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INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS ARACAJU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA JEANE GOMES DOS SANTOS A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe Aracaju 2019

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INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS ARACAJU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E

TECNOLÓGICA

JEANE GOMES DOS SANTOS

A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:

análise das práticas educativas de serviço de referência

desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe

Aracaju

2019

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JEANE GOMES DOS SANTOS

A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:

análise das práticas educativas de serviço de referência

desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação

em Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo

campus Aracaju do Instituto Federal de Sergipe, como

parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestra

em Educação Profissional e Tecnológica.

Orientador: Dr. José Franco de Azevedo.

Aracaju

2019

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Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Jeane Gomes dos Santos – CRB 5/1293

Santos, Jeane Gomes dos

S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de

serviço de referência desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de

Sergipe / Jeane Gomes dos Santos. – Aracaju – SE, 2019.

108 f.: il.

Dissertação – Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica –

Instituto Federal de Sergipe, Campus Aracaju, 2019.

Orientador: José Franco de Azevedo.

1. Biblioteca na educação. 2. Bibliotecário na educação. 3. Serviço de

referência. 4. Produto educacional. 5. Bibliotecas – Instituto Federal de

Sergipe. I. Azevedo, José Franco de. II. Título.

CDU 02:37

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Dedico às minhas queridas fontes de inspiração.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, o responsável pela fé que me renovou em tantos momentos dessa caminhada.

Ao meu orientador, Franco, pela confiança depositada em mim desde o início.

A Pablo, o mais competente e apaixonado pesquisador que conheci nessa jornada. O seu

apoio foi fundamental.

A Carla, parceira de turma, por compartilhar comigo as “emoções” da pesquisa

acadêmica.

À minha mãe e à minha irmã, Dete e Jaciara, mulheres fortes e inspiradoras com as quais

sempre pude contar.

À minha cunhada, Eliana, e ao meu afilhado, David, pela alegria com as minhas

conquistas.

À minha família, aos amigos e às amigas que, de perto ou de longe, sempre torceram

por mim.

Aos amigos do trabalho, especialmente Paulo Pereira (in memorian), Juciara, Angilene,

Emerson e Ângela, que sempre me disseram palavras encorajadoras.

A todos do IFS que colaboraram, direta ou indiretamente, para a realização da pesquisa,

especialmente bibliotecários, bibliotecárias e colegas do EaD.

Por fim, de modo especial, agradeço às companheiras de quatro patas, por me fazerem

enxergar, principalmente na reta final do mestrado, que, mesmo tão atarefada, havia muito em

mim para ser compartilhado.

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RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo analisar as práticas educativas de serviço de referência

nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe (IFS), a partir de referencial teórico acerca do

histórico e das características das bibliotecas de Institutos Federais (BECKER, 2015; BRASIL,

2008; IFS, 2018); do papel do bibliotecário como um educador (BEHR, 2008; CORRÊA, 2002;

MIRANDA, 2004; SILVA, 1999); e do serviço de referência, trazendo, inclusive as diretrizes

da Reference and User Services Association para o atendimento no setor (FIGUEIREDO, 1996;

Grogan, 1995; MACEDO, 1990; RUSA, 2013). A investigação, de natureza aplicada, possui

abordagem qualiquantitativa. Após levantamento bibliográfico e documental, nove coordena-

dores de bibliotecas do IFS foram entrevistados e responderam o questionário avaliativo do

produto educacional. A entrevista foi analisada sob o ponto de vista qualitativo, tendo como

base a análise de conteúdo proposta por Bardin (2016). O questionário foi analisado sob o ponto

de vista qualiquantitativo. Para a análise dos dados quantitativos foi adotada a estatística des-

critiva. O conteúdo do Curso Introdutório de Serviço de Referência em Bibliotecas, produto

educacional elaborado ao longo desta pesquisa, foi criado com base no referencial teórico a fim

de suprir a carência de capacitação dos auxiliares de bibliotecas nesse assunto. Ao final do

estudo, chegou-se à conclusão de que, independentemente das dificuldades enfrentadas pelo

setor, como o pequeno número de profissionais nas equipes e a sobrecarga de atividades en-

frentada pelos coordenadores das bibliotecas, o serviço de referência existe nestes espaços,

mesmo que as unidades ofertem apenas ações básicas, esporadicamente. Os sujeitos da pesquisa

enxergam a si próprios como educadores, e acreditam que o acolhimento com visita guiada e a

capacitação dos usuários para uso de sistemas e bases de dados sejam as principais atividade

desenvolvidas no setor.

Palavras-chave: Biblioteca na educação. Bibliotecário na educação. Produto educacional.

Serviço de referência. Bibliotecas – Instituto Federal de Sergipe.

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ABSTRACT

This research aimed to analyze the educational practices of reference service in libraries of the

Federal Institute of Sergipe (IFS), from the theoretical framework about the history and

characteristics of libraries of Federal Institutes (BECKER, 2015; BRASIL, 2008; IFS, 2018);

the role of the librarian as an educator (BEHR, 2008; CORRÊA, 2002; MIRANDA, 2004;

SILVA, 1999); and the referral service, including the guidelines of the Reference and User

Services Association for service in the sector (FIGUEIREDO, 1996; Grogan, 1995; MACEDO,

1990; RUSA, 2013). The applied research has a qualitative and quantitative approach. After a

bibliographic and documental survey, nine IFS library coordinators were interviewed and

answered the educational product evaluation questionnaire. The interview was analyzed from a

qualitative point of view, based on the content analysis proposed by Bar-din (2016). The

questionnaire was analyzed from the qualitative and quantitative point of view. For the analysis

of quantitative data, descriptive statistics was adopted. The content of the Introductory Library

Reference Service Course, an educational product developed throughout this research, was

created based on the theoretical framework in order to fill the lack of training of library

assistants in this subject. At the end of the study, it was concluded that, regardless of the

difficulties faced by the sector, such as the small number of professionals in the teams and the

overload of activities faced by the library coordinators, the reference service exists. in these

spaces, even though the units offer only basic actions sporadically. The research subjects see

themselves as educators, and believe that welcoming with guided visits and training users to

use systems and databases are the main activities developed in the sector.

Keywords: Library in education. Librarian in education. Educational product. Reference and

user service. Libraries – Instituto Federal de Sergipe.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – Em

números ………………………………………………………………………………………15

Figura 2 – Evolução tecnológica das bibliotecas …………………………………….………18

Figura 3 – Serviço de referência virtual ………………………………………………………35

Figura 4 – Fontes de informação eletrônica..............................................................................37

Figura 5 – Funções do serviço de referência ……...…………………………………….……39

Figura 6 – Mapa conceitual do serviço de referência............……............................................41

Figura 7 – Ocorrência de palavras-chave relacionadas a serviços de referência nas teses e

dissertações (em ordem alfabética)…….....…........................……...............……………..…..49

Figura 8 – Mapa de distribuição dos campi do IFS no estado de Sergipe…............……..........51

Figura 9 – Organograma da DGB ..…….....…........................……...............……………..….52

Figura 10 – Procedimentos metodológicos…...........................................................…….........58

Figura 11 – Vídeo de boas-vindas............…….........................................................................59

Figura 12 – Informações gerais do curso – Parte inicial ...........…….......................................60

Figura 13 – Informações gerais do curso – Parte final .......……...............…………..……..….61

Figura 14 – Módulos Unidades I, II e III..............……...............…………………………..….62

Figura 15 – Módulo Avaliação…............……...........................................................................63

Figura 16 – Módulo Referências............………………………………………………...........64

Figura 17 – Vídeo para ilustração de um tema........................……...............……………..….64

Figura 18 – Atividades de pesquisa…........................……...............…………..…………..….65

Figura 19 – Dica de atividade prática............……....................................................................65

Figura 20 – Leitura fundamental....................……...............…………………………..…..….66

Figura 21 – Sugestões de leitura.....................……...............…………………….………..….66

Figura 22 – Exigências para estruturação do serviço de referência….....................…….........71

Figura 23 – Serviços básicos oferecidos aos usuários............……...............……………..….74

Figura 24 – Ferramentas para comunicação com os usuários.……...............……………..….75

Figura 25 – Serviço de referência educativo...........……………………………………….......78

Figura 26 – Fatores limitantes da prática educativa do bibliotecário..............……………..….81

Figura 27 – Respostas da questão 1…............……...................................................................83

Figura 28 – Respostas da questão 2............…………………………………………..….........84

Figura 29 – Respostas da questão 3...…........................……...............………...…………..….85

Figura 30 – Respostas da questão 4….....…........................……...............………….……..….86

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Figura 31 – Resumo da avaliação do curso conforme as questões fechadas..........………........87

Figura 32 – Características do curso segundo os avaliadores.....……...............…………..….88

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CBBI Comissão Brasileira de Bibliotecas da RFEPCT

DGB Diretoria Geral de Bibliotecas

DSI Disseminação seletiva da informação

EaD Ensino a distância

IFs Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

IFS Instituto Federal de Sergipe

RFEPCT Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

2 BIBLIOTECAS NO ÂMBITO FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ......... 15

2.1 BIBLIOTECAS ESCOLARES-UNIVERSITÁRIAS ........................................................ 20

2.2 SERVIÇO OFERECIDOS EM BIBLIOTECAS ESCOLARES E UNIVERSITÁRIAS .. 24

2.3 O BIBLIOTECÁRIO COMO EDUCADOR ..................................................................... 26

3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA ........................................................................................... 30

3.1 CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA ............................................... 34

3.2 DIRETRIZES DA REFERENCE AND USER SERVICES ASSOCIATION (RUSA) PARA

SERVIÇOS DE REFERÊNCIA ............................................................................................... 42

3.3 ESTADO DO CONHECIMENTO - 2009 A 2017 ............................................................. 44

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 50

4.1 ABORDAGEM E TIPOLOGIA DA PESQUISA .............................................................. 50

4.2 DO UNIVERSO AOA SUJEITOS ..................................................................................... 51

4.2.1 Caracterização da amostra ........................................................................................... 52

4.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................ 54

4.4 ELABORAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL ........................................................ 58

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................................... 67

5.1 ENTREVISTAS .................................................................................................................. 67

5.2 INSTRUMENTO AVALIATIVO DO PRODUTO EDUCACIONAL ............................... 82

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 90

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 92

APÊNDICE A – CARTA DE ANUÊNCIA .............................................................................. 99

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................. 100

APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA .................................................................... 102

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO CURSO INTRODUTÓRIO DE

SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM BIBLIOTECAS .............................................................. 104

APÊNDICE E – DADOS GERAIS DAS DISSERTAÇÕES ................................................. 106

APÊNDICE F – DADOS GERAIS DAS TESES .................................................................. 108

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1 INTRODUÇÃO

O Instituto Federal de Sergipe (IFS), criado pela lei nº 11.892 (BRASIL, 2008) possui

dez campi localizados em regiões estratégicas do estado. As suas bibliotecas, distribuídas em

todos as unidades, são vinculadas à Diretoria Geral de Bibliotecas do IFS (DGB) (2018, p. 1),

cuja missão é “promover o acesso, o tratamento, a disseminação, o uso e o intercâmbio da

informação, por meio das atividades pertinentes ao ensino, pesquisa, extensão e inovação com

serviços integrados, padronizados e atualizados, direcionados à comunidade acadêmica”. A

visão da Diretoria é “ser reconhecida como um modelo de serviços integrados e padronizados

de acesso à informação”.

As bibliotecas precisam, portanto, empenhar-se em desenvolver ações e prestar serviços

em consonância com a missão da DGB. E como unidades que fazem parte de ambientes

educacionais, devem necessariamente, colaborar para que sejam atingidos os objetivos dos

projetos pedagógicos dos cursos oferecidos nos campi em que estejam localizadas.

As vivências da autora como bibliotecária, que também acumula a coordenação de uma

das bibliotecas do IFS há mais de seis anos, naturalmente provocaram inquietações. A principal

delas era a crença de que apenas a transferência de informações ou disponibilização de livros,

periódicos e bases de dados não seriam suficientes para auxiliar na formação de cidadãos

capazes de exercerem sua cidadania em plenitude.

As bibliotecas dos Institutos Federais devem ir muito além dessas atividades,

participando ativamente do desenvolvimento de cidadãos capazes de refletir sobre suas

experiências na vida acadêmica e fora dela. Estas desempenham um papel ímpar entre as

instituições de educação, pois são ambientes onde coexistem o ensino básico e universitário,

gerando demandas específicas.

Nesse cenário, as inquietações surgidas a partir da prática bibliotecária da pesquisadora

deram origem às questões norteadoras desta pesquisa, quais sejam, verificar se havia

efetivamente no IFS os serviços de referência das bibliotecas. Também, buscou-se analisar o

papel integrador do setor com os usuários. Ainda nessa concepção, era importante compreender

se os bibliotecários se consideram educadores e, como consequência disso, saber se promovem

ações que visem a uma participação ativa da biblioteca no processo educativo. No decorrer da

presente dissertação, será analisado se, de fato, as bibliotecas cumprem seus papéis como

mediadoras de informação na educação profissional.

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De acordo com Pintro, Varvakis e Inomata (2017), a satisfação das necessidades de

informação dos usuários é fator imprescindível para o sucesso de uma biblioteca. A forma mais

adequada de se promover a interação entre os profissionais das bibliotecas e o seu público é o

serviço de referência. Para Grogan (2001), este serviço significa a assistência efetiva prestada

pelo bibliotecário de referência aos usuários que necessitam de informação em qualquer suporte.

A presente pesquisa se revelou fundamental para demonstrar de que modo as bibliotecas

desenvolvem o serviço de referência. A investigação revelou também em que situações os

coordenadores destas unidades enxergam a si mesmos como educadores e até que ponto eles

acreditam que as bibliotecas correspondem adequadamente ao seu papel como mediadoras de

informação.

O objetivo geral desta investigação é analisar as práticas educativas de serviço de

referência nas bibliotecas do IFS. Seus objetivos específicos são: explicitar se existem serviços

de referência estruturados nas bibliotecas; elucidar que ações ligadas a serviços de referência

são ofertadas pelas bibliotecas; evidenciar as práticas especificamente educativas dos serviços

de referência das bibliotecas; esclarecer o entendimento dos gestores das bibliotecas sobre a

importância do bibliotecário como educador; elaborar um curso introdutório de serviço de

referência para os auxiliares de biblioteca, a fim de que possam apoiar as atividades de

referência do setor.

Tendo em vista que o presente estudo está vinculado a um mestrado profissional,

durante o desenvolvimento da pesquisa foi necessário elaborar um produto. Segundo Zaidan

(2018), no mestrado profissional, o pesquisador analisa a sua prática a fim de compreendê-la, e

sustentando-se no arcabouço teórico, avança, a ponto de elaborar propostas de produtos

educacionais que promovam mudanças na própria realidade.

O produto desta pesquisa é o Curso Introdutório de Serviço de Referência em

Bibliotecas. O curso, inserido no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), da Diretoria de

Educação a Distância do IFS, propõe-se a capacitar os auxiliares de bibliotecas do IFS, a fim

de que possam atuar adequadamente no serviço de referência. A ideia de criar o referido produto

partiu de reflexões acerca das falas dos bibliotecários que participaram da pesquisa.

O estudo foi dividido em 6 seções. A primeira foi a introdução, espaço destinado a

apresentar os aspectos que originaram o estudo, assim como os seus objetivos. A seguinte

aborda o histórico e características das bibliotecas de Institutos Federais, tratando de suas

especificidades como bibliotecas escolares e universitárias, além do papel do bibliotecário

como um educador neste ambiente. O serviço de referência é o tema da seção 3, trazendo

inclusive as diretrizes da Reference and User Services Association para o atendimento no setor.

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A seção 4 trata dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, incluindo o

detalhamento da elaboração do produto educacional. Na seção 5, são discutidos os resultados

das entrevistas e do instrumento de avaliação do produto educacional. Por fim, na seção 6, são

feitas as considerações finais acerca da pesquisa.

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2 BIBLIOTECAS NO ÂMBITO FEDERAL DE EDUCAÇAO PROFISSIONAL

A Lei nº 11.892/2008 (BRASIL, 2008), que instituiu a Rede Federal de Educação

Profissional, Científica e Tecnológica e criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia – RFEPCT, ampliou o objetivo da formação profissional dos discentes das escolas

técnicas do país. A partir de então, ensino, pesquisa, extensão e inovação devem se voltar tanto

para as técnicas profissionalizantes quanto para o desenvolvimento da qualidade social dos seus

estudantes e da região em que esteja situado cada campus da instituição.

Conforme dados do Ministério da Educação (2014), com a expansão das escolas

técnicas ocorrida entre os anos 2003 e 2016, a RFEPCT reúne, atualmente, 644 campi em

funcionamento (Figura 1). São 38 Institutos Federais, 2 CEFETS, 25 escolas vinculadas a

Universidades, uma Universidade Tecnológica e o Colégio Pedro II.

Figura 1: Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – Em unidades

Fonte: Ministério da Educação (2018)

Por conta da expansão da Rede, o público atendido pela RFEPCT também se ampliou;

além de manter a educação técnica de nível médio, os institutos passaram a oferecer cursos

tecnológicos de nível superior. A forte expansão afetou diretamente as ações de todos os setores

que compõem estas instituições, especialmente das suas bibliotecas. Crivellari e Sima (2016,

p. 29) resumem a evolução das bibliotecas dos Institutos Federais:

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A transitoriedade ocasionada nas instituições que fazem parte da Rede Federal

de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, mediante a constante

alteração da legislação que rege o funcionamento dessas instituições, indicam

mudanças em sua missão e objetivos, implicando em transformações que

atingem diretamente suas bibliotecas. […] Observa-se, então, que as

bibliotecas dos IFs, devem estar inseridas num contexto de educação básica e

superior, ou seja, é biblioteca escolar e universitária ao mesmo tempo, tendo

em vista as finalidades, características e objetivos estabelecidos pela Lei n.

11.892 de 2008.

Becker (2015), bibliotecária brasileira integrante da Comissão Brasileira de Bibliotecas

da RFEPCT – CBBI, esclarece que a criação da RFEPCT teve como consequência a ampliação

do número de bibliotecas e do quadro de servidores bibliotecários e auxiliares de biblioteca. A

Rede tornou-se referência de valorização do papel das bibliotecas e dos bibliotecários no âmbito

educacional. Contudo, a inclusão de bibliotecas nas instituições não significou necessariamente

a prestação de serviços de qualidade por estes espaços.

Sobre a citada CBBI, conforme informação disponível no próprio website1, tal comissão

foi criada em 2011, durante assembleia plenária do VI Fórum Nacional de Bibliotecários dos

Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. A criação da Comissão tende a fortalecer

as bibliotecas dos Institutos Federais por meio das ações e eventos que desenvolve em prol das

bibliotecas da Rede. A CCBI tem como finalidades:

➢ Representar as bibliotecas das RFEPCT junto aos diversos segmentos organizados da

sociedade, tais como: órgãos governamentais; entidades ligadas à educação, pesquisa e

extensão; sociedade civil; dentre outros;

➢ atuar como veículo de articulação, discussão, deliberação, encaminhamento,

acompanhamento e execução de políticas e ações necessárias ao desenvolvimento de

Bibliotecas ligadas e RFEPCT;

➢ desenvolver atividades de capacitação, estudos, pesquisas e propostas vinculadas às

atividades das Bibliotecas da Rede.

A Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010 (BRASIL, 2010), conhecida como Lei das

Bibliotecas, que trata da universalização das bibliotecas em instituições de ensino brasileiras,

recomenda que instituições de ensino públicas e privadas contem com bibliotecas até o ano

2020. Segundo Becker (2015), entretanto, a pesquisa realizada anualmente pelo Censo Escolar

da Educação, que analisa a implementação destes espaços nas instituições, não leva em

consideração a qualidade dos acervos, espaços físicos, qualificação das equipes, inclusive, não

1 Dados sobre a CBBI disponpíveis em http://www.cbbionline.org/quem-somos.html

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observa se há presença de bibliotecários nas unidades.

Conforme a pesquisadora, há quase cinco décadas, já se analisava questões

fundamentais em relação às bibliotecas da rede federal de ensino profissionalizante, a despeito

de a maioria delas ainda trabalhar de forma isolada, vinculadas diretamente ao Ministério da

Educação. Estudiosos da área já pensavam na qualidade dos acervos em diversos suportes, na

estruturação e conforto que deveriam ser proporcionados por estes espaços, além da

importância da capacitação dos profissionais para que as bibliotecas pudessem oferecer serviços

de qualidade e promover o aprendizado dos usuários da educação básica, profissional e

universitária.

Além de proporcionarem acesso ao conhecimento existente, presente nos acervos

impressos e virtuais, a fim de apoiar as atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação, as

bibliotecas devem formar leitores e promover o acesso à cultura. Vale ressaltar que, no meio

acadêmico, a partir do final do século XX, há uma preocupação com a possibilidade de

obsolescência das bibliotecas por conta dos avanços tecnológicos.

No início dos anos 2000, Cunha (2000, p. 75) , observou que “nos últimos cento e

cinquenta anos, as bibliotecas sempre acompanharam e venceram os novos paradigmas

tecnológicos”. Dez anos depois, o mesmo pesquisador reafirma que enquanto algumas pessoas

acreditam em um cenário pessimista, muitos especialistas da área de biblioteconomia

“vislumbram futuros produtos e serviços de biblioteca que incorporam novas filosofias,

tecnologias e espaços para atender às necessidades de todos os utilizadores” (CUNHA, 2010,

p. 1).

Ao contrário do que se imaginava, as bibliotecas se adaptaram às tecnologias e

abarcaram a imensa gama de informações a fim de tratá-la e disseminá-la aos usuários, como

se pode verificar na Figura 2.

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Figura 2: Evolução tecnológica das bibliotecas

Fonte: Cunha (2000)

Na visão de Becker (2015), nas bibliotecas da RFEPCT é necessário o desenvolvimento

de competências e habilidades para o uso da informação, especialmente no ambiente virtual,

onde os dados geralmente não encontram-se organizados de modo a facilitar o acesso às fontes

de informação e conhecimento.

Atuando em parceria com professores e equipe pedagógica do campus no qual esteja

situada, a biblioteca deve propor e realizar ações diversas no âmbito da formação educacional

da comunidade atendida. Segundo o Manifesto para Biblioteca Escolar, elaborado pela

Federação Internacional de Associação e Instituições Bibliotecárias – IFLA (1999, p. 2) e

aprovado pela UNESCO, “bibliotecários e professores, ao trabalharem em conjunto,

influenciam o desempenho dos estudantes para o alcance de maior nível de literacia na leitura

e escrita, aprendizagem, resolução de problemas, uso da informação e das tecnologias de

comunicação e informação”.

No primeiro volume de sua coleção Orientações Curriculares para o Ensino Médio,

intitulado Linguagens, códigos e suas tecnologias, o Ministério de Educação (2006) orienta que

as bibliotecas insiram os professores nas atividades da biblioteca, a fim de que possam dar

respostas adequadas às inquietações dos alunos.

As bibliotecas devem contribuir também para a construção de uma valiosa memória da

instituição, registrando na sua história uma marca de valorização da produção e disseminação

de informação, conhecimento e cultura. Acerca de os ambientes de aprendizado serem vistos

como construtoras de memória, Castro esclarece que:

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[…] a construção, preservação e valorização dos lugares de memória

contribuem para que, no futuro, não se estabeleça, como contraponto à

sociedade do conhecimento, a sociedade do esquecimento, cujo presente será

descontínuo e ausente de sentido. Mas são palavras, expressões, riscos e

rabiscos das materialidades textuais do passado que corporificam e dão

sentido ao presente, a partir dos enunciados, das práticas discursivas que

emanam das séries documentais depositadas em caixas, armários e estantes

de arquivos e bibliotecas (CASTRO, 2006, p. 10).

As instituições de educação profissional devem ter como objetivo o desenvolvimento

de indivíduos tanto para o mercado de trabalho quanto para a vida. Gramsci (2011) afirma que

a educação pode mudar o mundo, tendo em vista que ela altera a sociedade por meio da reflexão

sobre aspectos da vida social. O pesquisador também afirma que a escola é responsável pela

formação massiva de cidadãos. Logo, se a instituição imprimir seus esforços apenas para

disseminação de técnicas de cada profissão, deixando de lado a formação cultural e social dos

estudantes, não contribuirá para a formação de trabalhadores lúcidos acerca de suas condições.

