A BOTÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: concepções dos alunos ... · públicas estaduais em João...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
TATIANI SANTANA DA SILVA
A BOTÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: concepções dos alunos de quatro
escolas públicas estaduais em João Pessoa sobre o Ensino de Botânica
João Pessoa - PB
2015
TATIANI SANTANA DA SILVA
A BOTÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: concepções dos alunos de quatro
escolas públicas estaduais em João Pessoa sobre o Ensino de Botânica
Trabalho de conclusão de curso apresentado,
como exigência parcial para obtenção do grau
de Licenciado em Ciências Biológicas, na
Universidade Federal da Paraíba, sob
orientação do Prof. Dr. Rivete Silva de Lima.
João Pessoa - PB
2015
TATIANI SANTANA DA SILVA
A BOTÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: concepções dos alunos de quatro escolas
públicas estaduais em João Pessoa sobre o Ensino de Botânica
Trabalho de conclusão de curso apresentado, como exigência parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Ciências Biológicas, na Universidade Federal da Paraíba, apreciada pela Banca
Examinadora composta pelos seguintes membros:
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Rivete Silva de Lima – Orientador
Prof. Dr. Jorge Chaves Cordeiro – Examinador
Prof. Dra. Rita Baltazar de Lima - Examinadora
Aprovada em 06 de março de 2015.
Nota
_____________
João Pessoa-PB
2015
Ficha Catalográfica
Catalogação na publicação
Universidade Federal da Paraíba
Biblioteca Setorial do CCEN
S586b Silva, Tatiani Santana da.
A Botânica na educação básica: concepções dos alunos de quatro
Escolas públicas estaduais em João Pessoa sobre o ensino de Botânica /
Tatiani Santana da Silva. - João Pessoa, 2015.
63p. : il.
Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Universidade
Federal da Paraíba.
Orientador: Profº Drº Rivete Silva de Lima.
1. Botânica - Ensino. 2. Educação básica. 3. Escolas públicas -
Botânica. I. Título.
UFPB/BS-CCEN CDU: 581:37 (043.2)
Dedicatória
Aos meus pais, Maria de Fátima e Gonçalo, e a minha irmã,
Patrícia Santana, participantes de todos os momentos de
minha vida. Pelos estímulos e apoios recebidos ao longo de
minha graduação. A todos os meus familiares, que sempre
me apoiaram e mantiveram-se presentes e ao meu
orientador e companheiro de todas as horas, Rivete Lima,
prof. dedicado, ético e homem exemplar.
A todos, minha gratidão!
Agradecimentos
Ao concluir este SONHO, lembro-me de muitas pessoas a quem ressalto
reconhecimento, pois, esta conquista concretiza-se com a contribuição de cada uma delas, seja
direta ou indiretamente. No decorrer dos dias, vocês colocaram uma pitada de amor e esperança
para que neste momento findasse essa etapa tão significante para mim.
Em primeiro lugar agradeço a Deus, que me proporcionou a oportunidade e alegria de
ingressar no meu tão sonhado curso, de Ciências Biológicas, e por me fazer acreditar que
através de minha profissão posso contribuir com um mundo melhor, agradeço por Ele ter me
concedido no decorrer do meu curso tantas bênçãos, apesar de não merecê-las, fico grata por
tudo que tem me proporcionado. O curso de Ciências Biológicas foi um dos melhores presentes
que já ganhei.
A todos da minha família que, de alguma forma, incentivaram-me na constante busca
pelo conhecimento. Em especial, aos meus pais Fátima e Gonçalo por todo o incentivo e
investimento, tempo dedicado a me ajudar durante a minha graduação e por toda minha vida.
Sem eles não teria conseguido chegar onde estou. À minha irmã Patrícia que é grande parte da
minha fonte de forças nesta longa trajetória de vida, permanecendo sempre presente na partilha
de minhas conquistas e frustrações.
Aos meus queridos amigos, Augusto, Tamyres, Rafael, Jessika, Carol, Sabrina, Hilânia,
companheiros de curso, que sempre me apoiaram e me apoiam, com eles os dias difíceis
tornaram-se mais suportáveis. Agradeço especialmente aos meus amigos e irmãos em Cristo,
Renato, Maísa, Léo, Douglinhas, Natália e Carla que suportaram meus constantes sumiços, mas
sempre compreenderam e apoiaram minhas escolhas. Construí várias amizades e parcerias, fico
muito feliz e grata pelo afeto, companheirismo e amor de todos.
Aos meus amigos e companheiros do LAVEG, Juliana, Larissa Barreto e Wendell com
eles passei e tenho passado a minha vida acadêmica, fico grata pelos conhecimentos adquiridos.
Aos amigos da época do PIBID, com os quais dividi a batalha para ser professora da Educação
Básica. Agradeço muito a coorientação da Dra. Fátima Camarotti, aprendi muito o que fazer, e
o que não, nas minhas cansativas e milhares versões de trabalhos corrigidos, muito obrigada
pela paciência.
Aos professores do Departamento de Sistemática e Ecologia, Amélia Iaeca, Eliete Lima,
Rita Lima e Rivete Lima e do Departamento de Metodologia da Educação, Fátima Camarotti,
Jorge Cordeiro e Chico Pegado sempre estavam presentes e dispostos a me ajudar. Agradeço a
disponibilidade e o carinho que recebi.
É com muito orgulho que agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Rivete Silva de Lima,
homem exemplar, ético e de um caráter invejável, é um referencial de professor e homem, com
ele aprendi muito mais que tarefas acadêmicas, aprendi lições de vida!
E por fim, agradeço aos membros da Banca examinadora, Prof. Dr. Jorge Chaves
Cordeiro e Prof.ª Dr.ª Rita Baltazar de Lima, pelas imensas contribuições ao meu trabalho.
Meus sinceros agradecimentos!
Tatiani Silva
Epígrafe
“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem
metas, os sonhos não têm alicerces. Sem
prioridade, os sonhos não se tornam reais. Sonhe,
trace metas, estabeleça prioridade e corra riscos
para executar seus sonhos. Melhor é errar por
tentar do que errar por se omitir! Não tenhas
medo dos tropeços da jornada. Não podemos
esquecer que nós, ainda que incompleto, fomos o
maior aventureiro da história.”
Augusto Cury
Índice de Figuras
Figura 1: resumos publicados sobre o Ensino de Botânica nos Congressos Nacionais de
Botânica da SBB de 1982 até 2014. ......................................................................................... 21
Figura 2: concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental quanto ao fato das plantas
serem seres vivos. ..................................................................................................................... 35
Figura 3: concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental com relação à importância
das Plantas. ............................................................................................................................... 36
Figura 4: fontes de informações sobre as plantas citadas pelos alunos do 7° ano do Ensino
Fundamental. ............................................................................................................................ 39
Figura 5: concepções dos alunos da 3° Série do Ensino Médio sobre o gosto pela disciplina de
Biologia .................................................................................................................................... 40
Figura 6: concepções dos alunos da 3° Série do Ensino Médio sobre o que eles mais lembram
quando ouvem falar em Biologia.............................................................................................. 41
Figura 7: conteúdos da Biologia com os quais os alunos da 3° Série do Ensino Médio
apresentam maior afinidade. ..................................................................................................... 41
Figura 8: conteúdos da Biologia que os alunos da 3° Série do Ensino Médio apresentam maior
dificuldade de assimilação ........................................................................................................ 42
Figura 9: concepções dos alunos da 3° Série do Ensino Médio sobre o gosto pela Botânica. 43
Figura 10: como as aulas de Botânica ficariam mais interessantes na concepção dos alunos da
3° série do Ensino Médio. ........................................................................................................ 45
Figura 11: concepção dos alunos da 3° série do Ensino Médio sobre a importância da Botânica
em sua vida. .............................................................................................................................. 46
Figura 12: concepção dos alunos da 3° série do Ensino Médio quanto ao fato dos conteúdos de
Botânica apresentados nos livros didáticos serem suficientes para uma boa aprendizagem da
Botânica. ................................................................................................................................... 47
Figura 13: concepção dos alunos da 3° série do Ensino Médio sobre a utilização de
metodologias diferenciadas pelos professores nas aulas de Botânica. ..................................... 47
Índice de Tabelas
Tabela 1:Escolas da Rede Pública Estadual do Município de João Pessoa - PB, que
disponibilizam a modalidade de Ensino Fundamental e Médio nas quais a pesquisa foi realizada.
.................................................................................................................................................. 29
Tabela 2: Relação das escolas da Rede Pública Estadual participantes da pesquisa, número de
turmas, alunos e professores do 3º ano do Ensino Médio por escola. ...................................... 30
Tabela 3: Perfil dos estudantes das quatro escolas participantes da pesquisa. ........................ 30
Tabela 4: Conceito de ser vivo apresentado pelos alunos 7º ano de Ensino Fundamental........
.................................................................................................................................................. 34
Tabela 5: Concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental sobre o conceito de planta.
.................................................................................................................................................. 34
Tabela 6: Concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental diante o porquê da
importância das Plantas.. .......................................................................................................... 37
Tabela 7: Concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental sobre a forma de
alimentação das plantas. ........................................................................................................... 37
Tabela 8: Concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental sobre as plantas mais
conhecidas por eles.. ................................................................................................................. 38
Tabela 9: Fatores que interferem negativamente no Ensino de Botânica na concepção dos
alunos da 3° série do Ensino Médio.. ....................................................................................... 44
Sumário
Ficha Catalográfica ..................................................................................................................... 4
Agradecimentos .......................................................................................................................... 6
Índice de Tabelas ...................................................................................................................... 10
Resumo ..................................................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 18
2.1 Geral ............................................................................................................................... 18
2.2. Específicos ..................................................................................................................... 18
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 19
3.1 A Botânica e o Ensino de Botânica ................................................................................. 19
3.2 A Botânica no Ensino Fundamental e Médio ................................................................. 23
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 26
4.1 Pressupostos Teóricos Metodológicos ............................................................................ 26
4.2 Local de Estudo .............................................................................................................. 29
4.3 Público Alvo ................................................................................................................... 30
4.4 Coleta dos Dados ............................................................................................................ 31
4.5 Análise e Interpretação dos dados .................................................................................. 32
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 33
5.1 Concepções dos alunos do Ensino Fundamental II sobre as Plantas .............................. 33
5.2 Concepções dos alunos do Ensino Médio sobre a Botânica ........................................... 39
5.2.1 Concepções dos alunos sobre a Biologia e o ensino de Biologia ............................ 40
5.2.2 Concepções dos estudantes sobre a Botânica e o ensino de Botânica ..................... 43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 49
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 51
APÊNDICES ............................................................................................................................ 56
Apêndice 1 – modelo do questionário destinado aos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental.
.............................................................................................................................................. 57
Apêndice 2 – modelo do questionário destinado aos alunos da 3° série do ensino Médio. . 59
Apêndice 3 – Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido apresentado aos
participantes da pesquisa ...................................................................................................... 63
Resumo
Desde os primórdios da humanidade, o reino vegetal está em constante interação com o homem,
seja na alimentação, na confecção de utensílios ou nos fármacos. Logo, a Botânica poderia ser
considerada a ciência mais compreendida e aceita no meio escolar. Porém, o Ensino de
Botânica, assim como as demais áreas da biologia, segue o modelo tradicionalista de educação,
no qual o aluno é um mero ouvinte e não participa da construção do conhecimento. Partindo
desse pressuposto, o presente estudo teve como objetivo principal compreender o estudo da
Botânica através das concepções dos alunos do Ensino Fundamental II e Médio de quatro
escolas públicas estaduais localizadas na cidade de João Pessoa. Para tal, a pesquisa apresentou
uma abordagem Mista, envolvendo as técnicas Qualitativa e Quantitativa, que utilizou como
pressupostos metodológicos os fundamentos da pesquisa Documental / Bibliográfica e
Descritiva. A pesquisa foi realizada em quatro escolas, que participaram ou participam do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, subprojeto de Biologia e
do Programa de Licenciaturas – PROLICEN, da Universidade Federal da Paraíba. A população
desta pesquisa foi composta por 128 estudantes do 7° ano do Ensino Fundamental IIe 162 da 3º
série do Ensino Médio. Os resultados foram obtidos através da aplicação de dois questionários
com os alunos das quatro escolas, que posteriormente foram analisados e interpretados. Embora
os alunos tenham revelado certa empatia pelos conteúdos Botânicos, os resultados mostraram
que eles pouco conhecem e entendem os conceitos básicos da Botânica. Tais dificuldades
podem ser reflexo de um processo de ensino que enfatiza a simples memorização de nomes e
conceitos, e que não considera a realidade vivenciada pelos alunos, nem seus conhecimentos
prévios. Tudo isso, aliado à ausência de metodologias alternativas e diferenciadas, influencia
negativamente no processo de ensino aprendizagem.
