95 Sociedade da Mesa Fevereiro 2011 · O Chile como você deve ver! Inebriante e de tirar o...

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Sociedade da Mesa 95 Fevereiro 2011 Casas del Toqui Ana Tome Taninos de Classe Alta Butique Entomófoga É nosso, É brasileiro clube de vinhos

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Sociedade da Mesa95

Fevereiro 2011

Casas del Toqui Ana Tome Taninos de Classe Alta Butique Entomófoga É nosso, É brasileiro

c l u b e d e v i n h o s

Direção Dario Taibo

Direção da revista Dario [email protected]

Desenho e direção de arte

[email protected]

Atendimento ao cliente [email protected]

Contato de Publicidade [email protected]

Impressão 10.000 exemplares

Sociedade da MesaRua Branco de Moraes, 248/11Chácara Santo AntônioSão Paulo - SP - BrasilCEP 04718-010(55-11) 5181-4140www.sociedadedamesa.com.br0800-7740303

Este informativo é uma edição exclusiva para os associados da Sociedade da Mesa. Pertencente a um grupo internacional, a Sociedade da Mesa é um clube de vinhos, seleciona vinhos para seus associados, publica um informativo mensal além de organizar cursos e eventos.

sócio-diretorDario Taibo

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comunicação e designOOC

índice

2 ou 3 botões

04Seleção do Mês

Artigo Sobremesa

EntrevistaAna Tome

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3118ArtigoMesa

ArtigoSaboreando Juntos

Próximas Seleções

20 2625Programa Saca-Rolha

Vinhos em estoque

Moda é uma coisa que permeia quase todos os setores da produção de bens de consumo. Celulares, carros, roupa etc. Com o vinho não é diferente existem vinhos que são bons e outros não tão bons, mas existem os que estão na moda e os que não estão, o que pouco ou nada tem a ver com a qualidade dos mesmos.

O estilo de vinho que está hoje na moda é o vinho de muita estrutura, grande concentração de cor e sabor, altos teores alcoólicos, uvas muito maduras, maceração longa, barricas muito tostadas e tal.

Eu gosto desse estilo, gosto dessa moda, mas também gosto de paletó com dois botões, o considero muito mais elegante que o de três.

Os vinhos deste mês são como paletós de dois botões. Não estão na moda, mas são muito mais elegantes.

Por outro lado e já abandonando a analogia, o vinho delicado tem uma característica muito especial, são mais gastronômicos, são mais fáceis de harmonizar, dão mais prazer à mesa.

É mais para nós, cultuantes do livre exercício dos prazeres da mesa.

EDITORIAL

Sociedadeda Mesa

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GRANDESVINHOS

Casas del Toqui

Pinot Noir Reserva 2009

Cabernet SauvignonReserva 2009

O Chile como você deve ver!Inebriante e de tirar o fôlego, são alguns dos predicados com os quais podemos deixar mais belo o Chile.

Além de sua paisagem incrivelmente única, com cidades modernas cercadas pela exuberante cordilheira dos Andes, suas praias banhadas pelo selvagem Oceano Pacífico, o inóspito Deserto do Atacama ao Norte e a chamada Terra do Fogo no extremo Sul já bem pertinho da Antártica, as regiões vinícolas são um espetáculo a parte !

Com consagradas e promissoras regiões já disseminadas mundo a fora, o Chile mostrou durante esses anos de batalha para se firmar no mundo do vinho, mais do que determinação, mostrou potencial, e agora já pode colher alguns excelentes frutos desse árduo trabalho.

Nesse mês vocês poderão se deliciar com dois exemplares que fazem jus ao renome dos vinhos chilenos.

Gabriela Monteleone atua como sommeliere no Restaurante Gero em São Paulo, uma das casas do Grupo Fasano, é articulista da Revista Brasileiros na qual assina uma coluna mensal sobre bebidas, além de fazer parte do grupo de degustação do Jornal O Diário de São Paulo.

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Chile

Minha cata: Uma experiência interessante que esta seleção propõe é o fato de serem dois vinhos cuja única diferença é a uva. A região é a mesma e a vinificação tem um estilo muito claro e definido e também idêntico em ambos os vinhos. Condições perfeitas para comparar o Cabernet Sauvignon com o Pinot noir. Por outro lado e tal como disse antes, esta bodega imprime aos seus vinhos um estilo muito claro que vai de encontro com a tendência ou moda atual das altas concentrações polifenólicas. São vinhos leves, ligeiros e delicados e muito gastronômicos, coisa difícil de encontrar no velho mundo.

DO: Cachapoal Valley

Idade das Vinhas: 12 anos

Tipo de Cultivo: Espaldeira

Rendimentos Obtidos: 8.000 kg /ha

Envelhecimento: 40 % do vinho estagiou em carvalho francês durante 5 meses

Enólogo: Alfonso Duarte P

Álcool: 13%

DO: Cachapoal Valley

Idade das Vinhas: 18 a 68 anos

Tipo de Cultivo: Espaldeira

Rendimentos Obtidos: 9.000 kg /ha

Envelhecimento: 60 % do vinho estagiou em carvalho francês e americano durante 6 meses

Enólogo: Alfonso Duarte P

Álcool: 13%

Vermelho translúcido. Nariz: mediana intensidade, frutas vermelhas, cereja. Após algum minutos na taça aparecem aromas secundários. Boca: Fresco, jovial clara tipicidade da uva, feminino, elegante com sabores muito bem encaixados.

Vermelho rubi translúcido. Nariz: mediana intensidade, frutas silvestres e vermelhas, fresco e frutado. Boca: confitura, taninos vivos, leve, elegante, feminino.

Seleção Mensal

Texto: Gabriela MonteleoneCata: Dario TaiboIlustrações: Ochoa

Casas del Toqui Pinot Noir Reserva 2009

Casas del Toqui Cabernet Sauvignon Reserva 2009Um Cabernet Sauvignon e um Pinot Noir cultivados em uma

das mais interessantes e diversas regiões vinícolas do país, Cachapoal, que fica dentro do Vale de Rapel na chamada VI região chilena.

A Cabernet Sauvignon é a vedete dessa região com estrutura mais carnuda, maciez e aromas marcados de pimentas, ervas e especiarias.

A Pinot Noir uma boa novidade da região, aqui ela produz vinhos com coloração mais radiante do que em seu terroir de origem, com notas aromáticas bastante frutadas, maciez e frescor em sua textura.

