so ancoradas

    firmemente sobre a fibra por um processo de afinidade, sem formar uma ligao

    propriamente dita. Esta atrao e especialmente efetiva quando a molcula do

    corante e linear/longa e/ou achatada e pode assim se aproximar o mximo possvel

    da molcula da fibra. Exemplos caractersticos deste tipo de interao so

    encontrados no tingimento de l e polister com corantes com alta afinidade por

    celulose.

  • 31

    Interaes Covalentes - So provenientes da formao de uma ligao

    covalente entre a molcula do corante contendo grupo reativo (grupo eletroflico) e

    resduos nucleoflicos da fibra. Exemplos caractersticos deste tipo de interao so

    tinturas de fibra de algodo.

    Figura 9 - Interao covalente entre um corante reativo (triazina) e grupos hidroxila Fonte: GUARATINI & ZANONI (2000, p. 72)

    Acabamento

    O acabamento a etapa final do processo de beneficiamento txtil, e

    pode ser dividido em: acabamentos mecnicos e acabamentos qumicos.

    Acabamentos mecnicos modificam o aspecto fsico de um substrato,

    atravs do uso de mquinas. Alguns exemplos de processos mecnicos segundo

    SALEM e tal., 2005:

    Calandragem: Ir proporcionar maior brilho ao tecido.

    Felpagem: O tecido flanelado em mquinas especiais.

    Termofixao: tecidos de fibras sintticas, mediante calor,

    adquirem estabilidade dimensional.

    Chamuscagem: Elimina fibrilas superficiais mediante chamas

    (diminuindo ou eliminando a formao de pilling).

    Lixadeira: O tecido lixado em mquinas especiais,

    proporcionando tambm um aspecto flanelado.

    Sanforizao: Tecidos de algodo so pr-encolhidos e adquirem

    estabilidade dimensional.

  • 32

    Navalhadeira: elimina fibrilas superficiais mediante lminas.

    Decatissagem: o tecido de l, enrolado em cilindro, vaporizado e,

    em seguida submetido a vcuo. Com este tratamento adquire um

    toque cheio.

    Os acabamentos qumicos modificam a caracterstica final do artigo, com

    relao a estabilidade dimensional, resistncia gua, leo, chama, entre outro.

    Exemplos de acabamentos qumicos segundo SALEM e tal., 2005:

    Resinas: Melhoram a estabilidade dimensional, diminuindo o

    amarrotamento do tecido, entretanto podem enfraquecer o

    substrato.

    Encorpantes: So produtos que proporcionam maior rigidez ao

    tecido.

    Amaciantes: Proporcionam um toque mais suave e maior

    elasticidade ao substrato, que pode ser fio, malha ou tecido. So

    aplicveis por esgotamento ou processo continuo. Os mais

    empregados so amaciantes catinicos e no inicos.

    Lubrificantes para costurabilidade: So produtos especiais que

    evitam a formao de furos nos substratos, o esgaramento e o

    sobreaquecimento das agulhas de mquina de costura e, em

    conseqncia sua quebra.

    Impermeabilizantes: so produtos que repelem a gua.

    Empregados para artigos destinados capas, guarda-chuvas e

    lonas para barracas.

    Anti-chamas: So produtos empregados para evitar a combusto

    de tecidos. Normalmente aplicado em artigos que vo ser usados

    em locais que vo atender grande pblico (teatros, cinemas,

    avies).

    Anti-estticos: previnem o acumulo de eletricidade esttica no

    substrato que ser felpado e tambm no corte e confeco de

  • 33

    tecidos. Aplicado tambm em fibras antes da fiao e em

    processos de flocagem.

    Repelentes a manchas: Visa facilitar a remoo de manchas de

    gorduras do tecido.

    Enzimas: Existem diversas enzimas que so aplicadas no

    beneficiamento txtil, sendo que algumas so usadas no

    acabamento. Por exemplo, enzimas para estonagem, ou para

    eliminao de fibrilas diminuindo a formao de bolinhas e

    mantendo o tecido com aspecto mais vivo por mais tempo. Existem

    ainda enzimas para proporcionar um toque de tipo pele de

    pssego.

    2.3.3.1 Diagrama de blocos do processo de beneficiamento txtil

    Figura 10 - Diagrama de blocos do Beneficiamento Txtil Fonte: GOMES (2001, p. 6)

  • 34

    2.3.4 Controle de Qualidade no Beneficiamento Txtil

    O beneficiamento um ramo da indstria txtil que tem por objetivo tingir

    e dar acabamento aos substratos txteis, o que faz com que esteja totalmente

    relacionado a qualidade dos produtos txteis. Os parmetros da qualidade utilizados

    nesse segmento, esto baseados nas Normas da ABNT, e algumas convenes do

    mercado.

    2.3.4.1 Principais Normas da ABNT Relacionadas Indstria Txtil:

    1) Equipamentos e Acessrios Txteis NBR7687;

    2) Materiais Txteis Tipos de costuras NBR9397;

    3) Materiais Txteis Determinao da largura de tecidos NBR10589;

    4) Materiais Txteis Determinao da resistncia a trao e alongamento de

    tecidos planos- NBR11912;

    5) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao alvejamento com

    hipoclorito NBR10186;

    6) Materiais Txteis Determinao de solidez de cor a gua NBR10315;

    7) Regras gerais para efetuar ensaios de solidez de cor em materiais txteis

    NBR10187;

    8) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao do ferro de passar

    a quente NBR10188;

    9) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor gua do mar

    NBR10316;

    10) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao manchamento com

    cido NBR10318;

    11) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao manchamento com

    lcalis NBR10319;

  • 35

    12) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor limpeza a seco

    NBR9398;

    13) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao suor NBR8431;

    14) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor frico NBR8432;

    15) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao manchamento com

    gua NBR10317;

    16) Materiais Txteis Determinao das alteraes dimensionais de tecidos

    planos e malhas Lavagem em mquina domstica automtica NBR10320;

    17) Materiais Txteis Determinao da alterao do comprimento e da largura

    de tecidos em atmosfera padro NBR10590;

    18) Materiais Txteis - Determinao da gramatura de tecidos NBR10591;

    19) Materiais Txteis Ensaio de solidez da cor lavagem NBR10597;

    20) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor gua clorada

    NBR12018;

    21) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor vulcanizao Ar

    quente NBR10678;

    22) Materiais Txteis Determinao da solidez de cor ao calor seco

    (sublimao) NBR12623;

    23) Materiais Txteis Determinao de toro NBR12958

    Essas so algumas normas, dentre muitas utilizadas como parmetros de

    qualidade da indstria t^xtil.

