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    Copyright 2012, Ricardo Mesquita

    Editora

    La CarvalhoCapa

    MaLu Santos

    Foto da CapaWallace L. Alves

    RevisoNan Soares

    Projeto grficoMaLu Santos

    Dados Internacionais para Catalogao na Publicao (CIP)

    M582a Mesquita, Ricardo.

    All Star azul / Ricardo Mesquita. - Rio de Janeiro :Metanoia, 2012.

    248 p. ; 21 cm.

    ISBN 978-85-63439-18-5

    1. Prosa brasileira. 2. Homossexualidade na literatura.I. Ttulo.

    CDD B869.8

    Ficha Catalogrfica elaborada pela bibliotecria Lioara Mandoju CRB-7 5331

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro, sem autorizao prviapor escrito da Editora poder ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ouforma, seja mecnico ou eletrnico, fotocpia, gravao, etc. - nem apropriada ou

    estocada em sistema de bancos de dados.

    www.metanoiaeditora.comRua Santiago, 319/102 - Penha

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    Impresso no Brasil

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    PPorque foi a primeira coisa que percebi quando olhei praele. Foi tambm um meio de ligao entre duas pessoas todiferentes. Que estavam em momentos distintos da vida.

    Uma ligao meio do alm que dois pares de tnis surrados

    nos davam. Mas a histria que eu vou contar no tem nada

    a ver com tnis. Tem a ver com descobertas e de como

    essas descobertas me trouxeram at aqui hoje.

    Nem tudo que ser contado aconteceu diretamente

    comigo, muitos dos casos e das experincias foram viven-

    ciados por amigos, pessoas prximas ou simplesmente so

    lendas urbanas. No entanto, foram fatos que afetaram

    direta ou indiretamente minha vida, sendo assim tambm

    fazem parte da construo de quem sou eu hoje.Confesso que mesmo sem retratar em nenhum dos

    aspectos a nossa relao, espero que fique claro que por fim

    esse livro uma tentativa de ilustrar o amor que sinto por

    meu namorido, afinal depois de tanto tempo em que o

    projeto desse livro ficou encostado, foi nas viagens para sua

    cidade natal que acabei por ter tempo e inspirao para

    concluir essa histria de amor.

    Eu Te Amo Andr Alves de Andrade

    ***

    Porqu do ttulo

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    Sumrio

    01, Captulo 1A primeira vez na balada

    15, Captulo 2A amizade

    37, Captulo 3A decepo

    47, Captulo 4Me

    55, Captulo 5O beijo

    63, Captulo 63 impresso

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    71, Captulo 7Lola

    87, Captulo 8O teatro

    103, Captulo 9A revelao

    121, Captulo 10Eliza

    137, Captulo 11A inaugurao

    165,Captulo 12

    O acampamento

    189, Captulo 13A conversa

    201, Captulo 14A festa surpresa

    223,Captulo 15O adeus,

    229,Captulo 16A viagem

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    A primeira vezna balada

    Captulo 1

    Eu estava l sentado ao lado do Thiago s 11h30 da noitede uma sexta-feira quente. J estava ali a mais de meiahora tentando decidir se eu entrava ou no naquele lugar.Porra Diego, voc no vai melar o lance agora. Fiquei umtempo alugando o Sergio para ele nos colocar pra dentrodizia o Thiago.

    Tem certeza que no vai ter problema?Problema nenhum, j t tudo acertado. O Sergiotrabalha l h um bom tempo. Se tivesse algum problemaele no teria topado.

    Pra voc fcil falar, pois j tem 18 anos.Para de ser cago, parece at que a gente t indo se

    jogar num vulco. Voc quer ficar o resto da vida imagi-nando como ? Vai morrer BV?

    Tudo bem! Vamos ento.

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    O Thiago meu amigo desde sempre. Tem umgnio do co. O que o mete em muitos problemas. s

    vezes eu tenho a impresso que ele no tem medo denada. Isso me da at receio s vezes. Simptico e comu-nicativo faz amizade fcil. Eu sou o oposto: bem menosfalante.

