A apresentação de Identidades Lingüísticas · Maluquinho, Mauricio De Sousa criou o Bidu, ......

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A REPRESENTAÇÃO DE IDENTIDADES LINGUÍSTICAS NAS HISTÓRIAS EM

QUADRINHOS

Autora: Lúcia Malacário de Campos

Professora Orientadora: Avanilde Polak

RESUMO

Este artigo é resultado de uma experiência realizada no 7º ano do Ensino Fundamental em uma escola da Rede Estadual de Ensino, no município de Prudentópolis – PR, abordando as histórias em quadrinhos como recurso para a produção e representação de identidades linguísticas diversas. As Histórias em Quadrinhos (HQ’s) representam um gênero discursivo que aguça a curiosidade, bem como, o interesse dos alunos de todas as faixas etárias. Por esse motivo, esse estudo busca estabelecer uma reflexão sobre a presença das variações linguísticas no enredo de HQ’s (doravante histórias em quadrinhos). O objetivo das atividades propostas é de auxiliar os professores e alunos na análise das variações linguísticas presentes na HQ’s, atentando para as diferenças entre a variedade padrão e a variedade não padrão da língua. As estratégias de ação foram estruturadas em: contextualizando o conhecimento, que destinou-se a abordagem histórica à contextualização das HQ’s conceituando essa modalidade de texto e as variações linguísticas. Em seguida, foi feita uma reflexão entre HQ’s e variação linguística, onde o aluno teve contato com textos em quadrinhos, seguidos de atividades que propiciam a produção de quadrinhos.

Palavras-chave: História em quadrinhos; variação linguística; identidade linguística.

1 INTRODUÇÃO

A linguagem enquanto fenômeno vivo e não-estático, permite aos usuários de

uma língua realizar um processo dinâmico de comunicação, valendo-se de recursos

diversos, capazes de tornar o ato comunicativo um momento relevante de reflexão e

interação.

Nesta perspectiva, a questão da diversidade linguística e da identidade

cultural é uma constante no que se refere ao tratamento de linguagem, não podendo

ser separada das considerações feitas em torno do ensino de uma língua. Dessa

forma o presente trabalho procura tecer um parâmetro entre o ensino da HQ, suas

características, forma de produção e a variedade linguística mobilizada nesse tipo de

texto. Considera-se que a linguagem verbal, aliada a linguagem não verbal possa

motivar o aluno para a realização de múltiplas leituras, refletindo sobre o conteúdo

abordado bem como a forma como ele é enfatizado no texto.

Porém, para que o trabalho pedagógico das aulas de Língua Portuguesa

atinja seus objetivos, é necessário que essas se constituam um espaço estimulante,

onde o aluno reconheça o aprendizado da língua como uma forma efetiva de ação-

interação com o mundo circundante, um espaço que viabiliza a aquisição da

competência comunicativa, adequada a cada situação específica, onde a linguagem

adquire materialidade.

Partindo desse pressuposto, a problemática investigativa deste trabalho é:

“Qual a contribuição das histórias em quadrinhos nas aulas de Língua Portuguesa,

quando aborda a temática da variação linguística?” “Como os alunos observam e

representa as subjetividades presentes na formação linguística dos usuários da

Língua Portuguesa no Brasil?”

Para responder tais questões esse trabalho teve como objetivo observar como

os alunos interagem com as HQ’s e como percebem a presença das diferenças

linguísticas enfatizadas. As estratégias de ação elaboradas a fim de atingir os

objetivos propostos compreenderam primeiramente a abordagem histórica da HQ’s,

ressaltando sua repercussão na sociedade, seus conceitos e características.

Em seguida, os alunos receberam algumas HQ’s previamente selecionadas,

extraídas de jornais, revistas e outros materiais de circulação. Após o contato com o

material dos alunos, criaram personagens e elaboraram produções próprias

enfatizando as variantes linguísticas, considerando os fatores como: regionalismo,

faixa etária, gênero, situação socioeconômica e cultural que justificam a existência

das variações linguísticas.

O trabalho finalizou-se através da socialização do conhecimento em

exposição de murais com as produções empreendidas e um livro onde as mesmas

foram organizadas para que ficassem a disposição da comunidade escolar.

A fundamentação teórica contou com abordagens de autores como Possenti

(1996), Soares (1998), Bagno (2002), Meurer (2001), Eisner (2001); também

estruturou-se a partir das considerações contempladas nas DCE’s Diretrizes

Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa (2008).

A pesquisa poderá servir como apoio ao trabalho dos professores de Língua

Portuguesa e de estímulo à criatividade do educando, bem como a sua percepção

sobre a pluralidade existente na língua. Todo o material utilizado na implementação

do trabalho serviu aos objetivos previamente estabelecidos.

