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GRANDES CRIATÓRIOS: CRIAÇÃO DE GIR LEITEIRO É TRADIÇÃO DE FAMÍLIA NA MARCA W Referência em agronegócio, o engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues revela o panorama e as expectativas para o setor no ano de 2011 O cenário é promissor para o Brasil Ano 1 I N° 9 l Jan/Fev 2011 Distribuição Gratuita ISSN 2179-6653 Edição de Janeiro.indd 1 27/1/2011 11:15:41

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GRANDES CRIATÓRIOS: CRIAÇÃO DE GIR LEITEIRO É TRADIÇÃO DE FAMÍLIA NA MARCA W

Referência em agronegócio, o engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Roberto Rodrigues revela o panorama e as expectativas para o setor no ano de 2011

O cenário é promissor

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EDITORIAL

Renovar e Inovar em 2011!

Elevar a competitividade da economia regional (Vales do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha, Aço e Zona da Mata de Minas Gerais, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba), sobretudo, o seu agronegócio, é o maior desafi o que nossos gestores públicos e privados devem enfrentar neste ano. Diante da concorrência internacional e da existência de sinais claros de que o país começa a viver um perigoso processo de desaceleração de sua economia.

As estatísticas mais recentes sobre a balança comercial brasileira registram o aumento das exportações de commodities agrícolas. Por outro lado, temos uma queda expressiva das exportações de manufaturados de alta e média tecnologia.

O mais importante, agora, é voltarmos os olhos para o chamado Custo Bra-sil, que é a somatória de um conjunto de fatores que ainda sufocam as empresas brasileiras. Temos ainda, hoje, uma das maiores cargas tributárias do mundo, taxas de juros altíssimas, onerosa e ultrapassada legislação trabalhista e não po-demos nos esquecer da nossa legislação previdenciária, que consome recursos que deveriam ser canalizados para investimentos, e não para cobrirem os seus défi cits crescentes. O Brasil tem alcançado taxas de desenvolvimento de forma alentadora nesses últimos anos. E o desenvolvimento da nossa região?

Com o intuito de ajudar no desenvolvimento regional, a Revista Agromi-nas lança mais uma edição. Nessa, trazemos uma entrevista com o engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Ro-drigues. Nos grandes criatórios, a criação de Gir e Girolando é destaque, através da Marca W. No Dia de Campo desta edição, você poderá saborear o plantio de goiabas em Conselheiro Pena, que vem garantindo renda e emprego na região. Além disso, a Revista Agrominas começa o ano com uma nova seção, Saúde Animal, com a colaboração do médico veterinário Marcelo Cabral.

Hoje, temos o orgulho de dizer que estamos presentes em 100% dos municí-pios do Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba, em, aproximadamente, 85% dos municípios dos Vales do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha e Aço e em mais 241 municípios mineiros. O nosso maior desafi o para 2011 é colocar nossa tiragem em 10.000 exemplares e atingir 100% dos municípios dos Vales do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha e Aço.

Acompanhando a tendência mundial, a Revista AgroMinas, agora, está nas Redes Sociais. Não deixe de nos seguir e acompanhar as novidades do setor que trazemos para você.

Editor-ChefeDenner Esteves FariasZootecnista – CRMV-MG 1010/Z

Jornalista Responsável: Diagramação / RedaçãoAndressa F. Tameirão - MG 14.994 JP

Estagiária de JornalismoLidiane Dias

Jornalista ColaboradoraAlessandra Alves - MG 14.298 JP

Projeto Gráfi co: Andressa Tameirão

A Revista AgroMinas não possui matéria pagaem seu conteúdo.

Contato Publicitário(33) [email protected]

ColaboraçãoMaria Gabriela O. Tonini- SCOT ConsultoriaAlexandre Sylvio - Eng. AgrônomoCooperati va Agropecuária Vale do Rio DoceEmater/IMA/Idaf/AdabMarcelo Conde Cabral - Médico VeterinárioPesquisadores da Embrapa Gado de LeiteProf. Ruibran dos Reis - Minas TempoWaldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

Distribuição Gratuita: Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequiti nhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.Tiragem: 5.000 exemplares

Impressão: CGB Artes Gráfi cas

As ideias conti das nos arti gos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 – Loja - Centro 35.010-230 / Governador Valadares/MGTel.: (33)3271-9738 E-mail: [email protected]

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Denner Esteves FariasEditor-Chefe

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Giro no Campo

Entrevista

Grandes Criatórios

Dia de Campo

Sustentabilidade

Saúde Animal

Perfil Profissional

Entidade de Classe

Caderno Técnico

Meteorologia

Mão na Massa

Agrovisão

Emater/IMA/Idaf/Adab

Mercado

Cotações

Aconteceu

Agenda e Resultados

Culinária

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Analistas de mercado preveem rentabilidade maior em 2011

Lei torna mais competitiva a agroindústria familiar de Minas

Gerais

Novos prazos para renegociação de dívidas

O produtor rural deve ter um ano de maior ren-tabilidade em 2011. Esta foi a avaliação de espe-cialistas que se reuniram no dia 6 de dezembro, na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo. A entidade sediou o encontro do Conselho Supe-rior de Agronegócio (Cosag), da Federação das In-dústrias do Estado (Fiesp).

No encontro, foi analisada a situação de diversas cadeias produtivas. Na carne bovina, a oferta no Brasil au-menta, mas a demanda, tanto internamente quanto no Exterior, continua forte. Para o analista de mercado, Alexandre Men-donça de Barros, 2011 deve ter certa volatilidade nos preços, mas, ainda assim, com ganhos para o produtor.

No setor de cana-de-açúcar, a expectativa é de oferta re-lativamente estável em 2011, pressionando os preços da pró-pria matéria-prima, além do açúcar e do etanol. E na produção de laranja, a oferta da fruta no Brasil deve aumentar, mas não deve ocorrer um ajuste signifi cativo a ponto de prejudicar a renda do citricultor.

O analista de mercado, André Pessoa, espera resultados po-sitivos também para o produtor de grãos. Segundo ele, os esto-ques internacionais devem se manter baixos em 2011 enquanto a demanda deve fi car aquecida. E o custo de produção da safra 2010/2011 diminuiu. Para ele, a renda do produtor deve ser me-nor em 2012. Os analistas de mercado esperam aumento nos custos de produção da safra 2011/2012. (Fonte: Canal Rural)

O cenário das 26,5 mil agroindústrias existentes em Minas Gerais deve mudar com a nova lei estadual para ha-bilitação sanitária de empreendimentos agroindustriais de pequeno porte. A previsão é do superintendente de Segu-rança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar da Secre-taria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Lucas Scarascia.

De acordo com a Lei 19.476, em vigor desde 11 de ja-neiro de 2011, todo estabelecimento agroindustrial de pe-queno porte que trabalha com produtos de origem animal deverá se habilitar junto ao Instituto Mineiro de Agropecu-ária (IMA), vinculado à Seapa. Já as unidades que traba-lham com o processamento de produtos de origem vegetal terão o controle da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

A regulamentação da lei vai defi nir as condições gerais das pequenas indústrias no âmbito da agricultura familiar, diz Scarascia. Ela vai levar em consideração as diferentes escalas de produção, as características regionais dos pro-dutos, os métodos tradicionais de fabricação e a realidade econômica da agricultura familiar. “Muitos produtores en-frentam difi culdades em habilitar as pequenas agroindús-trias porque, até então, não existiam normas próprias para a agricultura familiar”, afi rma.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Esta-tística (IBGE), as agroindústrias instaladas em Minas Gerais movimentam anualmente em torno de R$ 204,7 milhões. (Fonte: Agência Minas)

A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou no dia 11 de janeiro a Lei 12.380, que trata, entre outras medidas, de mudanças no processo de amortização de dívidas de produ-tores rurais. A decisão atende à reivindicação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de parlamentares representantes do setor agropecuário, alterando a Lei 11.775, de 2008, que, estabeleceu uma série de vantagens para o pa-gamento desses débitos. Uma das novidades é a ampliação, para 30 de junho deste ano, do prazo para liquidação ou re-negociação de operações inscritas na Dívida Ativa da União (DAU) e aquelas referentes ao Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira Baiana. A sanção foi publicada no Diário Ofi cial da União.

Em relação à DAU, com a extensão da data, fi cam sus-pensas até 30 de junho as execuções fi scais das operações de crédito e o prazo de prescrição das dívidas. A medida também incluiu, nas condições previstas na DAU, passivos contrata-dos junto ao extinto Banco Nacional de Crédito Cooperativo, além dos fi nanciamentos do Programa Nacional para Aprovei-tamento de Várzeas Irrigáveis (Provárzeas) e do Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cer-rados – Fase II (Prodecer II). Quem procurar os bancos para liquidar ou renegociar o saldo devedor poderá obter descontos sobre o valor do passivo. No caso das dívidas contraídas em áreas de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Prodecer II, haverá acréscimo de 10 pontos percentuais. Já as dívidas da atividade cacaueira tam-bém terão descontos para quem quiser repactuar ou quitar o passivo. (Fonte: CNA)

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“Sabemos que nas próximas duas dé-cadas a população chegará a cerca de 8,3 bilhões de pessoas”, disse John Bedding-ton, um dos cientistas responsáveis pelo estudo. “Temos 20 anos para produzir cerca de 40% a mais de comida, 30% a mais de água potável e 50% a mais de energia”, completou. O levantamento Fo-resight Report on Food and Farming Fu-tures, foi encomendado pelo governo do Reino Unido. (Fonte: BBC Brasil)

garantir a reprodução das espécies.O Ministério da Pesca e Aquicultu-

ra suspendeu a emissão de novas car-teiras de pescador até 31 de dezembro de 2011. A renovação do documento, que era feita a cada três anos, terá de ser feita a cada dois anos, e tem como pré-requisito a apresentação da nota fi scal, recibo de vendas ou compro-vante de contribuição previdenciária. Para ter direito ao seguro defeso, o pescador também deve declarar que vive exclusivamente da pesca.(Fonte: Agência Brasil)

Produção de alimentos precisa crescer 40% em 20 anos, diz estudo

Ministério da Pesca passará um “pente fino” no cadastro de pescadores

Projeto facilita isenção do

Imposto RuralProdutores rurais atingidos por

calamidades e fatores climáticos, que prejudiquem suas produções e ou áreas de pastagem, podem ter fa-cilitada a dispensa do pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR), de acordo com projeto de lei de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), aprovado no dia 14 de-zembro na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.

A proposta visa a estender, até um ano antes da declaração do es-tado de calamidade pública, a pos-sibilidade de considerar como efeti-vamente utilizada a área dos imóveis rurais que estejam comprovadamen-te situados em área de ocorrência de calamidade pública, a partir da data da verifi cação de frustração de safras ou destruição de pastagens. O proje-to de Valadares (PLS 72/2010) ob-jetiva contornar problemas surgidos com o fato de a Lei do ITR deixar dúvidas quanto ao momento, a partir do qual, o proprietário pode valer-se da isenção de pagamento do impos-to. (Fonte: Notícias Agrícolas)

A ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvati, anunciou no dia 25 de ja-neiro as novas regras para o cadastra-mento de pescadores artesanais no Re-gistro Geral da Pesca (RGP) e para a concessão de carteiras de pescador pro-fi ssional. A mudança tem como objeti-vo atender às exigências estabelecidas pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) e, também, aumentar o controle dos re-gistros do seguro defeso, recebido por cerca de 470 mil pescadores durante o período em que a pesca é proibida para

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O engenheiro agrônomo e em-presário Roberto Rodrigues, 68 anos, constitui uma das maiores autoridades do agronegócio no Brasil. Além de ser ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo Lula, Ro-berto Rodrigues coordena o Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Var-gas (FGV), é presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp e professor de economia rural da Univer-sidade Estadual Paulista (Unesp), além de possuir um extenso currículo, com uma forte atuação no setor ao longo da vida. Referência no agronegócio do país, Roberto Rodrigues aceitou o convite da Revista Agrominas e nos concedeu uma entrevista com o objetivo de nos dar um panorama sobre as perspectivas do agro-negócio para o ano de 2011.

Revista Agrominas - Em 2011, des-ponta no Brasil um novo cenário políti-co. Qual o panorama do país no que diz respeito ao agronegócio?

Roberto Rodrigues - Há pouco mais de um mês, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Eco-nômico (OCDE) calculou que a oferta mundial de alimentos terá de crescer 20% nos próximos dez anos para aten-der à demanda dos países emergentes. E a própria OCDE calculou quanto que cada grupo de países deverá contribuir: a União Europeia, 4%; a Austrália, 7%; Estados Unidos e Canadá: por volta de 15%; Rússia, Ucrânia, China, Índia: em torno de 25%; e o Brasil, 40%, o dobro da média mundial. E esse cenário é ex-

tremamente promissor para nós. O Brasil é o maior produtor de cana-

de-açúcar do mundo e a demanda de combustível vai crescer ainda mais. Se o Brasil tivesse a mesma tecnologia de 35 anos atrás, quando o Pró-Álcool foi criado, precisaríamos de 7,6 milhões de hectares a mais de cana, o que corres-ponde ao dobro da atual área plantada. Nós temos a agricultura mais sustentável do mundo, poupando a área de cerrado e de fl oresta.

Revista Agrominas - Em relação à polêmica do Código Florestal Brasilei-ro, o que o senhor pensa a respeito, ten-do em vista a preocupação do país em manter uma agricultura sustentável?

Roberto Rodrigues - É necessário que haja uma preocupação com a susten-tabilidade ambiental na agricultura, mas permitindo avanços no setor. Nós temos, hoje, no Brasil, 72 milhões de hectares de terras agricultáveis e quase 200 mi-lhões de hectares de pastagem. Então, uma boa solução seria programas de uso de pastagens degradadas em agricultura, sem precisar desmatar nada. Se nós con-seguíssemos fazer isso, resolveríamos a questão da mesma maneira. O problema é que a maior parte da pastagem está em terras inadequadas para agricultura, de topografi as erradas e com infertilidade no solo. É preciso que se faça um zone-amento agroecológico amplo. Eu penso que a aprovação do código é uma alter-nativa razoável, pelo fato de ninguém ter gostado dele, porque se não gostou, é sinal de que ele é equilibrado e justo.

A longo prazo, o que não pode aconte-cer é a demanda fi car explodindo e não ter para onde ampliar, salvaguardando a preservação ambiental.

Revista Agrominas - O que a expor-tação de commodities pode representar para a economia do país em 2011?

