A CHUPETA - VIVAVITA

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A CHUPETA O que toda mãe (e pai) deveria saber antes de oferecer uma chupeta para o seu bebê. A oferta da chupeta se difundiu amplamente na sociedade contemporânea. Trouxe consigo conveniência e comodidade, “simplificando” a tarefa dos adultos em acalmar o bebê. Alguns nem questionam, acostumados que estão em associar maternidade-chupeta-bebê; mas muitos se perguntam se deveriam ou não oferecê-la. Desconhecimento, falta de tempo, modelos culturais negativos, recomendações desencontradas dos especialistas, desconexão, apreço pela idéia de independentização precoce do bebê, propaganda, consumismo, imediatismo, terceirização dos cuidados da criança, necessidades dos adultos, reprodução das próprias experiências vividas na infância, crenças pessoais, inconsciência e tantos outros motivos popularizam o seu uso e fazem com que formas naturais e gentis de lidar com o choro e as demandas do bebê sejam deixadas de lado - afinal de contas, costumam ser mais trabalhosas; exigem maior disponibilidade, criatividade e atenção. Assim, a necessidade básica de sucção no peito acaba não sendo plenamente suprida, muito menos as necessidades psico-afetivas do bebê, como um ser humano complexo em formação; que necessita de toque, contato, afeto, proximidade - de calor humano, afinal. O motivo do choro que está sendo silenciado fica sem resposta. Atrapalha o desenvolvimento da comunicação e do vínculo entre pais e filhos. O bebê se distrai, se desconecta e solicita menos vínculo pessoal – transfere suas necessidades humanas amplas e profundas para um objeto frio e inanimado. Seus sentimentos e necessidades são reduzidos a mera questão física: conhecida como ‘necessidade de sucção’. A chupeta acaba se tornando para os pais uma solução mágica e instantânea, que se arrasta pela infância afora e chega até a idade adulta disfarçada de várias formas. Por isso, não se iluda! A chupeta não é assim tão inocente quanto parece, nem se torna vilã de uma hora para outra. Riscos existem sempre, pois é um estímulo patológico, e aumentam em quantidade e gravidade ao longo do desenvolvimento infantil. Acompanhe, sob uma perspectiva baseada em evidências, os riscos potenciais relacionadas ao uso da chupeta. Interfere negativamente sobre a amamentação. As recomendações oficiais, avalizadas por órgãos de respaldo como a Organização Mundial de Saúde, orientam a amamentação exclusiva durante 6 meses, complementada por alimentos até 1 ano e continuada por 2 anos ou mais. Estudos mostram que crianças que desmamam precocemente usam chupeta com maior freqüência do que aquelas que são amamentadas por um período maior 1, 2, 4 . O gráfico abaixo, extraído de uma pesquisa

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A CHUPETA

O que toda mãe (e pai) deveria saber antes de oferecer uma chupeta para o seu bebê.

A oferta da chupeta se difundiu amplamente na sociedade contemporânea. Trouxe consigo

conveniência e comodidade, “simplificando” a tarefa dos adultos em acalmar o bebê. Alguns

nem questionam, acostumados que estão em associar maternidade-chupeta-bebê; mas muitos

se perguntam se deveriam ou não oferecê-la. Desconhecimento, falta de tempo, modelos

culturais negativos, recomendações desencontradas dos especialistas, desconexão, apreço

pela idéia de independentização precoce do bebê, propaganda, consumismo, imediatismo,

terceirização dos cuidados da criança, necessidades dos adultos, reprodução das próprias

experiências vividas na infância, crenças pessoais, inconsciência e tantos outros motivos

popularizam o seu uso e fazem com que formas naturais e gentis de lidar com o choro e as

demandas do bebê sejam deixadas de lado - afinal de contas, costumam ser mais trabalhosas;

exigem maior disponibilidade, criatividade e atenção. Assim, a necessidade básica de sucção

no peito acaba não sendo plenamente suprida, muito menos as necessidades psico-afetivas do

bebê, como um ser humano complexo em formação; que necessita de toque, contato, afeto,

proximidade - de calor humano, afinal. O motivo do choro que está sendo silenciado fica sem

resposta. Atrapalha o desenvolvimento da comunicação e do vínculo entre pais e filhos. O

bebê se distrai, se desconecta e solicita menos vínculo pessoal – transfere suas necessidades

humanas amplas e profundas para um objeto frio e inanimado. Seus sentimentos e

necessidades são reduzidos a mera questão física: conhecida como ‘necessidade de sucção’. A

chupeta acaba se tornando para os pais uma solução mágica e instantânea, que se arrasta pela

infância afora e chega até a idade adulta disfarçada de várias formas. Por isso, não se iluda! A

chupeta não é assim tão inocente quanto parece, nem se torna vilã de uma hora para outra.

Riscos existem sempre, pois é um estímulo patológico, e aumentam em quantidade e

gravidade ao longo do desenvolvimento infantil. Acompanhe, sob uma perspectiva baseada

em evidências, os riscos potenciais relacionadas ao uso da chupeta.