Palavras-chave: Concepções de alunos. Ensino de Botânica. Educação Básica.
Abstract
Since the dawn of humanity the vegetable kingdom is in constant interaction with man, either
for food and the fabrication of utensils or medicinal products. Therefore, Botany could be
considered the most understood and accepted science at schools. However, teaching Botany, as
well as other areas of biology, follows the traditionalist model of education in which students
are mere listeners who do not participate in the construction of knowledge. Based on this
assumption, this study aims to understand the learning process of Botany in four public schools
in João Pessoa, through middle and high school students' conceptions. For such a purpose, this
research presents a Mixed Approach, involving Qualitative and Quantitative techniques in
which the basis of Documentary / Literature and Descriptive researches are used as
methodological assumptions. The research was realized in four schools which are or were
participating in the Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID
subproject Biology, and in the Programa de Licenciaturas – PROLICEN, at Universidade
Federal da Paraíba. The research participants are the 128 students from the 7th grade of middle
school and other 162 from the 3rd grade of high school. The results were obtained by submitting
two questionnaires to those students, which were then analyzed and interpreted. Although the
students have shown some empathy for the Botany subjects, the results show that they know or
understand a few basic concepts of it. Such difficulties can be a consequence of the teaching
process which emphasizes the simple memorization of concepts and names, not taking into
account the students’ background knowledge and life experiences. Besides all this, the lack of
different and alternative methodologies influences negatively the teaching-learning process.
Keywords: Students’ conceptions. Botany teaching. Basic education.
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1 INTRODUÇÃO
As aulas de Ciências Naturais, até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDBE) de 1961, eram ministradas apenas nas duas últimas séries do antigo curso
ginasial. Com essa lei estendeu-se a obrigatoriedade do ensino dessa disciplina a todas as séries
ginasiais. Porém só a partir de 1971, com a Lei nº 5.692, as aulas Ciências passaram a ter caráter
obrigatório nas oito séries do primeiro grau (BRASIL, 1998).
Quando a LDBE de 1961 foi promulgada, o cenário escolar era dominado pelo ensino
tradicional, mesmo com o processo de esforços de renovação. Aos professores cabia a
transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade, por meio de aulas expositivas, e
aos alunos a reprodução das informações. Transcorridos mais 30 anos, o ensino de Ciências
atualmente ainda é trabalhado em muitas salas de aula sem nem sequer levar em conta o
progresso relativo que essa proposta representou (BRASIL, 1998).
Os objetivos das Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que os
alunos desenvolvam habilidades e competências que lhes permitam ao final do ensino
fundamental:
- compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, como um processo
de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos
de ordem social, econômica, política e cultural; a saúde pessoal, social e ambiental
como bens individuais e coletivos; identificar relações entre conhecimento científico,
produção de tecnologia e condições de vida,
- saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
- saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para coleta,
comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão de fatos e
informações;
- valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a
construção coletiva do conhecimento (BRASIL, 1998, p.33).
Para Bizzo (2007), a educação em Ciências deve proporcionar a todos os estudantes a
oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante do
desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando-os a desenvolverem posturas
críticas, realizar julgamentos e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos, baseados
em conhecimentos compartilhados por uma comunidade escolarizada.
A biologia pode ser definida como a ciência que estuda a vida e os organismos vivos,
sua estrutura, crescimento, funcionamento, reprodução, origem, evolução, distribuição, bem
como suas relações com o ambiente e entre si. Apesar de ser uma disciplina de muitos atrativos,
15
por tratar de modo holístico os seres vivos, e principalmente os seres humanos, muitos
professores reclamam da falta de interesse dos estudantes, que alegam na maioria das vezes que
o conhecimento repassado é algo distante do seu cotidiano. O que pode ser explicado pelas
inúmeras transformações que o ensino de biologia sofreu nos últimos anos. De acordo com
Krasilchik (2011), o ensino de Biologia fazia parte do currículo de história natural e seus
objetivos eram informativos, educativos ou formativos, culturais e práticos. Hoje de acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Biologia está incluída na área das ciências
da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, e seus principais objetivos são trabalhar conceitos
básicos, analisar os processos de investigação cientifica e as implicações sociais das ciências e
suas tecnologias (BRASIL, 2000).
De acordo com as Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio - OCNEM
(BRASIL, 2006), o ensino de Biologia vem sofrendo uma dicotomia que constitui um desafio
para os educadores, uma vez que os conteúdos e suas metodologias estão voltados, quase que
exclusivamente, para a preparação do estudante para os exames vestibulares ou Exames
Nacionais do Ensino Médio – ENEM – em detrimento das finalidades atribuídas pela LDBEN.
Desde os primórdios da Humanidade é sabido que o homem mantém relações diretas ou
indiretas com a Botânica, seja na alimentação, na confecção de utensílios, de fármacos ou até
mesmo de roupas (RAVEN, et al. 2007). A Botânica, do grego "botáne", que significa planta,
vegetal, é a parte da Biologia que estuda, agrupa e classifica os vegetais em categorias, de
acordo com suas características semelhantes. Para Filgueiras (2008), a Botânica é a ciência que
estuda todos os vegetais, desde musgos encontrados em paredes e muros húmidos até um
enorme jatobá encontrado no meio da Floresta Amazônica.
Historicamente, devido à proximidade do homem com o meio ambiente, a Botânica
poderia ser considerada uma ciência de maior compreensão e aceitação em sala de aula, porém
não é isso que percebemos. Tal situação deve-se provavelmente à forma como os conteúdos de
Botânica são transmitidos, sem nenhum vínculo com o cotidiano e a realidade do aluno. De
acordo com Arruda e Laburú (1996) e Minhoto (2003), os conceitos de Botânica são ensinados
de forma desestimulante e desagradável, sem observação ou interação direta com as plantas.
Seguindo, o modelo tradicionalista de educação, descrito por Carraher (1986), no qual, os
estudantes se comportam como meros ouvintes e os conhecimentos que são repassados pelos
professores não são sequer assimilados ou aprendidos, e sim simplesmente memorizados por
um curto período de tempo, o que não caracteriza o aprendizado.
Essa problemática ocorre devido às algumas contradições existentes na estrutura
curricular sugerida pelos PCN e pelas Orientações Curriculares para o Ensino Fundamental e
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Médio, respectivamente de Ciências Naturais e de Biologia:
(...) a aprendizagem sobre a diversidade da vida pode ser significativa aos alunos
mediante oportunidades de contato com uma variedade de espécies que podem
observar, direta ou indiretamente, em ambientes reais, considerando-as como um dos
componentes de sistemas mais amplos.
(...) que devem proporcionar aos alunos conhecimentos sobre as formas e as funções
do corpo relacionados aos hábitos e habitats de seres vivos, contribuindo para formar
um painel amplo e interessante sobre a vida na Terra. As fontes de informação a serem
trabalhadas com os alunos serão as imagens reais de ambientes e os textos descritivos
e narrativos sobre os ambientes e os seres vivos, inclusive trechos de textos históricos
de naturalistas do passado.
(...) podem ser examinados os seres vivos no ambiente de jardim, de praça ou de
parque; de campo cultivado ou abandonado, mencionados acima; de casas,
apartamentos, ruas e rios das cidades; determinados ambientes aquáticos e terrestres;
A caracterização dos estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo, presentes em diferentes
ambientes, representa avanço significativo no reconhecimento dos componentes
vegetais das paisagens, permitindo uma descrição interessante da vegetação e a
identificação (...) de diferentes fases do processo de recomposição do ambiente
natural. A descrição e comparação de plantas significativas de determinados
ambientes estudados também é importante, e oferece um repertório para o
reconhecimento da existência de plantas que não têm semente e de outras que as têm
(BRASIL, 1998, p. 69-70).
Em complemento ao que as Orientações Curriculares para Ensino Fundamental relatam
sobre o ensino de Ciências, no que se refere ao eixo vida e ambiente, a Botânica surge, com o
conteúdo de diversidade vegetal, posteriormente sobre morfologia e fisiologia, além de
anatomia e evolução.
Diferentemente do PCN do ensino fundamental, o PCN do ensino médio, não apresenta
ou aborda um enfoque empírico, nem específico direcionado somente para estudo da Botânica,
que aparece como “figurante” neste “cenário”, bem atrás do “protagonista”, a biodiversidade:
Para o estudo da diversidade de seres vivos, tradicionalmente da Zoologia e da
Botânica, é adequado o enfoque evolutivo-ecológico, ou seja, a história geológica da
vida. Focalizando-se a escala de tempo geológico, centra-se atenção na configuração
das águas e continentes e nas formas de vida que marcam cada período e era geológica.
(BRASIL, 2000, p. 18).
(...) com auxílio da zoologia, da botânica e das ciências ambientais, os alunos poderão
entender como a vida se diversificou a partir de uma origem comum e dimensionar os
problemas relativos à biodiversidade.
(...) O essencial, no entanto, é que os alunos percebam que os desequilíbrios
ambientais, intensificados pela intervenção humana, têm reduzido essa diversidade, o
que está ameaçando a sobrevivência da própria vida no planeta (BRASIL, 2008, p.42;
48).
Nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio não há citação alguma sobre o termo
planta ou organismo vegetal nos temas estruturados, mesmo tendo como documento base o
PCN+, que apresenta as competências relativas ao ensino da Botânica, através do
reconhecimento de princípios básicos e funções vitais das plantas, a partir da ocupação e
adaptação aos diferentes ambientes (BOCKI, et. al. 2011).
Para Santos (2006), a Botânica como disciplina constitucionalizada dentro da Biologia
17
é um dos ramos mais importantes para outras áreas biológicas, uma vez que seus objetivos de
estudos servem para outras áreas, constituindo-se assim numa área interdisciplinar. Porém, na
atualidade, em meio às inúmeras tecnologias, o estudo das plantas tem perdido seu real valor e
se tornado pouco atrativo aos jovens.
Diante desse contexto, Silva et al. (2006) analisando o papel do professor e do aluno,
além do conteúdo de Botânica na graduação, através de trabalhos publicados nos anais dos
Congressos Nacionais de Botânica do período de 1995 a 2002 na seção temática “Ensino de
Botânica” e de planejamentos e programas de disciplinas de Botânica de algumas Universidades
Públicas, revelaram que muitos professores ao se manterem restritos ao território de suas
especializações pensam estar fazendo o melhor, uma vez que, esses professores entendem a
“melhoria do ensino” apenas no sentido da inserção, ou melhoria das metodologias e recursos
didáticos, relegando as condições de ensino indispensáveis à formação do estudante, na
perspectiva de formação para a emancipação, argumentando que é indispensável considerar o
objeto de conhecimento, o conteúdo, na sua relação com a realidade concreta.
Segundo as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, (BRASIL, 2006),
a Botânica é reconhecida como uma das disciplinas da Biologia que deve ser ensinada tanto no
Ensino Fundamental quanto no Médio, contribuindo para que os estudantes desenvolvam
habilidades necessárias para a compreensão do papel do homem na natureza.
O ensino de Botânica atualmente é marcado por uma série de entraves e dificuldades,
não só por parte dos alunos, mas principalmente pelos professores. Kinoshita et al (2006),
também suportam que o ensino tem se caracterizado muito teórico e desestimulante para o
aluno. Pesquisas realizadas por Amaral (2003), Oliveira (2007), Bitencourt (2009), Santos
(2012) e Silva (2013) revelam que o estudo das plantas é considerado muito complexo, e que
os professores apresentam grande dificuldade na abordagem dos assuntos, gerando dificuldade
de assimilação dos conteúdos pelos alunos. Tais dificuldades, encontradas pelos professores, de
acordo com Silva (2013), deve-se na maioria das vezes à formação que estes receberam durante
sua formação acadêmica.