Roberto Rodrigues - Em 2010, hou-ve uma diminuição da oferta mundial de produtos agrícolas por conta da seca na Europa Central e na Austrália, então, os preços das commodities subiram, como é o caso do trigo. Mas os preços também subiram por causa da questão cambial, mais especifi camente devido ao valor do dólar. Creio que as commodities vão garantir uma renda boa para o país em 2011. Nos últimos 20 anos, a produção de grãos cresceu 155%. O café e a laran-ja estão com preços bons e até mesmo o algodão tem condições boas de preço para exportação. Agora, é preciso am-pliar a agregação de valor, vender menos matéria-prima e mais produtos. A agri-cultura puxa uma industrialização muito forte e agregar valor é fácil. Basta indus-trializar. No caso do café, por exemplo, os países importadores querem agregar valor lá e nós devíamos fazer isso aqui.

Revista Agrominas - No dia 9 de Dezembro, a Conab previu que a safra 2010/2011 iria alcançar 149,087 mi-lhões de toneladas, indicando uma bai-xa de 0,1% em comparação ao ciclo an-terior (2009/2010), que fi cou em torno de 149,204 milhões. Essa queda é signi-fi cativa? Quais são as principais barrei-

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“Logística: esse é um dos gargalos centrais do Brasil” Roberto Rodrigues revela o panorama do agronegócio no país

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ras para as exportações brasileiras?Roberto Rodrigues - Penso que

essa queda na produção de 0,1% não é significativa e acho até modesta a previ-são, visto que se tem La Niña e, La Niña sempre implica em queda de chuva no sul do país, mas não vejo nenhuma pre-ocupação para o Brasil. Até por aquela questão que você disse antes, os preços das commodities estão elevados, e eu acredito que teremos uma boa safra.

Você me pergunta sobre os obstáculos para a exportação e o primeiro deles é a logística. Esse é um dos gargalos centrais do Brasil. Hoje, felizmente, nós temos o PAC e outros projetos do governo que pelo menos tecem um horizonte, um ce-nário positivo, e há um planejamento es-tratégico que antes não havia. Outro gar-galo são os acordos comerciais. Estamos ganhando mercado pela pura eficiência competitiva do produtor rural brasileiro. O Brasil precisa fazer acordos sólidos, e estamos muito devagar nesta questão. O país precisa manter o seu mercado aberto, mas isso implica na abertura dos outros mercados também. Não adianta o nosso país ficar aberto se os outros per-manecerem fechados. Não é “fair trade”. É um negócio que fica inadequado. É necessário que haja negociações comer-ciais mais fortes, mais positivas para am-pliar o nosso mercado. O Brasil tem uma grande demanda para exportação, mas é preciso ter acordos comerciais e investir em tecnologias para trazer maior compe-titividade para nós.

Uma questão muito importante, tam-bém, é que precisamos eliminar a aftosa do Brasil. Não há cabimento ainda ter casos de aftosa no país e também outras doenças, inclusive as que atacam a agri-cultura. Outro ponto é a renda. Países do mundo inteiro têm mecanismos que ga-rantem renda aos produtores. É necessá-rio que o Seguro Rural funcione adequa-damente. Eu criei o Seguro Rural, mas até hoje ele não avança porque faltam re-gras. A política de renda implica em uma

reforma na lei do crédito rural que data de 1965, implica na retomada de pre-ços, sendo necessário que haja políticas públicas e uma atuação não apenas por parte do governo, mas também por parte do setor privado. A agricultura tem polí-tica, mas não tem os instrumentos para implementá-la. Os instrumentos dessa política estão dispersos em vários ór-gãos do governo. É necessário que haja uma estratégia de Estado, com todos os órgãos trabalhando juntos. Estratégias ligadas ao parlamento. Diversas legisla-ções precisam ser aprovadas para o país continuar avançando.

Revista Agrominas - A Agricultura Familiar também requer uma atenção especial no próximo ano. O emprego de novas tecnologias aliado ao fomento de pesquisas são suficientes para alavan-car o setor?

Roberto Rodrigues - Não. É ne-cessária uma organização por cooperati-vismo, que é um grande mecanismo, até mesmo para agregar valor. O governo Lula fez um trabalho muito bem feito no apoio à agricultura familiar, mas eu pen-so que a essência para a sobrevivência dessa agricultura está na organização.

Revista Agrominas - Com a cria-ção da Produção Integrada de Frutas (PIF), o Brasil passou a certificar a produção da fruticultura, o que per-mitiu rastrear toda a cadeia, desde as áreas de cultivo até a mesa do consumi-dor. O que pode ser feito no sentido de atrair os consumidores de outros países para as frutas brasileiras, aumentar as exportações e diminuir os custos?

Roberto Rodrigues - O PIF é um instrumento formidável e oferece regras claras, certificando a produção. Uma das questões centrais das frutas também é a logística, porque fruta necessita de frio, armazenamento e transporte adequados, além de agilidade nos processos de ex-portação. Implica em políticas rigorosas

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Revista Agrominas - Em reunião em Nagoya, no Japão, negociadores do Itamaraty aceitaram a criação de um “seguro” para cobrir eventuais responsabilidades e compensações fi nanceiras por danos ambientais causados por países exportadores de transgênicos, como o Brasil. Os transgênicos sempre causam po-lêmica, principalmente no que diz respeito a aceitação deles no mer-cado internacional. O cultivo desses produtos tem aumentado em todo o mundo, mas o Brasil ainda conta com poucos investimentos na área. Você acredita que o governo deve dar uma atenção especial para a questão no próximo governo ou deve fomen-tar os orgânicos, que têm uma acei-tação melhor?

Roberto Rodrigues - Eu acho que tem mercado para tudo. Eu pen-so que se houver uma lei bem feita, bem conduzida e adequada, o Brasil terá oportunidade seja para os transgê-nicos, seja para os convencionais, ou os orgânicos. Num país da extensão do Brasil, nós temos espaço pra tudo, porém é preciso tratar disso, cientifi -camente, tecnicamente e, sobretudo, seriamente.

e, sobretudo, frequência no mercado. Às vezes o mercado oferece e você não tem como atender. Os obstáculos vêm desaparecendo graças à organização do fruticultor. Mas eu acredito que deve haver investimentos em tecnologia, na permanência no mercado e estabilidade de oferta garantida.

Revista Agrominas - Em relação ao mercado de café, hoje, o Brasil é con-siderado o maior produtor mundial e o segundo maior consumidor da bebida. Mas, atualmente, o cenário é de queda nos estoques de café em todo o mun-do e a previsão é de que a nova safra brasileira seja sufi ciente apenas para atender às necessidades brasileiras de exportação e consumo. O que os pro-dutores podem esperar diante dessas previsões? Há uma solução para esse cenário?

Roberto Rodrigues - Eu acho que o preço melhorou pra todo mundo. A ofer-ta e a demanda estão muito equilibradas. Já se teve uma renda melhor em 2010 e acredito que a renda deve ser boa, tam-bém, neste ano. É tempo de agregação de valor. O Brasil exporta 1/3 do café verde do mundo e menos de 3% do café torra-do e moído, ao passo que a Alemanha e a Itália não têm um pé de café plantado. Não adianta a gente querer torrar e moer, porque se não tiver um acordo comercial com os países, você não exporta o seu produto. Se não houver acordo comer-cial não se vai a lugar algum. O café che-ga ao porto e morre no porto. A cafeicul-tura tem encontrado nichos de mercado muito bons para os cafés gourmets, mas tem que buscar grandes acordos com a redistribuição na Europa e no Japão.

Revista Agrominas - Como se en-contra o atual panorama do setor de carnes, principalmente em se tratando das carnes bovina, suína e a de frango?

Roberto Rodrigues - Em relação à pecuária de corte, eu acho que ela tem

sofrido uma evolução impressionante, mas faltam estatísticas confi áveis. O IBGE destaca a existência no país de 172 milhões de cabeças de gado, mas há pessoas que falam em 200 milhões, uma diferença de mais de 30 milhões. Como se pode fazer uma política estra-tégica para a pecuária de corte se não se sabe nem quantas cabeças de gado se tem. Isso é um relaxo do Brasil e é ina-ceitável. Seria necessário que houvesse um levantamento rigoroso para tomar decisões adequadas. De qualquer for-ma, estamos tirando muito mais carne por hectare graças a uma tecnologia que vem evoluindo, não pra todo mundo, mas pelo menos, em termos de incidên-cia, muito mais.

A avicultura no país é um negó-cio fantástico. Nos últimos 20 anos, a produção de frango cresceu 360%. E, hoje, nós somos os maiores produtores de frango do mundo, mas há muito que crescer ainda, incluindo a suinocultura, onde somos, hoje, o 4º maior exporta-dor mundial. Temos tudo para crescer bastante e avançar, porém, é necessário priorizar a sanidade e rastreabilidade.

Revista Agrominas - O senhor acre-dita que os atuais mecanismos de desen-volvimento da bovinocultura leiteira têm sido sufi cientes para propiciar um au-mento e melhoria da qualidade de leite?

Roberto Rodrigues - Eu acho que o leite passa por três ou quatro questões di-ferentes. A primeira é a tecnologia, para aumentar a produtividade; a segunda é escala e a terceira é a agregação de valor. É necessário que se produza em escala e se industrialize. Parece que o Brasil está com o leite muito caro em relação ao lei-te do exterior e não remunera bem, e isso tem muito a ver também com a questão cambial. Então, é necessário tecnologia para aumentar a produtividade, escala para ter volume, cooperativa para se ter agregação de valor, e isso tudo deve ser cercado pela questão sanitária.

Foto: Centro de Agronegócios da FGV

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Quando se pensa em produção de leite com rentabilidade, os proprietários da Fazenda Esperança, a Marca W, são categóricos na defesa da raça Gir. Não é por menos que a criação de Gir Leiteiro acompanha a família desde 1970, quan-do o patriarca Wadson Rocha Coelho adquiriu a propriedade e registrou sua marca no rebanho. Com o falecimento de Wadson Coelho, aos 59 anos, genro e neto passaram a administrar os negó-cios e, hoje, dão continuidade ao traba-lho: Gilmar Selani da Silva, 50 anos, e Wadson Coelho Neto, 26 anos, respec-tivamente. Quem vê o lépido Gilmar a estampar em seu semblante o contenta-mento com os rumos que a propriedade vem tomando ao longo dos anos, não imagina que há pouco mais de um ano foi acometido pela abrupta perda da es-posa em um acidente.

De propriedade da MCV Chevro-let, a Fazenda Esperança está locali-zada no município de Tarumirim, há 8 km da cidade e há, aproximadamente,

40 km de Governador Valadares. Com o falecimento do patriarca, Gilmar, que antes se dedicava quase que ex-clusivamente à empresa da família, voltou sua atenção para a propriedade, fato que só trouxe avanços.

Há aproximadamente 12 anos, in-vestimentos em melhoramento genéti-co são concentrados na fazenda, o que vem garantindo a evolução do plantel. Inseminação Artifi cial, Transferência de Embriões e Fertilização In Vitro são bio-tecnologias aplicadas em todo o rebanho da fazenda. “Já fi zemos FIV em parceria com o SENAT em Belo Horizonte, mas um parceiro nosso que merece destaque é Chicão (Francisco de Souza Lima), grande criador de Gir de Uberaba que se dedicava à raça há 60 anos e veio a fale-cer no ano passado. Compramos nossos animais diretamente dele e tomamos co-nhecimentos das biotecnologias também através de Chicão. Juntamente com ele, fi zemos uma parceria com a Uniube e levamos nossas matrizes. Assim, conse-

guimos expor na Expoagro produtos de FIV”, afi rma Gilmar. O melhoramento genético da Marca W vai além da evo-lução do plantel. Os avanços se refl etem nos mais variados aspectos. “O empre-go de biotecnologias em nossos animais tem revelado ganhos para a propriedade e refl etido na qualidade do leite, na mão de obra e no custo, pois conseguimos di-minuir a mão de obra, reduzimos o custo e a lactação das vacas também melho-rou”, destaca Neto.

Ainda segundo Neto, a raça Gir con-quistou a família em decorrência da faci-lidade de adaptação do rebanho ao clima e a aptidão da raça para o leite. Com a estrutura disponível, inicialmente im-plantada pelo avô, deram continuidade ao trabalho. “Com relação à estrutura da fazenda, muita coisa mudou. Antes, o leite era tirado manualmente e, agora, já contamos com uma ordenha mecânica. Vários piquetes e baias foram construí-dos e a própria criação evoluiu”, garante.

A propriedade conta com aproxima-

Marca W

Gra

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Cri

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rio

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Criação de Gir Leiteiro é sinônimo de tradição e bons

lucros para os proprietários da marca que não abre mão da raça e de uma produção de leite efi ciente

Foto: Andressa Tameirão

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damente 1000 hectares de terra, onde se dedica à criação de Gir e Girolando num plantel de 100 cabeças de gado, sendo que 500 são de vacas. A proposta de Gilmar é investir ainda mais no plantel e aposta no Girolando, cuja criação teve início há aproximadamente quatro anos. Basicamente, o foco da fazenda se con-centra na venda de tourinhos e novilhas Girolando, além da produção de leite. A comercialização dos animais é feita em Governador Valadares, Ipanema e Cara-tinga. “O trabalho com a venda de tou-rinhos compensa a venda do leite, que se encontra com um preço baixo para os produtores. Os animais saem bem a partir do momento que eles começam a enxertar. Com dois anos e meio eles já começam a cobrir”, comenta Neto.

A profunda relação que Neto man-tém com o campo tem origem na infân-cia. Desde os 5 anos de idade, Wadson Neto acompanhava o avô no trabalho da fazenda. Isso se refletiu em sua atual formação. Prestes a se formar em Agro-nomia, ele pretende dar continuidade ao trabalho do pai e do avô e desde já atua na propriedade. As plantações de milho e silagem, bem como o sistema de irri-gação para as plantações, contam com o acompanhamento de Neto. Hoje, são 15 hectares de terra irrigada, utilizando irrigação por gravidade. Ele também faz o acompanhamento genético do gado e a aplicação de herbicidas na pastagem.

Peculiaridades da propriedade

A média de lactação das vacas da Marca W, a pasto e sem ração, fica em torno dos 12 litros, sendo que, diaria-mente, são tirados cerca de 1200 litros de leite. Para dar suporte à atividade, a propriedade conta com um tanque de resfriamento de leite com capacidade para 2500 litros.

A primeira cria dos animais se dá aos três anos de idade e as vacas conseguem produzir leite até os 15 anos. Para a pro-

Gilmar Selani ao lado do amigo e parceiro em grandes empreitadas, Francisco Lima, o Chicão. O encon-tro aconteceu na Expozebu, em Uberaba

Wadson Neto, filho de Gilmar, acom-panha todo o trabalho desenvolvido na propriedade. Ainda neste ano, Neto se forma em Agronomia

O Grande Campeão da Raça Gir da Expoagro 2009 de Gov. Valadares pertence a Marca W

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Andressa Tameirão

Foto: Arquivo Pessoal

Fotos: Andressa Tameirão

dução de leite, os animais da fazenda en-tram em produção com dois anos e meio.