Interfere negativamente sobre a amamentação. As recomendações oficiais, avalizadas

por órgãos de respaldo como a Organização Mundial de Saúde, orientam a

amamentação exclusiva durante 6 meses, complementada por alimentos até 1 ano e

continuada por 2 anos ou mais. Estudos mostram que crianças que desmamam

precocemente usam chupeta com maior freqüência do que aquelas que são

amamentadas por um período maior1, 2, 4. O gráfico abaixo, extraído de uma pesquisa

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peer review3, demonstra claramente como a chupeta induz ao desmame ao longo do

tempo:

A confusão de bicos (fig. 1 e 2) descrita na literatura acontece porque a musculatura é

trabalhada de forma completamente diferente durante a sucção do peito e da

chupeta3 (Quadro 1 - APÊNDICE). A sucção de um bico artificial leva à perda da

tonicidade e alteração da postura muscular (dos lábios e língua, principalmente),

fazendo com que o bebê não consiga manter corretamente a pega do peito. Além

disso, existem evidências de que chupar chupeta diminui a produção de leite, pois o

bebê solicita menos o peito, causa ferimentos na mãe devido à pega incorreta, o que

acaba interferindo até mesmo no seu ganho de peso. Não oferecer bicos artificiais e

chupetas a crianças amamentadas é um dos Dez passos para o Sucesso do Aleitamento

Materno recomendado pela Organização Mundial de Saúde, UNICEF e Ministério da

Saúde6, e todos os profissionais/serviços de saúde que protegem, promovem e apóiam

de fato a amamentação são unânimes em reconhecer a importância de esclarecer a

população sobre este passo.

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Prejudica a correta maturação funcional do sistema estomatognático (SE)*. Atrapalha

na fala, mastigação, deglutição e respiração da criança3. Podem surgir deficiências de

dicção, presença de sibilo/ceceio na fala, voz rouca e/ou anasalada. A mastigação

perde sua característica normal bilateral e alternada, tendendo a vertical ou

unilateral5, afetando diretamente as articulações têmporo-mandibulares e o

desenvolvimento das estruturas envolvidas. Desenvolve-se potencialmente uma

deglutição atípica, com interposição de língua e participação da musculatura peri-oral.

O padrão respiratório se altera de nasal para bucal ou misto3, 5. Assim, existe um

consenso na literatura científica de que hábitos de sucção não-nutritivos são

potencialmente nocivos para a saúde da criança e que, por isso, devem ser

desestimulados6 ou removidos o mais cedo possível no intuito de minimizar os danos7.

Altera a postura e tonicidade dos músculos da boca: aumenta o risco do lábio superior

ficar encurtado, o lábio inferior, flácido e evertido (virado para fora), ocorrendo a

perda do selamento labial passivo (sem esforço), a pele do queixo pode ficar enrugada

(refletindo o esforço do músculo mentalis para auxiliar no vedamento labial), as

bochechas se tornarem hiper/hipotonificadas e ‘caídas’ (de acordo com a forma que a

criança adapta a sucção) e a língua perde a tonicidade normal, ficando numa posição

baixa e retruída dentro da cavidade bucal (fig. 3); alterando assim toda a

anatomofisiologia do SE* e o curso natural de desenvolvimento. Portanto, já existem

evidências suficientes que comprovam que crianças que chupam chupeta (tanto as

convencionais como as anatômicas/ortodônticas) apresentam maior prevalência de

alterações nas estruturas mio-funcionais orais, quando comparadas àquelas que nunca

chuparam.4

Fig. 1 - Pega correta. Com bebê

abocanhando grande parte da aréola, a

língua anteriorizada e levando o bico do

peito até o limite entre o palato duro e o

palato mole (ponto de sucção).

Fig. 2 – Pega incorreta. Reproduzindo o exercício

realizado com a chupeta, o bebê suga apenas o bico

do peito, mantendo a língua retruída com o dorso

elevado dentro da boca e tendo dificuldade em

manter o selamento hermético. Dessa forma, não

consegue extrair o leite, não estimula a produção e

machuca o peito da mãe, caracterizando a confusão

de bicos.

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Causa deformações esqueléticas na boca e na face: Os ossos da face crescem de forma

desarmônica, com alterações e rotações dos planos de crescimento (fig. 4)5. As arcadas

e os ossos nasais sofrem atresias (estreitamento/palato profundo)4 e desvios (desvio

de septo) prejudicando tb as funções de deglutição, mastigação, fala e respiração (fig.

5 - 6) e se tornando um obstáculo mecânico à cura de uma série de patologias

(especialmente, as “ites” = rinite, sinusite, amigdalite, bronquite, otite, adenóides

hipertróficas, ronco e hipopnéia/apnéia obstrutiva do sono, etc...). A distância

intercanina superior é menor nas crianças que chupam qualquer dos tipos de chupeta

(tanto convencionais como ortodônticos), o que novamente indica que o palato destas

crianças com hábito de chupeta, é mais estreito do que das crianças sem hábito4. A

mandíbula mantém a posição retruída do nascimento, isto é, o queixo não cresce

adequadamente, prejudicando a estética, a fisiologia, a oclusão e o equilíbrio de

desenvolvimento (fig. 7).

