A Cabanagem No Para

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    A Cabanagem no Par, 1835-1840.Prof. Leonardo Castro

    A Cabanagem (1835-1840) foi a revolta na qual negros e ndios se insurgiram contra a elitepoltica e tomaram o poder no Par (Brasil). Entre as causas da revolta encontram-se a extremapobreza das populaes humildes e a irrelevncia poltica qual a provncia foi relegada aps aindependncia do Brasil.

    A Cabanagem ocorreu durante o perodo regncial no Brasil. O Perodo regencial brasileiro (1831 1840) foi o intervalo poltico entre os mandatos imperiais da Famlia Imperial Brasileira, poisquando o Imperador Pedro I abdicou de seu trono, o herdeiro D. Pedro II no tinha idadesuficiente para assumir o cargo. Devido natureza do perodo e das revoltas e problemasinternos, o perodo regencial foi um dos momentos mais conturbados do Imprio Brasileiro.

    De cunho popular, contou com a participao de elementos das camadas mdia e alta da regio,entre os quais se destacam os nomes do fazendeiro Flix Clemente Malcher e do seringueiroEduardo Angelim.

    Na Cabanagem negros e ndios tambm se envolveram diretamente no evento, insurgindo-se

    contra a elite poltica no Par. Dentre alguns lderes populares da Cabanagem esteve o negroManuel Barbeiro, o negro liberto de apelido Patriota e o escravo Joaquim Antnio, quemanifestavam idias de igualdade social.

    Origem do nome

    O nome Cabanagem remete habitao (cabanas) da populao de mestios, escravoslibertos e indgenas que participaram da Cabanagem.

    O Cabano Paraense. Pintura de Alfredo Norfini, 1940. Museu de Artes de Belm.Histria

    Aps a Independncia do Brasil, a Provncia do Gro-Par mobilizou-se para expulsar as foras

    reacionrias que pretendiam manter a regio como colnia de Portugal. Nessa luta, que searrastou por vrios anos, destacaram-se as figuras do cnego e jornalista Joo Batista GonalvesCampos, dos irmos Vinagre e do fazendeiro Flix Clemente Malcher. Terminada a luta pelaindependncia e instalado o governo provincial, os lderes locais foram marginalizados do poder.A elite fazendeira do Gro-Par, embora com melhores condies, ressentia-se da falta departicipao nas decises do governo central, dominado pelas provncias do Sudeste e doNordeste.

    Em julho de 1831 estourou uma rebelio na guarnio militar de Belm do Par, tendo BatistaCampos sido preso como uma das lideranas implicadas. O presidente da provncia, BernardoLobo de Sousa, desencadeou uma poltica repressora, na tentativa de conter os inconformados.

    O primeiro grande erro de Lobo de Sousa foi rivalizar com Batista Campos. Criando o CorreioOficial Paraense, dirigido pelo cnego Gaspar Siqueira Queiroz, grande inimigo de BatistaCampos. As crticas contra o nacionalista logo comearam, e aumentavam a cada edio. Batista

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    Campos tambm comeou a lanar suas crticas, contra o governo. Conseguiu, inclusive, umapastoral do bispo D. Romualdo Coelho contra Lobo de Sousa, pelo fato deste ser maom. Nestaaltura, chegava ao Par o jornalista Vicente Ferreira de Lavor Papagaio, mandado buscar noMaranho por Batista Campos. Aquele vinha fundar um jornal para fazer oposio Presidnciada Provncia. O ttulo do jornal, Sentinela Maranhense na Guarita do Par. Sua linguagem, logo naedio inaugural, foi to violenta, que Lobo de Sousa ordenou a priso de Papagaio e BatistaCampos.

    O clmax foi atingido em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Par,Romualdo de Sousa Coelho, criticando alguns polticos da provncia. O cnego foi logoperseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher, reunindo-se aos irmosVinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antnio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim. Antesde serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 denovembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher. Batista Camposmorreu no ltimo dia do ano, ao que tudo indica de uma infeco causada por um corte que sofreuao fazer a barba.