A Ciência torna-se difícil quando os alunos não entendem determinadas afirmações.
Desta forma não há compreensão do conteúdo. A botânica tem sido parte destes conteúdos não
compreendidos pelos alunos, e é desta forma que a botânica encaixa-se no cotidiano dos
estudantes, de modo complexo, e de difícil compreensão (BIZZO, 2007).
Sendo assim, o presente trabalho nasceu da necessidade de se conhecer mais sobre as
concepções desses alunos, tanto do Ensino Fundamental quanto do Médio, sobre o ensino de
Botânica.
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2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Realizar um diagnóstico sobre o Ensino de Botânica a partir das concepções dos alunos
do Ensino Fundamental e Médio em quatro escolas públicas de João Pessoa.
2.2. Específicos
Traçar o perfil dos alunos do ensino fundamental e médio;
Analisar as concepções dos alunos sobre o ensino de Botânica;
Verificar a realidade e as dificuldades existentes no ensino de Botânica de acordo com
as concepções dos alunos do Ensino Fundamental e Médio;
Conhecer quais metodologias os professores utilizam nas aulas de botânica;
19
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 A Botânica e o Ensino de Botânica
A origem do conhecimento Botânico é muito mais antiga do que se pode imaginar, é
anterior ao desenvolvimento da Biologia enquanto Ciência (Gullich, 2003). Desde o Homo
erectus, o ser humano sempre buscou na natureza alimento, matéria-prima para construção de
moradia, instrumentos para caça, além da utilização de plantas para a cura de doenças. Naquele
período, já́ havia a utilização de objetos de conquistas científicas posteriores.
Um galho de árvore ou um fêmur tornam-se tanto armas para defesa quanto
instrumentos para apanhar um fruto em lugares altos. (...) Novos materiais passaram
a ser utilizados para a confecção de objetos: unhas, garras, chifres, dentes, conchas,
fibras vegetais; utilizava-se couro para se fazerem martelos, arcos, agulhas, pentes,
peneiras, trituradores, raspadores. (CHASSOT, 2001, p13).
De acordo com Chassot (2001), com a descoberta do fogo - uma das maiores conquistas
da humanidade - a capacidade de observação e o pensamento científico (biológico), ampliaram
os conhecimentos botânicos. Ainda segundo o mesmo ator, a relação homem-planta se efetivou
no fim do paleolítico, depois do fogo, do cozimento de alimentos, dos utensílios domésticos e
de cerâmica, a fermentação de sucos de extratos vegetais, bem como a alteração de dietas
alimentares.
Segundo Bouckeridge (2008), a importância das plantas para o homem pode ser notada
facilmente no dia a dia. Por exemplo, nas roupas que são produzidas, total ou parcialmente, a
partir do algodão; na alimentação (frutas, verduras e grãos); nos produtos de higiene pessoal
(sabonete, shampoo e cremes); no transporte ao utilizar os diferentes combustíveis, álcool da
cana-de-açúcar, e até o diesel e a gasolina que são produto da fotossíntese de plantas que
existiram há milhões de anos; e até de forma indireta, no consumo das proteínas animais.
No princípio, a relação do homem com os animais e as plantas era alimentícia, ou seja,
da ingestão para sobrevivência; mais tarde foram usados na confecção de utensílios
ou materiais; logo, na forma de registros de informações sinalizando em rochas e,
somente depois, o uso na agricultura. Desde então, o homem já́ estabeleceu critérios
de escolha destes seres para sua utilização, com isso formatando hierarquias, ora
devida à importância alimentar, agrícola e/ou medicinal (GULLICH, 2003, p. 30).
Ainda de acordo com Gullich (2003), apesar do estreitamento da relação homem-planta
e do crescente uso das plantas para os mais variados fins, o progresso da Botânica só se tornou
possível quando a mesma se estabeleceu como parte das Ciências Biológicas.
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A Botânica se estabeleceu como ciência na Grécia Antiga após a separação da Filosofia
e da Religião. Isso porque o conhecimento biológico ainda encontrava-se atrelado ao
conhecimento mítico (TÖLKE, 2014). De acordo com Gullich (2003), a Botânica divide-se em
quatro grandes fases: a Botânica Erudita (Antiguidade), a Clássica (Idade Média), a Moderna
(Idade Moderna e Contemporânea dos séculos XIX e XX) e a Contemporânea (final do século
XX até os dias atuais). Cada fase do conhecimento Botânico apresenta suas peculiaridades,
porém é na Botânica Contemporânea onde ocorre a maior relação do homem com as plantas. É
nesse período que a educação visa a maior interação entre humanidade e o ambiente em busca
de um maior equilíbrio ecossistêmico e diminuição dos problemas ambientais, como
aquecimento global ou destruição das florestas, por exemplo.
Ao longo de sua trajetória, a Botânica vem influenciando diretamente a pesquisa
científica e o ensino, através da proposição de teorias, geração de pensadores e ampliação do
pensamento. Isso proporcionou a difusão de concepções de Ciência, Ensino e Currículo
(GULLICH, 2003).
Segundo Tölke (2014), com a criação do método científico, no século XX, a Biologia
se tornou efetivamente uma ciência autônoma, contribuindo para as diversas áreas da ciência,
inclusive a Botânica.
De acordo com Raven e colaboradores (2007), o Ministério de Ciência e Tecnologia
(MCT) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento e Cientifico e Tecnológico (CNPq) (1987)
a Botânica se firma como uma disciplina científica importante e com muitas subdivisões, com
o programa básico dividido em cinco subáreas, a saber: Botânica Aplicada, Fisiologia Vegetal,
Fitogeografia, Morfologia Vegetal, Paleobotânica e Taxonomia Vegetal.
Apesar dos recentes avanços tecnológicos, o ensino da Botânica tem raízes recentes
dentro da Biologia. Até meados da década de 80 ainda não havia um grupo de estudos e pesquisa
que se dedicasse especialmente ao ensino de Botânica, apesar do pensamento biológico e o
conhecimento botânico que o sustentam estarem presentes na humanidade desde seus
primórdios. Esta área constitui-se como pesquisa, no Brasil, em 1982, com a criação da Sessão
técnica de Ensino dentro da Sociedade Botânica do Brasil – SBB. Nesse ano, foram
apresentados apenas três trabalhos no Congresso Nacional (GULLICH, 2003). Ao analisar os
anais dos Congressos da SBB (Figura 1) observa-se que esta área vem crescendo
consideravelmente e que ocorreu um grande aumento no número de professores e pesquisadores
que têm se preocupado com o ensino da Botânica.
Apesar dessa evolução, o número de trabalhos voltados para o ensino na graduação é
pouco expressivo, considerando que a maior parte do público que frequenta esses congressos é
21
composta, principalmente, por professores universitários (SILVA, et al, 2006). O foco principal
nesses eventos é a pesquisa da flora do Brasil e os anais apresentam mais de 90% dos resultados
dos trabalhos voltados para as áreas de Sistemática, Morfologia, Anatomia e Fisiologia vegetal,
desenvolvidas nas universidades e em alguns centros de pesquisa. No Brasil essa tendência
também ocorre nos programas de pós-graduação em Botânica, nos quais não existe nenhuma
linha de pesquisa com ênfase no Ensino (NOGUEIRA1, 2000 apud SILVA, et al, 2006).
Figura 1: número de resumos publicador sobre Ensino de Botânica nos Congressos Nacionais de Botânica da
SBB de 1982 até 2014. *Dados não encontrados.
Fonte: Adaptado de SILVA, et al, (2006) e Gullich (2003).
Gullich (2003), aponta que os trabalhos voltados para o ensino de Botânica apresentados
nos congressos seguem três vertentes principais, a concepção mecanicista, a interdisciplinar e
a histórico-cultural. Essas três concepções caminham juntas sem que haja uma proposta
pedagógica clara e única que que proporcionem uma base aos processos de ensino e
aprendizagem em Botânica. Segundo Krasilchik (2011) apesar dos avanços, das reformas e
constantes debates, existentes há décadas, e das propostas dos PCNEM serem voltadas à
concepção interdisciplinar o modelo tradicional e mecanicista ainda prevalece no Brasil. Tal
situação pode ser explicada pelo fato de que:
No Brasil, a Botânica tem uma constituição como saber do povo (popular) anterior ao
seu desenvolvimento científico, passando, inicialmente, pela criação de Jardins
Botânicos e Herbários, e depois, ao lado da Química nas Escolas de Agronomia. A
formação botânica restringia-se, inicialmente, às áreas agronômica, farmacêutica e
médica. Somente mais tarde, a Biologia constituiu-se como uma ciência, em que a
botânica se inscreve. Isso permitiu que o seu ensino fosse também impregnado dessas
formas de fazer ciência, uma abordagem mecanicista passou a imperar por muitos
anos nessa disciplina, cujas consequências estão presentes até hoje (GULLICH, 2003,
p.71).
1 NOGUEIRA, E. Uma história brasileira da Botânica. Brasília: Paralelo 15, 255p. 2000.
3
126 9 10 10
22 2432
2316
28
0
30
0
29
40
25
92
83
69
N° de resumos…
22
Ao analisar a história da SBB pode-se perceber a importância da Botânica e a
demonstração da preocupação com seu ensino desde o seu terceiro encontro anual. Essa
preocupação foi expressa pela afirmação de que deve-se “propugnar pela intensificação da
pesquisa botânica em todos os seus ramos e pela melhoria do ensino de botânica desde os
cursos secundários2” (BARRADAS, NOGUEIRA, 2013).
O ensino como preocupação da SBB aparece ainda na forma de tema de sessões
técnicas em 1982 e posteriormente de 1995 até 2001; nos Workshops, apenas em 1995,
1997 e 1998; nas Mesas redondas, o tema mais contemplado até 1999; nos simpósios,
esta temática não está presente até 2001; nos encontros e reuniões satélites o ensino
torna-se tema em 1996, 1998 e 1999, e como tópico de excursão científica não ocorre
até 2001 (GULLICH, 2003, p.26).
Hoje a crescente preocupação com o ensino de Botânica marca um ponto histórico, onde
a difusão dessa ciência nos diversos campos de ensino, seja educação básica ou superior, revela
a importância e a grandeza de se ensinar Botânica, não apenas por obrigação, mas por prazer.
Porém a necessidade de mudança é mais evidente do que nunca, o currículo tradicional ainda
encontra-se muito presente no ensino de Botânica no Brasil, as pesquisas apontam uma grande
preocupação com a modalidade didática, mas a política, a ideologia e o currículo em si estão
sendo relegados a um segundo plano (GULLICH, 2003).
2 Grifo do autor
23
3.2 A Botânica no Ensino Fundamental e Médio
A Botânica é considerada uma das áreas de maior dificuldade de assimilação dos
conceitos. Além dos conteúdos, procedimentos e atitudes no ensino de botânica estão
preocupando estudiosos da área e revelam a necessidade de inovação no processo de ensino-
aprendizagem (SILVA, 2013). Martins e Braga (1999) ao verificarem a opinião dos discentes
sobre as metodologias de ensino de Botânica, adotadas pelos professores, constataram a
necessidade de inovação e mudança na forma de ensino, além da necessidade da realização de
aulas práticas.
[...] o ensino de botânica caracteriza-se como muito teórico, desestimulante para os
alunos e subvalorizado dentro do ensino de ciências e biologia [...] as aulas ocorrem
dentro de uma estrutura do saber acabado, sem contextualização histórica. O ensino é
centrado na aprendizagem de nomenclaturas, definições, regras etc. (KINOSHITA et
al. 2006, p.162).
O Ensino de Botânica, tanto no Ensino Fundamental quanto no ensino Médio, é marcado
por uma série de problemas, entre os mais evidentes está a falta de interesse dos alunos pelo
conteúdo que, ocorre devido à falta de relação direta do homem com as plantas. As dificuldades
em ensinar e, consequentemente, em aprender este conteúdo, tornam a “Cegueira Botânica”
mais evidente, tanto entre os estudantes quanto os professores. Deste modo, a aquisição do
conhecimento torna-se prejudicada não somente pela falta de estímulo em observar e interagir
com as plantas, como também pela precariedade de equipamentos, métodos e tecnologias que
possam ajudar no aprendizado (ARRUDA e LABURÚ, 1996; CECCANTINI, 2006).