Fig. 3 – Alterações da musculatura oro-facial

decorrentes do uso de bicos artificiais.

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Fig. 4- Terço facial inferior da face aumentado

devido alteração no padrão de crescimento.

Fig. 6 – Palato estreito e profundo

(atrésico) em forma de V.

Fig. 7 – Mandíbula retro-posicionada

(queixo pequeno).

Fig. 5 – Elevação (atresia) do palato, uma das conseqüências da respiração bucal e do

uso de bicos artificiais, provocando diminuição do espaço da cavidade nasal. Isto pode

levar a formação de mordidas cruzadas e desvio de septo.

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Provoca maloclusão dentária. Hábitos de sucção podem provocar alterações

histológicas de reabsorção e aposição óssea, da mesma maneira que ocorre quando da

utilização de forças ortodônticas leves e lentas. A chupeta, dessa forma, atua por

pressão mecânica, movendo os dentes e modificando o crescimento maxilar (PROFITT,

1986)36. Mordidas abertas, mordidas cruzadas (fig. 8), maloclusão de Classe II, overjet

acentuado, sobremordida/mordida profunda (fig. 9) e outras alterações nos dentes

são associadas ao uso de bicos artificiais. O risco de desenvolver parafunções como

bruxismo e desordens da ATM é aumentado45. A prevalência de alterações nos arcos

dentais é maior nas crianças que usam chupeta, tanto convencionais como

anatômicas/ortodônticas, do que naquelas que não usam4. Crianças com hábitos de

sucção não-nutritiva apresentam 12 vezes mais chance de desenvolver problemas

oclusais do que crianças sem hábito10. Mais de 70% das crianças que possuem hábitos

de sucção não-nutritiva apresentam algum tipo de maloclusão11.

Não existem no mercado bicos fisiológicos, anatomicamente comparáveis ao bico do

peito natural: Em relação ao mamilo, os bicos de borracha apresentam diferenças

significativas em sua textura, forma, compressão/distensão/elasticidade, no trabalho

que realizam e nas consequências desse trabalho5. Já foi demonstrado em estudo

realizado com diferentes marcas comerciais disponíveis no mercado que bicos

artificiais são significativamente menos elásticos do que o bico do peito, e que o seu

comprimento pouco se altera dentro da cavidade bucal, de forma que é a boca que se

molda a ele, e não o oposto como ocorre no caso do bico do peito (fig. 9 – 11). O bico

do peito tem a capacidade de distender-se dentro da boca (protractibilidade) até 3

vezes o seu comprimento inicial, enquanto o bico de borracha pouco se altera12.

Fig. 8 – Mordida aberta anterior e cruzada

posterior.

Fig. 9 – Maloclusão de classe II com

overjet acentuado (dentes

projetados).

Fig. 9 – Posição da língua em

repouso dentro da boca.

Fig. 10 – Posição da língua durante a

amamentação (pouco se modifica,

pois o bico do peito se adapta

perfeitamente à boca).

Fig. 11 – Interposição de bico artificial

(língua em posição baixa, bucinadores

contraídos). Nesta situação, é a boca

que se molda ao bico de borracha.

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A primeira figura mostra o bico ortodôntico posicionado dentro da boca do bebê, “entulhando”

ainda mais a língua dentro da boca e “empurrando”-a de forma a obstruir o tubo respiratório

na região da oro-faringe (garganta). Percebe-se a postura invertida em relação ao normal:

ponta baixa e dorso elevado. A segunda figura avalia um bico convencional, de ponta

arredondada, denotando também uma postura alterada, ainda que o espaço funcional da

língua e a dimensão vertical da cavidade bucal estejam sendo menos afetados.

A chupeta não é menos nociva do que o dedo: Dados epidemiológicos mostram que

apenas 10% das crianças chupam o dedo prolongadamente11, 13, enquanto 60 a 82% 10,

11, 13,, chupam chupeta e 4,1% associam os dois hábitos 10. A grande maioria delas não

foi suficientemente amamentada. No Brasil, a média de amamentação exclusiva é de

54 dias e apenas 10% das brasileiras conseguem amamentar exclusivamente até o

sexto mês46.

Ao contrário do que se costuma acreditar, os danos causados pela sucção prolongada

de dedo ou de chupeta são bem semelhantes14, 15. Na verdade, alguns autores

demonstraram até mesmo que a chupeta tem potencial para provocar maiores

estragos sobre a mordida em um período mais curto de tempo do que a própria

sucção do dedo38.

A sucção do dedo, contudo, como vantagem, se assemelharia mais ao peito (fig. 12)

por ser intracorpórea, ter calor, odor e consistência mais parecidos com o mamilo e

pelo fato de ficar praticamente na mesma posição do bico do peito dentro da cavidade

bucal (próximo ao ponto de sucção, no fundo da boca). A língua vem para a frente

durante a sua sucção, como acontece com o mamilo na ordenha do peito materno e o

padrão de respiração nasal é mantido16. A amamentação não é prejudicada. Por tudo

isso, a orientação de substituir o dedo pela chupeta faz pouco sentido.