Aproveite para fazer essa bela viagem ao Chile através dos aromas e sabores dessas delícias engarrafadas !

Tim, tim...

Casas del Toqui nasce em 1994, produto da união de viticultores tradicionais: Os Granella, uma antiga e reconhecida família chilena; e Chateau Larose Trintaudon, um importante produtor de vinhos da região de Burdeaux, França.

VI Região Argentina

Chile

Bolívia

Peru

Pacífico

Atlântico

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ENTREVISTA

por Branca Rodriguesfotos: divulgação

“ a graça do assunto está na diversidade...”

TomeAnaAna Tomé nasceu na Espanha, estudou em Londres e em Nova Iorque, trabalhou em Havana e em Santo Domingo. Hoje está no Brasil, em São Paulo, como diretora do Centro Cultural da Espanha atuando na Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento.

Por que a capital paulista? Qual o interesse pelo Brasil?Eu cheguei no Brasil enviada pela AECID com o propósito de abrir um Centro Cultural da rede espanhola de cooperação cultural. Porém, no começo não estava decidido se seria no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Finalmente, depois de três meses no RJ, as autoridades espanholas decidiram que São Paulo era a cidade mais adequada porque reunía de um lado a condição de centralidade cultural oportuna para criação de um “efeito dominó”, e por outro necessidades de acesso à cultura para grandes bolsões de população que moram na periferia da cidade. Assim, poderiam ser efetivamente trabalhados tanto os programas de promoção da cultura em espanhol quanto de cooperação cultural para o desenvolvimento.

Como foi trabalhar e lidar com o regime ditador de Cuba? Como surgiu o convite? Durante uma Cimeira de Chefes de Estado Iberoamericanos, celebrada em Havana, durante a presidência de Felipe González na Espanha, o presidente de Cuba trasladou aos reis da Espanha o convite para que o nosso país abrisse um centro cultural da AECID na capital cubana, que viria a ser, de fato, o primeiro e único centro cultural de um país estrangeiro autorizado em Cuba. O processo administrativo e a reabilitação do prédio sede levaram vários anos.

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Finalmente no ano 2001 eu fui enviada como primeira diretora da instituição. Eu fui selecionada em edital público ao qual podiam concorrer os profissionais que cumprissem determinadas condições de formação e experiência. Como no caso dos diplomatas, um diretor de AECID, que é um órgão governamental, tem uma missão oficial a cumprir, e ela deve ser independente de opiniões pessoais.

Quais os principais problemas sociais em comum enfrentados por estas 3 capitais (Havana, Santo Domingo e São Paulo)? Todo país e toda sociedade tem as suas idiossincrasias, as suas virtudes e seus problemas. Um problema comum a diversas sociedades, e certamente às três capitais mencionadas, é a desigualdade social e econômica, que deriva na incapacidade dos sujeitos para desenvolver todas as suas potencialidades. As circunstâncias especiais de Cuba são bem conhecidas.

Como você resumiria, em poucas palavras, a política espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento?Para mim como cidadã espanhola é um orgulho que responda a uma demanda social, inclusive em tempos de dificuldades econômicas.

Como a Espanha se comporta em relação a projetos de inclusão social? Ela pode ser considerada um modelo a ser seguido?Eu pessoalmente não gosto da expressão “inclusão social”. Não acho que tem um lugar certo ao qual as pessoas devem pertencer ou ser incluídas. Eu prefiro falar em projetos que democratizam o acesso às escolhas, à diversidade. Também acho que a Espanha tem boas práticas a compartilhar, mas não considero que detenha a exclusividade.

Atividades do CCE - Centro Cultural da Espanha no Brasil.

O Centro Cultural da Espanha desenvolve ações sociais na periferia da cidade de São Paulo apoiando iniciativas, como o “Espaço Suburbano Convicto” no Itaim Paulista e o “Projeto JAMAC” no Jardim Míriam. Quais os próximos projetos a serem apoiados? O CCE_SP colabora com muitos outros projetos, tanto em execução direta como em parceria com os poderes públicos ou organizações da sociedade civil. Você menciona somente dois projetos, muito queridos, mas apenas dois de muitos outros. Se quiser mais exemplos, posso mencionar o trabalho junto à Cooperifa, ao movimento Hip-Hop mulher, à rede de artistas que formalizou o Mapa das Artes da Cidade Tiradentes, elaborado em parceria com o Instituto Polis, ao Raquete faz o papel... e tantos outros. Para mim, são também muito importantes e estratégicos os programas de formação no setor cultural, como por exemplo, a parceria com a Secretaria Municipal de Educação para o curso de gestão cultural para os coordenadores de cultura dos Centros Educativos Unificados (por exemplo, os cursos junto à Ação Educativa de formação para elaboração de projetos culturais, etc.

Falando sobre regiões produtoras espanholas, qual você elege?A de Alvarinho para o branco, Ribera del Duero para tinto e Catalunha para o Cava, um dos meus vinhos favoritos.

Pode nos dizer alguma diferença entre o perfil do consumidor brasileiro de vinhos e do europeu?O consumidor brasileiro tem um paladar em construção e o europeu tem uma tradição milenar.

E quanto ao vinho brasileiro? Recomendaria algum?Não conheço o suficiente para me manifestar.

P I N G - P O N G

Receber amigos em casa x ir a um restaurantereceber amigos em casa

Verão em Santo Domingo x verão em São Pauloverão em Santo Domingo

Feijoada x PaellaPaella

Uma harmonização perfeitavinho alvarinho ou cava extra-brut e sashimi de ovas (sem faltar o ouriço), ostras, atum e outros peixes

Tinto, branco, rosado ou espumante cava

Melhor companhia para uma taça de vinhoa família e os amigos

Um brindepor um ano 2011 que traga paz, prosperidade, justiça social e conquistas no caminho da consecução dos objetivos do milênio.

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Existe algum tipo de seleção para escolher qual projeto apoiar?Sim, e são vários e bem precisos. A cooperação espanhola trabalha com um Plano Diretor de Cooperação que define metas e objetivos para quatro anos, com estratégias setoriais, como a de Cultura e Desenvolvimento, que em cada país, por sua vez, são adaptadas às condições e necessidades sociopolíticas locais e que ficam compendiadas nos Marcos de Associação e nos Planos de Centro. As pessoas interessadas podem conhecer mais consultando os sites www.ccebrasil.org.br ou www.aecid.es.