    O movimento Cabano

    Em 7 de janeiro de 1835, liderados por Antnio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros endios) tomaram de assalto o quartel e o palcio do governo de Belm, nomeando Flix AntonioClemente Malcher presidente do Gro-Par. Os cabanos, em menos de um dia, atacaram econquistaram a cidade de Belm, assassinando o presidente Lobo de Souza e o Comandante dasArmas, e apoderando-se de uma grande quantidade de material blico. O governo cabano nodurou por muito tempo, pois o novo presidente, Flix Malcher - tenente-coronel, latifundirio, donode engenhos de acar - era mais identificado com os interesses do grupo dominante derrotado, deposto em 19 de fevereiro de 1835. Por fim, Malcher acabou preso. Assumiu a Presidncia,Francisco Vinagre.

    Cabanagem, cenas na tela de Benedito Melo.Em maio de 1935 chegou ao porto de Belm a fragata Imperatriz, enviada pelo presidente doMaranho, a fim de terminar com o Governo revolucionrio. Vinagre concordou em entregar aPresidncia a ngelo Custdio; mas, sobre presso de Antnio Vinagre e Eduardo Angelim,recuou.

    Em 20 de junho de 1935, na baa de Guajar, aportou outra fragata com o novo presidente doPar (nomeado pela Regncia), marechal Manoel Jorge Rodrigues. Vinagre, contra o desejo deseu irmo Antnio, entregou o poder.

    Na noite de 14 de agosto de 1835, tiveram incio novos combates. A invaso de Belm se deupelos bairros de So Braz e Nazar. Desta forma, Belm caa novamente em poder dosrevoltosos. Aos 21 anos de idade, Eduardo Angelim assumiu a Presidncia da Provncia.

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    Fim da Cabanagem

    Contudo, em abril de 1836 chegava o marechal Jos Soares de Andrea, novo presidente,nomeado pela Regncia. Andrea intimou os cabanos a abandonarem Belm. Angelim e seusauxiliares concordaram.

    A ltima fase da Cabanagem iniciada com a tomada de Belm por Andra, com orestabelecimento da legalidade na Provncia. Apossando-se de Belm, as lutas ainda duraramquatro anos no interior da Provncia, onde ocorria o avano das foras militares de forma violentaat 1840.

    A Cabanagem continua viva na memria do povo paraense como o movimento popular quepermitiu que as classes populares chegassem ao poder instalando um governo popular ou cabanono Par do sculo XIX.

    Monumento Cabanagem, projetado por Oscar Niemeyer, em 1985. Belm, Par.

    Texto Complementar

    A Cabanagem do Par o nico movimento poltico do Brasil em que os pobres tomam o poder,de fato. o nico e isolado episdio de extrema violncia social, quando os oprimidos a ralmais baixa, negros, tapuios, mulatos e cafuzos, alm de brancos rebaixados que parecem no terdireito branquitude, (...) assumem o poder e reinam absolutos, eliminando quase todas asformas de opresso, arrebentando com a hierarquia social, destruindo as foras militares esubstituindo-as por algo que faz tremer os poderosos: o povo em armas.(CHIAVENATO, Jlio Jos.Cabanagem: o povo no poder . So Paulo: Brasiliense, 1984. pp. 12-14.)

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    Cabanagem

    Cabanagem (1835-1840)foi uma revolta na qual negros, ndios e mestios se insurgiramcontra a elite poltica e tomaram o poder na ento provncia doGro-Par (Brasil). Entre ascausas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populaes ribeirinhas e airrelevncia poltica qual a provncia foi relegada aps aindependncia do Brasil.[1] De

    cunho popular, contou com a participao de elementos das camadas mdia e alta daregio, entre os quais se destacam os nomes do padreJoo Batista Gonalves Camposedo jornalistaVicente Ferreira Lavor("Papagaio").

    Origem do nome

    A "Cabanagem" remete ao tipo de habitao da populao ribeirinha, espcie de cabanas,constituda por mestios, escravos libertos eindgenas.

