A Arte Da Mixagem Em Portugues

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Tudo sobre Mixagem de David Gibson é considerado a bíblia da mixagem profissional.

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  • 1. Traduzido por Germano Lins para MUSICAUDIO www.musicaudio.net 82 3032 8323 A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 1 of 335

2. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 2 of 335 3. Este livro foi escrito visando responder perguntas como "Como posso fazer uma boa mixagem?" e "Como voc pode criar uma mixagem?" Embora a grande maioria das pessoas saiba do que gosta esta mesma maioria normalmente no sabe como conseguir o que gostam quando esto no estdio. Para responder a estas perguntas, eu explico e utilizo grficos/figuras como ferramentas para fazer compreender o mundo da dinmica que um engenheiro pode criar com o equipamento no estdio. fcil aprender a funo de cada equipamento no estdio; voc pode ler os manuais de usurio ou bons livros que esto disponveis e que explicam os diversos usos dos equipamentos. A grande dificuldade reside em saber usar o equipamento e em aprender que combinaes de equipamento so utilizadas para criar boas mixagens. Uma vez voc estando por dentro do que os botes fazem, de que maneira voc os ir operar? Em outros campos da produo artstica no h falta de livros que tentam explicar a esttica das diversas formas de arte. Da msica a Artes Plsticas, estes livros tentam explicar como responder pergunta Como fazer uma Grande Arte. Mas a gravao um campo relativamente novo, e muito pouco foi escrito sobre a Arte da Mixagem. Este um dos primeiros livros que tenta explicar pelo lado prtico a criao de uma mixagem. Isto no uma tarefa simples, porque so muitos os estilos musicais, que por sua vez so baseados em um nmero e tipos de instrumentos diferentes, e sendo assim so gravados diferentemente. Cada estilo musical possui seus valores prprios e estes valores ficam mudando constantemente. O nmero de variaes infinito. Talvez ningum tenha abordado este assunto to complexo como a mixagem devido falta de uma estrutura para analisar o processo. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 3 of 335 4. Sem uma estrutura difcil explicar o que est acontecendo de forma que seja compreendido quando diferentes coisas esto acontecendo ao mesmo tempo em uma mixagem. Na msica, a teoria musical fornece esta estrutura. Este livro introduz uma estrutura de forma que possa ser compreendido tudo o que os engenheiros fazem durante um processo de mixagem. O objetivo preliminar deste livro dar-lhe uma perspectiva de como os equipamentos trabalham juntos para criar vrios tipos de mixagens diferentes que ocorrem ao redor do mundo. Uma vez que voc tenha esta perspectiva do que pode ser feito, ento voc poder ser verdadeiramente criativo em suas prprias mixagens. No h nenhuma regra com relao gravao. Uma mixagem pode soar excelente para uma pessoa e pode soar muito ruim para outra. Entretanto, a grande maioria das bandas deseja que as mixagens de suas msicas soem como soam as msicas de mesmo estilo de outras bandas, ou como estilos musicais j consagrados mundialmente, tais como o jazz acstico e mesmo determinados tipos de rocknroll. Neste caso realmente as regras sero restritas. Na indstria da gravao existem determinados valores que so seguidos religiosamente. Sabemos disso porque existem engenheiros que sempre fazem excelentes mixagens quando sentam na frente da console. Estes engenheiros so muito bem pagos, pois sempre acertam no que diz respeito a uma boa mixagem. O que ser que eles fazem? No mgica. Eles fazem somente algumas coisas muito especficas. Voc pode compreender e aprender o que eles fazem e dessa forma ir aos poucos se transformando em um grande engenheiro. Existe um longo caminho a percorrer, mas uma vez voc sabendo onde est indo este trajeto ser percorrido bem mais rpido! E entendendo o que os grandes engenheiros fazem voc poder criar o seu prprio estilo. Este livro o ajudar a A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 4 of 335 5. desenvolver e reconhecer seus prprios valores com os grficos, pois uma imagem vale por mil palavras. Este livro ajudar-lhe- descobrir os valores high-level que os principais engenheiros tm e o ajudar a fazer o mais difcil de tudo: criar Arte fora da tecnologia. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 5 of 335 6. O engenheiro de gravao faz o relacionamento entre a dinmica do equipamento e a dinmica do trabalho musical. Esta a arte de mixar. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 6 of 335 7. Introduo Este livro foi criado para explicar como criar boas mixagens. No entanto, a boa mixagem somente um dos aspectos de uma gravao. Outros fatores tambm contribuem para o que reconhecido como uma gravao e uma mixagem de qualidade. Captulo 1 Todos os aspectos da Gravao de uma Pea Musical inicia cobrindo os onze aspectos de uma gravao: conceito, melodia, ritmo, harmonia, letra, arranjo, instrumental, estrutura da cano, performance, qualidade dos equipamentos envolvidos, e finalmente a mixagem. Cada um desses aspectos deve ao menos possuir uma boa qualidade. Mesmo que apenas um dos aspectos no possua uma boa qualidade isso com certeza comprometer a qualidade da gravao como um todo. A mixagem somente um dos onze aspectos, no entanto podemos consider-la como a mais poderosa, pois ela pode esconder aspectos defeituosos e realar a os aspectos mais fortes. Neste primeiro captulo iremos explorar o que o engenheiro pode fazer para refinar cada um destes componentes. O restante do livro com o que pode ser feito somente com cada aspecto da mixagem. Capitulo 2 Representaes Visuais da cena de Mixagem introduz a estrutura visual para representar a cena da mixagem posicionando os sons entre os alto-falantes. A seo A mostra as diferenas entre a percepo fsica das ondas sonoras que saem dos alto-falantes e a percepo imaginada da cena de mixagem. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 7 of 335 8. Isto importante, pois algumas vezes estas duas percepes so confundidas, e os grficos representam somente as ondas sonoras na cena da mixagem e no fisicamente. A seo B introduz visualmente o volume, a freqncia e o pan. Define os limites da cena de mixagem, ou seja, o espao limitado entre os alto-falantes onde a mixagem ocorre. A seo C explica como e porque especficos Visuais foram escolhidos para cada som e efeito no estdio. Captulo 3 Guia para mixagem explica todas as razes para escolha de um determinado tipo de mixagem. A seo A explica como o estilo da msica afeta a forma como uma cano deve ser mixada. A seo B descreve como a cano e todos os seus detalhes so mixados. Cobre cada detalhe de uma cano e explica como cada aspecto pode afetar o posicionamento de volume, EQ, Pan e efeitos. A seo C discute como as pessoas envolvidas: o engenheiro, o produtor, a banda e o pblico alvo contribuem na forma em que uma cano mixada. Explica as tarefas mais difceis do engenheiro: exames de valores, sugestes e idias que so dados pelas pessoas que esto envolvidas no projeto, ajudando na deciso do que melhor para o projeto, como trabalhar com diplomacia com todos de forma a conseguir os melhores resultados. Captulo 4 Funes dos Equipamentos do Estdio e representao Visual de Todos os Parmetros, utiliza as imagens apresentadas no captulo 2 para descrever a funo especfica de cada equipamento individual do estdio na mixagem. De forma A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 8 of 335 9. rpida, porm bastante tcnica, explica o que cada equipamento faz. (Como voc poder ver, os Visuais tornaro bem fcil a compreenso das funes mais complexas). A seo A explica as funes bsicas dos faders, do compressor/limiter, noise gate, e como ajust-los em diferentes instrumentos de vrios estilos musicais. A seo B explica as diferenas entre vrios tipos de equalizadores-grficos, paramtricos e roll-offs e descreve todas as faixas de freqncias dos sons. Alm das freqncias individuais, tambm importante compreender como as diferentes freqncias trabalham em conjunto para criar sons ou timbres. Esta estrutura harmnica a base do som. Este conhecimento muito importante, pois quando voc utiliza um equalizador, na realidade voc est alterando o volume do harmnico do som em que o equalizador est sendo aplicado. E o mais importante ainda que esta seo lhe dar um passo a passo de como utilizar um equalizador corretamente. A seo C cobre os princpios de posicionamento esquerda e direita em uma mixagem. A seo D descreve cada uma das funes mais comuns e os parmetros de delay, flanger, chorus, phaser shifts (deslocadores de fase), reverbs e processadores harmnicos. Neste ponto todos os detalhes do equipamento tero sido cobertos de forma Visual. As representaes visuais sero utilizadas agora para mostrar como todo o equipamento utilizado para criar estilos diferentes de mixagens. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 9 of 335 10. Captulo 5 Tradio, Dinmica Musical Comum criada com o equipamento do Estdio, discute primeiramente a dinmica diferente encontrada na msica e na incrivelmente larga faixa de possveis dinmicas que as diferentes pessoas percebem na msica, incluindo sentimentos e emoes, maneiras de pensar, reaes psicolgicas, reaes fisiolgicas e fsicas, culturais e at mesmo espirituais. A mixagem e os equipamentos do estdio tambm podem criar dinmicas musicais e emocionais. Consequentemente o engenheiro no deve somente saber o que cada equipamento faz, mas tambm deve se familiarizar com as complexas dinmicas que podem ser criadas com o equipamento numa mixagem. Este captulo faz um exame de como cada parte do equipamento pode criar uma dinmica musical e emocional baseada no estilo musical, no estilo da cano e de seus detalhes, e acima de tudo baseada no que as pessoas querem. O captulo comea definindo os trs nveis de dinmica que podem ser cridos com cada uma das ferramentas do control room volume, EQ, pan e efeitos. Descreve cada ferramenta do control room, explicando, tomando como base, os trs nveis de dinmica para volume, equalizao, pan e efeitos baseados em andamento/tempo: posicionamento individual e ajustes relativos, padres de posicionamento e configurao de ajustes. Uma vez que voc tenha entendido tudo o que pode ser realizado com o equipamento do estdio, um novo mundo ser aberto para voc. Captulo 6 Estilos de Mixagem a explorao a fundo das dinmicas que podem ser criadas com todos os equipamentos sendo utilizados juntos. Explica como dinmicas de alto nvel podem ser criadas utilizando-se de combinaes de uma grande variedade de mltiplos ajustes e configuraes. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 10 of 335 11. Uma vez voc tenha criado um contexto ou um estilo de mixagem prprio, as dinmicas mais intensas podero ser criadas, alterando-se todos os ajustes de todo o equipamento de forma a permitir sua criao. No h nada mais intenso e poderoso do que isso. Este captulo discute esta tcnica. Captulo 7 A Relao da Dinmica Musical Criada pelo Equipamento com a Dinmica Musical Encontrada nas Msicas e Canes, este captulo visa ajud-lo sua maneira nesta explorao de todos os relacionamentos existentes entre a dinmica que voc criou com sua mixagem e as outras mixagens encontradas em msica similares ou de mesmo estilo. Neste momento voc ter condio de lembrar de tudo o que pode ser feito numa mixagem. Voc entender o que os outros engenheiros fizeram nas msicas no momento em que as estiver ouvindo. E perguntar a si prprio: Eu posso fazer o que eles fazem?. E chegar a concluso que sim, e ter a segurana necessria para desenvolver o seu prprio estilo de mixagem. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 11 of 335 12. CAPTULO 1 Todos os aspectos da gravao de uma pea musical A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 12 of 335 13. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 13 of 335 14. Quando eu fiz o meu primeiro lbum, a mixagem ficou boa, mas a banda e a cano no eram to boas. Todas as pessoas que ouviram concordaram que a mixagem podia ser separada da banda e da msica. A maioria das pessoas no conseguiu diferenciar as partes individuais da msica. Um engenheiro, entretanto, far frequentemente comentrios sobre aspectos de cada parte da gravao de forma individual e no na mixagem como um todo. Caso exista um produtor, ele ou ela sero responsveis pelos detalhes, mas normalmente no existe a figura do produtor, de forma que o engenheiro que assume este papel. Mesmo quando h um produtor ele sempre confia nas crticas e sugestes do engenheiro. De fato, as bandas sempre vo aos grandes estdios procura de assistncia profissional dos engenheiros. Este captulo descreve os aspectos que geram qualidade na gravao de uma pea musical. Todos estes onze aspectos contribuem para o que se pode entender como uma gravao de alta qualidade. Cada aspecto individual de uma cano deve atender a um mnimo de exigncia de qualidade. Caso qualquer um deles no atenda, isto comprometer a gravao como um todo. Mesmo que cada aspecto seja somente uma pequena parte da cano, ele poder ser responsvel pela completa destruio da msica. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 14 of 335 15. Caso todos os onze aspectos sejam perfeitos, a chance da gravao se tornar um Hit ser provavelmente de uma em um milho. Caso um desses componentes no seja perfeito, as chances de sucesso cairo exponencialmente. Consequentemente necessrio uma crtica apurada e o refinamento de cada um desses aspectos tanto quanto for possvel. No acredito que voc pensasse que o trabalho de um enegenheiro engloba coisas como conceito da cano, a melodia, ritmo, e harmonia; afinal de contas estes assuntos no so da responsabilidade da banda? Alm disso, se a msica ou a banda forem ruins, isso no culpa do engenheiro; e fazer comentrios nestas reas sensveis poder ser perigoso. No entanto, o grande segredo dos engenheiros profissionais que eles fazem muito mais do que colar fitas crepes na console. Engenheiros realmente profissionais so importantes e auxiliam os artistas a refinar todos esses aspectos da melhor maneira possvel. Este o segredo, por razes bvias: Caso voc contrate engenheiros produtores, voc ver que o cach deles mais alto do que um engenheiro comum. De fato, os melhores engenheiros do mercado ganham to bem como os produtores. Existe uma quantidade enorme de livros que tratam do assunto de como refinar estes aspectos. Em conseqncia disso, neste captulo somente examinaremos rapidamente cada um dos aspectos, mas sempre com a perspectiva de mixagem. O restante deste livro tratar exclusivamente da mixagem em si. Qualidade uma coisa muito subjetiva, ela definida de formas diferentes por diferentes pessoas, de forma que vale a pena perder algum tempo para aprender todas as maneiras que possam refinar uma cano. Mas prestando bastante ateno, voc ter condies de desenvolver seus prprios valores. Basta se perguntar a cada passo do processo, "Eu A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 15 of 335 16. gosto disso ou no?" respondendo a essa pergunta voc desenvolver naturalmente sua prpria perspectiva do que voc gosta e do que bom. Ao aferir os valores a nica coisa que realmete ser ruim aquela que no tem valor nenhum. Se voc no tiver uma opinio formada a respeito, voc est no negcio errado. Se voc no souber do que gosta, oua apenas. A definio do que constitui "bom" e "qualidade tambm algo muito subjetivo e sempre diferente para cada um dos onze aspectos. As pessoas costumam possuir opinies; em conseqncia disso, a nica maneira de lidar com este assunto to carregado emocionalmente ser ouvindo as opinies das pessoas e tirando suas prprias concluses. muito importante reconhecer os valores das pessoas e o que elas gostam, de forma que voc saiba lidar com isso. muito mais fcil trabalhar com as pessoas, ouvindo-as, atendendo- as, desde que isso no implique em perda de qualidade quanto a seus prprios valores, e em sendo assim, saber negociar com elas. Com isto em mente, discuta cada um dos aspectos da gravao, como eles podem ser melhorados e procure ter conhecimento das tcnicas mais comuns que os grandes engenheiros utilizam. Aspecto 1: Conceito ou Tema O conceito ou tema pode ser definido como sendo uma combinao dos outros dez componentes. Tambm conhecido ou chamado de "o jeito," "o fluxo," ou "a aura," dependendo de sua perspectiva. geralmente definido como sendo o sentimento ou a idia. As canes variam quanto sua consistncia e coesividade. Em algumas canes, o conceito extramamente forte e coesivo, enquanto que em outras pode nem existir (embora o conceito no possa ser definido como "nenhum"). Como engenheiro voc pode, e poderamos dizer que voc tem a obrigao de sugerir algumas idias de forma a fortalecer o A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 16 of 335 17. conceito e tornar a cano mais coesa. Tal comentrio pode ser feito quando algo em uma cano apenas parea no caber. Por exemplo, voc poder indicar que uma guitarra distorcida e bem pesada no cai bem em uma cano de amor, assim como uma guitarra com um flange bem espaado tambm no cabe em uma cano estilo rock 'n' roll. Portanto um bom engenheiro deve se sentir o responsvel por indicar estes determinados pontos e inconsistncias. Descobrir como cada aspecto contribui para a coesividade da cano revela as inconsistncias e as deficincias que precisam ser consertadas. Isso sem falar que uma anlise detalhada pode muitas vezes forncer inspirao e conduzir novas idias. Os valores positivos para o conceito so a coesividade, colorido e complexidade. O negativo sem dvida a falta de criatividade. Aspecto 2: Melodia Fazer comentrios sobre a linha meldica extramente perigoso. Comentrios como "A melodia ruim ...", no contribuir em nada para o processo criativo e com certeza ir abalar o seu relacionamento com a banda. A verdade que no existe nada interessante a falar sobre a melodia. O mximo que voc poder comentar que a melodia muito rica ou simples, mas em ambos os casos com certeza a melodia o que realmente a banda quer. A fim de evitar problemas com direitos autorais voc pode comentar que a linha meldica exatamente igual a de uma outra cano. Como engenheiro, voc pode acusar uma determinada nota mal executada ou mal colocada na melodia, mas sempre pergunte antes se estes fatos no so intencionais. Aspecto 3: Ritmo Aqueles que so conhecedores de ritmo podero dar suas opinies e sugestes sobre a complexidade do ritmo caso A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 17 of 335 18. voc sinta que seja apropriado. Existe muita coisa que ensinada em aulas de teoria musical, outras no. No entanto, sempre quando voc no souber opinar nada sobre o assunto, pergunte-se: O ritmo est complexo ou simples? Qualquer um pode dizer se um ritmo est complexo ou simples, se est atravessando e est com algum defeito, no importando a complexidade do mesmo. Quando a parte rtmica no trabalha direito com o restante da msica voc dever informar isso banda. Talvez a parte de guitarra esteja em conflito com o teclado. Caso acontea qualquer tipo de problema desse gnero, fale, comente, avise... Sempre bom checar a variao das partes rtmicas de cada seo da cano. Por exemplo, voc pode sugerir que um padro de bateria seja alterado um pouco na parte de coro ou refro. Uma alterao na guitarra na parte do refro tambm poder ser proveitoso. Talvez as partes rtmicas se alterem em funo de cada seo da msica, e isso pode no soar bem aos seus ouvidos, caso acontea no custa nada perguntar: "Ei! Vocs querem realmente isso? ". Voc deve comentar sobre o andamento da msica. Procures saber se o andamento mesmo o correto. Um bom truque para saber se um andamento est muito rpido ou muito lento ouvir somente as partes de coro ou back vocals. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 18 of 335 19. Aspecto 4: Harmonia Mesmo que voc no saiba nada a respeito de estrutura de acordes, inverses, e etc. caso alguma coisa no esteja soando bem, avise! Alm de criticar as notas atuais que esto nas partes de harmonia, voc poder fazer sugestes sobre os nmeros de partes e suas colocaes na mixagem. Uma banda na maioria das vezes no tem conhecimento das maneiras como os back vocals podem ser gavados. Voc poderia gravar uma terceira harmonia em um microfone e a colocar no alto-falante esquerdo na mixagem, gravar outra vez a mesma parte e colocar no alto-falante da direita, dessa forma preenchendo todo o campo estreo com a harmonia. Voc tambm poderia gravar as trs partes de harmonia com trs microfones e colocar um no centro, um esquerda e um direita. Voc poderia gravar cada parte de back 10 vezes de forma que ao final voc tivesse 30 vocais. Uma vez mixadas as trinta trilhas voc as reduziria em duas trilhas. Dessa forma voc ficaria de posse de trinta vocais em duas trilhas (full-stereo) com o mesmo efeito de um Mormon Tabernacle Choir. Muitas bandas no realizam todas as possibilidades de gravao em vocais, de forma que voc na qualidade de engenheiro tem a obrigao de sugerir estas possibilidades quando forem, logicamente, apropriadas. O pr da harmonia seria a posse de vrias partes em uma nica estrutura de acordes. O contra poderia ser um arranjo de vocal vazio, ou cheio de mais, ou inapropriado para o estilo da msica. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 19 of 335 20. Aspecto 5: Letras Dizer para algum que a letra que ela escreveu no est boa com certeza no far bem sua sade. inacreditvel como tantas msicas possuem letras to estpidas. Em conseqncia disso, eu recomendo que voc tenha especial cuidado em fazer comentrios sobre letras. Caso voc adicione, uma palavra que seja, na letra da msica, por lei voc ter 50% dos direitos dela. Como voc pode imaginar, isto faz com que a maioria dos autores de letras evitem qualquer tipo de contribuio que voc possa vir a fazer na letra. Uma das coisas mais importantes e que devemos prestar ateno na letra se ela est ritmicamente correta. Em certos tipos de msica, como rap, condio primordial que a letra case perfeitamente com o ritmo. Caso voc oua letras com slabas a mais ou a menos comente na hora. Pergunte banda se eles esto contentes com a forma com que a letra est trabalhando com a msica em termos rtmicos. Aspecto 6: Arranjo O termo Arranjo utilizado como referncia densidade da msica, a quantidade de sons que a cano possui em um determinado momento, inclusive como estes sons se comportam em cada faixa de freqncia. O principal aspecto de avaliao de um arranjo a sua densidade. Se ele est vazio (esparso) ou cheio (congestionado). Caso a banda esteja tentando criar uma msica mais cheia possvel, voc poder dar algumas sugestes para ajudar. Adicionar mais sons ou notas ao arranjo melhor que tentar preencher espaos com recursos de mixagem. Sendo assim, voc pode sugerir dobras (gravar a mesma parte duas vezes em trilhas separadas) ou mesmo triplicar ou quadruplicar. Voc pode sugerir que a dobra seja feita com um outro instrumento de forma a modificar o timbre A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 20 of 335 21. daquela parte em especfico. Voc tambm poder avisar que a adio de efeitos baseados em tempo (time-based), tais como delays, flanging ou reverb, ir ajudar a engordar o arranjo. E utilizar recursos como gravar em estreo utilizando vrios microfones tambm far com que o som fique mais encorpado ajudando assim a preencher a msica. No entanto o problema mais comum com os arranjos que normalmente eles j esto to congestionados que no d pra pensar em adicionar mais nada. Existem muitas bandas que gravam em 48 canais somente porque os 48 canais esto disponveis. E quando comea o processo de mixagem, elas querem utilizar todos os 48 canais, mesmo que no haja espao suficiente entre os alto-falantes. Os msicos querem todos os sons, somente pelo simples fato de que foram eles que gravaram. Passa a ser seu dever retirar tudo o que no presta do arranjo, de forma que ele fique o mais limpo e claro possvel. Como engenheiro voc dever sugerir silenciar certas trilhas em determinadas passagens na msica. Faa o teste... apresente o resultado. Aspecto 7: Instrumentao Como engenheiro, voc o responsvel em fazer com que cada instrumento soe bem, mesmo que tenha sido a banda a responsvel pela escolha dos instumentos. Caso aconteca algo de errado com um som de um determinado instrumento, voc dever apenas se preocupar em como coloca-lo na mixagem, no se preocupe em process-lo ou adicionar efeito nele. Portanto de suma importncia que voc reconhea os sons ruins em primeiro lugar, de forma que possa saber com certeza com substitu-los. Caso por alguma razo voc no o possa substituir, evidencie-o de forma que a banda possa perceber que ele est soando mal, e no o inclua na mixagem. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 21 of 335 22. Por exemplo, caso voc tenha uma bateria completa que no esteja soando bem, veja a possibilidade de alugar uma outra. Alm disso, certifique-se que todas as peles sejam novas. Faa a banda entender que no existir nada na sala da tcnica que possa reparar uma pele que j est com uma fita adesiva colocada nela. Certifique-se tambm que no esteja acontecendo nada de anormal com a guitarra. Cada guitarra deve ser ajustada de forma que a sua entonao esteja correta. No h nenhuma razo para que um guitarrista utilize apenas uma guitarra em todo o lbum. Pea, ou mesmo implore, que utilize vrias guitarras. Um lbum fica melhor com vrias texturas de guitarras diferentes. Certifique-se que todos os amplificadores de guitarra estejam soando bem. Assim como no caso da guitarra, no h nenhuma razo para que seja utilizado somente um ampificador de guitarra no lbum todo. de extrema valia utilizar cabos "Y" que permitem a conexo de uma guitarra em dois amplificadores diferentes. Grave cada um dos amplificadores em uma trilha diferente, dessa forma voc obter uma grande variedade de sons quando utilizar a combinao das duas trilhas. Voc deve tambm estar familiarizado com todos os sons que os sintetizadores do estdio podem fazer, de forma que a banda no fique duas horas pesquisando mais de cinco mil presets, e geralmente nunca se escolhe o melhor. Voc pode facilmente orientar a pesquisa dos timbres. Um bom engenheiro normalmente sugerir um nico som para incorporar cano. Existe uma quantidade enorme de sons que podem ser usados. Existe um mundo de instrumentos de percusso tnica. Voc pode at mesmo sugerir todo um projeto de som novo com um sintetizador ou computador. Voc tambm pode pensar em samplear alguns sons naturais e utiliz-los como instrumentos. Ao serem colocados com volumes baixos na mixagem estes sons naturais podero fazer muito bem cano. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 22 of 335 23. Lembre-se que na qualidade de engenheiro de gravao voc a pessoa com mais conhecimentos no estdio, e sendo assim, voc dever saber de todos os tipos de instrumentos musicais que esto disponveis. Os engenheiros profissionais conhecem fundo as diferenas que existem entre os vrios instrumentos. Normalmente o engenheiro a pessoa mais qualificada para fazer sugestes pertinentes aos tipos de instrumentos a serem utilizados nas canes. De fato, os produtores confiam plenamente na percia dos engenheiros quando o assunto som de instrumento. Aspecto 8: Estrutura da Cano A estrutura da cano refere-se ordem e durao das diversar partes que podem constituir uma cano (intro, versos, chorus, lead break, bridge, vamp). Na condio de engenheiro voc no poder opinar muito em matria de estrutura de cano. Entretanto, caso a estrutura o incomode de algum modo, ou voc tenha alguma idia para melhorar ainda mais uma estrutura voc deve dizer banda o que est pensando. Por exemplo, voc poder dizer que cinco minutos para solo muita coisa, e que num estilo comercial as pessoas no possuem tanta pacincia para ouvir uma introduo com mais de dez segundos. E sendo poltico, voc pode sugerir que a banda faa duas verses: uma comercial e uma completa. Aspecto 9: Performance Um engenheiro de gravao, existindo ou no um produtor no projeto, a pessoa responsvel em criticar ou refinar uma performance. H aspectos principais em que um engenheiro deve se envolver: afinao, timing, tcnica, dinmicas. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 23 of 335 24. AFINAO Normalmente, o engenheiro o ltimo responsvel para que todos os instrumentos estejam afinados e para que todas as notas estejam no tempo certo. Existem dois nveis de percepo de afinao: a) O ouvido absoluto que quando uma pessoa reconhece a nota exata ou uma freqncia de um som. Algumas pessoas conseguem dizer a freqncia exata do som que esto ouvindo no momento. Esta habilidade muito rara nas pessoas. b) O ouvido relativo, a habilidade de dizer se um som est afinado ou no o comparando com outros sons que esto sendo ouvidos numa cano, esta habilidade mais comum de ser encontrada nas pessoas e extremamente importante. crucial que o engenheiro desenvolva um bom ouvido relativo. Apesar das pessoas j nascerem com ele, ele pode ser desenvolvido atravs de treinamento. Existem bons programas de computadores para esta finalidade e existem fitas que ensinam a desenvolver esta capacidade. TIMING Uma outra habilidade importante que um engenheiro deve dominar a capacidade de dizer se algo est no tempo (sincronizado) ou no. Algumas pessoas j nascem com uma perfeita percepo de timing. No entanto, a maioria dos mortais precisa ouvir com ateno para saber se algo est no tempo ou no. Alguns utilizam os ps (marcando o andamento no cho), outras utilizam os dedos (marcando os tempos de compasso no ar). Outros balanam a cabea (de uma forma bem alegre). Resguardando-se a tcnica, devemos nos concentrar bastante para perceber todas as variaes de andamento que possam existir. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 24 of 335 25. H determinados pontos em que as performances podem variar no que se diz respeito a andamento. Os bateristas normalmente correm um pouco logo aps uma virada, de forma que precisamos prestar bastante ateno aos finais de viradas. Tambm muito comum uma banda apressar o andamento quando se est chegando ao final de uma msica com estilo danante. Algumas pessoas so radicais quanto questo de variao de andamento. No permitindo que haja uma mnima variao sequer. Consequentemente de vital importncia saber o que a banda pensa a esse respeito, de forma que voc possa prestar mais ou menos ateno a este assunto. Caso uma banda no seja to cuidadosa a este respeito, trabalhe de forma a convenc-los da importncia do andamento numa msica. Uma tcnica interessante fazer com que a banda grave com metrnomo. TCNICA Existem tcnicas especificas para cada instrumento que o msico deve aprender; estas variaro dependendo do estilo da msica que est sendo tocada. Qualquer dica ou tcnica que voc puder oferecer ao msico poder somente ajudar. Obviamente que voc no vai ensinar como o msico deve tocar o seu intrumento; mas quanto mais tempo voc passa no negcio de gravao mais truques voc aprende e poder passar esses truques para frente. Existem inmeros comentrios que voc pode fazer para ajudar cantores. Sugestes como, "Solte mais a voz," ou "Projete mais", podem ser de real valia num momento de sensibilidade. de vital importncia prestar ateno quando um produtor experimentado ou um grande msico faz um comentrio ou sugesto para melhorar o trabalho. Aps algum tempo, voc aprender uma srie inteira de dicas e tcnicas que podero ajudar os msicos em suas performances. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 25 of 335 26. DINMICAS Existem duas dinmicas principais que voc pode criticar e ajudar a melhorar. Primeiramente, bom manter os olhos simplesmente nas alteraes de dinmicas de volume na performance. Voc pode achar que os volumes estejam variando muito ou pode achar que os volumes estejam muito estticos. O importante e se certificar que a variao ou no de volume esteja de acordo com a msica. A segunda dinmica a ser avaliada o nvel de intensidade emocional que existe em todos os momentos da cano. Assim como no caso dos volumes, voc poder achar que a intensidade pode estar variando muito, variando pouco, ou que no seja apropriada. Por exemplo, cantores cantam muito alto no incio da msica quando talvez devessem guardar a voz para o final. Por outro lado, poder ser que eles precisem colocar mais emoo e sentimento na performance. Avaliar a performance da dinmica a cada momento da cano o ajudar a dar a forma exata na maneira como voc quer a mixagem. GREATNESS Este o fator "goosebump". Voc nunca deve permitir que uma performance seja ruim s porque voc no gosta de alguma coisa no trabalho. Existem muitos valores que as pessoas preservam. Os mais comuns so sinceridade, sentimentos e emoes. Nunca se deixe levar pela emoo. Muito provavelmente voc est nesse negcio porque gosta. E se gosta no permita que as coisas saiam diferentes de como elas devessem sair. Se voc se certificar que cada performance individual est incrvel as chances da gravao e mixagem serem tambm incrveis enorme. O limite da perfeio: O problema com a perfeio que ela no tem limites. Normalmente quando se atinge a perfeio logo aps A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 26 of 335 27. chega-se a concluso que algo poderia ter sado melhor. Existem vrios fatores que contribuem para a deciso de quanto tempo devemos dispor para tentar obter a melhor performance. Apesar de tudo, da responsabilidade do engenheiro calcular a quantidade de tempo que ser gasta para melhorar uma performance em particular. No obstante as circunstncias todos querem o melhor em termos de qualidade. No entanto, aps obter o bsico do nvel da perfeio, faltar pouco para obter a performance perfeita. Isto depender de: Oramento Caso a banda no tenha recursos para bancar o momento de aperfeioamento de um desempenho, voc no poder fazer muita coisa a no ser que seja muito generoso. Prazo esgotado O prazo de entrega, estipulado por uma gravadora, ou uma data marcada para masterizar e prensar, ou mesmo o Natal (quando se vende mais discos), o principal fator de destruio da qualidade de um projeto. E no mundo capitalista ele no pode ser evitado, de forma que se um trabalho estiver limitado pelo tempo, o engenheiro deve fazer algumas concesses em detrimento da perfeio. Proposta do Projeto Obviamente caso o projeto esteja destinado a ser um CD, lembre-se que este trabalho passar a fazer parte de seu curriculum e, portanto sua reputao estar em jogo. Geralmente, quando em trabalhos demos o engenheiro tentar conseguir o melhor da bateria, devido ao tempo que necessrio para se gravar uma. Caso a demo seja aceita pela gravadora, a bateria poder ser mantida como trilha bsica para a gravao do lbum verdadeiro. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 27 of 335 28. Aspecto 10: Qualidade dos equipamentos e da gravao A qualidade dos equipamentos refere-se aos equipamentos de gravao, e no aos instrumentos musicais (estes j foram discutidos em "Instrumentao"). O engenheiro deve se certificar que todo o equipamento envolvido de melhor qualidade possvel, e o mais importante, que eles estejam em perfeita ordem de utilizao. Aspecto 11: A Mixagem A mixagem pode ser somente uma pequena parte de tudo o que est envolvido numa gravao; no entanto, ela um dos fatores mais importantes porque pode ser utilizada para mascarar defeitos de outras reas. O restante do livro tratar nica e exclusivamente de mixagem. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 28 of 335 29. C A P T ULO 2 Representaes Visuais da "Imagem" A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 29 of 335 30. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 30 of 335 31. SEO A Ondas Sonoras Fsicas vs. Posicionamento Imaginado dos Sons entre os Alto-falantes Ns nos relacionamos ao som de duas maneiras: Sentimos e ouvimos as ondas sonoras fsicas saindo dos alto-falantes. Imaginamos o posicionamento dos sons entre os alto- falantes. Ondas Sonoras Fsicas Os sons primeiramente saem dos alto-falantes e viajam atravs de cada molcula de ar que existe no ambiente, batendo em todo o seu corpo. Assim como as ondas se propagam na gua, os sons se propagam atravs do ar. Quando o alto-falante emite o som ele cria um ar comprimido (ar mais denso que a presso do ar no ambiente) na frente dos alto-falantes. Este ar comprimido corresponde s cristas das ondas na gua. Quando o alto-falante no emite som ele cria um ar menos denso (rarefeito). Como conseqncia o som se propaga nas ondas que constituem a alternncia de ar mais denso e ar rarefeito. Esta a primeira forma que temos para perceber o som. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 31 of 335 32. Visual 4. Sound Waves: Traveling Compressed and Spaced Out Air "Imagem" A segunda forma na qual percebemos o som imaginando o posicionamento dos mesmos entre os alto-falantes. O posicionamento aparente dos sons entre os alto-falantes chamado de "imagem" proque ele um produto de nossa imaginao. Como voc pode ver, eu no estou falando de coisas reais aqui. Quando ns imaginamos um som, como um vocal, entre os dois alto-falantes, na realidade, ele no est ali. Na verdade o mesmo som est saindo ao mesmo tempo, com a mesma intensidade e volume nos dois alto-falantes, viajando atravs do ambiente, e ns temos a sensao de que ele est realmente entre os dois alto-falantes. O mesmo acontece quando ouvimos atravs de headphones: Quando voc ouvir um som que est no meio da sua cabea. . . A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 32 of 335 33. . . nenhum som est ali realmente. Mas o seu crebro est! Caso voc no esteja prestando ateno na mixagem no haver nenhuma imagem. No entanto, as ondas fsicas continuaro batendo no seu corpo. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 33 of 335 34. A Imagem requer imaginao ativa existente. As ondas sonoras no. Existem pessoas que no conseguem construir esta imagem. Existem pessoas que simplesmente no tem conscincia dela e outras cujo prprio formato de suas orelhas provoca cancelamento de fase. Esta diferena fsica destri a capacidade fsica de construir imagens sonoras. As pessoas se relacionam com o som de duas formas: a sensao das ondas sonoras fsicas e/ou a percepo da imagem. Embora os engenheiros profisionais utilizem ambos os mtodos para obter o mximo de informaes possvel, eles utilizam o mtodo de observao das dinmicas que existem no mbito imaginrio da imagem. Uma escala de dinmica criada pelos diferentes posicionamentos dos sons entre os alto-falantes, e estas dinmicas so utilizadas para criar todos os estilos de mixagem que mais se aproximam do estilo musical em questo. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 34 of 335 35. SEO B O espao entre os Alto-Falantes Mapeamento de Volume, Freqncia, e visualizao de Pan A fim de explicar os diferentes tipos de mixagem, deixe-me explicar como cada pea do equipamento do estdio afeta a imagem, o posicionamento aparente do som entre os alto- falantes. O som possui trs parmetros bsicos que so expressos pelos eixos X, Y, e Z. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 35 of 335 36. Panning como Esquerda para Direita O Panning, que o posicionamento dos sons entre os alto- falantes est representado pelo eixo X (a seta bi-direcional esquerda < - > direita). Volume como Frontal para o Fundo Os sons que esto mais prximos de ns so os mais altos e os que esto mais distantes so os mais baixos, em conseqncia disso o volume de um som na mixagem pode ser representado pelo posicionamento mais frente (mais altos) e mais ao fundo (mais baixos). Como voc pode observar nas mixagens, alguns sons ficam posicionados bem frente (normalmente vocais e instrumentos solo), enquanto que os outros instrumentos, como strings e back vocals, ficam posicionados mais ao fundo (da o termo background vocals -> back vocals). Caso voc queira posicionar um som mais frente na mixagem, a primeira coisa a fazer levantar o fader de volume referente ao canal em questo. Abaixando o fader, obviamente o A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 36 of 335 37. volume ser atenuado, e logicamente posicionado mais ao fundo. Embora o volume seja a funo nmero 1 para posicionamentos na parte frontal, existem outras peas do equipamento ou fatores que fazem com que o som fique posicionado mais frente, tais como compressores/limiters, equalizao boosted na faixa de presena, short delays menores que 30 millisegundos (ms), e qualquer efeito que faa o som parecer incomum de forma que o aumente. Reverb e delays longos fazem o som ficar mais distante. Estes efeitos sero discutidos no Captulo 4, "Funes dos Equipamentos do Estdio e Representao Visual de todos os Parmetros". NOTA: Caso voc necessite de outras sugestes, tais como delays e reverb para ajud-lo a calibrar a distncia. Caso voc o faa em uma cmara anecica (uma sala que absorve todas as reverberaes, ou seja, sem nenhuma reflexo em suas paredes), voc no poder informar a distncia somente pelo som. Entretanto, para as finalidades deste livro, o volume representado como indo da frente para o fundo. Apesar de tudo, quanto mais alto for o som, mais a frente ele estar posicionado na imagem da mixagem. Pitch como para cima/baixo Existe uma iluso interessante que ocorre com as freqncias altas e baixas na imagem. Voc poder verificar isso no seu prprio sistema de som. Toque um CD e oua onde os sons de alta e baixa freqncia parecem estar entre os alto-falantes. A maioria das pessoas concorda que as freqncias altas parecem estar acima e as freqncias baixas parecem estar em baixo. Instrumentos como bells, pratos, e cordas agudas sempre parecem estar nas posies mais altas entre os alto- falantes que instrumentos como baixo, pedais de bateria e kicks de rap. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 37 of 335 38. Existem vrias razes para que essa iluso acontea. Primeiramente, baixas freqncias se propagam prximas ao cho; altas freqncias no. No importa quanto muito baixo (volume) voc adicione um piccolo, ele nunca ir ficar prximo ao cho. De fato, os estdios profissionais so calibrados de acordo com quantas baixas freqncias trafegam prximo do cho. (Esta a razo porque alguns engenheiros gostam de trabalhar descalos!). Em um nvel mais esotrico, h uma teoria no campo da psicologia da msica que mapeia as freqncias do ponto mais baixo ao ponto mais alto do corpo humano. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 38 of 335 39. No estamos aqui para discutir a validade de tal sistema de mapeamento; no entanto, este mapeamento contribui para a nossa percepo dos pontos baixos e altos na imagem. Resguardando o que acontece, a verade que as altas freqncias parecem aparecer mais altas que as baixas freqncias, isso entre os alto- falantes. Consequentemente colocaremos sempre as altas freqncias nas posies mais acima nas imagens. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 39 of 335 40. Voc pode aumentar ou abaixar o som alterando o pitch (afinao) com processadores e excitadores ou fazendo com que o msico execute seu intrumento uma oitava acima ou invertendo os acordes. Como os equalizadores controlam o volume das freqncias, com EQ podemos mover um som para cima ou para baixo . . . por uma quantidade bem pequena. Novamente, no importa quanto to baixo (volume) adicionamos um piccolo, ele nunca ir ficar prximo ao cho, assim como no poderemos nunca posicionar um baixo nas alturas. Definindo os limites do campo 3D Stereo Field da Imagem Considere isto: A imagem de som nunca ir aparecer alem dos limites de onde esto posicionados os alto-falantes. Devido ao fato do exato posicionamento ser fruto de nossa imaginao, cada pessoa poder ver os limites esquerdo e direito de forma diferente. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 40 of 335 41. Os limites esquerdo e direito da imagem so representados assim: Quando voc gira o boto de pan, a coisa acontece como se voc pudesse ver o som se movendo da esquerda para direita entre os alto-falantes. Agora, o que temos para controlar os limites frontal e traseiro? Normalmente back-vocals e cordas ficam apenas algumas polegadas atrs dos alto-falantes. Ao reduzir o volume de um som voc perceber este posicionamento. A questo : "A qual a distncia que podemos chegar com um som atrs dos alto-falantes antes que ele desaparea completamente?". A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 41 of 335 42. A maioria das pessoas parece imaginar sons com seis polegadas a dois ps atrs dos alto- falantes, dependendo do tamanho dos alto- falantes. interessante notar como o tamanho do alto-falante afeta esta iluso. Com uma boom box normalmente no ouvimos os sons a mais do que um par de polegadas por trs dos alto-falantes. No entanto ouvindo em caixas de PA, a imagem parece estar a mais de seis ps de distncia atrs dos alto-falantes. Verifique o quanto distante o som aparece atrs de vrios alto-falantes diferentes. Normalmente os sons ficam somente a uma pequena distncia por trs dos alto- falantes. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 42 of 335 43. NOTA: H um fenmeno psicoacstico baseado em experincias j realizadas em que determinados sons parecem estar mais uniformes quando atrs dos alto-falantes do que nos limites normais imaginados. Por exemplo, se voc colocar um som de trovo distante entre os alto-falantes ele parecer que est a milhas de distncia por trs dos alto-falantes. O som com reverb de um grande teatro ou um eco distante como o do Grand Canyon tambm parecem estar por trs dos alto-falantes. Esta uma iluso que deve ser lembrada quando for tentada a criao de udio expansivo entre os alto- falantes. Agora, como foi mencionado anteriormente, quando voc posiciona um som mais acima, ele parece estar mais para fora da parte dianteira em uma mixagem. Mas o quanto para fora ele ir? Primeiro de tudo, no importa o quanto mais alto voc levanta o volume de um som, voc no pode faz-lo vir por trs. De fato, os sons parecem raramente estar mais do que uma pequena distncia na frente dos alto-falantes. A maioria das pessoas imagina os sons posicionados cerca de trs polegadas a um p na frente dos alto-falantes. Novamente, isso depender do tamanho dos alto-falantes. Um som alto em uma boom box aparecer somente a duas polegadas na parte dianteira, visto que os sons em um PA enorme podem parecer distantes da parte frontal por cerca de seis a dez ps. No obstante a nossa percepo dos limites da imagem ser fcil imaginar o posicionamento dos sons da parte dianteira para o fundo, sendo o volume o principal fator desse deslocamento. Em conseqncia disso, o campo stereo normal se transforma em tridimensional! Iremos mostrar os limites do fundo da imagem assim (os limites dianteiros no so apresentados): A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 43 of 335 44. Finalmente, o que representam os limites superior e inferior da imagem? Como dito antes, altas freqncias parecem ficar posicionadas acima das baixas freqncias entre os alto- falantes. As questes so: Quo alto so as altas freqncias? E at onde podemos chegar, em termos de altura, ouvindo as freqncias entres os alto-falantes? Algumas pessoas dizem que os sons nunca parecem estar acima de onde os alto-falantes esto. J outras relatam que os sons flutuam por algumas polegadas acima dos alto-falantes. Novamente, o limite exato determinado pelo tamanho dos alto-falantes e obviamente pela imaginao do ouvinte. Estando os limites exatos resguardados, os sons nunca parecem vir do teto. Sendo assim a imagem limita-se em algum ponto acima dos alto- falantes. Certo, e sobre o limite inferior? Baixas freqncias normalmente trafegam prximo ao cho. Em conseqncia disso, o cho o limite. Sendo assim podemos agora mostrar os limites superior e inferior assim: No importa o quanto esquerda posicionamos um som, ele nunca soar como se estivesse vindo de alm da posio do alto-falante esquerdo. Da mesma forma isso acontece com o lado direito. Ns vemos os sons a apenas uma pequena A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 44 of 335 45. distncia frente e por trs dos alto-falantes. Tambm no ouvimos sons que paream estar posicionados acima dos alto- falantes, mas os sentimos trafegando pelo cho. Os limites da imagem podem ser representados como no visual a seguir: A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 45 of 335 46. Este o ambiente (espao) onde a mixagem ocorre. No mundo da imagem, os sons no ocorrem em qualquer lugar a no ser no ambiente. E o mais importante: Perceba que este espao limitado. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 46 of 335 47. Consequentemente caso voc possua uma orquestra sinfnica com mais de 100 instrumentos entre os alto-falantes, eles estaro aglomerados neste espao. Voc no pode ouvir cada violino individualmente na mixagem porque ela resulta em muita aglomerao; neste caso voc somente poder ouvir uma seo de violinos. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 47 of 335 48. Caso possua somente trs violinos ento voc poder ouvir cada um claramente. O maior problema numa mixagem o fato do espao entre os alto-falantes ser limitado. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 48 of 335 49. Como voc pode ver, um som pode ser deslocado ao redor do espao compreendido entre os alto-falantes, utilizando-se para isso os controles de volume, pan e pitch (equalizao que realiza pequenas alteraes de afinao). Estes mesmos trs parmetros so usados para deslocar os sons no somente ao redor dos alto-falantes, mas tambm para posicionar e deslocar efeitos tais como, delay, flanging, e reverb. Este espao limitado entre os alto-falantes, onde a imagem ocorre, o estgio ou paleta onde ns podemos criar diferentes estruturas de mixagens. O segredo posicionar de forma criativa os sons na imagem. Agora, vamos discutir os elementos, sons de intrumentos, e efeitos que podem ser colocados entre os alto-falantes. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 49 of 335 50. SEO C Representaes Visuais dos Sons Qual o tamanho de cada som na imagem? O objetivo aqui mostrar quanto espao cada som ocupa entre os alto-falantes, de forma que possamos tratar mais facilmente o problema de mascaramento. Quanto mais espao o som ocupar na imagem mais ele esconder os outros sons na mixagem. Devido ao fato de termos um espao limitado entre os alto- falantes, necessitamos saber o tamanho de cada membro que faz parte do conjunto de instrumentos e vozes. Quanto espao a imagem de um som pode ocupar na mixagem entre os alto- falantes? A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 50 of 335 51. Tamanho em funo da escala de freqncias Primeiramente, instrumentos graves parecem ocupar mais espao do que os intrumentos agudos. Coloque trs baixos numa mixagem e voc obter uma mixagem suja, indefinida. Sons graves ocupam uma boa parte do espao. Sendo maiores ainda, eles mascararo mais sons de outros instrumentos. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 51 of 335 52. No entanto, coloque dez bells na mixagem e voc poder discernir cada bel distintamente mesmo que eles estejam tocando ao mesmo tempo. Os instrumentos de altas freqncias sero posicionados mais acima e ocuparo menos espao que os instrumentos de baixa freqncia, que por sua vez sero representados por formas maiores e posicionados abaixo dos alto-falantes. NOTA: Tecnicamente falando, muito difcil saber exatamente de onde as freqncias abaixo de 400 Hz esto vindo. As freqncias baixas so extremamente difceis de achar entre os alto-falantes. Consequentemente, uma visualizao por mais realstica que seja ter as esferas que representam as baixas freqncias com menos definio elas se espalham de forma a cobrir toda a rea inferior do visual, criando assim um mascaramento. No entanto, a fim de representar o volume especfico, pan e EQ do baixo, continuaremos a usar esferas grandes e definidas. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 52 of 335 53. Tamanho em funo do volume Quanto mais volume um som possuir na mixagem mais ele ir mascarar os outors sons. Sendo assim os sons com volumes altos so representados por esferas. Uma guitarra com o volume extremamente alto ir mascarar os outros sons. Um baixo ento, que j grande por natureza, ir mascarar ainda mais os outros sons. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 53 of 335 54. Tamanho em funo da propagao stereo Quando voc aplica um delay de 30ms, voc ouvir o eco conforme est representado no visual abaixo: Um efeito incomum acontece quando ns colocamos um delay com menos de 30ms (1000ms = 1 segundo). Devido ao fato de nossos ouvidos no estarem preparados para ouvir ecos com essa velocidade ouvimos ento um som mais encorpado ao invs de ecos. Quando voc posiciona o sinal original no alto-falante da esquerda e o dely curto no alto-falante da direita, o efeito estica o som entre os alto-falantes. Ele no soa com se estivesse com reverb e sim soa com certa onipresena entre os alto-falantes. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 54 of 335 55. O mesmo efeito pode ser criado posicionando-se dois microfones para captar uma nica fonte sonora. Devido ao fato do som ter velocidade de 770 mph, voc poder aplicar 1ms de delay por p. Por isso utilziamos dois microfones para criar um som stereo a partir de uma nica fonte sonora. Sons de sintetizadores so normalmente propagados em stereo com estes mesmos delays curtos. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 55 of 335 56. Apenas usando os controles de volume, panning, e EQ posicionamos e deslocamos as esferas, tambm podemos posicionar a esfera oblonga (achatada). Podemos posicionar em qualquer lugar da esquerda para direita efetuando assim o balanceamento de pan do sinal original e o sinal com delay em uma variedade de posies. Quanto mais larga for a propagao estreo, mais espao o som ir ocupar, e consequentemente mais efeito de mascaramento ele ir proporcionar. Podemos trazer esta esfera para frente aumentando o seu volume . . . A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 56 of 335 57. . . . ou posicion-la mais ao fundo quando diminumos o seu volume. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 57 of 335 58. Podemos tambm posicionar acima e abaixo com mais agudo ou mais grave na EQ. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 58 of 335 59. Tamanho em funo de Reverb Ajustar o reverb numa mixagem como posicionar o ambiente de um quarto entre os dois alto-falantes. O quarto apresentado em 3D, um cubo que engloba todo o espao existente entre os alto-falantes. Devido ao fato de um reverb ser composto de centenas de delays, ele ocupa uma quantidade de espao enorme quando aplicado em estreo. Seria como colocar centenas de cpias do som em centenas de posies diferentes entre os alto-falantes. Eis a razo do reverb causar tanto mascaramento numa mixagem. Assim como na mixagem os sons podem ser colocados e deslocados por toda a rea de abrangncia da imagem, podemos tambm controlar o posicionamento e deslocamento do reverb com os controles de panning, volume, e EQ. Podemos colocar o reverb em qualquer posio da esquerda para direita em vrias posies. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 59 of 335 60. Quanto maior for a propagao estereofnica mais espao ele ocupar na imagem e causar mais mascaramento. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 60 of 335 61. Quando aumentamos o nvel de volume do reverb (normalmente usando o envio auxiliar do som que vai para o reverb), mais na frente da mixagem ele aparecer. Com EQ, podemos aumentar ou diminuir um pouco a colocao do reverb, mais agudo menos reverb, mais grave mais reverb. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 61 of 335 62. Estas trs figuras bsicas esferas, linhas e quarto podem ser posicionadas dentro do campo estreo tridimensional entre os alto-falantes para criar uma estrutura de mixagem. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 62 of 335 63. As esferas representam os sons, as esferas oblongadas representam os sons com efeitos, e os cubos transparentes representam o reverb. Todos os outros efeitos, inclusive delays, flanging, chorus, phasing, parmetros de reverb, e outros efeitos, sero variaes destas trs imagens e sero descritas em detalhes no prximo captulo. Com estas vrias figuras rerpresentativas de sons, iremos criar vrios estilos de mixagens para serem utilizados de acordo com o estilo da msica. Por exemplo, poderemos criar volumes balanceados. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 63 of 335 64. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 64 of 335 65. ... em mixagens no balanceadas. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 65 of 335 66. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 66 of 335 67. . . . vs. interessantes EQ . . . A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 67 of 335 68. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 68 of 335 69. . . . e mixagens com poucos ou muitos efeitos aplicados. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 69 of 335 70. A arte de mixar, portanto o posicionamento e o movimento criativo destas figuras representativas de sons. Assim como um msico precisa explorar e se familiarizar com as possibilidades do seu instrumento, os engenheiros de mixagem devem estar cientes de toda a dinmica possvel que o equipamento do estdio permite criar. NOTA: Comparemos o engenheiro de mixagem com um escultor. Ambos trabalham em 3D. Na escultura, o artista trata de dar forma s imagens em um espao tridimensional. Na fotografia e na pintura o artista lida com tonalidades de cores e a relao existente entre as vrias cores que compem um quadro ou fotografia. Na construo, o engenheiro civil cuida primeiramente da fundao. No Feng Shui, o consultante trata da colocao dos elementos em um espao 3D. Aqui estamos tratando do Feng Shui de mixar... misturar sons. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 70 of 335 71. A mixagem deve preencher a cano de forma que a mixagem seja transparente ou invisvel. Ou ento pode ser usada para criar dinmicas musicais. uma ferramenta que reala e destaca, mas pode criar tenso e caos. Um bom engenheiro usa a mixagem para ultrapassar os limites que j foram atingidos. Agora possumos uma estrutura com smbolos para cada parmetro do som. O captulo 4 ir detalhar cada pea do equipamento no estdio. Os captulos 5 e 6 utilizam os visuais para mostrar como cada pea do equipamento pode ser usada na mixagem para criar todas as dinmicas que um "engenheiro msico" pode fazer. Mas antes iremos discutir todas as razes para criar um estilo de mixagem no captulo 3. Consideraes sobre os elementos dos Visuais FORMA primeira vista um simples ponto entre os alto-falantes poderia ser apropriado. Quando um som como um vocal for paneado para o alto-falante esquerdo, o ponto ser deslocado para o alto-falante esquerdo. Esta a representao mais comem que usada pelas pessoas quando discutindo posicionamento esquerdo/direito (paneamento) dos sons no campo estreo. Uma imagem redonda mais apropriada, especialmente quando ns consideramos a maneira como dois sons se comportam quando paneados da esquerda e direita para o centro. Quando estes sons so juntados e se sobrepem no centro, a imagem sugere que os sons devem ser redondos e simtricos. Caso utilizssemos uma figura de violo, o brao do violo puncionaria o som adjacente primeiro porque ambos so paneados no centro, diferentemente de dois sons sobrepostos. Um ponto slido tambm seria falho. Dois sons podem estar na mesma posio na mixagem e mesmo assim A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 71 of 335 72. serem ouvidos distintamente. Consequentemente faz sentido tornar os sons transparentes ou translcidos. Utilizando esferas transparentes para representar o campo sonoro da imagem como ela aparece entre os alto-falantes, os dois sons podero ser ouvidos no mesmo ponto. COR Pessoas ao redor do mundo tentam corresponder freqncias sonoras com cores. Naturalmente somente fsicos ou talvez aliengenas possam entender este modo de representao do som. Um instrumento pode ter qualquer cor. Mas para um melhor encaminhamento das idias expostas neste livro aceite que as cores que escolhemos para a representao so as melhores. A principal funo da cor diferenciar os diferentes tipos de sons. Diferentes cores correspondem a diferentes son, tipos de formas de onda ou faixas de freqncia. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 72 of 335 73. Quando estruturas harmnicas e equalizao forem discutidas, as cores sero utilizadas para especificar as faixas de freqncia. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 73 of 335 74. CAPTULO 3 Guias para criao de uma Mixagem (As razes para criar um estilo de mixagem) A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 74 of 335 75. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 75 of 335 76. Como mixar bem? Como um engenheiro profissional importante saber responder esta pergunta. Muitos engenheiros, e alguns muitos conhecidos, realizam excelentes mixagens, mas no sabem explicar como as fazem. Saber o que acontece numa mixagem tem suas vantagens algumas bvias, outras no. Em primeiro lugar, quando aprendemos a gravar, bom saber o que se est fazendo. Caso voc saiba definir o que est querendo alcanar, muito fcil ser chegar ao objetivo. Em segundo lugar, muito til explicar para uma banda o que fazer para alcanar uma boa mixagem, especialmente quando se est registrando uma gravao. Isto pode ser complicado, pois haver sempre a possibilidade da banda ter preferncias opostas s suas. Quase nunca h consenso em uma mixagem. Todos possuem suas prprias idias, e estas idias mudam diariamente. Mesmo que voc saiba e goste do que est fazendo ser necessrio satisfazer tambm as pessoas. Isto no uma tarefa das mais fceis. Normalmente as pessoas para quem voc est trabalhando no sabem realmente o que quer e se o souber no sabero como explicar, devido ao fato de no conhecer a terminologia ou o equipamento que est sendo usado. O mundo da msica e da gravao incrivelmente complexo e diversificado o que dificulta ainda mais a compreenso por parte de quem no vive o seu dia a dia. Existem tantos estilos diferentes de mixagem como pessoas diferentes na face da terra. No entanto existe algo em que todos concordam de antemo: A Estilo da Mixagem deve ser condizente com o estilo da msica, com as pessoas envolvidas e em todos os seus detalhes. Ser difcil a banda discordar se voc disser: "A mixagem deve ser apropriada com o estilo musical de vocs, especialmente nesta msica em particular com todos os seus A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 76 of 335 77. aspectos e detalhes, vamos ento ouvir as suas consideraes e idias". Estes trs aspectos so guias valiosos na escolha do tipo de dinmica emocional e musical que voc dever criar com as ferramentas do estdio. Vamos ento conhecer com mais detalhes cada um deles. SEO A O Estilo da Msica A grande maioria das bandas que entra no estdio quer que a mixagem de sua msica soe de acordo com o seu estilo musical. Em alguns estilos musicais as regras so restritas e inflexveis. Por exemplo, caso voc aumente muito o kick ou coloque um flanging em uma mixagem estilo big band voc poder ir pra cadeia. H bandas que no querem que sua msica soe igual s msicas dos outros. Normalmente sabem o que querem, mesmo que digam no incio que no esto preocupados com o que voc est fazendo. Alm disso, cada tipo de msica possui numerosos estilos. Country music um bom exemplo. Neste estilo existe aproximadamente uns vinte estilos de mixagem diferentes, que vo de Hank Williams Sr. a Hank Williams Jr. passando por Garth Brooks. Alm disso, as pessoas que ouvem country music o vem fazendo a vida inteira, de forma que elas sabem quando uma mixagem no est soando do jeito que elas querem. Rock a mesma coisa. Deve haver mais de uma centena de diferentes estilos de rock, e qualquer pessoa sabe dizer o que quer, mas a grande maioria no sabe como explicar como conseguir o som desejado com o equipamento que existe no estdio. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 77 of 335 78. A maioria das bandas quer que o som de sua msica soe igual a uma determinada msica que tenha o mesmo gnero. Mas s vezes acontece de uma determinada banda estilo big band querer que sua prxima mixagem soe como uma mix do Pink Floyd, cheia de efeitos. Portanto necessrio saber como uma banda conseguiu tal efeito ou tal equalizao em seu estilo de mixagem. SEO B A Cano e todos os seus componentes Algumas vezes obvio fazer com que a mixagem se comporte no estilo da msica. Mas normalmente os engenheiros e a prpria banda esquecem de se certificar se a mixagem est de acordo com a cano e com todos os seus componentes. Os componentes so: melodia, ritmo, harmonia, letras, arranjos, instrumentao, estrutura da cano, performance, e acima de tudo a qualidade dos equipamentos que foram empregados. Cada um destes aspectos pode fornecer a razo para estruturar a mixagem de alguma forma particular ou criar certo tipo de mixagem diferente. Cada aspecto pode fazer com que voc utilize uma das quatro ferramentas (volume, panning, equalizao ou efeitos) de maneira tambm diferente. A mixagem deve ser usada para realar cada um dos componentes da cano, e o equipamento deve ser usado para criar harmonia entre a mixagem e a prpria cano. Assegure-se de como a mixagem se relaciona com todos os componentes da cano, voc deve estar ao menos ciente deste relacionamento. Vamos agora explicar cada um dos componentes/aspectos da cano e ver como eles afetam a maneira de mixar a msica. Conceito O conceito a combinao do relacionamento de todos os A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 78 of 335 79. aspectos, de forma que ele o mais importante para determinar o estilo da mixagem. Por exemplo, uma trilha de terror pode ser mixada com uma EQ especial com cortes no muito comuns, e com alteraes drsticas de volume e panning enquanto que uma cano de amor pode ser mixada com uma EQ, panning e volumes naturais, alm de efeitos simples. Melodia A natureza da linha meldica afeta facilmente o que o engenheiro faz na mixagem em toda a msica ou em algum ponto especfico. Por exemplo, caso a melodia seja o componente de maior expresso da cano, voc pode fazer com que ela fique mais destacada e mais atraente utilizando efeitos baseados em tempo (time-based), como delay, flanging ou reverb. Caso a melodia seja simplria ser interessante aplicar alguns efeitos de realce para o campo estreo, como short delay ou reverbs curtos. De outra forma, caso a melodia seja extremamente cheia e complicada ser melhor utilizar pouqussimos efeitos, de forma que a melodia possa ser ouvida com todos os seus detalhes. Comumente os engenheiros alteram o panning ou os efeitos baseando-se no que acontece na linha meldica. Ritmo O ritmo influi diretamente na mixagem. Quanto mais cheio e intenso for o ritmo mais clara e limpa dever ser a mixagem, de forma que voc possa ouvir tudo com bastante clareza. Cada uma das ferramentas do control room poder ser utilizada para limpar e clarear a mixagem. Provavelmente poucos efeitos time-based sero utilizados porque no haver lugar para delays e muitas reflexes. Os instrumentos devero ser equalizados um pouco mais agudos de forma que os detalhes dos instrumentos sejam mais realados. O volume de uma parte rtmica complexa poder ser um pouco mais alto do que o de costume para tambm dar maior clareza aos detalhes. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 79 of 335 80. Naturalmente nem todos os ritmos devero ser mixados da mesma forma. Um ritmo intenso e complexo dever ser posicionado frente para buscar a clareza. Poder tambm ser colocado atrs, pois poder ser que ele mascare muito a cano como um todo. (Isto dever ser perguntado ao produtor ou responsvel pela parte musical). No entanto, se o ritmo for lento e simples haver mais espao para aplicar efeitos e utilizar EQ, pan e volume. Harmonia A natureza das partes de harmonia e como elas se completam na totalidade da cano tambm contribui para uma manipulao diferente na mixagem. As diferenas entre as vrias partes da harmonia e a sua estrutura de acordes podem fornecer indcios importantes a respeito do que pode ser feito na mixagem. Por exemplo, quanto mais peas de harmonia houver, mais elas podero ser paneadas. Visto que uma nica pea da harmonia raramente paneada totalmente para um lado, os tipos de acordes musicais que so criados com as partes de harmonia poderiam afetar a sua colocao. Um acorde tipo dissonante colocado para trs na mixagem; um doce e anglico pode ser posicionado com delays e reverbs para ocupar mais espao. Quando a harmonia no for harmonia e sim simplesmente a melodia cantada em unssono elas podero ser espalhadas no campo estreo para ficar dessa forma mais cheia e encorpada. E o volume pode ser abaixado caso o seu contedo no seja interessante a ponto de ser destacado com posicionamentos esquerda ou direita (panning). A nica forma que nos ajuda a decidir como mixar a harmonia est baseada em como to boa a harmonia pode estar. Nenhuma dessas idias pode ser considerada como regra e sim sugesto de como criar um determinado tipo de mixagem. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 80 of 335 81. Letras A letra o maior guia de auxlio do engenheiro de mixagem. A natureza da letra que d o tom da cano e, por conseguinte, frequentemente afeta a mixagem. Algumas letras em particular podem fazer com que o engenheiro crie vrios efeitos na mixagem. Letras como "Living on the Edge" pedem realmente isso, ou seja, que sejam aplicados efeitos de posicionamento de pan na mixagem. J uma letra com contedo psictico pode nos pedir para que impulsionemos algumas freqncias irritantes em um determinado instrumento. Letras como "In the Halls of Love" nos pedem um efeito de reverb. Assim como so includos, os efeitos tambm podem ser removidos baseados na mesma letra. Por exemplo, muito comum desligar efeitos (especialmente reverb) quando a parte da letra muito importante. Arranjo A densidade do arranjo um indcio valioso a respeito de como proceder com a mixagem. Caso o arranjo esteja muito cheio teremos ento dois planos de ataque: retirar aquilo que for suprfluo ou preench-lo ainda mais. O primeiro plano seria no complicar o arranjo ainda mais adicionando efeitos. A idia fazer com que a mixagem soe mais limpa e isso s pode ser conseguido retirando alguns itens do arranjo. Alm de usarmos poucos efeitos devemos torn-los mais brilhantes com EQ. Quando temos um grande nmero de sons e notas na mixagem, as freqncias mais altas ficam mascaradas. Como as freqncias baixas ocupam mais espao entre os alto-falantes, uma EQ brilhante nestes sons far com que eles ocupem menos espao, sobrando assim mais ambiente para que os diversos sons possam ser ouvidos. Em contrapartida, para algumas canes e estilos musicais, poder ser apropriado usar a mixagem para preencher o arranjo, tornando os efeitos aplicados bem pronunciados. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 81 of 335 82. Adicionando efeitos time-based (como delay, flanging, ou reverb) faremos com que mais sons sejam adicionados na mixagem. Voc pode tambm panear mais quando o arranjo for muito cheio. Como o espao compreendido entre os alto- falantes limitado, torna-se necessrio utilizar o campo estreo totalmente. Caso o arranjo seja muito simples ou vazio, podemos encar- lo tambm sob duas formas: A primeira mantendo o arranjo simples no adicionando efeitos. A segunda adicionar efeitos time-based para preencher a mixagem. Quando existem poucos sons voc tem mais espao no room para jogar com vrios efeitos. Instrumentao Caso o som do instrumento seja bom, voc o poder colocar mais acima no campo stereo usando efeitos time-based. Caso ele soe agradvel, interessante, nico, ou complexo, destaque-o. Em contrapartida, sons assim podem ser intrigantes. Caso isso acontea aplique um efeito simples e o posicione mais atrs na mixagem. Caso o som no esteja surtindo o efeito desejado no o destaque colocando mais acima na mixagem. Tente aplicar algum efeito para melhor-lo, se isso no der certo ento o enterre. Estrutura da cano Este outro ponto que afeta o que um engenheiro pode fazer em cada seo da mixagem. Algumas bandas criam realmente uma estrutura onde cada seo da cano seja completamente diferente da seo precedente. Frank Zappa, Pink Floyd, Mr. Bungle, e mesmo os The Beatles tinham canes onde a mixagem de cada seo era drasticamente A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 82 of 335 83. diferente da seo precedente ou seguinte. Procure ouvir algumas dessas faixas (clique nos nomes das bandas). Mesmo quando as diferentes sees de uma cano no sejam assim to diferente voc poder acentuar as diferenas. Por exemplo, normalmente um refro possui um pouco mais de reverb nos vocais. O ritmo pode ser mais evidenciado aumentando-se o volume do kick, snare, ou baixo e algumas vezes adicionando-se mais reverb na caixa. A seo bridge deve ter um tipo de reverb diferente ou ento deve ter paneamento diferente nos instrumentos de forma a criar alguma variao. Performance A performance outro aspecto muito importante que afeta a mixagem. Por exemplo, um dedilhado em particular pode induzir a que o coloquemos esquerda ou direita. Voc tambm pode considerar utilizar um determinado reverb ou delay que corresponda ao riff. O importante de tudo que a qualidade de uma performance afetar frequentemente como a cano ser mixada. Caso seja de uma perfomrance incrvel, simplesmente levante os volumes e deixe que o talento fique mostra. Por outro lado, se a performance no for to boa, no a coloque na frente, especialmente sem efeitos. A Qualidade dos Equipamentos Envolvidos na Gravao Caso o seu equipamento no seja de boa qualidade voc no dever fazer uma mixagem muito brilhante porque isso evidenciar os rudos e as distores criadas pelo equipamento. Com equipamentos de boa qualidade com certeza voc conseguir mixagens limpas e claras. Tenha cuidado com os nveis ao gravar, pois isso evitar que voc os tenha que reparar quando estiver mixando. Normalmente a letra e a performance que ditam o ritmo de A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 83 of 335 84. mixagem. No entanto, isto pode variar de cano para cano. O importante saber que um ou outro aspecto que ser o fator determinante de como a mixagem dever acontecer. Talvez o melhor tipo de mixagem seja aquele em que todos os fatores que mencionamos anteriormente tenham o mesmo peso em determinar como a mixagem se dar. SEO C As Pessoas Envolvidas O complicado mesmo fazer o balano entre seus prprios valores com os valores das outras pessoas que esto envolvidas. O segredo o balanceamento dos desejos do cliente com os seus prprios valores na msica. O trabalho do engenheiro analisar todos os pontos de vista, as sugestes e idias dos envolvidos e decidir aquilo que o melhor para o projeto. O engenheiro profissional ouve todas as idias e as compara para dessa forma tirar as suas concluses. Deve-se, pois, fazer testes com as idias apresentadas, discutir e ponderar todas as implicaes, trabalhar em conjunto com o cliente de forma a se conseguir a deciso final. Este jogo de cintura sem dvida nenhuma a tarefa mais difcil do engenheiro de gravao. O problema se d quando a banda pede que voc faa algo que em sua opinio destruir a mixagem. Eles pediro muito educadamente que voc aumente ou diminua um determinado instrumento para esconder um erro de performance. Consequentemente importante dar sugestes para reparar determinados pontos do projeto, colocando sempre que isso A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 84 of 335 85. para o bem do projeto, para o bem da banda, e para o seu prprio bem. O caso piora ainda mais quando a banda lhe pede para fazer algo errado e alguns dias depois se arrepende lhe dizendo que obviamente estavam errados. Ao ter certeza de que est certo voc dever convenc-los disto; mas somente o faa se realmente tiver a certeza. A pior coisa que pode acontecer voc convencer a banda de que voc est certo quando na realidade no est. Lembre-se que a banda ir ouvir milhares de vezes o projeto fora do estdio em vrios lugares diferentes. E com certeza percebero mais tarde que algo no est correto. Uma vez tenha adquirido experincia o bastante para ter certeza de que est certo, voc dever aprender a ser hbil na tarefa do convencimento (com muita diplomacia), explicando de maneira lgica os seus pontos de vista para o convencimento daquilo que voc acha importante. Isto significa que voc deve conhecer as razes do porqu das coisas. Sempre argumente com embasamento. No diga coisas como confie em mim ou venho fazendo isso h anos. O engenheiro profissional desenvolve um arsenal de razes reais para serem usadas na tarefa do convencimento, e razes lgicas para ilustrar como os sons devem ser colocados na mixagem. E caso acontea uma situao onde voc no tenha o que dizer para convencer a banda, no descanse at encontrar uma boa razo para explicar. O engenheiro profissional aquele que sabe o que melhor para o projeto e acima de tudo sabe como explicar para o cliente que aquilo realmente o melhor. Eis aqui alguns exemplos das razes que fazem sentido: a) Digamos que a banda est pedindo para voc aumentar o kick ainda mais. Existe uma faixa muito grande onde o A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 85 of 335 86. kick pode atuar sem causar prejuzos. O problema quando a banda pede que o posicionemos fora deixa faixa limite. Voc poder dizer algo como, Para este estilo de msica muito raro que um kick fique to alto assim. Vocs querem realmente isso?". b) Ou ento vamos supor que o cantor quer aumentar o volume da voz. Novamente voc dever