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LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

COM QUESTÕES COMENTADAS

Sumário

UNIDADE 1 Compreensão e interpretação de textos UNIDADE 2 Tipologia textual UNIDADE 3 Ortografia oficia UNIDADE 4 Acentuação gráfica UNIDADE 5 Emprego das classes de palavras UNIDADE 6 Emprego do sinal indicativo de crase UNIDADE 7 Sintaxe da oração e do período UNIDADE 8 Pontuação UNIDADE 9 Concordância nominal e verbal UNIDADE 10 Regências nominal e verbal UNIDADE 11 Significação das palavras. UNIDADE 12 Redação de correspondências oficiais UNIDADE 13 Referência Bibliográfica

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UNIDADE 1

Compreensão e interpretação de textos Segredos da banca examinadora Fundação Carlos Chagas sobre Compreensão e Interpretação de textos.

O candidato tem que observar que cada banca tem uma característica. Nosso trabalho foi desenvolvido especificamente para o concurso público de Técnico do Seguro Social(MPS – INSS). Abordaremos todo o edital da disciplina – Língua Portuguesa, mostrando ao concursando (a) os assuntos mais importantes. INTRODUÇÃO O segredo do sucesso do candidato, em uma prova de Língua Portuguesa está ligado à compreensão e à interpretação do texto. Aquilo que o concursando (a) considera mais importante assume maior relevo no momento da leitura, com isso, é mais facilmente memorizado. Os leitores mais atentos têm maior capacidade de apurar e selecionar os elementos importantes do texto, por isso, aquilo que guardam na memória resulta do processo seletivo no qual separa as informações primárias das secundárias, fazendo com que aquelas fiquem menos sujeitas ao esquecimento. Nesse sentido, os candidatos (as) têm que ter noção de até que ponto obterá uma representação coesa sobre o texto, como compreender suas ideias principais. Se perceber que não compreenderam, ou que existem lacunas, leia de novo o texto para clarificar o seu significado. O QUE É COMPREENDER UM TEXTO? “A compreensão de um texto fundamenta-se num processo gradual durante o qual o leitor (concursando) procura uma configuração de esquemas, passagens, palavras que representem adequadamente cada uma das passagens de sua leitura. Essas passagens sugerem ao candidato interpretações possíveis que vão sendo avaliadas e reavaliadas em função das frases seguintes, até que uma interpretação consistente seja, por fim, encontrada”. O QUE É UM TEXTO? De acordo com as definições dos dicionários pátrios: “Uma frase, um fragmento de um diálogo, um diálogo, um provérbio, um verso, uma estrofe, um poema, um romance, e até mesmo uma palavra-frase, ou seja, a chamada frase de situação ou frase inarticulada, como a que se apresenta em expressões como Fogo!, Silêncio!, situadas em contextos específicos são exemplos de texto”.

Todo texto tem aspectos estruturais, elementos que estabelecem relação entre si. Dentro deles temos a coesão e a coerência, que dão sentido e forma ao texto. A primeira é a relação, a ligação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto. A segunda está relacionada com a compreensão, a interpretação do que se diz ou escreve. Um texto necessita ter sentido, isto é, precisa ser coerente, por isso, há uma ligação desde a introdução, desenvolvimentos, até a sua conclusão, mantendo clareza, concisa, objetividade com a temática exposta pelo autor.

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O QUE É INTERPRETAÇÃO DE TEXTO? Traduzimos como mandamentos. Observe com atenção um a um: 1º. O candidato (a) tem que controlar sua ansiedade, precisa ler todo o texto mais de uma vez e procurar

ter uma visão global, geral do assunto tratado.

2º. Caso se depare com uma carência vocabular, isto é, palavras desconhecidas não pare de ler, siga em

frente.

5º. Voltar ao texto antes da resolução da questão, sempre.

7º. Não se colocar no texto, não permitir que suas ideias influenciem no seu raciocínio, se prenda

inteiramente no que diz o autor (a).

8º. Desmembre o texto por paragrafos, com a finalidade de melhorar sua compreensão e interpretação.

9º. Centralize questão por questão, separe as partes e os paragrafos do texto correspondente.

10º. Verifique com atenção e muito cuidado, o comando da questão e volte ao texto para encontrar a

resposta, só depois é que você lerá as alternativas abaixo para a resolução definitiva (A, B, C, D, E).

11º. No momento que duas alternativas lhe parecem corretas, atente para a mais completa, pois essa será

considerada certa pela FCC.

12º. Não procure a verdade exata na questão, mas sim a alternativa que melhor se enquadre no sentido do

texto.

13ª. Normalmente, a banca FCC deixa uma pista para o candidato atento, como por exemplo, o sentido

negativo ou positivo das alternativas, ou a semelhança delas. Isso deverá denuncia a opção desejada.

14º. Estabeleça quais foram às opiniões expostas pelo autor. Defina o tema e a mensagem, pois ele

defende ideias e você terá que descobri-las.

CUIDADO: Não faça questões de prova de compreensão e interpretação de texto da banca examinadora FCC antes de ler, reler, marcar e fazer suas anotações deles, uma vez que nas alternativas estão as armadilhas, se você tiver pressa, provavelmente se enrolará em uma teia de aranha e perderá a assertiva. Tenha em mente que o examinador da banca, quando cria a questão, ele já sabe quem irá eliminar, ele já sabe o porquê o candidato vai errar, então, com nossa experiência no mundo do concurso, dividimos três dicas que irão salvar a sua vaga: 1ª. Leia o texto, sempre, mais de uma vez, pois a primeira leitura é a de familiarização. Neste primeiro contato, o candidato (a) ainda está um pouco perdido, ansioso e cego. Espere, respire e comece novamente, agora, com olhos de tigre, de predador (a), marcando, sublinhando, circulando primeiro os verbos que identifiquem o autor do texto (se está em 1ª, 2ª ou 3ª pessoa), depois procure a partir da introdução até a conclusão, a ideia central, a síntese, que normalmente se encontra na parte final (conclusão). Seguido esses passos, passaremos para a segunda dica.

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2ª. De acordo com o que foi dito acima, enfatizamos que você não pode se apressar, porquanto nas questões de interpretação de texto, por um raciocínio lógico, você precisará ter domínio da leitura que realizou, da ideia do texto. Assim, o concursando (a) tem que ler com muita atenção o comando da questão, logo em seguida, voltar ao texto, isso mesmo, voltar ao texto e procurar o paragrafo que está no enunciado da assertiva (questão). Não leia as alternativas diretamente, repito, não leia, siga a dica. Ao encontrar, a expressão ou seu sentido, circule-os, a partir desse momento, retorne diretamente para a resolução das alternativas (A, B, C, D, E). Esse método, que os examinadores da FCC querem que o candidato pratique, eles buscam concursandos (as) maduros, com essa visão. Pratique essa técnica que não perderá uma questão se quer de interpretação na prova.

3ª. Sempre elimine as alternativas que não tem semelhança com o assunto. Faça por exclusão, pois o examinador da banca FCC utiliza a técnica de inclusão de personagens, termos, palavras que não existem no texto, ou eles extrapolam na argumentação, fugindo do tema proposto, com isso, cria várias pegadinhas, tornando a alternativa incorreta. Fique atento quanto a esses aspectos, sempre vem em prova

dessa banca.

IMPORTANTE: Expressões, do comando das questões de interpretação de texto, extraídas das provas da FCC. Como sabemos, os textos de concursos públicos se dividem em vários aspectos, com vários termos. Segue os enunciados mais utilizados para compreensão de textos pela Fundação Carlos Chagas: O autor vale-se (...) O autor manifesta (...) O autor admite que (...) Destaca-se no texto (...) Uma síntese do texto (...) De acordo com o texto (...) Considerado o contexto (...) O assunto central do texto (...) O autor do texto mostra-se (...) Da compreensão geral do texto (...) Depreende-se da leitura do texto (...) Infere-se corretamente do texto que (...) Da leitura do texto é correto concluir que (...)

OBSERVAÇÃO: As expressões acima se repetem, no início dos enunciados, como “Autor” e “Texto”, na maior parte das vezes. Isso mostra uma característica do comando da questão da FCC. Na verdade, as referidas palavras têm o mesmo sentido, já que o autor é aquele que escreve o texto.

Importante observarmos que quase todas as questões de interpretação da FCC a resposta será encontrada no último paragrafo, ou seja, na conclusão. Vejamos: O autor vale-se (...) O autor manifesta (...)

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O autor admite que (...) Destaca-se no texto (...) De acordo com o texto (...) Da compreensão geral do texto (...) Depreende-se da leitura do texto (...) Infere-se corretamente do texto que (...) Da leitura do texto é correto concluir que (...) EXEMPLO: Fragmento do texto de prova da FCC Comando da questão: Da compreensão geral do texto (...)= Último paragrafo do texto = a *conclusão:

“Falha o arqueiro que ultrapassa o alvo, da mesma maneira que aquele que não o alcança. Minha vista se perturba se de repente enfrenta uma luz violenta, quando então vejo tão pouco como na mais profunda escuridão”. RESPOSTA: “é desejável que o equilíbrio comande o exercício das demais virtudes”. *A conclusão retoma todo o texto, engloba, normalmente as ideias principais do autor.

EXPRESSÕES PERIGOSAS que são utilizadas com frequência nas questões de interpretação de texto pela FCC: SÍNTESE=Obtenção de um todo, a partir dos seus componentes e elementos primordiais. CONTEXTO=É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se deseja emitir- lugar e tempo, cultura do emissor e do receptor, DEPREENDER = Chegar à compreensão ou ao conhecimento de; perceber, inferir, induzir INFERERIR= Tirar uma conclusão a partir de um fato, de um princípio. Concluir, deduzir.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

TEXTO

Preocupada com a ameaça de repetição da crise alimentar que provocou conflitos em várias partes do mundo em 2008, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) convocou uma reunião de emergência, em Roma. As causas dos problemas atuais são bem diferentes das que, há dois anos, levaram o mundo a enfrentar uma séria crise de alimentos. Neste ano, o mundo deverá colher a terceira maior safra de grãos da história e os estoques mundiais estão em nível bem mais alto do que em 2008. Mesmo assim, as cotações de alguns dos principais produtos, de grande consumo pelas populações mais pobres do planeta, subiram muito nos últimos meses e algumas, como as do trigo, mantêm tendência de alta. Protestos contra a alta exagerada de alguns produtos, como o pão, e a escassez de outros, já ocorreram em Moçambique, no Egito e na Índia. Na Rússia, a falta de trigo preocupa a população, e a história recente

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do país mostra que a escassez de produtos essenciais – como salsicha, sal e vodca, além de farinha de trigo − pode resultar em instabilidade política. Uma combinação de pânico de escassez prolongada e um grande fluxo de investimentos que não encontram atrativos no mercado financeiro para a especulação com estoques e preços de produtos agrícolas está provocando, há alguns meses, uma alta contínua das cotações de alimentos. O índice geral de preços está no seu nível mais alto desde setembro de 2008. Um conjunto de más notícias assustou os consumidores, que foram às compras, o que está pressionando os preços ainda mais para cima. A Rússia transformou-se na principal fonte de notícias ruins para o mercado mundial de alimentos. Assolada pela seca, que deu origem a muitos incêndios nas plantações, estima que este ano sua produção de grãos será 38% menor do que a de 2009. As inundações na Ásia destruíram plantações e dificultaram a distribuição de produtos, especialmente para a população mais pobre. Nesse quadro, alguns produtores preferiram manter o produto estocado a vendê-lo pelos preços oferecidos, o que estimulou a alta. Além disso, com os juros baixos na maioria dos países, como parte das medidas de estímulo para as economias afetadas pela crise mundial, investidores estão buscando outras opções de aplicação, e as encontram no mercado de produtos agrícolas, cujos preços, por isso, sobem mais. São notícias preocupantes, mas as reservas mundiais em grãos, suficientes para cobrir a quebra de produção provocada pelos fenômenos climáticos, deveriam conter seus efeitos. Infelizmente, esse dado não está sendo levado na devida conta.

(Adaptado de O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 12 de setembro de 2010)

1. Considerando-se o texto:

a) Regimes políticos em países assolados por graves fenômenos climáticos são incapazes de conter a

revolta da população afetada pela alta nos alimentos.

b) O assunto se desenvolve a partir da comparação entre situações de crise na oferta de alimentos: uma

anterior, em 2008, e outra, no momento atual.

c) O autor se preocupa, principalmente, em apontar as catástrofes climáticas ocorridas em várias regiões

como responsáveis pela crise atual na oferta de alimentos.

d) O órgão da Organização das Nações Unidas voltado para a agricultura parece ser o único responsável

pela manutenção dos estoques de alimentos no mundo todo.

e) Em razão do aumento da população dos países mais pobres, houve maior consumo de alimentos, fato

que provocou escassez de alguns produtos básicos.

1. COMENTÁRIO: A letra correta é a B. O examinador da banca FCC, frequentemente, cobra esse assunto (interpretação de texto). Chamo atenção para o candidato em relação ao comando da questão “Considerando-se o texto”. A questão ao afirmar que o assunto se desenvolve a partir da comparação entre situações de crise na oferta de alimentos: uma anterior, em 2008, e outra, no momento atual. Faz

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com que, no texto, o autor mencione as datas de 2008 e 2009, não obstante ter citado o ano de 2010, infere-se que o autor se posiciona contemporaneamente. 1. GABARITO DEFINITIVO: B.

TEXTO

Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor.

Só Estados Unidos e China consomem, cada um, 21% dos recursos naturais do planeta. Até 1960, a maior parte dos países vivia dentro de seus limites ecológicos. Em poucas décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanidade exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das espécies vivas do planeta.

"O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o ecoeconomista Hugo Penteado. Ele não está sozinho. A urgência dos problemas ambientais e suas implicações para a economia das nações têm sido terreno fértil para o desenvolvimento da ecoeconomia, ou economia ecológica, que não é exatamente nova. Seus principais expoentes começaram a surgir na década de 1960. Hoje, estão paulatinamente ganhando projeção graças à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou. Para essa escola, as novas métricas para medir o crescimento não bastam, embora sejam bem-vindas em um processo de transição. Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.

"A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício", afirma o professor Paulo Durval Branco, da Escola Superior de Conservação Ambiental. De acordo com ele, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras.

(Texto adaptado do artigo de Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo, H4 Especial, Vida &Sustentabilidade, 15 de maio de 2009)

2. Em síntese, o texto trata

a) da necessidade de crescimento da economia, especialmente nos países menos desenvolvidos, para

reduzir os índices de pobreza.

b) da velocidade da expansão do consumo em oposição à capacidade de recuperação dos recursos naturais

existentes no planeta.

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c) do acentuado desenvolvimento de alguns países mais ricos em relação a um modelo econômico que

propõe redução desse desenvolvimento.

d) da superioridade de uma população que consome maior quantidade de recursos naturais contra aqueles

que não dispõem desses recursos.

e) das opiniões de especialistas em procedimentos da economia clássica, que se opõem aos que defendem

os princípios da economia ecológica.

2. COMENTÁRIO: A alternativa correta é a B. Atente para termo SÍNTESE (obtenção de um todo, a partir dos seus componentes e elementos primordiais). Ao ler o texto fica evidente que um dos elementos primordiais encontra-se no 1º paragrafo (introdução): “Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais”. O outro no último (conclusão):A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do sistema(...). O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras. Sintetiza: “a velocidade da expansão do consumo em oposição à capacidade de recuperação dos recursos naturais existentes no planeta”. 2. GABARITO DEFINITIVO:B

TEXTO Aclamado por crítica e público, "Bom Dia, Babilônia" é um belíssimo filme sobre os bastidores do mundo do cinema, com direção dos consagrados irmãos Taviani. Em busca de uma vida melhor, os irmãos Nicola e Andrea imigram para os Estados Unidos e, logo após chegarem, acabam trabalhando em Hollywood na construção dos cenários de D. W. Griffith, o genial criador da linguagem cinematográfica. Quando tudo parece correr tranquilamente, vem o início da Primeira Guerra e, com ela, uma tragédia que marcará para sempre o destino dos irmãos, que lutam em lados opostos. Um filme sensacional, que nos mostra até onde podemos chegar para conquistar nossos objetivos.

(Adaptado do texto de apresentação do filme Bom Dia, Babilônia constante do invólucro do DVD)

3.De acordo com o texto, é correto afirmar que

a) os irmãos Taviani, diretores de "Bom Dia, Babilônia", lutaram em lados opostos na Primeira Grande

Guerra, sendo o filme autobiográfico.

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b) os irmãos Nicola e Andrea, no enredo do filme, migram para os Estados Unidos com o objetivo de

conseguirem trabalho na construção dos cenários de D. W. Griffith.

c) D. W. Griffith não apenas ofereceu trabalho aos irmãos Nicola e Andrea, no enredo do filme, como teria

sido o responsável pela participação deles na Grande Guerra.

d) todos os personagens do filme "Bom Dia, Babilônia" são fictícios, a despeito do tratamento de um

episódio histórico como a Grande Guerra.

e) a eclosão da Primeira Guerra, no enredo do filme, veio perturbar a vida dos irmãos Nicola e Andrea nos

Estados Unidos, vivida até então em relativa calma.

3. COMENTÁRIO: A letra E está correta. Esse texto, de fácil leitura, mostra um belíssimo filme sobre os bastidores do mundo do cinema, com direção dos consagrados irmãos Taviani, "Bom Dia, Babilônia". O comando da questão pede: “De acordo com o texto, é correto afirmar que”. A resposta está localizada na alínea 7 e 8 do referido texto: Um filme sensacional, que nos mostra até onde podemos chegar para conquistar nossos objetivos. As demais alternativas (A, B, C, D) são de fácil eliminação, pois o examinador da FCC usa uma técnica muito comum que são inclusões de termos que não há no texto (expressões que extrapolam o que menciona o autor). 3. GABARITO DEFINITIVO: E

TEXTO

Leia a tira reproduzida abaixo.

(Quino. Toda a Mafalda. São Paulo, Martins Fontes, 1993, p.40)

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4. Sabendo-se que a criação do artista argentino Quino está intimamente ligada ao contexto dos anos 60,

quando boa parte dos países latino-americanos estava sob o jugo de ditaduras militares, é correto afirmar

que o clamor de Mafalda contra a liberdade de imprensa, no último quadrinho, por conta da publicação de

uma receita de sopa de peixe, que ela evidentemente abomina,

a) foi o modo encontrado pelo cartunista para zombar da inocuidade da censura então imposta.

b) alude aos argumentos pouco defensáveis com que a censura costumava ser então justificada.

c) consubstancia a revolta contra todo tipo de autoritarismo, sobretudo o exercido pelos pais contra os

filhos.

d) sugere que o cartunista admitia a existência de motivos que justificavam a imposição da censura.

e) encerra uma crítica ferina por parte do cartunista em relação à infantilidade das matérias jornalísticas

então publicadas.