    Histria

    Aps a independncia do Brasil, a provncia do Gro-Par mobilizou-se para expulsar as forasreacionrias que pretendiam manter a regio como colnia dePortugal.Nessa luta, que searrastou por vrios anos, destacaram-se as figuras do cnego e jornalistaJoo Batista GonalvesCampos, dos irmos Vinagre e do fazendeiroFlix Clemente Malcher.Formaram-se diversosmocambosde escravos foragidos e eram frequentes as rebelies militares. Terminada a luta pelaescravido e instalado o governo provincial, os lderes locais foram marginalizados do poder. Aelite fazendeira do Gro-Par, embora com melhores condies, ressentia-se da falta departicipao nas decises do governo central, dominado pelas provncias do Sudeste e doNordeste.[1]

    Em julho de1831estourou uma rebelio na guarnio militar deBelm do Par,tendo BatistaCampos sido preso como uma das lideranas implicadas. A indignao do povo cresceu, e em1833 j se falava em criar uma federao. O presidente da provncia,Bernardo Lobo de Sousa, desencadeou uma poltica repressora, na tentativa de conter os inconformados. O clmax foiatingido em1834,quando Batista Campos publicou uma carta dobispo do Par,Romualdo deSousa Coelho,criticando alguns polticos da provncia. Por no ter sido autorizada pelo governoda Provncia, o cnego foi perseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher.Reunindo-se aos irmos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antnio) e ao seringueiro e jornalistaEduardo Angelimreuniram um contingente de rebeldes na fazenda de Malcher. Antes de serematacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia3 de novembro,astropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher e outros rebeldes. Batista Camposmorreu no ltimo dia do ano, ao que tudo indica de uma infeco causada por um corte que sofreuao fazer a barba.

    O movimento

    Eduardo Angelim, um dos lderes da revolta.

    Em 6 de janeiro de 1835, liderados por Antnio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros endios) tomaram de assalto o quartel e o palcio do governo de Belm, nomeando Flix AntonioClemente Malcher presidente do Gro-Par. Os cabanos, em menos de um dia, atacaram e

    http://pt.wikipedia.org/wiki/1835http://pt.wikipedia.org/wiki/1840http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A3o-Par%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Gon%C3%A7alves_Camposhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Vicente_Ferreira_Lavor&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Povo_ind%C3%ADgenahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Gon%C3%A7alves_Camposhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Gon%C3%A7alves_Camposhttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Clemente_Malcherhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mocamboshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escravaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/1831http://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9mhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1833http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Bernardo_Lobo_de_Sousa&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/1834http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquidiocese_de_Bel%C3%A9m_do_Par%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/Romualdo_de_Sousa_Coelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romualdo_de_Sousa_Coelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Angelimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/3_de_novembrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eduardo_Angelim.jpghttp://pt.wikipedia.org/wiki/3_de_novembrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Angelimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romualdo_de_Sousa_Coelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romualdo_de_Sousa_Coelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquidiocese_de_Bel%C3%A9m_do_Par%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/1834http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Bernardo_Lobo_de_Sousa&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/1833http://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9mhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1831http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mocamboshttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Clemente_Malcherhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Gon%C3%A7alves_Camposhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Gon%C3%A7alves_Camposhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Povo_ind%C3%ADgenahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Vicente_Ferreira_Lavor&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Gon%C3%A7alves_Camposhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A3o-Par%C3%A1http://pt.wikipedia.org/wiki/1840http://pt.wikipedia.org/wiki/1835
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    conquistaram a cidade deBelm,assassinando o presidente Lobo de Souza e o Comandante dasArmas, e apoderando-se de uma grande quantidade de material blico. No dia7, ClementeMalcher foi libertado e escolhido como presidente da provncia eFrancisco VinagreparaComandante das Armas. O governo cabano no durou muito tempo, pois o novo presidente, FlixMalcher - tenente-coronel, latifundirio e dono de engenhos de acar - era mais identificado comos interesses do grupo dominante derrotado, e deposto em 19 de fevereiro de 1835, com oapoio das classes dominantes, que pretendiam manter a provncia unida aoImprio do Brasil.[1]

    Francisco Vinagre,Eduardo Angelime os cabanos pretendiam se separar. O rompimentoaconteceu quando Malcher mandou prender Angelim. As tropas dos dois lados entraram emconflito, saindo vitoriosas as de Francisco Vinagre. Clemente Malcher, assassinado, teve o seucadver arrastado pelas ruas de Belm.

