A Arumentação Na Língua. Síntese!

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CABRAL, Ana Lcia Tinoco. A fora das palavras: dizer e argumentar. So Paulo: Contexto, 2010. Priscila Cruz de Sousa

A ARGUMENTAO NA LNGUAEntendermos que o ato de argumentar se refere programao e organizao do discurso com vistas persuaso. Para essa finalidade, devem ser escolhidos, por exemplo, adjetivos, advrbios e/ou conectores que, de fato, exeram o papel de chamar ateno e convencer o interlocutor. Como embasamento dos postulados acerca do tema explicitado temos os tericos Jean-Claude Anscombre e Oswald Ducrot, lingusitas Franceses.A teoria da argumentao na lnguaSegundo a Teoria da Argumentao na Lngua (ADL), a argumentao est intrinsecamente ligada s escolhas lingusticas, est na prpria lngua e argumentar significaria apresentar um enunciado, uma frase em uso, com o intuito de faze com que outro seja admitido. Assim, verifiquemos com o exemplo:Este filme timo!

A frase acima um enunciado que tem a possibilidade de, por exemplo, convencer o interlocutor a adquirir o livro, com a defesa de que o mesmo bom, ou de ganh-lo, dentre outras possibilidades. Ou seja, o enunciado exposto faz admitir outros consequentes. Ainda para a teoria em questo, devido existncia de imposies na lngua que os enunciados e as concluses so apresentadas. E mais, pode-se contatar, ainda, que o sentindo contido no enunciado tem por finalidade tambm indicar a direo da continuao do dilogo (Cabral, 2010l78, p.16), inferindo-se que uma tarefa difcil argumentar sem, sobretudo, orientar o interlocutor em direo a alguma concluso. vlido ressaltar que a teoria da argumentao na lngua foi desenvolvida, principalmente, a partir da observao de conectores, que so aqueles que ligam os enunciados. Para melhor demonstrar o exposto, utilizado o exemplo do mas, enfatizando que o mesmo sempre conduz determinado enunciado, que no se pode dizer algo depois de sua utilizao, porque seno o enunciado se torna ambguo, que essa oposio que ele demarca devido s concluses encerradas por sua utilizao etc. Ato de argumentarA partir das consideraes pertinentes acerca do mas, evidente que os encadeamentos emergidos devem-se ao ato de argumentar, termo relacionado aos atos de fala, de fora ilocucional e de fora argumentativa. A partir desses atos temos a possibilidade de estudar as noes de superioridade argumentativa e de oposio argumentativa, a citar.

De acordo com Cabral (2010), a noo de superioridade, por exemplo, estabelece que uma frase , sob o vis argumentativo, superior a outra frase, tal como o exemplo: A cama est bagunada ; A cama est quase bagunada , ou seja, a cama est bagunada um argumento que levar mesma concluso de quase bagunada, assim, o primeiro enunciado capaz de conduzir o segundo. O contrrio, porm, no se aplica. A segunda frase no conduz a primeira, porque visto que quase bagunada faz-se entender que a cama est parcialmente bagunada, e no completamente. Para o conceito de oposio argumentativa, considera-se que nas frases acima, por exemplo, em nenhuma situao os enunciados conduziro mesma qualidade do ato argumentar, no sendo possvel a atribuio da mesma qualidade ao mesmo referente.

TposNa concepo da autora em questo, entende-se por tpos o conhecimento de senso comum que no requer a pronncia em sua totalidade para que favorea determinada concluso. Como exemplificao podemos citar o gnero provrbio, que traz uma concluso pelo fato de se referir a uma crena difundida e aceita pela populao.Na concepo de Ducrot, o tpos est interno lngua e dependente ao ponto de vista do enunciador, tal como podemos verificar: Hoje vai chover, o tempo est abafado. Na frase supracitada, temos o ponto de vista do enunciador, ou melhor, o tpos, que justifica a concluso encerrada. Ainda segundo o terico, a teoria do tpos possui uma escala de gradao que implica em escalas argumentativas, as quais avaliam a fora dos argumentos relacionados a uma mesma concluso (pertencentes a uma classe argumentativa).PRESSUPOSIO E ARGUMENTAOConceito de pressuposio

Entende-se por pressuposio o ato de pr algo. Ou seja, os enunciados sempre pem alguma coisa, que se chama posto. O que posto em algum enunciado pode tambm e feito de maneira implcita, ou seja, deixando subentendido, dependente do raciocnio do interlocutor- integrando a categoria dos procedimentos de implicitao dos discursivos-, ou dos elementos que compem o enunciado- procedimentos dos no discursivos. Os apoios lingusticos de pressuposio

Os apoios lingusticos de pressuposio, que esto na lngua e fazem parte do enunciado, so: Verbos factivos ou contrafactivos- Verbos que, respectivamente, pressupem a verdade ou a mentira;

Verbos de julgamento- Aqueles que exigem uma avaliao positiva ou negativa de determinado fato exposto no enunciado;

Verbos implicativos- So os implicam em algo; Verbos de mudana de estado- Verbos que apresentam aes que apresentara mudanas;

Verbos iterativos- So aqueles que pressupem que uma ao j acontecera anteriormente enunciao;

Marcadores aspectuais ou iterativos- So expresses que pressupe uma ao que era realizada anteriormente;

Nominalizaes- Quando uma frase se transforma em um sintagma nominal;

Eptetos no restritivos- So adjuntos adnominais que acrescenta ao substantivo uma peculiaridade; Grupos nominais definidos ou descries definidas- So grupos de palavras que atribuem uma especificao ou definio;

Relativas apositivas- So entendidas tal como as adjetivas explicativas, ou seja, explicam algo sobre o termo antecedente;

Construes clivadas- So reconhecidas pelo termo ... que;

Construes implicitamente clivadas- So as que nos permite realizar a troca pela expresso ... que;

Comparaes e contrastes- So as expresses que denotam relaes de semelhana ou de diferena; Interrogativas parciais- So as que trazem um elemento desconhecido. Geralmente, so reconhecidas pelos termos: quem, quando, por que, onde etc;

Oraes temporais- So as oraes que pressupem uma verdade exposta por elas;