4. COMENTÁRIO: A letra correta é a B. Questão perigosa, mostrando-se uma tendência da FCC para futuros concursos. O examinador pede ao candidato que para avaliar as alternativas seja levado em consideração o CONTEXTO dos anos 60, que nós sabemos que estávamos, à época, em plena ditadura militar. Conclui-se que o clamor de Mafalda contra a liberdade de imprensa, no último quadrinho, por conta da publicação de uma receita de sopa de peixe, que ela evidentemente abomina, materializa-se nas explicações e repressões sem fundamentos que os ditadores expunham e praticavam pra justificar a censura a liberdade da imprensa. Alguns historiadores afirmam que as receitas culinárias (como sopa de peixe), na época da ditadura, eram chamadas de TAPA BURACO, pois, eles utilizavam para preencher de última hora as lacunas deixadas pelas matérias que eram censuradas. Cuidado, já que “o povo que não conhece a sua história, está arriscado a repeti-la”. 4. GABARITO DEFINITIVO: B

UNIDADE 2

Tipologia Textual

O QUE É UMA CRÔNICA? A crônica se diferencia no jornal por não buscar exatidão da informação. Diferente da notícia, que procura relatar os fatos que acontecem, a crônica os analisa, dá-lhes um colorido emocional, mostrando aos olhos do leitor uma situação comum, vista por outro ângulo, singular.

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O QUE É UM TEXTO NARRATIVO? Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis como Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, até as picantes piadas do cotidiano.Exemplos: Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada... Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu. Vejamos cada um deles: Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral. Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas. Ex.: “O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele – Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!…” “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!” Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. Ex.: “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis) “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto) Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem. Ex.: “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase… quase!” “Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu… que raiva…” (Ana Maria Machado) “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)

FONTE: Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição.

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O QUE É UM TEXTO DESCRITIVO? Tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, por sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Exemplos:Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moça da adorável Dorinha. O QUE É UM TEXTO DISSERTATIVO? Estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em geral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no tocante a suas opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relação às colocações, pois também revela um pouco de seu temperamento, numa espécie de psicotécnico.Exemplos:Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do Brasil. Ainda não se definiu, entretanto, uma ação nacional de reestrutura do processo educativo, desde a base ao ensino superior. O QUE É UM TEXTO EXPOSITIVO? Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias; explica, avalia, reflete. (analisa ideias). Não faz defesa de uma ideia, pois esta é característica do texto dissertativo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A mescla do texto expositivo com o texto narrativo, surge o que conhecemos por relato. Exemplo: Aula, relato de experiências, etc. O QUE É UM TEXTO INFORMATIVO? O Texto informativo tem a função de informar o leitor a respeito de algum fato, é o texto de uma notícia de jornal, de revista, folhetos informativos, propagandas. Diferencia-se do texto expositivo por não expor ideias. O texto informativo informa algo, expõe uma informação, e pode apresentar uma análise desta informação implícita no texto, porém jamais faz uma análise imparcial nem defende alguma ideia. Características Básicas são: uso da função referencial da linguagem, 3ª pessoa e predomínio da linguagem clara. Alguns podem ser caracterizados como textos dissertativos. Exemplo: ensaios, artigos científicos, notícia, etc.

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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

TEXTO

Rio Grande do Norte: a esquina do continente Os portugueses tentaram iniciar a colonização em 1535, mas os índios potiguares resistiram e os franceses invadiram. A ocupação portuguesa só se efetivou no final do século, com a fundação do Forte dos Reis Magos e da Vila de Natal. O clima pouco favorável ao cultivo da cana levou a atividade econômica para a pecuária. O Estado tornou-se centro de criação de gado para abastecer os Estados vizinhos e começou a ganhar importância a extração do sal – hoje, o Rio Grande do Norte responde por 95% de todo o sal extraído no país. O petróleo é outra fonte de recursos: é o maior produtor nacional de petróleo em terra e o segundo no mar. Os 410 quilômetros de praias garantem um lugar especial para o turismo na economia estadual. O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas - com belas praias, falésias, dunas e o maior cajueiro do mundo –, do qual faz parte a capital, Natal. O Polo Costa Branca, no oeste do Estado, é caracterizado pelo contraste: de um ado, a caatinga; do outro, o mar, com dunas, falésias e quilômetros de praias praticamente desertas. A região é grande produtora de sal, petróleo e frutas; abriga sítios arqueológicos e até um vulcão extinto, o Pico do Cabugi, em Angicos. Mossoró é a segunda cidade mais importante. Além da rica história, é conhecida por suas águas termais, pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas salinas. Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo do Seridó, dominado pela caatinga e com sítios arqueológicos importantes, serras majestosas e cavernas misteriosas. Em Caicó há vários açudes e formações rochosas naturais que desafiam a imaginação do homem. O turismo de aventura encontra seu espaço no Polo Serrano, cujo clima ameno e geografia formada por montanhas e grutas atraem os adeptos do ecoturismo. Outro polo atraente é Agreste/Trairi, com sua sucessão de serras, rochas e lajedos nos 13 municípios que compõem a região. Em Santa Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do sertão potiguar – em breve, o local vai abrigar um complexo voltado principalmente para o turismo religioso. A vaquejada e o Arraiá do Lampião são as grandes atrações de Tangará, que oferece ainda um belíssimo panorama no Açude do Trairi.

(Nordeste. 30/10/2010, Encarte no jornal O Estado de S. Paulo).

5. O texto se estrutura notadamente

a) sob forma narrativa, de início, e descritiva, a seguir, visando a despertar interesse turístico para as

atrações que o Estado oferece.

b) de forma instrucional, como orientação a eventuais viajantes que se disponham a conhecer a região,

apresentando-lhes uma ordem preferencial de visitação.

c) com o objetivo de esclarecer alguns aspectos cronológicos do processo histórico de formação do Estado

e de suas bases econômicas, desde a época da colonização.

d) como uma crônica baseada em aspectos históricos, em que se apresentam tópicos que salientam as

formações geográficas do Estado.

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e) de maneira dissertativa, em que se discutem as várias divisões regionais do Estado com a finalidade de

comprovar qual delas se apresenta como a mais bela.

5. COMENTÁRIO: A alternativa correta é A. No enunciado da questão o examinador cobra do candidato o conhecimento de um texto narrativo e depois descritivo. De forma sucinta, veremos as principais características de ambos: No texto Narrativo, encontramos relato de fatos, dinâmico, tempo, personagem. Normalmente verbo: presente ou pretérito perfeito. Na Descrição: retrato estático, seres, lugares. Normalmente verbo: presente ou pretérito imperfeito. 5. GABARITO DEFINITIVO: A

TEXTO

Representatividade ética Costuma-se repetir à exaustão, e com as consequências características do abuso de frases feitas e lugares-comuns, que as esferas do poder público são o reflexo direto das melhores qualidades e dos piores defeitos do povo do país. Na esteira dessa convicção geral, afirma-se que as casas legislativas brasileiras espelham fielmente os temperamentos e os interesses dos eleitores brasileiros. É o caso de se perguntar: mesmo que seja assim, deve ser assim? Pois uma vez aceita essa correspondência mecânica, ela acaba se tornando um oportuno álibi para quem deseja inocentar de plano a classe política, atribuindo seus deslizes a vocações disseminadas pela nação inteira... Perguntariam os cínicos se não seria o caso, então, de não mais delegar o poder apenas a uns poucos, mas buscar reparti-lo entre todos, numa grande e festiva anarquia, eliminando-se os intermediários. O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava,com a acidez típica de seu humor: "Restaure-se amoralidade, ou então nos locupletemos todos!". As casas legislativas, cujos membros são todos eleitos pelo voto direto, não podem ser vistas como uma síntese cristalizada da índole de toda uma sociedade, incluindo-se aí as perversões, os interesses escusos, as distorções de valor. A chancela da representatividade, que legitima os legisladores,não os autoriza em hipótese alguma a duplicar os vícios sociais;de fato, tal representação deve ser considerada, entre outras coisas, como um compromisso firmado para a eliminação dessas mazelas. O poder conferido aos legisladores deriva,obviamente, das postulações positivas e construtivas de uma determinada ordem social, que se pretende cada vez mais justa e equilibrada. Combater a circulação dessas frases feitas e lugares comuns que pretendem abonar situações injuriosas é um a forma de combater a estagnação crítica ? essa oportunista aliada dos que maliciosamente se agarram ao fatalismo das "fraquezas humanas" para tentar justificar os desvios de conduta do homem público. Entre as tarefas do legislador, está a de fazer acreditar que nenhuma sociedade está condenada a ser uma comprovação de teses derrotistas.

(Demétrio Saraiva, inédito)

O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...): "Restaure-se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!".

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6. Transpondo-se adequadamente o trecho acima para o discurso indireto, ele ficará: O velho e divertido

Barão de Itararé já reivindicava que

a) ou bem se restaurasse a moralidade, senão nos locupletaríamos todos.

b) fosse restaurada a moralidade, ou então que nos locupletássemos todos.

c) seja restaurada a moralidade, ou todos nos locupletávamos.

d) seria restaurada a moralidade, caso contrário nos locupletássemos.

e) a moralidade seja restaurada, quando não venhamos a nos locupletar.

6. COMENTÁRIO: A letra correta é a B. Observe o quadro de transposição, o mesmo que utilizo em aula: Por eliminação as letras A, C, D E estão incorretas. 6. GABARITO DEFINITIVO: B

UNIDADE 3

Ortografia Oficial O presente trabalho enfatizará, apenas as regras atuais de ortografia e macetes de provas para concursos,

direcionando a obra na filosofia da FCC.

ALFABETO

Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras

Regra Antiga: O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.

DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO

presente do indicativo pretérito imperfeito indicativo

pretérito perfeito indicativo pretérito mais que perfeito indicativo

futuro do indicativo futuro do pretérito indicativo

Imperativo pretérito imperfeito do subjuntivo

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Como é: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus

derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano

TREMA

Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus

derivados, por exemplo: Müller, mülleriano

Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, freqência, freqüente, eloqüência,

eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça

Como é: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente,

arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

ACENTUAÇÃO

Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas

Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia,

apóio, heróico, paranóico

Como é: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio,

heroico, paranoico

Observações:

nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis,

papéis.

o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.

Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado

Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo

Como é: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo

Nova Regra: O hiato 'ee' não é mais acentuado

Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem

Como é: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem

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Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas

Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra

(substantivo), pólo (substantivo)

Como é: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo),

polo (substantivo)

OBSERVAÇÃO:

o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo -

'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'

Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g' ou 'q' e

antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui)

Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe

Como é: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique

Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo

Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme

Como é: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume

HÍFEN

Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados

em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas

Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-

rivalidade, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-

regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal,

supra-sensível

Como é: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade,

autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal,

ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível

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OBSERVAÇÃO:

em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra:

hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional,

super-realista, super-resistente etc.

Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados

em vogal + palavras iniciadas por outra vogal

Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução,

contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular,

intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-

embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado

Como é: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,

contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular,

intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido,

semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

OBSERVAÇÕES:

esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,

socioeconômico etc.

esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-

humano, semi-herbáceo etc.

Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado

em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.

Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo,

arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico

Como é: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade,

micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico

OBSERVAÇÕES:

esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal

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diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen

uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO utliza-se hífen.

Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição

Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento

Como é: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento

OBSERVAÇÃO:

o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui

unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam

espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva,

segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

O uso do hífen permanece

Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto': ex-marido, vice-presidente, soto-mestre

Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano,

circum-navegação

Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio: pré-natal,

pró-desarmamento, pós-graduação

Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém', 'sem': além-mar, além-fronteiras, aquém-

oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto

Não existe mais hífen

Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou

conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita,

cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.

Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à

queima-roupa.

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Consoantes não pronunciadas

Fora do Brasil foram eliminadas as consoantes não pronunciadas:

ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico, óptimo, baptismo

GRAFIA DUPLA

De forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras:

• António/Antônio, facto/fato, secção/seção.

QUESTÕES POTENCIAIS

AFIM Numa única palavra, corresponde a semelhante ou parente por afinidade: almas afins, vocabulários

afins, o sogro é afim

Exemplo: Não tinha laços afins com a nora.

A FIM DE Equivalente a para.

Exemplo: Chegou cedo a fim de terminar o serviço.

ESTAR A FIM DE No sentido de estar com vontade de, só deve figurar em textos coloquiais ou declarações.

Exemplo: Está a fim de sair hoje.

MAU é um adjetivo e se opõe a BOM:

“Ele é um mau profissional.” (x bom profissional);

“Ele está de mau humor.” (x bom humor);

“Ele é um mau-caráter.” (x bom caráter);

“Tem medo do lobo mau.” (x lobo bom)

MAL pode ser:

advérbio (=opõe-se a BEM):

“Ele está trabalhando mal.” (x trabalhando bem);

“Ele foi mal treinado.” (x bem treinado);

“Ele está sempre mal-humorado.” (x bem-humorado);

“A criança se comportou muito mal.” (x se comportou muito bem);

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conjunção (=logo que, assim que, quando):

“Mal você chegou, todos se levantaram.” (=Assim que você chegou);

“Mal saiu de casa, foi assaltado.” (=Logo que saiu de casa);

substantivo (=doença, defeito, problema):

“Ele está com um mal incurável.” (=doença);

“O seu mal é não ouvir os mais velhos.” (=defeito).

Na dúvida, use o velho “macete”:

MAL x BEM;

MAU x BOM.

DEMAIS = outros (pronome indefinido)

- Os cinco primeiros podem entrar. Os demais aguardem, por favor.

DEMAIS = em excesso (advérbio)

- Ele bebeu demais.

DE MAIS = contrário de "de menos" (locução adverbial)

- Esta roupa está perfeita: nem centímetros de mais, nem de menos.

A CERCA DE ou CERCA DE significam “aproximadamente”, “mais ou menos”.

Estávamos a cerca de dois quarteirões do local do crime. ACERCA DE é sinônimo de “a respeito de”. Falei acerca da situação econômica do Brasil. HÁ CERCA DE exprime tempo decorrido, significando “faz aproximadamente”. Ele viajou há cerca de duas horas.

CESSÃO: ceder (passar os direitos para alguém)

Os herdeiros participaram do ato de cessão dos seus direitos perante o juiz.

Há possibilidades de cessão de direitos hereditários.

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Lei federal autoriza cessão de diques em instalações militares para a iniciativa privada. (Cessão de posse configura-se cessão de direitos)

SESSÃO:reunião

Os homens do governo farão uma sessão secreta para discutir os assuntos da semana.

Adolescentes somem após sessão de cinema, diz a manchete.

Filme de Madonna tem sessão extra neste domingo.

Sessão secreta sobre o caso Renam pode ser adiada.

Câmara discute o caso de homicídio em sessão extraordinária.

SECÇÃO ou SEÇÃO:repartição, separação

Veja a notícia na Folha Online, na seção 'Dinheiro'.

Confira as dicas da semana na seção 'crianças'.

Ela vota na 9a. seção eleitoral.

Veja a Folha Online, na secção 'Brasil'.

POR QUE (separado, sem acento)

Utiliza-se nas interrogativas, sejam diretas ou indiretas. É um advérbio interrogativo. Exemplos: Por que ele foi embora? (interrogativa direta) Queremos saber por que ele foi embora. (interrogativa indireta) Dica: Coloque a palavra "motivo" ou "razão" depois de "por que". Se der certo, escreva separado, sem acento. Queremos saber por que motivo ele foi embora. Por que pode também equivaler a pelo qual, pela qual pelos quais, pelas quais, sendo o que, nesse caso, um pronome relativo. Exemplo: Aquele é o quadro por que ela se apaixonou. Dica: Substitua por que por "pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas quais": Aquele é o quadro pelo qual ela se apaixonou.

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PORQUE (junto, sem acento)

Estabelece uma causa. É uma conjunção subordinativa causal, ou coordenativa explicativa. Exemplos: Ele foi embora porque cansou daqui. Não vá porque você é útil aqui. Dica: Substitua porque por "pois". Ele foi embora pois se cansou daqui. Também utiliza-se porque com o sentido de "para que", introduzindo uma finalidade: Ele mentiu porque o deixassem sossegado.

POR QUÊ (separado, com acento)

Em final de frase ou quando a expressão estiver isolada, usa-se por quê. Exemplos: Ele foi embora por quê? Você é a favor ou contra? Por quê?

PORQUÊ (junto, com acento)

Equivalendo a causa, motivo, razão, porquê é um substantivo. Neste caso ele é precedido pelo artigo o.

Exemplo:

Não quero saber o porquê de sua recusa.

Dica: Substitua "porquê" por "motivo".

Não quero saber o motivo de sua recusa.

UNIDADE 4

Acentuação Gráfica A reforma ortográfica veio descomplicar e simplificar a língua portuguesa notadamente nesta parte de acentuação gráfica. Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s.Exemplo: já, fé, pés, pó, só, ás.

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Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s, em, ens.Exemplo: cajá, café, jacaré, cipó, também, parabéns, metrô, inglês alguém, armazém, conténs, vinténs. ATENÇÃO: Não se acentuam: as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes nem os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, lãs. Exemplo: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor , fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las. Acentuam-se as palavras paroxítonas exceto aquelas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s, em, ens, bem como prefixos paroxítonos terminados em i ou r.Exemplo: dândi, júri, irmã,órfã, César, mártir, revólver,álbum,bênção, bíceps, espelho, famosa, medo, ontem, socorro, polens, hifens, pires, tela, super-homem. ATENÇÃO: Acentuam-se as paroxítonas terminados em ditongo oral seguido ou não de s.Exemplo: jóquei, superfície, água, área, ingênuos. Acentuam-se as palavras proparoxítonas sem exceção.Exemplo: aniversário, ótimo, incômoda, podíamos, correspondência abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora . Acentuam-se os ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras monossílabas e oxítonas. Exemplo: carretéis, dói, herói, chapéu, anéis. ATENÇÃO: Pela nova ortografia não se acentuam ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras paroxítonas. Exemplo: ideia, plateia, assembleia. Não se acentua, pela nova ortografia, palavras paroxítonas com hiato oo seguidos ou não de s. Exemplo: voos, enjoo, abençoo. Também não se acentuam as palavras paroxítonas com hiato ee. Exemplo: creem, leem, veem, deem. Acentuam-se sempre as palavras que contenham i , u: tônicas; formam hiatos; formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s; não seguidas de nh; não precedidas de ditongo em paroxítonas; nem repetidas.Exemplo: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, juízes, Piauí.