Chupar dedo é natural. O bebê é capaz de chupar dedo desde a barriga17, o que

inclusive denota um adequado desenvolvimento neuro-motor para a fase(fig. 13).

Durante o seu desenvolvimento, especialmente nos períodos de desconforto e

irritação provocados pela erupção dentária (que inicia a partir dos 4-6 meses até em

torno dos 3 anos, quando a dentição decídua está completa), é normal que ele leve um

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ou mais dedos à boca. Nessa fase devemos proporcionar variedade de estímulos,

como alimentos de consistência dura, mordedores, além de brincadeiras diversas,

atenção, carinho, paciência e peito; a fim de que o hábito cesse espontaneamente.

Hábitos de sucção digital prolongado geralmente se relacionam a personalidades mais

tímidas e introvertidas, que, portanto, necessitam de segurança, apoio, respeito e

aceitação extra dos pais para superarem prováveis dificuldades sociais e emocionais

relacionadas. Formas de criação autoritárias, repressoras, rígidas e que valorizam a

independência infantil a todo custo, ainda que a criança não demonstre

amadurecimento neuro-emocional suficiente para tanto, também podem contribuir na

perpetuação prolongada da necessidade da criança em chupar o dedo43.

A persistência da sucção de dedo não é freqüente em crianças bem amamentadas 7, 18.

Mais de 80% das crianças que recebem aleitamento materno exclusivo nos primeiros

seis meses de vida não apresentam hábitos13, 19.

Os bicos ortodônticos podem ser até mais prejudiciais do que os convencionais : Não

existem evidências que comprovem substancialmente a existência de vantagens reais

nos bicos anatômicos ou ortodônticos20. Embora se acredite que sejam

potencialmente menos nocivos em relação às alterações dentárias, chupetas

ortodônticas mantêm o dorso ainda mais elevado e a ponta da língua ainda mais baixa

e mais posteriorizada do que o bico comum (Fig. 14 a 16)5. Produzem mais

movimentos incorretos com a língua, a deglutição é deflagrada mais tardiamente e

existe um maior esforço e pressão negativa formada durante a sucção21. Ou seja, o

risco de interferir negativamente sobre o desenvolvimento esquelético e dentário é

ainda maior.

Vários autores que pesquisaram clinicamente os efeitos relacionados a modelos

convencionais e anatômicos (também conhecidas como ortodônticos) afirmam que

Fig. 13 – Bebê sugando o polegar

dentro do útero materno.

Fig. 12 – Posição do dedo e dos músculos bucais

na sucção digital: língua mais anteriorizada, tal

qual durante a sucção/ordenha na

amamentação; dedo se estende até mais

próximo ao limite entre palato duro e mole. A

respiração nasal é preservada e a amamentação,

que funciona como estímulo preventivo do

prolongamento patológico do hábito, não é

prejudicada.

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não existe grande diferença entre os prejuízos causados por ambas; concluindo não

haver grandes vantagens em recomendar um ou outro.22

A utilização de bicos anatômicos, de modo geral mais curtos com relação ao bico

comum e voltados para o palato, aumenta mais a pressão negativa intra-oral5,

tornando a força/intensidade de sucção ainda maior; o que potencializa os riscos de

usar estes modelos, ainda que de forma “racional”, como muitos especialistas insistem

em sugerir baseados em percepções pessoais, subjetivas e limitadas; ao invés de

exercer a Odontologia Baseada em Evidências.

Um paralelo pertinente pode ser traçado entre mastigação e efeitos sobre o

desenvolvimento: a mastigação efetiva realizada por um período curto de tempo/dia

(estimando-se uma média aproximada de 1 hora/dia), tem potencial de influenciar o

plano oclusal, a mordida, a postura mandibular, a determinação da ‘Linha Média’, a

morfo-fisiologia articular têmporo-mandibular, o equilíbrio de desenvolvimento e

influenciar a qualidade de vida do indivíduo a curto, médio e longo prazo7. Por que a

sucção, tão intensa e importante num período crítico e vulnerável do desenvolvimento

infantil, não exerceria a mesma influência (ainda que o uso seja controlado/limitado a

poucas minutos/horas/dia)?

Representa uma das causas de Respiração Bucal: Quando a criança respira pela boca

pode ter o seu desenvolvimento comprometido (fig. 17) pelas inúmeras consequências

que isso acarreta ao organismo como um todo. O ar inspirado pela boca não sofre o

processo de filtragem, aquecimento e umedecimento fisiológicos, deixando o sistema

respiratório mais vulnerável a doenças em geral. A respiração bucal ainda acarreta

uma gama de alterações físicas (patologias respiratórias [fig. 18], problemas

nutricionais e de crescimento, alterações fonoaudiológicas, do sono [ronco, apnéia,

pesadelos, terror noturno, enurese noturna/xixi na cama, bruxismo] maloclusão e

problemas orto-ortopédicos, posturais (fig. 19), comportamentais e emocionais

(problemas de aprendizado, distúrbios de ansiedade, impulsividade, fobias, agitação,

cansaço e hiperatividade, baixa autoestima)5, 23.

