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Ana Cristina Ferreira Neta-Mestranda PPGG/UFPB 1 [email protected] Professor Orientador: Aldo Gonçalves de Oliveira- UFCG [email protected] ENSINO DE GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA ESCOLAR E LIVRO DIDÁTICO: DIÁLOGOS EM TORNO DOS MAPAS INTRODUÇÃO Os debates apresentados nesse trabalho resultam da pesquisa intitulada “A Cartografia nos Livros Didáticos de Geografia no Ensino Médio (1983 -2010): Mudanças e Permanências, que tem como objetivo compreender a estruturação da cartografia em livros didáticos de geografia destinados ao Ensino Médio a partir da História das Disciplinas Escolares, desenvolvida pela subárea Ensino de Geografia do Curso de Geografia do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Cajazeiras-PB coordenado pelo professor Aldo Gonçalves de Oliveira. Este trabalho é parte das implicações filosóficas empreendidas no projeto supracitada, cuja fonte é a monografia intitulada A Percepção do Mapa Na Geografia Escolar: Um Olhar Teórico-Metodológico A Partir do Livro Didático Do Ensino Médio, que tem como objetivo compreender as bases teórico-metodológicas da 1 Prof. Dr. Josenilton Patrício Rocha-UFCG [email protected]

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Ana Cristina Ferreira Neta-Mestranda PPGG/UFPB1 [email protected]

Professor Orientador: Aldo Gonçalves de Oliveira- UFCG

[email protected]

ENSINO DE GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA ESCOLAR E LIVRO DIDÁTICO: DIÁLOGOS EM TORNO DOS MAPAS

INTRODUÇÃO

Os debates apresentados nesse trabalho resultam da pesquisa intitulada “A

Cartografia nos Livros Didáticos de Geografia no Ensino Médio (1983 -2010):

Mudanças e Permanências”, que tem como objetivo compreender a estruturação da

cartografia em livros didáticos de geografia destinados ao Ensino Médio a partir da

História das Disciplinas Escolares, desenvolvida pela subárea Ensino de Geografia do

Curso de Geografia do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de

Campina Grande, Campus de Cajazeiras-PB coordenado pelo professor Aldo Gonçalves

de Oliveira.

Este trabalho é parte das implicações filosóficas empreendidas no projeto

supracitada, cuja fonte é a monografia intitulada A Percepção do Mapa Na Geografia

Escolar: Um Olhar Teórico-Metodológico A Partir do Livro Didático Do Ensino

Médio, que tem como objetivo compreender as bases teórico-metodológicas da

1Prof. Dr. Josenilton Patrício Rocha-UFCG [email protected]

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cartografia e da cartografia escolar a partir de uma discussão enquanto linguagem e

metodologia para o ensino de geografia tendo como elemento de análise o Mapa.

Como aporte teórico-metodológico para a análise da relação entre cartografia e

geografia escolar, partimos da História das Disciplinas Escolares o que permitiu uma

reflexão acerca dos elementos didáticos e epistemológicos mapas que têm balizado a

constituição da Geografia Escolar no Brasil, acreditando que essa discussão nos orienta

no sentido de entender o lugar da cartografia escolar na constituição da geografia na

escola, bem como, as contribuições dos mapas na compreensão do espaço geográfico.

A pesquisa teve como objeto de estudo a obra “Geografia: Geografia Geral e do

Brasil”, volume único, destinado a atender aos três anos do Ensino Médio, foi

publicado pela Editora Ática em 2005 e tem como autores os professores Lúcia Marina

Alves de Almeida e Tércio Barbosa Rigolin. O primeiro é Bacharel e Licenciada em

Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, da PUC-SP. O

segundo é Bacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo - USP.

Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado de São Paulo

Unesp, Campus de Araraquara. Ambos têm experiência como professores da rede

pública e particular do Estado de São Paulo.

Segundo Oliveira (2010) a escolha do mapa está diretamente relacionada à

cosmovisão que o autor tem da realidade, sua leitura. Este fato nos desperta para a

seguinte questão: que motivos levariam um professor de formação em História a atuar

na área de ensino em geografia? Tal fato pode ser atribuído à existência de uma “cultura

escolar”. Nos limites desta pesquisa não podemos responder estas questões, entretanto,

a indicação pode orientar futuras pesquisas na área de ensino da geografia.

