A ameaça de um modelo único para a EaD no Brasil

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 Colabor@ - Revista Digital da CVA - Ricesu, ISSN 1519-8529 Volume 5, Número 17, Julho de 2008 A ameaça de um modelo único para a EaD no Brasil  João Vianney Coordenador da Rede Interamericana de Educação e Telemática (RIF-ET) no Brasil. Diretor do campus Unisul Virtual, unidade de educação a distância da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.  [email protected] 1. Parte I Um dos pontos em destaque no debate contemporâneo entre a sociedade científca brasileira e agentes propositores de políticas públicas para a educação a distância (EAD) está centrado na ‘natureza’ da modalidade a distância. A discussão é se a EAD tem ou não uma identidade e operacionalidade própria, sufciente para oferecer uma formação de qualidade aos alunos matriculados em cursos superiores oferecidos por esta modalidade. Ou, se, de outra parte, estaria a EAD na dependência de ter a sua organização vinculada à educação presencial para que pudesse ler levada a efeito com qualidade. A natureza de uma modalidade educacional não é dada pelo nome com o qual ela é denominada, mas pelo que ela é em si mesma. É natureza acrescenta ao conceito os princípios internos que caracterizam a sua operação. Não o contrário. A educação a distância, como modalidade, por natureza, por conceito ou por operação, é sibi inhaerente realizada com o apoio de meios técnicos para promover o acesso a conteúdos e atividades de aprendizagem e para propiciar a integração entre os agentes do processo de ensino-aprendizagem1. A natureza, o conceito e a operação da educação a distância, apropriados e defnidos institucionalmente por estabelecimentos públicos e privados de ensino superior geram características organizacionais próprias e em acordo com as abordagens metodológicas, acadêmicas e dos recursos tecnológicos adotados em cada instituição. E, ao início de 2007 não se verifcavam no campo da educação a distância imperativo legal ou determinação científca, quer no Brasil, quer em outros países, que obrigassem ou conduzissem à adoção de um modelo organizacional único para estabelecer metodologia ou tecnologia padrão para a modalidade como um fator gerador de qualidade. Não se encontravam relações de causalidade verifcada a partir de investigações de qualquer ordem que subordinassem a efetividade da aprendizagem por educação a distância a um ou outro modelo organizacional. 1  Parte do texto deste capítulo foi retirado de um documento de análise de políticas públicas brasileiras sobre educação a distância, elaborado em 2007 por univesidades católicas, metodistas e comunitárias, e no mesmo ano encaminhado ao Ministério da Educação.

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A ameaça de um modelo único para a EaD no Brasil  

João VianneyCoordenador da Rede Interamericana de Educação e Telemática (RIF-ET) no Brasil.

Diretor do campus Unisul Virtual, unidade de educação a distância da Universidade do Sul de SantaCatarina – UNISUL.

 [email protected]

1. Parte I 

Um dos pontos em destaque no debate contemporâneo entre a sociedade

científca brasileira e agentes propositores de políticas públicas para a educação a

distância (EAD) está centrado na ‘natureza’ da modalidade a distância. A discussão é se

a EAD tem ou não uma identidade e operacionalidade própria, sufciente para oferecer

uma formação de qualidade aos alunos matriculados em cursos superiores oferecidos

por esta modalidade. Ou, se, de outra parte, estaria a EAD na dependência de ter a sua

organização vinculada à educação presencial para que pudesse ler levada a efeito com

qualidade.

A natureza de uma modalidade educacional não é dada pelo nome com o qual

ela é denominada, mas pelo que ela é em si mesma. É natureza acrescenta ao conceito

os princípios internos que caracterizam a sua operação. Não o contrário. A educação a

distância, como modalidade, por natureza, por conceito ou por operação, é sibi

inhaerente realizada com o apoio de meios técnicos para promover o acesso a conteúdose atividades de aprendizagem e para propiciar a integração entre os agentes do processo

de ensino-aprendizagem1.