    A frente da balada estava lotada, enfrentamos umabaita fila. Fiquei esperando enquanto o Thiago locali-zava o Sergio. Ele era um amigo que o Thiago tinhaconhecido na praia, ele trabalhava l como segurana.

    Como o Ti demorou fiquei pensando que tinha acon-tecido algum problema, mas logo o vi vindo em minhadireo fazendo sinal de positivo.

    Tudo certo. O cara diz que no rola maiores proble-mas, fica frio que est tudo certo. Dei uma olhadinha ldentro e t cheio de fil. A noite vai bombar falou oThiago na maior empolgao.

    Parece que o lugar promete mesmo! Dieguito, a cidade t lotada de gringos. Vai serdemais.Era a primeira vez que eu estava numa baladaGLS. E logo na entrada vi dois caras se beijando. E porser a primeira vez que via tal cena ao vivo, achei quefiquei olhando demais. At que um dos carinhas percebeue sorriu pra mim. E assim foi o primeiro mico da noite,pois o Thiago percebeu minha cara de abestalhado e medeu um belisco.

    Para de encarar o povo disse o Thiago me puxandopara o meio da pista cheia de descamisados.

    Senti-me um peixe fora dgua no meio daquelescaras bombados. Vestindo um jeans surrado, all star ecamisa azul. Poderia ser includo no grupo dos esquisi-tos. Tinha me vestido para uma missa e no para uma

    balada. Para piorar o Thiago logo tirou a camiseta.Incrvel foi ele tirar e outro descamisado j comeou a

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    danar com ele, e logo chegou mais um e assim empouco tempo Thiago estava rodeado por outros caras.

    Me sentir mais deslocado era impossvel e tirar a camisaestava fora de cogitao. Diferente do Thiago que tinhaum belo fsico eu era magro, e no tinha msculos paramostrar.

    Bem, vou tentar descrever como eu era fisicamenteem 2004. Mudei um pouco, j que nessa poca eu tinha17 anos. Enfim, eu era bem magro naquela poca, olhosazuis, cabelo castanho-claro. Um tipo bem comum na

    regio onde eu moro. O Thiago j nessa poca era bemmais alto que eu. Moreno claro. Cabelo e olhos castanho-escuros e apesar da pouca idade j tinha um belo fsico.Malhava e jogava futebol.

    Deixei o Thiago na pista muito bem acompanhadoe fui comprar uma bebida. Comprei o refrigerante efiquei prximo ao bar, enquanto isso o Thiago se esbal-

    dava na pista. Minha bebida j estava quente na minhamo quando notei que um carinha bem estranho comeoua me olhar, e quando digo estranho era estranho mesmo!Ele danava, tomava um gole de cerveja e olhava pramim. Tinha o cabelo liso no ombro, bem magro, umvara pau como costumava dizer meu pai. Quandonotei que ele vinha na minha direo fui dar uma volta,e quando achei que j o tinha despistado, logo emseguida percebi que ele estava sentado ao meu lado.Quando o encarei percebi que de perto ele era mais feioainda. Seus olhos eram esbugalhados e vermelhos, nahora tive a ntida impresso que ele iria se desintegrar aomeu lado de tanto que suava.

    T a fim? Ele me perguntou mostrando a substn-cia que ele j devia ter ingerido muito durante a noite.

    No respondi enquanto me afastava dele.

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    disso que voc t a fim? Enquanto passavaminha mo no seu pau.

    Eu estou acompanhado levantei e sa apressadodali.Cheguei a ter medo daquele cara. At aquele

    momento minha primeira vez numa boate gay estavasendo uma experincia um tanto sinistra. Olhei pra pistae no vi mais o Thiago. O tempo passava e nada doThiago aparecer, estava to sem graa que s conseguiaficar olhando para o cho. Cansado de ficar sozinho fui

    procurar o desaparecido. Mas como o lugar cada vezficava mais lotado a misso era quase impossvel. Ligueipara o celular e nada, dei uma volta na pista e nem sinaldele. Foi quando vi um pessoal descendo uma escada eos segui. O Thiago poderia estar no andar inferior. Descidois lances da escada e dei de cara com um lugarestranho, totalmente na penumbra, achei tudo muito

    estranho. Um cara passou por mim, quando eu aindaestava no ltimo degrau decidindo se iria adiante ou nonaquela escurido, ele entrou em uma sala escura e meolhou antes de desaparecer por completo, acabei seguin-do-o, afinal ele era bonitinho e parecia estar mepaquerando.