Sobre os propósitos da educação profissional:

Está baseada na concepção de uma educação transformadora, progressista,

que vai além de uma proposta de ensino na escola para aprofundar-se junto

com o projeto político pedagógico dessa instituição que, por certo, nos dias

atuais deve integrar as diferentes categorias do saber, fazer, ou do saber-fazer

para uma grande categoria do saber-ser. Para que alcancemos estas etapas

precisamos estar atentos e acreditar numa educação crítica que dê lugar tanto

aos fundamentos básicos teóricos como à prática social que ela caracteriza.

Educação é esse misto de responsabilidade e de muita esperança na

possibilidade de transformações na sociedade (GRINSPUN, 2001, p. 64).

Segundo Moll (2010), a educação deve fundamentar-se em uma pedagogia

transformadora, que deve proporcionar algo além da integração dos saberes elencados nos

projetos políticos pedagógicos das escolas. É imprescindível a crença em uma educação crítica

que envolva tanto os conhecimentos teóricos quanto a prática social característica dela. “O

mundo contemporâneo requer produtores e consumidores mais reflexivos, mais criativos, mais

autônomos, mais responsáveis e, portanto, mais bem-informados, educados e instruídos de um

modo mais inteligente” (CHARLOT, 2013, p. 83).

Quando se trata de educação profissionalizante, Frigotto e col. (2012) acreditam que ela

não deve ser pautada pelos interesses do mercado, mas deve ter como objetivo constituir-se em

mais possibilidades para que os indivíduos construam projetos de vida, por meio de uma

formação integral. Dessa forma, tratando-se de estar inseridas em instituições dedicadas à

formação profissional, são inúmeras as possibilidades de atuação das bibliotecas de Institutos

Federais, tendo em vista que apresentam ao mesmo tempo os perfis de unidades de informação

escolares e universitárias.

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20

2.1 BIBLIOTECAS ESCOLARES-UNIVERSITÁRIAS

É importante que se tornem claras as definições de biblioteca escolar e universitária,

pois suas diferenças e peculiaridades é que tornam mais complexa a atuação das bibliotecas de

IFs, consideradas mistas ou híbridas em decorrência da abrangência de sua atuação. O público

atendido por elas é heterogêneo, formado tanto por profissionais quanto por estudantes da

educação básica, profissional e universitária. As bibliotecas da RFEPCT também podem

atender a população da região em que estejam inseridas a instituição de ensino, por meio de

ações, projetos de extensão e oferta de serviços para este público.

Acredita-se que não haja clareza, para grande parte dos usuários atendidos, sobre o que

deve ser oferecido pelas bibliotecas, em termos de ações, projetos ou oferta de serviços para

cada nível de ensino. Vale ressaltar que poderá ser necessário um olhar mais atento às rotinas

das bibliotecas mistas, a fim de se identificar ações e prestação de serviços voltados tanto aos

usuários da educação básica quanto aos do nível superior.

Iniciando-se a análise pela caracterização de bibliotecas universitárias, Cunha (2010)

reconhece que, com o passar do tempo, o seu papel fundamental continua sendo o de

disseminadora do conhecimento para alunos, professores e pesquisadores, mesmo que elas

tenham a obrigatoriedade de disponibilizar produtos e serviços que foram sendo criados e

aprimorados ao longo de décadas.

Anzolin e Serman (2006, p. 7) definem a biblioteca universitária como “aquela que atua

em instituições de ensino superior, que tem por finalidade dar suporte informacional,

complementando as atividades curriculares dos cursos, oferecendo recursos para facilitar a

pesquisa científica”. Vale ressaltar que a falta de tradição do uso das bibliotecas e o pouco hábito

de ler no Brasil refletirão no uso e valorização destes espaços pelos estudantes e até mesmo

pelos professores. A observação de Miranda (1978), feita no final do século XX, ainda possui

significado, mesmo com o aumento dos índices de leitura da população brasileira. Para ele,

[…] verdadeiras bibliotecas universitárias – entendidas não apenas como

grandes coleções em majestosos edifícios, mas julgadas, sobretudo, pela

excelência de seus serviços à comunidade acadêmica só aparecem neste século

e só agora começam a afirmar-se e a impor-se. O conceito mesmo de biblioteca

varia de país para país e é peculiar no nosso caso, a falta de tradição no uso de

livros e de bibliotecas. É a experiência que limita ou amplia os conceitos. A

nossa é uma sociedade emergente onde, via de regra, o nosso bisavô era

analfabeto, nosso avô concluiu o curso primário e nossos filhos, pelo menos

alguns deles, chegam à universidade, sem haverem convivido com livros em

casa, sem nunca terem frequentado boas bibliotecas públicas (MIRANDA,

1978, p. 4).

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21

Maciel e Mendonça (2000) esclarecem que bibliotecas universitárias são organizações

dependentes de uma organização maior, a universidade. Desse modo, encontram-se sujeitas às

influências internas e externas à instituição. O fato de estarem inseridas em instituições de

ensino superior exige das bibliotecas uma atuação que condiga com a vocação das

universidades, qual seja o “[…] apoio científico e da formação cidadã, […] podendo

desencadear processos de formação e de qualificação permanentes na sociedade, que na

interação ensino-pesquisa-extensão realizam a vocação da universidade (LIMA FILHO, 2006,

p. 91).

Machado e Blattmann (2011) reiteram esse pensamento, esclarecendo que a biblioteca

universitária deve apoiar o ensino, a pesquisa, a extensão, prestando serviços à comunidade

interna do campus no qual está inserida, além de promover a troca de informações com outras

bibliotecas e com a sociedade. Os avanços tecnológicos favoreceram a disponibilização à

sociedade de informações antes restritas ao público interno das bibliotecas universitárias,

conforme afirma Cunha (2000, p. 73):

Através dos séculos, o ponto focal da universidade tem sido a biblioteca, com

o seu acervo de obras impressas preservando o conhecimento da civilização.

Atualmente, esse conhecimento existe sob muitas formas: texto, gráfico, som,

algoritmo e simulação da realidade virtual e, ao mesmo, ele existe literalmente

no éter, isto é, distribuído em redes mundiais, em representações digitais,

acessíveis a qualquer indivíduo e, com certeza, não mais uma prerrogativa de

poucos privilegiados da academia.

A missão da biblioteca universitária, segundo Anzolin e Sherman (2006) é disseminar

informação para o ensino, a pesquisa e a extensão, levando em consideração o projeto

pedagógico dos programas de ensino da universidade em que se insere e também as políticas

desta.

No caso das bibliotecas escolares, Côrte e Bandeira (2011) evidenciam a ligação entre

a biblioteca e a escola, enfatizando que o setor deve se dedicar ao desenvolvimento da

curiosidade dos estudantes pelo acervo e cultura geral, mas sem deixar de lado o fato de ela ser

um recurso educacional para a instituição. Ela deve dedicar-se tanto à formação educativa,

quando à formação cultural da comunidade atendida. As bibliotecas escolares, pelo fato de se

dedicarem a usuários muito jovens, devem ser espaços atrativos e aconchegantes, onde os

estudantes sintam-se à vontade e confiantes para iniciar ou manter o hábito de leitura e da

pesquisa.

A despeito da Lei das Bibliotecas (BRASIL, 2010), que obriga escolas a terem

bibliotecas ou salas de leitura, grande parte das instituições ainda não dispõe de bibliotecas

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adequadamente estruturadas para prestar um atendimento eficiente e eficaz. Fala-se em

adequação porque salas de leitura não são verdadeiras bibliotecas, e profissionais de outras

áreas da educação, como professores e pedagogos, muitas vezes designados como responsáveis

pelas bibliotecas, não são preparados para tal atividade profissional.

Os acervos de bibliotecas escolares têm suas particularidades. Além de material

bibliográfico que apoie o ensino, a pesquisa e a extensão, de acordo com o especificado na

bibliografia no projeto pedagógico de cada curso, como ocorre nas unidades universitárias,

devem ser compostos por obras que ampliem a bagagem cultural e o gosto pela leitura nos

usuários. A observação de Moreira (2017) sobre o uso de outros materiais além do livro didático

no processo educativo dos estudantes, reforça a ideia da necessidade de se oferecer um acervo

rico em variedade e profundidade de conteúdos nas bibliotecas. O pesquisador afirma que :

[…] Artigos científicos, contos, poesias, crônicas, relatos, obras de arte e

tantos outros materiais representam muito melhor a produção do

conhecimento humano. […] Aqui a diversidade de materiais instrucionais é

defendida em substituição ao livro didático, tão estimulador da aprendizagem

mecânica, tão transmissor de verdades […] Não se trata, propriamente, de

banir da escola o livro didático, mas de considerá-lo apenas um dentre vários

materiais educativos (MOREIRA, 2017, p. 229).

Para a IFLA (2002, p. 1), a missão das bibliotecas escolares é promover “serviços de

apoio à aprendizagem e livros aos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a

possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos

os formatos e meios”.

No final do século XIX, Castrillón (1985) apontava como objetivos das bibliotecas

escolares, segundo parâmetros da Organização dos Estados Americanos:

➢ contribuir para o cumprimento dos objetivos formulados pelo sistema educacional e

expressos através das políticas nacionais;

➢ contribuir para o alcance de metas qualitativas da educação, oferecendo os materiais

solicitados por professores e estudantese proporcionando situações estimulantes para a

aprendizagem;

➢ contribuir para a formação de um leitor autônomo em sua capacidade de seleção, crítico

e criativo em relação com a leitura;

➢ oferecer ao aluno e ao professor fácil acesso a todo tipo de informação e a possibilidade

de adquirir a habilidade de conseguir, por si mesmo, as soluções que busca através da

observação, da investigação e experimentação;

➢ formar e desenvolver no aluno e no professor habilidades de busca e uso da informação

que facilitem a aprendizagem permanente;

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➢ oferecer a oportunidade de uso do tempo livre através da prática da leitura prazerosa e

de atividades recreativas derivadas da mesma;

➢ estabelecer as condições que propiciem a valorização da informação científica e

tecnológica por parte do professor, facilitando, em primeiro, o acesso a esta e, em

segundo, desenvolvendo atividades educativas no uso da mesma.

Segundo a perspectiva da IFLA (2002, p. 2), já no início do século XXI, os objetivos

das bibliotecas escolares são:

➢ apoiar e intensificar a consecução dos objetivos educacionais definidos na missão e no

currículo da escola;

➢ desenvolver e manter nos usuários o hábito e o prazer da leitura e da aprendizagem, bem

como o uso dos recursos da biblioteca ao longo da vida;

➢ oferecer oportunidades de vivências destinadas à produção e uso da informação voltada

ao conhecimento, à compreensão, imaginação e ao entretenimento;

➢ apoiar todos os estudantes na aprendizagem e prática de habilidades para avaliar e usar

a informação, em suas variadas formas, suportes ou meios, incluindo a sensibilidade

para utilizar adequadamente as formas de comunicação com a comunidade onde estão

inseridos;

➢ prover acesso em nível local, regional, nacional e global aos recursos existentes e às

oportunidades que expõem os aprendizes a diversas ideias, experiências e opiniões;

➢ organizar atividades que incentivem a tomada de consciência cultural e social, bem

como de sensibilidade;

➢ trabalhar em conjunto com estudantes, professores, administradores e pais, para o

alcance final da missão e objetivos da escola;

➢ proclamar o conceito de que a liberdade intelectual e o acesso à informação são pontos

fundamentais à formação de cidadania responsável e ao exercício da democracia;

➢ promover leitura, recursos e serviços da biblioteca escolar junto à comunidade escolar

e ao seu derredor.

Quando uma biblioteca escolar atinge estes objetivos ou, ao menos, parte significativa

deles, pode-se afirmar que cumpriu as suas funções como espaço onde se desenvolvem o

aprendizado científico e cultural.

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2.2 SERVIÇOS OFERECIDOS EM BIBLIOTECAS ESCOLARES E UNIVERSITÁRIAS

É por meio da oferta de serviços que elas satisfazem as necessidades de informação de

seus usuários. Tratando-se de unidades inseridas em ambientes escolares, profissionalizantes e

universitárias, a oferta de serviços deverá ser voltada para o apoio às atividades de ensino,

pesquisa, extensão e inovação da instituição.

Na visão de Figueiredo (1996, p. 103), nos anos 1990, os serviços prestados pelas

bibliotecas universitárias poderiam ser:

➢ Exploração ampla de suas coleções, com a manutenção de catálogos, índices e

referências sobre assuntos de sua especialidade;

➢ exposições;

➢ fornecimento de cópias;

➢ envio de notificações pessoais;

➢ preparação de listas de novas aquisições, de boletins e publicações especiais, como

cópias de sumários de periódicos, de circulação automática de periódicos;

➢ indexação e resumos de relatórios internos e de correspondência técnica;

➢ serviço de referência para respostas a questões simples ou que requeiram maior busca

na literatura;

➢ compilação de bibliografias;

➢ assistência no uso da coleção;

➢ serviços de tradução;

➢ orientação em levantamentos da literatura;

➢ compilação de dados;

➢ serviços de alerta;

➢ disseminação seletiva da informação, entre outros.

Lubisco (2011, p. 50), pesquisadora contemporânea, elenca os seguintes serviços para

bibliotecas cujos usuários sejam adultos:

➢ consulta dos materiais na sede;

➢ empréstimo domiciliar e interbibliotecário;

➢ comutação bibliográfica;

➢ orientação no uso da biblioteca e dos seus recursos;

➢ prestação de informação geral e especializada;

➢ levantamentos e pesquisas bibliográficas a pedido;

➢ orientação na elaboração de trabalhos segundo normas de documentação;

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➢ encaminhamento de usuários a unidades de informação mais adequadas às suas

necessidades;

➢ fornecimento de cópias (desde que atendidas a legislação e as normas de direito autoral

vigentes).

Vale ressaltar que a visão de Lubisco (2011) é similar à de Figueiredo (1996) em relação

aos serviços bibliotecários. Apesar de a listagem de Lubisco (2011) parecer mais enxuta, o que

ocorre é que, quando a mesma se refere a algumas atividades, utiliza termos mais abrangentes,

diferentemente do detalhamento das ações utilizado pela outra pesquisadora. É importante

observar que na relação mais atual dos serviços, quando se fala de utilização de recursos da

biblioteca, trata-se também de serviços que envolvem o uso de novas tecnologias, como acesso

a bases de dados, serviço de referência virtual etc.

Em se tratando de bibliotecas com um público juvenil, Lubisco (2011) esclarece que

nem todos os serviços oferecidos aos adultos serão disponibilizados por conta da menor

complexidade da demanda. Então, a pesquisadora relaciona as atividades de recreação,

educação e lazer consideradas adequadas aos adolescentes:

➢ Hora do conto;

➢ teatro;

➢ concursos literários;

➢ apresentações musicais;

➢ palestras educativas;

➢ leituras dramáticas;

➢ oficinas de artesanato;

➢ exposição de artes;

➢ recitais de poesia;

➢ oficinas de cordel;

➢ sessões de cinema;

➢ diálogos com escritores, entre outros.

É possível notar que a gama de serviços que podem ser disponibilizados pelas

bibliotecas inseridas em instituições de ensino básico, profissional e superior são inúmeras. As

ações também são passíveis de variações de acordo com as políticas da instituição de ensino ou

com características regionais e específicas de cursos, de grupos de usuário etc. Vale ressaltar

que as bibliotecas consideradas mistas ou híbridas, como as escolares-universitárias, têm ainda

mais possibilidades para o desenvolvimento de ações e prestação de serviços à comunidade.

Os arranjos que podem ser realizados entre as atividades voltadas para adultos e

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adolescentes frequentadores de um mesmo espaço podem ser muito favoráveis a ambas as

partes. Entretanto, é notório que algumas condições podem limitar a oferta ou ampliação de

determinados serviços, especialmente em instituições de ensino públicas. Escassez de recursos

financeiros da instituição em que a unidade esteja inserida, falta de estrutura para acolhimento

dos usuários e realização de eventos, equipe insuficiente ou sem qualificação são alguns dos

fatores que podem tornar-se prejudiciais às atividades das bibliotecas.

2.3 O BIBLIOTECÁRIO COMO EDUCADOR

Durban Roca (2012) observa que as bibliotecas devem se dedicar a apoiar o projeto

pedagógico da escola e os conteúdos curriculares dos cursos ofertados. É importante que as

unidades apoiem o processo de aprendizagem por meio do estímulo à pesquisa e às práticas de

leitura e escrita. É imprescindível que as bibliotecas atinjam os seus objetivos, desempenhando

os diversos papeis aos quais se propõem para o apoio na formação de cidadãos informados e

críticos. Elas devem disseminar informações, por meio de práticas educativas e comunicativas.

A observação de Peruccini (2008, p. 44) demonstra a carência de orientação dos estudantes:

Os estudantes não sabem como, onde, por que e para que buscar a informação;

não têm noção clara do que selecionar, de como tomar notas, registrar, extrair

os dados selecionados, organizá-los, comunicá-los; acham-se numa situação

em que tudo lhes é estranho”. Esse fato observado, em um contexto de uma

sociedade da informação, revela que se enfrentam problemas no ambiente

educacional relacionados ao acesso e ao uso da informação.

Diante desse cenário, pesquisadores como Behr (2008), Pereira (2016), Miranda (2001),

Silva (1999) e Corrêa (2002) dissertam sobre o papel de educador que o bibliotecário deve

manter nos ambientes escolares e universitários. Entretanto, tradicionalmente as instituições de

ensino percebem com grande frequência o papel educativo dos professores e pedagogos. No

entanto, o bibliotecário também desempenha a função de educador, por meio de atividades

formativas para o acesso à informação, nos seus mais variados suportes.

No Dicionário Aulete Digital (2017), educar significa “promover o desenvolvimento

moral, intelectual e físico de; ensinar boas maneiras a; transmitir conhecimentos a; instruir”.

Luckesi (2011, p. 144), por sua vez, afirma que “na práxis pedagógica, o educador é aquele que,

tendo adquirido o conhecimento necessário para o desempenho de sua atividade, dá direção ao

ensino e à aprendizagem”. Ele torna-se mediador entre os conhecimentos da sociedade e o

individual do aluno. Trata-se de um processo de elevação cultural. Tais afirmações, somadas à

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definição de Aranha (2006) para o ato de educar, levam a crer que outros profissionais que

atuam em instituições de ensino, como os bibliotecários, podem ser considerados educadores.

Para o pesquisador, o ato pedagógico é

uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível

intrapessoal como no nível da influência do meio, interação essa que se

configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando

provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta

própria ação exercida (ARANHA, 2013, p. 31).

As atividades técnicas dos bibliotecários, essenciais para a organização dos acervos e

espaços da biblioteca, devem coexistir com as atividades educativas, aquelas que promovem a

conscientização dos usuários sobre a importância do ato de pesquisar. Segundo Behr e col.

(2008), na biblioteca, o bibliotecário, além de gestor, deve ser também um educador. Pereira

(2016) ressalta que cabe a bibliotecários a função educativa, pois as bibliotecas podem oferecer

respostas importantes em uma sociedade que se transforma a cada dia e, desse modo, apoiam a

escola no alcance de seus objetivos.

Os bibliotecários devem compreender que as ações que promovem a competência dos

usuários na busca de informações têm igual importância que as técnicas para disposição do

acervo nas estantes. Um acervo desorganizado, seja ele físico ou virtual, está fadado ao desuso,

porém leitores dependentes e incapazes de realizar buscas satisfatórias, também provocarão a

subutilização do acervo. Segundo Miranda (2004, p. 119), “educar a si próprios e educar aos

outros para a sociedade da informação é um dos grandes desafios para o profissional da

informação e um passo importante para a formação da cultura informacional na sociedade”.

Silva (1999) afirma que os bibliotecários devem realizar parcerias com os professores

durante o planejamento didático, como parte importante das suas atribuições de cunho

educativo. Ele acredita que essa interação possibilitará ao bibliotecário conhecer os conteúdos

a serem ministrados pelos professores e poderá orientar tanto docentes quanto estudantessobre

os materiais bibliográficos disponíveis.

O pesquisador reitera a necessidade de interação entre bibliotecários e professores no

processo educativo, afirmando que “ao bibliotecário escolar, visto como educador, cabe

dedicar-se menos às atividades mecanizadas e muito mais a programas de incentivo à leitura,

junto aos alunos, com o apoio dos outros educadores da escola, como professores e especialistas”

(SILVA, 1999, p. 79).

Pode ser considerado papel básico do bibliotecário educador a promoção da

independência dos usuários em relação ao uso do acervo. Os bibliotecários devem promover

treinamentos para uso dos materiais virtuais, assim como orientar os usuários sobre a

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localização dos livros e materiais físicos nas estantes. Segundo Corrêa et al. (2002, p. 121):

[...] o bibliotecário desempenha algumas funções educativas, contudo

diferentes das que um educador escolar desempenha em sala de aula. Sua

função educativa concentra-se no sentido de auxiliar a comunidade escolar na

utilização correta das fontes de informação, dando um embasamento para que

o educando saiba usufruir esses conhecimentos, também fora do ambiente

escolar. Ele ensina a socialização, através do compartilhamento de

informações, de utilização de materiais e ambientes coletivos, preparando

assim o educando no desenvolvimento social e cultural.

É necessário que nos cursos de graduação em biblioteconomia se enfatize a importância

do papel educativo dos bibliotecários. Estudantes que são conscientizados do importante papel

dos profissionais que trabalham em bibliotecas escolares e universitárias, o de educadores,

tenderão a se dedicar às atividades apropriadas a esse fim quando assumirem a gestão de uma

biblioteca ou participarem do planejamento de seus serviços.

O Manifesto da IFLA (2002, p. 2) afirma que “a biblioteca escolar é parte integral do

processo educativo”. Portanto, a formação acadêmica dos bibliotecários deve fornecer

subsídios para os futuros profissionais compreenderem aspectos pedagógicos fundamentais à

sua atuação. Pereira (2016) acredita que conhecimentos na área de educação são fundamentais

aos bibliotecários, pois é por meio deles que os profissionais desenvolverão ações de modo

colaborativo, contribuindo no processo pedagógico da instituição.

A atualização permanente sobre temas de cultura e interesse gerais devem fazer parte

da rotina dos profissionais da Biblioteconomia. Por isso, deve estar clara para os profissionais

a necessidade de leitura constante, a fim de que tenham consciência dos assuntos em evidência

nos noticiários, especialmente daqueles que circulam nas redes sociais, e possa selecionar e

disseminar conteúdos de qualidade entre os seus usuários.

A interação do bibliotecário com professores nestas situações, inclusive, poderá gerar

documentos, como artigos com notícias verídicas ou falsas, a serem utilizados para subsidiar

debates em sala de aula e evidenciar para os estudantes os riscos de confiarem em informações

disponíveis na Internet, sem confirmá-las em fontes seguras. Silva e Cunha (2002, p. 81),

afirmam que “os novos perfis profissionais privilegiam a criatividade, a interatividade, a

flexibilidade e o aprendizado contínuo. Além disso, os novos profissionais devem ser capazes

de operacionalizar seu conhecimento de modo integrado às suas aptidões e vivências culturais”.

Há alguns anos, com a explosão informacional, tornou-se essencial que bibliotecários

tenham um mínimo de conhecimento sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)

que possam ser utilizadas em bibliotecas, a fim de facilitar o acesso às informações. É

imprescindível que ele pesquise ou busque profissionais que o auxiliem na implementação de

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tecnologias que potencializarão as atividades da biblioteca. Além da necessidade disseminar

informação, Pereira (2016) é enfática sobre a importância de os profissionais de instituições

que promovem educação atualizarem-se em outros aspectos importantes:

As bibliotecas e as escolas têm uma responsabilidade comum: a ação de

capacitar os estudantes para a seleção, organização e análise crítica das fontes

que vão utilizar. A escola não pode, por isso, permitir-se perpetuar modos de

ensino-aprendizagem magistrais para ler e escrever de forma acrítica. É

preciso acompanhar a mudança nos processos tecnológicos, sociais e

comunicacionais. (PEREIRA, 2016, p. 11).

É importante que o bibliotecário interaja com os usuários da biblioteca, mantendo

sempre aberto um canal de comunicação entre ambos. Esta aproximação é um valioso

instrumento gerador de empatia entre os envolvidos e que tende a aumentar a confiabilidade do

usuário na capacidade de o bibliotecário apoiá-lo no processo de aprendizagem. A interação do

bibliotecário com os usuários em bibliotecas escolares é naturalmente facilitada pelo fato de os

estudantes mais jovens terem mais tempo disponível para atividades que extrapolem as

exigências das salas de aula e serem muito curiosos. Isto não significa que algumas ações não

possam ter como público-alvo também os usuários de nível superior.