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Pela regra exposta acima, não se acentuam: rainha, xiita, ruim, juiz, Guaiba, fortuito, gratuito, feiura. Pela nova ortografia, não se acentua com acento agudo u tônico dos grupos que, qui, gue, gui: argui, arguis, averigue, averigues, oblique, obliques, apazigues. Da mesma forma não se usa mais o trema: aguento, frequente, tranquilo, linguiça, aguentar, arguição, unguento, tranquilizante. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação etc. O acento diferencial foi excluído. Mantém-se apenas nestas quatro palavras,para distinguir uma da outra que se grafa de igual maneira: pôde (verbo poder no tempo passado) / pode (verbo poder no tempo presente) pôr ( verbo) / por (preposição) vem (verbo vir na 3ª pessoa do singular) / vêm (verbo vir na 3ª pessoa do plural) tem (verbo ter na 3ª pessoa do singular) / têm (verbo ter na 3ª pessoa do plural)

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

7.Quanto à ortografia, há INCORREÇÕES na frase:

a) O crescimento da classe C tem tido uma importância incomensurável para o comércio, mas vem

ocasionando também uma elevação na taxa de inadimplência, o que é perturbador.

b) Milhões de pessoas têm sido beneficiadas com o crescimento econômico que se vê no país, saltando da

classe D para a C, algo que há poucos anos não pareceria factível.

c) Alguns especialistas vêm disseminando a teoria de que, a partir da distribuição de riqueza por meio da

geração de milhões de novos empregos, a classe E deixe de existir.

d) Os “consumidores emergentes”, como vêm sendo chamados os novos integrantes da classe C, ainda

têm dificuldade em poupar e adquirem grande parcela de produtos a crédito.

e) Sabe-se que a ascenção da classe D tem proporcionado um aumento expresivo do consumo de bens

duráveis, o que pode acelerar sobremaneira esse mercado.

7. COMENTÁRIO: A letra certa é E. A alternativa incorreta é a letra “E” onde existem duas palavras erradas: “ascenção”que se escreve ascensão, e “expressivo” que terá o emprego de dois "s" que ficará expressivo. 7. GABARITO COMENTADO: E

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8.Das frases abaixo só NÃO há erros de ortografia em:

a) Carbohidratos ricos em fibras são importantes aliados para manter estável o nivel de energia do

organismo.

b) Sabe-se que uma substancia encontrada no guaraná pode estimular a função cerebral e auxiliar na

concentrasão.

c) Consumir alimentos ricos em vitaminas e minerais pode ajudar a reduzir os efeitos negativos do

estresse.

d) O consumo de proteínas e gorduras em exceço pode ser nossivo para o processo digestivo.

e) Manter o organismo mau hidratado pode prejudicar a eliminação de toxínas e provocar sérios

problemas de saúde.

8.COMENTÁRIO: A alternativa certa é a C. a) Carbohidratos (Carboidratos) ricos em fibras são importantes aliados para manter estável o nivel (nível) de energia do organismo. b) Sabe-se que uma substancia encontrada no guaraná pode estimular a função cerebral e auxiliar na concentrasão (concentração). d) O consumo de proteínas e gorduras em exceço (excesso) pode ser nossivo (nocivo) para o processo digestivo. e) Manter o organismo mau (mal) hidratado pode prejudicar a eliminação de toxinas (toxinas) e provocar sérios problemas de saúde. 8. GABARITO COMENTADO: C 9. As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase:

a) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de

passageiros nos aeroportos.

b) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua reputação

de pessoa cortês.

c) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore

do pátio.

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d) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na

superação dessa sua crise.

e) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na

concessão de privilégios ilegítimos.

9. COMENTÁRIO: A alternativa certa é A. Vejamos as demais questões: b) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque xeque sua reputação de pessoa cortês. c) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa) árvore do pátio. d) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na superação dessa sua crise. e) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quis (quis) ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegítimos. 9. GABARITO COMENTADO: A

UNIDADE 5

Emprego das classes de palavras

O presente trabalho tem como finalidade abordar somente assuntos de relevância consoante a filosofia da banca examinadora FCC. Chamamos a atenção para os seguintes assuntos: Emprego do pronome demonstrativo; vozes verbais (ativa ou passiva); conjunção coordenada explicativa; conjunção subordinada causal e concessiva. Esses assuntos são os mais cobrados pela FCC por criar confusões e dúvidas ao concursando (a).

As palavras são classificadas de acordo com as funções exercidas nas orações.

Na língua portuguesa podemos classificar as palavras em:

Substantivo

Adjetivo

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Pronome

Verbo

Artigo

Numeral

Advérbio

Preposição

Interjeição

Conjunção

SUBSTANTIVO

É a palavra variável que denomina qualidades, sentimentos, sensações, ações, estados e seres em geral.

Quanto a sua formação, o substantivo pode ser primitivo (jornal) ou derivado (jornalista), simples (alface)

ou composto (guarda-chuva).

Já quanto a sua classificação, ele pode ser comum (cidade) ou próprio (Curitiba), concreto (mesa) ou

abstrato (felicidade).

Os substantivos concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tal:

alma, fada, santo. Já os substantivos abstratos designam qualidade, sentimento, ação e estado dos seres:

beleza, cegueira, dor, fuga.

Os substantivos próprios são sempre concretos e devem ser grafados com iniciais maiúsculas.

Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns, pelo processo de derivação imprópria (um judas =

traidor / um panamá = chapéu).

Os substantivos abstratos têm existência independente e podem ser reais ou não, materiais ou não.

Quando esses substantivos abstratos são de qualidade tornam-se concretos no plural (riqueza X riquezas).

PRONOME

É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o

como pessoa do discurso.

A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de

pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que

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substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que

acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre

substantivos.

Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas:

1ª pessoa - aquele que fala, emissor;

2ª pessoa - aquele com quem se fala, receptor;

3ª pessoa - aquele de que ou de quem se fala, referente.

PRONOME PESSOAL

Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar,

quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela

mesma agendava os compromissos do chefe).

A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal:

Pronomes pessoais

Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos

Átonos Tônicos

singular primeira segunda terceira

eu tu

ele, ela

me te

o, a, lhe, se

mim, comigo ti, contigo

ele, ela, si, consigo

plural primeira segunda terceira

nós vós

eles, elas

nos vos

os, as, lhes, se

nós, conosco vós, convosco

eles, elas, si, consigo

Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na

frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos,

geralmente, de complemento.

Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco,

a preposição com já é parte integrante do pronome.

Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência

à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são

considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê),

Senhor, Senhora e Senhorita.

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Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição;

enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas).

Apesar de serem usadas pouco, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da fusão de dois

objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse = ninguém o disse a mim).

Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram

no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal.

Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo ou verbo no

gerúndio, junto ao verbo fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as

chorando).

A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural,

levando o verbo para a 3ª pessoa.

Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de

Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.

Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos.

Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no

infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer).

Os pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma reta e podem

funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles).

Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos - podem ter valor

reflexivo e recíproco.

As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa. Já conosco e

convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores

(todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou oração adjetiva).

Os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo,

este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus).

Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as

preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas

dele bem aqui).

Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos),

enquanto alguns átonos são partes integrantes de verbos como suicidar-se, apiedar-se, condoer-se,

ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se.

Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva (Não me venha com essa).

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PRONOME POSSESSIVO

Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em

gênero e número com a coisa possuída.

São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas:

1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s);

2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s);

3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s).

Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do

substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase.

O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambiguidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele

(a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?); pode também indicar

aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos).

Já nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de

Senhor.

PRONOME DEMONSTRATIVO

Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este

(a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam

exclusivamente como substitutos de substantivos.

As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome

demonstrativo.

Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira:

uso dêitico, indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá);

uso dêitico, indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado

remoto ou bastante vago);

uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito - este (novo enunciado) e esse (retoma informação);

o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence);

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tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando

anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a "aquele", "idêntico" (O problema ainda não foi

resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa);

mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem "idêntico", "igual" ou

"exato". Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries);

como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e

segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam

calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado);

pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no

que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco);

podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com

aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite);

nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela

entrou triunfante - nisso = advérbio).

PRONOME RELATIVO

Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva.

Apresentam-se da seguinte maneira: que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e

quanto (a/s).

Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem

espera sempre alcança / Fez quanto pôde).

Quanto ao emprego, observa-se que os relativos são usados quando:

o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que leem ou não);

como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava)

quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos;

quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de

preposição;

cujo (a/s) é empregado para dar a ideia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu

consequente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo.

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IMPORTANTE: Cuidado com o emprego do pronome relativo com a regência do verbo adequada,

porquanto a FCC mistura tudo querendo induzir o candidato ao erro. O candidato tem que atentar o para o

verbo que está antes ou depois do pronome relativo, porque se tal verbo for transitivo indireto, sua

preposição ficará depois do pronome relativo. Exemplo de uma questão retirada de uma prova da FCC:

... pela simples razão de que o ciberespaço oferece globalmente mais escolhas, por um preço melhor.

O elemento grifado na frase acima preenche corretamente a lacuna da frase:

(...)

b) Há algum tempo, as livrarias vêm sinalizando a dificuldade em competir com a oferta de livros

disponibilizada na internet, fato ..... que as livrarias virtuais se orgulham.

Resposta: Quem se ORGULHA (VTI), se ORGULHA DE alguma coisa.

(...)

PRONOME INDEFINIDO

Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico,

representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar ideia de conjunto ou quantidade

indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.

São pronomes indefinidos de:

pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem;

lugares: onde, algures, alhures, nenhures;

pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s),

certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada.

PRONOME INTERROGATIVO

São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou

indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou).

Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?).

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VERBO

É a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja ação, estado ou

fenômeno da natureza.

Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas

verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classificação:

regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação;

irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As irregularidades podem

aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão);

modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um

fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido).

As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função exclusivamente

verbal. Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e forma de adjetivo, enquanto o gerúndio

equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime.

Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes valores:

presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se fala;

presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no momento ou época

em que se fala;

pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída no passado;

pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi

concluída ou era uma ação costumeira no passado;

pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada

mas não concluída no passado;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada;

futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época vindoura;

futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas

ligado a um momento passado;

futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num momento ou época

futura;

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Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos simples podem ser primitivos (presente e pretérito

perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados:

Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa constituem-se dos verbos auxiliares TER ou HAVER

+ particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal.

No modo Indicativo, os tempos compostos são formados da seguinte maneira:

pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (VP) [Tenho falado];

pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Tinha falado);

futuro do presente: futuro do presente do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Terei falado);

futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do auxiliar + particípio do VP (Teria falado).

No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte maneira:

pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tenha falado);

pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tivesse falado);

futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tiver falado).

Quanto às formas nominais, elas são formadas da seguinte maneira:

infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do auxiliar + particípio do VP (Ter falado / Teres

falado);

gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio do VP (Tendo falado).

O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o imperfeito na forma simples e o perfeito e o mais-

que-perfeito nas formas compostas. Não há presente composto nem pretérito imperfeito composto

VOZ: ATIVA, PASSIVA E REFLEXIVA

Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:

ativa: sujeito é agente da ação verbal;

passiva: sujeito é paciente da ação verbal;

A voz passiva pode ser analítica ou sintética:

analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo principal;

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sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora);

reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal. Também pode ser recíproca ao mesmo tempo

(acréscimo de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa do verbo);

IMPORTANTE: Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser

na maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele

(mantido o pretérito perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas - As folhas iam sendo levadas

pelas folhas (mantido o gerúndio do verbo principal).

ARTIGO

Precede o substantivo para determiná-lo, mantendo com ele relação de concordância. Assim, qualquer

expressão ou frase fica substantivada se for determinada por artigo (O 'conhece-te a ti mesmo' é conselho

sábio). Em certos casos, serve para assinalar gênero e número (o/a colega, o/os ônibus).

Os artigos podem ser classificado em:

definido - o, a, os, as - um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie;

indefinido - um, uma, uns, umas - um ser qualquer entre outros de mesma espécie;

Podem aparecer combinados com preposições (numa, do, à, entre outros).

Quanto ao emprego do artigo:

não é obrigatório seu uso diante da maioria dos substantivos, podendo ser substituído por outra palavra

determinante ou nem usado (o rapaz ≠ este rapaz / Lera numa revista que mulher fica mais gripada que

homem). Nesse sentido, convém omitir o uso do artigo em provérbios e máximas para manter o sentido

generalizante (Tempo é dinheiro / Dedico esse poema a homem ou a mulher?);

não se deve usar artigo depois de cujo e suas flexões;

outro, em sentido determinado, é precedido de artigo; caso contrário, dispensa-o (Fiquem dois aqui; os

outros podem ir ≠ Uns estavam atentos; outros conversavam);

não se usa artigo diante de expressões de tratamento iniciadas por possessivos, além das formas

abreviadas frei, dom, são, expressões de origem estrangeira (Lord, Sir, Madame) e sóror ou sóror;

é obrigatório o uso do artigo definido entre o numeral ambos (ambos os dois) e o substantivo a que se

refere (ambos os cônjuges);

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diante do possessivo (função de adjetivo) o uso é facultativo; mas se o pronome for substantivo, torna-se

obrigatório (os [seus] planos foram descobertos, mas os meus ainda estão em segredo);

omite-se o artigo definido antes de nomes de parentesco precedidos de possessivo (A moça deixou a casa

a sua tia);

antes de nomes próprios personativos, não se deve utilizar artigo. O seu uso denota familiaridade, por isso

é geralmente usado antes de apelidos. Os antropônimos são determinados pelo artigo se usados no plural

(os Maias, Os Homeros);

geralmente dispensado depois de cheirar a, saber a (= ter gosto a) e similares (cheirar a jasmim / isto sabe

a vinho);

não se usa artigo diante das palavras casa (= lar, moradia), terra (= chão firme) e palácio a menos que essas

palavras sejam especificadas (venho de casa / venho da casa paterna);

na expressão uma hora, significando a primeira hora, o emprego é facultativo (era perto de / da uma hora).

Se for indicar hora exata, à uma hora (como qualquer expressão adverbial feminina);

diante de alguns nomes de cidade não se usa artigo, a não ser que venham modificados por adjetivo,

locução adjetiva ou oração adjetiva (Aracaju, Sergipe, Curitiba, Roma, Atenas);

usa-se artigo definido antes dos nomes de estados brasileiros. Como não se usa artigo nas denominações

geográficas formadas por nomes ou adjetivos, excetuam-se AL, GO, MT, MG, PE, SC, SP e SE;

expressões com palavras repetidas repelem artigo (gota a gota / face a face);

não se combina com preposição o artigo que faz parte de nomes de jornais, revistas e obras literárias, bem

como se o artigo introduzir sujeito (li em Os Lusíadas / Está na hora de a onça beber água);

depois de todo, emprega-se o artigo para conferir ideia de totalidade (Toda a sociedade poderá participar /

toda a cidade ≠ toda cidade). "Todos" exige artigo a não ser que seja substituído por outro determinante

(todos os familiares / todos estes familiares);

repete-se artigo: a) nas oposições entre pessoas e coisas (o rico e o pobre) / b) na qualificação antonímia

do mesmo substantivo (o bom e o mau ladrão) / c) na distinção de gênero e número (o patrão e os

operários / o genro e a nora);

não se repete artigo: a) quando há sinonímia indicada pela explicativa ou (a botânica ou fitologia) / b)

quando adjetivos qualificam o mesmo substantivo (a clara, persuasiva e discreta exposição dos fatos nos

abalou).

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NUMERAL

Numeral é a palavra que indica quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração. Classifica-se como

cardinal (1, 2, 3), ordinal (primeiro, segundo, terceiro), multiplicativo (dobro, duplo, triplo), fracionário

(meio, metade, terço). Além desses, ainda há os numerais coletivos (dúzia, par).

Quanto ao valor, os numerais podem apresentar valor adjetivo ou substantivo. Se estiverem

acompanhando e modificando um substantivo, terão valor adjetivo. Já se estiverem substituindo um

substantivo e designando seres, terão valor substantivo. [Ele foi o primeiro jogador a chegar. (valor

adjetivo) / Ele será o primeiro desta vez. (valor substantivo)].

Quanto ao emprego:

os ordinais como último, penúltimo, antepenúltimo, respectivos... não possuem cardinais

correspondentes.

os fracionários têm como forma própria meio, metade e terço, todas as outras representações de divisão

correspondem aos ordinais ou aos cardinais seguidos da palavra avos (quarto, décimo, milésimo, quinze

avos);

designando séculos, reis, papas e capítulos, utiliza-se na leitura ordinal até décimo; a partir daí usam-se os

cardinais. (Luís XIV - quatorze, Papa Paulo II - segundo);

Se o numeral vier antes do substantivo, será obrigatório o ordinal (XX Bienal - vigésima, IV Semana de

Cultura - quarta);

zero e ambos(as) também são numerais cardinais. 14 apresenta duas formas por extenso catorze e

quatorze;

a forma milhar é masculina, portanto não existe "algumas milhares de pessoas" e sim alguns milhares de

pessoas;

alguns numerais coletivos: grosa (doze dúzias), lustro (período de cinco anos), sesquicentenário (150 anos);

um: numeral ou artigo? Nestes casos, a distinção é feita pelo contexto.

Numeral indicando quantidade e artigo quando se opõe ao substantivo indicando-o de forma indefinida.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

Quanto à flexão, varia em gênero e número:

variam em gênero:

Cardinais: um, dois e os duzentos a novecentos; todos os ordinais; os multiplicativos e fracionários, quando

expressam uma ideia adjetiva em relação ao substantivo.

variam em número:

Cardinais terminados em -ão; todos os ordinais; os multiplicativos, quando têm função adjetiva; os

fracionários, dependendo do cardinal que os antecede.

Os cardinais, quando substantivos, vão para o plural se terminarem por som vocálico (Tirei dois dez e três

quatros).

ADVÉRBIO

É a palavra que modifica o sentido do verbo (maioria), do adjetivo e do próprio advérbio (intensidade para

essas duas classes). Denota em si mesma uma circunstância que determina sua classificação:

Chamamos a atenção dos candidatos(as) para entender o sentido dos conectivos, já que a FCC apresenta

frequentemente questões de substituição e manutenção do sentido ou qual o sentido que melhor

completa a oração. Fique atento quanto a esse detalhe.

Lugar: longe, junto, acima, ali, lá, atrás, alhures;

Tempo: breve, cedo, já, agora, outrora, imediatamente, ainda;

Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, a maioria dos adv. Com sufixo -mente;

Negação: não, qual nada, tampouco, absolutamente;

Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente;

Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão;

Afirmação: sim, certamente, deveras, com efeito, realmente, efetivamente.