Você tem uma vasta experiência no que diz respeito à inclusão social, principalmente usando “ferramentas artísticas”, como a música, dança... Qual “ferramenta” pode ser considerada de maior aceitação pela população?Não acredito que existam receitas, a graça do assunto está na diversidade...

E na hora de comemorar o sucesso de cada projeto, qual a melhor forma de celebrar?Junto aos interessados, do jeito que eles prefiram.

Como que a Ana Tomé relaxa e descansa do trabalho intenso de diretora?Idealmente numa praia deserta com um bom romance em mãos, num jantar com amigos e uma taça de bom vinho, conhecendo lugares novos, visitando exposições, assistindo cinema, ou simplesmente ficando tranquila em casa, dedicada à leitura, sem horários, sem compromissos e sem obrigações...

Se um grupo de amigos espanhóis vem te visitar em São Paulo, aonde os levaria? Que tipo de comida recomendaria?São Paulo tem restaurantes maravilhosos e uma grande diversidade de cozinhas. Alguns dos meus favoritos são o Dois Cozinha Contemporânea, o Mocotó, a Rota do Acarajé, o Sushigen... Eu gosto de conhecer lugares novos e prefiro os de boa cozinha e bom serviço, porém menos formais.

Atividades do CCE - Centro Cultural da Espanha no Brasil.

Ana Tomé, diretora do CCE - Centro Cultural da Espanha no Brasil.

Vinhos e aristocracia

taninos de CLASSE ALTA

Das janelas do Castelo de Ygay Vicente Dalmau Cebrián, Conde de Creixell, observa os terrenos a seu redor e sorri, satisfeito. O sol se derrama com suavidade entre os mais de 300 hectares de vinhedos de sua propriedade, provocando uma sinfonia de cores sobre as uvas garnacha, tempranillo, graciano, mazuelo e viura, que são as variedades predominantes nesta finca junto a uma pequena quantidade de malvasía e, inclusive, garnacha branca. Um verdadeiro desfrute para os sentidos e uma garantia

de continuidade para Marqués de Murrieta, a “melhor bodega espanhola (de Rioja) do ano 2009”, Segundo a revista americana Wine & Spirits. “Não tem sido um caminho fácil”, reflete Dalmau, que é o encarregado desta casa emblemática desde a morte de seu pai, Vicente Cebrián-Sagarriga, em 1996. “Mas valeu a pena”. Imerso em um processo de modernização

EM SUAS EMPRESAS VINÍCOLAS, A NOBREZA ESPANHOLA ADAPTA AS TRADIÇÕES SECULARES HERDADAS DA SUA LINHAGEM AOS SISTEMAS DE ELABORAÇÃO MAIS MODERNOS. OS VINHOS DA ARISTOCRACIA SOBEM AO TREM DO FUTURO COM INVESTIMENTOS QUE NÃO PRECISAM DE AMBIÇÃO E SENSATEZ.

Revista SobremesaTexto: Álvaro López de MoralFotos: Álvaro Fernández Prieto

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tempranillo, mazuelo, graciano e garnacha, a produção desta casa deu resultados tão bons que o Marqués não duvidou em depois adquirir novos terrenos na Ribera del Duero e no Miño, ampliando sua oferta a riberas e albariños. “A crise não vai parar nenhum dos meus projetos”, assegura D. Pelayo, desmentindo a Benavente quando afirmava que em questão de genealogias é melhor andar pelos ramos que se ater às raízes.

Desta maneira, diz com redundância: “O pior inimigo de uma empresa familiar pode ser a própria família. É impressindível que se tenha um líder. Nós mantemos o espírito familiar na cultura da empresa. Aliás, desejamos dar um pulo à terceira geração, mas nossa forma de funcionar é como a de uma multinacional”. E não parece que vai mal, dando conta da incorporação à sua holding da Bodega Pazo San Mauro- localizada em Salvaterra do Miño- em 2003 e em 2006, da Bodega Conde de San Cristóbal,

que é o segundo título nobiliário que ostenta e cuja última novidade tem sido a apresentação do vinho Conde de San Cristóbal Raíces Reserva 2006. Quando ainda não se dissiparam os ecos da mesma, este magnata das altas finanças demonstra seu espírito empreendedor de olho nas comarcas do Priorato e de Rueda, por onde tem previsto aumentar seu império empresarial.

Soma e segueCom tratamento de Alteza Real, a Princesa Teresa de Borbón Dos Sicilias e Borbón-Parma, irmã do Duque de Calabria e prima-irmã do rei D. Juan Carlos, ostenta com seu marido, Íñigo Moreno de Arteaga, uma parte de Marqués de Laula, a propriedade das Bodegas Tarsus na Ribera del Duero. Iluminada e equilibrada, esta casa de marca francesa aposta em processos de vindimia e vinificação realizados por parcelas, o que resulta na obtenção de vinhos de aromas profundos, alta concentração e excelente potencial de envelhecimento.

Na região gaditana de Sanlúcar de Barrameda, o príncipe Álvaro de Orleáns- Borbón e Parodi-Delfino perpetua junto com sua irmã Beatriz a tradição iniciada pelo Duque de Montpensier no século XIX, à frente da Bodega dos Infantes Orleáns-Borbón, especializada na elaboração de vinhos e brandies de jerez procedentes da Finca Torremesa. E a conta soma e segue.

Talvez o exemplo mais claro de todos os títulos nobiliários vistos na etiqueta de um vinho é o encontrado nas Bodegas Marqués de Campo Nuble, uma extensão de 13 hectares de terreno

se valorizam por serem as únicas no mundo que aplicam à enologia os usos da geometria, ou o que é o mesmo: a energia térmica procedente da terra.

Por detrás do suposto desastre que foi para eles a II República, a guerra Civil e o regime franquista, que sempre os viu com receio, os aristocratas espanhóis são vistos obrigados a procurar um novo espaço que se desenvolvesse. A atual monarquia democrática não quer restaurar seus privilégios como cortesãos, portanto não ficou outro remédio senão reorganizar suas explorações agrárias e pecuárias, e se integrar plenamente à economia de mercado. Neste contexto social, adquire maior brilho a figura de D. Pelayo de la Mata e Pobes, atual Marqués de Vargas e herdeiro de uma linhagem que data do ano 1700.