Os proprietários da Marca W parti-cipam há cinco anos da Expoagro de Governador Valadares, levando animais

para julgamento da raça Gir. Em 2011, a Marca W irá participar pela primeira vez do concurso leiteiro e seus proprietários almejam levar animais da raça Girolan-do para julgamento no evento deste ano.

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Os animais da Marca W são criados a pasto e, durante o período de seca, a alimentação é reforçada com ração e si-lagem de milho. O milho é cultivado na própria fazenda e atualmente, a proprie-dade possui pés de milho recém planta-dos, além de maquinário para a colheita e fabricação da ração. Para o sucesso desse trabalho, a propriedade é privile-giada quanto à quantidade de água dis-ponível, que se encontra em abundância nas terras. Mas não se pode esquecer também do capital humano da fazenda, que constitui a base para a execução dos trabalhos. “Hoje, nós contamos com 12 funcionários, sendo que seis fi cam res-ponsáveis pela parte do leite e seis na pastagem, roçando, limpando e fazendo a manutenção. Existem funcionários que estão na fazenda há aproximada-mente 25 anos e moram aqui. Contamos também com a assistência técnica de veterinário e já tivemos assistência de um agrônomo”. Nem mesmo as chuvas prejudicaram os trabalhos realizados na fazenda. “Agora, no início deste ano, as estradas da região fi caram um pou-co ruins, mas não ao ponto de prejudi-car o transporte do leite. Não temos do que reclamar. O que queremos agora é continuar investindo no Gir Leiteiro que tem nos dado resultados bastante positi-vos”, enfatiza Neto.

Principais doadoras da Fazenda Esperança (Marca W)

Plantação de milho. Neto faz o acompanhamento do planti o e uti liza o produto como ração

Foto: Arquivo Pessoal

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Rica em vitamina C e licopeno, a goiaba

vem gerando empregos e garantindo renda

para produtores de Conselheiro

Pena. O fruticultor Milton Ramos vem conquistando cada

vez mais o mercado da região e assegura que

a dedicação ao plantio da fruta é garantia de

sucesso no ramo

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A colheita da goiaba é realizada durante todo o ano e deve ser feita manualmente

Do hortifruti à goiaba. Quem conhe-ceu Milton Ramos de Oliveira aos seus 11 anos de idade já poderia inferir que o jovem trabalhador, natural de Caratinga, não abandonaria a sua profunda relação com a terra. O aprendizado veio com a labuta diária na produção e comerciali-zação de hortifrutis, juntamente com a família. O Ceasa de Caratinga era ponto certo de passagem do garoto que ainda nem sequer almejava um dia ter a sua própria marca.

O Ceasa de Vitória e Belo Horizonte também já foram destino de Milton, no período em que trabalhou como com-prador de hortifruti para uma rede de su-permercados. Essa fase perdurou em sua vida por cinco anos. Com experiência na produção de milho verde e quiabo, que eram comercializados por ele em Gover-nador Valadares, Milton deu o pontapé inicial para o seu futuro negócio como empreendedor. “Em 2003, fui chamado para trabalhar na Fazenda Manoel Ca-lhau como responsável por uma turma, no plantio de goiabas. Mas as pessoas que produziam goiabas naquele mo-mento resolveram parar com o negócio, e foi a partir daí que eu resolvi arrendar as terras e continuar cuidando do plan-tio. Hoje, dispomos de uma área total em torno de 11 hectares, sendo que 15% da produção são repassados para o dono da propriedade”, afi rma.

A escassez de mão de obra para a produção de hortifrutis, aliada à falta de perspectivas para o negócio, transformou-se em metas de produ-ção, quando Milton se voltou para a comercialização de goiabas. Com a possibilidade de mecanizar a produ-ção e diante de uma atividade em que caberia uma mão de obra mais enxuta, a goiaba se tornou a oportunidade de ouro para quem fez da fruticultura sua vida. A marca Só Goiaba, de proprie-dade de Milton Ramos, trabalha com a produção de goiabas de mesa com polpa vermelha, a Cortibel. Segundo

o produtor, a propriedade produz três qualidades da fruta, sendo algumas voltadas para o consumo à mesa e ou-tras com aptidão para a fabricação da goiabada cascão.

Com uma vida útil de 20 a 30 anos, a goiaba pode representar uma boa ren-tabilidade para o produtor. Mas para isso é necessário cuidados especiais com os pés e o emprego de tecnologias adequa-das. A propriedade conta com diversas máquinas, trator, bombas de irrigação e de pulverização para facilitar e agilizar a produção, mas vale ressaltar que a co-lheita é feita manualmente. Os primeiros pés foram plantados em 2000 e, hoje, a

propriedade possui 3200 pés de goiabas em terras irrigadas.

Quem atua no mercado de goiabas e tem um foco centrado no mercado de mesa, pode garantir várias colheitas ao longo do ano. Para tanto, é necessário que as podas dos ramos sejam feitas em épocas diferentes. Segundo Milton, a re-novação dos pés se faz mediante a poda, e os ramos só darão frutos dentro de sete a oito meses. ”Os pés de goiaba cultiva-dos aqui podem chegar até 2 m de altu-ra. Quando termina a colheita, é feita a poda. Depois de sete a oito meses, vem a colheita de novo. O interessante para nós é podar os ramos no frio, porque é o perí-

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A propriedade de Milton trabalha com a produção de goiabas vermelhas voltadas para a mesa

Durante todo o ano, são empregados na fazenda nove funcionários para fazer a colheita da fruta

odo em que a produção cai. Assim, con-seguimos ter em torno de uma colheita e meia ao ano, tirando aproximadamente 240 toneladas de goiaba. Um pé de goia-ba produz em torno de 200 frutos e, em nossa propriedade, priorizamos menos frutas por pé para evitar que elas fiquem miúdas, o que pode prejudicar a comer-cialização”, esclarece o produtor.

Apesar do consequente aumento da produção durante o verão, a colheita, nesse período, exige maior mão de obra e, em decorrência das chuvas, é comum o ataque de insetos aos frutos. Isso re-presenta um prejuízo para o produtor quando a situação não é administrada adequadamente. “O gorgulho é uma das piores pragas da goiaba, que é aquela larva branca conhecida pelos aprecia-dores da fruta. Essa larva é comum na época das chuvas. Para evitar o surgi-mento dessas pragas, fazemos a pulveri-zação dos pomares com inseticida e nos preocupamos também em fazer uso de inseticidas orgânicos. Atualmente, con-tamos com uma empresa de Ribeirão Preto que nos fornece esse produto à base de componentes orgânicos”, expli-ca. Milton alerta que a aplicação dos de-fensivos agrícolas deve ser feita 40 dias antes da colheita, com carência máxima de 21 dias. Segundo ele, o estágio mais complicado em relação ao crescimento do fruto é o que a goiaba se encontra do tamanho de uma azeitona. É nesse perí-odo que as pragas atacam.

O plantio da goiaba se faz basica-mente da mesma maneira como a de qualquer outra fruticultura, mas exis-tem cuidados especiais que devem ser tomados durante o plantio da cultivar. Regiões com muita chuva favorecem o desenvolvimento da fruta, mas é neces-sário que se faça o plantio em áreas de boa luminosidade. A análise de solo é indispensável assim como a adubação, que deve ser feita durante todo o ano, mas é no período chuvoso que a adu-bação deve ser priorizada, pois esse é o

Foto: Andressa Tameirão

Foto: Andressa Tameirão

momento em que a planta consegue ab-sorver mais os nutrientes indispensáveis para o seu crescimento. Na propriedade de Milton Ramos, todo o ano é feita uma programação para a colheita. Segundo o produtor, colhe-se uma média de 200 pés a cada trinta dias.

O produtor rural assegura que a re-gião de Conselheiro Pena possui um clima favorável ao plantio de goiabas. A comercialização do produto é fei-

ta em sua maior parte no Vale do Aço, com uma pequena distribuição no Vale do Rio Doce. Hoje, o quilo da goiaba está sendo comercializado na região por R$1,00. Para que essa logística dê certo e o produto chegue ao mercado fresqui-nho e em boas condições de consumo, Milton conta com o trabalho de nove funcionários que atuam na colheita, poda e na adubação dos pés. Já a parte da distribuição fica por conta do produtor,

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sua esposa e sogro. Assim, o produtor de goiabas garante emprego para seus funcionários o ano todo. Ele assegura que a dedicação é o segredo para uma produção lucrativa. “Aqui na região, a gente consegue produzir mais porque há dedicação no que fazemos. Quanto mais se investe, mais se consegue produzir em quantidade e qualidade”. E com ta-manho desempenho e sucesso na em-preitada, o produtor não tem nenhuma pretensão em parar e afi rma que o seu lugar é na fruticultura. “A experiência na produção de goiabas é gratifi cante. Já investimos bastante e este é o momento de colhermos os bons resultados. Con-tamos com uma área nova e possuímos pés de goiaba pequenos ainda. Eu espero que dentro de dois a três anos, sejamos bem gratifi cados. A fruticultura oferece um preço mais estável. Não é igual aos hortifrutis, onde há um sobe e desce de preços. Além disso, ela nos dá a possi-bilidade de programar a colheita. Eu me sinto realizado no que faço”, garante. O emprego de tecnologias é fundamental para agilizar e facilitar o planti o e colheita das goiabas

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A Tristeza Parasitária dos Bovinos (TPB), comumente co-nhecida como tristezinha, mal triste, piroplasmose, dentre ou-tros nomes, é um complexo de

doenças causadas pelos agentes etiológi-cos: Anaplasma marginale, Babesia bo-vis e Babesia bigemina. Transmitidas por carrapatos e moscas hematófagas (como a mosca-do-chifre), constitui-se fator li-mitante ao desenvolvimento da pecuária.

As perdas econômicas são devido à mortalidade, redução na produção de lei-te e carne, custos de tratamentos e medi-das de controle, além do atraso no desen-volvimento dos animais.

Na anaplasmose, após o período de incubação que varia de 21 a 30 dias, os animais apresentam:

- Temperatura corporal elevada, va-riando entre 39 a 41°C; Anorexia (falta de apetite), constipação e taquicardia; Anemia; Icterícia. Vacas em período de lactação apresentam repentina queda na produção e animais gestantes podem abortar, devido a anóxia fetal.

Na babesiose, o período de incuba-ção varia de 08 a 12 dias e os animais apresentam:

- Temperatura corporal elevada, va-riando de 40 a 42°C; anorexia; anemia e icterícia; hemoglubinúria (urina averme-lhada); fezes com estrias de sangue; sin-tomatologia nervosa nos casos de infec-ções por B. bovis, devido à formação de trombos no sistema nervoso central. Os animais podem apresentar agressividade ou apatia extrema, paresia e convulsões.

Na fase aguda da TBP, o diagnóstico laboratorial é imprescindível para a iden-tifi cação do agente envolvido. O exame recomendado é o esfregaço sanguíneo, com sangue capilar colhido na ponta da cauda, corado pelo método de Giemsa.

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Tristeza Parasitária Bovina* Por Marcelo Cabral

No mínimo, 40 campos microscópicos devem ser examinados para determina-ção da parasitemia.

O diagnóstico clínico é relativamente fácil, já que a doença tem sintomas bas-tante específi cos, como: Anemia, anore-xia (falta de apetite), apatia (animal de cabeça baixa, letárgico, sem energia), além da respiração ofegante numa fase mais avançada até a completa prostração.

Como não se tem, muitas vezes, o tem-po nem os recursos necessários para se fa-zer o diagnóstico laboratorial, o tratamento é baseado no diagnóstico clínico, portanto não se saberá se a infecção é causada por um ou outro agente, ou mista, por mais de um dos agentes. O tratamento, neste caso, deve ser feito para se combater ambos, tan-to a Babesia quanto o Anaplasma.

O sucesso dos tratamentos de bovi-nos com TPB depende da rápida iden-tifi cação dos animais doentes e escolha adequada da droga a ser utilizada.

Quando não se tem o diagnóstico di-ferencial dos agentes da TPB, deve-se utilizar uma droga que tenha ação contra Babesia e Anaplasma ou a associação de drogas específi cas para cada agente.

Produtos à base de Imidocarb inje-tável são drogas de ação rápida e satis-fatória que apresentam atividade contra Babesia bigemina, B. bovis e Anaplasma

Fig.2- Eti olo-gia dos surtos de tristeza parasitária bovina diag-nosti cados no LRD de 1978-2005

Infestação por carrapato (Rhipicephalus microplus / Boophilus microplus)

Infestação por mosca-de-chifre (Haematobia irrritans)

marginale; devendo ser utilizado 1ml / 40 kg PV via subcutânea em dose única. Pode-se usar ainda produtos com asso-ciações de Oxitetraciclinas + Diminaze-no, que também atuam sobre todos os

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Figura 1

Figura 2

Figura 1 e Figura 2: Mucosas anêmicas

Animal desidratado e prostrado

agentes causadores da doença. Para o tratamento das babesioses, a

dose de Imidocarb injetável recomen-dada é 1ml / 100 kg PV via subcutânea. Também pode ser utilizado o Diminaze-no, na dosagem de 1 ml / 20 kg PV, intra-muscular, em dose única.

Para tratamento de casos de ana-plasmose, a dose de Imidocarb injetável recomendada é 1 ml/40 Kg, via subcu-tânea. Os antibióticos à base de Oxite-traciclina podem ser também utilizados para o tratamento de infecções por A. marginale, em dose única de 1 ml / 10 kg PV, intramuscular.

Em associação ao tratamento es-pecífi co, recomenda-se a utilização de tratamento suporte, visando o restabele-cimento das funções vitais dos animais enfermos. Em casos extremos, a transfu-são sanguínea é necessária.

Cuidados de suporte como propor-cionar repouso, sombra, alimentação e água fresca são importantes.

A Quimioprofi laxia, ou prevenção, é excelente medida de controle da tristeza parasitária.

Esta consiste na aplicação de doses terapêuticas de um produto de atividade conhecida e específi ca contra o agente que se quer controlar. Isso possibilita o desenvolvimento da imunidade ativa.

Para a quimioprofi laxia da TPB, tem-se empregado o Imidocarb com re-sultados satisfatórios. Trabalhos têm de-monstrado que a aplicação preventiva de Imidocarb protege bovinos desafi ados a campo. Animais que permanecem por longo período de tempo confi nados na ausência de carrapatos (bezerreiros, free-stall, etc) devem receber uma aplicação de Imidocarb ao serem expostos em áre-as infestadas por carrapatos.

Para se conseguir um bom controle da TPB, deve-se seguir os seguintes passos:

- Garantir uma boa transferência de imunidade passiva (colostral) aos bezer-ros recém-nascidos;

- Garantir uma exposição controlada

dos bezerros à população de vetores, sob proteção, enquanto os mesmos estiverem sob proteção de imunidade passiva;

- Oferecer boas condições para que os animais desenvolvam imunidade pró-pria, particularmente, com uma nutrição adequada e o controle de doenças conco-mitantes (infecciosas e parasitárias);

Recomendação: Consulte sempre um Médico Veterinário.

