A BOCHA PARAOLÍMPICA NA ESCOLA ATUANDO NO CONTROLE MOTOR...
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A BOCHA PARAOLÍMPICA NA ESCOLA ATUANDO NO CONTROLE MOTOR
DOS ESTUDANTES COM PARALISIA CEREBRAL
Nikoli Nathacha Gonçalves 1;
Tiago Martins Cavichiolo 2;
Márcia Regina Walter 3.
1- Acadêmico do curso de Educação Física, Licenciatura, da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);
2- Acadêmica do curso de Educação Física, licenciatura, da Universidade Tuiuti do Paraná ( Curitiba, PR);
3- Orientadora. Educação Física, Prof. Ms. da Universidade Tuiuti do Paraná .
Contato: 1. [email protected] 2. [email protected]
____________________________________________________
RESUMO: A criança com Paralisia Cerebral tem dificuldades nas aquisições motoras, agregando
deficiências sensoriais e cognitivas associadas. O paralisado Cerebral tem muita dificuldade nas aquisições
devido à lesão, mas podem ser amenizadas porque o Sistema Nervoso Central (SNC), afetado é uma estrutura
plástica e responde bem com a estimulação externa. Os profissionais de Educação Física são fundamentais
neste processo de estimulação porque atuam mais próximos das crianças com Paralisia Cerebral realizando
exercícios motores, que consequentemente irão refletir nas áreas sensoriais, tácteis, vestibulares, visuais e
auditivas. Através dos exercícios físicos os ganhos sensório-motor se refletem também na área cognitiva.
Santos & Xavier (2004). Este artigo teve como objetivo apresentar os impactos da paralisia cerebral nas
atividades do dia a dia de crianças e adolescentes e analisar os resultados obtidos com a prática da bocha
adaptada em um colégio público. Para o desenvolvimento do projeto foi aplicado uma pesquisa contendo 10
questões fechadas aos pais, 11 questões fechadas aos professores e 15 questões abertas ao técnico da
modalidade. Com a análise dos resultados apresentados foi possível comprovar um entendimento dos pais dos
benefícios causados pela bocha paraolímpico no controle corporal de seus filhos e que estes, acreditam que o
esporte proporciona entendimento das regras e socialização. Considerando as respostas dos professores e do
técnico em relação a evolução das crianças é muito similar a opinião dos pais. Desta forma, concluímos que a
prática da bocha paraolímpico em alunos com paralisia cerebral nas escolas especiais auxilia
significativamente no desenvolvimento físico, psicológico e social de crianças e adolescentes.
Palavras-chave: Paralisia Cerebral, Educação Física, Bocha Paraolímpica.
ABSTRACT: Children with cerebral palsy have difficulties in motor skills, adding sensory and
cognitive impairments associated. The Cerebral paralyzed have great difficulty in procurement due
toinjury but they can be mitigated because the Central Nervous System (CNS) affected is a plastic
structure and responds well to external stimulation. The Physical Education professionals are essential
in this stimulation process because they act closer to children with cerebral palsy performing the
exercises engines, which consequently reflect on the sensory, tactile, vestibular, visual and auditory
areas. Through the exercise the sensorimotor gains are also reflected in the cognitive area. Sa, Santos
& Xavier (2004)This article aims to present the impact of cerebral palsy in the activities of everyday
life of children and adolescents and analyze the results obtained with the practice of bocce fits in a
public school. For the development of the project was applied a survey containing 10 questions closed
to parents, 10 closed questions to teachers and issues open to coach the sport. Parents of the research
results are reported in graphs with analysis, teachers and technical in text format without proof the
Graphics. The study enabled the close identification between survey responses and opinions expressed
by the authors used in research on the topic.
Keywords: cerebral palsy, Physical Education, Boccia Paralympic.
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INTRODUÇÃO
A criança com Paralisia Cerebral tem dificuldades nas aquisições motoras,
agregando deficiências sensoriais e cognitivas associadas. O paralisado Cerebral tem
muita dificuldade nas aquisições devido à lesão, mas podem ser amenizadas porque o
Sistema Nervoso Central (SNC), afetado é uma estrutura plástica e responde bem com
a estimulação externa. Dessa maneira a estimulação adequada é fundamental, para que
o SNC possa se reorganizar e amenizar suas sequelas. Os profissionais de Educação
Física são fundamentais neste processo de estimulação porque atuam mais próximos
das crianças com Paralisia Cerebral realizando os exercícios motores, que
consequentemente irão refletir nas áreas sensoriais, tácteis, vestibulares, visuais e
auditivas. Através dos exercícios físicos os ganhos sensório-motores se refletem
também na área cognitiva. Sá, Santos & Xavier (2004). Este estudo comprovou
também à escassez de artigos e livros relacionados ao tema.