A natureza, o conceito e a operação da educação a distância, apropriados e

defnidos institucionalmente por estabelecimentos públicos e privados de ensino superior

geram características organizacionais próprias e em acordo com as abordagens

metodológicas, acadêmicas e dos recursos tecnológicos adotados em cada instituição. E,

ao início de 2007 não se verifcavam no campo da educação a distância imperativo legalou determinação científca, quer no Brasil, quer em outros países, que obrigassem ou

conduzissem à adoção de um modelo organizacional único para estabelecer metodologia

ou tecnologia padrão para a modalidade como um fator gerador de qualidade. Não se

encontravam relações de causalidade verifcada a partir de investigações de qualquer

ordem que subordinassem a efetividade da aprendizagem por educação a distância a um

ou outro modelo organizacional.

1 Parte do texto deste capítulo foi retirado de um documento de análise de políticas públicas brasileiras sobre educação a distância,elaborado em 2007 por univesidades católicas, metodistas e comunitárias, e no mesmo ano encaminhado ao Ministério da Educação.

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Essa discussão, ainda que pareça tardia ou defasada em relação às universidades

estrangeiros com maior tradição tanto na educação presencial quanto na educação a

distância, foi colocada em cena no Brasil no início de 2007. A partir daquele período o

Ministério da Educação defagrou uma série de mudanças em marcos legais que redefnia

os contornos da modalidade da EAD, chegando a obter no fnal do mesmo ano junto à

Presidência da República um decreto que praticamente obrigava a EAD a funcionar

como uma modalidade semipresencial nas instituições vinculadas ao sistema federal de

ensino2.

A premissa colocada a público pelos gestores do Ministério da Educação (MEC)

para promover estas mudanças foi a de que uma maior carga de presencialidade nos

cursos a distância propiciaria aos alunos um maior contato com os colegas de turma e

com professores tutores, serviços de apoio como secretaria, biblioteca e laboratórios de

informática, e que a ausência destes fatores seriam limitadores para uma aprendizagem

de qualidade. Contudo, não foram apresentadas pelo MEC pesquisas nacionais ou

internacionais que pudessem trazer comprovações desta premissa, de forma a dar

sustentação acadêmica às ações então desencadeadas.

O fato de a EAD estar presente no ensino superior brasileiro apenas a partir de

1994 provocou um hiato no país em relação à investigação de como se processa a

aprendizagem nesta modalidade de quais formas de organização metodológica, de uso

de diferentes suportes tecnológicos ou de mecanismos para se exercer a tutoria de apoio

aos alunos, e de como avaliar a aprendizagem destes para efetivamente se chegar aos

resultados de uma formação universitária de qualidade.

No entanto, no cenário internacional teria sido possível ao Ministério da

Educação consultar pesquisas sobre a qualidade de aprendizagem alcançada por ex-

alunos de universidades a distância como a Universidade Aberta da Inglaterra (The

Open University), a Universidade Aberta e a Distância da Espanha (UNED), ou a

FernÜniversitat, universidade a distância de Hagen, na Alemanha. Da Inglaterra teria

sido possível ao MEC saber que nos evantamentos comparados de performance de

estudantes de todas universidades daquele país de que os alunos da Open University tem

classifcação sempre entre as cinco melhores instituições daquele país. Ainda nos

2 O conjunto dos instrumentos utilizados pelo Governo Federa para tentar reconceituar a educação a distância e induzir um modelosemipresencial para a educação a distância compreendeu: a Portaria MEC n.º 02/07; uma nova redação para um documentointitulado Referenciais de Qualidade para Educação a Distância, editado pela Secretaria de Educação a Distância do MEC;

formulários a serem utilizados por avaliadores em etapas de Credenciamento e Recredenciamento de instituições para atuar por EaDno ensino superior, e formulários para serem utilizados em etapas de autorização e de reconhecimento de cursos superiores adistância; a Portaria MEC n.º 40/07; e o Decreto n.º 6.303/2007. 

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contatos com a Open University o MEC poderia perceber que há uma liberdade

metodológica entre as faculdades que integram aquela instituição, e que a forma de se

organizar e de oferecer um curso a distância em Direito, por exemplo, é distinta na

metodologia, recursos tecnológicos, materiais didáticos e forma de tutoria de um curso

de Administração. E que a Open entende como uma virtuosidade a possibilidade de que

cada faculdade defna e implemente a sua metodologia. O foco é a aprendizagem que se

pretende, sendo o método apenas um recurso, um instrumento para se alcançar o

propósito do ensino superior, seja em conhecimento, seja em habilidades seja em

atitudes3.