As palavras onde (de lugar), como (de modo), porque (de causa), quanto (classificação variável) e quando

(de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são classificadas como advérbios

interrogativos (queria saber onde todos dormirão / quando se realizou o concurso).

Onde, quando, como, se empregados com antecedente em orações adjetivas são advérbios relativos

(estava naquela rua onde passavam os ônibus / ele chegou na hora quando ela ia falar / não sei o modo

como ele foi tratado aqui).

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

As locuções adverbiais são geralmente constituídas de preposição + substantivo - à direita, à frente, à

vontade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de repente, de vez em

quando, em breve, em mão (em vez de "em mãos") etc. São classificadas, também, em função da

circunstância que expressam.

PREPOSIÇÃO

É a palavra invariável que liga dois termos entre si, estabelecendo relação de subordinação entre o termo

regente e o regido. São antepostos aos dependentes (objeto indireto, complemento nominal, adjuntos e

orações subordinadas). Divide-se em:

Chamamos a atenção dos candidatos (as) para entender o sentido dos conectivos, já que a FCC apresenta

frequentemente questões de substituição e manutenção do sentido ou qual o sentido que melhor

completa a oração. Fique atento quanto a esse detalhe.

essenciais (maioria das vezes são preposições): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,

per, perante, por, sem, sob, sobre, trás;

acidentais (palavras de outras classes que podem exercer função de preposição): afora, conforme (= de

acordo com), consoante, durante, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, visto (= devido a, por causa de)

etc. (Vestimo-nos conforme a moda e o tempo / Os heróis tiveram como prêmio aquela taça Mediante

meios escusos, ele conseguiu a vaga / Vovó dormiu durante a viagem).

As preposições essenciais regem pronomes oblíquos tônicos; enquanto preposições acidentais regem as

formas retas dos pronomes pessoais. (Falei sobre ti/Todos, exceto eu, vieram).

As locuções prepositivas, em geral, são formadas de advérbio (ou locução adverbial) + preposição - abaixo

de, acerca de, a fim de, além de, defronte a, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de,

junto de, perto de, até a, a par de, devido a.

Observa-se que a última palavra da locução prepositiva é sempre uma preposição, enquanto a última

palavra de uma locução adverbial nunca é preposição.

Quanto ao emprego, as preposições podem ser usadas em:

combinação: preposição + outra palavra sem perda fonética (ao/aos);

contração: preposição + outra palavra com perda fonética (na/àquela);

não se deve contrair de se o termo seguinte for sujeito (Está na hora de ele falar);

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a preposição após, pode funcionar como advérbio (= atrás) (Terminada a festa, saíram logo após.);

trás, atualmente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas (por trás, para trás por trás de).

Quanto à diferença entre pronome pessoal oblíquo, preposição e artigo, deve-se observar que a

preposição liga dois termos, sendo invariável, enquanto o pronome oblíquo substitui um substantivo. Já o

artigo antecede o substantivo, determinando-o.

As preposições podem estabelecer as seguintes relações: isoladamente, as preposições são palavras vazias

de sentido, se bem que algumas contenham uma vaga noção de tempo e lugar. Nas frases, exprimem

diversas relações:

Autoria - música de Caetano

Lugar - cair sobre o telhado, estar sob a mesa

Tempo - nascer a 15 de outubro, viajar em uma hora, viajei durante as férias

Modo ou conformidade - chegar aos gritos, votar em branco

Causa - tremer de frio, preso por vadiagem

Assunto - falar sobre política

Fim ou finalidade - vir em socorro, vir para ficar

Instrumento - escrever a lápis, ferir-se com a faca

Companhia - sair com amigos / meio - voltar a cavalo, viajar de ônibus

Matéria - anel de prata, pão com farinha

Posse - carro de João

Oposição - Flamengo contra Fluminense

Conteúdo - copo de (com) vinho

Preço - vender a (por) R$ 300, 00

Origem - descender de família humilde

Especialidade - formou-se em Medicina

Destino ou direção - ir a Roma, olhe para frente.

INTERJEIÇÃO

São palavras que expressam estados emocionais do falante, variando de acordo com o contexto

emocional. Podem expressar:

alegria - ah!, oh!, oba!

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advertência - cuidado!, atenção

afugentamento - fora!, rua!,passa!, xô!

alívio - ufa!, arre!

animação - coragem!, avante!, eia!

aplauso - bravo!, bis!, mais um!

chamamento - alô!, olá!, psit!

desejo - oxalá!, tomara! / dor - ai!,ui!

espanto - puxa!, oh!, chi!, ué!

impaciência - hum!, hem!

silêncio - silêncio!, psiu!, quieto!

São locuções interjetivas: puxa vida!,não diga!, que horror!, graças a Deus!, ora bolas!, cruz credo!

CONJUNÇÃO

É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação (subordinação ou

coordenação). As conjunções classificam-se em:

Chamamos a atenção dos candidatos (as) para entender o sentido dos conectivos, já que a FCC apresenta

frequentemente questões de substituição e manutenção do sentido ou qual o sentido que melhor

completa a oração. Fique atento quanto a esse detalhe.

COORDENATIVAS, aquelas que ligam duas orações independentes (coordenadas), ou dois termos que

exercem a mesma função sintática dentro da oração. Apresentam cinco tipos:

aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda;

adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo contrário), não

obstante, apesar disso;

alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer;

conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso;

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EXPLICATIVAS (JUSTIFICAÇÃO): - POIS (ANTES DO VERBO), PORQUE, QUE, PORQUANTO.

SUBORDINATIVAS - ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. Apresentam dez tipos:

CAUSAIS: PORQUE, VISTO QUE, JÁ QUE, UMA VEZ QUE, COMO, DESDE QUE;

Palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação (subordinação ou

coordenação). As conjunções classificam-se em:

comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +) que;

condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a menos que;

consecutivas (consequência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de

intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que;

conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como;

CONCESSIVA: EMBORA, CONQUANTO, POSTO QUE, POR MUITO QUE, SE BEM QUE, AINDA QUE, MESMO

QUE;

temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que), até que;

finais - a fim de que, para que, que;

proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto menos);

integrantes - que, se.

As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, enquanto as demais iniciam orações subordinadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar orações é desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

10. Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

a) São vários os atributos a que se pode recorrer para caracterizar um grupo étnico.

b) Não são claras as fronteiras em cujas se deseja estabelecer uma objetiva distinção entre etnias.

c) São mínimas as variações genéticas de que se poderia levar em conta para configurar alguma

diferenciação racial.

d) O fenômeno das migrações é um fator concorrente de que as populações não sejam homogêneas.

e) O próprio conceito de raça humana, de cujo ninguém duvidava, é hoje dado como ultrapassado.

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10. COMENTÁRIO: A letra correta é A. Veja a explanação das regras:

b) Não são claras as fronteiras em cujas (nas quais) se deseja estabelecer uma objetiva distinção entre

etnias.

c) São mínimas as variações genéticas de que (que, sem preposição) se poderia levar em conta para

configurar alguma diferenciação racial.

d) O fenômeno das migrações é um fator concorrente de que (para que) as populações não sejam

homogêneas.

Elemento correto a ser usado: .

e) O próprio conceito de raça humana, de cujo (do qual) ninguém duvidava, é hoje dado como

ultrapassado.

10. GABARITO DEFINITIVO: A

... tradição brasileira que começou com a corte portuguesa, foi alterada na década de 1920 por paisagistas

como Burle Max ... (final do texto)

11. O verbo que admite o mesmo tipo de transposição que a do grifado acima está na frase:

a) ... elas são mais predadoras do que o aquecimento global.

b) Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países ...

c) Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira ...

d) ... não é um exemplar original.

e) ... e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e reservas do Rio ...

11. COMENTÁRIO: A letra certa é E. O verbo ALTERAR é transitivo direto, condição necessária para que

haja a transposição da voz ativa para a voz passiva, como na alternativa dada como exemplo no comando

da questão. Vamos achar a alternativa abaixo que apresenta um verbo transitivo direto também:

a) ... elas são mais predadoras do que o aquecimento global. VERBO DE LIGAÇÃO

b) Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países ... VERBO TRANSITIVO INDIRETO

c) Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira ... VERBO TRANSITIVO INDIRETO

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d) ... não é um exemplar original. VERBO DE LIGAÇÃO

e) ... e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e reservas do Rio ... VERBO TRANSITIVO DIRETO

11. GABARITO DEFINITIVO: E

12. Transpondo-se para a voz passiva o segmento Para esse gênero de informação alcançar

adequadamente o público leitor leigo, a forma verbal resultante será

a) vier a alcançar.

b) tenha alcançado.

c) fosse alcançado.

d) tenha sido alcançado.

e) ser alcançado.

12. COMENTÁRIO: A letra correta é a E. A FCC adora as vozes verbais, tome cuidado ao fazer a

transposição, uma vez que o verbo auxiliar na voz passiva tem que manter o mesmo tempo verbal do

verbo principal na voz ativa. A voz passiva analítica é: verbo SER+Particípio. Observe como o sujeito (na voz

ativa) transforma-se em agente da passiva (na voz passiva) e como o objeto direto (na voz ativa)

transforma-se em sujeito (na voz passiva). 1º Exemplo: Para esse gênero de informação alcançar

adequadamente o público leitor leigo (voz ativa). 2º Exemplo:Para o público leitor leigo seralcançado

adequadamente por esse gênero de informação (voz passiva).

12. GABARITO DEFINITIVO: E

13. Atente para as seguintes afirmações:

I. O sentido da frase Esse rei é um grande mágico: exerce seu império sobre o próprio espírito dos

súditos não se altera caso se substitua o sinal de dois-pontos por conquanto.

II. Na frase O sarcasmo estende-se aos costumes, e Montesquieu põe na boca dos persas palavras de

admiração ao encontrarem mulheres muito habilidosas (...), a conjunção e pode ser substituída por haja

vista que.

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III. Com a afirmação "fazem da virgindade uma flor que perece e renasce todos os dias", Montesquieu

reconhece os sinceros escrúpulos da moralidade francesa.

Está correto APENAS o que se afirma em

a) II.

b) III.

c) I e II.

d) II e III.

e) I.

13. COMENTÁRIO: A letra certa é A. Questão capciosa da banca: a conjunção e pode ser substituída por HAJA VISTA ? Sim, pode. Há mudança na semântica, mas a FCC NÃO indagou esse sentido, assim, somente o II está correto. 13. GABARITO DEFINITIVO: A

UNIDADE 6

Emprego do sinal indicativo de crase Um dos temas mais abordados pela banca FCC em provas de concursos públicos. Observe as dicas, os

macetes.

O QUE É CRASE?

O termo crase significa fusão, junção, contração. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da

preposição "a" com:

artigo feminino "a" ou "as".

o "a" dos pronomes "aquele"(s), "aquela"(s), "aquilo", "aqueloutro"(s) e "aqueloutra" (s).

o "a" do pronome relativo "a qual" e "as quais"

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o "a" do pronome demonstrativo "a" ou "as".

Vou a a praia.

Vou à praia.

MACETE: Se eu vou a e volto da, crasear. Se eu vou a e volto de, crasear pra que.

Eu voltei da praia.

Eu vou à praia.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a

ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino praia. Quando ocorre esse

encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.

IMPORTANTE: Para confirmar a crase pode-se trocar o artigo feminino "a" (s) ou de um pronome

demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a"por uma palavra masculinano lugar do termo feminino que

se está em dúvida. Se ocorrer a contração, ocorrerá crase antes do termo feminino. Observe:

Fiz alusão "à" aluna. / Fiz alusão ao aluno. (crasear)

Soltei a aluna. / Soltei o aluno. (não crasear)

CASOS PROIBIDOS DO EMPREGO DA CRASE.

Cuidado, pois o examinador da FCC traz esse tópico com frequência nas prova !

CASOS PROIBIDOS DO EMPREGO DA CRASE:

PERANTE SUBSTANTIVOS MASCULINOS. Cuidado, porquanto a FCC adora cobrar em provas

especificamente essa regra em provas.

Andamos a cavalo.

Fomos a pé.

Passou a camisa a ferro.

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Fazer o exercício a lápis.

Compramos os móveis a prazo.

PERANTE VERBOS NO INFINITIVO:

O adolescente começou a falar.

Estou disposto a ajudar.

Continuamos a observar as plantas.

ATENÇÃO: Os verbos não admitem artigos em sua forma regular, assim, resta apenas a preposição, como

por exemplo, apresentamos acima.

PERANTE PRONOMES E DAS EXPRESSÕES DE TRATAMENTO, com exceção das formasSENHORA,

SENHORITA e DONA:

Fale a ela que não estarei no escritório cedo.

Entreguei a todos as declarações necessárias.

Ela fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.

Peço a Vossa Senhoria que tenha compaixão.

Mostrarei a vocês todas os projetos.

Quero informar a algumas mulheres seus direitos.

Isso não interessa a nenhum de nós.

Aonde você pretende ir a esta hora da madrugada?

Agradeci a ele, a quem fez milagres em minha vida.

EXCEÇÕES À REGRA: Há alguns casos de crase diante dos pronomes. Para não haver dúvidas, troque a

palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surja a forma ao, ocorrerá crase. Observe:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)

Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)

Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

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PERANTE NUMERAIS CARDINAIS:

Chegou a duzentos o número de feridos.

Daqui a uma semana começa o campeonato.

CASOS EM QUE A CRASE É OBRIGATÓRIA:

PERANTE PALAVRAS FEMININAS:

Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.

Sempre vamos à praia no verão.

Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.

PERANTE PALAVRA "MODA", COM O SENTIDO DE "À MODA DE", AINDA QUE A EXPRESSÃO MODA

DE FIQUE SUBENTENDIDA:

O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.

Usava sapatos à (moda de) Luís XV.

Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.

O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

PERANTE INDICAÇÃO DE HORAS:

Acordei às sete horas da manhã.

Elas chegaram às dez horas.

à tarde às ocultas às pressas à medida que

à noite às claras às escondidas à força

à vontade à beça à larga à escuta

às avessas à revelia à exceção de à imitação de

à esquerda às turras às vezes à chave

à direita à procura à deriva à toa

à luz à sombra de à frente de à proporção que

à semelhança de às ordens à beira de

à venda

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Foram dormir à meia-noite.

Ele saiu às duas horas.

CUIDADO: Se na frase houver De + a não terá crase, agora se tiver Da + a haverá crase.

Exemplo: Das 20:00 às 23:00 horas. (crasear)

De 20:00as23:00 horas. (não crasear)

PERANTE LOCUÇÕES ADVERBIAIS, PREPOSITIVAS E CONJUNTIVAS DE QUE PARTICIPAM PALAVRAS

FEMININAS. OBSERVE:

PERANTE TERRA E CASA

As palavras terra e casa são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da palavra casa (lar) só recebe

o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário não ocorre a crase. Já com a

palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier acompanhada de um modificador

- da mesma maneira que existe a expressão "a bordo", enquanto que com a palavra terra (terra natal ou

planeta) sempre ocorre crase. Exemplos:

Chegamos cedo a casa (coloquialmente, "em casa").

Chegamos cedo à casa de meu pai.

Os jangadeiros voltaram a terra.

Os jangadeiros chegaram à terra procurada.

PERANTE "A" NO SINGULAR E SUBSTANTIVO NO PLURAL, NÃO OCORRE A CRASE.

Exemplo: Refiro-me as unhas e dentes (crasear)

Refiro-me aunhas e dentes (não crasear)

CRASE DIANTE DE NOMES DE LUGAR

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de

modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um

nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por

um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse

nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.

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MACETE: Se eu vou a e volto da, crasear. Se eu vou a e volto de, crasear pra que.

Vou à França. (Voltei da França.)

Cheguei à Grécia. (Voltei da Grécia)

Retornarei à Itália. (Voltei da Itália)

Cheguei a Pernambuco. (Voltei de Pernambuco)

Retornarei a São Paulo. (Voltei de São Paulo)

ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Observe os exemplos:

Retornarei à Paris cidade luz.

Irei à Salvador de Jorge Amado.

CRASE PERANTE PRONOMES DEMONSTRATIVOS AQUELE (S), AQUELA (S), AQUILO

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:

Refiro-me àquele atentado.

Fiz referência àquilo.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e

exige preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:

Aluguei aquela casa.

O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse

caso.

CRASE COM OS PRONOMES RELATIVOS A QUAL, AS QUAIS

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege

esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses

casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.

O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

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Veja outros exemplos:

São normas às quais todos os alunos devem obedecer.

Esta foi a conclusão à qual ele chegou.

Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.

A sessão à qual assisti estava vazia.

CRASE COM O PRONOME DEMONSTRATIVO "A"

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da

substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:

Minha revolta é ligada à do meu país.

Meu luto é ligado ao do meu país.

As orações são semelhantes às de antes.

Os exemplos são semelhantes aos de antes.

Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.

Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.

Suas perguntas são superiores às dele.

Seus argumentos são superiores aos dele.

Sua blusa é idêntica à de minha colega.

Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A PALAVRA DISTÂNCIA

Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:

Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada.)

Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:

Os marginais ficaram a distância.

Gostava de fotografar a distância.

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Ensinou a distância.

POR MOTIVO DE CLAREZA, PARA EVITAR AMBIGUIDADE, PODE-SE USAR A CRASE.

Gostava de fotografar à distância.

Ensinou à distância.

Dizem que aquele médico cura à distância.

CASOS EM QUE A OCORRÊNCIA DA CRASE É FACULTATIVA

Perante nomes próprios femininos:

É facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo.

Márcia é muito bonita. Andréa é minha amiga.

A Márcia é muito bonita. A Andréa é minha amiga.

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos,

então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.

Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.

PERANTE DE PRONOME POSSESSIVO FEMININO:

É facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do

artigo. Observe:

Minha irmã tem 25 anos. Minha avó está esperando por você.

A minha irmã tem 25 anos. A minha avó está esperando por você.

DIANTE DA PREPOSIÇÃO ATÉ:

Fui até a praia. ou Fui até à praia.

Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.

A palestra vai até as cinco horas da

tarde.

ou A palestra vai até às cinco horas da

tarde.

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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

Ainda que riqueza [...] à custa do trabalho escravo ... A sociedade colonial no Brasil [...] desenvolveu-se

[...] à sombra das grandes plantações de açúcar ...

14. Do mesmo modo que nas frases acima, está correto o emprego da crase em:

a) combate à fome.

b) vendas à prazo.

c) escrito à lápis.

d) avião à jato.

e) defender à unhas e dentes.