Segundo Santos e Ceccantini (2004) a dificuldade no aprendizado e no ensino de
Botânica é consideravelmente alta, os conteúdos desta área são aplicados superficialmente em
um curto espaço de tempo.
Segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006), devido à
elevada importância das plantas, a Botânica é reconhecida como uma das disciplinas da
Biologia que deve ser ensinada tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio, contribuindo
para que os alunos desenvolvam habilidades necessárias para a compreensão do papel do
homem na natureza. Esta disciplina inclui muitas áreas de estudo como Fisiologia Vegetal,
Morfologia e Anatomia Vegetal, Sistemática e Taxonomia Vegetal, entre outras. Tais assuntos
assustam os alunos devido a sua complexidade, e muitas vezes pela falta de preparo do professor
em abordar esses temas, não porque eles não queiram, mas pelo fato de muitas vezes não
apresentarem afinidade pelo conteúdo, o que é comum, uma vez que nenhum professor, seja ele
de qual área for, é detentor de todos os saberes, principalmente dentro de uma área tão complexa
24
como a Biologia.
Atualmente é comum encontrarmos muitos professores de Ciências e Biologia fugindo
das aulas de Botânica, alegando dificuldades em desenvolver atividades que despertem a
curiosidade dos alunos e mostrem a utilidade daquele conhecimento no seu dia a dia
(CECCANTINI, 2006; TRIVELATO, 2003). Mesmo sabendo que as plantas fazem parte do
cotidiano das pessoas, seja de forma direta, na alimentação, por exemplo, ou indireta, como no
uso de um fármaco extraído de um vegetal, ainda há um distanciamento entre o que se aprende
na escola e sua relação com a realidade do aluno (BRITO, 2009).
Ensinar Botânica exige muito mais que esforço, exige muita criatividade e tempo para
se dedicar a um ensino de qualidade. A capacidade de transformar a informação em
conhecimento para o aluno é algo que deve ser posto em prática todos os dias, durante a carreira
docente. No estudo do Reino Vegetal, transformar aulas monótonas em aulas que os alunos
participem diretamente é uma proposta que pode acabar com o tabu de que as plantas são chatas,
e que elas não interagem conosco.
No processo de ensino-aprendizagem, a aproximação do indivíduo com o ambiente pode
ser estimulada através da valorização dos saberes dos discentes, estabelecendo vínculos diretos
entre o conhecimento disciplinar e sua realidade. De acordo com Silva (2008),
O conhecimento é elaborado a partir da interação da pessoa com o objeto em estudo
e todo nomear é um ato de distinção realizado pelo observador, que destaca do todo
um elemento especial. Por exemplo, uma criança ao reconhecer, apontar, representar
ou nomear uma árvore está ao mesmo tempo distinguindo esta árvore da paisagem.
Aprende, assim, na cultura em que está imersa, os elementos que elevarão à
generalização do conceito “árvore”, o qual pode ser representado graficamente e passa
então a simbolizar “a árvore”. É preciso, portanto, distinguir o “conhecer a árvore”,
representação convencional e estereotipada do objeto, do “conhecer uma árvore”,
fruto da interação e do reconhecimento das particularidades que as distinguem
(SILVA, 2008, p.62).
Atualmente, com todos os avanços tecnológicos apresentados pela academia, são muitas
e complexas as informações na área de botânica e isso torna mais difícil a transposição da
pesquisa para a realidade escolar. Esse distanciamento entre o pesquisador e o professor do
ensino básico reflete diretamente nas escolas, influenciando na “forma de ensinar” e nas
metodologias adotadas pelos professores. Em consequência disso, cria-se entre professores e
alunos pouco interesse pelo estudo dos vegetais, especialmente, quando se trata da utilização
da nomenclatura científica, das descrições de estruturas e dos diferentes conceitos (SILVA,
2007).
Apesar da existência de várias propostas metodológicas para o ensino de botânica, como
aulas de campo, jogos didáticos e aulas teórico-práticas em sala de aula, percebe-se a falta de
métodos e técnicas que facilitem o seu ensino-aprendizagem, a ausência de equipamentos ou a
25
precariedade dos mesmos e a falta de laboratórios adequados para realização dessas aulas
(SANTOS, RODRIGUES E PEREIRA, 2010).
Os objetivos gerais do trabalho, fora da escola são coletar dados e informações, ver
exemplos de princípios e fatos mencionados nas aulas, encontrar problemas para
investigação, desenvolver a percepção e aumentar a interação professor-aluno.
Acreditando-se que entre os objetivos do ensino de biologia também se inclui a análise
das implicações sociais do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, é preciso fazer
os alunos entrarem também em contato com a comunidade em que vivem, com
habitats alterados ou criados pelo homem (KRASILCHIK, 2011, p.133).
De acordo com as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998),
o ensino deve buscar a interdisciplinaridade e a contextualização, valorizando o raciocínio e a
construção do conhecimento pelos agentes envolvidos e priorizando menos a memória, o
receber e aceitar tudo pronto nessa posição submissa e tradicional de nossos alunos.
Para Krasilchik (2011) é de suma importância que os professores entendam a
importância de inovar e adequar as modalidades didáticas à situação ou ao tema que será
abordado, considerando que a diversidade de atividades pode atrair e interessar aos alunos e
atender às diferenças individuais.
Os professores devem se sentir estimulados em aplicar novas práticas, mas para isso é
preciso fazer com que o professor saia da sua zona de conforto em nome do verdadeiro
aprendizado dos alunos. Como formador de pessoas capacitadas e críticas, o professor precisa
estar constantemente revendo seus conceitos, suas práticas metodológicas e sua visão do mundo
atual.
26
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Pressupostos Teóricos Metodológicos
Segundo Michel (2009) a metodologia é como um caminho que se traça para atingir um
objetivo qualquer, é a forma ou o modo de se resolver problemas e buscar respostas para as
necessidades e dúvidas. A metodologia científica é um caminho que procura a verdade3 num
processo de pesquisa ou aquisição de conhecimentos; onde são utilizados procedimentos
científicos, critérios normalizados e aceitos pela ciência.
Segundo Ludke e André (1986) para realizar uma pesquisa é preciso promover um
confronto entre as evidências, as informações, os dados coletados sobre determinado assunto e
o conhecimento teórico acumulado a respeito dele. Trata-se de construir uma porção do saber.
Esse conhecimento é não só fruto da inteligência, da curiosidade, da inquietação e da atividade
investigativa do pesquisador, mas também da continuação do que foi elaborado e sistematizado
pelos que já trabalharam o assunto anteriormente.
O projeto caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem mista (envolvendo técnicas
de abordagem Qualitativa e Quantitativa), onde se utilizaram como pressupostos teórico-
metodológicos os fundamentos da pesquisa, quanto aos meios, Documental / Bibliográfica e
quanto aos fins, como Descritiva.
A pesquisa qualitativa segundo Michel (2009) considera que há uma relação dinâmica,
particular, contextual e temporal entre o pesquisador e o objeto de estudo, necessitando de uma
interpretação dos fenômenos à luz do contexto, do tempo e dos fatos, onde o ambiente da vida
real é a fonte direta para a obtenção dos dados, e a capacidade do pesquisador de interpretar
essa realidade é de extrema importância para dar significado às respostas. Para Silva e Menezes
(2005) a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser
separado ou ser traduzido em números. Nesse tipo de pesquisa a interpretação dos fenômenos
e a atribuição de significados são básicas e não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.
Trata-se de uma pesquisa descritiva, onde o pesquisador tende a analisar seus dados
indutivamente.
Segundo Godoy (1995) um conjunto de características permite identificar o tipo de
3Grifo nosso
27
pesquisa qualitativa, como o ambiente natural como fonte de dados e o pesquisador como
instrumento fundamental, o caráter descritivo, o significado que as pessoas dão às coisas e à
vida como preocupação do investigador, e o enfoque indutivo. Para Neves (1996), o estudo de
uma pesquisa com o desenvolvimento qualitativo define o campo e a dimensão do
desenvolvimento do trabalho de descrição, por parte do pesquisador.
A pesquisa quantitativa, segundo Michel (2009), parte do princípio de que tudo pode ser
quantificável, ou seja, que opiniões, problemas e informações serão melhor entendidos se
traduzidos em forma de números, tanto na modalidade de coleta de informações, quanto no
tratamento dos mesmos, através de técnicas estatísticas, que variam das mais simples, como
percentual, média, desvio padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação e análise
de regressão, entre outras.
A Pesquisa Quantitativa estabelece padrões de comportamento que possam ser medidos
através de dados numéricos, esses dados são facilmente obtidos através de questionários, e seu
objetivo é medir e permitir o teste hipotético, uma vez que os resultados obtidos são mais
concretos e, consequentemente, menos passíveis de erros de interpretação.
De acordo com Neves (1996) combinar ambos os métodos torna a pesquisa mais forte,
por cinco fatores: (1) possibilidade de congregar fatores dos vieses (pelo método quantitativo)
com compreensão das perspectivas dos agentes envolvidos no fenômeno (pelo método
qualitativo); (2) possibilidade de congregar identificação de variáveis específicas (pelo método
quantitativo) como uma visão global do fenômeno (pelo método qualitativo); (3) possibilidade
de completar um conjunto de fatos e causas associadas ao emprego de metodologia quantitativa
como uma visão da natureza dinâmica da realidade; (4) possibilidade de enriquecer
constatações obtidas sob condições controladas com dados obtidos dentro do contexto natural
de sua ocorrência; (5) possibilidade de reafirmar a validade e a confiabilidade das descobertas
pelo emprego de técnicas diferenciadas.
A pesquisa, quanto aos meios, caracteriza-se como Documental ou Bibliográfica.
Segundo Severino (2007) a pesquisa documental tem como fonte de dados documentos no
sentido amplo, ou seja, não só documentos impressos, mas de outros tipos, como jornais, fotos,
filmes, gravações, documentos legais, sem nenhum tratamento analítico, sendo ainda matérias
primas, a partir das quais o pesquisador vai desenvolver sua investigação e análise. Já a pesquisa
bibliográfica, ainda de acordo com o mesmo autor, é aquela que se realiza a partir do registro
disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos
e teses, entre outros. Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros
pesquisadores e devidamente registrados.
28
Quanto aos fins, a pesquisa caracteriza-se como descritiva. Esta exige do investigador
uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever
os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). De acordo com Gil (2002),
a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Durante esse tipo de pesquisa os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e
interpretados, sem interferência do pesquisador e há uso de técnicas padronizadas para a coleta
de dados, como questionários. De acordo com Michel (2009, p. 44) a pesquisa descritiva,
(...) se propõe a verificar e exemplificar problemas, fatos ou fenômenos da vida real,
com a precisão possível, observando e fazendo relações, conexões, à luz da influência
que o ambiente exerce sobre eles, não interfere no ambiente, seu objetivo é explicar
os fenômenos, relacionando-os com o ambiente. Trata, em geral, de levantamentos
das características de uma população, um fenômeno, um fato, ou o estabelecimento
de relações entre variáveis controladas. Está relacionada diretamente com a pesquisa
qualitativa, na medida em que levanta, interpreta e discute fatos e situações (MICHEL,
2009, p. 44).
Para Michel (2009) a pesquisa é a atividade básica da ciência, e os modos de se fazer
pesquisa estão diretamente relacionados e imbricados com os modos de se fazer ciência. Uma
vez que as descobertas desta última são feitas através de pesquisas teóricas e básicas, de um
modo que permitir melhor entendimento dos fins e propósitos da ciência.
29
4.2 Local de Estudo
O trabalho foi desenvolvido no município de João Pessoa, capital e principal centro
financeiro e econômico do estado da Paraíba, localizada no litoral. Com 780.738 habitantes,
João Pessoa é a 8ª cidade mais populosa da Região Nordeste e a 24ª do Brasil. Sua região
metropolitana, formada este e mais onze municípios tem cerca de 1.223.284 habitantes
(IBGE/2014).