Para CARDOSO (1971), a Paralisia Cerebral é conhecida como “Síndrome de
Little”. Em 1843 Little um médico ortopedista, iniciou um trabalho para estudar, os
joelhos valgos dos recém-nascidos. Little se convenceu que os defeitos dos recém-
nascidos não eram pelo crescimento ósseo, e sim por alterações neuromusculares. No
ano de 1861, Little afirmou que as alterações dos recém-nascidos eram relacionadas
com a dificuldade do parto, devido às anormalidades e a asfixia neonatal.
Segundo LIMA (2004), a Paralisia Cerebral é o resultado de uma lesão ou um
mal desenvolvimento do cérebro. A Paralisia Cerebral pode ocorrer antes, durante ou
após o nascimento. A lesão é caracterizada pela falta do controle motor e de outros
movimentos funcionais.
Para BOBATH (1979, p.1),
Paralisia Cerebral é um resultado de uma lesão ou um mal
desenvolvido do cérebro, de caráter não progressivo, e existindo desde
a infância. A deficiência motora se expressa em padrões anormais de
postura e movimentos, associados com tônus anormais. A lesão que
atinge o cérebro quando ainda é imaturo interfere no desenvolvimento
normal da criança.
Os autores DIEHL (2008) e BOBATH (1978) mencionam em seus estudos as
subdivisões da Paralisia Cerebral em, espática, atetóica e atáxica. Espática: quando há
uma desordem no movimento voluntario, o que faz com que todo o corpo participe de
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um movimento que, normalmente, envolveria apenas uma parte do corpo. Pode-se
agravar-se conforme o estado emocional. Atetóica: reflexo que causa um movimento
involuntário do corpo até mesmo quando em repouso. Atáxica: distúrbio motor que
causa problemas na postura e na coordenação motora, causando dificuldades no
equilíbrio e na percepção tátil. Raramente ocorre em estado puro.
TABAQUIM(1996) menciona que os membros atingidos pelo
comprometimento motor. Paraplegia: comprometimento dos membros inferiores;
Triplegia: comprometimento de três membros; Quadriplegia: comprometimento de
quatro membros; Hemiplegia: afetados dois membros do mesmo lado; Monoplegia:
um membro comprometido; Hemiplegia Dupla: afetados dois membros do mesmo
lado e mais um membro superior.
Para GERALIS (1998 Cap.1, p.22), existem outras condições associadas à
paralisia cerebral Além dos prejuízos nos movimentos, às crianças com paralisia
cerebral frequentemente tem outras condições que podem impedir o seu
desenvolvimento e aprendizagem. Isso se deve ao fato de que a mesma lesão cerebral
que causa os problemas de tônus muscular ou os movimentos involuntários também
pode causar ou contribuir para problemas em outras áreas. Por exemplo, um dano
cerebral pode causar deficiência intelectual, convulsões, problemas de audição.
Exatamente como os problemas de movimento fazem muitas dessas condições tornar
mais difíceis à aprendizagem intelectual, a fala e a linguagem, além de outras
habilidades.
A criança com paralisia cerebral, segundo SOUZA (2000), sente muita
dificuldade de organizar suas ações de processamento de habilidade motora, e alem
disso sofrem com fatores musculoesqueléticos como, muita fraqueza muscular, muita
instabilidade nos tônus muscular, diminuição de movimento. Desta forma, o
aprendizado dessa criança no que se refere às habilidades motoras se torna muito
difícil.
Mas com todas as limitações, como coloca EKMAN (2000), se a criança com
paralisia tiver um incentivo adequado o sistema nervoso pode se reorganizar, por que o
sistema nervoso tem um autograu de adaptação. Com toda forma de estimulação
podem acabar estimulando ou ativando as habilidades motoras que são chamadas de
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plasticidades. O trabalho em conjunto da equipe multidisciplinar, através da
fisioterapia, terapia ocupacional, estimulação visual, Educação Física entre outros,
proporcionam que a lesão no sistema nervoso central seja amenizada e até mesmo seja
possível fazer o aprendizado e a retenção de informações aprendidas.
