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II Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Regional Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Mestrado e Doutorado Santa Cruz do Sul, RS – Brasil - 28 setembro a 01 de outubro.
A CADEIA DO LEITE NO BRASIL E OS REFLEXOS DAS AÇÕES DA COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA SUDOESTE – FRIMESA
Márcio Alberto Goebel
1
Leomar Valler2
Jefferson Andronio Ramundo Staduto3
Weimar Freire da Rocha Jr4
Resumo
O objetivo central deste trabalho é examinar as estratégias que as cooperativas
agroindustriais estão seguindo para a sua expansão, sendo que a mesma tem grande
impacto no dinamismo de algumas regiões, no caso deste estudo foram focalizados os
reflexos sobre o produtor de leite, e em particular o pequeno produtor. Para tanto foi
realizado um estudo de caso da cooperativa Frimesa. Inúmeras empresas operam no setor
leiteiro, principalmente as vinculadas às cooperativas e dentre elas está a Cooperativa
Central Agropecuária Sudoeste – Frimesa, cuja abrangência é o Oeste Paranaense. A
Frimesa, bem como outras cooperativas, tem expandido constantemente a sua capacidade
de processamento e produção de produtos lácteos, e seguido, de certa forma, a tendência
nacional para o setor lácteo e das cooperativas agroindustriais. Neste estudo foi analisada a
evolução da Frimesa a partir do exame de diversos aspectos estratégicos adotados pela
empresa ao longo do tempo, tais como, a adoção de tecnologia tanto no processo produtivo
como junto aos produtores filiados, que nos últimos anos tiveram que se adequar às
necessidades da qualidade e quantidade de leite solicitados pela empresa. Um dos desafios
das cooperativas agroindustriais é superar o conflito do princípio cooperativo com a busca
1 Administrador, Especialista em Desenvolvimento Agroindustrial e Mestrando em Desenvolvimento Regional e Agronegócio pela UNIOESTE/CampusToledo,[email protected] 2 Administrador, Licenciado em Geografia, Acadêmico de Direito, Especialista em Desenvolvimento Agroindustrial, Mestrando em Desenvolvimento Regional e Agronegócio pela UNIOESTE/CampusToledo,[email protected] 3 Professor adjunto do Curso de Ciência Econômicas e do Mestrado em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da UNIOESTE/Campus de Toledo, [email protected]; [email protected]. 4
2
pela competitividade, sendo que os pequenos produtores são os mais tencionados nesta
situação, o que pode comprometer a sua permanecia nesta atividade, e em particular na
produção do leite. Os resultados analisados mostram que a Frimesa segue uma trajetória
comum às cooperativas agroindustriais e às demais empresas da cadeia do leite, ou seja,
está sendo norteada pelos ditames do mercado, e primando pelo recebimento de leite dos
produtores com maior capacidade produtiva e qualidade do produto ofertado. Desta forma,
esta cooperativa, como as demais, deve elaborar estratégias em relação aos pequenos
produtores que não atendem os padrões competitivos da indústria de laticínio para ficar em
consonância aos princípios cooperativos.
Palavras-chave: Cadeia Do Leite, Cooperativa Agroindustrial, Oeste Paranaense.
THE MILK CHAIN IN BRAZIL AND THE REFLECTION OF THE ACTIONS OF
COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA SUDOESTE – FRIMESA
Abstract
The main objective of this work is to examine the strategies that agro-industrial co-
operative societies are using to expand their businesses, in a way that it has a great impact
in the dynamism of some regions. This studied focused on the reflexes on the milk
producers, in particular the small ones. In order to do that, we realized a study-case on the
Frimesa co-operative society. Innumerous businesses work in the milk sector, mainly the
ones linked to the co-operatives, and among them is Cooperativa Central Agropecuária
Sudoeste – Frimesa, which is part of the West Region of the Paraná State. Frimesa, as well
as other co-operative societies, has constantly expanded its processing and production
capacity of milk products, in which it follows, in a sense, the national tendency to the milk
sector and agro-industrial co-operative societies. In this study, we analyzed the evolution
of Frimesa trhough the examination of diverse strategic aspects adopted in the productive
process and with the affiliated producers, who in the last years had to adequate themselves
to the quality and quantity necessities of milk solicited by the enterprise. One challenge of
the agro-industrial co-operative societies is to overcome the conflict of the cooperative
principle with the search for competing capacity, in which the small producers tend more
to do in this situtation, and that can compromise their permanence in the activity, in
particular, the production of milk. The analyzed results show that Frimesa follows a
common path of the agro-industrial co-operative societies and that of the other businesses
in the milk chain, that is, it is ruled by the market, and rank first the reception of milk of
3
the producers with the biggest productive capacity and the quality of the product offered.
This way, this co-operative society, like the others, have to elaborate strategies in relation
to the small producers that do not attend to the competitive patterns in the milk industries
in order to be in consonance with the cooperative principles.
1 INTRODUÇÃO O sistema agroindustrial brasileiro do leite vem apresentando continua
expansão, desenvolvendo, melhorando e procurando consolidar uma estrutura que envolva
e fortaleça todos os setores da cadeia do leite. O desenvolvimento contínuo desta cadeia
resultou em oferta constante de matéria-prima e, por conseqüência, oferta de proteína
disponível para todas as camadas de renda da população brasileira, principalmente o leite
in natura.
De alguma forma, o sucesso desta cadeia está ligado diretamente às
necessidades e estratégias das agroindústrias processadoras do leite, por meio da busca da
qualidade e produtividade por parte das agroindústrias e principalmente dos produtores
rurais de leite. Não obstante, a empresa Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste –
Frimesa5 tem buscado junto aos seus produtores filiados produtos de melhor qualidade e
constância nas quantidades ofertadas, através de treinamentos e disponibilização de novas
tecnologias relativas à produção, armazenamento e transporte do leite até a indústria. As
estratégias e a necessidade da Frimesa no mercado de lácteos também têm alterado as
características dos produtores filiados e contribuído para alterar significativamente o perfil
da produção no Oeste do Paraná, o que de certa forma, se deve também às necessidades do
mercado consumidor mais seletivo e exigente.
Considerando a área de abrangência da cooperativa Frimesa, e mais
amplamente a cadeia do leite, este trabalho tem como objetivo, à luz de estudos e revisão
da literatura, analisar alguns pontos da evolução produtiva da cadeia do leite brasileiro e
regional, a evolução ocorrida na Frimesa, algumas de suas estratégias e as influências desta
evolução junto aos produtores filiados.