Fig. 15 – Situação intra-

bucal com interposição de

bico convencional,

evidenciando a posição da

língua.

Fig. 16 – Situação intra-bucal com

interposição de bico ortodôntico,

demonstrando maior “entulhamento”

da língua dentro da cavidade bucal.

Fig. 14 – Posição do bico do

peito dentro da cavidade oral

durante a amamentação

(situação fisiológica).

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Fig. 19 – Alterações posturais da

criança que respira pela boca

(lordose, cifose, escoliose...).

Fig. 18 – Hipertrofia de adenóides no

paciente respirador bucal.

Fig, 17 – Observe o padrão de crescimento e desenvolvimento oro-facial de criança

respiradora bucal a partir dos 4 meses até os 14 anos de idade: (A) aos 4 meses; (B) aos 4

anos e meio (C) aos 7 anos; (D) aos 14 anos de idade – tendência de cresciemento vertical. (E)

Maloclusão presente (mordida aberta anterior com língua anteriorizada e ponta baixa e (F)

comprometimento da oro-faringe (amígdalas hipertrofiadas).

A

B C D

E F

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Cria-se um hábito de difícil remoção: A sucção não-nutritiva não é um sintoma único e

isolado, mas, ao contrário, insere-se dentro de um contexto mais amplo, podendo ser

um entre vários sintomas relacionados a conflitos de instabilidade emocional com

raízes em situações anteriores24, como, por exemplo, a não satisfação plena da

necessidade básica do bebê de mamar no peito5, 7, 18 ou ainda outras

carências/demandas não atendidas/mal atendidas.

A remoção repentina ou abrupta da chupeta pode gerar efeitos psicológicos

complexos e difíceis de mensurar e pode levar à substituição por hábitos de sucção de

dedo, lábio, língua, onicofagia (roer unhas) ou outros. Esses hábitos podem ser

substituídos ao longo da vida por comer, fumar ou outros transtornos compulsivos,

segundo a teoria psicanalítica (freudiana)5, 9.

Uma criança que se vê repentinamente subtraída da chupeta, seu porto seguro (ainda

que seja apenas para os momentos de sono ou que use ‘só um pouquinho’ como

muitos dizem), pode sentir uma frustração imensa a qual provavelmente nem seja

capaz de verbalizar/expressar. Neste caso, é bem provável que arquive no

inconsciente o abuso e desrespeito sofrido diante da atitude arbitrária do adulto, o

qual relativizou ou mesmo não percebeu a relação de apego que a criança construiu

com o objeto. Poderá ser deixada chorando para que desacostume do hábito, ou

então ser enganada, chantageada, subornada, coagida, ridicularizada ou humilhada

para que aceite se desfazer da chupeta.

O estresse acentuado nesta fase de desenvolvimento (geralmente sinalizado pelo

choro excessivo) tem potenciais efeitos negativos sobre o desenvolvimento cerebral

do indivíduo, devido aos altos níveis de cortisol que são liberados44. Por isso, deixar

chorar até que o bebê acostume é um risco e pode ter um custo alto.

Muitos profissionais perpetuam a crença de que o hábito de sucção digital é muito

mais difícil de ser descontinuado do que o da chupeta. Entretanto, dados de pesquisa

mostram que ambos, dedo e chupeta, na verdade, podem ser muito difíceis para a

criança superar e que a diferença entre eles na dificuldade de interrupção pode ser

considerada insignificante (equivalente a 92,3% para o dedo x 91% para a chupeta em

uma amostragem de pacientes ortodônticos); ou seja, a dificuldade de remoção pode

ser considerada praticamente idêntica. O grande diferencial que ajuda a criança a

superar hábitos, segundo o consenso na literatura, é a amamentação, muito

provavelmente também por fortalecer os vínculos, a segurança, a confiança e conferir

uma base de respeito profundo à relação desde o princípio. Além do mais, a sucção

digital não constitui um dos hábitos mais prevalentes na atualidade – a maior

preocupação ainda deveria ser em relação a chupetas e mamadeiras42. Que todos os

conhecimentos que já temos na atualidade sejam um dia capazes de romper os

paradigmas da cultura do artificial em detrimento do natural.

Seus efeitos podem ser observados desde cedo: A idéia de ‘uso racional’ e de que se a

chupeta fosse removida até uma certa idade (1, 2, 3 anos, variando entre diferentes

autores) não traria prejuízos à criança se propagou advinda de uma prática clínica já

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ultrapassada centrada no dente (visão odontocêntrica), onde era possível observar a

autocorreção de alguns tipos de maloclusão como a mordida aberta anterior a partir

da descontinuidade do hábito. A evolução do conhecimento, entretanto, vem

demonstrando que seus efeitos sobre ossos, músculos e dentes (bem como suas

repercussões funcionais) dificilmente se autocorrigem espontaneamente.