Para LEITE (2004),
È muito importante incentivar e estimular a criança com Paralisia
Cerebral, para que suas habilidades motoras se realizem de forma
natural em todas as situações, seja familiar, terapêutico, escolar ou
social, por que quanto mais cedo essa criança for estimulada melhor
será a sua qualidade de vida.
Para COOK (2003), o controle motor tem a capacidade de controlar ou
estabilizar os mecanismos de movimento. O movimento é executado através da
interação do paralisado cerebral com a tarefa e ambiente e o da ação entre os processos
múltiplos, associados com a percepção, cognição e a ação. A forma de movimento que
esta sendo executada de origem natural determina o tipo e a forma que é influenciada
pelas características do ambiente. A área do controle motor é estudo da natureza do
movimento e como ele é executado. Os distúrbios motores causados nos Paralisados
Cerebrais podem vir acompanhados por disfunções sensoriais, perceptuais, cognitivos,
de comunicação, comportamento, epilepsia e por problemas musculoesqueléticos.
Para os autores PIRPIRIS(2004) e WINNICK(2004), o desenvolvimento
Motor do Paralisado Cerebral se limita a padrões de movimento funcionais que são de
fundamental importância para o Desenvolvimento Motor normal. Seguidamente o
Paralisado Cerebral têm afetado ou diminuído a coordenação, o controle dos
movimentos voluntários e no controle do corpo que afetam ou alteram o
Desenvolvimento Motor. Consequentemente aparecem mais tarde, ou não aprecem
alguns padrões motores maduros. Mas sabe-se que esses indivíduos, apresentam
atrasos motores devido à lesão cerebral, mas atualmente há muitas preocupações em
fazer com que, os mesmos, pratiquem vários esportes para melhorar o
Desenvolvimento Motor.
Para GORGATTI (2008), as crianças com Paralisia Cerebral fazem vários tipos
de terapias, para desenvolver e melhorar as suas habilidades motoras, muitas crianças
participam dessas terapias na escola, e outros em clinicas especializadas devido à
estarem acostumadas com os terapeutas.
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Para a ABPC - Associação Brasileira de Paralisia Cerebral(2001), o Profissional
de Educação Física têm uma grande importância dentro dos profissionais
multidisciplinares, contribuindo com uma grande parcela na melhoria do
Desenvolvimento Motor da criança com Paralisia Cerebral, devido ao trabalho através
de jogos pré-desportivos e lúdicos, ajudando a estimular a descontração global, o
relaxamento dos membros superiores e inferiores, diminuição da hipertonicidade,
relaxamento do corpo e até mesmo à exploração do próprio corpo, entre outras
atividades. A ABPC ainda reforça que a escola deve fazer com que a pessoas com
Paralisia cerebral através da metodologia teórico-ideologico obtenha a sua superação
pessoal imposta por suas limitações.
Para CAMPEAO(2003), a Bocha Paraolímpica foi criada e adaptada para
pessoas com Paralisia Cerebral severa e com comprometimento motor severo nas
quatro extremidades e cadeirantes. Outras pessoas com deficiências e com patologias
podem jogar Bocha, como a distrofia muscular, AVCs, disfunção motora severa, entre
outras.
Segundo OLIVEIRA & CAMPEAO (2006, p.9), a Bocha Paraolímpica é uma
atividade que pode ser jogada por pessoas com autograu de comprometimento motor e
sua pratica pode desenvolver vários benefícios na habilidade motora. No jogo podem
ser usados os pés e mãos e o uso de dispositivos auxiliares para impelir as bolas
fazendo com que mesmo os atletas e alunos com comprometimento nos membros se
exercitem com a pratica da modalidade.
Para RIBEIRO(2009), os benefícios da pratica da Bocha Paraolímpica são
muitos, possibilitando ao aluno ou atleta melhoria na parte psicológica e física. A
pratica da modalidade causa melhoria nas habilidades motoras e possibilita ao
praticante se descobrir, se desenvolver socialmente e aumentar suas capacidades.