O principal facilitador da interação educativa entre usuários e a equipe da biblioteca é

o serviço de referência, atividade da biblioteca cuja principal finalidade é contribuir para que

sejam supridas as necessidades de informação dos seus usuários. Isto, especialmente em tempos

de novos recursos tecnológicos voltados para a disseminação de informação. A próxima seção

trata exclusivamente das práticas do SR.

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3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA

O serviço de referência representa o mais importante meio de a biblioteca se comunicar

com os seus usuários de modo a satisfazer as suas necessidades de informação. Profissionais

preparados adequadamente para desenvolver o chamado processo de referência podem

desenvolver um relacionamento de confiança com usuários das bibliotecas. Dessa relação

depende o sucesso ou fracasso do serviço, o uso apropriado ou não do acervo que a biblioteca

disponibiliza para o seu público.

Conforme Grogan (2001), a expressão ‘serviço de referência’ representa a assistência

efetiva prestada pelo bibliotecário do setor de referência ao usuário que necessita de informação

em qualquer suporte. “Todos os formatos, livros e outros suportes, impressos e eletrônicos,

sonoros e visuais, são atualmente utilizados pelo bibliotecário de referência. Além disso, à

medida que agora se adota é a informação e não mais a peça bibliográfica” (GROGAN, 2001,

p. 30).

Figueiredo (1996) também define o SR:

[…] pode ser considerado como o local onde os recursos da biblioteca (as

coleções) se convertem em serviços ou a atividade de referência pode ser vista

como um processo que transforma recursos em serviços. Assim, dentre as

principais atividades exercidas pelo setor de referência/informação está o

atendimento das necessidades informacionais (NI) dos usuários através do

oferecimento de respostas às questões que são propostas, as quais, por sua vez,

procuram sanar uma lacuna qualquer do conhecimento do usuário.

(FIGUEIREDO, 1996, p. 33).

Aumenta-se, em um cenário positivo, a probabilidade de os indivíduos tornarem um

hábito a consulta aos bibliotecários e, consequentemente, reduzirem o tempo dispensado à

pesquisa documental e bibliográfica a cada necessidade. Independentemente dos meios

utilizados para atender as necessidades de seus usuários, a biblioteca deve tornar-se referência

no apoio ao desenvolvimento científico e cultural do público atendido.

Segundo Grogan (2001), o serviço de referência se mantém vivo desde o final do século

XIX, quando houve a expansão dos acervos e da alfabetização, com a finalidade de

proporcionar aos leitores apoio à localização de informações em bibliotecas. Tratava-se, a partir

de então, de ajuda além da simples localização de exemplares nas estantes. Desejava-se auxiliar

os usuários em sua busca por informações.

Samuel Sweet Green, teólogo e bibliotecário americano, foi o autor do primeiro trabalho

sobre serviços de referência em bibliotecas, abordado na 1ª Conferência da ALA. Conforme

Grogan (2001), a pesquisa de Green, datada de 1876, propunha um serviço de assistência aos

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usuários. Diversos serviços de apoio ao usuário já existiam neste período, embora não houvesse

uma sistematização clara de seus procedimentos. Esta atividade era considerada menos

importante do que a catalogação dos livros e organização das estantes. Desse modo, significava

apenas um serviço de informações imediatas.

Segundo Grogan (2001), apenas no final do século XIX, Melvil Dewey começou a

utilizar o termo bibliotecário de referência. Porém, o serviço de referência ainda não era visto

como uma função universalmente aceita pelas bibliotecas, o que começou a ocorrer no início

do século XX. As bibliotecas universitárias também estavam em plena expansão neste período,

porém a sua demanda por informações não era comparável àquelas das bibliotecas públicas,

mesmo com o incentivo dos professores para que os estudantes pesquisassem e adquirissem

mais conhecimentos do que aqueles transmitidos pelos seus mestres.

Em meados do século XX, o serviço de referência ainda era incipiente nas bibliotecas

universitárias, falando-se em um serviço de auxílio aos leitores. Se até aquele momento era de

certo modo possível localizar as informações apenas com base nos catálogos das bibliotecas e

nas indicações dos próprios livros, com o aumento significativo do número de periódicos, a

localização dos conteúdos tornou-se mais difícil. Foi a partir do surgimento da Internet, no final

da década de 1990, que os modelos de disponibilização de informações sofreram imensas

transformações. Segundo Crespo, Rodrigues e Miranda (2006), no final do século XX, as novas

tecnologias facilitaram a disseminação de informações, exigindo de bibliotecas e bibliotecários

adaptação às novidades a fim de não perderem espaço.

Os serviços de informação e bibliotecas, neste novo ambiente, adquirem uma

dimensão muito mais ampla e interdependente, uma vez que, com a

disponibilidade crescente de recursos informacionais acessíveis diretamente

da web, as informações de interesse de seus usuários passam a ser não só os

recursos internos à biblioteca, que tradicionalmente eram em papel mas,

também, e de forma crescente, recursos externos, disponíveis somente na web,

sejam eles gratuitos ou não (MARCONDES; MENDONÇA; CARVALHO,

2006, p. 175).

Surgem, então, as bibliotecas digitais ou híbridas, que reúnem “diferentes tecnologias,

diferentes fontes, refletindo o estado que hoje não é completamente digital, nem completamente

impresso, utilizando tecnologias disponíveis para unir, em uma só biblioteca, o melhor dos dois

mundos (o impresso e o digital) (GARCEZ; RADOS, 2002, p. 176). Os pesquisadores

reconhecem a importância de se manter acesso tanto aos recursos convencionais da biblioteca

quanto aos recursos digitais. Pessoa e Cunha (2007, p. 70) observam:

Mudam as maneiras de se prestar os serviços conforme a realidade das

bibliotecas, e, a cada dia, cresce o número de ferramentas que auxiliam na

organização documentária e na busca e recuperação de informações. Muitos

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recursos tecnológicos são resultados da revolução dos meios de comunicação

e das demandas altamente diferenciadas que os usuários propõem. Por isso,

pressionadas pelo mundo globalizado, as bibliotecas e unidades de informação

acabam por modificar sua estrutura, seus processos, e seus produtos e serviços.

A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) nos

serviços de referência permite localizar informações e documentos de maneira

muito mais rápida, substituindo instrumentos manuais, como os catálogos em

ficha. Com isso, a eficiência dos serviços de referência e a capacidade de

atendimento das necessidades dos usuários foram grandemente aumentadas e

também a biblioteca economizou tempo de pessoal e recursos financeiros.

Marcondes, Mendonça e Carvalho (2006), esclarecem que diversas ferramentas

utilizadas pelo serviço de referência convencional, como as obras ou recursos de referência

(bibliografias, catálogos, guias e bases de dados), puderam ser incorporadas aos sites das

bibliotecas, por meio de links. Essa possibilidade ampliou a oferta de serviços e, por

conseguinte, aumentou a visibilidade das bibliotecas híbridas por meio do serviço de referência

virtual. Mendonça (2005, p. 239) reitera a importância de que o “serviço de referência digital

seja planejado, visando à sua estruturação ideal, compatível com o interesse dos usuários e a

disponibilidade do sistema, com previsão de uma forma de avaliação periódica, visando a

proporcionar um serviço de qualidade”.

O avanço das tecnologias trouxe benefícios para a disponibilização de informações em

serviços de referências digitais. Contudo, conforme afirmou Mendonça (2005), é importante a

avaliar periodicamente tais serviços. A atualização do bibliotecário no que tange às tecnologias

é imprescindível para que o profissional possa participar de forma mais ativa do processo de

implementação e manutenção das bases de dados, sites etc.

Os programas de computador não poderão substituir o bibliotecário. Ferreira (2004, p.

2) enfatiza que o avanço das tecnologias provocou uma “desintermediação física entre a

biblioteca e o utilizador do balcão de referência. Os bibliotecários deverão integrar […] as

novas tecnologias com a referência tradicional para que as bibliotecas se tornem competitivas

no mercado da informação”. Segundo a pesquisadora, tanto o serviço de referência tradicional

quando o virtual necessitam de bibliotecários de referência para a estruturação dos ambientes

utilizados por usuários virtuais. Marcondes, Mendonça e Carvalho (2006, p. 177) afirmam que

“o serviço de referência é uma das atividades da biblioteca que vem se beneficiando das

facilidades oferecidas pela tecnologia […], favorecendo, sobremaneira, a recuperação da

informação”.

Crespo, Rodrigues e Miranda (2006, p. 6) concordam com a necessidade de preparo

do bibliotecário para colaborar na “adoção de padrões de indexação e descrição bibliográfica,

no processo de alimentação de bases de dados (MARC, metadados, protocolos de comunicação

Page 35: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

33

entre computadores, facilitando a recuperação de registros). Eles afirmam:

Atualmente é uma tendência e uma necessidade o desenvolvimento de

serviços que sejam acessados através do website das bibliotecas. Os websites

são utilizados para diversos fins, como: informar sobre os serviços oferecidos,

acervo, horário de funcionamento, contatos, além de reunir as fontes de

informação, auxiliar os usuários através de tutoriais, FAQs (Frequently Asked

Questions) entre outros. Estes serviços tendem a complementar os já

oferecidos presencialmente ou apresentar-se como um novo serviço,

vinculado, de modo especial, somente ao meio eletrônico.

A despeito das possibilidades de implementação das tecnologias para ofertar serviços

mais condizentes com as necessidades atuais dos usuários, uma pesquisa em sites de bibliotecas

universitárias de todas as regiões do Brasil concluiu que os serviços disponibilizados a distância

são muito limitados. Geralmente, restringem-se apenas à disponibilização do catálogo online,

conforme é possível confirmar na listagem com os serviços de referência identificados no

estudo de Marcondes, Mendonça e Carvalho (2006, p. 184):

O mais amplamente encontrado é a disponibilização do catálogo via Web, que

é um subproduto dos sistemas de automação de bibliotecas [...]. Os serviços

mais diferenciados, como pergunta/resposta à biblioteca, normalização,

levantamento bibliográfico, sumários correntes são em menor número [...]. O

que foi aqui tratado como serviços de referência típicos aparecem, em maior

número que os portais […] mas, ainda assim, são muito precários, como no

caso do serviço tipo pergunte à biblioteca, restringindo-se a tirar dúvidas do

usuário sobre o acervo da biblioteca, seus serviços etc. [...]. Apesar dos portais

serem ainda poucos, são os serviços mais elaborados.

Muitos usuários de bibliotecas costumam acreditar em sua própria capacidade de

encontrar as informações que necessitam, com base nos catálogos que as bibliotecas

disponibilizam, especialmente quando se trata de fontes de informação impressa ou quando são

especialistas no assunto que buscam. É sabido também que os avanços tecnológicos

favoreceram muito a disponibilização de informações.

A maior facilidade para localizar os conteúdos aumentaram a confiabilidade dos

usuários em sua própria capacidade para a pesquisa. Sobre a importância da participação do

bibliotecário nas buscas, Cunha (2000, p. 83) afirma que “as atividades de educação do usuário,

tradicionalmente executadas pelo serviço de referência, deverão ter mudanças, mas os

bibliotecários continuarão a ensinar as pessoas a fazer melhor proveito dos recursos

informacionais existentes na biblioteca, ou mesmo na Internet”.

Pintro, Varvakis e Inomata (2017) destacam que o sucesso de uma biblioteca depende

principalmente da capacidade que o seu pessoal tem de satisfazer as necessidades dos usuários

com eficiência e eficácia. Isto, nessa fase de mudanças especificamente marcada pelo

Page 36: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

34

desenvolvimento da Web, de evolução dos meios de comunicação e das formas de circulação

de ideias. É importante que o contato estabelecido com o profissional do serviço de referência

seja proveitoso para o usuário, pois será a partir da avaliação do atendimento recebido que o

usuário decidirá retornar ou não à biblioteca em busca de informações. Um atendimento bem-

sucedido tende a fortalecer o vínculo dos usuários com o setor.

Figueiredo (1996) enfatiza a necessidade de bibliotecários preocuparem-se com o

treinamento contínuo dos usuários, de modo que tenham informação suficiente para escolher

os instrumentos de pesquisa mais adequados às suas necessidades.

3.1 CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA

Esta seção pretende evidenciar características dos serviços de referência presenciais e

virtuais. Informações sobre os tipos de SR, seus objetivos e funções, além de fontes de

informação que podem ser integradas a estes serviços. Merece destaque o processo de referência,

descrito por Grogan (2001) pelo fato de ele esclarecer que o serviço de referência vai muito

além da entrega de informações, envolvendo uma relação ímpar entre bibliotecários e usuários

a fim de se chegar à solução dos problemas destes últimos.

Pessoa e Cunha (2007) definem os serviços de referência virtual como síncronos e

assíncronos. Os pesquisadores esclarecem que a interação assíncrona “não é uma interação em

tempo real, como, por exemplo, o correio eletrônico”, ao passo que na interação síncrona são

oferecidos “serviços nos quais bibliotecários e usuários interagem ao mesmo tempo, por

exemplo, chat, videoconferência”. Para os pesquisadores, os serviços virtuais, com suas

vantagens e desvantagens, são os que constam da Figura 3.

Page 37: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

35

Figura 3: Serviço de referência virtual

Serviços Descrição Vantagens Desvantagens

Correio eletrônico Esse serviço possui duas

variedades que são: o e-

mail básico e o

formulário via Web. Em

ambas as opções o

usuário envia à biblioteca

seu questionamento via

correio eletrônico,

estando a diferença

somente na maneira

como isso ocorre.

O usuário poder solicitar

informação a qualquer hora e

em qualquer local onde a

Internet esteja acessível; o

usuário poder receber

respostas mais completas do

que as que poderiam ser dadas

pessoalmente; possibilidade do

arquivamento de mensagens

recebidas e enviadas.

Pode frustrar o usuário, ou

porque a esperada agilidade na

resposta não se realizou, ou

porque, ao receber a

informação requisitada, ela já

não é mais necessária; pode

requerer várias trocas de

mensagens até que se tenham

esclarecido as reais

necessidades do usuário; o

bibliotecário acaba por fazer

todo o serviço para o usuário.

Chat A tecnologia do chat

permitiu as mensagens

instantâneas trocadas via

Web, ou seja,

comunicação em tempo

real entre duas ou mais

pessoas por meio da

Internet.

Tipos de chat: Softwares

de mensagens

instantâneas, salas de

bate-papo, softwares de

chat.

Semelhança com a interação

ao vivo entre bibliotecário e

usuário; eliminação dos erros

de compreensão auditiva;

possibilidade do usuário salvar

o texto das mensagens

trocadas; anonimato oferecido

por esse serviço.

Ausência de comunicação não-

verbal (corporal) entre usuário

e bibliotecário; talvez o usuário

não tenha paciência para

aguardar a resposta.

Videoconferência A tecnologia está

disponível há anos,

porém, eram necessários

equipamentos e salas

especiais para realizá-las.

Nos últimos tempos,

foram desenvolvidos

alguns softwares de

videoconferência que

podem ser utilizados no

próprio computador do

usuário.

Permite a comunicação entre

bibliotecário e usuário de

maneira que ambos se vêem;

contato visual contribui para o

sucesso na prestação dos

serviços se o usuário se sentir

seguro e confortável.

O usuário pode sentir

desconforto diante da câmera,

seja para pesquisar algo

complexo, seja para uma

simples pergunta; necessidade

da banda larga para a

transmissão de dados;

inconsistência da qualidade do

vídeo e do áudio;

Web contact

centers softwares

Tecnologias de chat com

um nível muito maior de

interatividade entre

bibliotecários e usuários.

Permitem ao bibliotecário

visualizar a página em que o

usuário está navegando,

sincronizar a página do usuário

com a do bibliotecário para

que toda página visitada por

este também apareça na tela do

usuário (collaborative

browsing) e enviar um correio

eletrônico para o usuário com

a transcrição de toda conversa

ao final do chat

Não citadas.

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados de Pessoa; Cunha (2007)

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36

Crespo, Rodrigues e Miranda (2006), por sua vez, elencam os seguintes serviços de

referência virtual:

1. Chat: para atendimento imediato a questões do usuário que substitua a tradicional

entrevista de referência realizada pelo bibliotecário face a face com o usuário. Pode

funcionar em horários pré-determinados ou em tempo integral, conforme a estrutura que

a biblioteca possui. Também são utilizados recursos de voz e imagem, através de

webcams e microfones, com maior interação entre bibliotecário e usuário.

2. DSI eletrônico: serviço de mala direta eletrônica. É utilizado para avisar novas

aquisições, eventos e fazer comunicações em geral.

3. Blog: os blogs institucionais de bibliotecas trazem informações gerais, com atualizações

diárias e a participação dos usuários.

4. Tutorial: serve para dar treinamento ou maiores informações sobre o uso ou

funcionamento de um recurso ou fonte. Desenvolvido em softwares específicos, pode

permitir inclusive a interação com o usuário.

5. FAQ: apresenta respostas, previamente elaboradas, a questões recorrentes, sem

necessitar a mediação humana no momento.

6. Visita virtual: apresenta um tour pelas instalações e ou recursos oferecidos pela

biblioteca. Através de áudio, vídeo etc.

7. E-mail (pergunte ao bibliotecário): para respostas rápidas sobre dúvidas em questões de

referência, serviços prestados e funcionamento da biblioteca. Adota padrões de

atendimento como tempo de retorno etc.

Mendonça (2005, p. 240) afirma que “a tendência atual é que a oferta de ações de

referência digital se amplie nas bibliotecas e que se instalem serviços que funcionem em tempo

real, utilizando-se dos chats e das mensagens instantâneas, entre outros recursos que a

tecnologia possa oferecer”.

Sobre o serviço Disseminação Seletiva da Informação, Cunha e Cavalcanti (2008) o

definem como “difusão automática, selecionada, permanente e personalizada de informações

correntes, relativas a assuntos específicos”. É um serviço valioso em bibliotecas escolares e

universitárias, pois possibilita que os bibliotecários enviem selecionem e enviem a professores

e estudantes informações atualizadas sobre suas áreas de estudo.

Os mesmos pesquisadores ainda descrevem as fontes de informação eletrônica que

podem ser incorporadas ao serviço de referência virtual (Figura 4). Ressalte-se que, como

consequência dos avanços tecnológicos, há um imenso número de fontes de informação em

formato impresso que foram convertidas para o formato digital, sendo produzidas atualmente

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em ambos os formatos ou tendo sido extinta a forma impressa.

Nesse cenário, dependerá de o bibliotecário criar estratégias para que ambas as formas

sejam mantidas, dentro do possível, de modo a atender as expectativas de todos os tipos de

usuários. Disponibilizar espaços adequados da biblioteca para profissionais capacitarem os

usuários acerca das tecnologias mostra-se uma excelente alternativa para ampliar o uso das

unidades em instituições de educação.

Figura 4: Fontes de informação eletrônica

Fonte Descrição

Periódicos científicos eletrônicos

O periódico eletrônico é aquele “cujo texto pode ser acessado diretamente

por transferência de um arquivo de um computador [...], cujo processo

editorial é facilitado pelo computador e cujos artigos são também

disponibilizados na forma eletrônica.” (SWEENEY, 1997, p. 9).

Bases de dados São recursos que apresentam muitos modos de se pesquisar, com diversos

pontos de acesso, possibilitando a busca por campos específicos, como

palavras-chave, pelo(s) nome(s) do(s) autor(es), utilizando-se de lógica

booleana, escolhendo o período de cobertura, e outros recursos que

permitem buscas muito específicas. Normalmente, fornecem apenas as

referências, mas também podem trazer os textos completos (CAMPELLO;

CENDÓN; KREMER, 2000).

Bibliotecas digitais São definidas, como as bibliotecas que “combinam recursos tecnológicos

e informacionais para acessos remotos, quebrando barreiras físicas entre

eles.” (BLATTMANN, 2001, p. 93).

Bibliotecas digitais de teses e

dissertações

São ferramentas de pesquisa em meio eletrônico e on-line, que contêm os

trabalhos oriundos de cursos de pós-graduação. As teses e dissertações são

consideradas um tipo de literatura cinzenta, por não possuírem um sistema

de publicação e distribuição comercial (CAMPELLO; CENDÓN;

KREMER, 2000).

E-book Livro em formato eletrônico que pode ser visualizado na tela do

computador ou baixado através de download, via Internet, podendo ser

acessado de forma gratuita ou mediante pagamento.

Ferramentas de busca na Internet São definidas como um facilitador para a localização de informações em

buscas gerais, servindo, por exemplo, para identificar o que é

desenvolvido sobre um determinado assunto. Destacam-se recursos como

o Google, Cadê, Lycos e Yahoo.

Publicações de acesso livre Caracterizam-se por permitir o acesso sem barreiras, surgindo como uma

alternativa ao modelo tradicional de publicação científica, podendo

dispensar a necessidade de pagamento ou senhas. Como exemplo,

arquivos abertos (open archives) arquivos online de acesso público, nos

quais o próprio autor deposita o documento no meio eletrônico, garantindo

a visibilidade sem as barreiras impostas pelos sistemas tradicionais.

(CAFÉ; LAGE, 2002).

Fonte: Crespo; Rodrigues; Miranda (2006)

Os objetivos de um SR devem ser identificados de acordo com o seu público. No caso

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de bibliotecas universitárias, o serviço deve ser voltado para atender as necessidades de alunos,

professores, pesquisadores e técnico-administrativos. Suas necessidades são diversas,

especialmente por conta das especializações de cada sujeito ou grupo. Sobre o SR em

bibliotecas universitárias, Mangas (2007, p. 3) esclarece:

Os estudantes recorrerão ao serviço de referência à procura de bibliografia

para estudar para as disciplinas e elaborar os trabalhos pedidos pelos

professores. Quantos aos docentes e investigadores as suas perguntas e

pesquisas obrigarão a um trabalho mais demorado e complexo da parte do

serviço de referência. Estes utilizadores exigirão um grau de pertinência, de

especificidade e de exaustividade da informação solicitada muito superior à

dos estudantes de um curso de licenciatura.

Maciel e Mendonça (2000, p. 33), afirmam que o serviço de referência, em sentido

amplo, tem a função de dinamizar o uso das coleções da biblioteca por meio de atividades que

desenvolva:

[...] engajadas no propósito final das bibliotecas, ou seja, o atendimento aos

usuários reais e virtuais, a conquista dos potenciais e a decorrente dinamização

do uso das coleções. [...] Compreende todas as atividades voltadas, direta e

indiretamente à prestação de serviços ao usuário. Inclui a divulgação de

informações gerais sobre a biblioteca [...] assim como as específicas, voltadas

para um segmento específico. Promove o uso do sistema e de seus recursos e,

para isso desenvolve atividades de treinamento pessoal de clientes na

utilização do acervo, catálogos, bases e o acesso às bibliotecas virtuais.

Segundo Mangas (2007), as funções de um serviço de referência devem ser basicamente

quatro: acolher, informar, formar e orientar (Figura 5). Tão importante quanto fornecer

informações aos usuários é o acolhimento a estes sujeitos e direcioná-los ao local onde

encontrarão os dados que necessitam, caso a biblioteca não disponha deles.

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Figura 5: Funções do serviço de referência

Funções do

SR

Descrição Exemplos

Acolher Receber os usuários com simpatia e profissionalismo. As

primeiras impressões de um serviço ou de uma instituição

dependem muito deste primeiro contato. A qualidade do

acolhimento é decisiva para a captação de novos usuários,

bem como para a fidelização daqueles que já utilizam o

serviço. Este serviço é, por excelência, a ponte entre a

biblioteca e a comunidade a quem serve. Cabe ao

bibliotecário desempenhar o papel de relações-públicas.

Todos os usuários que pela

primeira vez ou não vão à

biblioteca à procura de ajuda.

Informar Resolver as perguntas e as pesquisas dos utilizadores. Perguntas de resposta rápida,

pedidos de bibliografia,

obtenção de documentação e

de recursos de informação fora

e dentro da biblioteca.

Formar Ensinar os usuários a utilização dos serviços e dos recursos da

biblioteca.

Ações de formação individuais

ou em grupo dirigidas aos

usuários. Como utilizar o

catálogo informatizado, como

pesquisar e recuperar

informação na Internet etc.

Orientar

A orientação pode ser pensada a dois níveis: como orientação

dentro do espaço físico da biblioteca e como orientação

bibliográfica. Ajudar os usuários na biblioteca na localização

das obras ou encaminhá-los para os serviços que melhor

possam responder às suas necessidades Aconselhar os

usuários na seleção de uma obra, fonte ou recurso de

informação.

Sempre que é pedida ajuda na

localização de um documento

ou aconselhamento e

orientação bibliográfica.