* Médico Veterinário. Texto adaptado de Emerson Alva-

renga. Contém informações do Manu-al Técnico Tristeza Parasitária Bovina – Schering Plough Coopers 2003.

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Os pneus proporcionam desempe-nho, economia e conforto à rodagem de veículos. Mas com a sua crescente pro-dução e desgaste ao longo do tempo, o descarte do material se tornou um pro-blema. Hoje, a reforma de pneus se tor-nou uma solução economicamente viá-vel e ecológica, visto que esse recurso pode prolongar a vida do pneu, com um custo que chega a ser 75% mais barato em relação a um pneu novo, e o que é melhor, sem agredir ao meio ambiente.

De acordo com a Associação Brasi-leira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), a reforma de um pneu utiliza em média 1/3 da quantidade de petró-leo usada na fabricação de um novo. Ou seja, cada reforma representa uma economia de 57 litros de petróleo em pneus de carga e ônibus. No caso dos pneus de passeio, a economia chega a 17 litros. Mais do que economia, os pneus reformados possuem o mesmo desem-penho de um pneu novo de acordo com testes de laboratórios e representam uma menor quantidade de pneus no mundo, evitando o despejo inadequado, que po-deria resultar na queima do material com a liberação de monóxido de carbono na atmosfera ou depósito de água para o mosquito da dengue.

O T.W.I. é um indicador de desgaste dos pneus, que indica o limite para a re-tirada do pneu de uso. Assim, o resíduo mínimo da banda de rodagem exigido

por lei (Resolução nº 558/80 do Con-tran) e indicado pelo T.W.I. é de 1,6 mm. E isso garante a continuidade da vida dos pneus. “Abaixo desse resíduo míni-mo, o usuário desse pneu está sob risco porque a aderência do pneu com o asfal-to diminui. Outro ponto é que, quando você tira o pneu com esse 1,6 mm, você está dando condições para que ele seja reformado. Na realidade, nós não quere-mos obrigar ninguém a reformar pneu. A questão é a seguinte: vamos supor que uma pessoa vai trocar os seus quatro pneus numa loja. Se ela os tirar na hora certa, essa pessoa vai permitir que outras com menos condições do que ela use o pneu reformado e com a garantia do Immetro. Já temos o selo do Immetro há dois anos e destaco que o processo evo-

luiu com o tempo. No início, a empresa produzia cerca de 10 pneus por dia, pois a técnica ainda era um tanto artesanal. Hoje, a gente consegue produzir até 150 pneus”, explica o engenheiro agrônomo e diretor administrativo da Reformadora Belo Vale, Iranelson Nunes Coelho.

Com uma indiscutível atração por reciclagem, Iranelson, aos seus 47 anos dedica 22 deles à empresa, onde procu-ra aplicar ações ambientalmente susten-táveis. O engenheiro agrônomo garante que a atitude vale a pena, além de ser economicamente viável. “O maior erro dos empresários é pensar que investir no meio ambiente é caro. Realmente se tem, no início, um gasto, mas ele se paga facilmente. Além de reciclar, você eco-nomiza ao recapar os seus pneus. Muitas

Pneus: na mira da reciclagem

Necessário aos transportes, os pneus se tornaram uma preocupação quando o assunto é o descarte

desses materiais. A boa notícia é que o reaproveitamento de pneus é possível

Iranelson Nunes Coelho, engenheiro agrônomo e diretor administrati vo da Reformadora Belo Vale

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prefeituras não sabem que podem refor-mar pneus e garantir essa economia. Só para se ter uma ideia, numa licitação para a Prefeitura de Coluna, o valor total dos pneus reformados fi cou em torno de R$ 80.770,00, enquanto os pneus novos po-deriam chegar ao valor de R$192.905,00, de acordo com orçamentos feitos. Hoje, falta muita informação, e a durabilida-de do pneu reformado é praticamente a mesma de um novo. Pneus reformados são mais baratos e reúnem as mesmas ca-racterísticas de segurança e desempenho de pneus novos”, afi rma.

De uma ameaça, os pneus considera-dos inservíveis podem se tornar grandes aliados do meio ambiente. Quando os pneus, por algum motivo, não são passí-veis de reforma, existem diversas formas de se aproveitar o material. Muros de ar-rimo, barragens, contenção de encostas, represas e até mesmo pontes e hortas são alguns dos exemplos em que o pneu pode ter aplicabilidade. Na própria empresa do engenheiro agrônomo pode-se encontrar um muro de arrimo feito com, aproxima-damente, dois mil pneus. “Para dar fi m ecologicamente correto ao pneu, a Belo Vale apostou na construção de muros de arrimos à base de pneu e terra, nas mar-gens da empresa. Em Belo Horizonte é possível encontrar um muro desses com quase 5 m. Contamos também com uma horta própria, onde o plantio é realizado com o suporte de capas de pneus. Além disso, o pó raspado na reforma de pneus é armazenado e vendido para empresas que têm licenciamento ambiental. Do pó que sobra da raspagem de pneus fabrica-se vários artefatos de borracha, como ta-petes”, destaca.

São inúmeras as soluções para quem deseja fazer uma destinação correta de pneus. Há quem invista na construção de cochos ou até mesmo na construção de pontes, como fez o tio do engenheiro agrônomo Iranelson.

Hoje, também já existem fábri-cas que trituram a borracha dos pneus

Foto: Andressa Tameirão

Foto: Arquivo Belo Vale

Foto: Arquivo Belo Vale

Cadeiras construídas a parti r de pneus inservíveis. Pneus inteiros podem servir de mesa

A bandagem do pneu também pode ser úti l na construção de hortas, atuando como suporte

Muro de arrimo com 5m construído no Anel Rodiviário de Belo Horizonte por uma empresa

para reaproveitamento e, inclusive, o pó de pneu já vem sendo utiliza-do nos chamados asfaltos ecológicos em diversas estradas do país. Os es-pecialistas na área garantem que o asfalto-borracha é mais resistente e

de boa durabilidade, além de garantir uma melhor aderência entre o pneu e o asfalto. Diante desse quadro e com tantos recursos disponíveis para rea-proveitamento, não faz sentido aban-donar os pneus de forma leviana.

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acadêmica. “Primeiramente, é necessá-rio gostar do que faz. Acho que é uma premissa de toda profi ssão. Posterior-mente, buscar uma boa universidade para realização do curso, mas, sobretu-do a escola não faz o profi ssional, quem faz é ele mesmo, com dedicação plena na busca do conhecimento. E uma coi-sa que aprendi nesses oito anos de tra-balho é que não existe teoria e prática, mas sim conhecimento e experiência”, garante Humberto.

“Acredito que o mercado ainda desconheça o potencial do Zootecnista. É uma profi ssão de

vanguarda que foca a produção animal e suas interrelações como nenhuma outra das ciências agrárias e biológicas”, afi r-ma o zootecnista Humberto Filho, que defende categoricamente a profi ssão que fez dele um profi ssional realizado e, aci-ma de tudo, capacitado.

Natural de Vitória (ES), a caminha-da profi ssional de Humberto teve início aos 18 anos, quando saiu de sua cidade natal e partiu para Viçosa (MG). Nessa cidade é que ele deu os seus primeiros passos em sua carreira profi ssional. Humberto Filho ingressou na Univer-sidade Federal de Viçosa, em 1996, e neste período, procurou usufruir ao máximo das oportunidades que a vida acadêmica oferecia. E não parou por ai. Após a formação no curso de Zoo-tecnia, Humberto fez Mestrado em Nutrição de Ruminantes pela UFV e se especializou em Produção Animal pela ESALQ/USP. “Na pós-graduação, tive a oportunidade de conhecer e exercer a pesquisa. Mas gostaria de ressaltar que o agronegócio brasileiro deve muito aos pesquisadores das universidades e insti-

tuições de pesquisa. Sem eles, não con-seguiríamos chegar onde chegamos”, argumenta o profi ssional.

Com o término da graduação e mes-trado, Humberto Filho retornou para Vitória, onde conseguiu o seu primeiro emprego nas Fertilizantes Heringer S.A. Hoje, o profi ssional é casado e permane-ce na empresa desde 2002, quando in-gressou, atuando na área de intensifi ca-ção de pastagens. “Apesar de trabalhar na mesma empresa desde a saída da aca-demia, tenho as mais diversas experiên-cias profi ssionais. Inicialmente, a visão do profi ssional que trabalha na empresa privada. Trabalhar na iniciativa privada requer muito mais do que conhecimento técnico. Além da necessidade real dos cumprimentos de metas, o profi ssional moderno tem que ser multidisciplinar, ou seja, ter criatividade, estar atento às novidades, capacidade de liderança e sa-ber se relacionar com as pessoas. Acho que é o que o mercado chama de inteli-gência emocional”, enfatiza.

Com um trabalho focado na difusão de tecnologias e pesquisa, e aplicação de fertilizantes na pecuária, Humberto Filho acredita que para ser zootecnista é necessário mais do que uma formação

Humberto Filho: pesquisa e experiência profissional andam lado a lado na

carreira do zootecnistaFoto: Arquivo Pessoal

Gostaria de ressaltar que o agronegócio brasileiro deve muito

aos pesquisadores das universi-dades e instituições de pesquisa.

Sem eles, não conseguiríamos chegar onde chegamos.

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Se hoje o produtor rural de Minas Gerais possui representatividade e conta com apoio e fomento em sua atividade, muito se deve aos vários anos de trabalho da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) em defesa da classe. A SuperAgro Mi-nas, realizada em parceria com a SEA-PA (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), com o IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) e com o Sebrae Minas, deu força à classe, reunindo diversos outros eventos em um só lugar. O Dia do Produtor Rural tam-bém não passa em branco e para marcar esse dia, produtores e empresas são ho-

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FAEMG: O fortalecimento da agropecuária mineira passa por aqui

menageados na Solenidade de Entrega da Medalha do Mérito Rural. Além des-ses, diversos outros eventos relacionados aos projetos de capacitação, bem como treinamentos e reciclagens para presiden-tes de Sindicatos e Executivos Sindicais, e palestras sobre vários temas, garantem um respaldo constante aos produtores e a certeza de que não estão sozinhos na constante busca pelo fomento da ativida-de que desenvolvem.

De um dissabor, a solução!

A partir de um problema fi nanceiro por parte dos produtores rurais, foi sus-

citada a criação de um órgão que atuaria em defesa desses produtores e, partindo de um modelo associativista, o órgão foi ganhando forma ao longo dos anos até assumir um modelo sindicalista.

Essa história tem início na década de 40, quando o governo federal lan-çou uma campanha nacional para pro-mover o melhoramento genético do gado brasileiro. Para isso, os produto-res rurais foram incentivados a com-prar gado Zebu através de uma linha de fi nanciamento, mas o que era para ser um chamariz para os produtores se tornou uma verdadeira dor de cabe-ça. Sem orientação técnica e um bom

Reunião da diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais. A reunião aconteceu em Julho de 2010

Foto: Arquivo FAEMG

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esquema de controle, os produtores adquiriram gado de menor qualida-de, tiveram problemas com as vendas dos bezerros produzidos e não conse-guiram cumprir seus compromissos financeiros. Diante da situação, os produtores viram a necessidade de se unirem. A questão foi tratada no I Congresso de Classes Produtoras, re-alizado em 1951, em Araxá. No even-to, Josaphat Macedo sugeriu às lide-ranças rurais a criação da Federação das Associações Rurais do Estado de Minas Gerais (FAREM). Assim, no dia 7 de julho de 1951, a FAREM foi fundada com a presença de 23 asso-ciações rurais e a primeira grande par-ticipação da entidade como porta-voz da agropecuária mineira foi durante a III Conferência Rural Brasileira.

Em relação à situação dos pecua-ristas, o governo federal reconheceu o problema e decretou a moratória, co-nhecida como “moratória do boi”, e a FAREM, por sua vez, integrou-se às articulações políticas para o encami-nhamento de uma solução para a crise.

A FAEMG só veio a surgir em 28 de dezembro de 1965, quando a As-sembleia Geral Extraordinária da FA-REM se reuniu, em Belo Horizonte, transformou o estatuto da Federação das Associações Rurais de Minas Gerais e o adaptou à nova legislação sindical. Assim, a Federação da Agri-cultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais surge como uma instituição privada, com o propósito de represen-tar os Sindicatos e produtores rurais de Minas Gerais. Além da representa-ção dos produtores diante dos órgãos públicos, como já fazia o sistema as-sociativista, o sindicalismo permitiu a representação da classe nas conven-ções coletivas de trabalho; a represen-tação classista na Justiça do Trabalho; a consolidação do sistema sindical patronal (Sindicatos – Federações – Confederação); e a legitimação da re-

Projeto Balde Cheio: Programa de Desenvolvimento Integrado da Pecuária Lei-teira da Embrapa Pecuária Sudeste, coordenado no Estado pela FAEMG.

Programa Café+Forte: uma iniciativa conjunta da FAEMG, SENAR/MG, INAES e SICOOB CREDIMINAS, que busca disseminar os conceitos e, principalmente, a prática da gestão de custos entre os cafeicultores mineiros.

Programa de Formação de Novas Lideranças Rurais: uma iniciativa da FAEMG e SENAR MINAS com o objetivo de fortalecer a representatividade da classe rural.

Programa FAEMG ITINERANTE: a FAEMG vai até os municípios prestar seus serviços.

Programa Campo Futuro: uma iniciativa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) apoiada no Estado pela FAEMG. O programa pretende treinar lideranças rurais para o gerenciamento de pro-priedades e participação no Mercado Futuro de commodities agrícolas. Pri-meiro, painéis informativos auxiliam no cálculo dos custos de produção e no acompanhamento da gestão e da rentabilidade de cada atividade. Em seguida, é formado um banco de dados com os custos de produção de cada região. As informações reunidas servem, então, de suporte para a participação dos pro-dutores na bolsa de valores. São publicados materiais informativos setoriais e relatórios. Iniciado em 2007, o programa se desenvolve em duas frentes: o Curso Gestão de Custos e Riscos e o sistema de informações Ativos do Campo. É resultado de uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), CNA e Bolsa de Mercados e Futuro (BM&F). (Fonte: CNA)

Programa de Inclusão Digital Rural: uma iniciativa da CNA apoiada pela FA-EMG. Oferece aos trabalhadores, produtores e suas famílias, o conhecimento necessário para o uso adequado e eficiente das tecnologias da informação, democratizando o acesso ao mundo digital por meio do site www.canaldo-produtor.com.br.

Programas desenvolvidos pela FAEMG

presentação dos produtores junto aos poderes públicos. O primeiro presi-dente da FAEMG foi o próprio Josa-phat Macedo, que liderou a formação da antiga FAREM, permanecendo no cargo de 1951 a 1969.