Este trabalho, incluindo esta breve introdução é composto por cinco
seções. Na primeira seção efetua-se uma breve apresentação de alguns aspectos evolutivos
da cadeia do leite e estratégicos de modo geral. Na segunda seção são apresentadas
características da produção leiteira brasileira e regional. Na terceira seção, através do
5 No Início de 2004 a Empresa incorporou a marca Frimesa ao nome em substituição a SUDCOOP.
4
cenário percebido da cadeia do leite e da evolução do mercado, será feita a relação com a
empresa Frimesa, o seu contexto, o perfil do produtor de leite filiado a ela e aspectos
estratégicos da empresa, finalizando na quinta seção com as considerações finais.
2 ASPECTOS DO AMBIENTE DA CADEIA DO LEITE
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
EMBRAPA (2003), os Estados Unidos é o maior produtor de leite do mundo, respondendo
por 15% da produção mundial e em segundo lugar está a Índia com 7%. No ano de 2002, o
Brasil produziu 23,26 bilhões de litros de leite, representando 4,7% da produção mundial,
estando atrás também de países como a Rússia, Alemanha e França respectivamente,
colocando-o como o sexto maior produtor de leite do mundo, considerando-se os principais
países e blocos econômicos. Segundo o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa –
SEBRAE (2004), a atividade leiteira brasileira participa com quase 15% no PIB – Produto
Interno Bruto - da agropecuária nacional, com uma renda estimada em US$ 5,5 bilhões.
Para Ailvim, Martins e Mustefaga (2002, p.195-196),
O sistema agroindustrial do leite é um dos mais importantes no Agronegócio brasileiro. A atividade é praticada em todo o território nacional em mais de um milhão e cem mil propriedades rurais e, somente na produção primária, estima-se que ocupe 3,6 milhões de pessoas. A cada R$ 1,00 de aumento na produção no sistema agroindustrial do leite no Brasil, há um acréscimo de R$ 4,98 no aumento do PIB, o que o coloca à frente de setores importantes como siderurgia e indústria têxtil. Em termos de geração de emprego, uma elevação da demanda final por produtos lácteos em R$ 1 milhão gera anualmente 195 empregos.
O sistema agroindustrial leiteiro no Brasil é formado por um enorme
número de produtores, na maioria pequenos e médios, espalhados por todo o território.
Esses produtores trabalham com rebanho numeroso e de baixa produção, e pequenos
produtores com baixa quantidade de leite produzido (BANDEIRA, 2001).
Os problemas enfrentados pela pecuária leiteira nacional estão ligados às
mudanças em andamento no sistema capitalista, que na atualidade tem como característica
a globalização da economia. Na década de 80, os países industrializados passaram por
grandes modificações, onde são propostos e debatidos novos modelos de desenvolvimento.
Com a globalização e a eliminação de barreiras comerciais entre países, aumenta a pressão
competitiva, na qual a qualidade e os custos têm forte influência sobre o setor leiteiro.
5
Na década de 90, principalmente depois da liberação do preço do leite em
1991, após 45 anos de controle do governo, por meio da administração destes preços e, da
criação do Mercosul, ocorreram profundas transformações no setor, as quais refletiram no
aumento significativo da produção de leite, redução do número total de produtores de leite,
concentração da produção e aumento da produtividade, concentração da industrialização e
aumento da concorrência no mercado interno.
Para Farina, Azevedo e Saes (1997), um dos objetivos do controle de
preços era o de proteger o produtor contra o oligopsônio da indústria, cujo poder de
barganha e influência nos preços era ampliado pela especificidade temporal do leite in
natura. A partir de 1989, a coordenação da cadeia via Estado vai sendo transferida para o
setor privado.
Brandão e Leite (2002) reforçam as mudanças institucionais no sistema
agroindustrial leiteiro brasileiro, que tem passado por significativas modificações em
função de fatores externos à economia brasileira, em razão da pressão competitiva que se
originou a partir da reforma tributária de 1990, da criação do Mercosul, dos efeitos da
rodada do Uruguai; e também de fatores internos, tais como a liberalização dos preços e a
estabilização da economia.
Diante deste contexto, previu-se o fim da produção de leite derivada de
produtores familiares tradicionais, sendo que a quantidade de produtores diminuirá nos
próximos 15 anos em 50% dos 1,1 milhões atualmente existentes, isso porque existem
fortes incentivos de mercado para o aumento de escala nos sistemas de produção devido às
estratégias das empresas de laticínios de pagarem um preço diferenciado pelo critério de
volume e qualidade, existindo pressões para redução dos preços pagos aos produtores de
menor potencial produtivo (LEITE, BRESSAN e ZOCCAL, 2002).
Bandeira (2001, p. 97) destaca que:
o cenário que se visualiza para a cadeia do leite é de crescimento, modernização e exclusão, seguindo a tendência das grandes mudanças estruturais que vêm ocorrendo desde o início da década passada. (...) os produtores que não dispuserem de terra suficiente, recursos financeiros, acesso à tecnologia e capacidade de gerenciamento, que são fatores essenciais para crescer e ser competitivo, serão excluídos da atividade.
A tendência é de que devem ficar nas atividades agropecuárias os
produtores integrados aos Sistemas Agroindustriais, possuidores de tecnologias modernas e
ganhos em escala. Em contrapartida, os pequenos produtores não integrados tendem a
desaparecer ou deverão buscar formas alternativas de organização para conseguirem
6
comercializar os seus produtos no mercado. De alguma forma, existem características neste
processo que denotam a formulação de uma política industrial através da percepção de
desenvolvimento econômico apresentado pelo governo, ou seja, tornar o Brasil um país
industrializado, auto-suficiente em alimentos e também um grande exportador.
Para Villela e Suzigan (1996), além do papel do governo, através das
políticas industriais, a expansão industrial também é importante para a estabilidade
econômica, promovendo ajustes pelo lado da oferta e forçando a maior eficiência produtiva
e elevação da produtividade.
A evolução do binômio tecnologia-escala, determinada pela pressão da concorrência, produz exigências que vão destacando gargalos e forçando a criação, expansão e adequação das atividades que constituem a cadeia ou o complexo agroindustrial. A competitividade pode depender, portanto, mais que das vantagens naturais, da capacidade de resposta e do ajustamento dos elos da cadeia” (KAGEYAMA (Coord), 1987, p.108).
Segundo Batalha (1997), a tecnologia desempenha um papel cada vez
mais importante como fator explicativo das estruturas industriais e do comportamento
competitivo das firmas. Do ponto de vista da competitividade, o desenvolvimento e/ou
implantação de uma nova tecnologia só faz sentido se aumentar de alguma forma sua
capacidade de permanecer no mercado em condições julgadas adequadas pela firma, o que
é possível através da capacidade de adaptação das firmas, ou seja, a capacidade de
responder às mudanças que ocorrem no ambiente.