    Quando entrei naquele lugar no fazia a mnimaideia do que era. Logo na entrada senti um odor forte.Cheiro de porra, merda, urina, desodorante vencido.Tudo ali pra mim parecia to surreal. Que lugar eraaquele?

    J um pouco mais acostumado com a penumbracomecei a perceber o que rolava ali. Sexo! Sentia que omeu tnis meio que colava no cho. Ouvi um cara pedircamisinha, outro gemendo, ouvi algumas coisas hilrias,

    como um cara reclamando porque achava que tinhaencostado em merda. Caras metendo, chupando. Eu

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    estava meio que hipnotizado com aquilo tudo, quandosenti um me encoxando, e como no esbocei reao o

    cara foi passando a mo pra valer, e ao sentir que a moavanava para pegar no meu pnis acho que acordei dotranse.

    No estou a fim.Por que voc est aqui ento? Ele me perguntou

    com tom quase que de ameaa.Estou procurando um amigo.Qual o nome dele?

    Thiago!Tem algum Thiago aqui? Gritou ele. Viu?

    Ningum respondeu. Esquece teu amigo e vamos nosdivertir um pouco.

    No t a fim mesmo! Falei enquanto subia aescada.

    A ideia de sexo assim to fcil me excitava e me

    amedrontava ao mesmo tempo, sexo era ainda algo todistante. O mximo que tinha feito era bater punheta eassistir a um filme porn. Senti-me um choclatra presonuma fbrica de chocolate, mas que infelizmente eradiabtico. Essa experincia me mostrou sem querer oDark Room, um lugar que naquela poca eu no fazia amnima ideia que existisse.

    Achei um canto mais tranquilo e tentei ficar o maisinvisvel possvel. Os minutos pareciam horas, e jpassava das duas da madrugada e nada do Thiagoaparecer, a cada minuto eu ficava com mais raiva dele.Sumir daquele jeito sem ao menos avisar. Eu j estavaachando que era castigo por ter mentido pro meu pai. Eutinha dito que iria dormir na casa do Thiago para estudar.H um tempo a gente estava planejando essa escapada

    para a night, ele ficou me alugando um ms e aps tantaexpectativa a noite estava sem expectativa nenhuma, os

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    caras que me olhavam eram os mais esquisitos do lugar.Fiquei olhando um cara de sunga danando em cima de

    um queijo, no era estranho que um cara daquele fizessesucesso. Realmente era bonito. Mas aps tanto tempoprocurando o Thiago eu j estava com sono e de sacocheio de ficar ali sozinho, e infelizmente no podia ir pracasa porque para todos os efeitos naquela hora eu estavadormindo na casa do Thiago e no podia voltar pra casadele sem ele.

    Foi quando eu o vi, cala jeans escura, all star azul

    igual ao meu, camiseta branca, alto, magro, cabelo eolhos castanhos. Devia ter uns 25 anos. Percebi que eleolhava em minha direo. Ser que tinha notado que euno parava de observ-lo? Olhei novamente e ele sorriupra mim. Dei uma olhada em volta pra conferir se eleno estava paquerando outra pessoa. Afinal no queriapassar pela vergonha de ficar paquerando um cara e de

    repente notar que os olhares dele no eram direcionadosa mim. Percebi que um forto que estava ao meu ladono parava de encar-lo. Pensei Ele dever estar a fimdeste descamisado ao meu lado, quando de repente elecaminhou na nossa direo (minha e do descamisado).Resolvi ficar ali e ver no que ia dar, aqueles segundospareceram interminveis e quando dei por mim ele jestava ali na minha frente com o sorriso mais lindo queeu j tinha visto. Quando o forto ao meu lado percebeuque ele vinha na minha direo saiu balbuciando palavrasininteligveis. Ele ali na minha frente e eu no sabia oque falar ou como agir. Meu corao parecia que ia sairdo peito, minhas mos suavam. Eu senti como se umacorrente eltrica percorresse todo o meu corpo e minhagarganta estava mais seca que nunca.