    2.3.4.2 Ensaios Realizados:

    Alterao Dimensional de tecidos planos e malhas:

    Alterao Dimensional corresponde a variao de medidas que o corpo-

    de-prova (malha) sofre, aps ser submetido ao ensaio de lavagem. Essa alterao

    pode ser positiva (alongamento) ou negativa (encolhimento).

  • 36

    Os principais problemas relacionados a alterao dimensional dos tecidos

    e malhas so causados por:

    Interferncias do fio;

    Interferncias do tecimento;

    Interferncias do beneficiamento;

    Interferncias do enfesto, corte, costura;

    Desconhecer as metas de acabamento.

    Quando a malha esticada para uma largura acima da recomendada,

    apresenta alto ndice de encolhimento, no sentido transversal, ao ser lavada:

    Malha antes de lavar Malha depois de lavar

    Figura 11 Alterao dimensional da malha no sentido da largura Fonte: Guia Txtil (2007)

    Quando a malha esticada longitudinalmente, para estreit-la alm do

    recomendado, apresenta alto ndice de encolhimento no sentido do comprimento,

    aps ser lavada:

    Malha antes de lavar Malha depois de lavar

    Figura 12 Alterao dimensional da malha no sentido do comprimento Fonte: Guia Txtil (2007)

  • 37

    A NBR10320 recomenda uma tolerncia de + - 2%, para a especificao

    de encolhimento, ou seja, para uma malha com especificao de encolhimento de

    5%, pode-se ter resultados entre 3% e 7%.

    Toro:

    Segundo a NBR 12958 (1993)

    Toro a deformao no artigo confeccionado, de modo que as costuras

    laterais fiquem dispostas uma na parte frontal da pea e outra nas costas da

    pea, causada pela tendncia que certos tecidos tm de alterar o ngulo

    entre carreiras/cursos e colunas.

    Problemas relacionados a toro da malha, podem ser causados no

    processo de tecelagem ou no beneficiamento durante o a passagem da malha no

    hidroextrator e na calandra, deve-se tomar muito cuidado para que esses

    equipamentos no causem toro na malha.

    A NBR12958 padroniza o sistema de lavao e medio para se alcanar

    o percentual de toro do produto aps a lavao. Por conveno, recomenda-se

    tolerncia de 5% de toro.

    Solidez:

    Algumas definies, segundo a NBR 10187 (1988):

    Solidez de cor dos materiais txteis - resistncia da cor dos

    materiais txteis aos diferentes agentes aos quais o material possa

    ser exposto durante sua fabricao e uso subseqente.

    Transferncia de cor Passagem da cor do corpo-de-prova para o

    tecido-testemunha, quando submetido a ensaio de solidez.

  • 38

    Alterao de cor Mudana de intensidade da cor, nuance, brilho

    ou suas combinaes no corpo-de-prova, em comparao

    amostra original.

    Corpo-de-prova Poro de material, com dimenses

    estabelecidas, extrada de amostra, a ser submetida a ensaio.

    Corpo-de-prova composto Conjunto formado pelo corpo-de-prova

    e tecido-testemunha usado nos ensaios para avaliao de

    transferncia de cor.

    Tecidos-Testemunha Tecidos auxiliares, usados na preparao

    do corpo-de-prova composto, para avaliar a transferncia de cor

    em um ensaio de solidez.

    Relao de banho relao entre a massa do corpo-de-prova

    composto ou no, expresso em gramas (g) e o volume do banho

    de ensaio, em mililitros (mL).

    O teste de solidez da cor para materiais txteis importante do ponto de

    vista do consumidor. No caso de muitos materiais tingidos, ocorre perda de cor

    durante o seu uso. Atravs da solidez da cor, temos a indicao da possibilidade de

    manter ou no a cor do material.

    A solidez da cor de um material tingido depende da natureza do

    tingimento do material txtil, do processo de tingimento usado e do tratamento ao

    qual o material tingido submetido. O mesmo material pode reagir diferentemente

    em funo de vrios tratamentos como lavagens, alvejamentos, frico, exposio

    luz, suor.

    O mtodo mais comum para avaliao de solidez atravs de

    comparaes em escalas cinza (para alterao e transferncia de cor para todos os

    ensaios de solidez menos luz) e azul (alterao de solidez luz). Consiste em

    comparar visualmente a variao acontecida com o corpo-de-prova (tecido

    beneficiado, utilizado para o ensaio), com a escala de avaliao de alterao de cor.

  • 39

    A escala cinza para transferncia de cor que avalia o tecido testemunha,

    formada por 5 pares de amostras numeradas de 1 a 5 onde 5 a solidez mxima.

    O par 5 composto de duas amostras brancas idnticas e os pares 4 a 1 esto

    formados por uma amostra idntica ao do par 5 e outra por uma cinza cada vez mais

    escura, como mostra a figura 13.