O presente trabalho foi realizado em quatro (04) escolas da rede pública estadual da
cidade de João Pessoa - PB, com alunos dos níveis de ensino Fundamental e Médio. Os locais
onde foram realizados os estudos estão descritos na tabela 01.
Tabela 1: Escolas da Rede Pública Estadual do Município de João Pessoa - PB, que disponibilizam a modalidade
de Ensino Fundamental e Médio nas quais a pesquisa foi realizada.
Escolas onde o trabalho foi realizado
E.E.E.F.M. Olivina Olívia Carneiro da Cunha
Endereço: Avenida Duarte da Silveira, 450 - Centro, João Pessoa - PB, 58013-280
E.E.E.F.M. Professor Luiz Gonzaga de A. Burity
Endereço: Avenida Monsenhor Walfredo Leal, 440 - Centro, João Pessoa - PB, 58020-540
E.E.E.F.M. João Roberto Borges de Souza
Endereço: Rua Osório Milanez Filho - Mangabeira, João Pessoa - PB, 58056-280
C. E. E. de Ensino-Aprendizagem Sesquicentenário
Endereço: Rua Manoel França - Pedro Gondim, João Pessoa - PB, 58031-160
Fonte: dados da pesquisa, 2014.
Para o desenvolvimento e escolha das escolas desta pesquisa foi utilizado o seguinte critério:
escolas que já participaram ou participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência – PIBID, subprojeto Biologia e do Programa de Licenciaturas – PROLICEN, da
Universidade Federal da Paraíba.
30
4.3 Público Alvo
A população total deste trabalho foi composta por estudantes do 7° ano do ensino
fundamental e da 3º série do Ensino Médio de cada escola, alunos de ambos os sexos e
regularmente matriculados nas instituições de ensino, como exibem as Tabela 02 e 03.
Tabela 2: Relação das escolas da rede pública estadual participantes da pesquisa, número de turmas, alunos e
professores do 3º ano do ensino médio por escola.
Escolas Pesquisadas Série /
Ano
Nº de
turmas
Nº de
alunos
Nº de questionários
(alunos)
E.E.E.F.M. Olivina Olívia Carneiro da
Cunha
3° Série 2 56 56
E.E.E.F.M. Professor Luiz Gonzaga de A.
Burity
3° Série 2 55 55
E.E.E.F.M. João Roberto Borges de Souza 3° Série 2 51 51 Centro Estadual de Ensino-Aprendizagem
Sesquicentenário
7° Ano 4 128 128
Total 12 290 290
Fonte: dados da pesquisa, 2014.
Tabela 3: Perfil dos estudantes das quatro escolas participantes da pesquisa.
Total de Turmas atendidas Número de Alunos Faixa Etária Sexo
Seis turmas da 3° série do
ensino médio
162
15 a 21 anos de
idade
42,4 % Masculino
49,4 % Feminino
8,2 % Não informaram
Quatro turmas do 7° ano do
ensino Fundamental
128
11 a 17 anos de
idade
47,7 % Masculino
52,3 % Feminino
Fonte: dados da pesquisa, 2014.
31
4.4 Coleta dos Dados
Para atingir os objetivos da pesquisa com os alunos foi preciso traçar um percurso que
pudesse apresentar as concepções destes alunos sobre o ensino de Botânica. Nesse sentido,
optou-se pela pesquisa de campo com a aplicação de dois questionários semiestruturados, um
destinado aos alunos do ensino fundamental (Apêndice 1) e o outro aos alunos do ensino médio
(Apêndice 2), com questões pertinentes ao tema em questão e ao nível de ensino de cada
estudante. Todos concordaram em participar da pesquisa e tiveram a garantia de que não haveria
identificação nominal, nem risco moral para os participantes. Os Termos de Consentimento
Livre Esclarecido (Apêndice 3) foram entregues em duas vias, uma para o pesquisador e outra
para o participante.
O uso de questionários é bastante comum em pesquisas de abordagem mista (qualitativa
e quantitativa). Estes são uteis na identificação de tendências ou preferências de um
determinado grupo de pessoas. Michel (2009) destaca que o uso desse instrumento é vantajoso
pela possibilidade de economia de tempo, grande número de dados, respostas mais rápidas e
diretas, há mais segurança, há menos risco de distorção, maior tempo para responder, além
existir uma maior uniformidade na avaliação.
Para a elaboração de um questionário, devem-se considerar as seguintes etapas: (1)
desenvolvimento do questionário: recomenda-se que inicialmente sejam apresentadas
perguntas que estabelecem um contato inicial com o respondente, e, na sequência, o pesquisador
apresenta as questões relacionadas ao tópico da pesquisa; (2) validação: deve-se garantir que o
questionário esteja alinhado aos objetivos propostos; e (3) determinação do método de
aplicação: o questionário pode ser auto administrado, aplicado por correspondência ou aplicado
eletronicamente (HAIR4 et al., 2005, p. 160 apud MOYSÉS e MOORI, 2007).
4 HAIR, J. F.; BABIN, B.; MONEY, A.H.; SAMUEL, P. Fundamentos métodos de pesquisa em
administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.
32
4.5 Análise e Interpretação dos dados
A amostra deste trabalho foi composta por dois questionários aplicados e respondidos
por 290 alunos das quatro escolas, sendo um questionário aplicado com 128 alunos do 7º ano
ensino fundamental e outro com 162 alunos da 3ª série do ensino médio. Os resultados obtidos
desse questionário foram organizados em tabelas e gráficos para melhor interpretação e
discussão a respeito do tema.
Para analisar os dados coletados, utilizaram-se os critérios de priorização, cuja
metodologia indica que os itens com maiores taxas de frequências ou grau de importância foram
categorizados e agrupados em itens que correspondam a um mesmo tema. Tais categorias foram
retiradas e construídas a partir dos dados coletados.
33
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O desinteresse pela Botânica tem preocupado muitos estudiosos, que relatam apatia e
até mesmo a aversão por esta área de estudo por parte dos alunos, tanto da graduação, como do
Ensino Médio (PINTO, et. al. 2009).
Com o intuito de conhecer as relações existentes entre o estudo das plantas e os alunos,
foi necessário analisar o grau de afinidade que os estudantes possuem em relação a esta área de
ensino. A partir de então foi possível estabelecer as correlações existentes entre o gosto pela
Botânica e as dificuldades em aprendê-la.
5.1 Concepções dos alunos do Ensino Fundamental II sobre as Plantas
A partir do questionário aplicado foi possível fazer algumas constatações, as quais serão
elencadas e discutidas a seguir.
Muitos alunos, sejam do nível fundamental ou médio, apresentam dificuldades quando
trabalhamos conceitos biológicos. E muitos destes conceitos são apenas reescritos ou
simplesmente reproduzidos como receitas prontas.
Questionamos os alunos do 7 º ano do Ensino Fundamental sobre o que seria um ser
vivo, os resultados apresentaram uma grande variedade de respostas agrupadas em categorias
(Tabela 4).
Ao observar a tabela 4 podemos constatar a dificuldade dos alunos em responderem a
questões com baixo nível de complexidade. Isso se comprova ao observarmos as respostas sobre
o que é um ser vivo. O maior percentual (26,5%), acredita que seres vivos são aqueles que
respiram e se alimentam. Através dessa e de outras respostas, foi possível perceber que a
maioria dos alunos não sabe conceituar corretamente ou de forma mais ampla e complexa o que
é um ser vivo. Um fato importante e preocupante, que vale ressaltar é o número de alunos que
não responderam à essa pergunta (22,2%), e o número de alunos que citaram, que os seres vivos
são seres que possuem vida (17,9%). Não que a afirmativa esteja “errada”, mas pela dificuldade
de explanar melhor os conceitos. Os alunos buscam os meios mais fáceis de sair de tais
situações, com respostas lógicas e óbvias, mas sem nenhum conhecimento verdadeiramente
adquirido acerca do assunto. Caso existisse esse conhecimento, eles seriam capazes de formular
conceitos próprios, a partir do estímulo proporcionado pelo professor em sala de aula.
34
Tabela 4: Conceito de ser vivo apresentado pelos alunos 7º ano de ensino fundamental. *O número total de
repetições ultrapassa o valor total de estudantes pesquisados, uma vez que mais de um conceito foi dado pelo
mesmo aluno.
Apresente um conceito para ser vivo
Categoria N° de repetições* Porcentagem (%)
Seres que respiram e se alimentam 43 26,5%
Não responderam ou não souberam explicar 36 22,2%
Seres que possuem vida 29 17,9%
São as plantas e os animais 28 17,3%
Ser que nasce, cresce, se reproduz e morre 12 7,4%
Seres que promovem ações ou se movimentam 8 4,9%
Seres que precisam de água 3 1,9%
Seres que apresentam um coração 2 1,2%
Seres racionais ou irracionais 1 0,6%
TOTAL 162 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Em relação às plantas, os alunos foram questionados sobre o gosto deles por elas, e
93,7 %, responderam que gostam das plantas, 5,4 % disseram não gostar e 0,4% não
responderam.
Quanto ao conceito de planta, os resultados foram agrupados em categorias para uma
melhor visualização e interpretação dos dados (Tabela 5).
O conceito mais presente nas respostas dos discentes foi aquele que utiliza as
características morfofisiológicas das plantas (32,8%), “É um ser vivo com caule, folha e raiz
que precisa respirar e de água pra viver”. Um fato importante de se destacar é que uma boa
parcela dos alunos não respondeu ou não soube explicar (30,5%) refletindo a falta de
conhecimentos básicos sobre as plantas.
Tabela 5: Concepção dos alunos do 7° ano do ensino fundamental sobre o conceito de planta. *O número total
de repetições ultrapassa o valor total de estudantes pesquisados, uma vez que mais de um conceito foi dado por
cada aluno.
Apresente um conceito para planta
Categoria N° de repetições Porcentagem (%)
Conceituou pela morfofisiologia 42 32,6%
Não responderam ou não souberam explicar 39 30,2%
Conceituou como forma de vida 26 20,2%
Conceituou pela utilidade 15 11,6%
Conceituou como beleza da natureza 3 2,4%
Conceituou através de comparações com os animais 3 2,3%
Conceituou como um ser que não tem vida 1 0,8%
TOTAL 129 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
35
As mesmas respostas também foram encontradas em trabalho semelhantes, como o
realizado por Brito (2009), no qual os alunos apresentaram conceitos igualmente incompletos
ou em nível muito básico para definir planta, não conseguindo representá-lo de forma mais
complexa. Segundo o mesmo autor, os discentes identificaram os vegetais como seres que
possibilitam a purificação do ar. Esta ideia está relacionada com a crença generalizada de que
plantas são agentes despoluidores. As respostas apresentadas pelos alunos em nossa pesquisa
não estão erradas, porém são vagas e muito generalistas, não apresentando características
específicas que representem um vegetal. Apesar da caracterização das plantas pela sua
morfofisiologia, muitos alunos utilizaram as partes constituintes da planta e sua a importância
para a purificação do ar.
Quando questionados se as plantas eram seres vivos, 92,2% dos alunos responderam
que sim, 6,3% disseram que as plantas não eram seres vivos e 1,6% não responderam (Figura
2). A maioria dos alunos (92,9%) atribuíram suas respostas ao fato das plantas produzirem
oxigênio, respirarem, se alimentarem e se reproduzirem. Notamos pelas justificativas dadas
para essa resposta, que os alunos valeram-se do emprego de conceitos prontos e retirados de
livros, nos quais um ser é traduzido como todo organismo que nasce, cresce, se reproduz e
morre. Isso não significa dizer que as justificativas apresentadas estejam erradas, mas servem
para mostrar uma realidade distante do que os PCNs orientam, no sentido de que o ensino de
ciências deve estimular a criatividade e o senso crítico dos alunos, a fim de que eles sejam
capazes de formular seus próprios conceitos com base no que lhes é apresentado.
Referente à importância das plantas, 96,9% dos alunos afirmaram que elas são
importantes, 0,7% disseram que não e 2,3% não responderam (Figura 3).
Figura 2: concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental quanto ao fato das plantas serem seres vivos.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
92,2%
6,3%1,6%
Sim
Não
Não responderam
36
Figura 3: concepção dos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental com relação à importância das Plantas.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Os resultados apresentaram uma grande variedade de justificativas para a importância
das plantas, estas foram agrupadas em categorias para uma melhor visualização e interpretação
dos dados (Tabela 6).