    Era a primeira vez que um cara chegava a mim. Nosabia como agir e para piorar estava morrendo de

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    vergonha. Sentia meu corao na boca. Ele estendeu amo e se apresentou:

    Felipe.Diego. Eu respondi.Est sozinho?No.Que pena!No, eu estou com um amigo que por acaso

    sumiu.Melhor assim. Est lotado aqui hoje ele

    comentou. sempre assim?Bem no frequento muito, mas nas outras vezes

    que estive aqui no estava to lotado.Deve ser porque vero e a cidade esta lotada de

    turistas comentei.Deve ser por isso mesmo.

    Est muito lotado aqui, mal d para a gente semexer. Voc no est a fim de ir pra um lugar mais tran-quilo?

    E agora? Eu pensei. Estava ali com um cara lindo naminha frente, me convidando pra ir a algum lugar, queeu no tinha a mnima ideia qual seria. Rolaria sexo ouno? Iramos apenas conversar? S o acompanhando paradescobrir, ento resolvi arriscar.

    Tudo bem falei, mesmo minha voz no demons-trando muita firmeza.

    Acertamos a consumao, e pela ltima vez tenteiachar o Thiago, tentei novamente o celular e nada, porfim acabei deixando uma mensagem. Samos da boateem direo ao estacionamento. S l fora fui notar queele tinha bebido um pouco alm da conta. Mesmo assim

    no iria voltar atrs. Ele se aproximou de um carroantigo. Na verdade no era antigo, era uma lata-velha.

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    No que isso realmente importasse, mas cara que bebeudemais mais um carro velho eram sinnimos de perigo.

    Seriam sinais que o universo estava me dando para euno prosseguir? Foi quando ele se aproximou de mimsorrindo e disse:

    A porcaria desta porta s abre por fora e ainda temde ser do jeito certo.

    Seu carro tem personalidade retruquei.Tem e uma personalidade bem teimosa!O sorriso dele, a voz e a proximidade dissiparam

    minhas dvidas, e a possibilidade cada vez mais evidentede transar me animava muito. Ele ficou ao lado da portaat eu entrar no carro.

    Ela s fecha por fora tambm.J imaginava!Espero que essa porcaria pegue.Meu Deus do cu! pensei enquanto cruzava

    meus dedos.Sabia que no ia me deixar na no! Exclamou eledepois de girar a chave e a lata-velha pegar na primeiratentativa.

    Quantos anos voc tem? Perguntou ele.19.Sinceramente no parece.Eu tenho 19 mesmo respondi j com a voz

    alterada.Eu vou acreditar, j que naquela balada no entra

    menor disse ele enquanto sorria.Voc se incomoda de irmos a minha casa?Por mim tudo bem respondi.Puta que pariu! Provavelmente eu ia transar, e com

    aquele cara lindo, nesse momento meu estmago doeu

    e nem me passou pela cabea que eu pudesse me fuderliteralmente, afinal a cabea de baixo estava no comando.

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    Chegamos a um flat perto da praia, que em nada combi-nava com aquele carro. Era um prdio bem legal.

    Descemos do carro e ele cumpriu novamente toda amaratona com a porta do carro. J no elevador ele seaproximou de mim, me abraou e disse que iramos fazero resto dessa noite valer a pena. Dentro do elevador eleficou na minha frente, me olhando com a maior cara desacana do mundo. Ele me olhava como que se estivesseexaminando o material, olhava-me e sorria enquantobrincava com a chave. Paramos no 9 andar, ele abriu a

    porta do apartamento pegou minha mo e me puxoupara dentro e mal entramos e ele j se aproximou demim e me beijou. Seu hlito quente cheirava a cigarro,halls e cerveja, em compensao seu beijo era intenso.Todo aquele corpo me espremendo contra a parede, suasmos grandes, sua pele spera roando no meu rosto.Que teso! Ento ele se afasta um pouco e diz:

    Eu vou tomar um banho, minha roupa tgrudando.A minha tambm.O qu?A minha roupa est grudando tambm, estou a fim

    de um banho completo eu.Sem problemas, vem comigo ento disse ele me

    estendendo a mo.Depois que voc terminar eu vou, ok?Ok respondeu ele com um sorriso na boca.Enquanto ele tomava banho fiquei ali meio sem

    saber o que fazer. Alguns minutos depois ele reaparecenu, secando os cabelos. Eu no conseguia parar deolh-lo. Mesmo que meio constrangido. Ele se aproxi-mou me entregou uma toalha e me indicou onde ficava

    o banheiro. Tomei banho e fiquei enrolando no banheiro.Sa e logo o vi sentado na cama. Estendendo-me a mo.

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    Sentei ao seu lado e logo ele se livrou das toalhas, nessemomento sentia meu rosto queimar, meu corao j no

    batia, ele pulava dentro do meu peito. Eu no sabia oque fazer ou como agir, ns nus ali lado a lado e eutremendo. Foi quando ele tomou a iniciativa e mebeijou. Felizmente existem coisas que a gente noprecisa aprender, pois j nascemos sabendo.

    Ele foi me deitando na cama, seu corpo sobre o meu,me beijando. Sua boca percorria meu pescoo, suas mosna minha bunda e coxas. Ele parou de me beijar e ficou

    me olhando. Eu estava morrendo de teso, mas tambmestava morrendo de vergonha. Foi quando ele pergun-tou:

    a sua primeira vez?Fiz sinal de sim com a cabea.Imaginei. Fica tranquilo que a gente s vai at

    onde voc quiser.

    O teso ia aumentando e a vergonha ia diminuindo.Voltamos a nos beijar e ficamos um bom tempo nisso.Ele foi descendo at chegar ao meu pnis e disse queno costumava fazer aquilo, mas como era minha primeiravez, queria fazer tudo direitinho. O medo e a vergonhaderam lugar ao teso. Como era bom sentir sua boca nomeu pau. Ele parou foi at a cmoda e pegou a camisi-nha.

    O que isso? Eu pergunto.Uma camisinha! Respondeu ele com ar debo-

    chado.No, este tubo.Isso aqui lubrificante, se no vai doer muito.Ele colocou a camisinha e comeou a forar a entrada.

    Eu meio que automaticamente travei.

    Relaxa, fica tranquilo, se voc quiser parar tudobem falou o Felipe.

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    No, continua. Respondo.Ele passa mais um pouco de lubrificante e fora

    novamente. Entra um pouco e ele para.Isso di muito comento.Calma, logo passa diz ele enquanto volta a me

    beijar.Depois de ficar um tempo parado ele volta a meter.

    Aos poucos a dor vai diminuindo e logo passa a sersecundria, ela est presente, mas j no maior que oteso e o prazer que senti.

    Tudo bem?Tudo naquele momento alm de teso eu comecei

    a sentir vontade de ir ao banheiro, mas como logo avontade passou, no comentei nada.

    Mudamos de posio, ficamos de lado, que por sinalera bem mais confortvel que a inicial. Nessa posio elemetia com mais vontade, enquanto falava um monte de

    sacanagem no meu ouvido, sua mo no meu pau acom-panhava o ritmo das estocadas. Agora de bruos, sentiaas gotas de suor que caam dele, as metidas foramficando mais intensas e logo senti a respirao dele maisofegante, ele soltou o corpo sobre o meu, intensificou apunheta no meu pau e gozei tambm. Ficamos ali nacama, ele ficou fazendo carinho no meu cabelo. Transa-mos mais duas vezes naquela noite. Depois de brincarbastante capotei. Tive mais sorte do que juzo. A maioriados meus amigos comentava que a primeira vez nunca aquela coisa. A minha primeira vez tinha sido perfeita.Acordei com o sol batendo na minha cara. Olhei pro ladoe ele ainda dormia. Estava dormindo de lado e com a luzdo dia ele era ainda mais bonito. Olhei para a parede evi o relgio que marcava 10h05. T fudido. Pensei. S

    agora tinha me lembrado do Thiago. Levantei e fuicatando minhas roupas que estavam espalhadas. Se o

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    Thiago tivesse ligado pra minha casa no queria nemimaginar a confuso que ia dar.