D. Pelayo fundou a Bodega que leva seu título em 1989, na Hacienda de Pradolagar, localizada em pleno coração do vale do Ebro. Consagrada aos tintos reservas procedentes de

E ficou para trás a época em que a nobreza espanhola considerava a possibilidade de elaborar vinhos como uma fonte de renda a mais para financiar sua vida e se permitir arrumar, de passagem, as goteiras de suas casas palacianas.

Hoje, eliminadas as vantagens inerentes a seus títulos, os aristocratas pátrios entram no mercado e se lançam para trabalhar em seus vinhedos de forma profissional, ainda que falte aqueles que se mostram enchendo de terra as unhas e se limitam a prestar sua afiliação do brasão a alguma bodega, para enobrecer sua imagem.

Pioneiros com futuroCom cenário semelhante como fundo, adquire maior destaque o trabalho realizado no século XIX pelos Marqueses de Riscal e de Murrieta, precursores do rioja moderno e encarregados de preparar o caminho para as gerações posteriores. Ambos não duvidaram em aplicar nas suas fincas os sistemas de elaboração e crianza conhecidos como “Método Mèdoc”, de maneira similar à qual utilizaria cem anos mais tarde Enrique Forner para seu Marqués de Cáceres.

Seguindo seus passos, outros tantos fariam depois riojanos titulados como o conde de Hervías, cujos herdeiros, os Manso de Zúñiga e os Amézola de la Mora, exploram atualmente o vinhedo familiar de Torremontalbo.

Também se lançaram à elaboração de vinhos os marqueses del Puerto- hoje pertencentes ao grupo Marie Brizard-; os de Romeral e os de Terán, cuja produção agora corre por conta das Bodegas Regalía de Ollauri que

mantida entre o Marqués Luciano de Murrieta, fundador da casa, o General Espartero e a rainha Isabel II.Um sucesso para este bacharel em Economia, Administração e Direito pela Universidad de Navarra, que, ao completar 26 anos, se converteu na cabeça visível de um movimento de aristocratas espanhóis que tem feito do vinho sua profissão, adaptando as técnicas herdadas pela tradição secular para os procedimentos enológicos mais novos e conseguindo que os produtos espanhóis se liberem de complexos para competir com as ligas francesa ou italiana em condições iguais.

que levou a intensificar a distribuição de seus produtos e a incorporar a seus tintos o inovador Dalmau- tão cuidado que rende somente umas 20.000 garrafas por ano- ou o branco Capellanía, entre outros, o aristocrata não para de somar prêmios dentro e fora da Espanha enquanto culmina a reabilitação de seu castelo: um edifício milenar de 6.000m² onde está previsto instalar os fundos do futuro museu da bodega. Pensa incluir nele “uma coleção representativa de todos nossos vinhos desde 1852. Um total de 70.000 garrafas”, à qual terá que somar elementos como a correspondência

Com um conceito empresarial altamente competitivo, Pelayo de la Mata, atual Marqués de Vargas, afronta os tempos de crise diversificando oferta e incorporando riberas e albariños a seus tintos premiados.

Sua formação sólida em universidades da Bélgica e dos Estados Unidos e seu espírito empreendedor convertem ao atual Marqués de Griñón, Carlos Falcó e Fernández de Córdova em referência chave dentro da atual cena vinícola da Espanha.

Com o lema “renovar ou morrer” Vicente Dalmau Cebrián, Conde de Creixell tem pulverizado a ortodoxia que imperava até agora nas Bodegas Marqués de Murrieta mediante famosos acertos, como o tinto Dalmau ou o branco Capellanía.

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Aqui a gente só não decide por você.Aí já seria demais!

Inscreva-se já na Seleção Grandes Vinhos!Ou fique com as duas!

A Seleção Grandes Vinhos visita todo o mundo de vinhos que estava fora do alcance do valor da Seleção do Mês. Vinhos das melhores regiões, vinhos emblemáticos de produtores consagrados. Vinhos para guardas mais longas e para situações especiais, uma seleção mais formal. “O aspecto mais alto da produção mundial”.

GRANDESVINHOS

Sociedadeda Mesa

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Existem algumas

diferenças

Ainda bem que a gente tem

escolha

Sobremesa é a revista de vinhos e gastronomia de Vinoselección.

de Irujo-Fitz James Stuart, Marqués de San Vicente del Barco e quarto filho da Duquesa de Alba, cuja casa conta com uma enorme tradição no que se refere à dignificação dos vinhos sem passar pela terra natal. De fato, outro irmão de Fernando, Jacobo Fitz James Stuart, Conde Siruela, também tem um vinho com seu nome nas Bodegas Frutos Villar, de Ribera del Duero.

Completando este elenco nobiliário de função representativa encontramos a Dona Lourdes Dávila Ybarra, Condessa de Garvey e presidente do grupo de mesmo nome, presente em 72 países e com uma larga lista de prêmios internacionais. Entre seus produtos estrela figura, segundo ela, o brandy mais caro deste planeta: um Conde de Garvey Solera Gran Reserva com 200 anos de antiguidade, que é

comercializado por nada menos que 750 euros a unidade.

Mas para falar da atual cultura do vinho em nosso país há que se deter à figura de Carlos Falcó e Fernández de Córdova, quinto Marqués de Griñón, Grande de Espanha e descendente direto de Gonzalo Fernández de Córdova, o famoso Gran Capitán dos Tercios de Flandes.

À margem de status nobiliário, desde sua finca toledana de Malpica del Tajo, Falcó pode se valorizar por ter introduzido em Castilla-La Mancha as chamadas “variedades melhoradas” –como a cabernet sauvignon, a syrah e a petit verdot- em boa parte dos campos espanhóis. Mesmo assim, em suas terras aplicam-se os sistemas mistos de plantação e se utiliza a tecnologia de última geração conhecida como “canopy management”. Mas além disso, o Marqués também produz vinho na finca onde vive, em Aldea del Fresno, com um sucesso tal que seu tinto El Rincón tem sido nomeado o melhor vinho da D.O. Vinos de Madrid. Todo ele sem prejuízo de um sentido do marketing que levou este engenheiro agrônomo de 74 anos- a cavalo entre o dandismo inglês e a nobreza dos campos de Castilla- a se converter em um cotado autor literário (seu livro “Entender o vinho” está na 13ª edição) e a exercer seu magistério vinícola junta a sua filha mais velha, Sandra, a qual parece ter sido chamada para perpetuar a tradição familiar.

especializada nas uvas tempranillo, propriedade do jerezano D. José Maria Ruiz Mateos, que é o atual Marqués. Seu gosto pela nobreza fez com que ele engrandecesse os produtos da casa, dentre os que encontramos, além do que já foi mencionado, um Conde de Romanones Gran Reserva de 2003 envelhecido durante 18 meses em barris de carvalho francês, que é seu orgulho e sua alegria. Foi apresentado à sociedade pela própria Aline Griffith, Condessa Viuda de Romanones, a quem o grupo empresarial acertou em homenagear com o prêmio “Mulheres e vinho”, em uma ilustre demonstração de alta escola corporativa.