Segundo SILVA (1992), mesmo que a Bocha Paraolímpica seja praticada pouco
tempo, os benefícios físicos para o aluno e atletas são de três ordens: Fisiológicos
(controle do movimento voluntario, melhora nas capacidades físicas e articulares),
Psicológico (autoconfiança e comunicação) e social (Desenvolvimento da autonomia e
socialização).
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RODRIGUES (1989) acredita que à prática da modalidade Bocha pode ter uma
lista grande de contribuições para a educação, reabilitação e para o desenvolvimento
das capacidades que o indivíduo possuiu. E ajuda na socialização para o Paralisado
Cerebral, que por causa do excesso de cuidados dos familiares impõem várias
restrições e até mesmo rejeitando a pratica da modalidade Bocha. O jogo da Bocha
seja individual ou equipe traz ao aluno ou atleta a oportunidade de se impor como
indivíduo mostrando sua capacidade cognitiva. No ensino da Bocha deve ser
respeitada a faixa etária do aluno/atleta para que traga contribuições nas aptidões
psicomotoras, como a imagem corporal, organização de tempo e do espaço,
coordenação perceptiva – motora.
O jogo de Bocha Paraolímpico é um esporte competitivo que pode ser jogado
individualmente, em duplas ou em equipes. A partida é realizada com um conjunto de
bolas de Bocha que consiste em seis bolas azuis, seis bola vermelhas e uma bola
branca, em uma quadra especialmente marcada de superfície plana e lisa, sendo que
sua finalidade principal é a mesma da Bocha convencional, ou seja, encostar o maior
numero de bolas na bola alvo. CAMPEÃO(2003).
De acordo com REIS, (2002) o jogo é realizado em quadra e se divide em
quatro parciais, cujo tempo varia de cinco a oito minutos. Caso aconteça um empate, a
partida vai para o tié break. As bolas, de cores diferentes para cada jogador ou equipe,
têm de ser lançado o mais perto possível da bola branca. Quem conseguir atingir esse
objetivo ganha mais pontos. Os atletas são classificados conforme suas deficiências
nas classes BC1, BC2, Bc3 e BC4. [...] existem diferentes formas de se jogar a bocha.
Alguns atletas usam os pés, outros as mãos. Há ainda a possibilidade de utilização de
calha. Neste caso o atleta é auxiliado por um “calheiro”, que não pode observar o jogo
nem conversar com o jogador.
Para classificar os alunos e atletas com deficiência dentro das classes de BC1
a BC4 são verificados os níveis de comprometimento motor. Na categoria BC1 os
alunos ou atletas lançam as bolas com o pé ou mãos e sentados na cadeira de rodas e
possuem um staff para servi-los. Na categoria BC2 são atletas cadeirantes e com
comprometimento motor nas quatro extremidades, com pouco controle do tronco. Os
Alunos ou atletas da categoria BC3 os alunos e atletas tem bastante comprometimento
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motor, não tendo controle algum nos movimentos, sendo difícil de lançar as bolas. Os
mesmos utilizam um dispositivo chamado de calha e são auxiliados por um staff
chamado de “Calheiro” que os ajudam a lançar as bolas na quadra. Na categoria BC4
tem comprometimento motor severo, onde não tem quase nem um movimento de
tronco, causada por patologias degenerativas. (KAKITANI, 2010).
Sendo assim, a Bocha pode ser facilmente adaptada na escola e jogada por
alunos com e sem deficiência como inclusão. É um jogo fácil de ser adaptado na
escola com muitas variações, trabalhando a noção espacial dos alunos, lateralidade, os
membros superiores e inferiores, noção corporal e pode ser explorada a articulação em
várias outras disciplinas além da educação Física e englobando as progressões
pedagógicas. A Bocha é incrivelmente adaptada a escola porque não requer muito
investimento e os equipamentos e materiais encontrados na escola são os mesmo
utilizados nas de Educação Física escolar RIBEIRO (2011). Para o Ministério da
Educação (1998) a Bocha é um desporto que faz com que o aluno coopere com os
companheiros, na organização dos jogos, na aquisição de valores pessoais e sociais,
adquirido noções de respeito às regras e acima de tudo a cordialidade e respeito para
com seus colegas e adversários mesmo nas mais variadas situações de jogo.