De acordo com os resultados pode-se perceber que a maioria dos alunos veem as plantas
como as principais responsáveis pela manutenção da natureza, além de serem consideradas de
extrema importância para o homem. Para Raven e colaboradores (2007) a vida na Terra depende
da capacidade das plantas de capturar a energia solar e utilizá-la para produzir as moléculas
necessárias à manutenção dos organismos vivos, logo somos todos dependentes das plantas.
Na maioria das justificativas dadas pelos estudantes há uma visão antropocêntrica, que
também esteve presente nos trabalhos de Carniello e Guarim Neto (1997) e Brito (2009), nestes
os discentes apontaram a importância das plantas apenas para os seres humanos: alimentos,
remédios, sombra, moradia, utensílios e móveis, entre outros. Mas, foi percebido pelos autores
que os estudantes não compreendiam a importância das plantas para o meio ambiente. Em nosso
estudo, observamos que apenas 1,5% citaram o processo da fotossíntese, como o fator de
importância das plantas.
Nesta visão, um caso a ser repensado e considerado é que, muitas vezes, o ensino está
voltado para um nível de leitura primário, ou seja, o da decodificação, da localização de
informações superficiais, estimulando os alunos a fazerem cópias e repetições de textos do livro
didático, não contribuindo desta maneira para um aprendizado significativo dos assuntos
abordados em sala de aula (MORAES; PINTO, 2007).
Porém, mesmo com essa decodificação, os alunos, ainda assim, constroem respostas
simplistas e vagas. Eles utilizam apenas o termo fotossíntese, ou que a fotossíntese é feita para
que possamos respirar melhor, ou seja, para eles o processo da fotossíntese também só existe
para beneficiar o ser humano. Na mesma linha de estudo, Zago et al (2007), apontam que a
96,9%
2,3% 0,8%
Sim
Não
responderam
Não
37
maior dificuldade dos alunos em compreender o processo fisiológico está no fato dos mesmos
acreditarem que a fotossíntese é sinônimo da respiração das plantas, uma vez que ambos
realizam trocas gasosas, e por isso concluem que seja a mesma coisa.
Tabela 6: Concepção dos alunos do 7° ano do ensino fundamental diante o porquê da importância das Plantas.
*O número total de repetições ultrapassa o valor total de estudantes pesquisados, uma vez que mais de um
conceito foi dado por cada aluno.
Importância das Plantas
Categorias N° de repetições* Porcentagem (%)
Ajudam a natureza / produzem oxigênio e purificam o ar 52 39,4%
Servem de alimento (e medicamentos) para o homem e outros
animais
29 22,0%
Ajuda na sobrevivência e respiração dos seres humanos 25 18,9%
Não responderam ou não souberam explicar 21 15,9%
Porque são bonitas e servem de decoração 3 2,3%
Realizam fotossíntese 2 1,5%
TOTAL 132 100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Outro questionamento feito aos alunos foi sobre a forma de alimentação das plantas. Os
dados obtidos mostraram outra confusão referente ao conhecimento sobre a fisiologia das
plantas. Do total de alunos, 24% afirmaram que as plantas se alimentam através da fotossíntese,
fato que está correto. Porém, outros 24 % afirmaram que as plantas se alimentam através das
vitaminas e sais minerais presentes no solo e 17,8 % afirmaram que as plantas se alimentam
através da água (Tabela 7). As respostas apresentadas confirmam a grande falta de
conhecimento sobre o fato das plantas serem organismos autotróficos e que produzem seu
alimento através da fotossíntese e que a absorção de água e de sais minerais, realizada pelas
plantas, não é uma forma de alimentação.
Tabela 7: Concepção dos alunos do 7° ano do ensino fundamental sobre a forma de alimentação das plantas. *O
número total de repetições ultrapassa o valor total de estudantes pesquisados, uma vez que mais de um conceito
foi dado por cada aluno.
Como as plantas se alimentam?
Categoria N° de repetições* Porcentagem (%)
Através da fotossíntese 35 24,0%
Através das vitaminas e sais minerais presentes no solo 35 24,0%
Através da água 27 18,5%
Não responderam ou não souberam explicar 26 17,8%
Através do caule, folhas e raízes 19 13,0%
Se alimentam de pequenos insetos 3 2,1%
Através do Gás Oxigênio 1 0,7%
TOTAL 146 100,0%
38
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
No questionário solicitamos que os alunos apresentassem até cinco nomes de plantas
que eles conheciam, independentemente de suas finalidades. Ao realizar a análise de suas
respostas, pode-se contatar que a maior parte das citações são referentes às plantas que eles
conheciam e tinham alguma relação com seu cotidiano. Dessa forma, as plantas mencionadas
foram classificadas em subcategorias conforme a interação do ser humano as mesmas (Tabela
8).
Tabela 8: Concepção dos alunos do 7° ano do ensino fundamental sobre as plantas mais conhecidas por eles. *O
número total de repetições ultrapassa o valor total de estudantes pesquisados, uma vez que mais de um conceito
foi dado por cada aluno.
Plantas mais conhecidas pelos alunos
Categoria N° de Repetições* Porcentagem (%)
Ornamentais 270 42,2%
Alimentícias 210 32,8%
Medicinais / Ervas 85 13,3%
Drogas 33 5,2%
Tóxicas ou Venenosas 23 3,6%
Madeireiro 14 2,2%
Não responderam 5 0,8%
TOTAL 640 100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
As plantas mais citadas foram a samambaia e a roseira. Em um estudo feito por Silva
(2008) essas plantas são muito próximas dos alunos, sendo inclusive citadas nos questionários
como muito presentes em suas casas e no caso das samambaias, eles as reconhecem por
apresentarem folhas bem visíveis e atrativas. No caso da roseira, existe um grande apelo
sentimental por trás de sua imagem, que é vinculada ao romantismo, proporcionando uma forte
fixação da sua existência.
O coqueiro (Cocos nucifera L.) foi a planta alimentícia de maior destaque, seguida da
mangueira (Mangifera indica L.), o que pode ser explicado pela presença constante no ambiente
e cotidiano local dos alunos. Em uma pesquisa feita por Silva e Andrade (2005) foram
mencionadas 115 espécies correspondendo a plantas usadas na alimentação humana, entre estas
as mais citadas foram também o coqueiro e a mangueira.
Entre as classificadas como plantas medicinais, a erva-cidreira (49 citações) obteve um
maior destaque. Em estudo etnobotânico feito por Souza, Araújo e Santos (2007), a erva-
cidreira, do mesmo modo, foi a planta mais citada como sendo usada para o combate as doenças
39
respiratórias. As de porte madeireiro, o ipê foi a maior representante, o que pode ser explicado
pela grande quantidade destas árvores no Parque Sólon de Lucena, centro da cidade de João
Pessoa, e por ser um dos principais cartões postais da cidade.
Nas classificadas como drogas ilícitas destacou-se a maconha, droga muito presente no
cotidiano da maioria dos alunos, principalmente daqueles de escola localizadas em
comunidades mais carentes, o que não significa que o mesmo ocorra em relação ao uso da
droga.
Hoje em dia são muitas as fontes de acesso para a obtenção de informações, por isso,
os alunos foram questionados quanto aos meios em que obtiveram informações sobre as plantas.
Os mais citados foram: escola, livros, revistas e internet (Figura 4). Nesta questão, os alunos
poderiam escolher mais de uma resposta. Mas, de acordo com os dados, percebeu-se que mesmo
com toda essa expansão do uso dos meios informais, a escola ainda se constitui na unidade
primordial dos conhecimentos adquiridos pelos alunos em relação às plantas, embora que a
internet esteja ganhando um espaço cada vez maior.
Figura 4: fontes de informações sobre as plantas citadas pelos alunos do 7° ano do ensino fundamental.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
5.2 Concepções dos alunos do Ensino Médio sobre a Botânica
Antes das questões específicas sobre a Botânica, os alunos foram questionados sobre o
ensino de Biologia de modo geral. Isso ocorreu para que fosse possível fazer uma correlação
entre o ensino de Botânica mais especificamente e as demais áreas da Biologia.
29,5%
23,6%22,1%
13,9%
10,2%
0,7%
Escola
Livros ou revistas
Internet
TV
Com os pais
Outros
40
A partir da análise das respostas foi possível estabelecer relações conflituosas existentes
entre o gosto pela Biologia, mais especificamente pelo conteúdo da Botânica e as dificuldades
encontradas no processo de ensino-aprendizagem, as quais serão elencadas e discutidas a seguir.
5.2.1 Concepções dos alunos sobre a Biologia e o ensino de Biologia
Inicialmente foi perguntado aos alunos acerca do interesse dos mesmos pela disciplina
de Biologia e 60,4% deles responderam que “sim”, que gostam ou tem afinidade com a
disciplina, 31,4% afirmaram que “nem sempre gostam” e 8,2% afirmaram “não gostar” da
disciplina (Figura 5). Em uma segunda questão, perguntou-se aos alunos qual a concepção deles
sobre a Biologia. A maioria dos alunos (85%) respondeu que “Biologia é o estudo da vida ou
dos seres vivos”.
Figura 5: concepções dos alunos da 3° Série do Ensino Médio sobre o gosto pela disciplina de Biologia
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Quando questionados sobre o que os alunos mais lembravam quando ouviam falar em
Biologia, 52,4% dos alunos entrevistados disseram que lembravam dos animais e das plantas,
seguido de assuntos relacionados ao corpo humano e experimentos de laboratório (Figura 6).
60,4%
31,4%
8,2%
Sim
Nem Sempre
Não
41
Figura 6: concepções dos alunos da 3° Série do Ensino Médio sobre o que eles mais lembram quando ouvem
falar em Biologia.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Partindo deste ponto, fragmentamos os vários eixos existentes na da Biologia com o
objetivo de saber em quais temas os estudantes apresentam maior afinidade e aqueles que
apresentam maior dificuldade de assimilação dos conteúdos. De acordo com a análise dos
dados, as três disciplinas que os estudantes apresentam maior afinidade são: Genética, Botânica
e Fisiologia Humana (Figura 7). No que se refere aos conteúdos que eles apresentam maior
dificuldade, Botânica, Sistemática (animal e vegetal) e Citologia (Figura 8).
Figura 7: conteúdos da Biologia que os alunos da 3° Série do Ensino Médio apresentam maior afinidade.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
52,5%
22,1% 22,1%
2,0% 1,0% 0,5%
Animais e plantas
Temas sobre o corpo humano
Experimentos feitos em
laboratórios
Viagens com escola
Outras opções
Não responderam
17,6%
14,0%
12,8%12,4% 12,2% 11,7%
7,9%7,2%
3,6%
0,7%
Genética Botânica Fisiologia Humana Evolução Zoologia
Ecologia Citologia Embriologia Sistemática Outros
42
Figura 8: conteúdos da Biologia que os alunos da 3° Série do Ensino Médio apresentam maior dificuldade de
assimilação
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
De acordo com Melo e colaboradores (2012) um dos passos importantes para conseguir
o interesse do aluno pelo conhecimento de Botânica é a afinidade que os mesmos apresentam
pelo conteúdo. Como base nos dados obtidos existe uma grande controvérsia, ao mesmo tempo
em que os alunos afirmam ter afinidade pela Botânica (14%), também afirmam que este é o
assunto no qual apresentam maior dificuldade de assimilação (21,1%). Isso demonstra que nem
sempre os conteúdos que mais gostam são os que eles têm maior facilidade na aprendizagem.
Essa dificuldade em aprender os conteúdos Botânicos deve ser melhor analisada e trabalhada,
para que o ensino de Botânica não se torne desagradável para os alunos gerando apatia pelo
conteúdo, aumentando a “cegueira botânica” bastante comum no ensino básico. Para Paiva
(2010) o “Não Gostar” que muitos alunos apresentam pela Botânica deve-se ao fato da
imensidade de termos que lhes são oferecidos, resultado da vasta nomenclatura botânica que
possui termos de pronúncia muito difícil. A afirmação de Paiva (2010) nos remete à ideia de
que é preciso mudar e inovar a forma de se trabalhar os conteúdos de Botânica em sala de aula,
de modo que os alunos não tenham apenas aulas expositivas e de memorização. Nesse sentido,
é fundamental que os professores façam uso da criatividade e utilizem a imensa biodiversidade
vegetal que o nosso Estado possui.