Por seu lado, as Bodegas Zoilo Ruiz Mateos, propriedade do filho do anterior, contam com a honorífica presidência de D. Fernando Martínez

Fernando Martinez de Irujo-Fitz James Stuart, Marqués de San Vicente del Barco é o presidente honorífico da Bodega Zoilo Ruiz Mateos. Uma tradição habitual entre os membros da Casa de Alba que costumam a dignificar com seu nome a imagem de alguns vinhos.

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Diante do atual preço do filé mignon, em busca de uma produção sustentável e com o objetivo de eliminar o efeito estufa, desconfio que haja, em breve, uma mudança básica na gastronomia ocidental, principalmente no que respeita ao consumo de proteínas. Cientistas, como o professor Arnold Van Huis da Universidade de Wageningen, na Holanda, já defendem dietas baseadas essencialmente no consumo de insetos, diante do rico valor nutricional que possuem, pela abundância com que são encontrados na natureza e pelo menor risco que oferecem à sobrevivência da Terra e, por conseqüência, dos terráqueos.

Segundo cálculos divulgados por Arnold, os insetos emitem 1/10 do metano de gado e 300 vezes menos óxido nitroso, poluente produzido por suínos e pela avicultura. Além dessas vantagens, os insetos contêm quantidades significativas de proteínas, lipídeos, sais minerais e até ácidos graxos. Poderão ser ainda uma fonte de erradicação da fome mundial!

Sob outro enfoque, há citações no Velho Testamento que indicam a autorização divina para comer gafanhotos, besouros e grilos. Os romanos e os gregos os inseriram em suas orgias alimentares. Aristóteles chegou a escrever sobre “saborosas cigarras”, denunciando que as comeu e as apreciou. Padre Anchieta petiscava tanajuras com os índios e Monteiro Lobato as apelidou de “caviar do Vale”.

Tailândia, Colômbia, Japão, México, Austrália, África do Sul e Camboja são alguns dos locais que possuem pratos típicos à base de insetos. Com tantas recomendações e irmãos fazendo uso de tal alimento, porque recusá-los?

De outra feita, nosso sistema digestivo encontra-se adaptado para ingerir insetos. Para ajudar a afastar a repugnância, pense que eles têm poucas calorias e quase nada de carboidratos, de sorte que poderemos comê-los em grande quantidade, sem peso na consciência e com o aval do médico. Em suma, com tantos fatores positivos e o homem tendo que escolher entre a adaptação e a extinção, parece que não restará alternativa senão a de se aliar aos quase 2/3 do Mundo que já se alimentam de alguma espécie de insetos. Suponho que se trata, portanto, de uma questão de tempo para superar preconceitos culturais.

Diante disso, dou asas à imaginação e fico imaginando os açougues sendo substituídos por butiques entomófogas, em cujas vitrines serão expostos deliciosos insetos: larvas em folhas de bananeira, seu habitat natural; cupins congelados em embalagens a vácuo; louva-a-deus em caixinhas transparentes; grilos vendidos por dúzias; condimento à base de percevejos e pimenta; pasta de barata-d’água gigante, além de outros espécimes exóticos, como escorpiões em espetos e abdômen de tarântula.

Os supermercados terão uma seção especial para os entomófogos: a rotisseria de insetos e outros espécimes. Nela encontraremos baratas em espetinhos ao molho vinagrete para serem servidas

como entrada; grilos grelhados com arroz e uvas passas; creme de larvas e cogumelos;

salada de rúcula e escorpiões ao molho de laranja e mostarda;

filhotes de grilo conservados no molho de tomate agridoce; cupim refogado ao molho de curry; farofa de içá (tanajura) com azeitonas pretas, ovos e bacon; ceviche de gafanhoto; larva de mariposa branca com espinafre ao molho de abacaxi; sorvete de creme com formigas crocantes; bicho-da-seda defumado; quiche lorraine de

larvas; gelatinas transparentes com escorpião ao mel de vespas,

pizza com cobertura de mozarela e gafanhotos e outras quitutes do gênero.

O carrinho do pipoqueiro dará lugar ao do “insetoqueiro”, exibindo para as crianças, na porta das escolas, doces tentadores: pipocas de tanajura (doce e salgada); chicletes de larva nos sabores menta, morango e limão; baratas crocantes no pirulito

puxa-puxa; pacotes de salgadinhos de gafanhotos e grilos nos sabores cheddar, bacon e barbacue; sorvete de pasta de minhocas; cookies crocantes com vespas; gafanhotos

com cobertura de chocolate; picolé de formiga; balinhas de moscas

aquáticas; brigadeiros à base de farelo de grilo e tortilhas de bicho da banana.

Desculpem, mas cara de nojo diante dessa comida refinada só demonstra falta de exame crítico. Nós ocidentais também comemos alguns alimentos estranhos e bizarros, como camarões, ostras, escargots, testículos e cérebro de boi, buchada de bode e carne de rã: porque não insetos? É só uma questão de hábito!

Tudo bem, vamos devagar: não aconselho que saiam por aí caçando bichinhos, sem qualquer critério, para levá-los ao prato, mas podem começar com uma deliciosa farofa de tanajuras.

A tal é uma formiga alada, a fêmea das saúvas, de bumbum grande, fácil de ser reconhecida. Em épocas de muito calor, pressentindo a chuva, sai da toca para tomar uma fresca. Aproveite o momento, muna-se de uma urupema (peneira de palha própria para passar a farinha de mandiocas) e entoe a seguinte parlenda: “tanajura, cai, cai, / pela vida de teu pai!”. Você precisa ser ágil, pois senão não pega nada.