Na prática

A FAEMG é o órgão responsável pela representação coletiva da clas-se dos produtores rurais e Sindicatos frente aos órgãos governamentais, câmaras setoriais, comitês e conse-lhos afins, com o objetivo de defen-der os interesses coletivos da classe. Encontra-se também, à disposição de

seus associados, serviços nas áreas jurídica, econômica, sindical, con-tábil, meio ambiente, dentre outros, que amparam o produtor em sua ati-vidade. O trabalho da entidade é sub-sidiado por Comissões Técnicas, for-madas por produtores representativos de cada setor. As Comissões acompa-nham os fatos políticos, econômicos e tecnológicos relacionados com os segmentos produtivos. Cabe a FAE-MG também a formação profissional da mão-de-obra rural e a promoção social do cidadão que mora no cam-po, através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas), entidade vinculada a FAEMG.

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a FAEMG, o Estado possui cerca de 400 mil produtores rurais, e a grande maioria destes é filiada aos Sindicatos Rurais. O fato é que o Sistema Sindi-cato Rural de Minas Gerais representa todos os produtores rurais, sejam eles filiados aos Sindicatos Rurais ou não.

Estrutura e manutenção

Já passaram pela diretoria da FAE-MG sete presidentes: Josaphat Macedo (1951-1969); José Álvares Filho (1969-1981); Edilson Lamartine (1981-1984); Antônio Ernesto (1984-1990); Odelmo Leão Carneiro (1987-1988), que assu-miu para que Antônio Ernesto assumisse a CNA; Gilman Viana Rodrigues (1990-2005) e o atual presidente, Roberto Si-mões, que assumiu em 2006. Hoje, a di-retoria é composta por 45 pessoas, sendo um presidente, 15 vice-presidentes, dois diretores-secretários, dois diretores-te-soureiros, 19 suplentes da diretoria, três conselheiros fiscais e três suplentes do conselho fiscal. Além disso, compõe a estrutura da entidade 51 funcionários. Desde 1968, a FAEMG conta com sede própria, ocupando três andares, onde

Ao longo de sua história, a Federa-ção da Agricultura e Pecuária do Esta-do de Minas Gerais ganhou destaque mediante diversas ações tomadas em sua atuação. Segundo informações da Assessoria de Comunicação da FAE-MG, no final da década de 1950, a en-tidade liderou e obteve vitória na mo-bilização de toda classe rural mineira, que se viu ameaçada pela despropor-cional elevação do imposto territorial rural. Em 1970, a FAEMG consolidou sua posição no país promovendo em Poços de Caldas, o 3° Congresso Na-cional do Café. O evento teve a pre-sença de dois mil produtores rurais. A entidade ganhou um maior fôlego com a criação do Senar Minas, em 1993. A proposta da entidade com a criação do Senar era disponibilizar treinamento e aperfeiçoamento aos produtores, tra-balhadores rurais e familiares.

Em 1970, a FAEMG apostou na renovação dos cafezais com o plantio racional da lavoura, que contou com o apoio de financiamentos do gover-no. Nos anos seguintes, o Estado de Minas Gerais se tornou o principal Estado produtor de Café. Também na década de 70, a Federação propor-cionou fomento à produção de leite, através de um incentivo à criação da Associação da Campanha Educativa do Leite (Acel), unindo produtores e industriais com o objetivo de au-mentar o consumo de leite. A carne também teve o seu lugar nesse cená-rio. Em setembro de 2000, a FAEMG sediou o XIII Congresso Mundial da Carne como parte da estratégia de di-vulgação da carne brasileira no mer-cado internacional. Realizado pela primeira vez na América Latina, o evento reuniu quase mil participantes. Em 2010, quase duas mil pessoas de 28 países puderam prestigiar o maior evento lácteo da América Latina, em Belo Horizonte: o 11° Congresso Pan-Americano do Leite. O evento foi uma

realização da FAEMG e da Federação Pan-Americana do Leite (Fepale).

Parcerias, convênios e associados

A Federação da Agricultura e Pecu-ária do Estado de Minas Gerais mantém convênios com diversas instituições parceiras com o objetivo de viabilizar treinamentos, capacitações e informa-ções aos Sindicatos Rurais e produtores, bem como o financiamento de estudos e projetos. Mas a FAEMG reconhece que os Sindicatos Rurais são os seus verda-deiros parceiros, estabelecendo a ponte entre a Federação e os produtores rurais, sem contar a parceria com a CNA, que constitui a entidade máxima de represen-tação do setor.

O sistema FAEMG funciona da seguinte forma: os produtores rurais se filiam aos Sindicatos e estes são fi-liados à Federação. Ao todo, são mais de 700 municípios do Estado cobertos pelo Sistema Sindical Rural, sendo que 385 sindicatos são associados à entidade, sem contar outros 300 mu-nicípios que constituem extensões de base destes sindicatos. Hoje, segundo

Em destaque na foto, o fundador e primeiro presidente da FAREM, Josaphat Macedo

Foto: Arquivo FAEMG

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qualquer outra atividade. “Nossa função principal é representar os produtores, defendendo as políticas mais adequadas ao setor. O estímulo decorre do maior ao menor êxito de nosso trabalho. Di-fi culdades são parte de uma rotina. O produtor está submetido a uma certa insegurança jurídica, principalmente na área ambiental. A superação das difi cul-dades passa pelas atividades descritas na resposta da pergunta anterior e, princi-palmente, no esforço que fazemos para unir a classe em torno dos Sindicatos e da Federação. A diversifi cação da agro-pecuária minimiza as crises setoriais e esse é um ponto forte de Minas Ge-rais. Procuramos incentivar através de demonstrações práticas de que esse é o caminho certo, num Estado tão diferen-ciado regionalmente, em clima, solo e topografi a”, destaca o presidente.

também está instalado o Senar Minas, que ocupa dois andares. Para manter tamanha estrutura e quadro de profi ssio-nais, a entidade recebe recursos da Con-tribuição Sindical Rural, um tributo, com base constitucional, na CLT e no Decre-to-lei 1.166.

Atual gestão

Filiado à entidade desde 1978, Ro-berto Simões está em seu segundo mandato na FAEMG, assumindo ao longo da carreira outras funções na en-tidade, como a de diretor-secretário e também de chefe do departamento eco-nômico. Natural de Paraopeba (MG), o atual presidente é produtor rural desde 1966, fato que contribui no sentido do presidente entender os anseios da clas-se. “Trabalho com a produção de gado

de corte e silvicultura no município de Curvelo e em minha gestão, coloquei como prioridade, a interiorização da FAEMG, com aproximação efetiva dos Sindicatos fi liados, por parte da presi-dência, da diretoria, e das diversas As-sessorias, através de cursos e palestras. Destaco ainda o programa ‘FAEMG Itinerante’, que leva a determinado Sin-dicato, de uma só vez, toda a estrutura de atendimento da Federação. Além disso, o diálogo com as autoridades governamentais, para conseguir o aten-dimento às reivindicações da classe, é uma atividade constante, envolvendo inclusive o poder legislativo, objetivan-do adequar as leis junto aos interesses do setor rural”, afi rma Roberto Simões.

Como presidente, Simões procura estimular sempre os associados, apesar das difi culdades que encontra, como em

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Cad

erno

Téc

nico

Tiago Goulart Petrolli², Luiz Fernando Teixeira Albino³, Horacio Santiago Rostagno³

¹Parte da tese de mestrado do primeiro autor, financiada pelo CNPq²Mestre em Nutrição e Produção de Monogástricos do Programa de Pós-Graduação

em Zootecnia – UFV/Viçosa. E-mail: [email protected]³Departamento de Zootecnia - UFV/Viçosa

Introdução

Alguns agentes antimicrobianos atualmente são incorporados rotineira-mente em rações de frangos de corte, em doses subterapêuticas, melhorando o desempenho das aves. Essa prática vem sendo usada há 50 anos e deriva de ob-servações feitas desde 1946, dando con-ta de que aves criadas intensivamente ti-nham maior efi ciência alimentar quando recebiam antimicrobianos promotores de crescimento nas rações (Barreto et al., 2008). O uso de antibióticos com caráter profi lático na avicultura passou a ser visto como um fator de risco para a saúde humana, pois proporciona o risco de que seus resíduos sejam encontrados nos tecidos ou nos produtos derivados de animais tratados com os mesmos, e pela indução de resistência cruzada para bactérias patogênicas para humanos, po-dendo gerar problemas ligados à saúde pública. Com isso, surgiram restrições e novas regulamentações quanto ao uso de antibióticos e quimioterápicos na ali-mentação animal.

Recentes trabalhos vêm testando a inclusão de extratos herbais como subs-titutos aos antibióticos como promotores de crescimento. Estes extratos possuem seu mecanismo de ação baseado na al-teração da microbiota intestinal, no au-mento na digestibilidade e absorção de nutrientes devido ao estímulo à produ-ção enzimática, na melhora da resposta imune, na manutenção morfo-histológi-

ca do trato gastro-intestinal e na ativida-de antioxidante (Brugalli, 2003).

Objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito da utilização de extratos herbais na alimentação de frangos de corte sobre os parâmetros de desempenho (ganho de peso, consumo e conversão alimentar) e da histologia do epitélio intestinal.

Material e Métodos

A presente pesquisa foi conduzida nas instalações do setor de avicultura do Departamento de Zootecnia da Univer-sidade Federal de Viçosa (MG). Foram utilizados 960 pintos de corte machos, da linhagem ROSS, no período de 1 a 42 dias de idade. Os pintos foram dis-tribuídos no primeiro dia de idade, em delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis tratamentos, oito repetições e 20 aves por box, sendo cada box considerado como uma unidade ex-perimental. Os tratamentos consistiram em uma dieta controle positivo + avi-lamicina; uma dieta controle positivo; uma dieta controle negativo; uma die-ta controle negativo + 100ppm de um complexo contendo três diferentes fi to-terápicos (pimenta, canela e orégano); uma dieta controle negativo + 75ppm extrato de alho; e uma dieta controle ne-gativo + 150ppm de extrato de alho. A dieta controle positivo se baseou na re-dução de 75kcal de energia da dieta e de 2% de aminoácidos.

Os animais foram alojados em um

galpão de alvenaria divididos em boxes de 1,0m x 1,5m, com cama de marava-lha reutilizada, para aumentar o desafi o sanitário. O galpão possui piso de con-creto e cobertura com telhas de amian-to, e os boxes eram providos de come-douros tubulares e de bebedouros tipo nipple. Foram utilizados termômetros de máxima e mínima no interior dos gal-pões para registro diário da temperatura.

As rações experimentais foram for-muladas para atender às exigências de aves de acordo com Rostagno et al. (2005) para todos os nutrientes. Ração e água foram fornecidos à vontade duran-te todo o período experimental.

Os animais foram pesados no início e ao fi nal do experimento aos 42 dias de idade, juntamente com as rações e as so-bras, para determinação do consumo de ração, do ganho de peso, da conversão alimentar e do índice de efi ciência pro-dutiva aos 42 dias de idade.

Aos 21 dias de idade, um animal de cada unidade experimental foi abatido, totalizando 48 animais. Os animais fo-ram abatidos por deslocamento cervical, sendo efetuado sangramento e imedia-tamente eviscerados, coletando-se en-tão um segmento de aproximadamente 1,0 cm do intestino, correspondente ao jejuno. Posteriormente, esta porção do intestino foi aberta pela borda mesenté-rica e estendida pela serosa e, a seguir, fi xada em solução de bouin por 24 ho-ras. Após este período, a amostra tecidu-al foi transferida para solução de álcool

Extratos Herbais em Dietas de Frangos de Corte¹

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absoluto, álcool 90% e processada pelo método padrão de parafina. Após isso, seções de 4 a 6 µm foram cortadas e co-radas segundo técnica de hematoxilina.

As lâminas histológicas foram pre-paradas no laboratório de Histologia do Departamento de Veterinária da Univer-sidade Federal de Viçosa, e as medidas de altura de vilosidade e profundidade de cripta foram realizadas no Laborató-rio de Nutrição Animal do Departamen-to de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, por meio do analisador de imagem “Imagepro Plus 1.3.2” (1994) (aumento 40X) e microscópio óptico. Para cada lâmina foram selecionadas e medidas 33 vilosidades e 33 criptas. Três valores extremos foram descarta-dos para análise estatística, de modo que a média de cada lâmina será constituída

de 30 medidas.Os resultados experimentais foram

submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Stu-dent-Newmann-Keuls, ao nível de 5% de significância, utilizando-se o pro-grama ANOVAG, versão 9.0, contido no Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, 2004).

Resultados e Discussão

Os resultados experimentais do pe-ríodo de 1 a 42 dias estão apresentados na Tabela 1. Todas as aves foram subme-tidas a desafio sanitário, conforme pro-posto por Brugalli (2003), onde o autor afirma que é fundamental a existência de desafio sanitário de campo suficiente

Tabela 1 – Desempenho de frangos de corte de 1 aos 42 dias de idade

Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste SNK. CN = controle nega-tivo; CP= controle positivo; CF= complexo fitoterápico; EA= extrato de alho; CV= coeficiente de variação

CP + 10ppm avilamicina

CP

CN

CN + 100ppm CF

CN + 75ppm EA

CN + 150ppm EA

CV (%)

2500,5a

2395,6b

2442,1ab

2442,9ab

2521,9a

2,56

2482,1a

2456,7a

2351,0b

2397,3ab

2399,1ab

2469,6a

2,70 2,47

2527,8a

Tratamentos Peso corporal (g)Ganho

de peso (g)

4138,7a 1,667a 355,6a

362,3a

332,6b

351,8a

357,9a

357,4a

4,53

1,674a

1,712b

1,693ab

1,665a

1,686ab

1,51

4113,7a

4026,8a

4057,9a

3995,7a

4163,1a

Consumo de ração (g)

Conversão alimentar

IEP

para que os promotores de crescimento possam produzir efeitos significativos sobre o desempenho dos animais.

Não foram verificadas diferenças no consumo de ração dos frangos (P>0,05) entre os tratamentos. O ganho de peso e o peso corporal das aves foram me-nores no tratamento controle negativo (P<0,05), devido à deficiência nutricio-nal das dietas, porém não diferiu dos tra-tamentos controle negativo + 100ppm de Complexo Fitoterápico e do controle negativo + 75ppm de extrato de alho, indicando que tais extratos, nestas doses utilizadas, não possuem efeitos na me-lhoria da digestibilidade dos nutrientes, e consequentemente sobre o ganho de peso das aves. Isto se deve ao fato de que as aves a partir dos 21 dias de idade tem sua capacidade de produção enzimática

elevada, suficientes para um ótimo apro-veitamento dos nutrientes da dieta, sen-do que qualquer aumento na produção enzimática estimulada pelos extratos herbais nesta fase seria imperceptível.