Em contato com os pesquisadores da alemã FernÜniversitat – e que

regularmente visitam o Brasil para apresentar seminários sobre a EAD naquela

instituição –, teria sido possível ao MEC conhecer pesquisas de acompanhamento de

egressos mostrando que, observadas as trajetórias profssionais de alunos concluintes de

cursos presenciais e de cursos a distância equivalentes, de que, após 20 anos de atuação

em uma mesma organização, aqueles que tinha concluído seus cursos a distância

estavam ocupando funções superiores em relação aos seus colegas formados no ensino

presencial. Os fatores considerados para compreender este fenômeno eram os da

autonomia e da determinação necessária aos alunos para poder acompanhar as

exigências de estudos autônomos, característica dos cursos a distância daquela

universidade4.

Missões brasileiras em visitas técnicas a outros países para tomar conhecimento

de experiências exitosas no ensino superior a distância, desde 1972, quando da

elaboração do Relatório Sucupira, por membros do então Conselho Federal de

Educação, e até 2007, produziram relatos que mostraram distintas soluções encontradas

por instituições em todo o Planeta, e sempre com soluções metodológicas plurais e

diversas. E, no Brasil, da mesma forma, os estudos consolidados pela Associação

Brasileira de Educação a Distância (ABED) registram modelos diversos e em operação

com qualidade. Os relatórios produzidos pelo Ministério da Educação, desde o ano de

1998, para se proceder ao Credenciamento de instituições de ensino superior para a

oferta de educação a distância registram um amplo e variado painel brasileiro de

modelos de educação a distância, tanto na esfera pública quanto na esfera privada. Não

3As informações do desempenho acadêmico dos alunos da The Open University, bem como sobre a fexibilidade metodológica

permitida pela universidade em suas diferentes faculdades, são públicas e constam no site da instituição, em apresentaçõesdisponibilizadas pelo Departamento de Relações da The Open University.4As informações sobre o desempenho dos ex-alunos da FernÜniversitat foram presentadas pelo professor Wolfram Laaser, em

conferências na Universidade Federal de Santa Catarina, feitas a intervalos de três a quatro anos, desde 1996 e até o ano de 2007.

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se encontra, portanto, um modelo ad nunum para a educação a distância. No Brasil

consolidaram-se cinco vertentes etodológicas principais, como mostra o quadro a

seguir: 

Quadro 1 – Modelos de EAD estruturados e em funcionamento no Brasil (1994-2008) 

MODELO  DESCRIÇÃO  INSTITUIÇÕES 

1. Tele-educaçãovia satélite 

Geração e transmissão de tele-aulas com recepçãoem franquias ou tele-salas. Suporte de tutoriapresencial e on-line aos alunos, com entrega dematerial didático impresso ou em meio digital(CD) ou on-line, via internet.

Eadcom/UNITINS; FTC;UNOPAR; UNIDERP;COC; UNIP; UNINTER;CESUMAR; Estácio;UNIMEP; UNISA,METODISTA;CLARETIANOS;CESUMAR.

2. Pólos de apoio presencial(semipresencial) 

Atendimento aos alunos em locais cominfraestrutura de apoio para aulas e tutoriapresencial, e serviços de suporte como biblioteca,laboratório de informática. Uso de materiaisimpressos de apoio, ou de conteúdos em mídiadigital (CD ou on-line).

Instituições do consórcio

CEDERJ; UFMT; UnB;UFAL; UDESC; UFPR;UFSC; UFSM; UFOP;UDESC; e instituiçõesvinculadas ao ProgramaUniversidade Aberta doBrasil, do Ministério daEducação.

3. UniversidadeVirtual 

Uso intensivo de tecnologias de comunicaçãodigital para o relacionamento dos tutores com osalunos, e destes entre si com. Bibliotecas digitais eenvio aos alunos de material didático impresso oudigitalizado. Os tutores atendem remotamente aosalunos a partir da unidade central da instituição.Os locais de apoio aos alunos são utilizadosapenas para realização de provas.

Univs. Católicas do PR; MG;DF e RS; UNISUL; FGV;AIEC; UFSC; UNIFESP;UNIS; NewtonPaiva;UNIVERSO; UnB; UFF;

UNIFESP; UFPE;ANHEMBI; IESBE.