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados de Mangas (2007)

A respeito do Quadro 1, vale destacar a formação dos usuários, resultado de

treinamentos que possibilitarão uma maior independência dos sujeitos na busca por

informações, entre outras possibilidades de ações educativas oferecidas pela biblioteca dos

meios escolar e acadêmico. Na sessão 2.3 desta pesquisa, “O bibliotecário como educador”, é

possível obter mais informações sobre o tema.

Grogan (2001) esclarece que, a despeito da ideia de que o serviço de referência

compreenda apenas a fase de busca de informações para o usuário, ele tem início muito antes

de as estratégias para localizar as informações serem postas em prática. A descoberta da

natureza do problema do consulente se antecipa a isso. Este processo, então, conforme será

descrito mais adiante, compreende desde o contato inicial do usuário com o bibliotecário até a

solução do problema.

Grogan (2001) discorre sobre os oito passos do processo de referência, segundo uma

sequência lógica:

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1. O problema. O primeiro passo do processo de referência tem início com os problemas

que atraem a atenção dos usuários potenciais da biblioteca. Os problemas podem ter

origens externas, quando são oriundos do contexto social e das vivências dos usuários.

Já o problema interno surge nos pensamentos dos usuários e tem origem cognitiva ou

psicológica.

2. A necessidade de informação. Este passo ocorre quando o usuário passa a sentir

necessidade de informação, ainda que não tenha, necessariamente, absoluta clareza

daquilo que necessita.

3. A questão inicial. Quanto o usuário potencial elabora uma pergunta de forma clara, com

base em sua necessidade de informação, a fim de levá-la a alguém que possa ajudá-lo.

4. A questão negociada. Tendo em vista que nem sempre a questão inicial elaborada pelo

usuário poderá ser prontamente compreendida pelo bibliotecário de referência, poderão

ser necessários esclarecimento ou ajustes, a fim que a pergunta se adéque à terminologia

e às estruturas das fontes de informação disponíveis para consulta.

5. A estratégia de busca. Antes de iniciar a busca no acervo, o bibliotecário de referência

deverá tomar duas decisões, tecnicamente falando. A primeira será de que modo o

acervo impresso ou virtual será consultado; a segunda diz respeito às partes do acervo

que serão consultadas e em que ordem a busca nesses trechos ocorrerá.

6. O processo de busca. As buscas geralmente são realizadas pelo bibliotecário, porém a

interferência do usuário poderá ser proveitosa se este for reagindo de imediato aos

resultados encontrados. As pesquisas que resultam mais eficazes são aquelas cuja

estratégia de busca mostram-se flexíveis para permitir possíveis alterações em seu

andamento.

7. A resposta. É nessa fase que o bibliotecário dispõe dos resultados da busca. Se a busca

tiver sido proveitosa, os dados encontrados serão compatíveis com as questões

propostas. Caso a busca seja ineficaz, ela continuará significando uma resposta, apesar

de não ser ideal apresentá-la sem uma boa justificativa ao consulente.

8. A solução. A fim de que haja uma verdadeira solução para a questão negociada, é

importante que bibliotecário e usuário avaliem de maneira conjunta os resultados

encontrados, pois a resposta, como se observou no passo anterior, nem sempre trará a

solução desejada pelo usuário.

Um mapa conceitual poderá esclarecer melhor os passos do processo de referência e o

envolvimento dos bibliotecários na solução de problemas dos usuários, conforme a Figura 6.

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Figura 6: Mapa conceitual do serviço de referência

Fonte: Elaborado pela autora a partir de Grogan (2001), Pessoa; Cunha (2007), Crespo; Rodrigues; Miranda (2006), Mangas (2007)

41

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3.2 DIRETRIZES DA REFERENCE AND USER SERVICES ASSOCIATION (RUSA) PARA

SERVIÇOS DE REFERÊNCIA

Nesta seção, são detalhadas as diretrizes da Reference and User Services Association -

RUSA (2013) para o atendimento ao usuário realizado por profissionais que atuam em serviços

de referência em bibliotecas. A RUSA é uma divisão da American Library Association (ALA),

uma das instituições mais respeitadas internacionalmente na Biblioteconomia. Ciente de que o

comportamento da equipe que atende ao público é determinante para o sucesso ou fracasso do

serviço de referência, o presidente da Associação criou, na década de 1990, um comitê para

elaboração dessas diretrizes. O grupo identificou algumas vertentes nas quais era possível notar

a importância da qualidade da interação dos profissionais com o público.

Atentando-se ao papel educativo que as bibliotecas devem possuir, é importante a

reflexão sobre tais direcionamentos. Assim como foi possível observar nas seções anteriores, o

atendimento de qualidade ao usuário deve ser a prioridade no setor. Sem um bom acolhimento,

sem a devida escuta, como aprofundar o relacionamento entre as partes a ponto de a biblioteca

ser considerada partícipe do processo educativo na instituição? A RUSA (2013) se ocupou de

elencar os elementos imprescindíveis para que a biblioteca, desde o primeiro contato com o

usuário, possa criar uma excelente impressão do setor.

As diretrizes passaram por revisão em 2004, passando também a tratar de formas de

interação inexistentes no serviço de referência no início da década de 1990, como o e-mail, por

exemplo. Nessa revisão, foram criadas cinco áreas principais para estudo:

• Visibilidade e Acessibilidade;

• Interesse;

• Escuta;

• Pesquisa;

• Acompanhamento.

Uma nova revisão das diretrizes foi realizada em 2009, e foram adicionadas três

categorias passíveis de inserção em cada área tratada no documento:

• Geral: diretrizes para o atendimento presencial ou de forma remota, ou seja, para

qualquer tipo de atendimento;

• Em pessoa: orientações para o atendimento face a face, incluindo aqueles realizados por

vídeo;

• Remoto: diretrizes para os atendimentos nos quais não os profissionais não têm acesso

aos sinais não verbais, e aos gestual dos usuários, como os contatos por telefone e e-

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mail.

Na primeira grande área, Visibilidade e Acessibilidade, a RUSA (2013) afirma que o

serviço de referência requer um alto nível de visibilidade. Portanto, o serviço deve estar

disponível ao público por todos os meios possíveis. Além de oferecer o atendimento presencial,

a biblioteca deve disponibilizar canais virtuais para o serviço, valendo-se dos recursos que

dispuser para ampliar o serviço. Informar sobre as ações na própria biblioteca, por meio de

cartazes e de sites esclarece o usuário sobre os tipos de serviços oferecidos, regras e horários

para o atendimento.

Além disso, os profissionais precisam se mostrar acessíveis aos usuários, para que estes

se sintam confortáveis. Vale lembrar que esse primeiro contato entre as partes irá definir a

profundidade dessa interação e, consequentemente, a satisfação da necessidade daquele que

busca o serviço. Segundo a RUSA (2013), qualquer atividade que os profissionais estejam

desempenhando devem ser interrompidas quando um usuário necessita de ajuda. Mesmo

quando o usuário não se dirigir aos profissionais do atendimento, vale observar sinais verbais

ou não verbais para se aproximar dele e lhe oferecer ajuda.

A área Interesse trata da necessidade de os bibliotecários se mostrarem interessados nas

consultas dos usuários, sem juízos de valor. A satisfação do público tende a ser maior quando

os profissionais que o atendem demonstram que o seu pedido tem grande importância e que há

dedicação imediata à busca pela solução. Naturalmente, nem todas as bibliotecas dispõem de

pessoal para atendimento imediato de quaisquer solicitações. Daí a importância de um bom

acolhimento, a fim de esclarecer a necessidade de respeito aos prazos estabelecidos para cada

tipo de atendimento, caso seja necessário.

Escutar o público com atenção tem grande valor para que a sua questão seja devidamente

compreendida. Nessa área, muitas vezes, os profissionais se precipitam e iniciam uma busca

que, no final, resultará em um conteúdo que não irá satisfazer o usuário. A conversa, chamada

de entrevista de referência (RUSA, 2013), deve ser um momento em que se utiliza uma

linguagem objetiva e adequada ao perfil do público atendido, evita-se julgamentos e se busca

conhecer as fontes de preferência do usuário, como livros, periódicos, material impresso ou

digital etc.

O comportamento adotado pelo bibliotecário no momento da pesquisa será determinante

para fidelizar o público atendido pelo serviço de referência. Isto porque se a pesquisa resultar

em material de interesse do solicitante, em informações que satisfaçam as suas necessidades,

ele tende a confiar no serviço e utilizá-lo mais vezes. O bibliotecário precisa elaborar uma

estratégia de busca com base nos termos mais relevantes, buscando identificar as fontes com

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maior probabilidade de conter as informações que o usuário necessita. O solicitante sempre

deve ser informado sobre buscas malsucedidas, sendo convidado a rever os critérios de busca.

É importante que o profissional que atende esclareça o usuário sobre a estratégia de busca

utilizada, pois isso irá capacitá-lo para que o mesmo realize as próprias buscas quando julgar

mais apropriado. Conforme Pereira (2016), é responsabilidade de instituições voltadas para a

educação, incluindo-se aí as suas bibliotecas, a capacitação dos estudantes para selecionar as

informações que irão utilizar.

É no acompanhamento, a última grande área das diretrizes, que o bibliotecário procura

entender se o usuário está satisfeito com os resultados encontrados. Caso a busca não tenha sido

satisfatória, cabe conduzir o solicitante a novas fontes de informação ou até mesmo a outras

bibliotecas físicas e virtuais. Deve estar claro para os usuários, em quaisquer situações, que ele

poderá retornar sempre que desejar, inclusive para reiniciar a busca pelo mesmo tema. Por fim,

cabe aos profissionais não encerrarem o atendimento enquanto os usuários não parecerem

satisfeitos com as respostas ou encaminhamentos recebidos.

As diretrizes da RUSA (2013) para o atendimento no serviço de referência apoiaram a

análise dos dados coletados na pesquisa, assim como colaboraram para a construção do produto

educacional descrito na seção 4.5 deste texto. O comportamento adequado dos profissionais

que atendem aos usuários nas bibliotecas é fundamental para fidelizar ou afastar o público de

tais espaços.

3.3 ESTADO DO CONHECIMENTO – 2009 A 2017

Esta seção apresenta o estado da arte em serviços de referência de bibliotecas. Ferreira

(2002) esclarece que as pesquisas em estado da arte mapeiam e discutem uma parte da produção

acadêmica em diferentes campos do conhecimento. Segundo a autora, elas tornam-se

importantes porque realizam uma metodologia de caráter descritivo sobre o tema pesquisado.

Nas descrições dos termos de busca são utilizadas algumas categorias que procuram demonstrar

os aspectos e dimensões que têm sido destacados em diferentes épocas e locais.

O período investigado compreende os anos 2009 a 2017. Esta fase representa os últimos

nove anos de pesquisas acadêmicas realizadas e publicadas por programas brasileiros de pós-

graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação. A seleção desses programas se deve

ao fato de que em cursos de pós-graduação em educação, mais especificamente na área de

ensino da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), não há um

volume significativo de teses e dissertações relacionadas ao tema desta pesquisa. Este recorte

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não desqualifica o estudo, levando-se em consideração que o tema é investigado, via de regra,

por bibliotecários ou estudiosos de Ciência da Informação.

A estratégia de seleção das pesquisas baseou-se no uso de operadores booleanos. Para

Ferneda (2003), um modelo booleano de busca consiste em pesquisas formuladas por meio de

uma expressão na qual os operadores lógicos AND, OR e NOT (E, OU e NÃO) ligam os termos,

satisfazendo às restrições lógicas. Os termos utilizados na busca foram “serviço de referência”

e “biblioteca”, ligados pelo operador booleano AND. O operador booleano NOT foi utilizado

com a finalidade de exclusão dentre os resultados do alto número de pesquisas que tratam dos

serviços de referência em saúde ou relacionados às ciências biológicas.

A seguir, são expostos os dados gerais acerca das pesquisas analisadas.

Análise individual das dissertações

A dissertação intitulada “A disseminação seletiva da informação e a tecnologia RSS nas

bibliotecas de Tribunais em Brasília” tem como objetivo geral verificar a utilização do serviço

de disseminação seletiva da informação (DSI) e a tecnologia RSS1 em bibliotecas dos tribunais

em Brasília – DF. Os objetivos específicos são: verificar de que forma é realizado o serviço de

referência das bibliotecas, incluindo a DSI, e de que modo os recursos tecnológicos são

vinculados ao serviço; evidenciar a opinião dos bibliotecários sobre a relevância da DSI, além

de seus conhecimentos sobre a RSS. Esta tecnologia possibilita que notificações sejam enviadas

automaticamente aos usuários quando novas e relevantes informações são inseridas nos sites

das instituições. Apesar de o termo “serviço de referência” não estar presente no título da

dissertação, ele pode ser identificado nas palavras-chave e no resumo, além de haver um

capítulo específico para caracterizá-lo.

O objetivo geral da pesquisa “Competências conversacionais do bibliotecário na

comunicação via chat em serviço de referência digital de biblioteca universitária” é observar o

uso das competências conversacionais pelos bibliotecários que atuam no serviço de referência

via chat da Divisão de Bibliotecas e Documentação da Pontifícia Universidade Católica – Rio.

São três os objetivos específicos: descrever as conversas via chat no atendimento do serviço de

referência digital; descrever as conversas via chat sob a ótica de três competências

1 RSS é a sigla em inglês para Rich Site Summary ou Really Simple Syndication, ou seja, uma forma simplificada

de apresentar o conteúdo de um site. Pela característica de alimentar de notícias, os documentos RSS também

são chamados de Feeds. Fonte: https://www.ufmg.br/online/web/arquivos/003127.shtml

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46

conversacionais (“escutar efetivo”, “pedidos, ofertas e promessas”, “expor e indagar

produtivos”; identificar os graus de importância e uso das competências conversacionais para

o atendimento via chat, segundo a opinião dos bibliotecários. Aqui, competência

conversacional é compreendida como o uso da comunicação para ampliar o entendimento e a

cooperação entre os indivíduos.

“Serviço de referência virtual via chat: uma análise comparativa em bibliotecas

universitárias norte-americanas e brasileiras” é o título da dissertação que pretende,

principalmente, propor sugestões para bibliotecas universitárias brasileiras que desejem

implantar o serviço de referência virtual por meio de chat. A pesquisa tem como objetivos

específicos: investigar a situação do serviço de referência virtual nas universidades americanas

que utilizam o software Skype, seus recursos e características; identificar e propor os elementos

necessários para a implementação do serviço de referência virtual por meio de chat por

bibliotecas públicas brasileiras.

A dissertação intitulada “Serviços de referência e informação para Smartphone:

proposta para acesso e uso da informação” evidencia formas de utilização de tecnologias para

facilitar o acesso do usuário aos serviços da biblioteca independentemente do seu horário de

atendimento e localização física. Como objetivo geral, ela analisa aspectos do uso de serviços

de referência digitais, incluindo os móveis, em bibliotecas brasileiras e norte-americanas.

“Diálogo entre a seção de referência, os usuários e a adesão às tecnologias da

informação e comunicação” é o título da dissertação cujo objetivo geral é analisar as influências

das tecnologias da informação e do conhecimento no uso dos serviços da seção de referência

da Biblioteca Reitor Macedo Costa. Como objetivos específicos, a pesquisa procura identificar

a utilização de equipamentos eletrônicos pelos usuários dos serviços, bem como as

características deste público e suas necessidades informacionais. A pesquisa torna evidente a

necessidade de maior planejamento das atividades do setor a fim de torná-lo atrativos aos seus

usuários potenciais.

A pesquisa “Uma proposta de política de serviço de referência virtual para as bibliotecas

da Universidade Federal Fluminense” sugere a adoção de políticas a partir de orientações de

organismos internacionais e produção bibliográfica da área para o serviço de referência da UFF.

Como objetivos específicos, ela propõe conhecer os serviços de referência oferecidos pelo

sistema de bibliotecas da universidade; identificar o uso de mídias sociais nas bibliotecas, bem

como avaliar a existência de equipamentos de informática e pessoal nas unidades; identificar

as bibliotecas do sistema que têm potencial em termos de equipamentos e pessoal para realizar

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serviços de referência virtuais; propor padrões e diretrizes de atendimento a fim implantar,

aperfeiçoar e acelerar o serviço de referência virtual.

Discutindo o serviço de referência sob a perspectiva da empatia com os seus usuários,

a dissertação “O bibliotecário de referência e a necessidade de uma atuação empática na

contemporaneidade: uma análise sobre a influência da leitura literária” foca na formação do

bibliotecário que atua no setor. O objetivo geral é estudar o perfil do bibliotecário de referência

como leitor literário. Os específicos são: discorrer sobre o perfil do bibliotecário de referência

na atualidade; discutir a importância da interação empática entre o bibliotecário de referência e

usuário; analisar as práticas de leitura literária dos bibliotecários de referência.

A pesquisa “Serviço de referência educativo (SRE) em bibliotecas universitárias:

análise das práticas voltadas ao desenvolvimento da competência em informação de seus

usuários” demonstra a necessidade de se desenvolver nos usuários habilidades, conhecimentos

e atitudes relacionados à informação que favoreçam o aprendizado destes de forma contínua.

Com o objetivo geral de analisar práticas do serviço de referência educativo em bibliotecas

públicas brasileiras, os seus objetivos específicos são encontram-se caracterizar as bibliotecas

universitárias públicas brasileiras, identificar ações que promovam o desenvolvimento da

competência em informação nos usuários, detectar a necessidade de mudanças no serviço com

base na literatura e nos resultados das análises.

Também focada no desenvolvimento da competência em informação nos usuários, “A

dimensão técnica da competência informacional: estudo com bibliotecários de referência das

bibliotecas universitárias da Grande Florianópolis, SC” busca principalmente investigar a

dimensão técnica da competência informacional sob a perspectiva da literatura e da percepção

dos bibliotecários de referência locais. Além disso, procura apresentar os sentidos da técnica

em uma perspectiva filosófica.

A dissertação intitulada “Serviço de referência em bibliotecas universitárias: um estudo

de competências e qualidade” analisa as competências dos bibliotecários que atuam na seção,

considerados vetores da qualidade do serviço. A pesquisa também procura caracterizar as etapas

do processo de referência.

Não foi localizada na Internet a seguinte dissertação:

MELO, Thelma Marylanda Silva de. Avaliação da qualidade nos serviços de referência da

Biblioteca Central da UECE: uma proposta de política de informação. 2012. Linha de

pesquisa: não especificada. Orientadora: Virgínia Bentes Pinto.

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48

Análise individual das teses

Focando nos sistemas integrados de bibliotecas, a tese “Rede colaborativa de serviços e

produtos de informação no contexto das bibliotecas universitárias brasileiras”, a pesquisa

evidencia os impactos dos avanços tecnológicos sobre a oferta de serviços neste setor cujas

atividades devem ser centradas nos seus usuários. Como objetivo geral, a tese propõe a criação

de uma rede de colaboração de produtos e serviços que amplie a oferta destes recursos aos

usuários. Os específicos são: levantar os serviços e os produtos de informação disponibilizados

e apresentar uma proposta conceitual de rede teórico-sistêmica colaborativa. O título da tese

não faz alusão especificamente ao serviço de referência, porém o termo aparece no resumo, nas

palavras-chave e no corpo das seções textuais.

A tese “Serviços de referência digital em bibliotecas universitárias: o caso dos serviços

de referência da divisão de biblioteca e documentação da Puc-Rio” mostrou a estrutura do

serviço, planejamento, acessibilidade, expectativas, satisfação e treinamento dos usuários, o

papel do bibliotecário e a operacionalização da busca do serviço de referência da biblioteca

investigada, revelando as falhas no treinamento de bibliotecários e usuários do serviço. O

objetivo geral da pesquisa é identificar as características do serviço de referência digital,

comparando-o com o modelo do serviço internacional. A tese também sugere um modelo de

serviço de referência digital para bibliotecas universitárias brasileiras.

A necessidade de se ofertar um serviço de referência atrativo e acessível aos usuários,

que considere questões como flexibilidade e adaptabilidade às novas tecnologias e ao novo

perfil de usuários é o foco da tese “SRDigital: proposta de um modelo baseado na linguagem

natural e controlada como instrumentos de apoio ao agente computacional do processo de

referência”. O objetivo geral da pesquisa é discutir o processo de referência de Denis Grogan

em um ambiente de recuperação digital. Os objetivos específicos são estudar as aplicações da

Web 2.0 com o objetivo de ampliar o auxílio aos usuários e as implicações da engenharia

semiótica neste contexto.

Qual o papel do bibliotecário no ambiente escolar? “A colaboração no contexto da

função educativa do bibliotecário” é uma tese que busca compreender o trabalho educativo do

bibliotecário na escola, especificamente com relação à colaboração das ações deste profissional

com a equipe da escola. Tem como objetivos específicos caracterizar tipos e formas de trabalho

colaborativo entre bibliotecários, pedagogos e professores, inferindo fatores que possam

facilitar esse trabalho de colaboração, além de identificar a influência do diretor no ambiente

colaborativo. A pesquisa evidencia a necessidade de os bibliotecários brasileiros trabalharem

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em colaboração com outros profissionais da escola a fim que todos sigam em uma mesma

direção, favorecendo o seu público.

Figura 7: Ocorrência de palavras-chave relacionadas a serviços de

Referência nas teses e dissertações (em ordem alfabética)

Palavras-chave

Bibliotecário de referência (4) Produtos de informação (1)

Bibliotecas universitárias (8)

Serviço de informação (3)

Competência informacional (3) Serviço de referência (7)

Disseminação seletiva da informação (1) Serviço de referência digital (3)

Educação de usuários (1) Serviço de referência educativo (1)

Formação do bibliotecário (1) Serviço de referência virtual (2)

Informação e tecnologia (1) Tecnologia da informação (2)

Processo de referência (3) Tecnologias móveis (1)

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do Banco de Teses e Dissertações da CAPES (2018)

Sobre a figura 7, é notória a repetição de palavras-chave relacionadas ao assunto

principal da dissertação nas pesquisas. Os termos serviço de referência, bibliotecário de

referência e competência informacional denotam a importância das teses e dissertações para o

aprofundamento no tema. Vale salientar que a maioria das investigações foi realizada em

instituições de nível superior, em bibliotecas universitárias.

Vale ressaltar que a investigação para elaboração desta seção teve imenso valor para o

desenvolvimento da pesquisa. Ela ocorreu como primeiro passo para a criação do texto

dissertativo. Independentemente do nível de aprofundamento das análises individuais das

investigações aqui expostas, o contato com as pesquisas, seus vieses e metodologias de trabalho

fizeram emergir ideias que só tendem a enriquecer o desenvolvimento e os resultados desta

pesquisa acadêmica.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa no mestrado profissional apresenta-se como um instrumento que além de

permitir a investigação e elucidação de determinadas questões, admite a intervenção do

pesquisador na realidade pesquisa por meio da elaboração e aplicação de um produto

educacional. Nessa questão, André e Princepe (2017, p. 105) se aprofundam:

O que se propõe é que o profissional seja um pesquisador de sua prática […].

Nossa posição é que a pesquisa tem um importante papel na formação dos

mestres profissionais em educação, pois lhes dá a oportunidade de analisar a

realidade em que se inserem, localizar áreas críticas que possam ser

esclarecidas por um processo sistemático de coleta de dados e de referenciais

teórico-metodológicos, que lhes permitam atuar mais efetivamente nessa

realidade. A pesquisa, quando promove a reflexão crítica sobre a prática

profissional em educação, possibilita o desenvolvimento de indivíduos

críticos e criativos.

Este tipo de investigação acadêmica, portanto, ocupa um lugar ímpar na produção do

conhecimento científico. A seguir, serão esclarecidos os procedimentos metodológicos

adotados nesta pesquisa.

4.1 ABORDAGEM E TIPOLOGIA DA PESQUISA

A presente pesquisa é de natureza aplicada. Isto significa que ela “objetiva gerar

conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve

verdades e interesses locais” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35).

A pesquisa tem abordagem qualiquantitativa. Para Minayo (2017), pesquisas

quantitativas e qualitativas são complementares, a despeito das suas diferenças. Enquanto a

primeira se dedica à magnitude dos fenômenos, a segunda se ocupa de sua intensidade. Ainda

segundo a pesquisadora, enquanto na quantitativa busca-se identificar aquilo que se repete, na

qualitativa, a procura é pelas singularidades do fenômeno e seus significados, como opiniões,

crenças, valores, usos e costumes.