21,1%
15,1%
12,2% 12,2%11,4%
7,2% 7,0% 7,0%
5,4%
1,2%0,1%
Botânica Sistemática Citologia Embriologia
Genética Fisiologia Humana Evolução Zoologia
Ecologia Não respondeu Outros
43
5.2.2 Concepções dos estudantes sobre a Botânica e o ensino de Botânica
Após conhecer a opinião dos alunos sobre o ensino da Biologia de modo holístico,
passamos para as concepções dos alunos sobre a Botânica e seu ensino. Iniciamos esta etapa
com uma pergunta simples e direta: “Você gosta dos conteúdos Botânicos?”. De acordo com os
dados obtidos através do questionário, 62,7% dos alunos afirmaram gostar e 36,6%
responderam que não (Figura 9). Esses dados vão de encontro com os observados por Santos e
Ceccantini (2004), Araújo (2011), Costa (2011) e Melo (2012) que constataram em seus estudos
que os alunos não demonstraram interesse pelos conteúdos botânicos. Para esses autores é
fundamental trabalhar essa “cegueira botânica” existente no ambiente escolar para que não
atrapalhe o processo de ensino-aprendizagem, pois assim como outros conteúdos da Biologia,
a Botânica é de fundamental importância para os alunos e para a sociedade como um todo.
Figura 9: concepções dos alunos da 3° Série do Ensino Médio sobre o gosto pela Botânica.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Em outra questão, os alunos foram questionados quanto às causas que interferem de
forma negativa no processo de ensino aprendizagem dos conteúdos Botânicos. De acordo com
eles, os fatores que mais contribuem de forma negativa estão relacionados à falta de laboratório
e de aulas práticas (21,1%), a falta de estrutura e recurso por parte da escola (16,3%), a
indisciplina dos alunos durante as aulas (12,28%), a nomenclatura complexa e difícil que a
Botânica possui (11,7%) e apenas 8,44% dos alunos mencionaram a didática do professor
(Tabela 9).
Foi solicitado aos alunos que fizessem sugestões para os professores tornarem suas aulas
mais atraentes e proveitosas. As aulas prática na escola e de campo foram as mais sugeridas
com 66,3%, seguidas por aulas com metodologia diferenciadas, como jogos didáticos, oficinas
pedagógicas e dinâmicas em grupo com 28,6%, as aulas convencionais foram citadas por
apenas 4,8% dos estudantes, revelando uma carência na forma metodológica de ensino de
62,7%
36,6%
0,6%
Sim
Não
Não
responderam
44
Botânica por parte dos professores (Figura 10).
Para Siqueira, et al. (2007) as aulas práticas devem fazer parte do cotidiano do aluno, uma
vez que elas proporcionam a construção de um conhecimento científico sólido, e para a
realização de aulas práticas muitas vezes o laboratório é dispensável. Para Melo e colaboradores
(2012) existe uma necessidade de criar atividades que levem ao desenvolvimento dos
estudantes, de suas habilidades e atitudes, para que os mesmos possam alcançar seus objetivos.
Krasilchik, (2011) sugere atividades práticas fora do ambiente escolar e nas quais os próprios
alunos possam coletar seus dados e informações para resolver problemas apresentados pelos
professores. Essa metodologia desenvolve a percepção dos alunos e aumenta a interação
professor-aluno. A atividade realizada fora do contexto escolar permite estimular a
socialização, a imaginação e a expressão criativa e, consequentemente, melhorar a autoestima
de todos os envolvidos no processo.
Tabela 9: Fatores que interferem negativamente no ensino de Botânica na concepção dos alunos da 3° série do
Ensino Médio. *O número total de repetições ultrapassa o valor total de estudantes pesquisados, uma vez que
mais de um conceito foi dado por cada aluno.
Fatores que interferem negativamente o ensino de Botânica
Categorias N° de repetições Porcentagem (%)
Falta de laboratório e de aulas práticas 112 21,1%
Falta de estrutura e recurso por parte da escola 89 16,3%
Indisciplina durante as aulas 64 12,3%
Nomenclatura complexa e difícil 60 11,7%
Desinteresse dos estudantes 59 11,5%
Conteúdos extensos 48 9,2%
Professores com pouca formação na área de Botânica 45 8,6%
Professores com pouca didática 44 8,4%
Não respondeu 4 0,8%
Outros 1 0,1%
Total 526 100,0%
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
45
Figura 10: como as aulas de Botânica ficariam mais interessantes na concepção dos alunos da 3° série do
Ensino Médio.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Fagundes e Gonzalez (2006) obtiveram resultado semelhante ao deste trabalho, onde,
89,74% alegaram que atividades diferenciadas, com novas metodologias contribuem com o
aprendizado da nomenclatura utilizada em Botânica. Esses dados reforçam a necessidade do
professor estar sempre atento, no sentido de aplicar metodologias que possam relacionar teoria e
prática e assim facilitar a compreensão dos conteúdos pelos alunos. A pesquisa realizada por
Pinheiro e Filho (2006), relatou que a maioria (60%) dos alunos de quatro escolas estudadas,
apontaram que a dificuldade em aprender os conteúdos de botânica é justificada devido à presença
de termos complicados presente nos conteúdos, corroborando com o que observamos em nossa
pesquisa.
É sabido que desde os primórdios da humanidade as plantas estão em constante
intimidade com o homem, seja na alimentação, na extração de substâncias para a produção de
fármacos, na retirada da madeira para produção de móveis, dentre tantas outras coisas que se
quer possamos imaginar (RAVEN, et al, 2007).
Partindo desse pressuposto, os alunos foram questionados quanto à importância dos
conteúdos Botânicos em sua vida. 70,8% disseram que as plantas são importantes, por fazerem
parte do seu dia a dia; 24,2% acreditam que não utilizarão nada referente aos conteúdos
Botânicos no seu dia a dia; 12,4%não responderam a questão e apenas 3,7% disseram que não
deveriam estudar esse conteúdo na escola (Figura 11).
Referente à importância das plantas, de modo holístico, a maioria dos alunos (56,7%)
responderam que as plantas são importantes e justificaram alegando que elas são importantes
para nossa respiração e para a produção de oxigênio. Neste sentido, percebemos o
antropocentrismo presente nas respostas deles, uma vez que a maioria relacionou a importância
das plantas aos homens, seja para alimentação, produção de bens de consumos e para a própria
66,3%
28,6%
4,9%0,3%
Aulas práticas e em campo
Em grupo com metodologias
diferenciadas
Em sala de aula com textos no
quadro
Outras
46
saúde.
Segundo Minhoto (2003) é muito importante que as aulas de Botânica sejam conduzidas
considerando o cotidiano dos alunos e o que eles conhecem sobre o assunto, aproximando assim
os seus saberes prévios aos saberes escolares.
Figura 11: concepção dos alunos da 3° série do Ensino Médio sobre a importância da Botânica sua vida.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Quando perguntados sobre o conteúdo de Botânica apresentado nos livros didáticos,
67,7% dos alunos afirmaram que o conteúdo é insuficiente (Figura 12), e referente à utilização
de outros tipos de metodologias, como modelos didáticos, aulas práticas na escola e no campo,
montagem e confecção de painéis, 50,6% dos alunos disseram que o professor raramente utiliza
essas metodologias em suas aulas, 22,4% disseram que os professores nunca utilizam e 9,9%
disseram que eles utilizam algum tipo de metodologia diferenciada em suas aulas (Figura 13).
Em trabalho sobre o ensino de Botânica com enfoque nos procedimentos metodológicos
de Silva (2008) os resultados foram semelhantes. Neles os alunos afirmam que não é comum o
uso de metodologias diferenciadas pelos professores e que aulas de campo ou prática na só
acontecem às vezes. Krasilchik (2011) afirmou que os professores consideram as aulas em
campo ou outras metodologias fora da sala de aula, muito válidas, porém, estas não são
realizadas como muita frequência devido às complicações existentes para a sua execução, como
a autorização dos pais, ou da escola, dos demais professores que não aceitam ceder a aula, e
além disso existe o medo de que ocorra algum acidente, problemas com transporte, insegurança
para conter a turma e a insegurança com o conteúdo. Todos esses fatores fazem com que o
número de aulas práticas ou de campo, por exemplo, sejam reduzidas, ou mesmo o próprio
tempo para desenvolver as atividades, uma vez que, na maioria das vezes a principal
70,8%
24,2%
12,4%
3,7%
Sim, pois tudo faz parte do
meu dia a dia
Acho que não vou usar no
meu dia a dia
Não respondeu
Não deveria estudar esse
conteúdo na escola
47
preocupação do professor é desenvolver todos os conteúdos planejados no prazo estabelecido.
Figura 12: concepção dos alunos da 3° série do Ensino Médio sobre os conteúdos de Botânica apresentados nos
livros didáticos serem suficientes para uma boa aprendizagem da Botânica.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Figura 13: concepção dos alunos da 3° série do Ensino Médio sobre a utilização de metodologias diferenciadas
pelos professores nas aulas de Botânica.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Fagundes e Gonzales (2006), e Vendruscolo (2009) obtiveram resultados semelhantes aos
representados no gráfico acima. Os primeiros obtiveram 69,62% dos seus entrevistados
respondendo nunca terem participado de aulas práticas em sua escola, enquanto que o segundo
relata ter obtido os percentuais de 48% e 52% dos alunos de duas escolas diferentes, respondendo
que aulas práticas nessas escolas aconteciam às vezes.
Segundo Santos e Ceccantini (2004) o livro didático não deve ocupar o lugar do
professor. Ele deve ser uma fonte de referências básicas, um elemento norteador do processo,
de informações relevantes e de estratégias diversificadas em sala de aula. No entanto, apesar de
atualmente existirem diferentes ferramentas disponíveis para serem usadas em sala de aula, ou
fora dela, nota-se que muitos professores ainda encontram-se aprisionados aos livros didáticos,
67,7%
22,4%
9,9%
Não
Sim
Não Respondeu
50,6%
23,5%17,9%
8,0%
Raramente Nunca Não Sim
48
permanecendo o ensino no modelo tradicional de repetição do que está exposto no livro.
Para Fagundes e Gonzalez (2006) as aulas de Biologia, de modo geral, têm sido
trabalhadas muito mais com a exposição dos conteúdos pelo professor, usando como material de
apoio o livro didático e o documentário em vídeo, mas sem que haja nenhuma atividade prática
desenvolvida.
49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa serviu para mostrar a realidade do ensino de Botânica e alertar sobre as
fragmentações, limitações e distorções dos conteúdos de Botânica abordados nas aulas de
Ciências e de Biologia do ensino Fundamental e Médio em quatro escolas públicas pesquisadas.
A partir da análise dos dados, uma parte significativa dos alunos revelou gostar dos
conteúdos botânicos. Porém, ao mesmo tempo que informaram gostar do assunto, afirmam
sentir dificuldades em assimilar o seu conteúdo. As dificuldades e a falta de interesse
apresentado pelos alunos são também reflexo de um processo de ensino que enfatiza a simples
memorização de nomes e conceitos sem vislumbrar a realidade social e experiência anterior dos
alunos.
Foi possível perceber que os estudantes possuem algum conhecimento prévio sobre as
plantas. Embora, muitas vezes incompletos e/ou equivocados, possivelmente, pela falta de
complemento desses conceitos em sala de aula. Eles não demonstraram domínio sobre os
assuntos referentes à Botânica, apresentando dificuldade em conceituá-los e em explanar acerca
de sua importância. A importância das plantas foi abordada em uma visão puramente
antropocêntrica. Os conceitos e usos das plantas foram atribuídos apenas em função dos
benefícios ao ser humano.
As informações apresentadas pelos alunos foram generalizadas e abstratas. Isso serve
de alerta para se repensar a forma como os professores têm trabalhado os conteúdos botânicos.