A ligação que a firma possui com o ambiente no qual ela está inserida,
faz com que a mesma procure desenvolver estratégias que visam lucro, competitividade,
permanência no mercado, ganhos de escala entre outros, ou seja, busca a definição e
operacionalização de estratégias que maximizem os resultados das interações com o
ambiente.
Diversas formas de abordagem estratégicas das firmas ou empresas
podem ser apresentadas, entre as quais destacam-se Porter (1986 e 1999); Mintzeberg e
Quinn (2001); Ansoff (1977) entre outros, as quais dentro dos seus princípios propõem a
importância de um planejamento estratégico e sua implementação para o sucesso da firma,
estratégias estas ditadas pela percepção do meio ambiente (micro e macro ambiente). O
estabelecimento de estratégias não deve ser algo definitivo, mas deve ser visto como um
caminho traçado que busque valorizar a utilização dos pontos fortes e de alguma forma
evitar os pontos fracos, aproveitando de certa forma as oportunidades e evitando as
ameaças.
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As empresas, para sobreviverem e aumentarem a sua participação no
mercado, precisam ser mais competitivas que seus concorrentes. É preciso estar à frente
dos concorrentes principalmente em se tratando de custos, produtos com qualidade,
velocidade e inovação.
As transformações constantes e regulares da economia têm gerado
desafios econômicos e estruturais para as empresas e o cooperativismo e, para que
empresas cooperativas cresçam no ritmo do mercado onde elas operam, há necessidade de
se tornarem competitivas em relação às empresas não-cooperativas do setor, ou seja, o
crescimento e a eficiência competitiva depende da relação dos fatores de produção, capital
e trabalho, através da integração do capital de terceiros e o empreendimento organizado
cooperativamente, em que o novo perfil cooperativo é constituído de empresas nas quais a
doutrina cooperativista é respeitada, estabelecendo-se um novo conceito de empresa,
aproveitando-se das vantagens cooperativas e eliminando-se as desvantagens
(BIALOSKORSKI NETO, 2000).
3 O MERCADO NACIONAL E REGIONAL DO LEITE
A produção brasileira de leite cresce constantemente desde 1980,
passando da produção de leite na ordem de 11,2 milhões de litros para uma produção
projetada de 22,6 milhões de litros de leite para 2003, sendo que o número de vacas
ordenhadas declinou, demonstrando claramente um aumento na produtividade por vaca
ordenhada, conforme pode ser observado no Gráfico 1.
10,0011,0012,0013,0014,0015,0016,0017,0018,0019,0020,0021,0022,0023,0024,00
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Período 1980 - 2003
Produção de Leite(milhões/litros/ano)
Vacas Ordenhadas(milhares cabeças)
Fonte: IBGE (Censo Agropecuário e Pesquisa Pecuária Municipal). In: ZOCCAL, R. (2004a)
(1) Projeção realizada pela Embrapa Gado de Leite.
8
Gráfico 1 - Produção de leite em milhões de litros e vacas ordenhadas em mil cabeças - Brasil - 1980/2003¹
Em 1980 tinha-se uma produtividade por vaca ordenhada de 676
litros/vaca/ano. Para 2003 1.177 litros/vaca/ano conforme projeções realizadas pela
Embrapa Gado de Leite, ou seja, um crescimento médio anual de 2,707%6. Porém, com
um rendimento muito abaixo ainda dos Países considerados de primeira linha estratégica
na produção de leite, tais como, os Estados Unidos, Canadá, Países Baixos, Reino Unido e
Alemanha, cuja produtividade de litros/leite/vaca/ano é superior a 6.000 litros.
Segundo Álvares, Bernardes e Nogueira Netto (2002), problemas de
sazonalidade de oferta, a baixa qualidade do leite in natura e baixa produtividade da
pecuária leiteira do Brasil sempre estiveram ligados aos fatores de produção, ou seja, terra,
mão-de-obra e capital. A partir da tecnificação, através do incremento da utilização dos
resfriadores de leite e transporte a granel em meados de 1997, mudanças significativas
ocorreram, pois a utilização de novas tecnologias e a qualificação da mão-de-obra através
dos órgãos de pesquisa e desenvolvimento ligados à pecuária leiteira foram importantes no
desenvolvimento e progresso deste setor.
Conforme Gomes (2002), junto com as questões macroeconômicas existe
o papel importante da pesquisa agrícola, cujas tecnologias propiciaram maior
produtividade na cadeia leiteira, indicando o crescimento de sistemas especializados na
produção de leite. O aumento da produtividade, a partir de meados de 1990, compensou
em parte as mudanças daqueles produtores que tiveram condições de conhecimento e
recursos financeiros para ingressarem com novas tecnologias que permitiram ganhos de
produtividade.
Melhorar a qualidade da produção através do incremento tecnológico e
produtivo é uma das necessidades para o desenvolvimento e organização do setor
6 As taxas de crescimento dos sub-períodos analisados foram calculadas através da seguinte fórmula: [(Valor final – Valor inicial) / Valor inicial] x 100. A estimativa da taxa geométrica de crescimento, calculada para todo o período, está de acordo com o método dos mínimos quadrados, onde:
Yn = Yo (1 + r)t (1)
Logaritmizando (1), tem-se: LnYn = Ln [Yo (1 + r)
t] (2) Aplicando as propriedades da multiplicação e potenciação da função logarítmica, e simplificando (2), tem-se:
LnYn = LnYo + t Ln (1 + r) (3) Chamando LnYn de Y, LnYo de B, e Ln(1 + r) de M, tem-se a seguinte função linearizada:
Y = B + Mt (4) Com os valores de t e Y faz-se uma regressão, obtendo-se o valor do coeficiente angular M = Ln (1 + r) Destarte, (1 + r) = eM, logo r = eM -1 Maiores considerações sobre o processo de cálculo desta taxa, ver: HOFFMANN & VIEIRA (1987).
9
produtivo de leite, pois através de investimento e aprimoramento tecnológico será possível
obter manutenção de produtividade e lucratividade.
Para Álvares, Bernardes e Nogueira Netto (2002), o aumento da escala de
produção compensou o declínio no número total de produtores, desta forma, permitiu que
ocorresse crescimento na captação da indústria.