Ainda sobre a abordagem qualitativa, Ludke e André (2015) afirmam que o seu objetivo

é capturar o modo como os informantes enxergam as coisas, considerando os diferentes pontos

de vista dos participantes, discutindo-os abertamente com os participantes ou com outros

pesquisadores para confirmar as informações. As pesquisadoras ainda ressaltam as inúmeras

possibilidades de se obter informações pertinentes para a pesquisa: levantamento bibliográfico,

observação, depoimentos de especialistas sobre o problema, pesquisa documental, contato com

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pessoas ligadas ao fenômeno estudado e, até mesmo, por meio de especulações baseadas nas

experiências de vida do pesquisador.

Em relação à tipologia da pesquisa, nesta investigação, optou-se pelo método estudo

multicasos, aplicado em nove bibliotecas do IFS. Segundo Severino (2016), estudo de caso é a

investigação de um caso particular, porém significativo e representativo de um conjunto de

casos similares, permitindo deduções com certa generalização.

Segundo Yin (2001), apesar de mais dispendioso para o pesquisador, o estudo multicasos

costuma ser mais convincente do que o estudo de caso único, pois este último pode resultar em

explicações científicas mais frágeis, levando-se em consideração que determinados fenômenos

podem encontrar-se apenas no universo pesquisado. No estudo de casos múltiplos, cada caso é

investigado de modo a obter-se resultados semelhantes ou contrastantes após uma análise

cruzada dos dados obtidos.

4.2 DO UNIVERSO AOS SUJEITOS

O universo desta pesquisa são os ambientes do IFS onde atuam os bibliotecários da

instituição, portanto, as suas bibliotecas e a DGB. A Diretoria busca integrar e padronizar os

serviços oferecidos pelas bibliotecas, ainda que de forma descentralizada, levando-se em

consideração que as bibliotecas se encontram espalhadas por todo o estado de Sergipe (DGB,

2018).

Figura 8: Mapa de distribuição dos campi do IFS no estado de Sergipe

Fonte: Site do IFS (2019)2.

2 www.ifs.edu.br/institucional

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De acordo com o site da DGB3, o IFS possui dez bibliotecas, nove nos seus campi em

funcionamento e uma em sua unidade dedicada à pós-graduação. As unidades têm a missão de

tratar a informação, promovendo a sua devida disseminação para o público. Conforme o site da

DGB (2018), cada biblioteca possui apenas um bibliotecário, exceto a unidade do campus

Aracaju, que possui duas profissionais. Nestas condições, o profissional bibliotecário torna-se,

naturalmente, o coordenador do setor.

Figura 9: Organograma da DGB

Fonte: IFS (2018)

O critério de inclusão da amostra é ser biblioteca integrante do IFS, tendo em vista que

nestes ambientes podem existir os serviços de referência ou ser disponibilizados serviços

pertinentes ao mesmo. São dois os critérios de exclusão da amostra: o primeiro, ser biblioteca

gerenciada pela pesquisadora responsável por esta investigação; o segundo, ser ambiente onde

bibliotecários atuam sem oferta de atendimento ao público. A exclusão da biblioteca gerenciada

pela pesquisadora ocorreu por questões éticas, pois, acreditou-se que poderia não haver

imparcialidade no momento da coleta de dados. Dessa forma, nove bibliotecas foram

investigadas, sendo excluídas da amostra a biblioteca do campus Itabaiana e a DGB.

4.2.1 Caracterização da amostra

A seguir, serão caracterizadas as nove bibliotecas4 investigadas:

Biblioteca João Ribeiro, do campus São Cristóvão, a unidade mais antiga do IFS,

tem obras registradas desde a década de 1950. Fazem parte da equipe: uma bibliotecária, duas

auxiliares de biblioteca, além de uma funcionária terceirizada. A equipe atende a estudantes de

3 cursos técnicos integrados, 4 cursos técnicos subsequentes e 2 cursos superiores, além de

3 www..ifs.edu.br/reitoria/diretorias/dgb

4 Fonte: Sites do IFS e da DGB, em julho de 2018.

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servidores e comunidade externa.

Biblioteca Dr. Augusto César Leite, do campus Aracaju. A biblioteca funciona em

instalações provisórias enquanto é aguardada a conclusão da construção do seu prédio definitivo.

A equipe é composta por duas bibliotecárias, sendo uma delas coordenadora, cinco auxiliares

de biblioteca e uma profissional de empresa terceirizada. O setor atende a estudantes de 5 cursos

superiores, 6 cursos técnicos integrados, 10 cursos técnicos subsequentes, além de servidores e

comunidade externa.

Biblioteca Lagarto, do campus Lagarto. A equipe é composta por um bibliotecário,

dois auxiliares de biblioteca e uma funcionária terceirizada. Desde 1995, o espaço atende a

servidores, comunidade externa e estudantes de 3 cursos técnicos integrados, 2 cursos técnicos

subsequentes e 4 cursos superiores.

Biblioteca Gilberto Amado, do campus Estância. A primeira biblioteca do IFS a

funcionar em instalações adequadas às necessidades do setor, possui, desde 2014, salas para

estudo em grupo e acesso de estudantes a computadores. A equipe é composta por uma

bibliotecária e dois auxiliares de biblioteca. A biblioteca atende a comunidade externa,

servidores, além de estudantes de 1 curso superior, 3 cursos técnicos integrados e 3 cursos

técnicos subsequentes.

Biblioteca Glória, do campus Nossa Senhora da Glória, funciona desde 2013. A

unidade conta com uma bibliotecária e dois auxiliares e biblioteca. Atende a estudantes de 1

curso técnico integrado, 2 cursos técnicos subsequentes e 1 curso superior, servidores e

comunidade externa.

Biblioteca Tobias Barreto, do campus Tobias Barreto. A equipe é composta por um

bibliotecário e uma auxiliar de biblioteca. Desde 2014, o espaço atende a servidores,

comunidade externa e estudantes de 2 cursos subsequentes.

Biblioteca Florival Santos, do campus Propriá. O espaço, inaugurado em 2016, conta

com uma bibliotecária e um auxiliar de biblioteca para atender a estudantes de 2 cursos

subsequentes.

Biblioteca Socorro, do campus Nossa Senhora do Socorro. Inaugurada em 2017,

conta com um bibliotecário e um auxiliar de biblioteca. Atende a servidores, estudantes de 1

curso técnico subsequente e comunidade externa.

Biblioteca de Pós-graduação, do Centro de Pós-graduação do IFS, unidade onde são

ofertados 2 cursos de mestrado. Em funcionamento desde 2016, ela conta com duas

bibliotecárias para atender aos estudantes destes cursos.

A despeito de fazerem parte da mesma instituição, cada uma das bibliotecas apresenta

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particularidades em relação às outras unidades. Diversos fatores influenciam nesse sentido;

desde o perfil do bibliotecário coordenador até o perfil do público atendido, perpassando pelas

suas instalações, recursos humanos, tecnologias disponíveis, acervo impresso, entre outros

aspectos.

4.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A coleta de dados comportou duas fases. A primeira delas, exploratória, consistiu nos

contatos iniciais para acesso ao objeto de estudo por meio da análise de documentos e do

levantamento bibliográfico. Severino (2016) esclarece que a pesquisa exploratória procura

reunir informações sobre um objeto, de modo a definir um campo de trabalho, identificando as

nuances desse objeto.

A análise documental envolveu o levantamento de fontes necessárias ao

aprofundamento no tema por meio de consultas a sites do IFS, a fim de reunir publicações e

documentos relacionados às bibliotecas investigadas. Tornou-se imprescindível a investigação

no site da DGB, consultando detalhadamente as seções que o compõem, como missão, serviços

oferecidos, bibliotecas em funcionamento, bases de dados etc. A pesquisa bibliográfica incluiu

livros, periódicos, teses e dissertações sobre o tema investigado.

A segunda fase, do tipo descritiva, se traduziu no momento de coleta dos dados por meio

de entrevistas estruturadas (Apêndice C) realizadas em visitas aos coordenadores das

bibliotecas selecionadas. A entrevista, segundo Marconi e Lakatos (2016), é uma conversação

de cunho profissional, entre duas pessoas, onde uma dela procura obter informações a respeito

de um determinado tema, solicitando as informações diretamente aos entrevistados.

Segundo Severino (2016), a entrevista estruturada é aquela em que as perguntas são

previamente estabelecidas, aproximando-se do questionário, porém não ocorrendo de forma

impessoal. Para o pesquisador, a entrevista estruturada facilita a categorização dos dados. As

entrevistas desta pesquisa foram realizadas principalmente nos locais de trabalho dos

entrevistados, em dias e horários previamente acordados com estes. Os bibliotecários

selecionados para participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Apêndice B), a fim de autorizar o uso dos dados informados por eles.

Para Bardin (2016), a análise dos dados ocorre desde as primeiras leituras do

pesquisador até a fase final, quando ele interpreta os dados obtidos. O método proposto por ela

é um conjunto de técnicas de análise de dados que utiliza procedimentos sistemáticos e

objetivos para descrever as informações coletadas por meio de categorização dos dados para

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posterior análise.

A organização da análise compreende três fases: a primeira, pré-análise; a segunda,

exploração do material; e a terceira, de tratamento dos resultados, inferência e a interpretação.

Segundo Bardin (2016), na primeira fase, de pré-análise, o pesquisador escolhe os

documentos que pretende analisar, formula hipóteses e objetivos e cria os indicadores que

nortearão interpretação final. A pesquisadora esclarece que esses fatores não são

necessariamente sucessivos, porém estão intimamente ligados, influenciando-se. São atividades

que compõem a pré-análise:

➢ Leitura “flutuante” – leitura inicial para se aprofundar no tema, quando vão emergindo

hipóteses e percebendo-se a possibilidade de aplicação das técnicas utilizadas em

pesquisas similares;

➢ Escolha dos documentos – seleção dos documentos pertinentes às necessidades de

esclarecimento do problema da pesquisa, obedecendo-se às regras de exaustividade (não

deixar de fora os documentos importantes), de representatividade (possibilidade de

seleção de uma amostra que seja representativa do universo inicial, de modo a

generalizá-la para o todo), de homogeneidade (evitando-se a demasiada singularidade

dos documentos) e da pertinência (documentos que correspondam aos objetivos que

provocaram a análise);

➢ Formulação de hipóteses e objetivos – a hipótese, uma afirmação que se pretende

confirmar ou invalidar, não é obrigatória. Os objetivos, no entanto, são a principal

finalidade do estudo;

➢ Referenciação de índices e elaboração de indicadores – os índices representam itens que

se repetem de modo considerável nos dados, servindo de base para a construção de

indicadores;

➢ Preparação do material: organização do material, como recortes de artigos de periódicos,

fichamentos etc., preparando-o para análise.

O desenvolvimento da segunda fase da análise, a exploração do material, depende do

desenrolar da pré-análise, porque trata-se apenas da aplicação de operações de codificação,

enumeração ou decomposição dos dados. Quanto à terceira e última fase da análise, o momento

de tratamento e interpretação dos resultados obtidos, procura validar os dados e torná-los

significativos por meio de quadros, figuras, modelos, diagramas, os quais reúnem e destacam

as informações relevantes. A partir de então, com os dados significativos organizados em mãos,

o pesquisador poderá interpretá-los em busca de atingir os objetivos propostos ou de revelar

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novas descobertas (BARDIN, 2016).

Foi neste método que se baseou a análise dos dados da presente pesquisa. Vale ressaltar

que se mostrou necessária uma categorização dos dados quando foi organizado o roteiro da

entrevista (apêndice C). A seleção de conteúdos que norteiam cada bloco de perguntas teve base

na literatura pesquisada e na necessidade de se alcançar os objetivos da investigação. As

categorias representam, dessa forma, uma síntese dos principais assuntos que norteiam a

pesquisa, levando-se em consideração as seções e palavras-chave da pesquisa. As seguintes

categorias foram utilizadas como indicadores:

➢ Estrutura do serviço de referência;

➢ Serviços oferecidos;

➢ Serviço de referência educativo;

➢ O bibliotecário como educador.

Foram entrevistados nove bibliotecários coordenadores de bibliotecas do IFS, cada um

identificado nesta análise apenas pela letra B seguida de um número entre 1 e 9. As entrevistas

foram realizadas entre os dias 15 de abril e 15 de maio de 2019, e duraram em média 35 minutos.

Cinco entrevistas foram realizadas pessoalmente e quatro delas por e-mail. O roteiro de

perguntas (apêndice C) foi composto por quatro categorias, descritas na seção 4.3.1: estrutura

do serviço de referência; serviços oferecidos; serviço de referência educativo; o bibliotecário

como educador.

Após a fase de entrevistas e aplicação do produto educacional, cada bibliotecário

recebeu um questionário não identificado (Apêndice D) para avaliação do curso proposto.

Marconi e Lakatos (2016) definem questionário como um instrumento para coleta de dados

formado por uma série de perguntas, de forma ordenada, que serão respondidas por escrito sem

a presença do entrevistador. Severino (2016), por sua vez, esclarece que as perguntas, que

podem ser abertas ou fechadas, devem ser objetivas, evitando dúvidas e ambiguidades.

O questionário Avaliação do Curso Introdutório de Serviço de Referência em

Bibliotecas foi disponibilizado para os profissionais entre os dias 15 e 30 de julho de 2019. O

instrumento é composto por uma introdução explicativa, quatro questões fechadas, cujas opções

de respostas basearam-se na escala de Likert5, e uma questão aberta. Cada questão fechada

ofereceu cinco opções de respostas, numa escala onde cada respondente pôde demonstrar desde

plena concordância com os enunciados até a total discordância deles: Concordo totalmente,

5 A escala de Likert permite medir as atitudes e conhecer o grau de conformidade do entrevistado com

qualquer afirmação proposta. Fonte: www.netquest.com.

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Concordo na maior parte, Concordo moderadamente, Discordo na maior parte, Discordo

totalmente.

As questões fechadas foram analisadas sob o ponto de vista qualiquantitativo, tendo em

vista o tamanho reduzido da amostra. Os sujeitos participantes desta fase são apenas oito

bibliotecários representantes das bibliotecas do IFS. Optou-se, então, pela estatística descritiva

para apresentação dos dados, seguida de análise qualitativa. De acordo com Crespo (2016), a

estatística descritiva coleta, organiza e descreve os dados. Ela tem o objetivo de resumir os

valores de uma mesma natureza permitindo a sua posterior exploração. Para resumir os dados,

podem ser utilizados gráficos, tabelas e medidas descritivas.

Para a apresentação da análise dos questionários foram utilizados gráficos e outras

imagens que representaram as percentagens levantados nas respostas de cada questão. A

pergunta 5, única questão aberta, foi analisada sob o ponto de vista qualitativo. Um link foi

enviado por e-mail aos sujeitos, direcionando-os para o questionário que se encontrava

disponível por meio do programa Google Forms6. O mesmo programa foi utilizado para tabular

as respostas. Esta fase teve como finalidade aplicar e, ao mesmo tempo, avaliar a qualidade do

produto educacional.

A imagem seguinte (figura 10) ilustra os procedimentos metodológicos desde os

primeiros passos até a análise dos dados.

6 Programa gratuito para criação de formulários para edição remota e compartilhamento por meio da

Internet. Fonte: www.infoescola.com.

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Figura 10: Procedimentos metodológicos

Fonte: Elaborada pela pesquisadora com base na metodologia adotada para a pesquisa (2019)

4.4 ELABORAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL

O produto educacional gerado ao longo desta pesquisa é uma proposta de curso

introdutório de Serviço de Referência a ser ofertado aos auxiliares de bibliotecas do IFS. O

objetivo do curso é capacitar os auxiliares a fim de que possam colaborar mais ativamente com

os bibliotecários no atendimento aos usuários das bibliotecas onde atuam. A importância de

promover esta formação do pessoal foi identificada, principalmente, a partir das falas da maioria

dos bibliotecários coordenadores entrevistados, que apontaram a falta de capacitação e o baixo

número de profissionais nas equipes como uma das principais causas da ausência de um serviço

de referência atuante nas unidades.

O Curso Introdutório de Serviço de Referência em Bibliotecas (figura 11) foi

organizado a fim de demonstrar a importância da satisfação das necessidades de informação

dos usuários por meio de um bom atendimento. Os textos, elaborados pela pesquisadora, com

base em suas vivências profissionais e nos levantamentos bibliográficos, então, reuniram

informações fundamentais para este fim. Além do conteúdo teórico, relacionado adiante, foram

utilizadas estratégias para provocar a reflexão e a pesquisa no âmbito de ações desenvolvidas

em bibliotecas.

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Figura 11: Vídeo de boas-vindas

Fonte: Dados do curso (2019)

A modalidade educacional adotada é o ensino a distância (EaD). Conforme o decreto

9.057/2017 (BRASIL, 2017, p.1):

Considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação

didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização

de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com

políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e

desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que

estejam em lugares e tempos diversos.

De acordo com Silva (2008), “a existência imaterial da mensagem online confere aos

interagentes a liberdade de manipular infinitamente os dados digitalizados, criando e recriando

novas possibilidades de representação e de navegação, de acordo com as suas decisões”. O autor

já despertava os educadores para o risco de subutilização das ferramentas de hardware e

software. Ele defende que o professor deve contar apenas com o computador online, mas precisa

se dedicar à criação de um curso que potencialize a aprendizagem. O design do curso deve

favorecer a autoria colaborativa e o compartilhamento de informações entre todos os envolvidos.

O curso foi disponibilizado na plataforma de ensino a distância do IFS após autorização

da Direção de Ensino a Distância do IFS, solicitada pelo orientador da pesquisa. A plataforma

se utiliza do Ambiente Virtual Moodle, um software gratuito utilizado para criação e

gerenciamento de cursos e atividades educacionais. Segundo dados do projeto A Rede Educa

(2016), desde 2001, o Moodle vem permitindo que instituições de várias partes do mundo criem

sites para disponibilizar seus cursos, controlando o acesso e a produtividade dos alunos. Os

recursos do ambiente são muito variados, incluindo algumas ferramentas de interatividade,

como fóruns, tarefas, e-mail, bate-papo e questionários.

Parte da inserção dos dados foi realizada pela equipe da Coordenação de Ensino a

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Distância o IFS, acompanhada da pesquisadora, em datas previamente agendadas. No entanto,

após capacitação, foi possível que a pesquisadora, facilitadora do curso, também inserisse

informações, como textos e imagens.

O curso contém seis módulos, conforme a seguir:

Geral. O módulo introdutório (figura 12) é iniciado com uma mensagem de boas-vindas

da facilitadora ao aluno(a), em vídeo e em texto. Inclui também o objetivo da

capacitação e fala da importância dos auxiliares e do compartilhamento de ações entre

as bibliotecas do IFS. O módulo traz ainda um quadro (figuras 12 e 13) com informações

gerais do curso em forma de tópicos. Os dados são: objetivo do curso, público-alvo,

endereço para acesso à plataforma virtual de aprendizado, tempo de duração das aulas,

composição dos módulos, exigências para emissão de certificado, dados de contato e

formação da facilitadora.

Figura 12: Informações gerais do curso – Parte inicial

Fonte: Dados do curso (2019)

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Figura 13: Informações gerais do curso – Parte final

Fonte: Dados do curso (2019)

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62

Unidades I, II, III. Os módulos trazem conteúdo teórico e atividades (figura 14).

Figura 14: Módulos Unidades I, II e III

Unidade /

Carga

horária

Habilidades e

competências a

serem desenvolvidas

Conteúdo

I / 8 horas

1. Apropriação de

conhecimentos gerais

acerca dos temas

propostos e da

instituição onde atua.

• 1 Características e histórico de bibliotecas

universitárias e escolares (teoria)

• 1.1 Bibliotecas universitárias e escolares (teoria)

• 1. 2 Serviços disponibilizados pelas bibliotecas

(teoria)

• 1.2.1 Serviços das bibliotecas universitárias e

escolares (teoria)

• 1.3 Um pouco de história das bibliotecas dos Institutos

Federais (teoria)

• 1.4 DGB e bibliotecas do IFS (teoria)

• Pesquisa (fórum)

• Leitura Fundamental (um artigo)

• Sugestões de Leitura (dois artigos)

II / 7 horas 1. Atendimento e

fidelização do usuário.

2. Organização e

ampliação de uso dos

acervos.

3. Apropriação de

conhecimentos gerais

acerca da área na qual

atua.

• 2 Leis da Biblioteconomia e importância das

bibliotecas na educação (teoria)

• 2.1 Cinco leis da Biblioteconomia (teoria)

• 2.2 Importância das bibliotecas na esfera da educação

(teoria)

• Para descontrair e refletir (indicação de literatura)

• Atividade (fórum)

• Leitura fundamental (um artigo)

• Dica (sugestão de atividade prática no ambiente de

trabalho)

• Sugestões de leitura (dois artigos)

III / 14 horas 1. Atendimento e

fidelização do usuário.

2. Educação do

usuário.

3. Ampliação de uso

dos acervos.

• 3 Noções de Serviço de Referência

• 3.1 Conceito

• 3.2 Um pouco de história

• 3.3 Função

• 3.4 Processo de referência

• 3.5 Ações em Serviço de Referência

• Atividade (fórum)

• Dica (sugestão de atividade prática no ambiente de

trabalho)

• Leitura fundamental (um artigo)

• Sugestões de leitura (dois artigos)

Fonte: Dados do curso (2019)

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Avaliação. Após a conclusão das três unidades, os alunos(as) deverão avaliar o curso

(figura 15). Foi inserida uma mensagem inicial no módulo a fim de conscientizá-los

sobre a importância de suas observações, críticas e sugestões para o aprimoramento do

curso. É necessário responder um questionário com três questões fechadas (acerca de

conteúdo, linguagem e apresentação gráfica), com cinco opções de respostas cada uma,

além de uma questão aberta para registro livre das impressões do aluno(a). A previsão

de tempo para avaliação é de uma hora.

Figura 15: Módulo Avaliação

Fonte: Dados do curso (2019)

Referências. O último módulo (figura 16) traz a bibliografia utilizada como base para

a construção do curso, independentemente de ter sido citada explicitamente no decorrer

dos módulos.

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Figura 16: Módulo Referências

Fonte: Dados do curso (2019)

A elaboração dos textos e figuras, assim como a seleção das fotos inseridas no curso

foram responsabilidades da pesquisadora. Procurou-se inserir textos claros, objetivos e

descontraídos, com a intenção de tornar a leitura agradável e produtiva. A disposição das

imagens (figura 17) ao longo das unidades pautou-se na necessidade de ilustrar determinados

assuntos ou locais. No estúdio da Diretoria do EaD, foram gravados cinco vídeos da

pesquisadora apresentando o curso, as suas unidades e um dos assuntos tratados. A gravação e

edição das imagens foi realizada pelo técnico de audiovisual daquele setor.

Figura 17: Vídeo para ilustração de um tema

Fonte: Dados do curso (2019)

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As atividades de fórum (figura 18) procuram estimular o registro e compartilhamento

de pesquisas e ideias entre os auxiliares. A troca de informações também poderá, naturalmente,

promover a aproximação dos profissionais à medida que discutam o aprendizado, seus pontos

de vista e experiências.

Figura 18: Atividade de pesquisa

Fonte: Dados do curso (2019)

As dicas (figura 19) são sugestões de ações simples ou complexas que poderão ser

realizadas nas bibliotecas onde os auxiliares atuam, com base no estudo realizado na unidade.

De posse da teoria, sugere-se que os profissionais, sempre em parceria com a coordenação do

setor, apoiem, proponham ou ampliem alguma ação relacionada às necessidades do público

atendido.

Figura 19: Dica de atividade prática

Fonte: Dados do curso (2019)

A escolha da bibliografia indicada para leitura fundamental (figura 20) destacou artigos

com linguagem objetiva e fundamentação teórica que promovessem o acesso à informação

básica para sedimentar o conhecimento de cada unidade e facilitar a realização das atividades

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de fórum. A bibliografia escolhida como sugestão de leitura (figura 21) a ser realizada durante

o curso ou após a sua finalização traz informações mais específicas sobre os diversos assuntos,

inclusive algumas práticas de instituições.

Figura 20: Leitura fundamental

Fonte: Dados do curso (2019)

Figura 21: Sugestões de Leitura

Fonte: Dados do curso (2019)

Receberá certificado o(a) aluno(a) que acessar 80% ou mais do conteúdo das unidades

e que responder todas as atividades de fórum. O curso será cadastrado no SisPubli, sistema

utilizado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão do IFS para cadastro e publicação de eventos

institucionais. Desta forma, alunos e alunas realizarão a sua matrícula (cadastro) no período

estipulado. Ao final do prazo determinado para a conclusão do curso, a facilitadora solicitará,

no sistema, a liberação do certificado para os alunos que cumprirem as exigências para o

recebimento do documento.