Diante disso, elaborou-se a seguinte problemática: será que há os benefícios da
pratica da bocha paraolímpica em pessoas com paralisia cerebral no seu controle
motor? Para desenvolver essa problemática foi elaborado o seguinte objetivo geral:
verificar os benefícios no controle motor em paralisado cerebral por meio da pratica
sistemática da bocha paraolímpica na escola. Sendo que nos objetivos específicos
buscamos identificar as dificuldades que o paralisado cerebral apresenta no seu
controle motor, bem como, levantar através de um instrumento com os pais,
professores e técnicos, os benefícios da pratica da bocha paraolímpica no seu controle
motor, realizando desta forma a analise das mudanças que ocorrem através da bocha
paraolímpica na vida do paralisado cerebral.
Assim, esse estudo justifica-se do ponto de vista acadêmico por acreditar que há
melhoria no controle motor do paralisado cerebral através da modalidade bocha
paraolímpica na escola, do ponto de vista da Educação Física como sendo uma
atividade que desenvolve o controle motor do aluno, seguindo o ponto de vista da
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sociedade através da bocha paraolímpica, há ganhos e independência para as pessoas
com paralisia cerebral.
METODOLOGIA
Amostra
A pesquisa de campo realizada foi de origem qualitativa e quantitativa através
de questionários que foram distribuídos aos pais, professores de Educação Física e na
escola especiais de Curitiba-Pr e o técnico seleção Brasileira de Bocha Paraolímpica.
Foi entregue a cada professor um questionário semiaberto contendo doze questões.
Instrumentos e Procedimentos
Foi utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário composto
de 10 perguntas, sendo duas questões abertas e 8 questões fechadas com mais de uma
alternativa. O procedimento seguiu os seguintes critérios; entrevista sobre o projeto
com a coordenadora e professores de Educação Física. Foi realizada uma reunião com
a diretora da instituição de ensino, para averiguar a possibilidade da aplicação do
instrumento de pesquisa para os pais dos alunos, que continham 10 à 14 anos de idade,
da instituição de ensino. Após o aval da equipe da coordenaria da Escola, fizeram a
seleção dos alunos que praticavam Bocha na escola e tinham maior compreensão,
foram aplicados os questionários para os pais. Foi aplicado um segundo questionário
composto de doze questões. Sendo onze questões abertas e uma questão fechada de
múltipla escolha, para os professores da instituição de ensino. E foi aplicado o terceiro
questionário para o técnico da Seleção Brasileira de Bocha Paraolímpico e técnico da
seleção de Curitiba. O questionário foi composto de quinze questões, sendo duas
questões fechadas de múltipla escolha e treze questões abertas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados serão discutidos e analisados nas tabelas abaixo:
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Gráfico 1: Para análise utilizamos a comparação de quantos pais responderam cada
uma das alternativas referente ao total de respostas. Esta pergunta permite que cada pai
aponte mais de uma condição. Relativamente ao enunciado “seu filho apresente quais
dessas condições associadas à Paralisia Cerebral”, o maior 60% Dificuldade de
Controle Corporal; 45% Dificuldade de Comunicação; 35% Atraso Cognitivo; 25%
Contrações Involuntárias; 30% Outros; 20% Deficiência visual; 20% Crises
Convulsivas; 10% de Mudanças de Comportamento; Estes resultados confirmam que
os autores dizem “ alem dos prejuízos nos movimentos à lesão cerebral podem
impedir o seu desenvolvimento e aprendizagem e também pode causar problemas em
outras áreas como cognitivo, convulsões, problemas de aprendizagem e problemas de
visão, fala e em outras habilidades”. GERALIS (1998, p.22. cap.1).
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Gráfico 2: Traz informações sobre as atividades que o filho consegue executar sozinho
analisando o que a criança consegue executar sozinha. As atividades são: a) Escova os
dentes sozinho com 45% das respostas; b) Ele se alimenta sozinho com 80% das
respostas; c) Utiliza o banheiro sozinho com 25% das respostas; d) Ele toma banho
sozinho com 25% das respostas; e) Ele se locomove sozinho pela casa com 50% das
respostas; f) Ele penteia o cabelo sozinho com 25% das respostas. Para melhor análise
do gráfico somamos todas as respostas e identificamos que em 42% das atividades o
filho não necessita de algum auxílio para execução da atividade. Segundo MARTINS
(2008) “as desordens do movimento, a mobilidade restrita, características da Paralisia
Cerebral, limitam, incontornavelmente, as experiências motoras da criança”. Segundo
SOUZA (2000), “a criança com Paralisia Cerebral sente muita dificuldade de
organizar suas ações de processamento de habilidade motora, e alem disso sofrem com
fatores musculoesqueléticos, muita fraqueza muscular, muita instabilidade nos tônus
muscular, diminuição de movimento”. Completando a APPC (Associação Portuguesa
de Paralisia Cerebral) “Algumas crianças tem perturbações ligeiras, quase
imperceptíveis, que as tornam desajeitadas a andar, falar ou a usar as mãos. Outras são
gravemente afetadas com incapacidade motora grave, impossibilidade de andar, e
falar, sendo dependentes nas atividades da vida diária”.