2 OS QUADRINHOS NA HISTÓRIA

A história de desenho antecede a história da escrita. Mesmo antes de

conhecer o código escrito, o homem já desenhava fatos cotidianos, pois a expressão

comunicativa é uma necessidade que acompanha o ser humano desde a pré-

história.

Sabemos, através de informações e registros históricos que o homem

primitivo desenhava, nas paredes das cavernas em que morava, cenas de sua vida

diária: desenhos de homens caçando, de animais, de peixes, ou seja, de fatos

desenhados contando a sua história. Assim começaram as primeiras HQ’s.

Muito tempo depois, o povo egípcio com seus hieróglifos que misturavam

letras, símbolos e desenhos em continuação, também contribuíram para a evolução

das HQ’s, pois os monumentos egípcios mostram uma sucessão de desenhos feitos

em colunas de pedra, como por exemplo, o faraó construindo uma pirâmide para seu

túmulo e glorificando seu governo em uma sequencia (CEREJA; MAGALHÃES,

2009).

Foi com a invenção da imprensa que a história em quadrinhos (HQ’s), tal

como a conhecemos hoje, surgiu. Aos poucos, foi ganhando espaço no mundo todo.

Nos Estados Unidos chama-se comics, na França: Bonde dessinée, na Itália:

Fumetti, no Japão: Mangá, nos primeiros jornais as ilustrações eram raras, quase só

traziam textos de linguagem verbal. Havia três tipos de ilustração: a caricatura,

objetos ou pessoas e a reprodução do conteúdo do texto” (ANDRADE, 2004).

Aos poucos, os escritores e editores de jornais americanos começaram a perceber a preferência do público por textos ilustrados. Criou-se então, o

que se considera como marco inicial da história em quadrinhos, o aparecimento, em 1894 do “Yellow Kid” (O Garoto Amarelo), criação do desenhista Norte-Americano Richard F. Outcault para o Jornal New York World. A personagem era um menino pobre que vivia em uma favela de Nova Iorque e usava um camisolão amarelo, onde o texto aparecia escrito. (CEREJA; MAGALHÂES, 2009).

A partir de então, muitos desenhistas criaram outras personagens, mas a

consolidação das histórias em quadrinhos (HQ’s), com balões e onomatopéias,

aconteceu muito tempo depois, quando surgiram os heróis de surpreendentes

aventuras como “Tarazan”, por exemplo.

No Brasil, por muito tempo, a produção de HQ’s se limitou à publicação de

quadrinhos estrangeiros e só mais tarde ganhou autonomia com a primeira revista

voltada ao público infantil em 1905, essa revista chamou-se Tico-Tico. Inicialmente,

apresentava poucas páginas com quadrinhos, as demais páginas, destinavam-se a

curiosidades, fábulas e fatos sobre a História Brasileira. (CEREJA; MAGALHÃES,

2009).

A partir da década de 60, os quadrinhos nacionais ganharam importantes

artistas, criadores de personagens inesquecíveis. Ziraldo criou o Pererê e o Menino

Maluquinho, Mauricio De Sousa criou o Bidu, mais tarde, a turma da Mônica, além

de outros cartunistas igualmente renomados que dão humor e criticidade a fatos

simples do dia a dia, através de personagens que acabaram fazendo parte da cultura

brasileira e cujas características são compartilhadas por gerações, dando vida à

linguagem e recriando formas de expressão, marcas linguísticas que dinamizam a

língua enquanto fenômeno social.

2.1 CONCEITUALIZANDO A HISTÓRIA EM QUADRINHOS

De acordo com a revista Ciência Hoje das Crianças (1998, p.15), “os

quadrinhos são textos que utilizam desenhos para narrar fatos ou um episódio

qualquer”. Sempre que duas ou mais imagens são desenhadas umas após a outra

criando uma sequência, trata-se de uma história em quadrinhos. Por isso mesmo,

esse tipo de texto ficou conhecido como “arte sequencial”.

HQ’s contam, conforme seu nome já diz uma narrativa. É importante uma

narrativa que envolve fatos, personagens, tempo e espaço. Os fatos se organizam

em uma sequência baseados em quadros, imagens gráficas e verbais.

As personagens das HQ’s geralmente apresentam características bem

definidas. A personagem Mônica, por exemplo, criada por Mauricio de Sousa e

conhecida por todos, é muito forte e brigona; o Cascão, não gosta de tomar banho; a

Magali é comilona; e assim por diante. Tais características são, quase sempre,

apresentadas ao leitor através do discurso das personagens ou por comentários de

outras personagens sobre elas (FARACO; MOURA, 2001).

O balão é um elemento que caracteriza os quadrinhos e consiste em um

espaço que quase sempre sai da boca das personagens, na qual aparecem a fala ou

o pensamento das mesmas (FARACO; MOURA, 2001).