Analisando-se particularmente as diversas regiões produtoras de leite
existentes no Brasil, depara-se também com um grande diferencial na produtividade por
vaca ordenhada. Verifica-se na Tabela 1, a existência desta grande diferença, onde as
mesorregiões com maior potencial produtivo, cuja produção está acima de 2.000 litros de
leite/vaca/ano, concentram-se na região Sul, sendo que a diferença entre a melhor
mesorregião, Centro Oriental Paranaense, possui a produtividade 629% maior do que a
pior mesorregião, a Centro Sul Baiano. A maior parte da produção de leite do Brasil
encontra-se nas regiões Sudeste e Sul, que participam com 68,2% do total da produção
nacional, sendo que o crescimento em produção dessas regiões em relação a 1991 foi de
ordem de 48%.
Comparando-se estes dados (Tabela 1), verifica-se também que, em
relação ao Gráfico 1, as cinco maiores mesorregiões produtoras de leite, possuem uma
produtividade média de 2.322 litro de leite/vaca/ano para o ano 2002, contra a média
nacional de 1.139 litros de leite/vaca/ano, ou seja, superior em 104%. A região Oeste
Paranaense se destaca com uma média de 2.053 litros de leite/vaca/ano, ou seja, 80% a
mais que a média nacional, que aumentou em 50% a produtividade de leite/vaca/ano,
enquanto a região Oeste Paranaense no mesmo período (1991 a 2002) aumentou a
produtividade em 55%.
Tabela 1 – Ranking (2002) das principais mesorregiões produtoras de leite no Brasil
1991/2002 (Regiões que produziram em 2001 mais de 200 milhões de litros) Produtividade
(litros/vaca/ano) UF Mesorregião (2) 1991 2001 2002 PR Centro Oriental Paranaense 2.175 2.883 2.806 SC Oeste Catarinense 1.146 1.947 2.224 RS Noroeste Rio Grandense 1.394 2.120 2.205 PR Oeste Paranaense 1.329 1.985 2.053 MG Campos das Vertentes 1.533 1.866 1.928 PR Sudoeste Paranaense 1.375 1.882 1.892 SP Campinas 1.457 1.782 1.870
RS Centro Oriental Rio Grandense 1.255 1.811 1.864
RS Nordeste Rio Grandense 1.234 1.371 1.845 MG Central Mineira 1.001 1.689 1.822
10
MG Oeste de Minas 1.003 1.743 1.799 MG Metropol. de Belo Horizonte 1.049 1.712 1.732 MG Sul / Sudoeste de Minas 1.232 1.569 1.564 MG Noroeste de Minas 611 1.509 1.482 MG Zona da Mata 1.193 1.443 1.435 SP Ribeirão Preto 1.000 1.338 1.345 PR Norte Central Paranaense 1.006 1.296 1.329 GO Sul-Goiano 504 1.218 1.264 PR Noroeste Paranaense 822 1.220 1.258
MG Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 720 1.185 1.199
SP Vale do Paraíba Paulista 1.365 1.244 1.191 GO Centro-Goiano 520 1.094 1.108 MG Vale do Rio Doce 766 1.099 1.095 RO Leste Rondoniense 578 964 987 SP São José do Rio Preto 654 818 830 MG Norte de Minas 495 760 800 PA Sudeste Paraense 278 741 593 BA Centro Sul Baiano 451 452 446
Fonte: IBGE (Pesquisa da Pecuária Municipal). In: ZOCCAL, R.(2004b) Obs. - Ordenação por produtividade em 2002
Segundo Garcias (2002), constata-se que o setor leiteiro brasileiro vem
passando por mudanças se comparado com outros países produtores de leite mais
desenvolvidos, o que também pode ser verificado principalmente na indústria de
transformação no estado do Paraná, a qual ocupa desde 1998, lugar de destaque na
produção de leite do Brasil. No estado as cooperativas são responsáveis por 50% do leite
processado e comercializado no estado.
4 A EVOLUÇÃO ESTRATÉGICA DA INDÚSTRIA DE LEITE DA COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA SUDOESTE – FRIMESA
Em 1980, a Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste - Sudcoop, hoje
Frimesa, iniciou seu trabalho na captação e industrialização de leite, visando atender às
expectativas dos produtores que desejavam investir na atividade, o que deu início às
operações de Laticínio de Marechal Cândido Rondon, Paraná, situada no extremo Oeste
Paranaense, a qual expandiu a sua área de atuação e hoje recebe leite de toda a
microrregião oeste paranaense, porém com uma concentração maior das propriedade que
se encontram num raio de alcance mais próximo (Figura 1).
11
Fonte: SUDCOOP (2004b)
Figura 1- Localização da Frimesa e sua principal área de abrangência.
Em 1984 a Frimesa industrializava 45.000 litros de leite/dia, sendo que
as características do produtor, nessa época, eraM de baixa tecnologia, atividade
extrativista, rebanho mestiço de baixa produção, pouca área destinada à atividade, controle
sanitário deficiente, matéria prima de baixa qualidade e grandes sazonalidades.
Em 1988, inicia-se o trabalho de fomento leiteiro direcionado ao
aumento de produção e melhora da matéria- prima, a qual consistiu em diversas etapas, nas
quais se destacam os repasses via financiamento de novilhas holandeses importadas do
Uruguai: Período de 1988/1996: 10.200 novilhas repassadas. Projeto PIA (Programa de
Inseminação Artificial): 1998/1996: 150.000 inseminações efetuadas; a elaboração do
plano de pagamento de bonificação pela qualidade do leite: período setembro/90 a
fevereiro/96; o Projeto BNDES - FINSOCIAL: 1990/1991, que beneficiou 450 pequenos e
médios produtores na aquisição de equipamentos de ordenha, resfriadores, instalações e
reformas de pastagens; o projeto de captação do leite a granel que tinha como objetivo a
melhoria da qualidade da matéria-prima; a redução dos custos da recolha e recepção de
leite; diminuição de frete ao produtor; desativação das unidades ociosas, competitividade e
garantia de sobrevivência.
Frimesa
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A última etapa se deu a partir de alterações do cenário econômico e com
a globalização houve a necessidade de readequação da cadeia produtiva resultando no
aprimoramento do sistema do pagamento do leite por qualidade ao produtor.
Em 1990, a Frimesa inaugurou a nova Fábrica de queijos em Marechal
Cândido Rondon, com capacidade para industrializar 4.692.273 litros de leite. Em 1994
entrou no mercado de produtos lácteos longa vida com a instalação da fábrica acoplada a
unidade de queijo em Marechal Cândido Rondon (PR) com capacidade de produção de
6.000.000 litros de leite por mês. Ainda em 1994, teve início a implementação do
programa de qualidade total da empresa.