    Agora na presidncia e no Comando das Armas da Provncia, Francisco Vinagre no se mantevefiel aos cabanos. Se no fosse a interveno de seu irmo Antnio, teria entregue o governo aopoder imperial, na pessoa do marechalManuel Jorge Rodrigues(julho de 1835). Devido suafraqueza e ao reforo de uma esquadra comandada pelo almirante inglsTaylor,os cabanosforam derrotados e se retiraram para o interior. Reorganizando suas foras, os cabanos atacaramBelm, em14 de agosto.Aps nove dias de batalha, mesmo com a morte de Antnio Vinagre, os

    cabanos retomaram a capital.Eduardo Angelimassumiu a presidncia. Durante dez meses, a elite se viu atemorizada pelocontrole cabano sobre a provncia do Gro-Par. A falta de um projeto com medidas concretaspara a consolidao do governo rebelde, provocaram seu enfraquecimento. Diante da vitria dasforas de Angelim, o imprio reagiu e nomeou, em maro de1836,o brigadeiroFrancisco Jos deSousa Soares de Andra como novo presidente do Gro-Par, autorizando a guerra total contraos cabanos. Em fevereiro, quatro navios de guerra se aproximavam de Belm, prontos para atacara cidade, tomada pela desordem, fome evarola.No dia 13 de maio de 1836, o brigadeirod'Andrea estacionou sua esquadra em frente a Belm e bombardeou impiedosamente a cidade.Os cabanos insurgentes escapavam pelosigaraps em pequenas canoas, enquanto EduardoAngelim e alguns lderes negociavam a fuga.[1]

    O brigadeiro d'Andrea, entretanto, julgando que Angelim, mesmo foragido, seria uma ameaa,determinou que seus homens fossem ao seu encalo. Em outubro de 1836, numa tapera da selva,ao lado de sua mulher, Angelim foi capturado, tornado prisioneiro na fortaleza da Barra, at seguirpara o Rio de Janeiro. A Cabanagem, porm, no acabou com a priso de Eduardo Angelim. Oscabanos, internados na selva, lutaram at 1840, at serem completamente exterminados (naesindgenas foram chacinadas; osmur e os mau praticamente desapareceram).[1]

    Calcula-se que de 30 a 40% de uma populao estimada de 100 mil habitantes morreu. Em 1833o Gro-Par tinha 119.877 habitantes; 32.751 eram ndios e 29.977, negros escravos. A maioriamestia ("cruzamento" de ndios, negros e brancos) chegava a 42 mil. A minoria totalizava 15 milbrancos, dos quais mais da metade eram portugueses.[1]

    Em homenagem ao movimento Cabano foi erguido um monumento, projetado pelo arquitetoOscar Niemeyer,na entrada da cidade de Belm: oMemorial da Cabanagem.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9mhttp://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Francisco_Vinagre&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Angelimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Jorge_Rodrigueshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/14_de_agostohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Angelimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1836http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_de_Sousa_Soares_de_Andr%C3%A9ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_de_Sousa_Soares_de_Andr%C3%A9ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADolahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Igarap%C3%A9shttp://pt.wikipedia.org/wiki/Canoashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mur%C3%A1&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mau%C3%AA&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Niemeyerhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Memorial_da_Cabanagemhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Memorial_da_Cabanagemhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Niemeyerhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mau%C3%AA&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mur%C3%A1&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Canoashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Igarap%C3%A9shttp://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADolahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_de_Sousa_Soares_de_Andr%C3%A9ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_de_Sousa_Soares_de_Andr%C3%A9ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1836http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Angelimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/14_de_agostohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Jorge_Rodrigueshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Angelimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem#cite_note-HV-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Francisco_Vinagre&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9m
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    A CABANAGEM

    Introduo

    A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e1840 na provncia do Gro-Par (regio norte do Brasil, atual estado do Par).Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos era formada por pessoaspobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da regio. Estas pessoaseram chamadas de cabanos.