Outras características também são encontradas nos quadrinhos e servem

para dar maior expressividade à história como, por exemplo, a reprodução de sons e

ruídos, que se procura imitar aproximadamente através da escrita. Esse recurso

chama-se “onomatopéia” e é uma figura de linguagem.

Além das onomatopéias, os quadrinhos apresentam muitas palavras e

expressões que traduzem emoções, sensações e sentimentos das personagens.

Essas palavras são chamadas de “interjeições” que costumam vir acompanhadas do

ponto de exclamação (FARACO; MOURA, 2001).

Esses recursos ajudam a tornar a linguagem mais interessante e

descontraída. Não é difícil perceber que as personagens das HQ’s costumam usar

uma linguagem informal, bem parecida com a que empregamos em nosso dia a dia,

em casa ou com os amigos.

2.1.1 O Potencial Didático das Histórias em Quadrinhos

As Histórias em Quadrinhos (HQ´s) podem ter diversas aplicações como

veículo de comunicação visual e impressa e como ferramenta pedagógica. De

acordo com Moya (1997, p.147), esse gênero textual propicia:

(...) a realização de uma finalidade instrutiva, pela apresentação dos mais diversos assuntos e noções. Mais do que isto, consegue preencher uma

finalidade educativa por um desenvolvimento, que produz, de ordem psico-pedagógica, isto é, dos processos mentais e do interesse pela leitura.

A leitura constitui apenas uma das possibilidades de emprego das HQ´s

(histórias em quadrinhos). Como reitera Moya (1997, p.153):

Ao utilizar as HQ´s é possível que pela encenação e ludicidade a ela inerentes, possa se conseguir um rendimento maior e uma interação mais espontânea do grupo, com ganhos no processo de ensino-aprendizagem.

A utilização das HQ´s como ferramenta pedagógica constitui, portanto, um

rico material para o trabalho em sala de aula, o professor poderá com esse gênero

textual, trabalhar temáticas diversas e responder melhor a questão da produção de

sentidos que está subjacente a todo trabalho de ordem pedagógica.

Neste sentido, aborda Canclini (2000, p.339):

As HQ´s, ao gerar novas ordens e técnicas narrativas, mediante a combinação original de tempo e imagens em um relato de quadros descontínuos, contribuem para a potencialidade visual da escrita e o dramatismo que pode ser condensado em imagens estáticas.

Atualmente as HQ´s são valorizadas como gênero literário que associa o

verbal e o não-verbal. Na sala de aula os quadrinhos integram os livros didáticos e

muitos materiais de cunho pedagógico, proporcionando experiências narrativas,

fazendo o aluno adquirir uma nova linguagem.

As HQ´s em sala de aula também servem de incentivo a leitura, pois falam

ao aluno através de uma linguagem agradável e compreensível com a qual se

identificam. Os quadrinhos viabilizam uma leitura que combina imagem com texto

para expressar pontos de vista, simbolismos, humor, sátira, tudo isto em um único

texto.

Para Canclini (2000), os quadrinhos contém uma riqueza tanto no conteúdo

das histórias quanto no desenvolvimento dos personagens, podendo estimular

muitos exercícios de linguagem oral e escrita.

Por isso, o próximo item a ser explorado no presente trabalho é a presença

da variedade linguística nas HQ´s, pois compreende-se que a riqueza da linguagem

utilizada neste tipo de texto se aproxima bastante do universo linguístico vivenciado

pelos alunos. Trabalhar com a diversidade linguística presente nos quadrinhos é

mais do que um exercício de cunho pedagógico, é um exercício de reflexão sobre a

linguagem e seu dinamismo.

2.2 AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ’s) E SUA RELAÇÃO COM A

VARIEDADE LINGUÍSTICA

Justamente por ser um fenômeno vivo e dinâmico é que a língua está sujeita a

diferenças que se devem a fatores diversos, tais como: regionalismos, classe social,

gênero, contexto histórico, experiências individuais. Assim, torna-se relevante

trabalhar nas aulas de Língua Portuguesa as variações nela existentes.

A questão da identidade cultural e da diversidade linguística, tema muito

abordado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa (DCE’s), pode

ser focalizado de maneira abrangente em uma prática envolvendo HQ’s porque

transmitem uma linguagem contextualizada a situações diversas de comunicação.

Questões como essas são relevantes para a formação de sujeitos históricos capazes

de entender e interpretar a realidade nas suas mais diversas formas, enriquecendo,

assim, o seu processo comunicativo.

A linguagem não verbal associada à linguagem verbal presentes nas HQ’s

torna o processo comunicativo muito mais próximo do aluno. Ao associar palavra e

imagem a linguagem transforma-se em algo concreto, no qual a inferência de ideias

e conhecimentos prévios encontram maiores oportunidades de compreensão por

parte dos receptores do discurso.