O leite longa vida entrou no mercado brasileiro em meados de 90,
trazendo praticidade, qualidade e facilidade para transportar e estocar sem refrigeração.
Esses fatores vêm contribuindo para o crescimento do consumo. Segundo Mauro Kramer,
Gerente Comercial da Frimesa, o leite longa vida é produto commodity, e para ser
competitivo precisa de uma grande escala de produção (FRIMESA, 2003).
Para Farina, Azevedo e Saes (1997) há um crescimento de investimentos
na produção de leite tipo longa vida, colaborando para a existência de uma forte
concorrência entre os laticínios e uma “comoditização” do que antes era visto como um
produto diferenciado.
Em 1999, todos os produtos lácteos começaram a ser comercializados
com a marca Frimesa. Em 2000, firmou parceria e locação da Centralpar, CLAC –
Cooperativa de Laticínios Curitiba Ltda. e a Cooperativa Witmarsun de Palmeiras, Paraná,
para aumentar a captação de leite e produção, lançando também produtos lácteos não
produzidos na unidade de Marechal Cândido Rondon, Paraná. Hoje, a Frimesa é a 1ª
empresa do Paraná em recebimento de leite, com 750 mil litros de leite/dia e na produção
nacional ocupa a 7º colocação, conforme Tabela 2, o que pode vir a ser alterado através
dos recentes acontecimentos ocorridos com a Parmalat, a qual passa por problemas de
gestão administrativa, dificuldades financeiras e em processo de concordata.
Tabela 2 - Maiores empresas de laticínios – Brasil (2002)
Classificação Empresas/Marcas 1 Nestlé 2 Parmalat 3 Itambé 4 Elegê 5 CCL 6 Danone 7 Sudcoop (Frimesa)
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Fonte: Leite Brasil, CNA/Decon, CBCL e Embrapa/Gado de Leite. In: ASSOCIAÇÃO BRAILEIRA DOS PRODUTORES DE LEITE (2004).
A Frimesa, mesmo se destacando no cenário nacional de produtos
lácteos, projeta aumentar em 100% a produção, passando de 150 para 300 toneladas/mês,
o que representa um crescimento de 100% no faturamento no período de 18 meses. Esta
capacidade de produção tem uma ligação direta com a quantidade de leite in natura
recebida pela empresa, que até 2005 deve incrementar cerca de 130 mil litros/dia, destaca
Frosi, Gerente Industrial da Frimesa (FRIMESA, 2003).
Assim como outras cooperativas centrais do Paraná (CCLPL, Copersul,
Centralpar), a Frimesa também é resultado de transformações das Cooperativas Centrais de
Leite, sendo que a Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste Ltda - SUDCOOP,
dedicada a comercialização de leite, denominada e detentora da marca Frimesa, surgiu em
função das mudanças ocorridas na estrutura das alianças entre cooperativas singulares
durante a década de 90 (GARCIAS, 2002).
Ainda segundo Garcias (2002), no processo de evolução das cooperativas
de leite do Paraná, é possível identificar três grandes fases, cuja primeira está relacionada
ao aumento do valor agregado pela comercialização, principalmente nadécada de 50 até
meados da década de 70. A segunda fase liga-se ao processo de aumento do valor agregado
da comercialização mais à industrialização, surgindo aí as cooperativas, sendo esta fase
ocorrida entre meados da década de 70 até início da década de 90. A terceira fase deu-se
em função do processo de competição globalizada e desregulamentação da economia
brasileira, fazendo com que houvesse necessidade de uma reestruturação e consolidação do
sistema cooperativo, através de alianças estratégicas, sendo que as cooperativas de leite do
Paraná encontram-se atualmente neste processo.
Atualmente, o leite recebido pela empresa é industrializado em diferentes
subprodutos, principalmente leite longa vida (40%) (Gráfico 2), por apresentar
características favoráveis ao processo de armazenamento e transporte em longas distâncias,
em função do seu maior prazo de validade. Os demais produtos são produzidos de acordo
com a tendência do consumo nacional, o que mostra uma estratégia de seguir produzindo o
que o mercado está consumindo, evitando de certa forma riscos com aventuras em
produtos, mercados ou segmentos diferenciados.
14
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Longa Vida Pasteurizado Em Pó Cru
Produtos
Percentuais
Formas deConsumo doLeite noBrasil - 2002em % .
ProdutosproduzidospelaFRIMESA2002 em % .
Gráfico 2 - Formas de consumo de leite no Brasil e formas de transformação do leite pela Frimesa (2002 em %)
Fonte: IBOPE (informativo Tetra Park). In: FRIMESA (2003)
Com o crescimento da Frimesa, das suas estratégias e também da necessidade do produtor
de leite se manter na cadeia produtiva do leite e seus derivados, foi necessária uma
evolução da estrutura produtiva, passando pela infra-estrutura física, técnica, tecnológica e
fitossanitária na propriedade do produtor de leite.
Este processo evolutivo gerou reflexos no número de produtores filiados,
o que pode ser verificado através da Tabela 3, onde se mostra a redução do quadro de
produtores filiados e ao mesmo tempo tem-se um aumento considerável no recebimento de
leite pela empresa, o que caracteriza a saída de muitos pequenos produtores, aumento de
produtores com plantéis maiores além de um aumento na produtividade de leite por
vaca/ano, seguindo uma tendência nacional na cadeia do leite, independente de sua
natureza jurídica, ou seja, cooperativas ou empresas privadas.
15
Tabela 3 – Número de produtores filiados e litros de leite recebido por ano dos produtores filiados- 1992-2003 (Frimesa)
Ano N.º de Produtores Filiados
Litros de leite recebidos. por Ano/produtores filiados.
1992 7.282 99.242.760 1993 6.525 94.870.307 1994 5.368 91.755.278 1995 4.848 109.653.295 1996 4.577 111.862.943 1997 3.921 107.165.671 1998 3.863 118.266.240 1999 3.604 124.992.000 2000 3.289 124.997.264 2001 3.302 133.151.571 2002 3.279 124.899.723 2003 3.007 114.321.807
Fonte: SUDCOOP (2004b).
Como pode ser observado em 1992, a Frimesa tinha 7.282 produtores
que entregaram 99.242 milhões de litros, numa média de 13.629 litros de leite por
produtor. Em 2003, ela recebeu 114.321 milhões de litros de leite de 3.007 produtores
filiados, numa média de 38.019 litros de leite por produtor. Esses números mostram uma
redução de 4.275, o equivalente a 58,71 % no número de produtores filiados. Por outro
lado, a quantidade de leite recebido aumentou em 15.079.047 litros, um crescimento de
15,19 %, sendo que esta tendência fica ilustrada no Gráfico 3.