Avaliando os efeitos a longo prazo do hábito de sucção de chupeta sobre a dentição

decídua e mista, pesquisas demonstram que o bico artificial, ainda que descontinuado

durante a fase de dentição decídua jovem, provoca alterações na mordida nas fases

subsequentes do desenvolvimento dentário. Concluindo que as recomendações atuais

para interromper esses hábitos não são o ideal na prevenção de maloclusões

relacionadas a hábitos e que, portanto, precisam ser revistas37, 38.

Além do mais, o primeiro ano de vida do bebê é um período crítico para o seu

desenvolvimento, de metabolismo ósseo acelerado e aprendizado/maturação de

funções vitais, o que torna a presença de estímulos patológicos ainda mais agressiva,

ainda que por períodos limitados de tempo. Na imagem abaixo, observamos um bebê

de 4 meses que ainda não tem dentes, mas já sofre as conseqüências do hábito de

sucção: perda do selamento dos lábios, postura de língua baixa, estreitamento da base

do nariz, etc... Tudo isso vai afetar de alguma forma o seu padrão de crescimento e

desenvolvimento.

“Chupetar” peito não existe! O termo “chupetar” deveria se referir exclusivamente à

chupeta, onde o bebê realiza uma sucção não-nutritiva simplória. Dizer que o bebê

está fazendo o peito de chupeta (“chupetando”), quando na verdade ele está

mamando constitui um erro semântico; já que mamar constitui um ato complexo que

envolve, não apenas extrair o leite, mas também sugar, estar em contato íntimo com a

mãe, e sentir todas as sensações orgânicas e psico-afetivas envolvidas, com suas

respectivas repercussões. Como poderia o bebê fazer o peito de chupeta se este tipo

de artifício não é natural para ele e não lhe proporciona toda essa riqueza de

estímulos? Bicios artificiais, muito pelo contrário, representam um estímulo de sucção

patológica. O que sua memória instintiva, seu impulso pela sobrevivência reclama e

pede é o peito da mãe, fisiológico/natural, e não a chupeta. Tanto é que a maioria das

crianças só aceita a chupeta após muita insistência dos adultos. Argumenta-se que

alguns bebês teriam uma necessidade maior de sucção e que, após satisfazerem sua

fome, ficariam no peito apenas “chupetando”, sugando, mesmo sem leite. O que

acontece é que existem fases do desenvolvimento e necessidades individuais

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específicas (saltos e picos de crescimento24) onde a demanda aumenta

repentinamente e o peito necessita receber mais estímulo para ajustar a produção.

Todo bebê esperto sabe muito bem que mamar faz a produção de leite aumentar.

Além disso, ele está ao mesmo tempo satisfazendo sua necessidade neural de sucção5,

7. Por isso, o famoso "chupetar" faz parte desse todo da amamentação (físico +

emocional). Tem inclusive um papel importante na regulação da produção-demanda e

na satisfação plena das necessidades orais e humanas de vínculo pessoal.

A chupeta como prevenção para a Síndrome da Morte Súbita Infantil: Nos últimos anos a chupeta tem sido recomendada para reduzir o risco da Síndrome da Morte Súbita no Infantil (SMSI)26. Diante desta recomendação, é importante assinalar a existência de muitas evidências, como por exemplo um estudo caso-controle com 333 lactentes com diagnóstico de SMSI e 998 crianças hígidas, o qual apontou que a amamentação reduz o risco de morte súbita em 50% em todas as idades27. Como a chupeta favorece o desmame, deve-se reconsiderar o incentivo do seu uso para esse fim, pois benefícios maiores podem ser obtidos com a amamentação8. A etiologia da Síndrome da Morte Súbita Infantil ainda é DESCONHECIDA, por isso a

literatura se mantém tão controversa neste aspecto.

Cita-se que o benefício seria de prevenir algo em torno de 1 morte súbita infantil para

cada 2733 crianças que usam chupetas quando colocadas para dormir39. Já o impacto

de outras medidas, como a posição durante o sono, parece ter um impacto muito

maior (além de não oferecer riscos de prejudicar a correta maturação neuro-funcional

das estruturas do sistema estomatognático).

"Nos últimos anos, o simples ato de mudar a posição de dormir do bebê de prona para

supina diminuiu significativamente o índice de morte súbita.

Houve, por exemplo, uma diminuição de 90% na taxa de SIDS no Reino Unido de 1981

a 1992, desde a introdução da nova recomendação de colocar bebês para dormirem

na posição supina e 50% de redução na Holanda, Austrália e Nova Zelândia." (SMALL,

1998)40

É preciso que se faça a leitura crítica das evidências. Por exemplo, nas recomendações

da Academia Americana de Pediatria-AAP (2005) fala-se em CONSIDERAR a chupeta

como fator de proteção da morte súbita do lactente. A recomendação seria de colocar

o bebê para dormir até 1 ano, introduzindo a chupeta, mas só após 1 mês para bebês

em aleitamento materno exclusivo. Entretanto, esta recomendação claramente

contraria todas as evidências de alto nível que demonstram a relação negativa da

chupeta com a duração da amamentação, além de outros vários artigos sobre

contaminação da chupeta por microorganismos, risco aumentado de otite média,

maloclusão, etc.41

No contexto nacional, onde a morte súbita não constitui a principal causa de morte de

bebês, como acontece em outros países, como por exemplo os EUA; é muito mais

importante proteger, promover e apoiar a amamentação. E isso inclui evitar o uso de

bicos artificiais.