No que se refere especificamente a HQ’s, sua estruturação é feita com base

em textos imagéticos atrelados ao texto verbal. Assim, incentivando a criação de

personagens, abrindo espaços e discussões onde o aluno seja sujeito da própria

construção do conhecimento, bem como de seu posicionamento no contexto social e

uso linguístico.

As aulas de Língua Portuguesa devem favorecer ao aluno a utilização da

língua com a competência adequada a cada situação real e concreta de seu

cotidiano. Porém, nem sempre esse trabalho é desenvolvido efetivamente em sala

de aula, tornando o ensino da língua algo fragmentado e com pouco sentido para o

educando.

A linguagem é ima necessidade fundamental inerente ao ser humano

(BAKTIN, 2003). Essa essencialidade confere diferentes formas de expressão,

múltiplas maneiras de comunicar uma mesma ideia.

A linguagem tem o potencial de mediar nossa ação sobre o mundo, por isso,

aumenta a necessidade e a relevância de novas práticas educacionais relativas ao

uso de diferentes gêneros textuais e aos requisitos de um letramento adequado ao

contexto atual.

Tão grande é a importância do conhecimento crítico sobre práticas discursivas

e sociais, que estudiosos do discurso afirmam que “esse tipo de conhecimento está

se tornando um pré-requisito para a cidadania democrática” (MEURER; ROTH,

2002, p.10).

A maioria das pessoas não tem ideia do poder e do impacto da linguagem no

mundo contemporâneo e, consequentemente, a formação relativa ao uso da

linguagem e sua interação com o contexto onde é enunciada deve ser tomar uma

prioridade na escola onde à norma padrão é ensinada como a mais “correta”, forma

de uso da língua.

É inegável, a necessidade de uma revisão crítica no ensino da norma padrão, para que ela, na condição de referencia para determinados uso da língua (mais monitoradas e formais), se aproxime mais da realidade linguística falada e escrita no Brasil. (BAGNO; STUBBS; GAGNÉ, 2002, p.31).

Nessa reflexão, reforça-se a importância de considerar a heterogeneidade

linguística presente nas salas de aula, formas de expressão que conferem à língua a

propriedade de criar e recriar sentidos, de construir subjetividades. Esse fato não

pode deixar de ser considerado nas aulas de Língua Portuguesa.

A sala de aula é um local privilegiado para tratamento da linguagem e seu

processo de construção, um espaço rico onde circulam múltiplas formas de

comunicação. Sob essa ótica torna-se viável criar estratégias de aproveitamento

dessas variações linguísticas, conceitos e pensamentos para enriquecer as

experiências linguísticas dos educandos, instrumentalizando-os a uma vivência

social consciente e atuante nos mais diversos contextos.

Cabe ao professor, não só o de Língua Portuguesa, dessa forma, propiciar ao

educando a leitura e discussão de textos das diferentes esferas sociais. As práticas

discursivas abrangem tanto dos textos escritos ou falados a integração da linguagem

verbal com outras linguagens.

A leitura dessas múltiplas linguagens pode auxiliar o envolvimento do sujeito

com as práticas discursivas alterando “seu estado ou condição em aspectos sociais,

psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, linguísticos e até mesmo econômicos”

(SOARES, 1998, p. 18).

Dessa forma, é preciso que a escola tenha clareza de que tanto a norma

padrão quanto as outras variedades, embora apresentem diferenças entre si, são

igualmente lógicas e bem estruturadas.

A sociolinguística, não classifica as diferentes variações linguísticas como

boas ou ruins, pois constituem sistemas linguísticos eficazes que atendem a

diferentes propósitos comunicativos dados as práticas sociais e os hábitos culturais

das comunidades. “A variação linguística compreende as diferentes formas de falar a

mesma língua, considerando a identidade cultural de cada região” (SOARES, 1998,

p.74).

Trabalhar as diversas construções linguísticas através das HQ’s pode ser uma

experiência enriquecedora. O professor pode selecionar histórias em que a

diversidade linguística apareça e possa ser analisado, por esse motivo no presente

estudo optou-se por trabalhar com as HQ’s, explorando o conteúdo linguístico

inerente ás mesmas.

Os quadrinhos são uma forma de comunicação que utiliza da linguagem

verbal e não verbal para narrar um caso ou episódio qualquer. É por isso que os

quadrinhos ficaram conhecidos como arte sequencial (EISNER, 2001).

A configuração geral da HQ’s por apresentar a palavra e imagem, exige do

leitor o exercício das suas habilidades interpretativas visuais e verbais. A leitura

desse texto é um ato de percepção estética e de esforço intelectual.

As marcas linguísticas presentes nas HQ’s são outro fator a ser considerado.