14. COMENTÁRIO: A alternativa correta é A. Se nós substituirmos “combate à fome por combate ao crime,

vamos perceber que existe preposição, então, com a contração do artigo definido feminino com a

preposição a = à. Eu já chamei a atenção acima, disse que o examinador da FCC tem certa preferência por

essa regra. Observe que as letras B, C, D estão erradas pelo mesmo motivo: NÃO SE CRASEIA PALAVRA

MASCULINA. Já a letra E está errada por o verbo Sr transitivo direto (VTD), com isso, não há preposição,

porque “quem defende, defende alguma coisa”. Além disso, unhas e dentes estão no plural.

14. GABARITO DEFINITIVO: A

15. Graças ...... resistência de portugueses e espanhóis, a Inglaterra furou o bloqueio imposto por

Napoleão e deu início ...... campanha vitoriosa que causaria ...... queda do imperador francês.

Preenchem as lacunas da frase acima, na ordem dada,

a) a - à - a

b) à - a - a

c) à - à - a

d) a - a - à

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e) à - a - à

15. COMENTÁRIO: A letra C está correta. Quem dá graças, dá graças a alguém ou a alguma coisa + a

resistência = GRAÇAS À RESISTÊNCIA.O que dá início, dá início a algo + a campanha = DEU INÍCIO À

CAMPANHA VITORIOSA.O que causa, causa algo ou alguma coisa = QUE CAUSARIA A QUEDA DO IMPÉRIO

(não há crase)

15. GABARITO DEFINITIVO: C

16. O avanço rumo ...... um desenvolvimento sustentável depende de diversos fatores, entre os quais estão

o estímulo ...... novas tecnologias e o compromisso ético de empresas que tenham como prioridade o

respeito ...... causas ambientais.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:

a) a - à - as

b) a - a - às

c) à - a - as

d) a - à - às

e) à - à - as

16. COMENTÁRIO: A letra correta é B. Não ocorre crase diante de artigo indefinido (um, uma, uns, umas)-

O avanço rumo......um. Não ocorre crase quando houver apenas a preposição e a palavra feminina

seguinte estiver no plural - estímulo ...... novas tecnologias (...).”Tenham como prioridade o respeito ......

causas ambientais – Para ficar fácil pode-se substituir respeito às causas ambientais, por o

respeito aos Interesses ambientais.

16. GABARITO DEFINITIVO: B

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17.A crase é facultativa em SOMENTE uma alternativa abaixo.

a) ...por toda sua carreira graças a pontas de cigarro... (linhas 2 e 3)

b) ...chegou", disse a promotora pública no caso, Kathleen Rice. (linhas 54 e 55)

c) ...receber pena de 25 anos a prisão perpétua... (linha 20)

d) ...ligou Roger Williams a uma ponta de cigarro... (linha 49)

e) ...dentro de seu carro em frente a sua casa... (linhas 7 e 8)

17. COMENTÁRIO: A alternativa correta é aE. Temos que tomar cuidado, porque se a frase estiver: a suas,

a crase será proibida;

Se vier assim: às suas, será caso de crase obrigatória;

E se tiver assim: a sua, ela será facultativa.

Logo, só será facultativa a crase quando além de o pronome possessivo feminino estar no singular a

preposição também o estiver.

17. GABARITO DEFINITIVO: E

UNIDADE 7

Sintaxe da oração e do período

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara

algo”, “o tema do que se vai comunicar”.

O predicado é a parte da frase que contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,

constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num

nome, teremos um predicado nominal.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

A existência é frágil.

A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um pensamento completo e

vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-exclamação e por reticências.

Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.

Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.

Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações mas uma só frase, pois

somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.

Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A oração

possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de um predicado, ao qual pode ou

não estar ligado um sujeito.

Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:

Rua!

Que é uma frase, não é uma oração.

Já em:

“Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem.”

Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem

um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um todo, com

sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

Chove.

A existência é frágil.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”

Cantei, dancei e depois dormi.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

Termos essenciais da oração:

O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais da oração, ou seja, sujeito e predicado são

termos indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas

exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a presença do verbo.

O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.

“Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”;

“Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”.

Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha e primeira referem-se ao conceito básico

expresso em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, denominada núcleo do

sujeito. O núcleo do sujeito se relaciona com o verbo, estabelecendo a concordância.

A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna uma função substantiva

da oração. Pronomes substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas (derivação

imprópria) também podem exercer a função de sujeito.

Ele já partiu;

Os dois sumiram;

Um sim é suave e sugestivo.

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de determinação ou indeterminação e o de

núcleo do sujeito.

Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável pela concordância verbal. O sujeito

determinado pode ser simples ou composto.

A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível identificar claramente a que se refere a

concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente o sujeito de

uma oração.

Estão gritando seu nome lá fora;

Trabalha-se demais neste lugar.

O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único núcleo. Esse vocábulo pode estar no

singular ou no plural; pode também ser um pronome indefinido.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

Nós nos respeitamos mutuamente;

A existência é frágil;

Ninguém se move;

O amar faz bem.

O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais de um núcleo.

Alimentos e roupas andam caríssimos;

Ela e eu nos respeitamos mutuamente;

O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.

Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência ao sujeito oculto, isto é, ao núcleo do

sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou pelo contexto.

Abolimos todas as regras.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se pode identificar claramente a que o

predicado da oração se refere. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário teríamos uma

oração sem sujeito.

Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas maneiras:

com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:

Bateram à porta;

Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.

com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pronome se. Esta é uma construção típica dos

verbos que não apresentam complemento direto:

Precisa-se de mentes criativas;

Vivia-se bem naqueles tempos;

Trata-se de casos delicados;

Sempre se está sujeito a erros.

O pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito.

As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de m verbo impessoal. A

mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito com:

os verbos que indicam fenômenos da natureza:

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

Amanheceu repentinamente;

Está chuviscando.

Os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo

em geral:

Está tarde.

Ainda é cedo.

Já são três horas, preciso ir;

Faz frio nesta época do ano;

Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;

Faz anos que esperamos melhores condições de vida;

Deve fazer meses que ele partiu.

o verbo haver, na indicação de existência ou acontecimento:

Havia bons motivos para nossa apreensão;

Deve haver muitos interessados no seu trabalho;

Houve alguns problemas durante o trabalho.

O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração contém a informação nova para o ouvinte.

Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:

Chove muito nesta época do ano;

Houve problemas na reunião.

Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se declara a respeito desse sujeito.

Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que difere do sujeito numa oração é o seu

predicado.

Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);

Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo pensamento (predicado).

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se

considerar também se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao

sujeito da oração.

Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres de opinião.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras

ligam-se direta ou indiretamente ao verbo.

A existência (sujeito) é frágil (predicado).

O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da oração. O verbo atua como elemento de

ligação entre o sujeito e a palavra a ele relacionada.

O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo:

Chove muito nesta época do ano;

Senti seu toque suave;

O velho prédio foi demolido.

Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam

processos.

O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; esse nome atribui uma

qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. O predicativo é um nome

que se liga a outro nome da oração por meio de um verbo.

Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não indica um processo. O verbo une o sujeito

ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito:

“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”

Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, andar, ficar, parecer, permanecer ou

continuar, atuando como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.

A função de predicativo é exercida normalmente por um adjetivo ou substantivo.

O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No

predicado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal.

O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indicando processos. É também sempre por

intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere.

O dia amanheceu ensolarado;

As mulheres julgam os homens inconstantes

No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de

ligação.

Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro nominal:

O dia amanheceu;

O dia estava ensolarado.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento homens como o predicativo

inconstantes.

Termos integrantes da oração:

Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento nominal são chamados termos

integrantes da oração.

Os complementos verbais integram o sentido do verbos transitivos, com eles formando unidades

significativas. Esses verbos podem se relacionar com seus complementos diretamente, sem a presença de

preposição ou indiretamente, por intermédio de preposição.

O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo.

Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;

Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;

Dou-lhes três.

Buscamos incessantemente o Belo;

Houve muita confusão na partida final.

O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:

com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas:

Amar a Deus;

Adorar a Xangô;

Estimar aos pais.

com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento:

Não excluo a ninguém;

Não quero cansar a Vossa Senhoria.

para evitar ambiguidade:

Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria outra)

com pronomes oblíquos tônicos (preposição obrigatória):

Nem ele entende a nós, nem nós a ele.

O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma

preposição.

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MATERIAL DEMONSTRATIVO LÍNGUA PORTUGUESA ANOTADA

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;

Os homens pedem-lhes amor sincero;

Gosto de música popular brasileira.

O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal.

O complemento nominal liga-se ao nome que completa por intermédio de preposição:

Desenvolvemos profundo respeito à arte;

A arte é necessária à vida;

Tenho-lhe profundo respeito.

Os nomes que se fazem acompanhar de complemento nominal pertencem a dois grupos:

substantivos, adjetivos ou advérbios derivados de verbos transitivos,

adjetivos transitivos e seus derivados.

Termos acessórios da oração e vocativo:

Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, explicativos, circunstanciais.

São termos acessórios o adjunto adverbial, adjunto adnominal e o aposto.

O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o

sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções

adverbiais exercer o papel de adjunto adverbial.

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são:

acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.

afirmação: Sim, realmente irei partir.

assunto: Falavam sobre futebol.

causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede… são tantas vezes gestos naturais.

companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.

concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.

conformidade: Fez tudo conforme o combinado.

dúvida: Talvez nos deixem entrar.

fim: Estudou para o exame.

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frequência: Sempre aparecia por lá.

instrumento: Fez o corte com a faca.

intensidade: Corria bastante.

limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.

lugar: Vou à cidade.

matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.

meio: Viajarei de trem.

modo: Foram recrutados a dedo.

negação: Não há ninguém que mereça.

preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes.

substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.

tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.

O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um substantivo. É uma

função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal

na oração. Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substantivo a que se refere, sem participação do verbo.

Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.

O poeta português deixou uma obra originalíssima.

O poeta deixou-a.

O poeta português deixou uma obra inacabada.

O poeta deixou-a inacabada.

Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal

relaciona-se apenas ao substantivo.

O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num

termo que exerça qualquer função sintática.

Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente

equivalente ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo:

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Segunda-feira passei o dia mal-humorado.

O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em:

explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com

o mundo.

enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, arte, ação.

resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo isso forma o carnaval.

comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de

pontuação (dois-pontos ou vírgula).

A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.

A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes substantivos, numerais e palavras

substantivadas esse papel na linguagem.

Período composto por coordenação:

O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente completas, ou seja,

equivalentes.

Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades competitivas.

O período acima é formada por três orações, no entanto essas orações são independentes e poderiam

constituir orações absolutas, caracterizando o período composto por coordenação.

Quanto às orações coordenadas, elas estão divididas em assindéticas e sindéticas, sendo estas aditivas,

adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

As orações coordenadas assindéticas são aquelas ligadas sem o uso da conjunção:

Um pé-de-vento cobria de poeira a folhagem das imburanas, sinhá Vitória catava piolhos no filho mais

velho, Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.

Já as orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por meio de conjunções:

Dormiu e sonhou.

As orações coordenadas sindéticas aditivas são ligadas por meio de conjunções aditivas. Ocorrem quando

os fatos estão em sequência simples, sem que acrescente outra ideia. As aditivas típicas são e e nem.

Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções.

Não discutimos as várias propostas, nem (e não) analisamos quaisquer soluções.

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As orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não só, mas(também), tanto …

como.

Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social

do país.

As coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções adversativas. A segunda oração

exprime contraste, oposição ou compensação em relação à anterior. As adversativas típicas são mas,

porém, contudo, todavia, entanto, entretanto, e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante.

Este mundo é redondo mas está ficando muito chato.

O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda penúria.

Já as coordenadas sindéticas alternativas são introduzidas por conjunções alternativas, indicando

pensamentos ou fatos que se alternam ou excluem. A conjunção alternativa típica é ou. Há também os

pares ora… ora, já… já, quer… quer, seja… seja.

Diga agora ou cale-se para sempre.

Ora atua com dedicação e seriedade, ora age de forma desleixada e relapsa.

As coordenadas sindéticas conclusivas são introduzidas por conjunções conclusivas. Nesse caso, a segunda

oração exprime conclusão ou consequência lógica da primeira. As conjunções e locuções típicas são logo,

portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas quando não

anteposta ao verbo).

Aquela substância é altamente tóxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.

As coordenadas sintéticas explicativas são introduzidas por conjunções explicativas e exprimem o motivo, a

justificativa de se ter feito a declaração anterior. As conjunções explicativas são que,

porque e pois (anteposta ao verbo).

“Vem, que eu te quero fraco.”

Ele se mudou, pois seu apartamento está vazio.

Período composto por subordinação:

O período composto por subordinação é aquele composto por uma oração principal (aquela que tem pelo

menos um dos termos representado por uma oração subordinada) e por orações subordinadas (aquelas

que exercem função sintática em outra oração).

As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.

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Quanto às formas, elas podem ser desenvolvidas (apresentam verbos numa das formas finitas [tempos do

indicativo, subjuntivo, imperativo], apresentam normalmente conjunção e pronome relativo) e reduzidas

(apresentam verbos numa das formas nominais [infinitivo, gerúndio, particípio] e não apresentam

conjunções nem pronomes relativos, podem apresentar preposição):

Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.

Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.

As orações subordinadas substantivas exercem funções substantivas no interior da oração principal de que

fazem parte. Elas podem ser desenvolvidas ou reduzidas e são classificadas de acordo com suas seis

funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.

As subordinadas substantivas subjetivas são aquelas orações que exercem a função de sujeito do verbo da

oração principal:

É preciso que haja alguma coisa de flor em tudo isso.

É preciso haver alguma coisa de flor em tudo isso.

O verbo da oração principal sempre se apresenta na terceira pessoa do singular.

E os verbos e expressões que apresentam essa oração como sujeito podem ser divididos em três grupos:

verbos de ligação mais predicativo (é bom, é claro, parece certo);

verbos na voz passiva sintética ou analítica (sabe-se, conta-se, foi anunciado);

verbos do tipo convir, cumprir, importar, ocorrer, acontecer, suceder, parecer, constar, quando na terceira

pessoa do singular.

As subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do verbo da oração

principal:

Juro que direi a verdade.

Juro dizer a verdade.

Algumas objetivas diretas são introduzidas pela conjunção subordinativa integrante se e por pronomes

interrogativos (onde, por que, como, quando, quando).

Essas orações ocorrem em formas interrogativas diretas:

Desconheço se ele chegou.

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Desconheço quando ele chegou.

Os verbos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e os auxiliares sensitivos (ver, sentir, ouvir e

perceber) formam orações principais que apresentam objeto direto na forma de orações subordinadas

substantivas reduzidas de infinitivo:

Deixe-me partilhar seus segredos.

As subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem o papel de objeto indireto do verbo da oração

principal:

Aspiramos a que a situação nacional melhore.

Lembre-me de ajudá-lo em seus afazeres.

As subordinadas substantivas completivas nominais exercem papel de complemento nominal de um termo

da oração principal:

Tenho a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora.

Já as subordinadas substantivas predicativas exercem o papel de predicativo do sujeito da oração principal:

Nossa constatação é que vida e morte são duas faces de uma mesma realidade.

As subordinadas substantivas apositivas exercem função de aposto de um termo da oração principal:

Só desejo uma coisa: que nossa situação melhore.

As orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática dos pronome relativo. Exerce a função

sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal, sendo introduzida por pronome relativo

(que, qual/s, como, quanto/a/s, cujo/a/s, onde). Estes pronomes relativos podem ser precedidos de

preposição.

As subordinadas adjetivas dividem-se em restritivas e explicativas.

As restritivas restringem o sentido da oração principal, sendo indispensáveis. Apresentam sentido

particularizante do antecedente.

O professor castigava os alunos que se comportavam mal.

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As explicativas tem a função de explicar o sentido da oração principal, sendo dispensável. Apresentam

sentido universalizante do antecedente.

Grande Sertão: Veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.

Geralmente, as orações explicativas vêm separadas da oração principal por vírgulas ou travessões.

Os pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas desempenham funções

sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome relativo por seu antecedente e proceder

a análise como se fosse um período simples.

O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros – sujeito

Os trabalhos que faço me dão prazer – objeto direto

Os filmes a que nos referimos são italianos – objeto indireto

O homem rico que ele era hoje passa por dificuldades – predicativo do sujeito

O filme a que fizeram referência foi premiado – complemento nominal

O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso – adjunto adnominal

O bandido por quem fomos atacados fugiu – agente da passiva

A escola onde estudamos foi demolida – adjunto adverbial

Cujo sempre funciona como adjunto adnominal; onde como adjunto adverbial de lugar e como será

adjunto adverbial de modo.

As oração subordinadas adverbial corresponde sintaticamente a um adjunto adverbial, sendo introduzida

por conjunções subordinativas adverbiais. A ordem direta do período é oração principal + oração

subordinada adverbial, entretanto muitas vezes a oração adverbial vem antes da oração principal.

As orações subordinadas adverbiais podem ser do tipo:

Causal, fator determinante do acontecimento relatado na oração principal. (Saí apressado, porque estava

atrasado)

As principais conjunções são: porque, porquanto, desde que, já que, visto que, uma vez que, como, que…

A oração causal introduzida por como fica obrigatoriamente antes da principal.

Consecutiva, resultado ou efeito da ação manifesta na oração principal. (Saímos tão distraídos, que

esquecemos os ingressos)

As principais conjunções são: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), de maneira que, de forma que…

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Comparativa, comparação com o que aparece expresso na oração principal, buscando entre elas

semelhanças ou diferenças. Pode aparecer com o verbo elíptico. (Naquele lugar chovia, como chove em

Belém)

As principais conjunções são: assim como, tal qual, que, do que, como, quanto…

Condicional, circunstância da qual depende a realização do fato expresso na oração principal. (Sairei, se

você der autorização)

As principais conjunções são: se (= caso), caso, contanto que, dado que, desde que, uma vez que, a menos

que, sem que, salvo se, exceto se…

Conformativa, ideia de adequação, de não contradição com o fato relatado na oração principal. (Saímos na

hora, conforme havíamos combinado)

As principais conjunções são: conforme, como, segundo, consoante…

Concessiva, admissão de uma circunstância ou ideia contrária, a qual não impede a realização do fato

manifesto na oração principal. (Saímos cedo, embora o espetáculo fosse mais tarde)

As principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de que, conquanto, sem

que…

As conjunções concessivas sempre aparecem com verbo no subjuntivo.

Temporal, circunstância de tempo em que ocorreu o fato relatado na oração principal. (Saímos de casa,

assim que amanheceu)

As principais conjunções são: quando, assim que, logo que, tão logo, enquanto, mal, sempre que…

Final, objetivo ou destinação do fato relatado na oração principal. (Fomos embora, para que não houvesse

confusão)

As principais conjunções são: para que, para, a fim de que, com a finalidade de…

Proporcional, relação existente entre dois elementos, de modo que qualquer alteração em um deles

implique alteração também no outro. (Os alunos saíram, à medida que terminavam a prova)

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As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, enquanto, ao passo que, quanto…

Uma oração pode ser subordinada a uma principal e, ao mesmo tempo, principal em relação a outra (ele

age / como você / para estar em evidência)

A Norma Gramatical Brasileira não faz referência às orações adverbiais modais e locativas (introduzida por

onde) – Falou sem que ninguém notasse / Estaciona-se sempre onde é proibido.