    Contexto histrico

    No incio do Perodo Regencial, a situao da populao pobre do Gro-Par erapssima. Mestios endiosviviam na misria total. Sem trabalho e sem condiesadequadas de vida, os cabanos sofriam em suas pobres cabanas s margens dos rios.Esta situao provocou o sentimento de abandono com relao ao governo central e, aomesmo tempo, muita revolta.

    Os comerciantes e fazendeiros da regio tambm estavam descontentes, pois o governoregencial havia nomeado para a provncia um presidente que no agradava a elite local.

    Causas e objetivos

    Embora por causas diferentes, os cabanos (ndios e mestios, na maioria) e osintegrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) se uniram contra o governoregencial nesta revolta. O objetivo principal era a conquista da independncia da provnciado Gro-Par.

    Os cabanos pretendiam obter melhores condies de vida (trabalho, moradia, comida). Jos fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maiorparticipao nas decises administrativas e polticas da provncia.Revolta

    Com incio em 1835, a Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os cabanos e astropas do governo central. As estimativas feitas por historiadores apontam que cerca de30 mil pessoas morreram durante os cinco anos de combates.

    No ano de 1835, os cabanos ocuparam a cidade de Belm (capital da provncia) ecolocaram na presidncia da provncia Flix Malcher. Fazendeiro, Malcher fez acordoscom o governo regencial, traindo o movimento. Revoltados, os cabanos mataram Malchere colocaram no lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo Angelim).

    Contanto com o apoio inclusive de tropas de mercenrios europeus, o governo centralbrasileiro usou toda a fora para reprimir a revolta que ganhava cada vez mais fora.

    Fim da revolta

    Aps cinco anos de sangrentos combates, o governo regencial conseguiu reprimir arevolta. Em 1840, muitos cabanos tinham sido presos ou mortos em combates. A revoltaterminou sem que os cabanos conseguissem atingir seus objetivos.

    http://www.suapesquisa.com/indios/http://www.suapesquisa.com/indios/
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    Cabanagem (1835-1840)

    Rebelio tem fim sangrento no perodo regencialRenato Cancian*Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao

    O perodo regencial(1831-1840) foi marcado pela ecloso de inmeras rebelies provinciais.Essas rebelies foram motivadas por basicamente dois objetivos: o desejo de autonomia poltica eadministrativa e implantao de umregime republicano.

    As rebelies provinciais foram movimentos de revolta contra o governo central do Imprio e oregime monrquico em vigor. Mas a caracterstica mais importante das rebelies provinciais foi aampla participao popular, principalmente das camadas sociais mais humildes, quase sempremanipuladas pelas classes ricas na defesa de seus interesses diante da conduo do governoimperial pelas regncias.

    A Cabanagem foi uma grande rebelio popular que eclodiu na provncia do Par, em 1835. Foiassim denominada porque dela participou a populao pobre que viviam em cabanas beira dosrios, e que eram chamados de cabanos. Est populao era composta de negros, mestios endiosque se dedicavam s atividades de extrao de produtos da floresta, e que se revoltaramdiante da situao de misria a que estavam submetidas.

    A rebelio originou-se de pequenas revoltas e conflitos sociais que afloraram nas reas rurais eurbanas da provncia. Foi durante esse perodo que surgiram alguns dos principais lderesenvolvidos na rebelio de 1835. Entre eles esto: Eduardo Angelim, os irmos lavradores

    Francisco Pedro e Antnio Vinagre, o fazendeiro Clemente Malcher, o jornalista Vicente FerreiraLavor e o padre Batista Campos.