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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Em primeiro lugar, serão discutidos os resultados encontrados nas entrevistas. Em

seguida, virão as discussões acerca dos dados revelados pelos questionários de avaliação do

produto educacional.

5.1 ENTREVISTAS

A discussão que se desdobra nas próximas subseções foi organizada por categoria de

perguntas da entrevista (apêndice C), cada uma composta por um grupo de questões alinhadas

aos objetivos da pesquisa. Também procurou-se respaldar a discussão no referencial teórico que

sustenta esta investigação. As entrevistas foram transcritas na íntegra e, após leitura do conteúdo,

foram destacadas as respostas que mais se aproximavam dos objetivos da investigação.

Algumas falas dos respondentes serão incluídas integralmente para melhor apoiar a

argumentação.

• Categoria 1: Estrutura do serviço de referência

As perguntas desta seção versaram sobre questões estruturais do serviço de referência

nas bibliotecas. Importava compreender o que os bibliotecários entendiam como um serviço de

referência bem estruturado, também se havia equipamentos e pessoal preparado para dar

suporte às atividades presenciais ou virtuais.

As primeiras questões do roteiro trataram da existência de um serviço de referência

estruturado na biblioteca, e se ele funciona presencialmente ou virtualmente. Os respondentes

afirmaram que, a despeito da falta de planejamento das ações, incluindo-se aí a ausência de um

instrumento que norteie as suas práticas, existe o serviço de referência nas bibliotecas. Dessa

forma, a visão dos respondentes vai ao encontro das ideias de Grogan (2001) e Figueiredo

(1993), quando os pesquisadores esclarecem que o serviço de referência representa a assistência

efetiva prestada pela biblioteca ao usuário que necessita de informação. Compreende-se então,

que, pelo fato de existir essa assistência na maioria das bibliotecas, é possível concluir que o

serviço esteja disponível na instituição, independentemente da forma como as suas ações

estejam estruturadas.

Quando questionados sobre a capacitação da equipe de trabalho para realizar serviços

de referência, os respondentes salientaram que apenas o bibliotecário tem formação adequada

para tanto, mas que ao desdobrar-se nos diversos papéis que a coordenação da biblioteca exige,

o profissional não consegue dar conta do serviço de referência como deveria. A maioria revelou

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que busca orientar os auxiliares da biblioteca para o atendimento, tendo em vista que estes

atendem aos usuários com mais frequência. Alguns trechos transcritos das entrevistas podem

ilustrar as dificuldades enfrentadas pelos coordenadores das bibliotecas nesse quesito:

O serviço de referência como a gente aprendeu na faculdade, que é uma função

do bibliotecário, fica meio difícil estruturar na biblioteca onde só há um

bibliotecário trabalhando para ser gestor, para catalogar. [...] então, a gente

acaba treinando os auxiliares para aquele trabalho [...] são eles que estão em

contato direto com os usuários, conhecem um pouco da personalidade dos

usuários (B4).

Pelo acúmulo de atividades, o bibliotecário acaba não realizando essa

atividade, essas competências do serviço de referência. Nós temos auxiliar de

biblioteca que tem até nível superior, porém não tem a formação para prestar

esse tipo de atividade (B6).

Apesar de os auxiliares se empenharem bastante no atendimento ao usuário,

apenas a bibliotecária tem a capacitação e o conhecimento técnico acerca do

serviço de referência (B7).

Observando-se o baixo número de profissionais nas bibliotecas, conforme descrito na

seção 4.2.1, é possível compreender as respostas dos coordenadores diante da realidade que

enfrentam. Atender de forma adequada a centenas de usuários com perfis tão variados exigiria

mais profissionais e capacitação constante daqueles envolvidos no atendimento. Alguns

respondentes destacaram que apenas os bibliotecários são capacitados adequadamente nos

cursos de graduação para o trabalho no setor de referência das bibliotecas, e isso é verdade.

Contudo, apenas duas unidades do IFS possuem mais de um bibliotecário. A maioria dos

coordenadores se vale, então, de orientações superficiais dadas aos auxiliares para que o serviço

disponibilizado seja básico, mas que se mantenha em funcionamento. Segundo a RUSA (2013),

as diretrizes para o comportamento do atendente do serviço de referência valem tanto para

bibliotecários quanto para outros profissionais envolvidos na atividade. Quando a intenção dos

profissionais é disponibilizar as informações adequadamente, formar os usuários, participando

ativamente do processo educativo, atitudes como a descrita pelos bibliotecários do IFS revelam

prudência e zelo para com o setor.

Além dos bibliotecários, os demais profissionais que atuam nas bibliotecas, sejam

servidores ou terceirizados, não possuem curso formal para atuar na área. A descrição das

atribuições do cargo Auxiliar de Biblioteca, publicada no edital do concurso público realizado

em 2014, afirma que cabe ao profissional, entre outras atividades, atuar na disseminação da

informação, além de auxiliar nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Como se pode notar,

as possibilidades são amplas, permitindo, inclusive, que os auxiliares estejam à frente de

determinadas ações na biblioteca. Entretanto, o edital não apresenta qualquer exigência de curso

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técnico para a posse no cargo.

A ideia do produto educacional elaborado ao longo desta pesquisa, um curso

introdutório de serviço de referência, cujo público alvo são os auxiliares das bibliotecas do IFS,

surgiu principalmente a partir dessas falas dos bibliotecários. É mister uma capacitação

adequada dos profissionais para que as bibliotecas atinjam o seu primeiro e maior objetivo, a

satisfação das necessidades de informação dos usuários.

A capacitação do pessoal tem grande importância, porém ela não garante por si só o

bom funcionamento do serviço. Alguns equipamentos são necessários para o tratamento,

armazenamento e disseminação das informações, principalmente em um serviço de referência

virtual. O uso adequado de computadores e outras tecnologias por uma equipe devidamente

preparada é o melhor cenário para a oferta do serviço e fidelização do público. Garcez e Radoz

(2002) afirmam que bibliotecas como as do IFS, reúnem o melhor dos dois mundos: o impresso

e o digital. Nesse sentido, 8 dos 9 respondentes afirmaram que os equipamentos presentes na

biblioteca são suficientes para manter ou ampliar as suas ações. É interessante que apenas um

respondente abordou espontaneamente a necessidade de equipamentos como câmeras de vídeo,

revelando maior conhecimento em relação às peculiaridades do setor. É possível que quaisquer

itens necessários à gravação de vídeo para visitas guiadas virtuais, por exemplo, estejam à

disposição no setor responsável pela comunicação dos campi. Dessa forma, todos os outros

bibliotecários relataram apenas a necessidade de computadores para a prática do serviço de

referência.

Ainda sobre o tema serviço de referência virtual, os profissionais foram questionados

se acreditam que um serviço de referência a distância favoreceria a biblioteca de algum modo

ou não faria diferença para os seus usuários. Todos os respondentes afirmaram que o serviço no

modo virtual traria ainda mais benefícios para as ações a serem desenvolvidas. Os profissionais

ressaltaram que ambas as formas precisam ser mantidas por conta do público heterogêneo que

atendem, conforme as transcrições a seguir:

Sim, favoreceria, pois toda forma de atendimento pode contribuir tanto para o

esclarecimento de um usuário, ampliando a visibilidade da biblioteca (B2).

Eu acho que as duas formas valeriam, mas a virtual com certeza se adequaria

mais à realidade [...] da biblioteca. O tempo deles é curto, o computador está

sempre acessível, o notebook, o celular (B3).

[...] como a gente não dispõe desse profissional.identificando cada usuário, as

necessidades específicas, então se houvesse um serviço virtual que pudesse

nos auxiliar, seria muito bom (B6).

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Pessoa e Cunha (2007) já afirmavam que o número de ferramentas para tratamento da

informação se expande conforme a realidade das bibliotecas se alteram. Mudam as necessidades,

amplia-se o público, multiplicam-se as ferramentas para tratar os dados e disseminar a

informação.

Para tratar da qualidade do serviço de referência, foi colocada propositalmente na

sequência, no roteiro da entrevista, a seguinte questão: “O que você compreende como um

serviço de referência bem estruturado?”. A intenção foi provocar nos bibliotecários uma

reflexão sobre as suas falas acerca das realidades que enfrentam nas bibliotecas. Puderam, antes

de responder a esta pergunta, enumerar pontos positivos e negativos dos setores em aspectos

importantes, como instrumentos de trabalho e capacitação de pessoal. Dessa forma, esperou-se

que pudessem elaborar uma fala mais consistente para esta questão, a partir de suas reflexões

sobre qualidades e possíveis defeitos dos serviços prestados pelas bibliotecas.

Segundo Pintro, Varvakis e Inomata (2017) se o pessoal da biblioteca consegue

satisfazer as necessidades dos usuários de modo eficaz, e com eficiência, é possível considerar

que o serviço tem qualidade e sucesso. As falas dos entrevistados foram condizentes com as

respostas às questões anteriores, pois eles relataram neste momento as características de um

serviço de excelência, atributos que, em grande parte, não observam nas bibliotecas em que

atuam. Os respondentes enfatizaram, principalmente, a necessidade de formalização e

planejamento das ações, assim como a presença de pessoal qualificado como imprescindíveis

para a estruturação do serviço. Seguem, para ilustração, alguns trechos das transcrições:

Entendo como serviço cujos procedimentos encontram-se documentados,

contendo padrões a serem seguidos, utilizando ferramentas, formulários, e

demais objetos norteadores (B2). [...] Vai desde verba para que isso aconteça, desde um projeto estruturado [...]

(B3).

O equipamento mais importante é a pessoa, o pessoal (B4).

Bom, o primeiro passo para a gente oferecer esse serviço estruturado seria um

profissional qualificado, e o profissional qualificado é o bibliotecário; teria

que ter outro bibliotecário na biblioteca (B6).

De acordo com as falas dos entrevistados, chegou-se à conclusão que se encontra na

figura 22, a seguir:

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Figura 22: Exigências para estruturação do serviço de referência

Fonte: Elaborada pela pesquisadora com base em respostas da entrevista (2019)

Para finalizar a categoria, uma questão procurou entender se a participação da DGB no

serviço de referência das bibliotecas era satisfatória, na visão dos respondentes. O site da

Direção disponibiliza dados gerais das bibliotecas, como endereço, algumas ações etc. A página

também dá acesso ao sistema de gerenciamento dos acervos físicos e digitais, além de bases de

dados gratuitas ou assinadas pela instituição (DGB, 2018). Os entrevistados consideraram o

conteúdo importante, porém carente de atualização ou complementação. Também foi relatado

que é importante a interação com os usuários, o que não se mostra possível pelo site. Em

algumas falas essa percepção dos bibliotecários torna-se evidente:

Eu acho que carece de atualização dessas informações de pessoal. E faltam

algumas estatísticas também, faltam muitos tutoriais (B4).

O site da DGB possui um bom conteúdo, pois lá estão divulgadas algumas

ações e projetos da DGB e das bibliotecas de cada campus, além dos sistemas

e recursos que visam satisfazer as necessidades informacionais dos usuários.

No entanto, o conteúdo, por si só, não é suficiente, a intervenção do

bibliotecário, no sentido de treinar, capacitar e guiar o usuário para o uso mais

eficiente desses recursos e sistemas, é de fundamental importância (B7).

Não [é suficiente], pois há a necessidade de interação com o usuário (B2).

É possível observar ao longo das respostas registradas nesta categoria que os

coordenadores das bibliotecas têm consciência da necessidade de uma adequada estruturação

do serviço de referência nas bibliotecas onde atuam. No entanto, os profissionais também estão

cientes de que a escassez de mão de obra especializada dificulta o planejamento e a prestação

de serviços de qualidade. Orientar os auxiliares das bibliotecas para o atendimento aos usuários

tem se mostrado como única opção para os coordenadores que desejam promover ações básicas

do serviço de referência.

Serviço de referência estruturado exige:

1º - PESSOAL CAPACITADO

2º - PLANEJAMENTO

3º - EQUIPAMENTOS

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• Categorias 2 e 3: Serviços oferecidos e Serviço de referência educativo

Nestas duas categorias, as questões procuraram evidenciar os serviços que as bibliotecas

disponibilizam. O foco estava nas ações que pudessem ser identificadas como serviço de

referência, independentemente de uma boa estruturação do setor ou da ausência disto. Enquanto

a primeira categoria tratou especificamente de tipificar as ações, a segunda abordou uma

questão fundamental para a pesquisa, pois os respondentes foram questionados sobre os

serviços especificamente educativos oferecidos ao público. Esta última questão buscou

esclarecer a opinião dos bibliotecários sobre o papel do serviço numa instituição voltada para a

educação, entender se eles consideram como educativas as ações realizadas.

A primeira pergunta foi direcionada apenas aos coordenadores que afirmaram haver um

serviço estruturado na biblioteca. Dessa forma, foi coletada apenas uma resposta, cujo conteúdo

discorre sobre serviços básicos: “Auxílio ao usuário na localização e disponibilização das

informações necessárias, além do acolhimento e orientações” (B5). Perguntou-se ao

respondente sobre o controle estatístico dos atendimentos. B5 afirmou que o controle é

realizado pelo sistema Pergamum, programa que gerencia o acervo bibliográfico.

Entretanto, é notório para bibliotecários do IFS que este sistema não á capaz de gerenciar

atendimentos do serviço de referência, como número de usuários acolhidos, devidamente

atendidos ou capacitados. Caberia à DGB, com a participação dos bibliotecários, elaborar

instrumentos para a coleta de tais informações, que poderiam ser utilizadas para evidenciar

o percentual do público atendido no campus e esclarecer se os usuários encontraram as

respostas que necessitavam, de modo a acompanhar e aperfeiçoar o serviço. Quando a DGB

(2018) fala que uma de suas finalidades é avaliar as bibliotecas e sugerir ações que se

mostrem necessárias, entende-se que o acompanhamento do número de atendimentos e da

qualidade do serviço prestado deva ser prioridade nessa avaliação.

A próxima pergunta foi feita aos coordenadores que afirmaram não haver serviço

de referência estruturado. Sobre as ações desenvolvidas, surgiram nas falas inúmeros

serviços, alguns deles semelhantes aos detalhados na seção 3, como a capacitação dos

usuários, algo que se mostra muito positivo. A seguir, a transcrição de alguns trechos das

falas dos profissionais:

Atendimento ao usuário, capacitação quanto à utilização dos produtos e

serviços da biblioteca, apresentação do espaço físico, exposição da lista de

últimas aquisições em murais, visita guiada (B2).

Aqui tem o treinamento padrão que ocorre em cada biblioteca [realizado] pela

Direção Geral (B3).

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[...] hoje nós fazemos. a recepção dos alunos novos, visita guiada, nós

fazemos uma disseminação dos itens novos, livros, revistas, aquisições novas

da biblioteca. A gente divulga no meio dos nossos usuários, dos docentes e

discentes (B6).

É a questão dessa ajuda, do auxílio que nós prestamos ao usuário, tanto em

todos os serviços que a biblioteca oferece quanto em termos de acervo físico

e virtual (B9).

A quase totalidade dos respondentes afirmou realizar visitas guiadas ao setor.

Mesmo quando alguns deles citaram questões como espaço físico limitado ou pequenas

equipes, ficou clara a importância que os bibliotecários dão ao acolhimento aos calouros.

Crespo, Rodrigues e Miranda (2006) descrevem a visita guiada, inclusive a visita virtual,

como de grande importância para as bibliotecas. A lida com os usuários permite aos

profissionais avaliar o quão importante é buscar a aproximação do público com o espaço,

logo após a sua chegada. Segundo a RUSA (2013), o bibliotecário que se mostra acolhedor

e acessível tende a ampliar a possibilidade de os usuários retornarem à biblioteca em busca

de ajuda. Os novos alunos ou servidores, ao visitarem o espaço, acompanhados de um

representante do setor que os acolhe, tendem a se sentir mais confortáveis e confiantes no

uso da biblioteca. Ademais, é natural que parte dos calouros nunca tenha estado em

bibliotecas como as do IFS, pois muitos são oriundos de escolas de nível fundamental que

dispõem apenas de salas de leitura. É importante, então, que conheçam o setor,

compreendam a sua importância e se conscientizem das regras para uso do espaço.

A disseminação seletiva da informação é outro serviço oferecido pela maioria das

bibliotecas do IFS. Na verdade, apenas um respondente relatou que não realiza esta

atividade. Entre bibliotecários, causa estranheza que uma biblioteca acadêmica não

disponibilize o serviço, mesmo que de forma não estruturada, como enfatizaram alguns

respondentes. Cunha e Cavalcanti (2008) afirmam que o serviço de envio de informações

personalizadas deve ser permanente. Vale ressaltar que o sistema Pergamum, que gerencia

os acervos físicos e virtuais, deveria selecionar as informações de interesse do público, de

acordo com dados cadastradas por cada usuário do sistema. Os usuários deveriam ser

informados por e-mail sempre que algum item de sua predileção fosse catalogado.

Entretanto, conforme B4, o serviço encontra-se indisponível por questões operacionais.

Então, o que se observa em muitas falas é a falta de um direcionamento claro, de

planejamento para a atividade. A disseminação seletiva vai ocorrendo apenas à medida que

as demandas chegam, geralmente a partir dos docentes. Seguem alguns trechos de falas dos

profissionais:

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O próprio Pergamum, ele deveria realizar isso automaticamente [...] porque

são muitos usuários. Então, fazer disseminação seletiva da informação é

complicado. Um bibliotecário para catalogar, para atender, para gerir, ainda

fazer disseminação seletiva é muito complicado (B4).

Sim, nós tentamos com as nossas ferramentas fazer, desenvolver essa

atividade. Agora, nós não fazemos da forma que o serviço deve ser feito. De

uma forma estruturada não desempenhamos ainda, mas a gente consegue

enviar informações seletivas (B6).

Sim, nós realizamos, embora ainda não seja nada tão estruturado. Mas a gente

sempre está passando alguma informação relativa para os professores, para a

parte mais pedagógica do campus (B8).

Geralmente, os professores procuram. Na maioria das vezes, os professores,

mas os discentes também pedem listas de livros (B9).

Os serviços mais citados pelos entrevistados foram ações básicas de serviço de

referência, como consta da figura 23. Não foi possível estabelecer precisamente qual o

serviço mais disponibilizado pelas bibliotecas, pois as respostas dos bibliotecários se

assemelham, demonstrando que quase todas as coordenações promovem as ações apenas à

medida que vão surgindo as demandas.

Figura 23 Serviços básicos oferecidos aos usuários

Fonte: Elaborada pela pesquisadora com base em respostas da entrevista (2019)

Bibliotecas precisam se valer de todos os possíveis canais para se comunicar com o

seu público e disseminar a informação. Essa premissa vale para qualquer uma delas, mas

se torna ainda mais presente quando o assunto é biblioteca mista, que atende a um público

como o do IFS. Prestar serviços a um grupo tão diversificado pode exigir estratégias e

instrumentos diferentes ao longo do tempo. Vale refletir acerca de algumas falas dos

respondentes:

Serviços básicos oferecidos aos usuários:

ACOLHIMENTO

CAPACITAÇÃO (PELA DGB)

DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO AO USUÁRIO

VISITA GUIADA

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A biblioteca se comunica por meio de murais, redes sociais e comunicados em

sala de aula (B2).

A gente utiliza WhatsApp, e presencialmente (B3).

Nós utilizamos tanto o presencial quanto os meios digitais. Nós temos redes

sociais, e também utilizamos o e-mail para fazer essa comunicação, essa ponte

com os usuários (B6).

[...] Eu sempre tô (sic) fazendo esse link das ações que eu tenho na biblioteca

com os espaços das redes sociais para tentar uma aproximação com eles. Por

grupos de WhatsApp, eu consigo atingir todos os públicos. Então, uso

estratégia tanto para fazer uma disseminação, um serviço de referência mais

específico, mais focado ali no público-alvo, mas ao mesmo tempo uso o

informativo do campus para atingir todos os alunos [...] A gente também tem

a página do Instagram do campus, eu sempre uso também para divulgar

alguma coisa; o Facebook e o próprio e-mail (B8).

Na maioria das vezes, presencialmente; mas em alguns casos, e-mail, redes

sociais [...] A gente utiliza o Facebook do próprio campus, WhatsApp [...]

Geralmente, através de e-mail institucional [fazemos] contato direto com as

coordenadorias (B9).

O que ficou claro nas falas dos bibliotecários é que eles empreendem esforços para

se comunicar com os usuários nas mais diversas situações. Conforme a DGB (2018), é

missão das bibliotecas promover o acesso e a disseminação de informação. Naturalmente,

alcançar essa missão exige planejamento da comunicação do setor com o seu público. E

aqui não se fala de estruturar apenas a comunicação virtual. O fato de um usuário se dirigir

à biblioteca para solicitar uma informação não significa que ele, necessariamente, foi

adequadamente recebido ou que teve a sua necessidade atendida. Além do atendimento

presencial, relatado por todos os bibliotecários, as principais ferramentas citadas para a

comunicação da biblioteca com os usuários encontram-se na figura 24:

Figura 24: Ferramentas para comunicação com os usuários

Fonte: Elaborada pela pesquisadora com base em respostas da entrevista (2019)

Ferramentas utilizadas

para comunicação com os usuários:

1º - REDE SOCIAL

2º - E-MAIL

3º - MURAL

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76

A comunicação presencial precisa ser cuidadosamente pensada, inclusive a fim de

ampliar a confiança do público na biblioteca e, consequentemente, nos canais virtuais

disponibilizados. Os meios virtuais ampliam o alcance de usuários, mas, conforme descrito

na seção 3, os possíveis ruídos gerados por meio de seu uso podem criar barreiras entre a

biblioteca e o seu público. Os respondentes não foram indagados se buscam apoio nas

Coordenações de Comunicação dos campi a fim de criar estratégias para o atendimento.

No entanto, alguns relataram que enviam seus comunicados para o setor com a finalidade

de divulgação de informações em sites e redes sociais. É importante lembrar que o setor de

comunicação é uma área capacitada para muito mais do que divulgação de avisos da

biblioteca, podendo apoiá-la, inclusive, no planejamento de estratégias para atrair o público

e diminuir os prováveis ruídos oriundos da interação do setor com seus usuários.

As perguntas seguintes trataram especificamente do serviço de referência virtual.

Primeiro, foi necessário saber se os coordenadores acreditavam que as ações realizadas

presencialmente nas bibliotecas poderiam ser ofertadas virtualmente. Os respondentes

citaram principalmente a capacitação dos usuários e a disseminação seletiva de informação

como importantes. O argumento dos bibliotecários para enfatizarem estes dois serviços é

que os estudantes, principalmente aqueles que também trabalham, dispõem de pouco tempo

fora da sala de aula. Logo, a sua permanência na biblioteca, a fim de que conheçam os

serviços ou para que os utilizem presencialmente, é por tempo muito limitado. Essa fala do

respondente remete a uma das “leis” da Biblioteconomia, publicada pelo bibliotecário

indiano Ranganathan, na década de 1930: Poupe o tempo do leitor (TARGINO, 2010).

Quando questionados sobre a possibilidade de desenvolvimento de um serviço

atrativo para o público heterogêneo que as bibliotecas atendem, todos afirmaram ser

possível realizar, porém a maioria respondeu de forma muito breve. B6 considerou: “Eu

creio que seja possível fazer [...] também não deixa de ser um desafio porque cada série, cada

segmento tem os seus objetivos” (B6). Outro respondente citou mais uma vez a falta de tempo

dos estudantes como algo a ser levado em consideração no planejamento do serviço virtual,

como se pode observar a seguir:

É possível [o desenvolvimento do serviço], mas eu confesso que é muito mais

complicado. Mas o maior fator complicador é justamente a disponibilidade de

tempo que eles têm, principalmente os mais velhos. Porque eles, além do curso,

eles têm trabalho, eles têm faculdade. [...] Então é uma questão a se pensar

estratégias que consigam abarcar todo o público que a gente tem no campus

(B8).

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77

No intuito de saber até que ponto os bibliotecários entendem o serviço de referência

como um conjunto de ações cuja finalidade seja promover educação, os entrevistados foram

questionados sobre a oferta de ações educativas voltadas para os níveis médio, superior ou para

ambos os públicos. As vivências entre bibliotecários demonstram que nem todo profissional

acredita que ajudar o usuário a encontrar determinados livros e periódicos nas estantes, por

exemplo, seja uma ação educativa. As ações mais básicas do serviço de referência nem sempre

são consideradas como atividades que educam os usuários. No entanto, é muito comum a

compreensão de que a capacitação do público para uso de sistemas e bases de dados seja

facilmente considerada uma tarefa educativa. Talvez porque essa atividade se assemelhe à que

ocorre nas salas de aulas.