Considerando estas questões, e tendo em vista compreender as bases teórico-

metodológicas da cartografia. Nos próximos itens discutir a formação dos autores,

caracterização da obra e análise dos mapas que leva em consideração a função assumida

em relação ao texto geográfico escrito.

CARATERIZAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA

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A obra em apreço tem sua primeira edição em 2005 e primeira impressão em

2009 quando recebe o selo do PNLEM/MEC válido por três anos. Entretanto, cabe

destacar que a política do programa supracitado prevê que o livro seja utilizado por dois

anos, mesmo assim ainda encontrava-se em uso em 2012, na escola supracitada na parte

introdutória do trabalho.

Quanto à organização estrutural da obra a mesma contem 522 páginas divididas

em seis unidades temáticas que tratam de conteúdos distintos totalizando cinquenta e

sete capítulos. Estes reúnem conteúdos relativos à geografia Física e Humana. O

sumário se estrutura da seguinte forma: espaço natural, população, economia e

geopolítica. Observa-se na obra em questão um retrocesso na estruturação do livro. O

autor discute o quadro natural e as questões político-econômicas de forma fragmentada.

Essa estrutura assemelha-se ao modelo tão criticado de “A terra e o homem”(

VESENTINI, 2004). Apesar das questões ambientais serem tratadas de forma generalista,

temas relativos ao uso desenfreados de recursos naturais são debatidos ao menos de

forma superficial. A capa do Livro Didático em análise apresenta os seguintes

elementos: linguagem textual (nome dos autores; título da obra, símbolos da editora e

selo do PNLEM/MEC.) e imagética (três ilustrações) dispostas em ordem que se

reportam à aspectos econômicos (Ver figura 04).

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Figura- 4 - Capa do livro “Geografia: Geografia Geral e do Brasil”

Fonte: (ALMEIDA & RIGOLIM).

Trata-se de ilustrações que não estabelecem nenhuma relação entre si.

Encontram-se dispostas com a finalidade única de servir de ilustração não apresentando

informações a respeito das imagens. Estas por sua vez devem conter informações como

fonte, conteúdo e localização. Do mesmo modo estas devem ser instigantes no sentido

de despertar no alunado a curiosidade para a leitura do livro. A proposta metodológica

não estimula a construção de croquis, cartas e outras representações gráficas por parte

do alunado. Considerando o que consta para os teóricos do ensino de geografia, o mapa

é definido como um elemento fundamental para a compreensão do espaço geográfico.

O livro está dividido em seis unidades. A Unidade I denominada “ Fronteiras

Naturais: A questão Ambiental”, apresenta 37 mapas2; na Unidade II, “Fronteiras

2 “Os mapas constantes nesta unidade são os seguintes: Região da Mesopotâmia Hoje”, Planiférico atual,

A Deriva dos continentes” , As placas Tectônicas, Vulcões- eupções mais significativos, Dorsal atlântica, Terremotos mais significativos, Brasil: Falhas Geológicas, Brasil: Estrutura geológica- Aziz Ab’Saber, Relevo do Brasil: Classificação de Aroldo de Azevedo, Relevo do Brasil: Classificação Geomorfológicas de Ab’Saber, Relevo do Brasil: Classificação de Juranrandyr Ross, Deserteificação no Mundo, O clima da Terra: Classificação de STRAHLER, Brasil: Dominios Morfoclimáticos, Os Biomas Brasileiros,

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Políticas: O Estado Nação” cuja representações cartográficas somam um total de 34; na

Unidade III, “Fronteiras Humanas: A População do Brasil e do Mundo” traz 11 mapas;

na Unidade IV“Frontreiras Econômicas: As Marcas das Desiqualdades” cuja 35 de suas

ilustrações são mapas; na V Unidade “Frontreiras Tecnológicas: Progresso e Exclusão”

34 são mapas; Unidade VI do Livro em questão é intitulada “Fronteiras

Supranacionais: Um Novo Poder” que contêm 19 mapas.