    Figura 13 - Escala cinza para transferncia de cor

    Os tecidos-testemunhas podem ser os seguintes, conforme a NBR10187,

    1988:

    Algodo e linho: devem ser alvejados quimicamente, no

    mercerizados, isentos de alvejantes ticos e acabamentos de

    qualquer natureza;

    Outras fibras: devem ser previamente limpas para remoo de

    aprestos e impurezas, mantendo seu grau de brancura original.

    O padro de resultados recomendados para testes de solidez, deve ficar

    entre 3 a 5 na escala cinza.

  • 40

    Gramatura:

    Gramatura a massa por unidade de superfcie. Sua unidade de medida

    gramas por metro quadrado, assim quando se diz que um tecido tem gramatura de

    50, quer dizer que ele tem uma massa de 50 gramas por metro quadrado.

    A gramatura uma varivel diretamente ligada ao rendimento da malha,

    geralmente solicitada pelo cliente. A gramatura solicitada ser alcanada no

    processo de acabamento, durante a compactao da malha na calandra ou na

    passagem da malha aberta pela rama, ou seja, durante o acabamento mecnico.

    A NBR13586, padroniza a tolerncia de gramatura de + - 5% da que foi

    solicitada pelo cliente, ou seja, uma malha com especificao de 200 g/m2 poder ter

    de 190 g/m2 at 210 g/m2.

    2.3.4.3 Medidas preventivas

    Realizar projees de malhas cruas, visando definir qual ser a melhor

    largura e gramatura na qual a malha dever ser acabada;

    Otimizar os processos de acabamento, evitando assim possveis

    problemas de toro e encolhimento das malhas;

    Otimizar os processos de tingimento para evitar possveis problemas de

    solidez da cor dos tecidos;

    Primar pela qualidade dos produtos;

    Controle eficaz da gua de alimentao do tingimento, para evitar

    possveis problemas de manchas durante o tingimento.

    2.3.4.4 Medidas Corretivas

    Malha fora de tonalidade: Desenvolver nova receita de reprocesso, e

    tingir novamente a malha, a fim de chegar na tonalidade padro;

  • 41

    Malha manchada: Extrao ou lavao, dependendo do tipo de

    mancha;

    Alterao Dimensional fora do padro especificado: lava-se a malha,

    para relax-la e faz-se o fluxo de acabamento novamente;

    Toro: lava-se a malha, para relax-la e faz-se o fluxo de acabamento

    novamente;

    Solidez: Faz-se uma lavao para retirar o excesso de corante e aplicar

    uma quantidade maior de fixador.

    2.3.4.5 Ferramentas Estatsticas Aplicadas ao Controle de Qualidade

    Segundo FABRIS & MIRANDA, 2000: O controle estatstico de qualidade

    informa quando se deve agir ou no. Se as aes forem tomadas oportuna e

    adequadamente, elas se mostraro econmicas e eficaz.

    2.3.4.5.1 Distribuies de Freqncias

    Variaes, significativas ou inexpressivas, existem em itens produzidos

    por todos os processos de produo. Devido s especificaes de limites cada vez

    mais fechados, tem se revelado crescente a necessidade de manter a verificao

    acurada dos resultados.

    Vejamos a definio de distribuio de freqncia, segundo

    FEIGENBAUM, 1994: Tabulao ou registro de nmero de vezes que uma medio

    de uma dada caracterstica da qualidade ocorre na amostra do produto sob

    verificao.

    A tabulao plotada com freqncias de ocorrncia no eixo vertical e a

    caracterstica da qualidade plotada na escala horizontal.

    A distribuio de freqncias um elemento valioso no controle de

    qualidade, j que enfatiza que a ocorrncia de variao inevitvel em itens

    fabricados. Portanto traz contribuies importantes ao conceito de fabricao do

    produto:

  • 42

    Auxilia no estabelecimento do principio que determinado grau de

    variao dever sempre ser esperado entre itens fabricados;

    Auxilia no estabelecimento da natureza genrica da forma grfica

    que essa variao dever apresentar;

    Auxilia no estabelecimento de conceito importante para estudo e

    controle dessa variao.

    Mdia

    A mdia uma medida de tendncia central. obtida dividindo o

    somatrio dos valores, em uma serie de leituras, pelo nmero de medidas

    realizadas.

    Desvio Padro

    O desvio padro utilizado como medida de disperso para quase todas

    as distribuies de freqncias. sempre computado para amostras coletadas de

    lotes maiores e, nesses casos , denominado desvio padro da amostra.

    O desvio padro da amostra o valor positivo o valor positivo da raiz

    quadrada do somatrio dos desvios quadrticos das leituras em relao mdia

    dividida pelo nmero de leituras menos um.

    Amplitude

    A amplitude a diferena entre o maior e o menor valor em uma srie.

    2.3.4.5.2 Grficos de Controle

    Definio de grfico de controle conforme FEIGENBAUM, 1994: Mtodo

    grfico para avaliar se o processo encontra ou no sob controle estatstico.

  • 43

    O grfico de controle um recurso para executar efetivamente a

    separao de variao em componentes ditos usuais e no-usuais. Ele compara a

    variao real na produo de itens com os limites de controle estipulados para esses

    mesmo itens.

    A grfico de controle uma das ferramentas mais poderosas para o

    controle de processo. Proporciona um mtodo de comunicao imediata, direta com

    o processo e permite uma avaliao precisa da estabilidade do mesmo, bem como

    da sua capacidade em atender as exigncias do produto final. A utilizao de

    grficos de controle nos processos, possibilita o aperfeioamento contnuo da

    qualidade e da produtividade.

    Existem dois tipos fundamentais de grficos de controle:

    Grficos de medies ou variveis: para uso quando medidas reais

    forem feitas. Entre os mais populares so os denominados grficos

    sRX ,,

    .