A diversidade linguística é trabalhada de forma a demonstrar a amplitude de

significados presentes no uso da linguagem. Esse é um fator importante, como

abordam as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa, (2008, p.58):

A acolhida democrática da escola às variações linguísticas toma como ponto de partida os conhecimentos linguísticos dos alunos, para promover situações que os incentivam a fazer uso da variedade de linguagem que eles empregam em suas realidades sociais, mostrando que as diferenças de registro não constituem, cientifica e legalmente, objeto de classificação e que é importante a adequação do registro nas diferentes instancias discursivas.

Nesse sentido, é pertinente trabalhar HQ’s na perspectiva da pluralidade

linguística, pois, na sala de aula, como em qualquer outro domínio social,

encontramos grande variação no uso da língua. Assim, trabalhar com a variedade de

aspectos inerentes a sua língua materna, certamente, pode ajudar o educando na

produção de sentidos em relação ao aprendizado da língua, bem como no processo

de construção de identidades e subjetividades.

3 O TRABALHO COM AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ’s) NA PRÁTICA

3.1 AÇÕES E ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS

As ações foram desenvolvidas em etapas, para que o trabalho pudesse

obedecer uma sequência, favorecendo aos alunos uma melhor compreensão do

conteúdo, levando em conta que todo o conhecimento precisa ser contextualizado e

provido de sentido, conforme o quadro abaixo:

AÇÃO Nº. AÇÃO

1 Interação como assunto através da leitura do texto: A História das

HQ’s e em seguida discussão entre eles sobre as HQ’s que já

leram e quais os personagens que mais chamaram atenção.

2 Interação com o texto propriamente dito. Leitura de gibis do Chico

Bento e Zé Carioca. Reconhecimento das características da

história escolhida: gênero e finalidade do texto, público ao qual

gênero textual se destina, em que tipo de material foi encontrado

(livro, revista, jornal), tema, estrutura e linguagem.

3 Atividade de recorte: balões com diversas finalidades (fala,

pensamento, sussurro...) onomatopeias e interjeições, colocar

tudo no caderno e identificar o som ou o ruído expresso pela

onomatopeia e os estados emocionais sugeridos através das

interjeições.

4 Atividade de recorte envolvendo personagens e suas

características, onde o aluno escreverá um pequeno texto sobre

essas personagens – seu nome, revista a qual pertence, seus

amigos, jeito de falar, etc.

5 Pesquisa de palavras e expressões pouco usadas através de

conversa informal, depois anotará o significado de cada uma,

substituindo por outro termo utilizado atualmente. Apresentar o

resultado da pesquisa aos colegas e completar a sua relação com

os dados trazidos pela classe.

6 Pesquisa na comunidade para levantar regionalismos e variações

linguísticas, as quais são diferentes da região em que os mesmos

se encontram. Apresentar o resultado para a sala.

7 Pesquisa sobre interlocução e comunicação, procurando do

dicionário o significado das mesmas em contextos sociais

distintos. Em seguida iniciar um debate sobre o ato da

comunicação, os interlocutores e contextos sociais.

8 Escolha de personagem para apresentação oral de suas

características e em seguida criação de personagens e suas

características físicas e psicológicas, sendo dois tipos de

personagens: um utilizando a linguagem formal e o outro uma

linguagem mais informal e observar o português falado pelos

personagens que vivem em contextos diferentes.

9 Leitura em silêncio de revistas em quadrinhos variados. Distribuir

folhas de papel sulfite onde o aluno identificará os seguintes

aspectos: marcas linguísticas presentes na fala dos personagens

e palavras que seja referente ao uso informal da língua.

10 Criação do texto de uma HQ’s utilizando os personagens os quais

criaram, pode ser usada a linguagem formal e informal, utilizando

também os fatos necessários (fala, grito), cenário em que os fatos

acontecem, e um título para a história.

11 Exposição dos livrinhos elaborados pelos alunos no corredor do

Colégio, pois assim os alunos e a comunidade escolar se sentem

mais motivados.

Conforme pode ser visto na tabela acima, a primeira ação desenvolvida foi a

contextualização das HQ’s, abordando suas origens e conceitos.

Conhecer a origem do conhecimento a ser aprendido constitui fator importante

para que o sujeito seja mobilizado à aprendizagem. Isso porque, a formação de

sentidos para a aquisição do saber se dá, a partir do momento em que se descobre

o objeto de estudo nos contextos sociais em que adquirem materialidade.

Portanto, a primeira ação realizada foi a contextualização história da HQ’s,

abordando alguns conceitos a ela inerentes, bem como sua repercussão na

sociedade, lembrando também, a questão da variação linguística inerente a essa

modalidade de texto.

