A árvore sem luzes

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A árvore sem luzes Olivier Prou e Benoit Urbain (trad. Margarida Soares) Numa floresta cheia de castanheiros centenários, existe uma árvore um pouco estranha, com enormes lampiões pendurados em cada um dos ramos. O “chato” é que os lampiões nunca se acendem. Nesta árvore vivem bem curiosos habitantes. Eles estão todos de tal modo preocupados com os seus pequenos afazeres, que nem lhes vem à ideia trocar algumas palavras com os seus vizinhos. Tudo está calmo no quarto do coelho-das-molas, que mora no rés-do-chão. Os primeiros raios de sol vêm-lhe aquecer as orelhas, mas o coelho dorme ainda. (jogo de sinos) baqueta escorrega pelas lâminas Sonha que sobe pelos andares da árvore… (jogo de sinos) Dó Ré Mi Fá Sol Ele sonha que basta bater à porta de entrada dos vizinhos para que eles a abram e o convidem a passar um momento em casa deles. Durante esse tempo, perto da cama do coelho, há um enorme aparelho vigilante: (Tic Tac Tic Tac) É um despertador que não quer saber se o coelho dorme ainda ou não… A única coisa que o preocupam é tocar na hora exata! (Tic Tac Tic Tac, tiki taka tiki taka, Tic Tac Tic Tac Ding Dong) 1

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Texto da peça de teatro musical de Olivier Prou e

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A árvore sem luzesOlivier Prou e Benoit Urbain (trad. Margarida Soares)

Numa floresta cheia de castanheiros centenários, existe uma árvore um pouco estranha, com enormes lampiões pendurados em cada um dos ramos. O “chato” é que os lampiões nunca se acendem. Nesta árvore vivem bem curiosos habitantes. Eles estão todos de tal modo preocupados com os seus pequenos afazeres, que nem lhes vem à ideia trocar algumas palavras com os seus vizinhos.

Tudo está calmo no quarto do coelho-das-molas, que mora no rés-do-chão. Os primeiros raios de sol vêm-lhe aquecer as orelhas, mas o coelho dorme ainda. (jogo de sinos) baqueta escorrega pelas lâminas

Sonha que sobe pelos andares da árvore… (jogo de sinos) Dó Ré Mi Fá Sol

Ele sonha que basta bater à porta de entrada dos vizinhos para que eles a abram e o convidem a passar um momento em casa deles. Durante esse tempo, perto da cama do coelho, há um enorme aparelho vigilante: (Tic Tac Tic Tac)

É um despertador que não quer saber se o coelho dorme ainda ou não… A única coisa que o preocupam é tocar na hora exata! (Tic Tac Tic Tac, tiki taka tiki taka, Tic Tac Tic Tac Ding Dong)

E o Coelho continua a sonhar… ele sonha que, numa noite de lua cheia, todos os habitantes da árvore se falam de novo; que se reúnem para fazer uma grande festa; que dançam juntos até tarde e que todos os lampiões se iluminam como por magia. Quando, de repente: (Driiiiiinng!)

É a alvorada na grande floresta. Já não está escuro, mas também ainda não é dia. Aqui e ali, ouvem-se alguns pássaros bocejar, meio-adormecidos, meio-acordados. Alguns agitam as suas asas agilmente, outros começam logo a gorjear. Os mais preguiçosos espreguiçam-se sem fim, antes de fazer estalar os bicos nas bordas do ninho. O dia vai começar…

Sons da natureza (1)

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Faixa 6
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Canção do acordar

Tendo sonhado com uma grande festa na árvore, o coelho salta para os ténis de mola e precipita-se pelas escadas acima, para pedir ajuda a todos os seus vizinhos. (jogo de sinos) Dó Ré Mi Fá Sol

O coelho-das-molas chega assim ao primeiro ramo da árvore. É aí que mora Pamela, a dona rã. É uma rã muito sorridente, mas um pouco estranha, que nunca quer tomar banho porque detesta ter frio… Por isso, prefere viver em seco, inclinada no alto da árvore. Esta manhã, Pamela está muito silenciosa. O coelho-das-molas bate levemente três vezes... (Toc Toc Toc)

Vestida com um robe de banho e óculos de sol, Pamela (a D. Rã) abre-lhe a porta… “Bom dia, senhor coelho. Tem piada, nem me lembrava que morava aqui! Sente-se e espere um instante, pois estou a tricotar um xaile para o Inverno e quero, primeiro, acabar esta carreira…”

Malha do direi-to. Malha do ave-sso; para – bem – tricotar um xai-le, devo contar bem as malhas.

D. Rã

Então, o coelho-das-molas conta-lhe o sonho que teve e convida-a para estar em sua casa, ao meio-dia. De seguida, despede-se e parte pelas escadas até ao 2º andar, onde mora o Zangão. (jogo de sinos) Dó Ré Mi Fá Sol

Este dorme ainda e não gosta de ser incomodado. Mas quando se deixa de ouvir, por momentos, o ressonar do bicho, o coelho resolve bater à porta… (Toc Toc Toc)

Não. Bom dia, não!

(jogo de sinos) Dó Ré Mi Fá Sol

O coelho salta rapidamente os degraus que o separam do 3º andar da árvore, encontrando-se à porta da Catita Saltita, um ratinho fêmea. Convida-a também para a sua festa.

Catita Saltita

Descem ambos as escadas a toda a pressa (jogo de sinos) Sol Fá Mi Ré Dó

quando, de repente, o coelho se lembra de pedir ajuda à Catita Saltita para

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fazer bolachinhas de chocolate. Chegando a casa, tira da gaveta o chapéu de pasteleiro e um grande avental em tecido branco, que desdobra perante os olhos surpresos da ratinha. Estão prontos a começar…

Canção das bolachas

Todos se juntam para festejar a união dos vizinhos. A festa vai começar. Champanhe para todos!

Tchin-Tchin

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