4. Vídeo-educação 

Atendimento aos alunos em vídeo-salas comequipamento para reprodução de aulas pré-gravadas, material didático impresso como apoioàs aulas em vídeo. Tutoria presencial e on-line.

ULBRA; Univ. CasteloBranco; UNIASSELVI;IESDE.

5. Unidade Central 

Sistema onde a unidade central da instituiçãorecebe regularmente a visita dos alunos paraatividades presenciais de práticas de laboratório. Atutoria é feita de maneira remota durante o períodode oferta das disciplinas de base conceitual.

Universidade Federal deLavras. Algumas IES fazemuso deste modelo, como aUnB e a UNISUL, pararealizar etapas com uso delaboratório em determinadosprogramas.

2. Parte II 

No entanto, a discussão acerca da natureza, do conceito e da operação da

educação a distância no Brasil intensifcou-se a partir dos pronunciamentos feitos pelo

dirigente responsável pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da

Educação (MEC), no segundo semestre de 2007. Nas participações em eventos na área

de EAD, nas sessões de abertura do seminário Educação a Distância – legislação eimpacto social, em Belo Horizonte (MG), no dia 1º de outubro, e do Congresso 2007 da

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Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), na cidade do Rio de Janeiro

(RJ), no dia 8 de outubro, o dirigente da SEED afrmou que, no Brasil, a partir de 2007 a

EAD seria uma modalidade semipresencial. E, ainda, em reunião promovida pela

Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) nas dependências das

Comissões de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, no Congresso

Nacional, em Brasília, no dia 16 de outubro, com a afrmação complementar de que, no

Brasil, a EaD não se daria em modelo de uma U-Virtual, explicitando de que por ‘U-

Virtual’ entendia uma educação a distância oferecida pelo uso intensivo de tecnologias

da informação e da comunicação (TICs) para realizar as atividades de oferta e acesso a

conteúdos, atividades de aprendizagem, bases de dados, tutoria e outros

relacionamentos próprios à atividade educacional5.

O secretário de educação a distância do MEC disse no seminário de Belo

Horizonte e na reunião na Comissão de Educação a Distância do Senado de que os

brasileiros não teriam discernimento sufciente para distinguir o que seria ou não uma

oferta de curso a distância de qualidade, e que por isso seria necessária a ação do MEC

no sentido de fltrar a atuação das instituições e de determinar um modelo de atuação. No

primeiro semestre de 2008, ao apresentar o estágio de implantação do programa

Universidade Aberta do Brasil, o coordenador do projeto incluiu nas telas utilizadas

durante congresso nacional de EAD realizado na cidade de Gramado a expressão

“indução de um modelo” para ilustrar que um dos propósitos era o de padronizar a

atuação das instituições de ensino superior vinculadas ao MEC numa organização

metodológica semipresencial, derivada do projeto implementado no Estado do Rio de

Janeiro pelo consórcio CEDERJ6.

Destaca-se que, em todas essas oportunidades, a SEED apresentou o modelo

preferencial de organização institucional para a oferta de EAD no ensino superior com

uma proposta que considerava obrigatória a instalação de unidades físicas compostas

por: salas de aula, salas de recepção, salas de professores, salas de estudo biblioteca,

salas de informática e laboratórios específcos. Espaços necessários à realização de

atividades regulares presenciais por alunos de cursos a distância, bem como da

5  Os posicionamentos da Secretaria de Educação a Distância do MEC foram apresentados pelo então dirigente da pasta, CarlosBielschowski, e pelo diretor de políticas públicas da pasta, Hélio Chaves Filho.

6 O propósito da indução de um modelo preferencial de EaD foi apresentado por Celso Costa, então coordenador da implantação doPrograma Universidade Aberta do Brasil.

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assistência a estes de tutores presenciais e demais equipes de suporte e funcionamento

dos serviços vinculados aos espaços citados.