Vale ressaltar que a maioria dos respondentes não fez distinção entre as ações

desenvolvidas nas bibliotecas como educativas ou não educativas, o que pode ser considerado

algo positivo. Eles se limitaram apenas a responder que todas as atividades são direcionadas a

ambos os públicos, ampliando-se o seu grau de complexidade ou a linguagem aplicada de

acordo com os perfis de usuários ou grupos atendidos. É possível notar isso em suas falas:

Geralmente, as atividades são divulgadas de forma a atingir toda a

comunidade (B2).

É basicamente o mesmo treinamento para todos, são as mesmas regras para

todos. Só que, devido à idade, muda o perfil, e cada um deles recebe de uma

forma diferente (B4).

Buscamos desenvolver ações que agreguem a diversidade do nosso

público (B5).

Sim, a gente faz ações para todos os públicos, sendo que para o nível superior

a gente pode aprofundar mais um pouco a questão da pesquisa, mas o nível

médio também ele, já desde o primeiro ano, ele tem contato com todos os

serviços (B6).

Todos os alunos, de todos os níveis e de todos os cursos, participam de todas

as ações propostas pela biblioteca, no sentido de promover um maior e melhor

uso de todos os recursos informacionais (B7).

A partir das falas, é possível concluir (figura 25):

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78

Figura 25: Serviço de referência educativo

Fonte: Elaborada pela pesquisadora com base em respostas da entrevista (2019)

Assim como ocorreu na primeira categoria, à medida que as repostas à entrevista foram

analisadas, tornaram-se evidentes as lacunas provocadas pela fala de planejamento das ações

do serviço de referência nas bibliotecas. Apesar de o baixo número de profissionais nas equipes

não ter sido um assunto muito recorrente neste bloco de respostas, é possível acreditar que o

fato de haver apenas um profissional capacitado na maioria dos campi influencia os resultados

observados. Vale ressaltar que, a despeito dos fatores limitantes, a maior parte das bibliotecas

oferece serviços básicos de referência e os considera parte do trabalho educativo das bibliotecas.

• Categoria 4: O bibliotecário como educador

As perguntas desta categoria focaram no perfil do bibliotecário. Tendo em visa que os

bibliotecários do IFS desenvolvem as suas atividades em um ambiente educacional, importa

compreender como esse profissional enxerga a si mesmo e aos colegas, com base em seus perfis

e ações. Bibliotecários não são professores, não estão na sala de aula. Então, são educadores ou

se mostram apenas como apoiadores do ensino? Quando Luckesi (2011) ressalta que educador

é todo aquele que media os conhecimentos da sociedade e o saber individual dos alunos,

elevando a cultura do educando, ele expande o leque de profissionais que podem considerar-se

educadores. Bibliotecários disseminam informação, promovem capacitação dos usuários para

que tenham acesso ao conhecimento, à cultura. E detém o conhecimento para tanto.

A primeira pergunta do bloco foi: “Você acredita que bibliotecários(as) tenham perfil de

educadores?”. A seguir, as respostas:

O perfil do bibliotecário determinará sua aptidão para se tornar um educador,

já que dentro da Biblioteconomia existem diversas esferas de atuação (B2).

Bem, se não tem, precisa ter. [...] Precisa não só de maneira mecânica trazer o

material para o usuário, mas de uma forma consciente como a gente falou do

serviço de referência. Então, eu acho assim, que ele é um educador, mas que

também precisa se conscientizar disso (B3).

Eu acredito que sejam complementadores da educação (B5).

A formação do bibliotecário ela é bem extensa, é vasta em relação à

A maioria dos bibliotecários afirma que

TODA AÇÃO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA É EDUCATIVA,

porém, ao exemplificar estas ações, os profissionais citam, principalmente, a

CAPACITAÇÃO DOS USUÁRIOS

PARA USO DE SISTEMAS E BASES DE DADOS.

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79

educação. Ele tem sim, perfil, porque a gente passa por disciplinas que lhe

preparam para que você desenvolva essas atividades (B6).

Nem todos têm, mas deveriam ter. É uma questão de formação e de

consciência do seu papel na construção de uma sociedade melhor informada

(B7).

Eu acho que o bibliotecário ele não precisa ser só o profissional que fique

tratando da questão técnica, serviço técnico, mas que através de ações ele

consegue atingir o público-alvo que ele tenha na instituição e contribuir para

a educação e desenvolvimento desses indivíduos (B8).

Com certeza, todos nós profissionais dessa área antes de tudo, somos

educadores (B9).

Nota-se que apenas dois respondentes afirmam categoricamente que bibliotecários são

educadores. Diante disso, é necessário trazer uma questão fundamental e recorrente nos

corredores e salas de aula das faculdades de Biblioteconomia. Nesses ambientes, não é

incomum ouvir os docentes menos tecnicistas alertarem os bibliotecários em formação para que

não se tornem excessivamente apegados às técnicas da profissão e não deixem de lado os perfis

de gestor, educador etc. Behr e col. (2008), por sua vez, afirmam que o bibliotecário deve ser

um educador, além de gestor. É possível, então, acreditar que o fato de muitos profissionais

saírem da graduação com perfis imensamente técnicos, sem determinadas habilidades

fundamentais para a lida diária das bibliotecas, seja a causa de poucos respondentes perceberem

o bibliotecário como um educador. De certa forma, há uma controvérsia, pois se os respondentes

consideram as bibliotecas como espaços que educam, como os bibliotecários podem não ser

considerados educadores?

Alguns respondentes acreditam na necessidade de conscientização dos bibliotecários

sobre o seu papel nas bibliotecas. Ora, a graduação lhe deu a formação, e a rotina diária na

biblioteca exige deles certas habilidades. Então, tal conscientização não deveria ocorrer

naturalmente? Pereira (2016) ressalta que cabe a bibliotecários a função educativa, pois as

bibliotecas podem oferecer respostas importantes em uma sociedade que se transforma a cada

dia e, desse modo, apoiam a escola no alcance de seus objetivos.

O ambiente escolar deveria favorecer o desenvolvimento do perfil adequado aos

profissionais. Por que isso nem sempre ocorre? Mais uma vez, é possível acreditar, ao menos

no caso dos coordenadores das bibliotecas do IFS, que a dedicação a tantos papéis no setor

impeça certas reflexões e mudanças de postura. A catalogação é prioridade, pois os livros

precisam chegar às estantes; o atendimento de demandas administrativas também é prioritário,

pois existem prazos legais envolvidos em determinadas situações; garantir o pleno

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80

funcionamento do espaço é mais uma prioridade, e esta envolverá também a gestão das

pequenas equipes; e, certamente, há muitas outras atividades. Nesse cenário, convém acreditar

nas limitações dos profissionais para que muitos não enxerguem a si próprios como educadores.

Ao serem questionados especificamente se a formação acadêmica do bibliotecário

favoreceria a construção do perfil de educador, a maioria dos respondentes reiterou o fato de

que as universidades priorizam a formação de técnicos:

Isso dependerá da grade curricular do curso, pois algumas universidades

voltam-se mais para área tecnológica, outras para a gestão, e assim por diante.

Por experiência própria não considero que estimule tal construção. Existem,

sim, algumas disciplinas optativas, mas não vejo como foco (B2).

Eu não sei como tá o currículo hoje, mas eu te digo que no meu currículo eu

não lembro de tantas disciplinas que focam nisso. Eu acredito que o currículo

atual pode estar melhor, o nosso era mais técnico (B3).

Pelo menos, o que eu fiz na Universidade Federal de Sergipe, não focou em

desenvolvimento, não focou em nada disso, e organização de bibliotecas

escolares era uma disciplina optativa. Então, eu chego realmente com muita

dificuldade de lidar com alunos porque a gente não foi preparado na academia

para lidar com alunos. Tem que procurar um conhecimento paralelo, mesmo

(B4).

Infelizmente, não favorece. A academia prepara apenas um técnico para

realizar o processamento técnico dos recursos informacionais e malmente um

administrador para administrar as bibliotecas, mas não prepara o bibliotecário

para ser mais um agente educador, para atuar na sociedade. Vamos aprendendo

isso com a prática, enfrentando grandes dificuldades e tendo que nos

especializar (B7).

Não, infelizmente, eu não sinto isso. Acho que na academia, nos cursos de

Biblioteconomia e Documentação, todas as disciplinas são voltadas para a

questão técnica [...] A gente vê muito pouco essa questão da educação, do

bibliotecário como educador (B8).

De certa forma sim, favorece. Poderia ser ampliado mais. A gente passasse

por treinamentos mais específicos nessa área, com certeza. Eu acho que tere-

mos mais facilidade, né? Mas independente (sic) de qualquer coisa bibliote-

cário é um educador (B9).

O que se pode notar é que, como ocorreu na maioria das questões anteriores, a pequena

quantidade de profissionais nas equipes sobrecarrega os coordenadores, que se sentem

impossibilitados de realizar determinadas ações. Ao se acrescentar a esse cenário a formação

tecnicista (Figura 26) que muitos deles recebem na academia, tal situação o desfavorece, e

consequentemente, prejudica o serviço prestado.

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Figura 26: Fatores limitantes da prática educativa do bibliotecário

Fonte: Elaborada pela pesquisadora com base em respostas da entrevista (2019)

Pereira (2016) vê como fundamental a inserção de conteúdos pedagógicos nos

currículos de Biblioteconomia. A partir do momento em que os graduandos compreendem o

processo de educar, mesmo que sem o aprofundamento observado em outras áreas como

Pedagogia ou licenciaturas, os perfis profissionais tendem a se modificar. Eles precisam

enxergar que as bibliotecas do meio acadêmico devem responsabilizar-se pela capacitação dos

alunos para que se sintam aptos a selecionar, organizar e analisar criticamente as fontes que

pretendam utilizar. É papel fundamental do bibliotecário planejar e disponibilizar serviços com

esta finalidade.

Diante do exposto, é obrigação do bibliotecário desenvolver ações educativas na

biblioteca? Foi esclarecido para os entrevistados que as suas respostas a esta pergunta, que

finalizou o bloco de questões, independia do entendimento que os profissionais tivessem do

processo de educar. Também não importava saber se o respondente vê o bibliotecário como um

educador, se há deficiências nos currículos de Biblioteconomia , se o IFS não oferece estrutura

ou quaisquer outros fatores limitantes. Surgiram, dessa forma, as seguintes falas:

Isso está muito intrínseco ao perfil da biblioteca e ao papel do bibliotecário.

Mas, a meu ver, ações educativas são, sim, uma obrigação, principalmente

quando seu papel junto a sociedade é compreendido (B2).

Eu não vejo como obrigação, eu vejo como algo natural. Eu não consigo ver

o bibliotecário longe, desassociado da imagem de educar. Porque é como eu

falei no início, o bibliotecário [...] dentro das atividades que ele desenvolve,

está apoiando, está educando. Mesmo que não seja essa educação de sala de

aula (B6). Eu acredito que sim, acredito que, nos dias de hoje, bibliotecário tem que se

reinventar. Não se reinventar, né? Mas ter a consciência de que ele também

tem papel fundamental na escola, como educador [...] E até fazer uma parceria

com os professores, com toda a equipe pedagógica da escola. Acho que a

biblioteca tem que ser vista como uma extensão da sala (B8).

Independente (sic) se tem ou não formação, eu considero uma obrigação [...] (B9).

Principais fatores limitantes da

prática educativa do bibliotecário do IFS:

- EXCESSO DE ATIVIDADES COMO GESTOR

- FORMAÇÃO ACADÊMICA TECNICISTA

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A maioria dos respondentes vê como uma obrigação a promoção do serviço educativo.

Durban Roca (2012) enfatiza que as bibliotecas do meio escolar devem desenvolver as suas

ações a fim de apoiar o projeto pedagógico dos cursos por meio de ações que ampliem o

aprendizado dos estudantes. Assim, as atividades que envolvam leitura e escrita, por exemplo,

são imprescindíveis. Silva (1999), no final do século XX já afirmava que os bibliotecários

devem ser parceiros dos professores, desde o planejamento didático. Corrêa (2002), contudo,

destaca que o papel do bibliotecário difere daquele do professor na sala de aula. O pesquisador

acredita que o bibliotecário, ao capacitar estudantes para o uso de fontes de informação, ele o

está preparando para melhor aproveitar o conhecimento também fora da vida escolar. O

bibliotecário participa, desse modo, do desenvolvimento social e cultural do seu público.

Segundo Miranda (2004, p. 119), “educar a si próprios e educar aos outros para a

sociedade da informação é um dos grandes desafios para o profissional da informação e um

passo importante para a formação da cultura informacional na sociedade”. Nota-se que a

maioria dos entrevistados está convicta de que biblioteca é espaço de educar. Grande parte dos

profissionais tem consciência que bibliotecários se tornam educadores à medida que informam,

que apoiam o processo de formação de pessoas para a vivência mundo afora.

5.2 INSTRUMENTO AVALIATIVO DO PRODUTO EDUCACIONAL

Um questionário (apêndice D) foi utilizado para que os bibliotecários pudessem avaliar

o produto educacional gerado ao longo da pesquisa, o Curso Introdutório de Serviço de

Referência em Bibliotecas. Os profissionais avaliaram o conteúdo programático, a linguagem

empregada, a apresentação gráfica e a possibilidade de utilização do conteúdo do curso nas

práticas do setor. Os nove profissionais tiveram acesso ao curso, porém apenas oito navegaram

no conteúdo programático e responderam às questões avaliativas ao final.

A seguir, as questões e suas análises:

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83

Questão 1: “O curso é um instrumento capaz de provocar a participação dos auxiliares

de bibliotecas em ações de serviço de referência nas bibliotecas do IFS?”

Figura 27 Respostas da questão 1

Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base em respostas do questionário (2019)

O gráfico acima (figura 27) demonstra que, nessa primeira questão, 75% dos

respondentes concordaram totalmente com o enunciado e 25% concordaram na maior parte. A

última e mais longa unidade do curso foi especialmente dedicada às ações específicas do serviço

de referência. Além de conceituar o serviço, falou-se de seu histórico, suas características e

exemplos de atividades no setor. Oito possíveis ações foram explicadas, incluindo-se as suas

vantagens e desvantagens de acordo com o número de profissionais na equipe ou com o perfil

dos usuários.

Um trecho do curso, retirado da Unidade III, pode evidenciar a forma como o conteúdo

foi exposto: “O serviço de referência tem a função de dinamizar o uso das coleções da

biblioteca. Conforme Mangas (2007), um pesquisador da área, as funções do serviço devem ser

basicamente quatro: acolher, informar, formar e orientar”. De acordo com o recorte, cuidou-se

para que o curso fosse sustentado por informações oriundas de fontes confiáveis na área de

Biblioteconomia, além de incluir reflexões sobre as vivências comuns às bibliotecas do IFS,

sempre amparadas por referencial teórico. Logo, acredita-se que tal conteúdo tenha

fundamentado as respostas a esta questão. Ademais, ficou comprovado, por meio das entrevistas,

que os auxiliares de bibliotecas do IFS não realizam cursos de capacitação para atuar na área.

Nesse cenário, os bibliotecários tendem a valorizar a apresentação de conteúdos teóricos que

possam instigar a participação dos profissionais em certas atividades.

25%

75%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

CONCORDO NA MAIOR PARTE

CONCORDO TOTALMENTE

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84

Questão 2: “O conteúdo do curso é relevante para estimular as práticas de bom

atendimento aos usuários das bibliotecas do IFS?”

Figura 28: Respostas da questão 2

Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base em respostas do questionário (2019) .

Conforme o gráfico 2 (figura 28), 87,5% dos respondentes concordaram totalmente que

o curso pode estimular o bom atendimento aos usuários, enquanto 12,5% concordaram na maior

parte com o enunciado. Um resultado tão positivo leva a crer que os respondentes valorizaram

a presença das Leis de Ranganathan (TARGINO, 2010), assunto presente na Unidade II. Cada

uma das leis aborda um aspecto importante acerca do uso das bibliotecas e seus acervos: educar

os leitores para o uso adequado do espaço e seu acervo; suavizar as regras para circulação de

exemplares; cuidar para que cada usuário tenha acesso à informação que necessita; evitar a

subutilização do acervo; poupar o tempo dos usuários. As diretrizes da RUSA (2013), por sua

vez, demonstram como é imprescindível o bom atendimento aos usuários para o sucesso ou

fracasso de uma biblioteca. Saber acolher, ouvir, orientar e acompanhar o público tende a

encantar e fidelizar os usuários, possibilitando o alcance do maior objetivo do setor: a satisfação

das necessidades de informação de todos os que a buscam.

12,5%

87,5%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

CONCORDO NA MAIOR PARTE

CONCORDO TOTALMENTE

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85

Questão 3: “A linguagem empregada no curso é clara?”

Figura 29: Respostas da questão 3

Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base em respostas do questionário (2019)

O que se pode observar no gráfico 3 (figura 29) é que 87,5% dos bibliotecários

concordam totalmente que a linguagem do curso é clara. Apenas 12,5 % concordaram na maior

parte com a questão. Buscou-se empregar no curso uma linguagem de fácil compreensão, que

pudesse esclarecer ao máximo os temas, tendo em vista que se trata de um curso a distância,

onde o contato com a tutora para esclarecimentos de dúvidas não se dá imediatamente. Observa-

se que, na opinião dos respondentes, esse objetivo foi alcançado.

Outro fator que merece atenção em relação à linguagem é o uso de saudações e algumas

falas que buscaram criar um ambiente menos formal, que pudesse provocar a aproximação dos

estudantes com a tutora, como se pode notar no trecho a seguir, retirado da Unidade I: “Registre

em nosso fórum o resultado de suas buscas, descrevendo um ou mais serviços oferecidos nos

locais que você pesquisou. Não vale pesquisar no próprio IFS. Boa pesquisa!”. Para Diedrick,

Valério e Rigo (2017), o professor precisa simular uma interação face a face com os alunos,

inserindo no texto elementos que promovam uma atmosfera de interação, a fim de criar um

efeito de proximidade com os estudantes. A linguagem interacional foi utilizada, principalmente

no início de cada módulo e nas atividades.

12,5%

87,5%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

CONCORDO NA MAIOR PARTE

CONCORDO TOTALMENTE

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86

Questão 4: “A apresentação gráfica do curso é agradável para a leitura?”

Figura 30: Respostas da questão 4

Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base em respostas do questionário (2019)

O gráfico 4 (figura 30) evidencia que a maioria dos respondentes se mostrou satisfeita

com a apresentação gráfica do curso, pois 87,5% concordaram totalmente com o enunciado. No

entanto, 12,5% dos bibliotecários concordaram apenas moderadamente com a afirmação.

Segundo o projeto A Rede Educa (2016, p.1), diversas ferramentas podem ser empregadas em

cursos que adotem o sistema Moodle, o mesmo utilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem

do IFS. De acordo com o projeto, o “Moodle é um sistema modular baseado em plugins, que

são como peças que você une para construir o que quiser. Existem plugins para diferentes tipos

de conteúdo e plugins para todos os tipos de atividades de colaboração”. É possível montar a

estrutura do curso em módulos, o que facilita o controle do andamento do curso pelo estudante.

Também é permitido inserir vídeos, fotos, gráficos e outras imagens. No curso para os auxiliares,

foram utilizados diversos recursos a fim de criar um ambiente agradável para o estudo. Além

da organização dos conteúdos em módulos, foram inseridos vídeos de apresentação de assuntos,

fotografias das bibliotecas do IFS, entre outras imagens paradas ou em movimento para ilustrar

diversos temas.

12,5%

87,5%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

CONCORDO MODERADAMENTE

CONCORDO TOTALMENTE

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Figura 31: Resumo da avaliação do curso conforme as questões fechadas

Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base em respostas do questionário (2019)

Conforme os dados do gráfico 5 (figura 31), que resume as respostas das questões 1 a

4, é possível afirmar que o curso foi bem avaliado pelos bibliotecários nas perguntas fechadas.

A resposta Concordo totalmente foi escolhida em 84,38% das vezes, Concordo na maior parte

foi selecionada em 12,49% das respostas e Concordo moderadamente foi identificada em

apenas 3,12% das escolhas. Os motivos dessa avaliação podem ser mais bem esclarecidos a

partir dos comentários extraídos da questão seguinte:

Questão 5: “Por favor, registre a sua percepção do curso. Críticas e sugestões são bem-

vindas. O seu comentário é muito importante para a avaliação do produto educacional.”

Os comentários dos avaliadores variaram muito em relação aos aspectos que desejaram

destacar. Porém, as observações versaram principalmente acerca da qualidade do conteúdo

programático, conforme é possível notar nas respostas a seguir:

A apresentação é bastante intuitiva, prática e simples. B1

O curso expõe de forma clara e objetiva desde a instituição na qual estamos

inseridos, expondo o histórico não apenas do Instituto, mas de áreas da

Biblioteconomia, baseando-se em importantes autores, contemplando as

diversas etapas pertinentes ao bom atendimento no serviço de referência. B2.

Muito bom, bem elucidativo. B3.

A escolha dos tópicos para a parte introdutória abrange exatamente os assuntos

base para aqueles que efetuam a função de atendimento ao público. B4.

Excelente conteúdo. B6.

É um curso prático, objetivo e que, com certeza, irá prender a atenção dos

auxiliares de biblioteca, pois não é maçante e nem tem conteúdo extenso. B7.

O curso possui linguagem clara e conteúdo relevante. B8.

3,12%

12,49%

84,38%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

CONCORDO MODERADAMENTE

CONCORDO NA MAIOR PARTE

CONCORDO TOTALMENTE

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88

Além de abordarem assuntos que já foram discutidos nas questões anteriores, como

qualidade geral do conteúdo, linguagem ou apresentação gráfica do curso, algumas falas trazem

algo mais. B2, por exemplo, cita especificamente o fato de o curso tratar do histórico das

bibliotecas do IFS, enquanto B4 elogia a escolha dos temas introdutórios. O curso tratou

principalmente do serviço de referência. Porém, não se mostrava prudente abordar o tema sem

antes introduzir assuntos essenciais à reflexão acerca da história e peculiaridades das bibliotecas

onde tais profissionais atuam, e principalmente, dos seus papéis como partícipes do processo

educativo. Conforme ressaltado por Pereira (2016), os profissionais das bibliotecas devem se

considerar educadores porque, entre outros fatores, compartilham informações que têm o poder

de transformar a sociedade. Sob essa visão, fez-se necessário incluir determinados temas no

conteúdo programático do curso.

B7 aborda uma característica importante do curso: “[…] não é maçante e nem tem

conteúdo extenso”. O curso foi planejado para despertar o interesse dos auxiliares, de modo que

todos tendessem a realizá-lo por completo. Pensou-se, primeiramente, com base nos teóricos,

que seria necessário utilizar um ambiente virtual de qualidade, inserir ferramentas para maior

engajamento e interação, como fóruns e dicas de atividades (A REDE EDUCA, 2016). E isto

foi feito. No entanto, chegou-se à conclusão, com base nas experiências pessoais da

pesquisadora, que também seria importante reunir os vários temas em textos enxutos,

reservando o aprofundamento dos temas aos livros e artigos acessíveis apenas por meio de links.

Isso tenderia a gerar uma impressão de que o conteúdo programático é menos extenso e,

consequentemente, menos cansativo. Essa estratégia também foi posta em prática e, então,

percebida por B7.

Figura 32: Características do curso segundo os avaliadores

Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base em respostas do questionário (2019)

Características do curso segundo os avaliadores:

CONTEÚDO RICO

LINGUAGEM CLARA E OBJETIVA

APRESENTAÇÃO ATRATIVA

TEXTOS ENXUTOS

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A satisfação dos respondentes com a possibilidade de capacitação dos auxiliares

também ficou evidente:

Acho importante a realização do curso para os auxiliares, muitas vezes sem

pré-qualificação na área. B1.

Achei fantástica a ideia de elaborar um curso para aqueles que auxiliam na

Biblioteca. B4.

[O curso] se mostra como ferramenta de grande importância para treinamento

e qualificação desses profissionais. B8.

[O curso irá] contribuir para provocar nos auxiliares de bibliotecas uma maior

consciência do engajamento deles nos serviços e ações oferecidos pelas

bibliotecas. B9.

A preocupação com a falta de capacitação dos auxiliares de bibliotecas foi um tema

recorrente nas entrevistas realizadas. Quase todos os coordenadores das bibliotecas

apresentaram queixas quanto ao número limitado de profissionais nas equipes e à falta de

formação apropriada destes. Logo, compreende-se o fato de os respondentes utilizarem a

questão aberta do questionário para expor a sua satisfação com a possível realização da

capacitação ora proposta. Vale ressaltar que houve uma preocupação de incluir no curso alguns

assuntos ligados especificamente à qualidade do atendimento ao público nestes ambientes. Algo

sugerido pela RUSA (2013) e certamente muito valorizado pelos coordenadores das bibliotecas.