    Grficos para uso com dados de atributo, tipo passa-no-passa,

    dos quais os grficos de frao ou de porcentagem (denominados

    como grficos p) so os mais populares.

  • 44

    2.4. ESTUDO DE CASO

    2.4.1 Processo de Tingimento e Acabamento de Malhas

    O processo de beneficiamento da Lavanderia Pedrini, inicia-se com o

    recebimento da malha juntamente com o seu romaneio que contm as

    especificaes da malha e solicitao da cor a ser tinta. Nos casos em que a cor

    solicitada ainda no existe, ou seja, nunca foi tinta pela empresa, a amostra do

    cliente enviada ao laboratrio, para que se desenvolva a tonalidade desejada.

    Aps o Laboratrio ter obtido aprovao da cor, a receita cadastrada no

    sistema e a cor recebe um cdigo, para que se for solicitada novamente no seja

    necessrio um novo desenvolvimento. As ordens de produo, aguardam na seo

    de Planejamento e Controle da Produo (PCP) at serem programadas,

    respeitando a seguinte ordem: tempo de espera e a urgncia do cliente.

    Aps a programao ser efetuada a malha crua preparada para ser

    enviada a tinturaria, costurando-se as peas e fazendo-se uma reviso, onde so

    observados eventuais defeitos como: presena de leo e sujeiras; furos na pea;

    marcas de vinco acentuadas, quebradura, entre outros. Todas as irregularidades

    existentes no tecido cru so anotadas claramente na Ordem de Produo para que

    todos saibam que o defeito j veio na pea em cru e no foi ocasionado na tinturaria.

    Existe uma preparao feita na malha antes do tingimento propriamente

    dito, essa preparao se faz necessria porque os substratos txteis podem conter

    inmeras impurezas ou sujeiras que quando no so eliminadas corretamente

    podem provocar no tingimento manchas, desigualizaes ou cores menos vivas.

    Para eliminao dessas impurezas existem trs tipos de processos:

    Purga: Onde as impurezas so eliminadas da malha,

    permanecendo os pigmentos naturais;

    Pr-alvejamento: Onde se associa ao processo normal de purga,

    um tratamento que elimina os piolhos e a cor acastanhada

    (pigmentos naturais) do algodo.

  • 45

    Alvejamento: nome dado para o processo de fazer o branco.

    Aps essa preparao a malha est pronta para ser tinta, os produtos

    auxiliares e os corantes devem ser adicionados as mquinas de acordo com a

    receita anexada a Ordem de Produo, o processo de tingimento ocorre em

    mquinas HT, e levam em torno de 6 horas de durao para algodo e 4 horas para

    polister, tempos estes que podem variar de acordo com a cor a ser tinta.

    Aps o tingimento retira-se uma amostra da malha que deve ser levada

    ao laboratrio, onde ser feita ou no a liberao da cor, comparando-a com a

    amostra padro. Caso a cor no esteja de acordo com a tonalidade padro, retira-se

    uma amostra maior que levada ao laboratrio para o desenvolvimento de uma

    receita de reprocesso.

    Se a cor for aprovada no laboratrio a malha passa ao processo de

    acabamento, a partir dessa etapa o processo se diferencia dependendo do tipo de

    malha, que pode ser: tubular ou aberta.

    Acabamento para malha tubular: inicia-se no hidroextrator, onde

    eliminado o excesso de gua na malha, e para aplicao de

    amaciantes. Passa-se ento ao secador, utilizado para secar a

    malha. E por fim a malha passada na calandra, onde se obtm a

    largura final da malha, gramatura, enrola-se a malha e embala-se

    para ser enviada a expedio.

    Acabamento para malha aberta: inicia-se no abridor, que a

    mquina utilizada para abrir a malha tubular que ser acabada em

    aberto. Ento a malha passada na rama, mquina usada na

    secagem e termofixao das malhas, proporcionando a largura e

    gramatura desejada. Na sada da rama a malha enrolada e

    embalada para ser enviada a expedio.

    A ltima etapa do processo o controle de qualidade, uma amostra da

    malha acabada retirada para ser enviada ao laboratrio, onde so realizados os

    testes do controle de qualidade, se os testes forem aprovados a malha poder ser

  • 46

    encaminhada ao cliente, caso os testes obtiverem resultados que no forem

    satisfatrios, sero feitos os procedimentos necessrios para melhorar a qualidade.

    2.4.2 Resduos Industriais

    Os resduos provenientes do processo so em sua maioria lquidos, ou

    seja, a gua utilizada no tingimento, juntamente com os produtos a ela misturados.

    Esses resduos so depositados na Estao de Tratamento de Efluentes, que se

    encontra no exterior da empresa.

    A Estao de Tratamento de Efluentes da empresa conta atualmente com

    apenas um tanque biolgico, ou seja, tratamento secundrio, capaz de tratar

    diariamente 50 m3/h de efluentes.

    Os resduos slidos produzidos so:

    Restos de malhas: so armazenadas em sacos plsticos e

    posteriormente vendidas.

    Caixas de papelo resultantes de embalagens de produtos

    qumicos, que so armazenados em um depsito na empresa, e

    vendidos para empresas de reciclagem.

    Bombonas de plsticos de produtos qumicos so armazenadas no

    depsito da empresa e posteriormente recolhidas pelos

    fornecedores, para sua reutilizao.

  • 47

    2.4.3 Diagrama de blocos do Processo

  • 48

    2.5 JUSTIFICATIVA: ATIVIDADE DESENVOLVIDA O PROBLEMA

    A indstria txtil vem passando por transformaes importantes, um

    setor que vem evoluindo muito nos ltimos anos devido um grande investimento em

    tecnologia, dessa forma o ramo txtil cada vez mais dependente do conhecimento:

    conhecimento tcnico, dos produtos e dos mercados que se tornam cada vez mais

    sofisticados e globalizados.