9
16
5 5
10
5
11
4
15 15
9
15
1
45%
80%
25% 25%
50%
25%
55%
20%
75% 75%
45%
75%
5%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Escova os dentes sozinho
Ele se alimenta sozinho
Utiliza o banheiro sozinho
Ele toma banho sozinho
Ele se locomove sozinho pela casa
Ele penteia o cabelo sozinho
Gráfico 2 Nas atividades diárias de seu filho ele
sim não Sem resposta
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Gráfico 3: A análise dos dados deste gráfico ficou comprometida devido a 45% não
responderem. Os pais que responderam poderiam optar por mais de uma resposta.
Tendo em vista esta informação identificamos que os filhos utilizam de talher
adaptado e comunicação alternativa nas atividades do dia a dia. O motivo da analise
ser negativa GERALIS (1998, p.79) “ muitos pais acham muito difícil a sua primeira
aquisição de um equipamento “adaptativo” ou “especial”. É uma declaração publica de
que seu filho tem deficiência que requer equipamentos especializados”. O autor
completa ainda “os equipamentos especiais frequentemente pode auxiliar a criança a
participar na vida, de alguma maneira que antes não era possível, pode avançar para
um nível mais alto de aprendizagem cognitiva ou social”.
Gráfico 4: Relativamente com o enunciado “você acompanha seu filho nas
competições”, 60% dos entrevistados relataram que acompanham seus filhos nas
competições e 40% dos pais relataram que não acompanham seus filhos nas
1 2
4 2
1
4 2
3
9
5% 10%
20%
10% 5%
20%
10% 15%
45%
0 2 4 6 8
10 12
Gráfico 3 Seu filho utiliza de algum tipo de dispositivo para atividades diarias como:
12
8
60%
40%
-4
1
6
11
16
SIM NÃO
Gráfico 4 Voce acompanha seu filho nas competições da Bocha Paralímpica na
Escola?
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competições. Para FERREIRA (2007, p. 23), “ O envolvimento da família na
realização dos cuidados à saúde e lazer de seus membros é de fundamental
importância, porque envolve o estímulo ao desenvolvimento da autonomia,
possibilitando e oferecendo opções de lazer”. Segundo COSTA, LABROCINI,
MATTOS, OLIVEIRA & GABBAI (2002, p.24-30) “a família, bem informada,
motiva o individuo com deficiência e lhe da segurança. A família participante dos
jogos de bocha aprende com esses indivíduos, a superar a cada momento, a cada
jogada, acreditando que eles devem ser tratados como qualquer outra pessoa”.
Gráfico5: Quando questionados os pais, se evidenciou mudanças em seus filhos com
a pratica da Bocha Paraolímpica na escola 70% dos entrevistados relataram que
perceberam mudanças nos seus filhos e 20% responderam que não notaram mudanças
significativas em seus filhos e 10% não responderam. Estes valores dizem-nos que a
maioria dos pais notou grande mudança em seus filhos. Para SILVA (1992) “qualquer
que seja o nível de pratica, os efeitos da atividade física são de três ordens. Os efeitos
Fisiológicos (exploração dos limites articulares, controle do movimento voluntario),
Psicológicos (aumento da autoconfiança, redução da ansiedade e melhoria da
comunicação) e Sociais (contribuições para o desenvolvimento da autonomia e da
interação social)”.
14
4 2
70,0%
20,0% 10,0%
-2
3
8
13
18
Sim Não Sem resposta
Gráfico 5 Você evidenciou alguma mudança no dia à dia em casa depois que seu filho começou a
pratica da Bocha Paraolímpica na Escola?