Nesta atividade sugeriu-se que os alunos formassem grupos para que fosse

feita a leitura do texto: A História da História em Quadrinhos, de Adauto Andrade

(2004), e, em seguida, discutissem entre eles sobre as histórias em quadrinhos

(HQ’s) que já leram e quais os personagens que chamaram mais a atenção. Assim,

poderiam fazer um levantamento das HQ’s mais conhecidas citando os personagens

e algumas características que pudessem ser identificadas nos mesmos.

Os alunos participaram ativamente, demonstrando interesse e curiosidade em

conhecer mais sobre as HQ’s.

A segunda ação desenvolvida, foi o contato dos alunos com algumas HQ’s,

através de uma atividade onde disponibilizou-se materiais como: tesoura, cola, gibis

velhos (que podem ser encontrados em sebos ou na própria biblioteca da escola),

cartolina e canetas coloridas, para que se desenvolvesse esta atividade onde o

aluno montou um cartaz, dando a ele um título e expondo no mural da escola.

Deixou-se os alunos livres para escolherem entre as três opções abaixo:

1. Recortar dos gibis quadrinhos que contenham onomatopeias e

interjeições, em seguida colar os quadrinhos na cartolina e identificar o

som ou o ruído expresso pela onomatopeia e os estados emocionais

sugeridos através de interjeições.

2. Recortar e colar na cartolina quadrinhos com balões de todos os

formatos dando títulos a eles: balão de fala, balão de pensamento, balão

de grito, etc.

3. Recortar personagens diversas e colar na cartolina, escrevendo um

pequeno texto sobre ela onde serão identificadas suas principais

características, seu nome, revista a qual pertence, seus amigos, jeito de

falar, etc.

Essa atividade foi realizada em grupos de 4 alunos, cada grupo optou pelo

item que achou mais interessante. Foi uma atividade interativa na qual os alunos

passaram a entender melhor a finalidade e as características desse gênero textual,

percebendo, também, as variedades linguísticas presentes na leitura que realizaram.

O próximo momento enfatizou a questão da variação linguística nas histórias

em quadrinhos. Assim, como tudo o que há no mundo, a língua que falamos também

esta sujeita às mudanças. A língua não para no tempo, ela é um fenômeno vivo que

recebe as interferências do meio que a utiliza.

A nossa Língua Portuguesa é uma unidade que se constitui de muitas

variedades. Embora haja apenas uma língua nacional no Brasil, a mesma pode ser

falada de formas diferentes de acordo com fatores como: faixa etária, classe social,

região onde mora, cultura, entre outros.

A língua também varia com o passar do tempo, por exemplo, a palavra

“ciências”, na época de nossos bisavós ou tataravôs, pelos meados de 1850 era

escrita dessa forma:” Sciencias”, a palavra “farmácia” era “pharmacia”. E assim,

tantas outras palavras que hoje escrevemos ou falamos. Isso acontece porque a

língua não para no tempo, muitas palavras que antigamente eram usadas, bem

como cartas expressões idiomáticas e gírias, caíram em desuso. Pode ser

ressaltado que, se você conversar com uma pessoa bem mais velha, irá perceber

que a mesma utiliza termos diferentes que a sua geração já substituiu por outros “da

hora”.

Para esta atividade, sugeriu-se, que os alunos conversassem com pessoas de

faixa etárias distintas a sua, observando palavras e expressões que são pouco

usadas na atualidade. Depois, anotassem os significados de cada uma, substituindo

por outro termo utilizado atualmente.

Em seguida, eles apresentaram o resultado da pesquisa aos colegas e

completaram a sua relação com os dados trazidos pela classe.

Ao término desta atividade, os alunos demonstraram-se integrados com a

questão das variações linguísticas em seu aspecto histórico. Após a pesquisa oral

ter atingido seu objetivo, solicitou-se que os alunos pesquisassem em materiais

impressos. Na aula seguinte, todo o material coletado foi discutido e apresentado

aos alunos, que participaram ativamente dando suas contribuições.

A língua que aprendemos na escola é apenas uma das variedades

linguísticas, considerada padrão, por motivos históricos e sociais.

A variedade padrão “é o modelo ideal de língua que deve ser utilizado nos

documentos oficiais, textos científicos e didáticos, em jornais, livros e revistas; é

aquele que é ensinado e aprendido na escola” (DELMANTO; CASTRO, 2009, p.45).

Vale ressaltar que a variedade coloquial não é errada ou pobre de recursos.

Segundo o linguista Marcos Bagno (2002), não ser um modelo imitado por quem é

considerado instruído, não significa que a variedade “não padrão” ou “coloquial” seja

insuficiente para a expressão, pois ela tem uma lógica, tem regras e pode promover

a comunicação se houver compreensão entre os interlocutores.

É importante que o professor se utilize de uma linguagem objetiva para que o

aluno compreenda certos conceitos e, assim, interaja com o conhecimento referente

à comunicação e a variação linguística.