Os extratos herbais utilizados não influenciaram a conversão alimentar (P>0,05). Verificou-se que apenas o tra-

tamento controle negativo foi inferior ao tratamento controle positivo e con-trole positivo + avilamicina, refletindo a piora no desempenho na utilização de dietas que não atendam as exigências nutricionais dos animais, principalmen-te no tocante à energia da dieta. Todos os parâmetros de desempenho avaliados

estão semelhantes aos obtidos por Tole-do et al. (2007) e Barreto et al. (2008), onde nenhum dos referidos trabalhos de-tectou valores significativos no período de 1 a 42 dias de criação (os referidos trabalhos não testaram dieta controle ne-gativo), e Dieumou et al. (2009), onde os tratamentos avaliados foram superiores

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à dieta controle negativo, não conferindo diferenças entre si.

Foram verifi cadas também infl uên-cia dos tratamentos (P<0,05) sobre o ín-dice de efi ciência produtiva (IEP), onde o tratamento controle negativo foi infe-rior aos demais, onde pode-se concluir que os extratos herbais promoveram melhorias às dietas, sendo semelhantes aos tratamentos controle positivo e com antibiótico.

Os resultados da análise de histologia intestinal estão apresentados na Tabela 2. A altura das vilosidades intestinais foi maior em aves que receberam dieta contendo o composto com diferentes extratos herbais em relação àquelas ali-mentadas com dietas sem a presença de fi toterápicos ou antibióticos e ao trata-mento controle positivo + 150ppm de alho, porém não diferindo dos demais.

Dieumou et al. (2009), ao avaliar a inclusão de diferentes extratos nas dietas de frangos de corte, não encontrou dife-renças na altura de vilosidades intesti-nais e na profundidade de criptas de aves abatidas aos 21 dias de idade.

A presença dos compostos capsaici-na (pimenta vermelha) e cinamaldeído (canela) parece ter proporcionado tal au-mento na altura das vilosidades, onde a capsaicína tem se mostrado efi ciente em estimular a produção de amilase em su-ínos (Brugalli, 2003), que comenta que ocorre aumento na secreção de enzimas pancreáticas e intestinais, promovendo consequentemente redução na viscosi-dade intestinal e melhorando o processo digestivo.

Conclusões

O uso de extratos herbais em dietas de frangos de corte proporcionou de-sempenho semelhante ao uso de anti-bióticos. Os extratos herbais podem ser incorporados nas dietas em substituição ao antibiótico, sem o comprometimento do desempenho.

Literatura citada1. BARRETO, M.S.R.; MEN-

TEN, J.F.M.; RACANICCI, A.M.C.; et al. Plant extracts used as growth pro-moters in broilers. Brazilian Journal of Poultry Science, v.10, n.2, p.109 – 115, 2008.

2. BRUGALI, I. Alimentação al-ternativa: a utilização de fi toterápicos ou nutracêuticos como moduladores da imunidade e desempenho animal. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO E NU-TRIÇÃO DE AVES E SUÍNOS, 2003, Campinas. Anais... Campinas: Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, p.167-182, 2003.

3. DIEUMOU, F, E.; TEGUIA, A; KUIATE, J.R. et al. Effects of ginger (Zingiber offi cinale) and garlic (Allium sativum) essential oils on growth perfor-mance and gut microbial population of

broiler chickens. Livestock Research for Rural Development v. 21, August 2009. Retrieved November 21, 2009, from http://www.lrrd.org/lrrd21/8/dieu21131.htm

4. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas Brasileiras para aves e suínos – Com-posição de alimentos e Exigências Nu-tricionais, 2ª ed. Viçosa: UFV. Imprensa Universitária, 2005. 186p.

5. TOLEDO, G.S.P.; COSTA, P.T.C.; SILVA, L.P. et al. Performance of broilers fed diets added of antibiotic and phytoterapic isolated or associated. Ciência Rural, v.37, n.6, p.1760-1764, 2007.

6. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Sistema de análises estatísticas e genéticas - SAEG. Versão 8.0. Viçosa, MG, 2000. 142p.

Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste SNK. CN = controle negativo; CP= controle positivo; CF= complexo fitoterápico; EA= extrato de alho; CV= coeficiente de variação

Tabela 2 – Valores histológicos intestinais do jejuno de frangos abatidos aos 21 dias de idade (µm)

CP + 10ppm avilamicina

CP

CN

CN + 100ppm CF

CN + 75ppm EA

CN + 150ppm EA

CV (%)

725,9b

704,6b

842,0a

767,7ab

734,1b

10,08

138,7a

150,0a

154,5a

145,5a

148,6a

135,7a

14,9 17,6

789,2ab

Tratamentos Altura de Vilosidade

Profundidade de Cripta

5,8a

5,1a

4,8a

5,8a

5,2a

5,5a

Relação Vilo/Cripta

estatísticas e genéticas - SAEG. Versão

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Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste SNK. CN = controle negativo; CP= controle positivo; CF= complexo fitoterápico; EA= extrato de alho; CV= coeficiente de variação

Met

eoro

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* Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo

Que o veranico seja mais ameno

Veranicos, sequência de dias sem chuvas, é o maior temor dos produtores e pecuaristas no mês de janeiro. Normalmente, o veranico varia entre 5 a 10 dias sem chuvas. Quando isto ocorre, não chega a trazer perdas, porém, quando o veranico atinge 15 ou até mesmo 30 dias, o prejuízo é certo. No ano passado, o veranico chegou a 45 dias em alguns mu-nicípios do Vale do Rio Doce, Mucuri e também do sul da Bahia e norte do Espírito Santo. As chuvas deram uma trégua entre o início de janeiro até mea-dos do mês de fevereiro.

Conforme nós já comentamos em artigos ante-riores, o fenômeno La Niña está atuando nesta esta-ção chuvosa, com previsão de formação de tempo-rais e, normalmente, as chuvas são bem distribuídas. Assim, apesar de não haver previsão de chuvas aci-ma da média histórica, o período chuvoso deverá ser bom para a agricultura. O veranico vai acontecer, mas a previsão é de poucos dias sem chuvas.

Sempre que se discute sobre aquecimento glo-bal, a primeira imagem que se fazia era do degelo e da elevação do nível do mar. Hoje, nós sabemos

que aquecimento global signifi ca alteração nos pa-drões das chuvas, temperaturas e ventos. Parece que as condições normais do tempo é que têm a menor probabilidade de ocorrerem. Precisamos aprender e a conviver com os extremos: temporais, vendavais, secas severas, furacões, tornados, etc.

No passado, a comunidade científi ca achava que a probabilidade de se formar um furacão no Atlân-tico Sul era baixa. Depois do dia 23 de março de 2004, quando se formou o furacão Catarina no li-toral da região Sul do Brasil, sabemos que outros poderão se formar. Tornados (fenômeno mais seve-ro da meteorologia, onde os ventos podem chegar à velocidade de 500 km/h e se constituem na base das nuvens cumulonimbos, na forma de um funil) era coisa somente vista em fi lmes, mas a comunidade científi ca voltou a fi car atônita, com a imagem de um tornado em Uberlândia, que se formou na tarde do dia 5 de dezembro.

Então, vamos pedir para que 2011 comece com chuvas e que elas aconteçam ao longo do mês, que tenha um veranico, mas que seja mais ameno.

Foto: Divulgação

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30Jan/Fev 2011

30Jan/Fev 2011

Diversas maneiras

A borra de café, que é normalmente jogada no lixo, pode ser reutilizada de diversas maneiras. Para eliminar o mau cheiro do encanamento da cozinha, basta usar a borra de café uma vez por semana. Despeje

meia xícara de borra de café no ralo e imediatamente jogue água fervente. O ideal é que sejam despejadas pelo menos cinco xícaras de água fervente depois da borra. A água empurrará os grãos e o encanamento deve permanecer sem

cheiro por uma semana.A borra de café é um excelente corante e pode ser utilizada para tingir objetos, desde tecidos à mobília. Para fazer o co-

rante, basta colocar a borra dentro de um fi ltro e mergulhá-la em duas xícaras de água quente, de cinco a dez minutos e então ele estará pronto para o uso. Para objetos maiores, é necessário usar mais borra e mais água.

Os resíduos do café são extremamente abrasivos e ácidos, o que lhe dá uma vantagem quando se trata de limpeza difícil como panelas e cinzeiros com manchas. Se os objetos forem resistentes à mancha, basta misturar a borra com um pouco de

água e esfregar com uma escova fi rme, assim a limpeza fi ca muito mais facilitada.Ela também é uma excelente fertilizante para o solo do jardim, além de ser um pesticida natural. Mas é particularmente

boa para o crescimento de cenoura e rabanete. Antes de plantar é só misturar a semente com a borra de café.Colocar a borra seca dentro de uma meia-calça velha, fechar e amarrar a meia é um jeito fácil de fazer sachês desodo-

rizantes para armários ou qualquer área que precise ser refrescada. Os resultados vão durar por algumas semanas, talvez por um mês. Você pode aplicar o mesmo método ao seu congelador.

Em termos cosméticos, a borra de café intensifi ca a cor do cabelo marrom ou preto e também dá um brilho extra. Esfregando o pó no couro cabeludo, a saúde da pele é melhorada, ajudando a evitar caspa. A técnica também dá um

brilho especial aos pelos dos cachorros.Pode servir também como inibidor de poeira. Antes de limpar uma lareira, vale colocar sobre as cinzas e a fuli-

gem uma quantidade de borra molhada. Ela absorverá a poeira rapidamente, facilitando a limpeza e evitan-do que a poeira se espalhe pela casa.

E pra fi nalizar, o café que sobrou pode servir como amaciante de carne. O bife fi cará mais macio e o café lhe dará um sabor diferente. (Fonte: Ciclo Vivo)

Mão

na

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de reaproveitar a borra de

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Geração de energia pelas hidrelétricas

Foto: htt p://www.skyscrapercity.comA

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ão

A origem da vida no planeta está na energia. Todo o ambiente que nos cer-ca é movido à energia. A vida no nosso planeta, por exemplo, só existe devido à energia do sol. As suas radiações ele-tromagnéticas atravessam milhões de quilômetros do espaço até atingir a su-perfície da terra. A camada de ozônio fi ltra os raios nocivos, os ultravioletas, deixando passar a radiação que gera calor e a radiação mais importante de todas: a que estimula as plantas na realização da fotossíntese, única forma de produção de matéria orgânica, onde o dióxido de carbono reage com a água (processo que ocorre dentro de minúsculas estruturas vegetais chamadas cloroplastos). Todos os demais seres vivos superiores do pla-neta realizam o processo inverso: conso-mem a matéria orgânica e liberam ener-gia e dióxido de carbono. Diariamente, o homem desenvolve suas atividades, des-ta forma, precisa consumir matéria orgâ-nica para gerar energia. Se o sol um dia apagar, o planeta acaba devido à falta de produção de matéria orgânica pelas plan-tas, mesmo com o petróleo, gás, energia nuclear, nada será capaz de sustentar por muito tempo a vida do planeta.

Atualmente, estamos vivenciando uma discussão sobre as fontes energéti-cas do planeta. As não renováveis, como o petróleo e o carvão mineral, estão no centro da discussão devido ao seu aspec-to poluidor, principalmente na liberação de dióxido de carbono na atmosfera, in-tensifi cando o famigerado efeito estufa. O princípio do raciocínio energético mo-

Energia limpa* Por Alexandre Sylvio

Nesta edição, entenda um pouco mais sobre as fontes energéticas do planeta e porque a energia limpa vem sendo tão difundida em meio ao aspecto poluidor que permeia as

fontes não renováveis de energia

derno está associado à energia do sol e ao aproveitamento de todas as suas variá-veis, quando atinge a superfície do plane-ta. Uma delas é o aproveitamento direto dos raios solares. Os painéis solares são capazes de captar a energia dos raios so-lares e transformá-los imediatamente em calor, que pode ser utilizado em vários processos domésticos, como no aqueci-mento da água do banho. Alguns painéis solares são capazes de transformar a ra-diação solar em energia elétrica promo-vendo economia signifi cativa na conta de energia. O Brasil tem um grande poten-cial para exploração desta energia, afi nal, a radiação solar por aqui é muito intensa e a conta da luz é muito cara.

No Brasil, aproveitamos muito bem um tipo importante de energia renová-vel que é infl uenciada diretamente pela atividade do sol: a energia hidráulica. Grande parte da energia que move o nosso país vem de hidroelétricas, gran-

des usinas capazes de transformar a energia da água em energia elétrica. A água líquida se transforma em vapor nos rios e mares porque a energia da radia-ção solar foi transferida para a água. A água evaporada dos mares se dirige para o continente e cai durante as chuvas for-mando os riachos e rios. O rio volta para o mar e durante a sua caminhada “rio abaixo” vai liberando energia. A corren-teza dos rios e as cachoeiras são exem-plos claros da liberação desta energia. O homem simplesmente aproveita esta energia da água que movimenta enor-mes turbinas, para a produção da eletri-cidade. Seria muito interessante adotar este tipo de sistema renovável de energia se não houvesse alguns problemas, prin-cipalmente ambientais. Os lagos forma-dos pelas hidroelétricas tendem a alagar grandes áreas, promovendo destruição de habitats específi cos de animais e ve-getais próximos aos rios. As barragens

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mundo, já existem algumas usinas que retiram energia das marés como na Fran-ça e no Canadá. A obtenção de energia desta fonte é limitada, pois depende dos ciclos das marés e as suas amplitudes quinzenais e mensais.

Chegamos a bioenergia. A mais co-mentada, discutida, criticada e elogiada. Carvão vegetal, bagaço de cana, resídu-os orgânicos, biogás, biodiesel, álcool e outras que surgirão ao longo dos anos. A grande discussão está ligada à substitui-ção de culturas agrícolas voltadas para alimentação pelas culturas geradoras de energia. Será que podemos tomar esta teoria como verdade ou existirá espaço para todas as culturas sem comprometi-mento do abastecimento de alimentos? E o meio ambiente? Teremos que des-truir mais fl orestas para produção de cana, mamona e outras culturas energé-ticas ou as áreas atualmente utilizadas na produção agropecuária são sufi cientes? Discutiremos no próximo artigo.

Foto: Divulgação

* Engenheiro Agrônomo;DSc. Em Produção Vegetal;

Professor Titular/Solos e Meio ambiente;Coordenador do Curso de Agronomia da

Universidade Vale do Rio [email protected]

Parque de energia eólica

construídas tendem a prejudicar e, até mesmo, interromper o movimento dos peixes pelos rios, principalmente nos períodos de piracema, época em que os peixes sobem os rios para a desova. O setor dos rios abaixo das barragens tende a apresentar o seu volume de água redu-zido, principalmente no período seco do ano, porque o espelho de água formado pelos lagos das barragens, que recebe diretamente a radiação solar, aumen-ta muito a evapotranspiração da água, ou seja, parte da água que deveria eva-porar apenas quando chegasse ao mar, evapora antes, reduzindo o volume de água dos rios, prejudicando os peixes e as populações a jusante da barragem que dependem da água do rio. Nem sempre energia renovável é sinônimo de harmo-nia com o meio ambiente.