Obtida a quantidade suficiente, mais ou menos 300 tanajuras, arranquem o traseiro de todas. Lave-os em água corrente e os seque. Em uma frigideira, coloque manteiga e refogue alho e cebola, até dourá-los. Abaixe o fogo e, enquanto declama “cai, cai tanajura, / tua mãe tá na gordura”, vá jogando as tanajuras na frigideira. Torre-as, mas cuidado para não as queimar. Por fim, acrescente farinha de mandioca e sal na quantidade que te aprouver, deixando dourar. Sirva com arroz, feijão e bife acebolado.

Bom apetite!

MESATexto: Vera LL DamasoIlustrações: Ochoa

BUTIQUE ENTOMÓFOGA

Fui almoçar com meu primo Idel no Restaurante D.O.M. Estava com um desejo incontrolável de me reencontrar com o PF- Prato feito do Alex. Pessoalmente admiro o trabalho do Alex Atala, um grande pesquisador e defensor dos temperos e insumos do nosso Brasil. Assim como admiro todos aqueles que arriscam e inovam, muitas vezes me pego pensando “como os grandes pensadores, atores, físicos, entre outros, tiveram tempo e criatividade para criar e recriar coisas e situações”. Realmente admiro este tipo

de pessoa que não tem medo de errar. Imagino a dificuldade de buscar, tentar encontrar o sabor e a combinação ideal, admiro os que tentam e principalmente aqueles que conseguem como Mr. Alex Atala. Inclusive, no dia 27 de Janeiro ele foi galardoado com mais um prêmio, desta vez Alex Atala entrou para a lista dos 20 melhores e mais influentes chefs do mundo. Lista publicada na cúpula gastronômica internacional do IX Madrid Fusion, cercado por grandes mestres da culinária mundial como os Espanhóis Ferrán Adriá, Andoni Luis

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É nosso, é Brasileiro!

SABOREANDO JUNTOSTexto: Don [email protected]

Olá amigos da comunidade Sociedade da Mesa,uma grande saudação a todos!

ESTE É NOSSO ESPAÇO PARA COMPARTILHAR DESCOBERTAS, EXPERIÊNCIAS E DICAS DO MUNDO DA BOA MESA, REUNINDO IMPRESSÕES DA NOSSA COMUNIDADE, ADEPTA AOS PRAZERES DA GULA. AQUI ESTARÃO PRESENTES MINHAS E SUAS SUGESTÕES DE PRATOS, RESTAURANTES, BARES, INGREDIENTES, BEBIDAS, E OPINIÕES EM GERAL. NESTE ESPAÇO ENCONTRAREMOS TUDO QUE EU MAIS GOSTO DA MINHA QUERIDA MEGALÓPOLE PAULISTA E DE CIDADES QUE VISITEI.

Salão do Restaurante D.O.M.

Aduriz, Juan Mari Arzak, Joan Roca, Martín Berasategui e Pedro Subijan, os franceses Michel Bras, Alain Ducasse, Pierre Gagnaire e Joel Robuchon, o italiano Massimo Botura, os japoneses Nobu Matsuhisa, Yoshihiro Narisawa e Tetsuya Wakuda, o britânico Heston Blumenthal, os americanos Thomas Keller e Grant Achatz, dinamarquês Rene Redzepi, e o peruano Gastón Acurio que completam a lista.

Vamos retornar ao PF, que pode ser de escalope de Filé, Frango ou St. Pierre. Prefiro o tradicional de escalopinho, acompanhado com as panelinhas de feijão, couve com bacon, uma farofinha deliciosa, ótimas, secas e bem cortadas

bananas `a milanesa, arroz e batatas em cubinhos agradavelmente temperadas. A mesa fica cheia de panelinhas douradas, tudo muito gostoso e bonito.

O D.O.M. é um restaurante caro, muito caro, o PF servido só no almoço também; mas é mais acessível que um jantar normal no mesmo D.O.M. Para quem pode se dar ao luxo de jantar, recomendo o menu degustação, uma pequena porção de várias criações que o Alex oferece. Sinceramente, as poucas vezes que fui à noite sempre pedi o menu degustação, principalmente depois que tiraram do cardápio o meu querido nhoque com ragú e também porque ao ler o cardápio nada me apetece, parece tudo

Restaurante D.O.M.Rua Barão de Capanema, 549, Jardim Paulista São PAULO - SP11 3088-0761

muito complicado e sem combinação nenhuma, mas ao chegar cada prato da degustação (que são os mesmos pratos que estão no cardápio) percebo que o sabor que vem da cozinha não é bem descrito no cardápio. A degustação oferece diferentes experiências de tato, sabor e visual, realmente uma experiência gastronômica e de muitas sensações (Roberto Carlos ia adorar, ele adora sensações, né?). A carta de vinhos naturalmente como tudo aqui é muito cara, mas com qualidade e boa variedade. São Paulo é hoje uma cidade onde para comer bem ou mal se gasta muito dinheiro. Hoje vivemos em uma das cidades mais caras do mundo. A comida

do Alex Atala custa o mesmo preço dos melhores chefs do mundo. Ele faz parte desta Elite de Chefs, a grande diferença é que neste caso economizamos na passagem e comemos tão bem quanto no melhor restaurante do mundo. E ele como grande parte dos produtos que utiliza, é nosso, é Brasileiro! Temos que aproveitar este privilégio.

Por aíComo todos já sabem no meu sacrificado trabalho com comidas e vinhos, sou obrigado a viajar constantemente. Desta vez vou contar de minha última viagem à Recife capital Pernambucana, no mês passado.

“O Leite”, um clássico! Casa fundada em 1882 pela Familia Leite (hoje em dia já não pertence à família fundadora). É o Restaurante mais antigo do país ainda em funcionamento. Na Veneza Brasileira, bem no centro à margem do Rio Capibaribe. Lamentavelmente este centro não se conserva tão bem quanto o Restaurante.

A decoração um luxo absolutamente ultrapassado e cafona e ao mesmo tempo lindo, tem também um piano de calda, realmente um lugar que marcou

LEITEPça. Joaquim Nabuco, 147 Santo Antônio - RecifPE – Brasil081 3224-7481/7977

Don Alejandro é um colaborador convidado. Entusiasta do livre exercício dos prazeres da mesa, ilustra com depoimentos pessoais as suas aventuras enogastronômicas.