010,00020,00030,00040,00050,00060,00070,00080,00090,000100,000110,000120,000130,000140,000
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Período 1992/2003
0.00
2,000.00
4,000.00
6,000.00
8,000.00
10,000.00
12,000.00
14,000.00
Litros de Leite Recebido (milhões) pela FRIMESA 1992/2003
Numero de Produtores Filiados (mil) da FRIMESA 1992/2003
Gráfico 3 - Número de produtores filiados e litros de leite recebidos pela Frimesa / Ano 1992-2003
Fonte: SUDCOOP (2004b). Em uma pesquisa conduzida pela Frimesa em 2003 com 2.513
produtores filiados, num quadro de 3.007 produtores filiados, observou-se uma
16
característica marcante quanto ao plantel existente nas propriedades, ou seja, quanto maior
o plantel, maior é o investimento em melhoria genética. No caso dos produtores com até 8
vacas, praticamente a proporção entre animais de raça e comuns é de 50% para cada tipo,
enquanto nas propriedades acima de nove vacas em lactação a proporção entre animais de
raça cresce em relação aos comuns, sendo esta proporção cada vez maior quanto maior o
número de vacas produzindo, conforme pode ser observado na Tabela 4.
Tabela 4 – Características das propriedades dos produtores de leite filiados à Frimesa
pesquisados em 2003
ITENS Até 4 vacas
De 5 a 8 vacas
De 9 a 12 vacas
De 13 a 16 vacas
Mais de 16 vacas Total
Número de Produtores 345 550 562 383 673 2.513 Litros de Leite / DIA 8.228 2.176 36.327 37.679 153.152 257.146 Características do Plantel de Vacas Vacas de raça dando leite 123 1.567 2.725 2.688 10.524 17.627 Vacas comuns dando leite 106 1.215 1.564 1.269 3.261 7.415 Vacas de raça secas 44 410 845 853 3.233 5.385 Vacas comuns secas 35 474 728 655 1.938 3.830 Novilhas prenhes mais de 4 meses 76 548 816 787 2.289 4.516 TOTAL DE VACAS 384 4.214 6.678 6.252 21.245 38.773 Características da Propriedade (área total) Até 5 hectares 158 143 83 36 46 466 De 5 a 10 hectares 66 142 143 80 92 523 De 10 a 20 hectares 74 168 200 135 178 755 De 20 a 30 hectares 22 58 86 79 150 395 Mais de 30 hectares 25 39 50 53 207 374 Fonte: SUDCOOP (2003b).
Outro ponto importante é que os produtores com mais de 16 vacas, os
quais representam cerca de 27% destes produtores filiados, são detentores de 54,79% do
plantel do gado leiteiro, sendo responsáveis pela entrega de 60% do leite processado pela
empresa, levando-se em conta a produção diária de leite. Outra constatação é a de que
69,4% dos produtores filiados pesquisados possuem até 20 ha, sendo responsáveis por 58%
da produção diária de leite.
O segmento produtivo da cadeia do leite é afetado pela competitividade,
rentabilidade e lucratividade dos sistemas de produção e leite, mais a sustentabilidade da
atividade leiteira num contexto ambiental, econômico e social, aliado às desigualdades
sociais de acesso a tecnologias apropriadas a cada sistema de produção e sua escala
econômica, além da disponibilidade de assistência técnica distinta entre classes de
produtores e acesso desigual a benefícios de programas de governo, indústrias e
17
cooperativas de laticínios, orientados, em geral, para privilegiar produtores com maior
capacidade de exploração leiteira (BRESSAN, SILVEIRA e MARTINS, 2002).
Farina, Azevedo e Saes (1997) destacam que algumas cooperativas
centrais, mais próximas dos mercados mais dinâmicos, exigentes e competitivos, já
acordaram e prestam maior atenção para os problemas de escala e qualidade. Nesse
sentido, os novos sistemas de pagamento que estão sendo adotados pelas cooperativas
refletem a exigência de escala e qualidade. O pagamento diferenciado pela qualidade se
transformou em um instrumento para as agroindústrias estimularem os produtores a se
especializarem.
Além dos preços recebidos pelos produtores ter tendência decrescente, as
indústrias e cooperativas têm assumido uma postura de pagarem por volume. Estas duas
tendências trabalham fortemente contra o segmento de pequenos produtores. Além do
mais, há uma tendência das indústrias de laticínios de abandonarem gradativamente a
coleta de leite de estratos mais baixos de produção, e, diante dessa realidade, os sistemas
de produção com menor margem de ganho, geralmente com pequena ou média escala, têm
enfrentado sérios problemas para se manter no mercado de forma sustentável.
Tabela 5 – Número de produtores filiados por faixa e respectivos preços pagos pela Frimesa em 2003 Média Litros De Leite/Dia
N.º / Produtores por faixa/leite
% Produtor Preço Médio recebido/faixa
Leite Rec. no ano/faixa
0 a 25 684 22,74 0,3720 3.759.883 26 a 50 629 20,92 0,3784 8.596.891 51 a 75 425 14,13 0,3846 9.457.927 76 a 100 302 10,04 0,3903 9.327.473 101 a 150 361 12,01 0,3990 16.047.431 151 a 200 203 6,75 0,4069 12.710.397 201 a 300 199 6,62 0,4157 17.468.298 301 a 400 85 2,83 0,4253 10.610.855 401 a 500 44 1,46 0,4332 7.094.554 501 a 600 29 0,96 0,4382 6.254.097 601 a 700 15 0,50 0,4451 3.042.526 701 a 800 8 0,27 0,4485 1.922.398 801 a 900 6 0,20 0,4511 1.505.682 901 a 1000 5 0,17 0,4592 1.522.823 Acima de 1000 12 0,40 0,4609 5.000.572 Fonte: SUDCOOP (2004b) .
Na tabela 5, constata-se que os produtores filiados da Frimesa, que
entregam até 300 litros de leite por dia representam 93,21% dos produtores filiados e são
responsáveis pela entrega de 67,68% do leite entregue. Já os que entregam acima de 300
18
litros de leite/dia representam 6,79% dos produtores e são responsáveis por 32,17% do
leite entregue. Verifica-se ainda que o preço médio por litro de leite dos que entregam até
300 litros/dia é de R$ 0,3977, e dos que entregam acima de 300 litros/dia é de R$ 0,4391,
ou seja, 10,41% superior aos que entregam até 300 litros.