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Gráfico 6: análise utilizou a comparação de quantos pais responderam cada uma das
alternativas referente ao total de respostas. Questionados “ os benefícios que da Bocha
Paraolímpica praticada na Escola trouxe para seu filho” 75% dos pais responderam
que seus filhos melhoram nos relacionamentos sociais; 65% na compreensão de regras
simples; 60% na socialização; 60% coordenação motora. Para GERALIS (1998, p
128) “as habilidades sociais capacitam as crianças com paralisia cerebral a estabelecer
relacionamentos com os outros. A medida que essas habilidades sociais de uma
criança pequena se desenvolvem, ele aprende a formar certas e erradas de se
comportam mas, experimenta, com essas regras, aprender mais sobre o mundo”. Para
LERMONTOV, (2004), DOTTI (2005) “ afirmam que a pratica da Bocha adaptada na
escola, através das atividades propostas pelos profissionais de Educação Física,
permite melhorar a lateralidade, a associação de ideias, a noção de figuras de fundo,
raciocínio lógico, a organização do pensamento e compreensão das regras de jogo.
Segundo LEITÂO (1983) a prática da Bocha adaptada permite que os alunos
aumentem seu nível de autossuficiência em tarefas que requerem a coordenação dos
membros. O autor refere-se também uma melhor adequação da velocidade dos
movimentos, agilidade e força”. Os autores apontam a prática esportiva auxilia no
8 7
12
10
5
7
12
9
13
6
11
15
1
40% 35%
60%
50%
25% 35%
60%
45%
65%
30%
55%
75%
5%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Gráfico 6 Quais os benefícios que a pratica da Bocha Paraolímpica trouxe ao seu filho?
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desenvolvimento motor e intelectual da criança. Conforme verificamos nas respostas
dos pais após o início das atividades da bocha adaptada as crianças adquiriram mais
força, coordenação e equilíbrio. A socialização é outro fator de destaque na pesquisa.
Este tema também é citado por um dos autores e ele aponta que com o
desenvolvimento da socialização a criança amplia o conhecimento do certo e errado e
o entendimento de regras.
Gráfico 7: Nos questionários aplicados a maioria das crianças está classificada entre as
categorias BC2 e BC3. Para comparação dos resultados não foi localizado nenhuma
publicação que se apresenta a quantidade de atletas da bocha adaptada inscrita em cada
categoria. Segundo FERREIRA (2007, P. 34) as pessoas, familiares e cuidadores de
criança com paralisia cerebral, necessitam ser capazes de identificação para que seja
provido o apoio em diferentes situações. Isso segundo ele pode ser um fator
relacionado ao desenvolvimento da criança.
Gráfico 7a: Este gráfico aponta o entendimento das categorias da bocha adaptada
pelos pais e demonstra que em 55% o pai sabe o significado da classificação. Isto
3
9
6
1
15%
45%
30%
5%
-3
2
7
12
BC1 BC2 BC3 BC4
Gráfico 7 Em qual dessas categorias da Bocha Paraolímpica seu filho joga na Escola?
11
7
2
55%
35%
10%
-1
4
9
14
Sim Não Sem resposta
Gráfico 7 a) Você sabe o que significa esta classificação?
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aponta que o pai tem um interesse sobre as atividades do filho(a). Conforme apontado
por FERREIRA (2007, p.34) na análise do Gráfico 9 o entendimento das necessidades
da criança com paralisia cerebral é um diferencial para seu desenvolvimento. Outro
ponto identificado é que segundo COSTA (2002) ”quando a família está bem
informada e participa das atividades ela fornece maior motivação e segurança ao
atleta”.
Gráfico 10: A pergunta 10 efetuou um fechamento do resultado apresentado na
pesquisa efetuada. Do total de pais questionados 85% deles entendem que os
benefícios com prática Bocha na escola irá auxiliar o desenvolvimento dos filhos
durante a vida futura. Esta informação está diretamente relacionada ao resultado
apresentado no gráfico 6 onde são apresentados todos os benefícios que bocha
adaptada trouxe a criança. Para este resultado podemos atribuir às mesmas citações de
LERMONTOV(2004), DOTTI (2005) e LEITÂO (2007) já mencionadas na análise do
gráfico 6.