As subordinadas reduzidas apresentam duas características básicas:

não é introduzida por conectivos, mas equivale a uma oração desenvolvida;

apresenta verbo numa das três formas nominais.

Não é a falta de conectivo que determina a existência de uma oração reduzida, e sim a forma nominal do

verbo.

Classificam-se em reduzida de particípio, gerúndio ou infinitivo, em função da forma verbal que

apresentam.

As reduzidas de infinitivo podem vir ou não precedidas de preposição e, geralmente, são substantivas ou

adverbiais, raramente adjetivas. As orações adverbiais, em geral, vêm precedidas de preposição.

Entretanto, as proporcionais e as comparativas são sempre desenvolvidas.

Algumas orações reduzidas de infinitivo merecem atenção: vem depois dos verbos deixar, mandar, fazer,

ver, ouvir, olhar, sentir e outros verbos causativos e sensitivos. Deixei-os fugir (= que eles fugissem) –

orações subordinada substantiva objetiva direta. Este é o único caso em que o pronome oblíquo exerce

função sintática de sujeito (caso de sujeito de infinitivo).

As reduzidas de gerúndio, geralmente adverbial, raramente adjetiva e coordenada aditiva. A maioria das

adverbiais são temporais. Não há consecutiva, comparativa e final reduzida de gerúndio.

Segundo Rocha Lima, as orações subordinadas adverbiais modais só aparecem sob a forma reduzida de

gerúndio, uma vez que não existem conj. modais. (A disciplina não se aprende na fantasia, sonhando, ou

estudando)

A reduzida de particípio, geralmente adjetiva ou adverbial, também sendo mais comuns as temporais.

Eventualmente, uma oração coordenada pode vir como reduzida de gerúndio.

As adjetivas reduzidas de particípio são ponto de discussão entre os gramáticos. A tendência atual é

considerar estes particípios simples adjetivos (adjuntos adnominais).

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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

18. Expressa uma finalidade a oração subordinada adverbial sublinhado em:

(...) a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana.

(...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por tê-la infringido.

(...) o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido.

(...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações entre os homens.

(...) o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam sob os mesmos princípios éticos

acordados.

18. COMENTÁRIO: A letra correta é a D. A banca FCC gosta muito desse tema, mostrarei como é fácil

identificar a regra da letra D: PARA + Verbo no infinitivo = FINALIDADE. Não se esqueça que oração

subordinada adverbial de finalidade é seguida do verbo no infinitivo.

18. GABARITO DEFINITIVO: D

O velho gaúcho foi ajudar, no posto mais próximo do hotel em que se hospedara, o serviço de

assistência aos desabrigados pelo temporal.

19. A função sintática do termo grifado acima é a mesma do termo, também grifado, da frase:

a) ... quando um mais afobado desanda a correr pelo pátio ...

b) Como tem prática de campo e prática de cidade ... de repressão a contrabando ...

c) ... propõe, de saída, a divisão dos serviços em setores bem caracterizados ...

d) ... mas tudo se resolve com bom humor.

e) Nomeia o rapazinho seu ajudante-de-ordens ...

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19. COMENTÁRIO: A letra correta é B. A FCC cobra esse assunto com certa regularidade em provas de

concursos. Vejamos:

Complemento Nominal: complementa um adjetivo, advérbio ou substantivo abstrato. Não tem valor de

posse. Quando a ideia for passiva será complemento Nominal.

Adjunto Adnominal: complementa um substantivo concreto ou abstrato. Tem valor de posse. Quando a

ideia for ativa será adjunto Nominal.

19. GABARITO DEFINITIVO: B

20. O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado está na frase:

- uma região de turismo científico e ecológico que propicia o auto crescimento sustentado da população

a) ... que conjugam importância e poesia.

b) ... as plantas fósseis são exemplares ...

c) ... que serviu de campo de estudos...

d) ... um terço está na Chapada do Araripe.

e) ... que corresponde aos Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí ...

20. COMENTÁRIO: A alternativa correta é A, poiso verbo destacado é TRANSITIVO DIRETO. Nas demais

alternativas têm-se: b) Verbo de ligação; c) Verbo transitivo indireto; d) Verbo Intransitivo; e) Verbo

transitivo indireto.

20. GABARITO DEFINITIVO: A

Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua.

21. Os termos sublinhados exercem na frase acima a mesma função sintática do termo sublinhado em:

a) Ainda temos muito a caminhar.

b) Para ele, trabalho não era opção para as crianças.

c) Caberiam aos pais as providências (....)

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d) Ainda que a escola não venha a suprir a necessidade (...)

e) A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem (...)

21. COMENTÁRIO: A letra correta é a E. A função sintática de "o sonho" e "o debate", no comando da

questão, é a de sujeito. "A tragédia" exerce função sintática de sujeito também, como pedido da assertiva.

21. GABARITO DEFINITIVO: E

UNIDADE 8

Pontuação Nossa meta é abordar os temas de relevância cobrados nas provas da FCC. Por isso, focaremos nos

assuntos mais importantes.

EMPREGO DA VÍRGULA ( , )

Nas datas, para separar o nome da localidade. Por Exemplo:

Rio de Janeiro, 03 de janeiro de 2012.

Com o fim de separar termos de uma mesma função sintática. Por Exemplo:

O apartamento tem dois quartos, dois banheiros e quatro salas.

Com o fim de destacar elementos intercalados, como:

Conjunção. Por Exemplo:

Estudamos bastante para o concurso do INSS, logo, merecemos passar.

Adjunto adverbial deslocado da oração. Por Exemplo:

Este candidato, com certeza, será aprovado.

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Vocativo.Por Exemplo:

Lucas, venha aqui.

Aposto. Por Exemplo:

Alison, o aluno destaque, passou no concurso da Polícia Federal.

Expressão explicativa, palavras denotativas (isto é, a saber, por exemplo). Por Exemplo:

Amor, isto é, sentimento sublime dos seres humanos, tem seu princípio em Deus.

Com o fim de indicar a elipse de um termo. Por Exemplo:

Rocha ficou alegre; eu, triste. (Rocha ficou alegre e eu fiquei triste)

Com o fim de separar orações intercaladas. Por Exemplo:

O importante, insistiram o s candidatos, era passar no concurso.

Com o fim de separar orações coordenadas assindéticas. As assindéticas são as que "não" são introduzidas

por conjunção. Assíndeto é uma ausência de conjunções coordenativas entre as frases ou entre as partes

da mesma frase. Por Exemplo:

Cheguei, vi, venci.

É homem rico, simpático, inteligente.

Com o fim separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas. Exemplos: Estudou muito, porém não conseguiu o prêmio.

Estude com vontade, que o caminho é longo.

IMPORTANTE: Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência, 1º. Ocorre nas orações coordenadas que tiverem sujeitos diferentes.Por Exemplo: O homem vendeu o carro, e a mulher protestou. Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 2º. Ocorre na conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).Por Exemplo:

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E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3º.Ocorre quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo). Por Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

Com o fim de separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal. Por Exemplo: Quem espalhou a notícia, todos queriam descobrir. Quando voltei, lembrei que o concurso seria no domingo.

Com o fim de isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Por Exemplo: O incrível professor, que ainda estava no curso preparatório do Beabá do concurso, dominava todo o conteúdo.

CASOS PROIBITIVOS DE UTILIZAÇÃO DA VÍGULA: SEPARAR o Sujeito do verbo: O povo, elegeu Lula como presidente do Brasil. (erro ao separar o sujeito "o povo" do verbo "elegeu") Os maiores problemas do Brasil, estão na sua própria formação. (erro ao separar o sujeito "os maiores problemas do Brasil" do verbo "estão") A discriminação positiva, é muito necessária, entretanto a nossa sociedade, parece ainda não compreender tal evidência. (erro ao separar o sujeito "a discriminação positiva" do verbo "é") SEPARAR o Verbo de Complemento ou Predicativo O povo elegeu, Lula com presidente do Brasil. (verbo do objeto direto) Nós permanecíamos, apreensivos. (verbo do predicativo)

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SEPARAR a Oração principal de oração subordinada substantiva objetiva ou predicativa Desejo, que todos sejam aprovados. (erro ao separar oração principal de oração subordinada substantiva objetiva direta) Convém, que você estude! (erro ao separar oração principal de oração subordinada substantiva subjetiva) SEPARAR o Substantivo de Adjunto Adnominal Pelé foi eleito Rei, do futebol. (erro ao separar o substantivo do adjunto adnominal) Comprei um relógio, de ouro. (erro ao separar o substantivo do adjunto adnominal) SEPARAR a Oração coordenada sindética aditiva com o mesmo sujeito Paulo e João trabalham, e estudam muito (erro ao separar sujeitos iguais em oração coordenada)

PONTO E VÍRGULA ( ; )

Com a finalidade de separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

Por Exemplo:

O lago está poluído; os peixes estão mortos.

Com o fim de separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados

por vírgula. Por Exemplo:

O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

Com o fim de separar itens de uma enumeração. Por Exemplo:

O candidato, para ser contemplado com a vitória no concurso precisa de três coisas: estudar;organização;

acuidade com os seus afazeres.

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Com o fim de alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto) ,

substituindo, assim, a vírgula. Por Exemplo:

Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

Com o fim de separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

Por Exemplo:

Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

DOIS-PONTOS ( : ) Emprega-se, geralmente:

Para anunciar uma citação. Por Exemplo:

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho confirmou o concurso: "o edital será publicado dia

15.12.2011."

Para anunciar uma enumeração. Por Exemplo:

Os candidatos aprovados no concurso público são: Dilma, Lula e Obama.

Antes de orações apositivas. Por Exemplo:

Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo.

Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse. Exemplos:

Alison era assim mesmo: Não tolerava ofensas.

Resultado: Estudei muito, mas não alcancei o resultado desejado.

Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico.

ASPAS ( " " )

As aspas têm como função destacar uma parte do texto.

Antes e depois de citações ou transcrições textuais. Por Exemplo:

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Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada."

Com a finalidade de representar nomes de livros ou legendas. Por Exemplo:

Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.

Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia. Exemplos:

O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez

mais descarado. (Veja)

Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" rapidamente.

Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!

Para realçar uma palavra ou expressão. Exemplos:

Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".

Quem foi o "inteligente" que fez isso?

IMPORTANTE: Em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples. Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis) TRAVESSÕES (__)

Vários travessões indicam a mudança de interlocutor entre as várias personagens.

— Bom dia, nhá Benta.

— Bom dia, meu filho.

— Vai precisar de mim, sinhá?

— Preciso sempre, toda hora. (Monteiro Lobato)

No meio de uma frase de uma personagem os travessões indicam uma curta intervenção do narrador para, por exemplo, esclarecer qual é a personagem que fala (discurso direto ou indireto)

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— Matei um homem — diz Mylia. — Deixam-me entrar? (Gonçalo M. Tavares, Jerusalém, Caminho 2005, p. 251) Em qualquer texto, o travessão pode isolar e reforçar a parte final de um enunciado, como se fosse dois pontos. "Um mundo todo vivo tem grande força — a força de um inferno." (Clarice Lispector) "Quero espalhar perfumes — perfumar sua alma" (Cecília Meireles) Ou pode isolar palavras ou frases, como se fosse parêntesis (daí o nome de "expressão parentética"). Nesse caso usa-se travessão duplo.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

22. Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período:

a) Há eventos que como o 11 de setembro, passam a constituir um marco histórico; seja pela gravidade

que tiveram em si mesmos; seja pelas consequências que dele derivaram projetadas em escala mundial.

b) Há eventos que como o 11 de setembro, passam a constituir um marco histórico seja pela gravidade,

que tiveram em si mesmos, seja pelas consequências, que dele derivaram, projetadas em escala mundial.

c) Há eventos que como o 11 de setembro, passam a constituir um marco histórico - seja pela gravidade

que tiveram, em si mesmos, seja pelas consequências que dele derivaram, projetadas em escala mundial.

d) Há eventos que, como o 11 de setembro, passam a constituir um marco histórico, seja pela gravidade

que tiveram em si mesmos, seja pelas consequências que dele derivaram, projetadas em escala mundial.

e) Há eventos, que como o 11 de setembro, passam a constituir um marco histórico; seja pela gravidade

que tiveram em si mesmos, seja pelas consequências que, dele, derivaram projetadas em escala mundial.

22. COMENTÁRIO: A letra correta é a D. Observe que o examinador tenta confundir o candidato. Sabemos que a vírgula é utilizada para separar orações coordenadas sindéticas. As alternativas apresentam orações coordenadas sindéticas, porquanto expressam relação de alternância entre os dois termos ou entre as duas orações. As conjunções utilizadas em tal espécie de orações são: Ou...ou, ora...ora, já..já, quer....quer, SEJA....SEJA. Destarte, a alternativa que separa com o sinal de pontuação adequado (com vírgula) é a alternativa D. 22. GABARITO DEFINITIVO: A

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23. O segmento retirado do texto cuja redação mantém-se correta com o acréscimo de uma vírgula é:

a) Raramente o que se afigurava como predominante na historiografia brasileira, apontava um caminho

profícuo ...

b) Caberia ao historiador, o desafio de discernir e de apreender ...

c) Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada, deveria o historiador ...

d) Aderir à pluralidade se lhe afigurava, como uma condição essencial para este sondar ...

e) Desvendar ideologias, implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo ...

23. COMENTÁRIO: A alternativa correta é a letra C. Vejamos as questões: Letra A está errada. “Raramente o (aquilo) que se afigurava como predominante na historiografia brasileira ( , )apontava um caminho profícuo ...” NÃO SE SEPARA SUJEITO DO VERBO. A letra B está incorreta. Olhe: “Caberia ao historiador ( , ) o desafio de discernir e de apreender ...” NÃO SE SEPARA VERBO E COMPLEMENTO (OBJETO DIRETO OU INDIRETO). A alternativa C está certa. “Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada, deveria o historiador...” CASO TÍPICO DE ORAÇÃO DESLOCADA. O EMPREGO DA VÍRGULA É OBRIGATÓRIO. A letra D está errada. “ Aderir à pluralidade se lhe afigurava ( , )como uma condição essencial para este sondar ...” NÃO SE SEPARA VERBO E COMPLEMENTO (OBJETO DIRETO OU INDIRETO). A letra E está errada. “ Desvendar ideologias (, ) implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo ...” NÃO SE SEPARA SUJEITO DO VERBO. 23. GABARITO DEFINITIVO: C

TEXTO Poucas pessoas classificariam o bico do tucano como uma "monstruosidade". Mas foi assim que Buffon, um famoso naturalista francês, o descreveu no século XVIII. Até hoje, o tamanho "monstruoso" do bico do tucano – o maior entre as aves, proporcionalmente ao corpo − é algo que clama por explicação.

Alimentação, defesa e comunicação visual são algumas funções óbvias já conhecidas. Agora, cientistas do Brasil e do Canadá acrescentaram mais um item a essa lista: termorregulação. Em um trabalho, eles mostram que os tucanos são capazes de controlar o fluxo de sangue para o bico, mediando, assim, a quantidade de calor que flui através dele pelos vasos. É uma forma de equilibrar a temperatura corporal – algo semelhante ao que fazem os elefantes com suas orelhas.

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De acordo com o estudo, o bico do tucano é altamente vascularizado e transfere calor rapidamente para o ambiente. Funciona como um radiador. Quando o tempo está quente, o pássaro aumenta o fluxo de sangue para o bico, para irradiar calor. Quando está frio, faz o oposto, para reter calor. Segundo os pesquisadores, é provável que essa característica seja comum a todas as aves, mas se torna especialmente relevante no caso do tucano, por causa da proporção do bico, que pode representar 50% do tamanho do animal.

(Adaptado de Herton Escobar. O Estado de S. Paulo, A24, Vida&, 24 de julho de 2009)

24. A frase isolada pelos travessões constitui, no texto,

a) contestação do que foi afirmado anteriormente.

b) descrição exata da ave pelo naturalista francês.

c) justificativa para o tamanho do bico do tucano.

d) restrição feita à classificação usual do bico do tucano.

e) observação feita pelo autor, de sentido explicativo.

24. COMENTÁRIO: A letra correta é E. A regra aplicada nos travessões é do aposto explicativo: "O Maior entre as aves, proporcionalmente ao seu corpo". Apresenta uma explicação sobre o tamanho do bico do tucano. 24. GABARITO DEFINITIVO: E

TEXTO Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor. Só Estados Unidos e China consomem, cada um, 21% dos recursos naturais do planeta. Até 1960, a maior parte dos países vivia dentro de seus limites ecológicos. Em poucas décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanidade exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das espécies vivas do planeta. "O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o ecoeconomista Hugo Penteado. Ele não está sozinho. A urgência dos problemas ambientais e suas implicações para a economia das nações têm sido terreno fértil para o desenvolvimento da ecoeconomia, ou economia ecológica, que não é exatamente nova. Seus principais expoentes começaram a surgir na década de 1960. Hoje, estão paulatinamente ganhando projeção graças à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou. Para essa escola, as novas métricas para medir o crescimento não bastam, embora sejam bem-vindas em um processo de transição. Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais. "A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos

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fechados, sem desperdício", afirma o professor Paulo Durval Branco, da Escola Superior de Conservação Ambiental. De acordo com ele, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras.

(Texto adaptado do artigo de Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo, H4 Especial, Vida &Sustentabilidade, 15 de maio de 2009)

25. Em relação aos sinais de pontuação empregados no 4o parágrafo do texto, está INCORRETO o que se afirma em: I. Os travessões em – ou "biomimetizar" – salientam um determinado sentido, especificado pelo verbo. II. As aspas em "biomimetizar" indicam intenção específica no uso desse verbo, cujo sentido vem explícito no mesmo parágrafo. III. Os dois-pontos introduzem um segmento explicativo, correspondente à afirmativa anterior. Está correto o que se afirma em a) I, somente. b) III, somente. c) I e II, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III. 25. COMENTÁRIO: A letra correta é E. Observe a explanação das assertivas: I. Está correto. Os travessões em – ou "biomimetizar" – salientam um determinado sentido, especificado pelo verbo. O travessão presente no excerto objetiva oferecer clareza, ou seja, especificar o sentido do verbo. Saliente-se que o travessão poderá ser substituído pela vírgula quando vier isolando termo cuja função sintática seja de aposto explicativo. II. Está correto. As aspas em "biomimetizar" indicam intenção específica no uso desse verbo, cujo sentido vem explícito no mesmo parágrafo. A utilização das aspas objetiva enfatizar um termo, o qual, de fato, tem o seu sentido expresso no mesmo parágrafo: a economia deve ser transformada conforme os ciclos da natureza. III. Está correto. Os dois-pontos introduzem um segmento explicativo, correspondente à afirmativa anterior. De fato, os dois pontos anunciam um segmento explicativo, o qual vem expresso no texto da seguinte forma: Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.