    Como o Felipe dormia profundamente resolvi noacord-lo. Deixei um bilhete e sa a mil. Liguei proThiago e ele nem me deu chance de falar nada e soltouo verbo.

    Thiago daqui a meia hora eu t a. Desliguei otelefone antes que ele me deixasse surdo com tantagritaria.

    Vi o Thiago em frente ao prdio com uma cara nada

    boa. Depois de ter passado a noite perfeita no estava afim de discusso. Ele se aproximou de mim bufando.Minha ideia era deix-lo falar at cansar.

    Voc pirou n, onde voc se meteu at essa hora?Eu j estava pensando em avisar o teu pai e a polcia!Disse ele aos berros.

    Eu te deixei um recado, no para tanto.

    No se preocupa, vou transar! Foi esse o recadoque voc, um lesado total, deixou.Voc tambm sumiu, portanto no vem dando lio

    de moral.Eu no sa de dentro da boate. Voc poderia ter se

    ferrado sabia?Agora me diz onde voc se meteu? J cansado

    depois de tanto esbravejar.Vamos at a praia que eu te conto.Ok!Sentados num bar beira da praia o Thiago j com

    a voz alterada novamente refora o interrogatrio nainteno de saber o que tinha ocorrido na noitepassada.

    T bom! Depois que voc sumiu e eu j tava

    achando que a balada estava virando uma roubada foiquando o vi. Ele se aproximou, trocamos algumas

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    palavras e ele me convidou para ir a um lugar maiscalmo.

    Lugar mais calmo, aonde?Fomos para a casa dele. Um flat aqui perto.Agora sim voc assinou seu atestado de burrice.

    Voc foi para a casa do cara. Voc podia estar com agarganta cortada uma hora dessas.

    Porra, no exagera.A primeira regra quando a gente sai com um cara

    pela primeira vez ficar num local pblico seu idiota.

    T, chega, no aconteceu nada demais. Acho quevoc anda assistindo muito filme de terror.

    Ah, t! O cara poderia ser um louco. Tem muitolouco por a e voc com essa cara de boc, seria umapresa perfeita. Burro, burro, burro!

    J cansou de me xingar? Porque eu preciso tecontar uma coisa.

    Fala!Eu fiz sexo!O qu?Vou ter de desenhar? Eu fiz sexo.Duvido. Voc muito tmido para fazer sexo assim

    de primeira com um cara que voc conheceu na night.Mas eu fiz. Melhor, eu fiz sexo com um deus

    chamado Felipe.Voc no, voc no este tipo de cara. Eu te

    conheo, no me aluga. verdade porra, para que eu ia mentir?Diego eu te conheo porra. Voc aquele cara que

    se esconde quando a cena do filme esquenta. verdade Thiago, mas que motivo eu teria para

    mentir. O que voc acha que eu fiquei fazendo a noite

    toda? E no era voc que vivia dizendo que eu deveriaarriscar porque se no eu iria morrer BV?

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    Voc t falando srio?T!

    Ainda no acredito. Voc o romntico, lembra?Aquele que precisa de uma histria antes. Eu que sou ofodedor!

    Ah Thiago. Sinto te informar, mas eu no sou asse-xuado. Posso no ter o fogo que voc tem, mas... Foimuito bom, voc no imagina, foi perfeito, ele ...

    Ah t, voc encontrou o prncipe encantado naprimeira vez que voc caiu na baladinha colorida.

    Mais ou menos isso sim, foi...Pelo menos usou camisinha?Claro! Voc no imagina...Agora tenho que subir disse o Thiago.P Ti. Eu queria conversar, foi minha primeira vez!

    E no vejo motivo para voc ficar azedo desse jeito.Eu no estou azedo, s tenho que subir.

    Eu conhecia o Thiago h muito tempo e sabia quequando ele virava a cabea, era melhor deixar a raivapassar. S que se eu errei em sumir sem avisar, eletambm no tinha feito muito diferente. Melhor eradeixar quieto.

    ***