    O estgio proposto foi realizado em uma empresa de beneficiamento

    txtil, responsvel pelo tingimento e acabamento de tecidos, tal empresa se

    encontra na cidade de Brusque/SC, situada no plo txtil catarinense, o que faz com

    que a preocupao pela qualidade dos produtos seja crescente, j que a regio em

    que est situada dispe de grande concorrncia, a qualidade torna-se um

    diferencial.

    A empresa conta com um setor de controle de qualidade que realiza

    ensaios e testes com os produtos acabados, mas no dispes de ferramentas de

    controle dos dados, que representam conformidade com os parmetros de qualidade

    exigidos pelo mercado. Os principais problemas encontrados na empresa foram:

    Reclamaes de clientes, quanto os parmetros de alterao

    dimensional, toro e solidez das malhas (baseadas nas normas

    tcnicas da ABNT) ;

    Alto ndice de reprocessos;

    ndice de desperdcios significativo.

    Este trabalho vem propor mtodos de controle estatsticos, baseados no

    Controle Estatstico do Processo, que auxiliar a identificao das causas das

    falhas, contribuir para determinao de medidas preventivas e avaliar os

    processos adotados no beneficiamento das malhas. Assim a empresa poder

    acompanhar e controlar as variaes do processo, para que possa identificar, com

    preciso, quando deve atuar ou no no processo.

  • 49

    2.6 METODOLOGIA (MATERIAIS E MTODOS)

    2.6.1 Ensaios Realizados

    Os ensaios foram realizados de 05/11/2007 a 07/11/2007, no artigo: Meia

    Malha 30/1 100% CO, com 90 cm de largura e 160g/m2, que se trata do tipo de

    malha mais tingida na empresa e a que apresenta os maiores problemas de

    qualidade. O artigo analisado apresenta as seguintes especificaes:

    Alterao dimensional exigida: entre +2% e 6%

    Gramatura: +ou- 5%

    Solidez: > 3,5

    Toro: < 5%

    1) Determinao das alteraes dimensionais de tecidos planos e malhas (NBR 10320)

    Objetivo

    Determinar o percentual de encolhimento ou alongamento da malha.

    Materiais

    Detergente em p.

    Mquina de lavar roupas

    Secadora de roupas (tamber)

    Molde de madeira (50 cm x 50 cm)

    Rgua (50 cm)

    Caneta para tecido

  • 50

    Metodologia

    1. Retirar em cada lote uma amostra de aproximadamente 70 cm. Faz-se, com o

    auxilio do molde, trs marcaes de 50 cm no sentido do comprimento e trs

    marcaes de 50 cm no sentido da largura.

    Figura 14 Mtodo utilizado para fazer a marcao na malha

    2. Lavar a amostra durante 30 minutos em uma mquina de lavar com ciclo normal

    adicionando-se 2 g/L de detergente em p, frio.

    3. Centrifugar a amostra

    4. Colocar para secar, aps a secagem deixar a amostra descansando em uma

    mesa por aproximadamente 20 minutos para que ela resfrie.

    5. Efetuar a medio das marcaes, fazer uma mdia das trs medidas do

    comprimento e uma mdia das trs medidas da largura.

    6. De posse dos resultados deve-se efetuar o seguinte clculo, apresentado na

    Equao 1 :

  • 51

    100(%) xMO

    MOMFAD Equao 1

    Onde:

    MO = medida origina (50 cm)

    MF = medida final (mdia das alteraes da largura e comprimento)

    2) Determinao de toro (NBR12958)

    Objetivo: Determinar a toro sofrida pela malha submetida lavagem com

    lavadora automtica.

    Materiais

    Maquina de lavar roupas

    Caneta para tecido

    Molde de madeira (25 cm x 25 cm)

    Rgua

    Esquadro

    Secadora de roupas (tamber)

    Metodologia

    1. Fazer 2 marcaes no sentido do comprimento e 2 marcaes no sentido da

    largura, com o auxilio do molde.

    2. Lavar a amostra durante 30 minutos em uma mquina de lavar com ciclo normal,

    com 2 g/L de detergente em p.

    3. Centrifugar a amostra.

    4. Secar a amostra, aps a secagem deixar a amostra descansando em uma mesa

    por aproximadamente 20 minutos para que ela resfrie.

  • 52

    5. Com o auxilio do esquadro, obter a diferena entre a marcao e o deslocamento

    lateral, e com o auxilio da rgua deve-se medir o comprimento final como mostra a

    Figura 14:

    Figura 15 Mtodo utilizado para medir a toro da malha

    Calcular a toro atravs da Equao 2:

    100xYXToro Equao 2

    3) Determinao da solidez lavagem (NBR 10597)

    Objetivo: Verificar a resistncia que o substrato tingido ter quando submetido a

    lavagem.

    Materiais:

    Substrato tinto a ser testado;

    Substrato no tinto (corpo-de-prova);

    gua;

  • 53

    Detergente em p;

    Mquina de tingimento em escala laboratorial;

    Balana analtica;

    Esptula;

    Becker (1000 mL);

    Metodologia

    1. Cortar o substrato a ser testado nas medidas 10 x 5 cm;

    2. Cortar 2 amostras testemunhas nas mesmas medidas que o substrato (10 x 5

    cm);

    3. Costurar o corpo-de-prova colocando a amostra a ser testada no meio, montando

    um sanduche;

    4. Prepara-se uma soluo de detergente em p com 5 g de detergente para 1 litro

    de gua; dissolvendo bem o sabo;

    5. Colocar 100 mL da soluo de sabo em cada caneco da mquina, e uma

    amostra, que j foi costurada ao corpo-de-prova anteriormente;

    6. Colocar os canecos na mquina;

    7. Programar o aparelho para manter agitao por 30 minutos a 60 C para malhas

    100 % CO e 40 C para malhas com polister.