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Considerações sobre a toxicidade e segurança da chupeta: Durante o processamento da borracha natural e a criação da sintética, várias substâncias são adicionadas ao látex com o intuito de conferir maior elasticidade28. Em contato com a saliva, esses produtos se volatilizam, trazendo riscos à saúde; além da possibilidade de existirem crianças alérgicas ao látex29. Como qualquer outro objeto levado à boca, a chupeta pode servir de veículo para infecções diversas (otite, candidíase, cáries, etc)30. Outros riscos potenciais são o de acidentes, obstrução das vias aéreas e estrangulamento por cordas amarradas na chupeta.

A chupeta e o refluxo gastro-esofágico: O uso da chupeta foi aventado como método capaz de reduzir o refluxo gastro-esofágico. No entanto, revisão sistemática não encontrou evidência de que ela melhore o tempo total e/ou diminua o número de episódios de refluxo31.

A necessidade de sucção do bebê deve ser suprida no peito: Crianças que nunca mamaram no peito ou que tiveram aleitamento misto antes dos três meses de idade têm aproximadamente sete vezes mais chance de desenvolver hábitos de sucção não-nutritivos do que crianças amamentadas por mais tempo10. Desde a vida intra-uterina o bebê apresenta um impulso neural de sucção17. Ele começa satisfazendo esse impulso com o próprio dedo e ao mesmo tempo vai desenvolvendo a função da sucção, crítica para sua sobrevivência após o nascimento durante a amamentação. Se o bebê for amamentado e não houver interferências negativas, o próprio desenvolvimento e amadurecimento neuro-funcional se encarregará de fazer com que a necessidade neural de sucção se esgote espontaneamente em torno do final da fase oral, que alguns especialistas já até questionam e estendem para além dos 2 anos, variando de uma criança para outra43. Portanto, nada substitui o ato de mamar no peito: pelo aporte nutricional e imunológico do leite materno, pela troca de afetividade e fortalecimento do vínculo entre mãe e filho, pelo mecanismo de sucção exclusiva que este propicia para um perfeito desenvolvimento, pela singularidade sobre o equilíbrio emocional32. A amamentação é primária na prevenção em saúde e no funcionamento pleno das potencialidades vitais da criança, refletindo diretamente sobre a sua qualidade de vida. A amamentação deve ser realizada de forma exclusiva até os 6 meses e continuada até os 2 anos de idade ou mais33, 34! O bebê que por algum motivo não for amamentado, pode e deve receber outras formas de estímulo para recuperar o déficit e restabelecer o equilíbrio de desenvolvimento. Acompanhamento multidisciplinar próximo e contínuo das áreas de saúde e intervenção adequada/oportuna quando necessário é recomendável5.

A DECISÃO DE INTRODUZIR OU NÃO CHUPETA É SEMPRE DA FAMÍLIA! Mas cabe

aos profissionais e especialistas oferecerem aos pais subsídios para que tomem uma decisão consciente e informada a esse respeito

8.

*Sistema Estomatognático (SE) = caracteriza-se pela existência de um conjunto de estruturas

que desenvolvem funções comuns, tendo como manifestação conspícua e básica a

participação da mandíbula. Como todo sistema, tem características que lhe são próprias,

embora esteja intimamente ligado à função de outros sistemas – o nervoso e o somato-

esquelético, em particular, e todos em geral35.

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APÊNDICE:

O quadro 1 compara a atividade e os desvios funcionais dos músculos

envolvidos na amamentação e no aleitamento artifical com bicos comuns e

ortodônticos (CARVALHO, 2010).

Quadro 1: Atividade e desvios funcionais dos músculos envolvidos na amamentação e no

aleitamento artificial com bicos comuns e ortodônticos.

Músculo Amamentação Bico Comum Bico Ortodôntico

Masseter +++ (normal) + (muito

hipotônica)

++ (hipotônico)

Pterigóideo lateral +++++ (normal) - (muito

hipotônica)

- (muito hipotônico)

Pterigóideo medial ++++ (normal) + (hipotônica) ++ (hipotônico)

Temporal fibras

verticais

++++ (normal) + (hipotônica) ++ (hipotônico)

Temporal fibras

horizontais

++++ (normal) - (hipotônica) - (hipotônico)

Língua ântero-posterior +++++

(anteriorizada)

+++

(posteriorizada)

+ (muito posteriorizada)

Língua transversal

(concha)

+++++ (normal) +++ (hipotônica) + (muito hipotônica)

Língua vertical (elevação

dorsal)

+ (dorso baixo) +++ (dorso elevado) +++++ (dorso muito elevado)

Lábio superior +++++ (normal) + (hipofuncional) + (hipofuncional)

Lábio inferior ++ (normal) + (hipotônica) + (hipotônico)

Mentalis ++ (normal) + (hipertônica) + (hipertônico)

Bucinador + (normal) +++++

(hipertônica)

+++++ (hipertônico)

Page 16: A CHUPETA - VIVAVITA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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coincidence. Pediatr, 99, 445-53, 1994.