Os dados mostram ainda que 67,83 % dos produtores que entregaram até
100 litros de leite/dia, representando 27,24% do leite entregue, receberam em 2003 uma
remuneração média por litro de R$ 0,3831, o que equivale a 14,65% a menos do que
aqueles que entregaram acima de 300 litros por dia e 17,18% a menos do que aqueles que
entregaram acima de 500 litros de leite/dia.
Segundo Ailvim, Martins e Mustefaga (2002), o preço diferenciado pela
qualidade do leite é uma das maneira encontradas pelas agroindústrias para estimularem os
produtores a especializar o processo produtivo através da adoção de novas tecnologias,
valorizando o produto em si, reduzindo os desperdícios e aumentando a produtividade, o
que de certa forma possibilitará a entrada do Brasil em mercados mais exigentes.
Outro fator determinante na queda de preços recebidos pelo produtor são
os efeitos causados pela produção sazonal, os quais são danosos tanto para estes agentes
como para a agroindústria. A sazonalidade da produção atinge principalmente os pequenos
e médios laticínios que recebem de produtores tecnificados de menor escala de produção.
Estes produtores possuem pequeno número de vacas em lactação, cujo rebanho é formado
por animais mestiços e de baixa produtividade, com isso na entressafra há grande
amplitude na produção (AILVIM, MARTINS e MUSTEFAGA, 2002).
Para Gomes (2002), os preços do leite para o produtor oscilam bastante
durante o ano, apresentando-se menores na época das águas e maiores no da seca, sendo
que a variação do preço do leite está ligada a estas épocas, pois no período das águas há
pastagem disponível para a alimentação com pouco uso da ração e conseqüentemente há
também um aumento de produtividade. Existe também a ausência de informações corretas
na cadeia do leite sobre o real comportamento do mercado, prevalecendo a idéia safrista,
favorecendo a prática de preços menores no verão. Apresentam-se ainda, de maneira
menos importante, as questões referentes às imperfeições de mercado, dada a presença de
poucos compradores e muitos fornecedores que trabalham de forma desorganizada.
O efeito da sazonalidade sobre o preço médio do leite pago pela Frimesa
aos produtores pode ser verificado no Gráfico 4. Para os períodos de outono e inverno,
tem-se pago preços mais elevados do que para os períodos de primavera e verão, com
exceção para os anos de 2002, que apresentou uma elevação crescente nos preços médios,
19
e 2003, que apresentou uma maior constância nos preços médios pagos ao produtor durante
o ano. Isso pode ter ocorrido devido a diminuição da produção, conforme a Tabela 3,que
fez com que os preços aumentassem em 2002 e se mantivessem mais estáveis em 2003,
conforme informações obtidas junto a Frimesa.
Durante a safra, a produção de leite provoca desequilíbrio entre a oferta e
a demanda, gerando queda acentuada dos preços recebidos pelos produtores, inviabilizando
a produção, o que leva muitos produtores a abandonar a atividade neste período. Para a
agroindústria, que opera com capacidade instalada ociosa, durante o período de entressafra,
acentuam-se os custos de produção, gerando elevados custos de armazenamento para
formação de estoque regulador no período de safra.
0,18
0,23
0,28
0,33
0,38
0,43
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setem
bro
Outubro
Novembro
Dezem
bro
Meses
Valores em R$/Litro/Leite 1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Fonte: SUDCOOP (2004a) e (2004b). Gráfico 4 - Preços Nominais Médios Pagos pela Frimesa aos Produtores
Filiados - Janeiro a Dezembro - 1995 a 2003 (em reais). Todo este processo de crescimento e desenvolvimento da cadeia do leite,
principalmente relativos à área de abrangência da Frimesa, refletiu na necessidade de
melhores insumos, equipamentos e estruturas de produção mais modernos, tudo isso em
função da demanda de maior quantidade de matéria-prima com maior qualidade, tendo
reflexos visíveis sobre as características do produtor de leite, que em função destas
mudanças demandadas pelo consumidor e pelas indústrias, se viu obrigado a integrar-se ao
processo sob o risco de ver-se excluído dele.
De 1987 a 2003, novas tecnologias foram adotadas pelos produtores de
leite, visando a melhoria do produto oferecido pela Frimesa, sendo que as principais delas
(Gráfico 5) foram as melhorias nas estruturas dos estábulos, com o uso mais intensivo da
alvenaria; em relação ao resfriamento do leite a substituição das geladeiras e congeladores
20
por resfriadores; nos equipamentos, o aumento significativo do uso de ordenhadeiras e
também a utilização de ensiladeiras, buscando suprimento de alimento para o inverno; na
ração a utilização de rações para aumentar a produtividade; investimentos na prevenção de
doenças, principalmente por exigências fitossanitárias; mudanças nos alimentos produzidos
na propriedade, substituindo-se a cana-de-açúcar e a mandioca por alimento de maior
conversão na produção de leite.
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%50%55%60%65%70%75%80%
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1197
1998
1999
2000
2001
2002
2003*
Período
Percentuais
- Estábulos dealvenaria
- Tanque resfriador a granel
- Ordenhadeira
- Rações
- Silagem
Fonte: SUDCOOP (2003b). * Dados de 2003 referem-se a 2.513 questionários do total de 3.007 produtores filiados.
Gráfico 5 - Resumo (%) do Nível de Tecnificação dos Produtores Filiados da FRIMESA - 1987 a 2003*
Conforme Brandão e Leite (2002), os produtores possuidores de maior
tecnificação são estimulados a aumentar o volume de produção através da garantia de
maiores rendas, beneficiando-se da redução dos custos de produção que conseguem.
Contrariamente o produtor não-especializado tem dificuldades na obtenção de recursos
para a realização de investimentos no melhoramento da qualidade do leite, sendo que estes
investimentos destinam-se à preparação de instalações adequadas, uso de ordenhadeiras
mecânicas, resfriadores de leite entre outros.
De alguma forma, todo o contexto competitivo que se apresenta para a
cadeia leiteira, faz com que a Frimesa busque constantemente se fortalecer e permanecer
no mercado, e apesar de ser uma cooperativa, possui a missão de conquistar consumidores
e oferecer produtos de qualidade através de ações estratégicas que buscam a sua
estabilidade no mercado e com o objetivo de ter uma maior fatia do mercado de lácteos e
outros produtos produzidos pela empresa, a mesma está buscando um melhor
posicionamento de sua marca no mercado, tanto interno como externo, “valorizando cada
vez mais a qualidade dos produtos e os preços e iniciando as exportações desses
21
industrializados”,comenta Elias José Zydek, Diretor Executivo da Frimesa (FRIMESA,
2004, p. 13).