    8. Descarregar o aparelho e retira os corpos-de-prova dos canecos.

    9. Enxaguar os corpos-de-prova em gua corrente temperatura ambiente at

    remover totalmente o sabo;

    10. Centrifugar os corpos-de-prova;

    11. Descosturar um dos lados do corpo-de-prova de forma que a parte tinta no

    fique em contato com as testemunhas;

    12. Secar o corpo-de-prova;

  • 54

    13. Comparar a testemunha testada com a no testada e, atravs da escala de

    cinza, atribuir nota para alterao de cor.

    Figura 16 Mquina de Lavao para Solidez.

    4) Determinao da Gramatura de Tecidos (NBR 10591)

    Objetivo: Determinar a gramatura dos tecidos, ou seja, quantos gramas de tecido

    por metro quadrado a malha apresenta.

    Materiais

    Tecido a ser avaliado;

    Balana analtica;

    Mquina cortadora de bolacha de gramatura

    Metodologia

    1. Corta a bolacha de gramatura de 10 cm de dimetro com o auxilio d mquina;

    2. Pesar a bolacha com o auxilio da balana analtica;

  • 55

    3. Multiplica-se o resultado por 100 para se obter a gramatura em g/m2

    Figura 17 - Mquina cortadora de bolacha de gramatura

    2.6.2 Ferramentas Estatsticas Propostas

    Para aplicar os mtodos estatsticos, baseados no Controle Estatstico do

    Processo, primeiramente, realizaram os testes com os lotes analisados, durante o

    perodo de 05/11/2007 a 07/11/2007, a amostra continha 50 lotes, nos quais foram

    aplicados os ensaios descritos na seo anterior: alterao dimensional na Largura

    (ADL), alterao dimensional no comprimento (ADC), toro, solidez e gramatura.

    Os dados foram tabulados, com o auxilio do Microsoft Excel, onde tambm foram

    feitas as planilhas e plotados os grficos.

  • 56

    Distribuio de Freqncia

    A distribuio de freqncia um mtodo estatstico que nos possibilita

    registrar o nmero de vezes que uma medio de uma caracterstica da

    qualidade ocorre na amostra do produto sob verificao.

    De posse dos dados coletados, expostos em uma planilha, deve-se plotar

    um grfico do tipo coluna, para cada caracterstica da qualidade que est sendo

    avaliada: alterao dimensional, toro, gramatura e solidez.

    Mdia

    A mdia de cada caracterstica da qualidade foi calculada somando todos

    os valores obtidos, e dividindo pelo nmero de medies realizadas, calculou-se

    atravs da Equao 3, (FEIGENBAUM, 1994) :

    nXXXXX n

    ...321 Equao 3

    X valor mdio (denominado X barra) da srie

    nXXX ,...,, 21 valor das leituras sucessivas

    n nmero de leituras

    Desvio padro

    O desvio padro foi obtido a partir do valor da raiz quadrada do somatrio

    dos desvios quadrticos das leituras em relao mdia dividida pelo nmero de

    leituras menos um, Equao 4 (FEIGENBAUM, 1994:

    1)()()( 2221

    nXXXXXXs n Equao 4

    s desvio padro da amostra;

  • 57

    nXXX ..., ,21 valor de cada leitura;

    X valor mdio da srie;

    n nmero de leituras.

    Amplitude

    A amplitude a obtida atravs diferena entre o maior e o menor valor em

    cada srie de caractersticas de qualidade avaliadas, como apresenta a Equao

    5, (FEIGENBAUM, 1994):

    baixoalto XXR Equao 5

    R valor da amplitude;

    altoX maior valor na srie;

    baixoX = menor valor na srie.

    Grficos de Controle

    Para controle dos ensaios de solidez e gramatura foi proposta a utilizao

    do grfico de controle das mdias, que controla a tendncia central do processo,

    para construo desse grfico, fez-se necessrio efetuar trs inspees, durante

    trs dias, os resultados das inspees foram tabulados em planilhas, no Microsoft

    Excel.

    Os seguintes parmetros estatsticos foram calculados:

    xi - Valor da caracterstica avaliada para cada amostra.

    n - Tamanho da amostra, nmero de corpos de prova de cada amostra.

    k - Nmero de amostras coletadas

  • 58

    x - Valor mdio dos valores da caracterstica somatrio de x dividido

    por n

    X - Valor mdio das mdias; somatrio das mdias dividido por k

    r - Amplitude = xi mximo - xi mnimo.

    R - Valor mdio das amplitudes; somatrio das amplitudes dividido por

    k.

    Limite superior de controle: L.S.C = X + A2 x R

    Limite inferior de controle: L.I.C = X - A2 x R

    A2: varia conforme o tamanho da amostra (n), encontrado na Tabela

    no Anexo A.

    Os grficos foram plotados com o auxilio do Microsoft Excel.

  • 59

    2.7 RESULTADOS E DISCUSSES

    2.7.1 Resultados

    Tabela 4- Resultados obtidos nos ensaios.