época faz a gente se sentir como se estivesse há 40 anos atrás. A comida e o Serviço SENSACIONAIS! O Maitre Xavier lembra aqueles dos anos 60 e 70 conhece a maioria dos clientes pelo nome, com o terno impecável com a solapa de cetim tipo smoking, cabelo engomado, maravilhoso. Experimentei, File a Mostarda com batata e arroz banhados no molho delicioso e as grandes vedetes da casa que são os pratos de Bacalhau, o bolinho de bacalhau é DIVINO! E como prato principal o Bacalhau Centenário, lascas de bacalhau banhado em azeite com cebola, batatas e pimentões com muito azeite, SENSACIONAL!

Valeu gente!! Viva el buen comer!! Viva la Vida!!!

O Leite sem dúvida faz parte da história do nosso Brasil, muitas reuniões e decisões políticas, civis e jurídicas devem ter sido tomadas neste Fabuloso Restaurante, que até hoje consegue sustentar uma qualidade fantástica! Conduzida, no back stage e nos fogões pelo, chef Bigode há dezoito anos, com toda preciosidade que acabei de descrever e pelo Maitre Xavier há 40 anos na casa com uma delicadeza, sutileza e dedicação que há muitos anos não via. IMPERDÍVEL!!!!!!

Vale à pena conferir e faço questão de quem for me comente ([email protected]), é um lugar como poucos no mundo, SHOW!!

Salão e fachada do restaurante O LEITE.

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SACA ROLHASModelo Somelier

Preço para associado:R$ 28,00

VACUVINBomba de vácuo com rolhas para melhor garantir as características do vinho.

Preço para associado: R$ 57,00

BOLSADe lona vermelha modelo engradado. Prática e ideal para carregar até 6 garrafas

Preço para associado:R$ 84,00

TAÇAS BORGONHAPar de taças de Cristal

Preço para associado:R$ 50,00 (o par)

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Lembrete: Recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como de alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 de cada mês. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque.

Abaixo nossos vinhos em estoque.Faça seu pedido por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

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vinhos em estoque

Faça suas compras por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

InformativosAtendendo a vários pedidos, muito justos temos que dizer os informativos estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura !

Vinho em consignaSe você vai fazer um evento, festa, jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você e assim nem sobrará nem faltará, já sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião.

serviçosLeopard’s Leap Origem: África do Sul

Uvas: 52% Pinotage e 48% ShirazPreço para associado R$ 39,10

Malbec de France Le Plant Du Roy Origem: Cahors - FrançaUvas: MalbecPreço para associados: R$ 38,80

PROGRAMA SACA ROLHAAqui nesta coluna publicaremos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! *

* O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve 2 garrafas de vinho, à sua escolha, para degustar com a sua companhia. Você pode ir quantas vezes desejar no mesmo restaurante participante.

Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha

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Rua Mourato Coelho, 1267Vila Madalena - SP(11) 3032-8605

Rua Pedroso Alvarenga, 1170Itaim bibi - SP(11) 3167-0977

Rua Normandia, 12Moema - SP(11) 5536-0490

Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705Jardim Paulistano - SP(11) 3031-0005

Rua Dr. Mario Ferraz, 213Itaim bibi - SP(11) 3816-4333

Rua Dr. Sodré, 241AVila Olímpia - SP(11) 3845-7743

Rua Bandeira Paulista, 520Itaim bibi - SP(11) 3167-2147

Rua Conselheiro Brotero, 903Santa Cecília - SP(11) 3664-8313

Rua das Arraias, 80Jardim Aquarius - SJC - SP(12) 3923-7445

Rua Oriente, 609Serra - Belo Horizonte(31) 3227-6760

Rua Melo Alves, 294Jardins - SPwww.chakras.com.br

Rua Alexandre Dumas, 1152 Chácara Santo Antônio - SP(11) 5181.4422

Av. Pedro Paula de Morais, 749Saco da Capela - Ilhabela - SP(12) 3896-5241

Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85Jatiuca - Maceió - Alagoas(82) 3235-1016

Rua Joaquim Távora, 1266Vila Mariana - SP(11) 5549.3210

Calá del Grau

Rua Joaquim Floriano, 466Itaim-bibi - SP Brascan Open Mall (11) 3079.3500

Rua Fradique Coutinho, 1664Vila Madalena - SPtel. (11) 3037-7223

Rua Harmonia, 117Vila Madalena - SP(11) 3816-7848

Rua Julio de Castilhos, 1074 Belém – SP(11) 2309.1248

Av. Carinás, 592Moema - SP(11) 2308-1091

r e s t a u r a n t e e d e l i v e r y

Rua Fradique Coutinho, 37Pinheiros - SP(11) 3032-7403

Rua Joaquim Antunes, 224 Pinheiros - SP(11) 3068-9888

Rua Harmonia, 277Vila Madalena - SP(11) 2691-7628

Rua Costa Aguiar, 1586Ipiranga - SP(11) 2068-3000

Rua Bento Albuquerque, 386Cocó - FortalezaTel. (85) 3249-9000

Estrada Municipal Darcy Penteado, 3301 São Roque - SP(11) 4714-2041

Estrada do Pico Agudo, km 5, Bairro Sertãozinho - Sto. Antônio do Pinhal(12) 3666-1873

Rua Girassol, 67Vila Madalena - SP(11) 3031-6568

Rua Tabapuã, 838Itaim bibi - SP(11) 3168-6467

Rua Manuel Guedes, 545Jardim Europa - SP(11) 2533-7710

Rua Lisboa, 346 Pinheiros - SP(11) 3064-3438

Genova

Rua Frei Caneca, 669Consolação - SP(11) 3259-0932

Rua Wizard, 288Vuila Madalena - SP(11) 3032-3325

Rua Fidalga, 340Vila Madalena - SP(11) 3812-7815

r e s t a u r a n t e rot isser ia

Estrada Fazenda Aroeira, 757Piraí - RJ (21) 2487-4011www.reservaaroeira.com.br

RESTAURANTE GIBRAN

Rua Comendador Miguel Calfat, 296 V. Olímpia – São Paulo – SPTel.: (11) 2083-1593Site: www.restaurantegibran.com.br

Novidade do Mês

PROGRAMA SACA ROLHA

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Gastronomia árabe em ambiente charmoso na Vila Olímpia

Kebab de quibe cru

RECEITA

Aberto em setembro de 2010, o restaurante Gïbran oferece, em ambiente clean e jovial, pratos árabes que remetem à tradição dos países do Oriente Médio, com métodos de cocção contemporâneos e combinações de especiarias que propiciam aroma e sabor intenso.