O posicionamento da SEED adotado no início de 2007 difere das posturas e das

políticas públicas apoiadas por esta Secretaria desde a sua instalação, em 1995. As

políticas públicas para a área da educação a distância tinham as suas pautas defnidas

pelo apoio à pesquisas e ao desenvolvimento tecnológico e científco de metodologias e

de tecnologias que pudessem ser utilizadas no país para promover a qualidade e a ampla

difusão da educação a distância. Foram contempladas tanto a criação de experiências-

piloto quanto a consolidação e o aperfeiçoamento contínuo de distintos modelos de

educação a distância, como só é próprio à atividade científca. Nas políticas públicas

anteriores ao ano de 2007, não se registra orientação pela criação ou implementação de

um modelo único ou mesmo preferencial pelo Governo Federal para a oferta de

educação superior a distância no Brasil. E, de fato, em 13 anos de educação superior a

distância, desde o lançamento do primeiro curso superior a distância, em 1994, o país

não apenas criou como consolidou os distintos e qualifcados cinco modelos para a

oferta de EAD.

Um ponto de infexão na discussão acerca da imposição de um modelo

preferencial por parte da Secretaria de Educação a Distância do MEC surgiu em

setembro de 2007, quando, pela primeira vez, o grau de qualidade alcançado pela EAD

no país pôde ser verifcado por diversos indicadores ofciais, com a publicação pelo

Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) de um estudo

comparado entre o desempenho de alunos de cursos de graduação a distância e alunos

de cursos presenciais.

Um detalhamento dos resultados do ENADE nos anos de 2005 e 2006,

comparando o desempenho de alunos a distância e alunos do ensino presencial foi

sistematizado pelo professor Dilvo Ristoff, diretor de avaliação e estatísticas do ensino

superior do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira

(INEP)7. O estudo, publicado em setembro de 2007, apontou que o desempenho dos

alunos matriculados nos primeiros semestres de cursos de graduação a distância foi

superior em nove de 13 áreas avaliadas, comparativamente aos alunos de cursos

presenciais equivalentes. E, quando comparadas as notas obtidas de alunos matriculados

nas fases fnais dos cursos, a performance dos alunos a distância foi superior em sete das

7 Dilvo Ristoff atuou como diretor do INEP desde 2003 até o início de 2008.

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13 áreas submetidas aos exames, como registram os dois quadros a seguir. As setas na

coluna da direita apontam os cursos em que os alunos a distância obtiveram melhor

desempenho:

Quadro 2 – Alunos Ingressantes 

CURSO  PRESENCIAL  A DISTÂNCIA 

Administração 35,1 36,7

Biologia 30,4 32,8

Ciências Contábeis 33,3 32,6

Ciências Sociais 38,4 52,9

Filosofa 29,8 30,4

Física 30,6 39,6

Formação de Professores 41,0 41,2

Geografia 36,8 32,6

História 36,5 31,6

Letras 34,0 33,0

Matemática 29,8 34,0

Pedagogia 39,9 46,8

Turismo 43,1 52,3

Quadro 3 – Alunos Ingressantes e Concluentes 

CURSO  PRESENCIAL  A DISTÂNCIA 

Administração 37,7 38,0

Biologia 32,7 32,8

Ciências Contábeis 35,0 32,6

Ciências Sociais 41,2 52,9Filosofa 32,5 30,4

Física 32,5 39,6

Formação de Professores 42,8 41,2

Geografia 39,0 32,6

História 38,5 31,6

Letras 35,7 33,1

Matemática 31,7 34,2

Pedagogia 43,4 46,1

Turismo 46,3 85,3

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Ao divulgar os resultados, o professor Dilvo Ristoff destacou a importância

deles para contrapor com a evidência científca do INEP com a melhor performance dos

alunos a distância a todo um conjunto difuso de formulações do senso comum que

aludiam à EAD como uma formação de qualidade inferior:

“Apesar de inúmeras experiências bem-sucedidas em outros países, o

ensino a distância continua sob fogo cruzado no Brasil, com o argumento

de que vai piorar a qualidade. Alguns até reconhecem o seu efeito

democratizante, mas temem que traga ainda mais difculdades a um

sistema educacional com problemas. Os dois últimos Enades (2005 e

2006), no entanto, mostram que este temor é injustifcado”.8

Os resultados de uma aprendizagem equivalente ou mesmo superior na formação

por educação a distância, inequívoco na perspectiva da avaliação ofcial do Ministério daEducação e do órgão encarregado de proceder ao levantamento, o INEP, trouxeram para

a academia brasileira novos desafos para a pesquisa vinculada à área. Com a massa de

dados colocada à disposição do público torna-se possível investigar se a diferença de

performance estaria ou não vinculada aos diferentes fatores que distinguem os alunos da

educação presencial e da educação a distância. A base de dados do INEP permite

identifcar uma série de variáveis que podem ser correlacionadas para buscar a

compreensão do fenômeno.