O mais grave é que parte desse conhecimento foi obtido durante as poucas aulas de Botânica,
comprovando que na escola o aluno não aprendeu muito mais do que já sabia ou não teve as
informações corretas acerca dos vegetais. Desta maneira, se faz necessário uma rediscussão
sobre os conteúdos da Botânica no ensino de Ciências nas escolas e sua abordagem para que se
consiga uma aprendizagem mais significativa.
A relação do educando com o educador é uma relação de troca e benefício mútuo e nesta
pesquisa pudemos observar a necessidade de inovar e fornecer as escolas propostas pedagógicas
que considerem mais o aluno e a necessidade de uma aprendizagem significativa, levando-os a
compreender de fato a importância das plantas em seu cotidiano, reforçando a ideia de que
ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou
construção. Desta forma, conhecer a realidade do ensino e proporcionar novos recursos
didáticos nas práticas escolares é de extrema importância e valor, pois visam ultrapassar os
limites da aprendizagem e alcançar o sucesso real de tudo o que se ensina, para superar os
50
obstáculos que surgem na busca pelo conhecimento.
Nesse contexto, pode-se concluir a partir do conhecimento das concepções dos alunos
do Ensino Fundamental e Médio sobre o ensino da Botânica, que existe uma necessidade de
rediscussões acerca do ensino de Botânica e da forma como os conteúdos são trabalhados em
sala de aula, além da implantação e melhoria de recursos didáticos alternativos. Somente através
da experimentação e da construção de conhecimento é que se chegará a uma aprendizagem
significativa e de qualidade. É fundamental que os alunos da educação básica, especialmente
do fundamental II e Médio, fase onde há a construção do conhecimento, recebam os conteúdos
Botânicos com uma abordagem correta, do ponto de vista científico, dos conceitos aprendidos
nas aulas de Botânica, melhorando assim o ensino de Ciências e de Biologia.
Por outro lado, é importante que o ensino ocorra sob a perspectiva do construtivismo
humano, partindo do conhecimento prévio dos alunos e da argumentação teórico-prática dos
professores para construção de novos conhecimentos.
Por fim, é importante repensar o ensino de Botânica na escola, não na quantidade mas
na qualidade do que se ensina e na metodologia que deve ser consistente, inovadora, estimulante
e com aulas prática e não apenas com quadro e giz, como infelizmente ainda acontece.
51
REFERÊNCIAS
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da área de biologia, com relação ao ensino de botânica em Jequié – BA. (Monografia de
graduação). UESB/Jequié, 2003.
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Biológicas). Consórcio Setentrional de Educação a Distância, Universidade de Brasília/UEG,
Brasília, 2011.
ARRUDA, S. M.; LABURÚ, C.E. Considerações sobre a função do experimento no ensino de
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56
APÊNDICES
57
Apêndice 1 – modelo do questionário destinado aos alunos do 7° ano do Ensino Fundamental.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO DE BOTÂNICA PARA O FUNDAMENTAL II
ATRAVÉS DE UMA NOVA ABORDAGEM DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Autora: Tatiani Santana da Silva
O presente questionário tem por objetivo realizar uma análise prévia sobre o
conhecimento de Botânica para desenvolvimento de um projeto de pesquisa. Sua colaboração
é muito importante para o resultado desse trabalho. Desde já, agradecemos sua participação.
Questionário Inicial
1. Identificação:
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade:______ Série: __________
2. Em qual cidade e bairro você mora? _________________________________________
3. No bairro onde você mora tem muitas plantas? ( ) Sim ( ) Não
4. Apresente um conceito para ser vivo.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
5. Apresente um conceito de Planta?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6. Em sua concepção, as plantas são seres vivos? ( ) Sim ( ) Não
Por que?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
7. Você acha que as plantas são importantes? ( ) Sim ( ) Não
Por que?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
8. Todas as plantas apresentam flores? ( ) Sim ( ) Não
9. Como as plantas se alimentam?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
10. Cite o nome de cinco (5) plantas que você conheça.
a) ___________________________ d) ________________________________
58
b) ___________________________ e) ________________________________
c) ____________________________
11. Cite duas características das plantas.
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
12. Dos itens abaixo, quais deles correspondem a frutos?
( ) morango ( ) pimentão ( ) chuchu ( ) uva
( ) feijão ( ) ervilha ( ) banana ( ) berinjela
( ) azeitona ( ) maça ( ) tomate ( ) pepino
( ) limão ( ) ameixa ( ) girassol ( ) goiaba
13. Cite duas utilidades das plantas para o homem.
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
14. Você gosta das plantas? ( ) Sim ( ) Não
Por que?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
15. O que são plantas medicinais?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
16. Onde você mais ouve falar de plantas no seu dia a dia?
( ) Na TV ( ) Livros ou revistas ( ) Na internet
( ) Na escola ( ) Com seus pais ( ) Outros. Quais?
_____________________________________________________________________
17. Você já visitou um jardim botânico? ( ) Sim ( ) Não
18. Desenhe uma planta.
59
Apêndice 2 – modelo do questionário destinado aos alunos da 3° série do ensino Médio.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
A BOTÂNICA NO ENSINO MÉDIO
Autora: Tatiani Santana da Silva
Este questionário é parte integrante do projeto “A BOTÂNICA NO ENSINO MÉDIO”
que faz parte do PIBID – Biologia JP da Universidade Federal da Paraíba e tem como objetivo
analisar a percepção dos alunos envolvidos no projeto sobre o ensino de Botânica.
Não escreva seu nome no questionário, pois ele é ANÔNIMO, ou seja, nós não
poderemos saber quem respondeu cada questionário. É muito importante que você responda
com SINCERIDADE e procure não deixar as questões em branco. Agradecemos desde já sua
colaboração.
1. Identificação
Escola:___________________________________________________________________
Serie: ____________ Turno:
Idade: ______ Sexo: M ( ) F ( )
2. Você gosta da Disciplina de Biologia?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) Nem Sempre ( ) Nunca Gostei
3. Qual a sua concepção sobre Biologia?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________
4. O que você mais lembra quando escuta falar em Biologia?
( ) Em animais e plantas.
( ) Em experimentos feitos em laboratórios.
( ) Em temas sobre corpo humano.
( ) Em viagens com a escola.
Outras opções (citar quais) __________________________
5. Que característica do (a) professor (a) de Biologia você considera mais importante para
que a sua aula seja considerada boa? (É PERMITIDO ASSINALAR MAIS DE UMA
ALTERNATIVA).
( ) Ter boa didática.
( ) Ser bem humorado e divertido.
( ) Ter domínio sobre o assunto a ser abordado em sala de aula.
60
( ) Ser capaz de associar o assunto abordado em sala com o cotidiano dos alunos.
( ) Ser capaz de interagir com os alunos.
( ) Ser atualizado.
( ) Ter paciência com os estudantes.
( ) Realizar atividades práticas, aulas de campo e utilizar modelos e metodologias
diferenciadas.
( ) Outras. Quais? ________________________________________________________
6. Quais características do professor de Biologia que atrapalham no seu processo de
aprendizagem? (É PERMITIDO ASSINALAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA).
( ) Não ter uma didática boa.
( ) Ser muito rigoroso, conservador e autoritário.
( ) Personalidade do professor (impaciência, mau humor, desânimo e estresse).
( ) Ser exigente quanto à memorização dos conceitos biológicos.
( ) Não dominar o conteúdo a ser abordado em sala de aula.
( ) Não ter uma boa relação com os alunos.
( ) Ser tolerante à indisciplina dos estudantes.
( ) Ser específico demais nos assuntos discutidos.
( ) Ser um professor que leciona para o vestibular e não para a vida.
7. Dentre os conteúdos de Biologia citados abaixo, quais você apresenta mais afinidade?
(É PERMITIDO ASSINALAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA).
( ) Citologia ( ) Botânica ( ) Sistemática ( ) Ecologia
( ) Evolução ( ) Zoologia ( ) Embriologia ( ) Genética
( ) Fisiologia humana ( ) Fisiologia vegetal
( ) Outros. Quais? ___________________________________________________
Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8. Dentre os conteúdos de Biologia citados abaixo, quais você tem mais dificuldade de
assimilação? (É PERMITIDO ASSINALAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA)
( ) Citologia ( ) Botânica ( ) Sistemática ( ) Ecologia
( ) Evolução ( ) Zoologia ( ) Embriologia ( ) Genética
( ) Fisiologia humana ( ) Fisiologia vegetal
( ) Outros. Quais? ___________________________________________________
Por quê? _____________________________________________________________
61
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Referente ao ensino de Botânica
9. Você gosta do assunto de Botânica?
( ) Sim ( ) Não
10. Quais são os fatores que interferem negativamente no ensino de Botânica? (É
PERMITIDO ASSINALAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA).
( ) Indisciplina durante as aulas.
( ) Nomenclatura complexa e difícil.
( ) Falta de laboratório e de aulas práticas.
( ) Desinteresse dos estudantes.
( ) Professores com pouca formação na área de botânica.
( ) Professores com pouca didática.
( ) Conteúdos extensos.
( ) Falta de estrutura e recurso por parte da escola.
Outros. Quais? _________________________________________________________
11. Independente do professor que dá aula de Biologia, você acha que os conteúdos de
Botânica são fundamentais para sua vida?
( ) Sim, pois tudo faz parte do meu dia a dia.
( ) Acho que não vou usar em meu dia a dia.
( ) Não deveria estudar este conteúdo na escola.
12. De que forma você acha que as aulas de Botânica ficariam mais interessantes:
( ) Em sala de aula com textos escritos no quadro e o professor explicando sobre o assunto.
( ) Aulas práticas e em campo.
( ) Em grupo com utilização de metodologias diferenciadas, como jogos, oficinas,
dinâmicas, entre outros.
( ) Outras opções. Quais? _____________________________________
13. Em sua opinião o conteúdo apresentado no livro didático é suficiente para uma boa
aprendizagem dos conteúdos de Botânica? ( ) SIM ( ) NÃO
Comente:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
62
14. Em sua opinião os professores de Biologia utilizam algum tipo de metodologia
diferenciada (modelos didáticos, aulas práticas, aulas de campo, montagem de painéis, entre
outros) nas aulas de Botânica para facilitar no seu aprendizado?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes
( ) Raramente ( ) Nunca
15. Em sua opinião como as aulas de Botânica deveriam ser ministradas em sala de aula
através:
( ) de aula expositiva (onde o professor só utiliza quadro e giz)
( ) de aulas dinamizadas com utilização de metodologias diferenciadas como jogos
didáticos, oficinas, entre outros.
( ) de aulas práticas e de campo.
( ) de recursos audiovisuais (TV, DVD, Data Show, entre outros).
16. Em sua opinião qual (is) a importância das plantas para o planeta?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Agradecemos sua Colaboração!
63
Apêndice 3 – Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido apresentado aos
participantes da pesquisa
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado (a) Senhor (a),
Esta pesquisa é sobre A BOTÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: concepções dos alunos de
quatro escolas públicas estaduais em João Pessoa sobre o Ensino de Botânica, e está sendo
desenvolvida pela licencianda Tatiani Santana da Silva, aluna do Curso de Ciências Biológicas
da Universidade Federal da Paraíba, sob a orientação do Prof. Rivete Silva de Lima. Os
objetivos do estudo é: compreender o estudo da Botânica através das concepções dos alunos do
ensino fundamental e médio de quatro escolas públicas de João Pessoa.
Com este trabalho, pretende-se compreender como o ensino de Botânica é abordado na
Educação Básica através das concepções dos alunos do ensino Fundamental e Médio. Para tal,
solicitamos a sua colaboração em responder o questionário, como também sua autorização para
apresentar a comunidade acadêmica os resultados deste estudo. Por ocasião da publicação dos
resultados. Lembramos que seu nome será mantido em sigilo. Esclarecemos que sua
participação no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não é obrigado(a) a fornecer as
informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pela licencianda.
Os autores da pesquisa estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere
necessário e em qualquer etapa da pesquisa.
Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido(a) e dou o meu consentimento para
participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que receberei uma cópia
desse documento.
______________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
Contato do Pesquisador Responsável: [email protected]
Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo, favor procurar o pesquisador
Rivete Silva de Lima
Endereço: DSE / CCEN / UFPB – Campus I
Telefone: (83) 3216-7757
Atenciosamente,
___________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
___________________________________________
Assinatura do Pesquisador Participante