A FUNÇÃO DOS MAPAS NA OBRA

Com intuito de verificar a função que os mapas constantes na obra assumem

em relação ao texto escrito utilizou-se dos seguintes parâmetros: Mapa-descritivo,

Mapa-ilustração e Mapa-explicativo. O primeiro se caracteriza como uma representação

cuja função está na descrição dos fenômenos geográficos. Esses estimulam a

memorização e não apresentam correlação com o texto escrito. O segundo diferencia-se

do anterior por estabelecer pouco ou nenhum tipo de relação com a linguagem escrita,

assim, sua presença não auxilia na apreensão do conteúdo. O terceiro e último

parâmetro - o mapa-explicativo - é anexado ao texto para facilitar a compreensão do

mesmo. Nesse sentido comprovam e reforçam o que está sendo discutido.

Como visto o livro está dividido em seis unidades. A Unidade I, apresenta 37

mapas. Destes 26 tem a função ilustrativa. São eles: mapas geológicos,

geomorfológicos, climatológicos hidrográficos que tratam de conteúdos relativos ao

espaço natural. Cabe destacar a ausência de mapas de solo. Ainda temos 11 mapas que

apresentam função descritiva que tratam de conteúdos diversos relativos ao quadro

natural.

Na Unidade II, as representações cartográficas somam um total de 31 e

funcionam como simples ilustrações que tratam de temas relativos a formação do

território brasileiro. Na Unidade III, 16 mapas que também funcionam como ilustrações.

Estes tratam de temas como: mortalidade infantil, expectativa de vida, distribuição da

Corredores Ecológicos na Amazônia Legal, Áreas Prioritárias para a preservação da Caatinga, Unidades de Conservação Federais, O Mecanismos das Moções, Emissão anual de CO2 no Mundo.

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população mundial e causas da fome. Em nenhum momento o texto faz alusão aos

mapas.

Na Unidade IV, traz 31 mapas desempenham funções ilustrações para os

seguintes conteúdos geográficos: as grandes navegações, principais transnacionais e a

divisão geográfica da América e do Brasil. E por último Unidade IV 18 ilustrativos que

representam continentes e sua situação de econômica e social. Na V Unidade, que

apresenta 32 representações cartográficas 18 funcionando como ilustações e 14 como

descritivos. A Unidade VI, contém 23 mapas dentre cuja funcionalidade é ser ilustrativa

para os seguintes conteúdos: blocos econômicos por continentes, distribuição dos meios

de comunicações e comércio exterior.

Considerando que o primeiro parâmetro estabelecido para esta análise foi

Mapa-descritivo, foi escolhido na Unidade I um mapa de relevo e outro clima. O

conteúdo de relevo é tratado no Capítulo 5 “O Espaço Brasileiro: Relevo e Estrutura

Geológica”. Especificamente no subitem “Classificação do relevo brasileiro” que

apresentam vários mapas que representam as diferentes divisões do relevo do Brasil de

acordo com o estudo de vários pesquisadores. Na figura 1 a seguir que representa as

subdivisões do relevo do Brasil proposta pelo Professor Jurandyr Ross, que é mais

recente, que poderia auxiliar na compreensão mais sucinta das formas de relevo que

compõe o território brasileiro. Por estas questões o mapa (figura-06) assume a função de

mapa-descritivo e sua relação com o texto geográfico.

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A abordagem metodológica texto-mapa para a compreensão do espaço

geográfico, está comprometida, pois o mapa ainda é tratado como se tivesse autonomia,

ou seja, como se o mesmo falasse. Esse mapa é relegado ao segundo plano, visto que o

real entendimento das peculiaridades apresentadas pelo relevo e sua influência na

configuração do espaço geográfico brasileiro. Faz-se necessário compreendermos o

mesmo para além da ideia de localização e descrição desse elemento da Natureza. Essa

dissociação dos componentes que resultam no espaço geográfico é produto de uma

“cultura escolar”, alimentada por autores e docentes. Estes acreditam que a aplicação de

conteúdos compartimentados é um procedimento facilitador para a aprendizagem do

aluno. Esse, entretanto, favorece a permanência e compreensão do espaço geográfico de

forma fragmentada. Na obra em questão não é diferente.

Agora, trataremos dos casos, em que o mapa assume uma função ilustrativa,

representado pela figura 2 e 3, que tratam de conteúdos relativos às questões política,

sociais e econômicas do Brasil e do Mundo. Estão desvinculados do texto escrito. No

caso da figura 02 a seguir um mapa intitulado “As mudanças na Divisão Regional do

Brasil” (1941-1988) que esta para a discussão do tema “regionalização” este faz parte

do Capítulo 21 e da Unidade II do livro didático.