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25. GABARITO DEFINITIVO: E

UNIDADE 9

Concordância nominal e verbal

O QUE É CONCORDÂNCIA?

Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.

Sujeito Simples

Regra Geral

O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:

A orquestra tocou uma valsa longa. 3ª p. Singular 3ª p. Singular

Os pares que rodeavam a nós dançavam bem. 3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos Particulares

Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.

Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo:

A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.

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Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:

Por Exemplo:

Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.

IMPORTANTE: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe:

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.

IMPORTANTE: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Por Exemplo:

Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)

Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural. Exemplos:

Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica do mundo. Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:

Quais de nós são / somos capazes? Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.

IMPORTANTE: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.

Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Por Exemplo:

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Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso.

Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. Exemplos:

25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. 1% dos alunos faltaram à prova.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Veja:

25% querem a mudança. 1% conhece o assunto.

Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome. Exemplos:

Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.

Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural. Por Exemplo:

Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

ATENÇÃO:

A tendência, na linguagem corrente, é a concordância no singular. O que se ouve efetivamente, são construções como:

"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".

Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:

"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."

A análise da construção acima torna evidente que a forma no singular é inadequada. Assim, as formas aceitáveis são:

" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma." " Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um".

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Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome. Exemplos:

Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta. Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.

Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Por Exemplo:

Vossa Excelência é diabético? Vossas Excelências vão renunciar?

A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral. Por Exemplo:

Deu uma hora no relógio da sala. Deram cinco horas no relógio da sala.

IMPORTANTE: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.

Por Exemplo:

O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.

Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São verbos impessoais:

Haver no sentido de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza.Exemplos:

Havia muitas garotas na festa. Faz dois meses que não vejo meu pai. Chovia ontem à tarde.

Sujeito Composto

Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:Exemplos:

Pai e filho conversavam longamente. Sujeito

Pais e filhos devem conversar com frequência. Sujeito

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Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. Primeira Pessoa do Plural (Nós) Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Segunda Pessoa do Plural (Vós) Pais e filhos precisam respeitar-se. Terceira Pessoa do Plural (Eles)

IMPORTANTE: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."

No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação. Por Exemplo: Faltaram coragem e competência.

Faltou coragem e competência.

Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe:

Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares

Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou no singular. Por Exemplo:

Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.

Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito. Por Exemplo:

Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.

No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.

Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos. Por Exemplo:

Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.

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Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular. Por Exemplo:

Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada. Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)

Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural também seja praticado.Por Exemplo:

Um e outro compareceu / compareceram à festa. Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.

Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao de "e". Veja:

O pai com o filho montaram o brinquedo. O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.

Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.

O pai com o filho montou o brinquedo. O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.

IMPORTANTE: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:

"O pai montou o brinquedo com o filho." "O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."

Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural.

Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.

Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor. Por Exemplo:

Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

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Outros Casos

O Verbo e a Palavra "SE"

Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância verbal:

quando é índice de indeterminação do sujeito; quando é partícula apassivadora.

Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.Exemplos:

Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país. Confia-se em teses absurdas. Era-se mais feliz no passado.

Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.Exemplos:

Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde. Não se pouparam esforços para despoluir o rio. Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.

O Verbo "Ser"

A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.

O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:

Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver no plural. Exemplos:

Isso são lembranças inesquecíveis. Aquilo eram problemas gravíssimos. O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos.

Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo no plural. Exemplos:

Nosso piquenique foram só guloseimas. Sujeito Predicativo do Sujeito Sua rotina eram só alegrias. Sujeito Predicativo do Sujeito

Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito. Por Exemplo:

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Gustavo era só decepções. Minhas alegrias é esta criança.

IMPORTANTE: admite-se a concordância no singular quando se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro. Por Exemplo:

A vida é ilusões.

Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem. Por Exemplo:

Que são esses papéis? Quem são aquelas crianças?

Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o verbo ser concorda com o numeral. Exemplos:

É uma hora. São três da manhã. Eram 25 de julho quando partimos. Daqui até a padaria são dois quarteirões.

Saiba que:

Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes concordâncias:

No singular: Concorda com a palavra explícita dia.

Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março.

No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra explícita dia.

Por Exemplo: Hoje são quatro de março.

No singular: Concorda com a ideia implícita de dia.

Por Exemplo: Hoje é quatro de março.

Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular. Exemplos:

Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Duas semanas de férias é muito para mim.

Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o verbo. Por Exemplo:

No meu setor, eu sou a única mulher.

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Aqui os adultos somos nós.

OBSERVAÇÃO: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o pronome sujeito.Por Exemplo:

Eu não sou ela. Ela não é eu.

Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo ser concordará com o predicativo. Por Exemplo:

A grande maioria no protesto eram jovens. O resto foram atitudes imaturas.

O Verbo "Parecer"

O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:

Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo. Por Exemplo:

Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.

A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão. Por Exemplo:

Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.

ATENÇÃO:

Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.Por Exemplo:

As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

A Expressão "Haja Vista"

A expressão haja vista admite as seguintes construções:

A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).Por Exemplo:

Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo) Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)

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O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.Por Exemplo:

Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)

CONCORDÂNCIA NOMINAL

A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.

ATENÇÃO: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:

O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo. Por Exemplo:

As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.

Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:

Adjetivo anteposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Por Exemplo:

Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Encontramos caída a roupa e os prendedores. Encontramos caído o prendedor e a roupa.

- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Por Exemplo:

As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

Adjetivo posposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino).Exemplos:

A indústria oferece localização e atendimento perfeito. A indústria oferece atendimento e localização perfeita. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.

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IMPORTANTE: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.

- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural. Exemplos: A beleza e a inteligência feminina(s). O carro e o iate novo(s).

Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:

O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.Por Exemplo:

Água é bom para saúde.

O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.Por Exemplo:

Esta água é boa para saúde.

O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.Por Exemplo:

Juliana as viu ontem muito felizes.

Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular.Por Exemplo:

Os jovens tinham algo de misterioso.

A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere. Por Exemplo:

Cristina saiu só. Cristina e Débora saíram sós.

IMPORTANTE: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável. Por Exemplo:

Eles só desejam ganhar presentes.

Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções:

O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo. Por Exemplo:

Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.

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O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por Exemplo:

Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

IMPORTANTE: veja esta construção:

Estudo a cultura espanhola e portuguesa.

Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, espano-portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.

Casos Particulares

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido

Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vir precedido de artigo). Exemplos:

É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. No verão, melancia é bom. É preciso cidadania. Não é permitido saída pelas portas laterais.

Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. Exemplos:

É proibida a entrada de crianças. Esta salada é ótima. A educação é necessária. São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem. Observe:

Seguem anexas as documentações requeridas. A menina agradeceu: - Muito obrigada. Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso. Seguem inclusos os papéis solicitados. Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

Bastante - Caro - Barato - Longe

Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais. Exemplos:

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As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo) Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) As casas estão caras. (adjetivo) Achei barato este casaco.(advérbio) Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) "Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio) "Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

Meio - Meia

palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se refere. Por Exemplo:

Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.

Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece invariável. Por Exemplo:

A noiva está meio nervosa.

Alerta - Menos

Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis. Por Exemplo:

Os escoteiros estão sempre alerta. Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

26. As normas de concordância verbal estão plenamente contempladas na frase:

a) Sempre poderá ocorrer, num espelho mágico ou na nossa imprensa, hesitações entre adular o poderoso e refletir a realidade.

b) Assim como o lenhador, outros personagens há, nas histórias de fadas, cujo modesto desempenho acarretam efeitos decisivos para a trama.

c) Reservam-se a personagens como o Príncipe Encantado, símbolos reincidentes dessas histórias, uma função das mais previsíveis.

d) O autor sugere que, na história da humanidade, exercem papéis da maior relevância quem acaba permanecendo no anonimato.

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e) Entre as virtudes do lenhador consta, não restam quaisquer dúvidas, a da compaixão, sem falar na coragem de sua escolha.

26. COMENTÁRIO: A letra correta é E. O examinador da FCC tem certa preferência por essa temática, por isso, você tem que dominá-la. Procure por a oração na ordem direta e marcar o SUJEITO e o VERBO: Entre as virtudes do lenhador a da compaixão (sujeito) consta não restam quaisquer dúvidas sem falar na coragem de sua escolha. Se seguir a dica de colocar a frase na ordem direta e marcar (circular) o Sujeito e o Verbo, dificilmente errará uma questão que envolva esse tema. 26. GABARITO DEFINITIVO: E

27.As normas de concordância verbal encontram-se plenamente respeitadas na frase:

a) Desenvolveu-se ao longo do século XX vários conceitos científicos, inclusive o de etnia.

b) Deve-se à antropologia moderna alguns avanços históricos, sobretudo no que diz respeito ao conceito de raça.

c) Constam entre as mais cruéis manifestações de barbárie a promoção dos terrores raciais, levada a cabo pelos nazistas.

d) Já não se pode lançar mão de razões racistas para se camuflar um interesse econômico ou político.

e) Não deixarão de haver, infelizmente, novas atrocidades coletivas, em nome de novos pretextos.

27. COMENTÁRIO: A alternativa D está correta. A regra aplicada é da concordância verbal da partícula SE. Já não se pode lançar mão de razões racistas para se camuflar um interesse econômico ou político. Se você errou ou está com dúvida, volte e observe a regra acima 27. GABARITO DEFINITIVO: D

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28. A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:

a) A busca por melhores condições de vida nas grandes cidades levam muitas pessoas para uma situação de total desamparo, decorrentes da falta de empregos.

b) A oferta de serviços para a população das grandes cidades são imprescindíveis para o desenvolvimento de uma sociedade harmônica e equilibrada.

c) As autoridades públicas, diante do crescimento espantoso da população, nem sempre consegue oferecer condições de vida digna aos moradores da cidade.

d) A zona rural, antes habitada pela maioria dos brasileiros, ainda hoje permanecem como importantes produtores de alimentos para os que vivem nas cidades.

e) Os habitantes das grandes cidades sempre esperam que o poder público lhes ofereça bom atendimento em saúde, ensino eficiente e moradia digna.

28. COMENTÁRIO: A letra E está certa. A FCC cobra demais esse tipo de concordância verbal. Para você

não cair na teia de aranha tem que circular o Sujeito e o Verbo da oração. Se não fizer isso, errará a

questão.

a) A busca por melhores condições de vida nas grandes cidades levam muitas pessoas para uma situação

de total desamparo, decorrentes da falta de empregos.

b) A oferta de serviços para a população das grandes cidades são imprescindíveis para o desenvolvimento

de uma sociedade harmônica e equilibrada.

c) As autoridades públicas, diante do crescimento espantoso da população, nem sempre consegue oferecer

condições de vida digna aos moradores da cidade.

d) A zona rural, antes habitada pela maioria dos brasileiros, ainda hoje permanecem como importantes

produtores de alimentos para os que vivem nas cidades.permanece

e) Os habitantes das grandes cidades sempre esperam que o poder público lhes ofereça bom atendimento

em saúde, ensino eficiente e moradia digna. 28. GABARITO DEFINITIVO: E

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29. A alternativa que apresenta frase correta é: a) Houvessem conseguido os ingressos para o espetáculo, não se incomodariam com a previsão de excesso de público.

b) É útil, dado a quantidade de máquinas avariadas, as constantes revisões feitas pelos especialistas, com o que evita-se muitas contrariedades.

c) Últimas pesquisas de importante veículo de comunicação apontou que a juventude, sejam quais for a motivação, passa cada vez mais tempo na internet.

d) Encaminhando a correspondência aos moradores do edifício, avisou-lhes de que estavam recebendo importante comunicação do síndico.

e) Não lhe pareciam muito cabível as recomendações do assessor, por isso resolveu não seguir-lhes totalmente à risca, mas não deixou de desculpar-se por fazê-lo.

29. COMENTÁRIO: A letra correta é a A. O verbo haver só será considerado impessoal se puder ser substituído por EXISTIR, ACONTECER ou OCORRER. Na questão ele tem o sentido de TER. 29. GABARITO DEFINITIVO: A

30. A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: a) Muitos migrantes nordestinos, que se retiraram para o Sudeste em busca de melhores condições de vida, estão voltando agora para sua região, atraídos pelo bom desempenho da economia.

b) Os investimentos anunciados para o complexo industrial do Porto de Suape, onde se encontra o estaleiro Atlântico Sul, modificou radicalmente a dinâmica da economia da região.

c) Várias empresas, brasileiras e multinacionais, que se instalou no complexo do Porto de Suape estão gerando dezenas de milhares de empregos à população, antes sem qualquer opção de trabalho.

d) Para todos aqueles que vive na região, a abertura de postos de trabalho significaram a possibilidade de planejar a vida, com projetos de longo prazo, aliados à renda e à estabilidade.

e) O desenvolvimento de tecnologias portadoras de futuro, referência às inovações tecnológicas, resultaram no surgimento de um dos ambientes mais ricos do país na área de inovação e empreendedorismo.

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30. COMENTÁRIO: A letra certa é A. Mais uma vez, o examinador da FCC traz uma questão que testa a

atenção do candidato. A primeira coisa a ser feita é tentar por a frase na ordem direta, depois marcar o

Sujeito e o Verbo. Ao marcar o sujeito, veja se ele é simples ou composto, se for simples, em regra, o verbo

deverá estar no singular, se o sujeito for composto deverá está no plural. Vejamos as demais:

b) Os investimentos anunciados para o complexo industrial do Porto de Suape, onde se encontra o

estaleiro Atlântico Sul,modificou (modificaram) radicalmente a dinâmica da economia da região.

c) Várias empresas, brasileiras e multinacionais, que se instalou (instalaram) no complexo do Porto de

Suape estão gerando dezenas de milhares de empregos à população, antes sem qualquer opção de

trabalho.

d) Para todos aqueles que vive (vivem) na região, a abertura de postos de trabalho significaram a

possibilidade de planejar a vida, com projetos de longo prazo, aliados à renda e à estabilidade.

e) O desenvolvimento de tecnologias portadoras de futuro, referência às inovações

tecnológicas, resultaram (resultou) no surgimento de um dos ambientes mais ricos do país na área de

inovação e empreendedorismo.

30. GABARITO DEFI

NITIVO: A

UNIDADE 10

Regências nominal e verbal Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. A função sintática de "sonho" e "debate", citados no exemplo, é a de sujeito. "Tragédia" exerce idêntica função sintática. REGÊNCIA VERBAL A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

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O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe: A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

SAIBA QUE: O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:

Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô.

No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. VERBOS INTRANSITIVOS Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. Chegar, Ir Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para.Exemplos:

Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar Ricardo foi para a Espanha. Adjunto Adverbial de Lugar

OBSERVAÇÃO: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno. IMPORTANTE: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:

Cheguei a Roma em outubro. Adjunto Adverbial de Tempo Chegamos no trem das dez. Adjunto Adverbial de Meio

Comparecer O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.Por Exemplo:

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Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:

Amo aquele rapaz. / Amo-o. Amo aquela moça. / Amo-a. Amam aquele rapaz. / Amam-no. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

OBSERVAÇÃO: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).Exemplos:

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Consistir Tem complemento introduzido pela preposição "em".Por Exemplo:

A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. Obedecer e Desobedecer:

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Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".Por Exemplo: Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito.

Responder Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou"ao que" se responde.Por Exemplo:

Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura.

OBSERVAÇÃO: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja:

O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

Simpatizar e Antipatizar Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".Por Exemplo:

Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos: Abdicar

Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo. Acreditar

Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força. Almejar

Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações. Ansiar

Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas. Anteceder

Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos.

Atender

Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.

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Atentar Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.

Cogitar

Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos de uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.

Consentir

Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas.

Deparar

Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha.

Gozar

Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde. Necessitar

Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação.

Preceder Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de regime. Presidir

Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro. Renunciar

Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta. Satisfazer

Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe. Versar Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar

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São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:

Agradeço aos ouvintes a audiência. Objeto Indireto Objeto Direto Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. Objeto Direto Objeto Indireto Paguei o débito ao cobrador. Objeto Direto Objeto Indireto

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:

Agradeci o presente. / Agradeci-o. Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

SAIBA QUE: Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto, mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:

A empresa não paga aos funcionários desde setembro. Já perdoei aos que me acusaram. Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

Informar Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.Por Exemplo:

Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)

Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:

Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)

OBSERVAÇÃO: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Comparar Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento indireto.Por Exemplo:

Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. Pedir Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.Por Exemplo:

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Pedi – lhe favores. Objeto Indireto Objeto Direto Pedi– lhe que mantivesse em silêncio. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

SAIBA QUE: A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.Por Exemplo:

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.

Preferir Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".Por Exemplo:

Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Prefiro trem a ônibus.

OBSERVAÇÃO: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre). Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: AGRADAR Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.Por Exemplo:

Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição "a".Por Exemplo:

O cantor não agradou aos presentes. O cantor não lhes agradou.

ASPIRAR Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.Por Exemplo:

Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

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Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição. Por Exemplo: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas)

OBSERVAÇÃO: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo:

Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) ASSISTIR Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.Por Exemplo:

As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.Exemplos:

Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino.

OBSERVAÇÃO: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".Por Exemplo:

Assistimos numa conturbada cidade. CHAMAR Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.Por exemplo:

Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.Exemplos:

A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. A torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário.

CUSTAR Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.Por exemplo:

Frutas e verduras não deveriam custar muito. No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto.Por exemplo:

Muito custa viver tão longe da família. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Intransitivo Reduzida de Infinitivo Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Indireto Reduzida de Infinitivo

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OBSERVAÇÃO: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:

Custei para entender o problema. Forma correta: Custou-me entender o problema.

IMPLICAR Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: dar a entender, fazer supor, pressupor. Por exemplo:

Suas atitudes implicavam um firme propósito. Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar. Por exemplo:

Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo. Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver. Por exemplo:

Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. OBSERVAÇÃO: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".Por Exemplo:

Implicava com quem não trabalhasse arduamente. PROCEDER Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.Exemplos:

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição"de") e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto.Exemplos:

O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito.

QUERER Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.

Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.Exemplos:

Quero muito aos meus amigos. Ele quer bem à linda menina. Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.Por Exemplo:

O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque.