Por fim, alguns bibliotecários fizeram excelentes sugestões para o aperfeiçoamento do

curso. B1, por exemplo, sugeriu que sejam inseridos vídeos com situações do cotidiano de quem

atua no serviço de referência, apresentando possíveis problemas e suas soluções. B2 salientou

que o curso poderia ser mais dinâmico, apontando os jogos de memória ou de perguntas e

respostas como opções para uma melhor fixação dos conteúdos. As duas sugestões, quando

aplicadas ao curso, poderão ampliar o nível de atenção dos auxiliares aos temas, tornando o

aprendizado ainda mais leve e produtivo.

A análise dos dados coletados trouxe evidências do entendimento dos bibliotecários

acerca do papel que desempenham nas bibliotecas do IFS e de quais ações e serviços são

disponibilizados por estas unidades. Também foi obtido um panorama da realidade das práticas

de serviços de referência no âmbito das bibliotecas e dos modos de ação de seus bibliotecários.

Tal análise contribuiu para a reunião de informações necessárias para a elaboração do produto

educacional.

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90

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar a investigação, observou-se que o seu principal objetivo foi alcançado. Foi

possível analisar as práticas educativas do serviço de referência nas bibliotecas do IFS com

base nas entrevistas realizadas com nove coordenadores de bibliotecas. Por meio deste

instrumento, foram reunidas as informações que permitiram o alcance dos objetivos específicos

da investigação.

Quanto à existência de serviço de referência estruturado nas bibliotecas, as análises das

entrevistas revelaram que as ações não são planejadas, além de não haver pessoal em número

suficiente para que um bibliotecário, ou mesmo um auxiliar, possa se dedicar às atividades

específicas de referência. Dessa forma, as atividades são realizadas, geralmente, pelos próprios

coordenadores das bibliotecas, à medida que as demandas vão surgindo. Alguns bibliotecários

orientam superficialmente os auxiliares para que estes desenvolvam ações básicas, como loca-

lizar livros nas estantes ou acolher o público. Apenas em relação aos equipamentos os bibliote-

cários se mostram satisfeitos, pois o número de computadores disponíveis nos setores se mostra

suficiente para a demanda.

A despeito de não haver uma adequada estruturação do setor, na maioria das bibliotecas

ocorre alguma ação pertinente ao serviço. As principais atividades identificadas foram o aco-

lhimento aos usuários; a promoção de capacitação do público para uso de sistemas e bases de

dados; a disseminação seletiva da informação, geralmente para atender a pedidos dos docentes;

orientações aos usuários e as visitas guiadas. Nesse quesito, também ficou evidente que a falta

de planejamento e de pessoal suficiente no setor tem limita o o número de ações e a continui-

dade destas ao longo do tempo.

Os participantes da pesquisa afirmaram que qualquer ação do serviço de referência deve

ser considerada educativa. No entanto, foi curioso notar que quase todos citaram os cursos de

capacitação para uso de bases de dados e do sistema de gerenciamento do cervo da biblioteca

como exemplos da ação educativa. Isso demonstra que existe uma certa tendência a se enxergar

como educativa apenas a ação que se assemelha à do professor na sala de aula.

Os profissionais relataram que veem como importante que os bibliotecários a serviço de

instituições educativas sejam considerados educadores. No entanto, grande parte deles tem um

perfil tecnicista, resultado da formação acadêmica que receberam. A formação tecnicista de

muitos pode acabar se mostrando como um atributo positivo diante da realidade que as biblio-

tecas do IFS apresentam. Cabe apenas ao bibliotecário inúmeras tarefas técnicas, como a cata-

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logação, entre outras de cunho administrativo. Logo, o tempo disponível para as demais ativi-

dades é muito reduzido. No entanto, ficou evidente para a autora da pesquisa que muitos bibli-

otecários passaram, a partir de suas próprias falas, a refletir sobre a forma como atuam, sobre

suas capacidades e acerca dos fatores limitantes que enfrentam, o que se mostra muito positivo.

Elaborar um curso introdutório de serviço de referência para os auxiliares de biblio-

teca, a fim de possam apoiar as atividades de referência do setor foi mais um objetivo alcan-

çado. O Curso Introdutório de Serviço de Referência em Bibliotecas foi elaborado pela autora

e disponibilizado para os sujeitos da pesquisa no Ambiente Virtual de Aprendizagem do IFS.

O curso recebeu uma excelente avaliação dos bibliotecários nos quesitos conteúdo, linguagem

e apresentação gráfica. Vale ressaltar a satisfação que todos os profissionais demonstraram com

a proposta de capacitação das equipes. As críticas e sugestões ao produto educacional provoca-

ram reflexões e certamente servirão de base para alterações nas formas de interatividade do

curso.

De certo modo, o produto será uma construção coletiva dos bibliotecários do IFS, pois

à medida que forem surgindo novas críticas ou sugestões, o produto poderá ser alterado. Espera-

se que a participação dos profissionais na avaliação do produto, antes mesmo de ele ser dispo-

nibilizado para o público alvo, amplie o incentivo dos coordenadores das bibliotecas para a

realização da capacitação por todos os auxiliares dos campi.

Espera-se que este estudo tenha reunido dados suficientes para instigar ou ampliar a

conscientização dos profissionais acerca da importância de os bibliotecários enxergarem a si

próprios como participantes ativos do processo educativo. Tanto por meio dos relatos das en-

trevistas, quanto pelos resultados da avaliação do produto já foi possível notar que muitas re-

flexões e avaliações das próprias práticas surgiram durante esse processo. O fato de os biblio-

tecários se mostrarem inquietos com a realidade que enfrentam nas bibliotecas, com as dificul-

dades que limitam as suas práticas é um dado que merece atenção especial da Diretoria de

Bibliotecas.

As informações resultantes desta pesquisa poderão facilitar a tomada de decisões por

parte da DGB, um setor fundamental para o planejamento conjunto de ações que proporcionem

o atendimento que os usuários das bibliotecas do IFS necessitam. Sugere-se, então, que seja

estabelecida uma comissão no âmbito das bibliotecas para se discutir os resultados desta pes-

quisa com o intuito de desenvolver um projeto de serviço de referência para as bibliotecas.

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98

SILVA, Marco. Cibercultura e educação: a comunicação na sala de aula presencial e online.

Revista Famecos, Porto Alegre, n. 37, dez. 2008. Disponível em:

<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/4802/3606>.

Acesso em: 24 jul. 2019.

SILVA, Werneck Carneiro da. Miséria da biblioteca escolar. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999.

SOARES, Maria das Graças. Serviços de referência digital em bibliotecas universitárias: o

caso dos serviços de referência da divisão de biblioteca e documentação da Puc-Rio. Rio de

Janeiro, RJ, 2009. Tese de doutorado, Universidade de Brasília. Disponível em:

<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/5471/1/2009%20Maria%20das%20Gra%C3%A7a

s%20Soares.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2018.

SOUZA, Patrícia da Silva Moreno e. SRDigital: proposta de um modelo baseado na

linguagem natural e controlada como instrumentos de apoio ao agente computacional do

processo de referência. São Paulo, SP, 2012. Tese de doutorado, Universidade Estadual

Paulista Júlio de Mesquita Filho. Disponível em: <http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-

Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/souza_psm_do_mar.pdf>. Acesso em: 20 abr.

2018.

TARGINO, Maria das Graças. Ranganathan continua em cena. Ci. Inf., Brasília, v. 39, n. 1,

jan./abr., p. 122-124, 2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

19652010000100008&lang=pt>. Acesso em: 05 fev. 2019.

TEIXEIRA, Robson da. A utilização de boletim eletrônico no setor de referência: um estudo

de caso. Perspectivas em ciência da Informação, v. 20, n.2, p.219-229, abr./jun. 2015.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

99362015000200219&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 20 nov. 2017.

VIANNA, Carolina Segatto. Serviços de referência e informação para Smartphone:

proposta para acesso e uso da informação. São Paulo, SP, 2011. Dissertação de mestrado,

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Disponível em:

<http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-

Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/vianna_cs_me_mar.pdf>. Acesso em: 20 abr.

2018.

YIN, Roberto K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2001.

Disponível em: <https://saudeglobaldotorg1.files.wordpress.com/2014/02/yin-

metodologia_da_pesquisa_estudo_de_caso_yin.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2019.

ZAIDAN, Samira; FERREIRA, Maria Cristina Costa; KAWASAKI, Teresinha Fumi. A

pesquisa da própria prática no mestrado profissional. Plurais, Salvador, v. 3, n.1, p. 88-103,

jan./abr. 2018. Disponível em:

<https://www.revistas.uneb.br/index.php/plurais/article/view/5251/3312>. Acesso em: 24

maio 2019.

Page 101: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

99

APÊNDICE A – CARTA DE ANUÊNCIA

INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA E EXTENSÃO

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL

EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

CARTA DEANUÊNCIA

Eu, RUTH SALES GAMA DE ANDRADE, reitora do Instituto Federal de Sergipe, CNPJ:

10.728.444/0001-00) autorizo a realização da pesquisa intitulada: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL: análise das práticas de serviço de referência desenvolvidas nas bibliotecas do Insti-

tuto Federal de Sergipe, que tem por objetivo analisar as práticas educativas de serviço de referência das

bibliotecas do IFS. A metodologia a ser utilizada nesse estudo será a pesquisa qualiquantitativa, sendo

o procedimento técnico a ser utilizado o estudo multicaso e tendo por instrumentos de coleta de dados a

análise documental, entrevistas e questionários aplicados aos sujeitos da investigação.

Estou ciente de que a pesquisa será realizada sob a responsabilidade da servidora JEANE GO-

MES DOS SANTOS, mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e Tecnoló-

gica – PROFEPT, e concordo que a mesma seja realizada no período de 05/03/2018 a 31/08/2019.

A referida autorização está condicionada à aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de

Ética em Pesquisas, de forma a cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras, em especial a Resolução CNS

196/96. Esta instituição está ciente de suas corresponsabilidades como instituição coparticipante da pes-

quisa e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar dos sujeitos de pesquisa nela recru-

tados.

Será garantido ao anuente:

• solicitar e receber esclarecimentos antes, durante e depois do desenvolvimento da pesquisa;

• a inexistência de despesa para esta instituição que seja decorrente da participação nessa pesquisa;

• retirar a anuência a qualquer momento da pesquisa sem penalização alguma, caso não sejam cumpridos

os compromissos dispostos nesta Carta de anuência.

Aracaju/SE, 21 de fevereiro de 2018

_____________________________________

RUTH SALES GAMA DE ANDRADE Reitora

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100

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA E EXTENSÃO

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL

EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: A biblioteca na educação profissional: análise das práticas de serviço de

referência desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe. PESQUISADORA RESPONSÁVEL: Jeane Gomes dos Santos. Telefone para contato: (79) 99191-5758. E-mail: [email protected]. Convidamos você para participar de uma pesquisa do Mestrado Profissional em Educação

Profissional e Tecnológica - PROFEPT intitulada “A biblioteca na educação profissional: análise das

práticas de serviço de referência desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe”. Essa

pesquisa tem por objetivo geral analisar as práticas educativas de serviço de referência das bibliotecas

do IFS. Os seus objetivos específicos são: explicitar se existem serviços de referência estruturados nas

bibliotecas; elucidar que ações ligadas a serviços de referência são ofertadas pelas bibliotecas;

evidenciar as práticas especificamente educativas dos serviços de referência das bibliotecas; esclarecer

o entendimento dos gestores das bibliotecas sobre a importância do bibliotecário como educador; por

fim, elaborar um curso introdutório de serviço de referência em bibliotecas para capacitação dos

auxiliares de bibliotecas do IFS.. É importante lembrar que sua participação não é obrigatória. Caso concorde, você será

entrevistado(a) sobre as suas práticas no local de trabalho e responderá um questionário para avaliar o

boletim informativo produzido pela pesquisadora. Vale ressaltar que a pesquisa oferece riscos, pois você

poderá ter desconforto ao participar da entrevista com gravações dos áudios e ao responder o

questionário. Caso ocorra algum desconforto, você comunicará imediatamente à pesquisadora

responsável, para que, se necessário, seja interrompida a sua participação na pesquisa, sem que isso lhe

cause quaisquer danos. Os benefícios esperados com a pesquisa são a possível adoção do curso pela DGB, o que promoverá a capacitação e sensibilização do pessoal que realiza o atendimento aos usuários das

bibliotecas, além da reunião de importantes informações sobre o setor para tomada de decisões tanto

por parte da DGB quanto dos bibliotecários participantes da pesquisa.

Você receberá resposta a qualquer dúvida que porventura venha a ter acerca do assunto.

Asseguramos que a sua identidade será preservada durante e após a pesquisa, mantendo o seu nome e

informações que o relacionem a determinada biblioteca em absoluto sigilo. Além disso, você receberá

uma via deste termo assinada pela pesquisadora responsável. Ressaltamos que as informações fornecidas

poderão ser utilizadas para apresentação de trabalhos em congressos e publicações de artigos, além da

escrita da dissertação de mestrado.

Page 103: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

101

INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA E EXTENSÃO

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL

EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Segue contato do Comitê de Ética e Pesquisa do IFS: Coordenador: José Espínola Júnior.

Endereço: Av. Jorge Amado, 1551, Loteamento Garcia, Jardins, Aracaju – SE. Atendimento: segunda a

sexta-feira, das 8h às 12h. Telefone: (79) 3711-1437, e-mail : [email protected]. Agradecemos a sua participação e colaboração.

Título da pesquisa: A biblioteca na educação profissional: análise das práticas de serviço de referência

desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe. Pesquisadora responsável: Jeane Gomes dos Santos. Orientador: Prof. Dr. José Franco de Azevedo. Instituição: Instituto Federal de Sergipe/ Campus Aracaju. Local da coleta de dados: Bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe – Pós-graduação e campi Aracaju,

Estância, Nossa Senhora da Glória, Lagarto, Nossa Senhora do Socorro, Propriá, São Cristóvão, Tobias

Barreto.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Declaro que fui devidamente esclarecido(a), revisei e compreendi o conteúdo deste Termo e

consinto em participar da pesquisa. Estou ciente que receberei uma cópia desse documento.

Participarei deste estudo por livre e espontânea vontade, não tendo sido forçado(a) ou coagido(a).

Nome por

extenso:______________________________________________________________________

Assinatura __________________________________ RG: _____________________________

Local: __________________ Data: ____/____/____

RESPONSABILIDADE DO PESQUISADOR

Certifico que revisei o conteúdo deste Termo de Consentimento com o participante em questão,

explicando os riscos e benefícios conhecidos desta pesquisa. Declaro que este Termo cumpre todas as

exigências contidas no item IV. 3 da Resolução 466/ 2012 CNS - MS. Assumo a responsabilidade pela

realização deste estudo.

__________________________________________ Jeane Gomes dos Santos

Pesquisadora responsável

CPF: 596.459.705-04 Contato: (79)9191-5758, [email protected]

Page 104: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

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APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA

ROTEIRO DE ENTREVISTA

O objetivo desta entrevista é reunir informações sobre as práticas de serviços de referência no

âmbito de três bibliotecas do IFS, dando ênfase às ações educativas desenvolvidas pelos

bibliotecários destas unidades.

Entrevistado(a): ______________________________________________________

Data: ______/______/______

Horário de início:__________

Horário de término:________

ESTRUTURA DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA

1) Há um serviço de referência estruturado na biblioteca? Funciona presencialmente,

virtualmente ou de ambas as formas?

2) A biblioteca dispõe de pessoal capacitado para realizar serviços de referência?

3) Os equipamentos disponíveis na biblioteca são suficientes para implantação ou

manutenção de um serviço de referência digital?

4) O que você compreende como um serviço de referência bem estruturado?

5) Caso não possua serviço de referência, você acredita que um serviço de referência

virtual favoreceria a biblioteca de algum modo ou não faria diferença neste momento?

6) O site da DGB possui algum conteúdo específico de serviços de referência (endereços

das bibliotecas, divulgação de algumas de suas ações etc.). Caso não possua serviço de

referência, você considera o conteúdo da página suficiente para o público desta biblioteca?

SERVIÇOS OFERECIDOS

7) Caso haja serviço de referência:

a) Que serviços são disponibilizados pelo setor?

b) Existe controle estatístico dos atendimentos?

8) Caso não haja serviço de referência:

a) Que ações da biblioteca têm relação direta com serviços de referência?

Page 105: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

103

b) Como a biblioteca se comunica com os usuários? Somente presencialmente, por e-

mail, rede social etc.?

c) A biblioteca realiza disseminação seletiva da informação?

9) Que serviços da biblioteca poderiam ser adaptados para um serviço de referência

virtual?

10) A biblioteca atende principalmente estudantes adolescentes e adultos, além de

professores. Você acredita que seja possível realizar um serviço de referência virtual que seja

atrativo para esse público heterogêneo?

SERVIÇO DE REFERÊNCIA EDUCATIVO

11) A biblioteca desenvolve ações educativas específicas para usuários de nível básico?

12) A bibloteca desenvolve ações educativas para usuários de nível universitário?

13) A biblioteca desenvolve ações passíveis de oferta a todos os perfis de usuários?

O(A) BIBLIOTECÁRIO(A) COMO EDUCADOR(A)

14) Você acredita que bibliotecários(as) tenham perfil de educadores?

15) A formação acadêmica do(a) bibliotecário(a) favorece a construção do perfil de

educador(a)?

16) Você compreende como uma obrigação o desenvolvimento de ações educativas

pelo(a) bibliotecário(a)?

Page 106: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

104

APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO CURSO INTRODUTÓRIO

DE SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM BIBLIOTECAS

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO CURSO INTRODUTÓRIO

DE SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM BIBLIOTECAS

O serviço de referência das bibliotecas funciona como o principal elo do setor com os seus

usuários. Considera-se que a capacitação das equipes para o desenvolvimento de estratégias e

instrumentos que aproximem os usuários desses espaços são indispensáveis. Portanto, a sua

participação na avaliação deste curso é fundamental para que seja possível esclarecer os níveis

de qualidade e relevância do produto, a fim de aperfeiçoá-lo.

1) O curso é um instrumento capaz de provocar a participação dos auxiliares de bibliotecas

em ações de serviço de referência nas bibliotecas do IFS?

( ) Concordo totalmente

( ) Concordo na maior parte

( ) Concordo moderadamente

( ) Discordo na maior parte

( ) Discordo totalmente

2) O conteúdo do curso é relevante para estimular as práticas de bom atendimento aos usuários

das bibliotecas do IFS?

( ) Concordo totalmente

( ) Concordo na maior parte

( ) Concordo moderadamente

( ) Discordo na maior parte

( ) Discordo totalmente

3) A linguagem empregada no curso é clara?

( ) Concordo totalmente

( ) Concordo na maior parte

( ) Concordo moderadamente

( ) Discordo na maior parte

( ) Discordo totalmente

Page 107: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

105

4) A apresentação gráfica do curso é agradável para a leitura?

( ) Concordo totalmente

( ) Concordo na maior parte

( ) Concordo moderadamente

( ) Discordo na maior parte

( ) Discordo totalmente

5) Por favor, registre a sua percepção do curso. Críticas e sugestões são bem-vindas. O seu

comentário é muito importante para a avaliação do produto educacional.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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106

APÊNDICE E - DADOS GERAIS DAS DISSERTAÇÕES

DADOS GERAIS DAS DISSERTAÇÕES

Instituição de Ensino Dados gerais

Universidade de Brasília

(UnB) – DF EIRÃO, Thiago Gomes. A disseminação seletiva da informação e a

tecnologia RSS nas bibliotecas de Tribunais em Brasília. 2011. Linha de

pesquisa: Gestão da Informação e do Conhecimento. Orientador: Murilo

Bastos da Cunha.

INAZAWA, Fernandez Kenji. Competências conversacionais do

bibliotecário na comunicação via chat em serviço de referência digital

de biblioteca universitária. 2013. Linha de pesquisa: Comunicação e

Medição da Informação. Orientadora: Sofia Galvão Baptista.

Universidade Estadual do

Ceará (UFC) – CE MELO, Thelma Marylanda Silva de. Avaliação da qualidade nos serviços

de referência da Biblioteca Central da UECE: uma proposta de política

de informação. 2012. Linha de pesquisa: não especificada. Orientadora:

Virgínia Bentes Pinto.

Universidade Estadual

Paulista Júlio de Mesquita

Filho (UNESP) – SP

NAKANO, Natália. Serviço de referência virtual via chat: uma análise

comparativa em bibliotecas universitárias norte-americanas e brasileiras.

2014. Linha de pesquisa: Informação e Tecnologia. Orientadora: Maria José

Vicentini Jorente.

VIANNA, Carolina Segatto. Serviços de referência e informação para

Smartphone: proposta para acesso e uso da informação. 2011. Linha de

pesquisa: Informação e Tecnologia. Orientador: Edberto Ferneda.

Universidade Federal da

Bahia (UFBA) – BA ARAÚJO, Marivalda Santana de. Diálogo entre a seção de referência, os

usuários e a adesão às tecnologias da informação e comunicação. Linha

de pesquisa: Movimentos sociais, políticas públicas, desenvolvimento

nacional e universidade. Orientadora: Flávia G. Rosa e Simone Sampaio.

Universidade Federal

Fluminense (UFF) – RJ SILVA, Fernanda Daniel da. Uma proposta de política de serviço de

referência virtual para as bibliotecas da Universidade Federal

Fluminense. 2016. Linha de pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade.

Orientadora: Márcia H. T. de Figueiredo Lima.

Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ) – RJ ORNELLAS, Adriana da Silva. O bibliotecário de referência e a

necessidade de uma atuação empática na contemporaneidade: uma

análise sobre a influência da leitura literária. 2016. Linha de pesquisa:

Informação, Cultura e Sociedade. Orientadora: Patrícia Vargas Alencar.

Continua…

Page 109: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

107

Instituição de Ensino Dados gerais

Universidade Federal de

Santa Catarina (UFSC) –

SC

FELÍCIO, Joana Carla de Souza Matta. Serviço de referência educativo

(SRE) em bibliotecas universitárias: análise das práticas voltadas ao

desenvolvimento da competência em informação de seus usuários. 2014.

Linha de pesquisa: Fluxos de Informação. Orientadora: Magda Teixeira

Chagas.

OLIVEIRA, Alexandre Pedro de. A dimensão técnica da competência

informacional: estudo com bibliotecários de referência das bibliotecas

universitárias da Grande Florianópolis, SC. 2014. Linha de pesquisa:

Profissionais da informação. Orientador: Elizete Vieira Vitorino.

PINTRO, Sirlene. Serviço de referência em bibliotecas universitarias:

um estudo de competências e qualidade. 2012. Linha de pesquisa: não

especificada. Orientador: Gregório Jean Varvakis Rados.

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do Banco de Teses e Dissertações da CAPES, 2018.

Page 110: A BIBLIOTECA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL análise das …...S231b A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas

108

APÊNDICE F – DADOS GERAIS DAS TESES

DADOS GERAIS DAS TESES

Instituição de Ensino Dados gerais

Universidade de Brasília

(UnB) – DF ANDRADE, Sônia Cruz Riascos de. Rede colaborativa de serviços e

produtos de informação no contexto das bibliotecas universitárias

brasileiras. 2013. Linha de pesquisa: Gestão de Informação e do

Conhecimento. Orientador: Emir José Suaiden.

SOARES, Maria das Graças. Serviços de referência digital em bibliotecas

universitárias: o caso dos serviços de referência da divisão de biblioteca e

documentação da Puc-Rio. 2009. Linha de pesquisa: Gestão de Informação

e do Conhecimento. Orientadora: Sofia Galvão Baptista.

Universidade Estadual

Paulista Júlio de Mesquita

Filho (UNESP) – SP

SOUZA, Patrícia da Silva Moreno e. SRDigital: proposta de um modelo

baseado na linguagem natural e controlada como instrumentos de apoio ao

agente computacional do processo de referência. 2012. Linha de pesquisa:

Informação e Tecnologia. Orientador: Plácida Leopoldina Ventura Amorim da

Costa Santos.

Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG) –

MG

PEREIRA, Gleice. A colaboração no contexto da função educativa do

bibliotecário. 2016. Linha de pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade.

Orientadora: Bernadete Campello.

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do Banco de Teses e Dissertações da CAPES, 2018.