Continuando a exposição sobre ener-gia renovável tendo como origem as radiações solares, não podemos deixar de fora a energia dos ventos, tecnica-mente chamada de energia eólica. Um dos momentos mais agradáveis quando se está na praia é a brisa contínua que vem do mar, mais fortes ou mais fracas, mas constantes. Os ventos ocorrem de-vido à rotação da terra e às diferenças de temperatura e pressão na atmosfera. Os raios solares esquentam a terra e o mar, mas como no mar evapora mais água, a temperatura fi ca mais baixa e a pressão alta. No continente, como eva-pora uma quantidade menor de água, o ar fi ca mais quente e a pressão menor. Esta diferença de umidade, temperatura e pressão entre o mar e o continente faz o ar se deslocar do mar para o continen-te durante o dia. Os ventos possuem alta energia. Podemos observar isto no nos-so dia-a-dia durante a chegada de tem-pestades nos períodos de verão, onde os ventos arrancam telhados, árvores além de outros estragos. O Brasil possui apro-ximadamente 9.200 km de litoral com grande potencial de utilização de energia eólica, pois em grande parte, os ventos

são fortes. A captação desta energia é re-alizada desde o século X, onde os povos antigos utilizavam os moinhos de vento para bombear água de poços, drenar áre-as alagadas e moer cereais em grandes moinhos de pedra. Atualmente, os equi-pamentos para captação da energia do vento são chamados de aerogeradores, que transformam a energia do vento em energia elétrica. Vários estados brasilei-ros já possuem aerogeradores instala-dos gerando energia, mas muito aquém das reais potencialidades brasileiras. As desvantagens deste sistema de produção energética são o alto custo inicial de im-plantação e a irregularidade dos ventos durante os períodos do ano.

Outro sistema de energia que está sendo pesquisado vem do mar, mais precisamente das ondas. Os ventos que sopram no mar transferem parte de sua energia para a água, que geram as ondas. No alto mar, com grandes profundidades, parte da energia é transferida pela água formando ondas modestas, mas quando a onda está chegando próxima à praia, ela cresce e arrebenta nas rochas ou na areia. Isto ocorre porque próximo à praia a profundidade do mar diminui e a ener-gia concentra, formando asssim grandes ondas. Quem frequenta as praias já ob-servou que a onda forma-se lentamente no horizonte e vai crescendo à medida que chega próxima à praia. Outra forma de retirar energia do mar é aproveitando as marés, a chamada energia mareomo-triz. As marés nada mais são do que a subida e descida do nível do mar. Isto ocorre devido à ação simultânea das for-ças gravitacionais da lua, da terra e do sol. São construídos reservatórios próxi-mos ao litoral que se enchem durante a maré alta. Quando a maré baixa, a água do mar que fi cou retida no reservatório permanece em um nível mais alto. Ao liberá-la, ela tende a cair no mar como uma cachoeira no rio gerando energia elétrica através de turbinas, semelhante ao que acontece nas hidrelétricas. No

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A estratégia de capacitação aplicada no local gera potencial para a criação de novos postos de trabalho e absor-ção da mão-de-obra da comunidade. Os associados também vêm na expe-riência uma oportunidade de retorno fi nanceiro. Com parcerias começa a nascer um projeto importante para a segurança alimentar de famílias do entorno. Das 15 famílias participan-tes da horta comunitária, algumas são benefi ciárias do programa Bolsa Fa-mília. A ideia é ampliar o projeto para integrar até 20 famílias. Além de fo-mentar a agricultura e a produção de alimentos em uma área pouco conven-cional para este tipo de atividade, o programa estimula a auto-estima dos integrantes da Associação dos Oleri-cultores - ASCOL, tendo a EMATER-MG como Assistente Técnico.

Em

ater

A olericultura vem ganhando ex-pressão na região do Rio Doce. Em particular, no Município de São Félix de Minas, o cultivo de hortaliças está abrindo um leque para garantir melho-ria na qualidade de vida dos agriculto-res familiares. A produção em escala está sendo fomentada pela demanda de verdura no município e região. É notória a participação do Governo Es-tadual na implantação desse projeto, através de programas que estimulam a evolução da agricultura familiar e de seus dependentes.

Alguns cuidados devem ser levados em consideração. O cultivo deve ser explorado dentro de um planejamento adequado visando à produção de ali-mento durante todo ano, portanto são necessários água, canteiros bem feitos, estufas e manejo diário para controlar doenças e ervas daninhas e garantir ali-mento de boa qualidade. As hortaliças representam um componente essencial da alimentação humana, principalmen-te porque são as principais fontes de al-gumas vitaminas e sais minerais indis-pensáveis. Como o organismo humano não tem a capacidade de armazenar vitaminas e sais minerais, necessários à sua nutrição, aconselha-se a ingestão diária de tais nutrientes, especialmente provenientes de hortaliças, pelos bene-fícios adicionais da ingestão de fi bras.

Em São Félix de Minas, a área do PRONAF abriga uma horta comunitá-ria, distribuída em 15.000 m² (quinze mil metros quadrados) de área verde. No local, 15 famílias manejam a terra,

Horta Comunitária: Alimentos de Qualidade Produzidos em espaço Rural/Urbano

recebem aulas sobre educação alimen-tar, ambiental e de empreendedorismo. Esse projeto surgiu a partir de um gru-po de pessoas que queria trabalhar em associativismo e também incentivar a vocação agrícola da região, gerando trabalho e renda.

Esse é o objetivo do programa de Horta Comunitária desenvolvido pela Associação dos Olericultores - AS-COL. O projeto permite a produção de alimentos de forma coletiva, onde são cultivados: beterraba, abóbora, cenoura, chuchu, tomate, pimentão, salsa, cebolinha, couve, alface, repo-lho, lavouras de milho, arroz e feijão, além de viveiro de muda, e plantio de Maracujá. O tomate, alface, pimentão e repolho estão sendo plantados em estufa, que abrange uma área, com três estufas de 510 m² cada, mais três estufas de 216 m² cada e uma para vi-veiro de muda de 96 m².

Os produtos serão vendidos para a merenda escolar em Feira Livre do município e na CE-ASA. O programa está sendo execu-tado na área cedi-da pela Prefeitura em comodato por 20 anos, aprovado pela Câmara Muni-cipal. Este projeto também ajudará a resgatar a tradição agrícola, que se per-deu na região com o passar dos anos.

*José Rogério da SilvaExtensionista Agropecuário I. Lotado no Escritório Local de São Félix de Minas.

Foto: Divulgação

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IMA

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) intensifi cou o recolhimento de agrotóxicos obsoletos em Minas Gerais. De janeiro a setembro de 2010, 41 to-neladas desses produtos, que poderiam causar danos ao meio ambiente e à saú-de da população, foram recolhidos. Isso signifi cou um aumento de 273% em re-lação ao ano de 2009, cujo volume foi de 15 toneladas.

São denominados agrotóxicos ob-soletos os produtos que fi cam aban-donados na zona rural e urbana sem qualquer identifi cação e armazenados de forma inadequada. Essa ação é re-alizada pelo IMA em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) desde 1994 e, do ano em que teve seu iní-cio até o fi m de 2008, já foram con-tabilizadas 122 toneladas de material coletado.

Durante as ações, o IMA fi ca com a responsabilidade de ir até as proprieda-des rurais, acondicionar, identifi car e la-crar os produtos em bombonas enquanto o Inpev coleta esse material e encaminha para a incineração, em São Paulo.

Em 2009, já foram recolhidos pro-dutos nas regiões de Ibirité, Olivei-ra, Campo Belo, Jaíba, Unaí, Juiz de Fora e Viçosa. O maior recolhimento aconteceu em Ibirité, totalizando 27 toneladas, seguido de Jaíba com sete e Unaí com quatro toneladas.

Do total de produtos obsoletos reco-lhidos, 27 toneladas eram BHC, produto cuja utilização foi proibida por lei no ano de 1985, por ser muito tóxico e perigoso

Recolhimento de agrotóxicos obsoletos no Estado de Minas Gerais

à saúde humana e ao meio ambiente.

Destinação de embalagens vazias

Além do recolhimento de obso-letos, o IMA fi scaliza se as revendas estão disponibilizando o local para a devolução das embalagens vazias, se os produtores estão devolvendo as mesmas lavadas por três vezes e per-furadas, dentro do prazo estipulado pela Lei, que é um ano.

Fica a cargo do Inpev, órgão criado pelas indústrias que fabricam agro-tóxicos, fazer o recolhimento nas Centrais de Recebimento e realizar a incineração. Minas Gerais possui 11 Centrais que fi cam em Manhua-

çu, Pouso Alegre, São Sebastião do Paraíso, Montes Claros, Três Pontas, Barbacena, São Joaquim de Bicas, Uberaba, Unaí, Patrocínio e Monte Carmelo. Além disso, há 48 postos de recebimentos.

De acordo com dados do Inpev, de janeiro a junho de 2010, Minas destinou mais de 1.150 toneladas de embalagens vazias de agrotóxico, um crescimento de 11,2% em relação a 2008, que foi de 1.040 toneladas. Em 2009, Minas foi o quarto Estado que mais devolveu emba-lagens com 2.113 toneladas.

*Marcelo de Aquino Brito Lima Auditor Fiscal Estadual – IMA

Minas Gerais foi o quarto Estado que mais devolveu embalagens em 2009 e, em 2010, o IMA intensi-fi cou o recolhimento de agrotóxicos obsoletos no estado

Foto: Divulgação

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Recolhimento de agrotóxicos obsoletos no Estado de Minas Gerais Id

af

Os pecuaristas do Espírito Santo já podem realizar análises do leite no próprio Estado, pois foi inau-gurado no mês de dezembro, pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), o Laboratório da Qualidade do Leite, localizado no município de Cariacica. O objetivo é garantir a qualidade do produto ofertado ao consumidor e a segurança alimen-tar. Atualmente, existem apenas oito laboratórios que fazem este tipo de trabalho no Brasil.

De acordo com o diretor-presi-dente do Instituto, Aladim Fernando Cerqueira, o empreendimento irá pro-mover uma melhoria signifi cativa do leite capixaba, pois o pecuarista po-derá ser remunerado de acordo com a qualidade do produto. Além disso, se forem identifi cados problemas em um determinado lote será possível a rastreabilidade das propriedades e a realização de um trabalho de edu-cação sanitária e assistência técnica nestes locais.

Aladim destaca ainda que o Laboratório possui estrutura para atender a toda demanda dos produ-tores, cooperativas e laticínios do Espírito Santo e também de Esta-dos limítrofes. “Esta ação propor-cionará um ganho significativo no rendimento, pois um leite de me-lhor qualidade permite uma maior durabilidade dos derivados. A pre-

Idaf inaugura Laboratório da Qualidade do Leite

visão é que se tenha um aumento de 15% na produtividade da indústria leiteira capixaba” afirma.

Procedimentos

As amostras podem ter sua ori-gem diretamente de animais que estejam nas propriedades. Isso po-derá ser feito a partir de um tanque de resfriamento que atenda a vários produtores de uma região específi ca ou mesmo diretamente da indústria de laticínios. A colheita é feita em um recipiente, com conservante pró-prio, recebendo uma identifi cação individual para seu posterior enca-minhamento ao laboratório. O leite

passa pelo monitoramento em equi-pamentos automatizados de última geração, sendo os resíduos descar-tados por uma empresa devidamente contratada e habilitada para a cor-reta destinação. Durante a análise, verifi cam-se itens como a gordura, a proteína e a lactose.

É importante destacar que é obri-gatória a análise mensal do leite em cada tanque do produto nas coopera-tivas, para garantir a qualidade com relação à sanidade, higiene e à com-posição química.

*Assessoria de Comunicação/Idaf Jória Motta Scolforo

Tel: (27) 3636-3651 /9946.7504Foto: Idaf

O Idaf conta, agora, com um Laboratório de Qualidade do Leite para a realização de análises do produto

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técnico pela propriedade cadastrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária e no Ministério da Agri-cultura. Outro requisito exigido é es-tar com a vacinação do rebanho contra febre aftosa e brucelose em dia, e não possuir nenhuma pendência sanitária em nome da propriedade.

Ad

ab

A Bahia iniciou o processo de mo-dernização da defesa agropecuária e em 2011 dará mais um passo para a consolidação das atividades. A Seagri, através da Agência Estadual de Defesa Sanitária (Adab), vai implantar neste ano a GTA via satélite. O novo siste-ma funcionará a partir de um terminal móvel, equipado com um dispositivo GPS, que faz a leitura e gravação de dados do animal através de um brinco eletrônico.

Com esse dispositivo, será pos-sível realizar a identifi cação, a pesa-gem, a vacinação, acompanhar o trân-sito do animal e todo o seu histórico de vida, além de emitir a GTA on-line, oferecendo mais comodidade ao cria-dor e agilidade ao serviço de defesa sanitária em todo o território baiano.

“Esse sistema permite maior se-gurança e rapidez na identifi cação do rebanho, no controle da sanidade e na rastreabilidade do animal e, utilizado junto com o Sistema de Integração Agropecuária (Siapec), vai tornar a defesa agropecuária no Estado ainda mais efi caz”, explicou o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto.

Os brincos eletrônicos são reutili-záveis e possuem grande capacidade de armazenamento de informações, facilitando a gestão de dados pelo pro-dutor e a emissão da GTA, iniciada de forma piloto em 40 pontos do Estado, incluindo associações, sindicatos e entidades de classe.

Tecnologia: Guia de Trânsito Animal (GTA) via satélite

O novo sistema de tecnologia da in-formação busca fortalecer ainda mais a Guia de Trânsito Animal eletrônica, ferramenta gerencial de cadastro im-plantada em 2009, e que permite maior segurança para o produtor, além de cre-ditar à pecuária baiana em seu aspecto de sanidade animal, comercialização e exportação de bovinos.

Para poder emitir a GTA eletrôni-ca, o pecuarista deve renovar seu ca-dastro na Adab e ter um responsável

* Ascom/AdabDiogo Vasconcelos

3116-8461/8418

Foto: Adab

A parti r de um terminal móvel, será possível fazer a leitura e gravação de dados do animal

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Grosso, Pará, Tocantins e assim por diante, é uma boa medida, ainda mais para quem utiliza o mercado futuro para proteção dos preços, com referência de São Paulo para os negócios em todo o Bra-sil. Já para praças como Alagoas, Rio Grande do Sul ou Bahia é necessário maior atenção para o comportamento que destoa de São Paulo em alguns momentos.

Mer

cad

o

Os preços do boi gordo em quase todas as praças pesquisadas pela Scot Consul-toria têm variado de maneira semelhante nos últimos sete anos.

Veja, na Figura 1, a correlação entre o preço do boi gordo em São Paulo e nas demais praças, nos últimos sete anos. Quanto mais próximo de um (1), maior a correlação.