    Belm dominadaAs autoridades nomeadas pelo governo central para governar a provncia do Par temiam asconstantes revoltas sociais. Muitas chegaram a abandonar os cargos. Diante da situao, ogoverno central adotou algumas medidas repressivas bastante violentas. A principal delas previaque os suspeitos de participarem de agitaes e revoltas seriam recrutados fora para servir nastropas governamentais. No obstante, na noite de 6 de janeiro de 1835, os cabanos serevoltaram, dominando a capital, Belm, e executando o presidente da provncia e outrasautoridades.

    Mas os cabanos tiveram muita dificuldade para se manter no poder e estabelecer um governorevolucionrio. As divergncias e os conflitos entre os prprios lderes do movimento foi a principalcausa do fracasso da rebelio. O fazendeiro Clemente Malcher assumiu o governo, mas juroufidelidade ao imperador e declarou que permaneceria no poder at a maioridade do herdeiro dotrono.

    Malcher e VinagreChegou a se opor e at mesmo a reprimir Eduardo Angelim e Vicente Ferreira Lavor, tentandodeport-los. Malcher tentou um golpe, mas foi executado e substitudo por Francisco Vinagre.

    Surpreendentemente, Vinagre tambm se declarou fiel ao governo imperial e se disps a negociarcom o governo central.

    O governo regencial organizou numerosa fora militar para enfrentar a rebelio. Comandada porManuel Jorge Rodrigues, e contando com o apoio do prprio Francisco Vinagre, as tropas do

    http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u17.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/filosofia/ult1704u77.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u48.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u48.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/filosofia/ult1704u77.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u17.jhtm
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    governamentais tomaram Belm. Os cabanos se refugiaram no interior da provncia e sereorganizaram. Marcharam novamente para Belm, conseguiram restabelecer o controle sobre acidade e proclamaram a Repblica.

    Fim da cabanagem: 40 mil mortosTentaram estabelecer um governo revolucionrio estvel e capaz de governar a provncia. Mas atentativa foi novamente frustrada por traies e conflitos entre os lderes do movimento. Em abril

    de 1836, o governo central desfechou um novo ataque militar e conseguiu reassumir o controle dacapital da provncia e imps um novo presidente.

    Foram cinco anos de intensa luta, at que os cabanos foram derrotados. Estima-se que, durante operodo do conflito entre tropas governamentais e revolucionrios, a populao do Par, que erade cerca de 100 mil habitantes, foi reduzida a 60 mil.

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    A Cabanagem

    Gro-Par, 1835-1840

    A Cabanagem foi o mais importante movimento popular do Brasil. Foi o nico em querepresentantes das camadas humildes ocuparam o poder em toda uma provncia.

    A decadente economia da provncia do Gro-Par, que englobava os atuais Estados doPar, parte do Amazonas, Amap e Roraima, se baseava na pesca, na produo de cacau,na extrao de madeiras e na explorao das drogas do serto. Utilizava-se a mo-de-obraescrava negra e a de ndios que viviam em aldeias ou j estavam destribalizados esubmetidos a um regime de semi-escravido.

    Os negros, ndios e mestios compunham a maioria da populao inferiorizada do Gro-Par e viviam agrupados nas pequenas ilhas e na beira dos rios em cabanas miserveis(da o nome cabanos, como eram conhecidos).

    Liderados a princpio por grupos da elite que disputavam o poder, os cabanos,insatisfeitos, resolveram assumir sua prpria luta contra a misria, o latifndio, aescravido e os abusos das autoridades. Invadiram Belm, a capital da provncia,depuseram o governo que havia sido imposto pelos regentes e assumiram o poder.Formou-se ento o nico governo do pas composto por ndios e camponeses.

    Entretanto, a radicalizao e a violncia da massa cabana, a dificuldade em organizar umgoverno capaz de controlar as divergncias entre os prprios cabanos e a traio dealguns chefes, que chegaram a ajudar as tropas e os navios enviados pelo governo central,causaram o fracasso do movimento.