Diversas hipóteses para se chegar ao entendimento do desempenho superior dos

alunos a distância foram colocadas. A exigência de autonomia e disciplina nos estudos

que se faz a distância, por exemplo, poderia ser um fator para a diferenciação. O uso de

conteúdos de aprendizagem previamente estruturados e organizados didaticamente em

distintas modelagens de educação a distância pode ser um fator diferenciador, defende,

por exemplo, Michael Moore, diretor e pesquisador de educação a distância na

PennState University, nos Estados Unidos. O próprio Dilvo Ristoff levantou como

possibilidade para entender o resultado favorável à EAD por um possível alinhamento

entre os conteúdos curriculares utilizados na EAD com as diretrizes curriculares

nacionais utilizadas como base para o planejamento das provas do ENADE, o que em

tese pode não ocorrer no ensino presencial em que o conteúdo indicado nas ementas não

necessariamente é cumprido integralmente em sala de aula. Os diferentes métodos ou

modelos utilizados na EAD, e as estratégias para o uso de distintas tecnologias na

8 Dilvo Ristoff. Entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada em 10 de setembro de 2007.

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modalidade podem também ser investigados para verifcar se são observadas

discrepâncias ou não na aprendizagem aferida.

Uma outra hipótese recorrentemente formulada levanta como premissa o fato de

que na educação a distância os alunos são mais velhos e que9, por uma possibilidade de

maior experiência profssional e de vida, estes, em tese, poderiam auferir resultados

melhores em exames, quando comparados com alunos mais jovens e que freqüentassem

na educação presencial cursos equivalentes10. Tal hipótese foi descartada a partir de

cruzamento dos resultados das notas dos alunos segmentados em faixas por idade,

agrupados nas categorias de ‘mais de 24 anos’ e ‘24 anos e menos’. O resultado

mostrou que independente da modalidade de ensino, a performance dos alunos mais

 jovens é superior, como mostra a tabela a seguir:

Tabela 1 – Performance dos Alunos nas Modalidades de Ensino Presencial e a Distância

MAIS DE 24 ANOS  24 ANOS E MENOS ÁREA 

Presencial Distância Presencial Distância

Administração 38,5 39,8 37,0 33,2

Biologia 31,6 30,5 33,1 38,7

Ciências Contábeis 31,1 28,5 29,6 25,0

Filosofa 32,9 30,0 32,1 33,4

Física 32,4 39,4 32,5 40,2Normal Superior 42,6 41,9 43,3 40,2

Geografia 36,8 32,7 39,9 29,9

História 38,3 34,4 38,6 36,0

Letras 35,1 32,9 36,3 35,6

Matemática 31,2 34,0 32,1 34,6

Pedagogia 43,8 46,0 42,5 48,4

Turismo 45,7 48,1 46,6 53,9

3. A EaD como inclusão social: O perfil socioeconômico dos alunos

Ainda na extração de dados fornecida pelo professor Dilvo Ristoff, a partir da

base de dados dos exames do ENADE em 2005 e 2006, constam características de

diferenciação socioeconômica entre os alunos dos cursos presenciais e dos cursos a

distância. Os dados mostraram que os alunos a distância são preponderantemente

9 Na Universidade do Sul de Santa Catarina, por exemplo, a média de idade dos alunos matriculados em cursos a distância no anode 2007 era de 34,8 anos, enquanto nos cursos presenciais da mesma instituição a média de idade fcava em 21,7 anos. 10

 Hipótese formulada por João Vianney durante a primeira exposição do prof. Dilvo Ristoff com dados socioeconômicos dapesquisa do ENADE 2005-2006, em seminário na Universidade do Sul de Santa Catarina, em novembro de 2007. Os dados foramretrabalhados pelo prof. Dilvo Ristoff, que descartou a hipótese ao verifcar que os alunos mais jovens obtêm notas mais altas que osalunos mais velhos, tanto no ensino presencial quanto na educação a distância. 