O menu contempla iguarias populares daquela região, principalmente no que tange à escolha dos ingredientes. É fiel ao apresentado em modernos restaurantes, principalmente de Beirute, Líbano.

Nasci em Beirute, sou filho de pai armênio e mãe libanesa e, por isso, a afetividade em relação à comida sempre foi muito presente em minha vida. No oriente médio, um grande evento é reunir-se em volta de uma mesa abundante. Assim como ocorre em festividades brasileiras, é um momento de muita alegria.

CARDÁPIO

Ideal para iniciar a refeição, a cesta de pães caseiros, feitos na hora, chegam quentinhos à mesa. Quando cortados com as mãos, denunciam a textura macia e aroma que aguça o paladar.

Há itens como kafta grelhada (pasta de homos, arroz com aletria e salada tabule); arroz marroquino, guarnecido por uma pasta de baba ganuche e salada tabule; e uma quibe de peixe, acompanhado por pasta de homos, arroz branco com hortelão e salada fattuche.

A tradição gastronômica, portanto, corre em minhas veias. Como sempre gostei de criar combinações diferentes, acredito que a criatividade foi um dos pilares para a construção da minha carreira na cozinha. Prova disso, talvez, seja os prêmios que venci, como o do Guia Quatro Rodas e da revista Veja São Paulo, em 1992, na categoria de melhor restaurante árabe.

Atualmente, a frente o moderno e novo Gïbran, em São Paulo, desenvolvo criações contemporâneas. Uma deles, que faz bastante sucesso na casa, é a receita de kebab de quibe cru.

O preparo é rápido, apenas trinta minutos, e mais: muito fácil! Separe 150 gramas de carne de patinho bem limpo, 50 gramas de trigo fino para quibe e sal a gosto. Tenha também, obrigatoriamente, tempero árabe. Você vai precisar de uma pitadinha apenas. Não recomendo inventar outro tempero, já que não é tão fácil ter ideia da quantidade da mistura. Ah, vamos usar, ainda, uma unidade pequena de cebola bem picada, três talos de hortelã fresca em folhas e um pão folha.

Coloque o trigo de molho por quinze minutos antes de usar. Misture o trigo, depois de molhado, com a carne, além do sal e do tempero árabe (que pode ser comprado pronto). Se não encontrar, misture, em partes iguais, canela, cominho e pimenta síria. Todos moídos.

Abra o pão folha e centralize a massa do quibe cru ao longo do lanche. Acrescente cebola picada e folhas de hortelã. Enrole em forma de canudo e corte em pedaços. Rende uma porção e, modéstia parte, fica uma delícia.

chef Benon ChamilianRestaurante Gïbran

Do cardápio principal, disponível tanto no almoço quanto no jantar, há receitas como a esfiha de basturma, uma carne de origem armênia, de sabor acentuado e quase picante. É cortada a mão em pequenos pedaços e entremeada com mussarela e massa extremamente fina.

Entre das opções de entrada, o mix de pastas, conjunto de homos, baba ganuche, colhada seca e mohamara; falafel (bolinhos de fava e grão de bico, com molho taratur a base de gergelim e salada), e os charutos de folha de uva ou repolho, ambos recheados com arroz e carne moída temperada.

Receitas como a do cordeiro marroquino (pernil assado e fatiado, com arroz marroquino); o penne a moda do chef, com molho ao estilo oriental e camarões; e linguado ao Gïbran (filé de peixe com tempero de ervas finas e saladas de folhas verdes), são alguns dos pratos principais.

Como sobremesa, os tradicionais doces atayef, crepe árabe com recheios de nata ou nozes e calda de cana de açúcar, respecitivamente; e o mohalabié, manjar de doce de leite com miski e aromatizado com água de laranjeira. Para encerrar a refeição, café árabe.

Miros Tinto Roble 2007

Espanha

Um belo exemplar de Ribera del Duero, elaborado pela Bodega Peña�el. 80% Tempranillo, 15% Merlot e 5% Cabernet, maturado em barril francês por 14 semanas. En�m, um vinho com muito aire espanhol.

Valor mercado: R$ 57,00Para Associados: R$ 39,50

Founder’s CollectionCabernet Sauvignon 2006

Chile

Don Francisco Undurraga, fundador da Viña, sempre reservou os melhores mostos desde sua primeira colheita para elaborar seu pequeno tesouro: sua coleção particular. Hoje, um século depois, Founder´s Collection se transformou no seu orgulho. Sua casta e personalidade única, reconhecida internacionalmente, fazem deste Cabernet Sauvignon 100%, um vinho indispensável para apreciadores e colecionadores.

Valor mercado: R$ 104,00Para Associados: R$ 98,00

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Março Próximas seleções

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Sociedadeda Mesa

A Sociedade da Mesa é um clube de vinhos pertencente a um dos maiores grupos de clubes de vinho do mundo, leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos a valores especiais comparados aos do mercado, cursos, viagens, acessórios e mais do que isso, uma oportunidade única para desfrutar do mundo do vinho.

São duas opções de assinatura: Seleção Mensal e Seleção Grandes Vinhos.

Escolha a sua (ou �que com as duas!) e deixe o resto com a Sociedade da Mesa.

Aprenda a olhar, cheirar, saborear e inclusive sentir o vinho através de toda a informação sobre o mundo do vinho em nosso informativo mensal gratuito que receberá em seu casa juntamente com sua caixa de vinhos.

Na Sociedade da Mesa lhe esperam os melhores vinhos. Desde as regiões mais conhecidas até os últimos descobrimentos, vinhos para todos os gostos e as novidades mais interessantes, o vinho mais adequado para cada momento. Branco, rosado, tinto, cava...jovens, crianzas ou vinhos de guarda.

Um grande estoque de vinhos a preços imbatíveis porque compramos diretamente com a bodega graças à força que nossos mais de 7.000 associados nos proporcionam.

Sem obrigações nem algemas. Compre o que quiser e quando quiser. É só nos avisar.

Vantagens

0800 774 0303www.sociedadedamesa.com.br

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Como funcionaSeleção Mensal:1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas mensalmente1 informativo com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Mensal do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O valor da garrafa é de R$37,00 aproximadamante.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir.

Seleção Grandes Vinhos:1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas a cada 3 meses1 informativo com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Grandes Vinhos do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O valor da garrafa é de R$90,00 aproximadamante.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir.

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