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No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a". Exemplos:

O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

REGÊNCIA NOMINAL Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a".Veja:

Obedecer a algo/ a alguém. Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. SUBSTANTIVOS

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

ADJETIVOS

Acessível a Diferente de Necessário a

Acostumado a, com Entendido em Nocivo a

Afável com, para com Equivalente a Paralelo a

Agradável a Escasso de Parco em, de

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Capaz de, para Hábil em Relacionado com

Compatível com Habituado a Relativo a

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Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a Impróprio para Semelhante a

Contrário a Indeciso em Sensível a

Curioso de, por Insensível a Sito em

Descontente com Liberal com Suspeito de

Desejoso de Natural de Vazio de

ADVÉRBIOS

Longe de

Perto de

OBSERVAÇÃO: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. SINTAXE DE COLOCAÇÃO Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos Fernanda, quem te contou isso? Fernanda, contaram-te isso? Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise. PRÓCLISE Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada: Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.Exemplos:

Ninguém o apoia. Nunca se esqueça de mim. Não me fale sobre este assunto.

Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.Exemplos: Aqui se vive. (advérbio) Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)

OBSERVAÇÃO: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.Por Exemplo:

Aqui, vive-se. Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.Exemplos:

Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo) Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)

Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).Exemplos:

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Como te admiro! (oração exclamativa) Deus o ilumine! (oração optativa)

Nas conjunções subordinativas:Exemplos:

Ela não quis a blusa, embora lhe servisse. É necessário que o traga de volta. Comprarei o relógio se me for útil.

Com gerúndio precedido de preposição "em".Exemplos:

Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente. Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.

Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas alternativas. Exemplos:

Só se lembram de estudar na véspera das provas. Ou se diverte, ou fica em casa.

Nas orações introduzidas por pronomes relativos.Exemplos:

Foi aquele colega quem me ensinou a matéria. Há pessoas que nos tratam com carinho. Aqui é o lugar onde te conheci.

MESÓCLISE Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.Exemplos:

Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe) Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)

OBSERVAÇÃO: Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.Por Exemplo:

Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise. A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária. ÊNCLISE A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente: Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.Exemplos:

Diga-me apenas a verdade. Importava-se com o sucesso do projeto.

Nas orações reduzidas de infinitivo.Exemplos:

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Convém confiar-lhe esta responsabilidade. Espero contar-lhe isto hoje à noite.

Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em"). Exemplos:

A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção. O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

Nas orações imperativas afirmativas.Exemplos:

Fale com seu irmão e avise-o do compromisso. Professor, ajude-me neste exercício!

OBSERVAÇÃO: A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas. A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por Exemplo:

Linguagem Informal: Me alcança a caneta. Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.

Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.

Exemplos: Eu me machuquei no jogo. Eu machuquei-me no jogo. As crianças se esforçam para acordar cedo. As crianças esforçam-se para acordar cedo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio Sem palavra que exija a próclise: Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.Por Exemplo:

Quero ajudar-lhe ao máximo. Com palavra que exija próclise: O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.Exemplos:

Nunca me viram cantar. (antes) Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)

OBSERVAÇÃO: Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa.

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Por Exemplo: Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional. Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.

Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo.Por Exemplo:

Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida. Verbo Principal no Particípio Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele. Por Exemplo:

As crianças tinham-se perdido no passeio escolar. Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo auxiliar.Por Exemplo:

Seu rendimento escolar tem-me surpreendido. Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.Por Exemplo:

Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã. OBSERVAÇÃO: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Por Exemplo:

Haviam me convencido com aquela história. Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

Órgãos públicos, entidades não-governamentais e até mesmo internautas engajados aderiram à novidade ... (1 o parágrafo) 31. A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima é: a) ... que o governo havia fraudado as votações. b) ... e, cada vez mais, interagem com as chamadas redes sociais. c) Alguns movimentos ecológicos nasceram em redes... d) Seu sucesso impulsiona o debate sobre o uso de redes sociais na internet ... e) ... intensificando contato direto com eles. 31. COMENTÁRIO: A letra B está correta. Veja: aderir... quem adere... adere "a" algo aderir é verbo transitivo indireto que pede a preposição "a". bastava procurar outro verbo transitivo indireto no caso, o verbo interagir... pois que interage... interage "com" algo ou "com" alguém. 31. GABARITO DEFINITIVO: B

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32. A busca por explicações para os diversos matizes da personalidade ... A mesma regência assinalada acima NÃO está caracterizada na expressão: a) a influência dos hábitos e do estilo de vida. b) na formação da personalidade. c) produto apenas do ambiente. d) uma reação à série de barbaridades. e) em vários países da Europa. 32. COMENTÁRIO: A letra incorreta é a E. O examinador da FCC trouxe um enunciado um tanto confuso, pois ele pede a incorreta. Cuidado com esses tipos de comendo de questão, qualquer distração você poderá perder a questão. Com isso, o concursando (a) tem que manter a calma. Vamos à correção: Nas opções A até D a regência nominal, de acordo com a questão, pede complementos nominais, preposicionados, como também a expressão sublinhada no enunciado da questão. Já na opção E o termo "países" vêm caracterizado por "da Europa" o qual não é complemento nominal, mas um adjunto adnominal que caracteriza "países" e que pode ser substituído por "europeus", por exemplo. 32. GABARITO DEFINITIVO: E 33. O segmento grifado está empregado corretamente em: a) A incompatibilidade da encomenda e a prestação de serviços gerou o conflito. b) A curiosidade é inata do ser humano. c) Foi sempre devotado pela ciência. d) A sua declaração o indispôs com os colegas. e) Compenetrou-se sobre a necessidade de estudar. 33. COMENTÁRIO: A letra correta é D. Vamos à correção: a) A incompatibilidade da (entre a) encomenda e a prestação de serviços gerou o conflito. b) A curiosidade é inata do (ao)ser humano. c) Foi sempre devotado pela (a) ciência. d) A sua declaração o indispôs com os colegas. CORRETA e) Compenetrou-se sobre (da) necessidade de estudar. 33. GABARITO DEFINITIVO: D

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UNIDADE 11

Significação das palavras

Esse tema é certo para prova do INSS, a FCC em quase todas as provas tem cobrado questões relacionadas a esse assunto. Farei uma explanação do que é mais importante. SINÔNIMOS

São palavras que possuem significados iguais ou semelhantes. Como por exemplo:

O candidato foi aprovado no concurso do INSS.

= O candidato conquistou sua vaga no concurso do INSS. ANTÔNIMOS

São palavras que apresentam significados opostos, contrários. Por exemplo:

O dia está muito quente, a noite deve esfriar.

HOMÔNIMOS

São palavras que apresentam a mesma pronúncia ou grafia, mas significados diferentes.

Eles foram a sessão do cinema, mas ainda não retornaram. (sessão – reunião, entretenimento)

O departamento de seguridade social foi dividido em três seções. (divisão)

HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS

São palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia. Por exemplo:

Almoço (ô) – substantivo Almoço (ó) – verbo

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Jogo (ô) – substantivo Jogo (ó) – verbo HOMÔNIMOS HOMÓFONOS

São palavras que possuem o mesmo som e grafia diferente. Exemplos:

Seção – repartição Sessão – reunião Cessão - ceder Cela – quarto de prisão Sela – arreio Coser – costurar Cozer – cozinhar Concerto – espetáculo musical Conserto – ato ou efeito de consertar

HOMÔNIMOS PERFEITOS

São palavras que possuem a mesma pronúncia e mesma grafia. Por exemplo:

Cedo – verbo Cedo – advérbio de tempo Sela – verbo selar Sela – arreio Leve – verbo levar Leve – pouco peso RELAÇÃO DE ALGUNS HOMÔNIMOS

Acender – pôr fogo Ascender – subir Acento – sinal gráfico Assento – tampo de cadeira, banco Aço – metal Asso – verbo (1ª pessoa do singular, presente do indicativo) Banco – assento com encosto Banco – estabelecimento que realiza transações financeiras. Cerrar – fechar Serrar – cortar Cessão – ato de ceder Sessão – reunião Secção/seção - divisão Cesto - cesta pequena

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Sexto – numeral ordinal Cheque – ordem de pagamento Xeque – lance no jogo de xadrez Xeque – entre os árabes, chefe de tribo ou soberano Concerto – sessão musical Conserto – reparo, ato ou efeito de consertar Coser – costurar Cozer – cozinhar Expiar – sofrer, padecer Espiar – espionar, observar Estático – imóvel Extático – posto em êxtase, enlevado Estrato – tipo de nuvem Extrato – trecho, fragmento, resumo Incerto – indeterminado, impreciso Inserto – introduzido, inserido Chácara – pequena propriedade campestre Xácara – narrativa popular

O QUE E PARÔNIMO? São palavras que possuem significados diferentes e apresentam pronúncia e escrita parecidas.

RELAÇÃO DE PARÔNIMOS

Absolver – perdoar Absorver – sorver Acostumar – habituar-se Costumar – ter por costume Acurado – feito com cuidado Apurado – refinado Afear – tornar feio Afiar – amolar Amoral – indiferente à moral Imoral – contra a moral, devasso Cavaleiro – que anda a cavalo Cavalheiro – homem educado Comprimento – extensão Cumprimento – saudação Deferir – atender Diferir – adiar, retardar Delatar – denunciar Dilatar – estender, ampliar Eminente – alto, elevado, excelente Iminente – que ameaça acontecer

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Emergir – vir a tona Imergir – mergulhar Emigrar – deixar um país Imigrar – entrar num país Incipiente – principiante Insipiente- corajoso Estádio – praça de esporte Estágio – aprendizado Flagrante – evidente Fragrante – perfumado Incidente – circunstância acidental Acidente – desastre Inflação – aumento geral de preços, perda do poder aquisitivo Infração – violação Ótico – relativo ao ouvido Óptico – relativo à visão Peão – homem que anda a pé Pião – brinquedo Plaga – região, país Praga – maldição Pleito – disputa eleitoral Preito – homenagem

POLISSEMIA

É o fato de uma palavra ter mais de uma significação. Vejamos os exemplos:

O peito do meu pé está dolorido. A mãe reclamou de dores no peito ao amamentar seu filho. O peito d franco não estava gostoso. DENOTAÇÃO

É uso da palavra com seu sentido original, usual. Vejamos os exemplos:

Gastei todo o dinheiro.

O mar está brando ao amanhecer.

CONOTAÇÃO

É o uso da palavra diferente do seu sentido original. Vejamos os exemplos:

Essa crise financeira é decorrente da onda da bolsa de valores.

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Amanhã choverá dinheiro.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

34. O para grifado que constitui exemplo de parônimos está em: No espaço de uma noite, o rio havia transbordado e inundado o quintal da casa. Pela manhã, foi possível constatar a força destrutiva das águas.

O rio se convertera em um caudaloso fluxo de águas sujas. O menino se assustou com a violência barrenta das águas.

Famílias eminentes podiam ir para o campo, fugindo do bulício da cidade. Eram iminentes os riscos causados pela inundação das águas barrentas do rio.

Era urgente a necessidade de obras para a contenção do rio. Havia heroísmo na concentração dos homens que lutavam contra a corrente.

No pomar atrás da casa havia frutas, entre elas, mangas e cajus. Em mangas de camisa, homens tentavam salvar o que as águas levavam.

34. COMENTÁRIO: A letra correta é a C. Como dito acima, essas questões são potenciais para caírem na

prova sua prova, fique atento (a). Parônimo, são palavras que possuem significados diferentes e

apresentam pronúncia e escrita parecidas. A letra C apresenta EMINENTE e IMINENTE, a primeira quer

dizer importante, a segunda é o que está próximo para acontecer.

A letra A não é um parônimo, mas sim antônimo, que é palavras contrárias (manhã X noite).

A letra B apresenta como significado um sinônimo (caudaloso quer dizer abundante, não guarda relação de

sentido com violento).

A letra D também tem duas expressões (contenção e concentração) que não guardam sentido.

A letra E tem um sentido polissêmico, que é o fato de uma palavra ter mais de uma significação, pois na

primeira frase, a palavra MANGA significa fruta. Já na segunda frase, a palavra MANGA significa a manga

da camisa.

34. GABARITO DEFINITIVO: C

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35. O segmento cujo sentido está corretamente expresso em outras palavras é:

a) se multiplicaram de maneira prodigiosa = cresceram ilusoriamente.

b) as duas espécies se regalaram = os dois gêneros se empanturraram.

c) uma família singular = um conjunto variegado.

d) que selou o destino = que indigitou a fatalidade.

e) empenhou-se na procura = dedicou-se com afinco à busca.

35. COMENTÁRIO: A letra E está correta. Questão muito, muito cobrada pela FCC. Observe que o sentido o examinador quer é a sinonímia (semelhança): “empenhou-se na procura = dedicou-se com afinco à busca”. Deixo uma dica importante, o candidato (a) ao se deparar com esse tipo de questão, pare, respire, não se assuste com palavras que você nunca viu, pois o examinador as coloca para pegar os candidatos ansiosos, que se desesperam rápido. Haja pelo bom senso, pela eliminação, eles não querem um dicionário ambulante (candidato que decora tudo). 35. GABARITO DEFINITIVO: E

.. escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.

36. A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por:

a) pessoalmente.

b) de modo incisivo.

c) apontando.

d) entre outras coisas.

e) cuidadosamente.

36. COMENTÁRIO: A letra correta é a E. Essa questão é de fácil compreensão, porque “escolherei a dedo =CUIDADOSAMENTE. O concursando (a) não precisa nem ler o texto para resolvê-la, o contexto apresentado no fragmento é suficiente, ou seja, pela mínima percepção chega à resposta certa. 36. GABARITO DEFINITIVO:E

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UNIDADE 12

Redação de correspondências oficiais

Chamamos a atenção para as regras de impessoalidade, objetividade, pronomes de tratamento, regras de crase, pontuação, emprego correto do tempo verbal e outras regras gramaticas. A FCC irá explorar com certeza esses temas que já foram tratados anteriormente na presente obra nessa parte de redação oficial na prova dia 12.02.2012. Não dê mole, observe com atenção as explanações. O QUE É REDAÇÃO OFICIAL? Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama

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burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.

A Impessoalidade A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um

expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a

comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas

em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um

cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário

concebido de forma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se

restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom

particular ou pessoal.

Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos

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oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.

Formalidade e Padronização As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda,

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certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente.

Concisão e Clareza A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem: a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento

personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a

vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;

d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam.

É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção.

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Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. Concordância com os Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. Emprego dos Pronomes de Tratamento Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo; Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais. b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

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c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador,

FONTE: Manual de Redação Oficial da Presidência da República.

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO ACIMA

37. A frase cuja redação está inteiramente correta e apropriada para uma correspondência oficial é: a) É com muito prazer que encaminho à V. Exa. os convites para a reunião de gala deste Conselho, em que

se fará homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria, importantíssima na execução dos nossos

serviços.

b) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso

gabinete, para informar de que as medidas de austeridade recomendadas por V. Sa. já está sendo

tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos.

c) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que chegaram nossos analistas sobre as condições de

funcionamento deste setor, bem como as providências a serem tomadas para a consecução dos serviços e

o cumprimento dos prazos estipulados.

d) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se possa estar tomando as medidas mais do que

importantes para tornar nosso departamento mais eficiente, na agilização dos trâmites legais dos

documentos que passam por aqui.

e) Peço com todo o respeito a V. Exa., que tomeis pro- vidências cabíveis para vir novos funcionários para

esse nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agilizar todos os documentos que precisamos

enviar.

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37. COMENTÁRIO: A letra correta é C. As demais assertivas não possuem objetividade, impessoalidade, erros gramaticas graves. Com toda certeza a FCC trará esse assunto na prova e com as mesmas características, visto que com uma só questão ela abrange de três a quatro itens do edital (emprego de crase, acentuação, classes de palavras, pontuação, redação oficial). Logo, treine muito, observe todas as armadilhas, circule os verbos para realizar esse tipo de questão. a) É com muito prazer que encaminho àV. Exa. os convites para a reunião de gala deste Conselho, em que se fará homenagens a todos os ilustres membros dessa diretoria,importantíssima na para a execução dos nossos serviços. b) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso ao gabinete,para informar de que as medidas de austeridaderecomendadas por V. Sa. já está sendo tomadas, para evitar-se os atrasos dos prazos. c) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que chegaram nossos analistas sobre as condições de funcionamento deste setor, bem como as providências a serem tomadas para a consecução dos serviços e o cumprimento dos prazos estipulados. Correta d) As ordens expressas a todos os funcionários é de que se possa estar tomando as medidas mais do que importantes para tornar nosso o departamento mais eficiente, na agilização dos trâmites legais dos documentos que passam por aqui. e) Peço com todo o respeito a V. Exa., que tomeis providências cabíveis para trazer vir novos funcionários para esse nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agilizar todos os documentos que precisamos enviar. 37. GABARITO DEFINITIVO: C 38. As qualidades exigidas na redação de um documento oficial estão presentes em: a) Considerando que houveram contratempos na realização dos eventos que estavam programados para

este final de semana, esperamos que V. Exa. e seus auxiliares tomem as medidas importantes para resolver

esse impasse.

b) O relatório que acabou de ser encaminhado para V.Exa., demos conta do andamento das providências

que cabia tomar, sendo possível dentro dos prazos agendados, a realização de todo o programa desta

Secretaria.

c) Nós, na qualidade de representante desta comunidade que vos dirige a solicitação de providenciar a

licença necessária para a limpeza da praça deste bairro, conforme abaixo assinado pelos moradores, é o

que pedimos a V.Exa., com urgência.

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d) Encaminhamos a V. Exa. o relatório das atividades programadas por esta Secretaria, previstas para o

próximo trimestre, para que sejam tomadas as medidas relativas à liberação dos recursos necessários a

esses empreendimentos.

e) Como V. Exa. já deve ter ficado sabendo, tivemos alguns contratempos durante os eventos programados

para este fim de semana e, por isso mesmo, estamos enviando a V. Exa. as informações mais exatas

possíveis a respeito desses acontecimentos, para que tomeis as providências cabíveis.

38. COMENTÁRIO: A letra correta é a D. Encaminhamos a V. Exa. o relatório das atividades programadas por esta Secretaria, previstas para o próximo trimestre, para que sejam tomadas as medidas relativas à liberação dos recursos necessários a esses empreendimentos. As demais assertivas não possuem objetividade, impessoalidade, erros gramaticas graves. 38. GABARITO DEFINITIVO: D

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UNIDADE 13

Referência Bibliográfica BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª. Ed. Atualizada pelo Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Lucerna: 2009. CEGALA, Domingos P. Novíssima gramática da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna. CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. Nova gramática do português contemporâneo. RJ, Nova Fronteira. LUFT, Celso Pedro. A vírgula. São Paulo: Ática, 2009. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. DIONISIO, Ângela Paiva / BESERRA, Normanda da Silva –Tecendo textos Construindo Experiências.

MEURER, José Luiz , ROTH, Desirée Motta – Gêneros Textuais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia http://www.planalto.gov.br