A linguagem “informal” (ou “não padrão”) é muito utilizada nas HQ’s, pois isso

a torna mais interessante e próxima do público que a lê. O leitor consegue interagir

com o texto de forma agradável e descontraída, principalmente, porque as HQ’s se

aproximam muito do público através da linguagem.

Sobre essa proximidade das histórias com o público, podemos citar o

cartunista, Mauricio de Sousa, quando criou o personagem “Chico Bento”, imaginou

tudo o que caracteriza um menino que vive na roça, desde o sei jeito de comportar-

se com a família e os amigos, até seu modo de falar.

No momento seguinte, escolheu-se um personagem e diversas tiras do

mesmo para serem levadas à sala de aula e demonstradas aos alunos.

Contextualizou-se o período e o meio onde o personagem foi retratado, instigando a

análise dos seguintes aspectos:

- A língua usada por Chico Bento é diferente daquela utilizada em jornais,

revistas e livros?

- É possível compreender o que ele diz?

- Que diferenças há entre o português falado pelo personagem que vive

nesse contexto, e outros personagens que vivem em contextos

diferentes?

Todas as variedades linguísticas têm seu valor e a sua importância, desde

que sejam utilizados em situações adequadas, segundo BAKHTIN (2003).

Quando vamos a uma solenidade, por exemplo, usamos uma roupa elegante,

quando vamos à praia, usamos trajes de banho. Assim como existe uma roupa

adequada a cada situação, existe também uma variedade linguística adequada a

cada situação. Quanto mais variedades conhecemos, mais estamos preparados para

falar com pessoas de qualquer região do país, de qualquer nível social e em

qualquer situação.

Às vezes, mesmo sem perceber, falamos em determinadas situações de

modo “diferente”, ou seja, adequando a nossa forma de falar conforme o contexto

onde estamos inseridos. Em situações como falar em público, ou conversar com

pessoas mais instruídas que nós ou que ocupam posições elevadas na sociedade,

automaticamente cuidamos da nossa fala, evitando expressões muito informais ou

gírias.

Posteriormente, os alunos foram avisados de que entrariam em contato com

uma variedade de textos em quadrinhos a fim de conhecer as características de

diferentes personagens, como é o seu discurso, a estrutura do texto, as estratégias

que os cartunistas utilizam para chamar a atenção do leitor.

Dessa forma, a próxima atividade foi uma aula de leitura, onde em grupos,

distribui-se revistas em quadrinhos variados. Cada aluno escolheu uma história para

ler em silêncio.

Ao terminar a leitura, cada aluno recebeu uma folha de papel sulfite onde

identificou os seguintes aspectos:

- Quais as características físicas das personagens?

- Quais as características psicológicas das personagens?

- Quais as marcas linguísticas presentes na fala das personagens?

- Retire do texto lido, palavras que sejam referentes ao uso informal da

língua.

Agora que o aluno já conheceu melhor as características de algumas

personagens, já percebeu como se estrutura o universo da linguagem nas HQ’s,

também construiu algum suporte sobre esse tipo de texto, é hora de começar colocar

em prática esses conhecimentos. Antes de construir os textos, foi preciso organizar e

planejar como seria realizado esse trabalho, ou seja, como se constrói uma história

em quadrinhos.

Para criar uma HQ’s é preciso, antes de tudo, criar as personagens que

participarão da história. Nós podemos desenhá-las e imaginar suas características,

ou seja: como elas são física e psicologicamente, como é seu comportamento, de

que forma elas falam, etc.

O professor deve lembrar ao aluno que quando lemos uma HQ’s, estamos

vendo as personagens, como elas são fisicamente. Porém, suas características

psicológicas são reveladas por suas ações, expressões e gestos, pela maneira

como se comportam, pelo seu discurso. Esses traços aparecem nos desenhos e nas

atitudes, nas falas e nos pensamentos das personagens.

A personalidade das personagens faz toda a diferença na produção dos

quadrinhos. Portanto, direcionou-se cada passo ao aluno da seguinte forma:

Criou-se o texto da história. Podendo ser usada a linguagem informal, ou

seja, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos no dia a dia, em seguida, foi feito

um rascunho da história na sequencia correta dos quadrinhos já com as

personagens e suas falas, pensamentos e legendas. Posteriormente completou-se

os quadrinhos com o cenário em que os fatos acontecem: uma rua, um jardim, uma

floresta, o que sua imaginação mandar e tenha relação com o conteúdo da história e

em seguida inventou-se um título para a história no primeiro quadrinho e a palavra

“fim” no último. Somente quando haviam modificado tudo o que consideraram

necessários, começaram a fazer a versão final. Prontas as tiras, era hora de passar

à confecção do gibi. Decidiu-se o tamanho da revista, se ela seria grampeada ou

espiral. Juntou-se todas as tiras, montando a revista do grupo. Os alunos colocaram

em cada tira, o nome do autor da mesma e a data m que foi produzida.