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3. VICTORA, CG; et al. Use of pacifiers and breastfeeding duration. Lancet, 341:405, 1993.

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dentition and oral myofunctional strutures of preschool children. Pediatr Dent. 24(6):552-60,

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6. "Proteção, Promoção e Apoio ao Aleitamento Materno - o papel especial dos serviços

materno-infantis". Uma declaração conjunta OMS/UNICEF, Genebra, 1989.

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8. ROCHA, M.A.M.; CASTILHO, S.D. Chupeta – Revisão histórica e visão multidisciplinar: prós e contras. J Pediatr, v. 85, n. 6, p. 480- 489, 2009.

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de informação prévia das mães. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial, v. 11, n. 6, 2006. 11. SILVA FILHO, O.G. et al. Hábitos de sucção e má oclusão: epidemiologia na dentadura decídua.

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29. ADAIR SM. Pacifier use in children: a review of recent literature. Pediatr Dent;25:449-58; 2003. 30. COMINA E, et al.. Pacifiers: a microbial reservoir. Nurs Health Sci;8:216-23; 2006. 31. CARROL AE, et al. A systematic review of nonpharmacological and nonsurgical therapies for

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pacifier usage. Pediatr Nurs. 27(6):690-9; 2012.

42. ROSA, LPPB. BRANCHER, LM. Avaliação dos hábitos deletérios infanto-juvenis nos pacientes da

Disciplina de Ortodontia e Ortopedia Clínica da FO-UFRGS. Trabalho de conclusão de

graduação. 2009.

43. GUTMAN, L. A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra. Rio de Janeiro: Ed. Best Seller,

2010.

44. PALMER, LF. Estresse na infância – choro excessivo e cortisol.

https://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-

choro/estresse-na-inf%C3%A2ncia-choro-excessivo-e-cortisol/283369621687454

(acessado em 02/09/2013).

45. MARIOTTI, CSC. Bruxismo infantil. Monografia apresentada a Ciodonto como requisito para a

obtenção do título de Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares. Garulhos, 2011.

46. BRUM, K. http://vilamamifera.com/mamiferas/nao-precisamos-de-campanhas-para-

aliviar-a-culpa-das-maes-que-nao-amamentam-ou-pariram/ (acessado em

02/09/2013).

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“Quando o bebê chora pedindo peito ele não está pedindo apenas leite ou então simplesmente querendo

sugar; ele almeja colo, conforto, segurança, acolhimento, calor humano, apoio, AMOR. Não chupeta!

Oferecer uma chupeta é a primeira falha na comunicação mãe-pai-cuidador-bebê (já que está se

respondendo com algo que não foi solicitado) e, consequentemente, no vínculo fundamental. É a

primeira transferência das necessidades físicas e emocionais não plenamente supridas para um objeto. É

a primeira (des)ilusão!

Portanto, a chupeta, além de todos os malefícios já comprovados, deixa sempre aquele vazio que

nenhum objeto no mundo é capaz de preencher. O bebê precisa sentir o amor de sua mãe: e a linguagem

que ele melhor compreende no início da vida é a da amamentação!” (Andréia Stankiewicz)

Edição desta imagem e redação de Luzinete Rocha Cruz Carvalho e Renato Carvalho.

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Autoria: Andréia Stankiewicz, mãe de Luiza, 4 anos e Pedro, 2 anos; cirurgiã-dentista

especialista em odontopediatria e ortopedia funcional dos maxilares, membro do

Núcleo de Estudos em Ortopedia dos Maxilares e Respiração Bucal (NEOM-RB) e da

Associação Brasileira de Odontologia Neonatal e Aleitamento Materno (ABONAM).

Consultora de amamentação voluntária do Grupo Virtual de Amamentação.

Revisão final: Antonio Fagnani Filho, cirurgião-dentista ortopedista funcional dos

maxilares, ortodontista e homeopata, professor de pós-graduação, membro do

Núcleo de Estudos em Ortopedia dos Maxilares e Respiração Bucal (NEOM-RB) e da

Associação Brasileira Do Sono.

Contatos: http://www.vivavita.com.br/index.php?pg=faleconosco

[email protected]

https://www.facebook.com/andreia.stankiewicz

[email protected]

Setembro/2012.

Atualizado em Setembro/2013.

Nota de interesse: Para resolver problemas ou dificuldades na amamentação, busque APOIO de

qualidade, procure AJUDA!

Relação de Bancos de Leite no Brasil

http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home

Grupo Virtual de Amamentação

https://www.facebook.com/groups/266812223435061/