utilizar o argumento do estilo musical, dizendo que no normal ter a voz to alta assim. Pergunte se realmente isso que eles querem. Quando a mixagem de rap ou hip hop, normalmente as bandas querem que o bumbo 808 fique muito alto. Este pedido normal porque eles esto acostumados a ouvir com EQ ligado e com freqncias baixas nas alturas (no carro, em casa, ou em clubes). Nos estdio esta presena altssima das freqncias baixas no ir aparecer, logo dever ser dito a eles que isto normal, pois caso contrrio, levantando demais as freqncias baixas e quando eles forem ouvir fora do estdio e com o EQ ligado estas freqncias estariam mais altas ainda. c) Um outro exemplo envolve a aplicao de reverb na mixagem. O problema ocorre quando voc ouve o reverb em solo. Uma vez tenha o ouvido sozinho a sua mente o reconhecer mais facilmente no meio da mixagem. Consequentemente ele parecer estar a mais do que na realidade est. Devido a este efeito psicoacstico, a banda ir querer que voc diminua o reverb mais do que realmente seria necessrio. Explique este fenmeno a eles de forma a que aceitem o posicionamento do reverb que voc fez. d) Eis um exemplo final. Talvez a banda queira que se aplique um efeito como reverb ou delay em um baixo ou kick. Voc deve explicar que instrumentos graves como um baixo j ocupam naturalmente um espao muito A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 86 of 335 87. grande no ambiente da mixagem. Devido ao fato de um reverb ser constitudo de muitos delays ele s far com que o baixo ocupe mais espao ainda, conseqentemente encobrindo os outros instrumentos. Explicando o porqu das coisas voc ajudar a banda a conhecer o efeito de mascaramento entre os vrios sons de uma mixagem e o trabalho seguir o seu rumo normal e a contento. Como voc pode ver, torna-se crtico conhecer e entender verdadeiramente como a dinmica atua numa mixagem, esse conhecimento condio primordial para que voc possa explicar a razo de uma determinada ao, sua escolha em detrimento de outra e assim por diante. Se algum no se convencer depois de sua explicao, tente fazer o que ela est pedindo. sempre importante lembrar que nem sempre as pessoas conseguem explicar aquilo o que querem. Tenha sempre os ouvidos abertos, aceite as sugestes. No quero dizer para que voc se convena de algo errado. Em ltimo caso faa duas mixagens e apresente o resultado das duas. No mnimo voc estar mostrando para a banda a sua boa vontade, e que respeita a opinio de todos. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 87 of 335 88. CAPTULO 4 As Funes do Equipamento do estdio e a Representao Visual de todos os Parmetros A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 88 of 335 89. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 89 of 335 90. So trs os componentes do som: volume (ou amplitude), freqncia, e tempo. Para simplificar as operaes da grande variedade de equipamentos existentes em um estdio, dividimos em categorias baseadas na funo do que cada pea representa no conjunto total de equipamentos: 1. Geradores de som: todos os instrumentos, de acsticos a eltricos, de voz a sintetizadores. 2. Roteadores de som: quadro de mixagem, patchbays, splitters. 3. Armazenadores de som: gravadores, tape players, sequencers, samplers. 4. Transdutores de som: microfones, pickups, headphones, speakers. 5. Manipuladores de som: processadores de efeitos. Os equipamentos que manipulam o som no estdio controlam volume, ou freqncia, ou tempo. Portanto, cada um pode ser categorizado de acordo com o principal componente que ele controla: A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 90 of 335 91. Faixa de atuao dos geradores de sons, de instrumentos acsticos a eltricos, de voz a sintetizadores. Os roteadores de som enviam um som de um lugar a outro. A console de mixagem roteia o sinal para quatro lugares: para os multitracks, para os alto-falantes de monitorao, headphones, e efeitos. Os Patchbays so a parte traseira de tudo que est no estdio painel de microfones, os inputs e outputs do multitrack, os ins e outs da console, e os ins e outs dos efeitos posicionados bem prximos uns dos outros de forma que possam ser conectados atravs de cabos bem curtos. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 91 of 335 92. Os armazenadores de sons so os dispositivos onde os sons so gravados e reproduzidos. Os tape decks podem armazenar sons de forma digital ou analgica; os sequencers armazenam as informaes MIDI. Alguns destes dispositivos tambm podem possuir caractersticas de edio dos sons que neles so armazenados. Os transdutores de som transformam um tipo de energia em outro. Os microfones captam a energia mecnica (ou ondas sonoras) e a transforma em energia eltrica. Os alto- falantes transformam a energia eltrica em energia mecnica. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 92 of 335 93. Este captulo em sua grande parte tratar dos manipuladores de som. O que significa que tratar do processamento que utilizado para alterar um som, ou efeito, e inserir um som adicional, ou efeito, em um som j existente anteriormente. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 93 of 335 94. SEO A Controles de Volume FADERS O faders de volume controlam o volume de cada som na mixagem, inclusive efeitos. O ajuste do nvel de cada som baseado no relacionamento deste som com o restante das trilhas que constituem a mixagem. Podemos posicionar o som em qualquer lugar (frente/trs) utilizando os faders. No entanto, o ajuste de nvel de um som no feito apenas atravs de seu fader, caso o fosse poderamos fazer a mixagem sem a necessidade de ouv-la. Simplesmente bastaria olhar as posies dos faders na console. Quando ajustamos o relacionamento de volumes na mixagem, utilizamos volumes aparentes para decidir a relao de balano entre os diversos sons e no somente a voltagem do sinal que passa atravs do fader de volume. O volume aparente de um som na mixagem baseado em duas coisas principais, nvel do fade e a forma de onda, e em menor escala, na Curva Fletcher/Munson" (veja descrio no prximo tpico). Primeiramente, o nvel do fader afeta o volume do som. Altere o nvel do fader e o som ser aumentado ou atenuado. Fader Level Ao levantar um fader na console de mixagem voc est aumentando a voltagem do sinal que est sendo enviado para o amplificador, que por sua vez envia mais fora para os alto-falantes, o que implica em aumentar o nvel de presso sonora "sound pressure level" (SPL) no ar. Utilizamos a unidade de medio decibel (dB) para medir a amplitude do sinal em cada estgio do circuito. De fato, existem algumas relaes especficas entre voltagem, wattage SPL. Os decibis so a principal varivel que A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 94 of 335 95. usamos para controlar o volume aparente de um som. Mas, existe um outro fator muito importante: a forma de onda do som. Waveform (ou estrutura harmnica) A forma de onda (waveform), ou estrutura harmnica, de um som faz uma grande diferena na forma na qual percebemos o som. Por exemplo, um som de exploso soar mais alto que um som de flauta, mesmo que eles estejam exatamente com o mesmo nvel nos medidores VU. Isto se deve ao fato do som de exploso possuir harmnicos que o tornam excitantes ou irritantes, de acordo com o seu gosto ou tolerncia. Um outro exemplo uma guitarra com overdrive e outra sem efeito nenhum, as duas com o mesmo nvel, porm a guitarra com overdrive soar mais alto. Um fator secundrio tambm contribui para o volume aparente de um som, este fator a Curva Fletcher/Munson. A Curva Fletcher/Munson O maior problema que existe na audio humana que no conseguimos ouvir todas as freqncias no mesmo volume especialmente se elas estiverem com volumes baixos. Da a razo de todo mundo gostar de ligar os botes loudness nos equipamentos. O ponto primordial que voc deve checar suas mixagens em todos os nveis de volume. Especialmente tomando o cuidado de mixar em baixos volumes, pois voc no ouvir as freqncias baixas e altas como deveria. Considere tambm que toda vez que voc aplica um fade out no final de uma msica as freqncias baixas e altas sumiro primeiro. O "volume aparente" consequentemente uma combinao dos nveis em decibis, formas de ondas, e da Curva Fletcher/Munson. Mas tenha calma. A maioria das pessoas no tem problemas em dizer qual som mais alto que o outro. Nosso crebro calcula rapidamente todos os parmetros e os transforma em volumes aparentes. Tudo o que temos que fazer ouvir a mixagem com o um todo e A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 95 of 335 96. analisar a energia aparente que vem da mixagem. Dessa forma voc usa o conceito de volume aparente para ajustar os volumes dos diversos sons que esto na mixagem. Voc no olha os faders; voc ouve os volumes relativos. Como j foi anteriormente mostrado, o volume aparente mais naturalmente mapeado como uma funo de posicionamento para frente e para trs no ambiente da mixagem. COMPRESSOR/LIMITERS Os dispositivos Compressor/limiters so utilizados no estdio para evitar picos muito altos e distores ou saturaes. A compresso e a limitao so funes de volume; seu principal propsito abaixar o volume. Elas assim o fazem quando um som est muito alto baseado em um determinado limite que foi configurado (threshold). Quando o volume est abaixo do threshold, o compressor/limiter nada faz. A diferena entre um compressor e um limiter ser explicada posteriormente. A Arte da Mixagem - David Gibson www.musicaudio.net 82 30328323 96 of 335 97. As funes de Compressor/Limiter Os Compressores/limiters possuem duas principais funes. A primeira funo obter uma melhor relao sinal/rudo, o que em outras palavras significa atenuar o rudo hiss caracterstico de fitas analgicas. A segunda funo estabelecer a imagem do som entre os alto-falantes, o que podemos traduzir como presena. Melhor relao sinal/rudo: menor Hiss Para gravar sons extremamente dinmicos, que possuam grande variao do suave ao forte, ser necessrio que abaixemos o volume de modo que os picos no sobrecarreguem e causem distoro. Distoro algo inaceitvel. Porm quando abaixamos o volume as partes mais suaves do som podem ficar com o volume muito baixo, consequentemente voc ouvir mais rudos do que som nestas partes. Esta situao conhecida como baixa relao sinal/rudo e o seu som se caracteriza por lembrar o rudo do mar: "shhhhhhhhhhhh". Usando um compressor para atenuar o volume quando o sinal est muito alto, voc poder aumentar o volume do som acima do rudo. Abaixando os picos, voc gravar o sinal mais quente na fita. Ento dessa forma as partes mais suaves no sero encobertas pelo rudo. Estabilizando a Imagem dos Sons: Mais Presena Aps anos usando compressores para se verem livres de rudos, as pessoas se acostumaram a tornar mais presentes os sons. Nivelando os picos de um som, um compressor estabelece a imagem do som entre os alto-falantes. Um som naturalmente varia o seu volume, como o apresentado pelos ponteiros dos medidores VU. Quando diversos sons flutuam naturalmente, suas variaes podero ser transformar num caos. Um compressor/limiter estabiliza, ou suaviza, os movimentos dos sons