Existe forte correlação entre a cotação do boi gordo em São Paulo e nas demais praças, exceto por Alagoas, Rio Grande do Sul e Bahia, onde os preços não va-riam de forma tão semelhante a São Pau-lo, principalmente por conta do clima um pouco diferente.

Enquanto em São Paulo o preço do boi gordo subiu 43%, entre o começo de ju-nho e meados de novembro, dada a falta de boi gordo em função da seca e, con-sequentemente, a entressafra, em Alago-as o preço aumentou 16,7%. As chuvas começaram a diminuir mais tardiamente nos Estados do Nordeste em compara-ção com São Paulo, promovendo dife-

Correlação de preço do boi gordo entre as praças

Maria Gabriela O ToniniMédica veterinária e consultora da Scot Consultoria

rentes comportamentos nas cotações.No Rio Grande do Sul, por exemplo,

os animais são engordados em pastagens de inverno climáticas do segundo semes-tre do ano, mantendo a oferta, de certa forma, constante. Enquanto que em São Paulo, neste mesmo período, os pastos secam e perdem a capacidade de suporte dos animais, diminuindo expressivamen-te a oferta de gado terminado. Entre ju-nho e novembro, o preço do boi gordo no Rio Grande do Sul subiu 13,5%.

D e s t e modo, apos-tar em com-portamento semelhante a São Paulo para os pre-ços em Mi-nas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato

Fonte: Scot Consultoria

Correlação entre o preço do boi gordo em São Paulo e nas demais praças pesquisadas pela Scot Consultoria nos últi mos anos.

Figura 1

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oferta e uma procura maior ainda, com menos infl ações, menos estoques e com um nível contrabalanceado de importa-ções e exportações.

Estabilidade, essa é a palavra que da-mos ao defi nir o mercado do leite no mês de Dezembro de 2010. O preço do leite tem se encontrado estável. Estamos no período da safra, o que signifi ca maior volume de leite e captação.

Podemos dizer que o ano de 2010 foi atípico. Logo nos primeiros meses, tivemos uma elevação no preço do leite e depois nos meados de julho/agosto, no período da entressafra, houve uma queda e nos meses de setembro em diante foi es-tabilizando-se. Isso ocorreu devido a di-versos fatores, o principal destes, a oferta.

Segundo fontes do Cepea, o preço médio bruto pago pelo leite ao produtor em novembro (referente à produção de outubro) teve leve alta de 2,4% (ou 1,7 centavo por litro) em relação ao mês an-terior, a R$ 0,7142/litro. O valor refere-se à média ponderada dos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA.

Para o pagamento de dezembro - re-ferente à produção entregue em novem-bro –, 53,5% dos agentes entrevistados

O final de 2010 deixa o cafeicultor otimista para a próxima safra

O mercado do leite termina o ano equilibrado

*Por Assessoria de Imprensa da Coopera-tiva Agropecuária Vale do Rio Docecomunicaçã[email protected]

Os cafeicultores da Zona da Mata e Leste de Minas, após um ano difícil, passam a ter otimismo para a próxi-ma safra. Vários fatores estão contribuindo para que a safra 2011 seja favorável como a boa fl orada, chuva abundante e preços em alta da commoditie.

As fl oradas deste ano foram mais concentradas, ao con-trário do ano anterior, favorecendo a próxima colheita. O desenvolvimento do fruto pós fl orada está acontecendo de forma satisfatória devido às chuvas regulares que vêm ocorrendo em nossa região. Os comentários dos meteorolo-gistas para as chuvas do início do ano são dentro da média histórica ou um pouco acima. Notícias importantes para o cafeicultor, sabendo da importância para o enchimento dos grãos de janeiro em diante. A próxima colheita brasileira

será menor que a da última safra, deixando o mercado na-cional e internacional forte e em alta. Produtores que conse-guiram comercializar a sua produção em dezembro tiveram preços históricos, principalmente no cereja descascado.

O ministro da Fazenda Guido Mântega, em entrevista coletiva, disse que a equipe econômica está atenta quanto ao problema cambial, uma vez que o dólar em baixa prejudica as exportações. Sendo estes fatores externos à propriedade favoráveis podemos ser otimistas para a próxima safra.

Cotação janeiro/11. Arábica – Duro ti po 6 – R$ 400,00 e Cereja Descas-cado Fino – R$ 460,00. Conilon ti po 7 – R$ 188,00.

*Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé

Waldir Francese Filho

pelo Cepea acreditam em estabilidade de preços. Para 40,8% das indústrias/co-operativas, deve haver nova valorização e apenas 5,6% dos agentes acreditam em queda de preços. A Cooperativa Agrope-cuária Vale do Rio Doce acredita numa possível queda para Janeiro.

Esperamos que o ano de 2011 ini-cie mais equilibrado, com uma grande

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(R$/@)

Jan/11

Fev/11

Mar/11

101,25

98,08

0,22

0,40

0,45

103,62

Mercado Futuro (BM&F) - 24/01

Venc. Ajuste(R$/@)

Var.(R$)

0

0

0

C.A.

21/01

22/01

103,65

103,70

102,70

104,96

104,94

104,62

20/01

Esalq/BM&FBoi Gordo

Data Vista Prazo

Boi GordoBoi Gordo

Fonte: BeefPoint

(R$/L)Cotações do leite cru - preços pagos ao produtor

R$/litro RS SCPRSPMG GO BA

Ago/10

Set/10

Out/10

Nov/10

Dez/10

0,6060

0,6323

0,6513

0,6169

0,6097

0,6868

0,7075

0,7373

0,6919

0,6595

0,7065

0,7373

0,7469

0,6985

0,6828

0,7506

0,7581

0,7586

0,7391

0,7500

0,7164

0,7256

0,7235

0,7051

0,7181

0,7033

0,7284

0,7366

0,6790

0,6900

0,6745

0,6698

0,6538

0,6719

0,6723

Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)

Preços do LeitePreços do Leite

Boi GordoCo

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A Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesqui-sa Agropecuária (Embrapa), lançou no dia 6 de dezembro, mundialmente, o Projeto Bio-

mas na Conferência das Partes sobre o Clima (COP-16), da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de ini-ciativa inédita no Brasil, um país de 851 milhões de hectares, que alcançou lide-rança mundial na produção de alimentos conservando 56% da sua cobertura vege-tal original.

Ao longo de nove anos serão promo-vidos pesquisa e compartilhamento de informações nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa), tendo como maior objetivo conciliar a produ-ção rural e a preservação ambiental. Des-sa maneira, o país, as classes rural e cien-tífi ca assumem posição de protagonismo diante do maior desafi o da atualidade: fazer frente à demanda crescente por ali-

mentos com o compromisso da susten-tabilidade e da preservação. Em 2050, a população global será de 9 bilhões, o que demandará um aumento de 70% na pro-dução de comida.

Na década atual, o agribusiness brasi-leiro assumiu a liderança da produção de commodities agropecuárias. Em 2009, o agronegócio representou 23,4% do PIB, 42,5% das exportações nacionais e gerou aproximadamente 37% dos empregos do País. Nos próximos anos, o Brasil deverá superar o desafi o de aumentar sua pro-dução de alimentos com baixo custo e alta qualidade, preservando seu enorme patrimônio ambiental. O Projeto Bio-mas, que contará com orçamento de R$ 40 milhões, terá a utilização da árvore na atividade rural como eixo dos projetos de pesquisa. As fl orestas devem servir como alternativa para diversifi cação dos sistemas produtivos na propriedade rural e na composição das APPs e seus entor-nos, representados pela Reserva Legal (RL) e Área de Uso Alternativo (AUA). (Fonte: Portal do Agronegócio)

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Representantes do setor agrícola brasileiro e entidades ligadas ao ramo assinaram no dia 9 de dezembro um acordo de cooperação técnica que deve benefi ciar um maior número de agricultores no Brasil a partir da qualifi cação de mão de obra, de mais acesso à assistência técnica e do aper-feiçoamento tecnológico.

A assinatura do acordo faz par-te de uma das ações da Semana da Agricultura Familiar. Esse compro-misso está baseado na Lei 12.188, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro, que

institui a Política Nacional de As-sistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Refor-ma Agrária.

Além da assinatura do acordo, o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário divulgou um balanço das ações re-alizadas pela pasta nos últimos sete anos. Segundo estimativas de 2004 a 2010, a Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (Ater) capacitou nesse período 45 mil agentes técnicos com investimentos que chegaram a registar mais de R$ 78 milhões. (Fonte: Agên-cia Brasil)

Entidades assinam acordo para aumentar investimentos no setor agrícola

Brasil investe em produção sustentável de alimentos

O Ministério do Meio Ambiente e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assina-ram no dia 3 de dezembro um acordo de cooperação técnica para desenvol-vimento de projetos e programas na área da sustentabilidade ambiental. Segundo a ministra do Meio Ambien-te, Isabella Teixeira, o convênio vai permitir que pequenos e médios pro-dutores possam ter conhecimento so-bre as regras ambientais mais recentes e como aplicá-las nos seus processos produtivos. (Fonte: Agência Brasil)

Acordo vai levar informações sobre sustentabilidade

ambiental a pequenas e médias empresas

Sancionada lei que isenta PIS/Cofins de

aves e suínos

O governo aprovou a isenção de PIS/Cofi ns em suínos e aves para pequenos e médios frigorí-fi cos que atuam no mercado in-terno. Frigorífi cos que exportam já são isentos de PIS/Cofi ns, por isso não serão atingidos pela me-dida. No mercado interno, o in-centivo é considerado pelo setor uma forma de combater a concor-rência de empresas que realizam abate de forma ilegal. Estimati-vas do setor indicam que cerca de 30% do abate nacional é irregu-lar. O número representa cerca de 15 milhões de cabeças que saem de frigorífi cos sem fi scalização. (Fonte: INCS)

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de cargo, realizada no dia 3 de dezem-bro, na Secretaria. Disse que dará con-tinuidade ao trabalho desenvolvido por Gilman Viana Rodrigues, que segundo ele dinamizou a agricultura estadual. “O desafi o é grande, assim como o orgulho de participar da equipe formada pelo go-vernador Antonio Anastasia”, observou.

Empresário e produtor

Mineiro, natural de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, Elmiro Alves do Nascimento é graduado em Adminis-tração de Empresas, com especializa-ção em Administração Rural, e atua na criação de gado leiteiro e na cultura de café. Elmiro Nascimento foi depu-tado estadual nos períodos de 1987 a 1995 e de 2003 a 2011. Ele também ocupou os cargos de diretor fi nancei-ro da Companhia Agrícola de Minas Gerais (Camig) (1979/81); presidente da Loteria Mineira (1981/82); prefeito de Patos de Minas (1997/2000) e pre-sidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paranaíba (1997). (Fonte: Agência Minas)

O Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo nº 806, publicado no Diário Ofi cial da União (DOU) no dia 21 de dezembro, o texto do Acordo Internacional do Café, assi-nado pelo Brasil em maio de 2008. Com a medida, o governo brasileiro reafi rma apoio à Organização Internacional do Café (OIC).

O acordo prevê medidas como a alte-ração da estrutura institucional da OIC, com a extinção da Junta Executiva e a

criação de três novos comitês: de Finan-ças e Administração, de Promoção e De-senvolvimento de Mercado e de Projetos. Esses órgãos vão auxiliar o Conselho In-ternacional do Café, autoridade máxima da OIC, no exercício de suas atribuições.

Está previsto o incentivo aos integran-tes do acordo para o desenvolvimento de procedimentos que garantam a qualidade do grão, em todas as etapas da cadeia pro-dutiva, e a adoção de estratégias que am-pliem a capacidade de produção das co-

munidades e dos pequenos produtores. A criação de novos instrumentos de crédito e serviços fi nanceiros diferenciados aos produtores, inclusive no que diz respei-to ao acesso ao crédito e aos métodos de gestão de risco, estão entre as ações que devem ser implementadas pelo acordo.

Como principal produtor mundial do grão, o Brasil é hoje o maior contribuinte da OIC. Esse acordo é o sétimo fi rma-do pela entidade, desde sua criação, em 1963. (Fonte: Portal do Agronegócio)

A Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce entregou no dia 20 de dezembro um “Bônus de incentivo à produção e fi delidade” a todos os cooperados ativos referente a 30% da média do leite fornecido, individual-mente, no período de Janeiro a No-vembro de 2010. O volume do bônus distribuído entre os cooperados chega a R$ 1. 200.000,00 (Um milhão e du-zentos mil reais). A decisão do Con-selho Administrativo e da Diretoria Executiva de fazer a distribuição por meio de bônus aos cooperados veio em função dos números referentes aos onze meses descritos a cima. A Cooperativa registrou um faturamen-to de R$ 114.615.889,00 (Cento e quatorze milhões, seiscentos e quinze mil, oitocentos e oitenta e nove reais), com sobra bruta de R$ 9.477.289,00 (Nove milhões, quatrocentos e se-tenta e sete mil, duzentos e oitenta e nove reais). Nesse mesmo período, a Cooperativa captou 102 milhões 186 mil 201 litros de leite, fornecidos por 826 cooperados. (Fonte: Cooperativa Vale do Rio Doce)

O novo secretário de Estado de Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento, El-miro Alves do Nascimento, disse que em sua gestão será realizado um esforço em apoio aos pequenos, médios e gran-des produtores rurais mineiros. Com este objetivo, explicou, “a Secretaria de Agricultura vai manter parceria com os demais órgãos do Governo Estadual em ações que resultem também na melhoria da produção e da produtividade, como o estímulo à agroindústria para a geração de mais empregos e a geração de renda no campo”.

Elmiro Nascimento deu estas declara-ções durante a solenidade de transmissão

Congresso aprova Acordo Internacional do Café

Elmiro Nascimento assume a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária

e Abastecimento

Cooperativa de Valadares concede

incentivo a cooperados

Elmiro Nascimento (à esquerda) ao lado do ex-secretário Gilman Viana

Foto: Divulgação/Seapa MG

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os Fique por dentro dos próximos leilões

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Numa tigela, misture leite, os ovos, manteiga, nata (ou creme de leite fresco), polvilho doce, queijo Mi-nas curado ralado e sal, até obter uma massa bem homogênea.

Com as mãos, enrole os pãezinhos usando a medida decircunferência do dedo indicador e polegar. Coloque numaassadeira e leve para o forno pré-aquecido a 180° C por 25 a 30 minutos.

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Pão de Queijo Pérola MineiraA receita desta edição foi enviada pela leitora Mariza Alves Pereira Coutinho, de Governador Valadares

Rendimento: 2,7Kg (para comercializar)

Envie a sua receita para a Revista [email protected]

Ingredientes

-1 copo de leite (200ml)-6 ovos-200g de manteiga-50g de nata (ou creme de leite fresco)-1kg de polvilho doce-1kg de queijo curado ralado-1 colher (sopa) de sal

Foto: Divulgação

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