No relato dos professores entrevistados, que possuem mais de 3 anos de
experiência com bocha paraolímpica, apontaram que os alunos aceitam muito bem o
esporte no primeiro contato e apontaram como principal dificuldade o controle motor
do aluno e o espaço físico para atuação com alunos de BC3 devido a utilização de
calhas. Para seleção dos alunos que participam de competições da modalidade os
professores consideram o melhor desempenho nas alunas de educação física, maior
desenvolvimento e evolução na modalidade. Alunos com menor desenvolvimento
também são incentivados a participar para maior divulgação do esporte. Um ponto
17
3
85%
15%
0
5
10
15
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Sim Não
Gráfico 8 Para a vida futura de seu filho, você acredita que a Bocha Paraolímpica possa auxiliar seu
filho a tornar-se mais independente?
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importante para participação de competições é uma avaliação aplicada antes dos
alunos iniciarem a modalidade de bocha. Essa avaliação orienta para a classe funcional
e entendimento de regras simples da bocha para participação nas competições. No
início do aprendizado, os professores utilizam metodologia que engloba uma parte
teórica, com o histórico e exploração da modalidade, e outra prática com exercícios
práticos de familiarização e treinamento específico. Nas aulas práticas são aplicados
alongamentos ou alguma atividade com foco em aumentar a amplitude de movimento
do aluno. Com o estimulo a prática da modalidade todos os professores informaram
que notaram melhoras no controle motor dos alunos. Além desta melhora também
apontaram melhoras no equilíbrio, coordenação, postura, mudanças positivas no
comportamento, aumento de autoestima, aumento de confiança, melhoria na
comunicação e aumento da independência. Como melhor resultado atingido com o
ensino da modalidade os professores apontaram, além de alterações de algumas regras
as evoluções apresentadas pelos alunos conforme citado anteriormente. Todos os
professores estão de acordo que a aplicação da modalidade apresenta uma
possibilidade de aumento de independência para vida futura dos alunos.
O técnico de bocha paraolímpica, possui 13 anos de experiência na modalidade,
tem alunos nas 5 categorias da bocha, sendo que o maior número nas categorias BC2 e
BC3 com 6 alunos em cada uma delas. Ele iniciou sua atividade com 4 anos após o
surgimento da modalidade em Curitiba, quando o professor Paulo Bravo apresentou a
modalidade em 1998. Como metodologia de ensino o técnico utiliza a Tecnicista. Para
seleção dos atletas ele acompanha o desempenho em quadra e o comportamento
apresentado dentro e fora da quadra, além de efetuar uma classificação funcional e
avaliação técnica dos fundamentos do jogo. Os resultados que conquistou com este
grupo até o momento são: bicampeão Paraolímpico (2008 e 2012), Recordista de
medalhas de ouro (3 medalhas) em um dos jogos além de ter obtido 6 medalhas de
ouro no para pan-americano de Toronto. Como maior dificuldade dos atletas ele
aponta o controle de velocidade dos membros superiores. Realiza antes da prática da
modalidade alongamentos e atividades de aquecimento. Ele também relata que estas
atividades e a prática da modalidade, melhoram a amplitude de movimento dos atletas,
socialização, comunicação, aumenta de independência, melhora no comportamento
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além de aumento de foco. Na vida futura, o técnico acredita que os atletas terão
benefícios devido ao posicionamento adotado e pensamento estratégico utilizado.
Relata que como expectativa para o futuro ele gostaria que houvesse mais pesquisas
cientificas sobre o tema.
CONCLUSÃO
O estudo comprovou que os benefícios da pratica da Bocha Paraolímpica são
muitos, possibilitando ao aluno ou atleta melhoria na parte psicológica e física. A
prática da modalidade causa melhoria nas habilidades motoras e possibilita ao
praticante se descobrir, se desenvolver socialmente e aumentar suas capacidades.
Já no início das atividades do bocha paraolímpico, os pesquisados relatam que os
alunos com paralisia cerebral melhoraram o controle corporal, o entendimento das
regras e sua socialização e, é uma modalidade que auxilia significativamente no
desenvolvimento físico, psicológica e social da criança e do adolescente.
Assim como colocou o técnico da modalidade que contribuiu para esta pesquisa,
pela relevância do tema e de sua contribuição para o paralisado cerebral,
nossa expectativa para o futuro e que houvesse mais pesquisas cientificas a respeito.
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