Figura- 1. Unidades de relevo brasileiro. Fonte: (ALMEIDA & RIGOLIM, p. 56).

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Figura-2 As mudanças na divisão regional do Brasil (1988). Fonte: (ALMEIDA & RIGOLIM, 2005, p.197).

Para, além disso, a relação que o mapa estabelece com o texto escrito é o de

mera ilustração, pois em nenhum momento faz referência ao mapa para compreender as

mudanças na divisão regional e os critérios (naturais, políticos, econômicos e sociais)

que culminaram nessas diferentes classificações. Na figura-3, o Brasil está inserido das

incidências de fenômenos que propagam a fome no mundo. Por outro lado, sabemos que

pelo menos duas destas causas ocorre eventualmente no território nacional. São eles:

Secas e Problemas econômicos.

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Figura-10: As regiões mais atingidas pela fome e suas principais causas.

Fonte: (ALMEIDA & RIGOLIM, 2005, p. 225).

Essa configuração evidencia a ausência de preocupação dos autores em

compreender a totalidade e a inter-relação dos fenômenos e sua dinâmica no espaço

geográfico. Bem como a ausência de um diálogo com o mapa. Em linhas gerais

observa-se que ao se tratar de conteúdos referentes. Tratamento dos problemas sociais

gerados pela globalização e repercussão dos sistemas capitalista de produção.

Assim, temas polêmicos como: saúde, educação, moradia, ocupação

desordenada, fome, inchaços das cidades, subempregos ou desemprego, trabalho

escravo ou mesmo geopolítica e outras contradições encontradas que são enfrentadas

diariamente no espaço brasileiro não estão representadas de forma em mapas. A ênfase

aos aspectos físicos e potencial, econômico, energéticos e urbanos industriais. Nestes

termos se apenas esses mapas são apresentados em livros didáticos estará a favor de um

Estado que está a serviço do capital e do desenvolvimento econômico, que não se sabe a

“que” beneficia e nem os “custos” sociais desse processo, para a maior parte da

população que individualmente e coletivamente produz o espaço geográfico brasileiro.

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No tocante ao terceiro e último parâmetro função-explicativa que

estabelecemos para identificar os mapas constantes na obra. Além disso, em nenhum

desses mapas a abordagem metodológica de trabalhado prioriza a explicação dos

fenômenos do espaço geográfico mundial e nem mesmo brasileiro. Desse modo, vemos

um claro híbrido no qual linguagem verbal (escrita) e imagética (mapa) muitas vezes,

não interage, entre si, comprometendo a emissão da mensagem, desse modo, causando a

incoerência. Isso se torna prejudicial já que sabemos que a Geografia é uma ciência que

se apropria de diferentes linguagens para analisar e explicar a organização do espaço

geográfico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações apresentadas neste trabalho nos forneceram subsídios para

uma série de reflexões. Estas dizem muito a respeito das bases teórico-metodológicas da

cartografia escolar em uso no livro didático. Especialmente no que se refere ao

entendimento das metodologias de ensino da geografia. Apontam para as questões

importantes, que colocam o livro didático na interface interna e externa dos elementos

construtores da disciplina escolar. Este é um dos ramos de estudo fundamental no

campo da História das Disciplinas Escolares.

Os atores sociais (autores do livro didático, cartógrafos, acadêmicos e Estado)

interferirem na construção da cartografia aplicada ao ensino de geografia. Com destaque

para o Estado que se apropria dessa forma de representação da realidade para difundir

uma concepção ideológica oficial. Nestes termos, também não rompemos totalmente

com a chamada “geografia dos professores”, bem como, geografias críticas a muito

debatidos dentre a comunidade científica, está pouco difusa na escola apesar da mesma

ter origem neste ambiente.

Por fim, surge neste trabalho apontamentos e questionamentos que almejam

por um estudo mais detalhado e comparativo com outras obras didáticas em uso pelas

escolas de Cajazeiras-PB. Estas pesquisas devem partir da caraterização desses

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ambientes escolares. O presente trabalho traz questões teorico-metodológicas a serem

analisadas em futuros trabalhos.

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