    Vencidos na capital pelas foras do governo, os cabanos reorganizaram as massas rurais econtinuaram lutando at 1840, quando a provncia, pela fora da opresso e da violncia,

    foi obrigada a aceitar a pacificao.A Cabanagem deixou um saldo de 40 mil mortos. Era mais um claro exemplo que a classedominante no admitia a ascenso do povo ao poder nem as manifestaes populares quecolocassem em risco o domnio poltico da aristocracia.

    Cronologia: Cabanagem

    1835

    6/janeiro: os rebeldes atacaram e conquistaram a cidade de Belm, assassinando opresidente Sousa Lobo e o Comandante das Armas, e apoderando-se de uma grandequantidade de material blico.

    7/janeiro: Clemente Malcher foi libertado e escolhido como presidente da Provncia eFrancisco Vinagre para Comandante das Armas.

    16/maro: os cabanos comunicaram sua conquista Regncia, firmando-se solidamente nopoder por diversas medidas de controle militar acertadas.

    1/abril: foi nomeado Presidente e Comandante das Armas o mal Manoel Jorge Rodrigues,estudado pelo cel Claudio Moreira Bento na Histria da 3 a Regio Militar.

    10/junho: Ele (Manoel Rodrigues) aportou em Belm,apoiado em forte esquema militar. Foicalorosamente recebido ,inclusive por cabanos.

    25/junho: 1835 passou o governo do Par que exercera por meio ano ao mal Manoel Jorge.Este substitui as foras cabanas pelas suas. Os cabanos simbolicamente devolveram suasarmas e munies.Em realidade as melhores, em nmero estimado de cerca de 3.000,

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    incluindo canhes ,eles as contrabandearam para o interior, para suas bases.

    14/agosto: menos de 2 meses da posse do mal Manoel Jorge, os cabanos atacaram Belm.

    22/agosto: pela desproporo de efetivos tornou-se insustentvel a situao do mal ManoelJorge, por sitiado por terra.

    23/agosto: Na madrugada, o mal Manuel Jorge evacuou Belm e estabeleceu o Governo eseu Quartel General na ilha Tatuoca e bloqueou o porto de Belm.

    26/agosto: Eduardo Angelim foi aclamado o "3 o presidente cabano" e passou a ter grandedificuldade para dominar a situao, por no conhecer os manejos da administrao ,estarsob bloqueio naval e mesmo por desentendimentos entre as lideranas cabanas que osustentavam no poder.

    1836

    9/abril: o mal Andra reassumiu a Presidncia e o Comando das Armas.Em operaesconjuntas foram retomando varias posies cabanas.

    13/abril: depois de cerca de 7 meses sob domnio cabano ,Belm retornou em definitivo aocontrole da Regncia.

    20/outubro: no rio Pequeno, prximo do lago do Porto Real, as foras legais em operaoconjunta conseguiram capturar Eduardo Angelim e outros lderes cabanos.

    Dezembro: o marechal Andra conseguiu retomar Santarm dos cabanos.Nesta altura seapresentou a um perigo potencial a Integridade Nacional do Brasil, traduzido pelo apoioaos cabanos, no Amap ,de parte dos franceses que ali litigavam com Portugal e depoiscom o Brasil em torno de limites.

    1837 e 1838

    O esforo para desintegrar a resistncia cabana atomizada na imensido da Amaznia,prosseguiu durante esses anos, quando a Revoluo Farroupilha no Rio Grande do Sul eem Santa Catarina atingiam o seu apogeu e para onde seguiria breve o mal Andra depoisde passar o governo do Par ao dr Joo Antnio de Miranda que realizou excelenteadministrao que terminou por reintegrar os cabanos.

    1839

    os cabanos cederam com a declarao de anistia aos revoltosos.

    1840

    o ltimo foco rebelde, sob liderana de Gonalo Jorge de Magalhes, se rendeu. Trabalhode reintegrao e pacificao que foi consolidado com a maioridade de D,Pedro II.