Essa etapa foi muito importante para o desenvolvimento do trabalho como um

todo, houve interação dos alunos durante as produções, eles puderam colocar em

prática tudo o que haviam aprendido e mostraram-se envolvidos com a atividades.

O último passo foi organizar uma exposição com dos trabalhos a fim de

socializar o conhecimento com os demais alunos da escola.

Após observar a opinião dos alunos sobre onde a exposição seria realizada,

iniciou-se o processo de organização do espaço escolhido, o corredor central da

escola, onde ficam os murais. Esse momento foi relevante, pois os alunos sentiram-

se motivados por mostrar suas produções.

Socializar o trabalho realizado foi muito importante para o alcance dos

objetivos traçados em todas as ações realizadas. Um momento de troca, de

observar a produção e o ponto de vista do outro, abriu espaço para a construção de

subjetividades e enriqueceu as experiências individuais.

Assim, um trabalho como esse não poderia deixar de ser exposto em uma

amostra bem organizada, onde os alunos fossem os sujeitos na organização, com o

auxílio do professor.

Antes de a exposição acontecer, ela foi divulgada por alguns alunos que

foram as demais salas de aula, convidando os colegas e professores a prestigiar o

trabalho realizado. Os pais, funcionários e a comunidade também foram

convidados a participar, pois a interação constitui um ponto positivo para o bom

encaminhamento das atividades escolares. Após o término das atividades,

realizou-se a avaliação dos resultados.

De acordo com as DCE’s é importante que a avaliação seja um processo de

aprendizagem contínuo dando prioridade ao crescimento e desempenho no aluno.

Portanto, a avaliação foi diagnóstica, todas as produções dos alunos serão

avaliadas, bem como seu desenvolvimento e participação nas mesmas. Os

instrumentos de avaliação serão trabalhos, produções e explanações orais dos

conhecimentos mobilizados.

Foi previsto que esse conhecimento durasse aproximadamente dez aulas,

dependendo do desempenho dos alunos, suas dificuldades e possibilidades,

considerando que cada sujeito é um ser único, com diferentes vivências e

experiências de vida.

De acordo com a DCE’s de Língua Portuguesa (2008): “A avaliação formativa

considera que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferente e,

por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades, possibilitando que a intervenção

pedagógica aconteça o tempo todo”.

Sob essa perspectiva, o processo foi avaliado como um todo, respeitando as

diferenças e promovendo uma ação pedagógica de qualidade e construindo relações

educativas formadoras e includentes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização deste trabalho é possível fazer algumas considerações

importantes a respeito do ensino da língua portuguesa e das competências que o

seu aprendizado pode desenvolver no aluno enquanto sujeito que age e interage

através da comunicação com os seus iguais e com o mundo circundante.

A primeira dessas considerações, é a observação de que o aluno reflete

sobre os meios de expressão usados em suas diferentes interações, em função dos

interlocutores com quem interage, de seus objetivos nesta ação. Ele traz para a

escola um conhecimento prático dos princípios da linguagem, que interioriza a partir

da vivência cotidiana.

Outro ponto importante a ser considerado é que a figura do professor é muito

decisiva para instigar no aluno a multiplicidade de usos e funções da língua, o

reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções,

conduzindo-o à construção gradativa de saberes linguísticos cada vez mais

elaborados.

Ressalta-se assim, que os conhecimentos prévios e o grau de

desenvolvimento cognitivo e linguístico dos alunos devem ser considerados como

ponto de partida no trabalho com os textos.

Em se tratando das HQ’s, percebe-se que é relevante criar oportunidades

para reflexão, construção e consideração de hipóteses para que o seu conteúdo seja

explorado, oportunizando o desenvolvimento máximo do que esse tipo de texto é

capaz de oferecer.

Quanto à questão das variações linguísticas presentes nas HQ’s, sua

exploração auxilia na compreensão da língua enquanto instrumento dinâmico que se

constrói na pluralidade de contextos em que as relações ocorrem.

Tudo isso pôde ser percebido nas etapas que compuseram este trabalho e,

chegando em seu final, vale reforçar a ideia de que a leitura deve ser um hábito na

vida das pessoas, pois ela amplia os horizontes do conhecimento e ajuda na

construção da identidade dos sujeitos. Portanto, ao se realizar um trabalho

envolvendo a leitura seja de um ou de outro gênero textual, ele não deve esgotar-se

nos momentos que transcorrerem o seu desenvolvimento, pois tal desenvolvimento

deve ser contínuo e evolutivo.

REFERÊNCIAS

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