  • 60

    2.7.1.1 Mtodos Estatsticos:

    Distribuio de Freqncias

    Os grficos abaixo apresentam os resultados obtidos, representados em

    forma de distribuio de freqncias:

    2 2

    5

    2

    3 3

    4 4

    3

    1

    4

    1

    6

    1 1

    2

    6

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    2 1 0 -1 -2 -2,5 -3 -3,5 -4 -4,5 -5 -5,5 -6 -6,5 -7 -7,5 -8

    Alterao Dimensional Largura (%)

    Freq

    nc

    ia d

    e O

    corr

    nci

    as

    Figura 18 - Distribuio de Freqncia para Alterao Dimensional na Largura

    1 12 2

    4

    1

    4

    1

    9

    1

    5

    3 32

    3

    8

    01

    2

    34

    5

    67

    8

    910

    2 0 -1 -1,5 -2 -2,5 -3 -3,5 -4 -4,5 -5 -5,5 -6 -7 -7,5 -8

    Alterao Dimensional Comprimento (%)

    Freq

    nc

    ia d

    e O

    corr

    nci

    as

    Figura 19 - Distribuio de Freqncia para Alterao Dimensional no comprimento

  • 61

    4

    1

    2 2

    1

    2

    1 1 1

    5

    4 4 4

    3

    2

    4

    3

    2

    1

    3

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    150 151 152 153 154 155 156 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170

    Gramatura (g/m)

    Freq

    nc

    ia d

    e O

    corr

    nci

    as

    Figura 20 - Distribuio de Freqncia para Gramatura

    8

    3

    1

    7

    2

    7

    3

    6

    1

    5

    32

    11

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 7 7,5

    Alterao Dimensional Toro (%)

    Freq

    nc

    ia d

    e O

    corr

    nci

    as

    Figura 21 - Distribuio de Freqncia para Toro

  • 62

    20

    9 86

    1 1 10

    5

    10

    15

    20

    25

    5 4,5 4 3,5 3 2 1,5

    Solidez

    Freq

    nc

    ia d

    e O

    corr

    nci

    as

    Figura 22 - Distribuio de Freqncia para Solidez

    Mdia, Amplitude e Desvio Padro:

    Tabela 5 - Resultados de Mdia, Amplitude e Desvio Padro

    Grficos de Controle:

    Tabela 6 Dados utilizados para construo dos grficos de controle

  • 63

    Tabela 7 Parmetros calculados para construo dos grficos de controle

    Os grficos abaixo apresentam os resultados obtidos, representados em

    forma de grficos de controle de mdias, para gramatura e solidez:

    Figura 23 Grfico de Controle de Mdias para Gramatura

    Figura 24 Grfico de Controle Mdias para Solidez

  • 64

    2.7.2 Discusses

    A observao dos resultados obtidos nas anlises feitas de 05

    07/11/2007, atravs da distribuio de freqncia, nos possibilita chegar a um

    conceito til sobre a conformidade da amostra de 50 lotes inspecionados.

    Com essa ferramenta os parmetros ficam agrupados por valores

    semelhantes da dimenso, ou seja, ela nos indica claramente que dos 50 lotes

    analisados, 10 (20%) ficaram fora dos parmetros exigidos para alterao

    dimensional na largura, bem como 8 lotes (16%) esto fora das exigncias de

    alterao dimensional no comprimento, sendo que esse mesmo nmero de lotes,

    ultrapassou ou ficou abaixo das especificaes de gramatura. Com relao a toro,

    7 lotes (14%) ultrapassaram o limite especificado pela NBR 12958/93, que de 5%,

    a variao com relao a solidez foi a menor, j que somente 3 lotes (6%) ficaram

    fora da especificao exigida pela empresa.

    A mdia, amplitude e o desvio padro, apontaram os valores de medida

    central da amostra, e a disperso que ocorreu na amostra avaliada, alm de

    auxiliarem na elaborao dos grficos de controle

    Os grficos de controle apontaram 26 pontos fora dos limites de controle

    para gramatura e 9 pontos para a solidez, mas dos 26 pontos somente 8 estavam

    fora dos limites de especificao para gramatura e 3 pontos fora dos limites de

    especificao para solidez. O objetivo de se plotar os grficos indicando os limites

    de controle e de especificao, no s permitir alteraes bem definidas em nveis

    do processo que sejam aceitveis com relao aos nveis de tolerncia e

    especificao, mas tambm exercer controle contra alteraes significativas no

    processo e inaceitveis com referncia a esses mesmos nveis.

    Os resultados apresentados indicam a necessidade de implantao do

    Controle Estatstico do Processo para a empresa, devido o desvio significativo dos

    parmetros obtidos baseados nas NBRs j citadas e tambm nas Normas Internas

    da Empresa. O Controle Estatstico do Processo (CEP) uma metodologia que atua

    preventivamente sobre o processo produtivo utilizando a estatstica como

    instrumento bsico para avaliar suas alteraes, em busca do aperfeioamento

  • 65

    continuo da qualidade, ou seja, trata-se de uma ferramenta essencial na Tomada de

    Decises, quanto ao aperfeioamento tecnolgico.

    Os problemas encontrados com relao alterao dimensional, toro e

    gramatura, podem ter sido ocasionados por falhas no processo de acabamento,

    problemas do fio ou ainda por se desconhecer as metas ideais de acabamento. Boa

    parte desses problemas poderiam ser evitados, adotando-se a projeo de malha

    crua, que faz uma simulao do processo em laboratrio, e capaz de dimensionar

    a melhor largura e gramatura na qual a malha dever ser acabada, alm disso

    importante a otimizao de todo processo, desde o tingimento, evitando problemas

    de solidez, at a fase de acabamento e expedio. O controle dos produtos

    utilizados no processo uma outra forma de se evitar problemas de qualidade, de

    suma importncia que se faa um controle apurado dos produtos para manter o

    processo conforme.

  • 66

    3.0 CONCLUSES

    O desenvolvimento deste trabalho possibilitou identificar os parmetros de

    qualidade das malhas beneficiadas na Lavanderia Pedrini Ltda, avaliando seus

    processos de tingimento e acabamento por meio do controle estatstico do processo.

    (mtodos propostos). Os resultados para as alteraes dimensionais de largura

    variaram 20%. Para a toro, a variao foi de 14%. Estes valores indicaram a

    ocorrncia de falhas no acabamento.