“Além da valorização da marca, outras ações gerenciais foram
desenvolvidas, como: ajuste da estrutura organizacional, redução de custos
e despesas gerais, ampliação e flexibilização dos mix de produtos
industrializados, implantação de um novo sistema de pagamento de
matéria-prima leite e gestão do ciclo financeiro visando a ajustar o fluxo de
caixa com substancial redução no custo financeiro”. (id)
A proposta estabelecida dentro do planejamento estratégico da Frimesa
para o período 2004 a 2008,
“está fundamentada no trabalho cooperativo entre as pessoas que compõem
toda a cadeia de produção que vai do produtor ao cliente final.
Acreditamos que o desenvolvimento da Empresa só será possível com foco
no mercado e com o conhecimento de todas as pessoas envolvidas no
processo de busca e satisfação dos clientes” (SUDCOOP, 2003a, p. 1)
Segundo Silva, Portugal e Castro (1999, p. 101), “a concentração de
empresas, o planejamento estratégico, a desregulamentação, as relações contratuais, a
revisão da legislação e o pagamento por qualidade são itens prioritários na pauta de ações a
serem implementadas pelas altas gerências dos laticínios”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo como objetivo central a verificação da evolução ocorrida na
cooperativa Frimesa a partir das mudanças ocorridas na cadeia do leite num cenário
nacional, analisou-se alguns pontos da evolução produtiva da cadeia do leite brasileiro e
regional, a evolução ocorrida na Frimesa, algumas de suas estratégias e as influências desta
evolução junto aos produtores filiados, observando os reflexos sobre a diminuição da
quantidade de pequenos produtores que entregavam leite para a Frimesa.
22
Como o setor lácteo vem se modernizando rapidamente, as mudanças
tecnológicas não ocorrerão se a mão-de-obra que se dedica à atividade leiteira não tiver
acesso a novos conhecimentos e compreensão para o uso adequado de tecnologia. Sem
pessoal capacitado não haverá progresso consistente e includente, pois é fundamental ter
conhecimento dos processos que envolvem a administração de uma propriedade rural para
produzir leite com qualidade de forma sustentável e competitiva, através da incorporação
de novas tecnologias geradas pela pesquisa e também produtos de maior qualidade,
solicitados por um mercado cada vez mais exigente sob a regência de leis e regras mais
específicas.
A Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste -.Frimesa tem se
destacado não só em relação às empresas de produtos lácteos, mas também nas estratégias
de fomento junto aos produtores filiados, pois a produção de leite litros/vaca/ano dos seus
produtores chegou em 2002 a 3.652litros, contra uma produção de 3.053 litros/vaca/ano no
município de Marechal Cândido Rondon, PR, no qual a empresa se localiza, sendo que a
região Oeste Paranaense apresentou no mesmo ano 2.053 litros/vaca/ano, maior que a
produção paranaense que foi de 1.672 litros/vaca/ano e a nacional que foi de 1.139 litros de
leite/vaca ano, sendo que os produtores filiados apresentaram em 2003 uma produtividade
de 3.694 litros de leite/vaca/ano.
O estudo realizado neste trabalho mostrou que há um processo de
modernização já iniciado na atividade leiteira, e que afeta diretamente os produtores
filiados na Frimesa, onde os produtores mais especializados e com uma produção em
grande escala têm conseguido sobreviver e obter uma lucratividade maior do que aqueles
pequenos produtores que a cada ano vêm diminuindo em número, pois a redução do
lucro/litro do grande produtor pode ser compensada pelo aumento da escala de produção,
mostrando também que os produtores que produzem em uma escala maior , recebem um
preço maior por litro de leite, pois conseguem produzir um leite de melhor qualidade e por
isso acabam sendo premiados pela empresa com uma remuneração melhor, reduzindo
também o efeito sazonal sobre os preços pagos aos produtores de leite.
É perceptível também a evolução tecnológica dos filiados em relação ao
tipo de estábulo, resfriamento do leite através de resfriador, a predominância da mão de
obra familiar, prevenção de doenças, a área total da propriedade e área total destinada para
o leite.
A tendência é de permanecerem na atividade leiteira os produtores que
adotarem tecnologias, capazes de aumentar a eficiência dos fatores de produção. Por isso, é
23
sob esta perspectiva que o desenvolvimento tecnológico da atividade leiteira precisa ser
conduzido e implementado, principalmente em relação aos pequenos produtores. Embora à
margem da cadeia produtiva do leite, esses produtores devem receber um tratamento
diferenciado e uma atenção especial elaborando estratégias de reconversão produtiva ou
mesmo outras formas criativas para produção agrícola e agroindustrial, de tal forma que o
atendimento esteja em consonância aos princípios do cooperativismo. Essa situação
merece especial atenção visto que a característica regional é a da concentração de pequenas
propriedades rurais de até 50ha.
Desde a sua formação, a Frimesa tem procurado aprimorar os seus
sistemas de gestão, incorporando metodologias, técnicas e ferramentas visando ao aumento
da eficiência e eficácia organizacional. Esse trabalho vem sendo desenvolvido desde 1989,
quando a empresa incorporou em sua gestão o planejamento estratégico por objetivos,
estabelecendo metas a serem alcançadas a curto, médio e longo prazo nos diversos níveis
da empresa.
De certa forma a Frimesa tem seguido os preceitos colocados pelo
mercado, ou seja, a busca pela competitividade, através da inovação tecnológica, melhoria
da qualidade do leite recebido dos produtores e redução de custos, primando pelo
recebimento de leite dos produtores com maior capacidade produtiva e qualidade do
produto, ofertando para estes preços melhores, o que de certa forma tem se apresentado de
forma conflitante entre os princípios cooperativos que regem seus estatutos com a busca
pela competitividade e permanência no mercado.
Deve ainda o setor leiteiro buscar implementação de medidas que
proporcionem maior estabilidade e previsibilidade aos preços recebidos pelas indústrias e
pelos produtores, pois essa é uma condição fundamental à sobrevivência da atividade
leiteira especializada.
Uma legislação mais específica, de uma parte, promoverá a melhoria da
qualidade do leite, ampliando as condições de o produto nacional competir no mercado
externo, mas sua aplicação poderá resultar também em aumento dos custos de produção e
somente empresas preparadas e aliadas à uma boa gestão e um planejamento estratégico
sobreviverão neste mercado.
6 REFERÊNCIAS
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