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casados, têm flhos, são menos brancos, mais pobres, contribuem em maior proporção

para o sustento da família, têm menos acesso à internet em casa e utilizam mais os

recursos da rede no ambiente do trabalho, e cursaram o ensino médio majoritariamente

em escolas públicas, e têm pai e mãe com menor escolaridade em relação aos alunos dos

cursos presenciais, como mostra a tabela a seguir.

Tabela 2 – Perfil Socioeconômico: Alunos a Distância X Alunos do Ensino Presencial 

CRITÉRIO / INDICADOR ALUNO

POR EAD(EM %)

ALUNOPRESENCIAL

(EM %)

01 Percentual de alunos casados 52 19

02 Alunos com 2 ou mais flhos 44 11

03 Cor da pela branca 49 68

04 Renda familiar de até 3 salários mínimos 43 26

05Renda familiar acima de 10 saláriosmínimos

13 25

06 Trabalha e ajuda a sustentar a família 39 19

07 É a principal renda da família 23 07

08 Pai com ensino médio ou superior 18 51

09 Mãe com ensino médio ou superior 24 54

10 Tem acesso à internet 82 92

11 Usa o computador em casa 55 72

12 Usa o computador no trabalho 65 53

13 Estuda mais de 3 horas por semana 53 5114

Cursou o ensino médio em escolapública

67 51

15Cursou o ensino médio em escolaPrivada

15 33

Os indicadores do quadro anterior revelam o forte caráter inclusivo da educação

superior a distância no país. A simples confrontação entre os perfs socioeconômicos dos

alunos da EAD com os alunos do ensino presencial de cursos equivalentes comprova a

importância social desempenhada pelas instituições que implantaram cursos superiores

a distância no país. No fnal do ano de 2006 foi apresentada na Universidade Federal deSanta Catarina a primeira pesquisa sobre  As Representações Sociais da Educação a

 Distância no Brasil. O estudo foi realizado para descobrir como os alunos matriculados

em cursos de graduação a distância e em cursos presenciais conceituavam esta

modalidade de acordo com as suas próprias palavras, e não a partir de defnições ou

conceitos listados na bibliografa especializada11. O levantamento estudou 391

11

 As Representações Sociais da Educação a Distância. Tese de doutorado defendida na Universidade Federal de Santa Catarina, no

Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, por João Vianney, com orientação do prof. Dr. BrígidoCamargo. Texto na íntegra disponível em www.bu.ufsc.br. 

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questionários com respostas livres registradas pelos alunos, de acordo com as

metodologias adequadas para um estudo das representações sociais a partir das teorias

desenvolvidas por Serge Moscovici e Jean Claude Abric. As defnições criadas pelos

estudantes foram sistematizadas e alinhadas nos pontos de maior concordância a partir

dos elementos de maior permanência nas frases, bem como a consideração dos mesmos

na estrutura das orações criadas pelos alunos.

As expressões de maior ocorrência para o grupo dos alunos de cursos a distância

foram: oportunidade; economia; fexibilidade (horário fexível); facilidade (de ingresso);

comodidade; e dedicação. O processamento dos dados obtidos possibilitou conhecer

qual era a representação social que os próprios alunos faziam da modalidade, com o

seguinte resultado:

“Estudar a distância é uma oportunidade econômica de ingressar no

ensino superior. Oferece fexibilidade pela facilidade de escolher os locais

e horários mais cômodos para estudar. Porém, exige dedicação por parte

do aluno”. 

A mesma pesquisa processou os dados constantes nos questionários para formar

pares associados entre as expressões mais freqüentes, listando ainda os pontos de

contato entre as expressões que apareciam formando pares associados nas defnições

feitas pelos estudantes e os relacionamentos destas expressões com as outras que

surgiam com maior freqüência. Este processamento resulta numa visualização dos

principais pares associados que se apresentavam nas formulações feitas pelos próprios

alunos, mostrando os principais eixos de relacionamento entre as expressões que

identifcavam os elementos estruturantes das representações sociais da educação a

distância. A imagem resultante está na fgura a seguir:

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A amostra utilizada para esta pesquisa de representações socais apresentava

ainda indicadores distintos para os perfs dos alunos de cursos a distância e dos alunos de

cursos presenciais. A média de idade entre os alunos a distância era superior em quase

dez anos em relação aos alunos do ensino presencial, reiterando na amostra a

característica clássica da EAD como um produto direcionado para o atendimento

universitário de parcelas da população adulta, como mostra a tabela a seguir:

Tabela 3 – Caracterização dos Perfis de Alunos de Cursos presenciais e de cursos adistância 

SEXO EXPERIÊNCIA

ANTERIOREM EAD AMOSTRA E VARIÁVEIS DESCRITIVAS:

NúmeroMédia

de idade

Masc. Fem. Sim Não

Alunos de cursosa distância 

20133,94anos

70,87% 29,13% 27,25% 72,75%

Alunos de cursospresenciais 

19524,27anos

49,84% 50,14% 17,45% 82,55%

FONTE: Dados da amostra utilizada para a pesquisa As Representações Sociais da Educação a Distância.Op. Cit. 

A identidade entre as informações apuradas na pesquisa  As Representações

Sociais da Educação a Distância em relação à maneira como os alunos descreviam as

características de fexibilidade e economia da modalidade, e da necessidade de dedicação

para se alcançar os objetivos, e os resultados obtidos pelos levantamentos do ENADE

nos anos de 2005 e de 2006, pode ser visualizada ainda com a observação sobre como

os alunos matriculados nos cursos de EAD avaliados pelo Ministério da Educação

valoraram com indicadores superiores critérios que indicam a qualidade acadêmica dos

programas em que estavam matriculados. Eles apontaram com notas superiores que os

seus colegas de cursos presenciais o atendimento extraclasse oferecido pelos professores

dos cursos; valoraram positivamente, em escores superiores, a vinculação das

disciplinas com os currículos dos cursos, e também a pertinência dos conteúdos

essenciais que deveriam ser estudados, como mostra a tabela a seguir:

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Tabela 4 – Perfil Acadêmico: Alunos a Distância x Alunos do Ensino Presencial 

CRITÉRIO / INDICADOR ALUNO

POR EAD. (EM %)

ALUNOPRESENCIAL. 

(EM %)

01Existe vinculação entre as disciplinase o currículo do curso

66,9 51,1

02Atendimento extraclasse pelosprofessores

50,1 16,9

03Conteúdos essenciais constam dosplanos de ensino

73,1 54,5

4. Conclusão Em síntese, para um exercício de compreensão do fenômeno da expansão da

educação superior a distância no Brasil não são sufcientes em si as análises que

contemplam apenas o caráter de inclusão social de camadas menos favorecidas

economicamente, bem como não são sufcientes análises que possam apontar para o

fenômeno da interiorização do ensino superior pela EAD, ou do mérito acadêmico

conquistado pelos alunos nos exames do ENADE. O fenômeno é amplo e de múltiplas

facetas passíveis de análise, pois os alunos evidenciaram na representação social

apurada que estão cientes das oportunidades logísticas e de fexibilidade que a

modalidade oferece, bem como destacam o fator econômico favorável à compra desta

modalidade de ensino e as difculdades que enfrentam para vencer as necessidades de

aprendizagem, com uma exigência de dedicação especial.

Em conclusão, a partir da observação do cenário internacional e dos indicadores

coletados no Brasil, é possível afrmar que não foram encontradas evidências de

qualquer ordem que pudessem dar sustentação à proposta de indução de um modelo

único de educação a distância para o País. Tal proposição é tão-somente inibidora do

crescimento da modalidade da EAD na geração dos comprovados benefícios em

inclusão social e disseminação de competências universitárias com uma aprendizagem

de qualidade.

A tentativa de se induzir um modelo semipresencial para a EAD no país é

inconstitucional porque contrária ao dispositivo da Carta Magna de que a educação se

faz com pluralidade de idéias e de métodos. E é uma ameaça, e não uma oportunidade,

para o desenvolvimento do progresso da ciência da educação e da tecnologia aplicada à

educação no País.

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A tentativa de redefnir a educação a distância para uma modalidade

semipresencial é a negação da natureza própria do objeto, e para a qual não se apresenta

como sufciente substituir nominalmente a conceituação ou uma denominação legal, por

imposição. 

5. Referências 

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