    Atravs desse controle foi possvel diagnosticar prelimiarmente a

    situao encontrada na empresa com relao gesto da qualidade, identificando

    os problemas e as causas dos mesmos, referente aos parmetros de qualidade

    adotados pela empresa e exigidos pelas Normas da ABNT.

    O Controle Estatstico do Processo, mostrou-se uma ferramenta que atua

    preventivamente sobre o processo produtivo, utilizando a estatstica como

    instrumento bsico para avaliar suas alteraes, em busca do aperfeioamento

    contnuo da qualidade.

    A metodologia de controle de qualidade que foi proposta no necessita de

    programas complexos para a sua realizao, o que a torna uma proposta vivel para

    a empresa, j que capaz de acompanhar e controlar as variaes do processo,

    para que possa identificar com preciso, quando deve atuar ou no no processo,

    visando sempre a satisfao do cliente e procurando atender as exigncias do

    mercado.

  • 67

    REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Confeces de tecidos de malha Determinao de Toro, NBR 12958. Rio de Janeiro, 1993.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Materiais Txteis - Determinao da gramatura de tecidos NBR10591. Rio de Janeiro, 1988.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Materiais Txteis - Determinao das alteraes dimensionais de tecidos planos e malhas - Lavagem em mquina domstica automtica, NBR 10320. Rio de Janeiro, 1988.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Regras Gerais para efetuar ensaios de solidez de cor em materiais txteis, NBR 10187. Rio de Janeiro, 1988.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Materiais Txteis Ensaio de Solidez de cor lavagem Mtodo Acelerado, NBR 10597. Rio de Janeiro, 1988.

    ERHARDT, Theodor. Curso tcnico txtil: fsica e qumica aplicada, fibras txteis, tecnologia. So Paulo: EPU, 1975-76. v.1.

    ERHARDT, Theodor. Curso tcnico txtil: fsica e qumica aplicada, fibras txteis, tecnologia. So Paulo: EPU, 1975-76. v.2.

    ERHARDT, Theodor. Curso tcnico txtil: fsica e qumica aplicada, fibras txteis, tecnologia. So Paulo: EPU, 1975-76. v.3.

    FABRIS, J. P. e MIRANDA, E. Modelo ARIMA para Monitorao da Qualidade de Produo da Indstria Txtil Oeste Ltda. Disponvel em: < http://www.urisan.tche.br/~gep/2000/arima.pdf>. Acesso em 09/11/2007.

    FEIGENBAUM, A.; Controle da Qualidade Total: Mtodos Estatsticos aplicados qualidade. So Paulo: Makron Books do Brasil, 1994.

    GOMES, A. Tinturaria de Malha e Acabamentos. Disponvel em: . Acesso em 28/09/2007.

  • 68

    GUARATINI, C. C. I.; ZANONI, M. V. B., Corantes Txteis. Qumica Nova, v. 23, n.1

    GUIA TXTIL. Literatura Txtil: Tecelagem Consideraes Tcnicas. Disponvel em:< http://www.guiatextil.com/literatura_tecelagem.php>. Acesso em 02/10/2007.

    MARTINS, G. B. H. Prticas Limpas Aplicadas s Indstrias Txteis de Santa Catarina. Disponvel em: < http://www.eps.ufsc.br/disserta97/geruza/index.html> . Acesso em 12/11/2007.

    NAPOLI, Sylvio. Controle de qualidade na indstria txtil. So Paulo: Ed. do autor, 1993.

    RIBEIRO, Luiz Gonzaga. Introduo a tecnologia txtil. Rio de Janeiro: CETIQT / SENAI, 1984 v.2

    SALEM, Vidal; DE MARCHI, Alessandro; MENEZES, Felipe Gonalves de. O beneficiamento txtil na prtica. 1. ed. So Paulo: Golden Qumica do Brasil, 2005.

    SHREVE, R Norris; BRINK, Joseph. Indstrias de processos qumicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.

    SULFANIL. Tratamento de guas. Disponvel em: . Acesso em 08/11/2007.

    TWARDOKUS. R.G. Recuo de gua no Processo de Tingimento da Indstria Txtil. Disponvel em: < http://www2.enq.ufsc.br/teses/m126.pdf>, acesso em 23/10/2007.

    VALOR. Anlise Setorial: Indstria Txtil. Disponvel em: < http://setorial.valor.com.br/frmindex.htm>, acesso em 12/11/2007.

  • 69

    APNDICE A - A EMPRESA

    A Lavanderia Pedrini Ltda foi fundada em maio de 1999 pelo Sr. Jadir Pedrini,

    tendo como objetivo beneficiar peas de jeans, pois o mesmo era proprietrio de

    lojas do setor e com o crescimento das vendas tornou-se vivel a fundao de sua

    prpria lavanderia. Localizada em um plo txtil, logo passou a prestar servios a

    terceiros alm de beneficiar a sua prpria produo.

    Com a viso sempre focada no mercado txtil, o proprietrio fundou em

    agosto de 2006 o setor de tinturaria de malhas deixando assim, de trabalhar apenas

    com o jeans, mas sim com todo o tipo de malha. Hoje consta com uma equipe de

    aproximadamente 80 colaboradores, com uma rea fabril de 7000 m2 e uma

    produo mensal de 300 t/ms.

    Figura 25 Vista frontal da empresa Fonte: Elaborao do autor, 2007

  • 70

    Nome e Razo Social: Lavanderia Pedrini Ltda.

    Cidade-Estado: Brusque Santa Catarina

    Setor do estgio: Txtil Controle da Qualidade

    Nome do Supervisor na Empresa: Fernando de Oliveira Domingos

    Perodo de estgio: 14/08/2007 14/12/2007.

  • 71

    ANEXO A FATORES PARA LIMITES DE CONTROLE

  • 72

    ANEXO B MODELO DE LAUDO EMITIDO PELA EMPRESA AOS

    CLIENTES